Tema 5 - A Sala de Aula Invertida
Tema 5 - A Sala de Aula Invertida
Tema 5 - A Sala de Aula Invertida
Invertida
INTRODUÇÃO
Neste capítulo vamos estudar a metodologia Sala de Aula Invertida (SAI)
que visa mudar a metodologia tradicional de ensino, onde o professor
utiliza o tempo de sala de aula para explanar os conteúdos que serão
desenvolvidos com os estudantes, e utiliza esse tempo para trabalhar com
atividades desafiadoras e que exijam a orientação do professor com
feedback imediato. Essa metodologia trabalha com três momentos: 1. O
estudantes estuda antes do horário da aula os conteúdos que foram
enviados pelo professor; 2. O professor, no horário da aula, tira dúvidas do
conteúdo estudado e apresenta atividades desafiadoras para os
estudantes trabalharem os conceitos estudados, dando orientação e
auxiliando sempre que necessário; 3. Os estudantes realizam em casa
atividades, tipo exercícios, para fixarem os conceitos estudados.
1
A ideia é que os futuros professores tenham condições de trabalhar com o
ensino híbrido, uma parte o estudante desenvolve com estudos
independentes fora do horário de aula e uma parte ele desenvolve as
atividades propostas pelo professor no horário da aula.
2
Yang (2017) destaca como a abordagem atual de ensino pode se modificar
com a adoção de tecnologias digitais, por exemplo, as quais se
apresentam incorporadas ao cotidiano dos alunos, para funções diversas.
A propagação das tecnologias digitais têm modificado os meios
educativos, visto que elas, por meio dos estudantes, entram em sala de
aula. Esse fato pode ser encarado como uma oportunidade educacional
transformadora se forem utilizadas com os objetivos convenientes
(VALENTE, 2014). Tal integração das tecnologias no meio
acadêmico/escolar fez nascer uma modalidade de ensino chamada
blended learning, também conhecida como ensino híbrido (VALENTE,
2014), na qual parte do ensino é realizado de forma presencial e parte à
distância. À medida que diferentes técnicas de blended learning vem
sendo adotadas, também crescem as opções de como organizar e integrar
as orientações. Como as modalidades de blended learning vem
progressivamente se consolidando no Ensino Superior, é indispensável
que se estudem as estratégias e métodos desse formato de ensino
(SOMMER; RITZHAUPT, 2018).
3
de blended learning que combina métodos de instrução direta assíncrona
através da web, fora da sala de aula, onde discentes visualizam as aulas
antes das atividades presenciais e, posteriormente, em sala de aula,
desenvolvem atividades colaborativas e de maior aprofundamento do
conteúdo.
4
Um aspecto marcante em relação ao tempo consiste em não utilizá-lo com
aulas expositivas no encontro presencial, mas privilegiar a realização de
atividades pelos alunos (PAVANELO; LIMA, 2017). Outro componente
significativo que permeia a sala de aula invertida é o prazo, pois se
apresenta como um compromisso tanto ao professor quanto ao aluno, de
modo a determinar a qualidade da inversão realizada.
5
(SOMMER; RITZHAUPT, 2018). Os vídeos têm sido o recurso mais
utilizado e possibilitam que os alunos o assistam quantas vezes forem
necessárias para atingir a compreensão do tópico estudado (VALENTE,
2014). Além de vídeos, outros materiais podem oferecer suporte a SAI, a
partir das tecnologias digitais, as quais têm se mostrado como aliadas
dessa metodologia. Múltiplas ferramentas foram produzidas para
disponibilizar os conteúdos, como softwares e demais recursos
relacionados com mídias e plataformas virtuais (VALÉRIO; MOREIRA,
2018). Por meio do apoio das tecnologias digitais, o professor pode
fornecer aos estudantes os materiais necessários, nos formatos que
considerar mais adequado (SÁNCHEZ-RODRÍGUEZ et al., 2017). Os
dispositivos móveis podem ser, também, um apoio para a inversão, pois
contribuem para desenvolver elementos como a comunicação, criatividade
e colaboração (MARTÍN; TOURÓN, 2017). As tecnologias digitais, quando
integradas às tarefas educativas, “tem alterado a dinâmica da escola e da
sala de aula como, por exemplo, a organização dos tempos e espaços da
escola, as relações entre o aprendiz e a informação, as interações entre
alunos, e entre alunos e professor” (VALENTE, 2014, p. 82). Apesar de os
vídeos ainda serem o suporte virtual mais utilizado para a realização da
pré-aula, é fundamental que o professor conheça e possa utilizar outras
possibilidades de organizar o material prévio, tendo por base as
tecnologias digitais, considerando opções como animações, simulações e
laboratórios virtuais. O uso de diferentes materiais navegáveis, como
esses, auxilia os alunos no aprofundamento dos seus conhecimentos.
Igualmente necessário, é que o professor possa receber algum tipo de
6
teste ou aviso, ao final do estudo online do aluno, que o direcione para as
principais dúvidas e deficiências do material elaborado (VALENTE, 2014).
A aula invertida tem como foco central os alunos e não o professor, o qual
está presente para fornecer feedback, tendo o papel de amparar os
discentes, não o de apenas transmitir informações. Aos alunos, compete o
compromisso de estudar o material pré-aula, perguntar as dúvidas,
aprender através de atividades diversas e não apenas de memorização
(BERGMAN; SAMS, 2018). Um papel de destaque atribuído ao professor
na sala de aula invertida é de que ele consiga mobilizar os alunos para que
realizem o estudo prévio prescrito, motivando-os e comprometendo-os
para esta finalidade, fator que determinará, em parte, o sucesso ou
fracasso da aplicação. Para que esta tarefa seja exitosa, o docente pode
lançar mão de artifícios como a sensibilização da turma para o tema e a
conscientização da importância dessa ação para seu bom desempenho,
além de esclarecer como a metodologia funciona (MARTIN et al., 2018).
7
Outro aspecto favorável é que o professor pode customizar as atividades
presenciais a partir das necessidades apresentadas pelos alunos, as quais
podem, eles mesmos, ir identificando no decorrer do estudo (VALENTE,
2014).
8
geram um sobre-esforço docente, pois precisam buscar recursos e
preparar atividades ativas. Com relação aos vídeos, um ponto embaraçoso
para o corpo docente seria a realização das gravações. Apesar disso, vale
ressaltar que a gravação das aulas ajuda o professor a estar ciente de
suas fragilidades, as quais são mais facilmente observadas quando nos
ouvimos ou nos assistimos. Outro aspecto relacionado ao docente é a
estranheza frente ao fato de não exercer uma aula expositiva, o que pode
ocasionar um desconforto, por caracterizar-se como uma aula diferente do
habitual (SÁNCHEZ-RODRÍGUEZ et al., 2017).
9
Sequência Didática
10
ensino-aprendizagem passíveis de serem atingidas mediante
desenvolvimento da situação de ensino proposta (SD). São um
organizador detalhado das intenções de ensino, que auxiliam a planejar
tanto a escolha das metodologias mais pertinentes a tal situação didática
como nas formas de avaliação; Conteúdos: Embora os conteúdos estejam
tradicionalmente organizados de forma disciplinar é também possível
estabelecer relação com os demais componentes curriculares e integrar
conceitos aparentemente isolados, mesmo porque os fenômenos da
natureza não se manifestam segundo divisão disciplinar. Igualmente
importante é promover a continuidade das várias unidades didáticas ao
longo das aulas que compõem o plano de ensino; Dinâmica: As
metodologias de ensino têm caráter fundamental, pois é principalmente
através do desenvolvimento delas que as situações de aprendizagem se
estabelecem. Dinâmicas variadas de ensino são importantes e necessárias
desde que se mantenham fiel à estrutura e contexto social que a escola
alvo ofereça; Avaliação: Os métodos avaliativos precisam ser condizentes
com os objetivos e com os conteúdos previstos na sequência didática.
Desta forma, o que se avalia deve estar diretamente relacionado com o
que se pretende ensinar; Referências Bibliográficas: Este item se relaciona
com as obras, livros, textos, vídeos, etc. que efetivamente serão utilizadas
no desenvolvimento das aulas propostas; Bibliografia Utilizada: Neste
espaço devem ser apresentados os trabalhos utilizados para estruturar os
conceitos, metodologias de desenvolvimento e/ou avaliação, ou
seja,aqueles que foram utilizados na elaboração da SD ou que servem
como material de apoio e estudo ao professor que irá aplicar tal Sequência
Didática.
11
De um modo mais geral, sequências didáticas podem ser consideradas
como um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas
para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e
um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos (ZABALA,
1998).
Cenários de Investigação
Consideram-se cenários os ambientes que o professor cria para que possa
organizar e gravar seus materiais de estudos para que os estudantes
possam estudar. Recomenda-se que os cenários sejam desenvolvidos de
acordo com o conteúdo que vai ser trabalhado com os estudantes.
Buscando desenvolver cenários motivadores e que sejam visuais,
12
cuidando para que não tenham poluição visual. Veja o exemplo de um
cenário na Figura 1 a seguir.
Fonte: http://ppgecim.ulbra.br/laboratorio
Regras para gravar um vídeo: 1.Seja breve 2.Fale com entusiasmo 3. Crie
o vídeo com outro professor pois é mais estimulante observar duas
pessoas conversando sobre determinado tema do que assistir a um
professor discursando para a plateia. 4.Acrescente humor; 5.Não
desperdice o tempo dos alunos; 6.Acrescente anotações, pense em sua
tela como um quadro branco, com imagens atraentes. Use o equipamento
de anotação para acrescentar marcas a caneta. 7.Acrescente chamadas;
8.Aumente e diminua o zoom;9.Respeite os direitos autorais;
13
REFERÊNCIAS
BERGMAN, J.; SAMS, A. Sala de Aula Invertida: uma metodologia ativa de
aprendizagem. Tradução: Afonso Celso da Cunha Serra. 1 ed. Rio de Janeiro: LTC,
2018.
MARTIN, A. P.; MARTIN, D. D.; AGUILERA, I. D.; SANZ, J. M.; TORNER, P. S.;
CAMPIÓN. R. S.; ALMUZARA, A. C.; SOTO, M. A. M. Nuevas combinaciones de
aula inversa con just in time teaching y análisis de respuestas de alumnos. Revista
Iberoamericana de Educación a Distancia, v. 21, n. 1, p. 175-194, 2018.
14
VALENTE, J. A. Blended learning e as mudanças no ensino superior: a proposta da
sala de aula invertida. Educar em Revista, Edição Especial, n. 4, p. 79-97, 2014.
15