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COLÉGIO NOVO IDEAL PATRIARCA

JULIA DE OLIVEIRA VASCONCELOS

AS REVOLTAS DURANTE A REGÊNCIA NO BRASIL

São Paulo
2022
As revoltas durante a regência no Brasil

Introdução:

No final da década de 1820, Dom Pedro I enfrentava vários problemas internos,


como falta de apoio das elites econômicas, e externos, como a derrota na Guerra da
Cisplatina. Além disso, com a morte de Dom João VI, em Portugal, ele havia sido
aclamado D. Pedro IV de Portugal. Neste momento, o imperador decide abdicar ao
trono brasileiro e voltar a Portugal. Entretanto, o seu herdeiro, D. Pedro II, não podia
governar, pois tinha apenas 5 anos de idade. A solução, prevista pela Constituição
de 1824, era formar uma Regência, que durou de 1831 a 1840, até que D. Pedro II
atingisse a maioridade.

Inicia-se, então, uma época de grande disputa de poder e instabilidade política que
dão origem a uma série conflitos. Os cinco conflitos que mais se destacaram foram a
Cabanagem, a Revolução Farroupilha, a Revolta dos Malês, a Sabinada e a
Balaiada.

Desenvolvimento:

Cabanagem (Pará, 1835-1840): a Cabanagem foi uma das revoltas mais violentas
do período regencial, com aproximadamente 30 mil mortos. As principais causas da
Cabanagem foram a crise política e econômica na província do Grão-Pará, o
autoritarismo do governo local nomeado pelos regentes e as camadas populares
exigindo melhores condições de vida e o fim da escravidão. O comércio era muito
importante para a região, exportando produtos como cacau, urucum, madeira, entre
outros. Mas, com a independência, isso começou a sofrer intervenções do governo,
trazendo descontentamentos aos fazendeiros e comerciantes locais. Seu principal
líder foi Félix Antônio Clemente Malcher, que, junto aos outros rebeldes, instalaram
um novo governo, mas, temendo revoltas populares, Malcher, com o apoio de
latifundiários que temiam perder seus privilégios, represaram o movimento.

Balaiada (Maranhão, 1835-1841): A Balaiada foi uma revolta iniciada por


escravizados e outros grupos que viviam de forma precária e estavam com
dificuldade de sobreviver, tendo ainda de aguentar os altos impostos cobrados pelo
governo imperial, o que descontentou mais ainda a população. Os revoltosos
tiveram como líderes Cosme, Raimundo Gomes e Francisco dos Anjos Ferreira, um
vendedor de balaios. É de seu ofício que vem o nome da revolta maranhense.
Enquanto Ferreira tinha uma motivação pessoal ao entrar na revolta – vingar sua
filha violentada por um capitão da polícia, Cosme aparece à frente de três mil
escravos fugidos que se juntaram à Balaiada. Os revoltosos saudavam a Igreja
Católica, a Constituição e D. Pedro II e não apresentavam grandes preocupações
sociais ou econômicas. Logo foram derrotados, em meados de 1840, pelas tropas
do governo. O líder Cosme foi enforcado em 1842 enquanto a anistia aos revoltosos
esteve condicionada à reescravização dos negros rebeldes.

Revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 1835-1845): Quando as


principais atividades econômicas do sul –  criação de gado (estância) e produção de carne
seca (charque) – se viram ameaçadas pelos altos impostos cobrados sobre o sal e o charque
e pela concorrência platina que, por possuir baixas taxas alfandegárias custava mais barato
que o charque brasileiro, os sulistas se rebelaram contra o Estado imperial, tendo como
principal líder Bento Gonçalves. Iniciava-se a chamada Revolução Farroupilha (nome que vem
do termo farrapos, denominação pejorativa dada devido a roupa peculiar usada pelos
revoltosos). Com caráter separatista, os farrapos chegaram a fundar duas repúblicas na região
sul: a primeira foi a República Rio-Grandense (Liderada por Bento Gonçalves e derrotada pela
regência em 1836) e a segunda foi a República Juliana (ou Catarinense, liderada por  Davi
Canabarro e Giuseppe Garibaldi.). O movimento foi derrotado e realizou-se um acordo com os
farrapos: todos os revoltosos seriam anistiados e suas terras, que haviam sido confiscadas,
seriam devolvidas pelo governo imperial.

Revolta dos Malês (Bahia,1835): Foi um movimento liderado por escravos muçulmanos
(malês) em conjunto com libertos e afrodescendentes que sofriam com a violência, o trabalho
pesado e com a repressão, com o objetivo de libertar Salvador e o Recôncavo. A liberta
Guilhermina Rosa de Souza contou ao seu ex-senhor sobre o movimento. A rebelião durou
aproximadamente três horas e foi fortemente reprimida. Dentre as penas dadas aos rebeldes
estavam prisão, açoite público e fuzilamento. Apesar da curta duração, o movimento de Malês
deixou um grande temor de novos levantes escravos no Brasil.

Sabinada (Bahia, 1837-1838): Desde o início do século XIX, a província da Bahia já


apresentava conflitos sociais. A independência foi proclamada naquela região alguns
meses antes do grito do Ipiranga. Em 19 de fevereiro de 1822, os baianos
proclamaram a sua liberdade em relação ao domínio português. Em 1835, escravos
islâmicos rebelaram-se por meio da Revolta dos Malês. A economia estava em crise
desde a queda na produção açucareira no final do século XVII. Nota-se que o
contexto em que se desencadeou a Sabinada era de intenso confronto. Seu principal
líder foi Francisco Sabino, que foi médico e jornalista, e a Sabinada foi representada
por camadas médias baixas que exigiam mais autonomia provincial. Os rebeldes
chegaram a tomar a capital, Salvador e proclamar a república Bahiense, mas o
conflito foi reprimido pela Guarda Nacional, tendo 1258 rebeldes e 594 soldados,
que também participaram do movimento, mortos.

Conclusão:

As revoltas que o Brasil passou foram muito importantes, pois demonstraram a


insatisfação do povo com as medidas tomadas pelo governo, mesmo cada uma
delas tendo objetivos diferentes. Além disso, essas revoltas levarão ao golpe da
maioridade, que levou Dom Pedro II ao poder aos 14 anos de idade. Os anos entre
1831 e 1840 foram marcados pela instabilidade política (falta de um governo
presente e unificador), somada à má qualidade da condição de vida da população.
Bibliografia:
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/cabanagem.htm
COC Pearson - Coleção Infinito, 8º ano - Volume 5 - Capítulo 12 – páginas 420 a 429

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