Microbiologia Clínica
Microbiologia Clínica
Microbiologia Clínica
Clínica
Profª. Gheniffer Fornari
Prof. João Frederico Musial
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Gheniffer Fornari
Prof. João Frederico Musial
F727m
Fornari, Gheniffer
Microbiologia clínica. / Gheniffer Fornari; João Frederico Musial. –
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
190 p.; il.
ISBN 978-65-5663-640-5
ISBN Digital 978-65-5663-639-9
1. Bacteriologia clínica. - Brasil. I. Musial, João Frederico. II. Centro
Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 610
Impresso por:
Apresentação
Olá acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Microbiologia Clínica. Inicia-
remos os estudos deste livro, que está dividido em três unidades, com o objetivo de
apresentar sobre as bactérias de interesse clínico e de como é realizado o diagnóstico.
Você deve se perguntar: por que devo estudar as bactérias? Pois bem,
antes de explicarmos a importância desse estudo, vamos compreender o que
contempla essa disciplina.
Este livro foi dividido em três unidades, a primeira traz uma breve intro-
dução sobre os microrganismos, descrevendo a classificação e como as bactérias
têm a capacidade de causar doença no hospedeiro. Na segunda unidade, descre-
vemos sobre como é um laboratório de bacteriologia clínica, trazendo as princi-
pais técnicas direcionadas para a identificação, bem como conhecer as principais
bactérias e seus aspectos fisiopatológicos. Para finalizar, na unidade três descreve-
mos as principais micobactérias e seu diagnóstico diferencial, e também aborda-
mos sobre os antibióticos e os testes de suscetibilidade a antimicrobianos.
Dessa forma, queremos que você se sinta preparado para suas fu-
turas atividades profissionais como biomédico na habilitação de patologia
clínica, bem como realizar diagnósticos precisos para auxiliar na conduta
terapêutica adequada para os pacientes.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 141
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 187
UNIDADE 1 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao fim do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
1
PLANOS DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA
CLÍNICA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, vamos dar início a mais uma etapa do curso de Biome-
dicina, aprofundando o conhecimento nas disciplinas clínicas. A microbiologia
clínica é uma área incrível que nos auxilia nos mais amplos aspectos patológicos.
O entendimento neste âmbito é de extrema relevância quando se trata de diag-
nósticos robustos e interpretações corretas.
3
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
DICAS
4
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
5
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
2.1 CLASSIFICAÇÃO
Antes de falarmos sobre a classificação, é muito importante ressaltar as
características gerais das bactérias (Figura 2). Estes microrganismos são seres
procariontes, ou seja, são unicelulares simples, não possuem membrana nuclear,
mitocôndrias, complexo de Golgi e nem retículo endoplasmático. Sua reprodução
ocorre de forma assexuada por divisão binária. Suas principais formas são cocos
que podem se agrupar em arranjos como em pares diplococos, em forma de cachos
de uva, como os estafilococos, ou em cadeia, como os estreptococos. Já os bacilos
podem se agrupar aos pares, formando os diplobacilos. Outras formas conhecidas
são as bactérias flageladas, os vibrios e espiroquetas (TORTORA, 2017).
6
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
O segundo corante utilizado é o lugol, que também deve ser mantido por um
minuto. A função do lugol é reter o cristal violeta, que já está aderido à parede bacteria-
na, ou seja, ele é um fixador. Em seguida, a lâmina deve ser lavada em água corrente.
Este último corante (Safranina ou fucsina) deve ser adicionado à lâmina e deixa-
do agir por 30 segundos apenas. Após esta etapa, a lâmina deve ser lavada novamente em
àgua corrente e deixada secar naturalmente para posterior observação no microscópio.
Lembrando que as lâminas devem ser observadas na objetiva de 100x e adicionada uma
gota de óleo de imersão para clarificar as amostras (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
7
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
8
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
9
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
10
TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO À BACTERIOLOGIA CLÍNICA
DICAS
11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A maioria dos microrganismos exógenos com os quais temos contato não provo-
ca nenhum dano, mas alguns podem provocar doenças de importância clínica.
12
AUTOATIVIDADE
3 (UFRN, 2015) As bactérias possuem uma espessa parede celular que mantém a
integridade da célula e determina sua forma característica. Em relação às dife-
renças entre as bactérias gram-positivas e as gram-negativas, é correto afirmar:
13
4 (UFPR, Biomédico, 2017) Sobre a técnica de coloração de Gram e as caracte-
rísticas da parede celular bacteriana, considere as seguintes afirmativas:
a) ( ) espiroqueta.
b) ( ) coco.
c) ( ) espirilo.
d) ( ) vibrião.
e) ( ) bacilo.
14
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
RELAÇÃO BACTÉRIA X
HOSPEDEIRO
1 INTRODUÇÃO
Agora, acadêmico, como você já tem o conhecimento a respeito das
características básicas das bactérias, podemos começar a discorrer da parte
que envolve a interação entrebactéria e hospedeiro, ou seja, como ela é capaz
de ultrapassar nossas barreiras imunológicas e causar uma doença. Como
mencionado anteriormente, nosso corpo deve manter-se em equilíbrio, no entanto,
quando este equilíbrio é afetado por fatores intrínsecos ou extrínsecos, ocorre o
surgimento do processo patológico. Por isso, discutiremos aqui alguns termos
importantes para que você obtenha conhecimento a respeito destas interações.
15
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
2 MICROBIOMA
Nosso microbioma é formado a partir do nosso nascimento. No momento do
parto ocorre o primeiro contato do bebê com o mundo externo e por isso os tipos de
parto influenciam nesta colonização. No parto cesariano, como o bebê é retirado via
abdomen, o primeiro contato será com a pele da mãe, portanto, a população bacteria-
na será composta pelos gêneros Staphylococcus, Corynebacterium e Propoonibacterium.
Já no parto normal, o contato acontece via vaginal, que é composto por uma micro-
biota própria, por isso, a população bacteriana neste bebê será a maior parte com-
posta por Lactobacillus. Com a respiração, introdução alimentar, o fato de gatinhar e
andar, vamos adquirindo o nosso microbioma ao longo da vida (Figura 7).
16
TÓPICO 2 — RELAÇÃO BACTÉRIA X HOSPEDEIRO
17
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
resultados. Para finalizar, ele cultivou a amostra em meios de cultura e assim ob-
teve o crescimento da bactéria, comprovando o agente causal da afecção (Figura
9). Através deste postulado, Koch pode determinar que (MADIGAN et al., 2016):
18
TÓPICO 2 — RELAÇÃO BACTÉRIA X HOSPEDEIRO
19
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
20
TÓPICO 2 — RELAÇÃO BACTÉRIA X HOSPEDEIRO
NTE
INTERESSA
Link 1: https://bit.ly/3nSIluH
Link 2: https://bit.ly/3nSIluH
DICAS
21
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
22
AUTOATIVIDADE
1 Leia o texto
Fonte: Obesidade e bactérias, de D. Varella. Carta Capital, out. 2013. Disponível em: <https://
bit.ly/3ukmej4>.
a) ( ) Comensalismo.
b) ( ) Parasitismo.
c) ( ) Protocooperação.
d) ( ) Amensalismo.
e) ( ) Epifitismo.
23
c) ( ) Associação constante patógeno-hospedeiro; isolamento do patógeno; inocu-
lação do patógeno e reprodução dos sintomas; e reisolamento do patógeno.
d) ( ) Isolamento do patógeno; inoculação do patógeno e reprodução dos sintomas;
associação constante patógeno-hospedeiro; e reisolamento do patógeno.
3 Alexander Fleming foi um médico inglês que se destacou por um feito muito
importante: a descoberta da penicilina. Essa substância, que foi descoberta ao
acaso, é produzida por um fungo e é capaz de matar bactérias. Surgiu aí o pri-
meiro antibiótico da história da humanidade, o qual até hoje é utilizado para o
tratamento de algumas doenças bacterianas, tais como a sífilis. A relação esta-
belecida entre o fungo produtor da penicilina e a bactéria é um caso de:
a) ( ) canibalismo.
b) ( ) comensalismo.
c) ( ) amensalismo.
d) ( ) parasitismo.
e) ( ) colônia.
a) ( ) 1, 2, 3, 4, 5, 6,e 7.
b) ( ) 1, 3, 2, 7, 5, 4 e 6.
c) ( ) 2, 3, 7, 5, 4, 1 e 6.
d) ( ) 2, 1, 3, 5, 4, 7 e 6.
e) ( ) 2, 5, 1, 3, 7, 4 e 6.
24
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
1 INTRODUÇÃO
25
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
Dessa forma, tal situação também pode ocorrer em nosso sistema gas-
trointestinal. As chamadas intoxicações alimentares são um exemplo. Ao entrar-
mos em contato com alimentos contaminados, estes terão a capacidade de causar
desequilíbrio no microbioma, provocando danos intestinais. Nos próximos itens,
iremos abordar sobre nossas barreiras, ou as chamadas portas de entrada.
No geral, infecções causadas por bactérias ou fungos precisam ter uma aber-
tura da pele para se instalar e, muitas vezes, estes microrganismos estão presentes
de forma concomitante em uma lesão. No caso dos fungos, temos algumas doenças
que denominamos de doenças de implantação, como é o caso da Cromoblastomi-
cose, uma doença fúngica que ocorre apenas quando o indivíduo sofre uma lesão
inicial, estando associadas a espinhos de plantas e lascas de madeira.
26
TÓPICO 3 — MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
2.3 ADERÊNCIA
Além das portas de entrada, os microrganismos possuem algumas es-
truturas que facilitam a sua invasão. Praticamente, todos os microrganismos
possuem um mecanismo de adesão aos tecidos dos hospedeiro e para a maioria
dos patógenos, esta capacidade é denominada aderência ou adesão. Este recurso
ocorre porque o microrganismo tem a capacidade de se ligar a moléculas presen-
tes nas superfícies celulares de seus hospedeiros.
Os estudos até o momento têm demonstrado que estas adesinas são cons-
tituídas de glicoproteínas e lipoproteínas. As adesinas podem ter variações em
suas estruturas, como também diferentes receptores, podendo ser encontradas
em diferentes células do hospedeiro. As adesinas podem estar localizadas no gli-
cocálice ou em outras estruturas de superfície dos microrganismos, como pili,
fímbrias e flagelos (TORTORA et al., 2017).
27
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
Sua patogênese (Figura 12) ocorre devido à adesão mediada por flagelos e
por pili tipo IV, como demonstrado na figura abaixo. Isso possibilita que as bactérias
se liguem umas as outras, formando microcolônias. Após a adesão, ocorre o processo
de translocação de sinais intracelulares, através dos quais várias proteínas entram no
enterócito (células intestinais), causando danos, o que desencadeia uma alteração da
28
TÓPICO 3 — MECANISMOS DE PATOGENICIDADE
2.4 CÁPSULAS
Algumas bactérias possuem a capacidade de produzir substâncias deno-
minadas cápsula, ou glicocálice (Figura 13). Esta estrutura fica envolta da parede
celular cuja principal função é impedir que a bactéria seja fagocitada pelas células
de defesa do hospedeiro. As estruturas químicas que compõem a cápsula parecem
impedir que a célula fagocítica consiga se ligar à bactéria. Entretanto, o hospedei-
ro pode produzir anticorpos contra a cápsula e, se estes estiverem presentes no
momento que a bactéria encapsulada entrar, ela então poderá ser facilmente fago-
citada. Exemplos de bactérias que possuem cápsula em sua estrutura são o Strepto-
coccus pneumoniae e a Klebsiella pneumoniae, ambas agentes causais da pneumonia.
29
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
2.6 PLASMÍDEOS
São pequenas moléculas de DNA circular que não são conectadas ao cro-
mossomo bacteriano e que possuem a capacidade de replicação independente do
DNA cromossomal (Figura 14). Uma mesma bactéria pode possuir mais de um
plasmídeo e pode transferir seu(s) plasmídeo(s) para uma outra. Seu DNA não
possui informações essenciais, e sim informações adicionais, que podem garantir
a sobrevivência da bactéria que a possui, dando a ela uma vantagem seletiva.
Existem vários tipos de plasmídeos, cada um com sua respectiva função. Os plas-
mídeos R são responsáveis pela resistência de algumas bactérias frente a alguns
antibióticos. Por terem este tipo de capacidade, podem carregar também fatores
de patogenicidade de uma bactéria (PEREITA et al., 2015; TORTORA et al., 2017).
31
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
NTE
INTERESSA
Assista o vídeo para entender melhor sobre a formação do biofilme, em: ht-
tps://bit.ly/3efujA4
DICAS
Link 1: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/superbacterias.htm
Link 2: http://bioemfoco.com.br/noticia/bacterias-mais-resistentes-mundo/
32
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A pele, por exemplo, é o maior órgão do corpo humano, isto é, nossa maior
barreira.
• As bactérias apenas causam um dano neste tecido caso ocorra uma quebra da
sua integridade.
• Bactérias que causam tétano e gangrena podem ser transmitidas através desta via.
33
AUTOATIVIDADE
PELCZAR Jr, M. J.; CHAN, A. C. S.; KRIEG,, N. R. Microbiologia conceitos e aplicações. São
Paulo, 2008.
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II e IV, apenas.
c) ( ) III e IV, apenas.
d) ( ) I, II e III, apenas.
e) ( ) I, II, III e IV.
34
2 (CONSULPLAN, 2016, Prefeitura de Cascavel-PR - Bioquímico) Algumas
bactérias produzem glicocálice que formam cápsulas em torno de suas pa-
redes celulares. Isso leva a um aumento de sua virulência, porque:
a) ( ) Flagelos, plasmidio.
b) ( ) Citoplasma, Membrana celular.
c) ( ) Ribossomos, cromossomos.
d) ( ) Fibra da calda, cabeça.
35
36
TÓPICO 4 —
UNIDADE 1
PATOGÊNESE BACTERIANA
1 INTRODUÇÃO
2 INVASÃO E PATOGÊNESE
O que se sabe até o presente, é que a partir do momento que ocorre a
adesão da bactéria na célula hospedeira, sucede-se uma cascata de sinalizações
(como mencionado acima a respeito da Echerichia coli enteropatogênica) e também
interações entre estruturas, que acabam permitindo a bactéria penetrar na célula
hospedeira. Sabe-se que a proteína actina presente no citoesqueleto das células
eucarióticas são utilizadas por alguns microrganismos para movimentarem-se
entre diferentes células humanas (AGOSTINHO et al., 2020).
37
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
38
TÓPICO 4 — PATOGÊNESE BACTERIANA
39
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
Os genes responsáveis por codificar a maioria das exotoxinas estão nos plasmí-
deos ou fagos bacterianos. São toxinas altamente solúveis e por isso quando liberadas
pela bactéria, podem fluir rapidamente pelo sangue. Em altas quantidades podem ser
letais, apenas 1 miligrama da exotoxina botulínica é suficiente para matar. Como men-
cionado acima, as intoxicações alimentares não são consideradas infecções, e sim a ação
da exotoxina no corpo do hospedeiro (MADIGAN et al., 2016; TORTORA, et al., 2017).
40
TÓPICO 4 — PATOGÊNESE BACTERIANA
41
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
NTE
INTERESSA
Em: https://bit.ly/33ronhr
Em: https://www.minhavida.com.br/beleza/tudo-sobre/16609-botox
42
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Além de utilizar dos nutrientes, também podem causar danos diretos no local
da infecção.
43
AUTOATIVIDADE
44
4 (CETESB, VUNESP, 2013) Quanto aos fatores de virulência bacteriana, po-
de-se afirmar que:
45
46
TÓPICO 5 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
47
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
48
TÓPICO 5 — RESPOSTA IMUNE CONTRA BACTÉRIAS
1) opsonização;
2) ativaçãodo sistema complemento;
3) promoção da neutralização de bactérias, ou de seus produtos.
49
UNIDADE 1 — SERES MICROSCÓPICOS: UMA VISÃO GERAL
O choque é desencadeado pela LPS que está presente na parede celular bac-
teriana. Assim, um processo exacerbado de produção de citocinas (TNF-α, IL-1, IL-6,
IL-8) é iniciado através de neutrófilos, macrofágos e células endoteliais. Após isso,
ocorre a diminuição do tônus muscular e débito cardíaco, que resulta na hipotensão
e má perfusão tecidual, provocando morte celular. No entanto, experimentos reali-
zados em camundongos por Caille e colaboradores (2004) têm demonstrado que há
como modular essa resposta exacerbada através da administração concomitante de
IL-10 e LPS, o que mostrou uma proteção aos camundongos da morte por choque
séptico, por inibir a produção de IL-12 e a síntese de IFN-γ e TNF-α.
DICAS
50
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para que uma infecção não ocorra, contamos com as barreiras naturais, a res-
posta inata e adaptativa.
• A células TCD4+ secretam IFN-γ, que ativa os macrófagos que levam à pro-
dução aumentada de óxido nítrico (NO) e este por sua vez, tem a função de
destruir a bactéria.
51
• Após isso, ocorre a diminuição do tônus muscular e débito cardíaco, que re-
sulta na hipotensão e má perfusão tecidual, provocando morte celular.
CHAMADA
52
AUTOATIVIDADE
53
cias não bacterianas.
( ) A imunidade inata contrapõe-se à imunidade adquirida, que precisa ser esti-
mulada e adaptada para encontrar o microrganismo antes de se tornar eficaz.
( ) A imunidade inata não está direcionada especificamente contra micro-
-organismos, mas é um mecanismo de defesa inicial e poderoso capaz
de controlar,e até mesmo erradicar,as infecções antes que a imunidade
adquirida se torne ativa.
( ) Cada componente do sistema imunológico inato pode reconhecer muitas
bactérias, vírus ou fungos como, por exemplo, os fagócitos que expres-
sam receptores para o lipopolissacarídeo bacteriano (LPS, também cha-
mado de endotoxina) presente em muitas espécies bacterianas, mas que
não é produzido pelas células dos mamíferos.
( ) Os receptores do sistema imunológico inato estão codificados na linhagem
germinativa, não sendo produzidos pela recombinação somática dos genes.
a) ( ) V, F, F, V, F.
b) ( ) F, V, V, F, F.
c) ( ) F, V, F, V, V.
d) ( ) V, F, V, F, F.
54
REFERÊNCIAS
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE PRÁTICA NA APRENDIZAGEM. CiarU-
FG, 2021. Disponível em: https://bit.ly/2RpqO1a. Acesso em: 18 jan. 2021.
COSTA E COSTA, I. A.; MATA, M. R.; SOUZA, M. C et al. Urinary tract infection caused
by escherichia coli: literature review. SALUSVITA, Bauru, v. 38, n. 1, p. 155-193, 2019.
55
INFOESCOLA. Plasmídio, 2021. Disponível em: https://bit.ly/3tdh1bv. Acesso
em: 15 jan. 2021.
MURRAY, P. R. Microbiologia Médica Básica. São Paulo: Ed. Guanabara Koogan, 2018.
ROBERT, K. London Scholl of Hygiene & Medicine, 2021. Disponível em: ht-
tps://bit.ly/33dNbcu. Acesso em: 15 jan. 2021.
TIBA, M. R.; NOGUEIRA, G. P.; LEITE, D. S. Estudo dos fatores de virulência as-
sociados à formação de biofilme e agrupamento filogenético em Escherichia coli
isoladas de pacientes com cistite. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical. v. 42, n. 1, p. 58-62, 2009.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. Porto Alegre: Artmed, 2012.
56
UNIDADE 2 —
LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA
CLÍNICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao fim do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
57
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o
conteúdo apresentado.
CHAMADA
58
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
ESTRUTURA E BIOSSEGURANÇA NO
LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
1 INTRODUÇÃO
TUROS
ESTUDOS FU
59
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
60
TÓPICO 1 — ESTRUTURA E BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Patogenicidade
Modo de transmissão
Estabilidade do agente
Capacidade de disseminação
Gravidade da infecção
Endemicidade
Profilaxia terapêutica
61
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
1. Acesso controlado.
2. Pia para lavar as mãos.
3. Política de alerta de perigos acentuados.
4. Equipamento de proteção individual.
5. Bancada de laboratório.
6. Autoclave.
62
TÓPICO 1 — ESTRUTURA E BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
1. Acesso controlado
2. Pia para lavar as mãos
3. Política de alerta de perigos acentuados
4. Dispositivo de contenção física
5. Equipamento de proteção pessoal
6. Bancada de laboratório
63
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
1. Vedação ao desinfetar.
2. Fechamento automático, acesso de porta dupla e acesso controlado.
3. Chuveiro pessoal fora do laboratório (melhoria baseada em risco).
4. Política de alerta de perigos acentuados.
5. Pia para lavar as mãos.
6. Penetrações seladas.
7. Dispositivo de contenção física.
8. Respirador purificador de ar alimentado (aumento baseado em risco).
9. Bancada de laboratório.
10. Autoclave.
11. Filtro HEPA de exaustão (aprimoramento baseado em risco).
12. Sistema de descontaminação de efluentes (melhoria baseada em risco).
64
TÓPICO 1 — ESTRUTURA E BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
1. Vedação ao ar.
2. Fechamento automático, acesso de porta dupla e acesso controlado.
3. Política de alerta de perigos acentuados.
4. Pia para lavar as mãos.
5. Penetrações seladas.
6. Dispositivo de contenção física.
7. Roupa de proteção de pressão positiva.
8. Bancada de laboratório.
9. Autoclave.
10. Chuveiro químico para fora.
11. Chuveiro pessoal para fora.
12. Filtro HEPA de alimentação e exaustão.
13. Sistema de descontaminação de efluentes.
FONTE: Adaptado de Center for Preparedness and Response - CDC (2020) e ANVISA (2013)
65
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Existem três tipos de CSB e cada uma é proporcional ao nível de risco bio-
lógico manipulado. Elas possuem sistemas de exaustão, filtração, confinamento e
laminaridade do fluxo de ar, o que as permite reter contaminantes de proporções
microscópicas. A figura 1 e o quadro 4 descrevem os tipos de CSB.
66
TÓPICO 1 — ESTRUTURA E BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
67
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
DICAS
Leia o texto:
Afinal você sabe qual a importância da biossegurança?
Disponível em:
https://bit.ly/3nKEAY4
68
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existem três tipos de CSB e cada uma é proporcional ao nível de risco bioló-
gico manipulado.
69
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 0
b) ( ) 1
c) ( ) 2
d) ( ) 3
e) ( ) 4
70
agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, cujo
risco de propagação na comunidade e de disseminação no meio ambiente
é limitado, não constituindo em sério risco a quem os manipula em condi-
ções de contenção, pois existem medidas terapêuticas e profiláticas eficientes.
Exemplo: Toxoplasma spp. Qual a classe de risco biológico descrita acima?
a) ( ) Risco 2.
b) ( ) Risco 1.
c) ( ) Risco 4.
d) ( ) Risco 3.
71
72
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Na rotina de um laboratório são utilizados Procedimento Operacional Pa-
drão (POPs), para que se mantenha o controle de qualidade nas técnicas realiza-
das. Todo laboratório de microbiologia depende, antes de mais nada, de uma boa
qualidade da amostra e do controle de qualidade das análises. Para isso, o mate-
rial coletado deve ser representativo do processo infeccioso investigado, devendo
ser eleito o melhor sítio da lesão, evitando contaminação com as áreas adjacentes.
Além disso, muitos materiais não são coletados próximos aos locais de análise,
nem analisados imediatamente, logo, é necessário que ocorra um bom transporte
e condicionamento da amostra, até que chegue ao laboratório (BRASIL, 2004).
73
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
E
IMPORTANT
Nunca devemos esquecer que o procedimento da coleta deve ser muito cui-
dadoso. Seja pela segurança do paciente ou pela segurança do coletador. Todo cuidado é
pouco, portanto, siga os protocolos preestabelecidos.
74
TÓPICO 2 — COLETA, TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO DE AMOSTRAS EM MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Amostras inadequadas devem ser devidamente rejeitadas, uma vez que o critério
de recebimento implica diretamente na correlação clínico/laboratorial. O microbiologista
ou responsável pela rotina deverá verificar se a amostra está apropriadamente
identificada, se a quantidade de material é suficiente e observar o aspecto da amostra –
purulento, límpido, hemorrágico etc. (BRASIL, 2004; PROCOP et al., 2018).
Frascos e Meios de
Amostra Tempo Crítico
Transporte
Líquor Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril.
Líquido pleural Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril.
Tubo seco estéril ou
Swab Imediatamente (não refrigerar)
meio semissólido (Stu-
art, Amies).
Meio de transporte
Suspeita de anaeró- apropriado e evitar o
30 minutos
bios transporte em seringa
com agulha.
30 minutos de ou até 12 horas Meio de transporte
Feridas e tecidos
(meio de transporte) apropriado.
Frascos com meios de
Hemocultura 30 minutos (não refrigerar) cultura para rotina ma-
nual ou automatizada.
Trato respiratório 30 minutos Tubo seco estéril.
Trato gastrointestinal 1 hora Tubo seco estéril.
Urina 1 hora ou refrigerada até 24 horas Pote seco estéril.
Cary Blair meio modi-
ficado para transporte
de fezes, com pH 8,4.
Boa recuperação tam-
Fezes 12 horas se em meio de transporte
bém fezes, com pH
8,4. Boa recuperação
também para Vibriosp e
Campylobacter.
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
75
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
76
TÓPICO 2 — COLETA, TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO DE AMOSTRAS EM MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Preparo da paciente
Recomenda-se:
• Não estar em período menstrual.
• Não se deve utilizar ducha e cremes vaginais na véspera da coleta.
• Faz-se necessário abstinência sexual por três dias.
Procedimento
• O especulo deve ser inserido (sem lubrificante; usar água morna) na vagina.
• Remover o excesso de muco cervical com swab de algodão.
• Os swabs indicados devem ser inseridos, rodar por alguns segundos sobre o
fundo do saco, retirar e voltar aos meios indicados no kit:
- Com o swab seco: realizar as lâminas para bacterioscopia da secreção fresca.
- Com o swab do meio de transporte para cultura aeróbia/fungos.
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
77
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Procedimento
Crianças
Deve-se realizar assepsia rigorosa prévia dos genitais com água e sabão neutro,
e posterior secagem com gaze estéril.
Modo de coleta
O jato intermediário (jato médio) espontâneo é o ideal. Bem indicado em crian-
ças que urinam sob comando, usado também em lactentes. Em lactentes pode-se
usar o saco coletor de urina, porém a troca deve ser realizada de 30 em 30 mi-
nutos e, ao trocar o coletor, refazer a assepsia. Em casos especiais (RN, lactentes
de baixo peso, resultados repetidamente duvidosos) o indicado é punção vesical
suprapúbica (este procedimento deve ser realizado por um médico).
Observação:
Não aceitar, sem exceção, as coletas de 24 horas dos materiais clínicos para cul-
tura, particularmente de urina para o isolamento de micobactérias, devido a
possível contaminação do material.
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
79
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
A. Os lábios vaginais são separados com os dedos e limpos com uma compressa
de gaze de 10 × 10 cm impregnada com água e sabão.
B. A parte do meio do jato de urina é recolhida em um recipiente estéril.
E
IMPORTANT
Procedimento
• A coleta deve ocorrer antes do uso de antibióticos.
• Deve-se lavar as mãos e secá-las.
• Primeiramente deve-se remover os selos da tampa dos frascos de hemocul-
tura e realizar assepsia prévia nas tampas com álcool 70%.
• Em seguida garrotear o braço do paciente e selecionar uma veia adequada.
Fazer a antissepsia com álcool 70% de forma circular e de dentro para fora.
Aplicar solução de iodo (tintura de iodo 1% a 2% ou PVPI 10%) também com
movimentos circulares e de dentro para fora. Após a aplicação deixar secar
por um a dois minutos antes de efetuar a coleta.
• Coletar a quantidade de sangue e o número de amostras recomendados no
pedido médico.
• Posteriormente remover o iodo do braço do paciente com álcool 70% para
evitar reação alérgica.
• Realizar a identificação dos frascos com todas as informações padronizadas.
• Enviar ao laboratório juntamente com a solicitação médica devidamente
preenchida.
Observações:
• Não é recomendada a técnica de coleta através de cateteres ou cânulas.
• Deve-se dar preferência a punção venosa.
• Não trocar de agulhas entre a punção de coleta e distribuição do sangue no
frasco de hemocultura.
81
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Adultos e Adolescentes
• Em casos de Endocardite bacteriana aguda: coletar três amostras de punções
venosas diferentes (braço direito e esquerdo), com intervalo de 15 a 30 minu-
tos, 1 a 2 horas antes da antibioticoterapia.
• Em Endocardite bacteriana subaguda: coletar três amostras, nas primeiras
24 horas, com intervalo mínimo de 15 minutos, com punções venosas dife-
rentes. Colher, as duas primeiras antes do início da febre. Se após 24 horas
de cultivo não apresentar crescimento bacteriano, colher mais três amostras.
• Nas infecções sistêmicas e localizadas como sépsis aguda, meningite, osteo-
mielite, artrite ou pneumonia bacteriana aguda: deve-se coletar duas amos-
tras de punções venosas diferentes, antes da antibioticoterapia, com intervalos
de cinco minutos entre as punções. Se possível, 10 ml a 20 ml por amostra.
• Bacteremia de origem indeterminada: deve-se coletar quatro a seis amostras
de punções venosas diferentes em 48 horas. Se, após 24 horas de cultivo, não
apresentarem crescimento bacteriano, colher mais duas amostras.
• Paciente com picos febris regulares: coletar não mais que três amostras antes
do início da febre (1 hora); evitar o pico febril.
Crianças
• Recomenda-se coletar amostras com 0,5 ml a 3 ml.
• Duas culturas são recomendadas para diagnóstico de bacteremias em re-
cém-nascidos.
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
DICAS
82
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
83
AUTOATIVIDADE
1 A urina é um material de coleta simples, não invasiva e indolor, e seu exame for-
nece importantes informações, tanto do sistema urinário quanto do metabolismo
e de outras partes do corpo. É correto afirmar que para este exame deve-se:
85
86
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NA
MICROBIOLOGIA CLÍNICA
1 INTRODUÇÃO
88
TÓPICO 3 — PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NA MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Material utilizado
• Solução Salina (0,85%)
• Lâmina
• Lamínula
Técnica
• Primeiramente deve-se adicionar uma gota de solução salina no centro de
uma lâmina, em seguida, suspender uma colônia ou uma alçada do material
a ser investigado.
• Adicionar uma lamínula e examiná-la no microscópio, com objetiva de 40X
ou 100X com a adição de óleo de imersão.
FONTE: O autor (2021)
89
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Material:
• Lâminas de vidro limpas e desengorduradas 7,5 cm x 2,5 cm
• Alça bacteriológica
• Salina estéril
• Bico de Bunsen
• Material Clínico
• Swab estéril (quando necessário)
Procedimento:
• Primeiramente deve-se identificar a lâmina de maneira segura.
• O swab deve ser passado em movimentos suaves para a não destruição das células.
• Utilizar chama para a fixação.
• Caso o material seja escasso, demarcar a área do esfregaço.
• Para finalizar aplicar a coloração apropriada.
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
90
TÓPICO 3 — PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NA MICROBIOLOGIA CLÍNICA
91
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Cultura em caldo
• Adicionar duas gotas para uma lâmina limpa utilizando alça bacterioló-
gica ou pipeta.
• Preparar o esfregaço, espalhando de forma suave o material.
Meio sólido
• Adicionar uma gota de salina estéril em uma lâmina limpa.
• Com o auxilio de uma alça bacteriológica transferir uma parte de colônia
para a lâmina.
• Com movimentos suaves misturar para obter um esfregaço levemente turvo
e homogêneo.
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
92
TÓPICO 3 — PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NA MICROBIOLOGIA CLÍNICA
• Precipitação do corante.
• Utilização de lâminas sujas.
• Espessura do esfregaço.
• Superaquecimento na fixação.
• A descoloração insuficiente com álcool-acetona.
• Coleta ou meios de transportes e conservantes inadequados.
• Contaminação do corante.
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
E
IMPORTANT
A técnica de Gram não deve ser utilizada para identificar micobactérias, no en-
tanto, surge a dúvida: Se caso um material contendo micobactérias forem corados pela téc-
nica de Gram, como esses microrganismos se apresentariam na visualização microscópica?
Apesar da camada lipídica da estrutura externa, as micobactérias possuem uma camada
significativa de peptidoglicanos, logo, no Gram podem apresentar-se semelhantes às bac-
térias gram-positivas.
93
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
94
TÓPICO 3 — PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NA MICROBIOLOGIA CLÍNICA
• Crescimento bacteriano.
• Isolamento bacteriano.
• Estudo da morfologia colonial.
• Pesquisa de patogenicidade.
• Pesquisa das características bioquímicas.
FIGURA 4 – MEIOS DE CULTURA LÍQUIDO, SÓLIO E SEMISSÓLIDO (DA ESQUERDA PARA DIREITA)
96
TÓPICO 3 — PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NA MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Objetivo
• Crescimento em meio de cultura a fim de:
O armazenamento da bactéria;
O conhecer seu metabolismo em uma prova “bioquímica”;
O estudar sua capacidade de crescimento ou não no meio de cultura.
Procedimento
• Como demonstrado na figura abaixo, deve-se utilizar o tudo com Ágar in-
clinado. Assepticamente, semear o microrganismo com auxílio de alça ou
agulha de níquel cromo, fazendo estrias na superfície (ápice) do meio.
Objetivo
• Avaliação da motilidade do microrganismo no Agar Semissólido.
Procedimento
• Com o auxílio de uma agulha de níquel cromo, semear a amostra, fazendo
uma picada no centro do meio de cultura penetrando até a metade da sua
altura. Após o período de incubação interpretar o resultado:
O bactéria móvel: crescimento espalhado por todo meio de cultura.
O bactéria imóvel: crescimento apenas no local da picada.
97
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Objetivo
• Obtenção colônias isoladas, o que permite distinguir os diferentes micror-
ganismos.
Procedimento
• Com o auxílio de uma alça de níquel semear o material ou a cultura micro-
biana, em formato de estrias na superfície do meio de cultura da placa de
Petri, como apresentado na figura acima. Primeiramente se faz um “Esgota-
mento” Inicial. Em seguida, faz-se sequências de estrias de modo a obter o
esgotamento do inoculo da alça para que os microrganismos desenvolvam
formando colônias isoladas. É necessário realizar a flambagem da alça entre
cada sequência de estrias.
Objetivo
• Realizar da contagem de Unidade Formadora de Colônias (UFC).
• Para este teste é necessário utilizar alças calibradas com volumes que em
geral são de 1, 10 ou 100 μL.
• O número de UFC obtido deverá ser multiplicado pelo fator de correção
para 1 ml, relativo ao volume inoculado; 1.000, 100 ou 10, respectivamente.
Procedimento
• Homogeneizar o material.
• Com o auxilio da alça calibrada obter o volume definido.
• Sem flambar a alça, distribuir o material em linha reta até a outra extremidade.
Perpendicularmente, distribuir o material por toda a superfície de maneira uni-
forme. Repetir o mesmo procedimento por 3 vezes, ou até que a superfície da pla-
ca esteja seca, alterando a direção da estria, como demonstrado na imagem acima.
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
Uma vez que a cultura foi realizada, o crescimento, bem como as colônias,
precisa ser avaliado. Uma das primeiras avaliações se dá quanto à morfologia co-
lonial. O Quadro 26 descreve esses aspectos. As características bioquímicas serão
discutidas nos tópicos seguintes para cada subtipo bacteriano.
98
TÓPICO 3 — PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS NA MICROBIOLOGIA CLÍNICA
DICAS
99
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
O crescimento bacteriano;
O isolamento bacteriano;
O estudo da morfologia colonial;
O pesquisa de patogenicidade;
O pesquisa das características bioquímicas.
• Uma vez que a cultura foi realizada, o crescimento, bem como as colônias, precisa
ser avaliado. Uma das primeiras avaliações se dá quanto à morfologia colonial.
100
AUTOATIVIDADE
a) ( ) II - I - III - IV
b) ( ) II - I - IV - III
c) ( ) IV - I - II - III
d) ( ) IV - I - III - II
e) ( ) IV - III - II - I
a) ( ) F, V, V, F, V.
b) ( ) V, F, F, V, F.
c) ( ) F, V, F, F, V.
d) ( ) V, V, F, F, V.
e) ( ) F, V, F, V, F.
101
3 (INSTITUTO AOCP - EBSERH, Biomédico, CH-UFPA, 2016) O crescimento
de microrganismos nos diferentes meios de cultura utilizados fornece as
primeiras informações para a sua identificação. É importante conhecer o
potencial de crescimento de cada meio de cultura e adequar ao perfil bacte-
riano esperado para cada material. Um meio de cultura muito utilizado é o
ágar sangue (AS). Qual é sua principal finalidade?
102
TÓPICO 4 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Com exceção das enterobactérias, as bactérias gram-positivas (particular-
mente os cocos) constituem os microrganismos isolados com mais frequência em
amostras clínicas. Essas bactérias estão disseminadas na natureza e podem ser
isoladas do ambiente ou como habitantes comensais da pele, das mucosas e de
outras partes do corpo dos seres humanos e animais (PROCOP et al., 2018).
2 COCOS GRAM-POSITIVOS
Considerando os cocos gram-positivos (CGP), três gêneros têm importância
clínica, uma vez que são encontrados na ampla maioria dos casos. No Quadro 27
estão relacionados os principais gêneros e espécies de CGP.
103
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
S. pyogenes
S. pneumoniae
Streptococcus sp.
S. agalactiae
Streptococcus do grupo viridans
E. faecalis
Enterococcus sp.
E. faecium
FONTE: Adaptado de Procop et al. (2018)
104
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
E
IMPORTANT
Pneumonias.
Bacteremias.
Infecções de pele e tecidos moles.
Infecções relacionadas ao uso de próteses e cateteres
venosos.
Infecções do trato urinário.
Meningites.
FONTE: Adaptado de Murray et al. (2018)
105
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
106
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
Doenças Piogênicas
• Impetigo: infecção cutânea localizada, caracterizada por vesículas cheias de
pus sobre uma base avermelhada ou eritematosa; observada principalmente
na face e nos membros; acomete principalmente crianças.
• Foliculite: impetigo envolvendo os folículos pilosos, como os da barba.
• Furúnculos (abscessos) e carbúnculos: grandes nódulos cheios de pus; po-
dem avançar para camadas mais profundas da pele e se espalhar para o
sangue e outras áreas do corpo.
• Infecções de ferida: caracterizadas por eritema e pus em locais de trauma
ou cirurgia; mais difícil de tratar se houver um corpo estranho (p.ex., tala,
sutura cirúrgica); a maioria das infecções, tanto na comunidade quanto nos
hospitais, é causada por MRSA; surtos recorrentes de infecções são comuns.
• Pneumonia: formação de abscessos nos pulmões; observada principalmente
em indivíduos muito jovens ou muito velhos, frequentemente após infec-
ções virais do trato respiratório.
• Endocardite: infecção do endotélio cardíaco; pode progredir rapidamente e
está associada a uma alta taxa de mortalidade.
• Osteomielite: destruição óssea, particularmente nas áreas altamente vascu-
larizadas dos ossos longos, em crianças.
• Artrite séptica: infecção das articulações, caracterizada por inchaço, vermelhi-
dão, com acúmulo de pus; é a causa mais comum de artrite séptica em crianças.
Doenças provocadas por toxinas
• Intoxicação alimentar: após o consumo de alimento contaminado com a
enterotoxina termoestável, manifesta-se rapidamente (de 2 a 4 horas), por
meio de vômito frequente, diarreia e dores abdominais, mas regride em 24
horas. A intoxicação é rápida porque a toxina já é pré-formada no alimento,
diferentemente de uma infecção, em que as bactérias teriam que crescer e
produzir toxina no intestino.
• Síndrome da pele escaldada: bactérias em uma infecção localizada produ-
zem a toxina que se espalha pelo sangue, provocando a formação de bolhas
e descamação da epiderme; manifestação quase que exclusivamente obser-
vada em crianças muito novas
• Síndrome do choque tóxico: bactérias em uma infecção localizada produ-
zem a toxina que afeta vários órgãos; caracterizada inicialmente por febre,
hipotensão e uma erupção eritematosa macular difusa. Altas taxas de morta-
lidade podem estar associadas a esta doença, a menos que antibióticos sejam
administrados imediatamente e a infecção local seja controlada.
FONTE: Adaptado de Murray et al. (2018)
107
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
E
IMPORTANT
A: Todos conjuntamente.
B: Beta-hemólise.
C: Alfa-hemólise.
D: Gama-hemólise.
Outra forma de classificá-los foi descrita, segundo Procop et al. (2018), por
Rebeca Lancefield, em 1918, e foi baseada na composição antigênica da parede
celular dos Streptococcus spp. Conforme essa classificação, eles estão dispostos em
20 grupos sorológicos designados por letras maiúsculas do alfabeto (A, B, C, D, E,
F, G, H, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U e V), como mostra o Quadro 33.
Entre os Streptococcus spp., as espécies que mais chamam atenção na rotina clí-
nica são o Streptococcus pyogenes, o Streptococcus agalactiae e o Streptococcus pneumoniae.
TUROS
ESTUDOS FU
NOTA
110
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
TUROS
ESTUDOS FU
A meningite é uma infecção grave que afeta as meninges com cefaleia, febre
e sepse. Possui alta mortalidade e deficiências neurológicas graves nas pessoas que sobre-
vivem à doença. Existem vacinas para alguns tipos de meningite? Que tal pesquisar sobre.
111
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
E
IMPORTANT
Cocos
Prova Bioquímica Características
Gram-positivos
Realizado em cepas coagulase ne-
Teste da resistência a
gativas. As cepas de S. saprophyticus
Novobiocina
são resistentes.
Prova da Coagulase (Lâ-
Staphylococcus Positividade identifica S. aureus
mina ou tubo)
Teste Dnase Positividade identifica S. aureus
Crescimento em ágar
Positividade identifica S. aureus
manitol
Teste da bacitracina Positividade identifica S. pyogenes
Teste de CAMP Positividade identifica S. agalactiae
Teste de Hipurato Positividade identifica S. agalactiae
Streptococcus Positividade identifica S. pyogenes
PYR
ou Enterococcus
Teste da Optoquina Positividade identifica S. pneumoniae
Teste da Bile
Positividade idenfitica S. pneumoniae
solubilidade
Positividade identifica Entecococ-
Bile esculina
cusspp
Enterococcus
Crescimento em BHI +
Positividade identifica Entecococcusspp
NaCl 6,5%
FONTE: <https://bit.ly/3eemr1Q>. Acesso em: 15 mar. 2021.
DICAS
113
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Introdução
114
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
meticilina, que é uma penicilina semissintética, no entanto por volta do ano 1961,
na Inglaterra, foi descrito a primeira cepa de Staphylococcus aureus resistente à
meticilina (MRSA) (JEVONS, 1961).
115
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
Staphylococcus
116
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
117
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
O LPS também tem importância laboratorial uma vez que tem função an-
tigênica e varia entre as diferentes espécies no polissacarídeo O. Outros antígenos
amplamente empregados são o antígeno capsular (K) e as proteínas flagelares (H)
(MURRAY et al., 2018).
Essa família tem muita relevância clínica devido aos seus fatores de viru-
lência (Discutidos na unidade 1). Alguns deles são comuns em todos os membros
clinicamente relevantes e estão destacados no Quadro 35.
118
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
NTE
INTERESSA
119
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
120
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
121
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
122
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
DICAS
Você já ouviu falar em KPC? Que tal pesquisar sobre? Iremos discutir os testes
de sensibilidade a antimicrobianos na próxima unidade.
3.2.3 Proteusmirabilis
O membro mais comum do gênero Proteusé o P. mirabilis, constituinte do mi-
crobioma humano (TGI), é causa importante de infecção do trato urinário em adul-
tos normalmente saudáveis. O P. mirabilisproduz grande quantidade de urease, uma
enzima que quebra a ureia em dióxido de carbono e amônia. Esse processo aumenta
o pH da urina, produzindo magnésio e cálcio na forma de cristais de estruvita e apa-
tita, respectivamente, levando à formação de cálculos renais. Outras bactérias que
infectam o trato urinário e produzem urease que podem causar o mesmo efeito são
os Staphylococcus saprophyticus (PROCOP et al., 2018; MURRAY et al., 2018).
123
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
NTE
INTERESSA
Uma vez que cepas de Salmonella spp. são encontradas em aves, é muito
comum relacionar infecções de causa alimentar a esse microrganismo. Lembrou daquela
maionese com ovo estragada?
124
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
125
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
126
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
127
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
FIGURA 11 – AGAR TRIPLE SUGAR IRON (TSI) UTILIZADO PARA IDENTIFICAÇÃO PRESUNTIVA
DE ENTEROBACTÉRIAS
128
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
• Tubo de Rugai
• Meio IAL ou Enterokit
• Meios EPM-MiLi-Citrato
• Sistema Bactray®
• Fermentação da glicose
• Fermentação da lactose
• Motilidade
• Utilização de citrato
• Descarboxilação da lisina
• Produção de sulfeto de hidrogênio (H2S)
• Produção de gás (CO2)
• Oxidase
• Produção de indol
• Produção de urease
• Produção de fenilalanina desaminase
129
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
DICAS
130
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
131
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
132
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
4.1.2 Burkholderiacepacia
B. cepacia é um complexo de várias espécies estreitamente relacionadas,
que colonizam e causam doenças em determinados grupos de pacientes: portado-
res de fibrose cística, pacientes com doença granulomatosa crônica (DGC – uma
imunodeficiência primária na qual os leucócitos têm deficiência na capacidade de
eliminação de microrganismos intracelulares), ou cateteres vasculares ou do tra-
to urinário. Diferentemente da P. aeruginosa, a B. cepacia apresenta relativamente
poucos fatores de virulência (MURRAY et al., 2018).
133
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
134
TÓPICO 4 — PRINCIPAIS BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA: ISOLAMENTO E
IDENTIFICAÇÃO
135
UNIDADE 2 — LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA
DICAS
136
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• As doenças causadas pelo S. aureus são classificadas em dois grupos: Piogênicas lo-
calizadas ou “produtoras de pus” e hidrolíticas e citotoxinas causadas por toxinas.
• Entre os Streptococcus spp., as espécies que mais chamam atenção na rotina clínica
são o Streptococcus pyogenes, o Streptococcus agalactiae e o Streptococcus pneumoniae.
137
• E. coli é o mais comum e importante membro das enterobactérias, uma vez
que está associada a maior parte das infecções por membros dessa família,
incluindo gastroenterite e infecções extraintestinais, como infecções do trato
urinário, meningites e sepses.
CHAMADA
138
AUTOATIVIDADE
139
a) ( ) Staphylococcus aureus.
b) ( ) Streptococcus pneumoniae.
c) ( ) Streptococcus agalactiae.
d) ( ) Enterococcus faecalis.
e) ( ) Nenhuma das espécies acima
140
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de
Infecção em Serviços de Saúde. Edição Comemorativa para o IX Congresso Brasilei-
ro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar Salvador, 30 de agosto a 3 de
setembro de 2004. Editora Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), 2004.
141
142
UNIDADE 3 —
MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS
E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A
ANTIMICROBIANOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao fim do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANOS DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 – MICOBACTÉRIAS
CHAMADA
143
144
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
MICOBACTÉRIAS
1 INTRODUÇÃO
145
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
I- Macrófago
II- Leucócitos
III- Granuloma
IV- M. tuberculosis
146
TÓPICO 1 — MICOBACTÉRIAS
147
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
NOTA
148
TÓPICO 1 — MICOBACTÉRIAS
A - Mycobacterium tuberculosis
B e C - Mycobacterium não-tuberculosis
ATENCAO
Os meios líquidos de cultura são mais rápidos, mas podem resultar falsos posi-
tivos para outras micobactérias não tuberculosas simbióticas apenas no ser humano.
Uma limitação deste método é que como é capaz de detectar bacilos mor-
tos ou inviáveis, não deve ser utilizado para casos de retratamento (reingresso
pós-abandono e recidiva), sendo recomendado para infecções primárias. A técni-
ca pode ser utilizada em diferentes amostras, como: escarro, lavado broncoalveo-
lar e líquor (PROCOP, 2018; MURRAY, 2018).
NOTA
DICAS
150
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
151
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Aerobiose estrita.
b) ( ) Coram-se pela mistura fucsina mais ácido fênico aquecido, que penetra no
citoplasma e resistem à descoloração com uma mistura de ácido e álcool.
c) ( ) Os bacilos apresentam-se como bastonetes finos, corados em vermelho,
sobre fundo corado em azul.
d) ( ) A bacterioscopia do escarro pela coloração de Ziehl-Neelsen é um método
simples, porém de extrema valia no diagnóstico da tuberculose pulmonar.
e) ( ) No método de coloração de Ziehl-Neelsen outras espécies de micobac-
térias podem se corar. Assim o resultado do B.A.A.R. positivo num es-
carro implica na ideia de que se trata do M. tuberculosis com margem
grande de segurança e deve ser encarado como um valor absoluto.
152
3 (Prefeitura de João Pessoa-PB, 2018) Sobre a tuberculose, é correto afirmar que
a) ( ) I e II.
b) ( ) I e III.
c) ( ) II e IV.
d) ( ) III e IV.
153
154
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
TESTES DE SENSIBILIDADE A
ANTIMICROBIANOS (TSA) E
ANTIBIÓTICOS
1 INTRODUÇÃO
155
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
UNI
156
TÓPICO 2 — TESTES DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS (TSA) E ANTIBIÓTICOS
E
IMPORTANT
2.1 AMOSTRA
Como mencionado, as colônias devem ser recentes, cultivadas em intervalo de
18 a 24 horas. As colônias permanecem viáveis para a execução do teste até cerca de 24
horas. Caso não seja realizado, faz-se necessário fazer o repique, ou seja, semear em
novo meio de cultura para a obtenção de colônias jovens e puras (LABORCLIN, 2019).
2.2 MÉTODOS
Os métodos utilizados na realização do TSA envolvem métodos conven-
cionais e automatizados. Entre os convencionais temos:
157
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
3.1 PROCEDIMENTO
Para a realização do método de difusão em ágar, deve-se retirar as placas
e os discos do refrigerador da geladeira ou freezer cerca de 20 a 30 minutos an-
tes do início do teste para que adquiram a temperatura ambiente (LABORCLIN,
2019). Abaixo, o passo a passo do teste:
158
TÓPICO 2 — TESTES DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS (TSA) E ANTIBIÓTICOS
159
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
DICAS
160
TÓPICO 2 — TESTES DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS (TSA) E ANTIBIÓTICOS
DICAS
161
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
6 MICRODILUIÇÃO EM ÁGAR
Na diluição em Ágar, as concentrações seriadas de antimicrobianos são
adicionados em placa contendo meio de cultura e cada placa contém apenas uma
concentração. Portanto, uma das desvantagens deste teste é a quantidade de pla-
cas que necessitam ser preparadas, geralmente de 6 a 12 placas podem ser neces-
sárias para avaliar a sensibilidade de um antimicrobiano (ANVISA, 2021).
7 MICRODILUIÇÃO EM CALDO
Esta técnica é extremamente vantajosa, pois tem baixo custo, uso reduzido de
materiais, é considerada rápida e é trinta vezes mais sensível do que outros métodos
usados na literatura, permitindo determinar a CIM (ELOFF et al., 1998; COWAN, 1999;
GABRIELSON et al., 2002; LANGFIELD et al., 2004; CUSHNIE; LAMB, 2005; ALVES et
al., 2008; OSTROSKY et al., 2008; SALAZAR-ARANDA et al., 2009; PALOMBO, 2011).
163
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
Vitek®
Vitek-2® (bioMérieux, Hazelwood, MO)
Walk-Away® (DADE, West Sacramento, CA)
BD Phoenix®
A utilização deste método permite a execução mais rápida, pois estes equi-
pamentos realizam a detecção óptica, que pode detectar alterações discretas de
crescimento bacteriano. Além disso, os aparelhos Vitek®, Vitek-2®, Walk-Away®
e BD Phoenix® são capazes de realizar simultaneamente a identificação de bacté-
rias Gram-positivas e Gram-negativas e unir os resultados de identificação e do
TSA em um único relatório (ANVISA, 2021).
164
TÓPICO 2 — TESTES DE SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS (TSA) E ANTIBIÓTICOS
Citrobacter spp.
Detecção de resistência mediada por
Enterobacter spp.
β-lactâmicos B-lactamases cromossômicas induzi-
Serratia spp. e
veis (AmpC)
Providencia spp.
Pseudomonas
β-lactâmicos Falsa sensibilidade e falsa resistência
aeruginosa
Bacilos
Carbapenem Falsa resistência
Gram-negativos
Bacilos
Cefepima Falsa resistência
Gram-negativos
FONTE: <https://bit.ly/3tggV32>. Acesso em: 12 dez. 2020.
165
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
166
AUTOATIVIDADE
167
3 (Prefeitura de Campinas-SP, Biomedicina 2013) Diferentes métodos laboratoriais
podem ser empregados para a realização de testes de sensibilidade a antimicro-
bianos. Entre esses ensaios, está o método de disco-difusão em ágar, o qual é
baseado na presença ou ausência de um halo de inibição em torno do disco. Em
relação ao método de disco-difusão em Ágar, assinale a alternativa incorreta.
168
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
169
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
Penicilina V
Naturais Penicinila G (Benzilpenicilina): Cristalina,
procaína e benzatina
Oxacilina
Semissintéticas
Meticilina
Penicilinas
Ampicilina
Aminopenicilinas
Amoxicilina
Carbenicilina
Carboxipenicilinas
Ticarcilina
Ureidopenicilinas Piperacilina
170
TÓPICO 3 — NOÇÕES GERAIS SOBRE A AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
Cefalexina
Cefadroxila
Primeira Geração
Cefalotina
Cefazolina
Cefoxitina
Cefuroxima
Segunda Geração
Cefaclor
Cefalosporinas
Cefmetazol
Cefotaxima
Terceira Geração Ceftriaxona
Ceftazidima (Anti-Pseudomonas)
Quarta Geração Cefepima
Ceftarolina
Não Classificada
Ceftolozana
Imipenem
Meropenem
Carbapenêmicos
Ertapenem
Doripenem
Monobactâmicos Aztreonam
Ácido clavulânico (Associado com Amo-
xicilina)
Sulbactam (Associado com ampicilina)
Inibidores da betalactamase
Avibactam (Associado com Ceftazidima)
Tazobactam (Associado com piperacilina
ou ceftolozana)
FONTE: Adaptado de Brunton et al. (2019) e Ritterm et al. (2020)
2.1 PENICILINAS
O espectro de ação das penicilinas está vinculado a bactérias Gram-positivas
não produtoras de penicilinase, cocos Gram-negativos, anaeróbios e espiroquetas. As
penicilinas naturais incluem a Penicilina V, a Penicilina G e suas variações, sendo a
G amplamente utilizada. A forma cristalina (sódica/potássica), de uso exclusivamen-
te parenteral, possui meia-vida de 30 minutos a 2 horas, sendo indicada para menin-
gite por Streptococcus pneumonie, Neisseria meniingitidis e sífilis (forma neurológica).
171
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
NOTA
172
TÓPICO 3 — NOÇÕES GERAIS SOBRE A AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
DICAS
173
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
DICAS
Acadêmico, você já deve ter ouvido falar da bactéria KPC (Klebsiella pneumoniae
carbapenemase), certo? A Klebsiella pneumoniae produtora de carbapenemases, popularmente
conhecida como KPC, é uma bactéria restrita ao ambiente hospitalar, cuja característica é a
produção de uma enzima betalactamase denominada carbapenemase, que tem a proprieda-
de de inibir a ação dos antibióticos carbapenêmicos (imipenem, meropenem e ertapenem),
dificultando ou reduzindo as opções terapêuticas disponíveis. Para entender mais sobre essa
superbactéria e as medidas de contenção a infecções hospitalares por ela, leia o texto:
174
TÓPICO 3 — NOÇÕES GERAIS SOBRE A AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
2.2 AMINOGLICOSÍDEOS
Os aminoglicosídeos se ligam ao ribossomo bacteriano, inibindo irreversi-
velmente a síntese proteica e são, em geral, indicados ao tratamento de enterobac-
térias, bacilos Gram-negativos (observar padrão de sensibilidade) e terapêutica
combinada no tratamento de endocardites ou outras infecções graves por cocos
Gram-positivos – situações em que não se pode usar dose única diária.
2.3 MACROLÍDEOS
Os macrolídeos atuam na inibição da síntese proteica, impedindo a fixação
do RNA transportador ao ribossomo e bloqueando a disponibilidade de aminoáci-
dos. Podem apresentar atividade bactericida ou bacteriostática. Os efeitos adversos
incluem náuseas, diarreia, dor abdominal, dispepsia e tonturas. Os dois macro-
lídeos mais amplamente utilizados atualmente são a azitromicina, que apresenta
melhor posologia, e a claritromicina (BRUNTON et al. 2019; RITTERM et al., 2020).
175
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
E
IMPORTANT
176
TÓPICO 3 — NOÇÕES GERAIS SOBRE A AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
2.4 QUILONONAS
São derivadas do composto quinoleína, substância presente em vários al-
caloides e drogas antimaláricas sintéticas. Apresentam ação bactericida, agindo por
inibição da DNA-girase. As quinolonas podem levar a náuseas, vômitos, dispepsia e
outros efeitos gastrintestinais, também é descrito aumento de transaminases. Com-
preende 3 gerações, a primeira é representada pelo ácido nalidíxico que possui ação
bactericida contra bactérias Gram-negativas, entretanto não tem atividade contra
Pseudomonas aeruginosa. A concentração em vias urinárias é elevada, contrastando
com a reduzida concentração tissular. A apresentação da droga é oral e sua concen-
tração liquórica é baixa, portanto, inadequada para o tratamento de meningoencefa-
lites. A principal indicação é o tratamento de infecções urinárias baixas por entero-
bactérias do trato urinário. É pouco utilizada atualmente devido à grande resistência
e ao uso a cada 6 horas (BRUNTON et al., 2019; RITTERM et al., 2020).
E
IMPORTANT
177
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
Mas alguns de vocês podem se perguntar? Mas quinolonas não são utili-
zadas em infecções respiratórias? A resposta é sim! Nesse caso temos as quinolo-
nas respiratórias. São elas: Levofloxacino, Moxifloxacino e o Gemifloxacino. Con-
siderando a primeira, que é a mais comum entre todas, o espectro de ação inclui
patógenos Gram-positivos (Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes, Sta-
phylococcus aureus e Enterococcus faecalis), Gram-negativos (Haemophilusinfluenzae,
Moraxellacatarrhalis, Escherichia coli, Salmonella spp., Shigella spp., Yersiniaenteroco-
litica) e agentes como Legionella pneumophila, Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia
spp. O levofloxacino está indicado, preferencialmente, nas infecções respiratórias
(alta e baixa), uma vez que a concentração tecidual, principalmente nas primeiras
24 horas, é considerada bastante satisfatória, além da sensibilidade da maioria dos
patógenos. Outras indicações incluem infecções do trato urinário, gastrintestinal e
de partes moles. Não devem ser utilizadas para o tratamento de meningites bacte-
rianas (baixa concentração no líquor) (BRUNTON et al., 2019; RITTERM et al., 2020).
2.5 SULFONAMIDAS
Os principais agentes utilizados na prática médica são a sulfadiazina e a
associação do sulfametoxazol (SMX) a uma diaminopirimidina, ou a trimetoprima
(TMP). As sulfas são ferramentas importantes no tratamento de doenças oportu-
nistas ou em pacientes imunodeprimidos, considerando o SMX. O espectro de ação
engloba cocos Gram-positivos (sensibilidade variável), fungos como Pneumocystis
jirovecii, protozoários como Isospora belli, micobactérias como Mycobacterium kansa-
sii, Mycobacterium marinum e Mycobacterium scrofulaceume espécies como Nocardia
asteroides. O SMX-TMP é a medicação de escolha para pneumocistose, isosporíase
e nocardiose. Habitualmente, é utilizado para infecções urinárias (baixas) não com-
plicadas por agentes sensíveis, donovanose, legionelose, salmonelose, doença de
Whipple (terapia combinada), alternativa para toxoplasmose e infecções por Steno-
trophomonas maltophilia. O SMX em associação com TMP pode ser ainda opção para
tratamento de infecções por Staphylococcus MRSA, desde que devidamente identifi-
cada sensibilidade em cultura (BRUNTON et al., 2019; RITTERM et al., 2020).
2.6 GLICOPEPTÍDIOS
Os glicopeptídios são agentes bactericidas que atuam inibindo a síntese
e o agrupamento do peptidoglicano da parede celular e alterando a permeabili-
dade da membrana citoplasmática e a síntese do RNA. Entre as principais dro-
gas da classe de glicopeptídios, destacam-se a vancomicina e a teicoplanina. Em
relação à vancomicina, as principais indicações clínicas envolvem infecções por
178
TÓPICO 3 — NOÇÕES GERAIS SOBRE A AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
E
IMPORTANT
2.7 LICOSAMIDAS
As lincosamidas (lincomicina/clindamicina) são medicações com algu-
mas similaridades com os macrolídeos. Atualmente, a clindamicina é a única
medicação utilizada da classe e inibe a síntese proteica por intermédio da ligação
com a subunidade 50S ribossomal (efeito bacteriostático). Apresenta espectro de
ação contra bactérias aeróbias Gram-positivas e bactérias anaeróbias. As indica-
ções clínicas incluem infecções comunitárias por Staphylococcus aureus (celulite,
furunculose etc.), infecções de cavidade oral, osteomielite, infecções por bactérias
anaeróbias (exceto Clostridium difficile) e alternativa ao tratamento de toxoplas-
mose e pneumocistose. Além disso, é ótima opção para cobertura de estafilococos
sensíveis à meticilina e, por vezes, MRSA. Seu principal efeito colateral é o risco
de colite pseudomembranosa (BRUNTON et al., 2019; RITTERM et al., 2020).
179
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
2.8 CLORANFENICOL
O Cloranfenicol inibe a síntese de proteínas devido ao bloqueio específico
dos ribossomas bacterianos, na subunidade 50S. É um dos antimicrobianos com
maior espectro entre os demais, que inclui bactérias Gram-positivas aeróbias, como
Streptococcus (pneumococo, Enterococcus, grupo viridans), Staphylococcus aureus (me-
ticilinossensível) e epidermidis, Listeriamonocytogenes e Corynebacteriumdiphtheriae.
E
IMPORTANT
2.9 TETRACICLINAS
As tetraciclinas são antimicrobianos caracterizados pela presença do anel
tetracíclico em sua estrutura molecular e apresentam ação bacteriostática, pois
agem inibindo a síntese proteica bacteriana. Ligam-se, de maneira reversível, a por-
ção 30S do ribossomo, bloqueando a ligação do RNA transportador e impedindo
a síntese proteica. As principais são a tetraciclina, a oxitetraciclina (ação curta) e a
doxiciclina (ação longa). Na prática clínica, utilizam-se, em nosso meio, a tetraci-
clina e a doxiciclina, respectivamente, tetraciclinas de ação curta e longa, que serão
discutidas conjuntamente (BRUNTON et al., 2019; RITTERM et al., 2020).
180
TÓPICO 3 — NOÇÕES GERAIS SOBRE A AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
2.10 IMIDAZÓLICOS
O principal é o metronidazol, derivado do 5-nitroimidazólico, cujo me-
canismo de ação é a inibição da replicação do DNA. É ativo contra a maioria dos
anaeróbios Gram-negativos, incluindo bacteroides e espécies de Clostridium sp.
Também é ativo contra protozoários e parasitas, como Trichomonas vaginalis, Giar-
dia lamblia e Entamoeba histolytica.
181
UNIDADE 3 — MICOBACTÉRIAS, ANTIBIÓTICOS E TESTES DE SUSCETIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS
2.11 POLIMIXINAS
As polimixinas são antimicrobianos polipeptídios com mecanismo de ação
distinto dos demais antimicrobianos utilizados atualmente. Dessa forma, a possibili-
dade de resistência cruzada com outros antimicrobianos é muito remota, permitindo
que as polimixinas sejam ativas contra muitas espécies de bactérias multirresistentes.
As polimixinas interagem com a molécula de polissacarídeo da membrana externa
das bactérias Gram-negativas, retirando cálcio e magnésio, necessários para a esta-
bilidade da molécula de polissacarídeo. Esse processo é independente da entrada
do antimicrobiano na célula bacteriana e resulta no aumento da permeabilidade da
membrana, com rápida perda do conteúdo celular e morte da bactéria. Os dois re-
presentantes dessa classe são a Colistina e a Polimixina B. O uso desses antibióticos é
restrito e deve ser avaliado o custo-benefício, uma vez que a nefrotoxicicidade é um
efeito colateral importante (RITTERM et al., 2020; BRUNTON et al., 2019).
2.12 OXAZOLIDINONAS
As oxazolidinonas compreendem uma nova classe de drogas lançada no
mercado brasileiro em 2000 como opção aos glicopeptídios para tratamento de infec-
ções causadas por cocos Gram-positivos resistentes à vancomicina. O único represen-
tante dessa classe é a linezolida. A linezolida age por intermédio da inibição da sín-
tese proteica por se fixar na subunidade 50S do ribossomo. É bacteriostática contra
a maioria dos microrganismos sensíveis, e o espectro de ação abrange Staphylococcus
aureus (mesmo resistentes à meticilina), Staphylococcus coagulase negativo, Streptococ-
cus pneumoniae, Enterococcus faecium e Enterococcus faecalis. Não há ação contra a maio-
ria dos patógenos Gram-negativos (BRUNTON et al., 2019; RITTERM et al., 2020).
2.13 ESTREPTOGRAMINAS
As estreptograminas incluem a combinação quinupristina e dalfopristina, as
quais realizam a inibição da síntese proteica por meio da ação sobre o ribossomo e
são bacteriostáticas isoladamente. In vitro, a associação é sinérgica e bactericida. O
espectro de ação dessa associação inclui Enterococcus faecium (inclusive os resisten-
tes à vancomicina), Staphylococcus spp. e Streptococcus pneumoniae, portanto, infecções
por cocos Gram-positivos. É importante salientar que não possui boa atividade con-
tra Enterococcus faecalis. É considerada uma alternativa terapêutica contra infecções
por agentes sensíveis em pacientes com intolerância a outras drogas, ou por agentes
resistentes a glicopeptídios e penicilina (BRUNTON et al., 2019; RITTERM et al., 2020).
2.14 GLICILCICLINAS
A tigeciclina é a única representante da classe das glicilciclinas, que é
derivada da minociclina. Seu espectro de ação é contra Gram-positivos em ge-
ral (incluindo MRSA e Enterococcus multirresistentes); Gram-negativos em geral
182
TÓPICO 3 — NOÇÕES GERAIS SOBRE A AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
NOTA
O uso off label refere-se ao uso de drogas farmacêuticas que não seguem as
indicações homologadas para aquele fármaco. Ou seja, apresentam uma prescrição, mas
são utilizadas em outra.
DICAS
Leia o artigo:
183
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
184
• As lincosamidas (lincomicina/clindamicina) são medicações com algumas si-
milaridades com os macrolídeos.
CHAMADA
185
AUTOATIVIDADE
186
REFERÊNCIAS
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