Anais C Biodiesel 2019
Anais C Biodiesel 2019
Anais C Biodiesel 2019
CDD: 633.85
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COMISSÃO ORGANIZADORA
COORDENAÇÃO GERAL
Bruno Galvêas Laviola (Embrapa Agroenergia)
COMISSÃO CIENTÍFICA
HIDROCARBONETOS RENOVÁVEIS E
BIOQUEROSENE
Amanda Duarte Gondim (UFRN)
MATÉRIAS-PRIMAS
Antonio Carlos Fraga (UFLA)
PRODUÇÃO DE BIODIESEL
Paulo Anselmo Ziani Suarez (UNB)
ARMAZENAMENTO, ESTABILIDADE E
PROBLEMAS ASSOCIADOS
Eduardo Homem de Siqueira Cavalcanti (INT)
COPRODUTOS E BIOPRODUTOS
Cláudio José de Araújo Mota (UFRJ)
USO DE BIODIESEL
Itânia Soares (Embrapa Agroenergia)
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
Exploratória Diferencial……………………………………………………………………..119
Blendas de Biodiesel de Óleo de Babaçu e Óleo de Fritura: produção e caracterização……121
Determinação da densidade e viscosidade das misturas biodiesel de babaçu/óleo
residual…………....................................................................................................................123
Avaliação do óleo e biodiesel de soja (Glycine max) a partir de parâmetros físico-
químicos……………………………………………………………………………………..125
Caracterização do biodiesel obtido a partir de oleaginosas do gênero Citrus…………………127
Extração e caracterização do óleo da borra de café residual, para produção de
biodiesel……………………………………………………………………………………..129
Produção e caracterização de biodiesel do óleo da borra residual de café……………….…131
Seletividade e simulação através de modelos matemáticos para transposição de escala na
obtenção de ésteres metílicos de ácidos graxos em cromatografia líquida semipreparativa de
alta eficiência………………………………………………………………………………..133
Produção e caracterização de qualidade do biodiesel produzido a partir da polpa de coco
verde…………………………………………………………………………………...…….135
Influência da quantidade de catalisador na transesterificação de óleo de coco e peixe em
função da viscosidade……………………………………………………………………….137
Avaliação da viscosidade da blenda de biodiesel de óleo de coco e de peixe………………139
Influência da blenda de óleo de soja residual e óleo de mamona sobre a viscosidade do
biodiesel……………………………………………………………………………………..141
Influência da blenda de óleo de soja residual e óleo de mamona sobre o índice de iodo do
biodiesel……………………………………………………………………………………..143
Análise do índice de acidez da blenda de biodiesel de óleo de coco e peixe………………..145
Avaliação das propriedades físico-químicas do biodiesel metílico derivado do óleo de
Cártamo (Carthamus tinctorius L.)………………………………………………………….147
Estudo da fração lipídica da semente de Cártamo (Carthamus tinctorius L.) como potencial
matéria-prima para produção de biodiesel…………………………………………………..149
Destilação simulada do óleo diesel e suas misturas BX: um método alternativo a ASTM
D86…………………………………………………………………………………………..151
Extratos de Callisthene fasciculata como antioxidantes para biodiesel…………………….153
Thermal analysis of biodiesel produced from waste cooking oil (WCO)…………………...155
Desenvolvimento de método de cromatografia líquida para identificação e quantificação
simultânea dos principais produtos da transesterificação de óleo de soja…………………..157
Determinação dos parâmetros cinéticos da reação de degradação térmica do biodiesel de
moringa……………………………………………………………………………………...159
Determinação de antioxidantes (Alfatocoferol, BHT e TBHQ) em amostras de biodiesel e
avaliação de oxidação acelerada…………………………………………………………….161
Validação e aplicação da técnica de cromatografia gasosa com coluna curta e fator resposta
para a análise de biodiesel de diferentes matérias primas…………………………………...163
Otimização de uma metodologia analítica para a determinação dos produtos da esterificação
do glicerol com ácido acético……………………………………………………………..…165
Metodologias cromatográficas para a identificação de triacilglicerídeos interesterificados
utilizados na produção de biodiesel…………………………………………………………167
Utilização da fibra de coco para redução do teor de água na produção do
biodísel………………………………………………………………………………………169
Caracterização química e energética da semente do pinhão-manso após dois anos em
12
estoque………………………………………………………………………………………171
Calorimetria exploratória diferencial (DSC) aplicada no estudo da temperatura de
congelamento de misturas de ésteres leves de óleo de amêndoa de macaúba (Acrocomia
aculeata ) com o querosene de aviação fossil……………………………………………….173
Obtenção de resina alquídica utilizando glicerol e retalhos de tecido de poliéster………….175
Tratamento de óleo residual com borra de café para a produção de biodiesel…………...…177
Viscosidade de misturas diesel/biodiesel com diferentes proporções de diesel comercial e
biodiesel de óleo de algodão………………………………………………………………...179
Índice de acidez de misturas diesel/biodiesel com diferentes proporções de diesel comercial e
biodiesel de óleo de algodão………………………………………………………………...181
Ponto de fulgor de misturas diesel/biodiesel com diferentes proporções de diesel comercial e
biodiesel de óleo de algodão……………………………………………………………...…183
Poder calorífico de misturas diesel/biodiesel com diferentes proporções de diesel comercial e
biodiesel de óleo de algodão………………………………………………………………...185
Scale up of semipreparative liquid chromatography in isolating acylglycerol-rich
fractions……………………………………………………………………………………...187
Biodiesel como indicador de adulteração de gasolinas……………………………………...189
Caracterização físico-química do óleo de níger (Guizotia abyssinica) proveniente de extração
mecânica…………………………………………………………………………………..…191
Validação de método alternativo para determinação de metais em biodiesel por espectrometria
de absorção atômica com chama (F AAS)………………………………………………..…193
Densidade de misturas diesel/biodiesel com diferentes proporções de diesel comercial e
biodiesel de óleo de algodão………………………………………………………………...195
Caracterização físico-química do óleo de buriti (Mauritia flexuosa L.) visando à viabilidade
na produção de biodiesel…………………………………………………………………….197
Avaliação do potencial do azeite de dendê para fazer biodiesel com diferentes proporções de
metilato de potássio……………………………………………………………………….…199
Caracterização físico-química do biodiesel de óleo de Murumuru (Astrocaryum
farinosum)…………………………………………………………………………………...201
Caracterização físico-química do óleo de açaí (Euterpe oleracea)………………………....203
Caracterização físico-química do Biodiesel de Óleo de Buriti……………………………...205
Determinação da precisão intermediária do ensaio de teor de éster conforme a norma EN
14103………………………………………………………………………………………...207
Controle de qualidade de óleo diesel S500 B10…………………………………………….209
Controle de qualidade de óleo diesel S10 B10……………………………………………...211
Controle de qualidade de óleo diesel S500 B8……………………………………………...213
Controle de qualidade de óleo diesel S10 B8……………………………………………….215
Controle de qualidade de óleo diesel S500 B7……………………………………………...217
Controle de qualidade de óleo diesel S10 B7…………………………………………….…219
Controle de qualidade de óleo diesel S500 B6……………………………………………...221
Controle de qualidade de óleo diesel S10 B6…………………………………………….…223
Controle da qualidade do biodiesel utilizado para a mistura B8…………………………….225
Controle da qualidade do biodiesel utilizado para a mistura B7…………………………….227
Controle da qualidade do biodiesel utilizado para a mistura B6…………………………….229
Determinação da precisão intermediária do ensaio de índice de acidez conforme a norma
ASTM D664…………………………………………………………………………………231
13
TEMÁTICA: Matérias-primas…………………………………………….442
Teor de óleo de chia em função de épocas de semeadura e doses de fósforo no segundo ano
agrícola....................................................................................................................................626
Índice de velocidade de emergência de sementes de chia em função de épocas de semeadura e
doses de fósforo......................................................................................................................628
Teor de macronutrientes na cultura da chia em função do manejo de adubação....................630
Influência da adubação no teor de micronutrientes da chia....................................................632
Teor de óleo da chia em função de doses de nitrogênio………………………………….…634
Doses de nitrogênio na produtividade da cultura da chia…………………………………...636
Redução da perda de rendimento de óleo de canola cultivada em solo com excesso hídrico
drenado....................................................................................................................................638
Accumulation of photosynthetic pigments in oleaginous crops under water
deprivation..............................................................................................................................640
Water demand of Vigna unguiculata plants under drought in soils from Piauí state.............642
Babaçu: do biocombustível às comunidades tradicionais.......................................................645
Potencialidades do Tucumã e Inajá para a produção de Biocombustíveis.............................647
Uso de soluções saturadas no teste de envelhecimento acelerado em sementes de crambe...649
Germinação e vigor de sementes de algodão sob estresse salino………………………...…651
Estresse térmico pós-colheita e a qualidade fisiológica de sementes de soja.........................653
Qualidade fisiológica e sanitária de cultivares de soja...........................................................655
Influência de diferentes regimes de cultivo na produção de biomassa da microalga.............657
Desenvolvimento de fotobiorreatores tipo Flat Panel para o cultivo superintensivo de
microalgas...............................................................................................................................659
Estudo da transferência de CO2 por borbulhamento para o cultivo de microalgas em
laboratório...............................................................................................................................661
Sementes de algodão deslintadas com ácido sulfúrico concentrado.......................................664
Potencial produtivo de variedades de algodão colorido (Gossypium hirsutum l.)..................666
Evolução do número de frutos do algodoeiro submetidos a diferentes espaçamentos e
densidades...............................................................................................................................668
Deslintamento de sementes de algodão por via química e sua influência na quantidade e
qualidade do oleo……………………………………………………………………………670
Potencial de produção de biodiesel por Chlorella fusca LEB 111 cultivada em água do
mar..........................................................................................................................................672
Condicionamento fisiológico em sementes de soja na tolerância ao estresse salino durante a
germinação..............................................................................................................................674
Temperatura e luz na germinação e vigor de sementes de Crambe abyssinica Hochst..........676
Efeito do estresse salino na germinação de sementes de girasol……………………………678
Germinação de sementes de soja submetidas ao estresse salino…………………………….680
Caracterização físico-química do biodiesel de óleo de algodão.............................................682
Condutividade elétrica em sementes de soja para estimativa da qualidade fisiológica..........684
Teste de condutividade elétrica em função da quantidade…………………………………..686
Qualidade de sementes de crambe (Crambe abyssinica Hostch) submetidas a diferentes
métodos de secagem................................................................................................................688
Métodos de secagem na qualidade do óleo de crambe (Crambe abyssinica Hostch).............690
Matérias-primas para a produção de biodiesel no Rio Grande do Sul: uma revisão..............692
Biodiesel de óleo vegetal de farelo de arroz: Uma Revisão…………………………….…..694
Avaliação da produção do Crambe abyssinica Hochst em diferentes dosagens de adubação
Orgânica…………….……………………………………………………………………….696
Avaliação morfológica e do teor de óleo da semente de cártamo (Carthamus tinctoruis
L.)............................................................................................................................................698
Selection of cowpea genotypes with elevated potential to grown under water restriction.....700
21
públicas……………………………………………………………………………………...879
Potencial de Obtenção de Óleo de Macaúba em Áreas de Reserva Legal Recuperadas Com
Palmeiras Macaúba (Acrocomia aculeata) no Vale do Jequitinhonha……………………...881
LCA of macauba production system: a potential perennial energy crop…………………....883
A Política Nacional de Biocombustiveis (RenovaBIO): Uma Compa...................................885
Programa de Produção Sustentável da Palma de Óleo no Brasil - Avanços e Desafios.........887
Panorama da participação da Agricultura Familiar no Programa Nacional de Produção e Uso
do Biodiesel –PNPB................................................................................................................889
Simulation and optimization of biodiesel production process using acid oil and a reactive
distillation column...................................................................................................................976
Síntese enzimática heterogênea do biodiesel a partir do óleo de pinhão-manso....................978
Etanólise de óleo microalgal por catálise heterogênea: comparação entre catalisadores
químico e bioquímico..............................................................................................................980
Transesterificação do óleo microbiano de fungo filamentoso utilizando catalisador
heterogêneo obtido a partir de resíduo de casca de ovo..........................................................982
Aplicação de óxido de nióbio impregnado com sódio na etanólise do óleo de babaçu:
verificação da heterogeneidade do catalisador em bateladas consecutivas.............................984
Transesterificação in situ de biomassa oleaginosa de microalgas marinhas via catálise
heterogênea: uma alternativa sustentável para a produção de biodiesel.................................986
Produção de etanol de segunda geração utilizando β-glicosidase do Bacillus polymyxa para
substituição do metanol na produção do biodiesel..................................................................988
De subprodutos da indústria sucroalcooleira a biodiesel: utilização de vinhaça emelaço como
meio de cultivo para fungos filamentosos e conversão a ésteres etílicos...............................990
Estudo da influência do TiO2 Misto com CaO como catalisador para produção de biodiesel
por transesterificação por óleo de soja....................................................................................992
Influência da quantidade de catalisador no rendimento da transesterificação metílica de óleo
de arroz....................................................................................................................................994
Composição do biodiesel produzido via transesterificação metílica de óleo de farelo de
arroz........................................................................................................................................996
Produção de ésteres etílicos utilizando sistema tubular de fluxo contínuo em condições sub
e/ou supercríticas.....................................................................................................................998
Aplicação de sistema autocatalítico de fluxo contínuo para a produção de ésteres de ácido
levulínico em condições sub e supercríticas.........................................................................1000
Produção de biodiesel utilizando como catalisador a Al-SBA-15 modificada com óxido de
zircônio.................................................................................................................................1002
Design de biodiesel - otimização da composição de ésteres a partir da densidade e da
viscosidade............................................................................................................................1004
Otimização dos parâmetros experimentais da síntese do biodiesel em uma aula de química
experimental..........................................................................................................................1006
Zircônia sulfatada aplicada como catalisador para reação de transesterificação etílica do óleo
de soja...................................................................................................................................1008
MoO3 policristalino ou orientado aplicado como catalisador heterogêneo para produção de
biodiesel................................................................................................................................1010
Influência da estrutura do MoO3 na produção catalítica de biodiesel por transesterificação
etílica.....................................................................................................................................1012
Compósito MoO3/bentonita aplicado na transesterificação etílica do óleo de soja.............1014
Óleo de cozinha usado, soja, algodão, milho e girassol para produção de biodiesel utilizando o
nanocatalisador magnético Ni0,5Zn0,5Fe2O4 sintetizado em escala piloto........................1016
Biodiesel de óleo residual de cozinha catalisado com óxido misto de ZnO/CuO................1018
Optimization of the supercritical transesterification and esterification reactions of acid oils
with etanol.............................................................................................................................1021
Assessment of ethyl transesterification of soybean oil catalyzed by zinc monoglycerolate at
180 °C...................................................................................................................................1023
Tratamento de óleo residual com fibra de coco seca para a produção de biodiesel.............1025
27
Avaliação de um gerador Diesel abastecido com B50 produzido a partir do óleo de tabaco
energético – Condições de mantenabilidade envolvidas…………………………………...1145
Obtenção de biodiesel de macaúba e caracterização de misturas de biodiesel-diesel…..…1147
Produção de biolubrificantes a partir do biodiesel de óleo de pinhão manso……………...1149
Produção de biolubrificantes a partir do biodiesel de óleos residuais de frituras………….1151
Produção de biolubrificantes a partir do biodiesel de óleos residuais de frituras………….1153
Produção de biolubrificantes a partir do biodiesel de óleo de pinhão manso………….......1155
Utilização de hidrogênio e biodiesel como combustíveis para grupo geradores diesel para
geração sustentável de energia elétrica…………………………………………………….1157
Avaliação da qualidade do ar em ambiente semifechado (terminal urbano) e aberto (museu
histórico) em Londrina/PR: Black Carbon associado a MP1,0 e MP2,5 devido a combustão de
misturas de biodiesel/diesel B10…………………………………………………………...1159
Análise das emissões de gases e consumo específico de um grupo motor-gerador abastecido
com misturas diesel, biodiesel e etanol…………………………………………………….1161
Avaliação de desempenho do biodiesel como protetivo temporário contra a corrosão em
metais……………………………………………………………………………………....1163
Consumo e torque de um motor ciclo diesel com diferentes proporções de diesel comercial e
biodiesel de óleo de algodão……………………………………………………………….1165
Potência e consumo de um motor ciclo diesel com diferentes proporções de biodiesel de
algodão…………………………………………………………………………………..…1167
Emissões de gases de um motor ciclo diesel com diferentes proporções de biodiesel de
algodão……………………………………………………………………………………..1169
The Effect of Low Sulphur Biodiesel on the Electrical Properties of Automotive Elastomeric
Compound Reinforced with Bio Renewable Rice Husk Ash (RHA)……………………...1171
30
Palavras Chave: Coco babaçu, Rancimat, cardanol, ácido anacárdico, ionol, naugalube
1 - Introdução
Com o advento das questões ambientais e da
preocupação com as consequências do uso dos combustíveis
fósseis, cada vez mais entrou em discussão uma alternativa
que conciliasse o suprimento energético com o
desenvolvimento sustentável. No Brasil, de início, fora
introduzida uma Medida Provisória para produção e venda Em que M é a massa de óleo medida em gramas, 𝑡𝑒𝑜𝑟𝐾𝑂𝐻 o
do biodiesel, um combustível proveniente de fonte teor mínimo de KOH, IS e IA os índices de saponificação e
renovável, praticamente livre de enxofre (LEE et al, 2004), acidez, respectivamente, 𝑀𝑀𝐶𝐻3𝑂𝐻 e 𝑀𝑀𝐾𝑂𝐻 as massas
que futuramente viria a se tornar a Lei nº 11097 de 13 de molares do metanol e do KOH, respectivamente, e 𝑑𝐶𝐻3𝑂𝐻 a
janeiro de 2005, introduzindo o biodiesel efetivamente na densidade do metanol.
matriz energética brasileira. A massa de óleo medida foi submetida a um
Sendo obtido a partir da reação de aquecimento (60-65 ºC) em banho maria. Feito isto, a
transesterificação, na qual reagem moléculas de triglicerídeo solução alcóolica (metanol + KOH) foi inserida e o balão
e de álcool com catalisador apropriado para formação de fechado sob sistema de refluxo, Figura 1. A reação ocorreu
glicerol e ésteres alquílicos (MEHER, 2006), o biodiesel por uma hora e o produto reacional inserido em funil de
apresenta-se como uma solução viável e sustentável para separação. Após separação das fases (biodiesel e glicerina),
adição/substituição dos derivados do petróleo. Entretanto, a glicerina foi retirada e o biodiesel lavado com água
por ser proveniente da biomassa, este biocombustível acaba deionizada com o quantitativo referente a 10% da massa de
sendo suscetível à oxidação, degradando em condições óleo utilizada, repetidas vezes, até que fosse atingido pH 7.
favorecidas por calor e luz, gerando radicais livres, O controle da alcalinidade foi feito com fitas indicadoras de
peróxidos e hidroperóxidos (FRANKEL, 1980; SILVA, pH.
1999). Fig. 1. Reação de preparação do biodiesel de babaçu
Portanto, a pesquisa teve como foco caracterizar o
biodiesel de óleo de coco babaçu, produzido para avaliar se
está conforme com os limites estabelecidos pela Resolução
nº 45 da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis) de 25 de agosto de 2014 e Resolução nº
798 de 01 de agosto de 2019, bem como discutir a
estabilidade oxidativa mediante ensaio de oxidação
acelerada (Rancimat) do biodiesel puro e aditivado, com
antioxidantes naturais provenientes do Líquido da Casca da
Castanha de caju (cardanol e ácido anacárdico) e sintéticos
(ionol e naugalube), na proporção de 500 mg.kg-1. A
avaliação do óleo de coco babaçu para produção de biodiesel
e do potencial antioxidante dos componentes do LCC
configuram um incentivo a uma biomassa de destaque no
Nordeste brasileiro (EMBRAPA, 1984; PAIVA, 2000).
1 - Introdução
O biodiesel representa diferentes benefícios tanto
para o desempenho e longevidade do motor, por este ser um
Biodiesel de OFR
ótimo lubrificante; assim como para o ambiente por ser
derivado de fonte renovável (Sundus, Fazal and Masjuki,
2017).
Para aumentar a produção do biodiesel é preciso
Glicerina
diminuir o custo de produção, o qual pode variar
consideravelmente dependendo do tipo de matéria-prima
utilizada. O uso do óleo de fritura residual (OFR) para
produzir biodiesel é uma maneira eficaz de reduzir o custo Figura 1. Separação das fases, biodiesel de OFR e
da matéria-prima. Além disso, o OFR para a produção de glicerina.
biodiesel tem benefícios adicionais, tais como: tratamento de
um produto residual e a previsão de um uso eficiente de um Após separação das fases prosseguiu-se com a etapa
resíduo. No entanto, é necessário notar que os óleos residuais de lavagem do biodiesel de OFR, com água destilada, até
têm propriedades diferentes, quando comparadas as dos obtenção do pH 7,0. Posteriormente, o biodiesel foi
óleos refinados. Neste aspecto, a alta temperatura dos submetido ao processo de secagem por 20-30 minutos na
processos de fritura e a água dos alimentos aceleram a chapa aquecedora a 90 °C, sob agitação. Na sequência, foi
hidrólise dos triglicerídeos e aumentam o teor de ácidos realizada a etapa de filtração com sulfato de sódio anidro,
graxos livres no óleo (Al-Hasan, 2013; Deyab and Keera, para remoção da umidade residual. O biodiesel de OFR
2016). apresentou aspecto límpido e isento de impurezas. A etapa
A estabilidade oxidativa é um dos parâmetros de seguinte foi o processo de aditivação com os antioxidantes,
maior importância no momento de avaliar a qualidade do cardanol hidrogenado, cardanol fosforado e naugalube, na
biodiesel, já que o mesmo indica se são atingidas as concentração de 500 mg.kg-1, e execução do teste de
condições mínimas para manter as características físico- oxidação acelerada pelo método Rancimat.
químicas ao longo do período de armazenamento e prévio a
sua utilização; por isto, o objetivo de este trabalho foi o Teste de oxidação acelerada
estudo da influência da adição de antioxidantes na Para avaliar a estabilidade oxidativa do biodiesel de
estabilidade oxidativa do biodiesel de óleo residual de OFR foi usado o equipamento Rancimat 873 (Metrohm
fritura, sendo para este fim usados: cardanol hidrogenado, Instruments, Suíça), Figura 2. De acordo com a EN
cardanol fosforado e naugalube, em concentrações de 14112:2003, 3 g da amostra foram aquecidas a 110 ° C e
500 mg.kg-1. A estabilidade à oxidação foi determinada submetidas ao fluxo de ar de 10 L.h-1. Os compostos voláteis
segundo a norma europeia EN 14112:2003 e observando-se gerados na oxidação foram carreados para a célula que
o que estabelece a Resolução nº 798/2019 da Agência contém água Milli-Q e a condutividade foi monitorada. O
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis aumento da condutividade ao longo do tempo foi utilizado
(ANP). para estimar o período de indução (PI) das amostras de
biodiesel de OFR com e sem antioxidante.
2 - Material e Métodos
Reação de transesterificação
Para a reação de transesterificação utilizou-se
alcóxido de potássio, sob agitação magnética, a temperatura
de 60 °C (± 5 °), por 1 hora. A razão molar foi de l:6 (óleo
de fritura residual: álcool metílico). Tal como se amostra na
Figura 1, o produto da reação foi transferido para um funil
de decantação, para que a separação das fases e posterior
remoção da glicerina ocorresse. Figura 2. Equipamento Rancimat, oxidação acelerada.
biodiesel/cardanol hidrogenado 500 mg.kg-1, biodiesel OFR + cardanol fosforado 500 mg.kg-1, com PI de
-1
biodiesel/cardanol fosforado 500 mg.kg e biodiesel/ 6,63±0,16, 1,25±,01 e 1,28±0,06, respectivamente.
naugalube 500 mg.kg-1, Figura 3. Os experimentos foram Os compostos cardanol hidrogenado e cardanol
realizados em duplicata. fosforado não apresentaram potencial antioxidante para o
biodiesel de OFR, quando utilizados na concentração de 500
mg.kg-1. Com relação ao antioxidante naugalube, a adição de
500 mg.kg-1 proporcionou um aumento do PI de quase cinco
vezes. No entanto, esta concentração não foi capaz de atingir
o limite estabelecido pela Resolução ANP nº 798/2019 (12
horas), sendo necessário investigações futuras com
concentrações mais altas.
4 – Conclusões
De acordo com os resultados pode-se inferir que o
óleo de fritura residual (OFR) possui potencial para
produção de biodiesel. No entanto, para que este possa
atender à exigência da Resolução ANP nº 798/2019, deverá
ser adicionado ao processo de produção a etapa de
aditivação. Dos antioxidantes avaliados somente o
naugalube apresentou potencial antioxidante, porém, a
concentração de 500 mg.kg-1 ainda não foi suficiente para
atingir o limite estabelecido pela Resolução ANP nº
Figura 3. Amostras para serem avaliadas no Rancimat. 798/2019.
6 - Bibliografia
SUNDUS, F., FAZAL, M. A. AND MASJUKI, H. H. (2017)
‘Tribology with biodiesel: A study on enhancing biodiesel
stability and its fuel properties’, Renewable and Sustainable
Energy Reviews. Elsevier, 70(November 2016), pp. 399–
412. doi: 10.1016/j.rser.2016.11.217.
AL-HASAN, M. I. (2013) ‘Biodiesel production from
waste frying oil and its application to a diesel engine’,
a) b) Transport. Taylor & Francis, 28(3), pp. 276–289. doi:
10.3846/16484142.2013.830644.
DEYAB, M. A. AND KEERA, S. T. (2016) ‘On corrosion
and corrosion inhibition of carbon steel in stored biodiesel:
electrochemical (AC and DC) studies’, Journal of the
Taiwan Institute of Chemical Engineers. Elsevier B.V., 68,
pp. 187–191. doi: 10.1016/j.jtice.2016.08.035.
SUNDUS, F., FAZAL, M. A. AND MASJUKI, H. H.
(2017) ‘Tribology with biodiesel: A study on enhancing
c) d) biodiesel stability and its fuel properties’, Renewable and
Figura 4. Períodos de Indução para: a) biodiesel OFR, b) Sustainable Energy Reviews. Elsevier, 70(November 2016),
biodiesel OFR + cardanol hidrogenado 500 mg.kg-1, c) pp. 399–412. doi: 10.1016/j.rser.2016.11.217.
biodiesel OFR + cardanol fosforado 500 mg.kg-1 e d) EN14112. Fat and Oil Derivatives – Fatty Acid Methyl
biodiesel OFR + naugalube 500 mg.kg-1. Esters (FAME) – Determination of Stability (Accelerated
Oxidation Test). 2003.
O biodiesel de OFR apresentou um PI de 1,34±0,11, RESOLUÇÃO Nº 798, DE 1º DE AGOSTO DE 2019
o qual se apresenta como não conforme de acordo com a Publicado em: 02/08/2019, Edição: 148, Seção: 1 | Página:
Resolução ANP nº 45/2014. As amostras de biodiesel OFR 49. DOU Diário Oficial da União. ISSN 1677-7042.
+ antioxidante apresentaram a seguinte ordem de
estabilidade: 1º) biodiesel OFR + naugalube 500 mg.kg-1 e
2º) biodiesel OFR + cardanol hidrogenado 500 mg.kg-1 e
1 - Introdução
O Caju (Anacardium occidentale L.) é um fruto
abundante na região Nordeste do Brasil, muito utilizado para
a produção de alimentos. O Líquido da Casca da Castanha
de caju (LCC) é um produto secundário, obtido durante o
processo de beneficiamento da amêndoa. O LCC é rico em
compostos fenólicos e tem sido objeto de estudo de diversos
pesquisadores (Mazzetto et al., 2012; Maia et al., 2015; Rios
et al., 2016).
O biodiesel é uma alternativa natural ao diesel
mineral, porém com baixa estabilidade à oxidação
(KUMAR, 2017). Por isso, a partir da Resolução ANP
798/2019, todo biodiesel produzido no Brasil deve ser
aditivado com antioxidantes, de modo a atingir o valor Figura 1. Estruturas químicas dos antioxidantes utilizados
mínimo de 12 h para o período de indução (PI). Assim, a no biodiesel de babaçu: a. CH; b. ACa; e c. CP.
busca por antioxidantes biodegradáveis e que não
contribuam para a emissão de gases poluentes pode ser uma O biodiesel foi dopado com 1000 mg/kg de cada
alternativa para o uso cada vez mais sustentável do biodiesel. antioxidante e levado à agitação constante por 24 horas, de
De modo a atender aos requisitos da RANP forma a garantir uma maior homogeneidade. Após tal
798/2019, o objetivo desse trabalho foi avaliar, via método período, os testes foram realizados, em duplicata, no
Rancimat (norma EN 14112), a atividade antioxidante de equipamento Rancimat (Metrohm, Suíça), de acordo com as
compostos fenólicos derivados do LCC (cardanol DECP recomendações da norma EN 14112.
(CP), cardanol hidrogenado (CH) e anacardato de cálcio
(ACa)) no biodiesel de babaçu.
3 - Resultados e Discussão
2 - Material e Métodos A caracterização físico-química do biodiesel de
babaçu foi realizada de acordo com as normas da Resolução
O procedimento experimental foi desenvolvido no ANP 45/2014. A Tabela 1 apresenta os resultados.
Laboratório de Referência em Biocombustíveis (LARBIO)
da Universidade Federal do Ceará (UFC). O biodiesel de Tabela 1. Caracterização físico-química do biodiesel de
babaçu foi produzido a partir da reação de transesterificação, babaçu puro, de acordo com RANP 45/2014.
em duas etapas, do óleo de babaçu. Na primeira etapa, 100 g Limite
de óleo vegetal reagiram com 35,8 ml de metanol e 1,74 g de Propriedade Resultado Norma
ANP
KOH como catalisador. Na segunda etapa, após retirar todo Índice de acidez, SMAOFD
o volume de glicerina produzida, adicionou-se ao sistema 0,37 < 0,5
mgKOH/g 2.201
reacional, 5,4 ml de metanol e 0,26 g de KOH. Ambas as Viscosidade
etapas ocorreram durante 1 hora, à temperatura de 60 °C. ASTM
cinemática a 2,85 3,0 – 6,0
Após as duas etapas, os ésteres metílicos foram lavados e 2 D7042
40 °C, mm /s
filtrados e, após a caracterização físico-química, foram Massa específica ASTM
denominados biodiesel. 871 850 – 900
a 20 °C, kg/m3 D7042
Os compostos fenólicos foram obtidos a partir do Ponto de fluidez, ASTM
LCC cedido pela CIONE (Brasil). A obtenção do cardanol -6 *
°C D97
foi através de purificação em coluna cromatográfica, ABNT
utilizando-se sílica gel como fase estacionária e hexano Teor de éster, % 97,81 > 96,5
15764
como solvente. O procedimento de obtenção do CH e CP foi * A ANP não estabelece um limite para o ponto de fluidez
conforme relatado por Rios et al. (2016). A obtenção de ACa de biodieseis.
foi realizada de acordo com o trabalho de Paramashivappa et
al. (2001). Observa-se que, com exceção da viscosidade
Na Figura 1 estão apresentadas as estruturas cinemática a 40 °C, todas as propriedades físico-químicas do
químicas dos antioxidantes utilizados. biodiesel de babaçu estão de acordo com RANP 45/2014. A
5 – Agradecimentos
CNPq (406697/2013-2, 459355/2014-7 e
308280/2017-2), CAPES, Funcap (AEP-0128-
00220.01.00/17) e FINEP pelo apoio financeiro.
S10 e S500 apresentaram turvação mais acentuada onde Com excessão da amostra S10 C, todas as demais
havia maiores teores de água, sendo que as amostras sem tiveram um decréscimo na absorbância após 45 dias de
água adicionada não houve turvação visível, o que pode estocagem. A maior absorbância medida foi de 1,903, após
indicar menor proliferação de microrganismos (Figura 1). 45 dias de estocagem, referente à amostra S500 10%, com
combustível contendo 500 mg kg-1 e 10% de água
adicionada. No entanto, após 70 dias de estocagem, a
absorbância desta amostra caiu para 1,218. Esta diminuição
pode estar associada a redução dos nutrientes presentes no
óleo diesel, uma vez que os hidrocarbonetos presentes no
combustível servem como fonte de nutrientes, aos quais
muitos microrganismos possuem a capacidade de
metabolizar (Azambuja, 2017).
Verificou-se que para as amostras sem adição de
água, o diesel S500 foi menos suscetível à contaminação
microbiana. No entanto, ao adicionar diferentes teores de
água, o diesel S500 apresentou maior contaminação que o
S10 após 30 e 45 de estocagem.
4 – Conclusões
Figura 1. Suspensão bacteriana referente às amostras de A partir dos experimentos realizados conclui-se
diesel S10 e S500 com adição de água após 30 dias de que, em condições normais de estocagem, o diesel S10
estocagem simulada. apresenta maior proliferação de microrganismos. Entretanto,
a adição de água favorece a proliferação dos mesmos
Entretanto, após 70 dias de estocagem, percebeu- independente da concentração de enxofre.
se que para a amostra de diesel S10 5% não houve turvação
do meio, indicando baixa quantidade de biomassa 5 – Agradecimentos
microbiana, que foi comprovada por meio da leitura de O presente trabalho foi realizado com apoio da
absorbância que foi de 0,434, enquanto que para o mesmo Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
teor de água e período de estocagem, a absorbância para o Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
diesel com maior quantidade de enxofre foi de 1,532. Para
Azambuja e colaboradores (2017) a remoção de compostos
sulfurados no combustível não afeta diretamente sua
6 - Bibliografia
suscetibilidade à contaminação microbiana. Os resultados ANP. Resolução no 50, de 23.12.2013 – DOU 24.12.2013,
encontrados para este trabalho corroboram para tal 2013. Disponível em:
afirmação, uma vez que a adição de água parece ter mais http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-
influência na proliferação de microrganismos em diesel com anp/2013/dezembro&item=ranp-50--2013. Acesso em 14 de
maior quantidade de enxofre (Figura 2). junho de 2019.
AZAMBUJA, A. O. et al. Microbial community
2,0
S10 C composition in Brazilian stored diesel fuel of varying sulfur
1,8
S10 5%
1,6 S10 10% content, using high-throughput sequencing. Fuel, 2017, v.
1,4
S500 C
S500 5%
189, p. 340-349.
1,2 S500 10% DODOS, G. S.; KONSTANTAKOS T.; LONGINOS S.;
Absorbância
1,0
ZANNIKOS F. 2011. Effects os microbiological
0,8
contamination in the quality of biodiesel fuels. In:
0,6
0,4
International Conference on Environmental Science and
0,2 Technology, Rhodes, Greece. 2011.
0,0 GAYLARDE, C. C., BENTO, F. M., KELLEY, J.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 Microbial contamination of stored hydrocarbon fuels and its
Estocagem (dias)
control. Revista de Microbiologia, 1999 v. 30m p. 01-10.
Figura 2. Medida de absorbância ao longo de 70 dias para JAKERIA M. R., FAZAL M.A., HASEEB A. S. M. A.
as amostras de combustível diesel S10 e S500 com 2014. Influence of different factors on the stability of
diferentes teores de água. biodiesel: A review. Renew Sustainable Energy 2014, 30:
No início da estocagem a leitura de absorbância 154-63.
para as amostras diesel S10 e S500 resultaram em 0,85 e KNOTHE G, STEIDLEY K. R. Lubricity of Components of
0,22. Entretanto, após 30 de estocagem simulada, foi Biodiesel and Petrodiesel. The Origin of Biodiesel Lubricity.
possível observar o aumento da absorbância para todas as Energy Fuel. 2005, 19:1192-1200.
composições de combustível, sendo que as amostras com NEVES, A. C. Avaliação da radiação ultravioleta na
maiores teores de água e enxofre (S500 5% e S500 10%) inativação de microrganismos presentes em óleo diesel.
apresentaram maiores valores de absorbância. 2014. 56 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Após 70 dias de estocagem, a amostra com maior Energia na Agricultura) - Universidade Estadual do Oeste
absorbância foi a S500 5%, enquanto a menor foi S500 C, do Paraná, Cascavel, 2018.
com valores de 1,532 e 0,278 respectivamente.
0,0
-10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 5 – Agradecimentos
Estocagem (dias)
Figura 1. Absorbância durante a estocagem simulada do O presente trabalho foi realizado com apoio da
diesel S10 e S500. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Além disso, a presença de microrganismos foi mais
intensa no combustível com maior teor de enxofre após 30,
45 e 70 dias de estocagem, o que coloca em discussão as
6 - Bibliografia
afirmações de que a presença de enxofre inibe o crescimento AZAMBUJA, A. O., et al. Effect of sulfur content on
microbiológico. No entanto, deve-se levar em consideração microbial composition and biodegradation of a Brazilian
a adição de água, que promove um ambiente propício para a diesel and biodiesel blend (B10). Energy & Fuels, v. 31, p.
proliferação de microrganismos. 12305-12316, 2017.
Antes da incidência da radiação ultravioleta sobre DODOS, G. S. et al. 2011. Effects os microbiological
os combustíveis, a leitura de absorbância para o diesel S10 e contamination in the quality of biodiesel fuels. In:
S500 foram de 0,434 e 1,532 respectivamente. Após 1 hora International Conference on Environmental Science and
de incidência da radiação a absorbância foi de 0,105 para Technology, Rhodes, Greece. 2011.
S10 e 0,751 para S500. Notou-se que tanto para o GAYLARDE, C. C., BENTO, F. M., KELLEY, J.
combustível S10 quanto para o S500 houve apenas Microbial contamination of stored hydrocarbon fuels and its
diminuições da absorbância conforme aumento de contato control. Revista de Microbiologia, v. 30m p. 01-10, 1999.
com a radiação ultravioleta (Figura 2). JAKERIA, M. R.; FAZAL, M. A.; HASEEB, A. S. M.
1,6
A. Influence of different factors on the stability of biodiesel:
S10 5%
1,4 A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
S500 5%
30, 154–163, 2014.
1,2
NEVES, A. C. Avaliação da radiação ultravioleta na
Absorbância (600 nm)
2 - Material e Métodos
Foram adicionados nitratos de metais de transição
(Fe(NO3)3.9H2O; Cr(NO3)3.9H2O; Cu(NO3)2.3H2O;
Co(NO3)2.6H2O; Mn(NO3)2.XH2O na concentração de 0,25
mg.L-1 ao biodiesel. As amostras de biodiesel contendo
metal foram analisadas em um calorímetro exploratório
diferencial acoplado a uma célula de pressão, marca TA-
Intruments, modelo DSC 2920. As curvas calorimétricas
foram obtidas nas temperaturas de isotermas de 90, 95, 100,
105 e 110 °C, com pressão de 700 kPa, sob atmosfera de Figura 1. Curvas isotermas de P-DSC nas
oxigênio. Para tanto, foi utilizada a seguinte programação de temperaturas de 90, 95, 100, 105 e 110 °C.
aquecimento: a taxa de aquecimento inicial de 10 °C min-1
Observou-se um aumento da velocidade de reação Tabela 1. Energia de ativação obtida obtida pelo
com o aumento da temperatura. Isso ocorre devido à maior método ASTM E 2070 – 08 para amostras de biodiesel com
quantidade de energia absorvida, que resulta no rompimento metais.
mais rápido da ligação do hidrogênio alílico da molécula do
éster insaturado e no aumento das reações de oxi-redução Amostras Ea (kJ mol-1)
influenciadas pelos íons metálicos. Isso resulta na formação Cobalto 99,8±20,0
de um número maior de radicais susceptíveis à reação com o Cobre 92,4 ± 1,4
oxigênio molecular, desencadeando o processo oxidativo em Manganês 92,6 ± 5,9
um menor intervalo de tempo em relação às temperaturas Cromo 67,0 ± 4,5
inferiores. Ferro 98,9 ± 2,9
Esse método apresentou um bom ajuste, com Biodiesel 79,4 ± 8,4
exceção da amostra contendo íons de cobalto que apresentou
coeficiente de determinação (R2) de 0,85715. Para as demais
amostras o R2 foi maior que 0,95. Isto significa que mais que 4 – Conclusões
95% da variação total em torno da média pode ser explicada
pela regressão linear. As curvas isotérmicas apresentaram aumento da velocidade
de reação com o aumento da temperatura. As modelagens
cinéticas pelos métodos B e C apresentaram bons ajustes
lineares, com resultados satisfatórios de energia de ativação.
5 – Agradecimentos
UFPB, UFRN, Capes, Finep, RBTB e RBQAV.
6 - Bibliografia
ASTM E 2070 - 08 - Standard Test Method for Kinetic
Parameters by Differential Scanning Calorimetry Using
Isothermal Methods. doi: 10.1520/E2070-08.
Litwinienko G. Analysis of lipid oxidation by differential
scanning calorimetry. In: Analysis of Lipid Oxidation. Eds.
A. Kamal-Edin, J. Pokorny, AOCS Press, Champaign, IL
(USA) 2005, pp. 152–193.
Litwinienko G, Kasprzycka-Guttman T, A DSC study on
thermoxidation kinetics of mustard oil. Thermochimica Acta
1998, 319:185-191.
Liwinienko G, Kasprzycka-Guttman T, Studzinki M.
Effects of selected phenol derivatives on the autoxidation of
linolenic acid investigated by DSC non-isothermal methods.
Thermochimica Acta 1997, 307, 97-106.
Simon P, Kolman L. DSC study of oxidation induction
periods. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry 2001,
64:813-820.
Figura 2. Curvas Ln HPOIT versus T-1. Tan CP, Man YBC. Recent developments in differential
scanning calorimetry for assessing oxidative deterioration of
Os valores de energia obtidos são da mesma ordem vegetable oils. Trends Food Sci Technol. 2002, 13:312–318.
de grandeza aos encontrados na literatura. A energia de Tan CP, Man YBC, Selamat J, Yusoffc MSA. Application of
ativação obtida por Liwinienko et al. (1997) do ácido Arrhenius Kinetics to Evaluate Oxidative Stability in
linoleico puro foi de 70,4 kJ.mol-1 e a obtida por Rodrigues Vegetable Oils by Isothermal Differential Scanning
Filho (2009) foi de 150,6 kJ.mol-1 para o biodiesel de Calorimetry. JAOCS 2011, 78:1133–1138.
algodão. Ulkowski M, Musialik M , Litwinienko G. Use of
differential scanning calorimetry to study lipid oxidation. 1.
Oxidative stability of lecithin and linolenic acid. J. Agric.
Food Chem. 2005, 53: 9073−7.
2,0 Co
2+
Periodo de Induçao / h
2+
presença de hidroperóxidos, tipo de complexo formado, Cu
2+
1,5 Zn
entre outros. O mecanismo mais simples para a catálise de Ni
2+
competição entre os sítios ativos pelo substrato faz com que al., 2011). No presente caso, observou-se que os metais
não tenha menor variação da atividade catalítica. Isso pode trivalentes levam a uma menor redução do período de
ser observado para o biodiesel contendo os íons Cu 2+, Co2+ e indução do que os bivalentes. Isto pode ser atribuído à maior
Mn2+. Para o biodiesel contendo os íons de Fe3+ a saturação atração exercida pelos cátions trivalentes, levando à
ocorreu a partir de 0,5 mg.L-1 e para os íons de Cr 3+ a partir formação de complexos de esfera interna com uma menor
de 1,0 mg.L-1, quando analisado pelo método Rancimat. atividade catalítica. Neste sentido, cátions bivalentes podem
formar complexos de esfera externa, com rápida
transferência de elétrons e, consequentemente, uma maior
80 Fe
3+
2+
redução do período de indução (Santos et al., 2011).
Mn
2+
70 Co
3+
Cr
Perido de Induçao / min
60 Cu
Zn
2+
2+
4 – Conclusões
2+
Ni
50
Pequenas concentrações dos metais Fe3+, Cr3+,
40 Cu , Co2+ e Mn2+ reduziram o período de indução do
2+
30
biodiesel de soja. Cu2+, Co2+ e Mn2+ foram os metais que
tiveram efeito catalítico mais forte e os metais Zn2+ e Ni2+
20
tiveram um comportamento diferenciado, apresentando um
10 aumento do período de indução.
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
-1
Concentracao de metal / mg.L 5 – Agradecimentos
Figura 2. efeito da concentração dos metais de UFPB, UFRN, Capes, Finep, RBTB e RBQAV.
transição na estabilidade oxidativa do biodiesel de soja por
petrooxy.
6 - Bibliografia
No método PetroOxy, o efeito catalítico é mais Maia ECR, Borsato D, Moreira I, Spacino KR, Rodrigues
pronunciado a partir de todas as concentrações, devido o PRP, Gallina AL. Study of the biodiesel B100 oxidative
ensaio ser realizado sob pressão. stability in mixture with antioxidants. Fuel Processing
Apenas os íons metálicos Zn2+ e Ni2+ tiveram um Technology 2011; 92:1750-5.
comportamento diferenciado dos demais, levando a um Sarin A, Arora R, Singh NP, Rakesh S, Sharma M, Malhotra
aumento do período de indução. Isto pode estar relacionado RK. Effect of Metal Contaminants and Antioxidants on the
com a ausência de níveis intermediários do estado de Oxidation Stability of the Methyl Ester of Pongamia. J Am
oxidação entre 2+ e 0, diferentemente dos outros íons Oil Chem Soc. 2010; 87:567–72.
metálicos estudados (Fe3+, Mn2+, Co2+, Cr3+ e Cu2+), que Siddharth J, Sharma MP. Long term storage stability of
apresentam maior diversidade de estados de oxidação. Jatropha curcas biodiesel. Energy 2011a; 36:5409-15.
O Rancimat e o Petroxy apresentaram respostas
com as mesmas tendências, deixando evidente três grupos de Siddharth J, Sharma MP. Correlation development for effect
íons metais: o primeiro com Ni2+ e Zn2+ com um aparente of metal contaminants on the oxidation stability of Jatropha
efeito inativador; o segundo, intermediário, com Fe3+ e Cr3+; curcas biodiesel. Fuel 2011b; 90:2045–50.
e o terceiro com Mn2+, Co2+, Cu2+ com efeito catalítico mais Santos NA, Damasceno SS, Araujo PHM, Marques VC,
acentuado. Rosenhaim R, Fernandes Jr. VJ, Queiroz N, Santos IMG,
Os estudos realizados por Siddharth e Sharma, Maia AS, Souza AG. Caffeic acid: an efficient antioxidant
2011a; Siddharth e Sharma, 2011b e Sarin et al., 2010 for soybean biodiesel contaminated with metals. Energy
encontraram o efeito catalítico mais forte para o Cu2+, Fuels 2011; 25: 4190–94
seguido do Co2+, Mn2+. O Ni2+ e Fe3+ tiverem efeito catalítico
semelhantes. Os resultados apresentados por esses
pesquisadores para cada metal estão de acordo com os
resultados mostrados no presente trabalho, exceto para o
níquel. Por esses estudos o biodiesel contendo níquel
apresentou efeito catalítico semelhante ao biodiesel
contendo ferro.
Segundo a literatura, diferentes fatores podem ser
responsáveis pelo efeito catalítico dos metais na oxidação.
Apesar disso, não há nenhuma razão clara para os
comportamentos diferentes. Acredita-se que a variação
observada nas Figuras 1 e 2 pode estar relacionada com a
coordenação do metal em solução. Nos complexos de esfera
externa, o fluxo de elétrons é diretamente da camada de
valência do metal para o grupo-alvo; a transferência de
elétrons é rápida e seletiva. Complexos de esfera interna
envolvem ligantes ligados ao metal e o fluxo de elétrons é
através dos ligantes, sendo lenta e menos exigentes Santos et
2+
100 0,25 Co
2011). Estudos utilizam o P-DSC para determinar os efeitos 0,25 Cu
2+
Fluxo de calor/mW
influência dos cátions dos metais de transição Mn, Co, Cu, -20
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Fe, Cr na estabilidade oxidativa do biodiesel de soja por P- Temperatura/°C
DSC.
140
Biodiesel
1° Evento 3+
2+
Exo 2,0 Mn
100 2+
2,0 Co
Fluxo de calor / mW
2+
2,0 Cu
Os nitratos de metais de transição (Fe(NO3)3.9H2O; 80
40
de 1% da OOT. Este resultado indica o forte efeito catalítico biodiesel. No método isotérmico, temperatura constante, o
dos metais, já na concentração mais baixa. tempo é a variável do processo, não apresentando efeito
De acordo com a literatura Shahidi (2005), a significativo em relação à temperatura do ensaio.
autoxidação e a decomposição de hidroperóxido por metais
são processos muito ativos em lipídeos, pois a presença de Tabela 1. Variação percentual do OOT e do HPOIT
metais de transição facilita a formação de radicais. A com o aumento da concentração dos sal.
influência de pares redox de metais na decomposição dos Valores de OOT Valores de HPOIT
hidroperóxidos (Jain e Sharma, 2011) tem o mesmo efeito Metal [0,25] [2,0] Δ% Metal [0,25] [2,0] Δ%
nos estágios iniciais da oxidação lipídica que a
Fe 150 149 -0,7% Fe 34 31 -8,8%
decomposição bimolecular tem em fases posteriores Shahidi
Cr 149 150 0,7% Cr 32 29 -9,4%
(2005). Assim, as reações redox cíclicas do metal promovem
Mn 148 146 -1,4% Mn 20 20 0,0%
o aumento das concentrações de radicais peróxidos
acelerando os estágios posteriores do processo oxidativo. Co 146 142 -2,7% Co 16 4 -75,0%
Isto pode ser evidenciado nas curvas dinâmicas de P-DSC Cu 144 142 -1,4% Cu 12 4 -66,7%
(Figuras 1a e 1b), em que o biodiesel na presença de metal Variação Média % -1,1% Variação Média % -32,0%
apresenta seu segundo evento exotérmico mais intenso e em
uma temperatura inferior à do biodiesel sem metal. O
terceiro evento (250 – 300 °C) pode estar relacionado às 4 – Conclusões
reações de polimerização do biodiesel (Jain e Sharma, 2011). As curvas dinâmicas de P-DSC mostram que o início do
Nessas temperaturas, as olefinas (mono e processo oxidativo do biodiesel é afetado pelo tipo do metal
poliinsaturadas) começam a isomerizar por meio da reação e a presença de metal promove o aumento das concentrações
Diels Alder (reação entre di-olefinas conjugadas e mono- de radicais peróxidos acelerando os estágios posteriores do
olefinas), formando polímeros de alto peso molecular (Jain e processo oxidativo. A presença de metais também acelera o
Sharma, 2010;Jain e Sharma, 2011). Como pode ser processo de polimerização do biodiesel quando submetido a
observado, essas reações ocorrem para o biodiesel puro em temperaturas mais elevadas. As curvas isotérmicas de P-
temperaturas mais elevadas quando comparado ao biodiesel DSC de biodiesel contendo metais apresentaram diminuição
contendo metais. do HPOIT.
As curvas isotérmicas de P-DSC de biodiesel
(Figuras 2.7a e 2.7b) contendo metais apresentaram 5 – Agradecimentos
diminuição do HPOIT com a adição de diferentes metais
UFPB, UFRN, Capes, Finep, RBTB e RBQAV.
(Figura 2.8).
6 - Bibliografia
20
Biodiesel
3+
(a) Araújo SV, Rocha BS, Luna FMT, Rola Jr. EM, Azevedo
0,25 Fe
16 0,25 Cr
3+
2+
DCS, Cavalcante Jr. CLC. FTIR assessment of the oxidation
0,25 Mn
Fluxo de calor / mW
0,25 Co
2+
2+
process of castor oil FAME submitted to PetroOXY and
0,25 Cu
12
Rancimat methods. Fuel Processing Technology 2011;
8
92:1152–5.
Dantas MB, Albuquerque AR, Barros AK, Rodrigues Filho
4
MG, Antoniosi Filho NR, Sinfrônio FSM, Rosenhaim R,
0
Soledade LEB, Santos IMG, Souza AG, Evaluation of the
0 20 40 60
Tempo / min
oxidative stability of corn biodiesel. Fuel 2011; 90:773–8.
Dunn RO. Oxidative stability of biodiesel by dynamic mode
20
Biodiesel
3+ (b)
pressurized−differential scanning calorimetry (P−DSC).
2,0 Fe
2,0 Cr
3+
2+
American Society of Agricultural and Biological Engineers.
16
2,0 Mn
2,0 Co
2+ 2006; 49:1633−41.
Fluxo de Calor / mW
12
Esters (FAME) — Determination of Oxidation Stability
8 (accelerated oxidation test), European Committee for
Standardization, Berlin, 2003.
4
Litwinienko G. Autooxidation of unsaturated fatty acids and
0
their esters. J Therm Anal Calorim 2001; 65:639-46.
0 20 40 60
Tempo / min
Jain, S, Sharma, MP. Stability of biodiesel and its blends: A
review, Renewable and Sustainable Energy Reviews 2010;
Figura 2. Curvas por P-DSC isotérmicas de biodiesel 14:667-78.
contaminado com (a) 0,25 mg.L-1 de metal (b) 2,0 mg.L-1 do Jain, S, Sharma, MP. Thermal stability of biodiesel and its
sal. blends: A review, Renewable and Sustainable Energy
Observa-se a mesma seqüência obtida no método P- Reviews 2011; 15:438-48.
DSC dinâmico. As diferenças na sensibilidade dos métodos Moser BR. Comparative Oxidative Stability of Fatty Acid
P-DSC dinâmico e isotérmico (Tabela 1), na avaliação do Alkyl Esters by Accelerated Methods. J Am Oil Chem Soc.
processo oxidativo do biodiesel, estão relacionadas à energia 2009; 86:699–706.
de ativação do processo. O aumento de 1 ºC no método Shahidi F, Ed. Bailey’s Industrial Oil and Fat Products, 6th
dinâmico acelera exponencialmente a reação de oxidação do ed.; John Wiley & Sons, Inc.: New Jersey, 2005; Vol. 1.
1 - Introdução
O óleo diesel é um dos principais combustíveis
utilizados no Brasil, atuando especialmente nos setores
industriais e rodoviários. Contudo, esse combustível é obtido
de fontes não renováveis, e seu uso está diretamente ligado
ao aumento das emissões antrópicas de dióxido de carbono e
enxofre. Nesse sentido, o incentivo ao uso de
biocombustíveis se torna cada vez mais relevante. O
biodiesel é obtido a partir de fontes renováveis que auxilia Figura 1. Esquema gráfico do reator de radiação ultravioleta.
na redução das emissões dos gases de efeito estufa.
Atualmente o percentual de biodiesel ao óleo diesel é de Nos ensaios A/B ocorreu a inoculação de
11%. Diferente do óleo diesel, o biodiesel apresenta uma microrganismos isolado previamente do próprio óleo diesel,
quantidade elevada de ligações insaturadas, sítios ativos com objetivo de simular um cenário de alta concentração
carboxílicos que conferem caráter higroscópico ao microbiológica. A Erro! Fonte de referência não
combustível, tornando-o suscetível a degradações (Caliskan, encontrada.Erro! Fonte de referência não encontrada.
2017; Patel e Sankhavara, 2017). demonstra os diferentes ensaios realizados no reator e as
Durante o armazenamento de combustíveis, pode condições experimentais.
ocorrer degradações microbiológicas, onde na presença de
umidade, oxigênio, luz e temperatura fornece um ambiente Tabela 1. Condições experimentais dos ensaios.
favorável à proliferação de microrganismos, sendo que a Ensaio Volume
biomassa resultante do processo de degradação, ocasiona Tempo
de diesel Inóculo Circulação
diversos problemas no motor. Algumas alternativas têm sido (min)
(L-1)
utilizadas para contornar este tipo de problema, como o caso A SIM SIM 120
dos aditivos químicos, porém apresentam desvantagem, 40
B SIM NÃO 240
como o aumento do custo do produto final e a geração de C NÃO SIM 360
resíduos (Beker et al., 2016). 40
D NÃO NÃO 360
Diante disso, a necessidade de novos métodos a
serem utilizados como forma de controle microbiológico se Avaliação da atividade microbiológica: A quantificação
justifica. A radiação ultravioleta vem como alternativa de dos microrganismos ocorreu pela técnica de microgota e
controle, visto que sua ação atua diretamente na inativação método espectrofotométrico, com objetivo de identificar a
de microrganismos, apresentando ação germicida e/ou diminuição e/ou eliminação dos microrganismos presentes.
bactericida, que ocasionam lesões irreversíveis impedindo a Avaliação físico-química: A fim de verificar alterações
reprodução dos microrganismos. Com a redução destes físico-químicas promovidas pela radiação UV, foram
microrganismos é possível aumentar o tempo de estocagem avaliadas a massa específica à 20°C e viscosidade cinemática
de óleo diesel, favorecendo a distribuição e comercialização à 20°C.
Perante isto, este trabalho tem como objetivo
inativar microrganismos presentes em óleo diesel, utilizando 3 - Resultados e Discussão
radiação ultravioleta a fim de eliminar e/ou retardar o
crescimento microbiológico. Na Figura 2 é representado os valores de
absorbância dos diferentes ensaios no decorrer do tempo de
2 - Material e Métodos exposição à radiação UV.
Os experimentos foram conduzidos no
Laboratório de Catálise e Produção de Biocombustíveis da
Universidade Federal do Paraná – UFPR. As amostras de
óleo diesel S10 – B8 foram coletadas em posto de
abastecimento na cidade de Palotina/PR, nos meses de
novembro e dezembro de 2017. As amostras coletadas foram
adicionadas num reator composto por lâmpadas germicidas
de radiação ultravioleta (40W) com um sistema de circulação
(Figura 1).
Figura 2. Absorbância dos ensaios.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
50
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
A alteração dos tipos de gêneros identificados antes Tabela 3. Resultado do teste de biodegradabilidade após 48 horas
e após a radiação UV, pode ser explicada pela maior Porcentagem de biodiesel/óleo diesel
Isolados C+ 20 20 40 40 60 60 100 100 C-
facilidade de inibição dos grupos iniciais pela radiação
A T0’ C+ + + + + - - + + C-
ultravioleta, permanecendo os grupos que apresentam maior A T60’ C+ + + + + + + + + C-
resistência. B T0’ C+ - - - - - - - - C-
B T120’ C+ - - - - - - - - C-
Tabela 1. Identificação de microrganismos isolados nos diferentes ensaios. C T0’ C+ - - - - - - - - C-
Amostras Espécie referência % de ID** CT240’ C+ - - - - - - - - C-
Ensaio A Staphylococcus warneri 98% D T0’ C+ - - - - - - + + C-
Tempo 0’ DT360’ C+ + + + + + + + + C-
* C+: controle positivo; C-: controle negativo.
Ensaio A Staphylococcus sp 97%
Tempo 60’ Staphylococcus pasteuri 97%
Ensaio B Clostridium sp 96% Já em 96 horas (Tabela 4), os demais
Tempo 0’ Paraclostridium bifermentans 96% microrganismos mostraram potencial de degradação para
Ensaio B Enterococcus sp. 99% todas as blendas e o biodiesel puro.
Tempo 120’ Enterococcus qallinarum 99%
Ensaio C Clostridium sp 98% Tabela 4. Resultado do teste de biodegradabilidade após 96 horas
Tempo 0’ Paraclostrodium bifermentans 98% Porcentagem de biodiesel/óleo diesel
Isolados C+ 20 20 40 40 60 60 100 100 C-
Ensaio C Enterobacter sp. 97%
A T0’ C+ + + + + - - + + C-
Tempo 240’ Enterobacter ludwigii 97%
A T60’ C+ + + + + + + + + C-
Ensaio D Acinetobacter sp. 97% B T0’ C+ + + + + + + + + C-
Tempo 0’ Acinetobacter baumannii 97% B T120’ C+ + + + + + + + + C-
Ensaio D Bacillus sp. 97% C T0’ C+ + + + + + + + + C-
Tempo 210’ Bacillus cereus 97% CT240’ C+ + + + + + + + + C-
D T0’ C+ - - - - - - + + C-
DT360’ C+ + + + + + + + + C-
A diferença de microrganismos antes e após a * C+: controle positivo; C-: controle negativo
radiação UV pode ser explicada também, pela competição de
nutrientes, onde alguns gêneros iniciais apresentam maior Este teste de avaliação de biodegradabilidade
facilidade em aproveitar os hidrocarbonetos do combustível demonstrou que diferentes microrganismos apresentam
como fonte de nutrientes, sendo este um fator que limita e diferentes tempo e capacidade de biodegradar blendas de
conduz a degradação e o crescimento microbiológico. óleo diesel/ biodiesel e o biodiesel puro.
Todos os gêneros identificados neste trabalho, já Foi possível verificar que para alguns tipos de
foram relatados na literatura, como microrganismos microrganismos (ensaios A e D), ocorreu a degradação do
presentes em óleo diesel, biodiesel e blendas. biodiesel puro. Indicando que esses tipos de microrganismos
Microrganismos estes que promovem a formação de apresentam maior facilidade de degradação. Mesmo após 48
compostos que causam problemas associados a: bloqueio de horas, os mesmos microrganismos continuaram a degradar
tubulações, filtros e válvulas; formação de sedimentos; as diferentes blendas, indicando uma maior facilidade em
corrosões; incrustações e degradação do combustível. utilizar os hidrocarbonetos do combustível como fonte de
Na avaliação de biodegradabilidade, as leituras nutrientes.
foram identificadas pela descoloração do corante 2,6-
diclorofenaol indolfenol (DCPIP), onde a oxidação do meio
é determinada pela mudança da cor azul para incolor. Em 24 4 – Conclusões
horas, os microrganismos isolados dos ensaios A e D A partir da identificação molecular foi possível
degradaram o biodiesel puro (100%). Para demais blendas, a verificar que a degradação do combustível ocorre por uma
degradação se iniciou após 48 horas (Tabela 3), onde os série de microrganismos, sendo Staphylococcus sp. e Bacillus
microrganismos dos ensaios A e D degradaram as blendas sp. uma das mais frequentes. Entretanto a incidência de
20, 40 e 60%. radiação ultravioleta pode diminuir a variedade de bactérias
que promovem tal degradação. Para o biodiesel puro
Tabela 2. Resultado do teste de biodegradabilidade após 24 horas
Porcentagem de biodiesel/óleo diesel
percebeu-se que a velocidade de degradação foi maior do que
Isolados C+ 20 20 40 40 60 60 100 100 C-
para àqueles que haviam diesel adicionado, reafirmando sua
fragilidade quanto à estabilidade química.
A T0’ C+ - - - - - - + + C-
A T60’ C+ - - - - - - + + C-
B T0’ C+ - - - - - - - - C- 5 – Agradecimentos
B T120’ C+ - - - - - - - - C- (CAPES) - Código de Financiamento 001.
C T0’ C+ - - - - - - - - C-
CT240’ C+ - - - - - - - - C- 6 - Bibliografia
D T0’ C+ - - - - - - + + C- Neves, A.C. Avaliação da radiação ultravioleta na inativação
DT360’ C+ - - - - - - + + C- de microrganismos presentes em óleo diesel. Programa de
* C+: controle positivo; C-: controle negative Pós-Graduação em Eng. De Energia na Agricultura.
Dissertação. Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
Cascavel, 2018.
4 – Conclusões
Palavras Chave: biodiesel, estabilidade oxidativa, compatibilidade de materiais, corrosão e aço carbono
Palavras Chave: Biodiesel; aditivos anticongelantes; metacrilato de dodecila, reciclagem química, PMMA.
A síntese dos monômeros de metacrilato de alquila blendas B10 e B20 por redução das temperaturas
(metacrilato de dodecila – DDMA, e metacrilato de octila – correspondentes ao ponto de névoa (CP) e ao ponto de
OCMA) foi realizada por reações de transesterificação em fluidez (PP) destes combustíveis usando pequena
balões de fundo redondo acoplados à aparelhagem de quantidade de aditivo, apenas 1000ppm. O B100 utilizado
destilação simples e agitação magnética. Foram utilizados o foi fornecido pela Potencial Biodiesel/PR e se trata de uma
metacrilato de metila (MMA), álcoois graxos, ácido p- amostra de biodiesel metílico comercial, sem nenhum
toluenossulfônico como catalisador e hidroquinona como aditivo, que foi utilizado também na preparação das blendas
inibidor de polimerização. Após 20h a 95ºC foi realizada B10 e B20. As medidas de CP e PP foram realizadas em um
destilação a vácuo para a retirada do metanol formado e do equipamento Tanaka Mini Pour/Cloud Point Tester MPC-
MMA que não reagiu. Os metacrilatos de alquila 102L, no LEQUIPE/UFPR.
sintetizados foram purificados por solubilização em hexano, Apesar dos demais aditivos testados não terem
percolação em coluna com florisil e rotaevaporação. promovido reduções significativas no ponto de névoa e na
As reações de polimerização radicalar, em solução, temperatura em que as amostras de biocombustível se
dos metacrilatos DDMA e OCMA, ocorreram em balão solidificaram, o poli(metacrilato de dodecila) – PDDMA –
acoplado a condensador de refluxo. Os monômeros foram apresentou bons resultados já no biodiesel puro, e
solubilizados em tolueno e acrescidos de peróxido de resultados ainda melhores foram obtidos nas blendas B10 e
benzoíla. A reação que se processou em atmosfera inerte B20, como mostra a Tabela 1.
(de N2) por 17h a 90ºC. Os polímeros foram purificados por
Tabela 1. Resultados do desempenho do aditivo PDDMA
precipitação da solução, em DCM, sobre MeOH.
sobre o CP e PP de amostras de biocombustíveis.
Todos os produtos obtidos foram caracterizados
Biocombus- Sem aditivo Aditivado com PDDMAa
por FTIR e NMR de 1H e 13C.
tível CP (ºC)b PP (ºC)b CP (ºC)b PP (ºC)b
3 - Resultados e Discussão B100 2,0 1,0 2,0 -7,0
A decomposição termo-oxidativa do PMMA foi B10 -7,0 -15,0 -8,0 -30,0
realizada em diferentes condições de reação, incluindo a B20 -7,0 -12,0 -7,0 -23,0
a
presença e ausência de solventes, sendo monitorada pelas 1000 ppm; bmédia de triplicata (+/- 1ºC).
características do PMMA residual (massa e massa molar) e
pela quantidade de MMA recuperada no processo. Os 4 – Conclusões
melhores resultados foram obtidos a 220ºC durante 80 min
com fluxo de ar de 100mL/min. Essa temperatura é cerca de No estudo da degradação termo-oxidativa do
200ºC mais baixa que as temperaturas relatadas na literatura PMMA, observou-se a necessidade do controle do fluxo de
para a decomposição térmica do PMMA. Com a introdução ar para manter os patamares ideais para uma boa produção
de oxigênio do ar no reator, observou-se 93% de eficiência de MMA e reprodutibilidade dos resultados. A metodologia
na degradação do PMMA de elevada massa molar (Mn = foi assim aperfeiçoada, uma vez que altos rendimentos de
152.029, Mw = 301.411), com uma recuperação de produção de metacrilato de metila puro foram alcançados
monômero muito eficiente, chegando a 71% e produzindo em apenas 90 minutos e em temperaturas cerca de 200ºC
um PMMA residual de baixa massa molar Mn = 15.995, mais baixas do que as relatadas na literatura.
Mw = 30.009) medida por Cromatografia de permeação em A partir do metacrilato de metila (MMA) foram
Gel. Os melhores resultados foram obtidos utilizando-se produzidos, por transesterificação, metacrilato de dodecila
fluxo de ar de 100mL/min, sendo que, valores superiores a (DDMA) e metacrilato de octila (OCMA), com alto grau de
300mL/min promoveram muita perda de MMA, por arraste. pureza e elevados rendimentos (85 a 95%).
O estudo de degradação do PMMA foi avaliado em maior Dentre os aditivos poliméricos anticongelantes
escala tendo sido comprovada a eficiência da recuperação sintetizados, o que mais se destacou foi o PDDMA que
de MMA. Foi também confirmada a pureza do monômero, reduziu o PP das três amostras de biocombustível. Além de
assim como a viabilidade do processo como um todo, reduzir o PP do B100 para -7,0ºC, foi ainda mais eficiente
através do sucesso da polimerização em massa, via para as blendas biodiesel-diesel, retardando a solidificação
radicalar, realizada com o MMA obtido. do B10 para -30ºC e do B20 para -23ºC, o que corresponde
Metacrilato de dodecila e metacrilato de octila a excelentes resultados, considerando as temperaturas de
foram obtidos, a partir de MMA, após adequação das inverno do sul do Brasil, e garantindo o aumento da
condições experimentais, passando a utilizar excesso de participação do biodiesel na matriz energética brasileira.
MMA (ao final recuperado e reutilizado) e proporções
adequadas de hidroquinona e PTSA, o que resultou em 5 – Agradecimentos
monômeros puros e com excelentes rendimentos. MCTIC, FINEP, UFPR, CNPq, DQUI/UFPR,
DDMA e OCMA foram utilizados na produção LEQUIPE/UFPR, CEPESQ/UFPR, Potencial Biodiesel.
dos correspondentes homopolímeros poli(metacrilato de
dodecila) – PDDMA e poli(metacrilato de octila) – 6 - Bibliografia
POCMA, ambos em 85% de rendimento e elevada pureza, e
HIRATA, T.; KASHIWAGI, T.; BROWN, J. E. Thermal
também combinados para a formação do copolímero
and Oxidative Degradation of Poly(methyl methacrylate):
correspondente poli(metacrilato de dodecila–co–metacrilato
Weight Loss. Macromolecules 1984, 18, 1410-1418.
de octila) – PDOCMA, obtido em 75% de rendimento.
MUNIZ-WYPYCH, A. S. Desenvolvimento de aditivos
Os aditivos poliméricos sintetizados foram
bifuncionais de ação antioxidante e anticongelante para
avaliados com relação à capacidade de melhorar as
biodiesel. Tese de Doutorado. UFPR. 2016.
propriedades de fluxo a frio do biodiesel puro (B100) e de
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
60
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Palavras Chave: Biodiesel, aditivos poliméricos, propriedades de fluxo a frio, ponto de fluidez, anidrido maleico.
neutralização, foram devidamente obtidos para apresentaram os melhores desempenhos sobre o ponto de
caracterização dos produtos. fluidez, porém os melhores resultados foram obtidos com os
Os resultados de GPC indicaram que os copolímeros copolímeros contendo maleato de dodecila, principalmente
possuem baixas massas molares. O teor de carbonilas sobre o ponto de fluidez do B10.
esterificadas das unidades de anidrido maleico, determinado Apesar dos aditivos desenvolvidos não terem
por titulação ácido-base mostrou que os copolímeros apresentado resultados muito significativos sobre as
esterificados apresentaram entre 56 e 83% das carboxilas na propriedades de fluxo a frio do biodiesel puro, mostraram
forma de éster, dependendo do álcool usado na bom potencial para utilização como aditivos melhoradores
esterificação. de fluxo a frio das blendas B10 e B20 e excelentes
O teste de desempenho dos copolímeros como resultados em alguns casos. Alguns aditivos apresentaram
aditivos redutores do ponto de névoa (CP) e do ponto de atividade no biodiesel B100, reduzindo o ponto de fluidez
fluidez (PP) foi realizado no em biodiesel metílico comercial para -1°C. Na mistura B20, o PP foi reduzido para -22°C e
(B100) e misturas (B20 e B10). A Tabela 1 mostra os valores de PP de -29°C e -30°C foram alcançados na
valores de ponto de névoa e de ponto de fluidez obtidos mistura B10, mostrando-se ótimas opções para a utilização
para os combustíveis aditivados na concentração de 1000 também na etapa de armazenamento.
ppm.
Palavras Chave: Biodiesel, acrylic esters copolymers, biofuels, polymeric cold flow improver additives.
The molar mass (<Mn> and <Mw>) of the The performance of the additives allows the
esterified products was determined by gel permeation incorporation of a much larger amount of soybean biodiesel
chromatography. The formation of monodisperse (PD = 1.1) in the Brazilian diesel, allowing the use of B20 in Brazil
and low molar mass polymers (below 50,000) which showed which increases the national market for biodiesel.
that the control of molar mass by the solvent was efficient, The feasibility of increasing the insertion of
as well as the use of benzoyl peroxide as initiator. biodiesel in the Brazilian energy matrix, either by
The performance of the copolymers as cold flow encouraging the use of B100 or by increasing the biodiesel
enhancers was evaluated based on their ability to improve content in blends with diesel oil, results in the use of
soybean biodiesel pour point (B100) as well as their blends increasing amounts of biodiesel, which favors aggregation of
B20 with petrodiesel showed in Figures 2 and 3. value to the national raw materials, develops the national
industry, expands the generation of employment and income
in its production chain, with a distinct social character, with
positive effects in family agriculture, besides being a
renewable energy source that favors the reduction of
emissions of gases responsible for the greenhouse effect.
Thus, this work shows its great contribution to the
increasing use of biodiesel in the energy matrix, not only
Brazilian, but also worldwide, providing excellent antifreeze
additives for various types of biodiesel, as well as for their
mixtures with petrodiesel.
5 – Acknowledgments
MCTIC, FINEP, UFPR, CNPq, CAPES,
Figure 2. Effect of the polymeric additives as pour point DQUI/UFPR, LEQUIPE/UFPR, CEPESQ/UFPR, Lab. de
depressant on B100 (average of triplicates of values, +/- RMN/UFPR, REPAR/PETROBRAS.
1oC).
6 - References
ALTAIE, M. A. H. et al. Cold flow and fuel properties of
methyl oleate and palm-oil methyl ester blends. Fuel 2015,
160, 238.
MUNIZ, A. S. et al., Poly(alkyl acrylates) as Pour Point
Improversfor Biofuels. Macromolecular Symposia 2016,
368, 40-48.
MUNIZ-WYPYCH, A. S. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal do Paraná. 2012.
4 – Conclusions
The reaction conditions investigated for the
synthesis of the polymers showed that the method chosen
for the control of molar mass in solution by radicalar
mechanism, gave products with low molar mass, as desired,
as well as the reactions of esterification of the same gave
products totally esterified.
O biodiesel vem se destacando cada vez mais como As análises foram realizadas de acordo com a norma
matriz energética brasileira, devido à ampliação das zonas EN 14112. O método Rancimat foi usado para avaliar a
urbanas, bem como a necessidade em reduzir a poluição estabilidade oxidativa do biodiesel comercial sem adição de
ambiental. (Knothe et.al. 2007) aditivos e com adição de aditivos em diferentes
Pesquisas envolvendo a estabilidade oxidativa do concentrações.
biodiesel têm mostrado que a instabilidade oxidativa do A Figura 1 mostra o esquema do equipamento
mesmo e suas misturas é um agravante à inclusão e Rancimat. As amostras foram pesadas (3 g) no tubo de reação
ampliação do uso deste na matriz energética nacional e que foi conectado ao recipiente de medição, que contém a
internacional. Com o escopo em diminuir este problema, célula de medição de condutividade imersa em água destilada
tem-se desenvolvido aditivos antioxidantes para serem (50 mL).
adicionados ao biodiesel e retardar as reações de oxidação. O tubo de reação é encaixado no bloco de
(Muniz et.al. 2017) aquecimento (110 °C + ∆T = 1,4°C) e com fluxo de ar
Para que um antioxidante seja eficiente é necessário constante (10 L/ h), com o passar do tempo, a oxidação do
que em seu mecanismo ele interrompa a formação do radical, combustível se inicia e os compostos voláteis formados são
por apresentar em sua estrutura grupamentos funcionais que direcionados para o recipiente coletor através do fluxo de ar.
doam radical hidrogênio para a molécula oxidada e se A condutividade da água destilada é monitorada e o período
de indução (IP) é determinado pela “curva onset”.
estabiliza por ressonância. (Focke, et.al.2014).
Compostos fenólicos aromáticos, que possuem
hidroxilas nas posições orto-para que desloquem elétrons no
interior do núcleo benzênico, estabilizando o radical
formado, o que aumenta a atividade antioxidante, são
conhecidos como bons antioxidantes. (Muniz et.al. 2016)
Baseado nessas estruturas esse trabalho escolheu fenol
(FN), p-metoxifenol(PMF), hidroquinona (HQ) e catecol
(CT), para avaliar o retardamento da oxidação em biodiesel,
como eles não são amplamente utilizados para avaliar o
comportamento da estabilidade do biodiesel, trazem uma
nova aplicação para estes compostos como aditivos para
biodiesel.
Figura 1: Esquema do equipamento Metrohm Rancimat
2 - Material e Métodos
Os aditivos comerciais (Tabela 1) fenol (FN), p- 3 - Resultados e Discussão
metoxifenol (PMF), hidroquinona (HQ) e catecol (CT),
foram avaliados como melhoradores da estabilidade O desempenho frente à estabilidade oxidativa dos
oxidativa do biodiesel comercial, utilizando Rancimat para aditivos comerciais foi avaliado utilizando o equipamento da
envelhecimento do mesmo. Metrohm 743 Rancimat em conformidade com a Norma EN
14112.
Tabela 1: Aditivos comerciais utilizados nesse trabalho De acordo com a Resolução da ANP, o biodiesel
precisa apresentar uma estabilidade oxidativa mínima,
fenol hidroquinon p-metoxifenol catecol expressa pelo período de indução (IP) igual ou superior a 8
horas, medido obrigatoriamente pelo Método Rancimat.
Os aditivos comerciais foram testados em biodiesel
comercial puro (IP = 7 h) nas concentrações de 5000; 2000;
1000; 500; 250 ppm. Foi possível observar excelentes
resultados frente à estabilidade oxidativa.
A Figura 3 mostra a média das duplicatas das análises
de estabilidade oxidativa, utilizando o equipamento Metrohm
6 - Bibliografia
Período de Indução - IP (horas)
32
DE SOUSA, L. S., DE MOURA, C. V. R., DE OLIVEIRA,
J. E., DE MOURA, E. M., Use of natural antioxidants in
24 soybean biodiesel. Fuel, 2014, 134, 420-428.
FOCKE, W. W., WESTHUIZEN, I. V. D., GROBLER, A. B.
L., NSHOANE, K. T., REDDY, J. K., LUYT, A. S., The
16
effect of synthetic antioxidants on the oxidative stability of
ANP N° 45/2014
biodiesel. Fuel,2012, 94, 227-233.
8 IP=8h KNOTHE, G., Some aspects of biodiesel oxidative stability.
Fuel Processing Technology, 2007, 88, 669-677.
MUNIZ A. S., DA COSTA M. M., OLIVEIRA A. R. S.,
0
NEU P. M., SCHOBER S., MITTELBACH M., RAMOS L.
0 250 500 1000 2000 5000
Concentração (ppm)
P., CÉSAR‐OLIVEIRA M. A. F., Phenolic compounds
obtained from alkyl oleates as additives to improve the
Figura 3: Efeito dos antioxidantes (hidroquinona- HQ,
oxidative stability of methyl rapeseed biodiesel. European
catecol - CT, fenol –FN, p-metoxifenol (PMF) na
Journal of Lipid Science and Technology, 2017, 119, 170-
estabilidade oxidativa do biodiesel comercial.
179.
Os aditivos comerciais mostraram comportamento
semelhante para aumentar a estabilidade oxidativa, em
diferentes concentrações.
Dentre os compostos orgânicos escolhidos para serem
testados neste trabalho, a hidroquinona foi a que mais se
destacou frente à ação antioxidante para o biodiesel
comercial onde com a adição de 5000ppm da mesma
aumentou o período de indução (IP) no biodiesel comercial
de 7h para 38h, sendo eficiente até em baixas concentrações
como, por exemplo, 250ppm o biodiesel-B100 alcançou uma
estabilidade oxidativa de 16h, se enquadrando à Resolução da
ANP N° 45 (8 h).
4 – Conclusões
Os aditivos FN, PMF, HQ e CT foram escolhidos para
terem suas atividades testadas como melhoradores da
estabilidade oxidativa do biodiesel comercial pois na
literatura não se encontra muitos relatos sobre a utilização
desses em biodiesel.
A eficiência dos aditivos HQ e CT foi
significativamente boa se comparada a dos PMF e FN, o que
mostra que as duas hidroxilas livres aumentam a estabilidade
oxidativa em relação a uma só.
Em Rancimat o ideal é que o aditivo seja pouco
volátil, ou seja, tenha alta massa molar, isso foi confirmado,
pois a TBHQ ficou mais tempo no tubo reacional melhorando
a estabilidade oxidativa do biodiesel em relação aos demais,
que possivelmente foram arrastados (pelo arraste de vapor)
para fora do tubo reacional.
Utilizando PetroOxy o aditivo pode ter massa molar
menor e pode ser volátil, pois o método não afeta a eficiência
do aditivo, o que foi confirmado pela maior estabilidade
quando se utilizou a HQ em relação a TBHQ.
a
razão molar óleo:hidroquinona:ácido metanossulfônico; b tempo de biodiesel B100 já alcançou 8h de estabilidade oxidativa que
reação, em horas; c rendimento mássico das reações de síntese de aditivo é exigido na norma EN 14112. Dentre os três aditivos o
antioxidante, expresso em porcentagem; d conversão da reação, expressa OHQ3 que é o mais substituído com hidroquinona
em porcentagem. apresentou a melhor atividade frente à estabilidade
oxidativa do B100 sendo que com 5000ppm de aditivo
Todos os espectros mostraram basicamente o alcançou valores de estabilidade oxidativa de 19h.
mesmo perfil, variando apenas quanto à intensidade da Com a análise comparativa entre os três aditivos foi
banda de hidroxila formada na faixa de comprimento de possível traçar uma ordem crescente de estabilidade o que
onda de 3700 a 3300 cm-1 e quanto à ausência do acompanha a ordem crescente de substituição que é
estiramento na região de comprimento de onda de 3000 cm- possível confirmar na Figura 3. Sendo assim uma ordem
1
– desaparecimento este que demonstra ausência de ligação crescente de eficiência dos aditivos: OHQ1 (24%) < OHQ2
dupla entre carbonos (C=C), evidenciando que a (54%) < OHQ3 (64%), o que está relacionada não só à
hidroquinona reagiu com o óleo, como desejado. presença de grupamentos fenólicos, mas com o grau de
A análise dos espectros de 1H NMR permitiu substituição na molécula de triacilglicerol presente no óleo
comprovar a ocorrência das reações e determinar suas
de oliva. Sendo assim é possível afirmar que os aditivos que
conversões. Através desses espectros, observou-se que,
apresentam um maior teor de hidroquinona em sua
apesar de não ter apresentado o melhor rendimento
composição são mais ativos frente à estabilidade oxidativa.
mássico, o OHQ3 foi o que apresentou maior conversão,
A imobilização da hidroquinona nas cadeias
com resultado de 62,1% de inserção de hidroquinona no
insaturadas de mesma natureza do biocombustível aumenta
óleo.
a solubilidade do composto difenólico no biodiesel
Desse modo, pode-se inferir que a combinação de
favorecendo a ação antioxidante.
razão molar 1 mol óleo : 4 mol hidroquinona : 6 mol de
MSA e 20 horas de reação constituem as condições ótimas 4 – Conclusões
de síntese desse aditivo mais substituído.
De acordo com a Resolução da ANP, o biodiesel A inclusão do biodiesel na matriz energética
precisa apresentar uma estabilidade oxidativa mínima, nacional e internacional tem se mostrado cada vez mais
expressa pelo período de indução (IP) igual ou superior a 8 benéfica. Esse biocombustível substitui os combustíveis de
horas, medido obrigatoriamente pelo Método Rancimat. origem fóssil de modo ecológico – evitando o agravamento
Os aditivos foram testados em biodiesel comercial de problemas ambientais, como o efeito estufa - e ainda
permite o desenvolvimento das mais variadas competências
puro (IP = 7 h) nas concentrações de 5000; 2000; 1000;
no âmbito econômico dentro do território nacional, como a
500; 250 ppm. Foi possível observar excelentes resultados
agricultura familiar, a geração de empregos e o
frente à estabilidade oxidativa.
investimento em tecnologias, ampliando a visibilidade do
A Figura 3 mostra a média das duplicatas das país no cenário econômico mundial.
análises de estabilidade oxidativa, utilizando o equipamento Esse trabalho, portanto, enaltece a importância da
Metrohm 743 Rancimat, em diferentes concentrações dos inclusão e ampliação do uso do biodiesel como combustível
aditivos OHQ1, OHQ2 e OHQ3. alternativo, fornecendo uma técnica de síntese de aditivos
OHQ1 OHQ2 OHQ3 antioxidantes para esse biocombustível em suas mais
20
variadas misturas, de modo a contribuir para que sua
eficiência seja maximizada.
Período de Indução - IP (horas)
18
16
5 – Agradecimentos
14
12
FAPEG, CAPES e CNPq pelo apoio financeiro.
Agradecemos ao Centro de RMN/UFG, IQ/UFG,
ANP N° 45/2014
10
IP=8h
DQ/UFPR, ao MCTIC, à RBTB e à FINEP.
8
6 6 - Bibliografia
4
MUNIZ A. S., DA COSTA M. M., OLIVEIRA A. R. S.,
2 NEU P. M., SCHOBER S., MITTELBACH M., RAMOS
0 L. P., CÉSAR‐OLIVEIRA M. A. F., Phenolic compounds
0 250 500 1000 2000 5000 obtained from alkyl oleates as additives to improve the
Concentração (ppm) oxidative stability of methyl rapeseed biodiesel. European
Figura 3: Efeito dos antioxidantes (OHQ1 - hidroquinona- Journal of Lipid Science and Technology, 2017, 119, 170-
HQ, catecol - CT, fenol –FN, p-metoxifenol (PMF) na 179.
estabilidade oxidativa do biodiesel comercial. WALTER W. F., ISBE V. D., WESTHUIZENA A. B.,
Os aditivos aqui denominados OHQ1, OHQ2 e LOFTÉ G. K. T., NSHOANEA J. K., REDDYB A. S.
OHQ3 possuem 24%, 54% e 62% de hidroquinona LUYTC., The effect of synthetic antioxidants on the
respectivamente em sua composição. oxidative stability of biodiesel. Fuel, 2012, 94, 227-233.
Analisando o gráfico do período de indução - IP é KNOTHE, G.; KRAHL, J.; GERPEN, J. V.; RAMOS, L. P.
possível constatar que utilizando 500ppm destes aditivos o ;Manual de Biodiesel. Edgard Blucher: São Paulo (2006).
Palavras Chave:aditivos antioxidantes, estabilidade oxidativa, hidroquinona, óleo de oliva e óleo da seringueira.
1 - Introdução aditivo foi diluído nas proporções 250, 500, 1000, 2000 e
5000 ppm.
Apesar de todos os benefícios proporcionados ao
meio ambiente pela substituição dos derivados de petróleo
pelo biodiesel, ainda existem alguns obstáculos que 3 - Resultados e Discussão
dificultam sua utilização total e definitiva como Com o escopo de melhorar a solubilidade da
combustível automotivo. Dentre elas, destaca-se a oxidação hidroquinona biodiesel comercial, foram sintetizados
a que esse biocombustível fica sujeito durante seu aditivos derivados de compostos que compõem a matriz de
transporte e estocagem. O oxigênio, luz e o calor atuam, biodiesel, uma vez que por ela ser um difenol possui uma
respectivamente, como iniciadores e catalisadores de boa resposta como aditivo antioxidante, mas devido à alta
reações que dão origem aos radicais no biodiesel, de modo polaridade e por apresentar baixa solubilidade em biodiesel
que sua exposição a esses elementos potencializa essas dificulta sua aplicação para este fim.
reações. Esses radicais se recombinam, formando cadeias
poliméricas e/ou outros compostos que alteram a
viscosidade e outras propriedades desse combustível, AZC
tornando-o impróprio para o uso. CHQ
A adição de compostos antioxidantes ao biodiesel
apresenta, portanto, importância fundamental, pois eles têm
como objetivo retardar a oxidação do biodiesel. Esses
compostos, geralmente da classe dos aromáticos, agem
contraria à formação desses radicais, aumentando o tempo AZO
de prateleira deste biocombustível.
OHQ
Sendo assim, nesse trabalho foi investigado a
modificação química na estrutura dos triacilglicerídeos
presentes nos óleos de oliva e cártamo, através da adição de
hidroquinona (aditivo fenólico), de forma a avaliar a
solubilidade assim como o desempenho dos mesmos frente
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
a estabiliadade oxidativa do biodiesel comercial quando -1
Número de onda (cm )
adicionado diferentes concentrações destes aditivos.
5 5 – Agradecimentos
FAPEG, CAPES e CNPq pelo apoio financeiro.
Agradecemos ao Centro de RMN/UFG, IQ/UFG,
0
0 250 500 1000 2000 5000 DQ/UFPR, ao MCTIC, à RBTB e à FINEP.
Concentração (ppm)
Figura 3: Efeito do antioxidante na estabilidade oxidativa do 6 - Bibliografia
biodiesel.
HAMAMCI, C. et al. Biodiesel production via
Analisando o gráfico do período de indução - IP é transesterification from safflower (Carthamus tinctorius L.)
possível constatar que utilizando 500ppm destes aditivos o seed oil. Energy Sources, Part A: Recovery, Utilization
biodiesel B100 já alcançou 8h de estabilidade oxidativa que and Environmental Effects, v. 33, n. 6, p. 512–520, 2011.
é exigido na norma EN 14112. KUMAR, N. et al. Optimization of safflower oil
Os aditivos sintetizados foram compatíveis com o transesterification using the Taguchi approach. Petroleum
biodiesel em todas as concentrações utilizadas. O biodiesel Science, v. 14, n. 4, p. 798–805, 2017.
sem adição de aditivo apresentou 8 horas de estabilidade RAMOS, L. P. et al. Biodiesel: Raw materials, production
oxidativa, ao adicionar o aditivo obtido utilizando óleo de technologies and fuel properties. Revista Virtual de
cártamo e hidroquinona (CHQ) a estabilidade oxidativa Quimica, v. 9, n. 1, p. 317–369, 2017.
melhorou e significativamente atingindo um período de SAJJADI, B.; RAMAN, A. A. A.; ARANDIYAN, H. A
indução (PI) de 16 horas utilizando 5000 ppm de aditivo. comprehensive review on properties of edible and non-
Dentre os dois aditivos o derivado de óleo de oliva edible vegetable oil-based biodiesel: Composition,
OHQ apresentou uma melhor atividade frente a estabilidade specifications and prediction models. Renewable and
oxidativa do B100 sendo que com 5000ppm de aditivo Sustainable Energy Reviews, v. 63, p. 62–92, 2016.
alcançou valores de estabilidade oxidativa de 19h. Isso se VARATHARAJAN, K.; PUSHPARANI, D. S. Screening
of antioxidant additives for biodiesel fuels. Renewable and
deve ao fato da composição química dos dois óleos serem
Sustainable Energy Reviews, v. 82, n. July 2017, p. 2017–
diferentes. No óleo de oliva a presença majoritária de
2028, 2018.
oleico, cerca de 74%, do que linoleico, aproximadamente
10%, impede que, durante a alquilação ocorra reações
paralelas e competitivas. Já o óleo de cártamo apresenta
predominantemente o linoleico (77%), sendo assim a
reação de adição da hidroquinona compete com a formação
de estoliídeos devido ao meio ácido.
Com a análise comparativa entre os dois aditivos
sendo que OHQ e o CHQ foi possível traçar uma ordem
crescente de estabilidade. Sendo assim uma ordem
crescente de eficiência dos aditivos: OHQ <CHQ o que está
relacionada não só à presença de grupamentos fenólicos,
mas com o grau de substituição na molécula de
triacilglicerol presente no óleo de oliva e no óleo de
cártamo.
4 – Conclusões
A imobilização da hidroquinona nas cadeias
insaturadas dos óleos vegetais de diferentes composições,
aumenta a solubilidade do composto difenólico no biodiesel
favorecendo a ação antioxidante.
O grande percentual de ácidos graxos insaturados
presente no óleo de cártamo e no óleo de oliva os
caracteriza como biocombustíveis que irão apresentar uma
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
70
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
14
Os resultados obtidos através deste estudo
12
demonstram a fragilidade do biodiesel estudado, estando o
10
T0 mesmo suscetível aos mais diversos fatoree, sendo
8 importante considerar sempre as condições de
6 T30 armazenagem, temperatura, assim como em relação ao
4 material que estará em contato com este para que não só se
2 T60
obtenha um biodiesel de qualidade no momento da
0 produção, bem como ao longo do tempo, de forma que se
B100 B100 B100 Cl- B100 H+ viabilize a sua entrega, facilite a sua comercialização.
agua
Gráfico 1: Valores obtidos para índice de acidez. 5 – Agradecimentos
Ao INT – Instituto Nacional de Tecnologia,
O mesmo fenômeno, pouca alteração em relação aos
MCTIC/PCI/CNPq e SIBRATEC/FINEP
resultados obtidos na análise de Karl Fischer, foram obtidos
na análise de biodiesel e seus contaminantes após os tempos
previstos inicialmente de estocagem de 30 e de 60 dias, 6 - Bibliografia
conforme pode ser observado na tabela1 abaixo:
Calderon, J.A.; Baena, L.M.; Lenis, J. “Possibilities of
Tabela 1: Resultados obtidos na análise de Karl Fischer corrosion assessments of metals in biodiesel using EIS.”.
Cien. Tecn. Fut. 5 (4), 85-86, 2014
B100 B100 B100 B100 Kaminsk, J.; Kurzdotwiski, K.J. “Use of impedance
contaminado contaminado contaminado spectroscopy on test corrosion resistance of carbon steel
com água com cloreto com ácido and stainless steel in water biodiesel configuration.”. J.
0 dias 0,0314 0,1160 0,0432 0,0392
0,0527 0,1120 0,0505 0,0470
Corros. Meas. 6, B35-B39, 2008
30 dias
60 dias 0,0755 0,1231 0,0636 0,0537 Jnicek, V.; Diblikova, L.; Pazderova, M. “Modelling of
galvanic corrosion based on potenciodynamic polarization
measurements under a thin layer of electrolyte.”. Materiaux
Em relação a oxidação do biodiesel, verificou-se & Techniques 103 (5), 132-136, 2015
que o mesmo foi se decompondo, conforme esperado Xin J; Imahara H; Saka S. “Kinetics on the oxidation of
devido a estocagem ao longo de tempo, sob a temperatura biodiesel stabilized with antioxidant”. Fuel 88, 282-6, 2009
de 100º C. Os resultados obtidos através da análise por Das L. M.; Bora D. K.; Pradhan S.; Naik M.K.; Naik S.N. ”
Rancimat, são exibidos no gráfico 2, abaixo: Long-term storage stability of biodiesel produced from
Karanja oil.” Fuel 88, 2315-2318, 2009
14
12
10
8 T0
6 T30
4
2 T60
0
B100 B100 B100 Cl- B100 H+
agua
Gráfico 2: Resultados obtidos através da análise de
estabilidade oxidativa por Rancimat.
Figura 2. Espectros eletrônicos do biodiesel de sebo com Figura 4. Pontos de máxima absorbância a 300 e 315 nm
tempos de degradação de 0 a 5h30min. para amostras de biodiesel de sebo e soja.
6 - Bibliografia
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO GÁS
NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Resolução ANP no
45, de 25 de agosto de 2014.
DANTAS, M. B. et al. Evaluation of the oxidative stability
of corn biodiesel. Fuel, v. 90, n. 2, p. 773–778, 2011.
MAGALHÃES, K. F. et al. Endogenous fluorescence of
biodiesel and products thereof: Investigation of the
molecules responsible for this effect. Fuel, v. 119, p. 120–
128, 2014.
SAMIOS, D. et al. A Transesterification Double Step
Process - TDSP for biodiesel preparation from fatty acids
Figura 3. Pontos de máxima absorbância a 256 e 279 nm triglycerides. Fuel Processing Technology, v. 90, n. 4, p.
para amostras de biodiesel de sebo e soja. 599–605, 2009.
SCHAUMLÖFFEL, L. de S. et al. Direct and simultaneous
A literatura reporta que as absorbâncias em torno determination of four phenolic antioxidants in biodiesel
de 300 e 315 nm estão relacionadas à formação de tetraenos using differential pulse voltammetry assisted by artificial
conjugados (MAGALHÃES et al., 2014). A formação neural networks and variable selection by decision trees.
desses compostos teria como fonte principal a oxidação do Fuel, v. 236, p. 803–810, 2019.
linoleato durante a degradação da amostra. Confirmando
esses resultados, neste trabalho o biodiesel de soja
apresentou aumento da absorbância nessa região com o
aumento do tempo de degradação. No biodiesel de sebo,
por sua vez, o aumento na absorbância na mesma região foi
bastante moderado, como pode ser visto na Figura 4,
indicado uma maior estabilidade, o que pode ser atribuído
ao menor teor de ésteres insaturados.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
74
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
oleosa, a biomassa formada foi filtrada e os discos de papel Tabela 1. Valores de tensão superficial (mN.m-1) dos tempos
impregnados com biomassa receberam o mesmo tratamento inicial e final para os tratamentos B0, B10, B20 com e sem
antes da pesagem final em balança. inóculo.
A análise estatística (análise de variância; teste de
Tukey p 5%), de crescimento, pH e tensão superficial foi
realizada com o (PAST versão 3.25).
Foi detectada a produção de lípase (enzima
3 - Resultados e Discussão responsável pela degradação de ésteres), pelos
microrganismos nas condições com B0, B10 e B20 no 14° e
Durante 28 dias de experimento, foi observado o
28° dia.
crescimento microbiano a partir dos microrganismos
(inóculo) presentes no tanque de armazenamento de diesel
marítimo (Figura 1). Ocorreu a formação de um biofilme 4 – Conclusões
membranoso na interface óleo-água nas diferentes condições
B0, B10 e B20. Para o tratamento B0 foi observado um Os resultados de lodo biológico produzido nas
crescimento de 8,7 mg e 30,5 mg, para o B10 a biomassa foi condições estabelecidas em 28 dias sugerem que a adição de
de 14,6 mg e 41 mg e, para o tratamento B20, 19,5 mg e 44,3 biodiesel ao diesel marítimo, impactará a condição de
mg, nos tempos 7 e 14 dias, respectivamente, não havendo estocagem, pela maior biomassa formada. Na fase aquosa
diferenças estatisticamente significativas entre os das amostras, não foi observada redução significativa nos
tratamentos nesse período. Aos 21 dias, houve uma valores de pH, enquanto a redução observada nos valores das
diferenciação nos valores de biomassa entre os três medidas de tensão superficial pode ser atribuída à
tratamentos, onde a biomassa do tratamento B20 (93,5 mg) capacidade surfactante do biodiesel presente nas condições
triplicou em relação ao valor de biomassa do tratamento B0 avaliadas.
(30,6 mg) e duplicou em relação ao tratamento B10 (52,4
mg). No tempo de 28 dias, a biomassa do tratamento B20 5 – Agradecimentos
(245,7 mg) continuou apresentando um valor maior em
comparação aos outros tratamentos, diferindo Capes e à Rede Brasileira de Tecnologia de
estatisticamente dos demais. A biomassa do tratamento B0 Biodiesel.
(101,6 mg) apresentou um valor maior do que a biomassa do
B10 (56 mg) neste tempo amostral.
6 - Bibliografia
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis. 2016 “Lei n° 13.263/2016” Disponível
em: http://www.anp.gov.br
Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014). NBR
15512: Biodiesel — 123 Armazenamento, transporte,
abastecimento e controle de qualidade de biodiesel e/ou óleo
diesel BX. Rio de Janeiro.
BENTO, F. M., PERALBA, M. C. R., FERRÃO, M. F.,
ZIMMER, A. R., AZAMBUJA, A. O., BARBOSA, C. S. ET
AL. (2016). Diagnóstico, Monitoramento e controle da
contaminação microbiana em biodiesel e misturas durante o
armazenamento.
BUSHNELL, L. D.; HAAS, H. F.; The utilization of
Figura 1. Valores de biomassa (mg) obtidas nos tempos
hydrocarbons by microorganisms. J. Bacteriol. 41:653–673,
amostrais 7, 14, 21 e 28 dias para os tratamentos B0 (diesel
1941.
puro) e misturas com biodiesel (B10 e B20) com inóculo.
OTHMAN M.F., ADAM A., NAJAFI G., MAMAT R.
Green fuel as alternative fuel for diesel engine: A review.
O pH da fase aquosa dos tratamentos não
Renew. Sustain. Energy Rev., 80 (2017), pp. 694-709.
apresentou variação estatisticamente significativa com
SAKTHIVEL, R.; RAMESH, K.; PURNACHANDRAN,
relação ao tratamento controle (pH 7,2) em nenhum dos
R.; MOHAMED, S. P. (2018) - A review on the properties,
tempos amostrais avaliados.
performance and emission aspects of the third generation
As medidas de tensão superficial da fase aquosa
biodiesel – Renewable and Sustainable Energy Reviews 82
apresentaram redução dos seus valores médios de
(2018) 2970–2992
61,8mN.m-1 para 36,3 mN.m-1, observados no tempo inicial
FU, J.; SCOTT, T. Characteristics and stability of biofuels
e no tempo final (28 dias), respectivamente. As medidas de
used as drop-in replacement for NATO marine diesel Fuel
tensão superficial das amostras após 28 dias apresentaram
236 (2019) 516–524.
diferenças significativas em relação ao tempo inicial
PRUCOLE, E.S.; CUNHA, R.R.C.; VALLE, M.L.M. Use of
(p<0,05). A presença de biodiesel (natureza da molécula) na
biodiesel in marine fuel formulation: A study of combustion
mistura, pode ter contribuído para a redução da medida de
quality Fuel Processing Technology 122 (2014) 91–97.
tensão superficial observada.
2 - Material e Métodos
Em um reator de aço inox de 100 mL com copo de
vidro, foram adicionados 2 g epóxido de soja, 100 mg do
precursor catalítico (SnCl2/ZnCl2) e pirrolidina (proporção
molar amina: grupos epóxido igual a 3:1). Após, o reator foi
selado e a reação ocorreu nas diversas temperaturas: Figura 1: a) Estudo reacional aminólise com catalisador
ambiente (T.A), 80 °C, e 150 °C e nos tempos de 2 h, 4 h e SnCl2 no tempo de 2 h. b) Espectro de infravermelho das
6 h. As reações foram realizadas utilizando uma chapa de reações de aminólise a Temperatura ambiente (TA) com
aquecimento com agitação magnética. Ao final de cada SnCl2 nos tempos 2 h, 4 h e 6 h.
reação, o reator foi submetido a alto vácuo para remoção do
excesso de amina que não reagiu. O produto puro foi O produto esperado para as reações, a princípio,
caracterizado por FTIR, RMN 1H e 13C. Também foi testada seria um aminoálcool em consequência da abertura do anel
a atividade biocida em teste de perfuração em ágar com epóxido. No entanto, também se observou a formação de
bactérias e fungos. amidas, evidenciado pela diminuição gradativa da banda
relativa à ligação C=O de éster em 1740 cm-1 e o aumento da
banda em 1630 cm-1 característica de C=O de amidas. Os compostos catalisados por zinco e estanho na
Percebe-se também que, tanto aumento da temperatura temperatura de 80 °C no tempo de 4 h (Zn804h e Sn804h,
quanto o tempo favorecem a reação de abertura do anel respectivamente) mostraram atividade para o fungo
epóxido, evidenciado pelo aumento da banda em 3300 cm-1 filamentoso Aspergillus niger. O primeiro, Zn804h, com
referente ao estiramento O-H, bem como a o aumento da média do halo de inibição de 24,50 ± 2,5 mm e o segundo
banda C=O de amidas, citada anteriormente. Se (Sn804h), com halo medindo 22,00 ± 0,5 mm.
compararmos os FTIR de 2 h, 4 h e 6 h a temperatura Nota-se que comparando as tabelas de seletividade
ambiente (TA) a variável tempo (Fig.1b) favorece a de amidação/abertura (Fig.3) com as amostras que
seletividade para o produto com amida quando comparamos apresentaram atividade biocida, percebe-se que a influência
as reações a temperatura ambiente com aumento do tempo apenas do tempo não é suficiente, ou seja, mesmo havendo
reacional. formação de amidas ou aminoálcool nos tempos de 2 h, 4 h
e 6 h à temperatura ambiente (TA), as suas seletividades não
M
são suficientes para a formação do produto ativo. O aumento
da temperatura em demasiado (a 150 °C), levou a formação
Epóxido
A
de um produto polimérico muito viscoso que dificultou sua
SnTa2h
difusão do no ágar e, consequentemente, a interação
Sn802h
intermolecular com sítios que podem danificar a parede
celular, neste caso, dos fungos. Em contra partida, as reações
Sn1502h O
realizadas a 80 °C no tempo de 4 h, foi a que apresentou o
P
melhor rendimento na formação do produto ativo, pois
4.0 3.5 3.0 2.5 2.0
Chemical Shift (ppm)
1.5 1.0 0.5 0 -0.5 apresentou a melhor que as seletividades para
amidação/abertura.
Figura 2: Espectros de RMN 1H das reações de abertura
catalisadas com SnCl2 no tempo 2 h. (FONTE: os autores).
4 – Conclusões
Ao analisarmos os espectros de 1H RMN dos A partir das análises obtidas por FTIR, 1H RMN e
produtos catalisados por SnCl2 no tempo de 2 h, 13
C RMN confirmou-se a amidação e aminólise à partir do
qualitativamente, percebemos que, variando-se a derivado de epóxido de biodiesel de soja puros. Dos
temperatura, evidencia-se a abertura do anel oxirânico (A, compostos testados, apenas 2 apresentaram atividade
Fig. 2) por multipletos referentes a seus hidrogênios em 2,96 fungicida - a Sn804h e Zn804h. Os próximos passos serão
e 3,11 ppm deixarem de existir em detrimento a um único análises físico-químicas do aditivo e suas blendas -
pico por volta de 3,00-3,1 ppm com área de integração igual estabilidade oxidativa, viscosidade, ponto de entupimento a
a 1, que pode ser atribuído ao hidrogênio da hidroxila –OH frio e densidade.
(O, Fig. 2). O aumento da temperatura favorece
gradativamente a formação da amidação que é evidenciada
pela diminuição da área de integração do pico referente aos 5 – Agradecimentos
hidrogênios da metoxila do biodiesel epoxidado em 3,61
ppm (M, Fig.2). Em contrapartida, há o aparecimento de Os autores agradecem ao CNPq, à CAPES, à
multipleto em 3,41 ppm e 3,46 ppm com área de integração FAPDF e ao MCTIC pelo apoio financeiro e bolsas de
próxima a 4 que está associado aos hidrogênios do anel pesquisa.
pirrolidina na estrutura (P, Fig. 2). Análise semelhante foi
realizada com as reações catalisadas com ZnCl2. A 6 - Bibliografia
seletividades das reações de abertura do anel e amidação para
1
os dois catalisadores estão apresentados nas Tabelas da Fig. Suarez, P.Z; Quim. Nova, Vol. 32, No. 3, 768-775, 2009.
35. Ch, G.; Bull. Agric. Congo Belge 1942, 23, 3.
2
Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC),
Mitigation of climate changes. 2014. Disponível em:
http://www.ipcc.ch/report/ar5/wg3/ . Acesso em 15 de maio
de 16 de 2016, às 13:31.
3
Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e
Biodiesel,: 2015. Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis. - Rio de Janeiro : ANP, 2008.
ISSN 1983-5884.
Fig. 3: Seletividade para amidação (a) e abertura do 4
Maia, E.C.R; Fuel Processing Technology 92, 2011, 1750–
anel epóxido (b) das reações catalisadas com SnCl2. c) 1755 .
Seletividade das Reações de amidação catalisadass por 5
ROCHA, Fernando Nogueira. Síntese e avaliação de
ZnCl2. d) Seletividade das Reações de abertura do epóxido compostos orgânicos nitrogenados e sua utilização como
catalisadas por ZnCl2. aditivos multifuncionais para biodiesel. 2017. x, 123 f., il.
Dissertação (Mestrado em Química)—Universidade de
Quanto aos testes biocida, por convenção diâmetros
Brasília, Brasília, 2017
de halos de inibição superiores ou igual a 10 mm é o limite
mínimo para atestar a atividade biocida do composto.
6 - Bibliografia
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K., Dias, R., Vacaro, B. B. et al. (2018). M. Microbial
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varying sulfur content, using high-throughput sequencing.
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Bücker, F., Barbosa, C. S., Quadros, P. D., Bueno, M. K.,
Fiori, P., te Huang, C. et al. (2014). Fuel biodegradation
and molecular characterization of microbial biofilms in
stored diesel/biodiesel blend B10 and the effect of biocide.
International Biodeterioration & Biodegradation, 95, 346-
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Fregolente, P. B. L., Fregolente, L. V., & Maciel, M. R. W.
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Pinho, D. M. M., Suarez, P. A. Z., Meneghetti, S. M. P., &
Rangel, E. T. (2016). Problemas de formação de borras
durante a estocagem verificados após a obrigatoriedade do
biodiesel e as possíveis causas. In Pinho, D. M. M., &
Suarez, P. A. Z. (Orgs.), Armazenagem e Uso de Biodiesel:
problemas associados e formas de controle. (1a. ed.).
Brasília: CDT, UNB.
Siegert, W. Microbial contamination in diesel fuel - are new
problems arising from biodiesel blends? In: IASH 2009, the
11th International Conference on Stability, handling and
use of liquid fuels Tucson, USA October 18 - 22, 2009.
Materiais e Métodos
Fungos: Foram utilizados três fungos filamentosos
isolados de combustívele identificados através do Conforme a visualização do crescimento em ágar
sequenciamento da região ITS do rRNA: Aureobasidium Sabouraud, após os 14 dias de contato com as diversas
pullullans, Pseudalescheria boydii e Penicillium citrinum. concentrações de clioquinol, a CMB para P. citrinum(Fig.
Os fungos foram incubados em tubos de ágar Sabouraud 1A) e A. pullullans (Fig. 1B) foi determinada em 125 ppm,
inclinado por 3-5 dias; uma solução de 0,1% Tween 20 foi e para P. boydiiem 8ppm (Fig. 1C).
usada para realizar a suspensão de esporos e a contagem foi
feita em câmara de Neubauer, com a concentração final de
esporos nos frascos de 104esporos.mL-1.
Clioquinol:Uma amostra de 500 mg foi gentilmente cedida
pelo PharmaceuticalSynthesisGroup. A primeira avaliação
com o produto, foi realizar o teste da solubilidade em
biodiesel, na concentração de até 2000 ppm.
CMI e CMB: Os ensaios de Concentração Mínima
Inibitória (CMI) foram conduzidos em frascos de 20 mL
com 10 mL de caldo Sabouraud, 2% de DMSO e diferentes
concentrações de Clioquinol(2000, 1000, 500, 250, 125, 62,
31, 16, 8, 4, 2 e 1 ppm). Foram montados controles estéreis
A B Conclusão
A atividade inibitória do clioquinol observada nos fungos
testados foi de 8 ppm para P. boydii, 500 ppm para P.
citrinum e A. pullullans.
A atividade biocida observada foi de 8 ppm para P. boydii e
125 ppm para P. citrinum e A. pullullans. O clioquinol
provocou alterações na morfologia colonial de P. citrinum e
uma maior produção de melanina em A. pullullans.
C Agradecimentos
Pharmaceutical Synthesis Group/UFRGS, Grupo
de Pesquisa em Micologia Aplicada/UFRGS, CNPq,
CAPES.
Bibliografia
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS
NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS – ANP. Resolução
ANP nº 704, de 29.9.2017 - dou 2.10.2017.
Revoga a Resolução ANP nº 1, de 06 de janeiro de 2014,
Figura 1: Testes de viabilidade (CMB) em placas de 48-72hapós 14 dias que dispõe sobre aditivos para combustíveis automotivos, e
sob efeito de clioquinol entre 0 e 2000 ppm (A:A. pullullans;
outros dispositivos.Disponível em:
B:P.citrinum; C: P. boydii).
A aparência das colônias de P. citrinum demonstra <http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-
intenso enrugamento sob efeito de altas doses do anp/2017/setembro&item=ranp-704--2017>. Acesso em
antifúngico (Fig. 2), coerente com relatos de sua ação sobre Ago/2019
a parede fúngica (Pippi, 2019). ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.
ABNT NBR 15512: Norma "Armazenamento, Transporte,
Abastecimento e Controle de Qualidade de Biodiesel e/ou
Mistura Óleo Diesel/Biodiesel". Rio de Janeiro: ABNT,
2008.
BRASIL, Lei nº 13.263, de 23 de março de 2016.
Altera a Lei nº 13.033, de 24 de setembro de 2014, para
dispor sobre os percentuais de adição de biodiesel ao óleo
diesel comercializado no território nacional. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2016/lei/L13263.htm>. Acessoem Ago/2019
LUZ, G., SOUSA, B., GUEDES, A., BARRETO, C., &
Figura 2: Colônias de P. citrinum apresentando morfologias diversas: lisa BRASIL, L. Biocides Used as Additives to Biodiesels and
(destaque acima, 2 ppm) e enrugada (destaque abaixo, 64 ppm). Their Risks to the Environment and Public Health: A
A melanização de A. pullullans foi observada Review. Molecules, 2018, 23(10), 2698.
como uma resposta a baixas concentrações de clioquinol (1- PIPPI, B., REGINATTO, P., MACHADO, G. DA R. M.,
4 ppm), e em concentrações acima de 16 ppm o BERGAMO, V. Z., LANA, D. F. D., TEIXEIRA, M. L., …
crescimento de A. pullullans fica comprometido (Fig. 3). A FUENTEFRIA, A. M. Evaluation of 8-Hydroxyquinoline
melanina é relatada como uma resposta a estresse, Derivatives as Hits for Antifungal Drug Design. Medical
conferindo proteção a radicais livres (Fukuda et al., 2019). Mycology, 2017, 55(7), 763–773.
PIPPI, B., MERKEL, S., STAUDT, K. J., TEIXEIRA, M.
L., DE ARAÚJO, B. V., ZANETTE, R. A., …
FUENTEFRIA, A. M. Oral clioquinol is effective in the
treatment of a fly model of Candida systemic infection.
Mycoses. 2019. 62(5), 475-481.
WANG, M., DANESI, P., JAMES, T. Y., AL‐HATMI, A.
M. S., NAJAFZADEH, M. J., DOLATABADI, S., … DE
HOOG, S. Comparative pathogenicity of opportunistic
black yeasts in Aureobasidium. Mycoses2019, 00; 1-9.
ZIMMER, A., OLIBONI, A., VISCARDI, S., TEIXEIRA,
R., FERRÃO, M., BENTO, F. Biodiesel blend (B10)
Figura 3: Colônias de A. pullullans apresentando pouca melanização (0 treated with a multifunctional additive (biocide) under
ppm de clioquinol), intensa em concentrações baixas (1-4 ppm) e simulated stored conditions: a field and lab scale
pequenas colônias em concentrações maiores (>8 ppm). monitoring. Biofuel Research Journal, 2017, 4(2), 627-636.
4 – Conclusões
Ctr 0
ppm
Ctr 3000
0
PPM
3000 1500
PPM
750 Sabouraud Ctr Amostras de biodiesel produzidos com um
PPM PPM PPM Sabouraud
catalisador organometálico (IV) inibiram o crescimento de
A. pullullans e B. pumilus, e não inibiram P. aeruginosa, P.
boydii nem o inóculo não caracterizado ASTM E1259.
Figura 3. Aspecto dos microcosmos com biodiesel produzido com A inibição acompanhada de melanização do fungo
catalisador a base de estanho (3000, 1500 e 750 ppm), sem estanho (0 ppm)
e no controle positivo (Caldo Sabouraud) na presença de A. pullullans após A. pumilus provoca evidente coloração no combustível, o
28 dias. Ctr: Controles estéreis. Seta: Produção de melanina. que pode comprometer sua liberação no mercado.
750
Ctr
Sabouraud
6 - Bibliografia
3000 1500 Sabouraud
Ctr 3000 0 PPM
Ctr 0 PPM PPM
ppm PPM PPM BOELTER, G., CAZAROLLI, J. C., BEKER, S. A., DE
QUADROS, P. D., CORREA, C., FERRÃO, M. F., …
BENTO, F. M. Pseudalescheria boydii and Meyerozyma
Figura 4. Aspecto dos microcosmos com biodiesel produzido com guilliermondii: behavior of deteriogenic fungi during
catalisador a base de estanho (3000, 1500 e 750 ppm), sem estanho (0 simulated storage of diesel, biodiesel, and B10 blend in
ppm) e no controle positivo (Caldo Sabouraud) na presença de A. pullullans Brazil. Environmental Science and Pollution Research. 2018
após 7 dias. Ctr: Controles estéreis. Seta: Produção de Melanina
BUTT, A. F., AHMED, M. N., BHATTI, M. H.,
CHOUDHARY, M. A., AYUB, K., TAHIR, M. N., &
MAHMOOD, T. Synthesis, structural properties, DFT
studies, antimicrobial activities and DNA binding
3000 interactions of two newly synthesized organotin(IV)
Ctr 0
Ctr
3000 PPM PPM
PPM carboxylates. Journal of Molecular Structure. 2019; Volume
0 PPM
1191, 5; 291-300.
CAZAROLLI, J., BOELTER, G., DE LIMA, A.,
HENGLES, T., CORREA, C., PERALBA, M., … BENTO,
Figura 5. Aspecto dos microcosmos com destaque a produção de biomassa F. Nature of Insoluble Material Found in the Bottom of
(seta) por A. pullullans na presença de biodiesel com estanho (3000 ppm) e Soybean Biodiesel Storage Tank: Chemical and
sem estanho (0 ppm) após 7 dias. Ctr: Controles estéreis Microbiological Approach. Journal of the Brazilian
Chemical Society. 2018; vol.29, n.10, pp.2034-2045.
Esta alteração de cor é crítica na qualidade do HADI, A. G., JAWAD, K., AHMED, D. S., YOUSIF, E.
combustível, sendo um dos parâmetros analisados na Synthesis and Biological Activities of Organotin (IV).
liberação do produto para distribuição. Além de alterar a cor Carboxylates: A Review. Sys Rev Pharm. 2019 ;10(1):26-31
e a composição do combustível, este fungo apresenta grande JAVED, F., ALI, S., SHAHZADI, S., SHARMA, S. K.,
potencial de crescimento (Cazarolli et al, 2018), e portanto, QANUNGO, K., MUNAWAR, K. S., & KHAN, I.
deve receber atenção no controle de qualidade do biodiesel. Synthesis, characterization, and biological activity of
Kelly da Silva Bezerra (LAMES/UFG, kiqarrezeb@hotmail.com), Nelson Roberto Antoniosi Filho (LAMES/UFG,
nlliantoniosi@gmail.com)
Os dados demonstraram que em ambas as amostras em contraposição ao que se afirma na literatura científica,
de biodiesel provenientes de misturas, tanto soja e sebo não somente os SG, mas também os ES são importantes
quanto de outras matérias-primas, o conteúdo em esteróides para compreender a formação de borras em biodiesel.
totais, ou seja, de todas as classes de esteróides, foi mais Portanto, apesar dos esteróides isentos de ácidos graxos e
elevado. Assim, um biodiesel B100 soja/sebo (4093,38 mais polares poderem ser os iniciadores de um processo de
mg.L-1) apresentou maior conteúdo em esteróides totais que precipitação devido a sua menor solubilidade em biodiesel,
a quantidade de esteróides totais no B100 soja (2047,66 a continuidade do processo é dada com a considerável
mg.L-1) ou a de esteróides totais no B100 sebo (1698,47 participação de esteróides menos polares, contendo ácidos
mg.L-1). O mesmo aconteceu quando outras oleaginosas graxos em suas estruturas.
além da soja foram utilizadas na produção de blenda.
Comparando as amostras de biodiesel padrão, soja, sebo,
soja/sebo e blenda, percebe-se que independente da 4 – Conclusões
composição do biodiesel, o conteúdo em esteróides livres Os resultados obtidos em relação aos conteúdos de
(S) é inferior ao dos esteróides esterificados (ES). O mesmo esteróides em diferentes amostras de biodiesel demonstram
pode ser observado em relação ao conteúdo de esteróides que a importância dada somente aos esteróides glucosídeos,
glucosídeos (SG) frente aos esteróides glucosídeos acilados para resolução da problemática de sedimentação é
(ASG). Considerando o conteúdo em esteróides totais, ou incompleta. Considerar a presença de esteróides livres e
seja, a soma dos esteróides presentes nas quatro classes, esterificados, bem como seus conteúdos, pode demonstrar
percebe-se que a concentração dos mesmos no biodiesel maior importância em relação à produção desses
padrão certificado (padrão MRC NIST), denominado B100 sedimentos, uma vez que suas quantidades são muito
padrão é muito menor que para as demais amostras de maiores.
biodiesel analisadas, os quais apresentam qualidade mínima
exigida pelas normativas do controle de qualidade para
biodiesel (GUTIÉRREZ-OPPE, 2013). Um biodiesel 5 – Agradecimentos
padrão certificado possui extremo controle de qualidade,
passando por diversas etapas de purificação, as quais são MCTIC, UFG, CNPq, Capes e Funape.
inviáveis de serem executadas em uma usina, considerando
a rotatividade e o volume de produção. O B100 padrão 6 - Bibliografia
certificado se equipara ao B100 soja no que diz respeito ao
conteúdo em esteróides, devido à utilização da mesma BEZERRA, MK. da S. Desenvolvimento de metodologias
matéria-prima (soja). Porém, o quantitativo de esteróides por HPLC-APCI-MS/MS para análise de esteróides livres e
totais no B100 soja é aproximadamente 73% superior ao do conjugados em óleos, gorduras e biodiesel. Tese de
biodiesel padrão certificado, o que demonstra que a Doutorado em Química, UFG, 2017.
execução de etapas não convencionais de purificação - GORDON, M. H.; MILLER, L. A. D. Sterol composition
como o uso de adsorventes - é fundamental na redução do of vegetable oils. Journal of the American Oil Chemists’
conteúdo de esteróides (SILVA, 2015). Para entender como Society, v. 74, p. 505-510, 1997.
é o comportamento dos esteróides totais nas misturas de
biodiesel ao óleo diesel, foram comparados os seus GUTIÉRREZ-OPPE, E. E. Gestão da Qualidade do
conteúdos em diferentes misturas BX. Percebe-se que, biodiesel no Brasil comparada com modelos internacionais.
conforme é diminuído o conteúdo de biodiesel nas amostras GEPROS. Gestão da Produção, Operações e Sistemas,
de BX, o conteúdo de esteróides livres e esterificados Bauru, Ano 8, nº 2, abr-jun/2013, p. 131-149.
também diminui. O estudo da real relação entre os
HANG, J.; DUSSAULT, P. A concise synthesis of beta-
esteróides e a formação de sedimentos (“borra”) foi
sitosterol and other phytosterols. Steroids, v. 75, p. 879–
realizado comparando as amostras de biodiesel e sua
883, 2010.
“borra” formada em uma usina produtora de biodiesel,
durante a produção do mesmo. Assim, quando se compara o HOED, V. V.; ZYAYKINA, N.; DE GREYT, W.; MAES,
conteúdo de esteróides no B100 usina (aprox. 2729 mg L -1) J.; VERH, R.; DEMEESTERE, K. Identification and
com o de seus sedimentos denominado Borra usina (aprox. Occurrence of Steryl Glucosides in Palm and Soy
1855 mg L-1), percebe-se que o conteúdo é maior no Biodiesel. Journal of the American Oil Chemists' Society, v.
primeiro. Porém, o conteúdo de esteróides SG na amostra 85, p. 701–709, 2008.
denominada “Borra usina” é triplamente superior ao KUCHKINA, A. Y.; GLADYSHEV, M. I.; SUSHCHIK,
conteúdo de SG no “B100 usina”. O conteúdo em N.; KRAVCHUK, E. S.; KALACHOVA, G. S. Biodiesel
esteróides livres também aumentou quase três vezes em production from sediments of a eutrophic reservoir.
comparação ao “B100 usina”. Já em relação aos esteróides Biomass and Bioenergy, v. 35, p. 2280–2284, 2011.
ES e ASG, seus conteúdos no “B100 usina” foram
consideravelmente maiores, sendo duas e seis vezes LEPAGE, M. The Biosynthesis of Steryl Glucosides in
superiores aos presentes na borra. Isso indica que as classes Plants. Journal of Lipid Research, v. 5, p. 587-592, 1964.
de esteróides que contém ácidos graxos são ROBERT, F. J.; JAVITT, N. B. Autoregulation of
proporcionalmente menos susceptíveis à precipitação que cholesterol synthesis: Physiologic and pathophysiologic
as espécies em que os ácidos graxos estão ausentes. Assim, consequences. Steroids, v. 76, p. 211–215, 2011.
os esteróides contendo ácidos graxos são mais solúveis em SILVA, M. A. A. Avaliação da eficácia de adsorventes na
biodiesel. Entretanto, a borra é formada majoritariamente purificação de biodiesel. Tese de Doutorado em Química,
de esteróides esterificados a ácidos graxos, indicando que, Universidade Federal de Goiás, 2015.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
88
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Palavras Chave: oxazolidina, mistura Diesel-Biodiesel B10, toxicidade, Artemia salina, Latuca sativa.
CONTROLE
10 dias 90 3,22 ± 0,27 -
Os percentuais de mortalidade de A. salina observados para
20 dias 83 3,37 ± 0,36 -
as concentrações estão na Figura 1. A mortalidade de A.
salina no tratamento CONTROLE (água ultrapura 30dias 90 3,22 ± 0,27 -
salinizada (35g.L-1), sem contato com combustível ou 1 dia 80 2,61 ± 0,53 Baixa
BIOCIDA 0%
biocida) foi de 10%, o que confirma a validade do teste. A 10 dias 40 1,89 ± 0,42 Moderada/ alta
(A)
mortalidade no tratamento A (água ultrapura e mistura B10) alta
20 dias 40 1,64 ± 0,34
foi 20%, após 24h e 40% após 30 dias, indicando que o
30 dias 30 1,12 ± 0,17 alta
efluente gerado apresenta baixa toxicidade para A.salina e
que esta toxicidade tende a ser maior conforme o tempo de 1 dia 0 0 Muito alta
contato entre a água e a mistura B10 aumenta. Nos
0,05% (B)
Muito alta
BIOCIDA
10 dias 0 0
tratamentos B e C a mortalidade após 24h foi de 90% e Muito alta
20 dias 0 0
100% respectivamente. Após 10 dias a mortalidade
30 dias 0 0 Muito alta
observada em ambos os tratamentos foi de 100%,
caracterizando a substância teste como altamente tóxica 1 dia 0 0 Muito alta
BIOCIDA 0,1%
para A. salina. A comparação das médias por um teste T Muito alta
10 dias 0 0
mostra uma diferença significativa (p≥0,05) na mortalidade
(C)
20 dias 0 0 Muito alta
observada para A. salina entre a amostra que ficou em
Muito alta
contato com o combustível não tratado (A) e as amostras 30 dias 0 0
que entraram em contato com o combustível tratado com o
biocida (B e C). 4 – Conclusões
Nas condições deste estudo, a fase aquosa que esteve em
contato com a mistura B10, não tratada com o biocida
mostrou-se tóxica para A. salina e L. sativa e a toxicidade
aumentou com o tempo de contato. Para a fase aquosa em
contato com a mistura B10 tratada com biocida MBO (0,05
e 0,1%), a toxicidade aguda frente à A. salina e L. sativa,
foi classificada como altamente tóxica, mantendo seu efeito
tóxico mesmo após 30 dias.
5 – Agradecimentos
Ao PPGMAA e LAB-BIO da UFRGS pela bolsa e recursos
utilizados na pesquisa. Á Ipiranga Produtos de Petróleo
Figura 1. Mortalidade de A. salina exposta a uma fase aquosa em S.A. pelo fornecimento do combustível para este estudo.
contato com combustível tratado com o aditivo com biocida. Controle:
água ultrapura salinizada (35g.L-1) sem contato combustível ou biocida); A
- água ultrapura e combustível não tratado; B - água ultrapura e 6 - Bibliografia
combustível tratado com 0,05% de aditivo; C - água ultrapura e
combustível tratado com 0,1% de biocida. 1
SIEGERT, N. Microbial Contamination in Diesel Fuel -
Are new problems arising from biodiesel blends? In:
Em nossos resultados, a mortalidade observada para A. IASH 2009- 11 th International Conference on
salina em água que esteve em contato com o combustível Stability, Handling and Use of Liquid Fuels, Prague,
não tratado por 30 dias foi menor que 50%, indicando uma Czeth Republic, 18-22, October, 2009.
baixa toxicidade a substância teste sobre este organismo. 2
PASSMAN, F.J., Microbial contamination and its control
Para L. sativa, na mesma condição, a toxicidade foi in fuels and fuel systems since 1980 e a review,
considerada alta. As diferenças observadas na classificação International Biodeterioration & Biodegradation. 81,
da toxicidade para a substância teste sobre os organismos 88–104, 2013.
estudados é considerada normal, uma vez que nem todas as 3
SOBRERO, M. S. & RONCO, A. Ensayo de toxicidad
formas de vida apresentam a mesma susceptibilidade a uma aguda con semillas de lechuga. In: Ensayos
mesma substância tóxica.Com a adição de 0,5 e 0,1% do Toxicologicos y Métodos de Evaluacion de calidad de
biocida a mistura B10, os resultados evidenciaram um Aguas: Estandarización, intercalibración, resultados
aumento significativo na toxicidade aguda da água que y aplicaciones. Faculdad de Ciencias Físicas e
esteve em contato com o combustível tratado. Nestas Matemáticas Ed. Chile, cap. 4, 2004.
condições não foi observada, sobrevivência para A salina 4
NASCIMENTO I. A. & ARAÚJO M.M.S. Testes
nem germinação de L. sativa em todos os tempos amostrais Ecotoxicológicos Marinhos: Análise de Sensibilidade.
(Tabela 1). Ecotoxicology and Enviromental Restoration, 2(1),
Tabela 1. Parâmetros medidos e os índices de toxicidade 41-47, 1999.
para bioensaio com L. sativa L.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
90
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Mistura de Isotiazolonas
tratar (oleosa, aquosa ou interface), qual o tempo de A-G Biocida
preservação do combustível pelo biocida, como descartar a
fase aquosa dos tanques tratados com biocida entre outras
ainda precisam de maiores estudos1. Neste sentido, o objetivo
deste estudo preliminar (fase 1) foi selecionar biocidas H Morfolina + Isotiazolona Biocida
apropriados para uso em misturas diesel/biodiesel.
LIBERADORES DE FORMOL
I- Biocida
Morfolina
2 - Material e Métodos J
Agente anticorrosão com
propriedades biocida
2.1 Antimicrobianos: Foram avaliadas 18 amostras de L Triazina Biocida
biocidas com diferentes princípios ativos em formulações
M Biocida
variadas (Tabela 1). Oxazolidina
2.2 Microrganismos: os microrganismos utilizados no N Biocida
estudo foram prospectados de tanques com a mistura diesel- O
Oxazolidina
biodiesel. Foram avaliados o fungo Paecilomyces variotii, a (8% de ativo)
Aditivo multifuncional
levedura Candida silvicola e a bactéria Bacillus pumillus, Oxazolidina com propriedades Biocida
P
além de um inóculo misto não caracterizado 3. O inóculo (50% de ativo)
misto não caracterizado foi preparado conforme Norma Q (TCMTB + IPBC) Biocida
ASTM E1259-10. As suspensões de esporos foram R PHMB biguanidina Biocida
preparadas a partir de culturas com 7 dias (ágar malte). As
suspensões de células de levedura e bactéria foram obtidas a S sodium salt Biocida
partir da cultura com 2 dias em caldo malte e caldo nutriente
respectivamente.
* As formulações contendo o mesmo ingrediente ativo foram enviadas por
2.3. Delineamento experimental: Em frascos de vidro diferentes fornecedores.
estéreis (15mL), foram adicionados 4mL de caldo de cultura
para fungos e bactérias. Ao primeiro frasco da série foram
O biocida F, também promoveu a morte dos biocida depende das interações entre o ingrediente ativo do
microrganismos já nas primeiras 24 horas e manteve sua biocida, a composição do combustível e da susceptibilidade
proteção ao longo dos 28 dias, porém em concentrações dos microrganismos.
maiores, 0,075% para B5 e 0,11% para B100. A adição do biocida Q em B100 provocou a
formação de uma terceira fase (emulsão) nos frascos do
Tabela 2. Valores das concentrações (% de produto) das experimento, uma emulsão (Figura 1).
formulações de biocida na fase combustível (B100 e B5),
estudadas em condição de armazenamento simulado em Q B5 Q B100 Q B100
sistema óleo/água contaminados com inóculo não 750ppm 750ppm 1500ppm
caracterizado.
Intensidade Raman
Figura 2. Curva isotérmica da resina obtida por DSC
0 500 1000
5 – Agradecimentos
LACOM/UFPB, LSR/UFPB, LACEC/UFPB,
a) b) LACOR/INT, CNPq, CAPES/MEC e
PROINFRA/FINEP/MCTIC.
6 - Bibliografia
AGARWAL, A. K., Biofuels (alcohols and biodiesel)
applications as fuels for internal combustion engines , Prog.
Energ. Combust. 2007, 33, 233.
ABBASZAADEH, A., GHOBADIAN, B, OMIDKHAH,
c) d) M., Najafi, G., Current biodiesel production technologies:
Figura 3. Superfície do aço recoberta com: a) chá A comparative review, Energy Conversion and
extraído em água a 100ºC e não liofilizado. Imagem de Management 2012, 63, 138-148.
30µm x 30µm BENTO, F.M., PERALBA, M.C.R., FERRÃO M.F.,
ZIMMER, A.R., AZAMBUJA, A.O., BARBOSA, C.S.,
Nas figuras 4 e 5 são apresentadas a espectroscopia de BUCKER, F., CAZAROLLI, J.C., QUADROS, P.D.,
Raman dos revestimentos. Na figura 2 a superfície do BECKER, S.A.- Diagnóstico, monitoramento e controle da
substrato foi revestida apenas com a resina epóxi. Após a contaminação microbiana em biodiesel e misturas durante o
deposição do TiO2 observa-se picos relativos à estrutura armazenamento, in PINHO, D. M. M. (Org.); SUAREZ, P.
anatase, confirmando a adesão do óxido à superfície do aço. A. Z. (Org.). Armazenagem e uso de biodiesel: problemas
associados e formas de controle . Brasília: Centro de Apoio
Resina Epoxi
ao Desenvolvimento Tecnológico, 2016.
RASHED, M. M., KALAM, M. A., MASJUKI, H. H.,
RASHEDUL, H. K., ASHRAFUL, SHANCITA, A. M., I.,
Intensidade Raman
2 - Material e Métodos a) b)
A amostra avaliada foi chá verde, vendido comercialmente
em lojas de produtos naturais. O extrato de chá verde foi
Figura 1. Substrato de aço carbono, a) sem revestimento e
obtido por infusão aquosa. Aproximadamente 10 g de chá
b) revestida com o chá verde.
verde foram triturados e misturados em 200 mL de água
destilada com uma temperatura inicial de 100 °C durante 30
Pela análise de DSC (Figura 2), realizada na resina,
minutos. Este material foi usado em sua forma bruta e micro
foi visto que, para uma temperatura de 50ºC, a cura do
particulada, e aspergido em substratos de aço de baixo
material começa com um tempo de aproximadamente de
carbono. Devido à dificuldade de o chá verde aderir
5min e termina para um tempo em torno de 25min. Desta
diretamente à superfície do aço, foi utilizada uma camada de
forma, para o processo de aspersão, a temperatura de
resina intermediária entre o substrato e o chá verde, uma vez
trabalho escolhida foi de 50ºC.
que esses materiais aderem bem à superfície do aço. A resina
utilizada é comercial.
Com base nos resultados de DSC, foram
determinadas as diferentes condições de temperatura e tempo
de aplicação da resina, de modo a otimizar o processo de
aspersão. O ensaio foi realizado a temperatura constante de
50ºC. As morfologias dos revestimentos foram analisadas
através da microscopia eletrônica de varredura (MEV).
4 –Conclusões
As análises de DSC indicaram que a temperatura de
50oC é adequada à deposição da resina, com cura parcial.
Ficou claro, pela observação da morfologia das camadas
aspergidas, que o recobrimento com o extrato do chá verde
foi obtido, de forma que a superfície da amostra ficou toda
Figura 2. Curva isotérmica da resina obtida por DSC recoberta, ficando bem distribuído na superfície do substrato
agindo como um coating.
Conforme imagens das amostras obtidas com o Em relação a ação microbiana, outros testes em meio líquido
MEV (Figura 3), observa-se que a superfície do aço foi (Concentração mínima inibitória e biocida) estão sendo
totalmente recoberta pela resina (Fig. 3a) e esta foi conduzidos para a determinação do espectro da atividade
totalmente recoberta pelo chá verde (Fig. 3a), comprovando antimicrobiana do chá verde.
a eficiência do método de aspersão via SBS em recobrir
superfícies do aço.
5 – Agradecimentos
a b LACOM/UFPB, LSR/UFPB, LACEC/UFPB,
CNPq, Capes e Finep
6 - Bibliografia
AMBROZIN, Alessandra Regina Pepe; KURI, Sebastião
Elias; MONTEIRO, Marcos Roberto. Metallic corrosion
related to mineral fuels and biofuels utilization. Quím.
c d Nova [online]. 2009, vol.32, n.7, pp.1910-1916.
White J, Gilbert J, Hill G, Huse SM, Weightman AJ,
Mahenthiralingam E. Culture-independent analysis of
bacterial fuel contamination provides insight into the
level of concordance with the standard industry practice
of aerobic cultivation. Appl Environ Microbiol.
2011;77(13):4527–4538. doi:10.1128/AEM.02317-10
PRIYA, T., USHARANI, G. Comparative Study for
Figura 3- Superfície do aço recoberta: a) Resina (100x), Biosurfactant Production by Using Bacillus subtilis and
b) Resina (1000x), c) com chá verde (100x) e d) com chá Pseudomonas aeruginosa. Botany Research International,
verde (1000x). v.2, p. 284-287, 2009.
MATOS, L.A.C., Estudo da corrosão de ligas ferrosas em
A fim de analisar a eficácia do disco recoberto com diesel e biodiesel. Dissertação, UNICENTRO-PR, 2013.
chá verde contra microrganismos ao longo tempo, foi BENTO, F.M; PERALBA, M.C.R; FERRÃO, M.F.;
realizado um ensaio inicial de difusão em disco. ZIMMER, A.R.; AZAMBUJA, A.O.; BARBOSA, C.S;
BUCKER, F.; CAZAROLLI, J.C.; QUADROS, P.D.;
BECKER. S.A.; Diagnóstico, monitoramento e controle
da contaminação microbiana em biodiesel e misturas
durante o armazenamento. In: PINHO, D. M. M. (Org.);
SUAREZ, P. A. Z. (Org.). Armazenagem e uso de
biodiesel: problemas associados e formas de controle.
Brasília: Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico,
2016.
1 - Introdução coletadas nos períodos de 30, 60, 120, 240, 270, 300 e
360 dias, além da análise na idade imediata.
No Brasil, o diesel é o combustivel mais usado,
devido ao modal de transporte rodoviário brasileiro. Para
ser comercializado, recebe a adição de biodiesel (B100),
em atendimento a lei 11.097/2005 (Farah, 2012). Até
2007, a mistura do B100 ao diesel era feita de forma não
compulsória, mas, a partir 2008 tornou-se obrigatória em
todo o território nacional. Atualmente, a sua
comercialização deve atender a Resolução nº 16/2018
(CNPE), que elevou para 11% (B11) o % mínimo
obrigatório de adição do B100 ao diesel, em vigor desde Figura 1 Frasco e tampa utilizados no armazenamento
setembro/2019. A adição do B100 ao diesel em
porcentagens crescentes tem sido motivo de As análises térmicas foram realizadas no
preocupação. Embora possuam características similares, analisador simultâneo DSC-TGA modelo SDT-Q600, da
o B100 é mais propenso a oxidação que o diesel TA Instruments. A calibração do equipamento foi
(Waynick, 2005). realizada de acordo com os procedimentos
A ANP estabeleceu para a determinação da recomendados pelo fabricante. Foram utilizados
estabilidade oxidativa do diesel A (isento de B100), os cadinhos de platina abertos (110μL), para amostra e
métodos ASTM D2274 e D5304. Esta metodologia, que referência. Cerca de 12 mg (± 0,3 mg) de material foram
têm por base de medida o teor de insolúveis, nem sempre usados para as determinações de todos as amostras. As
funciona adequadamente para o B100. Apesar da condições experimentais empregadas foram: análise
especificação vigente para o diesel B (diesel + biodiesel) dinâmica da temperatura ambiente até 600 ºC, usando
estabelecer diversas características fundamentais para taxa de aquecimento de 10 oC.min-1 e nitrogênio como
garantir a sua qualidade e comercialização, não existe gás de arraste (vazão: 50mL.min-1). Os gráficos foram
nenhuma que abranja, de forma eficaz, a quantificação tratados pelo software Universal Analysis .
dos sedimentos formados.
O objetivo principal deste trabalho foi
quantificar o percentual de gomas e sedimentos formados
3 - Resultados e Discussão
durante o tempo de estocagem em frasco de vidro âmbar, A Figura 2, que mostra a curva TG/DTG do
à temperatura ambiente, utilizando técnicas de análise B100 na idade imediata, exibe uma etapa única de perda
termogravimétricas (TG/DTG). de massa. Este evento é atribuído à volatilização dos
ésteres do biodiesel e posterior decomposição, que é
melhor visualizado na curva DTG.
2 - Material e Métodos
A amostra de biodiesel - B100 (rota metílica),
produzida pelo processo de transesterificação do óleo de
soja degomado, foi doada pela usina Caramuru
Alimentos (Ipameri/GO) e não continha antioxidante.
Em proveta volumétrica foram medidos 80 ml do B100 e
o volume foi transferido para frasco âmbar de 100 mL de
capacidade, com tampa acoplada a um tubo de vidro
dobrado em forma de "U" invertido, de acordo com a
norma ASTM D4625, conforme visto na Figura 1. O
frasco foi armazenado em um armário sem ventilação, ao
abrigo da luz, à temperatura ambiente por 360 dias.
Usando pipeta Pasteur de vidro, foram coletadas frações
da amostra que foram transferidas para tubo ependorff Figura 2: Curvas TG/ DTG do B100
para análises térmicas (TG/DTG). As amostras foram
A etapa de perda de massa ocorre na faixa entre temperatura de armazenamento. O verão de 2019 foi
115 oC até 268 oC. Os valores da temperatura máxima do classificado como o mais quente dos últimos anos, com
pico da curva DTG (**), das temperaturas de onset (*) e uma temperatura média de 37 oC.
endset (***), além do % de perda de massa (****) estão
apresentadas na mesma figura.
A Figura 3 mostra as sobreposições das curvas
TG e DTG, respectivamente, para as amostras do B100
na idade imediata e nas diferentes idades de
envelhecimento. Na curva TG, com melhor visualização
na curva DTG, observa-se que o B100 embora mantenha
as suas caracteristicas originais, apresenta uma
diminuição gradual na altura do primeiro pico DTG, que
é referente aos componentes não degradados. Isso
acontece a partir de 30 dias de envelhecimento e se
acentua nas idades mais avançadas. A partir desta idade,
há uma segunda etapa de perda de massa depois de 265
°C, apresentando um pico muito menor que vai
progressivamente aumentando no decorrer do tempo de Figura 4: Evolução do aumento do teor de sedimentos no
estocagem. Os produtos de degradação, representados B100 durante o armazenamento
por este segundo pico DTG, aumentaram durante o
período de armazenamento. 4 – Conclusões
O envelhecimento do biodiesel, independente da
forma em que ocorre, promove a transformação de
componentes de menor peso molecular para os de maior
peso molecular.
Os produtos de degradação formados durante o
envelhecimento do biodiesel, que consistem em gomas e
sedimentos, podem ser quantificados utilizando técnicas
termogravimétricas (TG / DTG).
A degradação do biodiesel é função do tempo e
da temperatura de armazenamento. Ao longo de 1 ano de
estocagem em frasco de vidro âmbar, à temperatura
ambiente, houve a formação de cerca de 10% em massa
de sedimentos, desconsiderando o percentual presente no
biodiesel original.
5 – Agradecimentos
Ao CNPq
6 - Bibliografia
ASTM D2274 - Método de estabilidade de oxidação
acelerada de óleo combustível destilado, ASTM
International, 2003.
ASTM D4625 - Teste de estabilidade ao armazenamento
de destilados leves, a 43 °C (110°F), ASTM
International, 2003.
Figura 3: Sobreposição das curvas TG / DTG do B100 na ASTM D5304 - Teste de estabilidade ao armazenamento
idade imediata e envelhecido em diferentes idades de combustíveis destilados médios com pressão de
oxigênio, ASTM International, 2003.
A Figura 4 mostra a evolução do aumento do FARAH, M. A. Petróleo e seus derivados: definição,
percentual de sedimentos formados ao longo do tempo constituição, aplicação, especificações, características de
de estocagem. É observado que até 60 dias de qualidade. Selo Editorial: LTG, 2012.
armazenamento (março a julho/2018) houve um aumento Lei No 11.097: dispõe sobre a introdução do biodiesel na
regular e continuo dos sedimentos formados. A partir de matriz energética brasileira, 2005.
120 dias até 240 dias (julho a novembro/2018) houve Resolução nº 16/2018 (CNPE): dispõe sobre a adição
uma diminuição na taxa de formação de sedimentos. obrigatória de biodiesel ao diesel vendido no Brasil.
Essa diminuição pode estar associada ao período do ano WAYNICK, J. A. Characterization of biodiesel oxidation
(inverno/primavera). A partir de 270 dias and oxidation products (CRC Project No. AVFL)
(dezembro/2018 a março 2019) a taxa de formação de SwRI® Project No. 08-10721. NREL -National
sedimentos voltou a crescer, provavelmente devido à Renewable Energy Laboratory, n. August, p. 1–51, 2005.
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100
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
identificados no extrato EEAN, enquanto que o extrato de 12,38 h. Este aumento foi atribuído a capacidade do
EEAM não apresentou a quercetina. É importante destacar TBHQ de doação dos hidrogênios fenólicos e
que a identificação dos flavonóides rutina, miricetina e estabilização do radical formado (Medeiros, 2013).
catequina no extrato EEAM é um dado relevante, pois não
foi identificado na literatura trabalhos que relatem a
presença desses flavonóides nos extratos das folhas de 4 – Conclusões
Passiflora edulis.. Todos os extratos obtidos das folhas de maracujá e
O processo oxidativo do biodiesel metílico de nim apresentaram atividade antioxidante. Contudo, dos oito
soja sem aditivo e aditivado com os extratos de maracujá extratos os que apresentaram maior atividade antioxidante
e nim e com o antioxidante sintético TBHQ a 2000 ppm, foram os da mistura de etanol e acetona.
foi monitorado por 60 dias através das seguintes A CLAE indicou a presença de compostos bioativos
análises: índice de acidez, viscosidade cinemática e nos extratos naturais de maracujá e nim, destacando-se como
estabilidade oxidativa no Rancimat. Os resultados das componentes majoritários o ácido 2,5 diidroxibenzoico e o
análises realizadas foram comparados com os valores flavonóide rutina.
estabelecidos pelo Regulamento Técnico Nº 03/2014 da As curvas TG de todas as amostras de biodiesel
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e de soja apresentaram uma única etapa de perda de massa,
Biocombustíveis (ANP). atribuída à decomposição e/ou volatilização dos ésteres
Todas as amostras de biodiesel apresentaram metílicos, cuja adição dos antioxidantes naturais aumentou
viscosidade cinemática dentro do limite estabelecido pela a estabilidade térmica do biodiesel.
ANP (3,0-6,0 mm2/s) durante todo o período de Durante o armazenamento do biodiesel os valores
armazenamento. de índice de acidez e viscosidade cinemática das amostras
No tempo zero o índice de acidez de todas as aditivadas com extrato de nim e maracujá se mantiveram
amostras de biodiesel ficaram dentro do limite dentro da norma estabelecida pela ANP.
estabelecido pela norma da ANP (0,50 mg KOH/g). Após O monitoramento do processo oxidativo do
60 dias de armazenamento o índice de acidez da amostra biodiesel metílico de soja durante armazenamento indicou
sem aditivo foi de 0,56 mg KOH/g, ultrapassando o valor que as amostras aditivadas com os extratos naturais de
máximo estabelecido pela norma. A amostra sem aditivo maracujá e nim a 2000 ppm aumentaram os períodos de
torna-se mais susceptível a degradação e facilita a indução, mas ficaram fora da norma da ANP. A amostra
produção de compostos que podem provocar a elevação de biodiesel aditivada com o extrato de nim a 3000 ppm
do índice de acidez, a exemplo de peróxidos e apresentou período de indução no tempo zero dentro da
hidroperóxidos (KUMAR, 2017). norma. No entanto após 30 e 60 dias de armazenamento
Os dados de estabilidade oxidativa do biodiesel esta amostra não manteve a estabilidade dentro da norma,
de soja sem aditivo e aditivado com extratos naturais e o que pode ser atribuído a fatores como: absorção de água,
TBHQ foram obtidos no Rancimat (Tabela 1). formação de borras dentro do cilindro ou algum tipo de
contaminação.
Tabela 1 - Estabilidade oxidativa das amostras de
biodiesel durante armazenamento.
Período BSA BAT- BAN- BAM- BAN- 5 – Agradecimentos
das 2 2 2 3 CNPq, Capes e Finep
análises
Tempo 2,82 12,38 5,72 h 5,39 h 8,00 h
zero h h 6 - Bibliografia
Após 30 2,01 12,08 5,59 h 5,11 h 5,82 h
CREMONEZ P. A., FEROLDI M., OLIVEIRA C. J.,
dias h h TELEKEN J. G., MEIER T. W., DIETER J., SAMPAIO S.
Após 60 1,03 11,45 5,52 h 5,07 h 4,95 h
C., BORSATO D. Oxidative stability of biodiesel blends
dias h h derived from different fatty materials. Industrial Crops and
Products, v. 89, p. 135-140, 2016.
No tempo zero a amostra de biodiesel sem aditivo
apresentou estabilidade oxidativa bem abaixo da norma ZHOU J., XIONG Y., LIU X. Evaluation of the oxidation
da ANP (8 horas). As amostras de biodiesel BAM-2, stability of biodiesel stabilized with antioxidants using the
BAM-3 e BAN-2 apresentaram períodos de indução fora Rancimat and PDSC methods. Fuel, v. 188, p. 61-68, 2017.
da norma. Já a amostra BAN-3 aditivada com o extrato de
nim a 3000 ppm atingiu a norma da ANP, com período de SILVA J. K., CAZARIN C. B. B., BATISTA A. G., JR. M.
indução de 8 h, melhorando assim a estabilidade oxidativa M. Effects of passion fruit (Passiflora edulis) byproduct
do biodiesel de soja e indicando a atividade antioxidante intake in antioxidant status of wistar rats tissues. LWT –
do extrato de nim. Esta atividade antioxidante está Food Science and Technology. v. 59, p. 1231-1219, 2014.
relacionada à sua composição de ácidos fenólicos e
flavonóides que agem em diferentes mecanismos KUMAR N. Oxidative stability of biodiesel: Causes,
podendo doar hidrogênios do grupo hidroxila. effects and prevention. Fuel, v. 190, p. 328-350, 2017.
A amostra aditivada com o antioxidante sintético
TBHQ a 2000 ppm aumentou muito a estabilidade
oxidativa do biodiesel, apresentando período de indução
Palavras Chave: Estabilidade oxidativa, biodiesel, teor de água, corrosividade e índice de acidez.
2 - Material e Métodos
Foi inicialmente preparado o biodiesel B100 puro
de soja contendo como antioxidante o TBHQ de acordo com Gráfico 1: Valores obtidos para índice de acidez.
a especificação vigente. A partir deste foram preparadas as
soluções tendo como contaminantes: Água na concentração Os resultados de teor de água por Karl Fischer, foram
de 100 mg/kg, cloreto na concentração de 5 mg/kg e ácido obtidos na análise de biodiesel sem contaminante e de
na concentração de 100 mg/L. Todos os procedimentos biodiesel contendo os seguintes contaminantes, aumento na
seguiram a norma VDA–230–207 (2013) adaptados para o quantidade inicial de água, de cloreto e de acidez no tempo
período de 60 dias. Esses meios foram adicionados a inicial (t0) e após os tempos previstos inicialmente de
reatores que foram condicionados em estufa a 100 C. E as estocagem de 30 (t30) e de 60 dias (t60), conforme pode ser
amostras foram retiradas para análise nos períodos de 30 e observado na tabela1, que se encontra na página a seguir. :
de 60 dias para que pudessem ser realizadas as análises de
estabilidade oxidativa por Rancimat, teor de água por Karl
Fischer e detecção de índice de acidez. Tabela 1: Resultados obtidos na análise de Karl Fischer
4 – Conclusões
Os resultados obtidos através deste estudo
demonstram a fragilidade do biodiesel estudado, estando a
sua estabilidade e corrosividade suscetível aos mais diversos
fatores. Sendo importante considerar sempre as condições de
armazenagem, temperatura, assim como em relação ao
material que estará em contato com este para que não só se
obtenha um biodiesel de qualidade, assim como viabilize,
facilite a sua subsequente comercialização com qualidade
assegurada nos pontos de entrega. Esse estudo demonstrou
Florianópolis, Santa Catarina
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104
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
regulamento técnico ANP Nº 3/2014 pela Resolução ANP maior que o observado por Zhou et al. (2017) com o
Nº 45 de 25/08/2014. antioxidante BHA (551%) e TBHQ (317%) na
concentração de 1000 ppm. O antioxidante DNP (490%)
Tabela 1. Parâmetros físico-químicos das amostras de
também se mostrou mais eficiente que o TBHQ, indicando
biodiesel.
Parâmetros de Norma
que o substituinte NH2 assim como a sua posição foram
BMA
qualidade Unidade BMRR BMRC determinantes para a elevação da proteção do BMA, uma
Índice de acidez AOCS Cd mgKOH/g 0,50 0,41 0,31 vez que o antioxidante DIF apresentou FP de 178%. Porém
3a-63 ±0,21 ±0,01 ±0,04
Índice de peróxidos AOCS Cd meq/1000 22,08 5,51 2,00 nas matrizes esterificadas dos óleos residuais estas aminas
8-53 g ±0,35 ±0,70 ±0,00 formam pouco ou não foram eficazes no controle da
Índice de iodo AOCS Cd g/100g 131,67 129,96 64,63
1-25 ±0,83 ±0,88 ±0,56 estabilidade oxidativa, causando até mesmo efeito
Índice de ácidos AOCS Ca % 1,49 1,66 5,96 desestabilizador.
graxos livres 5a-40 ±0,24 ±0,47 ±0,93
Índice de AOCS mgKOH/g 120,25 196,68 245,32
saponificação 3c-91 ±2,62 ±4,13 ±3,12 4 – Conclusões
Ponto de fluidez ASTM D °C -2 -3 9
97 Portanto, os antioxidantes DNO e DNP, os quais
Ponto de névoa ASTM D °C 0 -1 9
2500
são o diferencial do presente trabalho, demonstram alta
Ponto de ABNT °C -4 -4 5 eficiência como aditivos oxidantes no BMA, o qual possui
entupimento de filtro NBR alto teor de ésteres de ácidos graxos insaturados. Embora
a frio 14747
Viscosidade ASTM D- mm2/s 4,89 4,31 5,46 este teor seja semelhante ao BMRR, as interações com os
cinemática à 40°C 445 ±0,03 ±0,01 ±0,01 aditivos são alteradas, indicando que diferenças pequenas
Massa específica à ABNT kg/m³ 0,89 0,88 0.85
20°C NBR ±0,00 ±0,00 ±0,05 nas porcentagens dos ésteres são determinantes para a
14065 maior ou menor eficácia do antioxidante sob o controle
oxidativo do biodiesel. Este fato também é evidente nas
A Tabela 2 mostra os valores de PI para as amostras de
amostras de BMRC, as quais indicaram que estes aditivos
biodiesel sem e com as aminas aromáticas (DAT, DNP,
não contribuíram para a elevação do PI analisado através do
DNO e DIF) na concentração de 5 mmol.kg -1 obtidos pelo
método PetroOxy.
método PetroOxy.
Tabela 2. Valores de período de indução (PI) dos 5 – Agradecimentos
biodieseis sem e com aditivos antioxidantes (5 mmol.kg-1)
À UFPB, Capes, CNPq e LACOM.
pelo método PetroOxy.
PI (h) das amostras de biodiesel
Antioxidante*
BMA BMRR BMRC 6 - Bibliografia
- 0,62 2,95 ±0,14 13,30 ±
±0,02 1,09
DANTAS,M.B.Obtenção, Caracterização e Estudo
DAT5 2,38 4,15 ±0,06 13,60 ± Termoanalítico de Biodiesel de Milho Obtenção,
±0,05 1,53 Caracterização e Estudo Termoanalítico de Biodiesel de
DNO5 4,28 3,39 ±0,14 13,27 ± Milho (Zea Mays L.). UFPB, 2006.
±0,33 1,32
DNP5 3,73 3,22 ±0,02 12,09 ±
JAIN,S. and SHARMA,M.P. Thermal Stability of Biodiesel
±0,37 0,42 and Its Blends: A Review. Renewable and Sustainable
DIF5 1,73 2,84 ±0,17 12,09 ± Energy Reviews, 2011.
±0,08 0,25 MADDIKERI, G.L., PANDIT,A.B.,GOGATE,P.R.
Intensification Approaches for Biodiesel Synthesis from
A maior estabilidade à oxidação do BMRC Waste Cooking Oil: A Review. Industrial and Engineering
provavelmente se deve ao perfil de ésteres de ácidos graxos Chemistry Research, 2012, 51, 45, 14610–14628.
do ORC, o qual mostrou porcentagem de ésteres saturados MORETTO, E. and FETT, R. Tecnologia de Óleos e
maior que OA e ORR. Embora ORR também seja um óleo Gorduras Vegetais Na Indústria de Alimentos. Livraria
residual, houve predominância para os ésteres insaturados, Varella, 1998.
semelhante ao OA, indicando ser oriundo de óleos OUANJI,F.,NACHID,M.,KACIMI,M.,LIOTTA,L.F.,PULE
comerciais de baixa estabilidade oxidativa, tais como soja e O,F.,ZIYAD,M. Small Scale Biodiesel Synthesis from
girassol. Waste Frying Oil and Crude Methanol in Morocco. Chinese
No que se refere a atuação das aminas como Journal of Chemical Engineering, 2016, 24, 9, 1178–1185.
aditivos antioxidantes nos três tipos de biodiesel, a maior SHANKAR,A.A.,PENTAPATI,P.R.,PRASAD,R.K.
eficiência de todos os aditivos foi na amostra de BMA. Biodiesel Synthesis from Cottonseed Oil Using
Valores de fator de proteção (FP) foram calculados segundo Homogeneous Alkali Catalyst and Using Heterogeneous
a equação 1, a seguir, em que BA equivale a biodiesel Multi Walled Carbon Nanotubes: Characterization and
aditivado e BP ao biodiesel puro. Blending Studies. Egyptian Journal of Petroleum, vol. 26,
no. 1, Egyptian Petroleum Research Institute, 2017, 125–
PIBA −PIBP
% fator de proteção = x 100 (1) 133.
PIBP
VILELA, R.. Avaliação de Aminas Aromáticas Como
A tendência protetiva das aminas aromáticas nas Antioxidantes Para Biodiesel. UFPB, 2014.
amostras de biodiesel seguir a ordem: BMA > BMRR > ZHOU,J.,XIONG,Y.,LIU,X. Evaluation of the Oxidation
BMRC. Stability of Biodiesel Stabilized with Antioxidants Using
As amostras de BMA aditivadas com o DNO (587%) na the Rancimat and PDSC Methods. Fuel, 2017, 188, 61–68.
concentração de 921 ppm apresentaram fator de proteção
H
NH2 H N
valor mínimo de 8 horas para o período de indução do N N
Estudo da variação mássica por corrosão do aço AISI 304 em função do tempo no
processo de armazenagem do Biodiesel e Diesel S30
Luana Nunes dos Santos Quelé (UDF, luanansquele@gmail.com), Vinícius da Silva Moreira de Oliveira (UDF,
vinicius.morei.olive@outlook.com), Felipe José Lucchesi Rocha (UDF, lucchesi.universitario@gmail.com), Osvaldo Kojiro
Iha (UDF, okiha@udf.edu.br), Tiago de Melo (UDF, tiago.melo@udf.edu.br).
3 - Resultados e Discussão
Pode-se observar na figura 2 que após o período de
imersão em biodiesel de 168 h os corpos de provas perderam
em média 1,13 mg, entretanto após o período de 336 h houve
Figura 1. Layout dos corpos de prova (medidas em mm) um ganho de aproximadamente 0,10 mg desde o início da
imersão, segundo Costa (2012) esse ganho pode ser
Já nos corpos de provas imersos em diesel S30 5. As funções que melhor representam a variação de
observa-se que a reação de oxirredução é menor que a do massa do corpo de prova imerso em diesel em
biodiesel, pois tanto na fase de perda de massa metálica função do tempo em horas podem ser expressas
quanto na formação do filme de óxidos e de hidróxidos é como:
menor quando comparado à esta mesma variação quando 𝑓 (𝑥 ) = 0,006𝑥 para x ≤ 168h
31 61
imersos em biodiesel. 𝑓 (𝑥 ) = 5040 𝑥 − 30 para x ≥ 168h.
Nota-se que a variações tanto para diesel quanto para
biodiesel são bastante próximas, indicando um
comportamento parecido no aço para esse período de 5 – Agradecimentos
imersão em qualquer dos combustíveis.
Ao UDF – Centro Universitário, a Coordenação de
Engenharia Mecânica e a equipe de laboratório.
Corpos Imersos até 168 h
0 6 - Bibliografia
-0,2 0 50 100 150 200
Biodiesel ASAMI, K.; HASHIMOTO, K., “Importance of initial
-0,4 surface film in the degradation of stainless steel by
-0,6 Diesel atmospheric exposure”. In Corrosion Science, v. 45, p. 2263-
𝑓(𝑥)=-0,006x
-0,8
2283 (2003).
𝑓(𝑥)=-0,0067x Linear
COSTA, R. S., Estudo da corrosão do aço inox AISI 304 em
-1 (Biodiesel)
Linear álcool etílico hidratado combustível, Universidade Estadual
-1,2 (Diesel) de Campinas - Faculdade de Engenharia Mecânica,
Campinas – SP (2012).
Figura 3. Função da variação mássica dos corpos de prova
FAZAL M.A., HASEEB A.S.M.A., MASJUKI H.H., Effect
em função do tempo em horas, para x ≤ 168h.
of temperature on the corrosion behavior of mild steel upon
exposure to palm biodiesel, Energy Journal, v. 36,
Corpos Imersos apartir de 168 h Department of Mechanical Engineering, University of
Malaya, 50603 Kuala Lumpur, Malaysia (2011).
0,2
Biodiesel IHA, O. K. 2010. Produção e analises de bio-óleo e biodiesel
0 utilizando oleaginosas que possam contribuir para o aumento
-0,2 0 100 200 300 400
Diesel da matriz energética renovável brasileira. (Dissertação de
-0,4 Mestrado em Química), XII, 52 f., il. (2010).
𝑓(𝑥)=31/5040 𝑥−61/30
-0,6 Linear
-0,8 (Biodiesel)
𝑓(𝑥)=37/1680 𝑥−71/30 Linear
-1
(Diesel)
-1,2
Figura 4. Função da variação mássica dos corpos de prova
em função do tempo em horas, para x > 168h.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
110
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
O antioxidante sintético BHT obteve melhor
resultado em relação aos antioxidantes naturais de óleo
essencial de tomilho e alecrim. O óleo de alecrim diminuiu a
estabilidade oxidativa do B100-DE de 6,03 para 4,47 e óleo
de tomilho aumentou sutilmente a estabilidade do
combustível em estudo de 6,03 para 6,82 horas. O BHT
obteve aumentou a estabilidade oxidativa de 6,03 para 17,61
horas.
5 – Agradecimentos
CNPq
6 - Bibliografia
KUMAR, N. Oxidative stability of biodiesel: Causes, effects
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VERMA, P.; SHARMA, M. P. Performance and emission
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Variações das propriedades físico-químicas de amostras B5, B10, B15 e B20 (diesel
A S10 e biodiesel de soja não conforme) em função da temperatura, umidade e
tempo de estocagem em frascos âmbar de polietileno
Bruna Elói do Amaral (bruna-ea@hotmail.com), Daniel Bastos Rezende (LEC, bastos_rezende@hotmail.com), Vânya
Márcia Duarte Pasa (UFMG, vmdpasa@terra.com.br)
Na estabilidade à oxidação, observou-se que há não é suficiente para determinar a necessidade ou não da
uma relação inversa entre a quantidade de biodiesel e o análise da contaminação total. Portanto, o ensaio deveria ser
período de indução obtido, o qual representa a estabilidade empregado em todas as amostras, de forma a detectar as
oxidativa da amostra. Ou seja, blendas com maiores teores possíveis não conformidades.
de biodiesel apresentam uma menor estabilidade à oxidação,
porque o biodiesel é mais suscetível à oxidação devido à 4 – Conclusões
presença de insaturações nas cadeias da maior parte dos
As amostras de BX com maior teor de biodiesel
ácidos graxos que compõe o combustível
apresentaram mais não conformidades, com destaque para
(KARAVALAKIS; STOURNAS; KARONIS, 2010;
B15 e B20, o que é uma alerta para o uso destes limites.
KUMAR, 2017).
A estabilidade à oxidação está diretamente
Na análise inicial, todas as blendas apresentaram
relacionada ao teor do biodiesel no BX e com a presença ou
valores aceitáveis para o período de indução (acima de 20 h),
não de antioxidantes. Contudo, mesmo com aditivos, há uma
independentemente do seu teor. Contudo, é importante
redução considerável na estabilidade oxidativa ao longo do
lembrar que além do biodiesel produzido a partir de gordura
tempo para blendas (diesel A, biodiesel de soja e de gordura
animal ser um combustível menos vulnerável à oxidação,
animal) com maiores teores de biodiesel.
pelo menor número de duplas ligações em seus ácidos
Temperatura e umidade relativa do ar têm atuação
graxos, este também foi aditivado com antioxidantes.
efetiva sobre os processos de degradação do combustível. A
Ressalta-se ainda, que na atual definição dada pela
umidade do BX variou com a umidade ambiente, o que é um
Durante o processo de envelhecimento natural,
alerta para estados no norte do país. Portanto, é de suma
houve oscilações nos resultados, mas com uma tendência de
importância adotar cuidados no armazenamento e transporte
redução no período de indução. As oscilações ocorreram
do BX, especialmente em regiões com alta umidade relativa
porque o biodiesel estava aditivado com antioxidante, o que
do ar, como a amazônica, o que é ainda mais crítico quando
altera a taxa de decaimento à medida em que o aditivo é
o transporte se dá por hidrovias.
consumido na amostra. Observou-se ainda que há uma
A análise do aspecto da amostra não é suficiente
redução do período de indução para os meses onde a
para a determinação da necessidade de realização do ensaio
temperatura é mais elevada e uma elevação em temperaturas
de contaminação total. Portanto, este deveria ser realizado
mais amenas. Isso ocorre porque em temperatura maior
em todas as amostras, independente do aspecto apresentado.
aceleram-se as velocidades das reações de degradação
Trata-se de um ensaio relevante para quantificar geração de
(KNOTHE, 2007; KUMAR, 2017; ØSTERSTRØM et al.,
sólidos no diesel.
2016). Além disso, as oscilações também podem estar
associadas ao consumo dos produtos de oxidação gerados de
outra forma, como por polimerização, que não seja a
5 – Agradecimentos
liberação de compostos voláteis, os quais são identificados LEC/UFMG, Capes, Minaspetro.
pelo método do equipamento Rancimat utilizado.
Contudo, mesmo sendo considerado mais estável, 6 - Bibliografia
amostras dos diferentes teores de biodiesel de sebo/soja
estudadas saíram de especificação em algum momento do ANP. Resolução nº 30, de 23 de junho de 2016. Disponível
envelhecimento natural. Destaque para as blendas B15 e em:<http://www.lex.com.br/legis_27160107_RESOLUCA
B20, que já no segundo mês de avaliação apresentaram O_N_30_DE_23_DE_JUNHO_DE_2016>. Acesso em: 11
valores abaixo do limite permitido pela Resolução ANP nº set. 2019.
30 e, portanto, não poderiam ser consideradas aptas para a ANP. Resolução nº 45 de 25 de agosto de 2014. Disponível
comercialização à época da realização do estudo. em:<https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=274064>.
O índice de acidez também aumentou de acordo Acesso em: 11 set. 2019.
com o teor de biodiesel. Além disso, os resultados ANP. Resolução ANP no 50 de 23 de dezembro de 2013.
demonstraram que há uma correlação direta entre a umidade Disponível em:
do ambiente e acidez das amostras. Esse comportamento é <https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=263587>.
esperado uma vez que a presença de água desencadeia Acesso em: 11 set. 2019.
reações de hidrólise, pelas quais são liberados ácidos graxos ANP. Resolução nº 739, de 02 de agosto de 2018. Disponível
livres, com consequente aumento da acidez do meio em: <http://legislacao.anp.gov.br/?path= legislacao-
(KNOTHE; RAZON, 2017). Contudo as amostras, não anp/resol-anp/2018/agosto&item=ranp-739-2018>. Acesso
tiveram seus valores de acidez fora de especificação (0,3 mg em: 11 set. 2019.
KOH g-1), mesmo para o sistema envelhecido em maior KARAVALAKIS, G.; STOURNAS, S.; KARONIS, D.
umidade (sistema 2) e com período de indução fora de Evaluation of the oxidation stability of diesel/biodiesel
especificação para B15 e B20. blends. Fuel, 2010, 89, 9, 2483–2489.
O ensaio de contaminação total foi realizado apenas KNOTHE, G. Some aspects of biodiesel oxidative stability.
para as amostras não conformes no aspecto. Como a amostra Fuel Processing Technology, 2007, 88, 7, 669–677.
B20 do sistema 2 se enquadrou nesse quesito no primeiro KNOTHE, G.; RAZON, L. F. Biodiesel Fuels. Progress in
mês, foi realizado um acompanhamento de sua Energy and Combustion Science, 2017, 58, 36–59.
contaminação ao longo de todo o período, mesmo essa KUMAR, N. Oxidative stability of biodiesel: Causes, effects
estando dentro do padrão desejado nos meses restantes. Os and prevention. Fuel, 2017, 190, 328–350.
resultados comprovaram uma contaminação acima do limite ØSTERSTRØM, F. F. et al. Oxidation stability of rapeseed
de 24 mg kg-1, com aumento relevante em todos os meses de biodiesel/petroleum diesel blends. Energy and Fuels, 2016,
análises. Isso demonstra que a avaliação preliminar visual 30, 1, 344–351.
concentração menor dos ácidos graxos poli-insaturados processo de purificação e não ao processo de síntese ou a
justifica também os (InI) mais baixos mostrados na Tabela 1. matéria prima utilizada, uma melhoria nos processos de
purificação e polimento final podem reduzir esses índices, e
Tabela 2. Médias de concentração dos ésteres metílicos de não comprometer a qualidade final do biocombustível.
ácidos graxos (mg g-1) obtidos em óleos residuais.
Amostras
EMAGs
Óleo 1 (Bovino) Óleo 2 (Frangos) 4 – Conclusões
EMAGS 242 7 277 7 Os óleos residuais bovinos e de frangos apresentam
EMAGM 382 9 462 13 uma composição de ésteres metílicos diferente do óleo de
EMAGPI 288 9 186 10 soja tradicional, com maior concentração de ácidos graxos
EMAG trans 1,65 0,36 3,42 0,69 saturados e principalmente monoinsaturados, com uma
Total EMAG 912 20 926 18 sensível redução dos ácidos graxos poli-insaturados.
EMAGS=Somatório dos Ésteres Metílicos de Ácidos Graxos Saturados; Todas as amostras de biodiesel oriundas de óleos
EMAGM=Somatório dos Ésteres Metílicos de Ácidos Graxos residuais animais possuem condições de atender aos
Monoinsaturados; EMAGPI=Somatório dos Ésteres Metílicos de Ácidos parâmetros determinados pela ANP, possuem viscosidade,
Graxos Poli-insaturados; EMAG trans=Somatório dos Ésteres Metílicos pontos de fulgor e combustão, densidade, pouco mais
de Ácidos Graxos trans. EMAG=Éster Metílico de Ácido Graxo. elevada e índice de iodo menor se comparados com o
biodiesel de óleos de soja novos, se encontram dentro do
Na quantificação dos ácidos graxos nos óleos limite tanto para a norma EN 14214, quanto ASTM D 6751
bovinos e de frangos, constatou-se também uma variedade de 2008 e podem contribuir para uma melhor qualidade das
maior de ácidos graxos de cadeias mais curtas, como misturas comercializadas no Brasil hoje.
C14:1(n-7), C15:0, C16:1(n-9), C16:1(n-7), C17:0 e
C17:1(n-7), o que não é comum em óleo de soja tradicional.
As cadeias mais curtas podem contribuir para uma redução 5 – Agradecimentos
da viscosidade, um problema crônico do biodiesel.
UTFPR, UEM.
Caracterização do biodiesel
As amostras de biodiesel sintetizadas, seja pela rota
metílica ou etílica, a partir das amostras de óleos residuais
6 - Bibliografia
apresentaram, na sua maioria, conformidade com os limites BERNAL, M.; TINOCO, L. K.; TORRES, L; ROMERO, D.
da ANP (Tabela 3). Destaque para a viscosidade muito M.; MONTOYA, D. Evaluating Colombian Clostridium spp.
satisfatória quando comparadas, por exemplo, ao biodiesel strains' hydrogen production using glycerol as substrate.
obtido de algumas oleaginosas, como o biodiesel da mamona Eletronic Journal of Biotechnology 2013, 16, 1-7.
que pode apresentar viscosidade média de 12 a 15 mm2 s-1 DEMIRBAS, A. Biodiesel production via non-catalytic SCF
dependendo da origem (Abramovay, 2009; Albuquerque et method and biodiesel fuel characteristics. Energy
al., 2009), pontos de fulgor e combustão, densidades e Conversion and Management 2006 47, 2271-2282.
temperaturas de destilação também foram características que JEONG, G. T.; YANG, H. S.; PARK, D. H. Optimization of
podem garantir uma ótima qualidade do biodiesel obtido. transesterification of animal fat ester using response surface
methodology, Bioresource Technology 2009, 100, 25-30.
Tabela 3. Propriedades físico-químicas do biodiesel obtido SHAHID, E. M.; JAMAL, Y. A review of biodiesel as
a partir das amostras de óleos residuais. vehicular fuel. Renewable and Sustainable Energy Reviews
Parâmetros Óleo 1 (Bovino) Óleo 2 (Frangos) 2008, 12, 2484-2494.
Avaliados Bio 1 (m) Bio 2 (e) Bio 3 (m) Bio 4 (e) ZHANG ,Y.; DUBE, M. A.; McLEAN, D. D.; KATES, M.
Viscosidade Biodiesel production from waste cooking oil: 2. Economic
4,37±0,02 5,26±0,16 4,43±0,18 5,35±0,22
40C mm2s-1 assessment and sensitivity analysis. Bioresource Technology
Ponto de
167±1 176±2 159±2 164±1 2003, 90, 229-240.
Fulgor (C)
Combustão MILINSK, M. C.; MATSUSHITA, M.; VISENTAINER, J.
186±1 188±1 184±4 179±2 V.; OLIVEIRA, C. C. de; de SOUZA, N. E. Comparative
(C)
Densidade
0,8725 0,8820 0,8700 0,8705
Analysis of Eight Esterification Methods in the Quantitative
(g cm-3) Determination of Vegetable Oil Fatty Acid Methyl Esters
Umidade KF
(ppm)
591±18 580±10 480±14 505±13 (FAME), Journal of the Brazilian Chemical Society 2008,
Acidez 19, 1475-1483.
0,75±0,10 0,55±0,05 0,61±0,09 0,71±0,06
(mg KOH g-1) Tanamati, A. A. C.; Godoy, H. T.; Cottica, S. M.; Oliveira,
Índice Iodo C. C.; Souza, N. E.; Visentainer, J. V. Physicochemical
91,8±1,8 97,8±2,4 72,2±1,9 70,3±5,9
(g I2 100 g-1) parameters and quantification of cis-trans fatty acid in
GL/GT (%) 0,017/0,15 0,011/0,28 0,019/0,19 0,013/0,22
T Destilação
soybean oil and cassava french fries during discontinued
379 385 358 360 frying. Acta Scientarium: Technology 2010, 32, 427-433.
(90%)
Bio 1 e Bio 2 obtidos de óleo bovino. Bio 3 e Bio 4 obtidos de óleo
de frangos. (m) biodiesel metílico. (e) biodiesel etílico. GL =
glicerol livre. GT = glicerol total.
Palavras Chave: Biodiesel de babaçu, antioxidantes, calorimetria exploratória diferencial, cinética de degradação.
2 - Material e Métodos
Figura 1. Resumo da norma ASTM E2041, contendo as
O procedimento experimental foi desenvolvido no formulações e parâmetros intermediários para resolver a
Núcleo de Pesquisas em Lubrificantes (NPL) da Equação 1. dH/dt é taxa de reação (em mW), ΔH é área sobre
Universidade Federal do Ceará (UFC). O biodiesel de o pico (corresponde à entalpia da reação), ΔHT é a área que
babaçu foi cedido pelo NPL, enquanto que os antioxidantes ainda vai reagir, e T10% e T90% são as temperaturas
PDA (do inglês, N,N’-di-sec-butyl-p-phenylenediamine), correspondentes aos pontos de 10 % e 90 % da área total sob
Ionol e cardanol insaturado foram cedidos pela Chemtura o pico.
(EUA), pela Sigma-Aldrich (EUA) e pelo GRINTEQUI
(Grupo de Inovações Tecnológicas e Especialidades Desse modo, para resolver a Equação 1, é
Químicas, Brasil), respectivamente. necessário aplicar uma múltipla regressão linear, através do
O biodiesel foi dopado com 100 mg/kg de cada tratamento estatístico dos dados descrito na ASTM E1970.
antioxidante e levado à agitação constante por 24 horas. As Após a aplicação dessas duas normas, obtêm-se os
amostras foram então nomeadas como: BB para o biodiesel parâmetros de energia de ativação (E), de ordem de reação
sem antioxidantes; e BPDA, BI e BC para as formulações (n), da forma logarítmica do fator pré-exponencial de
com PDA, Ionol e cardanol insaturado, respectivamente. Arrhenius (lnZ), e do fator de reprodutibilidade (R2). Por fim,
A análise de DSC (modelo 1 da Mettler Toledo, foi plotado um gráfico da temperatura recíproca (1/T) versus
EUA) foi realizada com base na norma ASTM E537. ln[k(T)], com o objetivo de checar a correspondência entre o
Amostras de 5,0 ± 0,1 mg foram pesadas em cadinhos de
alumínio-padrão de 40 µL. Os testes foram realizados sob
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
120
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
experimento realizado e a equação de Arrhenius, que é uma substrato, seguido pelo Ionol. Já o cardanol insaturado e o
das premissas para se obter a Equação 1. biodiesel sem aditivos apresentaram valores semelhantes.
Desse modo, o biodiesel de babaçu dopado com 100 mg/kg
3 - Resultados e Discussão de PDA mostrou-se mais resistente à oxidação do que a
mesma concentração de Ionol e cardanol insaturado. Além
A partir dos procedimentos descritos na seção disso, a reprodutibilidade do procedimento apresentou
anterior, foram determinados os parâmetros cinéticos, que valores consistentes, com R2 > 0,99.
estão expostos na Tabela 1.
5 – Agradecimentos
Tabela 1. Parâmetros cinéticos obtidos de acordo com as
normas ASTM E2041 e ASTM E 1970. Os autores agradecem o apoio financeiro do CNPq
Parâmetros (Processos 406697/2013-2, 459355/2014-7 e 308280/2017-
BB BPDA BI BC
cinéticos 2), CAPES, FINEP e FUNCAP (Processo AEP-0128-
178,29 ± 296,88 ± 212,79 185,22 ± 00220.01.00/17).
E, kJ/mol
2,04 5,46 ± 1,45 2,74
n 1,52 2 2 1,5 6 - Bibliografia
-1 37,95 ± 66,27 ± 46,41 ± 40,11 ±
ln[Z], min ASTM E537 – Standard Test Method for the Thermal
0,49 1,30 0,35 0,67
R2 0,998 0,997 0,999 0,998 Stability of Chemicals by Differential Scanning Calorimetry.
American Society for Testing and Materials 2012.
Pela Tabela 1, todos os valores de E foram dentro ASTM E1970 – Standard Practice for Statistical Treatment
da faixa de 40 a 400 kJ/mol, conforme reportado por of Thermoanalytical Data. American Society for Testing and
Levenspiel (1999). Borsato et al. (2014), identificaram que Materials 2016.
E é o principal parâmetro cinético para determinar a ASTM E2041 – Standard Test Method for Estimating
estabilidade oxidativa do biodiesel. Assim, pela Tabela 1, Kinetic Parameters by Differential Scanning Calorimetry
observa-se que a formulação de 100 mg/kg de BPDA é mais Using the Borchardt and Daniels Method. American Society
estável que a de BI, que por sua vez, é mais estável que a de for Testing and Materials 2013.
BC. A energia de ativação aumenta nos fatores de 1,7 e 1,2; BORSATO, D.; MAIA, E.C.R.; DALL'ANTONIA, L.H.;
e se mantém em 1,0, respectivamente. SILVA, H.C.; PEREIRA, J.L. Kinetics of Oxidation of
Dentre outros fatores, o grupo químico, a estrutura Biodiesel from Soybean Oil Mixed with TBHQ:
química e a composição do antioxidante são determinantes Determination of storage time. Quimica Nova 2012, 35, 733-
para a efetividade deste aditivo no retardo da oxidação do 737.
biodiesel (Varatharajan e Pushparani, 2018). No caso em BUOSI, G.M.; SILVA, E.T.; SPACINO, K.; SILVA,
questão, o PDA é um antioxidante aminado, com dois grupos L.R.C.; FERREIRA, B.A.D.; BORSATO, D. Oxidative
doadores (NH), enquanto que o Ionol e o cardanol insaturado Stability from Soybean Oil: Comparison between synthetic
são compostos fenólicos com apenas um grupo doador, cada and natural antioxidants. Fuel 2016, 181, 759-764.
(OH). KLEINBERG, M.N.; RIOS, M.A.S.; BUARQUE, H.L.B.;
A Figura 2 é uma representação do gráfico de (1/T) PARENTE, M.M.V.; CAVALCANTE, C.L.; LUNA,
versus ln[k(T)], mostrando que as linhas de tendência de F.M.T. Influence of Synthetic and Natural Antioxidants on
cada curva obedecem à equação de Arrhenius, com um the Oxidation Stability of Beff Tallow Before Biodiesel
R2 > 0.990. Production. Waste and Biomass Valorization 2017.
KUMAR, N. Oxidative Stability of Biodiesel: Causes,
effects and prevention. Fuel 2017, 190, 328-350.
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TEIXEIRA, M.A. Babassu – A new approach of an ancient
Figura 2. Gráfico de (1/T) versus ln[k(T)] do biodiesel puro Brazilian biomass. Biomass and Bioenergy 2008, 32, 857-
e das formulações com 100 mg/kg de cada antioxidante. 864.
THURGOOD, J.; WARD, R.; MARTINI, S. Oxidation
Kinetics of Soybean Oil/Anhydrous Milk Fat Blends: A
4 – Conclusões differential scanning calorimetry study. Food Research
A adição dos antioxidantes PDA e Ionol ao International 2007, 40, 1030-1037.
biodiesel de babaçu promoveu uma maior estabilidade VARATHARAJAN, K.; PUSHPARANI, D.S. Screening of
oxidativa, sendo o PDA o que apresentou os valores mais antioxidant additives for biodiesel fuels. Renewable and
elevados para a energia de ativação da reação de oxidação do Sustainable Energy Reviews 2018, 82, 2017-2028.
(A) (B)
Tabela 2. Resultados da caracterização dos biodieseis e das ANP- Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis.
blendas. Anuário Estatístico 2017.<
Resultados http://www.anp.gov.br/images/publicacoes/anuario-
Parâmetro
BF100 BFB75/25 BFB50/50 BFB25/75 BB100
estatistico/2017/anuario_2017.pdf > Acesso em: abril de
Índice de acidez
0,25 0,29 0,58 0,29 0,44 2017.
mgKOH/g
Massa LÔBO, I. P.; FERREIRA, S. L. C. Biodiesel: parâmetros de
Específica 20 °C 884 887 883 882 883 qualidade e métodos analíticos. Quim. Nova, v.32, n.6, p.
kg/m3 1596-1608, 2009.
Teor de Éster
* 91,00 92,69 88,10 91,97 CAMPOS, A. Babaçu Livre. 2006. Disponível
%massa
Poder Calorífico em:<http://reporterbrasil.org.br/2006/04/babacu-livre/>,
Superior 40,0788 39,6561 38,9131 38,5142 38,3936 Acesso em 15 mai. 2018.
MJ/kg LIMA, J. R. O; SILVA, R. B.; SILVA, C. M. Biodiesel de
Viscosidade babaçu (Orbignya sp.) obtido por via etanólica. Quim.
4,9 5,9 4,9 4,6 4,5
mm2/s
Nova, v.30, n.3, p. 600-603, 2007.
Estabilidade
Oxidativa 5,20 10,30 7,50 4,00 0,57 BUMBA, M. A. C.; YAMAMURA, H. Produção de
h biodiesel a partir do óleo de fritura: uma alternativa
* Resultado não obtido. Os valores em negrito estão de acordo com as sustentável. 2014. Disponível
especificações da ANP 45/2014. em:<http://pdf.blucher.com.br.s3-sa-
east1.amazonaws.com/chemicalengineeringproceedings/co
4 – Conclusões beq2014/1308-19979-158693.pdf>.Acesso em 15 mai.
2018.
O óleo de babaçu, óleo de fritura e blendas foram PONTE, F. A. F. Estudo de otimização do processo de
estudados e foi possível avaliar a viabilidade destes na obtenção de biodiesel de segunda geração. 2012.
produção de biodiesel. Os óleos de fritura e babaçu foram Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) -
misturados previamente, para posterior produção dos Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012.
biodieseis das blendas.
Para a investigação dos biodieseis produzidos
foram analisadas algumas caracterizações físico-químicas
expressas na resolução vigente, RANP 45/2014, que
regulamenta os parâmetros de qualidade do biocombustível
no Brasil. Alguns resultados apresentaram-se em
conformidade com a resolução, em especial o índice de
acidez, massa específica a 20 °C e viscosidade cinemática a
40 °C.
Algumas análises físico-químicas apresentaram
resultados fora dos padrões como a estabilidade oxidativa e
o teor de éster. A cromatografia gasosa dos biodieseis
mostrou a conversão de ésteres abaixo do limite mínimo
aceitável de 96,5 %. Na estabilidade a oxidação o biodiesel
BFB 75/25 apresentou o resultado de 10,32 h dentro do
limite dado pela norma. A blenda BFB 50/50 obteve a
melhor conversão reacional (92,69 %).
Para adequação do teor de éster duas estratégias
podem ser utilizadas: 1ª) aumento do tempo reacional e 2ª)
processo de transesterificação executado em duas etapas.
Para o aumento da estabilidade oxidativa do biodiesel, a
estratégia de inclusão de antioxidantes na etapa final do
processamento pode ser utilizada.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem o apoio financeiro do CNPq
(Processos 406697/2013-2, 459355/2014-7 e 308280/2017-
2), CAPES, FINEP e FUNCAP (Processo AEP-0128-
00220.01.00/17).
6 - Bibliografia
5 – Agradecimentos
CNPq (406697/2013-2, 459355/2014-7 e 308280/2017-2),
3 - Resultados e Discussão CAPES, Funcap (AEP-0128-00220.01.00/17) e FINEP pelo
Os dados experimentais de massa específica (20 °C) apoio financeiro.
e viscosidade cinemática (40 ºC) estão representados na
Figura 2, em função da porcentagem do biodiesel de babaçu 6 - Bibliografia
usado na mistura dos biodieseis. Foi aplicado ajuste linear.
[1] Kaul S, Saxena RC, Kumar A, Negi MS, Bhatnagar
Figura 2. 2.1) Viscosidade cinemática versus % de AK, Goyal HB, et al. Corrosion behavior of
biodiesel de babaçu na mistura; 2.2) Massa específica biodiesel from seed oils of Indian origin on diesel
versus % de biodiesel de babaçu na mistura engine parts. Fuel Process Technol 2007;88:303–7.
doi:10.1016/j.fuproc.2006.10.011.
2.1) 2.2) [2] Ramírez-Verduzco LF, García-Flores BE,
Rodríguez-Rodríguez JE, Del Rayo Jaramillo-Jacob
A. Prediction of the density and viscosity in
biodiesel blends at various temperatures. Fuel
2011;90:1751–61. doi:10.1016/j.fuel.2010.12.032.
[3] Fazal MA, Jakeria MR, Haseeb ASMA, Rubaiee S.
Effect of antioxidants on the stability and
corrosiveness of palm biodiesel upon exposure of
different metals. Energy 2017;135:220–6.
doi:10.1016/j.energy.2017.06.128.
[4] Chinnamma M, Bhasker S, Madhav H, Devasia RM,
Shashidharan A, Pillai BC, et al. Production of
Os dados foram ajustados em função da
coconut methyl ester (CME) and glycerol from
porcentagem do biodiesel de babaçu usado na mistura.
coconut (Cocos nucifera) oil and the functional
Obteve-se para os dados de massa específica valores das
feasibility of CME as biofuel in diesel engine. Fuel
medições e do ajuste quase sobrepostos, com um erro padrão 2015;140:4–9. doi:10.1016/j.fuel.2014.09.057.
de 0,03. Já no ajuste linear da viscosidade cinemática o erro [5] CNPE CNDPE-. DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO.
obtido foi de 0,08, o qual ainda representa um Cons Nac POLÍTICA ENERGÉTICA - CNPE
acompanhamento fiel dos dados experimentais. A Equação Resolução No 16, 2909 2018 n.d.
1 mostra a forma geral obtida para descrição dos dados. [6] ASTM International, West Conshohocken P. ASTM
D445-01, Standard Test Method for Kinematic
Y = Ax + B, (Equação 1) Viscosity of Transparent and Opaque Liquids (the
Calculation of Dynamic Viscosity), 2001.
Na qual: Y representa o parâmetro de interesse, ora seja [7] Destilados de petróleo e óleos viscosos —
massa específica (g/cm3), ora viscosidade cinemática Determinação da massa específica e da densidade
(mm/s2); A e B são coeficientes, x é fração de biodiesel de relativa pelo densímetro digital. ABNT - Assoc.
babaçu. Os valores destes coeficientes junto com seus Bras. Normas Técnicas, 2013, p. 13.
respectivos erros e o coeficiente de determinação (R2) estão
apresentados na Tabela 1.
tais problemáticas. O teor de umidade foi de 82 mg/kg, valor Figura 3. Teores de glicerídeos para o biodiesel de soja.
abaixo do limite indicado na RANP/2014.
Na tabela 2 estão os resultados das análises físico-
químicas do biodiesel de soja.
Tabela 2. Caracterização físico-química do biodiesel
Parâmetro Metodologia RANP Resultados
45/2014
máx, 0,50 0,26 mg
Índice de acidez ASTM 664
mgKOH/g KOH/g
Teor de ésteres EN 14103 min, 96,5% 98,5 %
Glicerina livre ASTM 6584 máx, 0,02% <0,005 %
Glicerina total ASTM 6584 máx, 0,25% 0,189 %
Monoglicerídeos ASTM 6584 máx, 0,7% 0,540 %
Diglicerídeos ASTM 6584 máx, 0,20% 0,154 % 4 – Conclusões
Triglicerídeos ASTM 6584 máx, 0,20% 0,110 % Os parâmetros físico-químicos analisados
O índice de acidez adquire importância devido a demostraram que tanto as metodologias propostas pela
presença de AGL ocasionar processo oxidativo do AOCS, para os óleos vegetais, quanto as normas sugeridas
combustível, levando a corrosão, incrustações e formação de pela ANP, para a especificação do biodiesel final, são válidas
depósitos, devido a oxidação das partes internas do motor. O para o processo de caracterização dos referidos produtos.
biodiesel apresentou valor abaixo do limite estabelecido.
Na avaliação do teor de ésteres foi obtido valor 5 – Agradecimentos
médio de 98,5 %. Assim, considera-se elevada a conversão,
ao superar o limite mínimo estabelecido pela ANP. A Figura IFRN, UFRN e UFC pelo apoio nesse trabalho.
3 apresenta os picos cromatográficos da análise de teor de
éster, os quais a partir do C6:0 até o C24:0 foram integrados 6 - Bibliografia
para determinar a concentração dos ésteres totais.
Figura 2. Cromatograma para o teor de éster. ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis, RANP 45/2014.
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis, RANP 798/2019.
CANDEIA, Roberlucia Araújo. Biodiesel de Soja: Síntese,
Degradação e Misturas Binárias. 2008. Disponível em:
file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/Tese_Roberlu
cia_A_Candeia.pdf>. Acesso em: 03 maio 2019
KNOTHE, Gerhard; GERPEN, Jon Van; KRAHL, Jügen;
RAMOS, Luiz Pereira. Manual de Biodiesel. São Paulo:
Edgard Blucher, 2006. 340 p.
PERES, J. R. R.; BELDRANO, N. E. M. Oleaginosas para
Biodiesel: Situação e potencial. In : Ferreira, J. R.; Cristo, C.
Os resultados para os teores de glicerídeos estão M. P. N. (coord.). O futuro da indústria: Biodiesel- coletânea
apresentados na Tabela 2. A concentração de glicerina livre de artigos. Brasília: MDIC-STI/IEL, 2006. p.67-82.
foi inferior a 0,005%, valor este que está dentro dos padrões TEREZO, Ailton J.; LANZA, Marcos R. V. Tratamento
estabelecidos pela ANP. Segundo Lôbo, Ferreira e Cruz Eletroquímico de efluente da produção de biodiesel usando
(2009) a glicerina livre residual pode ser facilmente um eletrodo do tipo ADE: Ti/IrO2-Nb2O5. 2017. Disponível
eliminada através de lavagens do biodiesel, indicando que em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
um biodiesel com alto teor de glicerina livre pode estar =S0100-40422018000100017&lang=pt>. Acesso em: 04
diretamente relacionado a uma lavagem imperfeita do maio 2019
biodiesel. REIS, Elton F. dos; MATEUS, Diego L. S.; COUTO,
Em relação à glicerina total, glicerina combinada, Ródney F. Desempenho e emissões de um motor-gerador
que inclui tanto a glicerina livre como os monoglicerídeos, ciclo diesel sob diferentes concentrações de biodiesel de
diglicerídeos e triglicerídeos, o valor foi de 0,189%, estando soja. 2013.Disponível em:
de acordo com a ANP. Este é um importante parâmetro que <https://www.researchgate.net/profile/Elton_Reis/publicati
pode ser utilizado para avaliar a eficiência da conversão de on/262618235_Performance_and_emissions_of_a_diesel_e
óleos e gorduras em biodiesel. No caso dos valores de mono, nginegenerator_cycle_under_different_concentrations_of_s
di e triglicerídeos foram respectivamente, 0,540%, 0,154% e oybean_biodiesel/links/550634870cf24cee3a055084.pdf>.
0,110%. Todos os resultados encontrados no que se refere Acesso em: 04 maio 2019
aos glicerídeos cumprem aos padrões estipulados pela ANP. VELOSO, Dayane Neres; BERTINI, Luciana Medeiros;
NASCIMENTO, Tassio Lessa do. Síntese de ésteres
metílicos a partir do OGR como uma fonte alternativa de
biocombustível. In: 7ª EXPOSIÇÃO CIENTÍFICA,
TECNOLÓGICA E CULTURAL (EXPOTEC), 7., 2018,
Pau dos Ferros. p. 1 - 10.
Millivolts
Millivolts
Índice de acidez, acidez através do método Ca 5a 40
3000 3000
(AOSC 2003) onde KOH 0,1 mol L-1 foi titulado até
persistir uma coloração rósea por no mínimo 30 segundos, 2000 2000
de KOH. 0 0
g de amostra em um tubo de ensaio, acoplado uma tampa que Figura1. Cromatograma dos ésteres metílicos do biodiesel
possui uma entrada de oxigênio (gerado pelo próprio de Citrus obtido de acordo com a EN-ISO 14103.
equipamento e levada até amostra por uma mangueira) e
saida de gases, está saida é conectada a um vaso que contem
água deionizada e sua condutividade é mensurada 4 – Conclusões
constantemente, o tubo é colocado ao um bloco que fornece As análises físico-químicas para determinação das
calor, elevando a temperatura da amostra, os produtos características do biodiesel produzido a partir das
voláteis da oxidação da amostra em contato com o oxigênio oleaginosas dos gêneros Citrus, sugerem boa qualidade do
é levado até o vaso, onde a condutividade é alterada, biodiesel, os resultados estão dentro dos parâmetros e
acusando a oxidação da amostra, em um aparelho da marca normas vigentes no Brasil. Esta biomassa possui bom
Metrohm, modelo Rancimat, na norma EN 14214 e na potencial para produção de biodiesel.
RANP 07/08.
Índice de iodo é de grande importância na
estabilidade oxidava, densidade e de viscosidade dos 5 – Agradecimentos
biodieseis. As normas EN 14214 e RANP 07/08 adotaram o
índice de iodo (método analítico EN ISO 1411) para Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e
determinar o número de instaurações Tecnologia de São Paulo, Campus Matão. Ao Ministério da
Todas as análises de caracterização foram Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações MCTIC por
realizadas em triplicata todo suporte financeiro em nossas pesquisas.
6 - Bibliografia
3 - Resultados e Discussão
AMERICAM Society for Testing and Material ASTM D445:
Os resultados obtidos na caracterização estão
informações e documentação: Standart Test Method for
descritos na Tabela 1.
Kinematic Viscosity of Transparet and Opaque Liquids (and
Calculation of Dynamic Viscosity): United States: ASTEM,
Tabela 1. Parâmetros de qualidade do biodiesel de Citrus
2011
segundo as normas da ANP (45/2014).
DIB, F. H.; Produções de biodiesel a partir de óleo residual
Biodiesel de
Característica reciclado e realização de testes comparativos com outros
Citrus tipos de biodiesel e proporção de misturas em um Moto-
3 Límpido e isento Gerador. Dissertação de (mestrado em Engenharia
Aspecto g cm-
de impurezas Mecânica), Universidade Estadual Paulista. Faculdade de
Massa específica à 20 ºC 0,87832 Ilha Solteira, São Paulo, 2010.
Água e sedimentos % volume 0,04 LOBO, I. P.; FERREIRA, S. L. C.; Biodiesel: Parâmetros de
Resíduo de carbono % massa 1,58 x 10-3 qualidade e métodos analíticos. Química Nova, vol.32, n.6,
Teor de éster, min. % massa 99,4 p.1596-1608, 2009.
Índice de acidez mg KOH/g 0,58 BOZ, N.; DEGIRMENBASI, N.; KALYON, D.M.
Índice de iodo g I2/100g 118.89 Esterification and transesterification of waste cooking oil
Rancimat à 110 ºC h 6,46 over Amberlyst 15 and modified Amberlyst 15 catalysts.
Ponto de nuvem (cloud point - CP) °C -2 Applied Catalysis B: Environmental. v. 165, p. 723-730,
Ponto de fluidez (pour point - PP) °C -6 2015.
RAMOS, L. P. et al. Biodiesel: matérias-primas, tecnologias
O teor de éster, expresso como uma percentagem de produção e propriedades combustíveis. Revista Virtual de
em massa, foi calculada utilizando a Equação. Química, Niterói, v. 9, n. 1, p. 317-369, 2017.
Palavras Chave: Coffea arábica, Coffea canephora , caracterização físico química, sustentabilidade.
estes e os demais resultados encontram-se na Figura 1, e AOSC. 1990. Official Methods and Recommended
descritos na Tabela 1, apresentados a seguir: Practices of the American Oil Chemistis’ Society.
Champaign.
AOSC. 1993. Official Methods and Recommended
Practices of the American Oil Chemistis’ Society.
Champaign.
AOSC. 2003. Official Methods and Recommended
Practices of the American Oil Chemistis’ Society.
Champaign.
CABRAL, M. S.; MORIS, V. A. S. Reaproveitamento da
borra de café como medida de minimização da geração de
resíduos. XXX Encontro Nacional de Engenaria de
Produção. São Carlos, SP, 2010.
CECAFÉ – CONSELHO DOS EXPORTADORES DE
CAFÉ DO BRASIL. Produção, 2017/2018.
Figura 1. Cromatograma do perfil composicional do óleo CONAB – COMPANHIA NACIONAL DE
extraído da borra de café residual (EN ISO 14103). ABASTECIMENTO. Avaliação da Safra Agrícola
Cafeeira, 2017/2018.
Tabela 1. Caracterização físico-química do óleo da borra EN ISO 14103. Fat and oil derivatives - Fatty Acid Methyl
de café residual. Esters (FAME) - Determination of ester and linolenic acid
methyl ester contentes.
Análises Resultados HIRAKURI, M. H.; LORINI, I.; FRANÇA-NETO, J. B.;
Rendimento extrativo 18% m/m KRZIZANOWSKI, F. C.; HENNING, F. A.;
Índice de acidez 3,1% MANDARINO, J. M. G.; OLIVEIRA, M. A. de;
Índice de umidade 1130 ppm BENASSI, V. T. Análise dos aspectos econômicos sobre a
Índice de Iodo 166,117 mg KOH qualidade de grãos de soja no Brasil. Embrapa Soja, v. 145,
Índice de refração 1,8775 p.9 – 11, Londrina – PR, 2018.
Densidade relativa 0,9338 g cm-3 MUSSATTO, S. I.; MACHADO, E. M. S.; MARTINS, S.;
Coloração Castanho escuro & TEIXEIRA, J. A. 2011. Production Composition and
Application of Coffe ans Its Industrial Residues. Food and
Bioprocess Technology, 4 (5), p. 661 – 672.
4 – Conclusões TURATTI, J. M. Extração e caracterização de oleo de café.
Averiguou-se que o óleo obtido possui boas In: SIMPÓSIO DE PESQUISA DOS CAFÉS DO BRASIL,
propriedades para a produção de biodiesel. Observando os 2, Vitória, Simpósio. p.1533-1539. 2001.
parâmetros de acidez e umidade do óleo bruto, sabe-se que
este deverá passar por pré-tratamentos como degomagem e
controle de acidez, antes da reação de transesterificação por
catálise básica, ou também pode-se optar pela alternativa
das rotas ácidas e de hidroesterificação, que é utilizada para
óleos de alta acidez, para uma melhor obtenção de ácidos
graxos livres através de alta pressão e temperatura acima de
200°C, modificando as cadeias carbônicas dos compostos
presentes no óleo atual.
5 – Agradecimentos
Agradeço ao Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) - Campus Matão,
onde o trabalho foi realizado, a colaboração do Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC) e Ministério da Educação (MEC) pelo fomento
do projeto.
6 - Bibliografia
ANP – AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, ANP –
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS
NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Biocombustíveis
Regulação do Biodiesel – Especificação e Controle de
Qualidade. (2017)
com o método Ca 5ª 40 (AOSC, 2003). A densidade foi As lavagens com soluções alcalinas concentradas
determinada com o equipamento densímetro automático, em todas as amostras diminuíram a acidez dos
Rudolph Reserach Analitical DDM 2911 Automatic Dencity biocombustíveis produzidos.
Meter®, com auxílio de uma seringa injetora, ambientado
com a amostra, e subsequente injeção de 2 mL de cada
amostra. A análise do índice de iodo foi efetuada de acordo 4 - Conclusão
com o método Cd 1-25 (AOSC, 1990). O biodiesel do óleo da borra residual de café e do
Todas as análises foram feitas em triplicatas para mesmo após hidroesterificação apresentaram acidez e
garantir melhores resultados qualitativos e quantitativos dos densidade adequadas quando produzidos por catálise ácida
experimentos. (acidez <1%). No entanto, o biodiesel oriundo da catálise
básica do óleo de café resultou em acidez muito alta (8,3%).
3 - Resultados e Discussão
Os resultados da Tabela 1 demostram a comparação 5 – Agradecimentos
dos biodieseis produzidos de acordo com o tipo de ácido Agradeço ao Instituto Federal de Educação, Ciência
graxo utilizado na reação. e Tecnologia de São Paulo (IFSP) - Campus Matão, onde o
A amostra B1 trata-se do biodiesel produzido da trabalho foi realizado, ao Universidade Estadual Paulista
reação de transesterificação básica, em que formou emulsões “Júlio de Mesquita Filho” Instituto de Química (IQ), a
e saponificação durante o processo de lavagem, colaboração do Ministério da Ciência, Tecnologia,
impossibilitando a medição de densidade. Inovações e Comunicações (MCTIC) e Ministério da
A análise B2 consiste na transesterificação ácida, Educação (MEC) pelo fomento do projeto.
apresentou alta acidez, e uma densidade próxima ao do
biodiesel de soja (Mendow et al, 2011).
Na amostra B3 utilizou-se o óleo hidroesterificado 6 - Bibliografia
como ácido graxo livre, que apresentou resultados de
ALEGRIA, A. ARRIBA, M. J. R. CUELLAR, J. APPL
densidade como o anterior, mas uma elevada acidez oriunda
CATAL, B. Biodiesel production using 4-
do processo.
dodecylbenzenesulfonic acid as catalyst 2014, 160, 743-756.
AOSC. 1990. Official Methods and Recommended Practices
of the American Oil Chemistis’ Society. Champaign 1990.
AOSC. 2003. Official Methods and Recommended Practices
of the American Oil Chemistis’ Society. Champaign 2003.
CABRAL, M. S.; MORIS, V. A. S. Reaproveitamento da
borra de café como medida de minimização da geração de
resíduos. XXX Encontro Nacional de Engenharia de
Produção. São Carlos, 2010.
GOMES, J.; ESPINDOLA, J.; LEONARDI, A. A evolução
da produção de biodiesel no Brasil a partir das mudanças do
Programa Nacional de produção e uso do biodiesel. Tese
(doutorado em Engenharia Agroindustrial Agroquímica),
Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande do Sul,
2018.
HIRAKURI, M. H.; LORINI, I.; FRANÇA-NETO, J. B.;
KRZIZANOWSKI, F. C.; HENNING, F. A.;
MANDARINO, J. M. G.; OLIVEIRA, M. A. de; BENASSI,
V. T. Análise dos aspectos econômicos sobre a qualidade de
grãos de soja no Brasil. Embrapa Soja, Londrina - PR 2018,
145, 9-11.
Figura 1. Reator Hidrotérmico de alta pressão e alta MENDOW, G. VEIZAGA, N.S. SÁNCHEZ, B.S.
temperatura, ALPHA TEC®, Modelo FL-AMES340 de QUERINI, C.A.: “Biodiesel production by two-stage
óleos e gorduras (IQ UNESP – Araraquara) transesterification with ethanol”, Bioresource Technology
2011, 10407-10413.
Tabela 1. Comparação entre as análises e características do
biodiesel a partir do óleo de café residual comum e
hidroesterificado.
Amostra Tipo de Catálise Acidez Densidade
óleo de (g cm-3)
café
B1 comum básica 8,3% ---
B2 comum ácida 2,6% 0,8930
B3 Hidro* ácida 1,2% 0,8991
*Hidroesterificado.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
133
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
O biodiesel metílico foi sintetizado a partir da
metodologia descrita por Miranda et al. (2016) utilizando 4
diferentes matérias graxas: óleo de soja, canola, milho e
sebo bovino.
Os FAME foram obtidos a partir dos biodieseis
sintetizados por meio da metodologia de extração em fase
sólida (EFS) desenvolvida por Muniz et al. (2019).
As separações cromatográficas foram realizadas Figura 1. Cromatogramas, obtidos por CLAE em modo
em um equipamento da Thermo Scientific, modelo UHPLC isocrático (100% ACN), dos biodieseis de sebo bovino (a),
Ultimate 3000, composto por uma bomba quaternária, soja (b), canola (c) e milho (d).
modelo Dionex Ultimate 3000, um detector por índice de A partir da Figura 1 é possível observar que, as
refração modelo Shodex RI-101 e um injetor automático, proporções de intensidade entre os derivados de C18:0,
C18:1, C18:2 e C18:3 são diferentes nos quatro biodieseis Figura 3. (a) Cromatograma experimental do FAME de
estudados devido às diferentes composições de ácidos soja com fase móvel 7% de água; (b) cromatograma
graxos nas matérias primas. simulado em escala analítica, e (c) cromatograma simulado
Foi feito um estudo para melhorar a separação dos em escala semipreparativa com sobrecarga de volume na
FAME aumentando a retenção pela diminuição da força de condição de touching bands.
eluição, adicionando água à fase móvel. Em um teste de O cromatograma experimental (Figura 3a)
solubilidade entre biodiesel e a mistura ACN:água, apresenta leve assimetria em alguns picos pela baixa
constatou-se a completa solubilidade com até 7% resolução entre os ésteres de mesmo número de carbono
volumétrica de água na mistura. Na Figura 2 apresentamos equivalente (ECN), como por exemplo C16:0 e C18:1.
os cromatogramas sobrepostos para os FAMEs do biodiesel Mesmo assim, o modelo de Stenberg foi capaz de simular
de soja para análises sucessivas em diferentes percentuais bem os dados na escala analítica (Figura 3b). A partir desse
de água na fase móvel. modelo, foi possível simular a condição de maior
produtividade em uma coluna semipreparativa, com largo
volume de injeção (36 mL) na vazão de 21 mL/min,
condição de touching bands, ou seja, em que dois picos
estão o mais próximo possível sem haver sobreposição.
Nessas condições obtém-se uma produtividade de 2,16
mL/h de biodiesel de partida, ou ainda 17,28 mL/dia
(considerando uma jornada de 8h/dia).
4 – Conclusões
O modelo matemático de momento estatístico
consegue simular os dados experimentais, e estimar os
Figura 2. Cromatogramas, obtidos por CLAE em modo parâmetros cromatográficos para a transposição de escala
isocrático, do biodiesel de soja em diferentes composições que, a princípio, poderá levar à maior produtividade dos
de fase móvel: (a) 7% de água, (b), 6% de água, (c) 5% de ésteres metílicos de ácidos graxos.
água, e (d) 100% ACN.
Na Tabela 01 são mostrados os dados relativos a massa resíduos. XXX Encontro Nacional de Engenaria de
específica e densidade do biodiesel 100 produzido a partir do Produção. São Carlos, SP, 2010.
óleo da polpa de coco. Esses resultados quando comparados FOLSTAR, P. “Coffee: Chemistry” - Elsevier Applied
a literatura se mostram dentro dos resultados esperados. Science, p. 203-222, 1985.
HIRAKURI, M. H.; LORINI, I.; FRANÇA-NETO, J. B.;
Tabela 1. Análises de massa específica e densidade do KRZIZANOWSKI, F. C.; HENNING, F. A.;
Biodiesel, realizadas em duplicata. MANDARINO, J. M. G.; OLIVEIRA, M. A. de; BENASSI,
V. T. Análise dos aspectos econômicos sobre a qualidade de
Biodiesel da polpa de coco (B100) grãos de soja no Brasil. Embrapa Soja, v. 145, p.9 – 11,
Londrina – PR, 2018
Massa 75.78% MENDOW, G. VEIZAGA, N.S. SÁNCHEZ, B.S.
Específica QUERINI, C.A.: “Biodiesel production by two-stage
Densidade 0,87074 g/cm3 transesterification with ethanol”, Bioresource Technology p.
10407–10413, 2019.
OLIVEIRA, L.S. FRANCA, A.S. CAMARGOS, R.R.S.
4 - Conclusão FERRAZ, V.P.: “Coffee oil as a potential feedstock for
biodiesel production” – Bioresource Technology, p.3244-
Podemos concluir que o Biodiesel da polpa de coco residual
3250, 2008.
de baixo valor agregado pode ser considerado uma
RAMOS, L. P.; SILVA, F. R.; MANGRICH, A. S.;
possibilidade promissora perante a agregação de valor de tal
CORDEIRO, C. S. Tecnologias de produção de biodiesel.
matéria prima. Com a possibilidade de adição de
Revista Virtual de Química. v.3, no.5, p. 385-405, 2011.
antioxidantes pode ser considerada uma interessante fonte
alternativa para a cadeia produtiva do biodiesel. Novos
estudos estão sendo utilizados para a análise de
possibilidades de hidro esterificação na produção de
Biodiesel.
5 – Agradecimentos
Agradeço ao Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de São Paulo (IFSP) - Campus Matão, onde o
trabalho foi realizado, ao Universidade Estadual Paulista
“Julio de Mesquita Filho” Instituto de Química (IQ), a
colaboração do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Inovações e Comunicações (MCTIC) e Ministério da
Educação (MEC) pelo fomento do projeto.
6 - Bibliografia
ALEGRIA, A. ARRIBA, M. J. R. CUELLAR, J. APPL
CATAL, B. p.160 – 173, 2014.
AOSC. 1990. Official Methods and Recommended Practices
of the American Oil Chemistis’ Society. Champaign.
AOSC. 2003. Official Methods and Recommended Practices
of the American Oil Chemistis’ Society. Champaign.
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verde para produção de biodiesel. Congresso de resíduos
sólidos e sustentabilidade, 2018.
IBGE. Produção Agrícola Municipal – 2009. Aracaju/SE,
2011
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, P. E. A. (BRASIL).
Instrução Normativa No 49, De 22 De Dezembro De 2006.
Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade dos Óleos
Vegetais Refinados. v. 2, p. Diário Oficial da União, 26 dez
de 2006-Seção 1, 2006.
ALMEIDA, T. M. Caracterização Química De Bio-Óleo
Obtido Da Fibra De Coco Verde. p. 69, 2013.
MARTINS, C. R.; ALVES, L.; JÚNIOR, J. Produção e
EMBRAPA. Comercialização de Coco no Brasil Frente ao
Comércio Internacional: Panorama, 2014.
CABRAL, M. S.; MORIS, V. A. S. Reaproveitamento da
borra de café como medida de minimização da geração de
Marlon Heitor Kunst Valentini (Universidade Federal de Pelotas, Marlon.valentini@hotmail.com), Renan de Freitas Santos
(Universidade Federal de Pelotas, reh.8@hotmail.com), Vitor Alves Lourenço (Universidade Federal de Pelotas,
vitor.a.lourenco@gmail.com), Ivanna Franck Koschier (Universidade Federal de Pelotas, ivannafk@hotmail.com), Victoria
Huch Duarte (Universidade Federal de Pelotas, victoriahduarte@gmail.com), Ewerson Henrique Sarto (Universidade Federal
de Pelotas, ewersonhs30@gmail.com), Anderson Gabriel Corrêa (Universidade Federal de Pelotas,
andersoncorrea560@gmail.com), Anaís França de Matos Oliveira (Universidade Federal de Pelotas,
anais.franca@uol.com.br), Diuliana Leandro (Universidade Federal de Pelotas, diuliana.leandro@gmail.com.br), Willian
Cézar Nadaleti (Universidade Federal de Pelotas, williancezarnadaleti@gmail.com) Bruno Müller Vieira (Universidade
Federal de Pelotas, bruno.prppg@hotmail.com)
95 peixe e
PC 70 2,0
2 - Metodologia 5 coco
Após obtida a mistura com biodiesel, a mesma foi Os resultados médios de viscosidade das amostras
filtrada, com o auxílio de um funil e papel filtro, para a com menor quantidade de catalisador (1,5g) foi de 4,31
retenção de sólidos, em especial o sal formado na reação do mm2/s, já as amostras que receberam maior quantidade
ácido sulfúrico com o hidróxido de potássio. Em seguida, o (2,5g) obtiveram uma média de 3,76 mm2/s. O ponto central
líquido resultante foi aquecido (em temperatura de, alcançou o maior valor, resultando em, aproximadamente,
aproximadamente, 80° C) e, posteriormente, inserido em um 4,84 mm2/s.
funil de separação tipo bola, onde ficou até a glicerina
decantar. Com o intuito de remover impurezas, 4 – Conclusões
posteriormente, esse biodiesel foi lavado duas vezes com 100
A utilização dos óleos de peixe e coco para a
mL de água destilada. Por fim, foi novamente aquecido, a produção de biodiesel foram satisfatórias, quando
fim de evaporar-se qualquer resíduo de água. Esse processo considerados os resultados obtidos de viscosidade
foi realizado em triplicata para cada amostra do cinemática à 40° C, onde todas as amostras se enquadraram
planejamento fatorial, conforme a Tabela 1. Em posse das na Resolução ANP nº 45. Além disso, pôde-se observar,
amostras de biodiesel, realizaram-se análises de viscosidade ainda, que a viscosidade do biodiesel, em média, diminuiu
cinemática à 40° C (VCC). ao utilizar-se maior quantidade de catalisador (2,5g),
Para a determinação da viscosidade utilizou-se um resultando em um biocombustível com maior eficiência de
Viscosímetro Saybolt - modelo Q288SR. Fechou-se, queima.
inicialmente, um dos orifícios superiores do equipamento
com uma rolha, a qual foi fixada e, em seguida, o tubo 5 – Agradecimentos
Saybolt foi preenchido com no mínimo 60 mL de amostra, o
qual foi aquecido em banho-maria até a temperatura Os autores gostariam de agradecer a Universidade
desejada. Após atingir-se o equilíbrio térmico, a rolha foi Federal de Pelotas.
removida e cronometrou-se o tempo de escoamento de 60
mL de amostra com o auxílio de um frasco receptor. O tempo 6 - Bibliografia
de escoamento (em segundos) desse volume de amostra,
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
escoado através do orifício do aparelho, nas condições
Biocombustíveis (ANP). RANP 45 – 2014. 2014.
padronizadas de ensaio, é a viscosidade Saybolt (SSU) na
American Society for Testing and Materials (ASTM).
temperatura do equilíbrio térmico (ASTM, 2006).
Standard test method for acid number of petroleum products
O procedimento foi repetido em todas as amostras,
by potentiometric titration-ASTM D 664-11A. ASTM
e, por fim, a partir do SSU encontrado e da Equação 1,
obteve-se a viscosidade cinemática à 40° C: International, West Conshohocken, PA, 2011.
ANIS, S.; BUDIANDONO, G. N. Investigation of the effects
VCC = (0,224 x SSU) – (185/SSU) Equação 1 of preheating temperature of biodiesel-diesel fuel blends on
spray characteristics and injection pump performances.
Renewable Energy, v.140, p. 274-280, 2019.
3 - Resultados e Discussão HAJJARI, M.; TABATABAEI, M.; AGHBASHLO, M.;
Segundo Kanaveli et al. (2017), a viscosidade GHANAVATI, H. A review on the prospects of sustainable
cinemática é umas das propriedades mais importantes do biodiesel production: A global scenario with an emphasis on
biodiesel, devido ao efeito no desempenho do motor e nas waste-oil biodiesel utilization. Renewable and Sustainable
características de emissão, salientando-se que por apresentar Energy Reviews, v.72, p. 445-464, 2017.
maior viscosidade, o biodiesel proporciona maior KANAVELI, I. P.; ATZEMI, M.; LOIS, E. Predicting the
lubricidade que o diesel mineral, logo, tem-se observado viscosity of diesel/biodiesel blends. Fuel, v.199, p.248-263,
redução no desgaste das partes móveis do motor. 2017.
Os valores médios de viscosidade cinemática à 40° MOECKE, E. H. S.; FELLERA, R.; SANTOS, H. A.;
C (VCC) obtidos em cada amostra são apresentados na MACHADO, M. M.; CUBAS, A. L. V.; DUTRA, A. R. A.;
Tabela 2: SANTOS, L. L. V.; SOARES, S. R. Biodiesel production
Tabela 2. Viscosidade cinemática das amostras. from waste cooking oil for use as fuel in artisanal fishing
Amostra Viscosidade (mm2/s) boats: Integrating environmental, economic and social
aspects. Journal of Cleaner Production, v.135, p.679-688,
1 4,17
2016.
2 4,87 VIEIRA, B. M.; ELICKER, C.; NUNES, C. F. P.;
3 3,66 BAIRROS, A. V.; BECKER, E. M.; OLIVEIRA, D. M.;
4 4,53 PIVA, E.; FONTOURA, L. A. M.; PEREIRA, C. M. P. The
5 4,17 synthesis and characterization of Butia capitata seed oil as a
FAME feedstock. Fuel, v.184, p.533-535, 2016.
6 3,58
YAAKOB, Z.; MOHAMMAD, M.; ALHERBAWI, M.;
7 3,84 ALAM, Z.; SOPIAN, K. Overview of the production of
8 3,47 biodiesel from Waste cooking oil. Renewable and
PC 4,84 Sustainable Energy Reviews, v.18, p.184-193, 2013.
YAN, Y. Biodiesel. Encyclopedia of Food Grains (Second
Edition), v.3, p.245-250, 2016.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
139
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Tabela 2: Viscosidade cinemática (VCC) resultado esse que mostra a eficiência dessas duas matérias-
Blenda % Viscosidade (mm2/s) primas para a produção do biocombustível.
P1 1,0 4,17
P2 1,0 4,88
P3 10,0 3,66 5 – Agradecimentos
P4 10,0 4,52 Os autores gostariam de agradecer a Universidade
P5 1,0 4,17 Federal de Pelotas.
P6 1,0 3,58
P7 10,0 3,84
P8 10,0 3,47 6 - Bibliografia
PC 5,0 4,84 ALMEIDA, V. F. de.; GARCÍA-MORENO, P. J.; GUADIX,
A.; GUADIX, E. M. Biodiesel production from mixtures of
Todos os valores para a viscosidade cinemática das waste fish oil, palm oil and waste frying oil: Optimization of
amostras são satisfatórios e adequados a Resolução ANP nº fuel properties. Fuel Processing Technology, v. 133, p. 152-
45, de 25 de agosto de 2014, que estabelece uma faixa de 3,0 160, 2015.
a 6,0 mm2 /s para a VCC a 40ºC. AMARAL, D. F; Desmistificando o Programa Nacional de
Para os valores em P1, P2, P5 e P6 onde a Produção e Uso de Biodiesel. São Paulo: Abiove, 2009.
quantidade de olho de peixe é de 99% obtivemos um valor ARAÚJO, G. S.; CARVALHO, R. H. R; SOUSA, E. M. B.
de viscosidade cinemática de 3,58 mm2/s até 4,88 mm2/s, D. Produção de Biodiesel a partir de Óleo de Coco (cocos
valores considerado baixo, o que demostra que esse tipo de nucifera L.). Bruto. In: 2nd International
matéria-prima pode ser empregado para a fabricação do Workshop/Advances in Cleaner Production, 2009.
biodiesel. Em estudo realizado por (Almeida et al, 2015) ASTM. Standard test method for kinematic viscosity of
onde o mesmo usou 100% de óleo de peixe para a fabricação transparent and opaque liquids (and calculation of dynamic
do biodiesel e teve como resultado para a viscosidade viscosity). American Society for Testing and Materials,
cinemática 4,2 mm2/ s, valor que atendeu a Norma Europeia West Conshohocken, PA (USA), 2006.
EN 14214 (3,5–5 mm2 /s a 40 ° C). CHRISTOFF, P. Produção de biodiesel a partir do óleo
Em relação ao óleo de coco, mostra-se que por ser residual de fritura comercial estudo de caso: Guaratuba,
uma oleaginosa com uma quantidade elevada de ácido litoral paranaense. Dissertação (Mestrado em
láurico, sua presença nas quantidades de 1, 10 e 50% da Desenvolvimento de Tecnologias) - Instituto De Engenharia
blenda só favoreceram a produção do biodiesel. Por esse ser Do Paraná–IEP. Curitiba, 2006.
denominado um ácido saturado, com apenas ligações CUNICO, M. W. M.1; CUNICO, M. M.; MIGUEL, O. G.;
simples entre carbonos, tem uma importância muito grande ZAWADZKI, S. F.;PERALTA-ZAMORA, P.; VOLPATO,
nas industrias, por ser resistente a oxidação térmica e ter N. Factorialdesing: a valuablestatistic tool to define
baixa temperatura de fusão (Machado et al., 2006) experimental parametersapplied in scientificresearch. Visão
No estudo de Araújo et al. (2009), onde obteve e Acadêmica, v.9, n.1, 2008.
caracterizou o biodiesel a partir do óleo de coco, o mesmo MACHADO, G. C; CHAVES, J. B. P; ANTONIASSI, R;
apresentou límpido e satisfatório em relação as normas da Composição em ácidos graxos e caracterização física e
ANP para as propriedades analisadas, em questão a química de óleos hidrogenados de coco babaçu. Revista
viscosidade cinemática com o valor de 2,9 estando dentro Ceres, v.53, n.308, p.463-470, 2006.
dos valores estabelecidos para o biocombustível. MARTINS, G. I; Potencial de extração de óleo de peixe
Segundo Christoff. (2006), valores de viscosidade para produção de biodiesel. 2012. 52f. Dissertação
cinemática abaixo do limite estabelecido pela ANP podem (Mestrado em Energia na Agricultura) - Universidade
levar ao desgaste excessivo no sistema de injeção, problemas Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel – PR, Centro de
no pistão e até mesmo vazamento na bomba do combustível, Ciências Exatas e Tecnológicas. 2012.
já valores superior ao determinado pela agência podem RAMOS, L. P; KUCEK, K. T; DOMINGOS, A. K;
acarretar a um aumento do trabalho da bomba de WILHELM, H. M; Biodiesel. Revista Biotecnologia
combustível, além de proporcionar atomização inadequada Ciência & Desenvolvimento, v. 31, p. 29, 2003.
do combustível, com consequente combustão incompleta e RAMOS, L. P.; KOTHE, V.; CÉSAR-OLIVEIRA, M. A. F.;
aumento da emissão de fumaça e de material particulado para MUNIZ-WYPYCH, A. S.; NAKAGAKI, S.; KRIEGER, N.;
a atmosfera. CORDEIRO, C. S.; 2017. Biodiesel: Matérias-primas,
A viscosidade cinemática é uma das propriedades tecnologias de produção e propriedades combustíveis. Rev.
mais importante e que influencia na utilização do biodiesel Virtual Quimica, 9(1), 317-369,2017.
em motores, pois ela controla a etapa inicial da combustão, TAPANES, N. C.; ARANDA, D. A. G.; PEREZ, R. S.;
ou seja, o processo de atomização do combustível nos bicos CRUZ, Y. R. Biodiesel no Brasil: matérias primas e
injetores, cuja eficiência dependerá a potência máxima a ser tecnologias de produção. Acta Scientiae &Technicae, v. 1,
desenvolvida pelo motor (Ramos et al., 2017). n. 1, 2013.
VIEIRA, B. M.; ELICKER, C.; NUNES, C. F. P.;
4 – Conclusões BAIRROS, A. V.; BECKER, E. M.; OLIVEIRA, D. M.;
PIVA, E.; FONTOURA, L. A. M.; PEREIRA, C. M. P. The
O biodiesel produzido pela blenda de óleo de coco synthesis and characterization of Butia capitata seed oil as a
e óleo de peixe se mostrou promissor, com valores de FAME feedstock. Fuel, v. 184, p. 533-535, 2016.
viscosidade cinemática dentro do estabelecido pela ANP,
Ewerson Henrique Sarto (Universidade Federal de Pelotas, ewersonhs30@gmail.com), Anderson Gabriel Corrêa
(Universidade Federal de Pelotas, andersoncorrea560@gmail.com), Marlon Heitor Kunst Valentini (Universidade Federal
de Pelotas, marlon.valentini@hotmail.com), Ivanna Franck Koschier (Universidade Federal de Pelotas,
ivannafk@hotmail.com), Victoria Huch Duarte (Universidade Federal de Pelotas, victoriahduarte@gmail.com), Renan de
Freitas Santos (Universidade Federal de Pelotas, reh.8@hotmail.com), Vitor Alves Lourenço (Universidade Federal de
Pelotas, vitor.a.lourenco@gmail.com), Anaís França de Matos Oliveira (Universidade Federal de Pelotas,
anais.franca@uol.com.br), Diuliana Leandro (Universidade Federal de Pelotas, diuliana.leandro@gmail.com), Bruno Müller
Vieira (Universidade Federal de Pelotas, bruno.prppg@hotmail.com), Willian Cézar Nadaleti (Universidade Federal de
Pelotas, williancezarnadaletti@gmail.com)
Na equação tem-se que “M” é molaridade da ser utilizados antioxidantes sintéticos com o intuito de elevar
solução de tiossulfato de sódio, “Vb” é o volume em mL seu tempo de indução e sua resistência a oxidação.
gasto na titulação do branco, “Va” é o volume em mL gasto Melo (2009) observou em seu estudo a
na titulação da amostra e “P” é o peso da amostra em gramas. estabilidade de indução oxidativa de blendas variando nas
proporções de 10, 20 e 30% v/v de biodiesel de mamona ao
biodiesel de soja durante o período de 60 dias. As blendas
3 - Resultados e Discussão apresentaram maior estabilidade oxidativa do que o biodiesel
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e produzido somente com óleo de soja. Além disso, foi
Biocombustíveis (ANP) determina valor limite para a observado que as blendas com maior quantidade de mamona
estabilidade à oxidação de no mínimo 8 horas, e essa apresentaram maior resistência à oxidação no período de 60
característica tem relação inversa com o índice de iodo, visto dias. Os resultados apresentados indicam, assim como no
que quanto maior a quantidade de compostos insaturados presente estudo, que no índice de iodo foi registrado um
presentes no biodiesel (maior índice de iodo), menor é a sua efeito positivo da adição da mamona.
estabilidade oxidativa (Silva et al., 2010). Logo, foi adotado
o teste de índice de iodo para verificar a estabilidade à
4 – Conclusões
oxidação.
A tabela 2 apresenta o valor do índice de iodo A partir dos resultados obtidos neste estudo,
encontrado para cada uma das amostras. podemos concluir que na blenda (50:50) o óleo de mamona
Tabela 2. Valor do índice de iodo de cada amostra. reduziu o valor do índice de iodo do óleo de soja.
Dessa maneira, a produção de biocombustível
Volume I.
Amostra Peso (g) através da mistura dos dois óleos se mostrou promissora
(ml) Iodo(g/100g)
visto que o biodiesel de mamona pode atuar como aditivo
antioxidante ao biodiesel de soja.
1 0,2493 23 130,8
Marlon Heitor Kunst Valentini (Universidade Federal de Pelotas, marlon.valentini@hotmail.com), Ivanna Franck Koschier
(Universidade Federal de Pelotas, ivannafk@hotmail.com), Victoria Huch Duarte (Universidade Federal de Pelotas,
victoriahduarte@gmail.com), Ewerson Henrique Sarto (Universidade Federal de Pelotas, ewersonhs30@gmail.com),
Anderson Gabriel Corrêa (Universidade Federal de Pelotas, andersoncorrea560@gmail.com), Renan de Freitas Santos
(Universidade Federal de Pelotas, reh.8@hotmail.com), Vitor Alves Lourenço (Universidade Federal de Pelotas,
vitor.a.lourenco@gmail.com), Anaís França de Matos Oliveira (Universidade Federal de Pelotas, anais.franca@uol.com.br),
Diuliana Leandro (Universidade Federal de Pelotas, diuliana.leandro@gmail.com), Bruno Müller Vieira (Universidade
Federal de Pelotas, bruno.prppg@hotmail.com), Willian Cézar Nadaleti (Universidade Federal de Pelotas,
williancezarnadaletti@gmail.com)
5 – Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer a Universidade
Federal de Pelotas.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
147
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
O biodiesel metílico derivado das sementes de
cártamo, apresentou resultados que se enquadram nas
especificações exigidas pela ANP. Com exceção da baixa
estabilidade oxidativa, a qual foi consideravelmente abaixo
do limite determinado pela resolução. No entanto, tal
característica pode ser melhorada em mistura com o
biodiesel obtido de outras oleaginosas e/ou com a utilização
de antioxidantes.
5 – Agradecimentos
UFG, IQ, LAMES, Capes e FUNAPE.
6 - Bibliografia
ANP. RESOLUÇÃO ANP No 45, 2014. Disponível em:
<http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-
anp/2014/agosto&item=ranp-45-2014>
HAMAMCI, C. et al. Biodiesel production via
transesterification from safflower (Carthamus tinctorius L.)
seed oil. Energy Sources, Part A: Recovery, Utilization and
Environmental Effects, v. 33, n. 6, p. 512–520, 2011.
ISSARIYAKUL, T.; DALAI, A. K. Biodiesel from
vegetable oils. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
v. 31, p. 446–471, 2014.
KUMAR, N. et al. Optimization of safflower oil
transesterification using the Taguchi approach. Petroleum
Science, v. 14, n. 4, p. 798–805, 2017.
QUADROS, D. P. C. DE et al. Contaminantes em biodiesel
e controle de qualidade. Revista Virtual de Quimica, v. 3, n.
5, p. 376–84, 2011.
RAMOS, L. P. et al. Biodiesel: Raw materials, production
technologies and fuel properties. Revista Virtual de
Quimica, v. 9, n. 1, p. 317–369, 2017.
SAJJADI, B.; RAMAN, A. A. A.; ARANDIYAN, H. A
comprehensive review on properties of edible and non-edible
vegetable oil-based biodiesel: Composition, specifications
and prediction models. Renewable and Sustainable Energy
Reviews, v. 63, p. 62–92, 2016.
Maríthiza Gonçalves Vieira (UFG, marithiza@hotmail.com), Lilian Ribeiro Batista (UFG, lilianribeiro_18@hotmail.com),
Aline Silva Muniz (UFG, alinesmuniz@yahoo.com), Nelson Roberto Antoniosi Filho (UFG, nlliantoniosi@hotmail.com)
possibilita a redução dos pontos de névoa e fluidez, porém biodiesel. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v.
diminui a estabilidade oxidativa do biodiesel que será 35, p. 136–153, 2014.
produzido, conforme observado.
4 – Conclusões
O óleo das sementes de cártamo apresenta massa
especifica semelhante a outros óleos vegetais. No entanto,
essa oleaginosas possui um elevado teor de ácidos graxos
insaturados, o que resulta na elevada viscosidade e baixa
estabilidade oxidativa do óleo.
5 – Agradecimentos
UFG, IQ, LAMES, Capes e FUNAPE.
6 - Bibliografia
ANP. Matérias-prima (MP) Nacional - ANP. Disponível em:
<https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&sou
rce=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwi4tvaY_
7LkAhXMIbkGHS54DuMQFjAAegQIAhAC&url=http%3
A%2F%2Fwww.anp.gov.br%2Fimages%2FPROD_FORN
_BIOCOMBUSTIVEIS%2FBiodiesel%2FProcessamento_
de_materias-primas.xlsx&usg=A>.
ANTONIOSI FILHO, N. R. Análise de óleos e gorduras
vegetais utilizando métodos cromatográficos de alta
resolução e métodos computacionais. Universidade de São
Carlos, 1995.
HAMAMCI, C. et al. Biodiesel production via
transesterification from safflower (Carthamus tinctorius L.)
seed oil. Energy Sources, Part A: Recovery, Utilization and
Environmental Effects, v. 33, n. 6, p. 512–520, 2011.
ISSARIYAKUL, T.; DALAI, A. K. Biodiesel from
vegetable oils. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
v. 31, p. 446–471, 2014.
KUMAR, N. et al. Optimization of safflower oil
transesterification using the Taguchi approach. Petroleum
Science, v. 14, n. 4, p. 798–805, 2017.
RAMOS, L. P. et al. Biodiesel: Raw materials, production
technologies and fuel properties. Revista Virtual de
Quimica, v. 9, n. 1, p. 317–369, 2017.
SAJJADI, B.; RAMAN, A. A. A.; ARANDIYAN, H. A
comprehensive review on properties of edible and non-edible
vegetable oil-based biodiesel: Composition, specifications
and prediction models. Renewable and Sustainable Energy
Reviews, v. 63, p. 62–92, 2016.
YAAKOB, Z. et al. A review on the oxidation stability of
Tipo BX % Destilado
10% 50% 85% 95%
F calculado
S10 B0 5,1 6,6 - 6,0
B5 1,4 1,3 - 0,0
B10 13,3 5,5 - 10,0
B15 13,0 3,5 - 0,0
B20 1,4 4,0 - 8,3
S500 B0 42,3 4,0 26,0 3,7
B5 22,0 1,9 0,0 25,8
B10 3,6 2,0 1,0 10,1
B15 170,0 4,0 0,0 19,5
B20 331,0 0,0 0,0 5,9
F crítico =19,0
4 – Conclusões
Assim, é possível concluir que a metodologia Fast-
SimDis pode ser aplicada com confiabilidade estatística no
controle de qualidade para amostras de óleo Diesel S10 e
S500 e suas misturas com Biodiesel em substituição a
metodologia convencional ASTM D86-18. O método Fast-
SimDis apresenta como grande vantagem a redução do
tempo de análise. Enquanto o ensaio via ASTM86-18
demanda 50 minutos a analise via cromatagrafia demanda
6,98 minutos.
5 – Agradecimentos
UFG, IQ, LAMES, Capes e FUNAPE.
6 - Bibliografia
ALEME, H. G.; CORGOZINHO, C. N. C.; BARBEIRA, P.
J. S. Diesel oil discrimination by origin and type using
physicochemical properties and multivariate analysis. Fuel,
v. 89, n. 11, p. 3151–3156, 2010.
ANP. Resolução N° 50, 2013. Disponível em:
<http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-
2 - Material e Métodos
Preparo do biodiesel – A transesterificação foi
feita a temperatura de 45°C, por 60 minutos, utilizando
KOH (0,8% em relação a massa de óleo de soja) e metanol.
Material vegetal – o material vegetal (Callisthene
fasciculata Mart.) foi coletado em solo ácido da região do
Cerrado, liofilizado por 24h e moído em almofariz e pistilo
com N2 líquido.
Preparo do extrato – Foram utilizados dois
solventes, etanol e heptano (polar e apolar) no preparo dos
extratos. 5g do material vegetal foram pesados e
transferidos, juntamente com 20 mL de solvente para um
balão de fundo chato, acoplado a um condensador, em uma
placa de agitação magnética, com temperatura constante de Figura 2. Amostras de biodiesel com extratos etanólicos
45 ºC por 2 horas. Extrato em heptano – o material foi
filtrado e rotaevaporado até volume final de 5 mL.
The quality of biodiesel is characterized by its Figure3. PerkinElmer Diamond TG/DT analyzer.
physical and chemical properties (Demirbas, 2008).
Thermogravimetry is a technique in which the mass of a
substance is measured as a function of temperature or time 3 - Results and Discussion
while undergoing through a controlled environment The method adopted to produce biodiesel affects
(Wunderlich, 2001). The ignition quality of biodiesel fuel the physical and chemical properties of biodiesel. The
can be analyzed by using thermogravimetric analysis physical and chemical properties of biodiesel are presented
(TGA) (Lang, 2001). The mass of a substance is measured in Table 1. These properties satisfied the limits of European
as a function of increasing temperature in the presence of biodiesel standard EN14214 (Allah & Alexandru, 2016).
inert or oxidative environment (Jain & Sharma, 2011). The
differential scanning calorimetry (DSC) is a technique in Table 1. Physical and chemical properties of biodiesel
which the amount of energy released or absorbed by a (Allah & Alexandru, 2016).
substance during transition periods (Misutsu et al., 2015). Property Biodiesel
The present work aims at carrying out (Wastecookingoil)
thermogravimetric analysis of biodiesel produced from Density (kg/m3) 887.6
waste cooking oil. The commercial biodiesel was purchased Kinematic viscosity (cSt) 4.5
from a local distributor. The experiments were carried out Flash point (˚C) 159
by using PerkinElmer Diamond TG/DT analyzer. The test Saponification value 189
samples of biodiesel blends (B20, B50 and B100) were (mgKOH/g)
used to carry out experiments. Iodine value (mgIod/g) 94
5 - References
ALLAH, F. U. M.; GRUIA, A. Waste Cooking Oil as
Source for Renewable Fuel in Romania. IOP Conference
Series: Materials Science and Engineering 2016, 147(1),
Figure 4. Comparison between TG curves for B20 (red), 012133.
B50 (blue) and B100 (green). DEMIRBAS, A. Importance of Biodiesel as Transport Fuel.
Energy Policy 2007, 35, 4661-4670.
DEMIRBAS, A. Biodiesel a realistic alternative fuel for
diesel engines. London: Springer, 2008. 141p.
GUI, M. M.; LEE, K. T.; BHATIA, S. Feasibility of Edible
Oil vs. Non-edible Oil vs. Waste Edible Oil as Biodiesel
Feedstock. Energy 2016, 33, 1646-1653.
HAJJARI, M.; MEISAM, T.; MORTAZA, A.;
GHANAVATI, H. A Review on the Prospects of
Sustainable Biodiesel Production: A Global Scenario with
an Emphasis on Waste-oil Biodiesel Utilization. Renewable
and Sustainable Energy Reviews 2017, 72, 445-464.
JAIN, S.; SHARMA, M. P. Thermal Stability of Biodiesel
and its Blends: A Review. Renewable and Sustainable
Energy Reviews 2011, 15, 438-448.
Figure 5. Comparison between differential TG curves for LANG, X.; DALAI, A. K.; BAKHSHI, N. N.; REANEY,
B20 (red), B50 (blue) and B100 (green).
M. J.; HERTZ P. B. Preparation and Characterization of
Bio-diesels from Various Bio-oils. Bioresource Technology
Three samples of B20, B50 and B100 were
2001, 80, 53-62.
analyzed by using differential scanning calorimetry. The MISUTSU, M. Y.; CAVALHEIRO L. F.; RICCI, T. G.;
sample was placed in platinum pans, sealed and heated at
VIANA, L. H.; DE OLIVEIRA, S. C.; JUNIOR, A. M.; DE
the rate of 30°C/min with nitrogen purge of 150mL/min. OLIVEIRA, L. C. S. Chapter 12: Thermoanalytical
The DSC curves are presented in Figure 6 for each blend methods in verifying the quality of biodiesel, biofuels -
illustrating endothermic transitions. status and perspective. London: Intech Open 2015. 258p.
TUTUNEA, D. Thermal Investigation of Biodiesel Blends
Derived from Rapeseed Oil. Journal of Thermal Analysis
and Calorimetry 2013, 111(1), 869-875.
WUNDERLICH, B. Thermal Analysis. Encyclopedia of
Materials: Science and Technology (Second Edition) 2001,
9134-9141.
YAAKOB, Z.; MOHAMMAD, M.; ALHERBAWI, M.;
ALAM, Z.; SOPIAN, K. Overview of the Production of
Biodiesel from Waste Cooking Oil. Renewable and
Sustainable Energy Reviews 2013, 18, 184-193.
ZHANG, Y.; DUBÉ, M. A.; MCLEAN, D. D.; KATES, M.
Biodiesel Production from Waste Cooking Oil: 1. Process
Design and Technological Assessment. Bioresource
Technology 2003, 89, 1-16.
Figure 6. Comparison between differential DSC curves for
B20 (red), B50 (blue) and B100 (green).
4 – Conclusões
O desenvolvimento inicial deste método de
cromatografia líquida para a identificação e quantificação
EE simultânea dos principais produtos da transesterificação de
óleo de soja, seja a partir de etanol ou metanol, foi
EM
concluído com sucesso.
O método mostrou-se sensível, rápido, simples e
robusto, sendo viável para o monitoramento em uma única
análise de reações de transesterificação sem a necessidade
etapas preliminares complexas de preparo de amostra ou
AGL
múltiplas análises. Há de se salientar que o método em
MAG
questão possui um limitador, que é a necessidade de uma
nova curva de calibração para cada analito após cada
batelada de análises. Isso se deve ao detector utilizado, que
possui grandes variações de intensidade de resposta após
ser desligado e ligado novamente. Tal desvantagem poderia
ser contornada utilizando-se um detector alternativo como o
de Arranjo de Fotodiodo (PDA), porém os compostos sem
insaturações não seriam detectados.
De maneira geral, existem oportunidades para
otimizações do método que poderão ser realizadas em
trabalhos futuros para redução de tempo de análise,
Figura 1. Perfil de eluição dos 22 analitos e óleo de soja melhoria na resolução e diminuição do gasto de solventes.
refinado (TAG) submetidos ao método desenvolvido.
OE Nome TR (min)
1 Monopalmitina 2,592
6 - Bibliografia
2 Ácido Linolênico 2,851 BRASIL. RESOLUÇÃO ANP Nº 45, DE 25 de agosto de
3 Monolinoleína 3,069 2014. Disponível em:
<http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-
4 Ácido Linoleico 4,109
anp/2014/agosto&item=ranp-45-2014>. Acesso em: 07 ago.
5 Monoleína 4,535 2019.
6 Ácido palmítico 5,354 INDEX MUNDI (2012). Disponível em:
7 Linolenato de metila 5,584 <https://www.indexmundi.com/>. Acesso em: 07 ago.
8 Ácido oleico 5,660 2019.
PACHECO, C.; PALLA,C. A.; CRAPISTE, G.; CARRÍN,
9 Monoestearina 6,233
M.; Simultaneous Quantitation of FFA, MAG, DAG, and
10 Linolenato de etila 6,453 TAG in Enzymatically Modified Vegetable Oils and Fats.
11 Linoleato de metila 6,870 Food Analytical Methods 2014, 7, 2013–2022
12 Ácido esteárico 7,194 PRADOS, C. P.; REZENDE, D. R.; BATISTA, L. R.;
13 Linoleato de etila 7,580 ALVES, M. I.; FILHO, N. R. A.; Simultaneous gas
chromatographic analysis of total esters, mono-, di- and
14 Palmitato de metila 8,044
triacylglycerides and free and total glycerol in methyl or
15 Oleato de metila 8,139 ethyl biodiesel. Fuel 2012, 96, 476–481.
300,0
200,0 TBHQ
100,0
Figura 5. Perfis cromatográficos da amostra de B100 e a
amostra de B100 após estresse oxidativo.
0,0
0 10 20 30 40 50 A Tabela 3 expressa os resultados do teor de TBHQ
na amostra antes e após o estresse, bem como o valor da sua
Figura 2. Curva analítica para determinação do TBHQ
estabilidade oxidativa declarada durante a fabricação e no
momento da análise.
Na Figura 3 é possível verificar a presença do
antioxidante, uma vez que a amostra foi analisada Tabela 3. Teor de TBHQ na amostra e período de indução
imediatamente após sua chegada ao INT. declarado x analisado.
A Figura 4 apresenta o perfil da amostra após ser Conc. RSD
Período de Período de
Amostra indução indução
submetida a um estresse oxidativo em 110 ºC, sob fluxo -1
(mg.L ) (%)
declarado (h) analisado (h)
constante de ar 10 L.h-1. Sem estresse
20,22 ± 0,41 9,9*** 8,3
DAD1 C, Sig=290,4 Ref=off (BIODIESEL_08032017\AMOSTRA_IPIR_CURVA_NEW1.D) oxidativo
17.248
mAU
Após estresse
oxidativo N.Q* N.A** N.A** N.A**
70
* NQ = Não quantificado
**NA = não aplicável
60 *** Valor fornecido em certificado do fabricante
50
4 – Conclusões
12.293
40
O TBHQ foi o único encontrado e quantificado,
6.755
16.104
30
sendo este o mais utilizado pela indústria. A amostra não
apresentou alfatocoferol (antioxidante natural),
2.628
12.424
7.056
3.705
5.179
12.151
11.238
11.404
20
possivelmente devido à perda por evaporação no processo de
11.604
18.669
12.679
4.052
3.867
13.767
4.222
13.400
3.478
3.160
10
5.695
2.988
2.785
8.630
mAU
3.917
6.238
6.498
2250
2000
5 – Agradecimentos
1750
CNPq, FINEP, MCTIC, Programa de Capacitação
Interna (PCI).
1500
1250
6 - Bibliografia
1000
500
2.946
4.252
12.071
12.252
250
13.455
13.246
9.910
11.479
16.892
14.508
15.251
16.407
7.785
24.007
8.221
9.158
0
<http://www.anp.gov.br/wwwanp/rodada-
0 5 10 15 20 min
legislacao/qualidade
Figura 4. Perfil cromatográfico da amostra recém produzida ANP. Agência nacional do petróleo, gás natural e
e após o ensaio de estresse oxidativo segundo a norma EN biocombustíveis, RANP 798 - 2019 Resolução ANP nº 798,
14112:2016. de 1.8.2019 - DOU 2.8.2019.
DUNN, RO. Effect of antioxidants on the oxidative stability
A Figura 5 apresenta a sobreposição dos of methyl soyate (biodiesel). Fuel processing technology, 86:
cromatogramas da amostra contendo o antioxidante e da 1071-1085, 2005.
amostra após seu estresse oxidativo, sendo possível perceber KNOTHE, G.; RAZON, L.F. Biodiesel fuels. Progress in
a ausência do TBHQ na amostra após estresse. Tempo de energy and combustion science, 2017.
retenção para a amostra normal: 2,628 min e após estresse EN 14112. Fat and oil derivatives - Fatty Acid Methyl Esters
oxidativo: 2,74 min. (FAME) - Determination of oxidation stability (Accelerated
oxidation test), 2016.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
163
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
O método GCSCRF foi validado com precisão,
exatidão, reprodutibilidade e, dessa forma, demonstrou-se
aplicável à separação e quantificação de ésteres alquílicos
em amostras de biodiesel produzidas a partir de diferentes
álcoois e matérias graxas.
Figura 3. Exatidão: resultados para a análise FAEE no
método GCSCRF e métodos de referência. 5 – Agradecimentos
Comparando os resultados do método proposto
CNPq, Capes, Fapeal, FINEP, INCT Catálise.
com os resultados dos métodos de referência, EN 14103 e
HPLC- UV (CARVALHO, et al, 1012), foram calculado os
coeficientes de determinação: r2 = 0,9932 e r2 = 0,9810 6 - Bibliografia
(GCSCRF versus EN 14103), além de r2 = 0,9924 e r2 =
AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS
0.9924 (GCSCRF versus HPLC-UV) para análise de
NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Resolução ANP Nº
FAME e FAEE, respectivamente, comprovando a exatidão
45, 2014.
do método independentemente do tipo de álcool utilizado.
AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, GÁS
Também foi realizado o estudo da recuperação,
NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, Despacho Nº 621,
utilizando uma amostra de biodiesel de soja (11% em
2019.
ésteres metílicos) fortificada em 3 níveis e os valores
CARVALHO, M. S.; MENDONÇA, M. A.; PINHO, D. M.
obtidos ficaram entre 90,44 e 97,90% de recuperação.
M.; RESCKC, I. S.; SUAREZ, P. A. Z. Chromatographic
As Figuras 4 e 5 mostram os cromatogramas das
analyses of fatty acid methyl esters by HPLC-UV and GC-
amostras de B100 para cada matéria graxa (algodão, canola,
FID. Journal of the Brazilian Chemical Society 2012, 23, 4,
coco, dendê, gordura de frango, gergelim, girassol, mamona
763-769.
e milho), as quais foram empregadas na determinação do
DAS, S.; CHATTOPADHYAY, S.; SEM, R. Rapid and
fator de resposta (F) para cada tipo de biodiesel.
precise estimation of biodiesel by high performance thin
Como pode ser visto nas Figuras 4 e 5, o método
layer chromatography. Applied Energy 2011, 88, 5188-
GCSCRF foi seletivo independentemente da matéria prima
5192.
utilizada.
EN 14103, EUROPEAN STANDARD, 2011.
RIBANI, M. BOTTOLI, C. B. G.; COLLINS, C. H.;
JARDIM, I. C. S. F.; MELO, L. F. C. Validação em
métodos cromatográficos e eletroforéticos. Química Nova
2004, 27, 771-788.
SILVA, F. L.; MELO, L. N.; WOLF, C. R.;
MENEGHETTI, S. M. P.; BORTOLUZZI, J. H.
Determination of Alkyl Esters Content by Gas
Chromatography: Validation of Method Based on Short
Column and Response Factor. Journal of the Brazilian
Chemical Society 2018, 29, 6, 1336-1343.
SOUSA, F. P.; LUCIANO, M. A.; PASA, V. M. D.
Figura 4. Cromatogramas de B100 (algodão, canola, coco, Thermogravimetry and viscometry for assessing the ester
dendê e gordura de frango) analisados em GCSCRF. content (FAME and FAEE). Fuel Processing Technology
2013, 109, 133-140.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
165
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
1 - Introdução mm I.D x 0,15 µm; C2= Rtx – Wax 100% polietileno glicol
- 0,32 mm I.D x 0,25 µm; Stabil-Wax - 100% polietileno
A cada 90 m3 de biodiesel produzido a partir da glycol - 0,25 mm I.D x 0,25 µm e OV-1 -100%
transesterificação de óleos e gorduras vegetais e/ou animais, Dimetilpolisiloxano - 0,25 mm I.D x 0,25 µm).
obtém-se 10 m3 de glicerol como coproduto, e isso implica A fim de avaliar a resolução dos picos
num grande volume de glicerol gerado (Mota et al, 2017). cromatográficos foram aplicados 8 métodos de análise
Uma das alternativas de agregar valor a este coproduto é (Tabela 1), otimização de forma univariada dos parâmetros
através da esterificação do glicerol com ácido acético em relativos à rampa de temperatura e aplicação de isoterma,
insumos químicos funcionalizados, os quais são: bem como pequenas variações no fluxo do gás de arraste
monoacetina (MA), diacetina (DA) e triacetina (TA) (Figura (H2). Cabe salientar que as temperaturas do injetor e do
1). detector foram fixadas em 240°C e 250°C, respectivamente.
2 - Material e Métodos
A otimização do método baseou-se na técnica de
cromatografia gasosa (CG) e iniciou-se com a escolha da
coluna, através da análise de uma mesma amostra em quatro
colunas diferentes (C1= NST 50 50% fenil e 50% metil - 0,25
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166
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
6 - Bibliografia
COLLINS, H.; GILBERTO L.; BONATO, S.P.
Fundamentos de Cromatografia. Campinas, SP: Editora da
Rs3 e 4 = 2,40 UNICAMP, 2006.
Rs3 e 4 = 2,50
LIAO, X.; ZHU, Y.; WANG, S.G.; LI, Y. Producing
triacetylglycerol with glycerol by two steps: Esterification
and acetylation. Fuel Processing Technology, 2009, 90, 988–
993.
MEIRELES, B.A.; PEREIRA, V. L. P. Processo para
produção de acetinas a partir do glicerol via
transesterificação em pregando catálise ácida homogênea ou
heterogênea. PI 1002386-0 A2, 17 dez. 2013. 14p.
Figura 3. Cromatogramas obtidos nas diferentes
MOTA, C. J. A.; PINTO, B. P. Transformações catalíticas
metodologias aplicadas, onde 1,2-3, 4 e 5 equilavem a
do glicerol para inovação na indústria química. Revista
triacetina, diacetina, monoacetina e glicerol.
Virtual de Química, 2017, 9, 135-149.
NEBEL, B. MITTELBACH, M.; GEORG URAY, G.
Diante dos valores de Rs observados, optou-se pela
Determination of the Composition of Acetylglycerol
escolha do método 2, uma vez que é o único que apresenta
Mixtures by 1H NMR Followed by GC Investigation.
resoluções dos picos próximas a 1,25, valor recomendado
Analytical Chemistry, 2008, 80, 8712–16.
pela literatura para quantificação dos compostos. Pode-se
SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH. Fundamentos de
inferir que o fluxo do gás de arraste aplicado (2,0 mL min-1)
Química Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana,
contribuiu para um menor tempo de análise (3,0 min), visto
Editora Thomson, São Paulo-SP, 2006.
que aumentando-se a vazão da fase móvel, os analitos vão
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167
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
para as quais foram observados aumentos significativos em interesterificação utilizando a mistura OS:OM 2:1 foram
sua viscosidade foram observados o desaparecimento dos eficientes, com aparente formação de novos TAGs.
picos referentes aos TAGs do óleo de mamona e a
diminuição da intensidade dos picos referentes aos TAGs Soja I
do óleo de soja. Foi observado o surgimento de novos picos Mamona
cromatográficos apenas para misturas que não apresentaram
mudanças significativas de viscosidade após
interesterificação. Além disso, em todas as análises foram
observados picos na faixa entre 2 e 10 minutos, os quais
não podem ser associados totalmente à degradação térmica
dos analitos no injetor split, uma vez que DAGs podem ser
intermediários da reação de interesterificação. II
4 – Conclusões
II Apesar das análises por GC-FID das misturas
interesterificadas, com mudanças significativas em valores
de viscosidade, mostrarem o desaparecimento de sinais
relativos aos TAGs, as análises pela metodologia baseada
Novos TAGs em HPLC-UV foram importantes na verificação de novos
TAGs formados. No entanto, a utilização de outras técnicas
de detecção, como MS, podem trazer melhores elucidações.
III
5 – Agradecimentos
CAPES, CNPq, FAPEAL, FINEP, INCT Catálise.
O Biodiesel lavado foi percolado nas colunas em com umidade e acidez sob controle. Observando os
alíquotas de 50 mL. A cada passagem, uma amostra de 3 resultados (tabela 2), vemos que o biodiesel produzido
mL foi coletada para análise de teor de água. Ao fim foram com o óleo residual pode ser perfeitamente adequado as
coletadas seis amostras de cada coluna e uma amostra do normas vigentes na resolução ANP No 45.
biodiesel apenas lavado. Posteriormente foi realizada
análise de teor de água de acordo com ASTM D 6304 para Tabela 2. Análises de caracterização e determinação do controle
determinar qual coluna teve melhor eficiência em reter a de qualidade do biodiesel, de acordo com resolução ANP No 45.
água restante no biodiesel, após a centrifugação. Característica Unidade Bio Produz. Limites Método
Também foram realizados os ensaio de massa Aspecto / LII LII Visual
específica a 20°C de acordo com ABNT NBR 14066, Massa especifica a 20°C Kg/m³ 882,7 860-900 ABNT NBR 14066
viscosidade cinemática a 40 °C de acordo com ABNT NBR Viscosidade cinemática mm²/s 4,5 3,0-6,0 ABNT NBR 10441
10441; teor de água de acordo com ASTM D 6304; ponto Teor de água mg/Kg 262,0 200 ASTM D 6304
de entupimento de acordo com ABNT NBR 14747; ponto Ponto de entupimento, máx. °C -4,0 14 ABNT NBR 14747
de névoa de acordo com ASTM D 6749; ponto de fluidez Ponto de nevoa °C 1,0 / ASTM D 6749
de acordo com ASTM D 7683; índice de acidez de acordo
Ponto de fluidez °C -2,0 / ASTM D 7683
com ABNT NBR 14448.
Índice de acidez mg KOH/g 0,38 0,50 ABNT NBR 14448
3 - Resultados e Discussão
4 – Conclusões
O método de secagem apresentou efeito
significativo na remoção de água do biodiesel lavado, A fibra de coco mostrou grande potencial
ambas colunas conseguiram remover uma grande adsorvente e pode ser melhor aproveitada agregando valor
quantidade de umidade em apenas uma passagem pelo a um resíduo. Sua grande disponibilidade a torna ainda
material adsorvente (Tabela 1). Todas amostras filtradas mais interessante. Estuds mais detelhados estão sendo
pela fibra do coco tiveram maior redução no teor de água realizados para enender como esse material se comporta
em comparação as amostras filtradas na Amberlit. Fato que em diferentes condições na coluna de secagem e qual o
reforça o potencial adsorvente desse material vegetal. limite de saturação desse material, bem como emoutras
O biodiesel lavado e centrifugado (B1) aplicações.
apresentava teor de água de 1828,7 mg/Kg e após O biodiesel produzido a partir de óleo residual
tratamento, o teor de água nas amostras foi reduzido está em conformidade com os ensaios realizados, com
significativamente, porém, ainda estão fora de exceção do teor de água, que pode ser facilmente
conformidade de acordo com a resolução ANP 45, sendo corrigido.
necessário mais de uma filtragem para adequar a amostra de A partir do resultado apresentado, conclui-se que
biodiesel. a utilização da fibra de coco para secagem de biodiesel é
possível e que a utilização do óleo residual como matéria-
Tabela 1. Resultados do teor de água da amostras coletadas prima é viavel com pequenos ajustes.
durante percolação do biodiesel na coluna de Amberlit e fibra de
coco, de acordo com ASTM D6304
Bio Sílica Bio Fibra 5 – Agradecimentos
(mg/Kg) (mg/Kg) Agradecemos ao IFSP Campus Matão, ao MEC e
Am1 1008,2 422,1 MCTIC pelo fomento ao projeto.
Am2 462,2 265,3
Am3 612,8 263,8 6 - Bibliografia
Am4 460,9 211,8 APROBIO, Associação dos produtores de biodiesel do
Am5 410,1 259,8 Brasil, 2017. Disponível em:
Am6 533,2 261,1 <https://aprobio.com.br/2017/01/10/brasil-recicla-30-
B1 lavado 1828,7 (mg/Kg) milhoes-de-litros-de-oleo-de-cozinha-na-producao-de-
biodiesel/>. Acesso em: 3 set. 2019.
Diferente do esperado, a primeira filtragem tanto RODRIGUES, M. C. et al. BIOCOM. 8º Simpósio
na Amberlit quanto na fibra de coco foram as amostras com Nacional de Biocombustíveis Cuiabá/MT, Abril de 2015.
menor retenção de água, após a primeira percolação do Disponível em:
biodiesel o teor de água continuou a cair nas amostras <http://www.abq.org.br/biocom/2015/trabalhos/70/6440-
seguintes, porém, de forma mais estável. Até a sexta 17885.html>. Acesso em: 3 set. 2019.
amostra passada em ambas as colunas, o material SILVA, K. M. D. da et al. Caracterização físico-química da
adsorvente ainda foi capaz de reter água. fibra de coco verde para a adsorção de metais pesados..
Os demais ensaios para caracterização e controle Engevista, v. 15, p. 43–50, 2013.
de qualidade do biodiesel produzido a partir de óleo SOUZA, A. J. M. de et al. Avaliação do potencial
residual podem ser observados na tabela 2. adsorvente da biomassa de coco verde quanto a redução da
A partir destes resultados observou-se que é salinidade em águal produzida. COINTER PDVAGRO, v.
possível utilizar óleo residual para produção de biodiesel 53, n. 9, p. 1689–1699, 2017.
por transesterificação alcalina, desde que esse óleo esteja
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04 a 07 de Novembro de 2019
171
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
%, sendo armazenadas em frascos âmbar e rotuladas Observa-se que o QAV puro utilizado atendeu a
segundo identificação descrita na Tabela 1: especificação, a mistura a 5 % apresentou valores mais
próximos a -47 oC, as demais misturas de 10 % e 20 %
Tabela 1. Identificação do querosene, destilados puros e apresentaram valores acima do permitido, bem como o
das misturas produzidas destilado puro QAVB100M. Não foi utilizado o método
No Destilado Macaúba Composição oficial para essa análise indicado pela resolução ANP no 37,
1 QAVB0M QAV-1 que seria o ANP NBR 7975, que regulamenta os
2 QAVB5M 5% DTBio parâmetros de qualidade do combustível de aviação. Porém
3 QAVB10M 10% DTBio através da análise de DSC, foi possível fazer as observações
4 QAVB20M 20% DTBio desejadas.
5 QAVB100M 100%
DTBio 4 – Conclusões
Fonte: O autor (2018). DT: Destilado Total (Biodiesel
Leve) O ponto de congelamento, um dos parâmetros
considerados críticos, não atendeu ao padrão exigido,
Através da análise de Calorimetria Exploratória porém ficando bem próximo para as misturas a 5 %.
Diferencial (DSC), foi possível realizar a determinação do Talvez através da utilização de anticongelantes
ponto de fusão da amostra. Para isso as amostras foram possam auxiliar na adequação desse parâmetro.
congeladas a -60 oC na presença de nitrogênio líquido e As demais proporções apresentaram valores
após o congelamento iniciou-se aquecimento com uma taxa superiores ao estabelecido pela resolução.
de 5 oC por minuto até atingir a temperatura de 10 oC.
Assim com o auxílio do programa OriginPro 8.0 construiu-
se os gráficos de fluxo de calor em função da temperatura. 5 – Agradecimentos
ESTES (EscolaTécnica de Saúde), IQ (Instituto de
3 - Resultados e Discussão Química, UFU (Universidade Federal de Uberlândia).
Resina do tecido branco e cinza M2R 97% O GPC (cromatografia por permeação em gel)
Resina do tecido verde, preto e azul M3R 90% salientou que o polímero obtido possui baixa massa
Resina do tecido branco, cinza,
verde, preto e azul
M5R 96% molecular, como já era esperado, cerca de 1300 – 1800
g.mol-1.
É possível notar que as resinas obtidas tiverem um
alto rendimento, independentemente do tipo de tecido e do 4 – Conclusões
pigmento que continha nele.
O método utilizado foi eficiente para a obtenção
T1R
de resina alquídica a partir de resíduo de indústrias têxteis e
T6R também do glicerol que é um coprodutro do biodiesel. A
T7R reação foi bem efetiva e teve um alto rendimento, entre 88 e
T7DR
97%.
Trasmitância (ua)
T8R
Os diferentes tipos de tecido e os diferentes tipos
T9R
M2R
de corantes não interferiram na produção da resina
M3R
alquídica, sendo que a sua cor final depende do tipo de
M5R pigmento presente no tecido utilizado.
5 – Agradecimentos
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
-1
Número de onda (cm )
Figura 3 – Espectros de FTIR das resinas alquídicas FAPEG, FUNAPE, CAPES, e CNPq pelo apoio financeiro.
Agradecemos ao Centro de RMN/UFG, IQ/UFG,
A confirmação da obtenção do produto desejado DQ/UFPR, ao MCTIC, à RBTB e à FINEP.
pôde ser observada através dos estiramentos apresentados
pelo espectro acima. Encontrou-se a presença de hidroxila
devido o estiramento axial (OH; 3453 cm-1), estiramentos 6 - Bibliografia
C-sp2 (C=C; 3011 cm-1) e C-H sp3 intenso (C-H; 2919 cm-1)
DE CARVALHO, A. R. Utilização de Glicerol na
devido a ligações hidrocarbônicas. Há também a presença
Reciclagem Química de PET Visando a Produção de
de carbonila de éster (C=O; 1724 cm-1), banda
Poliésteres Sulfonados. Curitiba, 2011.
representando a ligação dupla entre carbonos de anéis
DE CARVALHO, R. K. C.; Síntese de Resinas Alquídicas
aromáticos (C=C; 1576 e 1507 cm-1) e estiramentos da
via Alcoólise Enzimática. São Bernardo do Campo, 2016.
ligação simples entre carbono e oxigênio (C-O; 1040 cm-1).
CAROLINA P. PRADOS, DANIELA R. REZENDE,
Encontra-se também um movimento de rocking com quatro
LILIAN R. BATISTA, MARIA I.R. ALVES, NELSON R.
ou mais grupos metilenos de cadeia aberta longa (CH2; 732
ANTONIOSI FILHO. Simultaneous gas chromatographic
cm-1).
analysis of total esters, mono-, di- and triacylglycerides and
free and total glycerol in methyl or ethyl biodiesel. Fuel,
2012, 96, 476–481
DOS SANTOS, N. B. L.;* REZENDE, M. J. C. Produção
de Monoacilgliceróis: Rotas e Catalisadores. Rev. Virtual
Quim., 2012, 4 (2), 118-129.
4 – Conclusões
A borra do café atua como um bom agente filtrante
para o pré-tratamento do óleo para a produção de biodiesel,
verificado que diminui índices que em altos valores
prejudicam as reações do processo e substitui etapas que
implicam no encarecimento da produção desse combustível.
As expectativas sobre a geração de energia de
forma sustentável crescem e a matriz energética, que hoje é
composta na maior parte por fontes não renováveis, pode
mudar.
5 – Agradecimentos
Instituto Federal de Matão, SP; técnicos do laboratório
Guilherme Christiani, Guilherme Francisco Pegler, José
Antônio Maruyama e Yuri Farias Tejo; orientadores Aristeu
Tininis e Claudia Tininis.
6 - Bibliografia
ALVES, E. D. O crescimento da demanda de energia no
mundo. Revista eletrônica Ecodebate. Cidadania & Meio
Ambiente. Março 2012.
BASKAR, G., AISWARYA, R., “Trends in catalytic
production of biodiesel from various feedstocks”,
Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 57, 2016.
Neyda De la Caridad Om Tapanes; Donato Alexandre
Gomes Aranda; Rodolfo Salazar Perez; Yordanka Reyes
Cruz; BIODIESEL NO BRASIL: MATÉRIAS PRIMAS E
TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO, vol. 1 , 2013.
4 – Conclusões
As misturas entre 2% e 24% apresentam valores de
viscosidade dentro do intervalo estabelecido pela legislação
em vigor para misturas de BX até B30.
2 - Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Laboratório de
refrigeração do Departamento de Ciência dos Alimentos
(DCA) e no Laboratório de Pesquisa em Plantas
Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel da Universidade
Federal de Lavras (UFLA), Lavras, Minas Gerais.
Foram utilizadas como matéria prima, na extração
de óleo para produção do biodiesel, sementes de algodão
Figura 1. Valores médios de índice de acidez, para diesel
com línter da variedade DP 1536 B2RF, produzidas na safra
comercial (DC), biodiesel de óleo de algodão (B100) e suas
2016/2017, fornecidas pela Cooperativa de Produtores
misturas.
Rurais de Catuti, localizada na cidade de Catuti, região Norte
Legenda: Médias seguidas pela mesma letra não diferem
do estado de Minas Gerais. A extração do óleo foi feita
mecanicamente em extratora de óleos do tipo expeller. O estatisticamente entre si pelo Teste de Scoot Knot ao nível
de 5% de probabilidade. Linha de referência azul limite FERREIRA, D. F. Sisvar. Lavras: DEX/UFLA, 2000. v. 5.
máximo Resolução ANP 30/2016 e vermelha, Resolução MIYASHIRO, C. S. et al. Produção de biodiesel a partir da
ANP 45/2014. transeterificação de óleos residuais. Revista Brasileira de
Houve diferença estatística significativa entre as Energias Renováveis, Palotina, v. 1, p. 63-76, 2013.
amostras analisadas. A legislação vigente (RESOLUÇÃO RAMOS, L. P. et al. Biodiesel: matérias-primas, tecnologias
ANP 45/2014), que estabelece os parâmetros de qualidade de produção e propriedades combustíveis. Revista Virtual
para o biodiesel, preconiza um limite máximo de índice de de Química, Niterói, v. 9, n. 1, p. 317-369, 2017.
acidez de 0,5% e, consequentemente, o biodiesel produzido
com óleo de algodão analisado se encontra acima desse
limite. Já RESOLUÇÃO ANP 30/2016 que estabelece a
especificação de óleo diesel BX a B30 impõe valor máximo
de 0,3% para o índice e acidez, assim, as misturas (2, 6, 12,
20 e 24%) estão de acordo com a legislação, o que indica que
não causarão problemas de corrosão a partes metálicas dos
tanques de armazenamento e do motor.
Miyashiro et al. (2013) produziram biodiesel, a
partir de óleos e gorduras residuais e encontraram valores
máximos 0,50 mg de KOH/g de acidez, valores abaixo ao
encontrado no presente trabalho.
Tendo visto que os valores de acidez das misturas
com maior proporção de biodiesel ficaram acima do limite
da legislação atual, pode-se recomendar que seja feita
aditivação com outro biodiesel de valor menor de acidez e
também, que se trabalhe com as misturas de menor
proporção de biodiesel. Posteriormente em outra produção
com o mesmo lote de óleo pode se avaliar a mudança de
método de purificação do óleo ou também a via reacional
para a obtenção do éster.
4 – Conclusões
As misturas até 24% apresentam índice de acidez
em conformidade com a legislação em vigor.
5 – Agradecimentos
CNPq, Capes, Finep, Fapemig, MCTIC, RBTIB,
UFLA, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
. Resolução n° 45, de 25 de agosto de 2014. Dispõe
sobre a especificação do biodiesel contida no Regulamento
Técnico ANP nº 3 de 2014 e as obrigações quanto ao controle
da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes
econômicos que comercializam o produto em todo o
território nacional. Diário Oficial, Brasília, DF, 26 ago.
2014.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
MATERIALS - ASTM. ASTM 664: standard test method
for acid number of petroleum products by potentiometric
titration. West Conshohocken: ASTM International, 2009.
BRASIL. Lei nº 13.263, de 23 de março de 2016. Altera a
Lei nº 13.033, de 24 de setembro de 2014, para dispor sobre
os percentuais de adição de biodiesel ao óleo diesel
comercializado no território nacional. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 24 mar. 2016. Seção 1, p. 1.
BERMAN, P.; NIZRI, S.; WIESMAN, Z. Castor oil
biodiesel and its blends as alternative fuel. Biomass
Bioenergy, Oxford, v. 35, p. 2861-2866, 2011.
4 – Conclusões
O biodiesel puro de óleo de algodão (B100)
apresentou ponto de fulgor em conformidade com a
legislação em vigor, assim como as misturas com diesel
comercial.
5 – Agradecimentos
CNPq, Capes, Finep, Fapemig, MCTIC, RBTIB,
UFLA, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
. Resolução n° 45, de 25 de agosto de 2014. Dispõe
sobre a especificação do biodiesel contida no Regulamento
Técnico ANP nº 3 de 2014 e as obrigações quanto ao controle
da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes
econômicos que comercializam o produto em todo o
território nacional. Diário Oficial, Brasília, DF, 26 ago.
2014.
. ASTM D93: standard test for flash point by
pensky-martens closed cup tester. West Conshohocken:
ASTM International, 2010.
BRASIL. Lei nº 13.263, de 23 de março de 2016. Altera a
Lei nº 13.033, de 24 de setembro de 2014, para dispor sobre
os percentuais de adição de biodiesel ao óleo diesel
comercializado no território nacional. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 24 mar. 2016. Seção 1, p. 1.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO -
CONAB. Perspectivas para a agropecuária: safra
2017/2018: produtos de verão. Brasília: Conab, Brasília,
2017. v. 5, 112 p.
FERREIRA, D. F. Sisvar. Lavras: DEX/UFLA, 2000. v. 5.
queimado. No caso de um combustível de motores, a queima da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes
significa a combustão no funcionamento do motor. O poder econômicos que comercializam o produto em todo o
calorífico do biodiesel é muito próximo do poder calorífico território nacional. Diário Oficial, Brasília, DF, 26 ago.
do óleo diesel mineral, mas é menor. 2014.
Houve diferença estatística entre as amostras
avaliadas (Figura 1). À medida em que foi ocorrendo BARBOSA, R. L.; Silva, F. M.; Salvador, N.; Volpato, C.
acréscimo de biodiesel ao diesel, pôde-se observar uma E. S. Desempenho comparativo de um motor de ciclo
diminuição no poder calorífico, em virtude do biodiesel ter diesel utilizando diesel e misturas de biodiesel. Ciênc.
um poder calorífico menor em relação ao combustível fóssil. agrotec., Lavras, v. 32, n. 5, p. 1588-1593, Oct. 2008.
Misturas com adição de até 6% ao diesel comercial não COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO -
influenciam o seu poder calorífico. CONAB. Perspectivas para a agropecuária: safra
2017/2018: produtos de verão. Brasília: Conab, Brasília,
2017. v. 5, 112 p.
FERREIRA, D. F. Sisvar. Lavras: DEX/UFLA, 2000. v. 5.
KNOTHE. 2008. Propriedades do combustível. In:
KNOTHE et al. Manual do biodiesel. 1º edição. Editora
Blucher. Curitiba, PR, Brasil. 83-177.
PERES, S. 2007. Caracterização e Determinação do Poder
Calorífico e do Número de Cetano de Vários Tipos de
Biodiesel Através da Cromatografia.
SHAHIR, S. A. et al. Feasibility of diesel-biodiesel-
ethanol/bioethanol blend as existing CI engine fuel: an
assessment of properties, material compability, safety and
combustion. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
Oxford, v. 32, p. 379-395, Apr. 2014.
SOUZA G. 2010. Impactos da adição de biodiesel no
motor ciclo diesel. Trabalho de conclusão de curso.
4 – Conclusões
O biodiesel de algodão apresentou valores de poder
calorifico próximo aos valores já encontrados por outros
autores em outros tipos de biodiesel, onde o biodiesel
apresenta valores menores que o diesel de petróleo.
5 – Agradecimentos
CNPq, Capes, Finep, Fapemig, MCTIC, RBTIB,
UFLA, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
. Resolução n° 45, de 25 de agosto de 2014. Dispõe
sobre a especificação do biodiesel contida no Regulamento
Técnico ANP nº 3 de 2014 e as obrigações quanto ao controle
performed (Figure 2b) and fractions at run times of 3-6 min 4 – Conclusion
and 10-14 min were separately collected. Fractions of same
retention were pooled and further analyzed by GC. The In a scale up planning of HPLC separation of
fractions were composed only of MAG and of DAG acylglycerols-rich fractions, the chromatographic
contained only 0.8% MAG, respectively. TAG was not conditions were firstly performed by a direct transposition
detected in both isolated fractions. from analytical runs found in the literature. In
semipreparative scale, retention and efficiency parameters
were estimated at reduced volume of injection and, then,
(b)
(a) large injection volume (150 µL) was planned with helping
of mathematical models. Further, semipreparative runs
were successfully performed, with profile identical to the
simulated chromatogram, allowing to obtain two fractions
that were rich in different acylglycerol classes: MAG and
DAG.
5 – Acknowledgement
EPQB/UFRJ and LABCOM/UFRJ
(c)
6 - References
ANDRADE, D. F.; MAZZEI, J. L.; D'AVILA, L. A.
Separation of acylglycerols from biodiesel by high
performance liquid chromatography and solid-phase
extraction. Revista Virtual de Química 2011, 3, 452-466.
ANP - Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis. Resolução N°45/2014. Available in
Time (min) http://www.anp.gov.br. Access on 02 jun 2018.
Figure 1. Experimental chromatogram at analytical scale BLATT, G. G. Utilização da cromatografia em coluna e da
(a), deconvolution using MagicPlot (b) and simulated cromatografia líquida de alta eficiência na separação,
chromatogram by Van Deemter et al. equation (c). isolamento e identificação das principais classes
constituintes do biodiesel. Dissertação de Mestrado –
Escola de Química, Universidade Federal do Rio de
(a)
Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. 115f.
CARVALHO, R. C. Obtenção de frações enriquecidas e/ou
componentes individuais de monoacilgliceróis e
diacilgliceróis a fim de obter padrões em escala laboratorial
pela reação de glicerólise. Dissertação de Mestrado –
Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. 90f.
HOLČAPEK, M.; JANDERA, P.; FISCHER J.; PROKEŠ,
B. Analytical monitoring of the production of biodiesel by
high-performance liquid chromatography with various
Time (min)
detection methods. Journal of Chromatography A 1999,
(b)
858, 13-31.
MAZZEI, J. L.; D’AVILA, L. A. Chromatographic models
as tools for scale-up of isolation of natural products by
semi–preparative HPLC. Journal of Liquid
Chromatography and Related Technologies 2003, 26, 177-
193.
STENBERG, J. C. Extracolumn contributions to
chromatographic band broadnening. In: GIDDINGS, J. C.;
KELLER, R. A. (ed.). Advances in Chromatography. New
York: Marcel Dekker, 1966, 205-270.
VAN DEEMTER, J. J.; ZUIDERWEG, F. J.;
KLINKENBERG, A. Longitudinal diffusion and resistance
to mass transfer as cases of nonideality in chromatography.
Figure 2. Chromatograms with 150 µL-injection: simulated
Chemical Engineering Sciences 1956, 5, 271-289.
using Stenberg model (a) and obtained experimentally (b).
Horizontal bars indicate time windows for collection.
5 - Agradecimentos
Programa de Pós Graduação da EQ UFRJ – PEPQB
4 – Conclusões
O níger é uma oleaginosa rica em óleo e apresenta
parâmetros físico-químicos favoráveis, podendo, assim, ser
aplicado como matéria-prima para geração de biodiesel se
for realizado um pré-tratamento para diminuição do índice
de acidez do mesmo.
5 – Agradecimentos
FAPEMIG, CNPq, Capes, Finep, MCTIC, RBTB,
G-Óleo, Olea.
6 - Bibliografia
AMERICAN OIL CHEMISTS society. Official methods
and recommended practices of the American Oil Chemists’
Society. 4th ed. Champaing, USA, A.O.C.S., 1990.
[A.O.C.S. Official Method Cd 8-53].
ATIFANU, D.G; B, S. K; LIBSU, S; Quality
characterization of Niger seed oil (Guizotia abyssinica
Cass.) produced in Amhara Regional State, Ethiopia.
African Journal of Biotecnology. Vol. 14(3). p. 172. 2015.
BOTTEGA, S. P; RECH, J; SOUZA, L. C. F; MARQUES,
R. F; PEDROTTI, M. C; TORRES, L. D; Desempenho
agronômico do níger em função da época de semeadura para
Região Sul do Mato Grosso do Sul. Pesq. Agrop. Gaúcha,
v.19, ns. 1/2, p. 123. 2013.
ATIFANU, D.G; B, S. K; LIBSU, S; Quality
characterization of Niger seed oil (Guizotia abyssinica
Cass.) produced in Amhara Regional State, Ethiopia.
African Journal of Biotecnology. Vol. 14(3). p. 172. 2015.
GRIMALDI, R. Adequação tecnológica para extração e
refino do óleo de canola/colza. UNICAMP: Campinas, 1994.
Tese de mestrado.
EMBRAPA. Disponível em <
https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia/
arvore/CONT000fj0847od02wyiv802hvm3juldruvi.html >.
Acesso em: 28 de setembro de 2019.
% de biodiesel na mistura
Figura 1. Valores médios de densidade, para diesel
comercial (DC), biodiesel de óleo de algodão (B100) e suas
misturas.
Legenda: Médias seguidas pela mesma letra não diferem
estatisticamente entre si pelo Teste de Scoot Knot ao nível
de 5% de probabilidade. Linha de referência azul representa
limite Resolução ANP 30/2016 e vermelha, Resolução ANP
45/2014.
4 – Conclusões
O biodiesel de algodão e suas misturas
apresentaram valores de densidade dentro do padrão
especificado pela ANP, sendo assim não deverá alterar o
funcionamento normal do sistema de injeção de combustível.
5 – Agradecimentos
CNPq, Capes, Finep, Fapemig, MCTIC, RBTIB,
UFLA, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
. Resolução n° 45, de 25 de agosto de 2014. Dispõe
sobre a especificação do biodiesel contida no Regulamento
Técnico ANP nº 3 de 2014 e as obrigações quanto ao controle
da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes
econômicos que comercializam o produto em todo o
território nacional. Diário Oficial, Brasília, DF, 26 ago.
2014.
BERMAN, P.; NIZRI, S.; WIESMAN, Z. Castor oil
biodiesel and its blends as alternative fuel. Biomass
Bioenergy, Oxford, v. 35, p. 2861-2866, 2011.
BRASIL. Lei nº 13.263, de 23 de março de 2016. Altera a
Lei nº 13.033, de 24 de setembro de 2014, para dispor sobre
os percentuais de adição de biodiesel ao óleo diesel
comercializado no território nacional. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 24 mar. 2016. Seção 1, p. 1.
DEMIRBAS, Y. Comparison of transesterification methods
for production of biodiesel from vegetable oils and fats.
Energy Conversion and Management, Oxford, v. 49, p.
125-130, 2008.
FERREIRA, D. F. Sisvar. Lavras: DEX/UFLA, 2000. v. 5.
FOLQUENIN, E. K. F. Validação das análises físico-
químicas exigidas pela ANP para misturas Diesel –
1 - Introdução
O Buritizeiro (Mauritia flexuosa L.) é uma palmeira
que cresce em terrenos alagados, podendo possuir de 20 a 30
m de altura, com troncos de 30 a 50 cm de diâmetro,
produzindo cachos de 2 a 3 metros de comprimento.
No Brasil, o buritizeiro é geralmente encontrado em
muitos estados como é o caso de Minas Gerais, São Paulo,
Tocantins, sendo especialmente distribuído em maior
proporção na região Amazônica Figura 1. Semente de buriti.
As frutas palmáceas buriti, geradas pelo mesmo,
são uma fonte vegetal rica em tocoferóis, carotenoides e em
ácidos graxos. A presença de tocoferóis na alimentação
humana é importante, pois possuem atividade pró-vitamina
E, além de serem antioxidantes naturais sequestrastes de
radicais livres.
O óleo é extraído da polpa do fruto de buriti e apesar
de ter grande valor nutricional, o buriti é pouco cultivado e
explorado, e a produção do óleo é baixa ou insuficiente para
atender a demanda do mercado. Atualmente as indústrias de
cosméticos e alimentícios são as principais responsáveis pelo Figura 2. Óleo de buriti.
uso industrial de buriti.
Devido à procura de novas matérias-primas na área Após o processo de extração foi realizada a
de bioprocessos, principalmente na de biocombustíveis à caracterização físico-química do óleo de buriti. As
partir de óleos vegetais, estudos vêm sendo realizados a fim propriedades analisadas foram os índices de acidez, refração,
de avaliar o potencial e a viabilidade do óleo de buriti para a peróxido, iodo, saponificação, refração e massa específica e
produção de biodiesel. teor de ácidos graxos livres. Seguindo as metodologias do
Esse trabalho teve como objetivo a caracterização Instituto Adolfo Lutz e American Oil Chemist Society.
físico-química do óleo de buriti que estão incluídos: o índice
de acidez, índice de peróxido, índice de saponificação, índice
de iodo, índice de refração e massa específica, tendo como 3 - Resultados e Discussão
objetivo a caracterização da qualidade do óleo através dessas
A Tabela 1 apresenta os resultados da caracterização
propriedades a fim de constatar sua viabilidade como matéria
físico-química do óleo de Buriti.
prima na síntese de biodiesel.
Tabela 1. Caracterização físico-química do óleo de Buriti.
2 - Material e Métodos Característica Valor
A matéria-prima utilizada para a realização desse AGL 21,8885 (%)
trabalho foi o óleo de buriti extraído no Laboratório de
Química, localizado no Núcleo de Estudos em Plantas Índice de saponificação 111,3523 (mgNaOH/g óleo)
Oleaginosas, Óleos Vegetais, Gorduras e Biocombustíveis
(G-Óleo), situado na Universidade Federal de Lavras Índice de Iodo 63,14741 (I2/100g óleo)
(UFLA). Índice de peróxido 0,197711 (mEq / 1000g óleo)
Índice de refração 1,464933 (nD)
Massa específica (20°C) 0,9177 (g/cm³)
de até 2 % (expressa em base oléica) para óleo bruto. Neste characterization and oxidative stability of the oils from three
estudo, o óleo apresentou teor de AGL em torno de 22 %, morphotypes of Mauritia flexuosa L.f, from the Peruvian
por isso a necessidade de desacidificação do mesmo, Valores Amazon. Grasas y Aceites, v. 61(4), 2010.
distintos de AGL foram observados por Vásquez-Ocmín et
al. (2010) e França et al. (1999), os quais encontraram 2,1 %
e 10,8 %, respectivamente.
Está elevada acidez pode ser causada pelo fato de o
buriti normalmente ser colhido diretamente do chão, ou
colhido sob as águas dos rios, os quais são trazidos pelas
marés, interferindo assim na conservação do óleo, indicando
a possível degradação do óleo determinada pela acidez
oxidativa devido ao armazenamento ou exposição a
temperaturas elevadas, prejudicando as suas propriedades
organolépticas.
O índice de peróxido também representa a
qualidade de óleos e gorduras e expressa o nível de oxidação
dos mesmos. Segundo Codex Alimentarius (1999), o limite
aceitável de peróxido para óleo não refinado é de até 15
mEq/kg. Portanto, os valores deste índice encontrado no
presente estudo, se adequa perfeitamente.
Os índices de saponificação, iodo e refração, para
óleo de buriti, estão próximos aos valores encontrados para
o azeite de oliva (196 mg KOH/g, 80 g I/100g e 1,47 à 20°C,
respectivamente) (O’BRIEN, 2009).
Em relação ao índice de refração, este foi de 1,
464933 (nD), sendo bastante utilizado esse índice como
critério de qualidade e identidade do óleo.
4 – Conclusões
Devido à grande porcentagem de ácidos graxos
livres presentes no óleo de Buriti, a acidez do mesmo é muito
elevada. Esse fato torna o óleo qualitativamente não
adequado para o processo de produção de biodiesel.
Com isso deve -se ser realizado um tratamento de
purificação desse óleo, como o processo de neutralização, a
fim de desacidificar o óleo, tornando-o viável a produção.
5 – Agradecimentos
UFLA, FAPEMIG, FINEP, CNPq, CAPES,
MCTIC,, RBTB, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
DURÃES, J. A.; DRUMMOND, A. L.; PIMENTEL, T. A.
P. F.; MURTA, M. M.; BICALHO, F.S.; MOREIRA, S. G.
C.; SALES, M. J. A. Absorption and photoluminescence of
Buriti oil/polystyrene and Buriti oil/poly(methyl
methacrylate) blends. European Polymer Journal. V. 42,
3324-3332, 2006.
LORENZI,H.et AL.Palmeiras no Brasil-nativas e
exóticas.Nova Odessa?Plantaraum,p.112.1996.
CODEX ALIMENTARIUS COMISSION, Standard for
Named Vegetable Oils, Codex –Stan 210, 1999.
FRANÇA , L. F.; REBER, G.; MEIRELES, M. A. A.;
MACHADO , N. T.; BRUNNER, G. J. Supercritical
extraction of carotenoids and lipids from buriti (Mauritia
flexuosa), a fruit from the Amazon region. The Journal of
Supercritical Fluids, v. 14, 1999.
VÁSQUEZ-OCMÍN, P. G.; ALVARADO, L. F.; SOLÍS, V.
S.; TORRES, R. P.; MANCINI-FILHO, J. Chemical
5 – Agradecimentos
CNPq, CAPES, FAPEMIG, FINEP, MCTIC,
RBTB, UFLA, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
. Resolução n° 45, de 25 de agosto de 2014. Dispõe
sobre a especificação do biodiesel contida no Regulamento
Técnico ANP nº 3 de 2014 e as obrigações quanto ao controle
da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes
econômicos que comercializam o produto em todo o território
nacional. Diário Oficial, Brasília, DF, 26 ago. 2014.
AMERICAN OIL CHEMISTS society. Official methods and
recommended practices of the American Oil Chemists’
Society. 4th ed. Champaing, USA, A.O.C.S., 1990. [A.O.C.S.
Official Method Cd 8-53]
FEROLDI, M.; CREMONEZ, P. A.; ESTEVAM, A. Dendê:
do cultivo da palma à produção de biodiesel. REMOA - v.13,
n.5, dez. 2014, p.3800-3808
4 – Conclusões
Ao final deste experimento, foi possível analisar
que o óleo de açaí possui grande potencial para a produção
de biodiesel pois além de parâmetros aceitáveis este mesmo
tem grande influência em fatores socioeconômicos.
Foi possível averiguar também que estes fatores
estão suscetíveis a mudanças diante a fatores externos,
comprovando a importância da boa estocagem e até mesmo
um frequente controle de qualidade da matéria prima.
Logo, a viabilidade do uso deste óleo foi
comprovada e com os parâmetros coletados é possível
começar a planejar rotas de produção que visem o menor
custo e maior eficiência.
3 - Resultados e Discussão
As reações de transesterificação são aquelas em
que se obtém um éster por meio de outro éster. Esse método
é bastante viável porque, visto que ocorre em apenas uma
etapa, ele se processa de modo rápido na presença de um
catalisador, é simples, barato e se realiza em pressão
ambiente.
Figura 1. frutos e óleo de buriti. Os resultados da caracterização físico-química do
Biodiesel de óleo de buriti estão apresentados na Tabela 1.
O seguinte trabalho tem como objetivo a
caracterização físico-química (acidez, iodo, saponificação, Tabela 1. Caracterização do biodiesel de buriti.
massa específica e refração) do biodiesel produzido com o
óleo de buriti, pela rota de transesterificação, e sua Análise Resultados
comparação com os valores de referência da ANP (Agência
Nacional de Petróleo). Acidez (mg NaOH/g) 0,88613
4 – Conclusões
Portanto, foi observado que as características do
biodiesel de óleo de buriti estão dentro dos valores exigidos
pela ANP, excetuando-se o índice de acidez. Com isso se
faz necessária a realização da neutralização do óleo antes de
submetê-lo ao processo de transesterificação.
5 – Agradecimentos
UFLA, FAPEMIG, FINEP, CNPq, CAPES,
INCTAA, RBTB, G- Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – ANP – Resolução ANP Nº45, de 25 de
agosto de 2014. Estabelece a especificação do biodiesel e as
obrigações quanto ao controle da qualidade a serem
atendidas pelos diversos agentes econômicos que
comercializam o produto em todo o território nacional.
Brasília: Diário Oficial da União de 26/08/2014.
CUNHA, M. E. da. Caracterização de Biodiesel Produzido
com Misturas Binárias de Sebo Bovino, Óleo de Frango e
Óleo de Soja. 2008. 72 f. Dissertação de Mestrado em
Química – Instituto de Química, Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2008.
BARROS, Talita Delgrossi; JARDINE, José
Gilberto. ÁRVORE DO CONHECIMENTO
Agroenergia. Disponível em:
<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agroenergia
/arvore/CONT000fbl23vmz02wx5eo0sawqe3flbr6im.html>
. Acesso em: 29 ago. 2019.
FIGUEREDO, Lopes de; PRADOS, Porto; MILHOMEM,
Vasconcelos. OBTENÇÃO E AVALIAÇÃO DA
ESTABILIDADE OXIDATIVA DE BIODIESEL DE
ÓLEO DE BURITI. Disponível em:
<http://www.abq.org.br/cbq/2015/trabalhos/5/7089-
20809.html>. Acesso em: 29 ago. 2019.
2 - Material e Métodos
O ensaio de teor de éster foi realizado conforme a norma
EN 14103, baseada na técnica de cromatografia gasosa.
Para o ensaio, utilizou-se uma amostra de biodiesel
comercial oriundo de óleo de soja. A pureza do padrão
interno C19 foi determinada. Foram realizadas 40 análises, Figura 1. Teste de normalidade Shapiro-Wilk teor de éster
sendo 20 pela analista A e 20 pelo analista B, num período
de 07 dias, utilizando um cromatógrafo a gás 7890A O Teste de Cochran compara a variância dos
acoplado a um detector de ionização por chama. analistas. Para o teste, o Ccalculado foi de 0,6226 enquanto
Para o cálculo da precisão intermediária, foi utilizado o que o Ctabelado foi de 0,7226, o que demonstra que a
planejamento hierárquico, conforme descrito na norma variância dos analistas é homogênea, com um nível de
ABNT NBR 14597. Os dados obtidos no estudo foram significância de 95%.
tratados utilizando os testes de Grubbs, de normalidade Após todos os testes estatísticos, a precisão
Shapiro-Wilk e de Cochran. Os fatores avaliados para o intermediária foi calculada, obtendo o valor de 0,27% m/m.
cálculo da precisão intermediária para o ensaio de teor de O limite da precisão intermediária foi de 0,75% m/m, valor
éster foram: analista e tempo. abaixo da repetibilidade determinada pela norma EN 14103
(1,01 % m/m), o que demonstra a validade do resultado.
4 – Conclusões
O valor obtido para a precisão intermediária foi
considerado satisfatório, sendo este utilizado como uma das
fontes no cálculo da incerteza de medição do ensaio de teor
de éster.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCTIC, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
APROBIO. Biodiesel – O que é, como é feito, vantagens,
desvantagens produção no Brasil. Disponível em:
https://aprobio.com.br/2019/03/22/biodiesel-o-que-e-como-
e-feito-vantagens-desvantagens-producao-no-brasil/:
Acessado em 12/08/2019.
RIBEIRO, M. D.; CALERA, G. C.; FLUMIGNAN, D. L.
Determinação e quantificação do teor de ésteres em
biodiesel provenientes de matérias-primas de baixa
qualidade por cromatografia gasosa. Revista Brasileira de
Energias Renováveis 2017, v. 6, 29-38.
Vocabulário Internacional de Metrologia: Conceitos
fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012).
Duque de Caxias, RJ: INMETRO, 2012. 94 p.
DIN EN 14103:2015 - Fat and oil derivatives - Fatty Acid
Methyl Esters (FAME) - Determination of ester and
linolenic acid methyl ester contents
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
(ABNT), NBR 14597:2012. Programa intralaboratorial de
métodos analíticos – Determinação da repetibilidade e
precisão intermediária
4 – Conclusões
Os resultados apresentados mostram que há
qualidade adequada para o uso da mistura de óleo diesel
S500 B10 na grande maioria dos postos revendedores do
estado de Goiás, pois estava dentro das especificações
vigentes. O ponto de fulgor foi a característica que mais
apresentou não conformidades, seguida do teor de
biodiesel.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCT, ANP, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq, UFG.
6 - Bibliografia
ANP. Óleo Diesel. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/petroleo-derivados/155-
combustiveis/1857-oleo-diesel/. Acessado em: 26/08/2019.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA,
M. B.; NÓBREGA, M. M.; CONSTANTINO, L. V.;
Análise físico-química de diesel interior em mistura com
biodiesel. Acta Scientiarum. Technology 2010, 32, 187-192.
4 – Conclusões
Os resultados apresentados mostram que a grande
maioria dos postos revendedores do estado de Goiás
apresentava o óleo diesel S10 B10 com qualidade adequada
para o uso e dentro das especificações vigentes. O teor de
biodiesel em diesel foi a característica que mais apresentou
não conformidades.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCTIC, ANP, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
ANP. Óleo Diesel. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/petroleo-derivados/155-
combustiveis/1857-oleo-diesel/. Acessado em: 26/08/2019.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA,
M. B.; NÓBREGA, M. M.; CONSTANTINO, L. V.;
Análise físico-química de diesel interior em mistura com
biodiesel. Acta Scientiarum. Technology 2010, 32, 187-192.
HOLANDA, Ariosto. Biodiesel e inclusão social. Brasília:
câmara dos deputados, coordenação de publicações, 2004.
Acessado em: 26/08/2019.
REVISTA AGROPECUÁRIA. A utilização do biodiesel.
Disponível em:
www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-utilizacao-
do-biodiesel/. Acessado em: 14/08/2019.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 50 de 23.12.2013
4 – Conclusões
Os resultados apresentados mostram que 94,8%
dos postos revendedores do estado de Goiás apresentavam
óleo diesel S500 B8 com qualidade adequada para o uso e
dentro das especificações vigente.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCT, ANP, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq, UFG.
6 - Bibliografia
ANP. Óleo Diesel. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/petroleo-derivados/155-
combustiveis/1857-oleo-diesel/. Acessado em: 26/08/2019.
REVISTA AGROPECUÁRIA. A utilização do biodiesel.
Disponível em:
www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-utilizacao-
do-biodiesel/. Acessado em: 14/08/2019.
www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-utilizacao-
do-biodiesel/. Acessado em: 14/08/2019.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA,
M. B.; NÓBREGA, M. M.; CONSTANTINO, L. V.;
Análise físico-química de diesel interior em mistura com
biodiesel. Acta Scientiarum. Technology 2010, 32, 187-192.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 50 de 23.12.2013
HOLANDA, Ariosto. Biodiesel e inclusão social. Brasília:
câmara dos deputados, coordenação de publicações, 2004.
Acessado em: 26/08/2019.
http://www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-
Figura 1. Teor de biodiesel em óleo diesel S10 B8 utilizacao-do-biodiesel/ Acessado em: 14/08/2019.
4 – Conclusões
Os resultados apresentados mostram que a grande
maioria dos postos revendedores do estado de Goiás
apresentava óleo diesel S10 B8 com qualidade adequada
para o uso e dentro das especificações vigente.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCTIC, ANP, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
ANP. Óleo Diesel. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/petroleo-derivados/155-
combustiveis/1857-oleo-diesel/. Acessado em: 26/08/2019.
REVISTA AGROPECUÁRIA. A utilização do biodiesel.
Disponível em:
4 – Conclusões
Os resultados apresentados mostram que 94,5%
dos postos revendedores do estado de Goiás apresentavam
óleo diesel B S500 B7 com qualidade adequada para o uso
e dentro das especificações vigente.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCT, ANP, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq, UFG.
6 - Bibliografia
ANP. Óleo Diesel. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/petroleo-derivados/155-
combustiveis/1857-oleo-diesel/. Acessado em: 26/08/2019.
REVISTA AGROPECUÁRIA. A utilização do biodiesel.
Disponível em:
www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-utilizacao-
do-biodiesel/. Acessado em: 14/08/2019.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA,
M. B.; NÓBREGA, M. M.; CONSTANTINO, L. V.;
Análise físico-química de diesel interior em mistura com
biodiesel. Acta Scientiarum. Technology 2010, 32, 187-192.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 50 de 23.12.2013
HOLANDA, Ariosto. Biodiesel e inclusão social. Brasília:
câmara dos deputados, coordenação de publicações, 2004.
Acessado em: 26/08/2019.
http://www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-
utilizacao-do-biodiesel/ Acessado em: 14/08/2019.
4 – Conclusões
Os resultados apresentados mostram que a grande
maioria dos postos revendedores do estado de Goiás
apresentava o óleo diesel B S10 B7 com qualidade
adequada para o uso e dentro das especificações vigente.
Durante a vigência do B7, o teor de biodiesel em diesel foi
a característica que mais apresentou não conformidades.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCTIC, ANP, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
ANP. Óleo Diesel. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/petroleo-derivados/155-
combustiveis/1857-oleo-diesel/. Acessado em: 26/08/2019.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA,
M. B.; NÓBREGA, M. M.; CONSTANTINO, L. V.;
Análise físico-química de diesel interior em mistura com
biodiesel. Acta Scientiarum. Technology 2010, 32, 187-192.
HOLANDA, Ariosto. Biodiesel e inclusão social. Brasília:
câmara dos deputados, coordenação de publicações, 2004.
Acessado em: 26/08/2019.
REVISTA AGROPECUÁRIA. A utilização do biodiesel.
Disponível em:
www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-utilizacao-
do-biodiesel/. Acessado em: 14/08/2019.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 50 de 23.12.2013
4 – Conclusões
Os resultados apresentados mostram que a grande
maioria dos postos revendedores do estado de Goiás
apresentava óleo diesel S500 B6 com qualidade adequada
para o uso e dentro das especificações. Durante a vigência
do B6, o teor de biodiesel em diesel foi a característica que
mais apresentou não conformidades.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCTIC, ANP, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
ANP. Óleo Diesel. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/petroleo-derivados/155-
combustiveis/1857-oleo-diesel/. Acessado em: 26/08/2019.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA,
M. B.; NÓBREGA, M. M.; CONSTANTINO, L. V.;
Análise físico-química de diesel interior em mistura com
biodiesel. Acta Scientiarum. Technology 2010, 32, 187-192.
HOLANDA, Ariosto. Biodiesel e inclusão social. Brasília:
câmara dos deputados, coordenação de publicações, 2004.
Acessado em: 26/08/2019.
REVISTA AGROPECUÁRIA. A utilização do biodiesel.
Disponível em:
www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-utilizacao-
do-biodiesel/. Acessado em: 14/08/2019.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 50 de 23.12.2013
4 – Conclusões
Os resultados apresentados mostram que a grande
maioria dos postos revendedores do estado de Goiás
apresentava o óleo diesel S10 B6 com qualidade adequada
para o uso e dentro das especificações vigente. Durante a
vigência do B6, o teor de biodiesel em diesel foi a
característica que apresentou o maior número de não
conformidades.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCTIC, ANP, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
ANP. Óleo Diesel. Disponível em:
http://www.anp.gov.br/petroleo-derivados/155-
combustiveis/1857-oleo-diesel/. Acessado em: 26/08/2019.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA,
M. B.; NÓBREGA, M. M.; CONSTANTINO, L. V.;
Análise físico-química de diesel interior em mistura com
biodiesel. Acta Scientiarum. Technology 2010, 32, 187-192.
HOLANDA, Ariosto. Biodiesel e inclusão social. Brasília:
câmara dos deputados, coordenação de publicações, 2004.
Acessado em: 26/08/2019.
REVISTA AGROPECUÁRIA. A utilização do biodiesel.
Disponível em:
www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-utilizacao-
do-biodiesel/. Acessado em: 14/08/2019.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 50 de 23.12.2013
2 - Material e Métodos
Os biodieseis utilizados no estudo são
provenientes de ações de fiscalização durante o período de
vigência do B8. Todas as amostras foram obtidas por meio
de rota metílica. Para a caracterização das amostras de
biodiesel foram realizados os ensaios apresentadas pela
Tabela 1.
4 – Conclusões
Durante o período de vigência do B8, o teor de
éster foi o parâmetro responsável pela maior parte das não
conformidades detectadas nas amostras de biodiesel,
juntamente com estabilidade oxidativa a 100 °C. Os demais
Figura 3. Resultados obtidos de teor de água
parâmetros obtiveram resultados considerados satisfatórios.
Para glicerol livre é aplicável o limite máximo de
0,02% em massa. O glicerol total o limite máximo é de 5 – Agradecimentos
0,25% em massa. Os valores de teor de éster deverão ser de
no mínimo de 96,5% em massa. Os autores agradecem ao MCTIC, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
QUADROS, D. P. C.; CHAVES, E. S.; SILVA, J. S. A.;
TEIXEIRA, L. S. G.; CURTIUS, A.J.; PEREIRA, P. A. P.
Contaminantes em Biodiesel e Controle de Qualidade.
Revista Virtual de Química 2011, vol. 3, N.5, 376-384.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 45 de 25.8.2014
1 - Introdução
O biodiesel consiste em uma mistura de ésteres
alquílicos, obtidos pela transesterificação de triacilgliceróis,
presentes em óleos vegetais ou gorduras animais, com
álcoois de cadeia curta, em geral metanol ou etanol. A
qualidade do combustível irá influir decisivamente em
aspectos relevantes, do ponto de vista do distribuidor, do
comerciante, do frentista operador da bomba, do
consumidor final e, não menos importante, da própria
sociedade. Dentre esses aspectos, pode-se destacar: a
possibilidade de corrosão em tanques de armazenamento; a
toxicidade e segurança no seu manuseio; o desgaste de
componentes do motor; o desempenho do motor e o seu Figura 1. Resultados obtidos de estabilidade à oxidação
consumo por quilometragem; e as emissões de poluentes
para a atmosfera (Quadros et al., 2011) O valor para a massa específica a 20 °C tem que
O objetivo desse trabalho foi avaliar a qualidade estar compreendido entre 850 a 900 kg/m3.
do biodiesel durante o uso da mistura B7, ou seja, 7% de
biodiesel no óleo diesel.
2 - Material e Métodos
Os biodieseis utilizados no estudo são provenientes de
ações de fiscalização durante o período de vigência do B7.
Todas as amostras foram obtidas por meio de rota metílica.
Para a caracterização das amostras de biodiesel foram
realizados os ensaios apresentadas pela Tabela 1.
3 - Resultados e Discussão
Os resultados de cada característica estão
demonstrados nas Figuras de 1 a 6.
De acordo com a resolução vigente durante o
período da analise das amostras de biodiesel o valor
aceitável para a estabilidade á oxidação a 110 °C era de 8h.
6 - Bibliografia
QUADROS, D. P. C.; CHAVES, E. S.; SILVA, J. S. A.;
TEIXEIRA, L. S. G.; CURTIUS, A.J.; PEREIRA, P. A. P.
Contaminantes em Biodiesel e Controle de Qualidade.
Revista Virtual de Química 2011, vol. 3, N.5, 376-384.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 45 de 25.8.2014
4 – Conclusões
Durante o período de vigência do B7, o teor de
éster foi o parâmetro responsável pela maior parte das não
conformidades detectadas nas amostras de biodiesel. Os
demais parâmetros obtiveram resultados considerados
satisfatórios.
2 - Material e Métodos
Os biodieseis utilizados no estudo são provenientes de
ações de fiscalização durante o período de vigência do B6.
Todas as amostras foram obtidas por meio de rota metílica.
Para a caracterização das amostras de biodiesel foram
realizados os ensaios apresentadas pela Tabela 1.
Figura 2. Resultados obtidos de massa específica a 20°C
Tabela 1. Caracterização do biodiesel
Para efeito de fiscalização, nas autuações por não
Característica Método
conformidade, é admitida a variação de + 150 mg/kg no
Estabilidade oxidativa EN 14110 limite do teor de água no biodiesel para o distribuidor.
Massa específica a 20°C ABNT NBR 14065
Teor de água ASTM D6045
Ponto de fulgor ASTM D93
PEFF ABNT NBR 14747
Índice de acidez ASTM D664
Glicerol livre ASTM D6584
Glicerol Total ASTM D6584
Teor de éster EN 14103
3 - Resultados e Discussão
Os resultados de cada característica estão
demonstrados nas Figuras de 1 a 6.
Figura 3. Resultados obtidos de teor de água
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
230
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
6 - Bibliografia
REVISTA AGROPECUÁRIA. A utilização do biodiesel.
Disponível em:
www.revistaagropecuaria.com.br/2015/04/24/a-utilizacao-
do-biodiesel/. Acessado em: 14/08/2019.
BORSATO, D.; MOREIRA, I.; PINTO, J. P.; MOREIRA,
M. B.; NÓBREGA, M. M.; CONSTANTINO, L. V.;
Análise físico-química de diesel interior em mistura com
Figura 4. Resultados obtidos de glicerol livre biodiesel. Acta Scientiarum. Technology 2010, 32, 187-192.
BRASIL, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis – Resolução nº 45 de 25.8.2014
4 – Conclusões
Durante o período de vigência do B6, o teor de
éster foi o parâmetro responsável pela maior parte das não
conformidades detectadas nas amostras de biodiesel. Os
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCTIC, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
ELIAS, T.; ARICETTI, J. A.; TUBINO, M. Determinação
de índice de acidez em biodiesel e óleos. Campinas:
UNICAMP, Instituto de Química - IQ, UNICAMP, 2009.
DE LIMA, A. G. B.; MOREIRA, R. I.; MIRANDA, B. P.
K.; DE SOUZA, G. M. P.; DE ABRANTES, N. A. C.
análise comparativa do índice de acidez e purificação do
óleo residual usado em frituras para sintetização do
biodiesel. 2015, ISBN 978-85-85905-15-6
LÔBO, I. P.; FERREIRA, S. L. C.; DA CRUZ, R. S.
Biodiesel: parâmetros de qualidade e métodos analíticos
Quím. Nova 2009, vol.32 no.6 São Paulo.
Vocabulário Internacional de Metrologia: Conceitos
fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012).
Duque de Caxias, RJ: INMETRO, 2012. 94 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
(ABNT), NBR 14597:2012. Programa intralaboratorial de
métodos analíticos – Determinação da repetibilidade e
precisão intermediária
American Society for Testing and Materials (ASTM),
ASTM D6304:2016 – Standard Test Method for
Determination of Water in Petroleum Products, Lubricating
Oils, and Additives by Coulometric Karl Fischer Titration.
2 - Material e Métodos
O biocombustível utilizado no estudo foi proveniente de
origem comercial, sintetizado por meio de rota metílica,
tendo a soja como matéria-prima (100%).
A determinação do glicerol livre e total foi realizada
segundo a norma ASTM D6584, baseada na técnica de Figura 1. Teste de normalidade Shapiro-Wilk glicerol livre
cromatografia gasosa.
Foram realizadas 40 análises, sendo 20 pela analista A e
20 pelo analista B, num período de 07 dias, utilizando um
cromatógrafo a gás (CG) equipado com injetor on-column e
detector de ionização por chama.
Para o cálculo da precisão intermediária, foi utilizado o
planejamento hierárquico, conforme descrito na norma
ABNT NBR 14597. Os dados obtidos no estudo foram
tratados utilizando os testes de Grubbs, de Normalidade
Shapiro-Wilk e de Cochran. Os fatores avaliados para o
cálculo da precisão intermediária para o ensaio de glicerol
livre e total foram: analista e tempo.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
234
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
O valor obtido para a precisão intermediária para
cada subproduto se mostrou satisfatória, sendo que estes
valores foram usados para o cálculo da incerteza de
medição do ensaio de teor de glicerol livre e total.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao MCTIC, FINEP,
FUNAPE, CAPES, CNPq e UFG.
6 - Bibliografia
LÔBO, I. P.; FERREIRA, S. L. C.; DA CRUZ, R. S.
Figura 3. Teste de normalidade Shapiro-Wilk diglicerídeos Biodiesel: parâmetros de qualidade e métodos analíticos
Quím. Nova 2009, vol.32 no.6 São Paulo.
Vocabulário Internacional de Metrologia: Conceitos
fundamentais e gerais e termos associados (VIM 2012).
Duque de Caxias, RJ: INMETRO, 2012. 94 p.
American Society for Testing and Materials (ASTM),
ASTM D6584:2017 – Standard Test Method for
Determination of Total Monoglycerides, Total
Diglycerides, Total Triglycerides, and Free and Total
Glycerin in B-100 Biodiesel Methyl Esters by Gas
Chromatography
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
(ABNT), NBR 14597:2012. Programa intralaboratorial de
métodos analíticos – Determinação da repetibilidade e
precisão intermediária
uma amostra de biodiesel comercial. A Figura 2 representa posto de combustível local (Diesel S10 Ipiranga) estava
a análise cromatográfica do biodiesel e as Figuras 3, 4 e 5 fora dos padrões exigidos pelas normativas brasileiras.
mostram os cromatogramas obtidos das análises de diesel
contendo 10% de biodiesel.
Na Figura 2 pode-se observar que a composição de
ésteres graxos presentes na amostra é similar ao biodiesel
obtido quando a soja é utilizada como matéria prima, sendo
esta a principal fonte para a produção de biodiesel no
Brasil. Ainda, nota-se que tal perfil manteve-se quando
analisado na presença das demais amostras de diesel.
4 – Conclusões
A metodologia utilizada no trabalho demonstrou-
se reprodutível e possibilitou determinar a porcentagem de
biodiesel no diesel de três amostras locais. De acordo com a
norma da ANP, a porcentagem de biodiesel no diesel
deveria ser de 10%. Pode-se observar que, dentre as
amostras colhidas em maio de 2019, a de diesel S-10 e de
diesel S-500 atenderam aos pré-requisitos da norma, não
contendo nenhuma adulteração. Portanto, a análise por
cromatografia de faze gasosa se mostrou bastante eficaz na
determinação dos componentes de biodiesel no diesel,
podendo ser usada para diversos fins de especificação.
Figura 3 – Cromatograma de diesel S-10 (amostra 1)
5 – Agradecimentos
UFPR, CNPq, CAPES, COPEL.
6 - Bibliografia
CEN- Norma BS EN 14103:2011. Fat and oils derivatives-
Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination of ester
and linolenic acid methyl ester contents, 2011.
ANP- Agência nacional de Petróleo, gás natural e
biocombustíveis, 2019. Disponível em: <
http://www.anp.gov.br/>. Data de acesso: 03/09/2019.
RANP nº 30/2016. Disponível em: <
http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-
Figura 4 – Cromatograma de diesel S-10 (amostra 2) anp/2016/junho&item=ranp-30-2016>. Data de acesso:
04/04/2019.
A partir disso a análise quantitativa foi realizada e RANP nº 45/2014. Disponível em: <
a Tabela 1 contém os resultados obtidos. Os resultados da http://legislacao.anp.gov.br/?path=legislacao-anp/resol-
demonstraram que os teores das amostras de Diesel S10 e anp/2014/agosto&item=ranp-45-2014>. Data de acesso:
Diesel S500 estavam conformes com a resolução vigente da 04/04/2019.
ANP, enquanto que a amostra de Diesel S10 obtida em um
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
237
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
n-heptano
de cuproetilenodiamino e uma massa de 0,60 g foram as que C18:2
Resposta do detector
resultaram nas purificações de biodiesel mais eficientes
Padrão interno
(Figura 2).
C16:0 C18:1
C18:3
C18:0
100
Ésteres totais
80
60 100 0 2 4 6
80
60 Tempo (min)
40 40
Figura 3. Cromatograma da separação dos ésteres metílicos
(%)
20
do biodiesel de óleo de soja, filtrados por uma das
)
Ma 1,0
ss
1,0 se (x
1
membranas de celulose regenerada extraída da casca de
a d 0,5 0,5 lo
e N 0,0 elu amendoim.
0,0 :C
a
2S -0,5 EN
O -0,5 CU
4 (
x2 -1,0 -1,0 o
zã
) Ra
Figura 2. Porcentagem de ésteres totais no biodiesel filtrado 4 – Conclusões
por membranas de celulose, empregando um DCCR.
As membranas de celulose regeneradas da celulose
da casca de amendoim se apresentaram como eficiente
De acordo com os resultados de caracterização, as
membranas de celulose regeneradas otimizadas são densas e alternativa para a purificação do biodiesel. Sua estrutura
hidrofílica e porosa permite a adsorção do glicerol e a
não porosas, porém em contato com o biodiesel sofre
permeação dos ésteres de ácidos graxos, garantindo os
expansão da sua espessura em 80 % devido às ligações de
parâmetros de qualidade do biodiesel dentro das normas
hidrogênios estabelecidas entre as hidroxilas da celulose e
moléculas de glicerol e metanol. Além disso, o processo de técnicas estabelecidas pela ANP.
filtração se dá pela adsorção de moléculas de glicerol na
membrana hidrofílica de celulose, permitindo a permeação
5 – Agradecimentos
dos ésteres metílicos.
Os resultados da tabela 1, indicaram que as FAPEMIG, Finep (01.11.0135.00 e 01.13.0371.00)
filtrações do biodiesel pelas membranas de celulose são, no
mínimo, tão eficientes quanto ao processo de lavagem e
dentro dos parâmetros recomendados pela Agência Nacional 6 - Bibliografia
do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (Res. ANP nº ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
7/2008) (ANP, 2008). Biocombustíveis. Resolução ANP nº 7 de 19 de março de
2008. Disponível em: www.anp.gov.br. Acesso em: outubro
Tabela 1. Parâmetros físico-químicos dos biodieseis bruto e de 2018.
purificados pelo método convencional (lavagem com H2O) e ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
por filtração com membrana de celulose regenerada. Biocombustíveis. Resolução ANP nº 798 de 1º de agosto de
Biodiesel Bruto Lavado Filtrado 2019. Disponível em: www.anp.gov.br. Acesso em:
Ésteres totais setembro de 2019.
89,9 98,0 98,3
(%) ATADASHI, I. M. Purification of crude biodiesel using dry
Glicerol livre
0,044 ± 0,013 0,026 ± 0,015 0,012 ± 0,006 washing and membrane technologies. Alexandria
(%)
Acidez Engineering Journal 2015, 54, 1265-1272.
0,12 ± 0,01 0,24 ± 0,01 0,12 ± 0,01 BERRIOS, M.; SKELTON, R. L. Comparison of
(mgKOH/g)
Gravidade purification methods for biodiesel. Chemical Engineering
0,885±0,003 0,888±0,007 0,884±0,004 Journal 2008, 14, 459-465.
(g cm-3)
Viscosidade
4,0±0,2 4,4±0,1 4,2±0,3 OKUMUŞ, Z. Ç.; DOĞAN, T. H.; TEMUR, H. Removal of
(cSt) water by using cationic resin during biodiesel purification.
Renewable Energy 2019, 143, 47-51.
De acordo com a Tabela 1, verifica-se que o VIERA, R. G. P.; RODRIGUES FILHO, G; ASSUNÇÃO R.
processo de purificação do biodiesel empregando as M. N.; MEIRELES, C. S.; VIEIRA, J. C.; OLIVEIRA, G. S.
membranas de celulose regenerada é eficiente na remoção do Synthesis and characterization of methylcellulose from sugar
glicerol, acima de 70% em relação ao teor de glicerol cane bagasse cellulose. Carbohydrante Polymers 2007, 67,
inicialmente presente no biodiesel bruto. Além disso, análise 182-189.
por cromatografia gasosa com detecção por ionização em
chama da amostra de biodiesel filtrada pela membrana de
celulose regenerada apresentou um perfil característico de
biodiesel metílico de soja, Figura 3. Como pode ser
observado no cromatograma, a presença apenas dos ésteres
C16:0, C18:0, C18:1, C18:2 e C18:3, sem presença de outros
picos confirmam a pureza do permeado.
(desestabilização), ou seja, a microemulsão que suportasse a A regressão linear da curva analítica (figura inserida),
maior carga de adições de água, sendo esta, selecionada, para representada pela equação: y=6,65x10 -7 + 84 [Ca2+], mostrou
as medidas voltamétricas, subsequentes. A Figura 1 mostra um coeficiente de correlação de 0,999, indicando boa
sua localização dentro do diagrama de fase. linearidade e excelente sensibilidade. A exatidão, avaliada
-9
por teste de recuperação (102%, [Ca2+]adicionado = 7,7 x 10
Figura 1. Localização da amostra de microemulsão no -1
mol L ) e a precisão, avaliada pela repetibilidade (DPR:
diagrama de fase pseudoternário. 3,5%) da corrente do analito (corrente média= 4,06 A;
[Ca2+] = 4x10-8 mol L-1) indicam confiabilidade ao novo
Etanol / Triton
C/T 2 procedimento. Acredita-se, ainda, que a alta sensibilidade
0,0
1,0 obtida pode ser atribuída à etapa de pré-concentração e a uma
0,1
0,9 possível complexação de Ca2+ com um ou mais dos
0,2
0,8
SME (W/O)
0,3
componentes da microemulsão, proporcionando o aumento
0,7
0,4
0,6
da concentração do analito na superfície do eletrodo.
0,5
0,5
0,6
0,4
0,7
0,3
4 – Conclusões
0,8
0,2
0,9
Apesar do método não ter sido validado por um
0,1
1,0
0,0
método oficial, os bons resultados de estabilidade das
H2O 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 BMB - 100 microemulsões, sensibilidade, exatidão e precisão das
medidas analíticas obtidos indicam que o procedimento
Fonte: Próprio autor estudado se apresenta como uma alternativa possível e viável
para a determinação voltamétrica de Cálcio em
De acordo com os resultados apresentados na Figura 1, a microemulsão de biodiesel.
razão escolhida foi de 70% da razão C/T (Etanol/Triton™)
na proporção 2:1, sendo 20% de biodiesel metílico de babaçu
puro (BMB-100) e 10% de solução aquosa de HNO3. 5 – Agradecimentos
Para as medidas voltamétricas de determinação de cálcio, um
CAPES, CNPq, FAPEMA, ANP.
estudo de otimização das condições experimentais foi
realizado, variando-se um parâmetro de cada vez e
mantendo-se os demais constantes. O estudo do pH ideal foi
feito com o sistema tampão Britton Robinson, e um valor de
6 - Bibliografia
pH 8,0 foi escolhido. Os seguintes parâmetros do DE QUADROS DPC, CHAVES ES, SILVA JSA,
equipamento foram escolhidos porque proprocionaram TEIXEIRA LSG, CURTIUS AJ, PEREIRA PAP.
maior sensibilidade das medidas: tempo de deposição:60s, Contaminantes em Biodiesel e Controle de Qualidade. Rev
tempo de equilíbrio: 15s, Potencial de deposição: 0,6V, Virtual Quim 2011;3(5):376–84.
frequência: 10Hz, amplitude de pulso: 25 mV, potencial de IQBAL J, CARNEY WA, LACAZE S, THEEGALA CS.
escada: 15 mV, sentido da varredura: catódica, modo de Metals determination in biodiesel (b100) by icp-oes with
varredura: onda quadrada. microwave assisted acid digestion. Open Anal Chem J 2010;
A Figura 2 mostra a curva analítica para cálcio em 4:18–26.
microemulsão de biodiesel. KNOTHE G. Some aspects of biodiesel oxidative stability.
Fuel Process Technol 2007;88(7):669–77.
Figura 2. Voltamogramas e curva analítica para análise de KORN MG, SANTOS DSS, WELZ B, VALE MGR,
Ca2+ em microemulsão de Biodiesel de Babaçu. [Ca2+]: (A) TEIXEIRA AP, LIMA DC, et al. Atomic spectrometric
branco: C/T Butanol/ SDS; (B) Amostra microemulsionada methods for the determination of metaland metalloids in
BMB-100; Adições sucessivas (B) – (L) (20µL) 2,5x10-9 mol automotive fuels – a review. Talanta, 2007;73:1–11.
L-1. Eletrodo de Referência: Ag/AgCl; Eletrodo de Trabalho: LÔBO IP, F ERREIRA SLC, CRUZ RS. Biodiesel:
Carbono Vítreo; Eletrodo Auxiliar: Fio de platina. (b) Curva parâmetros de qualidade e métodosanalíticos. Quím Nova,
analítica. 2009; 32(6):1596–608.
MARTINIANO, L. C.; GONÇALVES, MARQUES, E. P.;
MARQUES, A.L.B. Simultaneous determination of Pb(II)
and Cu(II) in biodiesel by anodic stripping voltammetry at a
mercury-film electrode using microemulsions. Fuel
(Guildford). 2013 , v.103, p.1164 - 1167.
MARTINIANO, L.; ALMEIDA, J.; MARQUES, E.P.;
MARQUES, A.L.B.Simple, Direct and Simultaneous
Stripping Voltammetric Determination of Lead and Copper
in Gasoline Using an In Situ Mercury Film Electrode.
Current Analytical Chemistry., 2013, v.10, p.498 - 504.
SANTOS AL, TAKEUCHI RM, MUÑOZ RAA, ANGNES
L, STRADIOTTO NR. Electrochemical determination of
inorganic contaminants in automotive fuels. Electroanalysis,
2012; 24(8):1681–91.
2 - Material e Métodos
As medidas voltamétricas foram realizadas em um
potenciostato AUTOLAB modelo PGSTAT12, uma célula
eletroquímica de 10 mL e três eletrodos: disco de platina Figura 1: Voltamogramas de Pulso Diferencial referentes à
(0,17 cm2) como eletrodo de trabalho, um fio de platina como oxidação do glicerol em diferentes tempos da reação de
eletrodo auxiliar e um eletrodo Ag/AgCl/3 mol L-1 como transesterificação. Condições: pH 12 (Tampão BR 0,1 mol
eletrodo de referência. Para a extração do glicerol no L-1), contendo 1 mL da fase aquosa da extração do glicerol.
biodiesel foi utilizado um agitador de tubos VORTEX tdep = 30s, Edep= -0,5 V, v= 0,05 V s-1. Figura inserida:
modelo MX-S para homogeneização das amostras e Correntes de pico em função do tempo.
posteriormente levadas a uma centrifuga LAB 1000 modelo
DM0412 com 12 tubos. Os primeiros 20 minutos da reação são
determinantes determinantes para a formação do glycerol.
3 - Resultados e Discussão Após esse tempo a formação do analito continua a acontecer,
mesmo que, lentamente. A formação do glicerol foi medida
A reação de transesterificação foi realizada em nos primeiros 30 minutos da reação de transesterificação (5,
diferentes tempos de reação (5, 10, 20, 40, 60, 80, 100 e 120 10, 15, 20, 25 e 30 minutos) e os resultados confirmam que
minutos). Foram retiradas alíquotas da mistura de óleo de a maior parte da formação do glicerol ocorreu nos primeiros
babaçu e metóxido de potássio, previamente preparadas. Em 20 minutos.
seguida extraiu-se o glycerol à temperatura ambiente nas A quantificação de glicerol também foi feita em
proporções de biodiesel/água (v/v) 1:1; 1,5:0,5; 1,75:0,25; e tempos inferiores (5, 10 e 15 min) (Tabela 1). Observa-se
1,9:0,1, totalizando um volume de 2 mL para cada proporção que a principal variação no teor de glicerol ocorre entre 5 e
20 minutos, confirmando os resultados observados na Figura Tabela 1. Parâmetros de mérito para a determinação do
1. O tempo de 20 minutos foi considerado como sendo um glicerol no tempo de 20 min da reação de transesterificação
tempo razoável para se realizar a concentração do glicerol no por Voltametria de Pulso Diferencial.
processo, com a sensibilidade adequada. Parâmetros Valor
X(média) (mmol L-1) 4,32
Tabela 1. Teor de glicerol em diferentes tempos durante a
SD /Desvio Padrão 1,31 x 10-8
reação de transesterificação.
CV (%) 1,02 - 3,16
Tempo da reação Teor de Glicerol* LOD (mmol L-1) 0,01
(min) (mmol L-1) LOQ (mmol L-1) 0,04
5 1,14 (±0,23) Coeficiente de correlação 0,997
µ (95%) 6,65 x 10-7
10 2,62 (±0,10)
Sensibilidade (µA/mol L-1) 3,03
15 3,70 (±0,20) Exatidão (% recuperação média; 99 – 113
20 4,32 (±0,67) n=5)
30 4,60 (±0,24)
O teor de glicerol determinado através da curva
* Valores de concentração determinados sem considerar o
analítica (Y = 13,10 x 10-6+ 3,03 x 10-3 x) pelo método de
fator de diluição da amostra de 5 vezes.
adição padrão, apresentou uma concentração média de
glicerol de 4,32 (± 6,65 x 10-7) mmol L-1.
A Figura 2 apresenta os voltamogramas de pulso
A exatidão do método (teste de recuperação) mostrou uma
diferencial referentes à determinação do glicerol no tempo
recuperação da concentração de glicerol adicionada, entre 99
de 20 minutos durante a reação de transesterificação, em
a 113%, o que comprova que o método proposto é exato e
pH=12 (tampão BR 0,1 mol L-1). Os voltamogramas foram
adequado para análise de glicerol durante o processo de
obtidos pela adição de 1 mL da fase aquosa da extração do
transesterificação pela técnica voltametria de pulso
glicerol da amostra na célula eletroquímica contendo 4 mL
diferencial.
do eletrólito de suporte, seguida por adições sucessivas de
alíquotas da solução padrão de glicerol.
4 – Conclusões
O procedimento voltamétrico mostrou-se eficiente
no acompanhamento da reação de transesterificação do óleo
de babaçu. A proporção 1:1 da mistura biodiesel/água foi a
mais eficiente, em termos de sensibilidade para a extração de
glicerol da fase biodiesel para o meio aquoso. O método
voltamétrico proposto para a determinação de glicerol na
reação de transesterificação, no tempo de 20 minutos,
mostrou boa precisão, exatidão e sensibilidade adequada
para monitoramento de gliceroldurant a reação de
transesterificação de óleo vegetal em biodiesel.
3 - Resultados e Discussão
Os resultados obtidos na caracterização pelas de
FT-IR e DRX mostraram conformidade com o esperado da
estrutura e composição do OFCTS. Figura 1. Curva analítica do delta da corrente de pico (Ip)
em função da concentração de sódio adicionada à célula
4 – Conclusões
O resultado obtido com a recuperação ficou dentro
do limite dos percentuais de recuperação de 70 a 120%
estabelecidos pelo INMETRO mostrado a viabilidade do
método, porém, o mecanismo do estudo de interferente
parece ser complexo e necessita de maiores avaliações.
5 – Agradecimentos
Figura 2. Mecanismo de reação proposto para o sistema FAPEMA, LPQA, LAPQAP, ANP, USP e FINEP
ECV-OFCTS-Na+/[Ru(NH3)5Cl]2+/3+.
6 - Bibliografia
O preparo da amostra foi por digestão ácida em BRASIL. Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
micro-ondas. O biodiesel usado foi B100 proveniente do Biocombustíveis. ANP. Resolução nº. 45, de 25.8.2014
material certificado pelo programa interlaboratorial da ANP, (DOU 26.8.2014). Regulamento Técnico n° 03/ 2014. Diário
e o mesmo contém um teor de sódio médio de 1,6 mg Kg -1. Oficial da União, Brasília, DF, 2014.
Fez a curva usando a matriz e depois a amostra foi fortificada
com 4,0 mg Kg-1 de sódio e o resultado da recuperação CASTILHO, M. de S.; STRADIOTTO, N. R. Determination
calculada segundo Inmetro está na tabela 3. of potassium ions in biodiesel using a nickel (II)
hexacyanoferrate-modified electrode. Talanta, v. 74, p.
Tabela 3. Concentrações obtidas para Na+ (mg Kg-1) no 1630-1634, 2008.
processo de recuperação. FLINK, S.; BOUKAMP, B. A.; Van den BERG, A.; Van
VEGGEL; F. C. J. M.; REINHOUDT, D. N., Electrochemical
Valor Valor médio
Valor real Rec. detection of electrochemically inactive cations by SAM. J. Am.
adicionado encontrado
mg Kg-1 média% Chem. Soc., v. 120, p. 4652-4657, 1998.
mg Kg-1 mg Kg-1
4,0 5,80 + 1,18 1,60 105,0 HAIDUC, I.; EDELMANN, F. T. Supramolecular
Organormetallic Chernistry. Weinheim; New York;
Chichester; Brisbane; Singapore; Toronto; Wiley-VCH,
Foi analisada outra amostra interlaboratorial com o 1999. 29-70 p.
teor de sódio no relatório de 4,16 mg kg-1 + 1,55, a MORITA, K.; YAMAGUCHI, A.; TERAMAE N. J.
concentração encontrada pelo método voltamétrico sem Electrochemical modification of benzo-15-crown-5 ether on
fortificação foi 4,09 mg kg-1 + 0,40, muito próximo ao valor a glassy carbon electrode for alkali metal cation recognition.
real. Electroanalytical. Chem. v. 563, p. 249-255, 2004.
Na análise de interferente, avaliou-se a interação do QUADROS, D. P, C. de; CHAVES, E. S.; SILVA, J. S. A.;
potássio com o OFCTS e depois a adição de sódio à célula TEIXEIRA, L. S. G.; CURTIUS, A. J.; PEREIRA, P. A. P.
na presença de uma concentração fixa de potássio. Conforme Contaminantes em Biodiesel e Controle de Qualidade. Rev. Virtual
Quim. v. 3, 5, p. 376-384. 2011.
a figura 3.
ZEZZA TRC, PAIM LL, STRADIOTTO NR.
Determination of Mg (II) in biodiesel by adsorptive stripping
voltammetry at a mercury film electrode in the presence of
sodium thiopentone. Int J Electrochem Sci, v. 8, p. 658–69,
2013.
Palavras Chave: titânio; processo oxidativo avançado; água de lavagem; carbono orgânico; radiação UVC; toxicidade.
Figura 1 - Análise de TOC x tempo nas amostras de OKAMOTO, K.; YAMAMOTO, Y.; TANAKA, H.;
controle e com catalisador TANAKA, M. Heterogeneous photocatalytic decomposition
of phenol over TiO2 powder. Bull. Chem. Soc. Jpn.,
v. 58, n. 7, p. 2015-2022, 1985.
5 – Agradecimentos
Agradecemos ao Campus Matão do Instituto
medido(1) Arauterm, (2015). (2) Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo,
onde o trabalho foi realizado, ao MEC e MCTIC pelo
O teor de óleo de coco obtido no presente
fomento ao projeto.
trabalho, 25% foi próximo ao valor encontrado na literatura
30%, constatando que a extração por Soxhlet foi eficiente.
Dessa forma, estes valores indicam que esta oleaginosa tem 6 - Bibliografia
um bom potencial para fornecer óleo para a produção de ANP. Resolução ANP nº 7, de 19.3.2008 - DOU 20.3.2008.
biodiesel. ANVISA (Brasil). Resolução - RDC nº 482, de 23 de
Além disso, quando comparado com outras fontes Setembro de 1999. Regulamento Técnico para Fixação de
oleaginosas, o teor de óleo na polpa de coco verde Identidade e Qualidade de óleos e gorduras vegetais. DOU,
apresentou melhores resultados, como no caso da soja, cujo Brasília, DF, 11 mar.1999.
óleo é responsável por mais de 82% da produção de ALVES, R. F.; GUIMARÃES, S. M.; ABREU T. C.;
biodiesel no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de SILVA, R. D. Índices de Acidez Livre e de Peróxido.
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Relatório para a Disciplina de Bioquímica, Curso Técnico de
O óleo de coco bruto foi caracterizado em função Química Industrial, Centro de Educação Profissional Hélio
de suas principais propriedades físico-químicas,
Augusto de Sousa, São José dos Campos, SP, 2009.
apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3 – Propriedades físico-químicas do óleo de coco
bruto
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
251
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
5 – Agradecimentos
Agradecemos ao Campus Matão do Instituto
Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo,
onde o trabalho foi realizado, ao MEC e MCTIC pelo
fomento ao projeto
Nos espectros de RMN 13C a saturação das lubrificantes de classificação SAE 30 cuja viscosidade varia
ligações duplas é confirmada pela ausência de picos a 130 de 70-110 cSt a 40°C e de 9-12 cSt a 100 °C (Carreteiro et
ppm em comparação com o espectro do biodiesel, além al., 2006). O índice de viscosidade do ECC foi de 140, isto
disso, a ocorrência de deslocamento a 64 ppm refere-se à é, indica pouca variação com o aumento da temperatura. As
ligação carbono-cloro. Na Figura 2 são mostrados os propriedades a baixas temperaturas mostraram melhora
espectros 13C RMN quantitativo do biodiesel e os produtos significativa com a reação de esterificação. O éster etílico
sintetizados, respectivamente. O produto AGC mostrou o apresenta um ponto de fluidez de -8,0 °C sendo superior ao
deslocamento em 177,93 ppm pela formação de ácidos intermediário AGC e possui maior capacidade de evitar a
graxos livres e o deslocamento a 38,56 ppm que são formação de cristais a baixas temperaturas. O teste de
carbonos metilênicos adjacentes ao carbono-cloro. A corrosividade, que é a capacidade de um fluido corroer uma
quantificação de carbonos por integrais em 38,56 ppm tira de cobre a 100 ºC durante 3 horas foi medida e não
indica que a reação de adição ocorre em apenas um carbono houve mudança de coloração do metal ou mesmo formação
da ligação dupla, ou seja, cada carbono ligado ao cloro (64 de óxidos oriundo do processo de oxidação.
ppm) apresenta dois carbonos vizinhos em 38,56 ppm. Estudos mostram que compostos parafínicos
clorados são estruturas características de aditivos de
extrema pressão (antidesgaste) (Carreteiro et al., 2006).
Portanto, os ésteres clorados podem exibir excelentes
características lubrificantes em ampla faixa de temperatura
podendo se tornar um aditivo antidesgaste/ extrema
pressão, capaz de suportar maior atrito.
4 – Conclusões
Contudo, uma rota sintética foi apresentada para a
produção de aditivos lubrificantes com função antidesgaste
e de pressão extrema a partir do biodiesel. De fato, ésteres
modificados pode ser uma alternativa atraente e renovável
para novas formulações em que se usa um produto já
consolidado e que vem tomando cada vez mais destaque no
mercado. Análises de biodegradabilidade e ecotoxicologia
Figura 2. Espectros de RMN dos produtos sintetizados. avaliarão a nocividade da presença do cloro na estrutura
carbônica.
O teste HFRR avalia a lubricidade de um óleo
lubrificante através da ranhura em um corpo de metal
esférico. A Tabela 2 mostra que o aditivo tem uma 5 – Agradecimentos
excelente propriedade de lubrificação, considerando que UFG, FUNAPE, CAPES, CNPQ, MCT, FINEP e
não foram observados sulcos. Essa capacidade lubrificante CTINFRA.
se dá pela inserção de cloro na cadeia carbônica de ácidos
graxos e ao oxigênio do éster etílico, que aderem
eficazmente a superfície metálica e melhora a estabilidade 6 - Bibliografia
oxidativa. ALVES, M. I. R., Tese de Doutorado, Universidade Federal
de Goiás, 2011.
Tabela 1. Análises físico-químicas dos produtos. CARRETEIRO, R. P.; BELMIRO, P. N. A. Lubrificantes e
Propriedades Normas AGC EEC lubrificação industrial, Ed. Interciência: IBP, Rio de
Viscosidade cinemática a Janeiro, 2006, Vol. 1, 95-107.
ASTM D445-18 67,63 77,93
40°C, mm2/s
Viscosidade cinemática a
KANIA, D.; YUNUS, R.; OMAR, R.; ABDUL, S.;
ASTM D2270-16 10,22 11,45 MOHAMAD, B. A review of biolubricants in drilling
100°C, mm2/s
Índice de Viscosidade ASTM D6079-18 137 140 fluids: Recent research, performance, and applications. J
Lubricidade – Equipamento Pet Sci Eng. 2015, 135, 177–84.
ASTM D2500-17 100,3 ND*
reciprocante (µm)
Ponto de Névoa (ºC) ASTM D97-17 -2,0 -8,0
KOH, I. O.; ROTARD, W.; THIEMANN, W. H. P.
Ponto de Fluidez (ºC) EN 14112-16 2,0 -8,0 Analysis of chlorinated paraffins in cutting fluids and
Estabilidade Oxidativa (h) ASTM D130-18 0,5 11 sealing materials by carbon skeleton reaction gas
Corrosividade ao cobre ASTM D445-18 1a 1a chromatography. Chemosphere. 2002, 47, 219–27.
*ND = nenhuma ranhura detectada MCNUTT, J.; HE, Q. S. Development of biolubricants
from vegetable oils via chemical modification. J Ind Eng
O aumento da viscosidade do AGC em relação ao Chem. 2016, 36, 1–12.
biodiesel (4,3 cSt a 40°C) resulta na formação de dímeros ZULKI, N.W.M.; AZMAN, S. S. N.; KALAM, M. A.;
entre as hidroxilas, o que também aumenta os pontos de MASJUKI, H. H.; YUNUS, R.; GULZAR, M. Lubricity of
fluidez e névoa. No EEC, o hidrogênio da hidroxila é bio-based lubricant derived from different chemically
substituído por um grupo alquila reduzindo a viscosidade e modified fatty acid methyl ester. Tribol Int. 2016, 93,555–
melhorando a sua fluidez. As viscosidades cinemáticas do 562.
produto EEC são equivalentes as viscosidades dos
para uma reação mais efetiva. Entretanto, neste trabalho que o dobro em 2000 ppm de aditivo. Além disso, o aditivo
utilizamos o óleo da seringueira para produzir os ácidos sintetizado foi facilmente solúvel em todas as
graxos livres (80% de rendimento) e adicionar concentrações utilizadas.
hidroquinona, composto antioxidante, nas ligações duplas a
fim de gerar um produto compatível ao biodiesel que
contenha atividade antioxidante.
Tabela 2: Composição em ácido graxo do óleo em estudo.
Ácidos Graxos Percentual (%)
C (C10:0) 0,1
P (C16:0) 10,6
Po (C16:1) 0,3
S (C18:0) 8,7
O (C18:1) 27,1
L (C18:2) 34,5
Ln (C18:3) 18,4
Be (C22:0) 0,3 Figura 3: Efeito do antioxidante na estabilidade oxidativa
Total 100 do biodiesel pelo método Rancimat a 110°C (EN 14112).
MUFA 27,4
PUFA 52,9
As exigências quanto à qualidade do biodiesel
comercializado no Brasil tem aumentado devido a
A hidroquinona é um ótimo antioxidante para o
problemas de borra nos tanques de armazenamento. Isso se
biodiesel, porém, devido à alta polaridade da molécula a
refere à baixa estabilidade do produto por ação da pressão e
solubilidade nos ésteres se torna difícil.
temperatura e pode ser corrigido com o uso de aditivos
Os espectros de infravermelho do AGS e do
antioxidantes. Para isso, aditivos derivados de óleos
AGSHQ são mostrados na Figura 1. A banda de hidroxila
vegetais tais como a seringueira se tornam mais atrativos
presente na faixa de número de onda 3700 a 3300 cm-1
por serem árvores cujas sementes são desperdiçadas e
indica efetiva inserção da hidroquinona nos ácidos graxos
podem se transformar em produto de alto valor agregado
livres da seringueira. Além disto, a ausência de estiramento
totalmente compatível ao biodiesel.
em 3000 cm-1 evidencia ausência de ligações duplas.
4 – Conclusões
A grande quantidade de MUFA e PUFA presente
no óleo de seringueira permite que este óleo seja gerador de
ácidos graxos insaturados que após reação de adição com
compostos fenólicos age como antioxidante para biodiesel e
apresenta rendimentos elevados. O aditivo produzido se
mostrou eficaz em baixas concentrações e compatível com
o biodiesel, não apresentou alterações nas propriedades
organolépticas do biodiesel, e é estável durante a produção
Figura 1: Espectros de infravermelho dos produtos. e armazenamento.
Cor ASTM 0,50 1,5 biocombustível com água e outros sedimentos, sendo assim,
Ponto de Névoa (ºC) -5,0 2 o uso de antioxidantes no biodiesel tende a ser maior nos
Ponto de Fluidez (ºC) -8,0 0 próximos anos.
Os espectros de infravermelho do AGL e do
AGSJ-HQ são mostrados na Figura 1. A banda presente no
número de onda 3401 cm-1 indica efetiva inserção da
hidroquinona (C-OH) nos ácidos graxos livres. Além disto, 25
a redução do estiramento em 3000 cm-1 evidencia poucas
ligações duplas.
15
Ácidos Graxos Livres
10
5
Transmitância( u.a.)
AGSJ-HQ
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Concentração ( ppm)
1601
814
1503
1452
1710
1187
2924
6 - Bibliografia
ARAÚJO, C. D. M. de; ANDRADE, C. C. de; SILVA, E.
de S.; DUPAS, F. A. Biodiesel production from used
cooking oil: A Review. Renewable and Sustainable Energy
Reviews, 2013, 27, 445-452.
CORSINI, M. da S.; JORGE, N.; MIGUEL, A. M. R. de
O.; VICENTE, E.; Perfil de ácidos graxos e avaliação da
alteração em óleos de fritura. Química Nova, 2008, 31, 956-
961.
PRADOS, C. P.; REZENDE, D. R.; BATISTA, L. R.;
Figura 2. Espectros de RMN 13C do produto AGSJ. ALVES, M. I. R.; ANTONIOSI, N. R. F. Simultaneous gas
chromatographic analysis of total esters, mono-, di- and
O biodiesel sem adição de aditivo possui 8 horas triacylglycerides and free and total glycerol in methyl or
de estabilidade oxidativa. Quando se adiciona o aditivo ethyl biodiesel. Fuel, 2012, 96, 476-481.
AGSJ-HQ em proporções diferentes, a estabilidade do YAKKOB, Z.; MOHAMMAD, M., Overview of the
biodiesel melhora significativamente chegando a 27 horas production of biodiesel from Waste cooking oil, Renewable
de estabilidade oxidativa (Figura 3). and Sustainable Energy Reviews, 2013, 1, 184–193.
Quanto maior a estabilidade oxidativa do
biodiesel, maior a conservação deste biocombustível na
estocagem. A exigência por uma melhor estabilidade
oxidativa é maior a cada ano, devido ao aumento percentual
de biodiesel no diesel. Portanto, é necessário evitar a
formação de borras nos tanques e a interação do
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
259
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
1 - Introdução faixa de 4000 a 650 cm-1. As análises por RMN 13C foram
realizadas em espectrômetro Bruker – 500 MHz. As
Hidroquinonas são encontradas na natureza e amostras foram dissolvidas em clorofórmio deuterado,
utilizadas como antioxidantes. Normalmente as abordagens utilizando tetrametilsilano (TMS) como referência. As
sintéticas das hidroquinonas alquiladas incluem Friedel análises por GC/MS foram realizadas em cromatógrafo
Crafts e alquilações de radicais livres, bem como a Shimadzu GC-17A equipado com o espectrômetro QP-
oxidação de fenóis substituídos (Kaurich et al., 2018). No 5050A. A coluna capilar utilizada foi a DB-WAX
entanto, a maioria desses métodos proporcionam baixos (Polietileno glicol), com 30 m de comprimento, 0,25 mm de
rendimentos, geram misturas complexas de produtos ou diâmetro interno e 0,25 µm de espessura de filme de fase
fazem uso de catalisadores caros e seletivos. estacionária. A programação de temperatura do forno foi
A alquilação da hidroquinona por muito tempo foi iniciada em 100°C, com rampa de aquecimento de
considerada um problema porque requer o uso de diferentes 10°C/min até 250°C, mantido isotérmico por 10 min. O
catalisadores ácidos especiais (Zhou et al., 2008) e matéria- injetor e a interface do detector foram operados a 250°C. O
prima fina como o isobutileno de difícil transporte e gás de arraste utilizado foi o hélio 5.0 sob velocidade linear
armazenagem. Porém, há duas fontes atraentes de média de 40 cm/s. A razão de split foi de 1:30. O modo de
isobutileno, o terc-butanol e o metil-terc-butil éter (Yadav ionização do detector foi o impacto eletrônico (EI), na
et al., 2000). Alquilação da hidroquinona com terc-butanol configuração scan, com monitoramento de fragmentos
para produzir 2-terc-butil-hidroquinona (2-TBHQ) é uma variando de massa/carga 40 a 400.
reação interessante para a indústria de biodiesel. O 2-
TBHQ é um excelente antioxidante amplamente utilizado
na indústria alimentícia, além de bom estabilizador de 3 - Resultados e Discussão
óleos, gorduras, plásticos e borrachas (Xu et al., 2006). O terc-butanol é uma boa fonte para a geração de
Portanto, no estudo de compostos aromáticos isobutileno, no entanto, a desidratação de terc-butanol in
funcionalizados, este trabalho tem como objetivo situ leva à água como co-produto da reação de alquilação e,
desenvolver um método sintético simples e de alto portanto, acreditam-se que os rendimentos sejam menores.
rendimento para alquilação de hidroquinonas utilizando Entretanto, uma rota sintética simples foi usada neste
álcool terciário. Esse método permitirá produzir um trabalho e altos rendimentos foram obtidos chegando a um
derivado de hidroquinona di-substituído funcional na percentual de 98% de 2-TBHQ.
atividade antioxidante com biodiesel.
2 - Material e Métodos
A alquilação da hidroquinona com terc-butanol foi
realizada em um béquer de 250 mL equipado com agitador
magnético. Tipicamente, 1 g de hidroquinona foi
adicionada a 1 mL de ácido sulfúrico em temperatura
ambiente (entre 25 – 35°C), em seguida, adicionou-se gota Figure 1. Síntese do 2-terc-butil-hidroquinona.
a gota 2 mL de terc-butanol agitando constantemente. A
reação durou cerca de 5 minutos sendo controlada com a A ocorrência de alquilação da cadeia
precipitação instantânea do produto. Cessado a hidrocarbônica com grupo terc-butil é evidenciada via FTIR
precipitação, adicionou-se 100 mL de água destilada. O (Figura 2), pelo estiramento C-H sp3 em 2953 cm-1, o qual
produto foi lavado por cinco vezes e filtrado a vácuo para representa todas as metilas do radical terc-butil. Além
secagem. Resultou em um pó branco que foi denominado disso, tem-se também o carbono quaternário do grupo terc-
de 2-TBHQ. butil representado pela absorção de dobramento C-CH3 na
Os produtos foram caracterizados pelas técnicas de frequência 1393 cm-1, esse dobramento não é visualizado na
espectroscopia na região do infravermelho (FTIR), hidroquinona. A região abaixo de 1500 cm-1 se encontra os
espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN) e dobramentos aromáticos.
cromatografia gasosa de alta resolução acoplada à Já a caracterização por RMN deslocamentos entre
espectrometria de massas (GC/MS). As análises por FTIR 111 e 136 ppm que envolve as ligações duplas aromáticas
foram realizadas com acessório de Refletância Total são visualizadas. Em 146 ppm encontra-se as ligações C-sp2
Atenuada (ATR) por transmitância com 32 varreduras na ligado as hidroxilas do anel aromático. A reação de
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260
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
Uma nova rota sintética foi apresentada para a
produção de aditivos terc-butilados para biodiesel a partir
da hidroquinona. Essa reação, rápida e simples, permitiu
obter um produto de maior compatibilidade ao biodiesel em
concentrações distintas. Além de eficaz atividade
antioxidante o produto apresentou alto rendimento e
%
estabilidade para armazenamento.
100 207
5 – Agradecimentos
50
57
222 UFG, FUNAPE, CAPES, CNPQ, MCT, FINEP e
41 208
67 71 82 91 105 115 123 137
147 151 163 177 191 CTINFRA.
0
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230
5 – Agradecimentos
UFG, FUNAPE, CAPES, CNPQ, MCT, FINEP e CT-
INFRA.
1656
primas de agricultores familiares visando os incentivos
fiscais ofertados pelo Programa Nacional de Produção e
3010
Transmitância ( % )
725
1437
de oxidação, e a baixa viscosidade do fluido que impede a
1745
1168
aderência do biocombustível nas peças automotivas.
Portanto, este trabalho tem como objetivo utilizar o 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
-1
biodiesel metílico da soja para produzir um biolubrificante. Número de onda ( cm )
905
trabalho foi em relação a estabilidade oxidativa que atingiu
725
valores semelhantes aos encontrados em lubrificantes
1457
comerciais aditivados. Ao saturar as ligações duplas com
2850
2927
1740
1162
tolueno perde-se os sítios de oxidação da molécula
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
-1
Número de onda ( cm )
tornando-o viável para utilização como biolubrificante.
Figura 2. Espectro de FTIR do produto BDT. Tabela 1. Características físico-químicas dos produtos.
A caracterização do produto BDT por ressonância Propriedade Biodiesel BDT
magnética tornou possível obter a confirmação da molécula Viscosidade cinemática a 40°C,
4,121 21,85
sintetizada (Figura 3). Os deslocamentos característicos do mm2/s
biodiesel são: a metila em 51 ppm confirmando que a Viscosidade cinemática a 100°C,
- 4,304
reação ocorreu nos ésteres metílicos e permaneceu nesta mm2/s
forma; a carbonila em 174 ppm também referente a ésteres Índice de Viscosidade - 102
e a redução das insaturações em torno de 130 ppm mostra Teor de Água - Karl Fischer (ppm) 430,5 53,81
que a reação ocorreu nas ligações duplas. Já os Corrosividade ao cobre 1a 1a
deslocamentos do tolueno inserido na molécula são Massa específica a 20°C, kg/m3 873,95 922,03
representados pelo CH em 45,5 ppm, que no oleato de Cor ASTM 0,5 7,5
metila pode ter reagido no carbono 9 ou 10; as insaturações Ponto de Névoa (°C) 0,0 1,0
do anel aromático em torno de 135 ppm; e a metila ligada Ponto de Fluidez (°C) - 3,0 -2,0
ao anel em 21,04 ppm confirmada apenas pelo pico positivo Estabilidade oxidativa (h) 8,0 40
no espectro de RMN 13C-DEPT.
4 – Conclusões
Portanto, ao sintetizar um produto derivado de
biodiesel, gerou-se um novo produto com características
lubrificantes muito próximas aos valores comerciais
exigidos pela Agência Nacional do Petróleo. Isso leva a
confirmar a aplicabilidade do produto sintetizado e a
formular outros produtos compatíveis com os lubrificantes
parafínicos que sejam ambientalmente mais favoráveis do
que lubrificantes naftênicos.
5 – Agradecimentos
UFG, FUNAPE, CAPES, CNPQ, MCT, FINEP e CT-
INFRA.
2 - Material e Métodos
As reações foram realizadas em reator de vidro
borossilicato âmbar imerso em água, com volume de 250
mL e tampa de rosca. A primeira etapa foi a reação de
1463
1745
1150
Além disso, apresentou grau 1a para corrosividade ao Todas as concentrações da graxa GSNa
cobre, demonstrando baixa capacidade de corrosão de apresentaram textura mais fina e fluida e são as únicas
metais. semifluidas (NLGI 0). Para as concentrações de 20 e 30%,
a graxa de lítio apresenta consistência média (NLGI 3),
podendo elevar a temperatura máxima de trabalho por
apresentar maior resistência e elevados pontos de gota.
Com relação às análises de corrosividade ao cobre,
todas as graxas apresentaram classificação 1a, o que indica
não corrosão a placa de cobre.
4 – Conclusões
O óleo base EEC utilizado na produção das graxas
é de origem renovável, além disso, a estabilidade oxidativa
e índice de viscosidade foram melhorados a partir da
modificação química na estrutura do biodiesel. As graxas
produzidas a partir do EEC se mostraram eficazes de
Figura 2. Espectro de RMN 13C e DEPT 135 do EEC. acordo com o ponto de gota, consistência e corrosividade
ao cobre. Graxas de 30% de sabão tiveram valores mais
Tabela 1: Análises físico-químicas do óleo base EEC. adequados para aplicação prática. A graxa de lítio (GSLi)
Propriedade Norma EEC
pode ser usada para trabalhos intensos, já a graxa de sódio
Viscosidade cinemática a 40°C, mm2/s ASTM D445 77,93
(GSNa) apresenta baixa resistência, sendo classificada
Viscosidade cinemática a 100°C, mm2/s ASTM D445 11,45 como semifluida. Portanto, os parâmetros avaliados
Índice de Viscosidade ASTM 2270 140 garantem graxas de boa qualidade para uso comercial.
Teor de Água - Karl Fischer (ppm) ASTM D95 49,88
Corrosividade ao cobre ASTM D4048 1a
Massa específica a 20°C, kg/m3 NBR 14065 968,74 5 – Agradecimentos
Cor ASTM ASTM D1500 5,40
Ponto de Névoa (°C) ASTM D2500 -8,0 UFG, FUNAPE, CAPES, CNPQ, MCT, FINEP e CT-
Ponto de Fluidez (°C) ASTM D97 -8,0 INFRA.
Estabilidade oxidativa (h) EN 14112 11
Síntese de aditivos antioxidantes derivados de ácidos graxos livres dos óleos de soja
e de seringueira
Lilian Ribeiro Batista (LAMES/UFG, lilianribeiro_18@hotmail.com), Aline Silva Muniz (LAMES/UFG,
alinesmuniz@yahoo.com), Maríthiza Gonçalves Vieira (LAMES/UFG, marithiza@hotmail.com), Angelo Roberto dos
Santos Oliveira (UFPR, arso@ufpr.br), Maria Aparecida Ferreira César-Oliveira (UFPR, mafco@quimica.ufpr.br), Nelson
Roberto Antoniosi Filho (LAMES/UFG, nelson@quimica.ufg.br).
1457
1714
1508
1180
2994
2 - Material e Métodos
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
Para a obtenção dos ácidos graxos livres do óleo -1
Número de onda ( cm )
de soja (AGSJ) e do óleo da seringueira (AGS) uma
percentagem em excesso de KOH 30% (m/m) foi Figura 1. Espectros de FTIR dos ácidos graxos livres e dos
adicionada ao óleo, por 2h a 90°C em béquer com agitação aditivos AGSJHQ (soja) e AGSHQ (seringueira).
constante. Os sabões (sais de ácidos graxos) formados
foram convertidos a ácidos graxos livres via acidificação Nos espectros de FTIR (Figura 1) dos produtos
com 30% em massa de óleo/ volume de ácido fosfórico. A obtidos por adição de hidroquinona tanto nos ácidos graxos
purificação foi feita com água e seca em sulfato de sódio do óleo de seringueira quanto nos ácidos graxos do óleo de
anidro. A reação de adição de hidroquinona foi feita em um soja, foi possível observar a formação dos derivados
balão de fundo redondo, adicionando-se 10 mmol de ácido fenólicos. As bandas em 1714 cm-1 mostram que após a
graxo livre (AGS ou AGSJ), 40 mmol de hidroquinona e 60 reação os ácidos graxos permanecem ácidos e a presença de
mmol de ácido metanossulfônico – MSA. A mistura hidroxila livre na região de estiramento axial (OH; 3396
reacional foi colocada sobre agitação magnética e atmosfera cm-1) confirma a introdução da hidroquinona; ausência de
inerte (N2) por 20 horas. estiramentos C-sp2 (C=C, 2994 cm-1) presentes nos ácidos
Após a reação, a mistura reacional foi vertida em graxos, porém, ausentes nos aditivos; estiramento C-H sp3
um béquer de 500 mL contendo gelo e 50 mL de intensos, referentes às ligações hidrocarbônicas (C-H, 2922
clorofórmio. O produto foi lavado com água (100 mL x 5) e cm-1); banda de absorção de anéis aromáticos (C=C do anel,
solução brine, a fase orgânica recolhida foi seca em sulfato 1598 cm-1 e 1508 cm-1) e vibração de dobramento presente
de sódio anidro e rota evaporada. Os produtos obtidos em fenóis (C-OH, 1457 cm-1).
foram caracterizados pelas técnicas de infravermelho
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268
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Nos espectros de RMN 13C (Figura 2) é possível Em todas as concentrações houve uma variação
ver que a hidrólise dos ácidos graxos principalmente do em torno de 2 horas do ponto de indução (IP). Isso se deve
óleo da seringueira não se completa, devido ao ao perfil de ácidos graxos de cada óleo de origem, isto é, o
aparecimento de deslocamentos em 62 ppm e 68 ppm óleo de seringueira apresenta maior percentual de ácidos
referente, respectivamente, a carbonos metilênicos e graxos insaturados (80,3 %), o que gera maior
carbonos metínicos de triacilglicerídeos e da carbonila de probabilidade de adição de hidroquinona. Quanto mais
éster que ainda aparece em 173,2 ppm. No entanto, é composto fenólico na cadeia carbônica maior será a
possível confirmar a inserção da hidroquinona nas atividade antioxidante do aditivo. Ambos os aditivos
insaturações dos ácidos graxos de ambos os óleos pela faixa atingem estabilidade superior a 25 horas em uma
de deslocamento que varia de 114 ppm a 149 ppm relativo a concentração de 5000 ppm em biodiesel, podendo ser
ligações duplas aromáticas e pelo CH em 38.2 ppm relativo considerados potenciais aditivos para aumentar a vida de
ao carbono da cadeia graxa ligado ao anel aromático. As prateleira do biodiesel comercializado em diesel.
carbonilas de ácido graxo em 179.4 ppm permanecem após
a adição de hidroquinona, contribuindo também para a
captura de metais no biodiesel. 4 – Conclusões
A hidroquinona inserida nas ligações duplas dos
ácidos graxos de óleos vegetais aumenta a solubilidade do
composto fenólico no biodiesel. A grande quantidade de
MUFA e PUFA presentes tanto no óleo de soja quanto do
óleo da semente da seringueira inviabiliza sua utilização
como biodiesel por apresentar baixa estabilidade oxidativa.
Atualmente mistura-se biodiesel derivado de óleos
saturados, porém, o uso de antioxidantes serão cada vez
mais comuns a fim de melhorar essa estabilidade. Com isso,
a modificação química na estrutura dos ácidos graxos
adicionando um composto fenólico permitiu obter produtos
muito eficazes na atividade antioxidante e estáveis para
transporte e armazenamento.
5 – Agradecimentos
Figura 2. Espectros de RMN 13C dos produtos AGSJHQ
(soja - acima) e AGSHQ (seringueira - abaixo). UFG, FUNAPE, CAPES, CNPQ, MCT, FINEP e CT-
INFRA.
AGS J HQ AGS HQ
30 6 - Bibliografia
25
GALVAN, D.; ORIVES, J.R.; COPPO, R.L.;
RODRIGUES, C.H.; SPACINO, K.R.; PINTO, J.P.;
Período de Indução - IP ( horas)
Aditivo OCHQ
a modificação química na estrutura do triacilglicerídeo,
através da adição da hidroquinona (aditivo fenólico), de
1606
1741
2 - Material e Métodos
1720
1190
5 – Agradecimentos
UFG, IQ, LAMES, Capes e FUNAPE.
6 - Bibliografia
Figura 2. Espectro de RMN 1H do aditivo obtido. HAMAMCI, C. et al. Biodiesel production via
transesterification from safflower (Carthamus tinctorius L.)
seed oil. Energy Sources, Part A: Recovery, Utilization
and Environmental Effects, v. 33, n. 6, p. 512–520, 2011.
KUMAR, N. et al. Optimization of safflower oil
transesterification using the Taguchi approach. Petroleum
Science, v. 14, n. 4, p. 798–805, 2017.
RAMOS, L. P. et al. Biodiesel: Raw materials, production
technologies and fuel properties. Revista Virtual de
Quimica, v. 9, n. 1, p. 317–369, 2017.
SAJJADI, B.; RAMAN, A. A. A.; ARANDIYAN, H. A
comprehensive review on properties of edible and non-edible
Figura 3. Estrutura do triacilglecerideo do óleo de cártamo vegetable oil-based biodiesel: Composition, specifications
(acima) do OCHQ (abaixo) and prediction models. Renewable and Sustainable
Energy Reviews, v. 63, p. 62–92, 2016.
O aditivo sintetizado se mostrou compatível ao biodiesel VARATHARAJAN, K.; PUSHPARANI, D. S. Screening of
em todas as concentrações utilizadas. O biodiesel sem adição antioxidant additives for biodiesel fuels. Renewable and
de aditivo apresentou 8 horas de estabilidade oxidativa, ao Sustainable Energy Reviews, v. 82, n. July 2017, p. 2017–
adicionar o aditivo obtido do óleo de cártamo a estabilidade 2028, 2018.
oxidativa melhorou significativamente passando de 16 horas
em 5000 ppm de aditivo. Na Figura 3 está representado o
efeito do OCHQ na estabilidade oxidativa do biodiesel.
18
16
14
Período de Indução ( horas)
12
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Concentração ( ppm)
Com base nos resultados apresentados na Figura 1, Os resultados expressos na Tabela 1 apontam que
observa-se uma boa aplicabilidade para uso da β-glicosidase a referida enzima é estável, mantendo aproximadamente
sob temperaturas entre 45 e 60°C, e pH em torno de 4,0 a 100% de sua atividade, após o período de incubação de 24
5,0, com atividade máxima observada à 50°C e pH de 4,5. horas à 0°C e pH entre 4,0 e 6,0. Deste modo, observa-se
Os valores de atividade relativa quanto à uma boa possibilidade de estocagem do extrato enzimático
estabilidade da β-glicosidase incubadas em diferentes à baixas temperaturas.
valores de temperatura e pH estão expressos na Tabela 5. Ainda com base na Tabela 5, observou-se
consideráveis valores de atividade residual para β-
Tabela 1. Estabilidade da enzima β-glicosidase produzida glicosidase, com valores próximos à 80% de atividade
por A. tubingensis AN1257 em relação a diferentes valores relativa, quando o extrato é incubado entre 30°C e 40°C e
de temperatura e pH de incubação com pH entre 4 e 5. Entretanto, estas condições não são
Atividade relativa Atividade relativa adequadas para aplicação da enzima produzida em
pH T°C
(%) após 5h (%) após 24h processos hidrolíticos, tendo em vista a baixa atividade
3,0 0 79,60 ± 2,99 73,38 ± 10,45 enzimática observada entre 30°C e 40°C, conforme exposto
3,5 0 84,16 ± 9,54 77,64 ± 10,91 na figura 1. Ao cruzar os dados da Figura 1 e Tabela 1,
4,0 0 89,22 ± 3,24 88,80 ± 6,20
observa-se que melhor condição para aplicação da enzima
4,5 0 97,48 ± 4,51 92,91 ± 10,75
5,0 0 97,40 ± 8,87 95,67 ± 11,52
β-glicosidase é na temperatura de 50°C com pH de 4,5. Esta
5,5 0 94,99 ± 6,49 93,81 ± 10,01 condição reúne uma boa estabilidade, após 24 horas de
6,0 0 99,41 ± 7,85 93,96 ± 10,35 incubação, permanecendo com aproximadamente 70% da
3,0 30 72,26 ± 3,00 61,34 ± 0,60 atividade inicial de β-glicosidase (Tabela 1) e atividade
3,5 30 81,24 ± 3,38 70,81 ± 6,05 máxima (Figura 1). Deste modo, a estabilidade um pouco
4,0 30 88,94 ± 5,12 76,33 ± 8,01 menor à temperatura de 50°C quando comparada com
4,5 30 91,50 ± 3,70 80,73 ± 8,99 temperaturas menores, como observado na condição de
5,0 30 102,2 ± 5,22 83,48 ± 10,81 40°C e pH 4,5, é compensada pelo efeito da temperatura
5,5 30 84,80 ± 8,12 83,05 ± 6,73 sobre atividade da enzima β-glicosidase, observado à 50°C.
6,0 30 81,09 ± 5,40 80,18 ± 8,77
3,0 35 67,84 ± 0,37 64,44 ± 4,23
Tendo em vista que a estabilidade frente à
3,5 35 77,96 ± 5,37 68,21 ± 13,15 temperatura e pH são um dos parâmetros mais importantes
4,0 35 89,21 ± 4,94 74,09 ± 0,76 a serem investigados quando se estuda uma enzima com
4,5 35 88,15 ± 4,10 72,63 ± 9,45 aplicação industrial, pode-se inferir que a enzima produzida
5,0 35 83,44 ± 9,97 69,01 ± 5,44 neste trabalho apresenta boa aplicabilidade em relação aos
5,5 35 64,20 ± 0,86 62,37 ± 2,27 parâmetros analisados.
6,0 35 68,62 ± 2,20 55,64 ± 28,72
3,0 40 66,77 ± 2,23 64,97 ± 2,27
3,5 40 74,82 ± 4,61 71,90 ± 3,93 4 – Conclusões
4,0 40 73,33 ± 6,79 72,06 ± 1,28
4,5 40 80,67 ± 3,11 74,88 ± 4,99 A enzima β-glicosidase produzida neste trabalho
5,0 40 78,10 ± 4,57 73,45 ± 4,16 apresenta uma boa aplicabilidade sobre temperaturas entre
5,5 40 76,89 ± 5,58 72,23 ± 5,37 40 e 60°C e pH em torno de 4,0 a 5,0. O extrato enzimático
6,0 40 64,70 ± 7,56 60,91 ± 7,03 obtido mostrou-se estável sem a adição de nenhum adititivo
3,0 45 59,59 ± 4,90 49,35 ± 4,23 conservante, mantendo, pelo menos, 70% do valor de
3,5 45 67,98 ± 10,81 66,95 ± 4,46 atividade de β-glicosidase por 24 horas a 50°C e pH
4,0 45 73,93 ± 7,75 69,91 ± 5,46
próximo de 4,5. Deste modo, nota-se que a palha de milho
4,5 45 76,07 ± 6,18 72,00 ± 4,67
5,0 45 75,94 ± 4,65 71,87 ± 6,73 trás bons resultados quando em associação com Aspergillus
5,5 45 63,84 ± 2,84 60,39 ± 6,18 tubingensis AN1257 para a produção de β-glicosidase,
6,0 45 46,18 ± 1,67 59,60 ± 7,59 gerando perspectivas futuras para utilização na produção de
3,0 50 46,32 ± 2,11 29,91 ± 2,10 bioetanol de 2° geração.
3,5 50 58,22 ± 3,78 50,24 ± 6,31
4,0 50 70,48 ± 4,65 66,59 ± 3,11
4,5 50 72,47 ± 4,37 68,12 ± 4,76 5 – Agradecimentos
5,0 50 67,53 ± 4,32 60,06 ± 1,17
5,5 50 66,84 ± 5,88 61,53 ± 5,24 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha
6,0 50 43,22 ± 3,35 32,74 ± 2,67 e Mucuri - UFVJM
3,0 55 41,16 ± 2,30 29,67 ± 4,04
3,5 55 63,56 ± 4,57 40,62 ± 4,48
4,0 55 66,27 ± 3,73 56,66 ± 4,19 6 - Bibliografia
4,5 55 65,59 ± 2,29 59,62 ± 5,86
5,0 55 61,32 ± 3,11 59,47 ± 9,10 GHOSE, T. K. Measurement of cellulose activities. Pure
5,5 55 66,02 ± 2,29 55,80 ± 4,03 and Applied Chemistry, 1987, 59, 257–268.
6,0 55 35,30 ± 2,88 25,73 ± 0,34 VIIKARI, L.; VEHMAANPERA, J.; KOIVULA, A.
3,0 60 11,56 ± 0,16 8,63 ± 0,08 Lignocellulosic ethanol: From science to industry, Biomass
3,5 60 12,40 ± 0,16 11,67 ± 3,78 and Bioenergy, 2012, 1-12.
4,0 60 39,76 ± 4,12 21,43 ± 4,27 VISSER, E. M.; OLIVEIRA FILHO, D.; MARTINS, M.
4,5 60 51,59 ± 8,27 30,68 ± 6,12 A.; STEWARD, B. L. Bioethanol production potential from
5,0 60 36,45 ± 2,53 20,90 ± 4,91
Brazilian biodiesel co-products. Biomass and Bioenergy,
5,5 60 22,66 ± 1,76 12,38 ± 5,37
6,0 60 16,86 ± 0,83 10,09 ± 1,44 2011, 35, 489-494.
Um grande desafio na fermentação do glicerol Włodzimierz. Impurities of crude glycerol and their effect on
bruto (GB) é a obtenção de microrganismos adaptados a metabolite production. Annals of Microbiology, [s. l.], v.
componentes inibitórios indesejáveis, como sais e 64, n. 3, p. 891–898, 2014. Disponível em:
solventes orgânicos presentes no glicerol bruto, (SAMUL; <http://link.springer.com/10.1007/s13213-013-0767-x>.
LEJA; GRAJEK, 2014), após resultado obtidos neste Acesso em: 22 jul. 2019.
trabalho avaliou-se que a levedura comercial marca Dona
SEQUINEL, R. Caracterização físico-química da
Benta é tolerante aos fatores determinados.
glicerina proveniente de usinas de biodiesel e
Após o processo fermentativo é necessária uma
determinação de metanol residual por CG com
centrifugação neste caso específico, este processo teve
amostragem por Headspace estático. 2013. [s. l.], 2013.
importância ainda maior para retirada de ácidos graxos
livres que se separaram após correção do pH, resultante da VIDAL, Esteban Espinosa. SUPERIORES EM
não esterificação no processo do biodiesel. Sendo assim Saccharomyces cerevisiae . RECIFE - PE. 2012.
verificamos a necessidade de, nas próximas fermentações, Universidade Federal de Pernambuco, [s. l.], 2012.
realizar um pré tratamento na GB, para retirada dos ácidos Disponível em:
graxos livres e outros contaminantes antes da fermentação <https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12285>.
alcoólica. Acesso em: 7 fev. 2019.
Na próxima etapa deste trabalho será quantificado e
WANG, Zhengxiang et al. Glycerol production by microbial
qualificado por cromatografia a gás o teor de álcoois
fermentation: A review. Biotechnology Advances, [s. l.], v.
superiores, outros subprodutos formados na fermentação
19, n. 3, p. 201–223, 2001. Disponível em:
para verificar parâmetros estabelecidos pela ANP para etanol
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S07349
combustível. Por cromatografia pode-se confirmar ainda a
7500100060X>. Acesso em: 22 jul. 2019.
eficiência das condições de fermentação com glicerina bruta
para produção de etanol em comparação a produção de
etanol utilizando glicose.
4 – Conclusões
Um grande desafio na fermentação do glicerol
bruto é a obtenção de microrganismos tolerantes a
componentes inibitórios indesejáveis, como sais e
solventes orgânicos presentes no glicerol bruto. Neste
estudo, utilizou-se levedura comercial desidratada, que
mostrou-se ter capacidade de utilizar o glicerol bruto como
única fonte de carbono e resistência aos componentes
inibitórios. A partir dos resultados obtidos conclui-se que
com as condições estabelecidas neste trabalho, é possível
utilizar glicerol bruto, resultante do processo da produção de
biodiesel, para produzir etanol, embora haja necessidade de
melhoria de condições de contorno para buscar um aumento
de rendimento.
5 – Agradecimentos
Agradecemos ao Campus Matão, onde o trabalho
foi realizado, ao Prof. Mestre Alexandre Cestari, pela
colaboração, ao MEC e MCTIC pelo fomento ao projeto e
bolsas concedidas.
6 - Bibliografia
FARNETTI, E.; CROTTI, C. Selective oxidation of glycerol
to formic acid catalyzed by iron salts. Catalysis
Communications, [s. l.], v. 84, p. 1–4, 2016. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S15667
36716301728>. Acesso em: 3 ago. 2019.
KONG, Pei San et al. Conversion of crude and pure
glycerol into derivatives: A feasibility evaluation. [s. l.],
2016. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.rser.2016.05.054>. Acesso em:
6 ago. 2019.
SAMUL, Dorota; LEJA, Katarzyna; GRAJEK,
Com o fim deste período, submeteu-se os meios Com o final das etapas de destilação, podemos
fermentativos a um processo de destilação, para que fosse observar que os meios contendo glicerina foram superiores
possível obter-se o álcool desejado. Em seguida, o volume ao meio controle, mostrando que a sua utilização como
obtido foi submetido a um densímetro digital, marca substrato para a fermentação, nessas condições, apresentou
(Rudolph Research Analytical – Density Meter, modelo resultados bastantes significativos.
DDM2911), com o método descrito na norma ABNT 15639, Também foi possível avaliar que a utilização da fibra de
o equipamento foi calibrado conforme as normas de boa coco, nessas condições, não apresentou nenhuma influência
prática de laboratório, para a quantificação do percentual de na fermentação, já que seus resultados não apresentaram
etanol presente na amostra. diferenças significativas aos meios contendo a glicerina
bruta.
3 - Resultados e Discussão
As análises relativas a composição glicerina utilizada se 4 – Conclusões
encontram descritas na tabela 01.
Tabela 1 – Análises da glicerina bruta utilizada para Com a realização deste trabalho, foi possível
fermentação. comprovar o potencial do uso da glicerina bruta, como fonte
de substrato para a fermentação alcoólica, fazendo-se uso da
Ensaios Unidade Valores
levedura Saccharomyces cerevisiae, desidrata comercial,
DQO g L-1 1.961,3 para produção de etanol.
-1
Glicerina Livre gL 114,7 Pretende-se futuramente analisar a presença de
Materiais Voláteis % 22,7 outras substâncias na glicerina, descobrindo se serão
Teor de Água % 5,8 prejudiciais para o rendimento da fermentação e para a
qualidade do produto. Bem como analisar o residual de
Teor de Cinzas % 3,0 glicerina não consumida na fermentação, e a produção de
Teor de metanol % 15,9 etanol utilizando a glicerina submetida a alguns pré-
Na e K % 7,0 e 0,02 tratamentos de limpeza, incluindo outras concentrações da
A glicerina foi utilizada para realizar a fermentação fibra de coco.
pela Saccharomyces cerevisiae objetivando a produção de
etanol. Após o período de fermentação, realizou-se a 5 – Agradecimentos
destilação dos meios fermentativos, marcando o seu término
quando se obteve 60mL de destilado. Em seguida, os Ao Campus Matão. Ao MCTIC e ao MEC pelo
destilados obtidos, passaram por um densímetro automático, fomento e bolsas concedidas.
onde foi possível quantificar a sua porcentagem de etanol, de
6 - Bibliografia
acordo com a Tabela 02.
APOLINÁRIO, F. D. B.; PEREIRA, G. de F.; FERREIRA,
Tabela 2 – Destilação
J. P. Biodiesel e Alternativas para utilização da glicerina
Meios Volume (mL) % etanol resultante do processo de produção de biodiesel. Bolsista
Branco 60 32,7 de Valor: Revista de divulgação do Projeto Universidade
M1 60 33,5 Petrobras e IF Fluminense, [S.l.], v. 2, n. 1, p. 141-146, 2012.
M2 60 36,8 CAVALCANTE, L. V. A nova geografia da produção de
coco no Brasil, 2015.Diposnivel em: <
M3 60 38,3
http://www.enanpege.ggf.br/2015/anais/arquivos/9/262.pdf
M4 60 37,2 >. Acessado em 28 de ago. 2019.
Devido a temperatura utilizada na destilação ser MARTINS, C. R.; ALVES, L.; JÚNIOR, J. Produção e
pouco superior a temperatura de ebulição do etanol, o Comercialização de Coco no Brasil Frente ao Comércio
destilado obtido apresentou coloração, ou seja, não estava Internacional: Panorama, Embrapa, 2014. Disponível em:
totalmente incolor, indicando presença de outras substâncias <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/1229
que não apenas o etanol. 94/1/Producao-e-comercializacao-Doc-184.pdf>. Acessado
Com o intuito de realizar a retirada dessas em 28 de ago. 2019.
substâncias indesejadas e aumentar a pureza do etanol MENDES, D. B.; SERRA, J. C. V.; Glicerina: uma
produzido, fez-se uma nova destilação. Desta vez, abordagem sobre a produção e o tratamento. Revista
utilizando-se 40mL do etanol já produzido, e a sua Liberato, Novo Hamburgo, v. 13, n. 20, 2012.
bidestilação ocorreu nas mesmas condições que a primeira, NOGUEIRA C. C. Avaliação do uso de tensoativos nos
tendo seu término quando se obtivessem 5mL de destilado. pré-tratamentos ácido e alcalino diluídos da casca do
coco verde e quantificação de água na pós-lavagem, 2017.
Tabela 3 – Resultados obtidos com a bidestilação Dissertação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Meios Volume (mL) % etanol Programa de Pós-Gradcuação em Engenharia Química.
Branco 5,0 67,9 TAN, H. W., ABDUL AZIZ, A. R., AROUA, M. K. (2013).
M1 5,0 80,1 Glycerol production and its applications as a raw
material. A review. Renewable and Sustainable Energy
M2 5,0 78,7 Reviews, 27, 118–127. Disponível em: <
M3 5,0 80,8 https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1364032
M4 5,0 81,1 113004127?via%3Dihub>. Acessado em 03 de jun. 2019.
5 – Agradecimentos
GCAR, UFAL-IQB, PPGQB, INCT Catálise,
CNPq, CAPES, FINEP, FAPEAL, BNB, RBTB
6 - Bibliografia
DA SILVA M. J.; RODRIGUES F. A.; JÚLIO A. A. SnF2-
catalyzed glycerol ketalization: A friendly environmentally
Figura 2. SbCl3, 80°C, Razão molar 1:4 (glicerol/ácido process to synthesize solketal at room temperature over on
acético). solid and reusable Lewis acid. Chemical Engineering Journal
307 (2017) 828–835
Os melhores resultados foram obtidos com o SbCl5 , HASHIM N. A.; ARDI M.S.; AROUA M.K . Progress,
convertendo 100% de glicerol em apenas 15 minutos de prospect and challenges in glycerol purification process:A
reação, com seletividade de 52%, 28% e 19% para mono, di review. Renewable and Sustainable Energy Reviews 42
e triacetina, respectivamente. Na comparação dos (2015) 1164–1173.
catalisadores clorados, o cloreto de antimônio(V) apresentou KAMARUDIN S.K., ANITHA M., KOFLI N.T. The
maior seletividade para formação de diacetina (43%) e Potential of Glycerol as a Value-Added Commodity.
triacetina (34%), em 180 minutos (Figura 3). Chemical Engineering Journal 295 (2016) 119-130.
LEITÃO R. C.; VASCONCELOS E. A. F., VIANA M. B.;
VALE M. S.; VIANA Q. M.; MEDERO R. I. D.; PINHEIRO
G. C.; FREITAS I. B. F.; DANTAS L. P.; NUNES V.F.;
SANTAELLA S. T. Produção de hidrogênio e metano a
partir de glicerol oriundo de biodiesel. Boletim de pesquisa
e desenvolvimento / Embrapa Agroindústria Tropical, 2018,
ISSN 1679-6543; 180).
NANDA M. R., ZHANG Y., YUAN Z., QIN W. B,
GHAZIASKAR H. S., XU C. (Charles). Catalytic
Conversion of Glycerol for Sustainable Production of
Solketal as a Fuel Additive: A Review. Renewable and
Sustainable Energy Reviews 56 (2016) 1022-1031.
XU J.; HU W., YAN ZHANG, HUANG Y., WANG J., GAO
J. Selective Esterfication of Glycerol With Acetic Acid to
Diacentin Using Antimony Pentoxide as Reusable Catalyst.
Journal Energy Chemistry 24 (2015) 632-636.
Figura 3. SbCl5, 80°C, Razão molar 1:4 (glicerol/ácido
acético).
(A) DBTO
2 - Material e Métodos
Visando a obtenção de monoacilgliceróis (MAG) e
diacilgliceróis (DAG), estudou-se a reação de
transesterificação do óleo de soja (TAG) na presença dos
complexos óxido dibutil de estanho (DBTO), dibutil
dilaurato de estanho (DBTDL) e o catalisador clássico
metóxido de sódio (CH3ONa). Os experimentos foram
realizados em um reator fechado de aço do tipo Parr com
agitação mecânica e termopar para medição de temperatura, (B) DBTDL
munido de saída para retirada de amostras. As reações
foram realizadas na temperatura de 220 °C, com a razão
molar entre o óleo de soja (TAG), o glicerol (GLI) e o
catalisador (CAT) DE 1/6/0,01 (TAG/GLI/CAT). O tempo
reacional variou de 30 minutos à 10 horas, e durante a
reação alíquotas de 2 mL foram retiras, a primeira após 30
minutos e em seguida a cada hora entre o tempo de 1 e 10
horas. Por fim, os produtos foram quantificados por (C) CH3ONa
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC), com
metodologia adaptada de Carvalho et al. (2012). Ao analisar os gráficos da Figura 1 é possível
observar que o consumo de TAG (conversão %) em função
do tempo durante a etapa de controle cinético (de 0 a 4
3 - Resultados e Discussão horas de reação) ocorre de modo exponencial, sendo assim,
Buscando entender o comportamento cinético e tratamentos matemáticos foram realizados afim de as
reacional nas reações de glicerólise entre óleo de soja constantes aparentes, que são apresentadas na Tabela 1,
(TAG) com glicerol (GLI) na presença dos catalisadores juntamente com o erro padrão e do valor do R2.
DBTO e DBTDL se investigou a natureza química dos
Tabela 1: Constantes aparentes de velocidade (Kap) de
substituintes ligados ao estanho e como influenciam na
conversão de TAG, relativas aos resultados de logaritmo
cinética da reação. Em contrapartida, realizou-se o
natural da conversão (%) em função do tempo (h), erro
experimento também na presença de metóxido de sódio
padrão e R2.
(CH3ONa), um catalisador clássico empregado largamente
em glicerólise na indústria (CORMA, A. et al. (2005)). A Catalisador Kap x10 (h-1) Erro padrão R2
Figura 1 mostra o consumo de TAG e respectivamente a DBTO 6,761 0,072 0,955
formação de MAG e DAG. DBTDL 5,096 0,028 0,988
Como se pode observar na Figura 1, o sistema CH3ONa 6,320 0,030 0,991
catalítico utilizando o DBTO apresentou melhor taxa de É importante salientar que as propriedades
conversão de TAG, onde se observou por exemplo que em catalíticas de complexos organoestânicos surgem,
1 hora de reação a conversão de 70%, com formação de principalmente, devido às suas características de ácido de
cerca de 27 e 43% para MAG e DAG, respectivamente. As Lewis. Átomos de estanho são capazes de expandir sua
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
280
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
esfera de coordenação em solução, bem como estabelecer catalíticas dos complexos oxo e hidroxil organoestânicos
permuta associativa de certos ligantes lábeis com outros são maiores, uma vez que podem ativar ambos reagentes, os
compostos em solução. Estas características estão TAG (por coordenação) e GLI (por troca de ligante). Porém
relacionadas ao fato de o estanho ser um metal com orbitais deve-se considerar que os derivados de dibutilestanho(IV)
5d vazios, o que permite a expansão da sua coordenação devem ser mais solúveis que seus análogos monobutil.
através de interação com, principalmente, oxigênio e Alguns estudos disponíveis na literatura corroboram a
nitrogênio que possuem elétrons não ligantes ordem de reatividade exibida por essas espécies em reações
(MENEGHETTI, M.R; MENEGHETTI, S.M.P. (2015)). de transesterificação (JOUSSEAUME, B., et. al., (2003)
São admitidos dois mecanismos, na Outro ponto importante está relacionado ao
transesterificação catalisada por compostos aumento da acidez de Lewis do centro metálico devido à
organoestânicos(IV), isto é, os mesmos podem atuar presença de substituintes oxigenados (OTERA, J., 2004).
puramente como ácidos de Lewis (Figura 2) ou pelo Finalmente, a presença de substituintes alquil é essencial,
mecanismo de troca/inserção (Figura 3). Em ambos, ocorre para que tais catalisadores apresentem atividade (D.L. AN,
a formação do complexo ácido-base de Lewis como et al., 2006.
resultado de uma sobreposição entre o orbital molecular Assim, é possível observar que os complexos
desocupado de mais baixa energia (LUMO) do ácido de organoestânicos estudados apresentaram um bom
Lewis e o orbital molecular ocupado de mais alta energia desempenho nas reações de glicerólise, o que se justifica
(HOMO) da base de Lewis (neste caso particular, o pelos mecanismo que podem atuar (Figura 2 e 3), quando
oxigênio dos grupos carbonila). (MENEGHETTI, M.R; comparados com o CH3ONa ambos apresentam atividade
MENEGHETTI, S.M.P. (2015)). similar como pode ser visto na Tabela 1 com a constante
aparente de velocidade. Tal resultado demonstra a
Figura 2: Reações ocorrendo através do mecanismo de efetividade dos catalisadores de estanho(IV) empregados
ácido de Lewis: A) Ataque nucleofílico intermolecular e B) nesse estudo, em comparação a um sistema clássico, com a
ataque nucleofílico intramolecular do álcool previamente vantagem dos catalisadores a base de metais não
coordenado no metal. apresentarem os inconvenientes que o sistema clássico
apresenta. (CORMA, A. et al., 2005).
4 – Conclusões
Conforme se pôde observar os catalisadores
organoestânicos estudados apresentaram um resultado
similar sistema clássico usado com fim comparativo. Com
isso, mostrando a relevância dos sistemas catalíticos
operando com complexos de Sn(IV) por apresentarem
A B desempenho análogo ao sistema clássico e com a vantagem
de não apresentar problemas reacionais como corrosão de
equipamentos e formação de produtos indesejáveis por
A Figura 3 apresenta o mecanismo de
operarem em temperaturas mais brandas.
troca/inserção, que é constituído de três etapas básicas.
Inicialmente ocorre a troca associativa do álcool no
composto de estanho, posteriormente a coordenação e 5 – Agradecimentos
inserção do grupo carboxílico na ligação Sn-O do alcóxido GCAR, FINEP, CAPES, FAPEAL, CNPq, INCT-
de estanho e por fim acontece a troca associativa do CATÁLISE.
intermediário com a dissociação do éster do centro metálico
(MENEGHETTI, M.R; MENEGHETTI, S.M.P, (2015)). 6 - Bibliografia
Figura 3: Ilustração da reação de transesterificação
catalítica baseada em organoestânico IV através do CORMA, A.; BEE, S.; HAMID, A.; IBORRA. S.; VELTY, A.
mecanismo de troca/inserção. Lewis and Brönsted basic active sites on solid catalysts and their
R X
role in the synthesis of monoglycerides. Journal of Catalysis 234
R
Sn
X
(2005) 340–347.
HX R'''OH
D. L. AN, Z. PENG, A. ORITA, A. KURITA, S. MAN-E, K.
R ''' R OR''' OHKUBO, X. LI, S. FUKUZUMI, J. OTERA, Chem. Eur. J.
OO
R'C
(2006) 12, 1642 – 1647.
Sn
R OR'''
R'COOR''
R'''OH
F. FRUSTERI et al. Catalytic etherification of glycerol by tert-
R' R' OR''
R O OR''' O
butyl alcohol to produce oxygenated additives for diesel fuel/
R OR'''
R
Sn
OR''' R
Sn
OR'''
Applied Catalysis A: General 367 (2009) 77–83.
R''OH
R'
H
OR'''
JOUSSEAUME, B., LAPORTE, C., RASCLE, M-C.,
R
Sn
O OR''
TOUPANCE, T., Chem. Commun. (2003) 1428-1429.
R OR'''
M. S. CARVALHO, M. A. MENDONÇA, D. M. M. PINHO, I. S.
RESCKC, P. A. Z. SUAREZ. J. Braz. Chem. Soc., 23 (2012) 763-
Portanto, a ordem de reatividade pode ser
769.
analisada pela acidez de Lewis do catalisador, sem MELERO, J. A et al.; 2012. Etherification of biodiesel-derived
desconsiderar a influência da compatibilidade do glycerol with ethanol for fuel formulation over sulfonic modified
catalisador no meio de reação. É aceito que as atividades catalysts. Bioresource Technology 103 (2012) 142–151.
perdas por efluentes das silagens de capim-elefante (Tabela Equações de regressão: Y0=83,2 - 0,3X + 4,5x10-3X2;
2). Andrade et al. (2012) também observaram maior perda Y10=85,9 - 0,2X + 3,4x10-3X2; Y20=91,5 + 4,5x10-2X -
por efluentes no último tempo de abertura estudado, em 6,9x10-3X2; Coeficiente de variação: 1,5%.
silagens de capim-elefante.
De acordo com Pacheco et al. (2014), a taxa de
Segundo LOURES et al. (2005), as silagens com
recuperação da matéria seca é altamente afetada pelas
menores teores de MS apresentam maiores perdas por
perdas por produção de efluentes e por gases das silagens de
efluentes, que foi observado no presente trabalho. Dessa
capim-elefante, sendo o cálculo determinado em função
forma, observou-se que o FC utilizado na ensilagem de
dessas duas variáveis, ou seja, naqueles tratamentos onde
capim-elefante possui elevado potencial como aditivo
ocorreram maiores perdas por gases e por efluentes, o índice
absorvente de umidade, em virtude do aumento dos teores
de recuperação de matéria seca é menor. A silagem
de MS, que esteve diretamente relacionado com a menor
originada com o maior teor de MS tende a resultar em
produção de efluentes, o que pode está associado com
elevação do índice de recuperação de matéria seca,
maior favorecimento de fermentações desejáveis.
resultado que foi observado no presente trabalho,
Observou-se comportamento quadrático em
justificando a utilização do FC.
função da interação níveis x tempos para as perdas por
gases das silagens de capim-elefante. As silagens exclusivas
de capim-elefante, adicionadas de 10 e 20% do FC, 4 – Conclusões
apresentaram perdas máximas estimadas por gases de 15,0; As perdas por gases e por efluentes foram
13,5 e 10,3% aos 17; 28 e 34 dias, respectivamente (Tabela reduzidas e o índice de recuperação de matéria seca das
3). silagens de capim-elefante foi aumentado com a inclusão do
farelo de crambe. O maior nível de inclusão (20%) do farelo
Tabela 3 - Perdas por gases (% da MS) das silagens de de crambe promoveu as melhores características nas silagens
capim-elefante em função dos níveis de inclusão (NI) do de capim-elefante.
farelo de crambe e dos tempos de abertura dos silos, em
dias, após a ensilagem, com as respectivas médias e 5 – Agradecimentos
coeficiente de determinação (R2).
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
NI Tempos de abertura
Média R2 Científico e Tecnológico – CNPq, ao Conselho de
(%) 1 5 10 20 40 60 Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e à
0 12 16,8 15,3 14,3 14,3 11,3 14 0,70 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri -
UFVJM, pelo apoio para a realização deste trabalho.
10 9,9 11,8 13,2 13,4 11,6 9,6 11,6 0,87
20 7,0 8,5 8,3 9,5 10,3 8,5 8,7 0,95 6 - Bibliografia
Média 9,6 12,4 12,3 12,4 12,1 9,8 ANDRADE, P. A.; QUADROS, D. G. de; BEZERRA, A.
Equações de regressão: Y0=13,8 + 0,1X - 2,9x10-3X2; Y10 = R. G.; ALMEIDA, J. A. R.; SILVA, P. H. S.; ARAÚJO, J.
Y10=10,7 + 0,2X - 3,6x10-3X2; Y20=Y20=6,9 + 0,2X - A. M. Aspectos qualitativos da silagem de capim-elefante
2,9x10-3X2; Coeficiente de variação: 7,7%. com fubá de milho e casca de soja. Semina: Ciências
Agrárias, v. 33, n. 3, p.1209-1218, 2012.
Verificou-se comportamento quadrático em CRUZ, C. D. Genes: a software package for analysis in
função da interação níveis x tempos das silagens de capim- experimental statistics and quantitative genetics. Acta
elefante para o índice de recuperação de matéria seca Scientiarum. Agronomy, v. 35, n. 3, p.271-276, 2013.
(Tabela 4). No qual teve menor valor observado aos 10 dias JOBIM, C. C.; NUSSIO, L. G.; REIS, R. A.; SCHIMIDT,
com 79,0% das silagens exclusivas de capim-elefante, e, as R. Avanços metodológicos na avaliação da qualidade da
silagens com adição de 10 e 20 % do FC, o menor índice de forragem conservada. Revista Brasileira de Zootecnia, v.
recuperação de matéria seca observado foi de 81,1 e 91,0%, 36, suplemento especial, p.101-119, 2007.
respectivamente, ambas aos 10 dias após a ensilagem LOURES, D. R. S.; NUSSIO, L. G.; PAZIANI, S. de F.;
(Tabela 4). PEDROSO, A. de F.; MARI, L. J.; RIBEIRO, J. L.;
ZOPOLLATTO, M.; SCHMIDT, P.; JUNQUEIRA, M. C.;
Tabela 4. Índice de recuperação de matéria seca (%) das PACKER, I. U.; CAMPOS, F. P. de.. Composição
silagens de capim-elefante em função dos níveis de inclusão bromatologica e produção de efluente de silagens de capim-
(NI) do farelo de crambe e dos tempos de abertura dos silos, tanzania sob efeitos do emurchecimento, do tamanho de
em dias, após a ensilagem, com as respectivas médias e partícula e do uso de aditivos biológicos. Revista Brasileira
coeficientes de determinação (R2). de Zootecnia, v. 34, n. 3, p.726-735, 2005.
NI Tempos de abertura PACHECO, W. F.; CARNEIRO, M. S. de S.; PINTO, A.
Média R2 P.; EDVAN, R. L.; ARRUDA, P. C. L. de; CARMO, A. B.
(%) 1 5 10 20 40 60 R. do. Perdas fermentativas de silagens de capim-elefante
0 85,5 79,6 79,0 80,1 79,3 81,5 80,8 0,68 (Pennisetum purpureum schum.) com níveis crescentes de
feno de gliricídia (Gliricidia sepium). Acta Veterinaria
10 88,1 83,6 81,1 84,0 83,1 84,3 84,0 0,60
Brasilica, v. 8, n. 3, p.155-162, 2014.
20 91,4 92,6 91,0 92,8 93,2 94,0 92,5 0,84 PITOL, C.; BROCH, D. L.; ROSCOE, R. Tecnologia e
Média 88,3 85,3 83,7 85,6 85,2 86,6 produção: crambe 2010. Maracaju: Fundação MS para
Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuária, 2010.
60p.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
287
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
5 – Agradecimentos
CNPq, CAPES, UFVJM
6 - Bibliografia
BONFÁ, C. S.; GUIMARÃES, C. G.; EVANGELISTA, A.
Em relação à população de fungos leveduriformes R.; SANTOS, A. S. dos; PANTOJA, L. de A.; CASTRO, G.
(FL) (leveduras), observou-se que o maior número de H. de F. Evaluation of sugarcane silages added with macaúba
colônias de FL foi encontrado nas silagens exclusivas de cake. Acta Scientiarum Animal Sciences, v. 40, e37571,
cana-de-açúcar, que apresentaram 4,23 log ufc/g de silagem. 2018;
Com os NI de 3, 10 e 17%, o número de colônias reduziu ISARANKURA-NA-AYUDHYA, C.; PANPUMTHONG,
para 4,13, 3,07 e 0,86 log ufc/g de silagem, respectivamente. P.; TANGKOSAKUL, T. et al. Shedding light on the role of
Com o NI de 20% de FC, não houve o crescimento de FL nas Vitreoscilla hemoglobin on cellular catabolic regulation by
silagens, conforme evidenciado pela seguinte equação proteomic analysis. Int J Biol Sci.;4:71–80; 2007;
ajustada: FL = 4,23-0,01·NI2 KUNG Jr., L.; STOKES, M. R. Analyzing silages for
Os resultados obtidos evidenciam que a inclusão do fermentation and products. 2001. Disponível em:
FC na ensilagem de cana-de-açúcar desfavoreceu o <http://www.ag.udel.edu/departmentes/anfs/staff/kung/exte
desenvolvimento das leveduras (Gráfico 1), visto que as nsion>. Acesso em Maio de 2015;
silagens exclusivas de cana-de-açúcar estimulam McDONALD, P.; HENDERSON, A. R.; HERON, S. J. E.
intensamente a atividade dos FL que, em meio anaeróbico, The biochemistry of silage. 2nd ed. Marlow: Chalcomb,
convertem açúcares a etanol, dióxido de carbono e água, 340 p. 1991;
causando reduções de até 70% no teor de carboidratos PEDROSO, A. F.; NUSSIO, L. G.; PAZIANI, S. F.;
solúveis, aumento dos componentes da parede celular e LOURES, D. R. S.; IGARASI, M. S.; COELHO, R. M.;
perdas de matéria seca (PEDROSO et al., 2005). Os PACKER, J. H.; GOMES, L. H. Fermentation and epiphytic
resultados obtidos com a contagem de colônias de FL microflora dynamics in sugar cane silage. Scientia Agricola,
corroboram com a produção de etanol, pois tanto o número v.62, p.427-432, 2005;
de colônias quanto a produção de etanol foram reduzidas QUEIROZ, M. A. A.; SILVA, J. G.; GALATI, R. L.;
com a inclusão de níveis crescentes de farelo de crambe à OLIVEIRA, A. F. M. Características fermentativas e
ensilagem da cana-de-açúcar. bromatológicas de silagens de cana-de-açúcar com taboa.
Os resultados obtidos da quantificação de colônias Revista Ciência Rural [online].Vol.45,n.1,p.136-141.
dos fungos leveduriformes podem ser visualizados no 2015.ISSN:1678-4596. http://dx.doi.org/10.1590/0103-
Gráfico de Superfície de Resposta abaixo (Gráfico 2). 8478cr20140164. 2015;
SCHMIDT, P.; NUSSIO, L. G.; QUEIROZ, O. C. M.;
Gráfico 2: Superfície de resposta da variável “fungos SANTOS, M. C.; ZOPOLATTO, M.; TOLEDO FILHO, S.
leveduriformes” (FL), representado por log UFC/g de G. de; DANIEL, J. L. P. Effects of Lactobacillus buchneri
silagem, em função dos níveis de inclusão do farelo de on the nutritive value of sugarcane silage for finishing beef
crambe, avaliados durante 60 dias bulls. Revista Brasileira de Zootecnia, v.43, p.8-13, 2014;
VOLTOLINI, T.V.; SILVA, J.G.; SILVA, W.E.L.;
NASCIMENTO, J.M.L.; QUEIROZ, M.A.A.; OLIVEIRA,
A.R. Valor nutritivo de cultivares de cana-de-açúcar sob
irrigação. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal,
v.13, p.894-901, 2012.
justificadas pelo tipo de material adicionado à cana-de- Com a inclusão de 3, 10, 17 e 20% da TM na
açúcar no momento da ensilagem, visto que a torta de ensilagem de cana-de-açúcar, o número de colônias de FL
macaúba é um material absorvente de umidade, o que passou de 2,81, 2,25, 1,69 e 1,46 log ufc/g de silagem, para
favoreceu o processo fermentativo, contribuindo para 5,45, 4,28, 3,11 e 2,61 log ufc/g de silagem, respectivamente.
determinar a microflora do material ensilado, através de Estes resultados podem ser visualizados no Gráfico de
menores contagens de microrganismos indesejáveis para a Superfície de Resposta representado pela Figura 2.
produção de silagens de qualidade, que será discutido adiante Silagens de cana-de-açúcar apresentam intensa
e pode ser mais detalhado nos trabalhos de Bonfá et al. atividade de FL que, em meio anaeróbico, convertem
(2018) e Guimarães et al. (2018). açúcares a etanol, dióxido de carbono e água, o que provoca
Portanto, o uso da TM na ensilagem da cana-de- reduções de até 70% no teor de carboidratos solúveis,
açúcar contribuiu para reduzir a fermentação alcoólica do aumento dos componentes da parede celular e perdas de
material ensilado quando as silagens foram aditivadas com matéria seca.
este coproduto até o nível de 17% de inclusão. Estes
resultados podem ser visualizados no Gráfico de Superfície 4 – Conclusões
de Resposta representado pela Figura 1.
A torta de macaúba apresenta potencial para ser
utilizado na alimentação animal, através de sua inclusão na
ensilagem de cana-de-açúcar, pois contribuiu,
principalmente, com a redução de até 27,13% nos teores de
etanol produzidos ao longo do processo fermentativo, que é
um dos grandes entraves do uso da cana na forma de silagem.
5 – Agradecimentos
CNPq, CAPES, UFVJM
6 - Bibliografia
BONFÁ, C. S.; GUIMARÃES, C. G.; EVANGELISTA, A.
R.; SANTOS, A. S. dos; PANTOJA, L. de A.; CASTRO, G.
Figura 1. Superfície de resposta da variável “teor de etanol” H. de F. Evaluation of sugarcane silages added with macaúba
(%ET), em função dos níveis de inclusão da torta de cake. Acta Scientiarum Animal Sciences, v. 40, e37571,
macaúba, avaliados durante 60 dias 2018;
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento.
Em relação à população de fungos leveduriformes Acompanhamento da safra brasileira da cana-de-açúcar, v. 5
(FL) (leveduras), as silagens exclusivas de cana-de-açúcar - Safra 2018/19, n. 4 – Quarto levantamento, Brasília, 75 p.,
apresentaram as maiores contagens de FL, com 3,04 log Abril 2019;
ufc/g de silagem no primeiro tempo de abertura avaliado GUIMARÃES, C. G; BONFÁ, C. S.; EVANGELISTA, A.
(TA=0). Decorridos os 60 dias de armazenamento do R.; SANTOS, A. S. dos; PANTOJA, L. de A.; CASTRO, G.
material, o número de colônias aumentou para 5,95 log ufc/g H. de F. Fermentation characteristics of elephant grass
de silagem. Com os maiores níveis de inclusão da TM à silages with macaúba cake. Acta Scientiarum. Animal
ensilagem da cana-de-açúcar, observou-se que o número de Sciences, v. 40, e42523, 2018;
colônias de FL reduziu, conforme evidenciado pela equação ISARANKURA-NA-AYUDHYA, C.; PANPUMTHONG,
ajustada: P.; TANGKOSAKUL, T. et al. Shedding light on the role of
FL=3,04-0,08·NI+0,06·TA-(26·10-5)·TA2-(14·10-4)·NI·TA Vitreoscilla hemoglobin on cellular catabolic regulation by
proteomic analysis. Int J Biol Sci.;4:71–80; 2007.
KUNG Jr., L.; STOKES, M. R. Analyzing silages for
fermentation and products. 2001. Disponível em:
<http://www.ag.udel.edu/departmentes/anfs/staff/kung/exte
nsion>. Acesso em Maio de 2015;
LOPES, J.; EVANGELISTA, A. R. Características
bromatológicas, fermentativas e população de leveduras de
silagens de cana-de-açúcar acrescidas de uréia e aditivos
absorventes de umidade. Revista Brasileira de Zootecnia,
Viçosa, MG, v. 39, n. 5, p. 984-991, 2010;
MOTA, C. J. A.; PESTANA, C. F. M. Coprodutos da
Produção de Biodiesel. Revista Virtual de Química. v. 3, p.
416-425, 2011;
SCHMIDT, P.; MARI, L. J.; NUSSIO, L. G.; PEDROSO, A.
Figura 2. Superfície de resposta da variável “fungos de F.; PAZIANI, S. de F.; WECHSLER, F. S. Aditivos
leveduriformes” (FL), representado por log UFC/g de químicos e biológicos na ensilagem de cana-de-açúcar:
silagem, em função dos níveis de inclusão da torta de composição química das silagens, ingestão, digestibilidade e
macaúba, avaliados durante 60 dias comportamento ingestivo. Revista Brasileira de Zootecnia,
v.36, n.5, p.1666-1675, 2007.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
291
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
present case WCO) to be adsorbed into the pore, and due to 11 26(0) 50(-1.68) 2.50(0) 65
12 26(0) 200(+1.68) 2.50(0) 65
the process exothermic nature. Minimum temperature 13 26(0) 125(0) 1(-1.68) 48
conditions favor adsorption in most processes (CHEN et al., 14 26(0) 125(0) 4(+1.68) 61
2016). As reported in the Response surface (Figure 1 (b)) 15 26(0) 125(0) 2.5(0) 59
16 26(0) 125(0) 2.5(0) 57
and confirmed by the tests with minimum temperature 17 26(0) 125(0) 2.5(0) 59
observed in Table 1, when minimum temperature
conditions were tested ally to the maximum adsorbent
mass, the concentration of free fatty acids in the WCO was 4 – Conclusions
reduced, characterizing the exothermic nature of the
The SBFA proved to be efficient in the waste
process (i.e. Tests 7 and 9, using 22ºC with 3.39 g of SBFA
cooking oil treatment in relation to minimize free fatty
and 20ºC with 2.5 g of SBFA, respectively). acids, promoting reductions from 46 to 69%. The best
The adsorption efficacy of a solid material is results at the tested conditions were obtained with the
related to the nature of the adsorbent, its functional groups, lowest temperature and maximum adsorbent mass, proving
type of adsorbate (WCO) and the conditions imposts to the the exothermic characteristic of the same. The treatment of
process (adsorbent/adsorbate ratio, agitation and cooking oil with bagasse ash presents advantages from
temperature). According to Bonassa et al (2016) and economic, social and environmental point of view, once the
Embong et al. (2015) bagasse fly ash is typically gray, oil and adsorbent present low cost than virgin vegetable
abrasive and alkaline, and the possible applicability of the oils, commonly used in the production of biodiesel, allied to
same in adsorption is due to its physical properties (porosity the management of residues that promote negatively
and great surface area) and presence of alumina, silica, impacts to the environment and with these factors there are
carbon and oxides of calcium, magnesium and iron on the the purification of a raw material, promoting to it better
surface. Its active sites with positive charges (Na+, K+), quality, so, WCO can be used to biodiesel synthesis
presence of SiO2 and alkaline nature makes it a good meeting the energy demand coupled with lower costs.
material for the adsorption of acid molecules in the
neutralization phenomenon.
5 – Acknowledgments
(a)
Capes.
> 80
100 < 64
Acidity reduction (
80 < 44
6 – Bibliography
60
40 BATRA et al. Characterization of unburned carbon in
20 bagasse fly ash.Fuel, v. 87, p. 2972-2976, 2008.
2 ,0 BONASSA et al. Sugarcane bagasse ash for waste cooking
%)
2
Ad 1 , 51 , 0 1 ,0
so 1 ,5
rbe 0 , 5 ,0 0
0,5 ,0 ) oil treatment applications.Journal of Environmental
nt 0 5
ma - 0 , 1 ,0 - ,0 ( ºC
-1 0,5 re Chemical Engineering, v. 4, n. 4, p. 4091-4099, 2016.
ss - - 1 ,5 -2 -1,5 ,0 e r atu
(g) 0
- 2 , ,0 mp CHEN et al. Adsorption properties of macroporous
Te
(b) adsorbent resins for separation of anthocyanins from
(1)Temperature (ºC)(L) -2,38104
mulberry, Food Chemistry, v. 194, p. 712-722, 2016.
1Lby3L -1,43585 CHINGONO et al. Adsorption of sugarcane vinasse
(3)Adsorbent mass (g)(L) ,6689144 effluent on bagasse fly ash: A parametric and kinetic study.
1Lby2L ,5908419
Journal of Environmental Management, v. 224, p. 182-
2Lby3L ,2380257
190, 2018.
EMBONG et al. Effectiveness of low-concentration acid
(2)Rotation (rpm)(L) ,0961511
and solar drying as pre-treatment features for producing
p=,05
Standardized Effect Estimate (Absolute Value) pozzolanic sugarcane bagasse ash.Journal of Cleaner
Production, v. 112, 2015.
Figure 1. (a) Pareto chart and (b) response surface of acid Instituto Adolfo Lutz. Métodos Físicos-Quimicos Para
value reduction using sugarcane bagasse ash. Análise de Alimentos, 2008.
NAZRIATI et al. Using bagasse ash as a silica source when
Table 1.Planning Matrix (CCRD) with the results obtained preparing silica aerogels via ambient pressure drying.
to the acidity reduction. Journal of Non-Crystalline Solids, v. 400, p. 6-11, 2014.
Tests Coded and real values Acidityreduction
T (ºC) A (rpm) m (g) (%) SAHAR et al. Biodiesel production from waste cooking oil:
1 22(-1) 80.36(-1) 1.61(-1) 61 An efficient technique to convert waste into biodiesel.
2 30(+1) 80.36(-1) 1.61(-1) 58 Sustainable Cities and Society, v. 41, p. 220-226, 2018.
3 22(-1) 169.6(+1) 1.61(-1) 61
4 30(+1) 169.6(+1) 1.61(-1) 57
SIMATE et al. Coal-based adsorbents for water and
5 22(-1) 80.36(-1) 3.39(+1) 60 wastewater treatment. Journal of Environmental
6 30(+1) 80.36(-1) 3.39(+1) 46 Chemical Engineering, v. 4, n. 2, p. 2291-2312.
7 22(-1) 169.6(+1) 3.39(+1) 69
8 30(+1) 169.6(+1) 3.39(+1) 53
9 20(-1.68) 125(0) 2.50(0) 63
10 32(+1.68) 125(0) 2.50(0) 56
Lara Talita Schneider (Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Toledo, laarats@gmail.com), Gabriela Bonassa
(Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Campus Cascavel, gabrielabonassa@gmail.com), Joel Gustavo Teleken
(Universidade Federal do Paraná – Setor Palotina, joelteleken@gmail.com)
Já o índice de peróxido, de acordo com o método Diante dos testes experimentais, verificou-se que a
proposto pela AOAC (1997), e calculado com base na velocidade de agitação influencia no tratamento, e que
Equação 2: maiores velocidades proporcionam remoções superiores de
ácidos graxos livres e peróxidos, possivelmente devido ao
IP = (A-B) x N x 1000 ÷ P (2) maior contato entre a superfície do adsorvente e o óleo
residual.
em que: IP = Índice de peróxido (meq.kg de amostra); A = É de grande importância que a maior quantidade de
Volume de Na2S2O3 gasto na titulação (mL); B = Volume subprodutos advindos de diversas áreas sejam
de Na2S2O3 gasto na titulação do óleo sem tratamento (mL); reaproveitados, como neste caso, tanto a casca de arroz
N = Normalidade da solução de Na2S2O3; P = Massa de quanto o óleo residual, agregando valor as cadeias
óleo (g). produtivas e beneficiando o meio ambiente em virtude da
redução de rejeitos depositados de maneira incorreta em
locais inadequados.
3 - Resultados e Discussão
Na Tabela 2, observam-se os valores de redução
5 – Agradecimentos
dos índices de acidez e peróxidos dos óleos que passaram
pelo tratamento em condições experimentais distintas. Agradeço a CAPES - Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela
Tabela 2. Resultados de porcentagem de redução dos concessão de bolsa de estudos durante o periodo de
índices de acidez e peróxidos nos respectivos processos desenvolvimento do projeto.
realizados
Teste Temp Mads (g) A (rpm) %R IA % RIP
(ºC) 6 - Bibliografia
1 20 2,81 50 10 7 AHMAD, Z.; PATLE, D. S.; RANGAIAH, G. P. Operator
2 20 2,81 125 35 9 training simulator for biodiesel synthesis from waste cooking
oil. Process Safety and Environmental Protection, v. 99, p.
Observa-se na Tabela acima que ambos os 55–68, 2016.
processos proporcionaram ao óleo residual a redução dos ALI, R. M.; HAMAD, H. A.; HUSSEIN, M. M.;
índices de acidez e peróxidos. Porém, o teste 2, conduzido MALASHB, G. F. Potential of using green adsorbent of
em maior velocidade de agitação, apresentou valores heavy metal removal from aqueous solutions: Adsorption
superiores, atingindo reduções de acidez e peróxidos de 35 kinetics, isotherm, thermodynamic, mechanism and
e 9%, respectivamente, em relação ao óleo residual sem economic analysis. Ecological Engineering, v. 91, p. 317–
tratamento. 332, 2016.
De acordo com a literatura, diversos parâmetros AL-QODAH, Z. Adsorption of Dyes Using Shale Oil Ash.
relacionados tanto as características do material adsorvente, Water Resources, v. 34, n. 17, p. 4295-4303, 2000.
quanto às condições operacionais do processo influenciam AOAC – Association of official analitical chemists. Official
no processo de adsorção. Dentre eles, a agitação, methods of analysis. 15. ed. Washington, D.C. Editorial
considerada um fator importante por proporcionar por meio Board, 1997.
da dispersão homogênea das partículas e do maior contato FELIZARDO, P.; CORREIA, M, J, N,; RAPOSO, I.
íntimo entre elas, o aumento da taxa de transferência de Production of biodiesel from waste frying oils. Waste
massa, sendo que maiores agitações facilitam o transporte Management, n. 26, p.487–494, 2006.
do adsorvato e proporcionam uma maior difusão entre INSTITULO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do
adsorvato/adsorvente (O’NEILL et al., 2007; AL-QODAH, Instituto Adolfo Lutz: Métodos químicos e físicos para
2000). análise de alimentos. 3 ed. São Paulo: IMESP, 1985.
Como citado, as maiores remoções foram JI, X.; LONG, X. A review of the ecological and
observados no teste conduzido em maior agitação, sendo socioeconomic effects of biofuel and energy policy
assim, possivelmente a velocidade de agitação de 50 rpm recommendations. Renewable and Sustainable Energy
não foi suficiente para proporcionar a dispersão das Reviews, v. 61, p. 41–52, 2016.
partículas, concluindo-se que maiores velocidades de MANEERUNG, T.; KAWI, S.; DAI, Y.; WANG, C-H.
agitação favorecem o tratamento do óleo residual, assim Sustainable biodiesel production via transesterification of
como o observado por Ali et al. (2016), que, utilizando waste cooking oil by using CaO catalysts prepared from
cascas de amendoim para a remoção de metais pesados de chicken manure. Energy Conversion and Management, v.
solução aquosas, fixaram uma velocidade de agitação de 123, p. 487–497, 2016.
150 rpm. O’NEILL, A.; ARAÚJO, R.; CASAL, M.; GUEBITZ, G.;
CAVACO-PAULO, A. Effect of the agitation on the
4 – Conclusões adsorption and hydrolytic efficiency of cutinases on
polyethylene terephthalate fibres. Enzyme and Microbial
Os resultados obtidos comprovam o potencial Technology, v. 40, p. 1801–1805, 2007.
adsorvente da casca de arroz para a redução de compostos VALENCIA, M. J.; CARDONA, C. A. The Colombian
presentes no óleo que influenciam negativamente na biofuel supply chains: The assessment of current and
conversão e rendimento durante a reação de produção de promising scenarios based on environmental goals. Energy
biodiesel. Policy. v. 67, p. 232-242, 2014.
Classificação
ativado, com seus grupos funcionais ativos interagindo com
Vm (cm3 g-1)
Sm (m2 g-1)
Amostras
ØP (Å)
semi-empírico, observou-se, além das forças fracas de van
der Waals, também as interações tipo ligações de hidrogênio
SM 2,662 - 0,006557 0,0002164 98,50 Meso (2,8 Å), formadas entre um átomo de hidrogênio de uma
SMC 109,380 140,7 0,07522 0,04999 27,50 Meso
molécula de AGL com um átomo de oxigênio de um grupo
ativo presente no carvão ativado, e vice-versa. Sugere-se
CAC 564,400 819,8 0,3564 0,2913 25,26 Meso
também, no caso de a molécula entrar parcialmente nos
poros, que esta parte inserida possa fazer a interação com os
A distribuição de volume de poros foi majoritária grupos funcionais presentes no interior do poro da mesma
de mesoporos, com diâmetros entre 30 Å e 40 Å. Somente forma como interagiriam na superfície do adsorvente.
alguns poros alcançaram 850 Å na amostra de SM, 1.300 Å
no SMC e 1.100 Å no CAC, indicando a presença de
macroporos. Tais dados justificam os valores baixos obtidos 4 – Conclusões
para volume de poros e área superficial de microporos em Ainda que as moléculas do AGL não possam entrar
todas as amostras. totalmente nos poros dos carvões, ficando apenas em suas
Os principais ácidos graxos presentes nas amostras superfícies, é possível que estas interações superficiais sejam
de ORF estão descritos na Tabela 2. as responsáveis pela adsorção da acidez livre no óleo residual
de fritura, melhorando sua qualidade no que diz respeito a
Tabela 2: Perfil de ésteres da amostra de ORF e dimensões dos seus diminuição da acidez do mesmo
ácidos graxos, estimadas pelo método computacional MMFF94.
ORF dlonga dmédb
Molécula de ácidos
graxos TR AR
(Å) (Å)
Dimensões
5 – Agradecimentos
(min) (%) À UFPR – setor Palotina/PR e ao Programa de Pós-
C14:0 Mirístico 14,303 0,22 19,4 2,2
C16:0 Palmítico 18,268 12,05 22,0 2,2 Graduação Strictu Sensu (mestrado) em Bioenergia.
C18:0 Esteárico 22,240 4,33 24,1 2,2
C18:1 Oleico 22,682 32,20 14,5 7,6
C18:2 Linoleico 23,570 43,26 14,2 6,8 6 - Bibliografia
C18:3 Linolênico 24,675 3,77 10,8 8,7
C20:0 Araquídico 25,802 0,34 26,6 2,2 COSTA, A. E. da. Purificação de biodiesel com uso de adsorventes
TR: Tempo de resposta; AR: área relativa. a Diâmetro longitudinal (Å); b alternativos. 163 f. Teste (Doutorado em Engenharia Química).
Diâmetro médio (Å). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, UFSC,
Florianópolis/SC, 2010.
Pela composição em ácidos graxos do ORF, pode- CORRO, G.; TELLEZ, N.; JIMENEZ, T.; TAPIA, A.;
se simular e estimar o tamanho e geometria destas moléculas, BANUELOS, F.; VAZQUEZ-CUCHILLO, O. Biodiesel from
waste frying oil. Two step process using acidified SiO2 for
relacionando-os com o diâmetro de poros (Tabela 1) do
esterification step. Elsevier - Catalysis Today. v. 166, p. 116-122,
adsorvente em estudo e com a capacidade de adsorção em out.2010. Disponível em <http://www.elsevier.com/locate/cattod>
monocamada, a fim de avaliar se haveria acesso diretamente Acesso em: 14 jun. 2015.
ao poro ou somente na superfície dos adsorventes. Pelo DIYA’UDDEEN, B. H.; AZIZ, A. R. A.; DAUD, W.M.A.W.;
método MMFF94, acredita-se que seja possível que os CHAKRABARTI, M.H. Performance evaluation of biodiesel from
AGL`s difundam pelos poros, uma vez que suas dimensões used domestic waste oils: A review. Process Safety and
(Tabela 2) são menores que a dos poros dos adsorventes. Já Environmental Protection v. 9 0, p. 164–179, 2012.
no método HF, a molécula de ácido oléico (Figura 1) possui IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Diagnóstico dos
um tamanho maior que os poros dos adsorventes, resíduos orgânicos do setor agrossilvopastoril e agroindústrias
associadas – Relatório de pesquisa, 134 p. Secretaria de Assuntos
considerando todo o espaço teórico ocupado pela “nuvem”
Estratégicos da Presidência da República, Brasília, 2012.
de elétrons nela existentes (núcleos, ligações e elétrons). LOPES, C. W.; BERTELLA, F.; PERGHER, S. B. C.; FINGER, P.
Deste modo, a molécula não conseguiria adentrar H.; DALLAGO, R. M.; PENHA, F. G. Síntese e caracterização de
completamente nos poros com tanta facilidade. carvões ativados derivados do sabugo de milho: perspectiva.
Erechim. v.37, n.139, p.27-35, setembro/2013. Disponível em <
http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/139_360.pdf>
Acesso em 20 jan. 2017.
LORA, E. E. S.; AYARZA, J. A. C. Gaseificação. CORTEZ, Luis
Augusto Barbosa (Org). Biomassa Para Energia. Campinas-SP:
Editora Unicamp, 2008. p. 241-327
MAHAJAN, S; KONAR, S. J.; BOOCOCK, D. G. B. Journal of
American Oil Chemists Society, 2007, 84: 189-195.
SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. (7a Ed) (2002). Química Orgânica
Figura 1:Estrutura tridimensional do ácido oleico, obtida - Vol 2. Rio de Janeiro-RJ: Editora LCT.
pelo método HF. WEBLEY, P.A.; SUN, Y. Preparation of activated carbons from
corncob with large specific surface area by a variety of chemical
activators and their application in gas storage. Chemical
Engineering Journal, v.162, p. 883-892, 2010.
2 - Material e Métodos
3 - Resultados e Discussão
Os RAHLF R1, R2 e R3 foram instalados na área
externa do IPBEN Lab Central (Rio Claro – SP) e mantidos A conversão de AGV ocorreu nos 3 reatores. Tal
sem controle de temperatura durante a fase de partida fato confirmou que a etapa limitante na degradação do
(Figura 1). O inoculo utilizado foi lodo granular glicerol bruto não ocorreu na hidrólise, mas na
proveniente de reator UASB (Upflow Anaerobic Sludge metanogênese, pelo acúmulo de ácidos na partida dos
Blanket) tratando resíduos do abate de avicultura (Avícola reatores R2 e R3. A média de AGV no efluente do reator
R3 foi de 2748 (± 1454) mg L-1, enquanto no efluente do consumidos nos reatores R2 e R3 com gerações de CH4 em
reator R1 foi de 386 (± 405) mg L-1. Esses resultados de 38,8 e 69,7 L de CH4 por m3 d-1, respectivamente.
indicaram uma maior conversão do glicerol em AGV, do Próximas etapas serão realizadas com COV
que seu consumo nos reatores R2 e R3 na partida. No elevadas de glicerol bruto buscando seu uso sustentável na
ensaio 1 com a redução na velocidade de entrada do cadeia de produção do biodiesel.
afluente de 6,33 para 2,64 mL min-1, e consequente redução
do TDH dos reatores (Tabela 1), foi verificado melhor 5 – Agradecimentos
desempenho na metanogênese pelo consumo dos AGV
produzidos, com efluente final de 636 (± 379) mg L-1, o que CNPq, FAPESP (Proc 2017/16795-3) e Capes.
significou um consumo de 77% do AGV no R3.
As médias de glicerol livre no afluente do R1 6 - Bibliografia
foram de 1157 mg L-1 (± 831) na partida, e 2195 mg L-1 (±
314) no ensaio 1. Grande parte do glicerol foi degradada em APHA; AWWA; WEF. Standard Methods for the
R1, que obteve um efluente com glicerol livre de 532 mg L- Examination of Water and Wastewater. 21. ed.
1
(± 458) na partida e 291 mg L-1 (± 431) no ensaio 1. Ou Washington DC, USA.: American Public Health
seja, 91,22% do glicerol bruto fora removido já no primeiro Association, 2005.
reator (Figura 2). ATHANASOULIA, E.; MELIDIS, P.; AIVASIDIS, A. Co-
digestion of sewage sludge and crude glycerol from
biodiesel production. Renewable Energy, [s. l.], v. 62, n.
PA, p. 73–78, 2014.
BIODIESELBR. Usinas de Biodiesel no Brasil. 2017.
Disponível em: <http://www.biodieselbr.com/usinas/>.
Acesso em: 20 maio. 2017.
BONDIOLI, Paolo; DELLA BELLA, Laura. An alternative
spectrophotometric method for the determination of free
glycerol in biodiesel. EUROPEAN JOURNAL OF LIPID
Figura 2 – Remoção de glicerol bruto nos efluentes dos SCIENCE AND TECHNOLOGY, [s. l.], v. 107, n. 3, p.
RAHLF em série durante a partida e ensaio 1. 153–157, 2005.
DILALLO, R.; ALBERTSON, O. E. Volatile acids by
Na partida a produção de H2 no R1 foi detectada a
partir dos 89 dias de operação. Além disso, a produção direct titration. Journal of Water Pollution, [s. l.], v. 33, n.
4, p. 356, 1961.
reduzida de ácidos e pH ácido verificados no reator R1,
demonstraram que o pré-tratamento do lodo, assim como as MAINTINGUER, Sandra Imaculada; HATANAKA, Rafael
condições operacionais, contribuíram para inibição da Rodrigues; DE OLIVEIRA, José Eduardo. Glycerol as a
metanogênese, onde no reator R1 foi gerado apenas H2 e Raw Material for Hydrogen Production. In: Biofuels -
CO2. Status and Perspective. [s.l.] : InTech, 2015. p. 580.
Com o ensaio 1, no reator R1, obteve-se MAZARELI, Raissa Cristina da Silva et al. Anaerobic co-
composição do biogás de 80,9% de H2 e produção digestion of vegetable waste and swine wastewater in high-
volumétrica média de 74,7 (± 78) L de H2 por m3 d-1. rate horizontal reactors with fixed bed. Waste
Produção de H2 ocorreram em função da imposição do pH Management, [s. l.], v. 52, p. 112–121, 2016.
5,5 no reator, uma vez que testes bem sucedidos foram PACHAURI, N.; HE, B. Value-added Utilization of Crude
confirmados na fermentação do glicerol bruto nessa faixa Glycerol from Biodiesel Production : A Survey of Current
de pH (RODRIGUES et al., 2016). Research Activities. American Society of Agriculture and
A partir de 63 dias de operação a composição do Biological Engineers, [s. l.], v. 0300, n. 06, p. 1–16, 2006.
biogás era de 34,5% e 85,7% de metano, com produções
volumétricas (L de CH4 por m3 d-1) em 38,8(± 30) e 69,7 (± RIVERO, M.; SOLERA, R.; PEREZ, M. Anaerobic
67) para os reatores R2 e R3, respectivamente. A redução mesophilic co-digestion of sewage sludge with glycerol:
das COV aplicadas contribuiu para o aumento da produção Enhanced biohydrogen production. International Journal
de metano no ensaio 1, que foram de (L de CH4 por m3 d-1): of Hydrogen Energy, [s. l.], v. 39, n. 6, p. 2481–2488,
83 (± 53) e 107 (± 66) nos reatores R2 e R3, 2014.
respectivamente. Tal estratégia evitou o acúmulo de AGV RODRIGUES, Caroline Varella et al. Crude glycerol by
que poderiam inibir a metanogênese, como instabilidades transesterification process from used cooking oils:
verificadas em reatores em modo batelada com agitação Characterization and potentialities on hydrogen
contínua, aplicados na biodegradação do glicerol bruto e bioproduction. International Journal of Hydrogen
lodo de esgoto sanitário, culminando na falência da Energy, [s. l.], v. 41, n. 33, p. 14641–14651, 2016.
operação (Athanasoulia et al. (2014). SANTANA, Kamili Oliveira et al. Hydrogen bioprodution
from crude glycerol and wastewater. Ciência &
4 – Conclusões Tecnologia: Fatec-JB (Online), [s. l.], v. 8, p. 1–14, 2016.
XIE, S. et al. Effect of pig manure to grass silage ratio on
O sistema de reatores em série foi eficiente na
methane production in batch anaerobic co-digestion of
degradação biológica do glicerol bruto.
concentrated pig manure and grass silage. Bioresource
O glicerol bruto foi convertido a ácidos graxos
Technology, [s. l.], v. 102, n. 10, p. 5728–5733, 2011.
voláteis e gás H2 no reator R1 e, tais substratos foram
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
299
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
glicerol na presença de bactérias fermentativas (Clostridium O metanol, principal impureza presente no GB, é
sp.), onde o substrato inicial foi transformado à ácidos considerado de difícil biodegradação, podendo ser tóxico
orgânicos e alcoóis que permaneceram na fase líquida para as atividades microbiológicas além de apresentar
causando a sua manutenção. Além disso, foi verificado riscos ambientais quando descartado de forma inadequada.
consumo de ambos os substratos (GB e VN) no Ensaio 1. O Porém, o metanol foi consumido quase que em sua
GB foi consumido em elevadas proporções (91,11%) totalidade no 2º Estágio. Além disso, no Ensaio 2 foi
diferentemente do que foi observado no seu referido verificada gerações mais elevadas de CH4 quando
controle (67,82%) onde havia apenas o GB. O processo de comparado ao seu referido controle. Assim, a glicose
codigestão facilitou o consumo do GB, confirmando o remanescente do 1° estágio foi utilizada pelos
efeito sinérgico que esse sistema proporciona. Além disso, microrganismos no 2° estágio, melhorando as taxas de
a presença de glicose e macro e micronutrientes da VN geração deste biogás.
diluíram os componentes tóxicos presentes no GB e
facilitaram o seu consumo. 4 – Conclusões
Tabela 1. Final da operação dos reatores A codigestão do glicerol proveniente da fabricação
anaeróbios em batelada nos estágios realizados. de biodiesel em resíduos agroindustriais pode ser aplicada
1º Estágio 2º Estágio visando o seu reaproveitamento de forma sustentável.
Análises Ensaio Controle Ensaio Controle Biossistemas em dois estágios sequenciais envolvendo o
1 1 2 2 GB são promissores na redução da carga orgânica e geração
Tempo de operação de produtos de valor agregado como biometano (275,87
142,00 142,00 813,50 813,50
(h) mmol L-1) e 1,3 propanodiol (702,00 mg L-1).
Glicerol consumido Os resultados obtidos abrem novas possibilidades
91,11 67,82 86,45 70,50
(%) da viabilidade ambiental na produção de biodiesel.
Glicose consumida
31,51 - 95,88 -
(%) 5 – Agradecimentos
DQO inicial
28,70 24,92 28,23 24,60 CNPq, FAPESP (proc. 2017/16565-3) e UNESP.
(mg L-1)
DQO final
28,23 24,60 2,97 12,31 6 - Bibliografia
(mg L-1)
Metanol (mg L-1) 972,00 970,00 12,00 25,00 AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS
Ácido acético NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Biodiesel. Rio de
222,00 193,00 0,0 0,0
(mg L-1) Janeiro, set. 2019. Disponível em:
Ácido propiônico <http://www.anp.gov.br/?pg=81532&m=&t1=&t2=&t3=&t
51,00 50,00 0,0 0,0
(mg L-1) 4=&ar=&ps=&1468960060980>. Acesso em: 30 setembro
-1
1,3-PD (mg L ) 702,00 497,00 0,0 0,0 2019.
CH4 (mmol L-1) - - 275,87 33,71 AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS
NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Dados Estatísticos.
No Ensaio 1 foi verificado elevada geração de 1,3- Rio de Janeiro, dez. 2018. Disponível em: <
PD (702,00 mg L-1) diferentemente do seu controle (497 http://www.anp.gov.br/dados-estatisticos>. Acesso em: 30
mg L-1). A mistura de glicerol com alguns açúcares, como setembro 2019.
os encontrados na VN, tem sido usada como estratégia para AQUINO, S. F. et al. Metodologias para a Determinação da
aumentar a produção de 1,3-PD (Saxena et al., 2009). Atividade Metanogênica Específica (AME) em Lodos
Moléculas NADH estariam sendo formadas durante a Anaeróbios. Engenharia Sanitária Ambiental, v. 12, n. 2,
fermentação da glicose proveniente da VN. Provavelmente, p. 192–201, 2007.
o fluxo destas moléculas estariam alimentado a rota BONDIOLI, P.; BELLA, L. DELLA. An alternative
redutiva do GB, exclusivamente dependente de NADH, spectrophotometric method for the determination of free
para a formação do 1,3-PD, ocasionando sua maior glycerol in biodiesel. Eur. J. Lipid Sci. Technol., v. 107,
produção no Ensaio 1. Cabe ressaltar que o metanol não foi p. 153–157, 2005.
consumido no 1° estágio, permanecendo sua concentração CÉSAR, A. DA S. et al. Competitiveness analysis of
inicial e final inalterada. “social soybeans” in biodiesel production in Brazil.
No 2º estágio, os substratos remanescentes do 1° Renewable Energy, v. 133, p. 1147–1157, 2019.
estágio (glicerol e glicose) foram ainda mais consumidos DUBOIS, M. et al. Colorimetric method for determination
pelos microrganismos presentes no inóculo “in natura”, of sugars and related substances. Analytical Chemistry, v.
86,45% e 95,88%, respectivamente. Entretanto, o consumo 28, p. 350–356, 1956.
do glicerol remanescente no Controle 2 foi menor NESPECA, M. G. et al. Determination of alcohols and
(70,50%), indicando novamente que a codigestão facilitou o volatile organic acids in anaerobic bioreactors for H2
consumo do GB até mesmo nos ensaios metanogênicos. Os production by near infrared spectroscopy. International
consumos de DQO no Ensaio 2 e Controle 2 se deveram à Journal of Hydrogen Energy, v. 42, n. 32, p. 20480–
redução do carbono para a geração de CH4 gasoso. 20493, 2017.
Portanto, com a aplicação da codigestão, o consumo de SAXENA, R. K. et al. Microbial production of 1 , 3-
DQO no Ensaio 2 foi superior ao seu referido controle. Os propanediol : Recent developments and emerging
ácidos acético e propiônico gerados no Ensaio 1 foram opportunities. Biotechnology Advances, v. 27, p. 895–913,
completamente consumidos no 2° estágio, com consequente 2009.
geração de CH4.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
301
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
concentrações iniciais. Para os reatores operados com o Novos testes serão realizados nas melhores
inoculo 1 foram verificados 91,3% de seu consumo. condições verificadas, em reatores anaeróbios com
No final da operação para a condição termofílica proporções crescentes de glicerol bruto contribuindo
55°C, nos reatores operados com o inóculo 1, foram agregar valor a esse residuo da cadeia produtiva do biodisel.
verificados 15,14 ±0,03 g DQO L-1, resultando num
consumo de 44,8% da DQO inicial. Nos reatores operados
5 – Agradecimentos
com o inóculo 2, os consumos de DQO foram 35%.
Variações reduzidas de DQO eram esperadas durante a CNPq, FAPESP (Proc 2017/16795-3) e Capes.
geração de hidrogênio pela formação de ácido e álcoois
durante a fermentação (SARMA et. al, 2013), conforme
verificado nos resultados obtidos. 6 - Bibliografia
Nos testes com o inóculo 3 foram verificados APHA, AWWA and WEF (2005). Standard methods for
melhores resultados na geração de H2 (50,03 mmol H2 L-1) the examination of water and wastewater. 20th edition,
quando comparado ao inóculo 1 (26,46 mmol H2 L-1), com American Public Health Associatin, Washington, D.C.
predominância de bacilos Gram +, morfologia característica BONDIOLI, P.; BELLA, D. L. An alternative
de bactérias anaeróbias geradoras de H2, como Clostridium spectrophotometric method for the determination of free
e Thermoanaerobacterium (ETCHEBEHERE et al., 2016; glycerol biodiesel. Eur. J. Lipid. Sci. Technol, v.107, n.3,
ZHANG et al., 2019). p.153- 157, 2005
No monitoramento temporal dos reatores anaeróbios ETCHEBEHERE, C. et al. Microbial communities from 20
em batelada no meio de cultivo contendo glicerina PA (20 different hydrogen- producing reactors studied by 454
DQO L-1), foi obtido crescimento do inóculo 3 com pyrosequencing. Applied microbiology andbiotechnology,
consequente geração de H2. Observou-se que o crescimento v. 100, n. 7, p. 3371–3384, 2016.
bacteriano ocorreu após as primeiras 8 horas de operação e OTTAVIANO, L. M., et al. Continuous thermophilic
o mesmo foi acompanhado pela produção de H2. O ciclo de hydrogen production from cheese whey powder solution in
crescimento ocorreu em 72 horas. Observou-se também an anaerobic fluidized bed reactor: Effect of hydraulic
que, à medida que o crescimento bacteriano cessava, a retention time and initial substrate concentration.
produção de hidrogênio também foi estabilizada. No International Journal Of Hydrogen Energy, [s.l.], v. 42,
monitoramento do pH foi observado redução devido a n. 8, p.4848-4860, fev. 2017. Elsevier BV.
possível formação de ácidos e álcoois decorrentes da QUISPE, César A.g. el al.; Glycerol: Production,
fermentação. Foi produzido um total de 24,85 mmol H2 L-1 consumption, prices, characterization and new trends in
no período deste experimento. combustion. Renewable And Sustainable Energy
Nos reatores operados com 20g DQO L-1 de glicerol Reviews, [s.l.], v. 27, p.475-493, nov. 2013. Elsevier BV.
bruto foram verificados (mmol H2 L-1) 34,93 e 43,51, pH http://dx.doi.org/10.1016/j.rser.2013.06.017.
final 5,40 e 5,86 com os inóculos 1 e 3 respectivamente, em SARMA, Saurabh Jyoti et al. Microbial hydrogen
45 h,, a 55°C (Figura 1). Tais resultados confirmaram a production by bioconversion of crude glycerol: A review.
potencialidade do inóculo 3 na geração de H2, evidenciando International Journal Of Hydrogen Energy, [s.l.], v. 37,
que lodos granulares podem apresentar arqueias n. 8, p.6473-6490, abr. 2012. Elsevier BV
metanogênicas mesmo após um pré-tratamento, o que SARMA, S. J.; BRAR, S. K.; LE BIHAN, Y.; BUELNA, G.
comprometeu a geração de H2 nos testes realizados. Bio-hydrogen production by biodiesel-derived crude
glycerol bioconversion: a techno-economic evaluation.
Bioprocess and Biosystems Engineering, v. 36, n. 1, p. 1-
10, Jan. 2013
SOLOMON, B.O. et al. Comparison of the energetic
efficiencies of hydrogen and oxychemicals formation in
Klebsiella pneumoniae and Clostridium butyricum during
anaerobic growth on glycerol. Journal Of Biotechnology,
[s.l.], v. 39, n. 2, p.107- 117, abr. 1995. Elsevier BV.
http://dx.doi.org/10.1016/0168-1656(94)00148-6.
ZHANG, Kun; CAO, Guang-li; REN, Nan-qi.
Bioaugmentation with Thermoanaerobacterium
thermosaccharolyticum W16 to enhance thermophilic
hydrogen production using corn stover hydrolysate.
Figura 1 - Geração de H2 nos reatores alimentados com International Journal Of Hydrogen Energy, [s.l.], v. 44,
Glicerol bruto (20g DQO L-1) n. 12, p.5821-5829, mar. 2019. Elsevier BV.
http://dx.doi.org/10.1016/j.ijhydene.2019.01.045.
4 – Conclusões
A condição operacional do reator (repouso ou
agitação), natureza do inoculo (mesofílico ou termofílico) e
condição termofilica (45°C ou 55°C) influenciam na
geração de H2 a partir do glicerol bruto da produção do
biodisel.
reatores em 100%; 200% e 400% foram respectivamente de produção de CH4 foi sempre superior à do Controle,
de (mg L-1 200,0; 400,0 e 800,0. denotando assim, velocidades superiores de geração desse
biogás.
Foi verificada produção acumulada de biogás
metano (mg g -1 ST) para os ensaios com diferentes 4 – Conclusões
concentrações de nanopartículas de Fe3O4., após
transcorridas 340 horas (14 dias), conforme descrito no Nanopartículas de Fe3O4 podem ser utilizadas
Quadro1. como aditivos em processos de digestão anaeróbia do
glicerol bruto proveniente da produção de biodiesel.
Quadro 1. Produção acumulada de CH4 após 340 Nos reatores anaeróbios em batelada operados
horas de ensaio. com nanopartículas de Fe3O4 em concentrações de 200,0
Concentração de Fe3O4 Produção de metano mg/L; ou seja um incremento de 100% de Ferro total, foi a
(mg/L) (mL/gST) melhor condição onde foram verificados aumentos
máximos de produtividade de 47% em relação ao reator
Controle 477,6 controle.
200 703,1 Analises complementares estão sendo realizadas a
fim de verificar os consumos do glicerol bruto, além da
400 615,9 aplicação do modelo de Gompertz onde poderão ser
800 602,6 confirmadas as diferentes velocidades de geração de
metano em função das adições de nanoparticulas de Fe3O4
A Figura 1 apresenta a evolução temporal dos
nos ensaios realizados.
volumes acumulados de CH4.
Os volumes acumulados de Metano nos ensaios
realizados apresentaram cmportamentos distintos (Figura 5 – Agradecimentos
1). Em todos os ensaios com adição de nanopartículas de Programa de Pós-Graduação Integrado em
Fe3O4 foram verificadas produções de Metano superiores ao Bioenergia – USP UNESP UNICAMP
reator Controle. Os ensaios montados com (mg Fe3O4 L-1) IPBEN - Instituto de Pesquisa em Bioenergia –Lab
200,0; 400,0 e; 800,0 geraram respectivamente, 47,0%; Central – Rio Claro – SP
29,0% e 26,0% mais metano, quando comparados ao reator IBIOTEC – UNIARA – Araraquara - SP
Controle. FAPESP (Proc 2017/16795-3) e CNPq
6 - Bibliografia
CASALS E.;, BARRENA R.; GARCÍA A.; GONZÁLEZ
E.; DELGADO L.; BUSQUETS-FITÉ M. Programmed
iron oxide nanoparticles disintegration in anaerobic
digesters boosts biogas production. Small 2014, 10(14),
2801-2808.
GANZOURY M, ALLAM N. Impact of nanotechnology on
biogas production: A mini-review. Renewable and
Sustainable Energy Reviews 2015, 50, 1392–1404.
MASSART R. Preparation of aqueous magnetic liquids in
alkaline and acidic media. IEEE Transactions on Magnetics
1983, 17, 1247-1248.
VIANA, M. B.; FREITAS, A. V.; LEITÃO, R. C.; PINTO,
G. A. S.; SANTAELA, S. T. Anaerobic digestion of crude
glycerol: a review. Environmental Technology Reviews
Figura 1. Volumes acumulados de metano em ensaios com 2012 1(1), 81–92.
diferentes concentrações de nanopartículas de Fe3O4.
2 - Material e Métodos
Todos os experimentos foram realizados em
triplicata no Laboratório de Combustíveis e Energia da
Escola Politécnica de Pernambuco (POLICOM). O material
foi coletado na cidade de Olinda, região metropolitana de
Recife. Na primeira etapa foi realizada a separação dos
resíduos da amêndoa, para encontrar a proporção
casca/fruto, caroço/ fruto. Na etapa seguinte outra parcela Figura 2 – Bomba calorimétrica
de amêndoas foi colocada ao ar livre por quatro dias para
secagem. Após isso, foram retiradas as biomassas de Depois de encontrado o PCS, iniciou-se a análise
interesse para o estudo, as cascas e os caroços, e foram do poder calorífico inferior. Para tal, executou-se a análise
quantidade de carbono fixo e MV é a quantidade de material quando comparados a outras biomassas. A análise elementar
volátil. demonstrou que o percentual de carbono ficou próximo de
(1) C = 0,637CF + 0,455MV 40%, para as duas biomassas analisadas.
(2) H = 0,052CF + 0,062MV
(3) O = 0,304CF + 0,476MV 5 – Agradecimentos
POLICOM, Escola Politécnica de Pernambuco,
3 - Resultados e Discussão UPE, AES.
A determinação das análises imediata e elementar
são importantes para avaliar propriedades pertinentes para a 6 - Bibliografia
geração de energia. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 2003.
Os resultados das análises imediata tanto da casca NBR 14.929: Madeira – Determinação do teor de umidade.
quanto do caroço podem ser vistos na Tabela 1, juntos com Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 2003.
outras biomassas para comparação. No referente ao teor de NBR 13999: Papel, cartão, pastas celulósicas e madeira.
umidade, quando a biomassa apresenta um alto valor, Determinação do resíduo (cinza) após a incineração a
significa que o processo de combustão é mais baixo. Dessa 525°C.
forma, quanto maior o teor de umidade, mais energia é Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 1983.
necessária para vaporizar a água, restando menos energia NBR 8.290: Carvão vegetal do teor de matérias voláteis.
para a combustão da biomassa (Quirino, 2000; Toledo et al., Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 1983.
2015). Tanto a casca quanto o caroço da amêndoa NBR 8.299: Carvão mineral – Determinação do carbono
apresentaram valores superiores de umidade com relação a fixo.
amostras de casca de arroz e cavaco de eucalipto CASTRO, EVELIN M. S.; FONTOURA, LUIZ A. M.;
encontrados na literatura.
PRIEBE, GUILHERME P. S.; SOUZA, G. DE. Estudo da
O teor de cinzas afeta de forma negativa a
utilização de casca de arroz, cavaco de eucalipto e
produção de energia, pois a cinza não contribui à geração de
aparas de couro para a geração de energia via co-
energia. Por outro lado, a quantidade de material volátil
combustão. Anais do V Congresso Brasileiro de Carvão
demonstra a facilidade de se queimar o material, sendo estes
Mineral. Anais...2017
materiais desprendidos no início da combustão. Tanto o
DOS SANTOS, I. C. F.; CARVALHO, S. H. V. de;
caroço quanto a casca apresentaram melhores resultados no
SOLLETI, J. I.; SALLES; W. Ferreira de La; SALLES, K.
tangente a cinzas e material volátil, quando comparados
Teixeira da Silva de La; MENEGHETTI, S. M. P. Studies
com a casca de arroz e o cavaco do eucalipto.
of Terminalia catappa L. oil: Characterization and biodiesel
Tabela 1: comparação da análise imediata com outras production. Bioresource Technology, v. 99, n. 14, p.
biomassas 6545–6549, 2008.
Casca Caroço Casca de arroz¹ Cavaco de Eucalipto¹ MCKENDRY, P. Energy production from biomass (part 3):
Teor de umidade (% ) 22,06 14,87 4,31 5,06 gasificatiob Technologies. Bioresource Technology, 83,
Material volátil (% ) 70,92 79,07 66,71 83,37 53-63, 2002.
Teor de cinzas (% ) 7,75 5,40 20,48 4,23 NUGROHO, A.; PAMBUDI, N. A.; HARJANTO, B.;
Carbono fixo (% ) 14,78 11,46 12,81 12,40 FEBRYANTO, A.; FIRDAUS, R. A.; SETYAWAN, N. D.;
Fonte: ¹Castro, Evelin M. S. et al. (2017) SYAMSIRO, M.; GANDIDI, I. M. Production of solid fuel
by hydrothermal treatment using Terminalia catappa peels
A análise elementar das biomassas é de waste as renewable energy sources. Journal of Physics:
fundamental importância para verificar as características Conference Series, v. 1153, n. 1, 2019.
técnicas do processo de combustão, tais como volume de ar, PARIKH, J.; CHANNIWALA, S. A.; GHOSAL, G. K. A
gases, entalpia. A partir dela, pode-se obter o percentual em correlation for calculating elemental composition from
massa dos principais elementos que a constituem, sem proximate analysis of biomass materials. Fuel, v. 86, n. 12–
considerar a presença de água. Os resultados para a análise 13, p. 1710–1719, 2007.
elementar para a casca e o caroço da Terminalia catappa PEREIRA, C. M. B. Extração e caracterização do óleo da
Linn podem ser encontrados na Tabela 2. amêndoa do fruto da amendoeira (Terminalia catappa
linn). Universidade Federal de Alagoas, 2016.
Tabela 2: Análise elementar das biomassas
QUIRINO, W.F. Utilização energética de resíduos
Casca Caroço vegetais. Curso de capacitação de agentes multiplicadores
Carbono (% ) 41,68 43,28 em valorização da madeira e dos resíduos vegetais.
Hidrogênio (% ) 5,17 5,50 Laboratório de produtos florestais LPF/IBAMA, 2000.
SAIDUR, R.; ABDELAZIZ, E.A.; DEMIBRAS, A.;
Oxigênio (% ) 38,25 41,12
HOSSAIN, M.S.; MEKHILEF, S. A review on biomas as a
Fonte: autor fuel for boilers. Renewable and Sustainable Energy
Reviews, v.15, n.5, p.2262-2289, 2011.
4 – Conclusões TOLEDO, Marcilio; SANTOS, Fernando; MARÇAL, Nei;
A partir das análises imediata e elementar das ESPINOZA, Marcos; EICHLER, Paulo; VUELMA,
biomassas residuais, casca e caroço, da Terminalia catappa Jonatan; FRIEDRICH, Davi Estudo Preliminar Do Potencial
Linn, foi possível realizar uma verificação preliminar para Energético De Variedades De Eucalipto Cultivadas No Rio
uso energético. Tanto a casca quanto o caroço apresentaram Grande Do Sul. Statewide Agricultural Land Use
baixos valores de cinzas e bons valores de materiais voláteis, Baseline, v. 1, n. 9, p. 1689–1699, 2015.
4 – Conclusões
O teor de umidade de ambas as amostras foi menor
que 10% sendo um bom indicativo de que essas tem
aplicabilidade em processos termoquímicos. As análises
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
313
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
As amostras foram preparadas e suas respectivas Pela Tabela 2 pode-se identificar que o Poder
massas foram registradas. Cadinhos com base de aço inox Calorífico do gás gerado é de 4,04 MJ.m-3, a capacidade do
foram utilizados para a gaseificação das amostras. O tempo volume gerado é de 0,38 Nm3.kg-1 e que o rendimento de
de residência utilizado foram de três minutos e a temperatura conversão térmica é de 8,67%.
do reator adotada para operar em 700°C. O syngas produzido
foi expandido para temperatura ambiente em sample-bags
para posterior análise cromatográfica (Figura 2). 4 – Conclusões
Os resultados da pesquisa levam a conclusão de que
o sabugo, resíduo advindo do cultivo de milho, tem um bom
potencial como combustível, principalmente levando em
conta a gigantesca quantidade de resíduo produzidos no
cultivo de milho. O gás gerado pode ser utilizado como
queima direta para geração de calor, ou aplicado em motores
de combustão interna acoplados a um grupo gerador
Figura 2. Cromatógrafos Thermo Scientific e SRI
Intruments, modelo 8610C. 5 – Agradecimentos
Para determinação das melhores condições da POLICOM, Escola Politécnica de Pernambuco.
biomassa, por conseguinte, da melhor utilização, é
necessária a análise do rendimento térmico. Com o resultado 6 - Bibliografia
do poder calorífico inferior da biomassa e do gás pode-se ABMILHO. O cereal que enriquece a alimentação humana.
calcular o rendimento da biomassa gaseificada. Disponível em: http://www.abmilho.com.br/estatisticas.
BATISTA DE ANDRADE, J.; FERRARI JÙNIOR, E.;
η=PCIgás(MJ.N.m-3).G (N.m3.kg).[PCIin natura (MJ.kg)]-1 HENRIQE, W.; NOGUEIRA, R.J.; Prcentagem de grão,
palha e sabugo na espiga de 20 cultivares de milho. Boletim
PCIgás: poder calorífico inferior do gás; de Indústria Animal, v.53, p. 87-90, 1996.
PCIin natura: poder calorífico da biomassa in natura; ASIMAKOPOULOS, K.; GAVALA, H.N.; SKIADAS, I. V.
G: Capacidade de geração do gás Reactors systems for syngas fermentation processes. A
review. Chemical Engineering Journal, v. 348, Maio, p.
732-744, 2018.
3 - Resultados e Discussão CAMPOY, M.; GÓMEZ-BARA, A.; VIDAL, F.B.;
O syngas é uma mistura de gases, OLLERO, P. Air Steam Gasification of Biomass in a
principalmente o hidrogênio, dióxido de carbono e Fluidized Bed: Process Optimization by Enriched Air. Fuel
monóxido de carbono (Asimakopoulos; Gavala; Skiadas, Processing Technology, n. 90, p. 677-685, 2009.
2018). A proporção varia de acordo com a matéria-prima, COHCE, M.K.; DINCER,I.; ROSEN,M. A Energy and
gaseificador e dos parâmetros operacionais durante o exergy analyses of a biomass based hydrogen production
processo. No ensaio executado, conforme a Tabela 1 system. Bioresourse Technology, v. 102, n.18, p. 8466-
apresenta, houve 18,37 %V/V de hidrogênio, 5,09 %V/V de 8474, 2011.
metano, e 20,15 %V/V, 0,98%V/V e 0,91 %V/V de dióxido GARCIA-LARA, S,; SERNA-SALDIVAR, S.O. Corn
de carbono, monóxido de carbono e etano, respectivamente. History and Culture. Corn, p. 1-18, 2019.
HUGMAN, C.; BURGT, M. Gasification. 2.ed. United
Tabela 1. Componentes dos gases do Sabugo a 700°C Kingdom: Elsevier, p. 435, 2008.
Gás (% V/V) KEPLIN, L.A.S. Recomendação de sorgo e milho (silgem)
H2 18,37 safra 1992/93. Encarte Técnico da Revista Batavo, CCLPL,
CH4 5,09 castro, Paraná, Ano I, n.8, p.16-19, 1992.
CO2 20,15 KIRUBAKARAN, V.; SIVARAMAKRISHNAN, V.;
CO 0,98 NALINI, R.; SEKAR, T.; PREMALATHA, M.;
C2H6 0,91 SUBRAMANIAN, P. Review on Gasification of Biomass.
Renewable and Sustainable Energy reviews, v. 13, p. 179-
Produtos podem ser formados durante o processo, 186, 2009.
como: alcatrão, carvão e cinzas (Cohce; Dincer; Rosen, LACERDA, C,G. Produção de gases combustíveis
2011). Neste ensaio, a soma dos produtos resultantes foi utilizando o bambu em processo de gaseificação.
equivalente a 9,48% m/m da biomassa. Dissertação de mestrado, Universidade de Pernambuco,
2015.
Tabela 2. Poder Calorífico Inferior, Capacidade do Volume QIN et al. Optimization of ethylenediamine pretreatment and
Gerado e Rendimento de Conversão Térmica do Sabugo. enzymatic hydrolysis to produce fermentable sugars from
Sabugo corn stover. Industrial Crops and Products, v. 102, p. 51-
PCI (MJ.m-3) 4,04 57, 2017.
Capacidade do Volume Gerado (Nm3.kg- 0,38 VIEIRA, A. Caracterização da biomassa proveniente de
1
) resíduos agrícolas. Dissertação de Mestrado, Universidade
Rendimento de Conversão Térmica (%) 8,67 Federal do Paraná, 20012.
1 43,74 43,51
Graxa 2 45,27 45,04
3 45,12 44,86
Ahmad (2015) caracterizou o óleo proveniente da
pirólise de polipropileno e obteve um valor de PCI de 40,8
MJ/kg, sendo próximo dos valores obtidos nas amostras.
4 – Conclusões
A pirólise se mostra um método bastante
interessante para a destinação dos resíduos compostos de
polipropileno, gerando produtos com alto poder energético,
sendo, portanto, uma técnica bastante viável, que pode
Figura 3. Fases do Óleo obtido na pirólise do polipropileno trabalhar em conjunto com a reciclagem mecânica já
existente, assim, impedindo a contaminação do meio
A pirólise seguiu até atingir a temperatura de 700 ambiente.
°C após cerca de 65 minutos do início. Os gases foram O sistema pirolítico por meio dos altos valores de
coletados a partir dos 500° C e o processo foi repetido a poder calorífico do óleo, torna-se é tecnicamente possível
cada 50° C acrescentados, totalizando cinco coleta de gases. tendo em vista que seus índices chegaram próximos ao do
Após cessar a produção de gás, o sistema foi desativado e diesel e gasolina.
somente após o resfriamento total, pôde se coletar o carvão
residual na parte interna do reator.
Tanto o plástico polipropileno quanto os produtos 5 – Agradecimentos
obtidos com a pirólise foram pesados, quantificados e sua
caracterização se deu a partir da análise termogravimétrica ANEEL, AES, Universidade de Pernambuco,
e calorimétrica. IATI.
Tabela 1. Resultados obtidos das eterificações do glicerol Tabela 2. Resultados obtidos da síntese de Williamson.
com diferentes álcoois. Condições utilizadas: 270 °C, 8 h, Reações EtOH HexOH DodecOH
razão molar monoálcool:glicerol 5:1 e 7,5% de H-β. C1-MAEG (%) 58,6 21,7 6,0
ButO HexO OctO DodecO
Reações EtOH H H H H Comparados à reação catalisada com zeólita H-β, os
Conv. Gli (%)a 87,2 81,6 80,4 93,1 100 teores de monoéteres alquílicos obtidos através da síntese de
C1-MAEG (%)b 12,8 15,0 16,7 7,1 4,6 Williamson aumentaram em 45,8% para o etanol, 5,0% para
c o hexanol e 1,4% para o dodecanol. Logo, a partir de cadeias
C2-MAEG (%) 7,6 0 0 6,2 0
carbônicas maiores (C6-C12) foram obtidos teores similares à
C1C2-DAEGd 7,8 0 0 0 0 rota sintética anterior, porém com a vantagem da
C1C3-DAEGe 7,6 0 0 0 0 possibilidade de purificação mais simplificada, uma vez que
TAEGf 7,4 0 0 0 0 não há presença de outros produtos como os éteres
a
Conversão de glicerol; b Monoalquil éter de glicerol substituído no carbono simétricos. Além disso, pode-se observar que o mesmo
1; c Monoalquil éter de glicerol substituído no carbono 2; d Dialquil éter de
glicerol substituído nos carbonos 1 e 2; e Dialquil éter de glicerol substituído comportamento dos álcoois foi encontrado para seus
nos carbonos 1 e 3; f Trialquil éter de glicerol. respectivos alcóxidos, isto porque os teores do produto
decaíram conforme o aumento na cadeia hidrocarbônica do
A Tabela 1 mostra que, em todos os casos, a nucleófilo.
conversão do glicerol foi acima de 80%, no entanto, o teor
de monoéteres alquílicos nas amostras foi abaixo de 20%. Os
resultados obtidos mostraram que o aumento da cadeia
4 – Conclusões
carbônica do álcool promove uma diminuição na produção Os monoalquil-éteres de glicerol puderam ser
dos monoéteres de glicerol, uma vez que o aumento da produzidos pelas duas rotas sintéticas avaliadas neste estudo,
cadeia influencia na reatividade dos álcoois e aumenta entretanto, a síntese de Williamson mostrou-se mais
problemas de transferência de fase entre os reagentes. Além promissora, pois possibilita obter maiores rendimentos do
disso, um dos fatores que pode levar ao baixo rendimento da produto, além de facilitar a purificação destes compostos
produção de éteres assimétricos é a formação de dímeros de para posteriores aplicações.
glicerol e do éter simétrico dos monoálcoois. A formação
desses oligômeros pode ser indício da baixa miscibilidade
dos reagentes que, consequentemente, implica em um baixo
5 – Agradecimentos
rendimento na formação dos monoéteres alquílicos. UFPR, CNPq, CAPES, CEPESQ/UFPR,
No intuito de aumentar a produção dos monoéteres LEQUIPE/UFPR, Departamento de Química/UFPR, USINA
de glicerol, em específico o monododecil-éter de glicerol A: Departamento de Engenharia Química/UFPR.
(MDEG), a alteração da razão molar dodecanol:glicerol
também foi estudada via catálise heterogênea. A reação foi 6 - Bibliografia
realizada nas condições de 170 °C, 7,5% de zeólita H-β em
relação ao reagente limitante 1-dodecanol, e razão molar PAGLIARO, M. Properties, Applications, History, and
dodecanol:glicerol de 1:4 e 8 h de reação. O cromatograma Market. Glycerol 2017, 1–21.
obtido na análise é mostrado na Figura 3. SUTTER, M., DA SILVA, E., DUGUET, N., RAOUL, Y.,
A partir do resultado obtido, nota-se que ocorreu MÉTAY, E., LEMAIRE, M. Glycerol ether synthesis: A
um aumento na conversão do monododecil-éter, bench test for green chemistry concepts and technologies.
comprovando que maiores teores de glicerol favorecem a Chemical Reviews 2015, 115, 8609−8651.
formação do produto de interesse.
Produção de aditivos à base de éteres do glicerol para melhoria de propriedades de fluxo a frio
Paula Araújo de Oliveira (Escola de Química da UFRJ, paula_araujo_oliveira@hotmail.com), Bianca Peres Pinto (Instituto
de Química da UFRJ, pinto.bianca@gmail.com), Claudio Jose de Araújo Mota (Instituto de Química da UFRJ,
cmota@iq.ufrj.br)
Tabela 1. Resultados obtidos através da reação de não é interessante para a proposta futura do presente estudo.
eterificação com diversos alcoóis utilizando a temperatura de Uma vez que terá menos grupamentos –OH livres para serem
180ºC. alquilados parcialmente com o sulfato de metila (próxima
etapa – terceira reação em série será prejudicada). O reagente
que mostrou melhor seletividade aos di-éteres do glicerol foi
o terc-butanol. Visto que há a formação de um carbocátion
estabilizado mais facilmente pelos três grupos metilas.
Devido à molécula ser volumosa, há uma maior dificuldade
da formação dos tri-éteres.
Após a finalização das reações de eterificação com
os alcoóis, será adicionado sulfato de metila aos produtos
obtidos e os mesmos serão utilizados como aditivos
oxigenados no biodiesel para melhorar as propriedades de
fluxo a frio, tais como ponto de névoa, fluidez e
congelamento.
4 – Conclusões
Tabela 2. Resultados obtidos através da reação de Neste trabalho, até o presente momento foram
eterificação com diversos alcoóis utilizando a temperatura de estudadas as reações de eterificação do glicerol com
120ºC. diferentes alcoóis (metanol, etanol, terc-butanol e n-butanol)
possibilitando a formação dos produtos mono, di e tri-éteres
derivados do glicerol. A resina Amberlyst-15 apresentou
ótimos desempenhos e foi o catalisador empregado no
estudo.
Também foram estudadas as reações em série
alterando a natureza e a ordem dos alcoóis através das
combinações possíveis dos reagentes em duas reações. A
segunda reação mostrou-se eficiente para o presente estudo,
obtendo-se maiores conversões e seletividades aos éteres do
glicerol (com as condições operacionais selecionadas).
Assim sendo, a transformação do glicerol em
produtos de maior valor agregado promove a cadeia
A reação em série, utilizando um novo reagente produtiva do biodiesel e fornece à indústria vários compostos
(álcool) nos produtos obtidos anteriormente, visa aumentar a importantes com origem em um reagente renovável.
proporção de di-éteres do glicerol e, assim, alquilar
hidroxilas do glicerol remanescente e do mono-éter formado
na primeira reação. A intenção é investigar a contribuição da 5 – Agradecimentos
adição do segundo reagente na conversão e seletividade do Os autores agradecem ao CNPq, Capes, FAPERJ e INCT de
processo estudado. Além disso, também será realizada uma Energia e Ambiente pelo apoio financeiro.
comparação nas reações de alteração da ordem dos reagentes
para entender o impacto da utilização de um álcool antes de
outro e depois a inversão deles. 6 - Bibliografia
Primeiramente, investigou-se todas as reações em
que o metanol foi utilizado como reagente na primeira reação MOTA, C. J. A.; da SILVA, C. R. B. GONÇALVES, V. L.
em série. As reações subsequentes (segunda) utilizaram C. Gliceroquímica: novos produtos e processos da glicerina
como reagente etanol, terc-butanol e n-butanol. de produção de biodiesel. Química Nova 2009, 32, 3.
A adição do segundo álcool nas reações em série NOUREDDINI. System and process for producing biodiesel
contribuiu para a eficiência do processo. Observou-se que fuel with reduced viscosity and a cloud point below thirty-
em todos os casos, houve um aumento significativo da two (32) degrees Fahrenheit. USPTO Patent Full. Patent
conversão (em torno de 20%). Com relação à seletividade, 2001, 6,174,501, 4-14.
ocorreu um aumento da quantidade dos di-éteres do glicerol HUNT, B. A. Production of ethers of glycerol from crude
formados em detrimento dos mono-éteres da reação 1. A glycerol-the-by-product of biodiesel production, Chemical
reação em série que obteve os melhores resultados em termos and Biomolecular Engineering Research and Publications
de conversão foi a que utilizou etanol como reagente na 1998.
segunda reação. Isto pode ser explicado pelo menor tamanho KLEPACOVA, A.; MRAVEC, D.; HAJEKOVA, E.;
das moléculas utilizadas nas duas reações em série. O ataque BAJUS, M. Tert-butylation of glycerol catalysed by ion-
às hidroxilas remanescentes da reação 1 e a acessibilidade exchange resins. Applied Catalysis A, 2005, 294, 141–147,
aos sítios ácidos torna-se facilitado, pois ambos os reagentes 2005.
são pequenos, comparados com os outros utilizados, e não
há impedimento estérico significativo. Entretanto, pode-se
constatar uma maior formação de tri-éteres do glicerol, o que
Síntese de cetais e acetais de glicerol através do uso de CO 2 como catalisador ácido comutável
Bianca Peres Pinto (Instituto de Química da UFRJ, pinto.bianca@gmail.com), João Henriques Pereira Lins (Escola de
Química da UFRJ, jhenriquelinss@gmail.com), Júlia Athayde da Costa Nascimento (Escola de Química da UFRJ,
juliaathaydecn@gmail.com), Claudio Jose de Araújo Mota (Instituto de Química da UFRJ, Escola de Química da UFRJ,
INCT Energia e Ambiente, cmota@iq.ufrj.br)
Como pode ser visto na Tabela 1, a 110ºC, 3 h, 45 MOTA, C.J.A., PINTO, B.P., LIMA, A.L. Glycerol: A
bar de CO2, razão molar glicerol/formaldeído de 1:5 a Versatile Renewable Feedstock for the Chemical Industry.
conversão de glicerol atingiu 67%. Esse resultado é inferior 1 ed. Zurich: Springer International Publishing, v.1, 166p,
aos valores encontrados com catalisadores heterogêneos, 2017.
como Amberlyst-15, zeólita H-Beta e argila MOTA, C.J.A., SILVA, C.X.A., ROSENBACH, N.,
Montmorilonita (da Silva et al., 2009). A explicação está COSTA, J., SILVA, F. Glycerin Derivatives as Fuel
associada à força do catalisador ácido. Enquanto a resina e Additives: The Addition of Glycerol/Acetone Ketal
a zeólita apresentam força semelhante a soluções (Solketal) in Gasolines. Energy & Fuels 2010, 24, 2733-
concentradas de H2SO4 (Mota et al., 2010), os derivados do 2736.
ácido carbônico são significativamente mais fracos. OZORIO, L.P., PIANZOLLI, R., MOTA, M.B.S., MOTA,
A Tabela 2 apresenta os valores de conversão para C.J.A. Reactivity of Glycerol/Acetone Ketal (Solketal) and
as reações de acetalização do glicerol usando formaldeído. Glycerol/Formaldehyde Acetals toward Acid-Catalyzed
Os resultados foram ligeiramente menores quando Hydrolysis. Journal of Brazilian Chemistry Society 2012,
comparados aos cetais, provavelmente devido ao excesso 23, 5, 931-937.
de água no meio reacional, já que foi usada uma solução de Nascimento, J.A.C.; Pinto, B.P.; Calado, V.M.A.; Mota,
formaldeído a 37%. Nas condições estudadas, a 140°C, C.J.A. Synthesis of Solketal Fuel Additive From Acetone
50 bar e razão molar glicerol/formaldeído de 1:2, a and Glycerol Using CO2 as Switchable Catalyst. Frontiers
conversão de glicerol alcançou 56%. Resultados similares in Energy Research 2019, v. 7, 58.
foram obtidos por Mota e colaboradores utilizando resina .
sulfônica e argila K-10 como catalisadores, em uma hora de
reação e sistema sob refluxo.
4 – Conclusões
Através do estudo de produção cetais e acetais de glicerol
usando CO2 como catalisador ácido comutável, ficou
comprovado que a química do glicerol possibilitou
oportunidades para sua utilização, o que vem contribuindo
para consolidar a sustentabilidade dos biocombustíveis no
mercado brasileiro e no mundo. Ademais, corroborou que é
possível desenvolver uma rota mais verde para a produção
dos derivados de glicerol, utilizando CO2 como catalisador.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao CNPq, Capes, FAPERJ e INCT
de Energia e Ambiente pelo apoio financeiro.
6 - Bibliografia
GONÇALVES, V.L.C., PINTO, B.P., SILVA, J.C.,
MOTA, C.J.A. Acetylation of glycerol catalyzed by
different solid acids. Catalysis Today 2008, 133-135, 673-
677.
solução básica de NaOH (33 mL) com uma concentração A cromatografia de permeação em gel (GPC) foi
base mais baixa (1,67%). Para o mesmo volume (33 mL) e usada para determinar os pesos moleculares da resina
uma concentração mais alta (15%), a conversão é maior e alquídica sintetizada, mostrando que a resina alquídica
os rendimentos são melhores, atingindo até 93% de sintetizada, independente da reação no tempo, encontrou os
rendimento, 83,23% de conversão e 89,50% de pureza. pesos moleculares aproximados, que indicaram o mesmo
No processo de degradação do tecido de poliéster, crescimento da cadeia. No entanto, os polímeros produzidos
ocorre clivagem do esqueleto polimérico, que, dependendo por polimerizações de condensação tendem a ser altamente
das condições da reação, origina apenas oligômeros. funcionais e contêm grupos reativos, como a resina
Nos casos investigados, a reação foi acelerada alquídica. A massa molar média (<Mw>) dessas resinas
devido ao uso de catalisador de transferência de fase (CTF). alquídicas (Tabela 3) variou de 10435 a 11560 g mol-1
A presença do grupo alquil de cadeia longa do catalisador aproximadamente.
HDMEA (brometo de N-hexadecil-N, N-dimetil-N- Tabela 3: Massa molar dos polímeros sintetizados
etilamônio) fornece caráter orgânico suficiente para tornar o Amostra <Mn> <Mw> Polidispersão
catalisador lipofílico e é pequeno o suficiente para evitar ATR1 3077 11560 3.757368
impedimentos estéricos, permitindo o sucesso reações no ATR2 3015 11200 3.714759
ácido da formação tereftálica. Além disso, este é um ATR3 2798 10435 3.729524
surfactante catiônico HDMEA de custo relativamente O índice de polidispersão ficou entre 3,75 e 3,71,
baixo. A eficiência da reciclagem química de PET para a típicos desse tipo de polimerização; assim, os polímeros são
produção de ácido tereftálico foi confirmada pela polidispersos. Considerando o peso molecular da unidade
comparação da estrutura com os dados encontrados para o monomérica, que varia para cada uma das estruturas de
ácido tereftálico na literatura. homopolímeros, seu grau de polimerização (ou o número
Os espectros de FTIR dos produtos obtidos por médio de unidades por cadeia polimérica) variou entre 22 e
hidrólise básica de tecido de poliéster têm banda larga entre 24. A comparação de RMN e GPC indicou que essas duas
3390 cm-1 e 2116 cm-1, o que pode ser atribuído à técnicas confirmam a massa molar do polímero.
deformação axial do hidroxil (OH) ligado ao carboxil
presente no ácido tereftálico , (C = O, 1680 cm-1), 4 – Conclusões
vibrações angulares de deformação da ligação OH de
ácidos carboxílicos (1430 cm-1), vibrações angulares de A degradação dos retalhos de poliéster foi investigada
deformação da ligação CO de ácidos carboxílicos (1290 por hidrólise básica em diferentes concentrações e tempos
cm-1) e deformação da vibração de deformação angular de reação, utilizando HDMEA como catalisadores de
fora do plano da ligação CH do anel 1,4-dissubstituído transferência de fase que proporcionaram excelente
recuperação e pureza dos produtos. Assim, o método
(1574 cm-1 e 728 cm-1).
produziu eficientemente ácido tereftálico em apenas uma
Todos esses resultados juntos mostram o sucesso das
etapa da reação, minimizando o impacto ambiental gerado
reações, principalmente a hidrólise básica através da
pelo descarte inadequado de tecido de poliéster, com a
catálise de transferência de fase, produzindo ácido grande vantagem de usar a hidrólise para reciclagem
tereftálico com altos rendimentos, alta pureza e alto grau de química, em detrimento de outros processos de degradação.
degradação do PET. Além disso, o uso do HDMEA como A obtenção de resinas alquídicas utilizando o ácido
surfactante catiônico, da classe dos sais quaternários de tereftálico obtido através da degradação dos retalhos foi
amônio, permitiu essa reação em condições mais amenas e eficaz porque obtiveram resina com propriedades físico-
em tempos de reação mais curtos. A grande vantagem do químicas comercialmente aceitáveis e compatível com o
uso da hidrólise para reciclagem química, em oposição a mercado.
outros processos de degradação, é a possibilidade de obter
ácido tereftálico em apenas uma reação. Também pode ser 5 – Agradecimentos
usado em outros tipos de reações.
Síntese de resina alquídica a partir do ácido FAPEG,CAPES e CNPq pelo apoio financeiro.
tereftálico Agradecemos ao Centro de RMN/UFG, IQ/UFG,
As resinas alquídicas foram sintetizadas usando óleo DQ/UFPR, ao MCTIC, à RBTB e à FINEP.
vegetal de soja e LiOH como catalisador para a
incorporação de ácido tereftálico obtido pela degradação do 6 - Bibliografia
tecido de poliéster.
D. C. Kligerman; E. J. BouwerRenew. Sust.Energ.Rev.
A estrutura química do polímero de resina alquídica
2015, 52, 1834.
foi determinada por técnicas quantitativas de 13C RMN e
ADILSON BEATRIZ, YARA J. K. ARAÚJO E DÊNIS
DistortionlessEnhancementbyPolarizationTransfer (DEPT).
PIRES DE LIMA. GLICEROL: Um Breve Histórico e
Os espectros quantitativos de 13C RMN de resinas
Aplicação em Sínteses Estereosseletivas. Quim. Nova, Vol.
alquídicas revelaram a presença do grupo metina da fração
34, No. 2, 306-319, 2011.
glicerol no esqueleto de resina alquídica (CH2-HC (R) -
UMPIERRE, A. P.; MACHADO, F. Gliceroquímica e
CH2-; 70,28 e 68,34 ppm). do grupo alquídico (RO-C = O;
Valorização do Glicerol. Rev. Virtual Quim.,2013, 5, 106-
1763,2 ppm), e o outro é do éster tereftálico (165,13 ppm) e
116.
do carbono aromático. Este grupo carbonil (133,6 ppm) foi Mano, E. B. - “Introdução a Polímeros”, Edgard Blücher
utilizado para elucidar as estruturas de resina alquídica. Ltda, São Paulo, SP, (1985
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07de Novembro de 2019
327
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Aline Silva Muniz (UFG/UFPR, alinesmuniz@yahoo.com), Lilian Ribeiro Batista (UFG, lilianribeiro_18@hotmail.com),
Maríthiza Gonçalves Vieira (UFG, marithiza@hotmail.com), Dyovanna de Sousa Costa (dyovannaa1@gmail.com), Angelo
R. S. Oliveira (UFPR, arso@ufpr.br), Maria Aparecida Ferreira César-Oliveira (UFPR, mafco@ufpr.br), Nelson Roberto
Antoniosi Filho (UFG, nlliantoniosi@gmail.com).
objetivo principal utilizar glicerol que é um coproduto do Figura 1: Espectro de FTIR do lubrificante derivado de
da indústria do biodiesel e associar a tecidos de poliamida tecido de poliamida.
(rejeitos das indústrias têxteis) a fim de minimizar os
O espectro de FTIR do lubrificante derivado do
impactos ambientais causados pelo descarte inadequado dos
tecido de poliamida mostra a presença de hidroxila livre na
mesmos. Sendo assim esse trabalho visa dar um destino
região de estiramento axial (OH; 3453 cm-1), presença de
nobre a esses resíduos, agregando valor a essas matérias
estiramentos C-sp2 (C=C, 3011 cm-1), estiramento C-Hsp3
primas que hoje são negligenciadas.
intenso referente às ligação hidrocarbônicas (C-H, 2919 cm-
1
); presença da carbonila de éster (C=O, 1724 cm-1), banda
2 - Material e Métodos de absorção de anéis aromáticos (C=C do anel, 1576 cm-1 e
1507 cm-1) e vibrações de estiramentos carbono oxigênio
As resinas foram obtidas em duas etapas, sendo a com ligações simples (C-O, 1040 cm-1), movimento de
primeira alcóolise e a segunda adição do tecido de rocking associado com quatro ou mais grupos metilenos em
poliamida picado. A primeira etapa utilizou-se: glicerol uma cadeia aberta longa (CH2, 732 cm-1).
(30mmol), óleo de soja (10mmol) e hidróxido de lítio A estrutura química do polímero de resina alquídica foi
(1mmol). A reação foi conduzida numa temperatura de determinada por técnicas quantitativas de 13C NMR e DEPT
240ºC e se manteve constante até o termino da primeira 135.
etapa, em atmosfera inerte (N2). O teste do metanol foi
realizado segundo a metodologia descrita por Mano (1985),
para verificação da formação do monoacilglicerol, e então
ao meio reacional foi adicionado o tecido de poliamida a
reação foi conduzida em atmosfera inerte com escape de
gases durante 2h a 240°C.
O meio reacional foi solubilizado em hexano e em
um funil de separação a solução foi filtrada e lavada quatro
vezes utilizando água e solução saturada de NaCl. A
solução foi seca com sulfato de sódio, filtrada novamente e
o solvente reduzido utilizando rota-evaporador. O produto 13
obtido ao final das duas etapas, foi analisado e Figura 2: Espectro de C NMR e DEPT 135 do
caracterizado por FTIR, 13CNMR e TG. lubrificante de poliamida
5,0
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
-0,5
-50 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650
Temperatura (°C)
Figura 3. Curva termogravimétrica para o tecido de origem
(PA), óleo lubrificante (PAR).
Florianópolis, Santa Catarina
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329
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Resina do tecido branco e cinza M2R 97% O GPC (cromatografia por permeação em gel)
Resina do tecido verde, preto e azul M3R 90% salientou que o polímero obtido possui baixa massa
Resina do tecido branco, cinza,
verde, preto e azul
M5R 96% molecular, como já era esperado, cerca de 1300 – 1800
g.mol-1.
É possível notar que as resinas obtidas tiverem um
alto rendimento, independentemente do tipo de tecido e do 4 – Conclusões
pigmento que continha nele.
O método utilizado foi eficiente para a obtenção
T1R
de resina alquídica a partir de resíduo de indústrias têxteis e
T6R também do glicerol que é um coprodutro do biodiesel. A
T7R reação foi bem efetiva e teve um alto rendimento, entre 88 e
T7DR
97%.
Trasmitância (ua)
T8R
Os diferentes tipos de tecido e os diferentes tipos
T9R
M2R
de corantes não interferiram na produção da resina
M3R
alquídica, sendo que a sua cor final depende do tipo de
M5R pigmento presente no tecido utilizado.
5 – Agradecimentos
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000
-1
Número de onda (cm )
Figura 3 – Espectros de FTIR das resinas alquídicas FAPEG, FUNAPE, CAPES, e CNPq pelo apoio financeiro.
Agradecemos ao Centro de RMN/UFG, IQ/UFG,
A confirmação da obtenção do produto desejado DQ/UFPR, ao MCTIC, à RBTB e à FINEP.
pôde ser observada através dos estiramentos apresentados
pelo espectro acima. Encontrou-se a presença de hidroxila
devido o estiramento axial (OH; 3453 cm-1), estiramentos 6 - Bibliografia
C-sp2 (C=C; 3011 cm-1) e C-H sp3 intenso (C-H; 2919 cm-1)
DE CARVALHO, A. R. Utilização de Glicerol na
devido a ligações hidrocarbônicas. Há também a presença
Reciclagem Química de PET Visando a Produção de
de carbonila de éster (C=O; 1724 cm-1), banda
Poliésteres Sulfonados. Curitiba, 2011.
representando a ligação dupla entre carbonos de anéis
DE CARVALHO, R. K. C.; Síntese de Resinas Alquídicas
aromáticos (C=C; 1576 e 1507 cm-1) e estiramentos da
via Alcoólise Enzimática. São Bernardo do Campo, 2016.
ligação simples entre carbono e oxigênio (C-O; 1040 cm-1).
CAROLINA P. PRADOS, DANIELA R. REZENDE,
Encontra-se também um movimento de rocking com quatro
LILIAN R. BATISTA, MARIA I.R. ALVES, NELSON R.
ou mais grupos metilenos de cadeia aberta longa (CH2; 732
ANTONIOSI FILHO. Simultaneous gas chromatographic
cm-1).
analysis of total esters, mono-, di- and triacylglycerides and
free and total glycerol in methyl or ethyl biodiesel. Fuel,
2012, 96, 476–481
DOS SANTOS, N. B. L.;* REZENDE, M. J. C. Produção
de Monoacilgliceróis: Rotas e Catalisadores. Rev. Virtual
Quim., 2012, 4 (2), 118-129.
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo MALAVOLTA E; ROMERO JP. 1975. Manual de
teste de Tukey. CV% = coeficiente de variação. adubação. 2 ed. São Paulo-SP: ANDA, p.193- 200.
A visualização da significância entre os tratamentos MEDEIROS, D. C.; LIMA, B. A. B.; BARBOSA, M. R.;
pode ter sido dificultada devido a solução nutritiva da ANJOS, R. S. B.; BORGES, R. D.; CAVALCANTE
hidroponia, que já contém a quantidade de nutrientes NETO, J. G.; MARQUES, L. F. Produção de mudas de
necessárias para o desenvolvimento da alface, não sendo alface com biofertilizantes e substratos. Horticultura
possível assim observar diferença em nenhum dos Brasileira, Brasilia, v. 25, n. 3, p. 433-436, 2007.
parâmetros avaliados, tendo assim a necessidade de realizar OLIVEIRA, K.; FURTADO, C. E. Digestibilidade Aparente
novos estudos. de Dietas com Diferentes Níveis de Farelo de Canola para
Os resultados encontrados corroboraram com os Cavalos. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 30, p. 181-
encontrados por Roel et. al. (2007) que não observou 186, 2001.
diferenças de massa fresca, peso seco e diâmetro de cabeça ROEL, A. R.; LEONEL, L. A. K.; FAVARO, S. P.;
de alface crespa cv Verônica e alface lisa cv Regina ZATARIM, M.; MOMESSO, C. M. V.; SOARES, M. V.
cultivadas em sistema orgânico pulverizadas com Avaliação de fertilizantes orgânicos na produção de alface
biofertilizantes. em Campo Grande, MS. Scientia Agraria. v. 8, n. 3, p.
O uso de biofertilizantes orgânicos aplicados via 325-329, 2007.
foliar não apresentaram diferenças no diâmetro médio de
cabeça, massa fresca, massa seca e número de folhas na cv
Elba, efeito que pode estar relacionado ao ciclo da cultura
do alface (40 dias) ser tempo insuficiente para ação do
produto aplicado (Batista et. al. 2012).
4 – Conclusões
O bioextrato de torta de canola aplicado via foliar
não interferiu nos parâmetros avaliados.
5 – Agradecimentos
A Universidade Estadual de Maringá, campus de
Umuarama, aos professores orientadores e aos acadêmicos
envolvidos nesse trabalho.
6 - Bibliografia
BATISTA, M. A. V.; VIEIRA, L. A.; SOUZA, J. P.;
FREITAS, J. D. B.; NETO, F. B. Efeito de diferentes fontes
de adubação sobre a produção de alface no município de
Iguatu-CE. Revista Caatinga. v. 25, n. 3, p. 8-11, 2012.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Boletim Mensal
dos Combustíveis Renováveis, n.20, 2009. Disponível em:
<http://www.mme.gov.br>. Acesso em: 26 agosto de 2019.
CARDOSO, T. J. L. Caracterização nutricional de tortas
oleaginosas e avaliação de diferentes inóculos para
digestibilidade in vitro de alimentos. 2013. 71p. Tese
(Doutorado). Universidade Federal da Grande Dourados.
2013.
DELEITO, C. S. R; CARMO, G. F.; ABBOUND, A. C. S.;
FERNANDES, M. C. A. 2000. Sucessão microbiana
durante o processo de fabricação do biofertilizante Agrobio.
In: FERTBIO 2000. Santa Maria, RS: Sociedade Brasileira
de Ciências do Solo e da Sociedade Brasileira de
Microbiologia, CD-ROM.
FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis
system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.35, n.6,
p.1039-1042, 2011.
FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de agrotecnologia
moderna na produção e comercialização de hortaliças.
Viçosa: UFV, 412 p, 2003.
KIEHL, E. J. Fertilizantes organominerais. Piracicaba:
Agronômica Ceres, 189p, 1993.
A extração da peroxidase ocorreu de forma utilizada para a purificação, constatou-se que os parâmetros
satisfatória obtendo-se uma solução com concentração de escolhidos mostraram-se eficientes. Em perspectivas, em
4,219 mg/ml de proteínas em tampão A. próximos trabalhos, pretende-se aumentar a escala de
Em resultado do processo de otimização, obteve-se extração e purificação e aplicar a enzima extraída em teste
que as melhores condições para purificar esta proteína nestas imunodiagnósticos.
especificações foram três steps com concentração do tampão
de 18,25 e 100 para 10, 5 e 3 volumes de coluna
respectivamente. 5 – Agradecimentos
Na figura 1, o pico correspondente a frações 19-24
UDESC.
apresentaram reação com o TMB, indicando a presença da
peroxidase.
6 - Bibliografia
ANP. Resolução ANP nº 17/2004 e Resolução ANP nº
734/2018 2018.
BUENO, N. G.; PEREIRA, A. V. Spectrophotometric
determination of methyldopa in a dissolution test of tablets
using an extract of radish as a source of peroxidase. Química
Nova 2015, 38, 8, 1107-1111.
FERRER, A.; SALAS, C.; ROJAS, O. J. Physical, thermal,
chemical and rheological characterization of cellulosic
microfibrils and microparticles produced from soybean
hulls. Industrial Crops and Products 2016, 84, 337–343.
SILVA,F.M; PEDROZA,M.M; DE OLIVEIRA,L.R.A;
Figura 1. Cromatrograma referente a purificação da COLEN,A.G.N; DO AMARAL, P.H.B. Rotas tecnológicas
peroxidase em Äkta pure. empregadas no aproveitamento de resíduos da indústria da
soja. Revista Brasileira de Energias Renováveis 2019, 8,1,
As frações amostrais também foram verificadas em 326- 363.
gel de poliacrilamida, constatando a purificação da enzima SILVA, M. C.; TORRES, J. A.; VASCONCELOS DE SÁ,
(figura 2). L. R.; CHAGAS, P. M. B.; FERREIRA-LEITÃO, V. S.;
CORRÊA, A. D. The use of soybean peroxidase in the
decolourization of Remazol Brilliant Blue R and
toxicological evaluation of its degradation products. Journal
of Molecular Catalysis B: Enzymatic 2013, 89, 122–129.
STEEVENSZ, A; MADUR, S; MOUSA, AL-ANSARI, M.
A simple lab-scale extraction of soybean hull peroxidase
shows wide variation among cultivars. Industrial Crops and
Products 2013, 48,13–18.
WANG, C.; LUO, X.; JIA, Z.; SHI, Q.; ZHU, R.
Horseradish peroxidase immobilized on copper surfaces and
applications in selective electrocatalysis of p -
dihydroxybenzene. Applied Surface Science 2017,406, 170–
177.
WU, G.-W.; SHEN, Y.-M.; SHI, X.-Q.; DENG, H.-H.;
ZHENG, X.-Q.; PENG, H.-P.; CHEN, W. Bimetallic Bi/Pt
peroxidase mimic and its bioanalytical applications.
Figura 2. Teste de expressão e purificação da peroxidase, Analytica Chimica Acta 2017, 971, 88–96.
tendo respectivamente 1- marcador, 2- extrato bruto, 3-
extrato bruto concentrado, 4- flow through da purificação, 5-
peroxidase.
4 – Conclusões
A presença da enzima peroxidase na casca da soja
foi significativa, subsidiando a agregação de valor ao co-
produto residual da extração do óleo de soja, e valorizando a
cadeia produtiva do biodiesel. Com relação a metodologia
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
337
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
Ao longo da hidrólise enzimática ocorre o consumo
de fibras celulósicas para produção de nanofibras. Durante o
processo, há liberação de açúcares solúveis, que não são
desejáveis neste caso. Após 70 horas obteve-se resultados de
rendimento superiores a 30% de rendimento de nanofibras
com espessura de 13,9 ± 4,0 nm.
É preciso otimizar as condições operacionais para
reduzir o tempo reacional e a liberação de açúcares, de forma
a aumentar o rendimento global de nanofibras.
Figura 1. Evolução da cinética enzimática de produção de
nanofibras a partir de celulose ao longo de 144 h. 5 – Agradecimentos
É possível notar no gráfico da Figura 1 que, até as Esta é uma contribuição para o projeto AgroNano –
144 horas de reação, a velocidade de redução da Métodos e Processos para Aumento da Escala de Preparação
concentração de fibras se mantém praticamente constante, de Nanoprodutos de Interesse do Agronegócio – Sistema
assim como a velocidade de aumento da concentração de Embrapa de Gestão n° 11.14.03.001.00.00.
nanofibras. Isso indica que, mantidas as condições
operacionais por mais tempo, as concentrações de fibras e 6 - Bibliografia
nanofibras continuariam seguindo a tendência demonstrada, CASTRO, A. M. G. de; LIMA, S. M. V.; SILVA, J. F. V.
de diminuição e aumento, respectivamente, até atingir um (Ed.). Complexo agroindustrial de biodiesel no Brasil:
platô. competitividade das cadeias produtivas de matérias-primas.
O aumento na produção de nanofibras, no entanto, Brasília, DF: Embrapa Agroenergia, 2010, 712 p.
foi acompanhado pelo aumento da concentração de açúcares FIOROTE, J. A.; FREIRE, A. P.; RODRIGUES, D. S.;
solúveis, chegando a quase 20% do valor quantificado, o que MARTINS, M. A.; ANDREANI L.; VALADARES, L. F.
configura perda de rendimento total do produto de interesse. Preparation of Composites from Natural Rubber and Oil
Esses açúcares, porém, podem ser utilizados para produção Palm Empty Fruit Bunch Cellulose: Effect of Cellulose
de outros produtos, como etanol, por exemplo. Morphology on Properties. Bioresources, 2019, 14(2), 3168-
Por esse motivo, embora tenham havido 3181.
experimentos prévios em escala de bancada (50 mL), as SUPIAN, M. A. F.; AMIN, K. N. M.; JAMARI, S. S.;
condições do processo para essa nova escala ainda precisam MOHAMAD, S. Production of cellulose nanofiber (CNF)
ser otimizadas, no sentido de diminuir o tempo de reação até from empty fruit bunch (EFB) via mechanical method.
atingir o valor máximo de produção e ao mesmo tempo Journal of Environmental Chemical Engineering, 2019.
manter a hidrólise controlada para minimizar a formação de OKAHISA, Y.; FURUKAWA, Y.; ISHIMOTO, K.;
açúcares solúveis. NARITA, C.; INTHARAPICHAI, K. OHARA, H.
A Figura 2 mostra imagens de microscopia Comparison of cellulose nanofiber properties produced from
eletrônica de nanofibras de celulose resultante dos processos different parts of the oil palm tree. Carbohydrate Polymers,
após (a) 4 horas e (b) 72 horas de hidrólise enzimática. 2018, 198, 313-319.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
339
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
amostras das reações foram descritos na Tabela 1. Os dados p.p.), e um efeito negativo de -2,30 p.p. foi apontado na
demonstram que os procedimentos são reprodutíveis, uma variável razão molar (Q) de glicerol: dodecanol. Portanto, o
vez que a estimativa do erro foi calculada a partir dos aumento da temperatura é o parâmetro que leva a maiores
experimentos denominados de pontos centrais, o que teores da resposta requerida para as reações empregando a
possibilitou obter o desvio padrão da média de 12,75 ± zeólita H-Beta. A estabilidade do catalisador foi confirmada
0,17%, o que confere confiabilidade aos resultados. pela caracterização do sólido antes e após o uso na reação de
Ademais, os resultados obtidos foram modelados utilizando eterificação (Figura 3).
o método dos mínimos quadrados e a Equação 1 foi a que
possibilitou o melhor ajuste dos dados experimentais ao
modelo.
Tabela 1. Teores em monododecil-éter de glicerol e éter
dodecílico obtidos no planejamento experimental realizado
com a zeólita H-Beta.
Reação Temp.a RM b Cat.c MEG d DOE e A
B
1 -1 -1 -1 0,0 0,0
Figura 2. Diagrama de Pareto (A) e valores preditos x
2 -1 -1 +1 0,0 0,0
valores observados (B) para a modelagem escolhida.
3 -1 +1 -1 0,0 0,0 110
Zeólita in natura
4 -1 +1 +1 0,0 0,0 100
90
Zeólita pós-uso
5 +1 -1 -1 14,4 13,4 80
Intensidade (u.a)
Transmitância (%)
6 +1 -1 +1 16,2 13,9 70
60
7 +1 +1 -1 16,9 17,4 50
8 +1 +1 +1 16,1 27,2 40
30
9 -1 0 0 12,9 12,9 20
12 0 +1 0 13,7 13,7
13 0 0 -1 14,3 14,3 Figura 3. Espectros no infravermelho (A) e Difratogramas
14 0 0 +1 14,1 14,3 de raios X (B) da zeólita pré e pós-uso na eterificação.
15 pc 0 0 0 12,9 19,2
16 pc 0 0 0 12,6 18,3 4 – Conclusões
a
Temperatura em graus Celsius; b Razão molar de glicerol:dodecanol;
c
% de catalisador em relação à massa de glicerol; d Teor de monododecil-
As reações que empregaram sólidos catalíticos
éter de glicerol (m m-1); e Teor de éter dodecílico (m m-1); pc Ponto central. produziram monododecil-éter de glicerol em teores de até
21,5% deste composto em 8 h de reação a 170 °C, 7,5% de
Equação 1. Y= 15,302+7,222*T-3,700*RM2 catalisador e razão molar glicerol:dodecanol de 1:3. Além
Os resultados demonstraram que dentre os ensaios disso, pode-se notar a presença de éteres simétricos do
realizados, o maior teor de monododecil-éter de glicerol foi dodecanol nos experimentos do design experimental fatorial
de aproximadamente 21,5% e do éter dodecílico foi de completo. A análise dos dados permitiu também a obtenção
27,2%. Ainda, a partir dos testes catalíticos, foi possível de um modelo para estudos destas reações empregando H-
observar que a zeólita catalisou preferencialmente a beta e foi possível observar que o fator que mais influencia
formação de monoalquil-éteres de glicerol e que não se positivamente na produção de MEG é a temperatura (L) e o
constatou a presença de di- e trialquil éteres de glicerol. A que influencia negativamente é a razão molar de
seletividade de zeólitas para a produção de MEG já foi glicerol:dodecanol. Foi demonstrado que o catalisador se
observada por outros autores como Pariente et al. (2008) e mantém inalterado após seu emprego na eterificação do
associada às propriedades destes catalisadores, já que existe glicerol com dodecanol, o que sugere que sua estabilidade
limitação, por moléculas maiores, ao livre acesso dos poros permite sua reutilização em outros ciclos de reação.
da zeólita, dificultando a formação dos demais produtos
didodecil-éter de glicerol e tridodecil-éter de glicerol. 5 – Agradecimentos
A modelagem matemática escolhida foi a que CNPq, CAPES, USINA A/DEQ/UFPR, DQUI/UFPR.
apresentou menor resíduo e indicou um bom ajuste do
modelo aos dados, o que pode ser visualizado no gráfico de 6 - Bibliografia
valores preditos x valores observados (Figura 2), onde os
dados experimentais são apresentados por pontos pretos e a ISAHAK, W. N. R. W., RAMLI, Z. A. C., ISMAIL, M.,
tendência do modelo pela reta cinza. Ainda, pode-se JAHIM, M., YARMO, M. A. Recovery and Purification of
confirmar que o modelo escolhido é o mais adequado, uma Crude Glycerol from Vegetable Oil Transesterification.
vez que apresentou elevado R2 (0,906) para uma variância Separation & purification Reviews 2015, v. 44, p. 250-267.
máxima explicada de 0,850, conferindo alta previsibilidade BEHR, A., EILTING, J., IRAWADI, K., LESCHINSKI, J.,
ao modelo. Assim, por meio da análise de variância simples, LINDNER, F. Improved utilisation of renewable resources:
pode-se constatar que o modelo desenvolvido é válido a um New important derivatives of glycerol. Green Chem. 2008,
nível de significância estatístico de 95%. v.10, p.13–30.
O gráfico de Pareto (Figura 2) indicou que, a um PARIENTE, S., TANCHOUX, N., FAJULA, F.
nível de confiança de 95%, a temperatura (L) foi a única Etherification of glycerol with ethanol over solid acid
variável com efeito positivo sobre o teor de MEG (+8,69 catalysts. Green Chem., 2008, 11, 1256–1261.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
341
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
tempo de reação. Na terceira conexão foi acoplado um É possível ainda observar na Figura 2 os resultados
condensador de bolas para evitar perdas por evaporação. de conversão obtidos para os catalisadores sem o processo
A reação do glicerol com ácido oleico foi avaliada em de sulfonação, no qual obtivemos valores de conversão
diferentes proporções molares Gli:AO (1:1, 1:2 e 1:3), em menores, de 38,43% ± 0,35 e 32,39% para CMK-3 e CMK-
diferentes temperaturas (80, 100, 120 e 140 °C) com variação 8, respectivamente, nas mesmas condições mencionadas
da porcentagem de catalisador de 2,5 e 5% sob agitação por anteriormente na temperatura de 120 °C. A partir desses
5 h. A reação foi monitorada por titulação com hidróxido de resultados com os carbonos mesoporosos, foi possível
potássio (0,1 mol/L) pelo método do Índice de Acidez. perceber a necessidade da aplicação de um método de
sulfonação como tratamento para lhe conferir um caráter
mais ácido, já que estes mostraram potencial para a
3 - Resultados e Discussão esterificação de ácido oleico com glicerol.
Esses resultados mostram a potencialidade das
Analisando os resultados dos processos (P1, P2 e CMKs serem empregados nesta reação, pois mesmo sem
P3) de purificação foi possível obter para os tratamentos nenhuma incorporação de sítios ácidos já apresentaram
realizados valores de 91,6%, 98,2% e 92,1% de teor de atividade, além da vantagem de poderem ser reciclados. O
glicerol, respectivamente (Tabela 1). O melhor resultado tratamento de sulfonação para conferir um caráter mais ácido
apresentou um teor de 98,2% ± 0,05 para o processo 2, com a estes materiais apresentou um grande potencial para a
o qual foi realizada a esterificação com ácido oleico e CMKs. esterificação de ácido oleico com glicerol, já que a conversão
reacional atingiu valores superiores a 80%.É importante
Tabela 1. Resultados das análises físico-químicas. mencionar que as análises dos produtos e caracterização dos
Parâmetros Glicerina Glicerina P1 P2 P3 catalisadores antes e após as reações ainda estão sendo
PA Bruta
Alcalinidade 0,0 86,0 0,001 0,001 0,001 realizadas, mas pelos resultados já obtidos é possível notar a
Condutividade 4,21 4126,0 0,31 0,16 0,37 extrema importância do estudo feito em relação ao uso da
(µS/cm) glicerina advinda do processo de produção do biodiesel
Densidade 1,26 1,01 1,25 1,26 1,25 como um coproduto que pode ser aproveitado gerando outros
(g/cm3)
Cor Incolor Castanho Incolor Incolor Incolor
produtos de interesse e com outras aplicações, como mono-,
Índice de 1,47 1,39 1,47 1,47 1,47 di- e tri-oleato de glicerol, de alto valor comercial. Ressalta-
refração se ainda, as vantagens da utilização dos catalisadores
pH 5,5-8,0 10,71 7,01 7,11 7,06 heterogêneos aqui estudados, visto que podem ser
Teor de água 0,005 4,77 0,042 0,010 0,034 reutilizados.
(g/g de
amostra)
Teor de cinzas
(g/g de
0,0 0,996 0,16 0,09 0,16 4 – Conclusões
amostra) A glicerina purificada com as resinas apresentou
Teor de 99,5 47,84 91,6 98,2 92,1
glicerol (%w) grau de pureza acima de 90%, comprovando uma boa
eficiência do processo utilizado. A esterificação de ácido
Depois de estudar as diferentes razões molares e as oleico e glicerina purificada alcançou valores de conversão
concentrações de CMKs, observou-se melhores resultados de até 84,39% com o carbono mesoporoso sulfonado CMK3-
para uma razão molar de Gli: AO de 1:3 e 5% de catalisador SO3H. Com isso, foi possível concluir que o carbono
em massa, em seguida os estudos foram em diferentes mesoporoso sulfonado podem ser um catalisador ideal para
temperaturas com os parâmetros anteriores mencionados. A a esterificação de ácidos graxos.
melhor conversão alcançada foi com o catalisador CMK3-
SO3H com 84,39% ± 0,38 em reator fechado aquecido a uma
temperatura de 120 °C na presença de 5% em massa do
5 – Agradecimentos
catalisador em relação a quantidade de ácido graxo, sob Os autores agradecem o apoio financeiro e bolsa
agitação e atmosfera inerte durante 5 h. concedida pela PROCAD/CAPES(88887.284985/2018-00).
6 - Bibliografia
BIODIESEL. Disponível em: <
https://www.biodieselbr.com/>. Acesso em: 01 de out. 2019.
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KONG, P. S.; PÉRÈS, Y.; DAUD, W. M. A. W.; COGNET,
P.; AROUA, M. K., Front. Chem. 2019, 7, 1-11.
Figura 2. Valores de conversão obtidos em diferentes SILVA, S. S. O., Dissertação de Mestrado, Universidade
temperaturas para esterificação do glicerol e ácido oleico. Federal do Ceará, 2019.
teor de glicerol livre na GC também é explicado pela Pode-se observar na Figura 1 que apesar de baixas
presença de água, visto que o glicerol é altamente concentrações do produto terem sido encontradas, a
hidrofílico (Behret al., 2008). glicerina crua pode ser empregada em reações de
eterificação, porém, a metodologia de síntese deve ser
Tabela 1. Caracterização das propriedades físicas e otimizada.
químicas das amostras de glicerina crua (GC) e da glicerina
de grau analítico (GPA)
Parâmetro GA GC 4 – Conclusões
Densidade (g cm-3) 1,178±0,004 1,304 ±0,063 A glicerina crua obtida da produção de biodiesel
pH (solução) 6,95 6,80 possui quantidades significativas de água, além de matéria
Viscosidade absoluta 1306,14 ±9,41 267,50 ±0,159 inorgânica e provavelmente de sais de ácidos graxos
(mPas) provenientes da catálise da transesterificação. Entretanto,
Viscosidade cinemática 1108,78 205,14 pode-se obter glicerina crua com pH neutro, o que é
(g cm-3 mPas) vantajoso, pois possibilita que a glicerina crua seja reagida
Teor de cinzas 0,115 ±0,125 1,211 ±0,125 sem a necessidade de processos de neutralização.
Teor de glicerol livre 99,52 ±4,62 84,71 ±5,80 Não foi detectado metanol na glicerina, mais uma
Teor de água 0,3914 ±0,0084 12,478 ±0,0751 vantagem do ponto de vista que torna desnecessário um
Teor de Na+ nd 5,1 tratamento para retirar excesso de álcool. Todavia não é
Teor de K+ nd 0,01 possível afirmar que a amostra de glicerina pura poderia ser
Teor de acidez 0,018 ±0,006 0,108 ±0,006 utilizada para produzir aditivos alimentícios ou outras
Teor de metanol nd nd substâncias utilizadas nas indústrias farmacêutica e
cosmética.
O maior teor de cinzas na GC indica que esta
amostra possui maior quantidade de material mineral,
provavelmente advindo dos sais de ácidos graxos que, sabe- 5 – Agradecimentos
se, estão geralmente presentes na glicerina crua do biodiesel
UFPR, MCTIC, RBTB, CNPq, CAPES, FINEP,
(Hejna et al., 2016). O teor de Na+ significativo é um forte
CEPESQ/UFPR, LEQUIPE/UFPR.
indício de que um catalisador composto por sódio foi
utilizado na transesterificação, um catalisador muito
comum para a produção do biodiesel é o metóxido de sódio 6 - Bibliografia
(NaOMe) (Kong et al., 2016).
O metanol geralmente é utilizado em excesso nas ANP. Anuário estatístico 2019. Brasília, 2019.
reações de transesterificação, numa proporção 6:1 de BEHR, A.; EILTING, J.; IRAWADI, K.; LESCHINSKI, J.;
metanol para óleo (Kong et al., 2016). Contudo, não foi LINDNER, F. Improved utilization of renewable resources:
detectado metanol na GC, o que indica que este foi New important derivatives of glycerol. Green Chemistry
provavelmente extraído do glicerol. 2008, 10, 13-30.
Conhecendo as propriedades físico-químicas da HEJNA, A.; KOSMELA, P.; FORMELA, K.; PISZCZYK,
glicerina crua pode-se pensar em maneiras mais efetivas de L. Potential applications of crude glycerol in polymer
valorizar o glicerol de biodiesel por meio de modificações technology–Current state and perspectives 2016, 66, 449-
químicas, de maneira técnica e economicamente viáveis, 475.
contribuindo para o desenvolvimento da indústria do HU, S.; LUO, X.; WAN, C.; LI, Y. Characterization of
biodiesel como um todo. Portanto, testou-se a eterificação Crude Glycerol from Biodiesel Plants. Journal of
da glicerina oriunda da indústria de biodiesel na produção Agricultural and Food Chemistry 2012, 60, 5915-5921.
de monododecil-éteres de glicerol. O resultado desta análise Instituto Adolf Lutz. Métodos físico-químico para análise
está demonstrado na Figura 1. de alimentos. São Paulo: Instituto Adolf Lutz, 2008. p. 591.
KONG, P. S.; MOHAMED, K. A.; WAN, M. A. W. D.
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and other Bio-Based Chemicals. Catalysts 2019, 9, 15.
SOI, H. S.; BAKAR, Z. A.; MAT-DIN, N. S. M. N.;
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VARMA, R. S.; LEN, C. Glycerol valorization under
continuous flow conditions-recent advances. Green and
Sustaible Chemistry 2019, 15, 83-90.
Quadro 2. Valores e redução de sólidos voláteis dia ocorre pela troca gasosa com a fase líquida do reator
antes e após os tratamentos aplicados. anaeróbio. Por se tratar de reações bioquímicas complexas,
Trata SV inicial SV final Redução SV o processo de digestão anaeróbia pode ser facilmente inibido
mento (g L-1) (g L-1) (%) por alterações adversas no meio, devido há diversas espécies
Controle 65,27 ± 0,267 61,17 ± 0,219 6,28 de microrganismos que trabalham em consórcio, sendo uma
S180I20P5 61,23 ± 0,106 51,09 ± 0,117 16,57 etapa totalmente dependente de outras. Dessa forma, deve-se
investigar a influência de cada variável nas comunidades
S160I40P5 49,77 ± 0,121 39,61 ± 0,213 20,42
bacterianas para otimizar a produção de biogás garantindo
S140I60P5 45,45 ± 0,118 35,23 ± 0,205 22,49 altas concentrações de metano.
S180I20P6 59,61 ± 0,479 48,55 ± 0,158 18,56
S160I40P6 49,43 ± 0,355 38,30 ± 0,205 22,52 4 – Conclusões
S160I40P6 52,40 ± 0,204 40,33 ± 0,385 23,02 O POME apresentou-se apropriado à digestão
S160I40P6 52,63 ± 0,131 41,13 ± 0,131 21,85 anaeróbia por possuir caráter biodegradável. O tratamento
que combinou pH neutro (7) com 60 mL de inóculo, amostra
S140I60P6 46,68 ± 0,091 34,56 ± 0,139 25,95
(70/30), promoveu maior redução de SV (29,96%) e maior
S180I20P7 58,40 ± 0,058 44,70 ± 0,210 23,47 concentração de metano na composição do biogás. A
S160I40P7 51,64 ± 0,213 37,89 ± 0,397 26,62 produção de biogás foi satisfatória com concentração de
S140I60P7 45,92 ± 0,407 32,16 ± 0,271 29,96 metano maior que 50%, principalmente no sexto dia de
operação. Estudos preliminares foram essenciais para
A partir do Quadro 2 é possível verificar que os controlar o comportamento do processo aplicado.
tratamentos (S140I60P6 E S140I60P7), que utilizaram 60
mL de inóculo, apresentam reduções superiores de SV 5 – Agradecimentos
quando comparados a volumes menores. Assim como os
tratamentos (S180I20P7, S160I40P7 e S140I60P7) em Embrapa Agroenergia, CNPq e Capes.
relação ao parâmetro de pH igual a 7 foram mais eficientes
que os tratamentos com pH igual a 5 e 6, comprovando a 6 - Bibliografia
influência do pH no tratamento. Dessa forma, o APHA. AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION.
monitoramento dos gases produzidos como (% de v/v) de Standard Methods for the Examination of Water and
CH4, (ppm) de CO2 e H2S dos tratamentos (S140I60P6, Wastewater. American Water Works Association, Water
S180I20P7, S160I40P7 e S140I60P7) estão expressos na Environmental Federation, 21.ed. Washington. 2005.
Figura 1, sendo a relação efluente/inóculo (E/I) expresso em BWTECHNOLOGIES, 2017. GasAlertMicro 5 IV. Manual.
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from agrobioenergy co/by-products and agroindustrial
residues into high-value added products associated to some
emerging markets: A review. Renewable and Sustainable
Figura 1. Monitoramento da produção de gases, sendo (A) Energy Reviews, v. 88, p. 326–346, 2018.
produção de CH4, (B) produção de H2S e (C) produção de EMBRAPA, 2014. Desempenho Socioeconômico do
CO2. Sistema Produtivo Familiar de Dendê em Moju, Estado do
Os três gráficos apresentados na Figura 1 Pará. Boletim de pesquisa e desenvolvimento. Embrapa
apresentam a variação de concentração de CH4, H2S e CO2, Amazônia Oriental, Ministério da Agricultura, Pecuária e
respectivamente, das quatro amostras que apresentaram os Abastecimento. ISSN 1517-2228. Belém, Pará, 2014.
melhores resultados, ao longo do período de ISKANDAR, M. J.; BAHARUM, A.; ANUAR, F. H.;
biodegradabilidade. Com as informações dispostas em cada OTHAMAN, R. Palm oil industry in South East Asia and the
gráfico podemos observar a máxima produção de metano no effluent treatment technology - A review. Environmental
primeiro e sexto dia de digestão, podendo-se inferir como Technology & Innovation, v. 9, p. 169–185, 2018.
tempo suficiente para a degradação de compostos orgânicos SCHIRMER, W. N. et. al. Methane production in anaerobic
facilmente degradáveis. O primeiro e o sexto dia também se digestion of organic waste from Recife (Brazil) Landfill: 102
destacam por apresentar as maiores concentrações de H2S e evaluation in refuse of different ages. Brazilian Journal of
as menores concentrações de CO2, podemos então observar Chemical Engineering, v. 31, n. 02, p. 373-384, 2014.
uma relação inversamente proporcional em relação à VON SPERLING, M. Introdução à Qualidade das Águas e
produção de CH4 e CO2 e diretamente proporcional quando ao Tratamento de Esgotos (Princípios do Tratamento
se trata da produção de CH4 e H2S. Segundo Schirmer et. al Biológico de Águas Residuárias), v. 1, 3. Ed. Belo
(2014), a estabilidade da concentração do CO2 a partir do 8 Horizonte: DESA-UFMG, p. 452, 2005.
Palavras Chave: Hidrogenação, Catalise, ésteres de ácidos graxos, ácidos graxos e ácidos graxos.
Conversão (%)
A produção de alcoóis graxos na escala industrial Palma
60
apresenta tecnologia bem definida tanto através de fontes
de matérias-primas renováveis, quanto de fontes 40
petroquímicas. No entanto, nos últimos anos, o número de
pesquisas com vista ao desenvolvimento de novos 20
catalisadores aumentou substancialmente, além de testar
novos processos de condições reacionais brandas quando 0
comparado com processos convencionais de produção de 0 100 200 300 400
alcoóis graxos a partir de fontes renováveis. Turek e Cant Tempo (minutos)
(1994), Rozmysłowicz et al. (2015); Modler, Gubler e
Inoguchi (2004) apud Mudge, Belanger e Nielsen (2008). Fig.1: Conversões dos substratos através de hidrogenação
O objetivo deste trabalho comparar a atividade de
Re/TiO2 na redução de alcoóis graxos através de O perfil de conversão dos dois substratos mostra que a taxa
hidrogenação de ácidos graxos e de ésteres de ácidos de conversão dos ácidos graxos é maior, que a conversão
graxos. dos ésteres de ácidos graxos. Durante 5h de reação foi
possível obter-se conversão de 99,6% de ácidos graxos,
enquanto no mesmo tempo de reação, foi convertido 91,8%
2 - Material e Métodos de ésteres de ácidos graxos em diversos produtos.
Os experimentos foram realizados no
GREENTEC/UFRJ. Para tal foram necessários como Seletividade
reagentes: “ésteres de palma (Agropalma S.A.), e ácidos A seletividade dos produtos da hidrogenação está
graxos de palma (Agropalma S.A.),. Ácido Perrênico apresentada em dois gráficos, um para cada substrato
(HReO4, Sigma-Aldrich), Aeroxide TiO2 P 90 (Degussa), utilizado. A Gráfico 2 ilustra o perfil da seletividade da
Hidrogênio 99,99% (Linde Gases), Heptano, PA. hidrogenação dos ácidos graxos de palma:
O catalisador de Re/TiO2 foi sintetizada através
da impregnação seca. Neste proceso a quantidade de água 100
necessária para diluir o ácido perrênico foi determinada 90
pelo volume de poros de TiO2 em análise de Fisissorção de 80
Selectividade
70 Alcoóis Graxos
nitrogênio. Depois da impregnação do rênio em todos os 60
suportes, estes foram calcinados à 500oC, durante 4 horas, 50
40 Hidrocarboneto
com taxa de aquecimento de 5°C/ min. s
30
As reações foram realizadas num reator PARR, 20 Éster de cera
modelo 4848, com capacidade de 300 mL, pressão máxima 10
de 3000 Psi e um copo de aço inoxidável. As reações que 0
serão realizadas utilizando solvente orgânico (heptano), a 0 100 200 300 400
temperatura de 250oC e 70 bar. As quantidades dos Tempo (minutos)
reagentes foram 15g do substrato apara 80 g do solvente.
As amostras das reações foram injetadas através Gráfico 2: Seletividade de alcoóis graxos, hidrocarbonetos
da coluna DB 23, Marca J & W Scientific em um e ésteres de cera, a partir da conversão de ácidos graxos de
cromatógrafo Shimadzu, modelo GC-2010 com Injetor palma
split/splitless, detector de ionização de chama (FID).
Nesta reação foram obtidos três (3) produtos: graxos apresentou taxa de conversão maior que a
alcoóis graxos, hidrocarbonetos e ésteres de cera, com hidrogenação de ésteres.
maior seletividade em alcoóis graxos de 86.5% em 6h de Toba et al., (1999) fundamentam que produção de
reação. Os restantes 13,5% corresponde o somatório da alcoóis graxos fosse favorecida pela hidrogenação de
percentagem dos hidrocarbonetos e ésteres de cera. ésteres que ácidos graxos. O favorecimento se devia pelo
Pode observar que em 4h de reação, houve a fato que na hidrogenação de ésteres seriam
diminuição dos alcoóis graxos formados, favorecendo a automaticamente produzidos dois alcoóis.
formação do intermediário (ésteres de cera), pois para A maior atividade dos catalisadores de rênio
formação do intermediário, neste caso concreto foi através suportados em titânia por ser favorecido por fatores como:
da reação da esterificação entre as moléculas de alcoóis maior atividade e seletividade do rênio e pelo suporte, pois
graxos com moléculas de ácidos graxos. o TiO2 é um metal redutivo, o que facilita a interação com
A esterificação de ácidos graxos e alcoóis graxos, rênio e melhora a dispersão deste no catalisador formado.
não é o único mecanismo para a formação dos ésteres de
cera, visto que, também podem ser formados pela reação
entre alcoóis graxos com ésteres. 4 – Conclusões
A conversão e a seletividade dos alcoóis graxos A hidrogenação tanto de ácidos graxos de palma,
foram proporcionais com o tempo reacional, isto é, quanto quanto dos ésteres de palma foi efetivo, apresentando boa
maior for tempo da reação, maior foi tanto a conversão dos atividade do catalisador na conversão e seletividade deste
ácidos graxos e da seletividade dos alcoóis graxos. para alcoóis graxos.
Quanto aos ésteres de cera (intermediário), apesar A hidrogenação de ácidos graxos de palma teve
de serem formados ao longo da reação, são maior conversão que a de ésteres de palma, enquanto a
subsequentemente hidrogenados e convertidos em alcoóis seletividade dos alcoóis graxos foi favorecida pela
graxos. hidrogenação de ésteres.
A literatura tem apresentado disparidade quanto ao tipo de
moléculas obtida como intermediários durante a
hidrogenação dos triglicerídeos e dos seus derivados 5 – Agradecimentos
(ésteres de ácidos graxos ou ácidos graxos). Segundo
Capes e INCT-Midas
Sunitha, Sadula, et al. (2007); Thakur e Kundu, (2016),
produziram também ésteres de cera como intermediários.
No entanto, ROZMYSŁOWICZ et al., (2015), produziram 6 - Bibliografia
aldeídos como intermediários.
Sunitha, S., Kanjilal, S., Reddy, P. S., & Prasad, R. B.
O Gráfico 3, representa a seletividade dos produtos da (2007). Liquid–liquid biphasic synthesis of long chain wax
hidrogenação de ésteres de palma. esters using the Lewis acidic ionic liquid choline chloride·
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Thakur, D. S., & Kundu, A. (2016). Catalysts for fatty
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90 the American Oil Chemists' Society, 93(12), 1575-1593.
Seletividade (%)
80
Rozmysłowicz, B., Kirilin, A., Aho, A., Manyar, H.,
70
60 Hardacre, C., Wärnå, J., ... & Murzin, D. Y. (2015).
Alcoóis Selective hydrogenation of fatty acids to alcohols over
50
40 Graxos highly dispersed ReOx/TiO2 catalyst. Journal of
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20 bonetos Toba, M., Tanaka, S. I., Niwa, S. I., Mizukami, F.,
10 Éster de Koppány, Z., Guczi, L., ... & Tang, T. S. (1999). Synthesis
0 of alcohols and diols by hydrogenation of carboxylic acids
cera
0 200 400 and esters over Ru–Sn–Al2O3 catalysts. Applied Catalysis
Tempo (minutos) A: General, 189(2), 243-250.
Mudge, S. M., Belanger, S. E., & DeLeo, P. C.
Gráfico 3: Seletividade de alcoóis graxos, hidrocarbonetos
(2018). Fatty alcohols: anthropogenic and natural
e ésteres de cera, a partir da conversão de ésteres de palma
occurrence in the environment. Royal Society of
Chemistry.
Os resultados mostram um gráfico com perfil dos produtos
Turek, T., Trimm, D. L., & Cant, N. W. (1994). The
formados diferentes, uma vez que neste caso não houve a
catalytic hydrogenolysis of esters to alcohols. Catalysis
produção dos intermediários.
Reviews—Science and Engineering, 36(4), 645-683.
Quanto ao rendimento, o uso de ésteres como
matéria prima, apresenta maior seletividade de alcoóis
graxos (95.4%).
Em geral, os resultados ilustram que a
hidrogenação de ésteres de palma apresentou maior
seletividade que a hidrogenação de ácidos graxos. No
entanto, quanto a conversão, a hidrogenação de ácidos
Palavras Chave: estimação de parâmetros, particle swarm optimization, hidrogenação de ésteres, catálise heterogênea
3 - Resultados e Discussão
As Figuras 1, 2 e 3 representam os perfis da
modelagem cinética dos dados experimentais. A Figura 1
mostra os perfis de fração molar dos ésteres: oleato de
metila (E1); palmitato (E2); e estearato (E3). Onde temos o
crescimento inicial da fração de E3, devido a conversão de
E1 em E3 e, em seguida, o seu consumo total formando os
alcoóis de graxos, Figura 2, hidrocarbonetos, Figura 3, e
produtos indesejáveis.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem Capes, CNPq e ao INCT-
Midas.
Figura 2. Perfis de fração molar dos alcoóis graxos C16 e C18 6 - Bibliografia
experimentais e modelados BRANDÃO, A. L. T.; ALBERTON, A. L.; PINTO, J. C.;
SOARES, J. B. P. Copolymerization of Ethylene with 1,9-
As reações de formação de hidrocarbonetos Decadiene: Part I – Prediction of Average Molecular
apresentadas foram lentas, o que certamente foi importante Weights and Long-Chain Branching Frequencies.
ao processo, porque diminui a conversão dos alcoóis em Macromolecular Journals 2017, 26, 1600059-1600076.
hidrocarbonetos, descrita pela Figura 3. DA ROS, S.; SCHWAAB, M.; PINTO, J. C. Parameter
Estimation and Statistical Methods. Amsterdam: Elsevier,
2017.
KORSTANJE, T. J.; VLUGGT, J. I. van der; ELSEVIER,
C. J.; BRUIN, B. de. Hydrogenation of carboxylic acids
with a homogeneous cobalt catalyst. Science 2015, 350,
6258, 298-302.
PRITCHARD, J.; FILONENKO, G. A.; PUTTEN, R. van;
HENSEN, E. J. M.; PIDKO, E. A. Heterogeneous and ho-
mogeneous catalysis for the hydrogenation of carboxylic
Figura 3. Perfis de fração molar dos hidrocarbonetos C16 (P16) e
C18 (P18) experimentais e modelados
acid derivatives: history, advances and future direc-
Assim, a modelagem matemática mostrou-se tions. Chemical Society Reviews 2015, 44, 11, 3808-3833.
satisfatória, descrevendo o comportamento das espécies na TUREK, T.; TRIMM, D. L.; CANT, N. W. The catalytic
reação, obtendo um erro mínimo quadrado de 8,6567·10-2. hydrogenolysis of esters to alcohols. Catalysis Reviews -
Science and Engineering 1994, 36, 4, 645-683.
1 - Introdução
No Brasil, de acordo com a legislação vigente,
todo o diesel comercializado deve ser adicionado de 10% de
biodiesel, com a previsão de aumento percentual até os
30%. (ANP, 2016) Entre os impactos negativos da
utilização do biodiesel estão: o aumento do caráter
higroscópico; a contaminação microbiana em tanques de Figura 1. Esquema geral para as reações de
armazenamento; e por fim, a diminuição da estabilidade hidroformilação/condensação empregadas. R = butil, pentil e
oxidativa. (YEMASHOVA et al., 2007) isopropil. Adaptado de Ramalho et al., 2016.
Uma forma de aumentar a estabilidade oxidativa do
biodiesel está no uso de aditivos obtidos pela Para a redução dos produtos iminados, foi utilizada
funcionalização das insaturações do material de ésteres uma metodologia adaptada de TABANE, 2014. Para tanto,
metílicos de ácidos graxos (FAME). (BEHR et al., 2014) O as reduções se procederam na presença de alumina neutra,
processo de hidroformilação consiste na inserção de uma borohidreto de sódio e metanol. As quantificações foram
carbonila de aldeído onde antes existia uma insaturação. feitas por meio de RMN H1. Um esquema geral está
Devido a sua elevada reatividade, aldeídos podem dar representado na figura 2. Aos produtos foram atribuídas as
origem a novos grupos funcionais, como iminas, álcoois, e abreviações: BABC, PABC e IABC, como representados na
outros, o que torna a hidroformilação um processo atraente. figura 3.
(RAMALHO et al., 2014, 2016) Os produtos
hidroformilados e condensados podem ainda sofrer novas
reações para a obtenção de grupos funcionais distintos.
(KAZEMI; KIASAT; SARVESTANI, 2008; RAMALHO et
al., 2016)
Nesse contexto, foram desenvolvidos estudos para Figura 2. Esquema geral para as reações de redução
a obtenção de derivados de FAME por meio da empregadas. R1 = cadeia graxa e R2 = butil, pentil e
hidroformilação e condensação na presença de aminas isopropil. Adaptado de Tabane, 2014.
primárias, seguida por uma redução por maceração com
borohidreto de sódio e alumina. Os produtos obtidos foram
então aplicados em misturas de diesel e biodiesel para a
determinação de seu caráter antioxidante.
2 - Material e Métodos
Para a síntese de FAME de canola, utilizou-se uma
metodologia de transesterificação via catálise básica
adaptada de ALBUQUERQUE, 2006. A conversão do óleo Figura 3. Representação geral para os produtos iminados e
de canola em biodiesel de canola foi verificada por meio de aminados: BIBC, PIBC, IIBC, BABC, PABC e IABC.
espectroscopia de ressonância magnética nuclear no núcleo
de H1 (RMN H1). O número de insaturações do biodiesel foi As misturas de diesel e de biodiesel com os aditivos
determinado por meio de RMN H1. sintetizados foram preparadas utilizando diesel comercial e
Após determinado o número de insaturações do biodiesel B100 sintetizado. Os diagramas de estabilidade
biodiesel, a reação de hidroformilação/condensação foi oxidativa foram registrados utilizando um Metrohm
Pensalab 873 Biodiesel Rancimat de acordo com a norma
dimensionada de acordo com dados obtidos a partir da
EN14112.
literatura. (RAMALHO et al., 2016) As reações
procederam-se com a utilização do biodiesel de canola, gás
de síntese, HRhCO(PPh3)3, PPh3 e aminas variadas, como a 3 - Resultados e Discussão
butilamina, a pentilmina e a isopropilamina. As
As estabilidades oxidativas das misturas de
quantificações foram feitas por meio de RMN H1. Um
biodiesel foram determinadas de modo a selecionar aditivos
esquema geral está representado na figura 1. Aos produtos
que atuem na melhoria da estabilidade. Na tabela 1, foram
foram atribuídas as abreviações: BIBC, PIBC e IIBC, como compiladas as propriedades das misturas de imina e amina
representados na figura 3. em biodiesel de canola sintetizado em bancada. Como um
exemplo de antioxidante utilizado em escala industrial, foi derivados de FAME de canola por meio de reações de
empregado o 2,6-di-terc-butilfenol. hidroformilação, condensação e redução, seguida pela
De modo geral, as misturas aditivadas com iminas aplicação destes em misturas para o teste de suas
apresentaram tempo de indução inferior ao valor verificado propriedades antioxidantes.
no branco B100, enquanto as misturas aditivadas com Entre as misturas de biodiesel testadas, as
aminas tiveram um tempo de indução bastante elevado, aditivadas com produtos aminados apresentaram ação
especialmente nas amostras IABC 0,5% e 1,0% e BABC 0,5 fortemente antioxidante, enquanto as misturas aditivadas
e 1,0%. com os produtos iminados apresentaram tempo de indução
menor que o observado no biodiesel puro, levando a
Tabela 1. Tempos de indução para as diferentes misturas de elaborar possíveis hipóteses com estabilização de radicais,
biodiesel empregadas. que ainda necessitam de estudos mais aprofundados para
Concentração de Tempo de suas devidas validações. No entanto, justifica-se a utilização
Amostra
aditivo (v/v) indução (h) dos produtos aminados em biodiesel sob o pretexto da
B100 0% 8,50 considerável melhora no tempo de indução.
2,6-Di-terc-
Eq. Mol. 1.0 % > 30
butilfenol 5 – Agradecimentos
0,5% 5,79 FAPDF, CNPq e Capes
IIBC
1% 3,62
0,5% 21,11
IABC 6 - Bibliografia
1% 30,00
0,5% 5,90 ALBUQUERQUE, G. A. Obtenção e caracterização
BIBC físico-química do Biodiesel de Canola (Brassica napus )
1% 4,00 [Dissertação]. [s.l.] Universidade Federal da Paraíba, 2006.
0,5% 23,54 ANP. Resolução ANP N° 30 de 23 de junho de 2016
BABC
1% 29,59 Brasil, DOU 23.06.2016, 2016.
0,5% 6,02 BEHR, A. et al. Towards resource efficient chemistry:
PIBC tandem reactions with renewables. Green Chemistry, v. 16,
1% 4,05
n. 207890, p. 982–1006, 2014.
0,5% 11,85 COSTA, K. P. et al. Synthesis and Evaluation of Biocide
PABC
1% 13,44 and Cetane Number Improver Additives for Biodiesel from
Chemical Changes in Triacylglycerides. Journal of the
O baixo tempo de indução dos produtos iminados Brazilian Chemical Society, v. 29, n. 12, p. 2605–2615,
podem evidenciar a degradação acelerada da mistura em 2018.
função da presença de uma insaturação junto ao nitrogênio HERNÁNDEZ-SOTO, H.; WEINHOLD, F.; FRANCISCO,
em uma posição que estabiliza o radical formado. Já o J. S. Radical hydrogen bonding: Origin of stability of
elevado tempo de indução observado nas amostras aminadas radical-molecule complexes. Journal of Chemical Physics,
provém possivelmente de uma desestabilização de radicais v. 127, n. 16, p. 1–11, 2007.
por meio de ligações de hidrogênio entre a amina e a espécie JOHNSON, E. R.; DILABIO, G. A. Radicals as hydrogen
radical peróxil ROO*, suposição na qual o aditivo aminado bond donors and acceptors. Interdisciplinary Sciences:
atuaria diminuindo a velocidade da propagação. Computational Life Sciences, v. 1, n. 2, p. 133–140, 2009.
(HERNÁNDEZ-SOTO; WEINHOLD; FRANCISCO, KAZEMI, F.; KIASAT, A. R.; SARVESTANI, E. Practical
2007) Outra possibilidade, é a desestabilização da espécie reduction of imines by NaBH4/alumina under solvent-free
hidroperoxil ROOH também por ligações de hidrogênio com conditions: An efficient route to secondary amine. Chinese
o grupo amina dos aditivos, de forma que, o processo como Chemical Letters, v. 19, n. 10, p. 1167–1170, 2008.
um todo seria retardado. (COSTA et al., 2018; JOHNSON; RAMALHO, H. F. et al. Biphasic hydroformylation of
DILABIO, 2009) soybean biodiesel using a rhodium complex dissolved in
Os efeitos antioxidantes verificados para as aminas ionic liquid. Industrial Crops and Products, v. 52, p. 211–
em cadeia graxa divergem das possibilidades descritas na 218, 2014.
literatura, onde as espécies descritas são majoritariamente RAMALHO, H. F. et al. Production of additives with
oxigenadas e comumente aromáticas. (COSTA et al., 2018) antimicrobial activity via tandem hydroformylation-amine
Portanto, para comprovar ou refutar as hipóteses condensation of soybean FAME using an ionic liquid-based
levantadas, novos estudos se fazem necessários. A título de biphasic catalytic system. Journal of the Brazilian
comparação, foi utilizado como um padrão de 2,6-di-terc- Chemical Society, v. 27, n. 2, p. 321–333, 2016.
butilfenol, que possui aplicação industrial como TABANE, T. H.; SINGH, G. S. A Simple Reduction of
antioxidante, o qual apresentou um tempo de indução Imines to Biologically Important Secondary Amines Using
superior a 30 h. Então, pode-se afirmar que os produtos Sodium Borohydride/Alumina in Solid-Phase. Proceedings
aminados têm caráter antioxidante, e poderiam ser utilizados of the National Academy of Sciences India Section A -
em substituição a antioxidantes comerciais. Physical Sciences, v. 84, n. 4, p. 517–521, 2014.
YEMASHOVA, N. A. et al. Biodeterioration of crude oil
4 – Conclusões and oil derived products: A review. Reviews in
Environmental Science and Biotechnology, v. 6, n. 4, p.
O presente trabalho apresentou como objetivos
315–337, 2007.
principais a obtenção de compostos iminados e aminados
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
355
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Há pesquisas que utilizam o glicerol como um no estado do Rio Grande do Sul pela grande disponibilidade
aditivo para a formação de um carvão híbrido. Nesse novo desses combustíveis.
combustível o carvão é impregnado de glicerol,
substituindo a umidade inerente nos poros do carvão.
Quando os dois combustíveis são simplesmente misturados, 4 - Referências
os comportamentos do glicerol e do carvão são
AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, Gás Natural e
independentes, principalmente pela menor temperatura de
Biocombustíveis. Informações de mercado - 2019. 2019.
evaporação do glicerol (443 K). Na caracterização do
Disponível em: <http://www.anp.gov.br/producao-de-
carvão híbrido foi perceptível um aumento dos teores de
biocombustiveis/biodiesel/informacoes-de-mercado>.
carbono e hidrogênio em comparação com o carvão bruto,
Acesso em: 3 set. 2019.
enquanto o conteúdo de oxigênio diminuiu. O glicerol
BAE, J.; LEE, D.; LEE, Y.; PARK, S.; HONG, J.; KIM, J.;
assume um comportamento de combustão como o de uma
LEE, B.; JEON, C.; HAN, C.; CHOI, Y.Soo et al.
matéria volátil, resultando em um combustível com um
Production of the glycerol-impregnated hybrid coal and its
único comportamento de combustão, diferente do que
characterization.Fuel, 2014, 118, 33-40.
ocorre na mistura de dois sólidos, por exemplo, carvão
mineral e biomassa sólida. Os resultados desse estudo CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de grãos.
indicam a possibilidade de uso de glicerol como Brasília: Conab, 2013, 1. Disponível em:
combustível em usinas a carvão com redução nas emissões <https://www.conab.gov.br ›
de dióxido de carbono (BAE et al.,2014). 22227_378630c35e68682d6a984ecbd43bfe1d>. Acesso
Segundo Lee e colaboradores (2016), o carvão em: 04 set. 2019.
mineral impregnado de glicerol possui limites para a
CORONADO, C. R.; CARVALHO, J.A; QUISPE, C. A.;
mistura, percentuais acima de 20% de glicerol reduzem a
combustibilidade, pois glicerol em excesso não penetra nos SOTOMONTE, C. R. Ecological efficiency in glycerol
combustion. Applied Thermal Engineering, 2014, 63, 97–
poros ficando na parte superficial do carvão e queimando
mais rapidamente, criando uma deficiência de oxigênio no 104.
ambiente circundante. Misturas de até 20% de glicerol COSTA, S. C.; BARCELOS, R. L.; MAGNAGO, R. F.
melhoraram a eficiência de combustão e diminuíram as Solid biofuel from glycerol and agricultural waste as souce
emissões de NOx, importante poluente atmosférico. of energy. Cellulose Chemistry and Technology, 2017, 51,
Outra alternativa para a combustão combinada de 8, 765–774.
glicerol e finos de carvão mineral ou de glicerol e biomassa EMAMI, S.; TABIL, L. G.; ADAPA, P. Effect of glycerol
consiste na produção de péletes e briquetes compostos por on densification of agricultural biomass. International
misturas desses. Diversos estudos relataram vantagens na Journal of Agricultural and Biological Engineering, 2015,
incorporação de glicerol nesses produtos, dentre elas a 8, 1, 64–73.
redução do teor de cinzas e o aumento do poder calorífico
(COSTA; LUIS BARCELOS; FAVERZANI MAGNAGO, EMBRAPA. Produção de briquetes e péletes a partir de
2017; EMAMI; TABIL; ADAPA, 2015; LU et al., 2014; resíduos agrícolas, agroindustriais e florestais. Brasília,
WHITTAKER; SHIELD, 2017). Adicionalmente, o glicerol 2012. Disponível em:
pode ser aplicado como combustível nas próprias usinas de <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/7869
biodiesel (CORONADO et al., 2014). 0/1/DOC-13.pdf>. Acesso em: 04 set. 2019
JORNAL DO COMÉRCIO. Perspectivas 2019 - Brasil
ganhará mais uma usina a carvão. 2018. Disponível em:
3 - Perspectivas <https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/especiais/p
O sul do Brasil, particularmente o Rio Grande do erspectivas_2019/2018/12/660777-brasil-ganhara-mais-
Sul, com significativa produção de glicerol, de carvão uma-usina-a-carvao.html>. Acesso em: 4 set. 2019.
mineral e de casca de arroz, além de outras biomassas, LEE, B.; SH, L.; BAE, J.; CHOI, Y.; JEON, C. Combustion
possui excelente potencial para o desenvolvimento de behavior of low-rank coal impregnated with glycerol.
estudos envolvendo a co-combustão desses combustíveis. Biomass and Bioenergy, 2016, 87, 122-130.
A aplicação do glicerol como fonte de energia em LU, D.; TABIL, L.G.; WANG, D.; WANG, G.; EMAMI,
sistemas de combustão apresenta características atrativas. O S. Experimental trials to make wheat straw pellets with
teor de cinzas, por exemplo, pode diminuir com a mistura wood residue and binders. Biomass and Bioenergy, 2014,
de glicerol e carvão mineral em comparação ao carvão 69, 287–296.
bruto. O poder calorífico deve se manter aproximadamente MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. RenovaBio, 2019.
igual ao dos carvões encontrados no sul do país, ou até Disponível
aumentar dependendo do carvão considerado. Na utilização em:<http://www.mme.gov.br/web/guest/secretarias/petroleo
de carvão hibrido, a razão entre oxigênio e carbono tende a -gas-natural-e-combustiveis-
diminuir, com isso a classificação do carvão pode ser renovaveis/programas/renovabio/principal.>. Acessoem: 03
melhorada pelo incremento energético. set. 2019.
Diversas tecnologias de combustão vem sendo MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Nota Técnica PR
estudadas, boa parte delas pode ser aplicada para o 04/18: Potencial dos Recursos Energéticos no Horizonte
desenvolvimento tecnológico da co-combustão de glicerol e 2050. Rio de Janeiro: EPE, 2018. Disponível em:
carvão mineral ou de glicerol e biomassa, principalmente <www.mme.gov.br>. Acesso em: 2 set. 2019.
não ser comestível, possui um valor de mercado bem 2 2,46 7,40 80,48 25,57 39,55 79,94 40,98 40,23 39,07
menor. O glicerol não foi submetido a nenhum pré-
3 4,48 8,86 74,88 27,85 42,55 70,77 43,75 38,73 17,81
tratamento, contendo, deste modo, impurezas que
funcionam como catalisadores da reação. 4 6,50 14,57 68,09 37,55 47,85 65,22 44,39 49,30 13,83
A identificação dos produtos foi realizada por
5 9,10 18,70 60,26 37,06 45,84 55,67 49,06 48,40 13,90
análise de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE)
através de uma adaptação do método descrito por 6 11,43 21,24 55,01 43,71 41,62 48,35 51,96 38,11 14,13
Jegannathan et al. (2010) e Kumar (2017).
9 19,61 24,23 43,78 46,06 41,03 21,21 52,69 38,26 15,73
12
Ácidos graxos (%)
10
8 140 °C
6
150 °C
4
175 °C
2
0
2 3 4 5 6 9
Tempo (h)
Figura 2. Percentual de ácidos graxos para a reação
simultânea de glicerólise e esterificação direta do glicerol
com óleo de milho a 140, 150 e 175 °C.
4 – Conclusões
A rota estudada foi efetiva para produção de MAG
e DAG, podendo ser uma rota bastante promissora, uma vez
que atingiram conversões igualmente às produzidas
industrialmente, entretanto, sem o uso de catalisadores
homogêneos e em menor tempo e temperatura. E, ainda,
pode ser uma alternativa para a produção de biodiesel.
5 – Agradecimentos
Capes, Greentec/UFRJ e LAC/UFS.
6 - Bibliografia
CHATURVEDI, S.; KUMAR, A. Bio-diesel waste as
tailored organic fertilizer for improving yields and nutritive
values of Lycopercicum esculatum (tomato) crop. Journal of
Soil Science and Plant Nutrition 2012, 12, 801- 810.
KUMAR, A.; SHARMA, S. An evaluation of multipurpose
oil seed crop in uses (Jatropha curcas L.): A review.
Industrial Crops and Products 2008, 28, 1-10.
LAVIOLA, B. G.; MENDONÇA, S; RIBEIRO, J. A. de A.
Caracterização de Acessos de Pinhão-Manso quanto a
Toxidez. In: IV Congresso Brasileiro de Mamona e I
Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas. João
Pessoa - PB, 2010, p.1617-1622.
Figura 1. Variação do número médio de folhas por LOPES, E. P. Efeito de tortas de algodão, mamona e pinhão-
tratamento. ▲- medidas iniciais, ■- medidas finais. manso na biologia de Fusarium oxysporum f. sp. cubense e
no desenvolvimento de bananeira “Prata-anã”. Dissertação
Foi revelado pelo teste ANOVA que as médias do (Mestrado em Produção Vegetal no Semiárido)
número de folhas são significativamente diferentes, no nível Universidade Estadual de Montes Claros. Janaúba – MG,
de 0,05 de significância. Os valores dos parâmetros F e p 2009, 56p.
foram 3,64397 e 0,00000, respectivamente. Foi verificado MARTINS, A. P. L.; REISSMANN, C. B. Material vegetal
pelo teste Tukey que não existe diferença significativa ao e as rotinas laboratoriais nos procedimentos químico-
nível de 5% de probabilidade entre as médias para quaisquer analíticos. Scientia Agraria 2007, 8, 1-17.
tratamentos. As médias comparadas por esse teste foram PAIVA, H.N.; PAIVA, P.C.P. Orquídea: como cultivar. In:
aquelas referentes somente aos estados iniciais e finais de um Rossi-Barbosa et al. Cultivo de Orquídeas: Noções Básicas.
mesmo tratamento. A Figura 2 apresenta as amostras das Caderno de Ciências Agrárias. Montes Claros, Instituto de
orquídeas usadas nos experimentos. Ciências Agrárias da UFMG, v.1, nº 25, 2009. 33-49.
POTES, M. da L. et al. Caracterização química da torta de
pinhão-manso de acessos cultivados na embrapa clima
temperado. II Congresso Brasileiro de Pesquisas de Pinhão-
manso, Brasília, 2011.
RODRIGUES, D. T. Nutrição e fertilização de orquídeas in
vitro e em vasos. 2005. 102 f. Tese (Programa de pós-
graduação em solos e nutrição de plantas) – Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa.
SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de Alimentos
Métodos Químicos e Biológicos. 3. ed. Viçosa: UFV, 2006.
235 p.
SRINOPHAKUN, P. Prospect of deoiled Jatropha curcas
Figura 2. Visão geral das orquídeas submetidas aos 12 seedcake as fertilizer for vegetables crops – a case study.
tratamentos. Na parte superior, estão as plantas no início e, Journal of Agricultural Science 2012, 4, 211-226.
na parte inferior, no final (após 9 meses de cultivo).
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
362
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
Para avaliar a atividade catalítica dos materiais, na
reação de cetalização para obtenção do solketal, foram C1
realizados testes utilizando uma proporção 1:10 C2
Transmitância (u.a.)
5 – Agradecimentos
Universidade Federal da Paraíba, Núcleo de
Pesquisa e Extensão (NPE-LACOM), LASOM – UFPB,
CNPq, Capes, FAPESQ e Finep.
6 - Bibliografia
BEATRIZ, A.; ARAÚJO, Y. J. K.; DE LIMA, D. P.
Glicerol: Um breve histórico e aplicação em sínteses
estereosseletivas. Quimica Nova, v. 34, n. 2, p. 306–319,
2011.
CASTRO, T. E. DE S. Catalisadores de nióbio com
propriedade anfifílica empregados no estudo de
transformação de biomassa. Tese (Doutorado em Ciências
- Química) Universidade Federal de Minas Gerais. Belo
Horizonte, 2017.
CLIMENT, M. J.; CORMA, A.; VELTY, A. Synthesis of
hyacinth, vanilla, and blossom orange fragrances: The
benefit of using zeolites and delaminated zeolites as
Onde, 𝛼 representa a fração do volume total (V) e Escherichia Coli 224 (ATCC 25922), e a realização da
ocupada pela região não estagnada, e β representa a fração determinação dos parâmetros cinéticos dos modelos. O
da vazão que sofre desvio. Desta maneira, ao determinar ajuste matemático dos dados experimentais permitirá que
estes parâmetros pode-se prever prontamente a concentração estes modelos sirvam de base para a determinação da
de saída e consequentemente, a conversão do reator. velocidade global de produção de etanol no biorreator e
Considerou-se a taxa de diluição (D) no biorreator análise do seu comportamento de acordo com as variáveis
como a razão entre o volume total e a corrente de estudadas. A obtenção destes modelos permitirá publicações
alimentação. Xiu et al. (2004) demonstrou as equações que em revistas e eventos no meio científico. De posse do
governam balanço de massa da fermentação, utilizando a modelo, na segunda fase espera-se realizar a modelagem do
bactéria Klebsiella pneumoniae, que ocorre no biorreator biorreator real para produção de etanol a partir de glicerol
real para produtos, substrato e biomassa, que são bruto.
apresentadas nas equações a seguir: De posse destes modelos, pode-se então determinar
os principais parâmetros associados à produção do
𝑑𝐶𝑏 biocombustível, como volume de reator, conversão,
= 𝐶𝑏 (𝜇 − 𝐷) comportamento da concentração de etanol ao longo do
𝑑𝑡
reator, tempo de residência, entre outros.
𝑑𝐶𝑆
= 𝐷(𝐶𝑆0 − 𝐶𝑆 ) − 𝐶𝑏 . Ϛ𝑆
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝑃𝑑
4 – Conclusões
= 𝐷. 𝐶𝑃𝑑 + 𝐶𝑏 . Х𝑃𝑑
𝑑𝑡 Através do exposto, concluiu-se que utilizando os
𝑑𝐶𝐴𝑐 métodos numéricos de resolução de equações não lineares, é
= −𝐷. 𝐶𝐴𝑐 + 𝐶𝑏 . Х𝐴𝑐 possível modelar o comportamento de um biorreator.
𝑑𝑡
𝑑𝐶𝐸𝑡
𝑑𝑡
= −𝐷. 𝐶𝐸𝑡 + 𝐶𝑏 . Х𝐸𝑡 5 – Agradecimentos
Em que, μ é taxa de crescimento de biomassa, Ϛ𝑆 é UFPB, PPGEQ-UFPB, CNPq, Capes.
taxa especifica de consumo de substrato e XPd, XAc e XEt são
as taxas de formação de produtos, 1,3-propanodiol, ácido 6 - Bibliografia
acético e etanol, respectivamente: e são expressas pelas
equações abaixo, segundo Xiu et al. (2004). AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS
NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS (ANP).
Biocombustíveis. Brasília: Agência Nacional do Petróleo,
𝐶𝑠 𝐶𝑠 𝐶𝑃𝑑 𝐶𝐴𝑐 𝐶𝐸𝑡 Gás Natural e Biocombustíveis, 2016. Disponível em <
𝜇 = 𝜇𝑚 ( ) (1 − ∗ ) (1 − ∗ ) (1 − ∗ ) (1 − ∗ )
𝐾𝑠 + 𝐶𝑠 𝐶𝑆 𝐶𝑃𝑑 𝐶𝐴𝑐 𝐶𝐸𝑡 http://www.anp.gov.br/biocombustiveis>. Acesso em: 28 de
𝜇 𝐶𝑠 Agosto de 2019.
Ϛ = 𝑚𝑆 + + ∆𝜂𝑆𝑚 ( ∗ ) CARVALHO, L. C. Cana-de-açúcar e álcool combustível:
𝛾𝑆𝑚 𝐾𝑆 + 𝐶𝑠
histórico, sustentabilidade e segurança energética.
𝐶𝑠 Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, Campus
𝑚 ∗
Х𝑃𝑑 = 𝑚𝑃𝑑 + 𝜇𝛾𝑃𝑑 + ∆𝜂𝑃𝑑 ( ∗ ) de Botucatu, 2013.
𝐾𝑃𝑑 + 𝐶𝑠
FOGLER, H. S. Elementos de engenharia das reações
𝑚 ∗
𝐶𝑠 químicas / H. Scott Fogler; tradução: Verônica Calado,
Х𝐴𝑐 = 𝑚𝐴𝑐 + 𝜇𝛾𝐴𝑐 + ∆𝜂𝐴𝑐 ( ∗ ) Evaristo C, Biscaia Jr; revisão técnica Frederico W. Tavares.
𝐾𝐴𝑐 + 𝐶𝑠
– 4ed.- Rio de Janeiro: LTC, 2009.
𝑚
Х𝐸𝑡 = Ϛ. 𝛾𝐸𝑡 MENDES, J. S. Produção de Etanol a partir da Fermentação
𝑏1 𝑏2 de glicerol bruto usando Klebsiella Pneumoniae. Dissertação
𝑚
𝛾𝐸𝑡 = + (Mestrado em Engenharia química) – Universidade Federal
(𝐶1 + 𝐷. 𝐶𝑠 ) (𝐶2 + 𝐷. 𝐶𝑠 )
do Ceará, UFC. Ceará. 2010.
SILVA, J. S. Processo fermentativo para produção de etanol
Este tipo de modelo leva a resolução de um sistema utilizando glicerol bruto como substrato. Dissertação
de EDO’s não lineares com valores definidos nos contornos (Mestrado em Engenharia química) – Universidade Federal
(entrada e saída do reator, com base nos dados do Ceará, UFC. Ceará. 2010.
experimentais). Devido a não linearidade das equações e sua SILVA, M.R. Mandatos de biocombustíveis e crescimento
complexidade, é necessária uma resolução numérica desse da demanda mundial de etanol: Efeitos sobre a economia
sistema. Esta solução será feita usando o software SCILAB, brasileira. 85f. Dissertação (Mestrado), Universidade
através de um método de resolução de equações não lineares. Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora. 2017.
XIU, Z. L.; SONG, B. H.; WANG, Z. T.; SUN, L. H. FENG,
E. M.; ZENG, A. P. Optimimization of dissimilation of
3 - Resultados e Discussão glycerol to 1,3-propanediol by Klebsiella pneumoniae in one
and two-stage anaerobic cultures. Biochemical Engineering
Espera-se que ao longo desta pesquisa sejam
Journal. V 19, p 198-197, 2004.
obtidos os modelos cinéticos para produção de etanol a partir
de glicerol bruto por meio fermentativo utilizando os
microrganismos: Klebsiella pneumoniae 396 (ATCC 29665)
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
366
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Considering these good results, an upscale reaction obtained for the methodologies using VO(acac)2 and
was performed and sodium bicarbonate was used in the mCPBA. It was possible to open completely the oxirane
reaction to avoid the ring opening reaction. The 1H NMR ring with the phosphorus compounds introducing
spectrum confirmed the structure and the attribution are the phosphonate groups in the product and improving their
same as described above. physico-chemical properties related to application as feed
Ring opening reactions of epoxidized methyl stock oil for biolubricants.
ricinoleate were performed with phosphorus compounds
such as diethyl and triethyl phosphite, as shown in Table 2 5 – Acknowledgments
and Scheme 1.
CH3 CAPES/PROBRAL, CNPq, UFRGS and
HO
O O CH3
O SnCl2.2H2O
O
O
P
O CH3
O
+
H3C Univeristy Tübingen.
CH3 O CH3 + O P CH3 HO OH
O CH3 O CH3
OH
H3C
6 - References
Scheme 1: Ring opening reactions of epoxidized methyl BONDIOLI, P,; DELLA BELLA, L.; MANGLAVITI, A.;
ricinoleate with triethyl phosphite. Synthesis of biolubricants with high viscosity and high
oxidation stability. Oléagineux, Corps Gras, Lipides, 2003,
Table 2. Reaction conditions of ring opening of epoxidized 10, 150-154.
methyl ricinoleate. CAMPANELLA, A.; FONTANINI, C.; BALTANÁS,
MRepox/ Reactional Conv. M.A.; High yield epoxidation of fatty acid methyl esters
Reactions epoxMR Phosphite condition (%) with performic acid generated in situ. Chem Eng J. 2008,
(g) Molar ratio 144, 466-475.
t(h) T(°C)
CAVALCANTE, I.M.; ROCHA, N.R.C.; MAIER, M.E.;
OPR1 1.27 1:1 26 100 100 LIMA, A.P.D.; NETO, D.M.A.; BRITO, D.H.A.;
OPR2 9.8 1:1 23 100 100 PETZHOLD, C.L.; SCHANZ, M.T.G.F.; RICARDO,
epoxMR = epoxidized methyl ricinoleate N.M.P.S.; Synthesis and characterization of new esters of
oleic acid and glycerol analogues as potential lubricants.
Both reactions were performed in bulk, and the Industrial Crops and Products, 2014, 62, 453–459.
complete ring opening of the epoxide was confirmed by the GERBASE, A.E.; GREGÓRIO, J.R.; MARTINELLI, M.;
disappearance of the epoxide methinic hydrogens at about 3 BRASIL, M.C.; MENDES, A.N.F.; Epoxidation of
ppm in 1H-NMR spectrum. (Figure 1). Soybean Oil by the Methyltrioxorhenium-CH2Cl2/H2O2
Catalytic Biphasic System. JAOCS, 2002, 79, 179-181.
HEIKAL, E.K.; ELMELAWY, M.S.; KHALIL, S.A.;
ELBASUNY, N.M.; Manufacturing of environment
friendly biolubricants from vegetable oils. Egyptian Journal
of Petroleum, 2017, 26, 53–59.
MAIER, M.M.; RENGARASU, R.; Total Synthesis of
Lingzhiol and its Analogues through the Wittig Reaction of
an Oxocyclopentane Carboxylate. Asian J. Org. Chem.
2017, 6, 108 – 117.
MENEGHETTI, S.M.P.; MENEGHETTI, M.R.; WOLF,
C.R.; SILVA, E.C.; LIMA, G.E.S.; SILVA, L.L.; SERRA,
Figure 1. 1H NMR spectrum of phosphonated methyl T.M.; CAUDURO, F.; OLIVEIRA, L.G.; Biodiesel from
ricinoleate (OPR2). Castor Oil: A Comparison of Ethanolysis versus
Methanolysis. Energy & Fuels, 2006, 20, 2262-2265.
For application as lubricants were determined the MOBARAK, H.M.; MOHAMAD, E.N.; MASJUKI, H.H.;
viscosity index (VI), oxidative stability by TGA and the KALAM, M.A.; AL MAHMUD, K.A.H.; HABIBULLAH,
crystallization temperature by DSC, as showed in Table 3. M.; ASHRAFUL, A.M.; The prospects of biolubricants as
Table 3 – Physico-chemical properties of biolubricants alternatives in automotive applications. Renewable and
Type Viscosity Viscosity Sustainable Energy Rev., 2014, 33, 34–43.
Tmx Tc NICOLAU, A.; Polímeros obtidos a partir do Ácido Oleico:
(40oC) (100oC) VI
(oC) (oC) Obtenção e Caracterização Físico-Química no Estado
CSt CSt
EPR 31.9 5.6 114 332 -51 Sólido e em Solução. UFRGS; 2009.
PETRAN, J.; PEDIṦIC, L.; ORLOVIC, M.; PODOLSKI,
OPR 147.6 18.1 136 313 -23
Ṧ.; BRADAC, V.; Biolubricants from Natural waste Oils
Both products showed a VI higher than 100, and Fats. Goriva i maziva, 2008, 47, 463-478.
thermal stability higher 300oC and crystallization SILVA, J.A.C; HABERT, A.C.; FREIRE, D.M.G.; A
temperature lower than -20oC showing potential application potential biodegradable lubricant from castor biodiesel
as feedstock oil for biolubricants. esters. Lubrication Science, 2013, 25, 53–61.
SOBHANI, S.; VAFAEE, A.; Efficient one-pot synthesis of
4 – Conclusion β-hydroxyphosphonates: regioselective nucleophilic ring
opening reaction of epoxides with triethyl phosphite
From all different epoxidation reactions, the catalyzed by Al(OTf)3. Tetrahedron, 2009, 65, 7691 –
highest values of conversion, epoxide and selectivity were 7695.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
368
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
produção foi o Meio A, utilizando tanto a glicerina trabalhos mostram produções de ácido utilizando açúcares
proveniente de dendê, como a industrial de soja. Os teores como glicose e hidrolisado de batata doce, a partir de altas
de ácido obtidos por FFB foram 17,5 g.L-1 e 7,5 g.L-1 concentrações de substrato, como 135 g.L-1 (Betiku e
utilizando glicerina de dendê e industrial, respectivamente. Adesina, 2013). Dessa forma, uma futura otimização do
Para FFA a maior produção (3,0 g.L-1) foi obtida com a processo descrito no presente trabalho utilizando glicerinas,
glicerina industrial. As linhagens FFC e FFD obtiveram poderá aumentar os níveis de ácido cítrico obtidos.
valores inferiores a 1 g.L-1 de ácido cítrico. A comparação dos resultados de obtenção de ácido
cítrico a partir da glicerina industrial, produzida
principalmente a partir de soja, e da glicerina de dendê,
revelou que há produção do ácido independente da origem
da glicerina. O mesmo resultado poderia talvez ser
extrapolado para outras glicerinas de outras fontes, podendo
indicar que o tipo de óleo que origina a glicerina não afetaria
a produção do ácido. Isso indica um potencial de aplicação
já que, atualmente, propõe-se uma diversificação de
biomassas oleoginosas para produção de biodiesel. Além
disso, o uso de glicerina proveniente de dendê como fonte
de carbono, relatado pela primeira vez para produção de
Figura 1. Produção de ácido cítrico (g.L-1) a partir de ácido cítrico, abre oportunidades para utilização desse
glicerina industrial e de dendê utilizando 4 linhagens de coproduto para a obtenção tanto de ácido cítrico, como para
fungos filamentosos. Concentração inicial de substrato: A= outros bioprodutos.
60 g.L-1; B=30 g.L-1.
Como o cultivo da linhagem FFB no meio A 4 – Conclusões
resultou em maiores teores de ácido cítrico, essa condição A avaliação de fungos filamentosos, previamente
foi utilizada em novo experimento, mantendo-se a isolados e preservados na Coleção de Microrganismos da
concentração de glicerina em 60 g.L-1 (Meio A), e Embrapa Agroenergia, revelou duas cepas, FFA e FFB,
adicionando-se elementos traço ao meio A, resultndo no como promissoras para a produção de ácido cítrico a partir
Meio C, para avaliação do perfil cinético de produção do de glicerina proveniente da produção de biodiesel de óleo de
ácido pela linhagem FFB (Figura 2). soja e de óleo de dendê. Além disso, ambas glicerinas
possibilitaram a produção de ácido cítrico pela linhagem
FFB, principalmente no meio A.
5 – Agradecimentos
Embrapa, CNPq, Capes e Finep
6 - Bibliografia
ALMEIDA, J. R.; FÁVARO, L. C.; QUIRINO, B. F.
Figura 2. Perfil cinético de produção de ácido cítrico pela Biodiesel Biorefinery: Opportunities and Challenges for
linhagem FFB em diferentes condições de cultivo utilizando Microbial Production of Fuels and Chemicals from Glycerol
glicerina industrial de soja e glicerina de dendê. . Waste. Biotechnology for Biofuels 2012, 5, 1-16.
Concentração inicial de substrato: A= 60 g.L-1; C=30 g.L-1. ANGUMEENAL, A. R.; VENKAPPAYYA, D. An
Overview of Citric Acid Production. LWT - Food Science
Na avaliação cinética, quando compara-se a and Technology 2012, 50, 367–370.
produção após 10 e 15 dias de cultivo para todos as
condições avaliadas, pôde-se concluir que não houve BETIKU, E.; ADESINA, O. A. Statistical Approach to the
diferença estatística (p<0,05), e que a produtividade (g de Optimization of Citric Acid Production Using Filamentous
ácido cítrico/Litro.dia) em 10 dias é maior que em 15 dias. Fungus Aspergillus Niger Grown on Sweet Potato Starch
No entanto, para a maioria dos casos, em 10 dias de cultivo Hydrolyzate.Biomass and Bioenergy 2013, 55, 350–354.
foi observada uma produção cerca de 3 vezes maior que o HU, W.; LI, E. J.; YANG, H. Q. Current Strategies and
observado em 5 dias (Figura 2). Esse é o caso por exemplo Future Prospects for Enhancing Microbial Production of
do resultado obtido em meio A utilizando glicerina Citric Acid. Applied Microbiology and Biotechnology 2013,
industrial, com uma produção de 20 g.L-1 de ácido cítrico 103, 201–219.
após 10 dias de cultivo, e apenas cerca de 7 g.L-1, após 5
dias. Nessa mesma condição com 10 dias de cultivo, houve SHOW, P. L.; OLADELE, K. O.; SIEW, Q. Y.; ZAKRY,
um consumo de 40 g de glicerina, de 60g inicialmente F. A. A.; LAN, J. C. W.; LING, T. C. Overview of Citric
disponibilizada, resultando em um rendimento mássico de Acid Production from Aspergillus Niger. Frontiers in Life
0,50 g de ácido cítrico/g de glicerol. Science, 2015, 8, 271–283.
Em 2016, pesquisadores mostraram uma produção
WANG, B.; CHEN, J.; LI, H.; SUN, F.; LI, Y. Pellet-
de 27 g.L-1 de ácido cítrico a partir de milho, resultado
Dispersion Strategy to Simplify the Seed Cultivation of
comparável ao do presente trabalho, chegando a 132 g.L-1
Aspergillus Niger and Optimize Citric Acid Production.
após processo otimizado (Wang et al., 2016). Outros
Bioprocess and Biosystems Engineering 2017, 40, 45-53.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
370
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
acético após 48 horas de cultivo. Todas as linhagens 12 da Figura 2, o teor de ácido lático chegou a 5,0 g.L-1
consumiram mais de 75% da glicerina bruta de soja aumento na produção do ácido em aproximadamente duas
disponibilizada inicialmente vezes, em relação à condição inicial de cultivo 2,6 g.L-1
As linhagens mais promissoras quanto à produção (Figura 1).
6
de ácido lático consumiram mais de 85% do substrato inicial,
produzindo, aproximadamente, 2,6 g.L-1 de ácido lático.
5
Murakani et al. (2016) estudando a bactéria Enterococcus
faecalis, utilizando condições semelhantes as do presente 4
1
Tabela 1: Matriz com variáveis e valores reais aplicados no
planejamento experimental Plackett-burmann.
0
Fosfato Cloreto 0 12 24 36 48 60 72
Glicerina Fosfato Cloreto Sulfato de Cloreto
Ensaios pH Temperatura Inóculo de de
bruta de sódio de sódio magnésio de calcio Tempo (horas)
potássio amônio
PONTO CENTRAL 1 PONTO CENTRAL 2 PONTO CENTRAL 3 Ensaio 1
gramas/ gramas/ gramas/ gramas/ gramas/ Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4 Ensaio 5
°C microlitro milimolar milimolar
Litros Litros Litros Litros Litros Ensaio 6 Ensaio 7 Ensaio 8 Ensaio 9
1 7 25 40 20 10 1 0,1 1,5 1,5 0,5 Ensaio 10 Ensaio 11 Ensaio 12 Ensaio 13
Ensaio 14 Ensaio 15 Ensaio 16
2 7 35 40 20 4 5 0,1 0,5 1,5 1,5
3 7 35 120 20 4 1 0,9 0,5 0,5 1,5
4 7 35 120 60 4 1 0,1 1,5 0,5 0,5 Figura 2: Produção de ácido lático por Klebsiella sp.
5 5 35 120 60 10 1 0,1 0,5 1,5 0,5
6 7 25 120 60 10 5 0,1 0,5 0,5 1,5 utilizando planejamento estatístico de Plackett-Burmann.
7 5 35 40 60 10 5 0,9 0,5 0,5 0,5
8 7 25 120 20 10 5 0,9 1,5 0,5 0,5
9
10
7
5
35
35
40
120
60
20
4
10
5
1
0,9
0,9
1,5
1,5
1,5
1,5
0,5
1,5 Em meio de cultivo comercial M9, contendo 40 g.L-
11 5 25 120 60 4 5 0,1 1,5 1,5 1,5 1
12 7 25 40 60 10 1 0,9 0,5 1,5 1,5
de glicerina bruta, pH 7, temperatura de 28º C, durante 48
13 5 35 40 20 10 5 0,1 1,5 0,5 1,5
14 5 25 120 20 4 5 0,9 0,5 1,5 0,5
horas, a produção de ácido lático foi de aproximadamente 2,3
15
16
5
5
25
25
40
40
60
20
4
4
1
1
0,9
0,1
1,5
0,5
0,5
0,5
1,5
0,5
g.L-1. Com modificações na composição do meio de cultivo
17
18
6
6
30
30
80
80
40
40
7
7
3
3
0,5
0,5
1
1
1
1
1
1
(Ensaio 12 - Tabela 1), utilizando-se 60 g.L-1 de glicerina
19 6 30 80 40 7 3 0,5 1 1 1
bruta, temperatura de 28º C, em mesmo pH durante 23 horas,
a produção de ácido lático foi de aproximadamente 5,0 g.L-1
10 (Figura 2), quantidade comparável ao obtido por Murakani
Concentração de compostos
de absorções nas regiões entre 1760 – 1670 cm-1 indica que velocidade de troca, desloca o hidrogênio da hidroxila para
as amostras não apresentam o grupo C=O, de ácidos o campo mais baixo.
carboxílicos, aldeídos e cetonas, apontando para uma classe Através da análise de TGA obteve-se o ponto de
de compostos, os poliois . ebulição de uma das amostras, em torno de 190 0C e a
Após a biotransformação as amostras apresentaram temperatura de degradação em 270 °C (Figura 1).
as características físico-químicas descritas na tabela 1.
Figura 1. TGA da amostra 19.
Tabela 1. Características das amostras
4 – Conclusões
Os resultados obtidos indicam que os fungos
Paecilomyces variotii, Penicillium corylophilum e
Saccharomyces cerevisiae apresentam grande potencial
para a biotransformação da glicerina.
A biotransformação pode ser confirmada através
da ausência de glicerina nos produtos, conforme as
evidências apresentadas através das análises realizadas.
Além disso, das 26 amostras quatro apresentaram
As análises dos espectros de carbono-13 das atividade biológica frente às bactérias Escherichia coli e
amostras após a biotransformação do glicerol apresentaram Staphylococcus aureus. De acordo com a literatura a
dois singletos correspondentes a carbonos com hibridização glicerina é um meio para preservar microrganismos.
sp3, na região entre δ 60.0 e δ 80.0 ppm, que podem ser dois A biotransformação da glicerina é um processo
CH2 ou um CH2 e um CH. Por esta técnica foi possível aplicável, de tecnologia limpa, baixo custo e promissor
verificar a ausência de aldeídos, cetonas, ácidos como alternativa viável para os grandes volumes de
carboxílicos, ésteres, amidas, aromáticos e carbonos com glicerina produzido durante o processo de obtenção do
hibridização sp2 pela ausência de sinais na região acima de biodiesel.
δ 90.0 ppm.
1
Nos espectros de H das amostras
biotransformadas pode-se observar mudanças nos 5 – Agradecimentos
deslocamentos químicos, na multiplicidade e a ausência de IME, CNPq e CBA
sinais acima de δ 6.0 ppm e abaixo de δ 2,3 ppm,
confirmando ausência de aldeídos, cetonas, ácidos
carboxílicos, ésteres, amidas, aromáticos e carbonos com 6 - Bibliografia
hibridização sp2 conforme os resultados obtidos por RMN
SANTOS, C. M. C. Uso de Fungos na Biotransformação de
de 13C. Subprodutos do Biodiesel. Tese de Doutorado, Instituto
A análise de poliois através de RMN de 1H
Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, 2008, 176p.
apresenta certa dificuldade na interpretação dos espectros. GONZALEZ, W.A. (Coord). Biodiesel e Óleo Vegetal in
Devido ao fato que hidrogênios ligados a um heteroátomo
Natura Soluções Energéticas para a Amazônia. Brasília:
diferem dos hidrogênios ligados ao átomo de carbono, pois Ministério de Minas e Energia, 2008. 168 p.
podem ser trocados e formam ligações de hidrogênio.
Uma das maneiras de minimizar este efeito foi
usar o DMSO-d6 como solvente, pois além de reduzir a
2 - Material e Métodos
Ésteres 2-etil-hexílicos
Biolubrificantes
A rota escolhida para o estudo foi composta por polihidroxilados
Polihidroxilados O
quatro etapas subsequentes principais: 1. transesterificação O
do óleo de soja com metanol, 2. transesterificação do éster
metílico com 2-etilhexanol, 3. epoxidação e 4. abertura do
H3C H3C
anel oxirano. Para este estudo foram utilizadas as condições
apresentadas na Tabela 1. Para a segunda reação de
transesterificação foi também realizado um estudo de Figura 1. Representação esquemática da última etapa da
avaliação da quantidade de catalisador utilizado e sua rota estudada, abertura do anel oxirano por meio da água.
influência nas propriedades dos produtos.
A síntese do biodiesel de soja foi realizada com Tabela 1. Condições reacionais de cada etapa da rota de
metanol anidro (99%) como reagente da transesterificação, obtenção estudada.
utilizando como catalisador o metilato de sódio em pó. As Tempo Temperatura Excesso
Reação
reações foram procedidas por 1 hora, utilizando agitação (h) (°C) estequiométrico
magnética (900rpm) e aquecimento do meio reacional a 1 1 60 100% metanol
60 °C. A síntese dos ésteres 2-etil-hexilico de ácidos graxos
foi realizada através da reação dos ésteres metílicos com 2- 200% 2-etil-
2 4 80
etil-hexanol (99%), utilizando como catalisador o ácido hexanol
para-tolueno-sulfônico (PTSA). Posteriormente, os ésteres 3 20 25
300% peróxido de
foram submetidos à epoxidação utilizando o ácido hidrogênio
perfórmico como fonte de oxigênio. Por fim, utilizou-se 4 4 80 200% água
água para a abertura do anel oxirano, promovendo a adição
de uma hidroxila em cada um dos carbonos do anel oxirano,
formando dióis vicinais, conforme ilustrado na Figura 1.
Para a avaliação do percentual de catalisador na 3 - Resultados e Discussão
reação de transesterificação com 2-etilhexanol foram A transformação de óleos vegetais em biodiesel
realizados experimentos com 1, 2, 5 e 10% de catalisador ocorre em um único sistema reacional, em alguns casos
Aparecido Almeida Conceicão (UFMT, aparecido.aac@gmail.com), Félix Gonçalves de Siqueira (Embrapa Agroenergia,
felix.siqueira@embrapa.br), Nadia Parachin (UnB, nadiasp@gmail.com), Simone Mendonça (Embrapa Agroenergia,
Simone.mendonça@embrapa.br).
cottonseed cakes after autoclaving showed phorbol ester and CHERUBINI, Francesco. The biorefinery concept: Using
gossypol concentrations of 0.85 µg/mg and 56 µg/mg, biomass instead of oil for producing energy and chemicals.
respectively. The concentration of toxic phorbol ester Energy Conversion and Management, v. 51, n. 7, p. 1412–
molecules and gossypol significantly reduced to 1421, 2010.
approximately 0.30 and 0.35 µg/mg after JC cultivation and CONCEIÇÃO, Aparecido Almeida et al. Development of an
3.20 and 2.90 µg/mg in CSC after 15 and 30 days of RP-UHPLC-PDA method for quantification of free gossypol
cultivation, respectively (Figure 2). The reduction of in cottonseed cake and fungal-treated cottonseed cake. PLoS
phorbol esters and gossypol levels in the biomasses after ONE, v. 13, n. 5, p. 1–17, 2018.
cultivation process allows these biomasses to be used for DE CORATO, Ugo et al. Co-products from a biofuel
animal nutrition (GOMES, 2015; KNUTSEN et al., 2017). production chain in crop disease management: A review.
Crop Protection, v. 68, p. 12–26, 2015.
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9781118733. p. 195–223.
GOMES, Taísa Godoy. Degradação de ésteres de forbol da
torta de pinhão-manso por basidiomicetos e seu potencial
como substrato para produção de enzimas de interesse
industrial. 2015. 127 f. Universidade Federal do Tocantins,
Figure 2. Phorbol ester and gossypol from jatropha and cottonseed 2015.
cakes biodegradation by A. terreus cultivation during 15 and 30 JAHROMI, Mohammad Faseleh et al. Lovastatin production
days. by Aspergillus terreus using agro-biomass as substrate in
This work demonstrated the possibility of adding solid state fermentation. Journal of Biomedicine and
value in residual biomass from the biodiesel chain by Biotechnology, v. 2012, p. 1–11, 2012.
obtaining high value-added bioactive molecules and KAMATH, Praveen Vadakke; DWARAKNATH, Bhargavi
obtaining biodetoxificated biomasses with potential for use Santebennur; JANAKIRAMAN, Savitha. Optimization of
in animal nutrition. Thus, biological treatments prove to be a Culture Conditions for Maximal Lovastatin Production by
potential system for the integration of productive chains such Aspergillus terreus (KM017963) under Solid State
as agricultural and pharmaceutical, for example, entering the Fermentation. HAYATI Journal of Biosciences, v. 22, n. 4, p.
model of biorefinery and circular economy (ALONSO et al., 174–180, 2016.
2011; CHERUBINI, 2010). KNUTSEN, Helle Katrine et al. Presence of free gossypol in
whole cottonseed. EFSA Journal, v. 15, n. 7, 2017.
4 – Conclusions KOHLI, Kirtika; PRAJAPATI, Ravindra; SHARMA,
The cultivation of A. terreus ATCC 20542 in Brajendra K. Bio-based chemicals from renewable biomass
oilseed biomass cakes resulted in the production of lovastatin for integrated biorefineries. Energies, v. 12, n. 2, 2019.
(3.3 µg / mg) when grown in JC and presented the significant MENDES, Melissa Fabíola dos Santos. Utilização de
reduction of toxic factors present in JC and CSC, allowing substrato pós cultivo de cogumelos comestíveis na
the use of these cultivated substrate for animal feed. Thus, alimentação de suínos. Dissertação, 2017.
the biological treatment model has enabled the integration of MENESES, María E. et al. Hypocholesterolemic properties
different production areas for sustainable development. and prebiotic effects of Mexican Ganoderma lucidum in
C57BL/6 mice. PLoS ONE, v. 11, n. 7, p. 1–20, 2016.
NETO, Clemente Batista Soares. Degradação de gossipol
5 – Acknowledgment livre por macrofungos e análise do Secretoma de panus
FAP-DF for funding (0193.001720/2017), Capes lecomtei durante crescimento em caroço de algodão. Tese,
for grant and FAPESB. 2019.
SEENIVASAN, A et al. Microbial production and
6 - Bibliography biomedical applications of lovastatin. Indian Journal of
Pharmaceutical Sciences, v. 70, n. 6, p. 701, 2008.
ARAÚJO, Ana Paula Fernandes. Tratamento da torta de SZAKÁCS, György; MOROVJÁN, György; TENGERDY,
semente de algodão por autoclavagem e macrofungos para Robert P. Production of lovastatin by a wild strain of
degradação de gossipol. Dissertação, 2018. Aspergillus terreus. Biotechnology Letters. [S.l: s.n.]. , 1998
ALONSO, J. L. et al. Biorefinery processes for the integral VASTRAD, B M; NEELAGUND, S E. Optimization and
valorization of agroindustrial and forestal wastes. CYTA - production of neomycin from different agro industrial wastes
Journal of Food, v. 9, n. 4, p. 282–289, 2011. in solid state fermentation. International Journal of
BORUTA, Tomasz; BIZUKOJC, Marcin. Induction of Pharmaceutical Sciences and Drug Research, v. 3, n. 2, p.
secondary metabolism of Aspergillus terreus ATCC 20542 104–111, 2011.
in the batch bioreactor cultures. Applied Microbiology and WANG, Jiang et al. Liquid chromatography – tandem mass
Biotechnology, v. 100, n. 7, p. 3009–3022, 2016. spectrometry assay for the simultaneous quantification of
CASTRO, Cibelli Paula. Caracterização e digestibilidade simvastatin , lovastatin , atorvastatin , and their major
ileal de torta de Caroço de algodão pré-tratada pelo macro- metabolites in human plasma. Journal of Chromatography
basidiomiceto Fistulina hepatica cc102 em dietas para B, v. 983–984, p. 18–25, 2015.
suínos. Dissertação, 2018.
Palavras Chave: Solketal; Biodiesel, Cetalização, Glicerina, Coluna de destilação reativa; Simulação Computacional.
𝑘1
1 - Introdução →
𝐴+𝐵 𝐶+𝐷 (1)
A dependência de combustíveis fósseis provocou ←
𝑘−1
grandes impactos ambientais e com o intuito de minimizar o
aquecimento global, os biocombustíveis tornaram-se o alvo
Um modelo pseudo-homogêneo foi utilizado para
de pesquisas em todo o mundo. Com a implementação do
descrever a cinética da reação através de um sistema de
Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB),
equações diferenciais de concentração por tempo, em
o biodiesel começou a ser misturado com o diesel fóssil em
diferentes temperaturas, no qual as constantes cinéticas da
2004, com caráter experimental. Hoje, é comercializado o
reação direta e inversa são representadas, respectivamente,
diesel B11, ou seja, com 11% de biodiesel em sua
por k1 e k-1, enquanto as concentrações molares das espécies
composição.
envolvidas são dadas por CA, CB, CC e CD.
A produção de biodiesel, no Brasil, aumenta
anualmente. Consequentemente, a produção de glicerol tem 𝑑𝐶𝐴
= −𝑘1 𝐶𝐴 𝐶𝐵 + 𝑘−1 𝐶𝐶 𝐶𝐷 (2)
experimentado uma elevada taxa de crescimento. Para cada 𝑑𝑡
litro de biodiesel produzido, são obtidos 100 mL de glicerina 𝑑𝐶𝐵
bruta, ou seja 10% (Mota et al., 2017). Estima-se que o = −𝑘1 𝐶𝐴 𝐶𝐵 + 𝑘−1 𝐶𝐶 𝐶𝐷 (3)
𝑑𝑡
excedente gerado de glicerina continuará em crescimento 𝑑𝐶𝐶
pois a expectativa é que no ano de 2021 seja implementado = 𝑘1 𝐶𝐴 𝐶𝐵 − 𝑘−1 𝐶𝐶 𝐶𝐷 (4)
𝑑𝑡
o B15, impactando na oferta de glicerina no mercado. 𝑑𝐶𝐷
Dos processos de transformação do glicerol a = 𝑘1 𝐶𝐴 𝐶𝐵 − 𝑘−1 𝐶𝐶 𝐶𝐷 (5)
𝑑𝑡
intermediários químicos viáveis a cetalização do glicerol
para a produção de solketal tem obtido destaque. A resolução do sistema de equações diferenciais e o
Como aplicação, o solketal pode ser utilizado como ajuste dos dados cinéticos, k1 e k-1 e posterior obtenção dos
aditivo para aumentar a octanagem e propriedades parâmetros da equação de Arrhenius foram realizados por
fluidodinâmicas do combustível. A adição de até 5% em um algoritmo desenvolvido em linguagem Python. Os dados
volume de solketal à gasolina levou a uma diminuição experimentais utilizados para o ajuste foram retirados do
significativa na formação de goma (Mota et al., 2010). estudo de Rossa et al, 2016.
A destilação reativa (RD) é um processo que Os parâmetros cinéticos avaliados foram
envolve uma reação química seguida de destilação, posteriormente utilizados para predizer a ocorrência da
ocorrendo simultaneamente em um único equipamento. Uma reação de formação de solketal em uma coluna de destilação
gama de reações incluindo catalisadores homogêneos, reativa, pelo software Aspen Plus no modelo de destilação
heterogêneos e até mesmo reações sem catalisadores podem rigorosa RADFRAC.
ser realizadas por RD, com os benefícios da separação
contínua dos componentes logo após a reação, redução dos
custos do processo devido a utilização de uma única unidade 3 - Resultados e Discussão
de reação/separação, e a possibilidade de integração A Figura 1 apresenta as concentrações obtidas pelo
energética e utilização adequada das utilidades (Machado et tempo de acordo com os parâmetros ajustados.
al., 2016).
Portanto, o objetivo desse trabalho é simular
computacionalmente a operação de uma coluna de destilação
reativa para a produção de solketal a partir de glicerina,
proveniente do processo de produção de biodiesel, com
acetona com emprego de catálise heterogênea, com elevada
conversão de reagentes e separação dos componentes da
reação.
2 - Material e Métodos
A metodologia aplicada considera a reação de
cetalização do glicerol (A) pela acetona (B), formando
Solketal (C) e água (D). A reação é considerada reversível e Figura 1 – Concentrações experimentais e calculadas pelo algoritmo em
elementar, sendo descrita pela Equação 1: linguagem Python para a temperatura de 80 °C.
TOP-F
TOP-P
AGUA
TC1
GLI-01 GLI-02
Figura 3 – Composição da fase líquida ao longo da coluna RADFRAC.
RDC ACE
TC2
ACE-01 ACE-02 ACE-R2
A utilização da coluna de destilação reativa em
BOT-P
conjunto com os processos de separação aplicados neste
trabalho proporcionam produtos de pureza considerável. A
SOLKETAL
corrente SOLKETAL possui 99,53% de solketal e a corrente
Figura 2 – Fluxograma do processo global de produção de solketal aplicado AGUA constiui 99,82% em água, em base mássica.
neste estudo (Aspen Plus).
Palavras Chave: Carga orgânica volumétrica, lodo anaeróbio, remoção de matéria orgânica.
melhores resultados: remoção de DQO acima de 90% e de 880 mgCaCO3 L-1, AT de 2680 mgCaCO3 L-1, relação
rendimento de metano de 0,302 LNCH4 gDQOrem-1, quando AI/AP de 0,5, AV de 820 mgHAc L-1, relação AV/AT de 0,3,
adotados: COV média de 7,1 g L-1 d-1, DQO afluente de 10,6 ERDQO e ERDQOs de 89,9%.
gO2 L-1 e TDH de 35,8 h.
Na Tabela 1 são apresentados os resultados do 4 – Conclusões
desempenho do biorreator em termos de pH, remoção de
DQO, relações AV/AT e AI/AP. A partir dos resultados de pH, remoção de DQO,
alcalinidade e ácidos voláteis totais definiu-se que a
Tabela 1 Desempenho do biorreator em termos de pH, concentração mínima necessária da suplementação de
remoção de DQO, relações AV/AT e AI/AP alcalinidade foi de 0,28 gNaHCO3 gDQOafluente-1.
gNaHCO3 Nas condições avaliadas e no período de avaliação
0,56 0,42 0,28 0,14 0
gDQOafluente-1 a adição de NaHCO3 para controlar o acúmulo de ácidos
Variáv (un.) voláteis totais no processo, provou ser indispensável para
el obter desempenho estável do biorreator.
pHeflunte (-) 8,00± 7,92± 7,28± 7,19± 5,54±
0,3 0,3 0,4 0,5 0,2
(3) (4) (5) (5) (3) 5 – Agradecimentos
8,3 8,1 7,8 7,7 5,7
À Fundação Araucária, SETI, Capes, UTFPR,
ERDQO (%) 89,73± 89,68 89,86 89,77 85,86
0,1 ±0,1 ±0,2 ±0,2 ±4,4 Câmpus Campo Mourão, e UNIOESTE, Câmpus Cascavel.
(3) (4) (5) (5) (3)
89,9 89,8 90,2 89,9 89,7 6 - Bibliografia
ERDQOs (%) 89,65± 89,62 89,56 89,65 85,56
0,1 ±0,2 ±0,2 ±0,1 ±3,5 APHA. Standard methods for the examination of water e
(3) (4) (5) (5) (3) wastewater, 22st ed. Washington DC: APHA, AWWA, WE,
89,7 89,8 89,7 89,8 89,6 2012.
Rel. (-) 0,28±0, 0,24± 0,31± 0,57± 1,05± CASTRO, T. M. DE; TORRES, D. G. B.; ARANTES, E. J.;
AV/AT 06 0,07 0,08 0,15 0,41 CARVALHO, K. Q. DE; PASSIG, F. H.; CHRIST, D.;
(3) (4) (5) (5) (3)
GOTARDO, J. T.; GOMES, S. D. Anaerobic co-digestion of
0,33 0,33 0,40 0,68 1,44
Rel. (-) 0,23±0, 0,34± 0,53± 0,79± 2,18±
industrial landfill leachate and glycerin: methanogenic
AI/AP 02 0,05 0,19 0,25 1,93 potential, organic matter removal and process optimization.
(3) (4) (5) (5) (3) Environmental Technology, 2019.
0,25 0,38 0,71 1,15 3,54 DILALLO, R.; ALBERTSON, O. E. Volatile acids by direct
Notas: Valores: média±desvio padrão, entre parênteses titration. Journal of Water Pollution Control Federation,
correspondem ao número de amostragens, em negrito New York, v. 33, p. 356-365, 1961.
correspondem aos valores máximos observados para cada COV. FUESS, L. T.; KIYUNA, L. S. M.; FERRAZ, A. D. N.;
PERSINOTI, G. F.; SQUINA, F. M.; GARCIA, M. L.;
Os resultados apresentados na Tabela 1
ZAIAT, M. Thermophilic two-phase anaerobic digestion
demonstram que o processo em fluxo contínuo não using an innovative fixed-bed reactor for enhanced organic
demonstrou ter alcalinidade autossuficiente, ou seja, o
matter removal and bioenergy recovery from sugarcane
acúmulo de AV gerados na fase acidogênica evidenciou vinasse. Applied Energy, 2017, 189, 480-491.
processo inibitório, pois a alcalinidade presente naturalmente
MOCKAITIS, G.; PANTOJA, J. L.; RODRIGUES, J. A.;
no substrato não teve capacidade de atuar como solução FORESTI, E.; ZAIAT, M. Continuous anaerobic bioreactor
tampão.
with a fixed-structure bed (ABFSB) for wastewater
Na literatura são relatados processos de digestão treatment with low solids and low applied organic loading
anaeróbia que também recorreram ao fornecimento externo
content. Bioprocess and Biosystems Engineering, 2014, 37,
de alcalinidade a partir do NaHCO3. Por exemplo, Fuess et 1361-1368.
al. (2017) observaram que quando se reduziu o fornecimento
RIPLEY, L. E.; BOYLE, W. C.; CONVERSE, J. C.
de 6,25 para 3 gNaHCO3 Lafluente-1 (~0,22 para 0,11 Improved alkalimetric monitoring for anaerobic digestion of
gNaHCO3 gDQOafluente-1) a remoção de DQO e a AP
high-strength wastes. Journal (Water Pollution Control
apresentaram padrões decrescentes em dois tipos de reatores Federation), 1986, 58, 406-411.
anaeróbios (tipo UASB e de leito fixo) na fase metanogênica
RODRÍGUEZ-ABALDE, Á.; FLOTATS, X.;
no tratamento da vinhaça da cana-de-açúcar. Ferraz Jr. et al. FERNÁNDEZ, B. Optimization of the anaerobic co-
(2016) recomendaram adições mínimas de solução de
digestion of pasteurized slaughterhouse waste, pig slurry and
NaHCO3 de 12,5 g Lafluente-1 (~0,35 gNaHCO3 gDQOafluente-1) glycerine. Waste Management, 2017, 61, 521-528.
quando utilizaram reator tipo UASB no tratamento de
SIMM, S; ORRICO, A. C. A.; ORRICO JUNIOR, M. A. P.;
vinhaça em estágio único ou 6,25 g Lafluente-1 (~0,18 SUNADA ,N. DA S.; SCHWINGEL, A. W.; COSTA, M.
gNaHCO3 gDQOafluente-1) quando utilizaram o mesmo tipo de S. S. DE M. Crude glycerin in anaerobic co-digestion of
reator em dois estágios para manter o pH do afluente de 6,8 dairy cattle manure increases methane production. Scientia
a 7,2. Agricola, 2017, 74, 175-179.
Desta forma, para o processo de codigestão ZHANG, Q. Q.; TIAN, B. H.; ZHANG, X.; GHULAM, A.;
avaliado recomenda-se adição mínima de 0,28 gNaHCO3 FANG, C. R.; HE, R. Investigation on characteristics of
gDQOafluente-1. Nesta condição, os valores médios dos leachate and concentrated leachate in three landfill leachate
parâmetros eram: pH de 7,3; AP de 1800 mgCaCO3 L-1, AI treatment plants. Waste Management, 2013, 33, 2277-2286.
5 – Agradecimentos
Capes, Universidade Federal de Uberlândia,
Caramuru, Lwarcel.
6 - Bibliografia
Figura 1. Gráfico de Pareto para a variável resposta CYBULSKA, I.; BRUDECKI, G. P.; ZEMBRZUSKA, J.;
Deslignificação (%). SCHIDT, J. E.; LOPEZ, C. G. B.; THOMSEN, M. H.
Organosolv delignification of agricultural residues (date
O Gráfico de Pareto aponta então que variáveis palmfronds, Phoenix dactylifera L.) of the United Arab
significativas no processo que objetiva deslignificar Emirates. Applied Energy 2017, 185, 1040-1050.
biomassa foram temperatura e tempo, que em seus valores LIGERO, P.; VAN DER KOLK, J. C.; DE VEGA, A.;
mais elevados proporcionaram melhor deslignificação da VAN DAM, J. E. G. Production of xylooligosaccharides
biomassa. Logo, o experimento onde se obteve 83% de from Miscanthus x giganteus by autohydrolysis.
deslignificação, realizado nas condições experimentais de Bioresources 2011, 6, 4417-4429.
220 °C, 240 minutos e concentração de glicerina bruta/água MEIGHAN, B. N.; LIMA, D.; CARDOSO, W.; BAÊTA,
de 40%, foi repetido, porém utilizando o glicerol puro. Ao B.; ADARME, O.; SANTUCCI, B.; PIMENTA, M.; DE
fim do pré-tratamento, foi calculada a deslignificação da AQUINO, S.; GURGEL, V. Two-stage fractionation of
biomassa pré-tratada e sua caracterização (Tabela 2): sugarcane bagasse by autohydrolysis and glycerol
organosolv delignification in a lignocellulosic biorefinery
Tabela 2. Caracterização das biomassas pré-tratadas com concept. Industrial crops & Products 2017, 108, 431- 441.
glicerina bruta e glicerol puro, e deslignificação obtida. PASQUINI, D.; PIMENTA, M.T. B.; FERREIRA, L. H.;
Exp. A Exp. B CURVELO, A. A. S. Extraction of lignin from sugarcane
Glicerina bruta Glicerol puro bagasse and Pinus taeda wood chios using ethanol-water
Deslignificação (%) 83,09 63,02 moistures and a carbon dioxide at high pressures. Journal of
Supercritical Fluids 2005, 36, 31-39.
Celulose (%) 75,45 64,41
Hemicelulose (%) 1,18 1,49 ROMANÍ, A.; RUIZ, H. A.; PEREIRA, F. B.;
Lignina Total (%) 13,59 24,36 DOMINGUES, L.; TEIXEIRA, J. A. Fractionation of
Eucalyptus globulus wood by glycerol–water pretreatment:
Os resultados apresentados deixam claro que a optimization and modeling. Ind Eng. Chem Res 2013, 52,
utilização da glicerina bruta como solvente no pré- 14342–52.
tratamento é mais interessante do que a utilização do ROMANÍ, A.; RUIZ, H. A.; TEIXEIRA, J. A.;
solvente puro. Além de proporcionar uma maior DOMINGUES, L. Valorization of Eucalyptus wood by
deslignificação, a glicerina bruta ainda preservou um maior glycerol-organosolv pretreatment within the biorefinery
teor de celulose residual na biomassa, elemento importante concept: an integrated and intensified approach. Renew.
ao fim do pré-tratamento. A eficiência no fracionamento e Energy 2016, 95, 1-9.
deslignificação foram também confirmadas por Santos SANTOS, R. V. Pré-tratamento organossolve do bagaço da
(2018) e Meighan et al. (2017), que empregaram a glicerina cana-de-açúcar com glicerina bruta para obtenção de
bruta no pré-tratamento do bagaço da cana-de-açúcar, e açúcares fermentescíveis. Universidade Federal de
obtiveram resultados satisfatórios. Uberlândia, 2018.
em função do aumento da carga orgânica aplicada, que será Através da adição de glicerol ao lixiviado de aterro
degradada e convertida em biogás. Em relação à sanitário para a codigestão anaeróbia notou-se aumento na
concentração de metano no biogás, não foi observada relação produção de biogás, consequentemente na produção de
com a quantidade de glicerol adicionada e com tempo de metano e na produção volumétrica de metano do reator.
detenção hidráulica. Conforme resultados obtidos nas seis Ainda, foi possível realizar redução do tempo de detenção
condições experimentais, visto que há condições com mesma hidráulica sem que houvesse grande prejuízo em relação aos
adição de glicerol e TDH diferentes e condições com mesmo aspectos observados nesta pesquisa.
TDH e adições diferentes de glicerol que apresentaram Portanto, é possível afirmar que a codigestão
resultados semelhantes em relação à concentração de anaeróbia de lixiviado de aterro sanitário e glicerol, com
metano, não havendo, portanto, relação entre os fatores sob adição de 1,20 % e tempo de detenção hidráulica de 88 horas,
estudo e a concentração de metano no biogás. Os resultados foi a condição com os melhores resultados em relação à
estão apresentados na Tabela 2. produção de biogás e metano, além de apresentar o maior
valor da produção volumétrica de metano do reator.
Tabela 2. Produção de biogás e concentração de metano.
Condição Produção de biogás Concentração de
(LN.dia-1) metano (CH4 - %) 5 – Agradecimentos
1 1,89 ± 0,13 78,12 ± 5,53
2 1,62 ± 0,14 79,12 ± 4,02 Capes, UNIOESTE e PGEAGRI
3 2,45 ± 0,57 72,40 ± 3,43
4 3,23 ± 0,31 71,75 ± 5,27 6 - Bibliografia
5 2,77 ± 0,24 77,74 ± 1,91
6 2,60 ± 0,16 80,82 ± 0,81 ARDI, M. S.; ARROUA, M. K.; HASHIM, N. A. Progress,
prospect and challenges in glycerol purification process: a
Os mesmos resultados e relações descritas review. Renewable and Sustainable Energy Reviews 2015,
anteriormente ocorrem para a produção diária de metano e 42, 1164-1173.
para a produção volumétrica de metano do reator, tendo BEGUM, S.; ANUPOJU, G. R.; SRIDHAR, S.;
relação direta com a quantidade de glicerol adicionada, BHARGAVA, S. K.; JEGATHEESAN, V.; ESHTIAGHI,
conforme demonstrado na Tabela 3. N. Evaluation of single and two stage anaerobic digestion of
landfill leachate: Effect of pH and initial organic loading rate
Tabela 3. Produção diária de metano (PM) e on volatile fatty acid (VFA) and biogas production.
produção volumétrica de metano do reator (PVMR). Bioresource Technology 2018, 251, 364-373.
Condição PM (LNCH4.dia-1) PVMR (m³NCH4. CASTRO, T. M. de.; TORRES, D. G. B.; ARANTES, E. J.;
m-3reator.dia-1) CARVALHO, K. Q. de.; PASSIG, F. H.; CHRIST, D.;
1 1,48 ± 0,10 0,5753 ± 0,0391 GOTARDO, J. T.; GOMES, S. D. Anaerobic co-digestion of
2 1,30 ± 0,11 0,5077 ± 0,0454 industrial landfill leachate and glycerin: methanogenic
3 1,77 ± 0,41 0,6908 ± 0,1601 potential, organic matter removal and process optimization.
4 2,32 ± 0,22 0,9013 ± 0,0876 Environmental Technology 2019, 1, 1-11.
5 2,17 ± 0,18 0,8431 ± 0,0715 DHABHAI, R.; AHMADIFEIJANI, E.; DALAI, A. K.;
6 2,10 ± 0,16 0,8174 ± 0,0615 REANEY, M. Purification of crude glycerol using a
sequential physico-chemical treatment, membrane filtration,
Em relação a outros trabalhos, em especial aquele and activated charcoal adsorption. Separation and
relatado por Begum et al. (2018), nota-se que em decorrência Purification Technology 2016, 168,101-106.
da adição do glicerol, houve aumento na concentração de HUANG, H.; ZIOA, D.; ZHANG, Q.; DING, L. Removal of
metano no biogás quando comparado com a digestão ammonia from landfill leachate by struvite precipitation with
exclusiva de lixiviado de aterro sanitário. the use of low-cost phosphate and magnesium sources.
Ainda, em relação ao trabalho de Castro et al. Journal of Envinormental Management 2014, 145,191-198.
(2019), houve aumento na produção de biogás, mesmo com LIAO, X.; SHUANGYAN, Z.; DELAI, Z.; JINPING, Z.; LI,
adições menores de glicerol, visto que a forma de operação L. Anaerobic co-digestion of food waste and landfill leachate
contínua propicia maior desempenho ao sistema em relação in single-phase batch reactors. Waste Management 2014, 34,
à operação em batelada. 11, 2278-2284.
Os resultados obtidos neste trabalho, em relação à MULLER, G. T.; GIACOBBO, A.; CHIARAMONT, E. A.
produção de metano, se assemelham àqueles reportados por dos S.; RODRIGUES, M. A. S.; MENEGUZZI, A.;
Liao et al. (2014), mesmo que utilizando tempos de detenção BERNARDES, A. M. The effect of sanitary landfill leachate
hidráulica inferiores aos citados pelos autores. aging on the biological treatment and assessment of
Neste contexto, nota-se que a codigestão de photoelectrooxidation as a pre-treatment process. Waste
lixiviado de aterro sanitário com glicerol bruto, em pequenas Management 2015, 36, 177-183.
concentrações, apresentou-se como uma alternativa PERNA, V.; CASTELÓ, E.; WENZEL, J.; ZAMPOL, C.;
importante e viável para a produção de biogás e, FONTES LIMA, D. M.; BORZACCONI, L.; VARESCHE,
consequentemente, metano, permitindo a geração de energia M. B.; ZAIAT, M.; ETCHEBEHERE, C. Hydrogen
de maneira sustentável. production in na upflow anaerobic packed bed reactor used
to treat cheese whey. International Journal of Hydrogen
4 – Conclusões Energy 2013, 38, 54-62.
oleico (C18:1n9c), que conferem ao óleo um alto grau de estabilidade térmica, não apresentaram um bom resultado
insaturação, além de ácido palmítico(C16:0). para a estabilidade oxidativa.
Nos espectros de absorção no infravermelho foi A reação de transesterificação por si só não gerou
possível observar que a reação de transesterificação facilitou bons resultados, pois seu produto apresentou maior índice de
a reação de epoxidação (conversão das duplas ligações em acidez, menor estabilidade termooxidativa e menor
anéis oxiranos), uma vez que a banda característica de C=C viscosidade e densidade.
em 3002 a 3008 cm-1 não apareceu no ONTE (óleo novo O desempenho a baixas temperaturas dos óleos
transesterificado e epoxidado), mas apareceu no ONE (óleo vegetais é uma das principais preocupações para usá-los
novo oxidado). Além disso, o surgimento da banda em 830 como substitutos aos óleos a base mineral. Pela análise dos
cm-1, relacionado ao grupo C-O-C, confirmou a formação do dados é possível perceber que inicialmente já há uma
anel oxirano nas amostras ONTE e ONE. Não houve diferença entre o ponto de fluidez da amostra ON (-9 ºC) para
abertura do anel oxirano, pois não se observou banda a amostra OR (3 ºC) o que pode estar relacionado à
referente ao grupo hidroxila entre 3000 e 3500 cm-1. As viscosidade.
mesmas mudanças nos espectros foram observadas para as Pode-se verificar que a reação que apresentou os
amostras de óleo residual, conforme mostra a figura 2. melhores resultados foi a que as amostras foram diretamente
epoxidadas. O óleo novo não teve modificação do ponto de
fluidez com a epoxidação, no entanto, a amostra de óleo
residual epoxidada teve um decréscimo de 3ºC no ponto de
fluidez.
A acidez da amostra de óleo residual é bastante
elevada. A transesterificação reduziu a acidez, porém a
sequência com a epoxidação levou a um aumento, inclusive
para o óleo novo modificado pela rota 1.
4 – Conclusões
Os espectros de absorção no infravermelho
mostraram que foi possível realizar a epoxidação a partir do
ácido peracético comercial. A transesterificação reduziu a
Figura 2 - Espectros de absorção no infravermelho dos óleos estabilidade térmica do óleo, diminuiu o ponto de fluidez,
residuais. mas facilitou a reação de epoxidação.
A tabela 1 mostra um resumo dos resultados obtidos Os óleos epoxidados foram aqueles com maior
nas duas rotas de síntese dos óleos novo e residual. Os óleos resistência à oxidação (OOT).
novo e residual transesterificados apresentaram menor O estudo mostrou que a epoxidação direta do óleo
densidade, pois a transesterificação reduziu a massa molar, pode ser uma boa opção para os óleos lubrificantes a base de
enquanto os óleos que foram somente epoxidados óleos vegetais novos ou residuais.
mantiveram a mesma massa molar.
5 – Agradecimentos
Tabela 1 - Propriedades determinadas para os óleos vegetais
novo e residual nas duas rotas de síntese À empresa Rei do Óleo de Cozinha pela doação do
óleo residual.
À Peróxidos Brasil - Solvay pela doação do ácido
peracético.
6 - Bibliografia
CARRETEIRO, R. P; BELMIRO, P. N. A. Lubrificantes e
Lubrificação Industrial. Editora Interciência LTDA, 2006.
LATHI, Piyushi S; MATTIASSON, B. Green approach for
the preparation of biodegradable lubricant base stock from
Nas curvas DSC foram determinadas as OOT epoxidized vegetable oil. Applied Catalysis B 69:
(temperatura onset de oxidação) e observou-se que a amostra Environmental Sweden, p. 207-212, 2007.
com maior estabilidade termooxidativa é a de óleo novo, MATOS, P. R. R. Utilização de óleos vegetais como bases
seguida das amostras transesterificadas e epoxidadas de óleo lubrificantes. Brasilia: UNB, 2011.
novo e residual. Conforme esperado, amostras com maior SANTOS, E. H. Síntese e caracterização de biolubrificantes
resistência à oxidação são aquelas que passaram pelo a partir do óleo de soja refinado. 2011. 58 Universidade
processo de epoxidação, pois compostos com menos Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2011.
insaturações tendem a ser mais estáveis. Além disso, a
estabilidade oxidativa pode ser relacionada com a
viscosidade. Pode-se observar que as amostras diretamente
epoxidadas (ONE e ORE) foram as que tiveram os maiores
valores de viscosidade, e apesar de apresentarem boa
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
389
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Variáveis Condições
Razão AA/ Gli 4:1
T (C) 40 e 80
T (min) 15, 30, 45, 60, 120 e
180.
Catalisador DMDC e BTC. *
80
60 60 4 – Conclusões
50 50
0 0
utilização do BTC levou à conversão máxima de glicerol
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180
em MA, DA e TA, nas condições de 80ºC e 180 min de
Tempo (min) Tempo (min) reação. Dessa forma, possibilita-se novas perspectivas para
100 100
90
DMDC
40 ºC Gli
DMDC
80 ºC
Gli a valorização do glicerol bruto, tornando assim a rota de
MA 90 MA
DA DA produção do biodiesel mais rentável e sustentável.
Conversão e rendimento (%)
80
Conversão e rendimento (%)
80
TA
70 70
60 60
5 – Agradecimentos
50 50
20 20
10 10
6 - Bibliografia
0 0
80 80
TA TA
70 70
Oleic Acid and Glycerol in the Presence of Organotin (IV)
60 60
Compounds. European Journal of Lipid Science and
50 50
40 40
Technology, 121 (6), 1900103, 2019.
30 30
FERREIRA, A. B.; ABINEY LEMOS CARDOSO, A.L.; DA
20 20 SILVA, M.J. Tin-Catalyzed Esterification and
10 10 Transesterification Reactions: A Review. ISRN Renewable
0 0 Energy, 2012, 1–13, 2012.
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 MEIRELES, B.A.; PEREIRA, V. L. P. Processo para
Tempo (min) Tempo (min)
produção de acetinas a partir do glicerol via transesterificação
Fonte: Autora, 2019. em pregando catálise ácida homogênea ou heterogênea. PI
1002386-0 A2, 17 dez. 2013. 14p.
A partir desses resultados pode-se inferir que o MENEGHETTI, M. R.; MENEGHETTI, S.M.P. Sn (IV) -
aumento da temperatura tem um efeito positivo sobre a Based Organometallics as Catalysts for the Production of Fatty
reação de esterificação, pois em todos os sistemas, observa- Acid Alkyl Esters. Catalysis Science & Technology, 5 (2),765–
se um incremento na conversão do glicerol com o aumento 71, 2015.
de temperatura, fato este explicado devido ao aumento de MOTA, C.J.A.; DA SILVA, C.X.A.; GONÇALVES, V.L.C.
colisões entre as moléculas, resultando assim na formação Gliceroquímica: novos produtos e processos a partir da
de acetinas. glicerina de produção de biodiesel. Química Nova, 32 (3), 639-
Em relação à conversão do glicerol, nas duas 648, 2009.
temperaturas (40 e 80 ºC), é possível estabelecer uma O’DRISCOLL, C. Seeking a new role for glycerol. Biofuels,
ordem de reatividade em que, BTC > DMDC, essa ordem Bioproducts and Biorefining, 1, 2007.
pode ser justificada pela compatibilidade dos catalisadores TESTA, M.L; PAROLA, V.L; LIOTTA, L.F., VENEZIA,
no meio reacional, cuja menor atividade do DMDC em A.M. Screening of different solid acid catalysts for glycerol
comparação ao BTC estaria sendo dificultado devido a acetylation. Journal of Molecular Catalysis A: Chemical, 367,
reação ocorrer em meio mássico de GLI e AA, sem adição 69-76, 2013.
de solvente. Entretanto, cabe salientar que as propriedades PINTO, B. P.; DE LYRA, J. T.; NASCIMENTO, A.C.J.;
catalíticas de complexos organoestânicos, são inerentes às CLAUDIO J.A. MOTA. Ethers of glycerol and ethanol as
suas características de ácido de Lewis (Meneghetti, M.R e bioadditives for biodiesel. Fuel, 168, 76–80, 2016.
Meneghetti, S.M.P, 2015). Portanto, a ordem de reatividade VELUTURLA, S.; NARULA, A.; RAO, S.; SHETTY, S.P.
pode ser analisada pela acidez de Lewis do catalisador, sem Kinetic study of synthesis of bio-fuel additives from glycerol
desconsiderar a influência da compatibilidade do using a hetropolyacid. Resource-Efficient Technologies, 3,
catalisador no meio de reação. Além disso, o DMDC pode 337–341, 2017.
6 - Bibliografia
BEIMS, R. F., BOTTON, V., ENDER, L., SCHARF, D. R.,
SIMIONATTO, E. L., MEIER, H. F., WIGGERS, V. R.
Effect of degree of triglyceride unsaturation on aromatics
content in bio-oil. Fuel, 2018, 217, 175.
Já o craqueamento térmico a 525°C obteve 78,4% BOTTON, V.; TORRES DE SOUZA, R.; WIGGERS,
de rendimento do bio-óleo. Na análise em GC/MS do bio- V.R.; SCHARF, D.R.; SIMIONATTO, E.L.; ENDER, L.;
óleo apresentado na Figura 3, foi possível identificar 20 MEIER, H.F. Thermal cracking of methyl esters in castor
picos majoritários dentre os 250 analisados, dentre eles oil and production of heptaldehyde and methyl
1-heptadeceno, 1-pentadeceno, 1-nonadeceno e undecenoate, Journal of Analytical and Applied Pyrolysis,
nonadeceno. 2016, 121, 387–393.
Figura 3. GC-MS do bio-óleo gerado após craqueamento LI, A.; NGO, T.P.N.; YAN, J.; TIAN, K.; LI, Z. Whole-cell
térmico. based solvent-free system for one-pot production of
biodiesel from waste grease. Bioresource Technology,
O bio-óleo é uma mistura complexa de 2012, 114, 725-729.
hidrocarbonetos e de acordo com a sua composição
apresentou similaridade com os combustíveis utilizados na MEIER, H.F.; WIGGERS, V.R.; ZONTA, G.R.; SCHARF,
matriz energética brasileira. D.R.; SIMIONATTO, E.L.; ENDER, L. A kinetic model
Além disso, a reação de craqueamento térmico for thermal cracking of waste cooking oil based on
gerou gases não-condensáveis e coque. A análise dos gases chemical lumps, Fuel, 2015 144, 50–59.
gerados (Tabela 2) mostra que no primeiro craqueamento o
CO2 é responsável pela maior porção do gás – 24,29%, MENSHHEIN, G.; COSTA, V.; CHIARELLO, L.M.;
SCHARF, D.R.; SIMIONATO, E.L.; BOTTON, V.;
enquanto que para o segundo experimento a maior porção
MEIER, H.F.; WIGGERS, V.R.; ENDER, L. Concentration
encontrada foi de 27,99% para o N2.
of renewable products of crude bio-oil from thermal
cracking of the methyl esters in castor oil, Renewable
Tabela 1. Análise dos gases não-condensáveis gerados no
Energy, 2019, 142.
craqueamento térmico.
Amostra % CO % CH4 % CO2 % CH2CH2 % CH3CH3 % H2 % O2 % N2
01 a 4,92 20,46 24,29 10,69 4,59 13,19 3,26 18,50
01 b 3,84 19,00 18,29 8,76 3,83 10,11 7,45 27,99
WATANABE, Y.; NAGAO, T.; NISHIDA, Y.; TAKAGI,
Y.; SHIMADA, Y. Enzymatic production of fatty acid
methyl esters by hydrolysis of acid oil followed by
esterification. Journal of the American Oil Chemists'
4 – Conclusões
Society, 2007, 84, 1015-1021.
1 - Introdução
A produção de hidrocarbonetos na faixa do diesel e 3 - Resultados e Discussão
do querosene de aviação a partir de óleos vegetais e As matérias-primas utilizadas neste
derivados caracteriza-se como uma possível rota alternativa estudo são compostas principalmente de C16 e C18 e,
para a redução do uso de combustíveis de origem fóssil consequentemente, os produtos resultantes estão dentro
(LLAMAS et al., 2012). Uma das vias mais promissoras desta faixa. Ao analisar os resultados em conversão e
para esta produção é o hidroprocessamento, podendo ser seletividade (Tabela 1), foi observado que as variáveis de
empregado em refinarias já existentes, produzindo temperatura e tempo reacional foram significativas para a
hidrocarbonetos semelhantes aos de origem fóssil, que por maior conversão de hidrocarbonetos. Além disso, os
sua vez seriam utilizados em motores e turbinas sem a catalisadores sintetizados promoveram a produção de
necessidade de alterações (KUMAR et al., 2010). A nióbia e hidrocarbonetos nas menores condições reacionais, porém
a alumina tem sido úteis como catalisadores e suportes para em proporções mais baixas. A partir destes resultados, ficou
uma variedade de reações importantes por apresentarem alta evidente a boa atividade catalítica dos catalisadores.
atividade, seletividade e estabilidade (SHI et al., 2012;
HORAČEK et al., 2014). Neste contexto, considerando a
Tabela 1. Resultados da conversão dos reagentes e
eficiência desses catalisadores como suporte somado a
seletividade dos hidrocarbonetos no hidroprocessamento
relevância em aumentar a utilização de combustíveis
catalítico do óleo de palma e do éster metílico de soja.
renováveis, objetiva-se produzir hidrocarbonetos derivados
de óleos vegetais e ésteres metílicos, por
hidroprocessamento catalítico.
2 - Material e Métodos
O óleo de palma comercial e o éster metílico de
soja foram utilizados como matéria-prima para o
hidroprocessamento. A Alumina (γ-Al2O3), cedida pela
PURALOX e a Nióbia (Nb2O5) pela CBMM foram
utilizadas como suportes dos catalisadores monometálicos.
Para a identificação e quantificação dos hidrocarbonetos Com base nos resultados da Tabela 1, foi
obtidos a partir do óleo de palma e do éster de soja foi visto que o catalisador de Ni/Al2O3 apresentou conversões
utilizada a metodologia da ASTM D6584. Inicialmente os maiores, atingindo 99,77 % na temperatura de 290 °C e 7
padrões de álcoois graxos, ésteres e hidrocarbonetos (C10 a horas de reação quando utilizado o óleo de palma e 99,53 %
C18) foram injetados no GC/FID, onde foi possível obter os na temperatura de 270 °C e em 7 horas quando utilizado o
tempos de retenção e assim facilitar a identificação dos éster. Ao analisar os dados para o catalisador de Ni/Nb2O5, a
compostos nas amostras. Em sequência, foram realizadas as maior conversão foi alcançada nas menores condições
análises cromatográficas para os compostos gerados nas reacionais de temperatura (270 °C) e tempo (5 h), sendo esta
diferentes condições reacionais onde foram estudadas as de 93,74 % para o óleo de palma e 57,78 % de conversão na
variáveis: temperatura, tempo reacional, tipo de catalisador temperatura de 290 °C e em 7 horas para o éster.
e matéria-prima. Os catalisadores utilizados em todas as Contudo, quanto a seletividade do produto de
reações foram reduzidos em um reator com hidrogênio sob interesse (hidrocarbonetos) em função da conversão dos
temperatura de 400 °C durante 4 horas, com rampa de reagentes, foi visto que, de modo geral, as maiores
aquecimento de 5 °C/min. As reações de hidrogenação seletividades foram obtidas nas maiores condições
foram realizadas em um reator Parr de 300 mL de volume reacionais de temperatura e tempo, exceto para a reação do
total, em sistema de batelada. Os parâmetros utilizados para óleo de palma com o catalisador de Ni/Nb2O5, no qual, o
avaliar a conversão foram tempo (5 e 7 horas), temperatura maior percentual foi obtido para esta mesma temperatura,
com variações entre 270, 290 e 300 °C, pressão de 70 bar e mas no menor tempo reacional (5 h), sendo este 22,69 %. No
3 % (m/m) de catalisador. entanto, quando comparado com a seletividade obtida em 7
5 – Agradecimentos
A CAPES pelo apoio financeiro, ao
Laboratório Greentec e a UFRJ.
dos álcoois graxos, nos sítios ácidos de Bronsted A CAPES pelo apoio financeiro, ao Laboratório
em olefinas e na hidrogenação da ligação dupla do metal Greentec e a UFRJ.
(HACHEMI et al., 2017).
4 – Conclusões
Como previsto, as matérias-primas foram
convertidas em hidrocarbonetos em todas as condições
reacionais estudadas e, as variáveis tempo e temperatura
foram significativas para maior atividade catalítica. De modo
geral, as maiores conversões e seletividades foram
observadas na maiores condições reacionais. Ficou
perceptível que o aumento do tempo de reação melhorou
ligeiramente a seletividade, assim como, o aumento da
temperatura. No entanto, as maiores seletividades foram
obtidas através das reações realizadas com ácidos graxos e
com percentuais de conversão bastante próximos para ambos
catalisadores. Diante desde cenário, ainda não foi possível
definir qual a melhor zeólita, no entanto, vale ressaltar que
as zeólitas estudadas apresentaram conversões similares as
obtidas nas reações de hidrotratamento com metais nobres
comumente utilizados na indústria de biocombustíveis.
Confirmando, desta forma, o seu potencial promissor nessa
rota catalítica sustentável.
5 – Agradecimentos
4 – Conclusões
O catalisador Pd/C é considerada uma ferramenta
viável e efetiva para os processos de dexogenação. Sua
aplicação na análise termogravimétrica foi considerada
eficaz, já que houve redução de energia ao ser adicionado
ao processo, ou seja, a velocidade máxima da reação
ocorreu a uma temperaturamais baixa. Portanto, se
considerarmos o pontencial do babaçu devido a sua
composição química e a eficiente desoxigenação do
catalisador relatada por diversos autores na literatura,
teremos um produto com um elevado potencial na obtenção
de biocombustíveis.
5 – Agradecimentos
CNPq, Capes, IQ/UFRN, LCP, UFRN, LCL,
RBQAV, PPGCEP.
6 - Bibliografia
BJELIĆ, A.; GRILC, M.; HUŠ, M.; LIKOZAR, B.
Hydrogenation and hydrodeoxygenation of aromatic lignin
monomers over Cu/C, Ni/C, Pd/C, Pt/C, Rh/C and Ru/C
catalysts: Mechanisms, reaction micro-kinetic modelling
and quantitative structure-activity relationships. Chemical
Engineering Journal, 2019, v. 359, p. 305-320.
GROSSO-GIORDANO, N. A.; EATON, T. R.; BO, Z.;
YACOB, S.; YANG, C.; NOTESTEIN, J. M. Silica support
modifications to enhance Pd-catalyzed deoxygenation of
(100)
estruturas.
Intensidade (u.a.)
Intensidade (u.a.)
(200)
(110)
(200)
de macaúba esterificado por meio da desoxigenação 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
mesoporoso Mo/AlSBA-15.
Figura 1. DRX em baixo ângulo das amostras AlSBA-15 e
Mo/AlSBA-15
2 - Material e Métodos
O óleo da polpa de macaúba foi fornecido pela empresa A microscopia eletrônica por varredura (MEV) foi
Entaban Ecoenergéticas do Brasil localizada em Lima utilizada a fim de obter informações morfológicas sobre os
Duarte, Minas Gerais, Brasil. A amostra foi seca por 24 h a materiais mesoporosos em estudo. A Figura 2 apresenta as
60 ° C. A fim de reduzir a concentração de ácidos graxos micrografias para as amostras AlSBA-15 e Mo/AlSBA-15,
livres contidos no óleo de macaúba, a esterificação foi respectivamente. É possível observar que as amostras
realizada conforme recomendado por Vieira et al. (2017). apresentam uma morfologia tipo vermicular na forma de
tubos cilíndricos com muitos domínios do tipo corda,
A síntese dos materiais mesoporosos do tipo AlSBA- característico de materiais do tipo SBA-15 (Fernandes et al.,
15 foi realizada a partir do método hidrotérmico e por meio 2016).
de adaptações da metodologia proposta por Zhao et al.
(1998), com objetivo de ajustar as propriedades do material
e torná-lo adequado a aplicação em catálise. De forma a obter
um hidrogel reativo com a seguinte composição molar: 1.0
TEOS: 0.017 P123: 0.01Al2O3: 5.7 HCl: 193 H2O .
5 – Agradecimentos
PPGQ/UFRN, Instituto de Química/UFRN e
Capes.
6 - Bibliografia
Figura 3. Isotermas de adsorção e dessorção de nitrogênio EVARISTO, A.; GROSSO, A.; PIMENTEL, J.;
das amostras AlSBA-15 e Mo/AlSBA-15, respectivamente GOULART, S. Harvest and post-harvest conditions
influencing macauba (Acrocomia aculeata) oil quality
Avaliação da desoxigenação do óleo de Macaúba por TGA- attributes. Industrial Crops And Products, 2016, 85, 63-73.
FTIR PHOTAWORN, S.; TONGURAI, C.; KUNGSANUNT, S.
A Figura 7 traz os gráficos de TGA-FTIR referentes Process development of two-step esterification plus catalyst
às amostras de óleo de macaúba esterificado e óleo de solution recycling on waste vegetable oil possessing high
macaúba esterificado com o catalisador Mo/AlSBA-15, free fatty acid. Chemical Engineering And Processing:
respectivamente. Process Intensification, 2017, 118, 1-8.
ZHAO D.; FENG, J.; HUO, Q.; MELOSH,
N.; FREDRICKSON, G.; CHMELKA, B.; STUCKY, G.
Triblock copolymer syntheses of mesoporous silica with
periodic 50 to 300 angstrom pores. Science (New York,
N.Y.), 1998, 279, 548–552.
VIEIRA, J. et al. Esterificação e transesterificação
homogênea de óleos vegetais contendo alto teor de ácidos
Figura 7. TGA-FTIR do óleo de macaúba esterificado graxos livres. Química Nova, 2017, 41, 10-16.
puro e com o catalisador Mo/AlSBA-15 FERNANDES, F.; SANTOS, A.; SOUZA, L.; SANTOS, A.
Santos. Synthesis and Characterization of Mesoporous
Analisando as Figuras das amostras de óleo Materials SBA-15 Obtained with Different Synthesis
esterificado puro e com o catalisador, é possível observar que Conditions. Revista Virtual de Química, 2016, 8, .1855-
as mesmas apresentam algumas bandas em comum. As 1864.
bandas que aparecem na faixa 2923-2854 cm-1 e 1465-1378 RIBEIRO, D.; CELANTE, S.; SIMÕES, M.; BASSACO,
estão relacionadas aos hidrocarbonetos alifáticos (Ribeiro et C.; SILVA, CASTILHOS, S. Efficiency of heterogeneous
al., 2017). Uma segunda banda mais intensa aparece por catalysts in interesterification reaction from macaw oil (
volta de 1745 está relacionada ao grupo éster carbonilo Acrocomia aculeata ) and methyl acetate. Fuel, 2017, 200,
presente em triglicerídeos (Rio et al., 2016). 499-505.
As bandas que aparecem por volta de 1147 cm−1 são RIO, J.; EVARISTO, A.; MARQUES, G.; RAMOS, P.; GIL,
referentes aos grupos éter e aldeído que são formados J.; GUITIÉRREZ, A. Chemical composition and thermal
sucessivamente a partir da desoxigenação do éster (Li, et al., behavior of the pulp and kernel oils from macauba palm (
2015). Acrocomia aculeata ) fruit. Industrial Crops And Products,
Para a amostra com catalisador é possível observar 2016, 84, .294-304.
que as bandas referentes aos compostos oxigenados LI, H.; NIU, S; WANG, Y. Comprehensive Investigation of
praticamente desaparecem acima da temperatura de pirólise the Thermal Degradation Characteristics of Biodiesel and Its
(400 ºC), especialmente as referentes ao grupo éster.
Feedstock Oil through TGA–FTIR. Energy & Fuels, 2015,
Observa-se ainda, para essa amostra, a presença de bandas
referentes a ligação (C=O) do CO2 nas faixas 2400-2250 29, 5145-5153.
Para cada categoria do meio ambiente foram análise. Na Figura 1 é apresentado o exemplo da matriz de
determinadas as consequências das atividades desenvolvidas impactos utilizada para o presente trabalho.
no processo de instalação e operação.
Para o meio físico foram determinadas: aumento do
potencial de erosão do solo; transportes de sólidos e
assoreamento; aumento do potencial de riscos geotécnicos;
impactos sobre os recursos hídricos superficiais e
subterrâneos; interferências nos usos de recursos hídricos e
na drenagem; impacto na qualidade da água; geração de
resíduos sólidos; geração de resíduos líquidos; emissões
atmosféricas e de poeiras e emissões de ruídos e vibrações.
O resultado apresentado foi de 100% de impactos negativos
ao meio físico em ambas as construções. Cerca de 75% deles
são locais, distribuídos entre médio e longo prazo, de
característica irreversível e permanente. Tanto a refinaria de
petróleo como a usina de biodiesel apresentam uma
característica indireta aos impactos, porém, o biodiesel
apresenta uma consequência direta nos recursos hídricos.
O meio biótico representou a menor porção de Figura 1. Matriz de Interação dos Impactos Ambientais da
atividades impactantes. São elas: impactos na flora usina de biodiesel inspirada no modelo clássico de Leopold.
decorrentes da supressão vegetal; impactos na fauna
terrestre; impactos na biota aquática; interferências em áreas Tabela 1. Resultado dos impactos ambientais da Matriz
especiais: unidades de conservação, apps e outras. Assim Interativa de ambas indústrias a partir da classificação da
como no meio físico, 100% dos impactos relacionados à natureza, forma, alcance, temporalidade, reversibilidade e
biota apresentaram-se negativos. Todos também foram em duração.
sua maioria impactos locais, irreversíveis e permanentes. Meio Meio Meio
Entretanto, 75% são diretos e de médio prazo. Físico (%) Biótico (%) Antrópico (%)
Por fim, os impactos do meio antrópico foram Positivo 0 0 50
representados por: geração de expectativa da população; Negativo 100 100 75
interferência no cotidiano da população; geração de emprego Direta 25 75 38
e qualificação; dinamização da economia local e regional; Indireta 88 25 50
impactos sobre o uso e ocupação do solo; pressões sobre a Local 75 100 38
infraestrutura de serviços essenciais; impactos sobre a saúde 25 0 50
Regional
da população local e impactos sobre o sistema viário e o
Curto Prazo 0 25 50
tráfego terrestre. Diferentemente dos outros meios, as
Médio Prazo 75 75 38
atividades citada apresentaram impactos positivos,
principalmente relacionados à geração de empregos, Longo Prazo 75 0 63
desenvolvimento econômico e uso do solo, representando Reversível 25 0 38
50% dos impactos. Em geral, as características analisada Irreversível 88 100 63
ficaram bem divididas, porém ainda apresentando uma maior Temporário 0 0 38
representatividade por serem de longo prazo, irreversíveis e Permanente 100 100 63
permanentes.
A importância dos impactos ambientais variaram de Como a AIA da produção de combustível sintético
1 a 3. Em ambos empreendimentos, as atividades que será baseada nos resultados dos empreendimentos
obtiveram maior relevância de impactos ambientais (3) analisados, observa-se que a grande maioria do impactos são
foram: aumento do potencial de erosão do solo; impacto na negativos e locais, portanto, é necessário avaliar medida
qualidade da água; geração de emprego e qualificação; mitigatórias ou de compensação para reduzir tais efeitos ao
dinamização da economia local e regional e impactos sobre meio ambiente local. Além disso, a maior parte dos impactos
o uso e ocupação do solo. Existiram ainda valores de maior são indiretos, ou seja, são consequências distantes de uma
relevância para a usina de biodiesel, atribuindo a importância ação. Esse tipo de impacto é mais difícil de quantificar, mas
de 3 para: impactos na flora decorrentes da supressão será necessário qualificá-los para medidas de precaução.
vegetal; impactos na fauna terrestre; impactos na biota Os maiores resultados para a temporalidade de
aquática e pressões sobre a infraestrutura de serviços longo prazo, irreversível e duração permanente indica que a
essenciais. Para essas atividades, a refinaria de petróleo instalação e operação do empreendimento modificará o meio
determinou a importância 2. ambiente independente das medidas mitigadoras. Para esse
Na Tabela 1 são apresentados todos os valores percentuais caso cabe a avaliação das consequências positivas do
das atividades quanto sua natureza, forma, alcance, empreendimento para a população e ao ambiente em geral.
temporalidade, reversibilidade e duração. A Matriz de Como a instalação de combustíveis sintéticos resultará na
Interação atua como uma ferramenta para a apresentação de neutralidade de carbono em balanço global, os impactos
informações correlacionadas a outras, entretanto, o resultado ambientais podem ser compensatórios com a finalidade da
é arbitrário e depende, muitas vezes da experiência de
planta piloto instalada de forma descentralizada nos locais SCHMIDT, P.; WEINDORF, W.; ARNE, R.; BATTEIGER, V.;
remotos. RIEGEL, F.; Power-to-Liquids Potentials and Perspectives
for the Future Supply of Renewable Aviation Fuel, 2016, On
behalf of the German Environment Agency.
4 – Conclusões
Existem impactos negativos para serem avaliados
na planta piloto de combustíveis sintéticos, porém, a
fabricação do produto já resulta em uma mitigação ambiental
de escala global com a neutralização do carbono no setor da
aviação.
Quanto a AIA da planta piloto, é necessário
precaver e prevenir e mitigar os impactos associados à
instalação e produção do combustível sintético no local. Para
isso deverão ser seguidas recomendações e condicionantes
aplicadas pelo órgão ambiental para seu Licenciamento
Ambiental.
5 – Agradecimentos
ProQR, GIZ.
6 - Bibliografia
CRUZ, C. D. GENES - a software package for analysis in
experimental statistics and quantitative genetics. Acta
Scientiarum Agronomy 2013, 35, 271-276.
CRUZ, C. D.; Ferreira, F. M.; Pessoni, L. A. Biometria
aplicada ao estudo da diversidade genética. Suprema:
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DIAS, L. A. S.; LEME, L. P.; LAVIOLA, B. G.; PALLINI
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MOTOLA, V.; DE BARI, I.; PIERRO, N.; GIOCOLI, A.
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PINHEIRO, B. B.. Produção de combustíveis sintéticos a
partir do gás natural: evolução e perspectivas. Monografia
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VIEIRA, E. F. L. Avaliação de projetos de investimento em
plantas XTL utilizando a teoria de opções reais. Estudo de
caso do projeto XTL – Cenpes/Petrobras – 2007.
3 - Resultados e Discussão
5 – Agradecimentos
As curvas DSC permitem observar a entalpia de
fusão dos materiais. A temperatura máxima de fusão das ESTES (EscolaTécnica de Saúde), IQ (Instituto de Química,
misturas pode ser considerada como a temperatura máxima UFU (Universidade Federal de Uberlândia).
do pico endotérmico. A temperatura final da fusão será
considerada a menor temperatura após os picos
endotérmicos.
6 - Bibliografia
A Figura 1 representa os resultados da análise de calorimetria CORLEY, R. H. V.; TINKER, P. B. H. The Oil Palm. 4. ed.
exploratória diferencial. Oxford, UK: Blackwell Science, 2003.
CRNBIO. Óleo de palma no Brasil e suas potencialidades
para as indústrias. 2017. In: CRNBIO. 2010. Disponível
em: http://crnbio.com.br/oleo-de-palma-no-brasil-e-suas-
potencialidades-para-as-industrias/, Acesso em: 07 de mar.
2018.
GONTIJO, T. S.; FERNANDES, E. A.; SARAIVA, M. B.
Análise da volatilidade do retorno da commodity dendê:
1980-2008. Revista de Economia e Sociologia Rural, [s.l.],
v. 49, n. 4, p. 857–874, dez. 2011.
Figura 1. Resultados análise DSC para o QAV, QAVB100P SIMÕES, A. F.; SCHAEFFER, R. Emissões de CO2
e suas respectivas misturas devido ao transporte aéreo no Brasil. Revista Brasileira de
Energia, [s.l.], v. 9, n. 1, p. 9, 2002.
Utilizou-se para registro a temperatura final da SOUZA, J. DE. Dendê. 2016. In: Toda fruta. Jaboticabal.
fusão, que será considerada para efeito da análise das Disponível em: https://www.todafruta.com.br/dende/.
amostras como sendo o ponto de congelamento. Assim têm- Acesso em: 7 mar. 2018.
se os valores para as amostras analisadas apresentados na SOUSA, L. P. R. et al. Combustíveis Alternativos para
Tabela 2. Aviação. Cimcco, [s.l.], v. 4, n. 1, p. 1–6, 2016.
5 – Agradecimentos
Agradecimentos a RBTB, MCTIC pelo incentivo
nas pesquisas na área de biodiesel e biocombustíveis e na
promoção dos eventos científicos.
Palavras Chave: Especificações de QAVs, ASTM D7566, Certificação dos AAF, ANP.
a serem realizados para a completa certificação da qualidade para as novas rotas de produção a fim de se obter
dos novos combustíveis de aviação, alguns dos quais combustíveis que futuramente podem vir a ser utilizados
requerendo instrumentação específica e cara, como é o caso sem a necessidade de mistura com o querosene fóssil, QAV-
do Jet Fuel Thermal Oxidation Testing (JFTOT), usado para 1.
a determinação da estabilidade térmica dos querosenes de
aviação (ASTM D3241).
3 – Conclusões
As metas nacionais e internacionais de
descarbonização têm estimulado a busca por novos
combustíveis de aviação para uso em turbinas de aeronaves,
uma vez que o setor aéreo é responsável por 2 % das
emissões de gases de efeito estufa.
Após extensivos testes realizados sob o guia ASTM
D4054, atualmente cinco querosenes de aviação alternativos
já são permitidos, em misturas com QAV derivado de
petróleo, o QAV-1, para uso na aviação civil, além da
possibilidade de co-processamento de até 5 % de óleos e
gorduras com petróleo para a produção do QAV-1. Outras
rotas estão em testes para aprovação, sobretudo aquelas que
Figura. Propriedades físico-químicas das especificações. visam produzir um QAV sintético de composição mais
próximo ao QAV de petróleo, o primeiro passo para
2.2. Querosenes de aviação aprovados para uso em aprovação do uso de querosenes sintéticos puros na aviação
misturas com o QAV-1 civil.
A norma ASTM D7566 traz em seus anexos todas As normas ASTM D7566 e RANP 778/2019 trazem
as rotas de produção de QAV alternativo já aprovados para as exigências para certificação de qualidade de tais
uso em turbinas de aeronaves misturados ao QAV-1. A combustíveis, as quais são compostas por parâmetros que
Tabela 2 resume todas os QAV alternativos já aprovados. avaliam, principalmente, desempenho dos combustíveis nas
Tabela 2: Rotas de QAV alternativos já aprovadas turbinas.
Id Matéria-prima Produtos %
máxima
no QAV 4 – Agradecimentos
Carvão, Gás Natural, Iso- e N-par. 50 Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
SPK-FT
Biomassa Biocombustíveis.
SPK-HEFA Óleos e gorduras Iso- e N-par. 50
estufa a 30°C, por 48 horas. Após esse período, os discos foram condição sem a presença do fungo (Tabela 1). Valores baixos de
diretamente para um dessecador (por 24 horas). A biomassa foi pH, são indicativos da produção de ácidos orgânicos decorrentes
separada e retida por filtração nos discos pré-pesados. O peso da degradação dos combustíveis pelos fungos (Bento et al.,
seco da biomassa, expressa em miligramas, de cada quintuplicata 2005).
foi obtido, a partir da diferença entre o peso final e o peso inicial 3.3 Medidas de tensão superficial: Os valores das medidas de
das membranas. tensão superficial, da fase aquosa, apresentaram, após 28 dias,
2.5.3 Detecção da produção de metabólitos: Foram realizadas, redução de 57,4 mN.𝑚−1 (Controle, Meio Bushnell-Haas) para
medidas de pH da fase aquosa, após a separação da biomassa e 48,9 na condição querosene, 50,8 mN.𝑚−1 na condição
da fase combustível. Pela comparação com a condição controle bioquerosene e 49,3 mN.𝑚−1 na condição blenda 10% (Tabela
(sem o fungo), as medidas de pH podem indicar a natureza de 1). Os valores observados de tensão superficial entre as
possíveis metabólitos (origem ácida e ou básica), determinadas à condições avaliadas, informam que o bioquerosene, não se
temperatura ambiente com auxílio de um pHmetro digital comportou como um surfactante, como ocorre com biodiesel.
(Digimed, modelo DM-22). As mesmas amostras, foram Tabela 1. Valores de pH e medidas de tensão superficial da fase
enviadas para a análise em SPME ( Microextração em Fase aquosa em contato com querosene, bioquerosene e blenda 10%
Sólida), com o objetivo de conhecer os compostos produzidos bioquerosene com o fungo Hormoconis resinae, após 28 dias.
pelo fungo durante seu crescimento nos diferentes combustíveis
avaliados por 28 dias.
Tratamentos Querosene Bioquerosene Mistura 10%
2.5.4 Fase combustível: Alíquotas de 1mL da fase combustível
pH 4,3 6,7 6,0
de cada condição avaliada, com e sem a presença do fungo
T0: 7,2
Hormoconis resinae foram coletadas nos tempos inicial e após Tensão superficial 48,9 50,8 49,3
28 dias de incubação. As amostras foram armazenadas á 4°C, T0: 57,4 mN/m2
para a avaliação por cromatografia gasosa e determinação de
qual fração alifática e ou aromática foi preferencialmente
degradada pelo fungo (resultados não mostrados). 4- Conclusão
3- Resultados e Discussão Foi observado que o bioquerosene não promoveu e nem
inibiu o crescimento do fungo Hormoconis resinae em condição
3.1 Biomassa: As diferenças entre os valores de biomassas para simulada de estocagem durante 28 dias. No entanto, o fungo
o fungo filamentoso Hormoconis resinae durante 28 dias, nas cresceu na presença de querosene (19,6 mg) e com a mistura com
condições (querosene, bioquerosene e mistura 10%) é 10% de bioquerosene (12,1 mg); na fase aquosa, observou-se
apresentada na Figura 1. Vários trabalhos já mostraram o redução do pH inicial de 7,2 para 4,3 e 6,0 respectivamente.
crescimento e degradação de querosene pelo fungo Hormoconis A presença de bioquerosene em futuras misturas na aviação,
resinae. Este fungo é também chamado como Jet-fuel fungus, continuará exigindo da comunidade usuária, cuidados rígidos
sendo reconhecidamente um dos fungos mais deteriogênicos de com as rotinas e Boas Práticas durante o armazenamento dos
combustíveis, especialmente querosene de aviação, devido a sua combustíveis.
competência em metabolizar hidrocarbonetos alifáticos e
produzir biomassa (Edmonds & Cooney, 1967, Raikos et al.,
5- Agradecimentos
2011, Martin-Sanchez et al, 2018).
LAB-BIO/UFRGS, CAPES, CNPQ, INT, AMYRIS
25
Peso seco/Biomassa (mg)
20
6-Bibliografia
15
Querosene
10
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
Bioquerosene 2014 “Resulução n° 63/2014” Disponível em:
5
Blenda 10% http://www.anp.gov.br
0 Bento, F. et al. Degradation and corrosive activities of fungi in a
7 14 21 28 diesel-mild steel-aqueous system. World Journal of
Tempo (dias) Microbiology and Biotechnology, [s. l.], v. 21, n. 2, p. 135–142,
2005.
Bento, F. M et al. (2016). Diagnóstico, Monitoramento e controle
Figura 1. Valores de biomassa (mg) do fungo H. resinae nos da contaminação microbiana em biodiesel e misturas durante o
tempos 7, 14, 21 e 28 dias durante estocagem simulada com armazenamento. In Pinho, D. M. M., & Suarez, P. A. Z. (Orgs.),
querosene, bioquerosene e mistura 10% . Armazenagem e Uso de Biodiesel: problemas associados e
Não foi observado desenvolvimento deste fungo na condição formas de controle. (1a. ed.). Brasí
bioquerosene puro, provavelmente pelo fato de se tratar de uma De Souza, Lorena Mendes; Mendes, Pietro; Aranda, Donato.
isoparafina (2,6,10 trimetildodecano). A presença de Assessing the current scenario of the Brazilian biojet market.
ramificações ou grupos funcionais no hidrocarboneto pode Renewable and Sustainable Energy Reviews, [s. l.], v. 98, n.
bloquear o sitio de reação de enzimas microbianas (Nakajima et September, p. 426–438, 2018.
al, 1984). No entanto, a presença de bioquerosene não inibiu a Edmonds, Paul; Cooney, J. J. Identification of microorganisms
formação de biomassa na condição da mistura 10% (12,1mg). isolated from jet fuel systems. Applied microbiology, [s. l.], v.
3.2 Medidas de pH: Foi observado após 28 dias, redução das 15, n. 2, p. 411–6, 1967.
medidas de pH da fase aquosa na condição querosene puro e na Gutierrez, J. et al. Biofuels from cardoon pyrolysis: Extraction
condição blenda10% de bioquerosene, comparando–se com a and application of biokerosene/kerosene mixtures in a self-
O índice de acidez diz respeito à quantidade de uso imediato da biogasolina e sendo necessário a realização
ácidos graxos livres e o índice de saponificação, diz respeito de tratamentos, como adsorção, ou extração líquido-líquido,
à quantidade de ácidos graxos ligados. Dessa forma Através por exemplo.
das análises físico-químicas observa-se que a biogasolina
apresenta uma maior concentração de ácidos graxos livres e 4 – Conclusões
ligados, em comparação a gasolina comercial. Isso porque, É possível obter biogasolina a partir de resíduos
segundo Costa Neto et. al., (2000), a biogasolina foi triglicerídeos, como óleo de fritura residual, com qualidade
produzida a partir de um material residual, que sofreu similar a gasolina comercial. Porém deve-se realizar alguma
degradação por reações tanto hidrolíticas quanto oxidaticas espécie de tratamento, posterior a sua obtenção, a fim de
e não passou por nenhum processo de tratamento. reduzir a concentração de compostos oxigenados.
Porém ao compararmos a biogasolina com outras
biogasolinas, como a obtidas por SANTANNA et al., 2017, 5 – Agradecimentos
com uma acidez de 80,2mgKOH/g, observa-se resultados
Fundação Amazônia de Amparo à Estudos e
similares, mesmo em condições desfavoráveis apresente
Pesquisas – FAPESPA.
processo. Ressalta-se que ambos materiais em estudo podem
ter apresentado uma elevação na acidez devido a presença de 6 - Bibliografia
compostos oxigenados. ANTUNES, A.M.S. Setores da Indústria Química Orgânica. Rio de
Janeiro: e-papers, 2007.
No que tange aos resultados de densidade, todas as ATHAIDES, L.; CARVALHO, T.U.S.; SANTOS, C.L.S.; CABRAL,
amostras apresentaram valores que são estão de acordo com M.E.F.; BONA, B.C.; PRAÇA, F.A.R.; SANTANNA, J.S.; MOTA, S.A.P.
os valores estabelecido pela ANP e demostram a obtenção de Caracterização do BIO-CAP produto oriundo do processo de destilação do
cadeias curtas, corroborado pelos resultados na Figura 3, o produto líquido orgânico (PLO). In: VII Semana de Engenharia de
Materiais, Marabá – PA, 2018.
que facilita a queima do combustível além de evitar o BORUGADDA, V. B.; GOUD, V. V. Biodiesel production from renewable
entupimento nas tubulações. feedstocks: Status and opportunities. Renewable and Sustainable Energy
Reviews, v. 16, p. 4763-4784, 2012.
CARREÑO, N.L.V.; MACIEL, A.P.; LEITE, E.R.; LISBOA-FILHO, P.N.;
100
LONGO, E.; VALENTINI, A.; PROBST, L.F.D.; PAIVA-SANTOS, C.O.;
SCHREINER, W.H. The influence of cation segregation on the methanol
decomposition on nanostructured SnO 2. Sensors and Actuators B:
TRANSMITANCIA (%)
1 - Introdução
A demanda por energia, sobretudo a energia limpa
e renovável, está aumentando a cada dia, e se tornou uma das
coisas mais importantes sem as quais a vida seria muito
difícil neste mundo moderno (RAMKUMAR E
KIRUBAKARAN, 2016), isso porque o esgotamento dos
combustíveis fósseis, segurança energética e sérios
problemas ambientais, tornam a energia limpa e também
renovável uma alternativa para diminuir toda essa
problemática (ZHU et al, 2017).
Dessa forma, diversos autores, como por exemplo
Ameen et al (2017); Mancio et al (2017); Asinkin-Mijan et Figura 1. Sistema de craqueamento em escala de bancada.
al (2018), vem estudando a viabilidade de inserir os
Visando analisar a composição dos materiais em
triglicerídeos, oriundos de oleaginosas ou resíduos, como estudo, aplicou-se a técnica de espectroscopia de
matéria prima para a obtenção de biocombustíveis, a fim de infravermelho, que foi realizada em um espectrofotômetro
obter uma energia mais barata e limpa. da marca Agilent, modelo CARY 630 com reflectância
Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo atenuada (ART).
a investigação da influência da matéria prima nas
propriedades físico-químicas e composicionais dos produtos 3 - Resultados e Discussão
líquidos orgânicos (PLOs), obtidos via rota tecnológica de Na Tabela 1 estão dispostos os resultados dos testes
craqueamento térmico. das propriedades físico-químicas dos óleos: óleo de palma
2 - Material e Métodos (OP), óleo de fritura (OF) e sebo bovino (SB), e dos PLOs
(Produtos Líquido Orgânico) obtidos com cada matéria
No procedimento experimental foram utilizados o prima.
óleo de palma bruto (Elaeis guineensis, Jacq) com índice de Tabela 1. Propriedades físico-químicas.
acidez inicial de 4,8mg KOH/g, fornecido pela empresa Amostras IA IS IE AGL D
ENGEFAR LTDA (Ananindeua-Pará), o óleo de fritura que OP 19,04 247,32 228,28 9,57 0,92
foi coletado em lanchonetes da cidade de Marabá – PA e OF 24,03 325,42 301,45 12,08 0,86
apresentava índice de acidez de 24,03mgKOH/g, e o sebo SB 15,28 153,56 138,28 7,68 0,96
bovino adquirido em um abatedouro na cidade de Brejo PLOOP 100,32 202,21 101,89 50,46 0,85
Grande do Araguaia – PA, com o índice de acidez de PLOOF 195,82 256,48 60,66 98,50 0,85
15,28mgKOH/g. PLOSB 117,54 205,45 87,91 59,12 0,93
O processo de craqueamento ocorreu, em uma Ao observar os dados podemos supor que o óleo de
temperatura de 450ºC, e em um sistema craqueador de
palma e o sebo bovino tem maior tendência à produção de
bancada (Figura 1), constituído por: (1) Manta térmica da
hidrocarbonetos de cadeia longa, pois apresentam valores de
marca Quimis, modelo Q321A25, com potência de 570W,
densidade acima de 0,90 cm3/g. Portanto, espera-se que após
(2) balão volumétrico de fundo redondo com capacidade de
1L, (3) junta para adaptar o balão ao condensador, (4) um os experimentos de craqueamento a porcentagem de diesel
condensador de casco e tubo, (5) um funil de decantação, (6) verde gerado pelos mesmos seja superior ao rendimento em
um termopar, além de (7) mangueiras de silicone que diesel verde que será produzido a partir do óleo de soja
auxiliam a entrada e saída de água do condensador e (8) uma residual de fritura.
junta de saída de gases não condensáveis – GNC. As O óleo de soja residual apresentou maiores valores
matérias primas e os PLOs, foram caracterizados através de de índice de acidez e saponificação, estes dados mostram que
analises físico-químicas, como índice de acidez (IA), índice há na composição desta matéria prima maior quantidade de
de saponificação (IS), índice de éster (IE), em mgKOH/g, ácidos graxos livres. Pode-se pressupor que estes resultados
teor de ácidos graxos livres (AGL), em porcentagem, e sejam consequência dos processos aos quais cada matéria
densidade (D), em g/mL, conforme as normas da ASTM, prima foi submetida até seu emprego nesta pesquisa, uma
AOCS, ABNT e conforme as especificações da ANP para vez que o óleo de soja é proveniente de repetidos processos
biodiesel e diesel. de fritura por imersão, sendo então exposto a umidade,
elevada temperatura, luz, ar e componentes presentes nos
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
423
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
A esterificação do ácido levulínico com etanol foi
realizada em um reator tubular contínuo, cuja descrição
detalhada foi fornecida em trabalho anterior (Santos et al.,
2018). O reator consiste em um tubo de aço inoxidável (316
1/8'' OD x 0,91 cm, Swagelok) com capacidade de 22 mL
que opera dentro de um forno com aquecimento elétrico
(Sanchis Ltda).
Uma bomba de HPLC foi utilizada para alimentar
a mistura reacional a uma taxa de fluxo constante ao reator.
A pressão foi ajustada com um regulador de pressão (série
KPB, Swagelok) e mantida em 100 bar para todos os
experimentos. A quantificação dos produtos da reação foi
feita por cromatografia gasosa.
Foram realizados estudos cinéticos em três
diferentes temperaturas (280 ºC, 250 ºC e 220 ºC) e duas
diferentes razões molares de etanol:ácido levulínico (2:1 e Figura 1. Diagramas de pressão-temperatura para a síntese
9:1). Para cada estudo cinético foram tomadas amostras a de levulinato de etila usando razões molares de etanol:ácido
cinco diferentes fluxos volumétricos de mistura reacional – levulínico de (A) (2:1) e (B) (9:1) para conversão nula e total
a temperatura ambiente: 5 mL/min, 2 mL/min, 1 mL/min, 0,5 do ácido levulínico.
mL/min e 0,2 mL/min.
Uma análise termodinâmica do sistema foi feita As Figuras 1 demonstram que as condições
utilizando-se a equação de estado PC-SAFT implementada experimentais definidas estão em uma região homogênea, o
no software Aspen Plus V8.4 (30.0.033), com parâmetros que é desejável visto que a ausência de limitações de
disponíveis na literatura (Gross e Sadowski, 2002; Altuntepe transferência de massa entre fases tende a maximizar a taxa
et al., 2017). efetiva de reação.
Os diagramas simulados mostram também que o de residência com um esquema de alimentação lateral de
impacto da conversão no comportamento termodinâmico é álcool etílico.
mais pronunciado na razão molar mais baixa. Vê-se que com A 280 ºC com uma relação molar etanol:ácido
o aumento na razão molar, o sistema se torna menos sensível levulínico de 9:1, mais de 80% de conversão de ácido
à conversão do ácido levulínico devido à presença de excesso levulínico foi atingida experimentalmente após um tempo de
de etanol. permanência relativamente curto de cerca de 15 min (Figura
Ainda, as Figuras 1 mostram que à medida que a 2 (B)). Este resultado ilustra a viabilidade técnica da
esterificação ocorre, o ponto crítico diminui e o sistema se esterificação supercrítica do ácido levulínico e uma das
torna mais solúvel por conta das interações entre os produtos principais vantagens dessa rota (menor tempo de residência
necessário).
éster etílico e água com etanol.
Nas Figuras 2 (A) e (B) são apresentadas as curvas
cinéticas obtidas experimentalmente utilizando razões 4 – Conclusões
molares de 2:1 e 9:1 de etanol:ácido levulínico
respectivamente. A análise termodinâmica do sistema mostrou que
todo o estudo cinético reportado foi conduzido em uma
região homogênea. Conversões de ácido levulínico de até
90% foram alcançadas após tempos de residência
relativamente baixos (cerca de 20 min a 280 ºC usando uma
razão molar etanol para ácido levulínico de 9:1), mostrando
que a esterificação supercrítica do ácido levulínico pode ser
uma rota química promissora para produção de levulinato de
etila. Estudos futuros devem se preocupar com a otimização
destes sistemas de reação e com a integração de operações
unitárias de separação para fazer bom uso do alto conteúdo
energético dos produtos da esterificação supercrítica.
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem às agências de fomento
(CNPq - 406737 / 2013-4, 305393 / 2016-2 e 309506 / 2017-
4, COPEL, e Fundação Araucária - 004/2019) pelo apoio
financeiro e bolsas de estudo. Este trabalho também foi
financiado em parte pela Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código
Financeiro 001.
6 - Bibliografia
CLIMENT, M. J.; CORMA, A.; IBORRA, S. Conversion of
biomass platform molecules into fuel additives and liquid
hydrocarbon fuels. Green Chemistry, 2013, 16, 516–547.
LEAL SILVA, J. F.; GREKIN, R.; MARIANO, A. P.;
MACIEL FILHO, R. Making Levulinic Acid and Ethyl
Figura 2. Perfis de conversão experimental da esterificação
Levulinate Economically Viable: A Worldwide
de ácido levulínico em condições sub (220 ºC) e supercríticas
Technoeconomic and Environmental Assessment of
de etanol (250 ºC e 280 ºC), usando razões molares de
Possible Routes. Energy Technology, 2018, 6, 613–639.
etanol:ácido levulínico de (A) (2:1) e (B) (9:1).
PILEIDIS, F. D.; TITIRICI, M. M. Levulinic Acid
Biorefineries: New Challenges for Efficient Utilization of
As Figuras 2 revelam que aumentos na razão de
Biomass. ChemSusChem, 2016, 9, 562–582.
alimentação (etanol:ácido levulínico) e na temperatura
SANTOS, K. C.; HAMERSKI, F.; PEDERSEN VOLL, F.
conduzem a conversões mais altas após elevados tempos de
A.; CORAZZA, M. L. Experimental and kinetic modeling of
residência. A maior conversão de ácido levulínico (cerca de
acid oil (trans)esterification in supercritical ethanol. Fuel,
93%), no entanto, foi obtida com uma razão molar de (9:1) a
2018, 224, 489–498.
250 ºC e não a 280 ºC. Este resultado pode ser atribuído à
GROSS, J.; SADOWSKI, G. Application of the perturbed-
diferença no tempo de residência devido à maior densidade
chain SAFT equation of state to associating systems.
a 250 ºC.
Industrial and Engineering Chemistry Research, 2002, 41,
Também fica claro que as velocidades iniciais de
5510–5515.
reação são mais elevadas para a razão molar de etanol:ácido
ALTUNTEPE, E.; EMEL’YANENKO, V. N.; FORSTER-
levulínico de 2:1 do que de 9:1. Este resultado é
ROTGERS, M.; et al. Thermodynamics of enzyme-catalyzed
particularmente interessante sob uma perspectiva de
esterifications: II. Levulinic acid esterification with short-
otimização do processo. É provável que com menos gasto de
chain alcohols. Applied Microbiology and Biotechnology,
etanol seja possível atingir conversões altas em menor tempo
2017, 101, 7509–7521.
1 - Introdução
A
A produção de energia e a escassez de fontes não C
renováveis para esse fim resumem um dos principais B
como ao processamento de biomassa (Encinar et al., 2002) Figura 2. Aparato experimental para reação de
que, em menor escala, remonta ao século IX (Sharma, 1991). craqueamento. Termopar (A), balão reacional (B),
Dentre esses recursos, encontra-se a mamona (Ricinus consensador (C), aquecimento (D), coletor (E).
communis), com teor de óleo de 60% de sua composição e A área superficial, distribuição média dos poros (calculadas
facilidade de cultivo, muito interessante para a conversão em por isotermas do método BET) e as propriedades ácidas dos
biocombustível. catalisadores mencionados (método de dessorção térmica de
O uso direto de óleos vegetais em motores é amônia), também foram determinadas, boa parte deles
limitado pelas propriedades físico-químicas dos mesmos sintetizados pelo grupo de pesquisa.
(Encinar, 1999). Para mitigar esse problema, eles podem ser
submetidos ao craqueamento térmico ou pirólise (Suarez, 3 - Resultados e Discussão
2004), que consiste na quebra das moléculas constituintes do
óleo, convertendo-as em uma mistura combustível similar a As reações produziram a mistura combustível, água
encontrada no petróleo. Na presença de catalisador, há e resíduos sólidos, onde os produtos de sílica e alumina pura
menor formação de ácidos livres indesejáveis, menor renderam as maiores frações de mistura de craqueados (67 e
viscosidade e assim a obtenção de características do produto 65 %, respectivamente). Mesmo os resultados com sílica
que sejam aceitáveis no mercado. dopada com TiO2, que rendeu cerca de 40 % de craqueado,
apresentaram boa reprodutibilidade. Dentre os parâmetros
analisados, o nível de acidez de cada produto é muito
importante, uma vez que baixos índices traduzem uma
melhor especificação geral do material como combustível.
As propriedades físico-químicas revelaram que os produtos
Figura 1. Estrutura química do ácido ricinoléico. obtidos por aluminas dopadas com óxidos de Sn(II) e Zn(II)
tiveram um melhor parâmetro geral, considerando seus
A proposta deste trabalho é mostrar a ação catalítica baixos índices de acidez relativos e baixas viscosidades,
de óxidos metálicos co-precipitados com sílica e alumina no todos com características melhores que o produto de
processo de craqueamento de óleo de mamona, buscando craqueamento puramente térmico.
reduzir a presença de compostos oxigenados na mistura
combustível final, principalmente os hidroxilados. Também
Absorbância/u.a.
O espectro FTIR do produto apresentou bandas Os estudos deste trabalho também podem auxiliar o
características de hidrocarbonetos e ácidos carboxílicos. Na uso desses catalisadores em sistemas contínuos e em larga
região espectral em torno de 1711 cm-1 (Fig. 3a e 3b) escala para trazer novas informações interessantes.
percebe-se sinais característicos de deformação axial C=O
(Brunauer et al., 1938) de diversos grupos carbonilados, 5 – Agradecimentos
revelando que no craqueamento puramente térmico há maior Os autores agradecem à CAPES e CNPq pelo apoio
presença de espécies oxigenadas, quando comparada à financeiro e bolsas de pesquisa.
deconvolução do sinal formado na Figura 3b, onde a banda
é formada por menos grupos oxigenados, ou seja, a presença 6 - Bibliografia
de ácidos é menor. Essa evidência corrobora com outros
testes físico-químicos mencionados anteriormente. ABREU, F. R., Tese de Doutorado, Universidade de
Brasília, 2004.
Os resultados obtidos por cromatografia indicam na
Figura 4 um elevado número de produtos formados na AGARWAL, A.K.; L.M. DAS. J. Eng. Gas Turb. Power-T.
ASME 2001, 123, 440.
reação, mas que reproduz o padrão de compostos presentes
na literatura de craqueamento de outras oleaginosas. BARRETT, E.P.; L.S. JOYNER; P.P. HALENDA. J. Am.
Chem. Soc. 1951, 73, 373.
BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Brasília:
MCT, 2004. Disponível em:
<http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.p
hp?artigo=010115041209>. Acesso em: 22 maio 2007.
BRUNAUER, S.; P.H. EMMETT; E. TELLER. J. Amer.
Chem. Soc. 1938, 60, 309.
DANDIK, L.; H.A. AKSOY; A. ERDEM-SENATALAR.
Energy & Fuels 1998, 12, 1148.
Figura 4. GC-MS mostrando elevado número de DORADO, M.P.; E. BALLESTEROS; F.J. LÓPEZ; M.
compostos presentes no produto do craqueamento. MITTELBACH. Energy Fuels 2004, 18, 77.
60 ENCINAR, J.M.; J.F. GONZÁLEZ; E. SABIO; M.J.
55 RAMIRO. Ind. Eng. Chem. Res. 1999, 38, 2927.
50
45
(Al2O3)0,8(SnO)0,2 ENCINAR, J.M.; J.F. GONZÁLEZ; J.J. RODRÍGUEZ; A.
40 TEJEDOR Energy Fuels 2002, 16, 443.
Volume (cc/g)
35
30
GONZALEZ, W.A.; P.P. NUNES; M.S. FERREIRA; E.P.
25 MARTINS; F.M. REGUERA; N.M.R. Pastura in Anais do
20
3° Encontro de En. no Meio Rural, Campinas, 2000, Vol. 2.
15
10 GRUPO DE COORDENAÇÃO DE ESTATÍSTICAS
5 AGROPECUÁRIAS. 2006 (www.ibge.gov.br).
0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
HOLANDA, H. O Biodiesel e a Inclusão Social,
Pressão Relativa (P/Po)
Coordenação de Publicações: Brasília - DF, 2004.
IDEM, R.O.; S.P.R. KATIKANENI; N.N. BAKHSHI. Fuel
Sobre as caracterizações dos catalisadores, destaca-se a
Proc. Tech. 1997, 51, 101.
estrutura mesoporosa das aluminas suportadas evidenciada
NASCIMENTO, M.G.; P.R.C. NETO; L.M. MAZZUCO.
na histerese da isoterma na Figura 5, associada a maior
Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento 2001, 19, 28.
acidez e, por consequência, maior atividade nas reações.
PRADO, A.G.S.; C. AIROLDI. J. Mat. Chem. 2002, 12,
4 – Conclusões 3823.
R.B. OTTO. BOL. Divulgação Inst. Óleos 1945, 3, 91.
Após as análises e tratamentos, observou-se que SANTOS, F.R.; J.C.N. FERREIRA; S.R.R. DA COSTA.
todos os materiais utilizados como catalisadores estavam Quím. Nova 1998, 21, 560.
ativos no processo de desoxigenação. Todos apresentaram SCHWAB, A.W.; G.J. DYKSTRA; E. SELKE; S.C.
resultados que, quando comparados ao produto do SORENSON; E.H. PRYDE. J. Am. Oil Chem. Soc. 1988,
craqueamento térmico, mostraram semelhanças ainda 65, 1781.
maiores ao diesel de petróleo. SHARMA, R.K.; N.N. BAKHASHI. Can. J. Chem. Eng.
Observou-se que houve maior atividade de alguns 1991, 69, 1071.
catalisadores em relação a outros. Comparando os resultados SHAY, E.G. Biomass and Bioenergy. 1993, 4, 227.
das análises para ordená-los de forma decrescente quanto a SUAREZ, P.A.Z.;V.C.D. SOARES; D.G. LIMA; E.B.
essa atividade, a alumina pura e dopada com óxidos RIBEIRO; D.A. CARVALHO; É.C.V. CARDOSO; F.C.
metálicos apresentou melhor atividade. Tal fato pode ser RASSI; K.C. MUNDIM; J.C. RUBIM. J. Anal. Appl.
explicado pela maior acidez e característica mesoporosa das Pyrolysis 2004, 71, 987.
aluminas, capaz de promover a ruptura da ligação carbono- SUAREZ, P.A.Z. Anais do VII World Soybean Research
carbono na formação de carbocátions. Conference, IV International Soybean Processing and
Também se pode concluir que as propriedades dos Utilization Conference, III Congresso Brasileiro de Soja, Foz
melhores produtos obtidos neste trabalho se aproximaram do Iguaçu, 2004, Vol. 1, 1022.
bastante das especificações solicitadas para o uso desse WEBB, P. A.; C. ORR. Analytical Methods in Fine Particle
material como combustível no motor diesel. Isso sugere que, Technology. Micromeritics Instruments Corp., Norcross,
se o produto for submetido à destilação para separar a melhor 1997.
fração, os resultados ainda serão mais satisfatórios.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
428
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Tabela 01. Balanço de massa do processo de pirólise rápida rotas catalíticas, proporcionando um acréscimo da densidade
de Egeria najas energética e a estabilização. Como próximos passos, este
Ensaios Temp. Bio-óleo Biocarvão GNC* projeto tem como desafio a identificação e quantificação dos
(°C) (%) (%) (%) compostos químicos da fração pesada do bio-óleo e posterior
EP01 350 27,67 55,14 15,19 estabilização do bio-óleo pela rota Hydrogenated Pyrolysis
EP02 400 21,59 56,84 21,57 Oil (HPO), e o downstream do produto para obtenção de um
EP03 450 20,38 47,39 32,23 hidrocarboneto com características físico-química
* Gases não condensáveis. semelhantes ao diesel.
Daniel Arnóbio Dantas da Silva (UFPB, daniel.arnobio1@gmail.com), Nataly Albuquerque dos Santos (UFPB,
natalyjp@gmail.com), Amanda Duarte Gondim (UFRN, amandagondim.ufrn@gmail.com), Giovanilton Ferreira da Silva
(UFPB, giovanilton@ct.ufpb.br), Andrea Lopes de Oliveira Ferreira (UFPB, andreaferreira@ct.ufpb.br)
com Z30. Com apenas 3 h de reação a desoxigenação com desoxigenação. A normalização visa condicionar uma
B25 já havia se completado. comparação mais eficiente dos componentes de interesse
dos produtos, simulando sua purificação para separação de
oxigenados remanescentes, como seria o interesse da
indústria de combustíveis drop-in.
Nesse mercado, compostos insaturados são indesejáveis
porque acarretam maior instabilidade oxidativa. Teor
mínimo de hidrocarbonetos insaturados em relação aos
hidrocarbonetos totais foi detectado com o uso de B25,
independentemente do tempo de reação. Com esse mesmo
catalisador obteve-se máximo percentual relativo de
hidrocarbonetos lineares em relação aos demais produtos de
reação catalisada.
Hidrocarbonetos aromáticos só não foram detectados em
Figura 2. Estudo preliminar da cinética de desoxigenação
Abs/HP3 e foram bastante expressivos principalmente nos
de HP catalisada pelas zeólitas B25, Z30 e Z50.
produtos de 3 h. Comparando a composição das amostras
obtidas com Z30 e Z50, verificou-se que a maior acidez
Estudos de composição por GC-MS favoreceu a formação de hidrocarbonetos cíclicos com 3 ou
Compararam-se as composições de produtos de reações 5 h de reação e aromáticos com 3 h. No último caso, após 5
de HP com os catalisadores B25, Z30 e Z50, sem h os teores se igualaram com Z30 e Z50.
catalisador (Aus/HP3) e com tempos diferentes de síntese, Compostos ramificados são também interessantes para o
utilizando GC-MS. Os resultados são mostrados na Figura 3 mercado de combustíveis considerando sua menor
com percentuais de cada classe de hidrocarbonetos em temperatura de solidificação que os análogos lineares. Eles
relação aos hidrocarbonetos totais do produto. foram detectados em teores significativos em apenas uma
etapa de reação usando zeólitas, principalmente a ZSM-5.
4 – Conclusões
Foi possível obter produtos de desoxigenação,
isomerização e craqueamento com apenas um catalisador,
sem a necessidade de dopagens e em apenas uma etapa de
reação. Além disso, evidenciou-se o potencial de uso do
óleo da polpa da macaúba, ainda pouco explorado, mesmo
em estágio avançado de degradação (alta acidez).
A β-zeólita mostrou-se mais eficiente que as ZSM-5 para
desoxigenação de HP, chegando à remoção completa de
oxigênio em apenas 3 h de reação. No entanto, boas
conversões também foram obtidas com Z30 e Z50.
Variadas classes de hidrocarboentos foram formadas, de
Figura 3. Percentuais relativos de diferentes classes de modo que a composição desejada pode direcionar a escolha
hidrocarbonetos em produtos de reações com HP do catalisador. Predominaram de hidrocarbonetos lineares
catalisadas por zeólitas e na ausência de catalisador. usando a β-zeólita e maior teor de aromáticos nas reações
com ZSM-5. Percentuais significativos de hidrocarbonetos
Houve um aumento no teor de hidrocarbonetos lineares, ramificados e cíclicos também estavam presentes nos
cíclicos e saturados em todos os produtos catalisados produtos.
analisados, e uma redução de aromáticos à medida que
aumentou o tempo de reação de 3 para 5 h. É possível que 5 – Agradecimentos
parte dos hidrocarbonetos lineares presentes nas reações de
3 h tenha sofrido ciclização quando a síntese ocorreu por LEC, UFMG, Zeolyst International e ANP.
maior tempo. Segundo a proposta de Kim et al. (2014), o 6 - Bibliografia
processo de formação de moléculas cíclicas ocorre mediante
prévia desidrogenação de cadeia carbônica linear. O H2 PIRES, T.P.; SOUZA, E. S.; KUKI, K.N.; MOTOIKE, S.
liberado nesta etapa pode ter sido incorporado em Y. Ecophysiological traits of the macaw palm: A
insaturações, justificando a redução de hidrocarbonetos contribution towards the domestication of a novel oil crop.
insaturados. Outra possibilidade é que tenha ocorrido cisão Ind Crops Prod 2013; 44, 200-10.
nas posições de dupla ligação, gerando moléculas saturadas LIANG, K-C.; YE, F-M., LEE, H-M., TZENG, C-C.
de menor massa molar que a precursora. Zeolite catalyst for converting oxigen-containing compound
O Abs/HP3 foi o produto que apresentou maior teor into hydrocarbon. United States Patent Application
relativo de hidrocarbonetos lineares e de insaturados dentre Publication. Pub. N°.: US 2014/0120034 A1. 2013, 2014.
todos os analisados, e maior percentual de cíclicos em KIM, S.K.; HAN, J.Y.; LEE, H-S.; YUM, T.; KIM,
relação aos demais produtos de 3 h de reação. No entanto, Y.; KIM, J. Production of renewable diesel via catalytic
ressalta-se que os percentuais expressos nessa figura são deoxygenation of natural triglycerides: Comprehensive
normalizados, ou seja, expressam a quantidade de cada understanding of reaction intermediates and hydrocarbons.
grupo em relação ao total de hidrocarbonetos detectados. Appl Energ 2014; 116, 199-205.
No caso de Abs/HP3, ocorreu apenas 28% de
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
435
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
3 - Resultados e Discussão
2 - Material e Métodos
As espécies foram cultivadas no Laboratório de
Bioenergia e Catálise (LABEC), na Escola Politécnica da Hc Hc
Universidade Federal da Bahia – EPUFBA. Para as espécies Cv Cv
(Nc) e (Hc) foi utilizado o Meio de cultivo Conway, e para a
cepa de (Cv), foi utilizado o meio Bold Basal Medium – No No
BBM. Os cultivos foram feitos em recipientes com
capacidade de 10L. Figura 1 – Comparação entre a produtividade de biomassa e
Produtividade em Biomassa o teor de lipídeos das três espécies estudadas
Uma alíquota de 10 mL foi colhida no primeiro e
no último dia de cultivo. A produtividade foi mensurada A Figura 1 mostra que as espécies Hc e Cv,
mediante filtração e posterior pesagem do filtro seco em estatisticamente, obtiveram a mesma produtividade de
estufa (60°C por 24 horas), aplicando a Equação1, biomassa levando em consideração os 30 dias de cultivo. A
recomendada por Griffiths e Harrison (2009): Nc exibiu um rendimento menos expressivo, provavelmente
𝑿𝒇 − 𝑿𝒊 por conta do seu menor tamanho quando comparado com as
𝑷𝒙 =
𝒕𝒇 − 𝒕𝒊 demais espécies, o que interfere no peso seco.
Equação 1 Com relação ao teor de lipídeos, as espécies Nc e
Onde: Px = produtividade da biomassa (mg L.dia); Hc foram as que manifestaram o maior conteúdo, com
Xf = massa da biomassa seca final (mg L); Xi = massa da destaque para a Nc, a qual apresentou um percentual de
6,20,2% de conteúdo lipídico em sua biomassa seca,
enquanto que a Cv apresentou o teor de lipídeos menos Foi realizado o balanço da diferença dos três
relevante. elementos (CHN), e esse representa o teor de cinzas, outros
Liau et al. (2010) utilizaram a espécie elementos e o teor de oxigênio.
Nannochloropsis occulata e obtiveram 5,79% e 9% de Chagas et al. (2016) e Zainan et al. (2018)
rendimento lipídico empregando o n-Hexano e descreveram resultados correlatos aos apresentados com as
diclorometano, respectivamente, como solventes na microalgas Nc e Cv, respectivamente, nesse estudo. A Hc é
extração. pouco reportada na literatura, sendo visto apenas seu
Os resultados das análises imediata e elementar das potencial para a produção de biodiesel, conforme expõem
três espécies estão apresentados na Figura 2. Lira et al. (2012).
4 – Conclusões
(%) Voláteis
Comparando-se as três espécies de microalgas
desse estudo, foi verificado que a Cv e a Hc foram as que
(%) Carbono apresentaram maior produtividade em biomassa seca,
fixo contudo, com relação ao conteúdo lipídico, a Nc foi a espécie
que mostrou maior relevância. Tendo em vista o percentual
(%) Cinzas em lipídeos e a análise elementar, é possível afirmar que
dentre as três espécies estudadas, a que possui maior
(%) Umidade potencial para a produção de diesel verde é a Nc, uma vez
que essa exibiu elevado percentual de carbono em sua
biomassa.
A pirólise das microalgas podem ser consideradas Após colheita e secagem, a No foi macerada em
como método alternativo de produção de combustíveis presença de n-hexano e o extrato foi isolado, conforme
renováveis. Segundo Du e colaboradores (2011) os descrito por Fonseca (2019). O extrato, essencialmente
compostos oleosos sintetizados pelas microalgas podem ser composto de ácidos graxos, foi colocado numa panela de aço
decompostos e gerar hidrocarbonetos altamente passivado (Frontier), e eventualmente recoberto por uma
desoxigenados semelhantes aos presentes nos combustíveis camada de catalisador.
de origem fósseis. A pirólise pode, entretanto ser conduzida
na ausência ou em presença de catalisadores, capazes de Preparo e Caracterização do Catalisador
alterar os mecanismos reacionais e assim a qualidade dos
produtos finais. O Nb2O5 foi obtido por calcinação a 700°C, ao ar,
Zainan e colaboradores (2018), investigaram a por 2 h, do ácido nióbico (HY-340) fornecido pela
produção e a qualidade do bio-óleo produzido a partir de Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
pirólise catalítica e não catalítica da microalga Chlorella Ele foi caracterizado por DRX, TPD de NH3, e por adsorção
vulgaris usando níquel suportado em HZSM-5 e alumina. Os de nitrogênio (método BET).
resultados mostraram que a pirólise catalítica usando HZSM-
5 como suporte de Ni produziu compostos com alto teor de Pirólise Rápida
hidrocarbonetos incluindo aromáticos. O biocombustível
gerado foi menos oxigenado e menos ácido comparado com As reações de pirólise ocorreram no
a pirólise não catalítica. micropirolisador Multi-Shot Pyrolyzer Model EGA/PY-
Chagas e colaboradores (2016) estudaram a 3030D, da Frontier Laboratories LTDA, conectado ao
pirólise catalítica e não catalítica da espécie spirulina usando cromatógrafo a gás acoplado a um espectrômetro de massas
HZSM-5 numa temperatura de 450oC para a produção de GC-MS 5799A, da marca Agilent. O método analítico usado
biocombustíveis e mostraram que essa biomassa tem um foi descrito por Fonseca et al, 2018.
grande potencial para a produção de hidrocarbonetos. Nos experimentos 3 µL do extrato foram pirolisados. As
Mostraram ainda que melhorando as propriedades do pirólises foram realizadas na temperatura de 600ºC, por 30s.
catalisador, a conversão pode ser otimizada. O estudo No experimento utilizando catalisador, foi pesado uma
demostrou também que é possível obter maiores rendimentos quantidade de 3 mg do Nb2O5-700°C e adicionado em
de determinadas categorias de produtos químicos (por camada sobre o extrato. Para a análise dos produtos obtidos,
exemplo, hidrocarbonetos aromáticos, fenóis, nitrogenados e apenas os picos com área maior que 0,5% da área total foram
aromáticos) através da manipulação das propriedades e considerados. Os mesmos foram identificados com o auxílio
cargas dos catalisadores. do Banco de Dados NIST, e somente foram reportados os
produtos cuja probabilidade da identificação foi igual ou
Desta forma, o objetivo desse estudo foi pirolisar a fração superior a 80%. A Figura 1 mostra o esquema do
lipídica da microalga Nannochloropsis occulata, micropirolisador usado.
representada como No neste trabalho, na ausência ou na
presença de catalisador, usando neste último caso um óxido
de nióbio (Nb2O5-700°C). A pirólise foi realizada na
temperatura de 600oC e foram avaliados os compostos
gerados de modo a verificar o potencial da No para a
produção de diesel verde.
2 - Material e Métodos
Cultivo da espécie
3 - Resultados e Discussão
4 – Conclusões
Observou–se na pirólise utilizando o Nb2O5-700°C
a desoxigenção dos ácidos trasformando-os em
hidrocarbonetos verdes na faixa do diesel. Essa
transformação, entretanto não foi totalmente eficiente,
devido à baixa área do catalisador e a sua acidez limitada. A
modificação do catalisador está sendo estudada no intuito de
Figura 2: Pirólise catalítica da No com Nb2O5-700°C na melhorar suas propriedades podendo assim promover uma
temperatura de 600°C. *: ácidos C14, C16 e C18 maior conversão e seletividade.
Variações das propriedades físico-químicas de amostras B5, B10, B15 e B20 (diesel
S10 e biodiesel de soja) em função da temperatura, umidade e tempo de estocagem
Bruna Elói do Amaral (bruna-ea@hotmail.com), Daniel Bastos Rezende (LEC, bastos_rezende@hotmail.com), Vânya
Márcia Duarte Pasa (UFMG, vmdpasa@terra.com.br)
Palavras Chave: Degradação do biodiesel, armazenamento, envelhecimento natural.
100.00
genótipos 19 0,1874* 0,031* 591,92* 90.00
80.00
bloco 3 0,998 1,269 2632,748 70.00
60.00
resíduo 57 0,053 0,123 172,918 50.00
40.00
30.00
total 79 20.00
10.00
C.V.(%) 5,09 6,39 11,07 0.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Tratamentos
*.Significativo pelo test F à 5% de probabilidade; NFV-Número de Folhas
Vivas; NFE-Número de Folhas Emitidas; Circ.Base-Circunferência da
Base da planta. a e b-médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si
pelo teste de Scott-Knott à 5% de probabilidade.
NFV
6.00 Figura 3. Circunferência da base de diferentes genótipos de
macaúba, cultivadas nos Tabuleiros Litorâneos do Piauí, aos
b b b
5.00
b b b
b b b b b b b 36 meses após o plantio.
a a
a a a a a
4.00
3.00 6 - Bibliografia
2.00 FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino
de estatística. Revista Científica Symposium, Lavras, v. 6, n. 2, p.
1.00 36-41, jul./dez. 2008.
MANFIO, C.E.; RESENDE, M.D.V.de; SANTOS, C.E.M. dos;
0.00 MOTIKE, S.Y.; LANZA, M.A.; PAES, J.M.V. Melhoramento
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 genético da macaúba. Informe Agropecuário, Belo Horizonte,
Tratamentos v.32, n.265, p.32-40, nov./dez. 2011.
PIMENTEL, L. D.; BRUCKNER, C. H.; MARTINEZ, H. E. P.;
a e b-médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si TEIXEIRA, C. M.; MOTOIKE, S. Y.; PEDROSO NETO, J. C.
pelo teste de Scott-Knott à 5% de probabilidade. Recomendação de adubação e calagem para o cultivo da macaúba:
Figura 2. Número de folhas emitidas por diferentes 1ª aproximação. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.32,
genótipos de macaúba, cultivadas nos Tabuleiros Litorâneos n.265, p.20-30, nov./dez. 2011.
do Piauí, aos 36 meses após o plantio.
variação de 7,35 a 10,4 folhas, cujos valores extremos foram que apresentaram os genótipos com menor crescimento na
observados nos tratamentos 11 e 19, respectivamente. circunferência da base das plantas (Figura 1).
Entretanto, quando se avaliou a circunferência da base da
planta os genótipos se diferenciaram estatisticamente em
dois grupos 4 – Conclusões
Dentre os genótipos avaliados, os provenientes dos
Tabela 1. Resumo da análise de variância do crescimento municípios de Dores do Indaía e Arapuá demonstram maior
de diferentes genótipos de macaubeira cultivadas no Cariri capacidade de adaptação do que o genótipo local e até
Cearense, aos 24 meses após o plantio. mesmo do que a grande maioria dos demais genótipos
provenientes de Minas Gerais.
Fonte variação G.L. QM
total 83 6 - Bibliografia
C.V.(%) 15.57 4,21 11,5 FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e
ns. não significativo pelo test F à 5% de probabilidade; * . ensino de estatística. Revista Científica Symposium,
Significativo pelo test F à 5% de probabilidade; NFV-Número de Lavras, v. 6, n. 2, p. 36-41, jul./dez. 2008.
Folhas Vivas; Circ.Base-Circunferência da Base da planta. MANFIO, , C.E.; RESENDE, M.D.V.de; SANTOS,
C.E.M. dos; MOTIKE, S.Y.; LANZA, M.A.; PAES, J.M.V.
Melhoramento genético da macaúba. Informe
Agropecuário, Belo Horizonte, v.32, n.265, p.32-40,
nov./dez. 2011.
PIMENTEL, L. D.; BRUCKNER, C. H.; MARTINEZ, H.
E. P.; TEIXEIRA, C. M.; MOTOIKE, S. Y.; PEDROSO
NETO, J. C. Recomendação de adubação e calagem para o
cultivo da macaúba: 1ª aproximação. Informe
Agropecuário, Belo Horizonte, v.32, n.265, p.20-30,
nov./dez. 2011.
centrifuga durante 30 minutos a 7000 rpm e posteriormente, valores obtidos nesse experimento. O metanol adsorvido ao
com água destilada e aquecida a 65°C, realizaram-se 3 catalisador formando o metóxido, reage com o radical
lavagens para retirar possíveis resquícios de catalisador. RCOOH•, que por sua vez é o radical formado após o ácido
Após esse procedimento, as amostras foram tituladas graxo reagir com o elétron da banda de valência fotoativado
novamente para verificar o índice de acidez. no catalisador, justificando a diminuição do índice de acidez.
As análises finais para quantificar o teor de ésteres Até a presente data para a submissão desse
foram realizadas no Instituto Federal de Educação, Ciência e trabalho, os resultados da cromatografia ainda não haviam
Tecnologia – campus Matão de acordo com a norma ABNT sido quantificados para os ésteres presentes nas amostras.
NBR 15764:2015 por cromatografia gasosa (modelo Trace Caso o trabalho seja aceito, as correções necessárias,
GC, marca Thermo Scientific) acoplado com um detector de discussões e a conclusão do mesmo serão adicionadas.
ionização por chamas (modelo Triplus AS3000). As
condições de trabalho foram: gás de arraste hélio, com fluxo
de 1mL/min, pressão de 70 kPA, volume de injeção 1µL, 4 – Conclusão
temperatura do injetor e detector 250°C, coluna 60°C por 2 Com os resultados obtidos até a data para
minutos e aquecendo até 200°C em uma escala de 10°C/min submissão, não é possível afirmar com precisão a quantidade
e aquecendo até 240°C a 5°C/min. A temperatura final é de AGL que foram convertidos em ésteres e a eficiência do
mantida durante 7 min. processo realizado. Contudo, podemos concluir com a
As amostras para a cromatografia gasosa foram diminuição do índice de acidez e do teor de AGL que que
preparadas utilizando 250 mg ± 0,1mg de amostra está ocorrendo a reação de diminuição do teor de acidez, um
homogeneizada, adicionando 100mg do éster metilico do dos objetivos desse trabalho.
ácido nonadecanoico (C:19) e diluido em 10mL do solvente Caso o trabalho seja aceito, as correções
hexano. Em seguida, essa amostra foram filtradas e necessárias, discussões e a conclusão do mesmo serão
adicionadas em vails por injeção imediata. adicionadas.
temperatura de 56°C (FIGURA 1A), com picos máximos de Como modo de proteção do sistema fotossintético,
0,6238 em média, enquanto nas plantas do acesso NEF 12 as as plantas desenvolveram formas de dissipar a energia
curvas apareceram nas temperaturas de 45°C e 56°C contida no sistema. De forma indireta, pode-se verificar o
(FIGURA 2B), com picos máximos de 0,1108 e 0,1878 em parâmetro φD0 (FIGURA 2B), que descreve o rendimento
média, respectivamente. quântico de dissipação de energia não fotoquímica, ou seja,
As curvas presentes na cinética de ambos os acessos dissipação de energia sob a forma de calor, por exemplo.
denotam uma desestabilização das estruturas do FSII, A partir desse parâmetro foi observado que a
verificada pela aparição de uma curva positiva específica no dissipação de energia pelas plantas NEF 12 aos 45°C foi
ponto K, denominada banda-K, FIGURAS 1A e 1B. A maior do que as plantas NEF 05. Unindo esses dados aos
aparição desta banda está fortemente ligada a inativação dos anteriores aqui relatados, verifica-se que houve uma
centros de evolução de oxigênio (CHEN et al, 2016), local tentativa de manutenção do funcionamento da cadeia de
onde ocorre a quebra da molécula de água no FSII. Assim, transporte de elétrons em níveis viáveis, porém com o
pode-se afirmar que os danos causados pelo estresse térmico aumento da temperatura a 56°C, o sistema de dissipação de
nas plantas NEF 12 foram iniciados aos 45°C, temperatura energia acabou por não suportar o estresse, o que levou as a
facilmente atingida em regiões áridas e semiáridas. abscisão das folhas das plantas do acesso NEF 12 após serem
Esses dados puderam ser melhor detalhados submetidas por 60 min à temperatura mais alta. As folhas do
usando-se o teste JIP (Strasser et al., 2004). No parâmetro acesso NEF 05 submetidas a 56°C também sofreram
PIABS, que corresponde ao índice de desempenho do FSII, as abscisão, aproximadamente 10 dias após o tratamento, o que
plantas do acesso NEF12 demonstram menor desempenho mostrou que essa temperatura foi muito estressante para
do FSII do que as plantas NEF 05, a partir dos 45°C essas plantas e, mesmo após o término do estresse, os danos
(FIGURA 2A), ou seja, infere-se que tais plantas mostraram em suas folhas não puderam ser reversíveis.
menor eficiência quântica máxima do FSII, menor Apesar de ser um mecanismo especializado e
probabilidade de um elétron se mover para as reações do bastante importante para as plantas como um escape em
intersistema e menor densidade de centros de reação ativos, ambiente não favorável, a queda das folhas apresentada pelos
parâmetros dos quais o PIABS é derivado. acessos aqui estudados em situações de estresse diminui a
Resultados semelhantes foram encontrados por produtividade e demandam mais energia, água e insumos na
Chen et al. (2016) que ao estudar plantas daninhas verificou produção de novas folhas quando o ambiente volta a ser
que plantas de uma mesma espécie, mas encontradas em favorável.
regiões diferentes, possuíam tolerância diferente ao estresse
térmico aplicado. Santos (2016) ao analisar nove acessos de 4 – Conclusões
Jatropha curcas L. a pleno sol no verão da região Sudeste do As plantas NEF 05 são mais tolerantes ao estresse
Brasil, verificou que o acesso NEF05 e NEF16 mostraram os térmico até 45°C, uma vez que o desempenho do FSII foi
maiores valores do índice de desempenho do FSII, indicando mantido em níveis iguais aos do controle, com maior
menor sensibilidade ao calor o que corrobora com os aproveitamento da energia (baixa dissipação).
resultados obtidos neste trabalho. Os acessos NEF 05 e NEF 12 foram suscetíveis ao
5
A estresse causado a 56°C, ambos apresentaram baixo
A
A A A
NEF 05
NEF 12
desempenho do FSII, alta dissipação de energia, queda de
A
4 folhas.
A tolerância dos acessos de pinhão-manso ao calor
3
PIABS
0
C C
5 – Agradecimentos
28. 36 45 56
Temperature (°C) Fapes e IFES/Itapina.
1.0 B
0.8 A
6 - Bibliografia
0.6 CHEN, S.; YANG, J.; ZHANG, M.; STRASSER, R. J.;
D0
O
500
2 - Material e Métodos
Estacas de seis acessos distintos de Jatropha 0
0,01 0,1 1 10 100 1000
curcas L. (NEF10, NEF14, NEF15, NEF16, NEF19, Tempo - JIP (ms)
NEF21) plantadas em vasos plásticos de 12 L contendo Figura 1: Curvas de indução transiente da intensidade da
uma mistura de solo e areia (2:1) com 1 planta por vaso em fluorescência dos diferentes acessos de Jatrophas curcas
10 repetições (cada planta considerada uma unidade L.submetidas à seca e diariamente irrigadas. O tempo está
experimental), totalizando 60 plantas. Sendo cultivadas na representado em escala logarítmica (ms) (n=5)
área experimental da Universidade do Espírito Santo
(UFES, Vitória, ES / Brasil) (20 ° 16 'S, 40 ° 18' W) em
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07de Novembro de 2019
452
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Stibert e Goovidjee (2011) citam em seu trabalho Em F4, que na curva OJIP representa do passoJ,
que o Fotossistema II é responsável por grande parte da apenas o acesso NEF 16 foi afetado, o que sugere uma
fluorescência variável da clorofila a, sendo que um menor eficiência de reoxidação da Quinona A (QA).
aumento expressivo da emissão de fluorescência pode ser Não foram detectadas diferenças significativas em
relacionado com danos estruturais em diferentes pontos do F5 em nenhum dos acessos o que significa afirmar que o
processo fotoquímico, comprometendo todo o processo fotossistema I (FSI), não foi afetado pelo estresse hídrico.
fotossintético.
Diversos autores atestam o uso da análise da 4 –Conclusões
fluorescência da clorofila a(OJIP), como uma ferramenta
para detecção de estresse de altíssima confiabilidade, nos Análise da fluorescência da clorofila a permitiu
mais variados estresses (BABA, et al, 2019). identificar acessos menos tolerantes à seca, indicando esse
A curva OJIP proporciona a visão de diferentes método preciso e não destrutivo como uma ferramenta de
etapas do processo fotoquímico, na figura 2 os dados da análise fisiológica extremamente útil na seleção de acessos
curva foram plotados em diferentes tempos (JIP) avaliando com maior tolerância fisiológica.
a intensidade da fluorescência, que refletem determinados Alguns acessos se apresentaram menos tolerante (NEF-16 e
locais específicos da cadeia de transporte de elétrons NEF-21). Nestes, o estresse hídrico comprome diferentes
etapas do transporte de elétrons, prejudicando a formação
de ATP e NADP, substâncias utilizadas nas reações de
redução do gás carbônico para a formação de produtos
orgânicos, retardando o crescimento e o desenvolvimento
das plantas.
Os acessos NEF-10, NEF-14, NEF-15 NEF-19
mostraram tolerância, pois o estresse hídrico não
evidenciou efeitos fotoquímicos prejudiciais, sendo,
portanto, acessos promissores para realização de triagens de
fenotipagem e seleção com base nos atributos fisiológicos
para o cultivo em larga escala.
5 - Bibliografia
CHAVES, L. H. G.; MESQUITA, E. F.; ARAUJO, D. L.;
FRANÇA, C. P. Crescimento, distribuição e acúmulo de
cobre e zinco em plantas de pinhão-manso.
RevistaCiênciaAgronômica. v. 41, n. 2, p. 167-176, abr-jun,
2010.
FINI, A., BELLASIO, C., POLLASTRI, S., TATTINI, M.,
FERRINI, F. Water relations growth,and leaf gas exchange
as affected by water stress in Jatropha curcas. J. Arid
Environ.89, 21–29, 2013
N., BAHADUR B. (eds) Jatropha, Challenges for a New
Figura 2: Intensidade da fluorescência nos diferentes passos
Energy Crop. Springer, Singapore,2019.
da curva – O-J-I-P. F2=FL, F3=FK, F4=FJ e F5=FI. * Difere
SILVA D.M., SANTOS R.N., DAMASCENO P.C. Can
estatisticamente entre os regimes hídricos, no mesmo
One Use Chlorophyll A Fluorescence as a Physiological
período, pelo teste Tukey (α=0.05).
Marker of Jatropha curcas L.? In: MULPURI S., CARELS
N., BAHADUR B. (eds) Jatropha, Challenges for a New
Dentre os Acessos de pinhão manso, NEF-16 e
Energy Crop. Springer, Singapore,2019.
NEF 21 foram os que evidenciaram diferenças
STIRBET, A.; GOVINDJEE. On the relation between the
significativas quando comparadas com as plantas controle.
Kautsky effect (Chlorophyll a fluorescence induction) and
Em F2, que representa a banda L e indica uma
Photosystem II: Basics and applications of the OJIP
desconectividadedas sub-unidadesprotéicasdo FSII, os
fluorescence transient. Journal of Photochemistry and
acessosNEF-16 e NEF-21 apresentaram
Photobiology B: Biology. v. XXX, p. XXX-XXX, 2011.
aumentossignificativos em seus valores de emissão da
W. BABA, A. KOMPALA-BABA, M. ZABOCHNICKA,
fluorescência, quando submetidas ao déficit hídrico.
J. LUZINIAK, R. HANCZARUK, A A. ADMSSI, H. M.
Os mesmos acessos também mostraram
KALAJI. Discovering trends in photosynthesis using
alteraçõesnas etapas seguintes do fluxo de elétrons. EmF3,
modern analytical tools: More than 100 reasons to use
que representa a banda K e está relacionada com a
chlorophyll fluorescence. Photosythetica. v.57 n.2 668-679.
inativação do complexo de evolução do oxigênio, os
2019
acessos apresentaram diferenças significativas. Danos nessa
WU, Q.; WANG, S.; THANGAVEL, P.; LI, Q.; ZHENG,
etapa, ligada ao início da cadeia de transporte de elétrons,
H.; BAI, J.; QIU, R. Phytostabilization potential of
podem acarretar prejuízos energéticos e comprometem todo
Jatropha curcas L. in polymetallic acid mine tailings.
o processo fotossintético.
International Journal of Phytoremediation. v. 13, n. 8, p.
788-804, set. 2011.
2 - Material e Métodos Tabela 01. Os dados obtidos para teores de lipídeos das
amostras estudadas.
Os experimentos foram realizados no Instituto Acetato de Etila Clorela sp. Snenedesmus
Federal de São Paulo campus Matão - IFSP. Foram feitas as
soluções estoque do meio cultura e diluídas em água (Solvente) obliques
destilada sendo armazenadas em frascos âmbar refrigerados Biomassa da 1,3 1,3
a 4ºC. O Meio Bold foi preparado a partir das seguintes
soluções estoque: 10 mL de NaNO3; 10 mL de CaCl2.2H2O; microalga(g)
10 mL de MgCl2.7H2O; 10 mL de K2HPO4; 10 mL de Peso inicial do 118,2 127,4
KH2PO4; 10 mL de NaCl, 10 mL de Solução alcalina de
EDTA;1 mL de Solução acidificada de Ferro; 1 mL de balão (g)
solução de Boro e 1 mL de solução de traços de metais, Peso Final (g) 118,3 127,6
avolumado para 1L com água destilada estéril, após o
preparo a mistura foi autoclavada novamente a 120 Graus.. Massa de lipídeos 0,06 0,14
Após o preparo das soluções foram adicionados ( g)
4μL da amostra de microalgas em 500 mL de meio Bold
líquido. As microalgas foram cultivadas nas condições de: Teor de lipídeos 6 14
fotoperíodo 16/8 h; aeração por meio de bomba de aquário; (%)
temperatura de 24°C e 18ºC. Esse sistema foi mantido por
uma semana nas condições citadas sendo realizada a adição
4 – Conclusões
Existe diferença no desenvolvimento de cada
espécie de microalgas, portanto todos os fatores influenciam
no crescimento.
A espécie Scnenedesmus obliques tem maior
potencial para a produção de biodiesel que a espécie Clorela
sp, assim para produção de biodiesel é mais correto utilizar
que contêm mais lipídeos, cerca de 8% superior.
Consideramos esta etapa do projeto concluída, que era
averiguar a utilização de microalgas na produção lipídica
visando a produção de biodiesel.
Para perspectivas futuras estamos implementando duas
miniusinas de microalgas e faremos a replicação dos
resultados deste importante experimento.
5 – Agradecimentos
Instituto Federal de São Paulo, Campus Matão, ao
MEC e MCTIC pela possibilidade de bolsa de IC e de
Fomento a Pesquisa Desenvolvimento e Inovação. Para
oportunizar esse projeto. E o professor Roberto Derner pela
doação das cepas das microlagas.
6 - Bibliografia
BONINI, M. A. Cultivo heterotrófico de Aphanotece
microscópica Nageli r Chorella vulgaris em difrentes fontes
de carbono e em vinhaça.2012. p.112. Acesso em:
23/09/2019.
DEMIRBAS, A.; DEMRIBAS, M. F. Importance of algae
oil as a source of Biotechnology, 2008. p. 163. Acesso em:
23/09/2019.
(Jiang et al. 2011, Chen et al. 2012, Georgianna e Mayfield
2012). FRANCO, A. L. C. et al. Biodisel de microalgas:
Avanço e Desafios. Química Nova,2013. p. 437. Acesso em:
23/09/2019.
JOHN, R. P. Al. Micro and macroalgal biomass: A
renewable source for bioethanol. Bioresoure
Techology.2011. p.186. Acesso em : 23/09/2019.
LAMPREIA, J. et al. Analyses and perspectives for
Brasilian low carbon teconological development in the
energy sector. Renewable and Sustainable Energy
Reviews.2011. p. 3432. Acesso em: 23/09/2019.
Palavras Chave: Brassica napus L., teste de comparação de médias Tukey, genótipos.
promissor para exploração dentro de um programa de superiores (acima de 2.000 kg/ha) em relação à média
melhoramento para região do Cerrado. nacional de produção de grãos (1.394 kg/ha) (CONAB,
Tabela 1. Teste de Comparação de médias Tukey para as 2018). O genótipo HYOLA 61 foi o que apresentou maior
características: NDIF; CI; COMPS e NGS em oito genótipos PROD (2.638,50 kg/ha). Os genótipos que se destacaram
de canola. foram HYOLA 61 com maior produção e DIAMOND com
menor ciclo e maior RO e, portanto, são genótipos que
Genótipos NDIF CI COMPS NGS possuem potencial para ser explorados no programa de
melhoramento de canola para o Cerrado.
HYOLA 50 62 ab 117 a 5,59 ab 21,45 a Em relação a característica NDEP os genótipos
HYOLA 61 59 ab 117 a 5,38 ab 17,88 abc HYOLA 61 e HYOLA 76 levaram maior tempo (em torno
de 9 dias) em relação aos demais, já os genótipos
HYOLA 76 63 a 117 a 5,51 ab 19,80 ab DIAMOND e HYOLA 575 apresentaram menor tempo (seis
dias) (Fig.1). Para se ter uma influência positiva em relação
HYOLA a essa característica é necessário minimizar os fatores
55 bc 117 a 5,51 ab 19,50 ab
433 ambientais que atrapalham a emergência da planta como a
HYOLA profundidade em que está sendo semeada e sua disposição na
57 ab 117 a 5,19 b 16,25 bc
571 área experimental observando o espaçamento entre linhas.
HYOLA
55 bc 117 a 5,20 b 15,35 c
575
ALHT B4 58 ab 117 a 5,92 a 20,98 a 4 – Conclusões
A produtividade de grãos foi considerada uma
DIAMOND 49 c 114 b 5,75 ab 21,6 a característica promissora por apresentar alto valor (2.179
kg/ha a 2.947 kg/ha) em relação à média nacional (1.390
kg/ha).
O genótipo DIAMOND por ter apresentado o
menor ciclo pode ser considerado a opção mais promissora
para se inserir no sistema de rotação de culturas no cerrado.
Os resultados evidenciam que a canola possui
potencial para cultivo na região do Cerrado, porém, ainda são
necessários mais estudos para implementar de fato de forma
sustentável e economicamente rentável.
5 – Agradecimentos
Embrapa Agroenergia, CNPq e Finep.
6 - Bibliografia
CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de grãos. v. 6
Safra 2018/19 - Quarto levantamento. Monitoramento
agrícola 2019, v. 6, n. 2318–6852, p. 126.
MICUANSKI, V. C. et al. A cultura energética - Canola
(Brassica napus L.). Acta Iguazu 2014, v.3, n. 2, p. 141-149.
KRÜGER, C. A. M. B. et al. Herdabilidade e correlação
fenotípica de caracteres relacionados à produtividade de
grãos e à morfologia da canola. Pesquisa Agropecuaria
Brasileira 2011, v. 46, n. 12, p. 1625–1632.
TOMM, G. O. et al. Desempenho de genótipos de canola
(Brassica napus L.) no Nordeste do estado da Paraíba,
Nordeste do Brasil. Embrapa trigo 2008, v. 65, n. 1677–
8901, p. 11.
Biofertilizantes de microalgas:
Desafios para uma produção competitiva e sustentável
Ana Clara Mendes da Silva (Universidade de Brasília - clara.mendes@colaborador.embrapa.br), Ana Cristina dos Santos
(Embrapa Agroenergia - anacristina.santos@embrapa.br), Sergio Saraiva Nazareno dos Anjos (Embrapa Agroenergia -
sergio.saraiva@embrapa.br), Tatiana Barbosa Rosado (Universidade de Brasília - tatianarosado@unb.br) e Letícia Jungmann
Cançado (Embrapa Agroenergia - leticia.jungmann@embrapa.br ).
6 - Bibliografia
BRASIL, B. S. A. F., e COSTA, L., 2016. Microalgas.
Agroenergia em revista. Embrapa Agroenergia, Brasil. Ano
IV, dez. 2016, nº 10, p. 04-54.
CEREIJO, C. R. ; SANTANA, H. ; BRUNALE, P. P. M. ;
SIQUEIRA, F. G. ; BRASIL, BRUNO S. A. F. . Seleção de
microalgas com capacidade de crescimento no efluente da
lagoa de estabilização de POME. In: III Simposio Brasileiro
de Potencial Energetico das Microalgas, 2015, Brasília, DF.
II Encontro de Pesquisa e Inovação da Embrapa Agroenergia
- EnPI2015, 2015
Victoria Huch Duarte (Universidade Federal de Pelotas, victoriahduarte@gmail.com), Ewerson Henrique Sarto
(Universidade Federal de Pelotas, ewersonhs30@gmail.com), Anderson Gabriel Corrêa (Universidade Federal de Pelotas,
andersoncorrea560@gmail.com), Marlon Heitor Kunst Valentini (Universidade Federal de Pelotas,
marlon.valentini@hotmail.com), Ivanna Franck Koschier (Universidade Federal de Pelotas, ivannafk@hotmail.com), Renan
de Freitas Santos (Universidade Federal de Pelotas, reh.8@hotmail.com), Vitor Alves Lourenço (Universidade Federal de
Pelotas, vitor.a.lourenco@gmail.com), Anaís França de Matos Oliveira (Universidade Federal de Pelotas,
anais.franca@uol.com.br), Diuliana Leandro (Universidade Federal de Pelotas, diuliana.leandro@gmail.com), Bruno Müller
Vieira (Universidade Federal de Pelotas, bruno.prppg@hotmail.com), Willian Cézar Nadaleti (Universidade Federal de
Pelotas, williancezarnadaletti@gmail.com)
4 – Conclusões
O estudo levou em consideração algumas
características físico-químicas do biodiesel oriundo do óleo
de mamona, como: densidade, viscosidade cinemática, ponto
de fulgor e estabilidade oxidativa.
Dessa maneira pode-se observar que o óleo de
mamona é muito denso e viscoso, devido à presença do
ricinoleato, porém, apresenta elevada estabilidade oxidativa,
se mostrando um ótimo aditivo antioxidante. Além disso, é
capaz de manter o baixo ponto de fulgor e apresenta um
rendimento relativamente elevado.
Contudo, apesar do óleo de mamona apresentar
vantagens significativas, essa fonte ainda se mostra não
competitiva para a produção de biodiesel, precisando assim
de incentivos e melhores estudos para torná-lo tanto
economicamente viável como um óleo com qualidade que
atenda os parâmetros exigidos pela Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
dos híbridos ocorreu por volta do mês de abril, onde as acids in rapeseed (Brassica napus subsp. oleifera). Turkish
temperaturas variaram entre 18 e 28ºC, o que explica a boa Journal of Agriculture and Forestry, v. 35, n. 1, p. 225-234.
produtividade alcançada nesta época de semeadura, já que as 2011
condições climáticas foram favoráveis (INMET,2019). USDA. Oilseeds: world markets and trade. Washington,
2018. 21 p. (Circular series. FOP dez-15).
Tabela 1. Ciclo, número de ramos, síliquas e produtividade
(PROD) em kg ha-1, em função dos diferentes híbridos.
Ciclo Ramos Síliquas PROD
Híbridos
(dias) Por planta (kg ha-1)
Hyola 433 93,8 a¹ 17,7 a 850,5 b 1634,0 b
Hyola
101,3 a 16,3 a 862,0 b 1856,2 b
575CL
Hyola
100,0 a 17,3 a 851,0 b 2036,3 b
571CL
Diamond 93,8 a 19,0 a 1041,2 a 1980,7 b
Nuola 100,0 a 20,5 a 1146,7 a 2322,5 a
ALHT B4 105,0 a 20,3 a 1313,1 a 2461,7 a
C.V. (%) 6,8 12,9 22,2 16,9
Média Geral 99,0 18,5 1010,7 2048,6
¹ Letras minúscula (coluna) comparam os híbridos entre si
pelo teste de Scott-Knott a 10% de probabilidade.
4 – Conclusões
Os híbridos ALTH B4 e Nuola obtiveram as
maiores produtividades, onde permite concluir que nas
condições edafoclimáticas da mesorregião do campo das
vertentes, MG, é possível o cultivo da canola.
5 – Agradecimentos
Universidade Federal de Lavras, Capes, Gmap
6 - Bibliografia
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento.
Canola - Conjuntura mensal. Período: setembro 2019,
disponivel em: https://www.conab.gov.br/info-
agro/safras/serie-historica-das-safras?start=10
Estevez, R. L.; Duarte Júnior, J. B.; Chambo, A. P. S.; Cruz,
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Scientia Agraria Paranaensis, Marechal Cândido Rondon,
v. 13, n. 1, p. 1-9, 2014.
Ferreira, D. F. Sisvar: um sistema computacional de análise
estatística. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n. 6, p. 1039-
1042, 2011.
INMET-, Instituto Nacional de Meteorologia. Dados
Históricos. 2019. Disponível em:
http://www.inmet.gov.br/projetos/rede/pesquisa/gera_serie_
txt_mensal.php?&mRelEstacao=83687&btnProcesso=serie
&mRelDtInicio=10/02/2019&mRelDtFim=31/08/2019&m
Atributos=,,,,,,,,,1,,,1,,1,,
Krüger, C. A. M. B.; Silva, J. A. G.; Medeiros, S. L. P.;
Dalmago, G. A.; Sartori, C. O.; Schiavo, J. Arranjo de
plantas na expressão dos componentes da produtividade de
grãos de canola. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
Brasília, v. 46, n. 2, p. 1448-1453, 2011.
Turhan, H.; Kemal Gül, M.; Ömer Egesel, C.; Kahriman, F.
Effect of sowing time on grain yield, oil content, and fatty
modo, tais resultados justificam o potencial produtivo que a FERREIRA, D. F. Sisvar: um sistema computacional
região em estudo apresenta para o cultivo da canola. de análise estatística. Ciência e Agrotecnologia, v.
Por se tratar de uma cultura sensível a elevadas 35, n. 6, p. 1039-1042, 2011.
temperaturas e à falta de água na germinação e
TOMM, G. O.; WIETHOLTER, S.; DALMAGO, G. A.;
florescimento, as condições de cultivo presentes na região de
DOS SANTO, H. P. Tecnologia para produção de canola
Lavras, MG são favoráveis ao cultivo da canola, com
no Rio Grande do Sul. Embrapa, Passo Fundo, Documento
temperatura média variando entre 20º C o abortamento de
online, dezembro de 2009. Disponivel em:
flores é reduzido, tornando possível explorar o potencial
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-
produtivo que a cultura apresenta (Tabela 2). De acordo com
/publicacao/852550/tecnologia-para-producao-de-canola-
o trabalho desenvolvido por Turhan et al. (2011) em
no-rio-grande-do-sul
temperaturas acima de 27ºC ocorre um abortamento
TOMM, G. O. et al. Desempenho de genótipos de canola
expressivo de flores e consequentemente uma redução da
(Brassica napus L.) no Nordeste do estado da Paraíba,
produtividade.
Nordeste do Brasil. Passo Fundo: Embrapa Trigo. Boletim
de Pesquisa e Desenvolvimento. 2008, p.15.
Tabela 2. Precipitação e temperaturas máximas e mínima
TURHAN, H.; KEMAL GÜL, M.; ÖMER EGESEL, C.;
entre os meses de fevereiro a maio de Lavras, MG. Estação
KAHRIMAN, F. Effect of sowing time on grain yield, oil
83687.
content, and fatty acids in rapeseed (Brassica napus subsp.
Precipitação Total Máxima Mínima oleifera). Turkish Journal of Agriculture and Forestry, v.
Data
mm --------- °C --------- 35, n. 1, p. 225-234. 2011.
28/02/2019 195,7 29,52 19,11
31/03/2019 221,6 28,89 18,63
30/04/2019 77,3 28,29 18,00
31/05/2019 24,3 26,53 15,56
30/06/2019 2,6 25,13 13,10
Fonte: INMET, 2019.
4 – Conclusões
Os híbridos Hyola 433, Hyola 575 CL e Nuola se
destacaram em produtividade com semeadura no final de
mês de fevereiro, o que confirma o grande potencial para
produção de canola na região de Lavras, MG. Contudo,
existe a necessidade de maiores resultados das interações
entre híbridos e épocas de semeadura, em diferentes anos,
afim de aferir a estabilidade e adaptabilidade dos híbridos de
canola na região.
5 – Agradecimentos
Universidade Federal de Lavras, EPAMIG, Capes e Gmap.
6 - Bibliografia
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento.
Canola - Conjuntura mensal. Período: Setembro de
2019.Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-
agro/safras/serie-historica-das-safras?start=10
ESTEVEZ, R. L.; DUARTE JÚNIOR, J. B.; CHAMBO, A.
P. S.; CRUZ, M. I. F. A cultura da canola (Brassica napus
var. oleífera). Scientia Agraria Paranaensis, Marechal
Cândido Rondon, v. 13, n. 1, p. 1-9, 2014.
resultado elevado já era previsto, em função dos problemas A conversão de óleo ácido em biodiesel por
na armazenagem relatados antecipadamente. esterificação com metanol e ácido sulfúrico, seguida por
transesterificação alcalina apresentou resultado satisfatório,
Tabela 1. Teor de umidade e extrato etéreo nas tortas de indicando que esta aplicação é mais vantajosa para
chia obtidas por prensagem em diferentes temperaturas aproveitamento de óleo ácido de chia na produção de
Extrato biodiesel.
Temperatura Umidade
Amostra etéreo Os resultados indicam que a aplicação de grãos
(°C) (g/100g)
(g/100g) ardidos para produção de biodiesel é uma alternativa para
Torta 1 70 - 80 6,39 ± 0,34 8,99 ± 0,10 solução de problemas na armazenagem, e também aumento
de matérias primas para produção de biocombustível a
Torta 2 80 - 90 5,02 ± 0,09 8,85 ± 0,27 partir de material graxo com elevado índice de acidez.
Torta 3 90 - 100 5,41 ± 0,00 9,32 ± 0,00
2 - Material e Métodos
O experimento foi realizado no departamento de
pesquisa da empresa Silofértil – Dério Rost & Cia. Ltda.,
em Pato Branco-PR. O resíduo foi obtido em um laticínio Figura 2. Material graxo separado em banho-maria
da região, oriundo do efluente gerado na fábrica de queijos
e derivados. Em função desta característica na mostra, foi
O volume de efluente gerado na ETE da fábrica de realizada esterificação prévia para conversão dos ácidos
queijos é coletado num tanque de equalização, ao longo do graxos livres em éster metílico (biodiesel), e posterior
transesterificação. Todos os reagentes utilizados são de O rendimento foi semelhante à conversão de óleos
grau analítico. vegetais com baixo índice de acidez, indicando que as
A reação de esterificação foi realizada com 300 técnicas empregadas são apropriadas para esta atividade.
gramas de material graxo, mais álcool metílico e ácido Diante dos resultados obtidos, sugere-se estudo em
sulfúrico a 65°C por 60 minutos, seguido de decante em escala piloto para identificação do teor de material graxo
funil de separação de 500 ml para remoção da água presente neste tipo de resíduo, bem como avaliação da
formada. Posteriormente, foi conduzida transesterificação viabilidade econômico-financeira desta aplicação.
do óleo remanescente por adição de álcool metílico e
metilato de sódio, com agitação a 90°C por 60 minutos.
Após separação da glicerina, foi realizado teste de 5 – Agradecimentos
solubilidade do biodiesel em metanol (1:9 v/v), para À SILOFÉRTIL - Dério Rost & Cia. Ltda. por
verificar se a conversão em ésteres metílicos foi satisfatória. incentivar a divulgação científica e condução da pesquisa.
Resultados e rendimentos são apresentados a seguir.
6 - Bibliografia
3 - Resultados e Discussão
AHMAD, T. AADIL, R. M.; AHMED, H.; RAHMAN, U.
A cisão do material graxo no resíduo do U.; SOARES, B. C. V.; SOUZA, S. L. Q.; PIMENTEL, T.
flotador ocorreu em frações de 1500 gramas, em funil de C.; SCUDINO, H.; GUIMARÃES, J. T.; ESMERINO, E.
separação, impedindo a remoção e quantificação o material A.; FREITAS, M. Q.; ALMADA, R. B.; VENDRAMEL, S.
orgânico residual. Isto impossibilitou também, a medição M. R.; SILVA, M. C.; CRUZ, A. G. Treatment and
concisa do teor de gordura presente na amostra. utilization of dairy industrial waste: A review. Trends in
O índice de acidez da gordura obtida na etapa de Food Science and Technology, v. 88, p. 361–372, 2019.
separação foi de 51,4% em ácido oleico, alcançando índice CHANDRA, R.; CASTILLO-ZACARIAS, C.; DELGADO,
de acidez de 0,89% em ácido oleico após a reação de P.; PARRA-SALDÍVAR, R. A biorefinery approach for
esterificação, com rendimento de 98,3%. dairy wastewater treatment and product recovery towards
A reação de transesterificação realizada no óleo establishing a biorefinery complexity index. Journal of
remanescente apresentou rendimento de 80%. Como o Cleaner Production, v. 183, p. 1184–1196, 2018.
volume de material graxo utilizado no experimento foi GOMES, M. M. R. Produção de biodiesel a partir da
pequeno, a seguir é apresentado o rendimento global das esterificação dos ácidos graxos obtidos por hidrólise de
reações (Figura 3) na forma de exemplo, para um volume óleo de peixe. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
significativo. UFRJ, Rio de Janeiro, 2009.
JAGANMAI, G.; JINKA, R. Production of Lipases from
Dairy Industry Wastes and its Applications. v. 5, n. 5, p.
100 kg Material Graxo
67–73, 2017.
51,4 kg ácidos graxos 48,6 kg triacilglicerol
KUZMA, E. L.; LUZ, T. E.; NOVAK, M. A. L.;
NAVARRO, R. M. Tratamento de resíduos sólidos e
Esterificação efluentes: uma análise de custos em empresas de revenda de
50,5 kg éster metílico 98,3% rendimento parcial combustível. Revista Metropolitana de Sustentabilidade, v.
7, n. 3, p. 25-46, 2017.
WANG, H.; WU. Y.; FENG. M.; TU. W.; XIAO
Transesterificação T.; XIONG. T.; ANG. H.; YUAN. X.; MASTIGAR. J.W.
38,9 kg éster metílico 80,0% rendimento parcial Visible-light-driven removal of tetracycline antibiotics and
reclamation of hydrogen energy from natural water
89,4 kg de Biodeisel matrices and wastewater by polymeric carbon nitride foam.
89,4% rendimento global Water Research, v. 144, p. 215–225, 2018.
WONG, Y. M.; SHOW, P. L.; WU, T. Y.; LEONG, H. Y.;
Figura 3. Rendimento global da conversão de 100 kg do IBRAHIM, S.; JUAN, J. C. Production of bio-hydrogen
material graxo em biodiesel from dairy wastewater using pretreated landfill leachate
sludge as an inoculum. Journal of Bioscience and
Com rendimento global de 89,4% para conversão Bioengineering, v. 127, n. 2, p. 150–159, 2019.
do material graxo oriundo do efluente de um laticínio em YONAR, T.; SIVRIOĞLU, Ö.; ÖZENGIN, N. Physico-
biodiesel, as técnicas empregadas se mostraram Chemical Treatment of Dairy Industry Wastewaters: A
apropriadas. Review. Technological Approaches for Novel Applications
in Dairy Processing, 2018.
4 – Conclusões
Esta pesquisa evidenciou a viabilidade técnica para
conversão de material graxo presente no resíduo do flotador
de uma indústria de queijo em biodiesel.
processo duas vezes. A fase solvente no funil de separação lipídico quando comparado aos outros solventes de menor
foi lavada de duas a 3 vezes com água destilada para retirar polaridade. Esse comportamento pode ser parcialmente
o excesso de HCl, medindo-se o pH com fita de pH (pH explicado devido à presença de lipídeos neutros no interior
desejável 6-7). A fase lavada foi vertida em frasco da célula, que se ligam fortemente via pontes de hidrogênio
previamente seco e pesado, solvente evaporado em chapa às proteínas localizadas na membrana celular, formando um
aquecedora a 80 ºC para a completa evaporação do solvente. complexo com lipídeos polares. As interações de Van der
Finalmente, após a evaporação do solvente, foi seco em Waals entre o solvente apolar e os lipídeos não são capazes
estufa a 80 ºC até peso constante. A quantidade de lipídeos de romper esta membrana baseada nas associações lipídeo-
extraída foi determinada por gravimetria, e os experimentos proteínas. Os solventes polares, tais como metanol ou etanol,
realizados em triplicata. rompem essas associações, formando ligações de hidrogênio
com os lipídeos polares no complexo. Portanto, a adição de
3 - Resultados e Discussão um solvente polar a um solvente apolar facilita a extração do
complexo de lipídeos neutros associados à membrana, mas
O percentual de lipídeos obtidos por Bligh & Dyer
os lipídeos polares e apolares também podem ser extraídos.
nos diferentes lotes estão referenciados na Tabela 1. Os
Assim, o emprego de uma mistura de solventes apolar e polar
valores variaram entre 3,60 - 6,44 %, sendo o lote (1) que
conduz a rendimentos muito mais elevados de extração de
apresentou maior quantidade de extrato lipídico (6,44 ± 0,01
lipídeos, que quando se utilizam somente solventes de baixa
%).
polaridade.
Tabela 1. Percentuais em base seca de lipídeos extraídos Os solventes usados na extração como Bligh &
por diferentes métodos para diferentes lotes de Dyer, por exemplo, não contempla apenas lipídeos neutros,
microalgas. mas também, lipídeos polares e pigmentos, o que conduz a
resultados superestimados.
Saponifi-
Bligh & cação/ Insaponi-
Microalga
Dyer
Ratzlaff
Acidifi- ficáveis
4 – Conclusões
cação Na quantificação do teor de lipídeos extraídos das
6,44 0,97 3.44 0,66 biomassas identificou-se que com o uso de solventes polares
(1 )Scen4 na extração, tais como etanol ou metanol (método de Bligh
(±0,01) (±0,01) (±0,21) (±0,02)
& Dyer), conseguiram-se os maiores rendimentos de fração
6,01 1,64 3,29 0,79
(2) Scen5 lipídica bruta, contendo elevadas concentrações de lipídeos
(±0,01) (±0,01) (± 0,17) (±0,08)
polares, não convertíveis em biodiesel.
5,88 0,42 3,96 0,87 Os teores de lipídeos extraídos pelo método de
(3)Desm5
(±0,03) (±0,01) (±0,11) (±0,02) Ratzlaff foram inferiores aos alcançados com Bligh & Dyer.
6,15 1,42 4,35 1,45 No entanto, o extrato de Ratzlaff apresentou baixo teor de
(4)Desm5
(±0,03) (±0,01) (±0,11) (±0,09) ácidos graxos. Como nessa metodologia ocorre um pré-
tratamento, conversão química dos componentes da
Os teores de lipídeos alcançados pelo método de biomassa, esperava-se que o teor de lipídeos de interesse
Ratzlaff em termos quantitativos foram inferiores aos fosse similar ao alcançado pelo método de
alcançados com Bligh & Dyer (0,42 – 1,64 %). Esses valores saponificação/acidificação.
podem estar relacionados por exemplo, com a baixa De acordo com os resultados experimentais, o
eficiência da hidrólise ácida e com a polaridade dos solventes método de saponificação/acidificação mostrou-se o mais
utilizados para extração (mistura de etanol, éter etílico e éter seletivo na extração dos compostos de interesse para
de petróleo). Como nessa metologia ocorre um pré- produção de biodiesel.
tratamento, conversão química dos componentes da
biomassa, o teor de lipídeos deveria ser similar ao alcançado 5 - Agradecimentos
pelo método de saponificação / acidificação.
Moléculas saponificáveis são as que incluem pelo À Petrobras/ANP pelo apoio financeiro, à
menos uma cadeia graxa em sua estrutura, que podem ser Universidade Federal de Viçosa pelo fornecimento da
convertidas em sabão a partir do processo de saponificação biomassa de microalgas.
e posteriormente em ácidos graxos. Lipídeos
insaponificáveis são todos os remanescentes que não contêm 6 - Bibliografia
uma cadeia de acila e, portanto, não podem ser convertidos BESSA, L. C. B. A.; FERREIRA, M. C.; ABREU, C. R. A.;
em sabão. Alguns exemplos de lipídeos insaponificáveis são BATISTA, E. A. C.; MEIRELLES. A new UNIFAC
ésteres de cera, pigmentos (clorofilas, carotenos, etc.), parameterization for the prediction of liquid-liquid
esteróis e hidrocarbonetos. equilibrium of biodiesel systems. Fluid Phase Equilibria,
Por isso, a fração extraída pelo método de Bligh 2016, 425, 98-107.
& Dyer foi saponificada e acidificada com o objetivo de HALIM, R.; DANQUAH, M. K.; WEBLEY, P. A.
quantificar o teor de lipídeos de interesse presentes nessa Extraction of oil from microalgae for biodiesel production: a
fração, e identificou-se que em média 80 % dos componentes review. Biotechnology Advances, 2012, 30, 709-732.
desta fração são saponificáveis, ou seja, podem ser RODRIGUES, C. E. C.; GONÇALVES, C. B.; MARCON,
convertidos em biodiesel. E. C; BATISTA, E. A. C.; MEIRELLES, A. J. A.
Dentre os solventes usados nos diferentes Deacidification of rice bran oil by liquid–liquid extraction
métodos, a mistura (clorofórmio - metanol 2:1) usada no using a renewable solvent. Separation and Purification
Bligh & Dyer apresentou a maior quantidade de extrato Technology, 2014, 132, 84-92.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
479
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Não foram encontradas diferenças significativas controle de 10 min de homogeneização. No entanto, para o
(p<0,05) entre os diferentes tempos de homogeneização, mesmo tempo de homogeneização, houve decréscimo na
bem como entre os tratamentos controle, pH 2 e pH 10. extração com pH 10, indicando que o ponto isoelétrico das
A homogeneização tem sido eficiente para o proteínas nesse caso é mais próximo a pH ácido do que
incremento na extração de lipídeos. No entanto, as básico. Valores de pH próximos ao ponto isoelétrico,
alterações de pH, seja ácido ou básico na biomassa antes da acarretam em um equilíbrio entre o número de cargas
extração com solventes, não foi muito eficiente. Já o positivas e negativas, ou seja, as forças de repulsão entre as
tratamento da biomassa com temperatura, mesmo antes da moléculas de proteína e as forças de interação com o
adição dos solventes extratores, mostrou-se mais eficiente solvente são mínimas. Assim, as proteínas vão formando
do que os demais casos. aglomerados que, cada vez maiores, tendem a precipitar,
A temperatura influencia diretamente sobre as facilitando a redução da emulsão. Vale ressaltar que
propriedades funcionais das proteínas, que são os principais diminuição de solubilidade varia de proteína para proteína.
agentes emulsificantes, facilitando assim o acesso do BENELHADJ et al. (2016), por exemplo, ao
solvente aos lipídeos de interesse (Figura 20), mesmo antes estudarem a capacidade emulsificante do isolado proteico
da biomassa ser processada no homogeneizador. de Spirulina platensis, verificaram que em pH próximo ao
Em termos de rompimento celular, sabe-se que ponto isoelétrico, ocorreu uma menor solubilidade das
quanto mais tempo as amostras passaram pelo proteínas, com a redução da formação da interface
homogeneizador, maior foi a desintegração das células. No óleo/água com a rede proteica, diminuindo a capacidade de
entanto, em termos de extração de lipídeos, à medida que se formação de emulsão. A desnaturação das proteínas, em
aumenta o tempo no homogeneizador, a quantidade da geral, ocorre na faixa de 65 ºC – 80 °C e nesse caso a
fração de interesse extraída diminui, o que confirma o que proteína perde sua estrutura secundária e/ou terciária, ou
tem sido encontrado na literatura sobre a estabilidade da seja, o arranjo tridimensional da cadeia polipeptídica é
emulsão. rompido, fazendo com que, quase sempre, perca sua
Por se tratar de um equipamento que tem como atividade biológica característica. No nosso caso em
objetivo formar emulsões, o homogeneizador pode ser específico, esta perda de atividade biológica é benéfica, já
eficiente para o rompimento celular, mas há de se que a atividade emulsificante da proteína é reduzida.
considerar que surge uma nova questão: desestabilizar a
emulsão formada por proteínas e carboidratos que estão em 4 – Conclusões
grandes quantidades na microalga e que são emulsificantes
naturais, bem como extrair este óleo que agora está na As alterações físico-químicas como aumento ou
forma de nanopartículas, devido ao processo de redução de pH não influenciaram no rendimento da fração
homogeneização. lipídica, no entanto, o aumento da temperatura na extração
Os tratamentos com pH 10 mostrarem-se menos apresentou resultados superiores aos demais tratamentos.
eficientes até mesmo que o tratamento controle, enquanto a Não houve incremento na extração de lipídeos com a
diminuição do pH, com exceção do tempo 5 min, foi mais homogeneização nas condições aplicadas, muito
significativa do que o tratamento controle. Isto deve-se, provavelmente devido ao aumento da estabilidade da
provavelmente, a modificações funcionais de solubilidade emulsão.
das proteínas devido à alteração de pH do meio.
A necessidade de agitação vigorosa para 5 – Agradecimentos
promover o contato entre as fases de solvente e biomassa, e, À Petrobras/ANP pelo apoio financeiro, à
por consequência, a formação de emulsão, especialmente Universidade Federal de Viçosa pelo fornecimento da
nos casos em que houve modificação físico-química da biomassa de microalgas.
biomassa, assim como houve maior formação de emulsão a
medida que aumentava o tempo da biomassa no 6 - Bibliografia
homogeneizador, explicam os menores rendimentos nestes
casos. Há uma discrepância no tratamento com pH 2 em DELRUE, F.; SETIER, P. A.; SAHUT, C.; COURNAC, L.;
relação ao tempo 5 minutos, quando o rendimento da ROUBAUD, A.; PELTIER, G.; FROMENT, A. K. An
extração foi inferior ao tratamento controle. economic, sustainability, and energetic model of biodiesel
Proteínas, assim como os aminoácidos, são HALIM, R.; DANQUAH, M. K.; WEBLEY, P. A.
compostos passíveis de sofrer protonação e desprotonação, Extraction of oil from microalgae for biodiesel production:
ou seja, adição ou remoção de íons H, apresentando-se a review. Biotechnology Advances, 2012, , 30, 709-732.
positivamente carregados, eletricamente neutros ou KUBIČKA, D. & HORÁČEK, J. Deactivation of HDS
negativamente carregados, dependendo das condições de catalysts in deoxygenation of vegetable oils. Applied
pH do meio. A forma eletricamente neutra só poderá existir Catalysis A: General, 2011, 94, 9-17.
numa condição de pH intermediária à existência production from microalgae. Bioresource Technology,
predominante da forma positiva e negativa da proteína, ou 2012, 111, 191-200.
seja, essa distribuição de cargas pode ser alterada em SHOW, K.; LEE, D.; TAY, J.; LEE, T.; CHANG, J.
função do pH do meio. Microalgal drying and cell disruption - Recent advances.
No caso deste experimento, observa-se que Bioresource Technology, 2015, 184, 258-266.
houve alteração destas cargas e, consequentemente, da BENELHADJ, S.; GHARSALLAOUI, A.; DEGRAEVE,
interação entre soluto e solvente, já que no tratamento com P.; ATTIA, H.; GHORBEL, D. Effects of pH on the
10 min de homogeneização observou-se um aumento na functional properties of Arthrospira (Spirulina) platensis
quantidade de lipídeos extraída em relação ao tratamento protein isolate. Food Chemistry, 2016, 196, 1056-1063.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
481
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
O maior rendimento em óleo livre foi obtido com a recovery during aqueous extraction of moringa oleifera
enzima celulase Celluclast 1,5L, o qual foi de seed oil. Journal of Food Lipids, 2006, 13(2), 113-13.
17,76%0,46, enquanto com a enzima protease Alcalase BELO, R. G., NOLASCO, S., MATEO, C., IZQUIERDO,
2.4L FG o rendimento foi de 14,77%0,55. O rendimento N. Dynamics of oil and tocopherol accumulation in
de óleo de girassol obtido por Sineiro et al. (1998) após 2 h sunflower grains and its impact on final oil quality.
de extração enzimática com 1,4% da enzima Celluclast European Journal of Agronomy, 2017, 89, 124-130.
1,5L e razão mássica semente:água de 1:8, foi de 30% de CAMPBELL, K. A., VACA-MEDINA, G., GLATZ, C. E.,
óleo de girassol. Campbell et al. (2016) relataram um PONTALIER, P. Y., Parameters affecting enzyme-assisted
rendimento 39% de óleo de girassol na razão mássica de aqueous extraction of extruded sunflower meal. Food
1:10 de semente para água, a 50 °C e com adição de 2% de Chemistry, 2016, 208, 245-251.
protease (Protex 7L) e 2% de celulase (Multifect CX 13L). CASTEJÓN, N., LUNA, P., SEÑORÁNS, F. J. 2018.
Porém, em ambos os casos, o valor do rendimento inclui o Alternative oil extraction methods from Echium
óleo emulsionado, enquanto que no presente trabalho foi plantagineum L. seeds using advanced techniques and
considerado apenas o óleo livre. green solvents. Food Chemistry, 2018, 244, 75-82.
A extração com a enzima celulase apresentou o CASTRO, C., LEITE, R. M. V. B. C. Main aspects of
maior valor do rendimento em óleo livre, para este sunflower production in Brazil. Oil seeds e Fats Crops and
resultado a temperatura utilizada no processo foi maior Lipids, 2018, 1-11.
quando comparado este parâmetro com a extração CHENG, M. H., DIEN, B. S., SINGH, V. 2019. Economics
utilizando a enzima protease. No entanto, a concentração de of plant oil recovery: A review. Biocatalysis and
enzima adicionada foi de apenas 1% (v/v), enquanto que no Agricultural Biotechnology, 2019,18, 101-106.
processo com a protease foi necessário a adição de 9% (v/v) CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. 2018.
da enzima. A menor concentração de enzima fornece uma Boletim dos grãos de Dezembro. Brasília: Conab.
maior viabilidade econômica do processo pois a enzima JIANG, L., HUA, D., WANG, Z., XU, S. Aqueous
representa cerca de 30% do custo dos insumos utilizado na enzymatic extraction of peanut oil and protein hydrolysates.
extração enzimática de óleo vegetal (Cheng et al., 2019). Food and Bioproducts Processing, 2010, 88, 233-238.
Além disso, quando se utiliza uma concentração maior de KUMAR, S. P. J., PRASAD, R. S., BANERJEE, R.,
enzima pode ocorrer extração de compostos que possam AGARWAL, D. K., KULKARNI, RAMESH, K. V. Green
ocasionar uma maior estabilidade da emulsão e solvents and technologies for oil extraction from oilseeds.
consequentemente reduzir a quantidade de óleo livre Chemistry Central Journal, 2017, 11, 1-7.
recuperado ou a extração de outros compostos que possam LIU, J. J., GASMALLA, M. A. A., LI, P., YANG, R.
inibir a ação da enzima, assim como interferir na qualidade Enzyme-assisted extraction processing from oilseeds:
do óleo (Yussof et al., 2016). Principle, processing and application. Innovative Food
Já no caso da temperatura, este é um parâmetro Science & Emerging Technologies, 2016, 35, 184-193.
que depende tanto da enzima quanto da oleaginosa utilizada MORALES, C. R., KIM, H. J., ZHANG, C., GLATZ, C. &
no processo (Liu et al., 2016). A enzima Cellucalst 1,5L JUNG, S. Destabilization of the emulsion formed during
possui a faixa de temperatura ótima de 50 a 60 °C. Yusoff aqueous extraction of soybean oil. Journal of the American
et al. (2016), testaram diferentes temperatura para o Oil Chemists´Society, 2008, 85(4), 383–390.
processo de extração aquosa enzimática de Moringa MOURA, J., CAMPBEL, K., MAHFUZ, A., JUNG, S.,
Oleifera utilizando as enzimas Neutrase e Celluclast 1.5L e GLATZ, C., & JOHNSON, L. A. Enzyme-assisted aqueous
encontraram o melhor rendimento do processo na extraction of oil and protein from soybeans and cream de
temperatura de 60 °C. Abdulkarim et al. (2006) verificaram emulsification. Journal of the American Oil
a influência da temperatura na extração aquosa enzimática Chemists´Society, 2008, 85(10), 985-995.
de óleo de Moringa Oleifera com a enzima Celluclast 1.5L RAI, A., MOHANTY, B., BHARGAVA, R. Supercritical
e concluíram que na temperatura a 60 °C tiveram o extraction of sunflower oil: A central composite design for
rendimento mais elevado. Sineiro et al. (1998) e Ribeiro et extraction variables. Food Chemistry, 2016, 192, 647-659.
al. (2016) utilizaram a Celluclast 1.5L na extração aquosa RIBEIRO, S. A. O., NICACIO, A. E., ZANQUI, A. B.,
enzimática de óleo de girassol a 50 °C, porém em ambos os BIONDO, P.B.F., ABREU-FILHO, B. A., VISENTAINER,
estudos não avaliaram a influência da temperatura no J. V., GOMES, S. T. M., MATSUSHITA, M. Applications
rendimento do óleo. of enzymes in sunflower oil extraction: antioxidant capacity
and lipophilic bioactive compositions. Journal of the
4 –Conclusões American Chemical Society, 2016, 27(5), 1-7.
SINEIRO, J., DOMÍNGUEZ, H., NÚÑEZ, M. J., LEMA, J.
A extração enzimática realizada com a enzima M. Optimization of the enzymatic treatment during aqueous
Celluclast 1,5L apresentou o rendimento em óleo livre oil extraction from sunflower seeds. Food Chemistry, 1998,
maior quando comparado a extração com enzima Alcalase 61, 467-474.
2.4L FG. Entretanto, para obter este resultado a extração YUSOFF, M, M, GORDON, M. H., EZEH, O.,
com a celulase foi realizada com uma temperatura maior do NIRANJAN, K. Aqueous enzymatic extraction of Moringa
que a extração com protease, por outro lado a concentração oleifera oil. Food Chemistry, 2016, 211, 400-408.
de enzima utilizada foi menor. YUSOFF, M. M., GORDON, M. H., NIRANJAN, K.,
5 - Bibliografia Aqueous enzyme assisted oil extraction from oilseeds and
emulsion de-emulsifying methods: a review. Food Science
ABDULKARIM, S., LAI, O., MUHAMMAD, S., LONG,
and Technology, 2015, 41, 60-82.
K., & GHAZALI, H. Use of enzymes to enhance oil
três opções, a saber: a) controle, sem adição de No entanto, deve-se notar que, nas mesmas
macroelementos (NPK-0); b) a composição de N120P25K95 condições para o cultivo de dois cultivares de canola, bem
(NPK-1); c) a composição de N150P30K120 (NPK-2). como o uso das mesmas doses de adubos minerais, o
Após a colheita, foi avaliado o rendimento obtido de cultivar Orex de Brassica napus apresentou um rendimento
dois cultivares de canola, Kortez e Orex. O peso das de grãos maior que o cultivar Kortez. Uma análise
sementes obtidas foi determinado após a secagem e a comparativa do rendimento de plantas oleaginosas de dois
limpeza. O processamento bioestatístico dos dados obtidos cultivares mostrou que, nas mesmas condições de 2018, na
foram submetidos à análise de variância (Rokitzkiy, 1973). variante do experimento NPK-1 (N120P25K95), foi observado
um aumento significativo (p<0,05) do rendimento de grãos
Orex, cujo rendimento foi de 2,21 ± 0,15 t/ha comparado
3 - Resultados e Discussão com 1,59 ± 0,12 t/ha para o cultivar Kortez, que foi 1,4
O artigo apresenta os resultados da produtividade vezes mais.
de dois cultivares, Kortez e Orex de Brassica napus ao usar A alteração das doses de adubos minerais na
de adubos minerais. A introdução de macronutrientes, NPK variante NPK-2 (N150P30K120) contribuiu para um aumento
estimulou um aumento da produtividade de canola. Foram do rendimento de Kortez e Orex em 1,4 e 1,7 vezes,
observadas diferenças significativas (p<0,05) na respectivamente. Nas doses de N150P30K120 na variante
produtividade de canola entre todas as variantes de dois NPK-2, foi observado um aumento significativo (p<0,05)
cultivares, Kortez e Orex, o que indica um efeito positivo do rendimento de sementes dos cultivares Orex (2,53 ± 0,13
do uso de NPK. t/ha) e Kortez (2,04 ± 0,18 t/ha), em 2,2 e 2,7 vezes mais do
Ao plantar de 40 a 60 sementes por 1 m2 e que no controle, respectivamente.
adicionar macronutrientes ao solo na proporção N120P25K95,
o rendimento médio das sementes de Kortez na primeira
4 – Conclusões
variante foi de 1,59 ± 0,12 t/ha, 1,7 vezes mais do que no
controle 0,92 ± 0,09 t/ha (Figura 1). A partir dos dados obtidos, pode-se concluir que o
rendimento máximo de grãos de Brassica napus para os
cultivares Kortez e Orex é alcançado pela aplicação de
t/ha
adubos minerais nas doses de N150P30K120 e é de 2,04 e 2,53
3 t/ha de grãos, respectivamente.
2,5
De acordo com os resultados da experiência, pode-
se concluir que, dos cultivares estudados de Brassica
2 Kortez napus, o mais produtivo e promissor para uso posterior na
Orex
produção de biodiesel é o cultivar Orex.
1,5
5 - Agradecimentos
0,5
5 – Agradecimentos
GMAP, UFLA e Capes
6 - Bibliografia
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO
(Brasil). Acompanhamento da safra brasileira: v. 9 Safra
2018/19 - Décimo segundo levantamento. Brasília, DF:
CONAB, 2019. Disponível em:
https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-
da-safra-de-
graos/item/download/27966_1f92dcec49263fdf5a762b2d25
549cce. Acesso em: 30 ago. 2019.
DALMAGO, G. A.; CUNHA, G. R. da; PIRES, J. L. F.;
TOMM, G. O.; PASINATO, A.; LUERSEN, I.; FANTON,
G. Efeito da geada na canola. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE AGROMETEOROLOGIA, 15, 2007,
Aracaju. Efeitos das mudanças climáticas na agricultura:
anais. Aracaju: Sociedade Brasileira de Agrometeorologia:
Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2007. 1 CD-ROM. 5 p.
GIOIELLI, L. A. Óleos e gorduras vegetais: Composição e
tecnologia. Revista Brasileira de Farmacologia, v.5,
p.211-232, 1996.
KRUGER, C. A. M. B.; SILVA, J. A. G.; MEDEIROS, S.
L. P.; DALMAGO, G. A.; GAVIRAGHI, J. Herdabilidade
e correlação fenotípica de caracteres relacionados à
produtividade de grãos e à morfologia da canola. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v. 46, n. 12, p. 1625-1632, 2011.
TOMM, G. O. FERREIRA, P. E. P.; AGUIAR, J. L. P.;
CASTRO, A. M. G.; LIMA, S. M. V.; MORI, C. Panorama
atual e indicações para aumento de eficiência da produção
de canola no Brasil. Embrapa Trigo-Documentos
(INFOTECA-E), 2009.
VASCONCELOS, L. H. Determinação das propriedades
físicas da canola (Brassicas napus), variedade Iciola 41,
relacionadas a armazenagem. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de
Engenharia Agrícola, Campinas – SP, 92f., 1998.
4 – Conclusões
O modelo Sigmoidal de Boltzmann foi adequado
para descrever o crescimento da planta da mamoneira BRS
Energia, além de possuir parâmetros com interpretações
práticas, o que pode auxiliar no manejo e cultivo da planta.
5 – Agradecimentos
Capes
6 - Bibliografia
AIRES, R. F.; SILVA, S. D. A.; EICHOLZ, E. D. Análise
de crescimento de mamona semeada em diferentes
épocas. Ciência Rural, v. 41, n. 8, p. 1347-1353, 2011.
Palavras Chave: Attalea funifera Martius, estabilidade oxidativa, perfil de ácidos graxos.
4– Conclusões
A elevada estabilidade oxidativa do óleo de
amêndoas de piaçava se deve, principalmente, ao alto
percentual de ácidos graxos saturados observado (79,53%).
A composição majoritária de ácidos láurico e mirístico
também é refletida no conteúdo energético deste óleo.
5 – Agradecimentos
LACOM, IDEP (UFPB), RBTB e Capes
6 - Bibliografia
ALMEIDA, T. C. M.; OLIVEIRA, J. A. F. ;
ALCANTARA, M. A. ; CORDEIRO, A. M. T. M. ;
GONDIM, A. D. ; SANTOS, N. A. . Avaliação do óleo de
piaçava (Attalea funifera Martius) para a produção de
hidrocarbonetos sustentáveis para a aviação.
I Congresso da Rede Brasileira de Bioquerosene e
Hidrocarbonetos Renováveis para a Aviação. 2019.
ARAÚJO, G. S. et al Produção de Biodiesel a partir de Óleo
de Coco (Cocos nucifera L.) Bruto. Key Elements For A
Sustainable World: Energy, Water And Climate Change São
Paulo – Brazil, 2009.
Codex standard for named vegetable oils 1999. (Acesso em
Julho, 2019) CODEX STAN 210-1999.
https://mvo.nl/media/voedselveiligheid/codex_standard_nam
ed_vegetable_oils.pdf
Guimarães, C. A. L.; Silva, L. A. M.. Piaçava da Bahia
(Attalea funifera Martius): do extrativismo à cultura
agrícola. Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz.
262 páginas. Ilhéus/BA. 2012.
Karatzos et al. Drop‐in biofuel production via conventional
(lipid/fatty acid) and advanced (biomass) routes. Part
I.Biofuels , Bioproducts & Biorefining.11.pp. 344-
362.2017.
SILVA, M.J da, Motor de Ciclo Diesel sob Cinco
Proporções de Biodiesel e Diesel. ver. Bra. Eng. Agri. Amb.
Ent. Vol.16 n°3, ISSN 1807-1924, Campina Grande-PB
2012.
Palavras Chave: Brassica napus L.; análise de variância; parâmetros genéticos; melhoramento genético;
biocombustível.
4 – Conclusões
Dentre as características avaliadas, houve variação
significativa para todas, o que indica que há variabilidade
genética entre as progênies.
A característica número de grãos por síliquas
(NGS) apresentou maior valor de coeficiente de variação
genético (CVg) e R² sendo a melhor opção para a seleção.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
497
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir
que o cultivo da canola após o mês de abril, não é
recomendado na região de Lavras, MG.
5 – Agradecimentos
Universidade Federal de Lavras, Capes e Gmap.
6 - Bibliografia
CONAB. COMPANHIA NACIONAL DE
ABASTECIMENTO. Acompanhamento da safra brasileira
– grãos: Décimo levantamento, julho 2019 – safra 2018/19:
Brasília: Companhia Nacional de Abastecimento. 2019.
Disponível em:
<https://www.conab.gov.br/component/k2/item/download/2
7149_bfdd0a9a2b7020ff4ce66096c9da30d7>. Acesso em:
30 ago. 2019.
EMBRAPA TRIGO (Rancho Fundo). Locais e épocas de
semeadura. 2009. Disponível em:
<http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do113_6.htm>.
Acesso em: 31 ago. 2019.
FERREIRA, D. F. Sisvar: um sistema computacional de
análise estatística. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n. 6, p.
1039-1042, 2011.
ESTEVEZ, R. L.; DUARTE, J. B.; CHAMBO, A. P. S.;
CRUZ, M. |. F. A cultura da canola (Brassica napus var.
oleifera). Scientia Agraria Paranaensis - SAP Mal. Cdo.
Rondon, v.13, n.1, jan/mar., p.1-9, 2014.
(INMET), Instituto Nacional de Meteorologia. Dados
Históricos. 2019. Disponível em:
<http://www.inmet.gov.br/portal/>. Acesso em: 31 ago.
2019.
TOMM, Gilberto Omar. Indicativos tecnológicos para
produção de canola no Rio Grande do Sul. Passo Fundo:
Embrapa Trigo, 2007. Disponível em:
<http://www.cnpt.embrapa.br/culturas/canola/p_sp03_2007
.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2019.
TOMM, Gilberto Omar; EASTON, Andrew; LUFT, André.
Possible sources of canola germplasm and cultivars for the
growing conditions of brazil and paraguay. In: simpósio
latino americano de canola, 2014, Passo Fundo, RS.
Disponível em:
<http://www.cnpt.embrapa.br/slac/cd/pdf/TOMM%20Possi
ble%20sources%20of%20canola%20germplasm%20for%2
0the%20growing%20conditions%20....pdf>. Acesso em: 31
ago. 2019.
Isabel Francesca Oliveira Corchog (IFSP- Campus Matão, icorchog@gmail.com), Samuel Justino Fernandes (IFSP- Campus Matão,
s.justinofernandes@gmail.com), Aristeu Gomes Tininis (IFSP- Campus Matão, aristeu@ifsp.edu.br), Claudia Regina Cançado Sgorlon
Tininis (IFSP- Campus Matão, sgorlonif@ifsp.edu.br)
Palavras Chave: Carthamus Tinctorius L, Extração de óleo, Planejamento fatorial .
4 – Conclusões
O uso do ultrassom se mostrou viável a produção
de óleo de forma industrial devido ao seu alto desempenho:
extração maior de lipídeos em menor tempo, o que exige
menor gasto de energia pela indústria. Devido ao baixo
custo do equipamento, o investimento retornaria em pouco
tempo. A aliança entre uso do cártamo como matéria-prima
e ultrassom como método de extração viabilizaria uma
maior produção de biodiesel no país e desenvolvimento de
regiões que possuem pouca variedade de oleaginosas que se
desenvolvem. Sendo assim, este trabalho traz a tona uma
oportunidade de crescimento para o país.
5 – Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de São Paulo, Campus Matão. Ao Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações MCTIC
por todo suporte financeiro em nossas pesquisas. E aos
idealizadores deste evento pela possibilidade de
apresentação desse trabalho.
Isabel Francesca Oliveira Corchog (IFSP- Campus Matão, icorchog@gmail.com), Samuel Justino Fernandes (IFSP- Campus Matão,
s.justinofernandes@gmail.com), Aristeu Gomes Tininis (IFSP- Campus Matão, aristeu@ifsp.edu.br), Claudia Regina Cançado Sgorlon
Tininis (IFSP- Campus Matão, sgorlonif@ifsp.edu.br)
Palavras Chave: Carthamus Tinctorius L, Extração de óleo, Planejamento fatorial .
4 – Conclusões
O uso do ultrassom se mostrou viável a produção
de óleo de forma industrial devido ao seu alto desempenho:
extração maior de lipídeos em menor tempo, o que exige
menor gasto de energia pela indústria. Devido ao baixo
custo do equipamento, o investimento retornaria em pouco
tempo. A aliança entre uso do cártamo como matéria-prima
e ultrassom como método de extração viabilizaria uma
maior produção de biodiesel no país e desenvolvimento de
regiões que possuem pouca variedade de oleaginosas que se
desenvolvem. Sendo assim, este trabalho traz a tona uma
oportunidade de crescimento para o país.
5 – Agradecimentos
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de São Paulo, Campus Matão. Ao Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações MCTIC
por todo suporte financeiro em nossas pesquisas. E aos
idealizadores deste evento pela possibilidade de
apresentação desse trabalho.
30
20
10
0
SFA MUFA DUFA TUFA PUFA
Ácidos Graxos
Figura 2. Teor de ácidos graxos da microalga Melosira sp.
4 – Conclusão
A microalga C. muelleri apresentou potencial para
produção de HPA, AA e γ-linolênico. Após a extração
destes compostos, os ácidos graxos restantes podem ser
usados como matéria-prima para produção de biodiesel.
5 – Agradecimentos
MCTIC, Finep e Funape
6 - Bibliografia
CEPÁK, V. et al. Optimization of cultivation conditions for
fatty acid composition and EPA production in the
eustigmatophycean microalga Trachydiscus minutus.
Journal of Applied Phycology, v. 26, n. 1, p. 181–190, 5
set. 2014.
CHAISUTYAKORN, P.; PRAIBOON, J.;
KAEWSURALIKHIT, C. The effect of temperature on
growth and lipid and fatty acid composition on marine
microalgae used for biodiesel production. Journal of
Applied Phycology, v. 30, n. 1, p. 37–45, 13 fev. 2018.
D’ALESSANDRO, E. B.; ANTONIOSI FILHO, N. R.
Concepts and studies on lipid and pigments of microalgae:
A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
v. 58, p. 832–841, maio 2016.
EUROPEAN UNION. EN 14214 Automotive fuels - Fatty
acid methyl esters (FAME) for diesel engines -
Requirements and test methods. In: European Committee
For Standardization. [s.l: s.n.].
HARTMAN, L.; LAGO, R. C. Rapid preparation of fatty
acid methyl esters from lipids. Laboratory practice, v. 22,
25,0
constante (ar atmosférico mais 0,5% CO2, v/v) até atingir
fase estacionária. Posteriormente, a biomassa foi separada 20,0
por centrifugação, congelada e liofilizada. 15,0
Pesou-se aproximadamente 100 mg de biomassa 10,0
seca que foi transesterificada segundo método de Hartman e
Lago (1973) adaptado para microescala (MENEZES et al., 5,0
2013), o qual efetua a conversão de ácidos graxos livres e 0,0
ligados a acilglicerídeos e a outros lipídeos em ésteres SFA
MUFA DUFA TUFA PUFA
metílicos de ácidos graxos (FAMES). A transesterificação Classes de FAME
da amostra foi feita em hexaplicata.
Figura 1. Teor de FAME de C. sagittula.
A composição de ácidos graxos, na forma de
FAME, foi feita via Cromatografia Gasosa de Alta
De acordo com a norma EN 14214 (EUROPEAN
Resolução utilizado um cromatógrafo a gás Agilent 7890,
UNION, 2010) uma das características mais importantes da
com detector FID e injetor split/splitless.
Os FAME foram identificados pela comparação composição de ácidos graxos do biodiesel e,
dos tempos de retenção com amostras com óleos de consequentemente de uma matéria-prima graxa, são os
composição conhecida (tais como soja, crambe e teores de ácido linolênico ou, analogamente, de tri-
amendoim), por análises de padrões de FAME GLC-36 insaturados (TUFA) os quais devem ser inferiores a 12%, e
(Nu-Chek Prep®) e por análises via Cromatografia Gasosa de poli-insaturados (PUFA), os quais devem ser inferiores a
de Alta Resolução acoplada a Espectrometria de Massas 1%. Tal determinação é explicada pelo fato dos ácidos
(HRGC-MS), usando um Cromatógrafo a Gás modelo graxos insaturados proporcionarem baixa estabilidade
Shimadzu 17A acoplado a Espectrômetro de Massas QP- oxidativa ao biocombustível, apesar de melhorarem as
5050 Shimadzu, com interface a 280ºC. O hélio foi propriedades de escoamento (KNOTHE, 2005). Neste
utilizado como gás de arraste a 42 cm s -1. As condições sentido, a microalga apresentou teor de PUFA menor que
operacionais para forno, injetor e coluna capilar foram as
4 – Conclusão
A microalga C.sagittula apresentou potencial para
utilização como matéria-prima para produção de biodiesel.
5 – Agradecimentos
MCTIC, Finep e Funape
6 - Bibliografia
ANDERSEN, R. A. Algal Culturing Techniques.
Burlington: Elsevier Academic Press, 2005.
CEPÁK, V. et al. Optimization of cultivation conditions for
fatty acid composition and EPA production in the
eustigmatophycean microalga Trachydiscus minutus.
Journal of Applied Phycology, v. 26, n. 1, p. 181–190, 5
set. 2014.
D’ALESSANDRO, E. B.; ANTONIOSI FILHO, N. R.
Concepts and studies on lipid and pigments of microalgae:
A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
v. 58, p. 832–841, maio 2016.
EUROPEAN UNION. EN 14214 Automotive fuels - Fatty
acid methyl esters (FAME) for diesel engines -
Requirements and test methods. In: European Committee
For Standardization. [s.l: s.n.].
HARTMAN, L.; LAGO, R. C. Rapid preparation of fatty
acid methyl esters from lipids. Laboratory practice, v. 22,
n. 6, p. 475–6, jul. 1973.
KNOTHE, G. Dependence of biodiesel fuel properties on
the structure of fatty acid alkyl esters. Fuel Processing
Technology, v. 86, n. 10, p. 1059–1070, jun. 2005.
MENEZES, R. S. et al. Avaliação da potencialidade de
microalgas dulcícolas como fonte de matéria-prima graxa
para a produção de biodiesel. Química Nova, v. 36, n. 1, p.
10–15, 2013.
SAHU, A. et al. Fatty acids as biomarkers of microalgae.
Phytochemistry, v. 89, p. 53–8, maio 2013.
SOARES, A. T. et al. Comparative Analysis of the Fatty
Acid Composition of Microalgae Obtained by Different Oil
Extraction Methods and Direct Biomass Transesterification.
BioEnergy Research, v. 7, n. 3, p. 1035–1044, 23 mar.
2014.
WARD, O. P.; SINGH, A. Omega-3/6 fatty acids:
Alternative sources of production. Process Biochemistry,
v. 40, n. 12, p. 3627–3652, dez. 2005.
25
constante (ar atmosférico mais 0,5% CO2, v/v) até atingir
fase estacionária. Posteriormente, a biomassa foi separada 20
por centrifugação, congelada e liofilizada. 15
Pesou-se aproximadamente 100 mg de biomassa 10
seca que foi transesterificada segundo método de Hartman e 5
Lago (1973) adaptado para microescala (Menezes et al.,
2013), o qual efetua a conversão de ácidos graxos livres e 0
ligados a acilglicerídeos e a outros lipídeos em ésteres SFA MUFA DUFA TUFA PUFA
metílicos de ácidos graxos (FAMES). A transesterificação Classes de FAME
da amostra foi feita em hexaplicata. Figura 1. Teor de FAME de N. oculata.
A composição de ácidos graxos, na forma de
FAME, foi feita via Cromatografia Gasosa de Alta De acordo com a norma EN 14214 (European
Union, 2010) uma das características mais importantes da
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
512
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusão
A microalga N. oculata apresentou potencial para
produção de EPA. Após a extração dos PUFAs, os ácidos
graxos restantes se enquadrariam à norma EN14214.
5 – Agradecimentos
MCTIC, Finep e Funape
6 - Bibliografia
CEPÁK, V. et al. Optimization of cultivation conditions for
fatty acid composition and EPA production in the
eustigmatophycean microalga Trachydiscus minutus.
Journal of Applied Phycology 2014, 26, 181–190, .
D’ALESSANDRO, E. B.; ANTONIOSI FILHO, N. R.
Concepts and studies on lipid and pigments of microalgae:
A review. Renewable and Sustainable Energy Reviews
2016, 58, 832–84.
EUROPEAN UNION. EN 14214 Automotive fuels - Fatty
acid methyl esters (FAME) for diesel engines -
Requirements and test methods. In: European Committee
For Standardization, 2010.
HARTMAN, L.; LAGO, R. C. Rapid preparation of fatty
acid methyl esters from lipids. Laboratory practice 1973,
22, 475–476.
KNOTHE, G. Dependence of biodiesel fuel properties on
the structure of fatty acid alkyl esters. Fuel Processing
Technology 2005, 86, 1059–1070.
MENEZES, R. S. et al. Avaliação da potencialidade de
microalgas dulcícolas como fonte de matéria-prima graxa
para a produção de biodiesel. Química Nova 2013, 36, 10–
15.
PELTOMAA, E.; JOHNSON, M. D.; TAIPALE, S. J.
Marine cryptophytes are great sources of EPA and DHA.
Marine Drugs 2018, 16, 1–11,.
SAHENA, F. et al. PUFAs in fish: extraction, fractionation,
importance in health. Comprehensive Reviews in Food
Science and Food Safety 2009, 8, 59–74.
SAHU, A. et al. Fatty acids as biomarkers of microalgae.
Palavras Chave: Scenedesmus acuminatus, Westella botryoides, microalga, biodiesel, transesterificação direta, FAME.
de soja, tem potencial para produção de biodiesel superior a rentabilidade para as microalgas S. acuminatus e W.
semente de soja. botryoides.
Dentre essas duas espécies, a S. acuminatus se
Tabela 1. Rendimentos relativos das microalgas ao óleo de destacou também por apresentar perfil de ácidos graxos
soja. adequado para produção de biodiesel, possuindo baixos
Microalga A (mg) B (g/Kg) C (%) teores de TUFA e PUFA, o que indica que tal espécie tem
Soja triturada 13,11 131,15 100,0 grande potencial para a produção de biodiesel em adequada
Westella quantidade e com a qualidade desejada pelo setor de
12,14 121,40 92,6 produção e uso desse biocombustível.
botryoides
Scenedesmus
acuminatus
14,93 149,30 113,8 5 – Agradecimentos
Legenda: A - Massa correspondente a óleo de soja; B - Rendimento relativo LAMES, UFG, Capes e Finep
em óleo de soja por kg de biomassa; C - Percentual relativo ao obtido para a
soja via transesterificação direta. 6 - Bibliografia
Algumas espécies de microalgas têm capacidade de ANTONIOSI FILHO, N. R.; Análise de óleos e gorduras
acumular quantidades significativas de lipídeos quando vegetais utilizando métodos cromatográficos de alta
cultivada, por exemplo, sob condições de estresse resolução e métodos computacionais. 1995. Tese de
fotoquímico, térmico e limitantes de nutrientes (PANCHA Doutorado – Instituto de Química de São Carlos,
et al. 2014). Tal condição de estresse foi aplicada para o Universidade de São Paulo, Brasil.
cultivo da microalga S. acuminatus, a qual passou pelo EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION,
processo de estresse térmico durante seu processo de EN 14214 2008. Automotive fuels – Fatty acid methyl
cultivo, o que pode explicar seu maior potencial de esters (FAME) for diesel engines.
produção de ácidos graxos. MENEZES, R. S.; LELES, M. I. G.; SOARES, A. T.;
O perfil da composição de FAME das microalgas FRANCO, P. I. B. M; ANTONIOSI FILHO, N. R.
evidencia que sua composição foi majoritariamente dada por Avaliação da potencialidade de microalgas dulcícolas como
ácido Palmítico (C16:0) e Oleico (C18:1 cis 9). fonte de matéria-prima graxa para a produção de biodiesel.
A microalga W. botryoides foi a única com a Química Nova, v. 36, n. 1 p. 13, 2013.
presença dos ácidos graxos Margárico (C17:0) e Araquídico PEREIRA, C. M. P.; HOBUSS, C. B.; MACIEL, V. J.;
(C20:0), cujos teores foram inferiores a 1,0 %. FERREIRA, L. R.; PINO, F. B. D.; MESKO, M. F.;
S. acuminatus e W. botryides, apresentaram altos Biodiesel Renovável derivado de microalgas: Avanços e
teores de ácido Palmítico (31,5 % e 27,1 %), característica perspectivas tecnológicas. Química Nova, v. 35, n. 10, p.
que também foi observada na microalga Tetranephris 2013, 2012.
brasiliensis (MENEZES et al. 2013), a qual, assim como as GRIFFITHS, M. J.; HILLE VAN, R. P.; HARRISON, S. T.
microalgas estudas, pertence à família Scenedesmaceae. L.; Selection of direct transesterification as the preferred
Teores elevados para ácido Palmítico e Esteárico tendem a method for assay of fatty acid content of microalgae. Lipids,
conferir baixo ponto de entupimento de filtro a frio ao v. 45, p. 1054, 2010.
biodiesel, o que dificulta sua utilização em regiões com PANCHA, I.; CHOKSHI, K.; BASIL, G.; GHOSH, T.;
baixas temperaturas, contudo, dentre as amostras estudas o PALIWAL, C.; MAURYA, R.; MISHRA, S.; Nitrogen
teor de ácido Esteárico não foi superior a 10% (S. stress triggered biochemical and morphological changes in
acuminatus). Devido ao alto teor de ácido Oléico na the microalgae Scenedesmus sp. CCNM 1077. Bioresource
microalga W. botryoides, sua quantidade de ácidos graxos Technology, v. 156, p. 147, 2014.
insaturados (UFA) é superior ao dobro da sua quantidade de RADMANN, E. M.; COSTA, J. A. V. Conteúdo lipídico e
ácidos graxos saturados. composição de ácidos graxos de microalgas expostas aos
O teor de TUFA (5,1 %) na microalga W. gases CO2, SO2 e NO. Química Nova, 31, 7, 1609-1612,
botryoides encontra-se dentro das especificações da 2008.
EN14214, a qual determina um teor máximo de ácido SAWADA, M. M.; VENÂNCIO, L.L.; TODA, A.T.;
linolênico até 12%. Já o teor de PUFA desta microalga, que RODRIGUES C.E.C; Effects of different alcoholic
é de 1,2%, é superior ao máximo de 1,0% estabelecido pela extraction conditions on soybean oil yield, fatty acid
mesma EN14214, porém é importante destacar que já são composition and protein solubility of defatted meal. Food
conhecidas estratégias que podem diminuir o conteúdo de Research International. v. 62, pg. 662, 2014.
ácidos graxos poli-insaturados via aprimoramento do meio SOARES, A. T.; COSTA, D. C.; SILVA, B. F.; GARCIA,
de cultivo (RADMANN e COSTA, 2008). A microalga R. L.; DERNER, R. B.; ANTONIOSI FILHO, N. R.;
Scenedesmus acuminatus possuiu perfil de ácidos graxos Comparative Analysis of the fatty acid composition of
similar ao de oleaginosas contendo ésteres de 12 a 18 microalgae obtained by different oil extraction methods and
átomos de carbono e apresenta teores de TUFA (8,9 %) e direct biomass transesterification. BioEnergy Research, v. 7,
PUFA (0,8 %) adequados para produção de biodiesel. n. 1, 2014.
4 – Conclusões
Em comparação com a semente de soja, a
produção de lipídeos para conversão em ésteres metílicos
via transesterificação direta se mostrou de adequada
2 - Material e Métodos
4 – Conclusões
Assim, dentre as microalgas estudas como
potencial fonte de matéria-prima graxa para produção de
biodiesel, destaca-se a microalga Chlorella minutíssima que
além de apresentar adequada rentabilidade na conversão do
óleo em ésteres metílicos, apresenta baixos teores ácidos
graxos triinsaturados e poli-insaturados assegurando sua
utilização como matéria prima graxa para produção de
biodiesel que atenda as normas internacionais de qualidade.
A microalga Coelastrum sp. possuiu perfil de
ácido graxo adequado para produção de biodiesel, desde
Figura 1. Rendimento relativo de ésteres das microalgas
que modificações no seu meio de cultivo promovam
em relação a transesterificação direta da soja.
redução no teor de PUFA.
O restante das microalgas não apresentaram
O fato de algumas cepas apresentarem baixos
rendimentos e perfil de ácidos graxos adequados para o
teores em ésteres pode ser explicado caso a colheita dessas
mercado de biodiesel.
microalgas ocorra após 19 dias de cultivo, onde geralmente
Trabalhos futuros deverão ser realizados, a fim de
ocorre a etapa final do seu crescimento partindo para fase
garantir estatisticamente as diferenças significativas entre
de morte celular. A microalga Scenedesmus ecornis, por
os teores de ácidos graxos e o rendimento da
exemplo, passa da fase estacionaria de crescimento celular
transesterificação direta.
para fase de morte celular dentro de 19 a 30 dias (Soares,
2012).
Os FAME que compõem as microalgas definem a
5 – Agradecimentos
qualidade final do biodiesel produzido. Os ácidos graxos
são avaliados principalmente com relação aos teores de LAMES, UFG, Capes e Finep
ácidos insaturados. Apesar de não haver restrições na
regulamentação nacional, a norma EN14214 estipula que o
limite máximo aceitável para o teor de ácido linolênico (Ln) 6 - Bibliografia
– correspondente ao teor de TUFA - é de 12 %; e é de 1 % ANTONIOSI FILHO, N. R.; Análise de óleos e gorduras
o teor máximo admitido para ácidos graxos com mais de vegetais utilizando métodos cromatográficos de alta
três duplas ligações (PUFA). resolução e métodos computacionais. 1995. Tese de
Ao analisar os teores de ácidos graxos das Doutorado – Instituto de Química de São Carlos,
microalgas (Figura 2) que apresentaram maiores Universidade de São Paulo, Brasil.
rendimentos em ésteres com relação a DT de soja, somente EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION,
as microalgas Coelastrum sp. e Chlorella minutíssima, EN 14214 2008. Automotive fuels – Fatty acid methyl
apresentaram aceitáveis teores de TUFA (6,1 %, 10,7 % esters (FAME) for diesel engines
respectivamente), porém somente a microalga Chlorella KNOTHE, G.; Dependence of biodiesel fuel properties on
minutíssima também apresentou teor de PUFA adequado, the structure of fatty acid alkyl esters. Fuel Processing
correspondente a 0,6 %. A microalga Coelastrum sp. Technology, v. 86, p. 1061, 2005.
apresentou 1,9 % para o teor de PUFA, podendo ter esse RAMOS, M. J.; Fernández, C. M.; Casas, A.; Rodríguez,
valor reduzido com modificações no seu meio de cultivo. L.; Pérez, A.; Influence of fatty acid composition of raw
Portanto, por apresentar um teor de PUFA relativamente materials on biodiesel properties. Bioresource Technology,
baixo, quando comparado com os teores de PUFA do v. 100, p. 262, 2009.
restante das microalgas, essa espécie não será descartada SOARES, A. T.; Costa, D. C.; Silva, B. F.; Garcia, R. L.;
como matéria-prima graxa para produção de biodiesel de DERNER, R. B.; ANTONIOSI FILHO, N. R.; Comparative
qualidade aceitável. Analysis of the fatty acid composition of microalgae
obtained by different oil extraction methods and direct
biomass transesterification. BioEnergy Research, v. 7, n. 1,
2014.
Para a característica altura de planta o coeficiente RP003 0,34 5,11 EPAMIG 1 0,37 5,17
de variação relativo indicou o valor de 1,31 ou seja alta Os ganhos com a seleção de genótipos foram de
porcentagem de variação genética. 3,11 para altura, 7,48 para diâmetro do caule, 0,47 para
Tabela 1. Estimativas dos componentes de variância e projeção da copa na linha e 0,52 para projeção da copa na
parâmetros genéticos de genótipos de macaúba. entrelinha (Tabela 2).
Parâmetros
ALT DC PCL PCEL
genéticos 4 – Conclusões
Va 2,26 52,20 0,23 0,22 Houve variabilidade genética entre as progênies de
0,06 3,39 0,04 0,10 macaúba paras as características de altura, diâmetro de caule,
Vparc
projeção da copa na linha e projeção da copa na entrelinha.
Vf 1,44 79,58 0,49 0,40 Houve predominância dos efeitos genéticos de
c2parc 0,04 0,04 0,09 0,24 aditivos na expressão das variáveis.
2
h mp 0,89 0,73 0,62 0,61 As características avaliadas apresentam
coeficientes de herdabilidade de alta magnitude, mostrando
Acprog 0,95 0,85 0,79 0,78 o controle genético e a possibilidade de ganho para o
2 2,07 0,62 0,44 0,68 melhoramento genético dessa espécie.
h ad
CVgi% 30,85 16,58 9,99 9,81 Os genótipos “ACESSO 280” e “ACESSO 283”
apresentaram desempenho favorável para a maioria das
CVgp% 15,42 8,29 4,99 4,90 variáveis avaliadas.
CVe% 11,82 11,35 8,71 8,79
CVr 1,31 0,73 0,57 0,56 5 – Agradecimentos
Média 4,87 43,57 4,77 4,80 Embrapa, CNPq, Capes, UnB e Finep.
Dágon Manoel Ribeiro (UnB/Embrapa Agroenergia. dagonribeiro@hotmail.com), Lorena Costa Garcia (Embrapa
Agroenergia. lorena.garcia@embrapa.br), Letícia Jungmann Cançado (Embrapa Agroenergia.
leticia.jungmann@embrapa.br), Thomas Christopher Rhys Williams (UnB. tcrwilliams@unb.br), Luiz Fernando Roncaratti
(UnB. roncaratti@fis.unb.br), Bruno dos Santos Alves Figueiredo Brasil (Embrapa. bruno.brasil@embrapa.br).
1,2
c LBA#50 CA
b LBA#29 SA
b
1,0
30 b bb LBA#32 SA
g/L
d LBA#39 SA
FAME (%)
0,8
0,6 d d ccc c
LBA#50 SA
d 20 cc
a
0,4 aa
c c
0,2 a aaa a
b bb b
0,0
b
b b b bb c
10 b
a
2 CA
29 CA
A
SA
9 CA
a a baaaa
SA
CA
c b
S a
LBA#50 S
bbb bbbb ab c
LBA#39
LBA#32
c c
LBA#29
LBA#50
a a aa
LBA#3
LBA#3
LBA#
Gama-Linolenic
Eixosadienoic
Alpha-Linolenic
Linolelaidic
(C18:1n9c)
Palmitoleic
(C18:2n6c)
(C18:2n6t)
Independente da concentração de CO2 no ar ser
Palmitic
(C18:2n6)
(C12:0)
Linoleic
(C16:0)
(C16:1)
(C18:2n3)
de 0,04%, os resultados mostram que a aeração constante
Lauric
(C20:2)
Oleic
do meio de crescimento é suficiente para aumentar a
produtividade de biomassa destas microalgas, neste caso
em cerca de 4 vezes.
A diferença dos sistemas com e sem aeração Usando-se os dados de produtividade da
influenciaram no perfil de ácidos graxos das microalgas biomassa algal e seus perfis de ácidos graxos, foi estimada
testadas (Figura 2). No sistema com aeração (CA) as por extrapolação a produtividade anual de biomassa e de
microalgas LBA#39 e LBA#50 obtiveram diferença biodiesel, seguindo as orientações de Cabanelas et al.,
significativa no acumulo do ácido graxo Alpha-Linolenico, (2013), considerando-se produtividade de biomassa em
seguido pelas microalgas LBA#29 e LBA#32, as cultivo de 200 m3.d-1 com 240 dias úteis por ano e a
microalgas quando cultivadas no sistema sem aeração produção de biodiesel com base na taxa de conversão de 1
obtiveram menor fração nesse ácido poli-insaturado. Por kg de ácido graxo para 1 kg de biodiesel. Os resultados
outro lado, observou-se que no sistema sem aeração (SA) a obtidos estão dispostos na Tabela 1.
maior fração identificada foi do ácido palmítico, tendo a
LBA#50 como a microalga que atingiu a maior fração desse
ácido graxo.
Tabela 1. Produtividade de biomassa, de ácidos graxos e de litros de biodiesel das diferentes microalgas cultivadas em
meio BGNIM.
6 - Bibliografia
Brasil BSAF, Silva FCP, Siqueira FG (2017) Microalgae
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Determination of Total Lipids as Fatty Acid Methyl Esters
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
526
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
suposto que são compostos com polaridade média que são 4 – Conclusões
arrastados pelo etanol durante a extração.
O maior rendimento extrativo obtido com o
Tabela 2. Rendimento da Extração com ultrassom solvente etanol pode estar relacionando a extração de outros
utilizando os solventes etanol e hexano. compostos com polaridade semelhante à do etanol.
R e n
dim
en
to(
% )
Em relação à disponibilidade da borra de café no
E
ta
no l H e
x a
n o
1 10,5 2 1 5
,36
Brasil verifica-se grande potencialidade de utilização, pois
4 1
8,6 5 3 16,2 se para a cidade de Matão com cerca de 82 mil habitantes
6 1
5,0 4 5 1 3
,93 há significativa disponibilidade, em metrópoles a
7 2
0,0 4 8 1 6
,99 disponibilidade ocorre em larga escala. Porém, indica-se
examinar fatores como logística e viabilidade de extração
Os resultados das análises Físico-Químicas podem de óleo e posterior produção de biodiesel em escala
ser observados na Tabela 3. industrial para atestar sua viabilidade.
Com tudo conclui-se que a extração por meio de
Tabela 3. Análises Físico-Químicas do óleo da borra de banho ultrassônico é possível. As análises físico-químicas
café de acordo com o método AOCS teor de ácidos graxos mostram que o óleo, apesar de possuir elevada acidez e
livres; índice de; índice de refração; índice de umidade, tem potencial para ser utilizado em forma de
saponificação; índice de peróxidos; matéria insaponificável. blend, já que essa característica pode ser corrigidas e
Índice de acidez 6,82 mg KOH/g diluídas. Para uma matéria prima com essas características,
Índice de peróxidos 173,123 opções alternativas como a esterificação ou a
Matéria insaponificável 14,87% hidroesterificação são mais recomendadas, por ser possível
Densidade relativa 0,5665 g/cm³ trabalhar com óleo em avançado estado de degradação sem
Índice de refração 1,4685 grandes perdas de rendimento.
Índice de saponificação 50,22 mg KOH/g
Índice de Iodo 166,118g KOH/g 5 – Agradecimentos
Umidade 4104,7 ppm
Agradecemos ao Campus Matão do Instituto
Os resultados das análises do perfil composicional
Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo,
em ácidos graxos podem ser observados na tabela 5 e na
MEC e MCTIC pelo fomento ao projeto.
Figura 1.
4,0
sob duas condições de cultivo, usando parâmetros das
trocas gasosas como indicadores. 3,0
2,0
2 - Material e Métodos 1,0
Estacas de seis acessos de Jatropha curcas L. B B B B B B A B B B B A
0,0
(NEF05, NEF07, NEF12, NEF13, NEF14, NEF16) foram NEF13 NEF14 NEF16 NEF07 NEF10 NEF05
plantadas em vasos plásticos de 12 L contendo uma mistura Jatropha curcas L.
Pleno-sol Protegido
de solo e areia (2:1) com 1 planta por vaso em 10 repetições
(cada planta foi considerada uma unidade Figura 1. Taxa transpiratória em acessos de pinhão-manso
experimental). Todas as plantas foram regadas duas vezes (Jatropha curcas L.) cultivadas à pleno sol (barra verde) e
ao dia (às 07h00min e às 18h00min), com 400mL de água, em estufa (barra azul). As colunas são médias (n = 10) e as
a fim de manter o solo na sua capacidade de barras representam o erro padrão da média.
campo. Durante os primeiros dois meses de plantio, o solo Observa-se que os maiores valores da condutância
foi fertilizado com 50mL de uma solução nutritiva estomática foram obtidos em plantas mantidas à pleno-sol,
(Hoagland e Arnon, 1950), ½ força, a cada 15 dias. As contudo uma grande variação foi observada, exceto em
5 – Agradecimentos
Ufes, Fapes e Ifes/ Itapina.
6 - Bibliografia
0
NEF13 NEF14 NEF16 NEF07 NEF10 NEF05
Arruda, F. P. de. Cultivo de pinhão manso (Jatropha curca
Jatropha curcas L.
Pleno-sol Protegido L.) como alternativa para o semi-árido nordestino. Revista
Figura 2. Condutância estomática das folhas dos acessos de brasileira de oleaginosas e fibrosas, v. 8, n. 1, 2004.
pinhão-manso (Jatropha curcas L.) cultivadas à pleno sol Bergamaschi, H.; Dalmago, G. A.; Bergonci, J. I.; Bianchi,
(barra verde) e em estufa (barra azul). As colunas são C. A. M.; Müller, A. G.; Comiran, F.; Heckler, B. M. M.
médias (n = 10) e as barras representam o erro padrão da Distribuição hídrica no período crítico do milho e produção
média. de grãos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.39, p.831-
Quanto à eficiência do uso da água, verifica-se que 839, 2004.
os acessos NEF07, NEF10, NEF13, NEF14 e NEF16 Drumond, M. A. Agronomic performance of different
apresentaram melhores resultados na estufa, enquanto genotypes of physic nut in the semi-arid zone of
apenas plantas de NEF05 mostraram melhores respostas Pernambuco state. Ciência Rural, v. 40, n. 1, p. 44-47,
quando cultivadas em ambiente a pleno sol (Figura 3). 2010.
Plantas de NEF07 apresentaram maior eficiência do uso da Hoagland, D. R., & Arnon, D. I. The water-culture method
água quando cultivadas em estufa. Este comportamento for growing plants without soil. Circular. California
pode se relacionar a que em ambientes a pleno sol este agricultural experiment station. v. 347, n. 2nd edit, 1950.
genótipo apresentou maior abertura estomática (amento em Honorato, C. A. da Silva, C. J., Flores-Quintana, C. I.,
gs) acarretando em aumentos expressivos nas perdas via Mendonça, S., Nascimento, C. A., Marcondes, V. M. Torta
transpiração. Por outro lado, condições de cultivo em estufa de pinhão-manso (Jatropha curcas): implicações
promoveram a redução da condutância estomática levando
hepatotóxicas. Brazilian Journal of Veterinary Research
a diminuições nas taxas transpiratórias, resultando em
and Animal Science. v. 54, n. 2, p. 101-108, 2017.
aumento da eficiência do uso da água (Bergamaschi, 2009).
Laviola, B. G.; Alves, A. A.; Kobayashi, A. K.;
A fotossíntese é entre as variáveis fisiológicas a mais
afetada pelas condições ambientais, caracterizando-se em Formighieri, E. F. Pinhão-manso na Embrapa Agroenergia.
ferramenta chave na seleção de espécies/ou variedades Brasilia: Embrapa Agroenergia, 2015 (Comunicado
adaptadas aos ambientes adversos, por ser a principal fonte Técnico).
de carbono orgânico e de energia para o crescimento e Laviola, B. G. Biometric and biotechnology strategies in
produção de biomassa das plantas (Padilha, 2016), tornando Jatropha genetic breeding for biodiesel production.
assim de grande importância no zoneamento agroclimático Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 76, p.
da cultura definindo áreas aptas para o cultivo (Pereira, 894-904, 2017.
2014). Luttge, U. Interaction of stress factors and the midday
depression in plants with C3: photosynthesis. Physiological
Ecology of Tropical Plants, v.35, p.122-124, 1997.
100,00
Mendonca, S.; Laviola, B. G. Uso potencial e toxidez da
80,00
torta de pinhão-manso. Embrapa Agroenergia.
Comunicado Técnico (INFOTECA-E), 2009.
60,00 Padilha, N. de S., da Silva, C. J., Pereira, S. B., da Silva, J.
A/gs
M1000G PG EE RO
Genótipos 7 0,08 ns 323916,70 ns 45,77** 29750,78 ns Figura 1. Correlações entre as variáveis explicativas NDIF,
Resíduo 21 0,08 296715,65 4,61 37035,04 COMPS, NGS, M1000G, RO e seus efeitos diretos na
Média 3,01 2437,37 33,09 808,64 produtividade de grãos
características de interesse como alto potencial produtivo e Deve-se citar, que mesmo os métodos sendo
baixa estatura de planta. distintos (componentes principais e método hierárquico
Figura 1. Dendrograma representativo da dissimilaridade aglomerativo UPGMA considerando a distância euclidiana
média) os grupos formados em ambos os métodos
aglomeraram quantidades similares de indivíduos,
ratificando a alta variabilidade presente na população e
possibilitando a seleção mais fidedigna de genótipos
divergentes para constituir blocos de cruzamentos.
4 – Conclusões
Existe variabilidade genética entre os genótipos de
macaúba avaliados com grande potencial para serem
utilizados em futuros blocos de cruzamentos do programa de
melhoramento.
5 – Agradecimentos
Embrapa Agroenergia, Embrapa Cerrados, CNPq,
Finep e Universidade de Brasília.
2 - Material e Métodos
Figura 1. Média de produção de frutos de genótipos de
O experimento foi implantado em março de 2011 macaúba avaliados no ano de 2016 a 2018. Planaltina-DF.
na área experimental da Embrapa Cerrados (Planaltina, DF, Médias seguidas pela mesma letra não diferenciam entre si pelo
15°35’30” S e 47°42’30” W, 1.007 m). De acordo com a teste de Tukey à 5% de probabiblidade .
classificação de Köppen (1948), o clima que predomina na
região é tropical com inverno seco e verão chuvoso (Aw), Observa-se que o genótipo G2 foi o mais
ou seja, caracteriza-se por apresentar longo período de produtivo, com média superior a 3.000 kg ha-1, entretanto o
estiagem e concentração de chuvas durante o verão. mesmo só diferenciou estatisticamente dos genótipos G9,
Avaliaram-se 15 famílias de meios-irmãos de G14 e G15, no qual, apresentaram médias próximas a 1.000
macaúba em delineamento experimental blocos ao acaso,
kg ha-1. Todavia, mesmo não diferenciando dos demais
com cinco repetições, três plantas por parcela e
espaçamento de 5 x 5 m, totalizando 225 genótipos, genótipos, tais como G5, G6, G12, dentre outros, o
coletados em diferentes regiões brasileiras. Os genótipos genótipo G2 exibiu superioridade produtiva, com produção
foram agrupados de acordo com as 15 famílias (origem dos superior variando de, aproximadamente, 500 a 1.700 kg ha-
1
genótipos), assumindo assim famílias de meios-irmãos. . Deste modo, a utilização desse genótipo possibilitará
maior rentabilidade anual em detrimento aos demais
genótipos avaliados.
5 – Agradecimentos
Embrapa Agroenergia, Embrapa Cerrados, CNPq,
Finep e Universidade de Brasília.
6 - Bibliografia
ABREU, A.G.; PRIOLLI, R.H.G.; AZEVEDO-FILHO,
Figura 2. Boxplot da produção de frutos de genótipos de J.A.; NUCCI, S.M.; ZUCCHI, M.I.; COELHO, R.M.;
macaúba avaliados nos anos de 2016 a 2018. Pontos COLOMBO, C.A. The genetic structure and mating system
vermelhos representam os outlier e pontos pretos
of Acrocomia aculeata (Arecaceae). Genetics and
representam a média de cada genótipo.
Molecular Biology, 2012, 35, 1-3.
Pode-se observar que oito dos genótipos avaliados AMARAL, F. P. Estudo das características físico-químicas
apresentaram outliers positivos. Esse resultado, torna-se dos óleos da amêndoa e polpa da macaúba [Acrocomia
muito importante, principalmente, pela possibilidade de aculeata (jacq.) Lodd. ex mart]. 2007. 52f. Dissertação
seleção de plantas superiores com alto potencial produtivo. (Mestrado em Agronomia - Área de Concentração em
Dentre os genótipos mais produtivos, deve-se observar os Energia na Agricultura) - Faculdade de Ciências
genótipos G1, G2, G3 e G7, no qual todos apresentaram Agronômicas da Unesp, Botucatu, 2007.
plantas com produção igual ou superior a 10.000 kg ha-1. CONCEIÇÃO, L. D. H. C. S.; JUNQUEIRA, N. T. V.;
Dentre esses genótipos o G2 e G3 se destacam com LICURGO, F. M. S.; ANTONIASSI, R.; WILHELM, A.
produtividade de frutos de aproximadamente 19.000 e E.; BRAGA, M. F. Teor de óleo em frutos de diferentes
15.000 kg ha-1. espécies de macaubeira (Acrocomia spp.) s. In: XXII
Assim, nota-se ampla variabilidade entre e dentre Congresso Brasileiro de Fruticultura. 2013, Bento
os genótipos de macaúba, condizente com a variabilidade Gonçalves, RS. 2012.
observada em populações naturais (Abreu et al., 2012). A DOMICIANO, G.P., ALVES, A.A., LAVIOLA, B.G. AND
grande variabilidade observada, está relacionada ao tipo de CONCEIÇÃO, L.D.H.C.S. Genetic parameters and
reprodução da espécie. Pois de acordo com Scariot et al. diversity in progenies from Macaw Palm based on
(1991) a macaúba é alógama (responsável pela maior morphological and physiological traits. Ciência Rural,
produção de frutos), no entanto, apresenta porcentagem 2015, 45, 9, 1599-1605.
significativa de autogamia. Além disso, deve-se salientar KUMAR, B., GULERIA, S.K., KHANORKAR, S.M.,
que as plantas avaliadas estão nos primeiros anos de DUBEY, R.B., PATEL, J., KUMAR, V., PARIHAR, C.M.,
produção e, deste modo, não expressaram seu potencial JAT, S.L., SINGH, V., YATISH, K.R. AND DAS, A.
produtivo. Justificando-se assim a baixa produção média Selection indices to identify maize (Zea mays L.) hybrids
obtida entre os genótipos. adapted under drought-stress and drought-free conditions in
Entretanto, quando se considera as plantas mais a tropical climate. Crop and Pasture Science, 2016 67(10),
produtivas, pode-se perceber o grande potencial da pp.1087-1095.
macaúba, pois considerando o teor médio de óleo relatado LAVIOLA, B. G. & ALVES, A. A. Matérias-primas
na literatura, variando de 20 a 25% (Amaral 2007; oleaginosas para biorrefinarias. In: VAZ J., S. (Ed.)
Conceição et al 2012) será obtido em média, Biorrefinarias: cenários e perpectivas. Brasília: Embrapa
aproximadamente 4.500 kg ha-1 ano-1 de óleo, valor esse Agroenergia, 2011, 29-43.
bem superior ao rendimento das oleaginosas mais R CORE TEAM. R: The R Project for Statistical
comumente utilizadas, como a soja, mamona, girassol, Computing. Disponível em: <https://www.r-project.org/>.
algodão e amendoim, que apresentam produtividade média Acesso em: 16 de agosto. 2019.
SCARIOT, A.O.; LLERAS, E.; HAY, J.D. Reproductive
próxima de 1.000 ha-1.
biology of the palm Acrocomia aculeata in Central Brazil.
Biotropica, Zurique, 1991, 23, 1, 12-22.
1 - Introdução blocos ao acaso com seis repetições, três plantas por parcela
e espaçamento de 4 x 2 m.
O Brasil possui elevado potencial para produção de Os efeitos genéticos dos marcadores foram
biocombustíveis para atender tanto o mercado nacional previstos na população utilizando 1.000 marcadores SNP’s
quanto o mundial, visto que no âmbito de sua longa e com missing < 5% e MAF > 4%. As análises de seleção
diversificada produção e uso de biocombustíveis foi genômica foram realizadas utilizando o método da regressão
desencandeada pela adoção do Proálcool e do Programa aleatória RR-BLUP (MEUWISSEN et al., 2001). Para
Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). Há estimação dos efeitos das marcas via metodologia RR-
diversas fontes potenciais de oleaginosas no Brasil para a BLUP, o seguinte modelo linear misto foi utilizado (Resende
produção de biodiesel. et al., 2008): y = Xb + Za + e; em que: y é o vetor de
Dentre as culturas potenciais para esta finalidade, observações fenotípicas; b é o vetor de efeitos fixos; a é o
observa-se um destaque relevante para a soja. Uma das vetor dos efeitos aleatórios das marcas; e é o vetor de
maneiras eficazes para solucionar a quantidade limitada de resíduos aleatórios; X e Z são as matrizes de incidência para
matérias-primas tradicionais e os seus preços elevados é b e a.
investimento na melhoria da produção de biodiesel a partir O método de validação cruzada empregado foi o
de óleo vegetal não comestível (Dharma et al., 2016). K-Fold, sendo considerado nesse trabalho k igual a 10 Folds.
Visando garantir, em médio/longo prazo, maior O conjunto de observações foi dividido aleatoriamente em
competitividade do setor de biodiesel torna-se importante a grupos. No processo de análise, 180 genótipos eram
diversificação com novas fontes de matérias-primas utilizados como população de treinamento, e o grupo de 20
potenciais, como o pinhão-manso (Jatropha curcas L.) genótipos restantes eram utilizados como população de
(LAVIOLA et al., 2013). Os melhoristas de plantas perenes validação. Esse procedimento foi repetido por 10 vezes
almejam encurtar os ciclos seletivos e minimizar o tempo (k=10) e todos os grupos de genótipos excluídos foram
para lançamento de cultivares. utilizados na validação.
Para isso uma alternativa que vem sendo empregada Os modelos GS desenvolvidos em cada safra foram
com bastante êxito é a Seleção Genômica Ampla (GWS). avaliados quanto à acurácia na previsão dos valores
Este método permite selecionar genótipos superiores em fase genéticos entre as demais safras. Para esta análise, a precisão
ultraprecoce, reduzindo a necessidade de se avaliar os testes foi calculada pela correlação do GEBV derivado de dados
de progênies (RESENDE et al., 2012b). No caso das culturas coletados nas primeiras safras, com o EBV na segunda e
do pinhão-manso, estima-se que a GWS poderá encurtar o terceira safra. Como a mesma planta é comparada entre as
ciclo de melhoramento de 8 a 10 anos para 2 anos, o que idades (safras), há uma dependência entre uma planta em
causaria um alto impacto na liberação de novas cultivares duas safras diferentes. Portanto, uma validação cruzada com
para o plantio dos agricultores O objetivo deste trabalho foi 10-folds foi realizada conforme descrito anteriormente.
avaliar modelos preditivos em cada safra quanto à acurácia Todas as análises foram realizadas no software R (R Core
na previsão dos valores genéticos entre as demais safras. Team, 2018).
Biomorfología del fruto y características del aceite de pulpa de coco Mbokayá con
potencial para la producción de biodiesel en Paraguay
Juan Daniel Rivaldi Chávez (Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Nacional de Asunción,
danielrivaldi@qui.una.py), Cyndi Páez (Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Nacional de Asunción), Mario Amilcar
Smidt (Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Nacional de Asunción, msmidt@qui.una.py,), Simone Palma Favaro
(Embrapa Agroenergia, simone.favaro@embrapa.br), César Caballero (Facultad de Ciencias Agrarias,Universidad
Nacional de Asunción), Laura Correa (Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Nacional de Asunción), Maria Edelira
Velázquez (Facultad de Ciencias Químicas, Universidad Nacional de Asunción, edelira29@gmail.com)
Palavras Chave: Mbokayá - Acrocomia aculeata, biomorfología, aceite de pulpa
Tabla 1. Diámetros de frutos de Mbokayá obtenidos de las concentración de ácido monoinsaturados (Ác. oleico). La
diferentes regiones del racimo. Tabla 4 presenta la estimación de las propiedades físicas del
Región Diámetros Relación de diámetros biodiesel a ser producido con el aceite de pulpa.
racimo
D (mm) d(mm) D/d d/D Tabla 4 Estimación de los parámetros de calidad del
Apical 31,69 27,44 1,16 0,87
biodiesel a partir de aceite de pulpa de coco Mbokayá
Central 32,89 28,75 1,14 0,87
Propiedad Valor
Basal 32,72 29,19 1,12 0,89 Grado de Instauración, % 75,14
Media 32,43±0,65 28,46±0,75 1,14±0,02 0,88±0,01 Índice de saponificación, mg
194,04
KOH/g
El análisis dimensional de los frutos indica que no Índice de iodo, g (I2)/100 g 69,32
existe diferencia significativa entre los diámetros ni entre la Número de cetano 58,83
relación de los diámetros (D/d y d/D) provenientes de las Long-chain saturated factor (LCSF) 2,84
regiones basal, central y apical del racimo del Mbokayá Punto de obstrucción del filtro en frío (CCPP), °C -7,55
(Tabla 1). El máximo contenido en aceite fue observado en Punto de niebla, °C 4,57
la pulpa obtenida de frutos de la región basal, siendo este Estabilidad oxidativa, (h) 21,34
valor 2,9% superior al observado en la región apical (Tabla Calor de combustión, MJ/kg 36,85
2).
Tabla 2. Características de la pulpa de coco Mbocayá en Muchos de los parámetros estimados en este trabajo
función a la posición en el racimo. para el biodiesel de pulpa de coco Mbokayá satisfacen los
Humedad Aceite Acidez límites establecidos por los standares internacionales.
Región racimo
(%, p/p) (%, p/p) (mgKOH/g)
Apical 48,56 39,08 3,12 4 – Conclusiones
Central 47,38 41,32 3,56 El análisis biomorfológico de los frutos de
Basal 48,37 42,01 3,49 Mbokayá (A.aculeata) indicó diámetro de frutos, humedad y
Media 48,10±0,63 40,80±1,53 3,39±0,24 contenido en aceite próximos para todas las muestras,
independiente de la localización de frutos en el racimo. El
El perfil de ácidos grasos y las características del perfil de ácidos grasos indica una alta concentración de
aceite de pulpa de coco Mbokayá son presentados en la Tabla ácidos insaturados, con predominio de ácido oleico,
3. El contenido es elevado en ácido oleico (C18:1) y ácido característica deseable para la obtención de biodiesel.
palmítico (C16:0), independiente de la región ocupada en el
racimo. El contenido promedio de ácidos grasos saturados
fue de 25,7% (p/p) y superiores a 68% (p/p) en ácidos grasos 5 – Agradecimientos
insaturados. Agradecimientos al Consejo Nacional de Ciencia y
Tabla 3. Perfil de ácidos grasos del aceite de pulpa de coco Tecnología – CONACYT – Proyecto 14-INV-093.
Mbokayá obtenidos de las diferentes regiones del racimo.
Composición por región %(p/p) 6 - Bibliografía
Ácido graso Apical Central Basal
Caprilico, C8:0 0,52 0,75 0,68 AOCS. American Oil Chemists' Society. Official Methods
Caprico, C10:0 0,31 - 0,42 and Recommended Practices of the AOCS. Champaign,
Laurico, C12:0 1,98 2,28 2,13 Illinois, USA: AOCS Press; 2004.
Mirístico, C14:0 1,35 0,98 1,74 COSTA, A.G. Identificação da maturação de frutos da
Palmítico, C16:0 18,2 18,51 17,8 macaúba por meio de características óticas. Tese
Palmitoleico, C16:1 3,44 2,14 3,89 Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2015.
Esteárico, C18:0 2,37 1,73 2,06
FAVARO, S.; CARDOSO, A.N.; CONCEIÇÃO, L.D.C.S;
Oleico, C18:1 59,8 60,2 58,2
Linoleico, C18:2 3,13 5,87 5,45 LEAL, W.G.O.; PIGHINELLI, A.L.M.; SILVA, B.R.;
Alfa-Linolénico, C18:3 1,25 2,12 1,04 CRUZ, R.G.S. Armazenamento e processamento de
Heneicosanoico, C21:0 1,03 0,98 1,28 macaúba. Boletin de Pesquisa e Desenvolvimento –
Saturados 25,76 25,23 26,11 EMBRAPA, Brasilia, 2018.
Insaturados 67,62 70,33 68,58 FRIEDMMAN, A.; PENNER, R. Biocombustibles-
Poli-insaturados 4,38 7,99 6,49 alternativa de negocios verdes. 2009. p78. Disponible:
http://www.mag.gov.py/usaid/biocombustibles-alternativa-
En función del contenido de aceite y perfil de negocios-verdes 2009.pdf
ácidos grasos es posible concluir que los frutos de las KNOTHE, G.; GERPEN, J.V.; KRAHL, J.; RAMOS, L.P.
diferentes regiones del racimo presentan características Manual do Biodiesel. Sao Paulo: Edgard Blucher, 2006.
similares, siendo posible realizar la remoción del racimo NUNES, A. A.; FAVARO, S.P.; GALVANI, F.;
después de la caída del primer fruto para su posterior MIRANDA, C. H. B. Good practices of harvest and
almacenamiento. Esta operación podría reducir los efectos processing provide high quality Macauba pulp oil. Eur J
negativos de una colecta inadecuada y consecuente deterioro Lipid Sci Tech, 2015,117, 2036-43.
del fruto maduro (Costa, 2015). En relación al potencial del TALEBI, A.F., TABATABAEI, M., CHISTI, Y.
aceite de pulpa de coco Mbokayá para la producción de BiodieselAnalyzer: a user-friendly software for predicting
biodiesel, su composición en ácidos grasos es favorable para the properties of prospective biodiesel. Biofuel Res. J. 2014,
la producción de este biocombustible debido a la elevada 2, 55–57.
A acidez, como consequência da hidrólise parcial EMBRAPA SOJA. Tecnologia para produção do óleo de
dos glicerídeos, é um parâmetro variável relacionado com a soja: descrição das etapas, equipamentos, produtos e
natureza e qualidade da matéria-prima, com a qualidade e subprodutos. Londrina: 2015.
pureza do óleo, o procedimento de obtenção e conservação. KINNAL, N.; SUJAYKUMAR, G.; D’ COSTA, S. W.;
Matérias-primas com índice de acidez maior que 0,5% não GIRINKUMAR, G. S. Investigation on Performance of
são adequadas para a transesterificação tradicional, Diesel Engine by Using Waste Chicken Fat Biodiesel. Iop
necessitando de pré-tratamento (VIEIRA, 2017). Os óleos Conference Series: Materials Science and Engineering, v.
desse estudo apresentaram uma porcentagem de ácidos 376, p.1-6, 2018.
graxos livres acima de 0,5%. LABIB, T. M.; HAWASH, S. I.; EL-KHATIB, K. M.;
Nota-se que houve redução no índice de acidez em SHARAKY, A. M.; DIWANI, G. I.; ABDEL KADER, E.
todos os pré-tratamentos, porém, este não foi significativo Kinetic study and techno-economic indicators for base
para o óleo de canola, tal comportamento pode ser catalyzed transesterification of Jatropha oil Petrol. v. 22,
explicado devido ao baixo rendimento na reação de n.1, p. 9–16. 2013.
neutralização, onde nem todo ácido graxo reagiu com a OLIVEIRA, R.; BORGESA, M. F.; VIEIRA, A. T.
base. O índice de acidez elevado de um óleo in natura ADSORÇÃO DE CONTAMINANTES DO BIODIESEL
dificulta sua neutralização, sendo indicativo de sementes de POR FIBRAS DE BAGAÇO MODIFICADAS NA
baixo valor agregado e armazenamento impróprio ou de um SUPERFÍCIE. Química Nova, v. 41, n. 2, p.121-128, 2017.
processamento insatisfatório (VIEIRA et al., 2017). ROSSI, G. Z.; BORGES, I. R.; PEREGO T. F.; TOLEDO,
Os dados apresentam diferença estatística V. D. M.; PEREIRA, L.F.P. Análise técnica da produção do
significativa entre os tratamentos avaliados, onde o processo biodiesel a partir do óleo de fritura residual. The jornal of
de esterificação apresentou maior redução dos índices de engineering and exact scienc. v.4 n.1, p. 1-8, 2018.
acidez do que a neutralização. Segundo Silva et al. (2013), a SANTOS, M. R. M. dos; SILVA, E. A. da; TAVARES, F.
reação de esterificação é recomendada para óleos que Avaliação da transesterificação metanólica in situ de
apresentam mais de 3 mg g-1 KOH. O estudo realizado por Cyperus esculentu Evaluation of methanolic in situ
Vieira et al. (2017) constatou uma redução de 5,4 para 0,48 transesterification cyperus esculentu. Engevista, v. 20, n. 3,
mg g-1 KOH no índice de acidez do óleo bruto de castanha- p.394-407, 2018.
do-Pará submetido a esterificação. SILVA, L. F. L.; GONÇALVES, W. M.; MALUF, W. R.;
Em relação às matérias-primas estudadas, o óleo de RESENDE, L. V.; SOUZA, D. C. Balanço energético da
nabo apresentou maior índice de acidez na neutralização. Já cultura nabo forrageiro visando à produção de biodiesel.
para a esterificação o óleo residual de soja apresentou maior Magistra, Cruz das Almas – Ba, v. 28, n. 2, p.208-214,
acidez. Verifica-se que o óleo de nabo apresentou o melhor 2017.
comportamento nas duas rotas pois apresentou variação no SILVA, T. A. R. da; B. NETO, W. Estudo da Redução da
índice de acidez. Acidez do Óleo Residual para a Produção de Biodiesel
Utilizando Planejamento Fatorial Fracionado. Revista
Virtual de Química, Uberlândia, v. 5, n. 5, p.828-839, out.
4 – Conclusões 2013.
Ambas reações apresentaram redução no índice de TUBINO, M.; ROCHA JUNIOR, J. G.; BAUERFELDT, G.
acidez, sendo a esterificação mais indicada para o pré- F. Biodiesel synthesis with alkaline catalysts: A new
tratamento das matérias-primas propostas neste experimento refractometric monitoring and kinetic study. Fuel, v. 125,
para produção de biodiesel. p.164-172, 2014.
O óleo de nabo apresentou menor índice de acidez VIEIRA, José Sebastião et al. ESTERIFICAÇÃO E
após o processo de esterificação. TRANSESTERIFICAÇÃO HOMOGÊNEA DE ÓLEOS
VEGETAIS CONTENDO ALTO TEOR DE ÁCIDOS
GRAXOS LIVRES. Química Nova, [s.l.], v. 1, n. 41, p.10-
5 – Agradecimentos 16, nov. 2018. Sociedade Brasileira de Quimica (SBQ).
UFPR SETOR PALOTINA
6 - Bibliografia
ANP – Agência Nacional do Petróleo. Disponível em
<www.anp.gov.br>, acesso em 20 de setembro de 2018.
CHIA, S. R.; MASTIGAR, K. W.; SHOW, P. L.; YAP, Y.
J.; ONG, H. C.; LING, T. C.; CHANG, J. Analysis of
Economic and Environmental Aspects of Microalgae
Biorefinery for Biofuels Production: A Review.
Biotechnology Journal, p.1-10, 2018.
DELATORRE, Andréia Boechat; RODRIGUES, Priscila
Maria; AGUIAR, Cristiane de Jesus. PRODUÇÃO DE
BIODIESEL: CONSIDERAÇÕES SOBRE AS
DIFERENTES MATÉRIAS-PRIMAS E ROTAS
TECNOLÓGICAS DE PROCESSOS. Perspectivas Online,
Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p.21-47, jan. 2011.
6 - Bibliografia
(2)temperature -1,24963
implementação de estratégias que possibilitem maior rapidez seletiva da GWS; Tf é o tempo médio para o ciclo de seleção
e eficiência no processo seletivo, e, com a diminuição do com base exclusivamente nos fenótipos; rŷ y é a acurácia com
ciclo de melhoramento, possibilitará agilidade no base na seleção fenotípica; TGWS é o tempo médio para o
lançamento de cultivares para atender a demanda crescente ciclo de seleção com base na GWS (Resende et al. 2012). As
de fontes renováveis de energia. análises de eficiências foram estimadas considerando a
Neste contexto, a Seleção Genômica Ampla (SGA) necessidade de cinco anos para obtenção de adequadas
é uma estratégia promissora para o aumento e eficiência na acurácias fenotípicas. Para a obtenção das acurácias da GWS
seleção, diminuição de custos e aumento do ganho genético foram considerados os tempos de um a três anos.
entre as gerações de melhoramento (RESENDE et al., 2012).
Assim, o objetivo deste trabalho foi estimar o número de
indivíduos necessários para acurácia desejada e eficiência da
3 - Resultados e Discussão
seleção genômica para ganhos na produtividade de grãos em A estimativa do número de indivíduos necessários
pinhão-manso. para se obter acurácia seletiva desejada está apresentada na
Tabela 1. Observa-se a necessidade de se avaliar maior
número de indivíduos quando se almeja maiores estimativas
2 - Material e Métodos de rgg.
Os efeitos genéticos dos marcadores foram Diante do resultado exposto, quando consideramos
previstos em uma população de pinhão-manso utilizando a obtenção da acurácia genômica de 0,70, valor considerado
1.000 marcadores SNP’s. A população composta por 200 como de alta magnitude por Resende e Duarte (2007), será
indivíduos foi obtida em cruzamento fatorial desconexo com necessário avaliar de 10.189 e 174 indivíduos para a
42 genitores. As análises de seleção genômica foram produtividade de grãos na primeira safra e terceira safra,
realizadas utilizando o método da regressão aleatória RR- respectivamente. Nota-se que diferentemente da acurácia
BLUP (MEUWISSEN et al., 2001). Para estimação dos desejada (0,4 a 0,9) o número de indivíduos requeridos será
efeitos das marcas via metodologia RR-BLUP, o seguinte
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
546
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel
superior a 2.000 quando a seleção genômica é aplicada na várias colheitas para atingir acurada seleção fenotípica.
primeira safra. Assim, mesmo quando a acurácia da Seleção Genômica for
Tabela 1. Número de indivíduos requeridos para obter a de mesma magnitude que a obtida com a seleção baseada em
precisão desejada da GWS na população de melhoramento dados fenotípicos, a SGA proporcionará ganhos genéticos
de Jatropha curcas para produção de grãos. superiores, devido a redução do ciclo de seleção.
Número de Indivíduos
Acurácia desejada 4 – Conclusões
Safra 1 Safra 2 Safra 3
0,40 2.020 389 95 Para aplicar a seleção genômica nas primeiras safras
3.535 682 126 são necessários grande número de indivíduos na população
0,50
5.965 1.150 143 de melhoramento. Na presença de poucos indivíduos na
0,60
10.189 1.964 174 população deve-se realizar maior número de safras.
0,70
A seleção genômica apresenta elevada eficiência na
0,80 18.854 3.635 237
seleção de genótipos superiores de pinhão-manso em
0,90 45.212 8.717 328
detrimento a seleção com base em dados fenotípicos.
Quanto a eficiência da seleção genômica em relação
à seleção fenotípica (Tabela 2), pode-se observar a 5 – Agradecimentos
possibilidade de redução do tempo do ciclo seletivo,
permitindo aos melhoristas obtenção de ganhos genéticos de Embrapa Agroenergia, Embrapa Cerrados, CNPq,
Finep e Universidade de Brasília.
forma precoce, sendo uma das grandes vantagens da Seleção
Genômica Ampla.
Tabela 2. Eficiência da seleção genômica comparada com a 6 - Bibliografia
seleção fenotípica em pinhão-manso.
ALVES, R. S.; TEODORO, P. E.; DE AZEVEDO
Anos para SGA Eficiência ARSF (%) PEIXOTO, L.; SILVA, L. A.; LAVIOLA, B. G.; RESENDE,
M. D. V.; BHERING, L. L. Multiple-trait BLUP in
1 2,689 168,94
longitudinal data analysis on Jatropha curcas breeding for
2 2,084 108,43 bioenergy. Industrial crops and products, 2019, 130, 558-
3 3,720 272,04 561
ARSF: aumento em relação à seleção fenotípica LAVIOLA, B. G.; OLIVEIRA, A. M.; BHERING, L. L.;
Ao se reduzir o ciclo seletivo de cinco anos para ALVES, A.; ROCHA, R. B.; GOMES, B.E.; CRUZ, C. D.
um ano, observa-se que a SGA foi 2,689 mais eficiente que Estimates of repeatability coefficients and selection gains in
a seleção com base nos dados fenotípicos para produção de Jatropha indicate that higher cumulative genetic gains can be
grãos. Assim, ao se selecionar, precocemente, na primeira obtained by relaxing the degree of certainty in predicting the
safra os indivíduos superiores por meio as análises de SGA, best families. Industrial Crops and Products, 2013, 51, 70-
o melhorista alcançará ganhos de até 168% em relação a 76.
seleção realizada com base nos dados fenotípicos aos cinco MEUWISSEN, T. H. E.; GODDARD, M. E.; HAYES, B. J.
anos. Prediction of total genetic value using genome-wide dense
Quando aplicamos a seleção genômica no marker maps. Genetics, Austin, 2001, 157, 4, 1819-1829.
segundo ano, torna-se possível ganhos de 108%. Valores RESENDE JR, M. F. R.; MUNOZ, P.; ACOSTA, J. J.;
inferiores aos obtidos no primeiro ano. Todavia, quando a PETER, G.F.; DAVIS, J. M.; GRATTAPAGLIA, D.;
seleção genômica é realizada no terceiro ano, possibilita RESENDE, M. D. V.; KIRST, M.; Accelerating the
ganhos de 272% em relação a seleção fenotípica. Deste domestication of trees using genomic selection: accuracy of
modo, ao se selecionar indivíduos superiores precocemente prediction models across ages and environments. New
por meio da seleção genômica, o melhorista aplicará esforços Phytologist, 2012, 193, 3, 617-624.
nos genótipos com maior potencial e, deste modo, RESENDE M. D. V.; LOPES P, SILVA R. L.; PIRES, I. E
eliminando os genótipos indesejáveis. Por consequência, os Seleção genômica ampla (GWS) e maximização da
custos de manutenção das populações de melhoramento em eficiência do melhoramento genético. Pesquisa Florestal
campo podem ser reduzidos de forma considerável, Brasileira, 2008, 56, 63-77.
possibilitando assim avaliar maior número de populações. RESENDE, M. D. V.; DUARTE, J. B Precisão e controle de
O aumento nos ganhos com a seleção genômica já qualidade em experimentos de avaliação de cultivares.
nos primeiros anos em detrimento da seleção com base nos Pesquisa Agropecuária Tropical, 2007, 37, 182-194.
dados fenotípicos está relacionado, principalmente, pelo fato
do pinhão-manso apresentar baixa repetibilidade
(LAVIOLA et al., 2013), tornando-se necessário realizar
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
547
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel
Palavras Chave: Jatropha curcas L., capacidade preditiva, SNP, melhoramento genético.
4 – Conclusões
A seleção genômica mostra-se potencial para o
melhoramento do pinhão-manso, possibilitando prever
Figura 1. Boxplot da acurácia da seleção genômica obtidas precocemente os fenótipos e reduzir o ciclo de seleção.
pelo modelo RR-BLUP na população de pinhão-manso. Portanto, esta é uma ferramenta importante no
melhoramento do Jatropha curcas.
Quanto a capacidade preditiva (rgy) que equivale a
correlação entre os valores genéticos genômicos e os valores 5 – Agradecimentos
fenotípicos observados, e reflete a consistência das Embrapa Agroenergia, Embrapa Cerrados, CNPq,
informações moleculares em informar sobre o fenótipo Finep e Universidade de Brasília.
(Cavalcanti et al. 2012). Foi observada boa capacidade
preditiva para as safras, indicando a capacidade de se antever 6 - Bibliografia
fenótipos para produção de grãos em ambas as safras (Figura
2). Esses resultados mostram que, de modo geral, os valores CAVALCANTI, J. J. V.; RESENDE M. D. V.; SANTOS F.
de rgy foram maiores para as safras que apresentaram os H. C.; PINHEIRO, C. R. Predição simultânea dos efeitos de
maiores valores de h2a (dados não apresentados). marcadores moleculares e seleção genômica ampla em
cajueiro. Revista Brasileira de Fruticultura, 2012, 34, 840-
846.
DESTA Z. A.; ORTIZ R. Genomic selection: genome-wide
prediction in plant improvement. Trends in Plant Science,
2014, 19, 592–601.
GRATTAPAGLIA D.; RESENDE, M. D. V. Genomic
selection in forest tree breeding. Tree Genetics & Genomes,
2011, 7, 241-255.
LAVIOLA, B. G., OLIVEIRA, A. M., BHERING, L. L.;
ALVES, A.; ROCHA, R. B.; GOMES, B. E.; CRUZ, C. D.
Estimates of repeatability coefficients and selection gains in
Figura 2. Gráficos de dispersão dos valores genéticos Jatropha indicate that higher cumulative genetic gains can be
genômicos estimados via RR-BLUP e valores fenotípicos obtained by relaxing the degree of certainty in predicting the
observados para a produção de frutos de pinhão-manso best families. Industrial Crops and Products, 2013, 51, 70-
avaliados nas três safras. rgy: capacidade preditiva. 76.
MEUWISSEN, T. H. E.; GODDARD, M. E.; HAYES, B. J.
Pode-se perceber então, grande vantagem na GWS, Prediction of total genetic value using genome-wide dense
pois os valores de acurácia e capacidade preditiva indicam a marker maps. Genetics, Austin, 2001, 157, 4, p. 1819-1829.
possibilidade de sucesso na seleção genômica ainda no R CORE TEAM. R: The R Project for Statistical Computing.
segundo ano de avaliação. O pinhão-manso apresenta baixa Disponível em: <https://www.r-project.org/>.
repetibilidade (Laviola et al., 2013), e deste modo, deve-se RESENDE M. D.V.; LOPES, P.; SILVA R. L.; PIRES, I. E.;
realizar várias colheitas para realizar uma acurada seleção Seleção genômica ampla (GWS) e maximização da
fenotípica. Assim, mesmo quando a acurácia da seleção eficiência do melhoramento genético. Pesquisa Florestal
genômica for de mesma magnitude que a obtida com a Brasileira, 2008, 56, 63–77.
seleção baseada em dados fenotípicos, a GWS proporcionará ROCHA R. B.; RAMALHO A. R.;, TEIXEIRA A. L.;
ganhos genéticos superiores, devido à redução do ciclo de LAVIOLA B. G.; DA SILVA F. C.; MILITÃO J.S.;
seleção. Eficiência da seleção para incremento do teor de óleo do
pinhão‑manso. Pesquisa Agropecuária Brasileira. 2012, 47,
Apesar dos resultados promissores, novos estudos 1, 44-50.
são necessários, de forma a aumentar o número de genótipos
Florianópolis, Santa Catarina
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7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
6 - Bibliografia
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BERGMANN, J. C.; TUPINAMBÁ, D. D.; COSTA, O. Y.
A.; ALMEIDA, J. R. M.; BARRETO, C. C.; QUIRINO, B.
3 - Resultados e Discussão F. Biodiesel production in Brazil and alternative biomass
feedstocks. Renewable and Sustainable Energy Reviews
O resultado do potencial energético dos três
2013, 21, 411.
biodieseis estudados pode ser observado na Tabela 1. CASTRO, C. DE. Cultivo de girassol: alternativas de
produção para o semiárido Arapiraca, AL - junho – 2012..
Tabela 1. Poder calorifico superior (PCS) e inferior (PCI) CONGRESSO INTERNACIONAL DA REALIDADE
do biodiesel de soja, milho e girassol.
SEMIÁRIDA; SIMPÓSIO ALAGOANO SOBRE
ECOSSISTEMAS DO SEMIÁRIDO, 2013, 234-237.
B100 PCS (MJ/kg) PCI (MJ/kg) CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA ENERGÉTICA
Milho 40,07 39,89 – CNPE. RESOLUÇÃO Nº 16, DE 29 DE OUTUBRO DE
Girassol 39,26 39,11 2018. Disponível em:
http://www.mme.gov.br/documents/10584/71068545/Resol
Soja 39,56 39,40 ucao_16_CNPE_29-10-18.pdf
Dantas, M. B., Conceição, M.M., Silva, F.C., Santos, I.M.
Observa-se que o poder calorífico do biodiesel de G. e Souza, A.G.1, Transesterificação do Óleo de Milho:
óleo de girassol obteve resultado semelhante ao biodiesel Conversão em Ésteres Etílicos e Caracterização Físico-
de óleo de milho. Sabendo-se que ambas as culturas podem Química. 30 congresso de Biodiesel e 7º Congresso
ser cultivadas em safras alternadas no mesmo solo, pode-se Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e
estudar a possibilidade de maior incentivo da inclusão do Biodiesel, Belo Horizonte 2010.
óleo de girassol na matriz de produção de biocombustível Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- EMBRAPA.
sem comprometer a cadeia do ramo alimentar. Disponível em: https://www.embrapa.br/girassol. Acesso
O B100 de milho obteve um PCS e PCI maior que em 27/08/2019
as demais amostras, porém é importante considerar que a Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE.
proposta é incluir novas fontes alternativas visto que a nova Dispo.nivel em:
resolução estabelece a inclusão obrigatória de 11% de https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1618#resultado. Acesso em:
biodiesel no diesel fazendo com que a adição constante de 25/07/2019
uma nova fonte de matéria-prima seja necessária para suprir PORTE, A. F., SCHNEIDER, R. DE C. DE S.,
a demanda. KAERCHER, J. A., KLAMT, R. A., SCHMATZ, W. L.,
DA SILVA, W. L. T., & FILHO, W. A. S. Sunflower
biodiesel production and application in family farms in
4 – Conclusões Brazil. Fuel, 2010, 89(12), 3718–3724.
Comparando os potenciais energéticos dos doi:10.1016/j.fuel.2010.07.025
biodieseis (B100) do óleo de girassol com do óleo de soja, TORTOLA, S.; SANTANA, H. S.; REIS, É. M.;
responsável por 70% da produção no Brasil, e com o do TARANTO, O. P.; "Reação de transesterificação do óleo de
óleo de milho, lavoura adequada para regiões semiáridas girassol e etanol para a produção de biodiesel em
conclui-se que é possível manter um maior incentivo da microreatores", p. 1583-1588 . In: Anais do XI Congresso
utilização do óleo de semente de girassol como fonte de Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica
matéria-prima para biodiesel visto que além de se equiparar [=Blucher Chemical Engineering Proceedings, v. 1, n.3].
no potencial energético 39,11 MJ/kg com 39,89 MJ/kg e ISSN Impresso: 2446-8711. São Paulo: Blucher, 2015,
com 39,40 MJ/kg para o milho e soja respectivamente, ISSN 2359-1757, DOI 10.5151/chemeng-cobeqic2015-135-
mostra-se viável considerando que sua plantação pode ser 32491-263627
realizada como plantio de safrinha do milho e da soja.
José Augusto Arcelino da Silva (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte,
guttaaugustto@gmail.com), Gustavo de Souza Medeiros (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Norte, gustavo.souza@ifrn.edu.br)
ácido clorídrico 0,5 N até o desaparecimento da coloração O método da densidade relativa determinou a razão
rosa. da massa de óleo em relação à da água por unidade de
O cálculo para a determinação do índice de volume à 25°C.
saponificação é baseado na equação: O teor de óleo da semente de mamão de modo geral é
superior à de algumas sementes oleaginosas como como soja
(𝐴 − 𝐵)𝑥𝐹𝑥20,06 e algodão cujos teores estão em torno de 15 a 17%
𝐼𝑠 =
𝑃 (OLIVEIRA el al.: 2012).
95
grupo de pesquisa também obtiveram uma eficiência de
72% para Scenedesmus sp. a uma concentração de 1 g.L-1.
Em estudos posteriores Teixeira et al. (2017)
90
Eficiência (%)
22% de óleo em relação ao peso do cacho e 3% para o óleo (2010-2015). In: Desenvolvimento, território e
de palmiste (Chia et al., 2009; Brazilio et al., 2012; Bentes biodiversidade: anais eletrônicos SOBER, 2016.
& Homma, 2016) utilizado na fabricação de cosméticos, e BORGES D. J. A.; COLLICCHIO, E.; CAMPOS, G. A. A
nas industrias siderúrgica e química. cultura da palma de óleo (Elaeis guineenses Jacq.) no Brasil
O pinhão manso, Jatropha curcas L., originada no e no mundo: aspectos agronômicos e tecnológicos – uma
México e América Central, possui rendimento de 74,46% revisão. Revista Liberato 2016, 17, 27, 65-77.
(Sousa et al., 2011) e dele se extrai um látex utilizado na BRAZILIO, M; BISTACHIO, N. J,; SILVA, V. de C.;
medicina doméstica. O peso da semente é entre 0,551 a NASCIMENTO, D. D. O Dendezeiro (Elaeis guineensis
0,797 g, de 33,7 a 45% de casca e de 55 a 66% de amêndoa Jacq.): Revisão. Bioenergia em Revista: Diálogos 2012, 2,
(Arruda et al., 2004). 1, 27-45.
A moringa, Moringa oleifera Lam., tem origem no CARVALHO, L. P. SILVA, G. E. L.; LIMA, M. M. de A.;
norte da Índia (Kuete, 2014) e é uma espécie de grande MEDEIROS, E. P.; BRITO, G. G.; FREIRE, R. M. M.
fonte proteica, de Ca, Fe, Vitamina C e carotenoides Variabilidade e capacidades geral e específica de
(Fahey, 2005), principalmente nas folhas (30,3% de combinação para teor de óleo em algodoeiro. Revista
proteína) (Moyo, 2011), apresenta em média 40% de óleo Brasileira de Oleaginosas e Fibrosas 2010, 14, 1, 19-27.
na semente (Oliveira et al., 2012). Como aplicabilidade CAVALCANTE, A. K.; SOUSA, L. B.; HAMAWAKI, O.
agregada, inclui usos medicinais tradicionais é ainda T. Determinação e avaliação do teor de óleo em sementes
potencial para a indústria farmacêutica, além de ser de soja pelos métodos de ressonância magnética nuclear e
comestível. É utilizada na fabricação de cosméticos, soxhlet. Bioscience Journal 2011, 27, 1.
também sendo tradicionalmente empregada na filtração de CAVALCANTI M. T.; BORA, P. S.; CARVAJAL, J. C.
água (Flora; Pachauri, 2011). L.; FLORENTINO, E. R.; SILVA, F. L. H. Análise térmica
A colza, Brassica napus L., planta da qual é e perfil de ácidos graxos do óleo das amêndoas de faveleira
extraída o popularmente conhecido óleo de canola, é (Cnidosculus phyllacanthus Pax. & K. Hoffm) com e sem
originária da Etiópia, adaptada para pouca precipitação e espinho. Revista Verde 2012, 7, 4, 154-162.
temperaturas altas, rendendo 42.8% de óleo (Milazzo Et al., CHECHETTO, R. G.; SIQUEIRA, R.; GAMERO, C. A.
2013). Além de utilizada como combustível vegetal é Balanço energético para a produção de biodiesel pela
empregado para alimentação animal e humana, adubação de cultura da mamona (Ricinus communis L.). Revista Ciência
solo, forragem, e produção de sabão (De Mori; Tomm; Agronômica 2010, 4, 546-553.
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cachos de híbridos interespecíficos entre o caiaué e o
4 – Conclusões dendezeiro. Acta Amazônica 2009, 39, 2, 249-254.
Há uma grande diversidade de oleaginosas, nativas CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento.
e exóticas adaptadas aos diversos solos e climas do Brasil, Perspectiva para agropecuária: Safra 2018/2019. Prévia
sendo potenciais para produção de biodiesel, contribuindo 2018, 6, 34-52.
com a diversificação das culturas em todo o país. Muitas já DRUMOND M. A.; SALVIANO L. M. C.;
são bem conhecidas e amplamente utilizadas, outras CAVALCANTI N. B. Produção, distribuição da biomassa e
necessitam de mais investimento em pesquisa para composição bromatológica da parte aérea da faveleira
investigação do potencial agronômico, bem como dos Revista Brasileira de Ciências Agrárias. 2007, 2, 4, 308-
coprodutos que agreguem valor aos cultivos, a fim de 310.
tornem as oleaginosas mais competitivas no mercado dos FAHEY, J. W. Moringa oleifera: a review of the medical
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girassol influenciados pelo vigor dos aquênios e pela
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7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
de 68%, tendo 2.700 horas de insolação no ano e período com precipitação média anual ente 400 a 800 mm
chuvoso de março a maio. (NÓBREGA, 2001).
Foram avaliadas a produção de sementes de
cártamo em todos os cultivos e a produtividade da soja
utilizada neste trabalho foi a usualmente citada pela 4 – Conclusões
literatura. Considerando-se produtividade anual do cártamo
no Nordeste e da soja no Brasil, o cártamo apresenta-se,
pela primeira vez na história da agricultura, uma oleaginosa
3 - Resultados e Discussão
com potencial de produtividade equiparado com a soja, em
Em cultivos no semiárido do RN, foi verificado relação à produtividade anual das duas espécies. O cártamo
que o cártamo encurta seu ciclo reprodutivo de 140 para 75 pode tornar-se uma alternativa sustentável para produção
dias, com uma produtividade de 1,5 toneladas de sementes racional de biodiesel no Nordeste brasileiro, com a inserção
por hectare, podendo-se chegar a 6 t.ha-1 ao ano, superando da espécie na cadeira produtiva regional e do Nordeste na
a produtividade da soja, estimada em 3 t.ha-1 ano. cadeia energética nacional.
Quanto à quantidade de óleo nas sementes, o
cártamo cultivado no semiárido apresentou até 36% de
óleo, contrastando com 20% de óleo observado na soja. 5 – Agradecimentos
Quanto à produtividade anual de óleo, o cártamo Ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
pode produzir no semiárido 1.980 kg.ha-1 e comparando-se Comunicações (MCTIC) – Governo Federal do Brasil.
com a soja no Brasil que produz 600 kg.ha-1 fica evidente o
potencial do cártamo, despontando-se como alternativa para
produção de biodiesel no Nordeste brasileiro. 6 - Bibliografia
Alguns autores já relataram a possibilidade de
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS
encurtamento do ciclo de vida do cártamo, quando
NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Boletim Mensal do
cultivado sob elevadas temperaturas (ROCHA, 2005), o que
Biodiesel. Ago. 2019.
é especialmente atraente aos produtores de oleaginosas do
CARVALHO, I.S. Evaluation of oil composition of some
semiárido. Alguns autores relatam produção média de
crops suitable for human nutrition. Ind. Crop Prod., v. 24,
sementes por hectare em torno de uma a três toneladas, de
p. 75,–78, 2006
acordo com a tecnologia empregada, e a população, por
EMBRAPA AGROSSILVIPASTORIL. Relatório Aprosoja
hectare é em torno de 180 a 250 mil plantas.
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no desenvolvimento da soja, o que levou alguns produtores OPLINGER, E. S.; et al. Alternative field crops manual.
a precisarem tomar atitudes decisivas como replantar ou até Sesame.1990.
trocar a cultura (LANTMANN, 2016). ROCHA, E. K. Fenologia e qualidade de Cartamos
Para que alcance alta produtividade, a soja precisa tinctorius L. em diferentes populações e épocas de cultivo.
de 450 a 800mm/ciclo de água, assim como outros fatores Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade
ambientais, técnicas de plantio e manutenção do cultivo. Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2005.
Além disso, é suporta temperaturas de no máximo 30ºC SACILIK, K., TARIMCI, C., COLAK, A. Moisture content
(EMBRAPA, 2014). O cártamo apresenta alto desempenho and bulk density dependence of dielectric properties of
com precipitações entre 300 a 600 mm anuais, possui safflower seed in the radio frequency range. J. Food Eng. v.
resistência a altas temperaturas, solos salinos e baixa 78, p. 1111–1116, 2007.
umidade do ar (VIVAS, VIVAS, M. J. Culturas Alternativas – Cártamo, Sésamo e
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espécime com grande potencial para a produção de
biocombustível no semiárido do nordeste brasileiro, região
5 – Agradecimentos
MCTI, Capes, UFRN, IFRN
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4, 83-87.
1 - Introduction 100% of water. Were studied 48 plants per cultivar with eight
repetitions per treatment.
Due to the search for crops with an energetic When the plants were 30 days old the water stress
potential, studies with safflower (Carthamus tinctorius L.) was started in 8 plants of each cultivar with gradual water
for oil extraction for biodiesel production have been reduction at different development stages, as mentioned
intensified. Safflower, presents a high economic value, seeds above, in a continuous and gradual way until the end of the
rich in polyunsaturated and monounsaturated fatty acids, are reproductive cycle, when all the plants were equalized with
important in the paint, biofuels and fuel additives industries, 15% of soil humidity, except the control group. The plants
the species is also adapted to climatic adversities, especially that were not yet submitted to the stress were irrigated just to
drought (Oba et al., 2017). replace the transpiration demand being permanently with the
The energetic purpose of the safflower is due to the soil in field capacity until the treatment was started. All the
high oil content in the seeds and favorable chemical pots were monitored by TDR sensors to check the soil
composition, composed of unsaturated glyceride esters humidity each 2 hours daily.
(90%), oleic acid (20-30%) and linoleic acid (55-88%), About 25 days after sowing, were measured
higher than found in corn, cottonseed soybeans, peanuts or photosynthesis rates (AN). The harvest was conducted at the
olive oil, also has antioxidant properties ideal characteristics end of the life cycle to anatomical and morphological
for the biodiesel production. Regarding to the amount of oil measurements as shoot and root fresh (FW) and dry (DW)
in the seeds, safflower presents values varying from 24 to weights, after drying at 65°C to constant weight as well as
50%, according to the cultivar and cultivation conditions root: shoot ratio based on dry weight. It was evaluated the
(Junior et al., 2017). total root length and surface area; average root diameter and
Some studies showed that oil seed crops can be number of fruits and seeds.
successfully grown in high rainfall areas or in low rainfall At the harvest time the oil was extracted from all
areas with supplemental irrigation. Safflower is more the seeds of the eight replicates for each treatment and
drought-tolerant than some other oil seed crops, therefore cultivar using a KOMET cold press oil machine (model CA
this species is especially suited for dry areas where other oil 59; IBG, Germany) and the average oil content was
seeds are difficult to grow (Weiss, 2000). calculated. Profiles of fatty acids were determined by gas
Faced with the energetic potential of the species and chromatography following cold methylation according to the
its tolerance to adverse climatic conditions, it is evident the International Olive Council (IOC) method (COI/T.20/Doc.
importance of expanding the knowledge on the irrigation No. 24, 2001), as done before (Tietel et al., 2018).
parameters and water use efficiency of the species under Chromatographic analysis was performed using an Agilent
deficit irrigation condition. It is fundamental to know and 6850 N gas chromatograph equipped with mass-
identify morpho-physiological characteristics related to the spectrometer (Agilent Technologies, Santa Clara, CA, USA)
capacity to maintain water status, plant productivity and oil and a DB23 capillary column (60 m long, 0.25 mm diameter,
yield helping to understand the mechanisms of drought 0.25μm film thickness; J&W Scientific, Folsom, CA USA).
tolerance of safflower cultivars and improve the knowledge Helium was employed as the carrier gas. The detector
about the crop and techniques of culture in arid and semi-arid temperature was set at 250°C. The oven temperature was
zones. The present study was carried out to investigate the held at 175°C for 5 min, then increased at 5°C min−1 to
physiological and morphological response of Carthamus 240°C and held for 7 min until the end of the 25 min run. The
tinctorius L. to deficit irrigation in different development injection volume was 1 𝜇L (corresponding to AOCS method
stages with focus on oil parameters to produce biodiesel. The Ch2-91). Fatty acids were identified by comparing retention
amount of water available was artificially restricted starting times with standard compounds (FAME Mix C8–C24,
the water stress in different development stages and the Supelco, Bellefonte, PA, USA). The relative composition of
impact on the water relations, growth, root development and fatty acids in the oil was determined as percentage of total
oil yield were monitored. fatty acids.
Data was subjected by one-way ANOVA analysis.
2 – Materials and Methods All data were presented as means ± SD of eight replications.
This study was carried out in a greenhouse in the
Ben-Gurion University, Sde Boker, Israel. Three safflower
cultivars were evaluated: S333, S518 and S719. The
3 – Results and Discussion
experimental design was a randomized block in the 3 x 6 Drought stress is considered as one of the most
factorial scheme, consisting of three safflower cultivars and important limiting factors in plant productivity and growth.
six stages of development in which water stress was initiated: The adverse effects take place in the many species under
V = Vegetative Stage; V1 = Late Vegetative; F = Flowering; water shortage at any vegetative growth stage.
F1 = Late Flowering; FR = Fruiting Stage; C = Control with
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
563
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Plant responses to water scarcity are complex, (1996) allege that safflower oil content is affected by
involving physio-morphological changes by deleterious irrigation regimes, the higher amount of water during
and/or adaptive modifications affecting plant growth and irrigation favors the oil content in the seed. Our results
development. Crops with high yield potential under drought showed a decrease in seed yield during prolonged water
stress is the target of many agriculture scientists. stress from the beginning of the development, however, the
The results indicated the presence of considerable oil yield was always high under deficit irrigation, in some
genetic variation among cultivars, under water stress samples larger than in the control groups. Bagheri and Sam-
conditions. Daliri (2011) investigating different safflower varieties
The increase of xylem area, especially under water under deficit irrigation showed the seed yield was lower
stress during flowering and fruiting stage, contributes under deficit irrigation, meanwhile the oil content in the
significantly to the conduction of water and photosynthates, seeds was higher under water stress.
especially under water deficit conditions.
Root development was significantly more 4 – Conclusions
pronounced in S518 F and in S719 in all stages except V,
evidencing higher length, surface area, average diameter and In the present research was evident that safflower
total volume. In S333 there were more variations with species responses to water stress with a great tolerance that
greater root development in V1. can be seen in morphology and anatomy changes and oil
The photosynthesis, stomatal conductance and yield. The drought in safflower favored oil yield in all
transpiration rates decreased in all plants under water stress, cultivars studied and the stress should start during the
except at the end of the life cycle, being equivalent between flowering period. These data can be relevant for large-scale
the treatments F1, FR and the Control group due to plants safflower cultivation, since it can be economical in water
senescence. However, despite the decrease in physiological resource, with higher productivity, low damage to the root
rates, seed yield and oil content were higher in cultivars S518 system and reduced production costs and higher oil yield.
and S719 in treatment F and in cultivar S333 in V1.
The amount of oil in the seeds was similar between 5 – Acknowledgement
the cultivars (Fig. 1) and was from 32 to 39%, being smallest
in S333, as well as the seed productivity. MCTIC; UFRN; BGU
6 - Bibliography
10
Oil yield (g lipids/plant)
3 - Resultados e Discussão
O cártamo apresentou produtividade de sementes
em torno de 1065 kg/ha e acima de 35 % em teor de óleo
bruto na semente. A quantidade de óleo no cártamo é
superior ao observado nos cultivares mais produtivos da soja,
os quais apresentam torno de 17% de óleo nas sementes
Figura 1. Carthamus tinctorius L. Fonte: As autoras (Cavalcante, Sousa & Hamawaki, 2011). O observado no
presente estudo corrobora com os dados obtidos por Ekin
Atualmente cártamo tem sido estudado com a (2005), que observou teores de óleo para o cártamo em torno
finalidade bioenergética, para extração de óleo para de 35 a 50%. O autor ainda indica que depois de extraído, o
produção de biodiesel (Sampaio, 2016). O óleo é composto óleo pode ser utilizado para a fabricação de biocombustíveis
por ácidos graxos saturados palmíticos e esteáricos, e ácidos alternativos aos combustíveis de origem fósseis, devido aos
insaturados oleico (30%) e linoleico (70%) (Yeilaghi et al., parâmetros físico-químicos do óleo.
2012), ideais para a produção de biodiesel (Vivas, 2002). A espectrofotometria em infravermelho indicou, na
Segundo dados da Food and Agriculture região de ondas compreendida em 1160 cm-1, a presença de
Organization of the United Nations - FAOSTAT (2018), o bandas de estiramento característicos de grupos funcionais
cártamo é cultivado em vários países no mundo, com de ésteres α,β-insaturados, e em 723 cm-1 observa-se também
destaque para o Cazaquistão. Por ser uma cultura que estiramentos de ligações C=C como observado na Figura 2.
apresenta resistência às condições edafoclimáticas de Essas cadeias são longas e insaturadas, características que
semiárido, sendo pouco sensível às variações de foto-período inferem na presença de triacilglicerídeos, também
e ao déficit hídrico, Beraldo et al. (2009) confirmam que o encontrados no óleo de soja, com expressão majoritária
cártamo se destaca como uma opção para a produção do (Pinho & Suarez, 2017).
biocombustível em ambientes semiáridos. Foram observadas, no óleo de cártamo, bandas na
frequência de aproximadamente 1743 cm-1 com estiramento
característico de grupo carbonila de ésteres. Altos índices de
triacilglicerídios e a presença de ésteres são fatores decisivos FAOSTAT Database, Food and Agriculture Organization of
para a seleção de óleos vegetais visando à produção de United Nations “Word safflower Production and
biodiesel. Como destacado por Stachiw et al. (2016), altos Import/Export Data”. Disponível em
teores de éster e triacilglicerídeos, além da natureza ácida do <http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC> Acesso em 04 de
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VIVAS, M. J. Culturas alternativas – Cártamo, Sésamo e
4 – Conclusões Camelina. Melhoramento, n 8, 2002.
O cártamo tem alta produtividade em sementes YEILAGHI, H. ARZANI, A.; GHADERIAN, M.;
quando cultivado no semiárido e elevado teor de óleo, FOTOVAT, R. FEIZI, M.; POURDAD, S. S. Effect of
superior ao verificado para soja, principal oleaginosa para salinity on seed oil content and fatty acid composition of
produção de biodiesel atualmente no Brasil. O óleo é safflower (Carthamus tinctorius L.) genotypes. Food
composto por grupos de ésteres e triacilglicerídios, chemistry, 130, 618-625, 2012.
essenciais para a conversão em biodiesel. O cártamo mostra-
se como uma cultura promissora no semiárido nordestino,
região ainda pouco explorada para cultivo de oleaginosas,
podendo contribuir com a inserção do Nordeste na cadeia
energética nacional.
5 – Agradecimentos
UFRN; MCTIC; IFRN
6 - Bibliografia
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Santos (UFRN, willamemarinho@gmail.com) Maria Clara Filgueira Gomes de Sousa (UFRN,
clara.filgueira19@gmail.com), Francislayne Cortez da Silva (UFRN, francislaynecortezdasilva@gmail.com), Joziele de
Araújo Melo (UFRN, jozymello1@gmail.com), Mateus Mello de Lima (UFRN, kastop15@gmail.com), Flávia Camylla de
Lima Costa (UFRN, flaviacdlcosta@gmail.com) Alberi Lourenço de Morais Filho (UFRN, franfilhos2011@gmail.com),
Larissa Beatriz Campos Santos (UFRN, larissabeatrizcampossantos@gmail.com), Juliana Espada Lichston (UFRN,
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UFRN
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Autoria própria, adaptado de ANP, 2019. Applied Energy, v. 87, n. 6, p. 1815-1835, 2010.
O gráfico aponta que, na região Norte-Nordeste, a BELTRÃO, N. E. M. Informações sobre o biodiesel, em
produção de soja corresponde a 74%, enquanto o Dendê especial feito com o óleo de mamona. Embrapa
tem uma parcela de aproximadamente 26% e uma Algodão-Comunicado Técnico (INFOTECA-E), 2003.
insignificante presença de algodão com 0.03%. do uso das CARNEIRO, G. A. SILVA, J. J. R. OLIVEIRA, G. A. PIO,
oleaginosas para a produção de biodiesel. Contundo, apesar F. P. B. Use of Microalgae for Biodiesel Production.
da alta porcentagem, a quantidade da produção de biodiesel Research, Society and Development, v. 7, n. 5, p. 01-12,
em m³, dessa região, contínua ínfima quando comparada e1075181, 2018.
com as regiões Sul e Centro-Oeste. Isso ocorre devido ao CHIES, V. Pesquisa encontra microalgas que crescem em
cultivo da soja, mais exclusivamente no Nordeste, ser resíduos e geram biocombustíveis. Embrapa 07 de fev.
restrito a áreas próxima ao litoral. Em 2019 a produção do 2017. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-
Sul e Centro-Oeste, para biodiesel derivado da soja, foi de noticias/-/noticia/20361833/pesquisa-encontra-microalgas-
aproximadamente 333.604,71m³. Enquanto no mesmo que-crescem-em-residuos-e-geram-biocombustiveis>
período, o Norte-Nordeste, para soja, produziu apenas Acesso em: 01 de nov. 2019.
18.799,3m³. Expondo, dessa maneira, o mal CHISTI, Y. Biodiesel from microalgae. Biotechnology
aproveitamento da região. Advances, v. 25, n. 3, p. 294-306, 2007.
O cultivo de microalgas é promissor para produção GAZZONI, D. L. Os desafios do biodiesel de algas. 2016.
de biodiesel, uma vez que não há a necessidade de terras Disponível em:<http://www.gazzoni.eng.br/pagina40.htm>
férteis, tampouco exigência de água doce e/ou limpa, Acesso em: 30 agosto 2019.
podendo ser cultivadas em líquidos residuais como da International Energy Agency. Global Energy & CO2 Status
indústria do petróleo e do processamento do óleo do dendê Report. Global Energy & CO2 Status Report. 2018, ed.
(EMBRAPA, 2017). Dessa maneira, os biocombustíveis de March, p. 1-15
origem de microalgas são uma eficiente alternativa aos KAYA, M. D., IPEK, A., OZTORK, A. Effects of different
combustíveis fósseis (Carneiro et al. 2018), além disso, a soil salinity levels on germination and seedling growth of
produtividade das microalgas pode ser até 100 vezes maior safflower (Carthamus tinctorius L). Turk. J.Agric. For.,
do que o de produtos agrícolas tradicionais (EMBRAPA, v.27, p.221–227, 2003.
2017). Ademais, de acordo com Chisti (2007), o biodiesel MARCHETTI, J. M.; MIGUEL, V. U.; ERRAZU, A. F.
derivado de microalgas é o único combustível renovável Possible methods for biodiesel production. Renewable and
que pode, potencialmente, substituir completamente Sustainable Energy Reviews, v. 11, n. 6, p 1300-1311,
combustíveis líquidos derivados do petróleo, no entanto 2007.
carecem de avanços tecnológicos para cultivo com preços MIRANDA, J. R.; PASSARINHO, P. C.; GOUVEIA, L.
competitivos e em larga escala. Bioethanol production from Scenedesmus obliquus sugars:
the influence of photobioreactors and culture conditions on
4 – Conclusões
biomass production. Appl Microbiol Biotechno, v. l96, p.
Indubitavelmente, as regiões Norte e Nordeste 555–564, 2012.
possuem potencial para suportar produção de MONTOYA, Sebastián Giraldo. Developedment
biocombustível a partir de microalgas, e um enorme characterization of the palm fruit macaúba. 2013. 62 f.
potencial para a produção de biocombustíveis derivados de Dissertação (Mestrado em Plantas daninhas, Alelopatia,
plantas oleaginosas, adaptadas ao clima semiárido. No Herbicidas e Resíduos; Fisiologia de culturas; Manejo pós-
entanto, mesmo com todo o exposto, somente a Bahia é colheita de) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,
expressiva na produção de biocombustíveis do Nordeste, 2013.
com o dendê, à medida que o Norte produz somente cerca OLIVEIRA, F. de A. et al. Produção do algodoeiro em
de 1% do total nacional. Nota-se que o Norte-Nordeste não função da salinidade e tratamento de sementes com
utiliza bem todo seu potencial para a produção de regulador de crescimento. Revista Ciência Agronômica, v.
biocombustíveis por falta de técnicas de cultivo em 43, n. 2, p. 279-287, 2012.
detrimento da falta de pesquisas que possam inferir em uma SINGH, N. K.; DHAR, D. W. Microalgae as second
maior participação na produção de biodiesel nacional. generation biofuel. A review. Agronomy Sustainable
Development, v. 31, p. 31:605–629, 2011.
5 – Agradecimentos
ocorreu porque para algumas espécies de microalgas a O nitrogênio auxilia na composição de proteínas e
diferença nas condições de crescimento no local de coleta e aminoácidos, na clorofila e no DNA da célula. Como
as condições de laboratório (meio de cultura, temperatura, também, ele é essencial para as funções de fotossíntese,
luminosidade) são limitantes (Wu et al., 2014). Segundo respiração, síntese de proteínas, formação de genes e no
Scheffer et al., (2001) as mudanças graduais na oferta de crescimento celular. O papel do nitrogênio no metabolismo
nutrientes e na salinidade podem induzir mudanças drásticas celular é fundamental, pois é componente de todos os
na composição das espécies do fitoplâncton. aminoácidos (enzimas e outras proteínas), assim como nos
No primeiro dia foi observado um pequeno pigmentos. O fósforo é um nutriente importante para o
número de células com um maior predomínio da crescimento de algas. No cultivo de microalgas, a fonte de
Desmodesmus sp1 e a espécie 2 não identificada. Após este fósforo é principalmente fornecida na forma de o
período inicial observou-se a modificação das espécies ortofosfato (PO4). Este nutriente é o responsável pela
encontradas com a predominância de Monoraphidium sp., transferência de energia nas células e formação da
Desmodesmus sp2, Scenedesmus sp. e Chlorella sp. Ao membrana celular e ácidos nucleicos (Chen & Chen, 2006).
passar dos dias Desmodesmus sp1 não foi mais encontrada e Os critérios de seleção da espécie, Chlorella sp.,
Chlorella sp. continuou presente, apresentando uma cinética propostos neste estudo, foram relacionados com a cinética
de crescimento elevada. de crescimento da microalga, pois é necessário cepas que
No oitavo dia foi possível perceber o predomínio respondam aos meios de cultivo e que apresentem altos
de Chlorella sp., na salinidade 5 PSU. Por isso, a curva de parâmetros de crescimento. Com isso, estas podem se
crescimento foi construída para essa espécie. Analisando a tornar candidatas a uma grande variedade de produtos com
curva de crescimento, verificou-se no primeiro dia a fase de alto valor agregado no qual podem ser utilizados na
ajuste ou “lag”, onde ocorre o início de uma cultura em um indústria farmacêutica, alimentícia e energética.
novo meio (Figura 1). As células algais se mostraram com
uma adaptação rápida às condições do meio. Assim, cultivos
iniciados a partir de inóculos com células em fase 4 – Conclusões
exponencial de crescimento, como neste caso, apresentam Dessa forma, foi possível observar que há uma
uma rápida fase de “lag”. Além disso, ao fazer a inoculação grande diversidade de microalgas clorófitas na região
com células nestas condições pode se reduzir, litorânea do Rio Grande do Norte. Dentre as sete espécies
substancialmente, o tempo requerido para o rápido encontradas, a que menos se adaptou ao meio de cultura foi
crescimento celular. Desmodesmus sp1. Por outro lado, Chlorella sp apresentou
Nos dias 02, 03, 04 e 05 observou-se um rápido os melhores resultados , chegando a fase estacionária em
aumento no número de células passando de 10,3 x 10 6 um curto tempo de 6 dias. Baseado nisso, a microalga
células/ml para 35,7 x 106 células/ml. Este desenvolvimento Chlorella sp pode ser uma futura candidata nativa para
crescente está aliado ao consumo de nitrogênio e fósforo cultivos massivos .
aportados no meio. Após este crescimento exponencial foi
observado no 6° dia uma estabilidade do número de células,
na qual podemos considerar como fase estacionaria 5 – Agradecimentos
(Figura1).
Figura 1. Curva de crescimento de Chlorella sp. em meio UFRN
6 - Bibliografia
40
35 CHISTI, Y. Biodiesel from microalgae. Biotechnology
106 x células/ mL
4 – Conclusão
Houve variabilidade para a produção de grãos. Os
genótipos 2 e 48 são os mais divergentes, logo são
recomendados para que realizem cruzamentos a partir dos
mesmos, visando o ganho na seleção destes indivíduos.
5 – Agradecimento
Figura 1. Dendrograma representativo da dissimilaridade Embrapa Agroenergia, Embrapa Cerrados, CNPq,
genética entre 70 genótipos de pinhão-manso, utilizando a Finep e Universidade de Brasília.
distância de Mahalanobis e o método de agrupamento
UPGMA.
Tabela 2. Agrupamento de 70 genótipos de pinhão-manso 6 - Bibliografia
com base na distância de Mahalanobis e método de
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III 41, 62, 40, 28, 44, 27, 65 C.E.; SANTOS, A. S.; SOUSA, L.C.A.; OLIVEIRA, T.S.;
IV 6, 16, 17, 57, 1, 50, 33, DIAS, D.C.F.S. Cultivo de pinhão manso (Jatropha curcas).
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V 9, 60, 54, 34, 47, 51, 42, 35, 43
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Worldwide Collection of Corchorus Olitorius L. Germplasm
Using Microsatellite Markers. Biotechnology and
Figura 1. Análise dos componentes principais. Foram Biotechnological Equipment 2018, 32, 961–67.
formadas cinco populações de acordo com as características
de interesse para culturas. Populações 1: P_X_P; 2: P_X_R;
3: R_X_R; 4: T_X_R e 5: T_X_T.
4 – Conclusão
Há variabilidade genética entre os genótipos
avaliados, sendo que a variabilidade dentro da população é
maior do que a interindividual.
Foram formados cinco populações na análise de
PCA, onde indivíduos da população 1 são mais próximos do
e os da população 3 são os mais distantes.
5 – Agradecimento
Embrapa Agroenergia, Embrapa Cerrados, CNPq,
Finep e Universidade de Brasília.
6 - Bibliografia
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HÁ, J.; KIM, M. Y.; CHITIKINENI, A.; VARSHNEY, R.
K.; LEE, S. H.. Genetic Diversity of Jatropha Curcas
Collections from Different Islands in Indonesia. Plant
Genetic Resources: Characterization and Utilization 2018.
16, 334–42.
2 - Material e Métodos
A semente de mamão foi obtida no refeitório do
IFRN/Campus Nova Cruz. Após serem submetidas ao Fonte: Autor
processo de lavagem e secagem, foram armazenadas em
recipientes de plástico até obter-se a quantidade necessária A extração do óleo da semente de mamão por meio
para realizar os testes. Em seguida, a umidade da matéria do Ultrassom apresentou resultados satisfatórios. Ao utilizar
prima foi determinada utilizando a metodologia descrita pelo a temperatura de 40 °C durante 30 minutos, o teor de óleo
Instituto Adolfo Lutz (2008). obtido foi igual a 15,32%. A 50 °C durante 15 minutos, o
Posteriormente, realizou-se o rendimento de óleo rendimento foi de 14,99%. Já na temperatura de 50 °C,
na biomassa estudada. Utilizou-se o aparelho de Soxhlet, entretanto, durante 30 minutos, o teor obtido foi de 15,10%.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
575
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
As ondas ultrassônicas ao entrarem em contato com as Tabela 02: Caracterização físico-química do óleo da
amostras realizam um tipo de “degradação” que permite o semente de mamão.
solvente atuar com maior objetividade nas sementes, Parâmetros Óleo de mamão
extraindo uma quantidade considerável de óleo em um
intervalo de tempo relativamente pequeno. A Tabela 01 fisico-químicos
retrata as informações apresentadas anteriormente:
Densidade (g/cm3) 0,9268
Tabela 01: Teor de óleo na semente de mamão Índice de Acidez 18,7300 ± 0,43
utilizando a técnica de ultrassom em diferentes
condições de temperatura e tempo. (mg KOH g-1)
Fonte: Autor
4 – Conclusões
Apesar de possuir um índice de acidez um pouco
superior ao recomendado para óleos vegetais, o óleo de nim
apresenta-se como um material confiável visando a sua
utilização na produção de biodiesel por meio da
transesterificação convencional.
5 – Agradecimentos
IFRN e PROPI/RE/IFRN.
Rendimento (Kg ha )
-1
CD34: 118,4417 - 6,6733DAE + 0,0984DAE2 r2:0,979 1000
200
200 0
17 34 51 68
100
Espaçamento entre linha (cm)
Figura 2. Rendimento de grãos da canola submetida a
0 1a
35 42 47 51 56 61 65 70 75 79 84 91 diferentes espaçamentos de semeadura e ocorrência de
Dias após a emergencia(DAE) drenagem superficial do solo (CD, com drenagem; SD, sem
drenagem) em ambiente com ocorrência periódica de
500 SD17: 92,4497 - 5,16699.DAE + 0,1133.DAE2 r2:0,987 elevação do nível do lençol freático.
SD34: 98,7545 - 4,9808.DAE + 0,0673.DAE2 r2:0,9936
SD51: 68,9455 - 3,9263.DAE + 0,0569.DAE2 r2:0,9823
400 SD68: 113,1251 - 5,0306.DAE + 0,0599.DAE2 r2:0,987 Neste sentido, pode-se destacar que a pratica da
drenagem superficial foi determinante para elevar
300 expressivamente o rendimento de grãos da cultura. Esse
resultado representa uma evidência muito forte de que é
possível intensificar os sistemas de produção na depressão
200
central do Rio Grande do Sul com cultivo de canola no
período de outono-inverno.
100
0
4 – Conclusões
35 42 47 51 56 61 65 70 75 79 84 91
1b A redução do espaçamento entre linhas de plantas
Dias após a emergencia(DAE)
de canola favorece o acúmulo de massa de matéria seca da
Figura 1. Acúmulo de matéria seca total de plantas de
parte aérea da canola.
canola submetidas a diferentes condições de cultivo (CD:
A implantação do sistema de drenagem superficial
com drenos superficiais-1a, SD: sem drenos-1b) e
do solo através de sulcos proporciona maiores rendimentos
espaçamentos entre fileiras de plantas (17, 34, 51, 68 cm)
de grãos para a cultura da canola.
até máximo índice de área foliar. Santa Maria, RS.
A utilização de drenagem superficial do solo por
meio de sulcos de 25 cm também favoreceu ao 5 – Agradecimentos
desenvolvimento das plantas, incrementando maior Embrapa Trigo, CNPq, Capes.
acúmulo de MST. Estes incrementos foram de 126,7, 151,8,
140,1 e 132,7 g m-2 superiores em relação a sua ausência
respectivamente nos espaçamentos 0,17, 0,34, 0,51 e 0,68 6 - Bibliografia
m entre fileiras de plantas. Pode-se então constatar que na
média houve um acumulo de matéria seca 55% superior EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
com a adoção de drenagem superficial do solo. AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro Nacional de
Para a variável rendimento de grãos da cultura Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de
obteve-se efeito significativo entre sistemas de drenagem solos. 3.ed. Brasília, 2013. 353p.
do solo e entre espaçamentos entre linhas de cultivo. No FERREIRA, D. F. SISVAR: a computer statistical analysis
desdobramento destes fatores observa-se um ajuste system. Ciência e Agrotecnologia, 2011, 35, 1039-1042.
quadrático para ambos os sistemas em relação à variação de HELDWEIN, A.B.; BURIOL, G.A.; STRECK, N. A. O
espaçamento com máximos rendimentos para linhas clima de Santa Maria. Ciência e Ambiente, 2009, 38, 43-58.
espaçadas em 0,41 e 0,46 m, no sistema com e sem KRÜGER, C. A. M. B.; SILVA, J. A. G. ; MEDEIROS, S.
drenagem superficial do solo, respectivamente. Obteve-se L. P. ; DALMAGO, G. A. ; SARTORI, C. O. ; SCHIAVO,
um rendimento máximo aproximado com e sem dreno de J. . Arranjo de plantas na expressão dos componentes da
1244 e 122 kg ha-1, respectivamente, o que representa uma produtividade de grãos em canola. Pesquisa Agropecuaria
superioridade de 1.196 % para a prática da drenagem Brasileira, 2011, 46, 1448-1453.
superficial em relação à ausência desta no rendimento de TARTAGLIA, F. L.; RIGHI, E. Z. ; ROCHA, L. ;
grãos. MALDANER, I. C. ; SALBEGO, E. ; HELDWIEN, A. B. .
Water excess in different phenological stages of canola
cultivars. African Journal Of Agricultural Research, 2018,
13, 2563-2569.
1 - Introdução Santa Maria (UFSM) (latitude: 29° 43’ 23’’S, longitude: 53°
43’ 15’’W e altitude: 95 m). O clima da região, conforme
Na região Sul do Brasil, após a colheita das lavouras critérios de Köppen, é subtropical úmido com verão quente
de verão, os produtores dão início à semeadura das culturas (Cfa), sendo a média do mês mais quente maior do que 22
de inverno, como trigo, cevada e aveia, pois além da questão °C, e precipitação pluvial normal, distribuída de forma
econômica, quando os preços são atrativos, essas culturas uniforme nas quatro estações do ano, com 1712 mm anuais
têm importante papel agronômico. Dessa forma, mesmo (HELDWEIN; BURIOL; STRECK, 2009).
perante a incerteza de rentabilidade, a semeadura de inverno Corrigiu-se d acidez para o pH 6.0, com 2,5 ton de
é imprescindível em função de seus benefícios indiretos. Ela calcário (PRNT 80%), conforme recomendação (SBCS,
pode ser realizada através da incorporação ao solo, utilizando 2016) antes do preparo convencional do solo com
semeadoras, ou pelo processo da sobressemeadura, prática escarificação e gradagem, visando uniformizar a área. A
que consiste em semear uma cultura antes da colheita da semente de soja, cv. NA 5909 RG de hábito de crescimento
anterior, lançando a semente sobre a superfície do solo, seja indeterminado, recebou inoculante líquido específico,
via terrestre ou aérea. conforme recomendação. A semeadura da soja ocorreu em
A sobressemeadura é uma pratica tradicional, 21/11/ 2017 com auxílio de uma semeadoura de plantio
utilizada principalmente para os cultivos de inverno, visando direto com linhas espaçadas em 0,5 m. A adubação de base
a rotação de culturas e ou formação de pastagens. e cobertura seguiu a recomendação para cultura conforme
Independente da cultura em que for realizada, essa técnica (SBCS, 2016). Após a emergência das plantas de soja,
traz a vantagem da antecipação no estabelecimento da controlou-se as ervas daninhas com duas aplicações do
cobertura do solo e um adiantamento de até três semanas nas herbicida sistêmico. Para a prevenção e controle de doenças
áreas destinadas ao pastejo (OLIVEIRA et al., 2005), sendo foram realizadas duas aplicações de fungicidas com os
uma prática muito utilizada na região Sul para melhorar princípios ativos Azoxistrobina + Ciproconazol e
oferta de alimento. Esta pratica demanda maior quantidade Difenoconazol e duas aplicações do inseticida com
de sementes, visto que a semente é depositada sobre o solo, princípios ativos Tiametoxam e Lambda-cialotrina, para que
ficando mais exposta a intempéries e possíveis predadores a cultura da soja mantivesse maior duração de área foliar
do que na semeadura incorporada tradicional. sadia, proporcionando as melhores condições agronômicas
Há carência de informação sobre a para o estabelecimento da canola em sobressemeadura.
sobressemeadura da canola às culturas de verão, tais como Realizou-se a sobressemeadura da cultura da canola
de qual a densidade de sementes a utilizar e momento mais quando a soja atingiu os estádios R5 e R7 de
adequado para sua realização, que entre outros fatores desenvolvimento, de acordo com a escala Fehr-Canivess,
limitam a utilização desta técnica na implantação das sendo realizadas à lanço manual em 01/03/2018 para o
lavouras, necessitando-se estudos para expandir seu uso. estádio R5 e em 21/03/2018 para o estádio R7 da soja. A
O conhecimento e a identificação de novas técnicas colheita da soja foi realizada em 12/04/2018, sendo a
de semeadura auxiliam também na elaboração e aplicação de semeadura de canola em linha (tratamento testemunha)
estratégias de manejo dos cultivos dentro de um sistema de realizada em 16/04/2018. A adubação química foi realizada
produção das unidades rurais. Uma correta escolha da na sua totalidade em cobertura de acordo com a análise de
densidade de semeadura deve ser feita para que seja possível solo, seguindo as indicações do manual de adubação e
atingir a melhor distribuição das plantas na área, diminuindo calagem para a cultura da canola (SBCS, 2016).
os espaços livres que podem ser ocupados por plantas O delineamento experimental utilizado foi em
oportunistas. Assim, visando ampliar a área cultivada da blocos ao acaso com quatro repetições por tratamento, em
canola na região central do Rio Grande do Sul, como uma um esquema fatorial 4 x 2, sendo o fator densidade na parcela
opção rentável para os produtores rurais, objetivou-se principal 3 kg ha-1 (recomendado para a cultura no método
experimentar a sobressemeadura para dar maior agilidade de em semeadura direta), 6 kg ha-1, 12 kg ha-1 e 18 kg ha-1 e o
implantação e opção de antecipação do estabelecimento da fator estádio de desenvolvimento da cultura da soja (R5 e
cultura da canola sem reduzir sua produtividade, visando dar R7). No bloco também foi implantada uma testemunha
subsídios técnicos a um sistema mais intensivo de rotação de semeada em linha seguindo a recomendação para a cultura
cultivos com produtividade média anual de grãos maior. da canola, realizada quatro dias após a colheita da soja,
totalizando 36 unidades experimentais, cada uma com área
de 5 m2 (3 m x 5 m). As parcelas foram dispostas lado a lado
2 - Material e Métodos no sentido norte sul com área útil de 8 m².
O experimento foi conduzido na área experimental A colheita da canola ocorreu manualmente quando
do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de os grãos mudarem da cor verde para marrom na porção
intermediária do rácemo, colhendo-se uma área de 0,25 m2 no estádio R7 (Tabela 1), sendo os valores de produtividade
na parte central da área útil da. Estas plantas foram maiores que a média de produtividade do Rio Grande do Sul,
transferidas para um galpão fechado, até atingirem que foi 1.343 kg ha-1 no ano de 2018 (CONAB, 2018). Essa
aproximadamente 10% de umidade. Posteriormente produtividade foi similar a obtida no tratamento testemunha,
realizou-se a trilha manual e a separação das impurezas, semeada da forma tradicional em linha logo após a colheita
seguida de avaliações dos componentes de produtividade. da soja na densidade de 3 kg ha -1, isto é, 26 dias após a
A produtividade de grãos foi determinada após a sobressemeadura realizada quando a soja se apresentava no
serem separados das impurezas, pesando-se os grãos e estádio de desenvolvimento R7.
convertendo-se sua massa para a unidade de kg ha-1. Nos contrastes 3, 4 e 5, onde foram comparados os
Os dados de produtividade foram submetidos a diferentes tratamentos de densidade de sementes da
análise de contrastes ortogonais a 5% de probabilidade de sobressemeadura realizada quando soja estava em R5 na
erro, para se comparar as semeaduras em R5 e R7 com a variável produtividade, não houve diferença significativa.
testemunha. O contraste 6 indicou diferença significativa
(Tabela 1), na comparação da produtividade do tratamento 3
kg ha-1 de semente de canola sobressemeada no estádio R7
3 - Resultados e Discussão da soja com as demais densidades sobressemeadas em R7,
Para a avaliação da produtividade foi utilizado o mostrando-se inferior aos tratamentos com quantidades de
teste de comparação de médias por contrastes ortogonais, semente de 6, 12 e 18 kg ha-1
obtendo-se significância para poucos contrastes (Tabela 1). Quando foram comparadas as produtividades dos
Isso provavelmente se deve à grande variabilidade de tratamentos 6 kg ha-1 com 12 e 18 kg ha-1 e 12 kg ha-1 com
densidade de plantas originada pelo procedimento de 18 kg ha-1 entre si, nos contrastes 7 e 8, respectivamente,
sobressemeadura realizado de forma manual e a uma verificou-se não haver diferença entre as produtividades dos
provável maior variabilidade espacial das condições de mesmos, podendo-se assim recomendar a densidade de 6 kg
germinação das sementes de canola sobre a superfície do solo ha-1 como semente suficiente para um estabelecimento
do que a que ocorre quando se faz a semeadura em linha no inicial adequado da cultura da canola, quando a
solo. sobressemeadura é realizada no estádio R7 da soja e há
condições propícias para a germinação das sementes.
TABELA 1 – Contrastes ortogonais para a
produtividade de canola nas épocas de sobressemeadura R5,
4 – Conclusões
R7 e Testemunha1 e sua média obtida (kg ha-1), em Santa
Maria, RS.
Tratamentos Médias C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 A canola tem a capacidade de se estabelecer e
3 kg R5 261,1 1 1 3 0 0 0 0 0 desenvolver no sistema de sobressemeadura, quando a
6kg R5 331,8 1 1 -1 2 0 0 0 0 mesma for realizada no estádio R7 de desenvolvimento da
12kg R5 348,1 1 1 -1 -1 1 0 0 0 soja, sendo a maior produtividade alcançada com 12 kg de
18 kg R5 368,4 1 1 -1 -1 -1 0 0 0 sementes por ha. Porém pode-se recomendar a
3 kg R7 1919,9 1 -1 0 0 0 3 0 0 sobressemeadura de no mínimo 6 kg de sementes por ha,
6kg R7 2527,2 1 -1 0 0 0 -1 2 0 visto que a diferença de produtividade provavelmente não
12kg R7 2721,6 1 -1 0 0 0 -1 -1 1 cobriria os custos com quantidade de semente maior.
18 kg R7 2548,1 1 -1 0 0 0 -1 -1 -1
Testemunha 1301,6 -8 0 0 0 0 0 0 0
1
Estimativa 613,0 -8407,3* -265,0 -53,0 -20,3 -2037,3* -215,3 173,5 5 – Agradecimentos
Semeada 4 dias após a colheita da soja; C1= contraste das
sobressemeadura R5 e R7 com a testemunha; C2 = contraste ente R5 e R7; CAPES, CNPQ, EMBRAPA Trigo e UFSM
C3= contraste do tratamento 3 kg R5 com 6, 12 e 18 kg em R5; C4 contraste
do tratamento 6 kg R5 com 12 e 18 kg em R5; C5 contraste do tratamento
12 kg R5 com 18 kg em R5; C6= contraste do tratamento 3 kg R5 com 6, 6 - Bibliografia
12 e 18 kg em R7; C7 contraste do tratamento 6 kg R5 com 12 e 18 kg em
R7; C8 contraste do tratamento 12 kg R5 com 18 kg em R7; * significativo
a 5% de probabilidade de erro, pelo teste F
CONAB. COMPANHIA NASCIONAL DE
ABASTECIMENTO. Companhia Nacional de
Abastecimento. Acompanhamento de safra brasileira:
Quando foram comparadas as duas épocas de grãos, Décimo levantamento, Safra 2017/18. 2018, Brasília,
sobressemeadura com a testemunha (C1 = Contraste 1), a julho.
análise de variância pelos contrastes ortogonais indicou que HELDWEIN, A.B.; BURIOL, G.A.; STRECK, N. A. O
não há diferença significativa (Tabela 1), evidenciando que a clima de Santa Maria. Ciência & Ambiente 2009, 38, 43-58.
técnica de sobressemeadura da canola à soja pode ser
OLIVEIRA P.P.A.; PRIMAVESI A.C.; CAMARGO A.C.;
indicada e a mesma provavelmente não trará perdas na
RIBEIRO W.M.; SILVA E.T.M. Recomendação da
produtividade se a densidade de plantas estabelecidas for de
sobressemeadura de aveia forrageira em pastagens tropicais
pelo menos 40 Pl m-2.
No contraste 2 (C2) foi comparada a produtividade ou subtropicais irrigadas. São Carlos: Embrapa Pecuária
para a sobressemeadura entre as duas épocas (R5 e R7), Sudeste; 2005. Comunicado técnico, 61
obtendo-se diferença entre elas (Tabela 1). As melhores SBCS - SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO
produtividades foram auferidas nas unidades experimentais SOLO. Comissão de Química e Fertilidade do Solo - RS/SC.
em que a sobressemeadura foi realizada quando a soja estava Manual de adubação e calagem para os Estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina 2016, 10a. Ed. Porto Alegre.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
584
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Andressa Janaína Puhl (Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, andressa.puhl@hotmail.com), Arno Bernardo
Heldwein (UFSM, heldweinab@smail.ufsm.br), Francilene de Lima Tartaglia (Instituto Federal de Alagoas - Campus
Piranhas, fran.tartaglia@yahoo.com.br), Leidiana da Rocha (UFSM, leidi-r1@hotmail.com), Jocélia Rosa da Silva (UFSM,
joceliarosa.s@gmail.com), Paulo Eugênio Schaefer (pauloeugenioschaefer@gmail.com), Mateus Leonardi (UFSM, mateus-
leonardi@hotmail.com).
Palavras Chave: Brassica napus L., tolerância a excesso d’água, produtividade de óleo.
rendimento de óleo. O maior teor de óleo nos grãos foi obtido Tabela 2- Rendimento de óleo (RO, Kg ha -¹) de grãos de
para o híbrido Hyola 61 no cultivo sem o uso de dreno. Para canola em função de drenos e genótipos no agrícola de 2015
os demais híbridos não houve diferença entre o uso ou não em Santa Maria – RS.
da drenagem. No cultivo com dreno, o maior teor de óleo foi Rendimento de óleo (kg ha-¹)
obtido com o híbrido Hyola 411, sendo esta 6,6 e 2,7 % Hyola 61 Hyola 433 Hyola 411
superior aos híbridos Hyola 61 e Hyola 433, Com dreno 560,4 Aa 568,0 Aa 543,5 Aa
respectivamente. Já no cultivo sem dreno, o híbrido Hyola Sem dreno 607,9 Aa 465,1 Bb 460,3 Bb
61 apresentou maior teor de óleo, sendo 8,2 e 3,8 % maior CV1 (%) = 3,15
que nos grãos da Hyola 411 e da Hyola 433 (Tabela 1).
CV2 (%) = 10,24
O maior teor de óleo do híbrido Hyola 61 no cultivo Médias seguidas por letras iguais minúsculas na coluna e maiúsculas na
sem dreno, pode estar relacionado ao grau de maturação dos linha não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro.
grãos, que pode ter sido mais avançado no cultivo sem dreno,
uma vez que a emergência das plântulas foi mais rápida e
mais uniforme neste cultivo, refletindo na colheita de grãos 4 – Conclusões
mais maduros e maiores, com maior teor de óleo. Hyola 61 foi o híbrido que apresentou o maior teor
O maior teor de óleo no cultivo sem dreno também e rendimento de óleo, em ambos os tratamentos.
pode estar relacionado ao menor peso de grãos, pois quanto O híbrido Hyola 61 tem maior potencial produtivo
maior o peso de grãos, menor o teor de óleo dos grãos e apresenta maior tolerância ao excesso hídrico que os
(DUARTE et al., 2008). O teor de óleo e o peso de grãos híbridos Hyola 433 e Hyola 411.
determinam o rendimento de óleo. Assim, maiores valores
de teor de óleo para o híbrido Hyola 61 no cultivo sem dreno
e para o híbrido Hyola 411 no cultivo com dreno, pode ser 5 – Agradecimentos
uma resposta a um estresse, visto que o estresse pode resultar EMBRAPA –Trigo, UFSM, CAPES, CNPq
no aumento do teor de óleo nos grãos, sem resultar em
maiores valores de rendimento de óleo (ALVES et al., 2013).
6 - Bibliografia
Tabela 1- Teor de óleo (TO, %) de grãos de canola em função
de drenos para o excesso hídrico e dos genótipos no ano ALVES, G. da S.; TARTAGLIA, F. de L.; ROSA, J. C.;
agrícola de 2015 em Santa Maria – RS. LIMA, P. C. de; CARDOSO, G. D.; BELTRÃO, N. E. de M.
Teor de óleo (%) Períodos de interferência de plantas daninhas na cultura do
girassol em Rondônia. Revista Brasileira de Engenharia
Hyola 61 Hyola 433 Hyola 411 Agrícola e Ambiental 2013, 17, 275- 282.
Com dreno 34,7 Bb 36,8 Ba 37,0 Aa
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO.
Sem dreno 38,3 Aa 36 Aba 35,4 Ba
Acompanhamento da safra brasileira de grãos, v. 6 - Safra
CV1 (%) = 2,69 2018/189, n. 11, 2019 Brasília, DF, 107p.
CV2 (%) = 3,24 DUARTE, A. P.; CARVALHO, C. R. L.; CAVICHIOLI, J.
Médias seguidas por letras iguais minúsculas na coluna e maiúsculas na
linha não diferem pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. C. Densidade, teor de óleo e produtividade de grãos em
híbridos de milho. Bragantia 2008, 67, 759-767.
A utilização do dreno contribuiu positivamente para TOMM, G. O.; WIETHÖLTER, S.; DALMAGO, G. A. e
os híbridos Hyola 411 e Hyola 433 atingirem maiores valores SANTOS H. P. dos. Tecnologia para produção de canola no
de rendimento de óleo. Observou-se um aumento de 18 a Rio Grande do Sul. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2009. 41p.
22% no rendimento de óleo, respectivamente, em relação ao (Documentos Online, 113).
cultivo sem dreno. Contudo, para o híbrido Hyola 61 o uso STRECK, E. V.; KÄMPF, N.; DALMOLIN, R. S. D.;
de dreno exerceu efeito contrário e reduziu em 7,8% o KLAMT, E.; NASCIMENTO, P. C. do. SHNEIDER, P.;
rendimento de óleo quando comparado ao cultivo sem dreno. GIASSON, E. e PINTO, L. F. S. Solos do Rio Grande do
No cultivo com dreno os resultados de rendimento de óleo Sul. - 2 ed. Porto Alegre: EMATER/RS-ASCAR, 2008.
obtidos foram semelhantes, enquanto que sem dreno o maior 222p.
valor de rendimento de óleo foi obtido para o híbrido Hyola ZOU, X.; HU, C.; ZENG, L.; CHENG, Y.; XU, M. e
61 (Tabela 2). ZHANG, X. A comparison of screening methods to identify
Maiores valores de rendimento de óleo são waterlogging tolerance in the field in Brassica napus L.
resultados almejados para a cultura da canola, visto que o during plant ontogeny. Plos One 2014, 9, 1-9.
óleo constitui o produto comercial mais valorizado, utilizado
tanto para o consumo humano, quanto para a fabricação de
biodiesel. Portanto, genótipos que atingem valores mais *O presente trabalho é parte da dissertação de mestrado
elevados de teor de óleo e produtividade de grãos são intitulada: “Respostas agronômicas e ecofisiológicas da
desejáveis, pois resultam em maior rendimento de óleo. cultura da canola ao excesso hídrico (TARTAGLIA, F. de
Os melhores resultados de rendimento de óleo L)”.
obtidos para o híbrido Hyola 61 podem ser explicados pelo
maior teor de óleo nos grãos, principalmente no sistema sem
dreno, juntamente com a maior produtividade de grãos,
refletindo em maior rendimento de óleo por hectare.
é possível que ao aumentar a temperatura até os 950°C, como nutrientes, maior espaço para crescimento radicular, ou pelas
feito neste trabalho, encontrassem valores mais próximos. diferenças edafoclimáticas, que podem ter favorecido o
Figura 1. Teor de umidade e extração de voláteis melhor desenvolvimento.
(endosperma e casca) de sementes de Jatropha mollissima
(Pohl) Baill. IFBA – Campus Porto Seguro (BA). 4 – Conclusões
Para o tamanho das sementes e as mudas houve
Interior heterogeneidade, o que é esperado quando se estuda espécies
nativas que ainda não foram domesticadas. Os valores de
teor de umidade e da extração de voláteis para as sementes
Casca
foram próximos aos encontrados na literatura.
0 20 40 60 80 100
5 – Agradecimentos
Voláteis (%) Umidade (%)
Ao Núcleo de Ecologia e Monitoramento
Já para o estudo do desenvolvimento inicial do Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São
pinhão-bravo, das 226 sementes plantadas, aos 30 dias, Francisco (UNIVASF), no Campus de Petrolina - PE pela
somente 79 haviam germinado (Tabela 2). doação das sementes.
Tabela 2. Altura (cm), diâmetro do colo (mm) e número de
folhas (unid.) de 79 mudas de Jatropha mollissima (Pohl)
6 - Bibliografia
Baill., na 1ª, 2ª, 3ª e 4ª avaliação (30, 45, 60 e 75 dias após AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
semeadura, respectivamente). IFBA – Campus Porto Seguro MATERIALS. Standard Test Method for Moisture
(BA). Analysis of Particulate Wood Fuels. West Conshohocken,
2019.
Avaliações
1ª 2ª 3ª 4ª CASTRO, Antônio Sérgio; CAVALCANTE, Arnóbio.
Parâmetros
Altura (cm) Flores da Caatinga. Campina Grande - PB: Instituto Nacional
Média 5,01 7,38 8,05 8,65 do Semiárido, 2010, 1. p. 87-88.
Desvio Padrão 1,37 1,35 1,61 1,85 LIMA, Jéssica O.; RIOS, Jeison B.; TREVISAN, Maria T.
Máximo 8,70 10,50 12,50 17,90 S.; GALLÃO, Maria I. Morphological characterization of
Mínimo 2,40 4,40 3,00 5,00 fruits and seeds of Jatropha mollissima (Pohl) Baill.
Diâmetro do colo (mm) (Magnoliopsida: Euphorbiaceae). Brazilian Journal of
Média 5,10 8,73 12,30 15,99 Biological Sciences, 2015, v. 2, n. 4, p. 263-269.
Desvio Padrão 0,80 1,43 1,63 1,99 MDA – PNPB: Sobre o Programa in Secretaria de
Máximo 7,20 11,30 15,30 20,50
Agricultura Familiar e Cooperativismo. Ministério da
Mínimo 2,80 5,10 7,50 8,90
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasília. Disponível
Número de folhas (unid.)
Média 2 3 4 4 em: <http://www.mda.gov.br/sitemda/secretaria/saf-
Desvio Padrão 0,00 0,64 0,66 0,84 biodiesel/sobre-o-programa>. Acesso em: 27 Ago. 2019.
Máximo 2 5 5 6 QUEIROZ, Messias F. de; FERNANDES, Pedro D.; NETO,
Mínimo 2 2 2 2 José D.; ARRIEL, Nair H. C.; MARINHO, Francisco J. L.;
LEITE, Saulo F. Crescimento e fenologia de espécies de Jatropha
Obteve-se os valores médios, ao final do durante a estação chuvosa. Revista Brasileira de Engenharia
experimento, de 8,65 cm para a altura, e 15,99 cm para o Agrícola e Ambiental, 2013, v. 17, n. 4, p. 405-411.
diâmetro do colo, e de 4 (quatro) para o número de folhas, SILVA, Dimas A. da; MARCHIORI, Fernanda;
apresentando uma baixa variação (Tabela 2). ANDRADE, Clarice de. Comportamento da semente de
Tabela 2. Valores da média e do desvio padrão da altura pinhão-manso (Jatropha curcas L.) sob diferentes
(cm), diâmetro do colo (mm) e número de frutos (unid.) de temperaturas visando à utilização energética. Floresta e
mudas de Jatropha mollissima (Pohl) Baill. IFBA – Campus Ambiente, 2012, v. 19, n. 4, p. 414-421. Disponível em:
Porto Seguro (BA). <https://floram.org/doi/10.4322/floram.2012.046>. Acesso
em: 24 ago. 2019.
Altura Diâmetro do Numero de
Parâmetros (cm) colo (mm) folhas (unid.) SOUZA, Danilo D.; CAVALCANTE, Noelly B. Biometria
n % n % n % de frutos e sementes de Jatropha mollissima (Pohl) Baill.
𝑥̅ +1 s 74 93,7 65 82,3 69 87,3 (Euphorbiaceae). ACTA biológica catarinense, abr-jun.
𝑥̅ +2 s 76 96,2 77 97,5 78 98,7 2019, v. 6, n. 2, , p. 115-122. Disponível em
𝑥̅ +3 s 78 98,7 79 100,0 79 100,0 <http://periodicos.univille.br/index.php/ABC/article/view/6
Total 79 79 79 63>. Acesso em 24 ago. 2019.
SILVA, Felipe F. M.; TARGINO, Kelyson C. F. Rendimento e
Queiroz et al. (2013), em seu experimento análise físico-química do óleo extraído das sementes do pinhão
comparativo entre crescimentos de diferentes espécies de
bravo (Jatropha mollissima Muell. Arg.). In: CONGRESSO
Jatropha em período chuvoso na Paraíba, em 2009, DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DO IFRN, 9., Currais Novos.
observou, aos 75 dias após semeadura, altura média de 17,23 Anais eletrônicos... Currais Novos: IFRN, 2013. p. 1326-1334.
cm e diâmetro médio de 17,16 cm para o pinhão-bravo, Disponível em:
valores superiores ao encontrados no presente estudo, que <http://portal.ifrn.edu.br/pesquisa/editora/livros-para-
podem ser justificados pela maior disponibilidade de download/anais-do-ix-congic-ifrn>. Acesso em: 24 ago. 2019.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
588
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
Figura 1. Teor de unidade e extração de voláteis Houve heterogeneidade para o tamanho das
(endosperma e casca) das sementes de pinhão de purga sementes, o que é esperado quando se estuda espécies
(Jatropha ribifolia (Pohl) Baill.). IFBA – Campus Porto nativas. Por se tratar de uma espécie com grande potencial
Seguro (BA). industrial, são necessários estudos voltados para a
caracterização de J. ribifolia.
Após trinta dias de semeadura, das 416 sementes,
houve apenas a germinação de uma delas (±2%) que foi 5 – Agradecimentos
posteriormente transplantada para copo plástico com
substrato (Figura 2). Ao Núcleo de Ecologia e Monitoramento
Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São
Francisco (UNIVASF), no Campus Petrolina - PE pela
doação das sementes.
6 - Bibliografia
ASTM E871-82. Standard Test Method for Moisture
Analysis of Particulate Wood Fuels. ASTM International,
West Conshohocken, 2019.
ASTM E872-82. Standard Test Method for Volatile
Matter in the Analysis of Particulate Wood Fuels. ASTM
International, West Conshohocken, 2019.
BATTILANI, Joanice Lube; SANTIAGO, Etenaldo Felipe;
SOUZA, Andréa Lúcia Teixeira de. Morfologia de frutos,
sementes e desenvolvimento de plântulas e plantas jovens de
Figura 2. Muda de pinhão de purga (Jatropha ribifolia Maclura tinctoria (L.) D. Don. ex Steud. (Moraceae). Acta
(Pohl) Baill.) em casa de vegetação, aos 75 dias após Bot. Bras., São Paulo, v. 20, n. 3, p. 581-589, Sept. 2006.
semeadura. IFBA – Campus Porto Seguro (BA). FLORA - Jatropha in Flora do Brasil 2020 em construção.
Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em:
Baixos índices de germinação (±10%) já foram <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB17584>.
observados em matrizes coletadas no município de Jequié Acesso em: 27 Ago. 2019
(Bahia) (Lyra et al., 2012). Após três meses de semeadura, o LYRA, D.H. et al . Parâmetros genéticos de frutos, sementes
pinhão de purga apresentava altura de 13 cm, diâmetro de e plântulas de Jatropha ribifolia (Pohl) Baill.
15,3 mm e 6 folhas (Figura 3). É importante que novos (Euphorbiaceae). Rev. bras. plantas med., Botucatu , v. 14,
estudos sejam realizados a fim de confrontar os poucos n. 4, p. 579-585, 2012 .
trabalhos existentes e complementem as informações sobre MDA – PNPB: Sobre o Programa in Secretaria de
a caracterização da espécie. Agricultura Familiar e Cooperativismo. Ministério da
Estudos sobre descrição morfológica de frutos, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasília. Disponível
sementes e plântulas podem esclarecer questões relativas à em: <http://www.mda.gov.br/sitemda/secretaria/saf-
taxonomia, filogenia e ecologia, podendo ser uma ferramenta biodiesel/sobre-o-programa>. Acesso em: 27 Ago. 2019.
para tecnologia e produção de mudas (Battilani et al., 2006). Thapa, Sunil; Indrawan, Natarianto; Bhoi, Prakash. An
overview on fuel properties and prospects of Jatropha
biodiesel as fuel for engine. Environmental Technology &
Innovation, v. 9, p. 210-219, 2017.
Crescimento inicial de pinhão manso cultivadas em solo arenoso na Costa do Descobrimento -BA
Bartolo Elias Barrios Barrios (barrios@ifba.edu,br), Indaína S. E. Santos (indainaevelynn@gmail.com), Heloisa Loriato
Coelho Lopes (loriatoheloisa1@gmail.com), Karina Perelo Lopes (karinaperelolopes@gmail.com), Thyane Viana Cruz
(thyvc@yahoo.com.br).
Palavras Chave: Jatropha curcas L (gênero L4P49), desempenho vegetativo, características agronômicas.
2 - Material e Métodos
O experimento foi instalado no campo
Experimental Expedito Parente do Campus IFBA, no
Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da
Bahia, município de Porto Seguro - BA, situado na latitude
de 16°25’59.7” S 39°05’44.1 W. O Clima é tropical,
existindo uma pluviosidade significativa ao longo do ano em
Porto Seguro. Segundo a Köppen e Geiger a classificação do
clima é Af, a temperatura média é 23 a 27 °C.
O período de condução do experimento foi de
novembro de 2017 a agosto de 2018. O delineamento
inteiramente casualizados, com total de vinte e oito plantas,
cada planta sendo considerada uma repetição. Figura 01 – Valores médios de altura de plantas de Jatropha
Foi realizada a análise do solo para determinação curcas L (genótipo L4P49) em dias após a emergência
das características físicas e químicas (Tabela 01). O solo (DAE) no município de Porto Seguro, localizado na Costa
apresenta alto pH 7,9 e 8,3, com a ocorrência de carbonato do Descobrimento- BA.
de cálcio e magnésio livres e são baixas as disponibilidades Analisando a característica altura das plantas,
dos micronutrientes e micronutrientes. Cabe frisar o observa-se um incremento exponencial a partir dos 135 DAE
processo de acidificação do solo não é um manejo de fácil com altura máxima aos 195 DAE de 75cm. Corroborando
aplicação, portanto a identificação plantas que se com os relatos de Laime et al. (2011), que observaram altura
desenvolvam nessas condições são estratégias interessantes de plantas de pinhão manso em torno de 58,75 cm aos 150
para a diversificação da matriz produtiva local. dias após sua germinação. Assim observar-se que o genótipo
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
591
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
6 - Bibliografia
DIAS, L. A. S.; MISSO, R. F.; RIBEIRO, R. M.; FREITAS,
R. G.; DIAS, P. F. S. Agro combustíveis: perspectivas
futuras. Bahia: Análise & Dados, v. 18, n. 4, p. 539-547,
2009.
EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas
Gerais). Coletânea sobre pinhão manso. 2003. 86p.
Disponível em: http://www.epamig.br/index. Acesso em:
Figura 02 – Valores médios de diâmetros dos caules da
29/08/2019.
Jatropha curcas L (genótipo L4P49) em dias após a
LAIME. E. M. O., ANDERSON S. DA S.; EPITÁCIO DE
emergência (DAE) no município de Porto Seguro, localizado
A. F.; VERA L. A. DE L.; DAYANE C. DE S. O. -
na Costa do Descobrimento- BA.
Crescimento inicial do pinhão manso. Engenharia Ambiental
- Espírito Santo do Pinhal, v. 8, n. 3, p. 154-162, jul/set.,
Para a característica diâmetro de plantas observa-se
2011
um incremento e progressivo, estando de acordo com
OLIVEIRA I. R. S., OLIV. EIRA. F. N., MEDEIROS. M.
diversos trabalhos com a cultura do pinhão manso. De
A., SALVADOR BARROS TORRES. S.B., FRANCISCO
acordo com Oliveira et al. (2010), os diâmetros em condições
JOSEKLÉBIO VIANA TEIXE. F. V.T. - Crescimento
salinas apresentam media 8,2 cm, valores próximos ao
Inicial do Pinhão-Manso (Jatropha Curcas L.) Em Função da
encontrados nessa pesquisa entre 135 e 195 DAE.
Salinidade da Água de Irrigação, Revista Caatinga, Mossoró,
V. 23, N. 4, P. 40-45, out/dez., 2010.
PAULINO, J, FOLEGATTI. M.V.; FLUMIGNAN, D. L.;
ZOLIN, C. A.; BARBOSA JUNIOR, C. R. A.; PIEDADE,
S. M. de S. Crescimento e Qualidade de Mudas de Pinhão-
Manso Produzidas em Ambiente Protegido. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental.v.15, n.1, p,
2011.
STAUT L. A., SILVA. C. J., YGOR K. DA S.; SCHIAVO.
J. A. - Crescimento de plantas de pinhão-manso sob
competição com plantas daninhas: 2 – Caule e Ramificações,
II Congresso Brasileiro de Pesquisas de Pinhão-Manso,
Brasília - DF 2011.
VALE, L. S.; SEVERINO, L. S.; BELTRÃO, N. E. DE M.
Figura 03- Valores médios do número de ramificações da Efeito da Salinidade da Água Sobre o Pinhão Manso. In:
Jatropha curcas L (genótipo L4P49) em dias após a Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia do Biodiesel. 1,
emergência (DAE). 2006, Brasília. Anais... Brasília: IBPS. Anais... 2006. p.87-
Observou-se variações no número de ramificações 90.
quando as plantas atingirem altura média de 45 cm a partir
dos 150 DAE (Figura 1 e Figura 3). Esses valores estão
compatíveis com os encontrados por Staut et al. (2011) que
observaram valores de 1,5 número de galhas aos 150 dias.
Tais informações biométricas são importantes para manejo
de plantas daninhas e condução da cultura.
4 – Conclusões
O crescimento inicial do pinhão manso (genótipo
L4P49) apresenta boa resposta biométrica nas condições
edafoclimáticos da região do Extremo Sul da BA.
A cultura do pinhão manso poderá ser uma alternativa
para as áreas com solos arenosos na região. Dessa forma,
aponta-se a necessidade continuidade de pesquisas com a
cultura na região.
Figura 1. Valores médios mensais de temperatura do ar (°C) 8389 apresenta crescimento determinado; altura média 77
e precipitação (mm), durante os meses de março a outubro cm/planta; E o cultivar MSOY 8808 IPRO apresenta
de 2019, nas condições climáticas de Porto Seguro – BA. crescimento determinado; altura média 87 cm/planta.
Fonte: INMET.
Na figura 2 estão apresentados a variação temporal
do número de folhas dos diferentes cultivares soja na região 4 – Conclusões
Extremo Sul da Bahia. Verifica-se variação no De modo geral, as características agronômicas de
desenvolvimento das folhas entre os cultivares avaliados. altura de planta (cm) e número total de folhas indicam baixo
desempenho vegetativo dos cultivares MSOY 8389, MSOY
8808 IPRO e TMG 1288 RR nas condições edafoclimáticas
do Extremo Sul da Bahia.
5 – Agradecimentos
À Pró-reitoria de Extensão, pelos recursos
disponibilizados.
Ao Programa Tutorial de Educação PET-
Figura 2. Variação do número total de folhas (NF) e dias Licenciaturas, pelas bolsas concedidas.
após a emergência (DAE) de três cultivares de soja, na À Profª. Drª. Thyane Viana da Cuz pelo auxílio e
região Extremo Sul da Bahia. orientação ao decorrer da pesquisa.
Ao IFBA campus Porto Seguro por ceder espaço
De acordo com a figura 2, o culivar M SOY 8808 para a implementação do campo experimental.
IPRO apresentou o maior rendimento de número de folhas,
com máximo de 23,8 folhas observados aos 90 DAE. Os 6 - Bibliografia
cultivares MSOY8349 e TMG 1288RR apresentaram os
valores médios de NF em torno de 20. Esses valores estão CRUZ, J.C. Crescimento e Produtividade de Cultivares de
abaixo dos valores médios encontrados por Cruz (2007) de Soja em Diferentes Épocas de Semeadura no Oeste da Bahia.
40 a 45 na época de semeadura1 (novembro) (considerada Cruz das Almas – Bahia, 2007.
normal), já nas épocas tardias ( janeiro e fevereiro), os
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
valores médios de 23 e 26 NF respectivamente, próximos aos
AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Tecnologias de Produção
valores encontrados nessa pesquisa.
de Soja Região Central do Brasil. Versão eletrônica. 2006.
Acesso em :29 agosto 2019.
Na figura 3 estão apresentados a variação temporal
da altura de plantas (cm) dos diferentes cultivares soja na CARDOSO, G.H.S. ; CRUZ, T.V. ; OLIVEIRA, W.S . ;
região Extremo Sul da Bahia. ROSA, B.B. ; PINTO, A.K.S. Alocação e acúmulo de
fitomassa da cultura da soja na região Extremo Sul da Bahia.
Bahia, 2018. Acesso em : 30 agosto 2018.
MORAES , J.C.C. ; PEIXOTO, C. P.; M SANTOS, J. M. B.;
BRANDELERO E.; PEIXOTO, M. F. S. P. SILVA V.
Caracterização de dez cultivares de soja nas condições
agroecológicas do Recôncavo Baiano. 1.ed. Bahia :
Magistra, 2004. vol.16, p33- 41.
PELUZIO, J.M.; FIDELIS R.R.. Comportamento de
cultivares de soja no Sul do Estado do Tocantis, entressafra
2005. Journal of Bioscience, 2005, v 21, n3, p113-118.
Figura 3. Variação altura de plantas (cm) e dias após a
emergência (DAE) de três cultivares de soja, na região
Extremo Sul da Bahia.
soja (MSOY 8389, MSOY 8808 IPRO, TMG 1288 RR) para MSH 13,9 g e 12,7g, respectivamente. Esses valores
enfrentou ao decorrer de seus ciclos. Observa-se que as estão acima dos valores encontrados por CARDOSO et al
temperaturas médias mensais mantiveram-se em torno de (2018) avaliando o cultivar MSOY 8341 IPRO na região
24°C e as precipitações oscilaram bastante, com máximas em Extremo Sul, apresentando valores máximo para MSF em
março e julho em torno de 180mm e mínima registrada em torno de 5,0 g e MSH 2,5g.
abril e maio, ambos 60mm. Para a massa da matéria seca das vagens MSV teve
um acréscimo até o seu amadurecimento completo, sendo
que as cultivares MSOY8349 e MSOY8808 YPRO
apresentaram maiores acúmulos, com destaque para a
variedade MSOY8349 com valor máximo de MSV 30,54g,
os valores obtidos na presente pesquisa são superiores aos
encontrados por CARDOSO et al.(2018) que utilizando a
variedade MSOY 8341 IPRO, encontrou 2,1g de valor
Figura 1. Valores médios mensais de temperatura do ar (°C) máximo de MSV.
e precipitação (mm), durante os meses de março a outubro O acúmulo de matéria seca total (MST) aprsenta
de 2019, nas condições climáticas de Porto Seguro – BA. tendência sigmoidal para todas cultivares, com as máximas
Fonte: INMET. ocorrendo aos 90DAE. Os maiores acúmulos foram
observados no cultivar MSOY8349 de 58 g planta-1,
enquanto que os menores valores foram registrados na
cultivar TMG1288RR com máximas MST de 39 g planta-1.
Esses valores estão acima dos encontrados por CARDOSO
et al. (2018) de 10 g planta-1 nas mesmas condições
climáticas e abaixo dos encontrados por CRUZ (2010) em
torno de 80 g planta-1 com diferentes cultivares no Oeste da
Bahia.
Palavras Chave: Análise de crescimento, taxa de crescimento da cultura, taxa assimilatória líquida.
5 – Agradecimentos
À Pró-reitoria de Extensão, pelos recurso
disponibilizado. Ao Programa Tutorial de Educação PET-
Licenciaturas, pelas bolsas concedidas
6 - Bibliografia
COMPANHIA NACIONAL DO ABASTECIMENTO.
Figura 1. Variação da taxa de crescimento de cultura (TCC Perspectiva para a Agropecuária. Brasília: 2018.
g planta -1 dia -1) em dias após emergência (DAE) de três CRUZ, T.V. Crescimento e produtividade de cultivares
cultivares, na região Extremo Sul da Bahia. de soja em diferentes épocas de semeadura no oeste da
De modo geral, a TCC assumiu valores inicias bahia. 2007. 106 f. Dissertação (mestrado em Ciências
baixos, passando por uma fase de crescimento contínuo para Agrárias)- UNIVERSIDADE FEDERAL DO
as cultivares MSOY 8349 e MSOY 8808 IPRO até chegar RECÔNCAVO DA BAHIA, BAHIA, 2007.
ao máximo em torno dos 60DAE decrescendo CRUZ, T.V. et al. Índices fisiológicos de cultivares de soja
posteriormente até chegar ao final. Tendência semelhantes em diferentes épocas de semeadura no Oeste da Bahia.
foram observadas por Cruz et al. (2011) em soja e Almeida Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer -
et al.(2012) em mamoneira. Já o cultivar TMG 1288 RR Goiânia, vol.7, n.13. p. 663-679. 2011.
apresenta crescimento lento obtendo o menores valores para MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Balanço
TCC ao longo do ciclo. Energético Nacional (Ano base 2017). Brasília: 2018.
Através do balanço da matéria seca perdida por PEIXOTO, C. P. Análise de crescimento e rendimento de
meio da respiração e a produzida pela fotossíntese é possível três cultivares de soja (Glicyne max (L) Merrill) em três
obter-se a TAL sendo que o potencial genético varia de cada épocas de semeadura e três densidades de plantas. São
cultivar expressando assim na Figura 2 este balanço de Paulo, 1998. 151p. Tese (Doutorado em Fitotecnia) – Escolar
desenvolvimento. Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Universidade
Os cultivares MSOY 8349 e MSOY 8808 IPRO de São Paulo, Piracicaba..
atingiram suas máximas na variação entre 56 e 59 DAE BANZATTO, D.A.; KRONKA, S.N. Experimentação
sendo as mesmas respectivamente 0,605 gdm-2 dia -1 e 0,649 agrícola. Jaboticabal: Funep, 1989.
gdm-2 dia -1. Enquanto o genótipo TMG 1288 RR apresentou BENICASA, M.M.P. Análise de crescimento de plantas
sua máxima de 0,462 gdm-2 dia -1 aos 31 DAE. Os valores (noções básicas). 2. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2003. 41p.
apresentados no presente estudo são superiores aos BRANDELERO E.; PEIXOTO, C. P.; M SANTOS, J. M.
encontrado por CRUZ et al. (2011) tanto nas épocas de B.; MORAES, J.C. C, PEIXOTO, M. F. S. P. SILVA V.
semeaduras consideradas preferenciais quanto nas épocas Índices fisiológicos e rendimento de cultivares de soja no
tardias que ao avaliar cinco cultivares de soja em quatro Recôncavo Baiano. 2.ed. Bahia : Magistra, 2002. vol.14,
épocas de semeadura no Oeste da Bahia obtiveram valores p77-88.
máximos de TAL entre 0,306 a 0,376 gdm-2 dia-1 nas épocas ALMEIDA, J.R., SILVA, V. SANTOS, J.M.S., PEIXOTO,
consideradas preferenciais para semeadura (EP1(novembro) C.P., MACHADO, G.S. Taxa de crescimento da Cultura e
e EP2(dezembro)) nas épocas tardias os valores máximos de índice de colheita de cultivares de mamoneira no Recôncavo
TAL ficaram entre 0,323 e 0,334 gdm-2 dia-1. Baiano. 5º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de
Biodiesel, 2012. P529-530.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
598
7º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
O experimento foi instalado no campo
Experimental Expedito Parente do Campus IFBA, no
Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da
Bahia, município de Porto Seguro - BA, situado na latitude
de 16°25’59.7” S 39°05’44.1” W. O clima é tropical,
existindo uma pluviosidade significativa ao longo do ano em
Figura 1. Valores médios mensais de temperatura do ar (°C) e
Porto Seguro. Segundo Köppen e Geiger, a classificação do precipitação (mm), durante os meses de março a julho de 2019,
clima é Af, a temperatura média é 23 a 27 °C. nas condições climáticas de Porto Seguro – BA. Fonte: INMET.
Tabela 1. Duração média das principais fases vegetativas, que nos meses finais do experimento (junho e julho) que
fases de florescimento e granação, da maturidade fisiológica coincidem com as fases R7.1 e R9, ocorreu elevação das
de desenvolvimento, das cultivares de soja MSOY 8349, precipitação (Figura 1 e Tabela 1) o que pode ter estendido o
TMG 1288 IPRO e MSOY 8808 IPRO na região Extremo período de duração das fases de maturação.
Sul da Bahia. Temperaturas baixas na fase da colheita, associadas
DAE VEGET AT IVA REPRODUT IVA MAT URIDADE a período chuvoso ou de alta umidade, podem provocar
MS OY 8349 atraso na data de colheita, bem como haste verde e retenção
Bloco V1 V2 V4 V6 R1 R2 R4 R6 R7.1 R7.3 R8.1 R8.2 R9 foliar, impactando diretamente na produtividade (YARA
1 5 12 18 31 33 37 58 62 65 75 89 96 108 INTERNATIONAL, 2018). A ocorrência de estresses,
2 5 12 18 28 33 37 47 58 65 72 88 89 93 durante e após a maturidade fisiológica, como chuvas
3 5 12 27 31 37 47 59 62 70 98 99 101 103 excessivas, temperaturas elevadas e ataques severos de
4 5 9 18 24 33 37 55 51 72 87 88 89 93
percevejos podem afetar o rendimento e, principalmente, a
MÉD. 5 11 20 29 34 40 55 58 68 83 91 94 99
TMG 1288RR
qualidade dos grãos (ou sementes). A necessidade de chuvas
Bloco V1 V2 V4 V6 R1 R2 R4 R6 R7.1 R7.3 R8.1 R8.2 R9 para o desenvolvimento da soja diminui consideravelmente
1 5 12 18 40 44 47 55 63 65 75 96 99 104 após a fase de florescimento (FARIAS, 2007).
2 9 16 28 31 37 44 55 63 65 89 91 92 93 De modo geral, apesar do alongamento das de
3 5 12 19 31 33 47 58 63 79 98 99 101 103 maturidade fisiológica todas as três cultivares apresentaram
4 5 12 18 28 37 47 55 72 75 87 100 107 110 redução na duração do ciclo quando comparadas com as
MÉD. 6 13 21 33 38 46 56 65 71 87 97 100 103
informações de descritores de 110-115 dias para MSOY
MS OY 8808 PRO
8349, 130-140 dias para TMG 1288 IPRO, 115- 120 dias
Bloco V1 V2 V4 V6 R1 R2 R4 R6 R7.1 R7.3 R8.1 R8.2 R9
1 9 11 16 31 37 47 54 62 64 74 89 99 100
MSOY 8808 IPRO, embora seja compatível ao observado
2 9 12 16 28 44 47 58 63 70 98 99 110 118 em trabalhos com diferentes cultivares em diversas regiões
3 5 12 17 28 37 47 51 62 74 98 100 114 118 (PEIXOTO et al., 2000; CRUZ, 2011).
4 5 9 18 31 37 47 54 79 80 92 93 104 107
MÉD. 7 11 17 30 39 47 54 67 72 91 95 107 111 4 – Conclusões
Em condições normais, o tempo decorrido entre um O alongamento na fase de maturação fisiológica
estádio vegetativo e o seguinte varia de três a cinco dias, pode ser atribuído a ocorrência de elevação das precipitações
sendo o maior tempo decorrido entre os estádios vegetativos no final do ciclo. As reduções no ciclo das cultivares
iniciais e o menor tempo entre os finais (FARIAS et al., ocorreram devido ao encurtamento das fases vegetativas,
2007). Observa-se na cultura MSOY 8349 m intervalo de 13 verificando-se um início floração precoce para cultura da
dias entre as fases V1 –V3, sendo em média 6,25 dias entre soja.
as fases; já entre V4-V6, ocorreu um intervalo de 9 dias,
sendo uma média de dois entre fases. O que corrobora com 5 – Agradecimentos
Farias et al. (2007), que aponta que as condições climáticas A Pró-reitoria de Extensão, pelos recursos
durante este período foram favoráveis ao desenvolvimento disponibilizados. Ao Programa Tutorial de Educação PET-
dos trifólios, base da fotossíntese e consequente Licenciaturas.
desenvolvimento das plantas.
Para os cultivares TMG 1288 IPRO e MSOY 8808 6 - Bibliografia
IPRO observa-se um intervalo de 12 e 13 respectivamente
CÂMARA, G. M. S. Fenologia é ferramenta auxiliar de técnicas de
dias entre as fases V4-V6. O que observa que o tempo final
produção. Revista Visão Agrícola. 2006.
dos estágios vegetativo teve duração maior que os iniciais. CRUZ, T.V. Crescimento e produtividade de soja em diferentes
O início do florescimento da soja, caracterizado épocas de semeadura com e sem controle químico da ferrugem
pela abertura de uma flor em qualquer nó da haste principal asiática no Oeste da Bahia. Tese (Doutorado em Ciências Agrárias) –
(Estádio R1) ocorre de 40 a 70 DAE das plantas a depender Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Bahia. 2011.
da cultivar, da época de semeadura e das condições FARIAS J. R. B.; NEPOMUCENO A. L.; NEUMAIER N.
climáticas (CÂMARA, 2006). Nesse experimento a fase de Ecofisiologia da Soja. Londrina, PR: EMBRAPA,
floração R1 se dá entre 34 e 39 DAE, para os cultivares 2007. ISSN 1516-7860.
MSOY 8359 e MSOY 8808 IPRO. Esses registros diferem PEIXOTO, C. P.; CÂMARA, G. M. S.; MARTINS, M. C.;
MARCHIORI L. F. S.; GUERZONI, R. A.; MATTIAZZI P.
do observado por ROSA et al. (2018) avaliando a cultivar
Épocas de semeadura e densidade de plantas de soja: I.
MSOY 8341 IPRO na Costa do Descobrimento, com R1 Componentes da produção e rendimento de grãos. Scientia
ocorrendo aos 57 DAE. O período do florescimento, R1 Agricola. 2000.
(início) e R6 (final da granação), teve uma duração de 24 dias MANDARINO, J. M. G. Origem e história da soja no Brasil.
para MSOY 8349, 27 dias para TMG 1288 IPRO, 28 dias Disponível
MSOY 8808 IPRO o que está compatível com os valores em:<https://blogs.canalrural.uol.com.br/embrapasoja/2017/04/05/
encontrados por Cruz (2011) em diferentes cultivares no origem-e-historia-da-soja-no-brasil/>. Acesso em: 03/09/2019.
Oeste da Bahia. YARA INTERNATIONAL. Princípios agronômicos da soja.
A duração média entre o início de amarelecimento Disponível em: <https://www.yarabrasil.com.br/nutricao-de-
plantas/soja/principios-agronomicos-da-soja/>. Acesso em:
de folhas e vagens (R7.1) até o ponto de maturação de
22/07/2018.
colheita (R9) foi de 31 dias para MSOY 8349, 32 dias para ROSA, B.A.; CRUZ, T.V; BARRIOS, B.E.B.; SOUZA, A.K.;
TMG 1288 IPRO, 39 dias MSOY 8808 IPRO dias. CARDOSO, G.H.S.; OLIVEIRA, W.S. Estudo Fenológico da Soja
Resultados diferentes foram encontrados por Peixoto et al. na Costa do Descobrimento.” Congresso Norte-Nordeste de
(2000), Cruz(2007) e Rosa et al. (2018) que verificaram Pesquisa e Inovação, 2018: 1-11.
valores médios entre essas fases entre 15 e 20 dias. Nota-se
Porto Seguro - BAHIA
01 a 03 de Novembro de 2019
600
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Palavras Chave: Glycine max, analise de crescimento, índice fisiológico, área foliar.
5 – Agradecimentos
À Pró-reitoria de Extensão, pelos recurso disponibilizado.
Ao Programa Tutorial de Educação PET- Licenciaturas,
Figura 2. Variação do índice de área foliar (IAF) e dias após pelas bolsas concedidas.
emergência (DAE) do cultivar MSOY 8808 IPRO.
6 - Bibliografia
BRANDELERO E.; PEIXOTO, C. P.; M SANTOS, J. M.
B.; MORAES, J.C. C, PEIXOTO, M. F. S. P. SILVA V.
Índices fisiológicos e rendimento de cultivares de soja no
Recôncavo Baiano. 2.ed. Bahia: Magistra, 2002. vol.14, p77-
88.
COMPANHIA NACIONAL DO ABASTECIMENTO.
Perspectiva para a Agropecuária. Brasília: 2018.
CRUZ, T.V. et al. Índices fisiológicos de cultivares de soja
em diferentes épocas de semeadura no Oeste da Bahia.
Figura 3. Variação do índice de área foliar (IAF) e dias após Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer -
emergência (DAE) do cultivar MSOY 8349. Goiânia, vol.7, n.13. p. 663-679. 2011.
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. Balanço
Hídrico Sequencial. Porto Seguro - BA. Brasília: 2019.
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Balanço
Energético Nacional (Ano base 2017). Brasília: 2018.
MACHADO, G.S. Características agronômicas e produtivas
de soja hortaliça em duas épocas de semeadura no
Recôncavo sul baiano. Dissertação (Mestrado em Ciências
Agrárias) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Bahia. 2010.
PEIXOTO, C. P. Análise de crescimento e rendimento de
três cultivares de soja (Glicyne max (L) Merrill) em três
Figura 4. Variação do índice de área foliar (IAF) e dias após épocas de semeadura e três densidades de plantas. São Paulo,
emergência (DAE) do cultivar MSOY 8349. 1998. 151p. Tese (Doutorado em Fitotecnia ) – Escolar
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Universidade
Observa-se na Figuras 2, 3 e 4 que os valores de São Paulo, Piracicaba.
máximos da IAF ocorreram entre aos 90 DAE para os PEIXOTO, C. P.; CRUZ, T. V. da; PEIXOTO, M. de F. da
cultivares MSOY 8808 IPRO e MSOY 8349, o que difere S. P. Análise quantitativa do crescimento de plantas:
com o observado por CRUZ (2011 ) e MACHADO (2007) Conceitos e Prática. Enciclopédia Biosfera, Centro
que encontraram os maiores valores de IAF entre 60 e 75 Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, n.13. p. 51-76. 2011.
DAE em diferentes cultivares de soja
O cultivar MSOY 8808 IPRO apresenta uma
evolução da IAF com máxima observada os 60 DAE.
Corroborando com maioria dos trabalhos de IAF observados
para a cultura da soja por CRUZ (2011), PEIXOTO (2011) e
MACHADO (2007).
5 – Agradecimentos
Á FAPESB e ao IFBA.
Figura 3. Relação álcool/óleo em 12:1. As variáveis no
plano são catalisador e tempo de reação em função do
rendimento, eixo vertical.
6 - Bibliografia
ENCARNAÇÃO, A. P. G. Geração de biodiesel pelos
processos de transesterificação e hidroesterificação, uma
avaliação econômica. Dissertação (Mestrado em Ciências)
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008, 164f.
ENCINAR, J. M.; GONZÁLEZ, J. F.; RODRÍGUEZ-
REINARES, A. Ethanolysis of used frying oil. biodiesel
preparation and characterization. Fuel Processing
Technology, 2007, 88, (5), 513-522.
SILVA, T. A. R. Biodiesel de óleo residual: produção através
da transterificação por metanólise e etanólise básica,
caracterização físico-química e otimização das condições
reacionais. Tese (Doutorado em Química) Universidade
Federal de Uberlândia, 2011, 152f.
TAKETA, T. B.; FERREIRA, M. Z.; GOMES, M. C. S.;
PEREIRA, C. N. Influência da temperatura, razão molar
Figura 4. Espectro de Infravermelho do biodiesel por rota (óleo de soja/etanol) e tipo de óleo de soja na reação de
etílica referente a razão óleo/álcool otimizada de 8:1. transesterificação. Revista Tecnológica, 2013, 22, (1), 75-82.
de Azospirillum brasilense. Foi possível observar que, para a Segundo Tien et al. (1979) o A. Brasilense
cultivar FTR 4280 IPRO não houve diferença significativa proporciona o crescimento das raízes pela liberação de ácido
entre as doses, e para a cultivar M8808 IPRO o melhor indolacético (AIA), citocininas e giberelinas.
desenvolvimento das raízes se deu na dose de 200 ml. Segundo Taiz et al. (2017), a giberelina atua na
regulação hormonal das enzimas responsáveis pela
Tabela 2: Efeito das diferentes doses de Azospirillum degradação das reservas nutricionais que, por conseguinte,
brasilense no comprimento da radícula de plântulas de são utilizadas na germinação das sementes, e baixas
cultivares de soja. concentrações de auxinas atuam no crescimento das raízes.
Cultivares Ainda segundo este autor o ácido indolacético atua na
divisão celular, portanto o maior acumulo de matéria seca,
Doses (ml) M8808 IPRO FTR 4280 IPRO
pode ter ocorrido devido às quantidades satisfatórias de
0 10,32 Aabc 11,12 Aa ácido indolacético, no que diz respeito à cultivar FTR 4280
100 9,54 Bbc 13,36 Aa IPRO.
200 12,42 Aa 12,69 Aa
300 11,77 Aab 12,24 Aa 4 – Conclusões
400 8,80 Bc 11,94 Aa A inoculação de sementes de soja da cultivar
CV (%) = 9,85 M8808 IPRO com Azospirillum brasilense aumenta a
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e porcentagem de germinação, e também favorece o aumento
minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de do comprimento da raiz na dose de 200 ml. Também
Tukey a 5% de probabilidade. favorece para que haja maior peso de matéria seca para a
cultivar 4280 IPRO.
Na tabela 3, mostra o peso de matéria seca das
plântulas de soja. Não houve diferença significativa para a 5 – Agradecimentos
interação entre cultivares e doses, havendo assim, efeito
significativo apenas para os fatores isolados. E Observou-se À Universidade Federal do Piauí, Campus
que, a cultivar FTR 4280 IPRO expressou um maior peso de Professora Cinobelina Elvas pelo apoio no desenvolvimento
massa seca em relação à cultivar M8808 IPRO. E no que diz da pesquisa. E aos membros do grupo de estudos em Grandes
respeito às doses, a de 300 ml apresentou uma melhor média Culturas e Tecnologia de Sementes pela colaboração.
em relação às demais.
Observa-se na tabela 2 o Índice de velocidade de quantidades ideais de ácido indolacético produzido pelas
germinação de sementes de cultivares de soja inoculadas bactérias da espécie Bradyrhizobium japonicum.
com Bradyrhizobium japonicum. Foi possível observar que,
para a cultivar FTR 4280 IPRO houve um maior IVG quando
as sementes foram inoculadas na dose de 400 ml. Já para a 4 – Conclusões
cultivar M8808 IPRO na dose 0, ou seja, quando as sementes A inoculação com Bradyrhizobium japonicum na
não foram inoculadas, observou-se um melhor IVG. E não dose de 400 ml torna-se mais eficiente aumentando o índice
houve diferença significativa entre as demais doses para esta de velocidade de germinação para a cultivar FTR 4280
mesma cultivar. IPRO. E favorece para que haja um maior peso de matéria
Segundo Fibach-paldi et al. (2012) e Hungria seca para a cultivar M8808 IPRO.
(2011) essa contraposição de resultados entre as cultivares,
pode estar associada à interação entre a bactéria com o
genótipo da cultivar adotada. 5 – Agradecimentos
À Universidade Federal do Piauí, Campus Professora
Tabela 2: Índice de velocidade de germinação de cultivares
Cinobelina Elvas pelo apoio na execução da pesquisa. E aos
de soja inoculadas com diferentes doses de Bradyrhizobium
membros do Grupo de Estudos em Grandes Culturas e
japonicum.
Tecnologia de Sementes.
Cultivares
Doses (ml) M8808 IPRO FTR 4280 IPRO
6 - Bibliografia
0 26,74 Aa 24,33 Bab
BODDEY, L. H; HUNGRIA, M. Phenotypic grouping of
100 25,10 Ab 24,81 Aab
Brazillian Bradyrhizobium strains which nodulate soybean.
200 24,91 Ab 23,83 Bb Biology and Fertility of Soils 1997, 25, 407-415.
300 24,60 Ab 23,83 Bb BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
400 25,08 Ab 25,14 Aa Abastecimento. Regras para a análise de sementes. Brasília,
DF, 2009. 399 p.
CV (%) = 2,08 CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento.
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e Acompanhamento da safra brasileira de grãos, 2019, 06, 01-
minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de 50.
Tukey a 5% de probabilidade. FIPKE, G. M; CONCEIÇÃO, G. M; GRANDO, L. F. T;
LUDWIG, R. L; NUNES, U. R; MARTIN, T. N. Co-
Na tabela 3 mostra o peso de matéria seca das inoculation with diazotrophic bactéria in soybeans
plântulas. E foi possível observar que para a cultivar M8808 associated to urea topdressing. Ciência e Agrotecnologia
IPRO houve um maior acúmulo de matéria seca quando as 2016, 40, 522-533.
sementes foram inoculadas, independentemente da dose MELO, M. A. R.; SILVA, E. V.; VASCONCELOS, G. C.;
utilizada. Já para a cultivar FTR 4280 IPRO, não houve VASCONCELOS, E. H. S.; SOUSA, A. G. Qualidade de
diferença significativa entre as doses em relação à dose 0. biodiesel de soja, mamona e blendas durante
armazenamento. Revista Verde de Agroecologia e
Tabela 3: Peso de matéria seca de plântulas de cultivares de Desenvolvimento Sunstentável 2016, 11, 143-148.
soja, inoculadas com Bradyrhizobium japonicum. ROMÁN, A. S.; BARRIENTOS, M. S.; NOCERAS, M.;
Cultivares MÉNDEZ C. M.; ARES, A. E. Resistance to corrosion of Al-
Cu alloy in biodiesel. Revista Matéria 2018, 23.
Doses (ml) M8808 IPRO FTR 4280 IPRO
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia e desenvolvimento vegetal.
0 1,47 Bb 3,33 Aa Porto Alegre: Artmed, 2017. 858 p.
100 2,55 Ba 3,23 Aa
200 2,63 Ba 3,44 Aa
300 2,49 Ba 3,30 Aa
400 2,48 Ba 3,29 Aa
CV (%) = 5,18
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e
minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
Pelo teste de germinação, é possível separar os lotes acelerado tradicional, como teste para determinação do
em cinco níveis quanto a qualidade fisiológica. O lote 6 foi vigor, com a exposição das sementes por 72 horas na mesma
o de qualidade superior, enquanto o lote 4 foi o de menor espécie. Cruz et al. (2013) ainda recomendam o tempo de 96
qualidade e o único lote fora do padrão de comercialização horas para a permanência das sementes em câmara de
(Tabela 1), por estar com porcentagem de germinação envelhecimento com água.
inferior a 75% (BRASIL, 1968).
O lote 6, apesar de ter o melhor desempenho
germinativo, não foi o mais vigoroso, pela avaliação da 4 – Conclusões
primeira contagem, sendo considerado de vigor No teste de envelhecimento acelerado com a
intermediário, enquanto que o menor desempenho foi exposição das sementes de crambe pelo período de 72 horas,
atribuído novamente ao lote 4. Assim como emergência e foi eficiente para distinguir os lotes estudados, quanto à
índice de velocidade de emergência. qualidade fisiológica.
Quando as sementes foram submetidas a
metodologia do envelhecimento tradicional (com água), o
ganho de água aumentou conforme o seu período de 5 – Agradecimentos
exposição; o ganho de água das sementes em cada período, Os autores agradecem à Capes pelo suporte.
particular para cada lote em relação à umidade inicial
(Tabela 2).
6 - Bibliografia
Tabela 2. Teor de água em lotes de sementes de crambe (%) BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
após o envelhecimento acelerado, após três períodos de Abastecimento/Secretaria de Defesa Agropecuária. Portaria
exposição, à temperatura de 41°C. 457. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Teor de água (%) Brasília, Seção 1, p.19653, 1986.
Lotes 0h 24 h 48 h 72 h BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
1 8,4 aB 32,8 aA 32,3 cA 35,5 bA Abastecimento. Regras para Análises de Sementes.
2 8,5 aB 33,3 aA 32,5 cA 35,5 bA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
3 8,9 aB 33,7 aA 32,5 cA 36,5 aA Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília, DF:
4 8,5 aB 28,8 bA 26,6 dA 33,2 dA Mapa/ACS, 2009. 395p.
5 8,5 aB 30,6 bA 33,4 bA 34,7 cA BURRELL, N.J.; KNIGHT, G.P.; ARMITAGE, D.M.;
6 8,7 aC 29,4 bB 24,7 eB 38,2 bA HILL, S. T. Determination of the time available for drying
*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e rapeseed before the appearance of surface moulds. Journal of
maiúscula na linha não diferenciam estatisticamente entre si ao
Stored Products Research, v.16, n.3/4, p.115-118. 1980.
nível de 5% de significância pelo teste de Scott Knott .
CARDOSO, R.B.; BINOTTI, F.F.da S.; CARDOSO, E.D.
Potencial fisiológico de sementes de crambe em função de
Os resultados da germinação no teste de embalagens e armazenamento. Pesquisa Agropecuária
envelhecimento acelerado nos diferentes períodos de Tropical. v.42, n.3, p. 272-278, 2012.
exposição à temperatura de 41°C estão expostos na Tabela 3. CRUZ, S.M.; NERY, M.C.; ROCHA, A.S.; VON PINHO,
Pelas médias obtidas é possível diferenciar os lotes em níveis E.V.R.; ANDRADE, P.C.R.; DIAS, D.C.F.S. Vigor tests for
de vigor para todos os tratamentos do teste de evaluation of crambe (Crambe abyssinica Hochst) seed
envelhecimento acelerado. quality. Journal of Seed Science, v. 35, n. 4, p. 485 – 494,
O tratamento com água durante 72 horas foi o que 2013.
proporcionou uma melhor distinção quanto a qualidade PAULOSE, B.; KANDASAMY, S.; DHANKHER, O.P.
fisiológica entre os lotes de sementes de crambe, Expression profiling of Crambe abyssinica under arsenate
possibilitando a distinção em cinco níveis de vigor com stress identifies genes and gene networks involved in arsenic
destaque para o lote 6, semelhante ao teste de germinação metabolism and detoxification. BMC Plant Biology, v. 10, n.
(Tabela 1). 108, pp. 1-12, 2010.
JASPER, S.P.; BIAGGIONI, M.A.M.; SILVA, P.R.A.
Tabela 3. Germinação após o teste de envelhecimento
Comparação do custo de produção do crambe (Crambe
acelerado tradicional em lotes de sementes de crambe, abyssinica Hochst) com outras culturas oleaginosas em
diferentes períodos de exposição, à temperatura de 41°C. sistema de plantio direto. Revista Energia na Agricultura, v.
Lotes 24 h 48 h 72 h 25, n. 4, p. 141 – 153, 2010.
1 51 dA 55 bA 52 bA JIANHUA, Z.; MC DONALD, M. B. The saturated salt
2 55 cA 56 bA 10 eB accelerated aging test for small seeds crops. Seed Science
3 46 dA 50 bA 44 cA and Techology, Zurich, v.25, n.1, p.123-131, 1996.
4 75 aA 53 bB 17 dC TOLEDO, M.Z.; TEIXEIRA, R.N.; FERRARI, T.B.;
5 61 bA 37 cB 57 bA FERREIRA, G.; CAVARIANI, C.; CATANEO, A.C.
6 76 aA 63 aB 67 aB Physiological quality and enzymatic activity of crambe seeds
*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e after the accelerated aging test. Acta Scientiarum.
maiúscula na linha não diferenciam estatisticamente entre si ao Agronomy. v. 33, n. 4, p. 687-694, 2011.
nível de 5% de significância pelo teste de Scott Knott. WERNER, E.T.; LOPES, J.C.; GOMES JÚNIOR, D.;
LUBER, J.; AMARAL, J.A.T. Accelerated aging test to
Werner et al. (2013) e Cruz et al. (2013) também evaluate the quality of crambe (Crambe abyssinica Hochst -
mencionam a eficácia da utilização do envelhecimento Brassicaceae) seed physiology. IDESIA, v. 31, n. 1, 2013.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
610
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
O experimento foi conduzido no laboratório de
análise de sementes da Faculdade de Ciências Agronômicas
de Botucatu (FCA/UNESP). As sementes da cultivar BRS
284 foram produzidas no ano agrícola 2013/2014, e colhidas
manualmente com umidade inicial de 14%.
Em seguida, as sementes foram mantidas em sacos
plásticos em BOD reguladas à 40°C sem luz (simulando um
caminhão), durante 6, 12, 24, 36 e 48 horas, para então serem
colocadas em secador até atingir a umidade de 9,5%.
Figura 1. Germinação (%) de sementes de soja expostas a Figura 4. Teste de condutividade elétrica (µS.cm-1.g-1) de
diferentes períodos de retardamento da secagem à 40°C. sementes de soja expostas a diferentes períodos de
retardamento da secagem à 40°C.
O mesmo comportamento foi observado quando foi Quanto maior o atraso para realizar a secagem das
avaliado o vigor pela teste de primeira contagem de sementes, maior tende a ser sua deterioração detectada pelo
germinação (Figura 2) e o índice de velocidade de teste de condutividade elétrica da solução, uma vez que a
germinação (Figura 3). perda da integridade das membranas leva ao aumento da sua
permeabilidade e provoca vazamento de solutos celulares
(BERJAK; PAMMANTER, 2000). A detecção da perda de
vigor de semente por intermédio de testes de vigor pode ser
entendida como componente importante na avaliação do
potencial fisiológico, contribuindo na solução de problemas
da indústria de semente (WILSON & McDONALD, 1986).
4 – Conclusões
Os resultados nos permitem concluir que apesar do
maior atraso da secagem não refletir de imediato em redução
da germinação, é possível afirmar que já ocorre deterioração
Figura 2. Primeira contagem de germinação (%) de mediante o teste de condutividade elétrica.
sementes de soja expostas a diferentes períodos de
retardamento da secagem à 40°C. 5 – Agradecimentos
A detecção da perda de vigor de semente por À CAPES pelo apoio no desenvolvimento da
intermédio de testes de vigor pode ser entendida como pesquisa.
componente importante na avaliação do potencial
fisiológico, contribuindo na solução de problemas da
indústria de semente (BERJAK & PAMMANTER, 2000).
6 - Bibliografia
BERJAK, P.; PAMMENTER, N. What ultrastructure has
told us about recalcitrant seeds. Revista Brasileira de
Fisiologia Vegetal, v. 12, p. 22-55, 2000. Edição Especial.
BORBA, C.S. et al. Efeito do retardamento de secagem na
qualidade fisiológica de sementes de milho. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v. 33, n. 1, p. 105 – 108, 1998.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Regras para a análise de sementes. Brasília,
DF, 2009. 399 p.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento.
Acompanhamento da safra brasileira de grãos, 2019, 06, 01-
50.
FRANÇA NETO, J.B.; KRZYZANOWSKI, F.C.; PÁDUA,
Figura 3. Índice de velocidade de germinação (IVG) de G.P.; COSTA, N.P.; HENNING, A.A. Tecnologia da
sementes de soja expostas a diferentes períodos de produção de semente de soja de alta qualidade - Série
retardamento da secagem à 40°C.
Sementes. EMBRAPA-CNPso, 2007, 22 p. (Circular
Técnica 40).
Diferença a nível de vigor foi observada no teste de
RAGEL, M.A.S.; SILVA, W.M.; NERIS, F. Retardamento
condutividade elétrica (Figura 4). Percebe-se que a
de secagem e qualidade estrutural do milho. Ensaio e
deterioração avança a medida que a semente fica mais tempo
Ciência, Campo Grande, v. 7, p. 927 – 931, 2003, Edição
exposta na condição de 40°C.
Especial.
VIEIRA, R.D.; KRZYZANOWSKI, F.C. Teste de
condutividade elétrica. In: KRZYZANOWSKI, F.C.;
VIEIRA, R.D.; FRANÇA NETO, J.B. (Ed.) Vigor de
sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999.
p.4.1–4.26.
WILSON, D.O.; MCDONALD, M.B. The lipid peroxidation
model of seed ageing. Seed Science and Technology, v. 14,
p. 269-300,1986.
4 – Conclusions
In conclusion, the tolerance of soybean genotypes
is attributed to maintenance of water status. The data indicate
that soluble carbohydrates and amino acids do not exert
fundamental role for purposes of osmotic adjustment.
5 – Acknowledgments
CNPq, FAPEPI and UFPI.
4 – Conclusion
5 – Acknowledgments
CNPq, FAPEPI and UFPI.
6 - Bibliography
BLUM, A. and EBERCON, A. Cell membrane stability as a
measure of drought and heat tolerance in wheat. Crop
Science 1981, 21, 43-47, 21.
4 – Conclusões
Houve diversidade genética entre as 15 famílias
avaliadas.
Os métodos utilizados formaram números de
grupos distintos.
As famílias 2 (CPAC- 02) e 3 (CPAC- 03) podem
ser usadas para obter combinações promissoras e elevada
variabilidade genética.
causadores de danos, não ocasionando a morte de plantas, A aplicação de doses de indutores de resistência
portanto a população de plantas não se diferiu. não obteve influência no cultivo do crambe.
4 – Conclusões
Os atributos químicos (K e Ca) da parte aérea das
plantas de chia não foram influenciados pela calagem. Já em
relação ao Mg o seu conteúdo aumenta quanto maior a dose
de calcário.
5 – Agradecimentos
raiz. Após a pesagem, as mesmas foram trituradas e enviadas Os resultados de Cu obtidos indicam que não
ao laboratório de análises para determinação dos teores de ocorreu diferença significativa para as plantas de chia em
macro e micronutrientes. Imediatamente após a coleta das função da doses de calcário empregadas, o mesmo foi
plantas, as amostras de solo também foram secas e enviadas considerado para os teores de Zn e Fe nas raízes das plantas.
ao laboratório, determinando-se os atributos químicos do Houve efeito significativo (p<0,05) dos tratamentos
solo. sobre os resultados nas concentrações foliares de Zn, Fe e
A análise estatística foi efetuada seguindo-se o Mn nas plantas de chia, em que os teores desses
modelo de análise variância, por intermédio do programa micronutrientes diminuíram em função das doses aplicadas.
Sisvar, utilizando o nível de 5% de significância. Foi
verificado o ajuste das médias em regressões (linear e
quadrática), com o mesmo nível de significância (5%). 5 – Agradecimentos
Ao CNPq pela bolsa de produtividade em pesquisa.
3 - Resultados e Discussão
A Tabela 2 mostra os teores de cobre, zinco, ferro e 6 - Bibliografia
manganês (mg kg-1) da parte aérea de plantas de chia, em SANTOS, G. A. Formas de adição de micronutrients a um
função das doses de calcário dolomítico. Cidade Gaúcha – formulado NPK e seu efeito sobre o desenvolvimento do
PR, 2018. milho. 2013. 65p. Dissertação (Mestrado em
Agronomia/Solos) – Universidade Federal de Uberlândia,
Tabela 2 - Teores de cobre, zinco, ferro e manganês (mg kg- Uberlândia.
1
) da parte aérea de plantas de chia, em função das doses de PUNIA, S.; DHULL, S. B. Chia seed (Salvia hispanica L.)
calcário dolomítico. Cidade Gaúcha – PR, 2018. mucilage (a heteropolysaccharide): Functional, thermal,
Doses Cobre Zinco Ferro Manganês rheological behavior and its utilization. International Journal
t ha-1 ------------------mg kg-1--------------------- of Biological Macromolecules, v. 140, n. 1, p. 1084-1090,
(1) (2) (3) 2019.
0 11,5 99,2 681 1290 COSTA, C.H.M. Calagem superficial e aplicação de gesso
em sistema plantio direto de longa duração: efeitos no solo
3,0 6,0 69,7 537 150 e na sucessão milho/crambe/feijão-caupi. 2015. 109p. Tese
3,7 7,5 60,0 426 69 (Doutorado em Agronomia) – Universidade Estadual
4,5 6,0 48,0 471 65 Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2015.
5,2 10,3 54,0 379 41 SORATTO, R.P. Aplicação de calcário e gesso em
superfície na implantação do sistema de plantio direto.
C.V. (%) 39,7 17,5 24,4 51,5
2005. 189p. Tese (Doutorado em Agronomia) –
Teste F ns. * * * Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”,
R.L ns. * * * Botucatu, 2005.
R.Q. ns. ns. ns. ns. SOUSA, G.O. Efeito da calagem no crescimento e nutrição
de plantas de Helicônia (Heliconia psittacorum L. x
C.V. = coeficiente de variação
Heliconia spathocircinada Arist.) CV. Golden Torch, em
R.L. e R.Q. = Regressão linear e regressão quadrática,
Latossolos Amarelos do Estado do Pará. 2006. 117p.
respectivamente.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade
* e ns. = significativo e não significativo a 5% de Federal Rural da Amazônia, Pará, 2006.
probabilidade.
SILVA, E. L.; SOUZA, D. A.; CASTRILLON, E. M.;
(1) Y = -9,7265x + 98,083 R2 = 0,94 ÁVILA, M. C.; SANTOS, D. T. Síntese de biodiesel
(2) Y = -55,771x + 681,71 R2 = 0,91
assistida por banho ultrassom a partir de blendas de óleo
(3) Y = -252,42x + 1150,9 R2 = 0,87 residual e óleo de chia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
QUÍMICA, 56, 2016, Belém. Anais. Belém: CBQ.
Os resultados de Cu (Tabela 2) obtidos indicam que
não ocorreu diferença significativa para as plantas de chia
em função da doses de calcário empregadas, o mesmo foi
considerado para os teores de Zn e Fe nas raízes das plantas.
De acordo com a análise de variância é possível
afirmar que houve efeito significativo (p<0,05) dos
tratamentos sobre os resultados nas concentrações foliares de
Zn, Fe e Mn nas plantas de chia, em que os teores desses
micronutrientes diminuíram em função das doses aplicadas.
Sousa (2006) estudou as concentrações de Zn, Fe e
Mn nas folhas e raízes de helicônia após aplicação de
calcário dolomítico, e observou maiores concentrações na
ausência da calagem.
4 – Conclusões
4 – Conclusões
A calagem aumentou significativamente a produção
de matéria seca das plantas de chia, estando as maiores
produtividades associadas a um valor de pH (CaCl2) 7,0.
5 – Agradecimentos
Ao CNPq pela bolsa de produtividade em pesquisa.
influenciar no teor de óleo de diversas culturas de interesse do mês de março, e a dose de fósforo ideal para aumentar o
agronômico (Ayerza, 1995). E se tratando de um produto teor de óleo da cultura seria entre 120 kg ha-1 de P2O5.
natural o método de extração também pode interferir no
rendimento do óleo (Rodriguez, 2016).
5 – Agradecimentos
Tabela 4. Teor de óleo (%) nos grãos de chia, em função da
To CNPq by the research productivity scholarship.
época de semeadura. Umuarama (PR) – 2018
Tratamentos Teor de óleo
% 6 - Bibliografia
Épocas (E)
E1 6,4 a AYERZA, R.; Oil Content and Fatty Acid Composition of
E2 5,6 a Chia (Salvia hispanica L.) from Five Northwestern
E3 6,4 a Locations in Argentina, Jaocs, Catamarca, v.l. 72, n. 9, p.
E4 5,9 a 1079-1081, 1995.
C.V. parcela (%) 17,7 AYERZA, R.; COATES, W.; LAURIA, M. Chia seed
C.V. subparcela (%) 19,2 (Salvia hispanica L.) as an Ȧ-3 fatty acid source for broilers:
Teste F influence on fatty acid composition, cholesterol and fat
E n.s. content of white and dark meats, growth performance and
D ** sensory characteristics. Poultry Science, n.81 p.826-837,
ExD n.s. 2002.
R.L. ** BORNHOFEN, E.; BENIN, G.; GALVAN D.; FLORES,
R.Q. n.s. M.F. Sowing seasons and qualitative performance of
E1, E2, E3 e E4 = 29/03, 12/04, 26/04 e 10/05/2018, respectivamente. soybean seeds. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia,
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste v.45, n.1, p.46-55, 2015.
de Tukey a 5% de probabilidade. CANDELARIA, M.F.; Evaluación agronómica del cultivo
C.V. = Coeficiente de Variação de chia (Salvia hispanica L.) con dos densidades de siembra
*, ** e n.s. = significativo a 5, 1% e não significativo, respectivamente y dos tipos de fertilizante orgánico, en la comunidad de
manzanayocc- acobamba. 2017. 107p. Tesis Ingeniero
O teor de óleo expressado na Figura 1, mostra que Agrónomo. Universidad Nacional de Huancavelica. 2017.
houve incremento em função do aumento das doses de CHAN, G.A.H. Nitrogênio e fósforo na cultura de chia.
fósforo, com ajuste significativo em regressão linear (Y = 2016. 71p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal).
0,053x + 2,67), ou seja, aumentando se as doses de fósforo,
Universidade Federal do Tocantis, Gurupi, 2016.
se aumentou também o teor de óleo, isso pode ser atribuído
CHICCO A.G.; ALESSANDRO, D.E.M.; HEIN G.J.;
ao fato de que o fósforo é elemento essencial para produzir
OLIVA M.E.; LOMBARDO B.Y. Dietary chia seed (Salvia
sementes com alto vigor, além de ser um dos elementos
presente na composição de moléculas de energia como, ATP hispanica L.) rich in alpha-linolenic acid improves adiposity
(Adenosina trifosfato), ADP (Adenosina difosfato), NADPH and normalises hypertriacylglycerolaemia and insulin
(nicotinamida adenina dinucleótido fosfato), energia que é resistance in dyslipaemic rats. Britsh Journal of Nutrition,
então utilizada na síntese de lipídios e outros compostos n.101, p.41-50, 2009.
orgânicos (Nikolova e Kozhuharova (1999), na cultura da MAIA, N.B.; FURLANI, A.M.C. Menta ou hortelã. In: RAIJ
camomila (Chamomilla recutita L.) relataram que a dose de B. van, CANTARELA H., QUAGGIO, J.A.; FURLANI,
120 kg ha-1 de P2O5, aumentou 92% a produção de óleo A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o
quando comparada a testemunha. Estado de São Paulo. 2ªed. Campinas: IAC, 1997. p.85.
(Boletim Técnico, 100).
12 y = 0,053x + 2,67
11 MIGLIAVACCA, R.A.; SILVA, T.R.B.; VASCONCESOS,
Teor de óleo (%)
4 – Conclusões
Com os resultados apresentados pode se concluir
que a melhor época de plantio para a cultura da chia é final
Tabela 1 – Desdobramento da interação significativa do COATES, W.; AYERZA, R. Production potential of chia in
Índice de Velocidade de Germinação (IVG), de sementes de northwestern Argentina. Industrial Crops and Products,
chia em função da época de semeadura e doses de fósforo. Amsterdã, v.5, n.3, p.229–233, 1996.
Umuarama (PR) – 2018 DI SAPIO, O.; BUENO, M.; BUSILACCHI, H.;
Doses (kg ha-1 de P2O5) QUIROGA, M.; SEVERIN, C. Caracterización
Épocas 0 40 80 120 Regressão Morfoanatómica de Hoja, Tallo, Fruto y Semilla de Salvia
(E)
E1 59,4a 61,1a 63,1a 59,6a Y=-0,0008x2+0,1041x+59,169*1 hispanica L. (Lamiaceae). Boletín Latinoamericano y del
E2 65,0a 51,8a 58,2a 69,8a Y=0,0032x2-0,3672x+64,107*2 Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas, v.11, n.3,
E3 22,5b 34,7b 35,1b 28,2b Y=-0,003x2+0,4021x+22,795*3 p.249-268, 2012.
E4 0,86c 3,2c 0,06c 10,5c Y=0,0013x2-0,0874x+1,826*4 GRANT, C.A.; FLATEN, D.N.; TOMASIEWICZ, D.J.;
C.V. 16,1
(%)
SHEPPARD, S.C. A importância do fósforo no
E1, E2, E3 e E4 = 21/03, 04/04, 18/04 e 02/05/2017, respectivamente. desenvolvimento inicial da planta. POTAFOS - Associação
Médias seguidas de mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato.
de Tukey a 5% de probabilidade. C.V. (%) = Coeficiente de Variação Informações Agronômicas, n.95, 2001.
*1 R2= 0,81
*2 R2= 0,86
MALAVOLTA, E. Abc da adubação. São Paulo:
*3 R2= 0,99 Agronômica Ceres. 1989. 304p.
*4 R2= 0,72 MARCOS-FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas
cultivadas. 2.ed. Londrina: ABRATES, 2015. 660p.
O fósforo foi significativo às plantas em todas as NOVAIS, R.F; SMYTH, T.J. Fósforo em plantas em
épocas para o IVG e as respostas às doses desse nutriente condições tropicais. Viçosa: UFV, Departamento de Solos,
apresentaram ajuste significativo em regressão quadrática, 1999. p. 399.
sendo o ponto de máxima eficiência técnica 65,06 kg ha-1 de STEFANELLO, R.; NEVES, L.A.S.; ABBAD, M.A.B.;
P2O5; 57,37 kg ha-1 de P2O5; 67 kg ha-1 de P2O5 e 33,6 kg ha- VIANA, B.B. Germinação e vigor de sementes de chia
1
de P2O5 para a E1, E2, E3 e E4, respectivamente. Pode-se (Salvia hispanica L. - Lamiaceae) sob diferentes
concluir através desse resultado do teste em laboratório, que temperaturas e condições de luz. Revista Brasileira de
a maioria das plantas da E4 no experimento a campo, Plantas Medicinais, Botucatu, v.17, n.4, 2015.
apresentou estatura reduzida pelas temperaturas baixas que UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE -
as afetaram, demonstrando que essa época não é adequada USDA. Washington, Columbia, USA. Food Composition
para a semeadura da chia na região. Por esse motivo, não Databases Show Foods - Seeds, chia seeds. 2011. Disponível
tiveram condições de utilizar todo o fósforo disponível. Esse em: <http://www.usda.gov/wps/portal/usda/usdahome>.
nutriente está intimamente ligado com a disponibilização de Acesso em: 07 out. 2018.
energia para a planta realizar seu metabolismo, armazenada
na forma de ADP e ATP (Malavolta, 1989).
4 – Conclusões
De acordo com os resultados obtidos conclui-se
que, as épocas de semeadura e doses de fósforo
influenciaram de forma significativa no índice de velocidade
de emergência das sementes de chia, sendo a melhor época
de semeadura no final de março com a dose de
aproximadamente 60 kg ha-1 de P2O5.
5 – Agradecimentos
Ao CNPq pela bolsa de produtividade em pesquisa
concedida ao segundo autor.
6 - Bibliografia
AYERZA, R.; COATES, W.; LAURIA, M. Chia seed
(Salvia hispanica L.) as an Ȧ-3 fatty acid source for broilers:
influence on fatty acid composition, cholesterol and fat
content of white and dark meats, growth performance and
sensory characteristics. Poultry Science, n.81 p.826-837,
2002.
BUSILACCHI, H.; QUIROGA, M.; BUENO, M.; SAPIO,
O.; FLORES, V.; SEVERIN, C. Evaluación de Salvia
hispanica L. cultivada en el Sur de Santa Fé (República
Argentina). Cultivos Tropicales, Santa Fé, v.34, n.4, p.55-59,
2013.
Mariana Gomes Dias (UEM - Umuarama, marianagomes-10@hotmail.com), Jaqueline Calzavara Bordin (UEM,
jaqueline.bordin@hotmail.com), Poliana Tomé Gouveia (UEM - Umuarama, polianagouveia61@gmail.com), Tiago Roque
Benetoli da Silva (UEM - Umuarama, trbsilva@uem.br), Lucas Ambrosano (UEM - Umuarama,
lucasambrosano@gmail.com), Katia Kelen Beltrame UEM - Umuarama, katihbeltrame@hotmail.com), ), Maria Eduarda
Santos Monteiro (UEM – Umuarama, maria_eduarda.s@hotmail.com), Heittila Sindy Paccor Rodrigues (UEM- Umuarama,
heitty.p@hotmail.com).
1 - Introdução
Tabela 1 – Atributos químicos do solo do local antes da
Pertence a família Lameacea, a chia apresenta implantação do experimento, na camada de 0-20 cm.
características herbácea, é cultivada em regiões tropicais e pH P M.O. Ca K Mg Al CTC V
subtropicais, por apresentar originada do sul do México e do CaCl2 mg g -----------cmolc dm-3--------- %
dm-3 dm-3
norte da Guatemala, apresenta pouca tolerância ao frio 4,9 9,7 12,99 1,57 0,12 0,70 0,45 5,37 44,54
(Ixtaina et al., 2008; Capitani et al., 2012).
P e K extraídos com resina; Matéria Orgânica extraída pelo método de
A cultura apresenta exigência em adubação Walkley-Black; Ca, Mg e Al extraídos com KCl 1 cmol L-1.
fosfatada que se torna essencial para o crescimento e
produtividades da cultura (Malavolta, 2006; Guerra et al., Os tratamentos foram iniciados na cultura do feijão
2006), além de outro elemento essencial como o nitrogênio, para o estudo de aproveitamento da adubação residual na
que se em baixas quantidades pode prejudicar o cultura da chia. Com continuidade do experimento de
desenvolvimento da cultura (Chan, 2013). aproveitamento da adubação residual pela segunda espécie
Para suprir toda a demanda, são necessários vegetal, ou seja, a chia, as parcelas foram instaladas no
cuidados no cultivo como a realização de uma adubação mesmo local do cultivo anterior do feijoeiro.
correta para suprir as necessidades em suas diferentes fases O experimento foi conduzido com delineamento
do desenvolvimento (Silva et al., 2019; Toso, 2012). experimental de blocos casualizados com 4 repetições e 6
Com a realização da adubação tanto no plantio tratamentos.
como de cobertura ao longo do cultivo, os nutrientes podem Os tratamentos empregados foram compostos pela
ter efeito imediato no solo e parte irá permanecer como efeito adubação residual do feijão (AB; AB + 20%; AB + 40%; AB
residual, por meio de um processo lento de decomposição + 60%; AB + 80%), porém com um tratamento adicional, a
(Santos et al., 2001; Santos et al., 2011; Stone et al, 1994; adubação residual mais a adubação de base recomendada
Finger e Fontes, 1995; Silva et al., 2001). Diversas plantas para chia (AB + AB chia), constituindo-se em 20, 60 e 60 kg
estão sendo testadas para o aproveitamento destes nutrientes ha-1 de N, P2O5 e K2O na semeadura.
no solo remanescentes da cultura (Goviden, 1990; Iman et Aos 64 dias após o plantio foram coletadas três
al., 1990). plantas por parcela. Após secas e pesadas, as amostras foram
Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o teor trituradas no moedor de material vegetal e acondicionadas
de macronutrientes da cultura da chia em função do manejo em sacos de papel e encaminhadas para o laboratório para a
de adubação. determinação do macro e micronutriente.
A análise estatística deu-se através do modelo de
2 - Material e Métodos análise variância, por intermédio do programa Sisvar
(Ferreira, 2011), utilizando o nível de 5% de significância.
O experimento foi desenvolvido no campus As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao mesmo
regional da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no nível de significância.
município de Umuarama, estado do Paraná, nas coordenadas
geográficas 23°47’30.7” de latitude Sul e 53°15’23.3” de
longitude Oeste, a uma altitude de 407 m. A região apresenta 3 - Resultados e Discussão
clima Cfa ou subtropical, segundo a classificação de Köppen Ao avaliar as os resultados de macronutriente da
(IAPAR, 2014). parte aérea da chia, foi possível observar que, para nitrogênio
O solo da área é classificado como Latossolo (N), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg) e matéria seca
Vermelho distrófico (EMBRAPA, 2018) de textura arenosa. da parte aérea (Tabela 2), através da análise estatística pelo
Antes da instalação do experimento foi realizada análise teste de Tukey a 5% de probabilidade não sofreram
química do solo da área, na profundidade de 0,0-0,20 m, influência significativa do efeito residual da adubação
representada na tabela 1. presente no solo.
O experimento foi conduzido em condições de
campo, com o delineamento experimental de blocos
casualizados, com 4 repetições, a unidade experimental foi
constituída de quatro ruas de dois metros de comprimento,
sendo que as ruas foram espaçadas com 0,45 m entre elas.
Tabela 2 – Teores foliares de nitrogênio (N), fósforo (P), FINGER, F.L.; FONTES, P.C.R. Efeito residual da
potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), na parte aérea de adubação de P e K da batata sobre a produção e conservação
chia em função do manejo de adubação. Umuarama (PR), pós-colheita de cebola. Horticultura Brasileira, Brasília,
2019 v.13, n.1, p.82, 1995.
FORNASIERI FILHO, D. Manual da cultura do milho.
Tratamentos N P K Ca Mg Jaboticabal, SP: UNEP, 2007. 576p.
----------------------------g kg-1-------------------------- GOVIDEN, N.; Intercropping of sugar-cane with potato in
AB 33,8 a 2,53 b 19,1 a 11,1 a 2,9 a
Mauritius: A successful, cropping system. Field Crop
AB + AB chia 37,0 a 6,67 a 18,6 a 10,9 a 2,9 a
AB + 20% 29,7 a 2,82 a 18,5 a 9,3 a 3,0 a Research, Amsterdan, v.25, n.1-2, p.99-110, 1990.
AB + 40% 29,5 a 3,39 a 18,8 a 11,3 a 3,0 a IAPAR. Instituto Agronômico do Paraná.
AB + 60% 29,9 a 2,46 a 19,3 a 11,9 a 2,9 a Agrometeorologia. Redes de Estações Meteorológicas do
AB + 80% 32,8 a 2,63 a 18,3 a 9,9 a 2,7 a Paraná. Estações Meteorológicas Convencionais.
Teste F n.s. * n.s. n.s. n.s.
CV (%) 26,1 18,6 3,1 24,3 10,9
Umuarama. 2014.
AB = adubação de base no feijoeiro; AB + AB chia = adubação de base no IMAN, S.A.; HOSSAIN, A.H.M.D.; SIKKA, L.C.;
feijoeiro + adubação de base na chia; n.s e * = não significativo e MIDMORE, D.J. Agronomic management of
significativo a 5% de probabilidade de erro, respectivamente; Médias potato/sugarcane intercropping and its economic
seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey
implications. Field Crop Research, Amsterdan, v.25, n.1-2,
a 5% de probabilidade de erro; C.V. = coeficiente de variação.
p.111-122, 1990.
Somente o fósforo apresentado na Tabela 2, foi IXTAINA, V.Y.; NOLASCO, S.M.; TOM, M.C. Physical
significativo, sendo que AB + AB chia, e AB + 20%, 40%, properties of chia (Salvia hispanica L .) seeds. Industrial
60% e 80% apresentaram diferença significativa quando Crops and Products, Amsterdã, v.28, n.3, p.286–293, 2008.
comparados com o tratamento AB sem incremento. Este PAULETTI, V.; MOTTA, A.C.V. Manual de adubação e
nutriente dentro das necessidades da planta é considerado um calagem para o estado do Paraná. Curitiba:
dos requeridos em maior quantidade, desempenhando papel SBCS/NEPAR, 2017. 482p.
fundamental na transferência e utilização de energia SANTOS, M.R.; SEDIYAMA, M.A.N; SANTOS, I.C.;
(Fornasieri Filho 2007). SALGADO, L.T.; VIDIGAL, A.M. Produção de milho-
verde em resposta ao efeito residual da adubação orgânica do
quiabeiro em cultivo subsequente. Revista Ceres, Viçosa,
4 – Conclusões v.58, n.1, p.77-83, 2011.
SANTOS, R.H.S.; SILVA, F.; CASALI, V.W.D.; CONDE,
Somente o P na parte aérea da chia sofreu influência
A.R. Efeito residual da adubação com composto orgânico
pelo efeito residual da adubação utilizada nos tratamentos.
sobre o crescimento e produção de alface. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.36, n.11, p.1395-1398,
5 – Agradecimentos 2001.
SILVA, E.C.; SILVA FILHO, A.V.; ALVARENGA,
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) e ao M.A.R. Efeito residual da adubação da batata sobre a
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e produção do milho-verde em cultivo sucessivo. Pesquisa
Tecnológico (CNPq). Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.11, p.2151-2155,
2001.
SILVA, N.R.S.; SILVA, N.R.S.; DUTRA, R.B.; ROQUIM,
6 – Bibliografia
R.J.; FREITAS, A.S. Influência do enxofre na produção do
CAPITANNI, M. I.; SPORTORNO, V.; NOLASCO, S.M.; feijoeiro. Revista de Iniciação Científica da Universidade
TOMÁS, M.C. Physicochemical and functional Vale do Rio Verde, Pouso Alegre, v.8, n.2, p.11-22, 2019.
characterization of by-products from chia (Salvia hispanica STONE, L.F.; SILVEIRA, P.M.; ZIMMERMAN, F.J.P.;
L.) seeds of Argentina. Food Science and Technology, Características fisico-hídricas e químicas de um Latossolo
Campinas, v.45, n.1, p.94-102, 2012. após a adubação e cultivos sucessivos de arroz e feijão, sob
CHAN, G.A.H. Nitrogênio e fósforo na cultura de chia. irrigação por aspersão. Revista Brasileira de Ciência do
2016. 71p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) - Solo, Campinas, v.18, n.3, p.533-539, 1994.
Universidade Federal do Tocantins, Gurupi, 2016. TOSO, V. Growth and yield of common bean under
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA different nitrogen availabilities. 2012. 34p. Dissertação
AGROPECUÁRIA. Sistema Brasileiro de Classificação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal de Santa
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FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis
system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.35, n.6,
p.1039-1042, 2011.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
632
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
A análise estatística deu-se através do modelo de (República Argentina). Cultivos Tropicales, San José de las
análise variância, por intermédio do programa Sisvar Lajas, v.34, n.4, p.55–59, 2013.
(Ferreira, 2011), utilizando o nível de 5% de significância. CAPITANNI, M. I.; SPORTORNO, V.; NOLASCO, S.M.;
As médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao mesmo TOMÁS, M.C. Physicochemical and functional
nível de significância. characterization of by-products from chia (Salvia hispanica
L.) seeds of Argentina. Food Science and Technology,
Campinas, v.45, n.1, p.94-102, 2012.
3 - Resultados e Discussão EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
Ao avaliar os resultados de micronutriente da parte AGROPECUÁRIA. Sistema Brasileiro de Classificação
aérea da chia, foi possível observar que para cobre (Cu), dos Solos. Rio de Janeiro: EMBRAPA/CNPSO, 2018. 532p.
zinco (Zn), ferro (Fe) e manganês (Mn) não sofreram FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis
influência significativa dos tratamentos utilizados (Tabela system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.35, n.6,
1). p.1039-1042, 2011.
FINGER, F.L.; FONTES, P.C.R. Efeito residual da
Tabela 1 – Teores foliares de cobre (Cu), zinco (Zn), ferro adubação de P e K da batata sobre a produção e conservação
(Fe) e manganês (Mn), na cultura da chia e em função do pós-colheita de cebola. Horticultura Brasileira, Brasília,
manejo de adubação. Umuarama (PR), 2019 v.13, n.1, p.82, 1995.
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Tratamentos Cu Zn Fe Mn Mauritius: A successful, cropping system. Field Crop
-----------------mg kg -1---------------- Research, Amsterdan, v.25, n.1-2, p.99-110, 1990.
AB 10,5 a 53,7 a 353 a 112,0 a IMAN, S.A.; HOSSAIN, A.H.M.D.; SIKKA, L.C.;
AB + AB chia 10,0 a 68,7 a 485 a 120,0 a MIDMORE, D.J. Agronomic management of
AB + 20% 11,2 a 64,7 a 664 a 92,5 a potato/sugarcane intercropping and its economic
AB + 40% 11,2 a 76,1 a 511 a 96,0 a implications. Field Crop Research, Amsterdan, v.25, n.1-2,
AB + 60% 12,0 a 57,2 a 528 a 72,7 a p.111-122, 1990.
AB + 80% 9,7 a 67,5 a 518 a 79,2 a MAIA, N.B. Efeito da nutrição mineral na qualidade do óleo
Teste F n.s. n.s. n.s. n.s. essencial da menta (Mentha arvensis L.) cultivada em
CV (%) 18,5 29,7 34,2 28,9 solução nutritiva. In: MING, L.C. (Coord.) Plantas
AB = adubação de base no feijoeiro; AB + AB chia = adubação de base no medicinais, aromáticas e condimentares: avanços na
feijoeiro + adubação de base na chia pesquisa agronômica. Botucatu: UNESP, 1998. p.81-95.
MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de
Em estudos com espécies da família Lameacea, plantas. São Paulo: Ceres, 2006, 638p.
(Mentha arvensis), obteve teores foliares de macronutrientes MANOS, M.G.L.; OLIVEIRA, M.G.C.; MARTINS, C.R.
de N: 44,30; P: 3,70; K: 42,10; Ca: 14,90; Mg: 6,70 g kg-1 e Informações Técnicas para o Cultivo do Feijoeiro
micronutriente Cu: 9,00; Fe: 432,00; Mn: 56,00 e Zn: 46,00 Comum na Região Nordeste Brasileira 2013-2014.
mg kg-1 (Maia 1998). Ao comparar tais dados com os Aracaju: Embrapa Tabuleiro Costeiro, 2012. 201p.
resultados encontrados para a chia, verifica-se que os teores (Embrapa Tabuleiro Costeiro. Documento, 181). Disponível
foliares de Cu e Fe apresentaram valores semelhantes e Mn em:
e Zn foram superiores aos encontrados por Maia (1998). ‘http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2013/doc_181.p
Essas variações ocorrem, pois estes nutrientes df’. Acesso em: 20 abr. 2019.
sofrem influência de fatores externos e internos que MIGLIAVACCA, R.A.; VASCONCELOS, A.L.S.;
interferem na absorção iônica, a variação da tensão de SANTOS, C.L.; APTISTELLA, J.L.C. Uso da cultura da
oxigênio na solução e da temperatura, diminui a absorção de chia como opção de rotação no sistema de plantio direto. In:
nutrientes, o que acarreta menor concentração na celular ENCONTRO NACIONAL DE PLANTIO DIRETO NA
vegetal (Malavolta, 2006). PALHA, 14, 2014, Bonito. Anais. Brasília: Embrapa, 118p.
PAULETTI, V.; MOTTA, A.C.V. Manual de adubação e
calagem para o estado do Paraná. Curitiba:
4 – Conclusões SBCS/NEPAR, 2017. 482p.
Para os micronutrientes, não houve influência SILVA, E.C.; SILVA FILHO, A.V.; ALVARENGA,
significativa dos tratamentos utilizados. M.A.R. Efeito residual da adubação da batata sobre a
produção do milho-verde em cultivo sucessivo. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.11, p.2151-2155,
5 – Agradecimentos 2001.
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) e ao SILVA, E.L.; SOUZA, D.A.; CASTRILLON, E.M.;
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e ÁVILA, M.C.; SANTOS, D.T. Síntese de biodiesel assistida
Tecnológico (CNPq). por banho de ultrassom a partir de blendas de óleo residual e
óleo de chia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
QUÍMICA, 56, 2016, Belém. Anais. Belém: ABQ, 1p.
6 – Bibliografia
BUSILACCHI, H.; QUIROGA, M.; BUENO, M.; DI
SAPIO, O.; FLORES, V.; SEVERIN, C. Evaluacion de
Salvia hispanica L. cultivada en el sur de Santa Fe
Resultados semelhantes foram encontrados por Nitrogen top dressing application and growing season of
Silva et al. (2013), onde doses crescentes de nitrogênio não crambe cultivated on two crop year. Journal of Food,
aumentaram o teor de óleo nas sementes de crambe. Agriculture & Environment, Finland, v.11, p.1463-1466,
Um elemento de grande importância na síntese de 2013.
óleo é o fósforo. Para a mamona, por exemplo, as diferentes
doses de fósforo foram eficientes em elevar o teor de óleo
das sementes como encontrado por Severino et al., (2006).
Assim, os teores de óleo podem ter sido semelhantes pela
baixa quantidade de fósforo existente.
4 – Conclusões
As doses de nitrogênio não influenciaram de forma
significativa no teor de óleo dos grãos de chia.
5 – Agradecimentos
Ao CNPq pela bolsa de produtividade em pesquisa.
6 - Bibliografia
AYERZA, R.; COATES, W.; LAURIA, M. Chia seed
(Salvia hispanica L.) as an Ȧ-3 fatty acid source for broilers:
influence on fatty acid composition, cholesterol and fat
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sensory characteristics. Poultry Science, n.81 p.826-837,
2002.
BUSILACCHI, H.; QUIROGA, M.; BUENO, M.; SAPIO,
O.; FLORES, V.; SEVERIN, C. Evaluación de Salvia
hispanica L. cultivada en el Sur de Santa Fé (República
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Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
636
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
A produtividade da cultura da chia aumentou de
acordo com o aumento das doses de nitrogênio, até a dose de
160 kg.ha-1 de nitrogênio.
5 – Agradecimentos
Ao CNPq pela bolsa de produtividade em pesquisa.
6 - Bibliografia
AYERZA, R.; COATES, W.; LAURIA, M. Chia seed
(Salvia hispanica L.) as an Ȧ-3 fatty acid source for broilers:
influence on fatty acid composition, cholesterol and fat
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sensory characteristics. Poultry Science, n.81 p.826-837,
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química, propriedades funcionais e aplicações tecnológicas
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Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
638
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
em condições de excesso hídrico, sem o uso de drenos, para causado pelo excesso de água às plantas reduziu
os híbridos Diamond, Hyola 433 e Hyola 76, enquanto que significativamente a produtividade de grãos e também o
o híbrido Alht B4 não apresentou alteração, Tabela 1. teor de óleo, resultando, consequentemente, em menor
A média geral para o teor de óleo nos grãos foi de rendimento de óleo.
46,0%, acima da média nacional, que segundo Tomm et al.
(2009) se encontra próximo a 38%. O uso de dreno Tabela 3. Rendimento de óleo (RO, kg ha-1) de canola em
possibilitou uma média de 46,7% enquanto que para o função da utilização ou não de drenos.
cultivo sem dreno a média foi de 45,3%, evidenciando uma Condição do solo RO (kg ha-1)
possível tendência do excesso hídrico reduzir o teor de óleo Com dreno 536,67 a
dos grãos na canola. Entre os genótipos, o híbrido Hyola 76 Sem dreno 265,69 b
apresentou maior teor de óleo nos dois tratamentos, com e Médias seguidas por mesmas letras nas colunas não se diferenciam pelo
sem dreno. teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade de erro.
A redução no teor de óleo da canola pode estar
Maior rendimento de óleo é o principal objetivo a
relacionada ao estresse causado pelo excesso hídrico,
confirmado no tratamento sem dreno para todos os híbridos ser alcançado na cultura da canola, visto que o óleo é a
fração comercial mais importante, tanto para o consumo
(Tabela 1), que limita o crescimento das plantas, provoca
redução nas taxas de fotossíntese e no acúmulo de massa humano, quanto para a obtenção de biodiesel. Genótipos
que atinjam elevado teor de óleo e produtividade de grãos
seca de raízes e parte aérea, bem como afeta o metabolismo
secundário, resultando em menor teor de óleo dos grãos são desejáveis, visto que resultam em maior rendimento de
óleo.
(MELGAREJO et al., 2014). Krüger et al. (2014),
trabalhando com diferentes espaçamentos entre linhas de
semeadura, também encontrou grande variação (desde 16,6 4 – Conclusões
até 37,4%) no teor de óleo da canola. A redução do teor de
óleo parece estar relacionada também às condições térmicas O híbrido Hyola 76 apresentou maior teor de óleo,
durante o período de excesso hídrico. Cannell e Belford tanto no tratamento com dreno quanto no sem dreno.
(1980) verificaram uma redução de rendimento de óleo em O híbrido Diamond apresentou maior rendimento
17% quando o excesso hídrico aplicado entre janeiro e de óleo.
março ocorreu sob uma temperatura média do ar de apenas A redução do excesso hídrico pela utilização de
6 °C. drenos diminui seus efeitos adversos no rendimento em
óleo da canola.
Tabela 1. Teor de óleo (TO, %) de grãos de quatro
genótipos de canola em função da utilização de drenos.
5 – Agradecimentos
TO (%)
Alht B4 Diamond Hyola 433 Hyola 76 UFSM, EMBRAPA-Trigo, CAPES, CNPq
Com dreno 44,8 Ca 46,9 Ba 47,0 Ba 47,8 Aa
Sem dreno 44,6 Ca 45,4 Bb 44,7 Cb 46,5 Ab
Médias seguidas por letras iguais minúsculas na coluna e maiúsculas na 6 - Bibliografia
linha não diferem pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade de erro.
CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de grãos, v.
-1
O rendimento de óleo (kg ha ) foi afetado tanto 6 - Safra 2018/189, n. 11 – 11° levantamento, 2019
pelo fator genótipo (Tabela 2), quanto pelo fator drenagem Brasília, DF, 107p.
do solo (Tabela 3). Mesmo não sendo o genótipo que CANNELL, R. Q.; BELFORD, R. K. Effects of
apresentou maior teor de óleo, o híbrido Diamond waterlogging at different stages of development on the
apresentou o maior rendimento de óleo. Como o growth and yield of winter oilseed rape (Brassica napus
rendimento de óleo é uma função da produtividade de grãos L.). Journal of the Food and Agriculture, 1980, 31, 963-
e do teor de óleo e como houve diferença significativa, 965.
porém não muito acentuada do teor de óleo entre os KRÜGER, C. A. M. B.; SILVA, J. A. G da; MEDEIROS,
genótipos, os resultados de rendimento de óleo derivaram S. L. P ; DALMAGO, G. A.; SILVA, A. J. da;
principalmente dos resultados da produtividade de grãos. RENHARDT, E. G.; GEWEHR, E. Relações de variáveis
ambientais e subperíodos na produtividade e teor de óleo
Tabela 2. Rendimento de óleo (RO, kg ha-1) de quatro em canola. Ciência Rural, 2014, 44, 1671-1677.
genótipos de canola. MELGAREJO A. M.; JÚNIOR, J. B. D.; COSTA, A. C. T.
Genótipos RO (kg ha-1) DA; MEZZALIRA, É. J.; PIVA, A. L.; SANTIN, A.
Diamond 545,09 a Características agronômicas e teor de óleo da canola em
Hyola 433 407,72 b função da época de semeadura. Revista Brasileira de
Hyola 76 399,57 b Engenharia Agrícola e Ambiental, 2014, 18, 934-938.
Alht B4 252,34 c SiBCS (Sistema brasileiro de classificação de solos), 3 a
Médias seguidas por mesmas letras nas colunas não se diferenciam pelo edição, Embrapa solos, 2013, 353 p.
teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade de erro. TOMM, G. O.; WIETHÖLTER, S.; DALMAGO, G. A.;
SANTOS, H. P. dos. Tecnologia para produção de canola
A não utilização de drenos influenciou no
no Rio Grande do Sul, Embrapa Trigo. Documentos Online,
rendimento de óleo, reduzindo-o em 49,5% em relação ao
113, 2009, Passo Fundo, RS, 15p.
tratamento com dreno (Tabela 3). Neste caso o estresse
Larissa Fonseca Neves (UFPI-CPCE, larissafonseca034@gmail.com), Renan Henrique Beserra de Sousa (UFPI-CPCE,
renan.filhodedeusasdd@hotmail.com), Ramilos Rodrigues de Brito (UFPI-CPCE, ramilos@hotmail.com), Cléia do
Nascimento Silva (UFPI-CPCE, cleyah11@gmail.com), Jennyfer Yara Nunes Batista (UFPI-CPCE,
jennyferyaranb@gmail.com), José Antonio Freitas Penha (UFPI-CPCE, joseafpenha@outlook.com), Bruno Sousa
Figueiredo da Fonseca (UFPI-CPCE, Brunothegame_@hotmail.com), Amanda Soares Santos (UFPI-CPCE,
amandasoares_santos95@hotmail.com), Rafael de Souza Miranda (UFPI-CPCE, rsmiranda@ufpi.ed.br).
4 – Conclusions
In conclusion, cowpea and soybean plants
Figure 2. Chlorophyll a content of soybean and cowpea
display differential mechanisms for tolerance to water
genotypes after 21 days of imposition to water stress
stress. Our findings suggest that sensibility of TVU plants
treatments.
is result of high degradation of photosynthetic pigments
coupled to elevated oxidative damage. Drought tolerance of
BMX81I81 plants is attributed to maintenance of
photosynthetic pigments, mainly Chl b.
5 – Acknowledgments
FAPEPI, CNPq and UFPI.
6 - Bibliography
DWEVED, A., KAYASTHA, A, M, (2011). Soybean: a
Figure 3. Chlorophyll b content of soybean and cowpea Multifaceted Legume with Enormous Economic Capabilities,
genotypes after 21 days of imposition to water stress Soybean - Biochemistry, Chemistry and Physiology, Prof. Tzi-
treatments. Bun Ng (Ed.), ISBN: 978-953-307- 219-7.
FERREIRA, W, N; LACERDA, C, F; COSTA, R, C; FILHO,
Chlorophyll total (Chltotal) content was reduced S, M. Effect of water stress on seedling growth in two species
by water deprivation, except for tolerant-soybean genotype with different abundances: the importance of Stress Resistance
(BMX81I81) (Figure 4). These findings suggest that Syndrome in seasonally dry tropical forest; Acta Bot.
accumulation of photosynthetic pigments is closely related Bras. vol.29 no.3 Belo Horizonte July/Sept, 2015.
with drought tolerance in soybean plants. JALEEL, C. A., P. MANIVANNAN, A. WAHID, M.
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MIRANDA, R. S., MESQUITA, R. O., FREITAS, N. S.,
PRISCO, J. T., & GOMES-FILHO, E. (2014). Nitrate:
ammonium nutrition alleviates detrimental effects of salinity
by enhancing photosystem II efficiency in sorghum plants.
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 18
Figure 4. Chlorophyll total content of soybean and cowpea (Suplement), 8–12.
genotypes after 21 days of imposition to water stress MIURA, K., & TADA, Y. (2014). Regulation of water
treatments. salinity, and cold stress responses by salicylic acid. Frontiers
An interesting result was that TVU plants in Plant Science, 5, 1–12.
increased carotenoids contents under water stress, whereas TAIZ, L; ZEIGER, E; MOLLER, I, M; MURPHY, A.
Xique-xique, BMX81I81 and AS3810IPRO plants showed Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6. ed – Porto Alegre:
similar decrease when subjected to low water availability Artmed, 2017.
(Figure 5). The bigger carotenoids accumulation in STEDUTO, P., HSIAO, T. C., FERERES E., RAES D. (2012).
drought-sensitive cowpea genotype indicates oxidative Crop yield response to water; Fao irrigation and drainage
damage caused by stress. This hypothesis is corroborated paper. Food and agriculture organization of the united nations,
by previous reports, in which the carotenoids acted as non- Rome.
enzymatic antioxidants to scavenging reactive oxygen
species (ROS) in plants growing under adverse conditions
(Miranda et al. 2014; Miura; Tada, 2014).
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
642
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Water demand of Vigna unguiculata plants under drought in soils from Piauí state
1. Introduction Cowpea seeds were sown on July 18, 2019; while the
drought treatments were imposed on July 27, 2019, and the
Cowpea (Vigna unguiculata (L.) Walp.) is an harvests were done on August 17, 2019 (21 days after
excellent source of protein (23% -25% on average) with all imposing water stress). During the harvest, the plant material
essential amino acids, carbohydrates and other compounds. was dried in an oven at 60 ºC until achieve constant weight,
Cowpea may be employed as a potential renewable and and dry mass of shoot and roots was measured. The relative
sustainable energy source, mainly cowpea grains, as well as water content (RWC) was determined according to Blum and
a component of crop rotation scheme of castor oil plant and Ebercon (1981).
cowpea (Sánchez et al. 2018). In all cases, the cowpea crop
has emerging as important feedstock in wide world.
3 - Results and Discussion
In Brazil, cowpea is widely cultivated in semiarid and
arid areas, especially in Northeast region and some areas of In this study, water deprivation promoted decrease
Amazon, with economic importance for small farmers. Crop in total dry mass (DMtotal) of all cowpea genotypes;
productivity in environments with low water availability is nevertheless, the effects was dependent of stress level and
drastically affected, but some genotypes may display plant genotype. In general, under moderate drought, the
characteristics that allow the maintenance of water status damage in DMtotal was less drastic in drought-tolerant
during the stress period (Blum, 2005). genotypes (Xique-xique and novaera) (a main reduction of
How far plants are able to maintain their leaf water 65.8%) than in drought-sensitive genotypes (Pitiúba and
demand is therefore an important trait to drought tolerance, TVU) (main reduction of 88.1%) (Figure 1). On the other
hand, the severe drought similarly reduced the dry mass
which may vary among genotypes. Thus, understanding how
production from all cowpea genotypes.
plants respond to water deficit and identifying drought
tolerance mechanisms is crucial to avoid and predicting
impacts on crop yield (Bartels and Sunkar, 2005; Atkin &
Macherel, 2009). This study aimed to investigate the hydric
status of drought-contrasting cowpea genotypes and its
relationship with tolerance to water deficit.
4 – Conclusion
In conclusion, hydric status of cowpea plants is not
closely related to drought tolerance. Thus, further analyzes
are necessary to elucidate mechanisms underlying plant
growth under water deprivation ir order to cultivate cowpea
plants in semiarid regions.
5 – Acknowledgments
CNPq, FAPEPI and UFPI.
6 - Bibliography
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3 - Resultados e Discussão
Para a produção de um biocombustível de A rota de produção do biodiesel utilizada para o
qualidade, alguns fatores devem ser levados em babaçu é a transesterificação, processo do qual as
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
646
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
características físico-químicas devem atender a um padrão. Apesar de seu notável potencial para a produção de
Desta forma, a acidez do óleo deve estar em um valor abaixo biocombustível, apenas a extração do óleo e o não
de 2,0 mg KOH.gˉ¹ óleo, na Tabela 2, encontram-se alguns aproveitamento do restante da palmeira, faz com que a
índices do babaçu. produção em larga escala dessa palmeira fique inviável,
portanto, juntamente com a extração do óleo, deve-se ajustar
Tabela 2. Características físico-químicas do óleo de babaçu. uma linha de produção eficiente, na qual as comunidades
possam ter o maior aproveitamento possível, aumentando a
renda e gerando maior estabilidade financeira.
4 – Conclusões
De acordo com os dados obtidos na literatura, fica
Fonte: SANTOS, 2008. evidente a possibilidade de se trazer um maior
desenvolvimento socioeconomico para a região da baixada
maranhense através da produção de biocombustível de
Segundo a tabela acima, o óleo de babaçu está apto
babaçu, assim como dar uma oportunidade diferenciada para
a passar pelo processo de transesterificação para a produção
que as comunidades tradicionais obterem renda e
de biodiesel, sem necessitar de um refinamento para diminuir
desenvolvimento, não mais ficando a mercê da violência que
o índice de acidez, encurtando o processo de fabricação. Já o
assombra a região devido o avanço da fronteira agrícola.
índice de cetano presente no óleo de babaçu, Tabela 3,
Incentivar a produção de biodiesel a partir de
comparado a outros óleos, como o de soja e o de palma, faz
palmeiras nativas é uma forma de reforçar o potencial da
com que o babaçu se destaque, visto que esta propriedade
região diante das demais, trazendo novos investimentos em
está relacionada a qualidade da ignição, influenciando para
uma combustão completa, ou seja, quanto maior o índice de pesquisa e tecnologia, valorizando a população local e
acreditando na capacidade daqueles que, atualmente, não
cetano, melhor será a combustão no motor, fazendo com que
estão recebendo o apoio necessário.
o mesmo atinja a temperatura de trabalho mais rapidamente
(ZUNIGA et al., 2011).
5 – Agradecimentos
Tabela 3. Propriedades dos óleos de Babaçu, Soja e Palma.
À Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento
Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA e Rede
Brasileira de Bioquerosene.
6 - Bibliografia
CAVALCANTE, G. H. R. Estudos de óleos nativos da
Fonte: SILVA, 2014 Amazônia (Babaçu e Andiroba): modificação química,
caracterização e avaliação como biolubrificante. UFMA, São
Além do óleo, que representa cerca de 7% do peso Luis, 2016.
total do fruto e 67% do peso total da amêndoa, o babaçu Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu,
ainda pode ser matéria prima de cerca de 60 outros disponível em <https://www.miqcb.org/>. Acesso em
subprodutos comerciais. O coque do babaçu surge como um
01/09/2019.
dos destaques desses subprodutos, visto que esse carvão
NASCIMENTO, U. S.; Carvão de Babaçu como Fonte
vegetal apresenta 80% de carbono em sua composição,
Térmica para Sistema de Refrigeração por Absorção no
tornando-se mais vantajoso ao do eucalipto, com 70% de
carbono (PUTTI, 2012). Diante das inúmeras formas de Estado do Maranhão; Universidade Estadual de Campinas,
aproveitamento, Nascimento (2004) utiliza um fluxograma São Paulo, 2004.
para exemplificar a potencialidade do babaçu para a SANTOS, N. A. dos; Propriedades Termo-oxidativas e de
produção de energia limpa e outros produtos: Fluxo do Biodiesel de Babaçu (Orbignya phalerata). UFPB,
Jõao Pessoa, 2008.
Figura 2. Fluxograma dos rendimentos dos subprodutos do PUTTI, F. F.; LUDWIG, R.; RAVAZI, A. M.; Análise da
babaçu. viabilidade e rentabilidade do uso do Babaçu para a produção
do biodiesel. Fórum Ambiental, vol. 8, nº 7, 2012.
SILVA, M. G. S.; FERREIRA, K. J. N.; TEIXEIRA, M. M.;
SILVA, F. C.; MACIEL, A. P.; Estudo de viabilidade técnica
da produção de biodiesel de Babaçu: uma revisão crítica.
Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três Corações,
v. 12, n. 2, p. 434-443, ago. /dez. 2014.
ZUNIGA, A. D. G.; PAULA, M. M.; COIMBRA, J. S. R.;
MARTINS, E. C. A.; SILVA, D. X.; TELIS-ROMERO, J.
Revisão: Propriedades Físico-Químicas do Biodiesel.
Pesticidas: Revista de ecotoxicologia e meio ambiente, V.21,
p.55-72, 2011.
Tabela 1. Análise cromatográfica do óleo de tucum. Tabela 4. Composição de ácidos graxos essenciais do Inajá.
5 – Agradecimentos
Segundo a análise encontrada em Rodrigues (2019),
o óleo de inajá extraído da amêndoa, apresentou À Fundação de Amparo à Pesquisa e ao
predominância de ácidos graxos saturados, principalmente o Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão
Láurico, Oleico e Mirístico, se aproximando da faixa ideal – FAPEMA e Rede Brasileira de Bioquerosene.
para a produção de biodiesel e bioquerose, como mostra a
tabela 3 a seguir: 6 - Bibliografia
Tabela 3. Análise cromatográfica do inajá. CAVALCANTE, P. B. Frutas comestíveis da Amazônia. 5
ed. Belém: Edições CEJUP: CNPq: Museu Paraense Emílio
Goeldi, 1991, 279 p.
COSTA, W. Amazônia de A a Z: Inajá. Portal Amazônia. 22
de Janeiro de 2018. Disponível em: . Acesso em: 28 de maio
de 2019.
EMBRAPA AGROENERGIA. Empresa Brasileira de
Pesquisas Agropecuárias. Biorrefinarias: Cenários e
Perspectivas. Editos Técnico Silvio Vaz Jr. Brasilia, DF.
2011.
MIRANDA, I. P. de A. et al. (2001). Frutos de palmeiras da
Amazônia. Manaus: INPA. 118 p.
A análise do óleo extraído do mesocarpo mostrou RODRIGUES, Y. J. P.; Extração e determinação do perfil
que os ácidos mais abundantes foram o Oleico e o Palmítico. cromatográfico dos óleos do mesocarpo e amêndoas do fruto
Outro dado relevante, segundo Rodrigues (2019), foi a da Attalea maripa (Inajá). Universidade Federal do
presença dos Ômegas 3(ácido linolênico), Ômega 6 (ácido Maranhão, Pinheiro, MA, 2019.
linoleico) e Ômega 9 (ácido oleico),como mostra a tabela 4 STACHIW, R.; Potencial de produção de biodiesel com
a seguir, o que possibilita a utilização do mesocarpo para a espécies oleaginosas nativas de Rondônia, Brasil. ACTA
produção de bioprodutos contendo tais ácidos graxos AMAZONIA, Vol. 46(1), p. 81 – 90, 2016.
essenciais, o que acaba por agregar valor comercial a
palmeira.
exposição; o ganho de água das sementes em cada uma das envelhecimento tradicional foi mais rigorosa, propiciando a
soluções saturadas foi particular para cada lote em relação à maior diferenciação dos lotes.
umidade inicial (Tabela 2).
Tabela 3. Germinação após o teste de envelhecimento
Tabela 1. Valores médios de Teor de água (T.O.), acelerado em lotes de sementes de crambe, utilizando água
Germinação (G), Primeira contagem de germinação (PC), ou solução salina saturada de cloreto de potássio (KCl) e
Emergência de plântulas (EM) e Índice de Velocidade de cloreto de sódio (NaCl) em diferentes períodos de exposição,
Emergência (IVE) à temperatura de 41°C.
T.O G PC EM IVE Lotes Água KCl NaCl
Lotes
---------------- % ----------------- 1 52 bA 57 bA 51 aC
1 8,4 a 81 c 33 b 71 a 9,3 a 2 10 eB 20 db 46 bC
2 8,5 a 84 c 57 a 67 a 9,1 a 3 44 cA 41 cA 33 dB
3 8,9 a 76 d 36 b 68 a 8,0 b 4 17 dC 56 bC 49 cC
4 8,5 a 06 e 26 c 56 b 7,3 b 5 57 bA 43 cB 46 bC
5 8,5 a 88 b 55 a 69 a 8,2 b 6 67 aB 67 aA 52 aB
6 8,7 a 94 a 36 b 73 a 9,7 a *Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e
CV maiúscula na linha não diferenciam estatisticamente entre si ao
8,52 4,51 13,27 4,25 7,34 nível de 5% de significância pelo teste de Scott Knott.
(%)
*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferenciam
estatisticamente entre si no nível de 5% de significância pelo teste
de Scott-Knott.
4 – Conclusões
. O teste de envelhecimento acelerado conduzido
Sendo o maior teor de água obtido quando as com água, NaCl e KCl foram eficientes para distinguir os
sementes foram submetidas o teste apenas com água. Jianhua lotes estudados, quanto à qualidade fisiológica.
e Mc Donald (1996) afirmaram que o uso de soluções salinas
no teste de envelhecimento acelerado ocasiona numa
redução da umidade relativa no interior das caixas plásticas. 5 – Agradecimentos
Tabela 2. Teor de água em lotes de sementes de crambe (%) Os autores agradecem à Capes pelo suporte.
após o envelhecimento acelerado em água, solução saturada
de cloreto de potássio (KCl) e solução saturada de cloreto de 6 - Bibliografia
sódio (NaCl), à temperatura de 41°C por 48 horas.
Lotes Água KCl NaCl BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
1 35,5 bA 13,4 aA 9,7 bA Abastecimento. Regras para Análises de Sementes.
2 35,5 bA 13,1 aA 10,5 aA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
3 36,5 aA 13,7 aA 9,5 bA Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília, DF:
4 33,2 dA 11,4 cA 9,7 bA Mapa/ACS, 2009. 395p.
5 34,7 cA 13,4 aA 9,9 bA BURRELL, N.J.; KNIGHT, G.P.; ARMITAGE, D.M.;
6 38,2 bA 13,1 aA 9,4 bA HILL, S. T. Determination of the time available for drying
*Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna e rapeseed before the appearance of surface moulds. Journal of
maiúscula na linha não diferenciam estatisticamente entre si ao Stored Products Research, v.16, n.3/4, p.115-118. 1980.
nível de 5% de significância pelo teste de Scott Knott . CARDOSO, R.B.; BINOTTI, F.F.da S.; CARDOSO, E.D.
Potencial fisiológico de sementes de crambe em função de
Os resultados da germinação após o embalagens e armazenamento. Pesquisa Agropecuária
envelhecimento acelerado em água, solução saturada de Tropical. v.42, n.3, p. 272-278, 2012.
cloreto de potássio (KCl) e solução saturada de cloreto de JIANHUA, Z.; MC DONALD, M. B. The saturated salt
sódio (NaCl), à temperatura de 41°C por 48 horas estão accelerated aging test for small seeds crops. Seed Science
expostos na Tabela 3. Pelas médias obtidas é possível and Techology, Zurich, v.25, n.1, p.123-131, 1996.
diferenciar os lotes em níveis de vigor para todos os NERY, M.C.; CARVALHO, M.L.M.; GUIMARÃES, R.M.
tratamentos do teste de envelhecimento acelerado. Na Testes de vigor para avaliação da qualidade de sementes de
metodologia do envelhecimento tradicional e com solução nabo forrageiro. Informativo Abrates. v.19, n.1, 2009.
salina nos períodos estudados, nenhum lote se destacou da SANTOS, L.A.S.; ROSSETO, C.A.V. Testes de vigor em
mesma forma, no entanto, o tratamento com água durante 72 sementes de Crambe abyssinica. Ciência Rural, v. 43, n. 2,
horas foi o que proporcionou uma melhor distinção quanto a p. 233 – 238, 2013.
qualidade fisiológica entre os lotes de sementes de crambe, SOUZA, A. D. V.; FÁVARO, S. P., ÍTAVO, L. C.;
possibilitando a distinção em cinco níveis de vigor com ROSCOE, R. Caracterização química de sementes e tortas de
destaque para o lote 6, semelhante ao teste de germinação pinhão-manso, nabo-forrageiro e crambe. Pesquisa
(Tabela 1). Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 44, n. 10, p. 1328 –
Nery et al. (2009) mencionam que é possível 1335, 2009
distinguir lotes de sementes de nabo forrageiro após 72 horas
quando foi utilizada solução saturada de NaCl. Nesta
pesquisa, o uso do NaCl possibilitou a diferenciação dos
lotes de sementes de crambe após 72 horas, no entanto, o
2 - Material e Métodos
O experimento foi realizado na Universidade
Federal do Piauí, Campus Professora Cinobelina Elvas, na
cidade de Bom Jesus – PI.
O delineamento experimental utilizado foi o
inteiramente casualizado composto por cinco tratamentos.
Os tratamentos foram os seguintes potenciais de estresse
salino com cloreto de sódio (NaCl): 0; -0,2; -0,4; -0,6 e -0,8
MPa. As concentrações de NaCl foram calculadas por meio
da curva de calibração por Braccini et al. (1996), ou seja, yos
= 0,194699 + 0,750394 C, em que: yos = potencial osmótico
(Mpa); e C = concentração (g L-¹). Figura 1. Germinação (%) de sementes de algodão
As sementes de algodão utilizadas foram da cultivar submetidas a diferentes níveis de salinidade.
4280.
Foram realizados os seguintes testes para avaliar a Os resultados apresentados no gráfico referente ao
germinação e vigor das sementes: estresse salino, indicou uma maior porcentagem com a
concentração de NaCl de -0,2 MPa representado por
tratamento 2. Já na concentração de -0,8 MPa que é comprimento de plântulas fazendo com que tivessem uma
representado pelo tratamento 5, não houve um número porcentagem maior de anormais e com menor massa seca.
significativo de sementes germinadas. Porém observando o Pois os sais inibem a germinação de sementes.
tratamento 3 e 4 de concentrações -0,4 e -0,6 MPa, observou-
se que apresentaram resultados semelhantes entre si.
A porcentagem de plântulas anormais é mostrado
na Figura 2. Os dados indicaram que houve um maior
número de plântulas anormais no tratamento 4 de
concentração -0,6 MPa e no tratamento 5 com concentração
de -0,8 MPa. Já no tratamento 2 de concentração -0,2 MPa e
tratamento 3 de concentração -0,4 MPa, não apresentou
resultado significativo em relação as plântulas anormais.
Essa anormalidade nos dois últimos tratamentos, pode ter
sido causado pela dosagem ser mais alta de NaCl em relação
aos outros tratamentos .
4 – Conclusões
Houve uma redução na germinação da semente e no
comprimento da plântula quando submetida a solução de
concetração de NaCl de -0,8 MPa.
5 – Agradecimentos
Universidade Federal do Piauí – UFPI , Campus
Professora Cinobelina Elvas- CPCE, Grupo de Pesquisa em
Figura 2. Plântulas anormais (%) de sementes de algodão Tecnologia de Sementes.
submetidas a diferentes níveis de salinidade.
2 - Material e Métodos
O experimento foi conduzido no laboratório de
análise de sementes da Faculdade de Ciências Agronômicas
de Botucatu (FCA/UNESP). As sementes da cultivar BRS
284 foram produzidas no ano agrícola 2013/2014, e colhidas
manualmente com umidade inicial de 14%.
Em seguida, as sementes foram mantidas a 20, 30,
40 e 50ºC sem luz (simulando um caminhão), durante 24
horas, para então serem colocadas em secador até atingir a Figura 1. Germinação (%) de sementes de soja submetidas
umidade de 9,5%. a diferentes temperaturas durante 24 horas após a colheita.
Com as sementes na umidade final, foram *Médias seguidas de mesma letra minúscula, não diferem
realizados os seguintes testes para avaliar a qualidade entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade
fisiológica das sementes:
Teste de germinação: foi realizado com quatro O mesmo comportamento foi observado quando foi
repetições de 50 sementes, acondicionadas em rolos de papel avaliado o vigor pela primeira contagem de germinação
germitest umedecidos com quantidade de água equivalente a
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
654
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
Os resultados nos permitem concluir que as
Figura 2. Primeira contagem de germinação (%) de sementes de soja não sofreram redução da germinação
sementes de soja submetidas a diferentes temperaturas imediata, mesmo expostas a temperatura de 50°C por 24
durante 24 horas após a colheita. *Médias seguidas de horas, entretanto o vigor pelo teste de condutividade elétrica
mesma letra minúscula, não diferem entre si pelo teste de detectou maior deterioração na condição de 20 e 50°C.
Tukey a 5% de probabilidade
5 – Agradecimentos
Diferença a nível de vigor foi observada no teste de
condutividade elétrica (Figura 4). No início do processo de À CAPES pelo apoio no desenvolvimento da
deterioração ocorre na membrana a perda da integridade pesquisa.
levando ao aumento da sua permeabilidade e provocando
vazamento de solutos celulares durante o processo de
embebição da semente (BERJAK; PAMMANTER, 2000). 6 - Bibliografia
BERJAK, P.; PAMMENTER, N. What ultrastructure has
told us about recalcitrant seeds. Revista Brasileira de
Fisiologia Vegetal, v. 12, p. 22-55, 2000. Edição Especial.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Regras para a análise de sementes. Brasília,
DF, 2009. 399 p.
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento.
Acompanhamento da safra brasileira de grãos, 2019, 06, 01-
50.
FRANÇA NETO, J.B.; KRZYZANOWSKI, F.C.; PÁDUA,
G.P.; COSTA, N.P.; HENNING, A.A. Tecnologia da
produção de semente de soja de alta qualidade - Série
Figura 3. Índice de velocidade de germinação (IVG) de Sementes. EMBRAPA-CNPso, 2007, 22 p. (Circular
sementes de soja submetidas a diferentes temperaturas Técnica 40).
durante 24 horas após a colheita. *Médias seguidas de FRANÇA NETO, J.B.; KRZYZANOWSKI, F.C.;
mesma letra minúscula, não diferem entre si pelo teste de HENNING, A.A.; PÁDUA, G.P. Tecnologia da produção de
Tukey a 5% de probabilidade. semente de soja de alta qualidade. Informativo ABRATES,
v. 20, n.3, 2010.
RANGEL, M.A.S.; SILVA, W.M.; NERIS, F. Retardamento
de secagem e qualidade estrutural do milho. Ensaio e
Ciência, Campo Grande, v. 7, p. 927 – 931, 2003, Edição
Especial.
VIEIRA, R.D.; KRZYZANOWSKI, F.C. Teste de
condutividade elétrica. In: KRZYZANOWSKI, F.C.;
VIEIRA, R.D.; FRANÇA NETO, J.B. (Ed.) Vigor de
sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999.
p.4.1–4.26.
WILSON, D.O.; MCDONALD, M.B. The lipid peroxidation
model of seed ageing. Seed Science and Technology, v. 14,
p. 269-300,1986.
Cercospora spp, Colletotrichum sp e Penicillium spp nas ocasionada pelo fungo Cercospora kikuchii, conhecida como
cultivares analisadas (Figura 2). crestamento foliar de cercospora, onde o patógeno pode
incidir nos folíolos causando necrose e desfolha precoce. Nas
sementes a infecção ocorre na maioria das vezes
superficialmente, porém, em infecções severas, o fungo
penetra o hilo, acomodando-se no parênquima estelar, no
embrião e no sistema vascular da semente, permanecendo a
coloração púrpura na camada externa do tegumento
(AGROFIT, 2018).
4 – Conclusões
Figura 2: Peso de massa seca (g) de plântulas de diferentes Em relação a qualidade fisiológica, foi observado
cultivares de soja. Médias seguidas pela mesma letra não que a cultivar RSF 8579 IPRO apresentou um maior peso (g)
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de de massa seca por plântula, enquanto a NS 8338 IPRO
probabilidade. obteve menor peso. Conclui-se então que as cultivares com
Observando-se que a cultivar TMG 1180 RR maior peso possui um maior vigor.
apresentou maior incidência dos gêneros de fungos Em relação à sanidade das sementes, conclui-se que
Aspergillus sp, Colletotrichum sp e Penicillium spp em o fungo Cercospora spp. apresentou o maior nível de
relação as demais cultivares (Figura 2), porém houve infestação em duas cultivares, caracterizando como o
também incidência considerável de Colletotrichum sp na patógeno mais incidente neste trabalho.
cultivar RSF 8579 IPRO. Já em relação à incidência do fungo
Cercospora spp pode-se perceber que a incidência maior se 5 – Agradecimentos
apresentou na cultivar NS 8338 IPRO.
À Universidade Federal do Piauí, Campus
Professora Cinobelina Elvas pelo apoio na execução da
pesquisa. E aos membros do Grupo de Estudos em Grandes
Culturas e Tecnologia de Sementes.
6 - Bibliografia
AGROFIT. Cercospora kikuchii, 2018 . Disponível em :
http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agro
fit_cons. Acesso 26.mar.2018.
ISHAK, W. F. W.; ALENEZI, R.. Production,
Characterization and Performance of Biodiesel as an
Figura 2: Porcentangem de sementes infestadas pelos fungos Alternative Fuel in Diesel
Aspergillus sp., Cercospora spp., Colletotrichum sp. e NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados na avaliação de
Penicillium spp. nas cultivares de soja. Médias seguidas pela plântulas. In: KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.;
mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste FRANÇA-NETO, J.B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos e
de Tukey a 5% de probabilidade. testes. Londrina: ABRATES, 1999. p.2:1- 2:21.
ONO, E.Y.S.; BIAZON, L.; SILVA, M. da; VIZONI, E.;
A espécie de Aspergillus mais encontrado em SUGIURA, Y.; UENO, Y.; HIROOKA, E.Y. Fumonisins in
sementes de soja é A. flavus. Sementes que são colhidas com corn: correlation with Fusarium sp. count, damaged kernels,
uma umidade elevada ou cuja secagem ocorreu de forma protein and lipid content. Brazilian Archives of Biology and
tardia possui sua qualidade reduzida. Além do mais, esse Technology, v.49, p.63-71, 2006.
fungo pode produzir toxinas carcinogênicos chamados PATERSON, R.R.M.; LIMA, N. How will climate change
aflatoxinas (PEREIRA et al., 2002). affect mycotoxins in food? Food Research International.
De acordo com Ono et al. (2006), pode haver a v.43, p.1902-1914, 2010. DOI: 10.1016/j.foodres.2009.
contaminação das espécies de Aspergillus e Penicillium no PEREIRA, M. L.G.; CARVALHO, E.P.; PRADO, G.
campo ou durante o armazenamento ou, além disso, após o Crescimento e produção de aflatoxinas por Aspergillus
processamento da produção. Vários motivos podem flavus e Aspergillus parasiticus. B. Ceppa. v.20, n.1, p.141-
favorecer a infecção pelos fungos: genótipo, época da 156, 2002.
colheita, condições ambientais, danos mecânicos, tempo PESKE, S.T.; ROSENTHAL, M.D. & ROTA, G.R.M.
entre colheita, secagem e condições de armazenagem (2012) - Sementes: fundamentos científicos e tecnológicos.
(Paterson & Lima, 2009). 3.a ed. Pelotas: Editora rua Pelotas. 573 p. Renewable and
A incidência do agente causal da antracnose, Sustainable Energy Reviews
Colletotrichum dematium var. truncata, pode ocasionar SANTOS, L.A.; FARIA, C.M.D.R.; MAREK, J.;
deterioração da semente, morte de plântulas e infecção nas DUHATSCHEK, E. & MARTINICHEN, D. Radioterapia e
plantas adultas. O meio mais rápido de disseminação é pelas Termoterapia como tratamentos de sementes de
sementes infectadas. Soja. Revista Brasileira de Tecnologia Aplicada nas
De acordo com Henning et al. (2014), uma das Ciências Agrárias, vol. 9, n. 2, p. 37-44. 2016.
doenças que vem preocupando os produtores de soja, é a
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
657
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
Figura 1. Curva de crescimento da microalga A. obliquus
No experimento, foi utilizada a microalga no SLCA em batelada simples
Scenedesmus obliquus, espécie promissora para produção de
biocombustíveis, uma vez que apresenta um interessante
No segundo experimento, em regime semicontínuo, média de 0,23 g.L-1.d-1, obtendo uma produção de 400,64g
a concentração de biomassa em peso seco do inóculo foi de de biomassa em peso seco. A disponibilidade de nutrientes
3,88 g.L-1, onde foram realizados 4 ciclos de cultivo, mostrou-se um fator limitante para o crescimento da cultura
intercalados por 3 diluições (cada vez que a cultura atingiu a em batelada simples.
biomassa de corte, correspondente a 6,0 g.L-1 ±0,2 g.L-1), No cultivo em regime semicontínuo a biomassa
onde a primeira diluição foi de 34% durante o dia (T7), a variou entre 4,0 g.L-1 (±0,2 g.L-1, biomassa inicial) e 6,0 g.L-
1
segunda de 36% durante a noite (entre o T11 e o T12) e a (±0,2 g.L-1, biomassa de corte) para cada ciclo de cultivo,
terceira de 32% também durante a noite (entre o T16 e o T17) com produtividade líquida média de 0,32 g.L-1.d-1, obtendo
(Figura 2). uma produção de 1.551,24 g de biomassa (peso seco) em 21
dias de cultivo.
As condições ambientais de cultivo tiveram
influência na produtividade volumétrica das culturas, com
irradiâncias altas promovendo maiores produtividades na
fase clara, e baixas temperaturas propiciando menores perdas
noturnas da biomassa. A produção de biomassa da microalga
Scenedesmus obliquus em regime semicontínuo no SLCA
mostrou-se vantajosa tanto a nível econômico, quanto em
termos de qualidade da biomassa obtida.
5 – Agradecimentos
Figura 2. Curva de crescimento da microalga A. obliquus
Os autores agradecem ao Ministério da Ciência,
no SLCA em batelada simples.
Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC, ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Ao final dos 4 ciclos de cultivo o experimento foi encerrado
Tecnológico - CNPq e à Financiadora de Estudos e Projetos
(21 dias). Neste caso parece não ter havido um fator limitante – FINEP, pelo apoio financeiro aos projetos de pesquisa.
para o crescimento.
Em relação à produtividade, o cultivo em regime de
batelada simples obteve uma produtividade líquida média de 6 - Bibliografia
0,23 g.L-1.d-1, onde a maior produtividade observada foi 0,77
g.L-1.d-1, no T6 de cultivo, e a menor produtividade foi de - BOROWITZKA, M. A. Commercial production of
0,22 g.L-1.d-1, no T5 de cultivo. Já no regime semicontínuo a microalgae: ponds, tanks, tubes and fermenters. Journal of
produtividade líquida média foi de 0,32 g.L -1.d-1, onde a Biotechnology, n. 70, p. 313- 321, 1999.
DELRUE, F.; SETIER, P. A.; SAHUT, C.; COURNAC, L.;
maior produtividade líquida observada foi 0,59 g.L-1.d-1, no
ROUBAUD A.; PELTIER, G.; FROMENT, A. K.; An
T14 de cultivo, e a menor produtividade foi de -0,15 g.L-1.d-
1 economic, sustainability, and energetic model of biodiesel
, no T4 de cultivo. A ocorrência de valores negativos de
production from microalgae. Bioresource Technology, v.
produtividade líquida deve-se ao fato da perda noturna da 111, p. 191-200, 2012.
biomassa ter sido maior do que a produtividade da fase clara,
LAVENS, P.; SORGELOOS, P. (eds.) Manual on the
em virtude de dias nublados e/ou chuvosos, onde têm-se uma
production and use of live food for aquaculture. FAO
baixa variação da irradiância, ocasionando então em uma Fisheries Technical Paper, n. 361. Rome, FAO. 1996. 295 p.
produtividade líquida negativa. RICHMOND, A. Biological Principles of Mass Cultivation.
Comparando-se os dois regimes de cultivo, foi In: RICHMOND, A. (ed.) Handbook of Microalgal Culture:
possível notar que a menor produtividade e menor produção biotechnology and applied phycology. Oxford: Blackwell
de biomassa foram obtidos no regime de batelada simples, Science, 2004. p. 125-177.
mesmo quando comparado proporcionalmente aos dias de
SANTOS, B. Estratégias para Aumentar a Produtividade de
cultivo. Isso pode ser devido a uma limitação nutricional da Biomassa de Microalgas com Carbono Orgânico. 2016. 104
cultura, fato inerente a este regime de cultivo. O modo p. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engenharia e Ciência
semicontínuo mostrou-se o mais eficiente regime de cultivo dos Materiais, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do
para a obtenção de biomassa. Esse resultado foi possível Paraná, Curitiba, 2016.
porque a biomassa obtida com esse cultivo foi resultante do
somatório das biomassas separadas durante cada uma das
três diluições com a biomassa da cultura ao final do período
de cultivo.
4 – Conclusões
O regime cultivo semicontínuo no SLCA mostrou
melhor desempenho, permitindo maior produção de
biomassa em comparação com o regime de batelada simples.
A biomassa máxima alcançada na cultura de
Scenedesmus obliquus em batelada simples foi 3,13 g.L-1
(peso seco) em 8 dias de cultivo, com a produtividade liquida
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
659
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
O FBR-FP foi construído em uma estrutura
metálica que consistiu de quatro armações em ferro
galvanizado, onde foram fixados painéis de tela (Belgo
Durafor). Cada estrutura tem 2,60 m de altura x 1,50 m de
largura, com espessura de 10 cm. No espaço entre os
painéis foram inseridas bolsas plásticas incolores (estéreis e
vedados de fábrica) com dimensões de 2,30 m x 0,75 m x
0,40 mm e volume útil de 150 L (Figura 1). Cada estrutura
suporta quatro bolsas plásticas, totalizando oito FBR-FP e
volume total de produção de 1200 L. A - Compressor de ar; B e C - Filtros de ar; D - Rebatedor de
Para maior controle do cultivo, foi implantado um umidade; E - Regulador de pressão; F - Mangueira de ar
sistema automatizado – APEX Neptune System, com comprimido de 6 mm; G - Engate rápido; H - Tubo teflon
monitoramento em tempo real dos sensores de pH (injeção perfurado; I - Cilindro de CO2; J – Válvula solenoide; K -
de CO2) e temperatura. Além disso, foi instalado um Mangueira porosa para injeção de CO2; L - Válvula de retenção
compressor de ar isento de óleo para garantir uma mistura de fluidos (antirretorno); M - Central de comando APEX; N -
Módulo Apex de monitoramento de pH e Temperatura.
eficiente da cultura com baixo risco de contaminação
As culturas experimentais da microalga marinha
Nannochloropsis oculata foram desenvolvidas com meio 3 - Resultados e Discussão
LCA-AM e biomassa inicial de 0,22 g L-1, fotoperíodo 24:0
e irradiância de 400 μmol de fótons m-2 s-1. A fim de avaliar A partir das concentrações de biomassa 0,21; 0,34
o efeito da relação da superfície iluminada pelo volume da e 0,51 g L-1 pode-se observar que o coeficiente de extinção
cultura (S/V), duas relações superfície/volume foram da luz atinge aproximadamente 80% para a biomassa de
empregadas: S/V = 10,5 m-1 (iluminação de um lado) e S/V 0,51 g L-1 e 57% para 0,21 g L-1 (Figura 2) com 1,5 cm de
= 21,0 m-1 (iluminação pelos dois lados do FBR-FP), ambas distância. Por essa razão, a atenuação da luz está
em triplicata. diretamente relacionada ao aumento da biomassa, a qual
O coeficiente de extinção da luz foi verificado nas chega a atingir quase 100% em 9,0 cm, o que limita a
culturas com relação S/V = 10,5 m-1 utilizando um sensor de fotossíntese.
Com estes resultados é possível compreender que disponibilidade de luz neste sistema é mais eficiente e
em apenas 1,5 cm de distância, metade da cultura se permite que sejam alcançadas maiores biomassas e
encontra iluminada, evidenciando a importância do passo produtividades, assim como reportado por Converti et al.
óptico e da taxa de mistura do sistema. Por este motivo, de (2009).
acordo com Sierra et al. (2008) e Bahadar e Khan (2013), o
aumento da relação S/V maximiza a exposição das células
algais à luz. 4 – Conclusões
Figura 2. Coeficiente de extinção da luz no interior do FBR- A estrutura de suporte dos FBR-FP foi instalada e
FP em função da concentração de biomassa. (▲) 0,21 g L-1; funcionou de maneira satisfatória para o desenvolvimento
(■) 0,34 g L-1; (♦) 0,51 g L-1. das culturas de microalgas.
O sistema automatizado APEX Neptune System
permitiu o controle do pH pela injeção de CO2 sob
demanda, mostrando-se adequado e eficiente.
O coeficiente de extinção de luz aumenta de acordo
com a concentração de biomassa e, em apenas 1,5 cm, o
volume de cultura foi considerado 50% limitante.
A iluminação pelos dois lados do FBR-FP (S/V de
21,0 m-1) permitiu que fosse alcançada maior biomassa (em
comparação com a iluminação somente por um lado (S/V de
10,5 m-1).
5 – Agradecimentos
Os autores agradecem ao Ministério da Ciência,
Com o emprego da iluminação pelos dois lados, é
Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC, ao
possível observar um maior acúmulo de biomassa em 144 h
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
para a S/V 21,0 m-1 (0,4 g L-1) em relação a S/V 10,5 m-1
Tecnológico - CNPq e à Financiadora de Estudos e Projetos
(0,21 g L-1) (Figura 3). Em relação a biomassa máxima
– FINEP, pelo apoio financeiro aos projetos de pesquisa.
alcançada, houve diferenças significativas (p<0,05) entre os
tratamentos quando utilizada a relação S/V de 21,00 m-1,
com 1,91 ± 0,15 g L-1 e produtividade total de 7,23 mg L-1 6 - Bibliografia
h-1, enquanto o tratamento com a relação S/V de 10,50 m-1
atingiu 1,13 ± 0,08 g L-1 e produtividade total de 4,24 mg L- BAHADAR, A.; KHAN, M. B. Progress in energy from
1 h-1 (Tabela 1). microalgae: A review. Renewable and Sustainable Energy
Figura 3. Curvas de crescimento de N. oculata em Reviews, 2013, 27, 128-148.
biomassa sob diferentes relações S/V. CONVERTI, A. et al. Effect of temperature and nitrogen
concentration on the growth and lipid content of
2 .5
-1
Nannochloropsis oculata and Chlorella vulgaris for
S /V 1 0 ,5 0 m
biodiesel production. Chemical Engineering and
2 .0 S /V 2 1 ,0 0 m
-1
Processing: Process Intensification, 2009, 48, 1146-1151.
)
1 .5
aquicultura. Aquaculture Brasil, 2016, 1, 62.
SIERRA, E. et al. Characterization of a flat plate
1 .0
photobioreactor for the production of microalgae. Chemical
0 .5
Engineering Journal, 2008, 138, 136-147.
0 .0
0 48 96 144 192 240 288
T em po (h)
1 - Introdução
A transferência de CO2 para o cultivo de
microalgas é um processo chave para o desempenho de um
fotobiorreator, que pode ser divido em três etapas:
dissolução do gás para o liquido, difusão deste gás na
cultura e consumo do CO2 pelas microalgas (Schmidell,
2001). A soma de todas essas etapas é definida como o
coeficiente de transferência de massa gás-liquido (kLa), o
qual descreve a capacidade de transferência de massa do
CO2 dentro de um reator. (1) Válvulas abre/fecha; (2, 6) rotâmetros com reguladores;
Devido a baixa pressão parcial de CO2 na (3) misturador de gases; (4) filtro para bactérias; (5)
atmosfera (0,04% v/v), o transporte de CO2 para o meio medidor de gases; (7) difusor; (8) amostrador; (9) tampa
líquido, normalmente, não consegue manter a demanda rosqueável, com entrada e saída de gases; (10) refletor com
necessária para assimilação de carbono inorgânico durante o lâmpadas.
crescimento intensivo das microalgas, causando limitação no O coeficiente global de transferência de massa gás-
crescimento e aumento considerável no pH da cultura. líquido ( ) para oxigênio foi determinado por meio do
Apesar de avanços em métodos que aumentem a método dinâmico, conforme (Schmidell, 2001). Além disso,
capacidade de transporte do CO2 para o cultivo de a eficiência de captura do CO2 foi determinada nos ensaios
microalgas, o método da injeção direta através de de kLa de acordo com Ying et al. (2013) (Figura 2).
borbulhamento de ar enriquecido com CO2 é a estratégia
mais amplamente utilizada principalmente em escala Figura 2. Equações para a avaliação da transferência de
laboratorial. Além de ser uma forma barata de ser CO2 no reator.
implementada na maioria de modelos de reatores, este
método é frequentemente usado pois promove outros
benefícios ao cultivo.
Com o propósito de disponibilizar carbono para o
crescimento ótimo da microalga Scenedesmus obliquus
cultivada em um fotobiorreator utilizado para fins
laboratoriais, este estudo teve como objetivo avaliar o
tamanho de bolhas e a taxa de aeração visando aumentar a
capacidade de transferência e fixação do CO2 de forma
eficiente, assim como a produtividade em biomassa.
4 – Conclusões
A aplicação de um fluxo continuo de ar
Conforme pode ser observado na (Tabela 1), o aumento nas
enriquecido com CO2 demonstrou baixos valores de
concentrações de CO2 provocou melhores condições para o
eficiência de fixação de CO2.
crescimento da microalga quanto ao ganho em biomassa,
Aumentar o fluxo de aeração no reator demonstrou
slcançando uma biomassa máxima (B ) com valores
aumento dos valores de kLa CO2 e paralelamente aumento
médios de , e gL das perdas de CO2 para atmosfera.
e Produtividade total (P ) com valores médios de O aumento da concentração causou um efeito
, e mg L h negativo em relação à eficiência de fixação do CO2.
nas concentrações de 0,5%, 1% e 2%, respectivamente. O emprego de 1% de CO2 ao gás de entrada nas
Valores de P para S. obliquus têm sido culturas é a concentração crítica a ser aplicada no sistema
reportados na literatura entre uma faixa de 5,83 a 35,17 mg estudado.
L h sobre emprego de altas concentrações de CO2 (5 a
50%) e aplicando irradiâncias com valores de 35 a 420 µmol
fótóns m-2 s-1 (Tang et al. 2011). Entretanto, o excesso de 5 – Agradecimentos
CO2 no meio de cultura pode causar diminuição dos valores Os autores agradecem ao Ministério da Ciência,
de pH e consequentemente acidificação intracelular o que Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC, ao
gera efeitos negativos ao crescimento celular (Satoh et al, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
2001).
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
663
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
6 - Bibliografia
CHENG, L. et al. Carbon dioxide removal from air by
microalgae cultured in a membrane-photobioreactor.
Separation and Purification Technology, 2006, 50, 324-
329.
LANGLEY, N. et al. A critical evaluation of co 2
supplementation to algal systems by direct injection.
Biochemical Engineering Journal, 2012, 68, 70– 75.
SCHMIDELL, W. Biotecnologia Industrial, 1 ed., vol. 2,
2001.
TANG, D. et al. CO2 biofixation and fatty acid composition
of Scenedesmus obliquus and Chlorella pyrenoidosa in
response to different CO2 levels. Bioresource Technology,
2011, 102, 3071–3076.
YING, K. et al. Enhanced mass transfer in microbubble
driven airlift bioreactor for microalgal culture. Engineering,
2013, 5, 735–743.
Para o tratamento 2, na proporção de 1/5, o development and yield. v.37. Cambridge: Agricultural
processo de deslintamento obteve nota média de 3,25, ou Science, 1947. 291-296 p.
seja, de 40 a 70% das sementes foram deslintadas. MEDEIROS FILHO, S. Avaliação da qualidade de
Já no tratamento 3, na proporção de 1/7, o sementes de algodão submetidas ao deslintamento
processo de deslintamento recebeu uma nota média de 2,00, químico, beneficiamento e armazenamento. 1995. 115 p.
indicando que de 10 a 40% das sementes foram deslintadas. Tese (Doutorado) - Curso de Agronomia, Universidade
Na consulta bibliográfica realizada, não há relatos Federal de Lavras, Lavras, 1995.
científicos de métodos e resultados de avaliações do
processo de deslintamento químico por ácido sulfúrico 98%
(H2SO4), conforme realizado neste trabalho.
4 – Conclusões
A maior eficiência no processo de deslintamento
foi observada no tratamento 1, na proporção de 1/3, com
mais de 90% das sementes deslintadas.
O tratamento 2, na proporção de 1/5, obteve um
resultado intermediário no processo de deslintamento, com
o percentual de sementes deslintadas entre 40 e 70%.
Já o tratamento 3, na proporção 1/7, foi
observado o pior resultado comparado aos demais
tratamentos no processo de deslintamento, com o percentual
de sementes deslintadas entre 10 e 40%.
5 – Agradecimentos
A CAPES, CNPq, FINEP, FAPEMIG, G-ÓLEO,
RBTB, OLEA, IBA, AMIPA, ABC/MRE, COOPERCAT e
UFLA.
6 - Bibliografia
BELTRÃO, N. E. de M.; AZEVEDO, D. M. P. O
Agronegócio do Algodão no Brasil. 2. ed. Brasília:
Embrapa, 2008. 309 p.
CHITARRA, L. G. Aspectos bioquímicos, fisiológicos e
sanitários de sementes de algodoeiro (Gossypium
hirsutum L.) deslintadas quimicamente. 1996. 113 p.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Agronomia,
Universidade Federal de Lavras, Lavras, 1996
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO.
Acompanhamento da safra brasileira de grãos. v. 1, n.3.
Brasília: Conab, 2013.
MCDONALD, D; FIELDING, W. L.; RUSTON, D. F.
Experimental methods with cotton. Sulphuric acid
treatment of cottonseed and its effects on germination,
2 - Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Departamento de
Agricultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA),
setor de grandes culturas. A classificação climática de Lavras
de acordo com Köpen é Cwa, e está situada a 21o14' de
latitude sul, 45o00' de longitude oeste, a 918,8 metros de
altitude, em solo originariamente sob vegetação de cerrado,
classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico Figura 2 - Peso de fibra por planta
(EMBRAPA, 1999).
Apesar de um menor peso total de fibra por planta
Foram utilizadas as cultivares de algodão BRS 200 a fibra da cultivar Rubi se mostrou um fruto mais pesado, e
marrom, Rubi e Safira. Essa cultivares foram semeadas em
4 – Conclusões
A cultivar BRS 200 marrom se mostrou interessante
devido ao seu potencial produtivo e por se destacar nas
análises realizadas, já que estes são parâmetros exigidos em
uma boa cultivar de algodão.
5 – Agradecimentos
A CAPES, CNPq, FINEP, FAPEMIG, G-ÓLEO,
RBTB, OLEA, IBA, AMIPA, ABC/MRE, COOPERCAT e
UFLA.
6 - Bibliografia
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisas de solo (Rio de
Janeiro, RJ). Sistema Brasileiro de classificação de solo. -
Brasília: Embrapa Produção de Informações; Rio de
Janeiro: Embrapa Solos, 1999. XXVI, 412p. iiL.
COSTA, M. T. P. M. da; OLIVEIRA, A. C. S. de. Informe
Agropecuário, Belo Horizonte, 8(92):3-7, ago 1982.
2 - Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Departamento de
Agricultura no “Campus” da Universidade Federal de
Lavras-MG, em solo sob vegetação de cerrado, classificado
como Latossolo Roxo Distrófico.
Foi utilizado o delineamento estatístico em blocos
ao acaso, em esquema de fatorial, em que os espaçamentos
(76; 86; 96 e 106 cm) é o fator A, e as densidades (4, 8, 12 e
16 plantas por metro), o fator B. O experimento teve,
portanto, 16 tratamentos e quatro repetições, totalizando 64
parcelas. As parcelas foram constituídas de 4 linhas de 6m e
a área útil foi formada pelas duas linhas centrais de 5m de
GRÁFICO 3- Evolução da formação de frutos no ABRAHÃO, J.T.M. Influência da energia solar sobre a
espaçamento de 96 cm entre linhas e com diferentes fase reprodutiva do algodão (Gossypium hirsutum
densidades. L.).Piracicaba: ESALQ, 1979. 14p. (Dissertação - Livre
Docência).
BANCI, C A. Espaçamento entre fileiras e doses do
regulador de crescimento cloreto de mepiquat, em três
épocas de plantio, na cultura do algodoeiro herbáceo.
Viçosa, MG: UFV, 1992. 81p. ( Dissertação - Mestrado em
fitotecnia).
FREIRE, E.C. Efeitos de altas densidade populacionais
nas características das plantas do algodoeiro. Piracicaba:
ESALQ, 1983. 34p. ( Mimeografado).
GRIDI-PAPP, I.L.; et al. Manual do produtor de algodão.
São Paulo: Bolsa de Mercadoria & Futuros, 1992. 179p.
LAMAS, F.M. Estudo da interação espaçamento entre
fileiras x época de plantio na cultura do algodoeiro
herbáceo (Gossypium hirsutum L.). Viçosa, MG: UFV,
GRÁFICO 4 - Evolução da formação de frutos no 1988. 64p. (Dissertação - Mestrado em Fitotecnia).
espaçamento de 106 cm entre linhas e com diferentes
densidades.
4 – Conclusões
Os espaçamentos maiores, proporcionaram a
formação de um maior número de frutos por plantas, e o
máximo de frutos formados ocorreu aos 120 dias após a
emergência. Para as populações mais elevadas ocorreu um
menor número de frutos por planta, mas trabalhando dentro
de um limite usual de densidade, ou seja, 8 a 10 plantas por
metro, pois esta combinação é a que melhor resultado
mostrou. Com isto pode-se maximizar a produção utilizando
apenas do manejo cultural com a lavoura.
5 – Agradecimentos
A CAPES, CNPq, FINEP, FAPEMIG, G-ÓLEO,
RBTB, OLEA, IBA, AMIPA, ABC/MRE, COOPERCAT e
UFLA.
6 - Bibliografia
4 – Conclusões
O deslintamento químico com ácido sulfúrico
influenciou no teor de óleo, com valores superiores com a
dose de 70 mL de ácido e o tempo de 21 minutos de
revolvimento.
A acidez do óleo de algodão foi reduzida com o
aumento da dose utilizada de ácido sulfúrico no
deslintamento das sementes de algodão.
5 – Agradecimentos
CNPq, CAPES, FAPEMIG, LAS/UFLA, FINEP,
RBTB e COOPERCAT.
6 - Bibliografia
Potencial de produção de biodiesel por Chlorella fusca LEB 111 cultivada em água
do mar
Tarcísio Nogueira Mudadu Silva (FURG, tarcisionogms@gmail.com), Priscilla Quenia Muniz Bezerra (FURG,
pri_munizb@hotmail.com), Luiza Moraes (FURG, luiza21moraes@gmail.com), Itaciara Larroza Nunes (UFSC,
itaciara@yahoo.com), Jorge Alberto Vieira Costa (FURG, jorgealbertovc@terra.com.br)
posterior caracterização.
A concentração de lipídios na biomassa foi
determinada de acordo com o método de Folch et al. (1957).
A produtividade de lipídios (PLipídios, g L-1 d-1) nos cultivos
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
673
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
5 – Agradecimentos
FAPERGS, CNPq, Capes, FURG, EMA, MCTIC
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04 a 07 de Novembro de 2019
674
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
.
Figura 3. Peso de massa seca de plântulas oriundas de
sementes hidro e osmocondicionadas, após serem
submetidas à diferentes concentrações de estresse salino por
solução de NaCl.
Figura 1. Relação da porcentagem de germinação de
sementes hidrocondionadas em H2O, sementes
osmocondicionadas em soluções de PEG 8000 a -1,2 Mpa e
4 – Conclusões
-1,0 Mpa, submetidas à diferentes concentrações de estresse Para um estresse salino induzido por NaCl que
salino simuladas por solução de NaCl. possibilite a germinação, as sementes de soja
osmocondicionadas a -1,2 MPa se mostram menos tolerantes
Para o maior valor de estresse salino (-0,8 MPa), a esse estresse. Sementes de soja hidrocondicionadas e
verificou-se os menores valores de IVG (Figura 2) para todos osmocondicionadas à -1,2 MPa tem PEG 8000 tem a mesma
os tratamentos. O hidrocondicionamento das sementes tolerância ao estresse salino por NaCl durante a germinação
conferiu valores superiores na velocidade de germinação em que as sementes não condicionadas.
todas as concentrações de estresse salino, quando comparado
as sementes osmocondicionadas. De acordo com Chen e
Arora (2012) o condicionamento fisiológico em água invoca
5 – Agradecimentos
um sistema de memorias que ativam a resposta ao estresse À CAPES pelo suporte na pesquisa.
abiótico
6 - Bibliografia
BRACCINI, A. L. et al. Germinação e vigor de sementes de
soja sob estresse hídrico induzido por soluções de cloreto de
sódio, manitol e polietilenoglicol. Revista Brasileira de
Sementes, Londrina, v. 18, n. 1, p. 10-16, 1996.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.
Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Departamento
Nacional de Defesa Vegetal. Coordenação de Laboratório
Vegetal. Regras para análise de sementes. Brasília, DF,
2009. 399p.
CHEN, K., ARORA, R.: Priming-memory invokes seed
stress tolerance. — Environ. exp. Bot. Volume 94, October
Figura 2. Velocidade de germinação de sementes 2013, P. 33-45, 2012.
hidrocondionadas e osmocondicionadas em soluções de PEG JAMIL, M.; C.C. LEE; S.U. REHMAN; D.B. LEE; M.
8000, submetidas à diferentes concentrações de estresse ASHRAF; E.S. RHA. Salinity (NaCl) tolerance of Brassica
salino simuladas por solução de NaCl. species at germination and early seedling growth. Electr. J.
Assim como observado Kubala et al. (2015), o Environ. Agric. Food Chem., 4: 970-976, 2005.
condiocionamento das sementes conferiu melhora a KUBALAA,H, S.; WOJTYLAA, L.; QUINETC, M.;
germinação de sementes e ao desempenho de plântulas sob LECHOWSKAA, K.; LUTTSC,S.; GARNCZARSKAA,,
estresse salino. M. Enhanced expression of the proline synthesis gene
Observa-se queda gradativa dos valores em gramas P5CSA in relation to seed osmopriming improvement of
para o peso de massa seca das plântulas de sementes Brassica napus germination under salinity stress. Journal of
previamente condicionadas, à medida que se aumenta as Plant Physiology 2015.
condições de estresse salino a quais são submetidas. Em MUNNS, R.; TESTER, M. Mechanisms of Salinity
valores de potencial osmótico maiores que -0,6 Mpa o peso Tolerance. Annual Review of Plant Biology, 59, 651-681,
seco chega a 0,0 g, uma vez que se tem a perda da capacidade 2008.
germinativa de todos os lotes em função do estresse. NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho
das plântulas. In: KRZYZANOSWKI, F. C.; VIEIRA, R. D.;
FRANÇA NETO, J. B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos
e testes. Londrina: ABRATES, 1999.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
676
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
habilidades para germinar em ambientes onde a salino, obtiveram resultados semelhantes; observaram uma
concentração salina seja menor ou igual a -0,2 MPa, sendo redução no comprimento das plântulas com o aumento das
que concentrações iguais ou superiores a -0,4 MPa de NaCl concentrações, havendo total inibição do crescimento no
no meio germinativo gera um decréscimo na porcentagem de potencial osmótico de -0,8 MPa.
germinação.
Relacionado ao índice de velocidade de germinação
das sementes (figura 2), obteve-se maior velocidade de 4 – Conclusões
germinação para a testemunha permanecendo constante até O estresse salino provocado pelas diferentes
a concentração -0,2 MPa, havendo um decréscimo na concentrações de NaCl utilizadas nas sementes de girassol,
velocidade a partir do tratamento com concentração -0,4 reduz a porcentagem de plântulas normais, IVG e o
MPa. comprimento de plântulas.
Para todas as variáveis analisadas foi considerado
critico a partir da concentração -0,4MPa.
5 – Agradecimentos
Á Universidade Federal do Piauí, Campus
Professora Cinobelina Elvas pela infraestrutura e suporte
necessário, e ao GETEC, Grupo de estudos em tecnologia de
sementes e grandes culturas.
6 - Bibliografia
Figura 2. Índice de velocidade de germinação (IVG) das ARAÚJO, M. S. da.; SILVA, D. J. da.; SILVA, A. V. S. de.;
sementes de girassol (Helianthus annuus L) submetidas a MAGALHÃES, I. C. S.; BARROS, R. P. de. Analysis of
diferentes concentrações de NaCl (MPa). Sunflower phenology Helianthus annuus L. dwarf variety.
Diversitas Journal, v.3, n.2, p.184-190, 2018.
Este comportamento pode ser explicado devido ao BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.
fato de que, o aumento da concentração de sais determina a Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Departamento
redução no potencial hídrico facilitando a entrada de íons em Nacional de Defesa Vegetal. Coordenação de Laboratório
quantidades tóxicas durante a embebição, influenciando Vegetal. Regras para análise de sementes. Brasília, DF,
assim na capacidade germinativa e no desenvolvimento das 2009. 399p.
plântulas (SANTOS et al., 1992). BRACCINI, A. L. et al. Germinação e vigor de sementes de
Para o comprimento de plântulas (figura 3), soja sob estresse hídrico induzido por soluções de cloreto de
verificou-se um máximo comprimento na concentração -0,2 sódio, manitol e polietilenoglicol. Revista Brasileira de
MPa ficando em torno de 15 cm, havendo decréscimo nos Sementes, Londrina, v.18, n.1, p.10-16, 1996.
demais tratamentos, observando-se redução no tamanho das CARNEIRO, M. M. L. C.; DEUNER, S.; OLIVEIRA, P. V.
plântulas de girassol até sua completa inibição com a redução de.; TEIXEIRA, S. B; SOUZA, C. P.; BACARIN, M. A.;
drástica do potencial osmótico na concentração salina de - MORAES, D. M. de. Atividade antioxidante e viabilidade de
sementes de girassol após estresse hídrico e salino. Revista
0,8 MPa de NaCl, demonstrando assim que o comprimento
Brasileira de Sementes, vol.33, n.4 p.755-764, 2011.
foi afetado negativamente pelo aumento das concentrações
GORDIN, C. R. B.; MARQUES, R. F.; MASETTO, T. E.;
de cloreto de sódio.
SOUZA, L. C. F. Estresse salino na germinação de sementes
e desenvolvimento de plântula de niger (Guizotia abyssinica
(L.f.) Cass.). Acta Botanica Brasilica, v.26, n.4, p.966-972,
2012.
NOGUEIRA, R.J.M.C.; MORAES, J.A.P.V.; BURITY,
H.A. Alterações na resistência à difusão de vapor das folhas
e relações hídricas em aceroleiras submetidas a déficit de
água. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v.13, p.75-87,
2005.
SANTOS, V.L.M.; CALIL, A.C.; RUIZ, H.A.;
ALVARENGA, E.M.; SANTOS, C.M. Efeito do estresse
salino e hídrico na germinação e vigor de sementes de soja.
Revista Brasileira de Sementes, v.14, n.2, p.189-194, 1992.
Figura 3. Comprimento de plântula de girassol (Helianthus
annuus L) submetidas a diferentes concentrações de NaCl
(Mpa).
15
salino. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 33, n. 4,
10 p.752-761, 2011.
5 BRACCINI, A. L. et al. Germinação e vigor de sementes de
0
soja sob estresse hídrico induzido por soluções de cloreto de
0,0 -0,3 -0,6 -0,9 sódio, manitol e polietilenoglicol. Revista Brasileira de
Concentrações de NaCl (MPa) Sementes, Londrina, v. 18, n. 1, p. 10-16, 1996.
Figura 2. Índice de velocidade de germinação (IVG) das BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária.
cultivares NS 8338 e TMG 1180 oriundas de sementes Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária. Departamento
submetidas ao estrese salino induzido por quatro Nacional de Defesa Vegetal. Coordenação de Laboratório
concentrações de NaCl (0, -0,3, -0,6 e -0,9 MPa). Vegetal. Regras para análise de sementes. Brasília, DF,
2009. 399p.
A explicação para este comportamento é devido às CARNEIRO, M. M. L. C.; DEUNER, S.; OLIVEIRA, P. V.;
condições salinas, ocorrendo redução do potencial osmótico TEIXEIRA, S. B.; SOUSA, C. P.; BACARIN, M. A.;
do meio, e consequentemente, aumento do tempo de MORAES, D. M. Atividade antioxidante e viabilidade de
embebição de água pelas sementes, ocasionando o sementes de girassol após estresse hídrico e salino. Revista
prolongamento do processo germinativo (MARQUES et al., Brasileira de Sementes, Londrina, v. 33, n. 4, p.752-761,
2011). 2011.
A massa seca de plântulas independente da cultivar CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento.
de soja, foram reduzidas com a redução da concentração Acompanhamento de safra brasileira de grãos. Décimo
salina induzida por NaCl (Figura 9). A cada -0,1MPa que é levantamento, v. 6, safra 2018/2019, n. 5. Brasília: Conab,
reduzido da solução salina tem-se a redução de 0,007 g da 2019, p. 1-125; Julho 2019.
massa seca das plântulas das cultivares estudadas. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
AGROPECUÁRIA. Disponível
em:<httpst://www.embrapa.br/soja/cultivo/soja1>.Acesso
em: 15 maio 2018.
PEREZ, S.C.J.G.A.; TAMBELINI, M. Efeito dos estresses
salino e hídrico e do envelhecimento precoce na germinação
de algarobeira. Pesquisa Agrope-cuária Brasileira, v.30,
p.1289-1295, 1995.
SECCO, L.B.; QUEIROZ, S.O.; DANTAS, B.F.; SOUZA,
Y.A.; SILVA, P.P. Germinação de sementes de melão
(Cucumis melol.) em condições de estresse salino. Revista
Verde, v.4, n.4, p.129–135, 2010.
VAN DER MOEZEL, P.G.; BELL, D.T. The effect of
Figura 3. Massa seca (g) de plântulas das cultivares NS 8338 salinity on the germination of some Western Aus-tralian
e TMG 1180 submetidas ao estresse salino induzido por Eucalyptus and Melaleuca species. Seed Sci-ence and
quatro concentrações de NaCl (0, -0,3, -0,6 e -0,9 MPa). Technology, v.15, p.239-246, 1987.
Resultados semelhante foram observados por
Carvalho et al. (2012) em que a massa seca de genótipos de
soja apresentaram redução na massa seca induzida por NaCl.
4 – Conclusões
O biodiesel a partir de óleo de algodão é uma boa
alternativa para geração desse biocombustível, baseado nos
valores encontrados em relação aos parâmetros na ANP.
5 – Agradecimentos
FAPEMIG, RBTIB, CNPq, Capes, Finep, G-Óleo,
Olea.
6 - Bibliografia
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO GÁS NATURAL
E BIOCOMBUSTÍVEIS - ANP. Dados estatísticos
produção de biodiesel no Brasil. Rio de Janeiro: ANP, 2018.
Disponível em: <www.anp.gov.br>. Acesso em: 31 jun.
2019.
BARBOSA, R. L. et al. Desempenho comparativo de um
motor de ciclo diesel utilizando diesel e misturas de
biodiesel. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 32, n. 5, p.
1588-1593, out. 2008.
BENITEZ, J. B. de L. et al. Diseño de una planta de
obtención de Biodiesel a partir de un residual de la industria
azucarera (cachaza). Centro Azúcar, Santa Clara, v. 43, n. 1,
p. 1-9, Enero/Mar. 2016.
KNOTHE, G. Propriedades do combustível. In: .
Manual do biodiesel. Curitiba: Editora Blucher, 2008. p. 83-
177.
SHAHIR, S. A. et al. Feasibility of diesel-biodiesel-
ethanol/bioethanol blend as existing CI engine fuel: an
assessment of properties, material compability, safety and
combustion. Renewable and Sustainable Energy Reviews,
Oxford, v. 32, p. 379-395, Apr. 2014.
Palavras Chave: Glycine max (L.) Merrill, teste de germinação, teste de vigor
Tabela 1. Valores médios da primeira contagem (PC) em embebição, há identificação de diferenças acentuadas entre
porcentagem, germinação (G) em porcentagem, massa seca cultivares.
(MS) em miligramas.plântula-1 e comprimento de plântulas
(CP) em centímetros.plântula-1.
Cultivar PC G MS CP 5 – Agradecimentos
FTR 4280 Á Universidade Federal do Piauí, Campus
IPRO 95 ns 93 ns 48.67 * 24.46 ns Professora Cinobelina Elvas pela infraestrutura e suporte
M 8644 necessário, e ao GETEC, Grupo de estudos em tecnologia de
IPRO 96.5 ns 95 ns 39.87 * 26.08 ns sementes e grandes culturas.
CV 3.79 4.07 3.47 5.43
y = 3,2253x + 23,184
MENEZES, N. L.; PASINATTO, P. R. Protocolo do teste de
180
condutividade elétrica para avaliação do vigor de sementes
(µS cm-1 g-1)
150 R² = 0,9423
de azevém, aveia preta e milheto. Informativo Abrates,
120 Londrina, v. 5, n. 2, p. 123, 1995.
90 NAKAGAWA, J. Testes de vigor baseados no desempenho
y = 2,3274x + 23,747
60
R² = 0,8957 das plântulas. In: KRZYZANOSWKI, F. C.; VIEIRA, R. D.;
30 FRANÇA NETO, J. B. (Ed.). Vigor de sementes: conceitos
0 e testes. Londrina: ABRATES, 1999.
0 8 16 24 32 40 48 PRADO, J. P. et al. Potencial fisiológico de sementes de soja
Período de embebição (h) e sua relação com o teste de condutividade elétrica na
FTR 4280 IPRO M 8644 IPRO avaliação do vigor. In: Embrapa Soja-Artigo em anais de
Contudo, a classificação das cultivares tornou-se congresso (ALICE). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
notória após 8 horas de embebição, possibilitando a SOJA, 8., 2018, Goiânia. Inovação, tecnologias digitais e
estratificação das cultivares em diferentes níveis de vigor, sustentabilidade da soja: anais. Brasília, DF: Embrapa,
com significativa redução no período de condicionamento 2018., 2018.
das sementes. Resultados semelhantes foi encontrado por VIEIRA, R. D.; PENARIOL, A. L.; PERECIN, D.;
Marcos Filho et al. (1990), que nos períodos de embebição PANOBIANCO, M. Condutividade elétrica e teor de água
de 4 ou 8 horas conseguirem distinguir lotes de semente de inicial das sementes de soja. Pesquisa agropecuária
soja de alto vigor. brasileira, v. 37, n. 9, p. 1333-1338, 2002.
No ponto mínimo da regressão da condutividade VIEIRA, R. D.; NETO, A.S.; BITTENCOURT, S. R. M.;
elétrica, determinou-se o ponto de máximo vigor com PANOBIANCO, M. Electrical conductivity of the seed
destaque para a cultivar M 8644 IPRO, apresentando soaking solution and soybean seedling emergence. Scientia
resultados notáveis quanto a matéria seca de plântula. Agricola, v. 61, n. 2, p. 164-168, 2004.
Levando em consideração que não houve variação VIEIRA, R. D.; KRZYZANOWSKI, E.C. Teste de
significativa em relação à Primeira contagem (PC), condutividade elétrica. In: VIEIRA, R.D.;
Germinação (G) e Comprimento de plântulas (CP) das KRZYZANOWSKI, E. C.; FRANÇA NETO, J.B. Vigor de
cultivares testadas (Tabela 1), pode-se afirmar que o teste de sementes: conceitos e testes. Londrina: ABRATES, 1999.
condutividade elétrica (CE) mostrou-se mais sensível na p.1, 4, 26.
caracterização da qualidade fisiológica e descriminação das VIEIRA, R. D. Teste de condutividade elétrica. In: VIEIRA,
cultivares. R.D.; CARVALHO, N.M. (Ed.). Testes de vigor em
sementes. Jaboticabal: FUNEP, 1994. p.103-132.
VIDIGAL, D. de S.; LIMA, J. S.; BHERING, M. C.; DIAS,
4 – Conclusões D. C. F. S. Teste de condutividade elétrica para semente de
pimenta. Revista Brasileira de Sementes, v. 30, n. 1, p.
O teste de condutividade elétrica é eficiente na 168-174, 2008.
determinação da qualidade fisiológica de sementes de
Glycine max.
Há possibilidade da redução do período de
embebição para sementes de soja para condução do teste de
condutividade elétrica; com o uso de oito horas de
Palavras Chave: Glycine max (L) Merr., condutividade elétrica, potencial fisiológico.
4 – Conclusões
O teste de condutividade em sementes de soja, é
eficiente para a avaliação do potencial fisiológico e
estratificação das cultivares em níveis de vigor foi obtida
quando utilizou 75 mL de água avaliando-se a condutividade
elétrica no período de 24 horas de embebição, a 25 °C.
5 – Agradecimentos
Á Universidade Federal do Piauí, Campus
Professora Cinobelina Elvas pela infraestrutura e suporte
necessário, e ao GETEC, Grupo de estudos em tecnologia de
sementes e grandes culturas.
médios por grama de sementes colocadas para embeber com *Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de
expressão dos resultados em μS.cm-1.g-1. O teor de óleo foi 5% de significância pelo teste t
realizado pelo método químico, de extração por solvente
(SOXHLET). O índice de ácidos graxos foi realizado A formação de ácidos graxos livres nas sementes é
conforme recomendação de AACC (1995) e determinado resultante da hidrólise das gorduras, e o teste de acidez graxa
pela equação: AG = volume de KOH / peso da amostra seca. possibilita detectar o processo deteriorativo, ainda nos
O delineamento experimental foi inteiramente estágios iniciais (BIAGGIONI; BARROS 2006). Os
casualizado. Foi verificada a homogeneidade dos dados resultados do índice de acidez graxa (Tabela 4) evidenciam
(Teste de Shapiro-Wilk), para proceder a análise de variância a superioridade da secagem artificial com ar aquecido em
sendo as médias foram comparadas pelo teste t a 5% de relação aos demais métodos avaliados quanto a produção de
significância. sementes de crambe de melhor qualidade.
Teor de óleo superior foi obtido das sementes da
secagem na planta e com ar natural (Tabela 4), enquanto que
3 - Resultados e Discussão o menor foi na secagem artificial com ar aquecido.
Resultados semelhantes no teor de óleo foi observado por
Na tabela 1 estão dispostos os valores médios
Furquin et. al. (2010), que verificaram uma diminuição do
porcentuais do teor de água das sementes antes e após as
rendimento de óleo com o aumento da temperatura de
secagens e o tempo de duração, em horas para reduzi-los de
secagem.
20,0 + 1,0 para 8,0 + 2,0 (% b.u.). Como esperado, o menor
tempo demandado para redução do teor de água das sementes
de crambe (7,4 horas) foi observado quando empregado a 4 – Conclusões
secagem artificial com ar aquecido.
A secagem artificial estacionária com ar aquecido é
Tabela 1. Valores médios dos teores de água inicial e final o método mais indicado para redução do teor de água de
(% b.u.) e do tempo de secagem (h) em sementes de crambe sementes de crambe, porém com redução no teor de óleo.
em diferentes condições de secagem.
Teor de água (% b.u.)
Tratamentos TS (h)
Inicial Final 5 – Agradecimentos
Secagem com ar
21,2 9,49 7,4 À UNESP-FCA, em especial ao Laboratório de
aquecido
Processamento de Produtos Agrícolas do Departamento de
Secagem com ar
21,0 6,12 88 Engenharia Rural.
natural
Secagem natural
21,4 6,01 74
em terreiro 6 - Bibliografia
Secagem a sombra 21,3 6,85 92
Secagem em AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTS.
21,5 7,43 90
campo Approvedmethodsofthe AACC. 8.ed. Saint Paul : AACC,
1995.
Conforme a Tabela 2, foi constatada menor BRASIL. Ministério da Agricultura e da Reforma Agrária.
condutividade elétrica da solução de embebição quando as Regras para análise de
sementes foram secas naturalmente no campo. Não foram sementes. Brasília, DF: SNDA/DNDV/CLAV, 2009. 398 p.
constatadas diferenças significativas de condutividade CAVARIANI, C. Efeitos da secagem estacionária com
elétrica do lixiviado de sementes de crambe submetidas aos distribuição radial do fluxo de ar. 1996. 85 p. Tese (
demais métodos de secagem. Doutorado) – Escola superior de Agricultura Luiz de
Tabela 2. Valores médios de condutividade elétrica (CE), Queiroz, Piracicaba, SP.
acidez graxa (AG) e teor de óleo (TO) em sementes de GARCIA, D.C.; BARROS, A.C.S.A.; PESKE, S.T.;
crambe submetidas a diferentes condições de secagem. MENEZES, N.L.; A secagem de sementes. Ciência Rural,
C.E. AG TO v.34, n.2, 2004.
(μS (ml KOH MASETTO, T.L.; QUADROS, J.B.; RIBEIRO, D.M.;
Tratamentos REZENDE, R.K.S.; SCALON, S.P.Q. Potencial hídrico do
cm-1g- 0,1N 100g-1 (%)
1
) MS) substrato e teor de água das sementes na germinação do
Secagem com ar crambe.Revista Brasileira de Sementes, vol. 33, nº 3 p. 511 -
479,5 b 6,735 a 22,12c 519, 2011
aquecido
Secagem com ar SOUZA, A.V.D.; FÁVARO, S.P.; ÍTAVO, L.C.V.;
482,8 b 8,115b 28,92a ROSCOE, R. Caracterização química de sementes e tortas de
natural
Secagem natural pinhao‑manso, nabo‑forrageiro e crambe.Pesquisa
476,7 b 9,112 b 24,43cb Agropecuária Brasileira, v.44, n.10, p.1328-1335. 2009.
em terreiro
Secagem a VIEIRA, R. D.; KRZYZANOWSKI, F. C. Teste
473,7 b 8,930 b 26,39 b decondutividade elétrica. In: KRZYZANOWSKI, F.
sombra
Secagem em C.;VIEIRA, R. D.; FRANÇA NETO, J. B. (Ed.). Vigor
387,9 a 9,100 b 29,68a desementes: conceitos e testes. Londrina: Abrates, 1999.p. 1-
campo
DMS 50,30 1,38 3,26 26.
CV(%) 5,00 17,86 6,13
5 – Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer a Universidade
Federal de Pelotas.
6 - Bibliografia
Figura 1. Matérias-primas utilizadas na produção de Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
biodiesel (B100) entre 2009 e 2018. Fonte: Adaptado da Biocombustíveis (ANPa). Produção e fornecimento de
ANP (2019). biocombustíveis. 2019. Disponível em:
<http://www.anp.gov.br/producao-de-biocombustiveis>.
Nota-se que a produção de biodiesel (B100) vêm Acesso em: 30 ago. 2019.
aumentando ao longo dos anos, bem como o uso da principal Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
matéria-prima, a soja. Biocombustíveis (ANPb). Anuário Estatístico 2019. 2019.
Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Disponível em:
Inovações e Comunicações (2017), no Brasil, com base na <http://www.anp.gov.br/publicacoes/anuario-
Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação estatistico/5237-anuario-estatistico-2019>. Acesso em: 30
(2016 - 2022), em relação ao desenvolvimento tecnológico ago. 2019.
do biodiesel faz-se imprescindível o investimento na ARNOLD, M.; TAINTER, J. A.; STRUMSKY, D.
diversificação de matérias-primas e em novas rotas Productivity of innovation in biofuel technologies. Energy
tecnológicas que aumentem a competitividade e reduzam os Policy, v.124, p.54-62, 2019.
custos de produção. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
O Rio Grande do Sul é um dos Estados brasileiros Abastecimento (MAPA). O que é o Programa Nacional de
em que a agroenergia está sendo mais pesquisada, devido ao Produção e Uso do Biodiesel (PNPB)?. 2019. Disponível
fato de ser um dos líderes nacionais na produção de biodiesel em: <http://www.mda.gov.br/sitemda/secretaria/saf-
(B100), tendo como matérias-primas de destaque o óleo de biodiesel/o-que-%C3%A9-o-programa-nacional-de-
soja e o sebo bovino (EMBRAPA, 2019). produ%C3%A7%C3%A3o-e-uso-do-biodiesel-pnpb>.
Segundo Serrão e Ocácia (2007), a produção de soja Acesso em: 30 ago. 2019.
do Estado possibilitaria atender além da quantidade prevista BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
pela legislação para a percentagem de óleo diesel que deve Comunicações (MCTIC). Estratégia nacional de ciência,
ser substituído pelo óleo vegetal transesterificado. tecnologia e inovação 2016 - 2022. 2017. Disponível Em:
De acordo com a Embrapa Clima Temperado <http://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/p
(2019), outras culturas estão sendo estudadas, como o caso publicaca/ciencia/ENCTI/MCTIC_ENCTI_2016-
da canola, para a qual a Embrapa Trigo (Passo Fundo/RS)
2022_210x240mm_14.03.2017.pdf>. Acesso em: 30 ago.
coordena extensa rede de pesquisa no Rio Grande do Sul,
2019.
bem como na Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), onde
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA).
realizam-se pesquisas com matérias-primas e sistemas de
produção de culturas oleaginosas para produção de biodiesel Diagnóstico da produção do biodiesel no Brasil. 2006.
(soja, pinhão-manso, mamona, tungue, crambe). Disponível em:
Estes resultados indicam que, majoritariamente, <https://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/ite
utiliza-se a soja como principal fonte para produção de m_4.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2019.
biodiesel não somente no Estado do Rio Grande do Sul, mas Embrapa Clima Temperado. Agroenergia ganha
em todo o território nacional. Pesquisas devem ser importância no Rio Grande do Sul. 2019. Disponível em:
realizadas, portanto, para que se possa diversificar as fontes, <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-
propiciando mais segurança ao setor energético. /noticia/1485718/agroenergia-ganha-importancia-no-rio-
grande-do-sul>. Acesso em: 30 ago. 2019.
FEIX, R. D. A indústria do biodiesel no Rio Grande do Sul:
4 – Conclusões desafios e oportunidades. Indicadores Econômicos FEE, v.
Com essa revisão, foi possível perceber a 39, n. 4, p. 145-158, 2012.
importância do Estado do Rio Grande do Sul na produção de FROZZA, M. S.; TATSCH, A. L. Sistema setorial do
biodiesel (B100), bem como pôde-se caracterizar os biodiesel no Rio Grande do Sul: caracterização e
principais tipos de matérias-primas utilizadas. oportunidades para a consolidação de um sistema inovativo
Verificou-se, porém, que o material disponível a em agroenergia. Ciência Rural, v.44, n.12, p.2286-2292,
respeito da produção de biodiesel no Estado do Rio Grande 2014.
do Sul ainda é incipiente, encontrando-se sua maior SERRÃO, A. A.; OCÁCIA, G. C. Produção de biodiesel de
referência de informações em sites especializados, de soja no Rio Grande do Sul. Revista Educação, Ciência e
instituições públicas (ministérios) e de pesquisa (Embrapa). Tecnologia, p.35-41, 2007.
Notou-se a representatividade deste biocombustível no setor
energético brasileiro, o qual acarreta em benefícios sociais,
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
694
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
Entre os trabalhos levantados o meio de obtenção e
a caracterização do óleo de arroz foi baseada em
metodologias clássicas em oleoquímica e métodos
instrumentais. A partir da metodologia proposta por Moreto
e Fett (1998) foram estipulados índice de acidez,
saponificação, iodo em escala piloto.
Dois processos com proporção mássica de mistura
foram feitos (Oliveira, 2012). Processo A, óleo de
mamona:óleo de arroz 20:80, e Processo B, óleo de
mamona:óleo de arroz 33:67 (Oliveira, 2012).
Em outra literatura a mistura utilizada foi de
álcool:óleo:catalisador com a razão 480:100:5
A determinação do índice de acidez das misturas de Figura 1. Fluxograma de produção de biodiesel
Processo A e B foram determinadas pesando-se 2 gramas de
óleo em um recipiente erlenmeyer, acrescentado 25 ml de
solução neutra de éter/etanol (2:1), conseguinte de agitação 3 - Resultados e Discussão
e titulado com solução de hidróxido de sódio 0,1 N. O índice de acidez foi mensurado em 0,5 mgKOH/g,
Enquanto que a mensuração do índice de acidez da esta medida encontra-se abaixo do valor consentido pela
mistura 480:100:5 foi determinada por meio do método Cd Agência Nacional de Vigilância Sanitária de acordo com a
4 – Conclusões
O Processo A (20:80) atingiu maior rendimento de
94,04%, enquanto que o Processo B (33:67) possuiu menor
rendimento de 80,36%. Os dois procedimentos mostraram-
se proveitosos, sendo preciso somente alterações no ciclo de
purificação e/ou na reação de transesterificação.
O índice de acidez da razão 480:100:5
álcool:óleo:catalisador apontou-se viável e elaborou
rendimentos aceitáveis com o valor de 0,87 mgKOH/g.
Os parâmetros levantados do biocombustível
originado do farelo do arroz indica que suas propriedades em
comparação ao diesel originado de combustíveis fósseis é
substituível com o mesmo potencial. A utilização dos
subprodutos na fabricação de biodiesel é uma possibilidade
para diminuição orçamentária deste combustível e torná-lo
apto a competir economicamente com o combustível diesel.
5 – Agradecimentos
Aos autores gostaria de agradecer, Universidade
Federal de Pelotas, Centro de Engenharias - Ceng,
Laboratório de Engenharia Ambiental e Energia. Programa
de Pós graduação em Ciências Ambientais - PPGCAmb.
6 - Bibliografia
EVANGELISTA, J. P. C. Obtenção de biodiesel através da
transesterificação do óleo de farelo de arroz utilizando
ki/Al2O3. 2011. 135f. Dissertação (Mestrado em Química)
– Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.
FAO, FAOSTAT. Top production - Rice, paddy - 2008.
Disponível em: http://faostat.fao.org/site/339/default.aspx
FAO. World rice market at a glande. Disponível em:
http://www.fao.org/docrep/011/ai474e/ai474e05.htm#34
MORETTO, E.; FETT, R. Tecnologia de óleos e gorduras
vegetais na indústria de alimentos. São Paulo: Varela Editora
e Livraria Ltda. 1998. 150p.
OLIVEIRA, P. M. Produção de biodiesel de blendas dos
óleos de mamona e arroz em escala piloto. 2012. 112f.
Dissertação (Mestrado em Química Tecnológica e
Ambiental) - Universidade Federal do Rio Grande, Rio
Grande.
SILVA, C. L. M.; Dissertação de Mestrado: Obtenção de
ésteres etílicos a partir da transesterificação do óleo de
andiroba com etanol. Universidade Estadual de Campinas -
4 – Conclusões
Com base no trabalho desenvolvido, observa-se
que as variáveis altura e teor de óleo não sofreram
Figura 1. Representação gráfica do número de folhas, alterações em função das doses de adubo orgânico. Porém,
diâmetro do caule (cm), número de nós e NRS (número de houve resposta positiva da produtividade do crambe em
ramos secundários) em função dos níveis de adubação com função das doses de adubo orgânico, devido ao maior
composto orgânico (g/vaso). número de nós e ramos secundários nas maiores dosagens,
Nota-se pela figura 1 que a maior dose de que, consequentemente, geraram uma maior produção de
composto, 125g/vaso, originou o número de folhas e grãos por planta.
número de nós mais elevado. Santos et al. (2001), Como ocorreu uma resposta crescente para o
estudando o crescimento e a produtividade do alface notou número de grãos em relação à adubação, infere-se que, para
que doses crescentes de composto orgânico elevaram a a produção de crambe como matéria prima para a síntese de
produtividade da cultura. As maiores produções obtidas biodiesel, os resultados são satisfatórios.
com as doses crescentes de composto orgânico podem ser Além disso, o crambe tem a vantagem de produzir
atribuídas à melhoria das características químicas e físico- um biodiesel de boa qualidade, que não compete com o
químicas do solo, resultados estes que condizem com o consumo humano, pois o óleo é tóxico devido ao alto teor
presente trabalho, no qual o composto também influenciou de ácido erúcico.
De acordo com os resultados apresentados,
de maneira positiva no desenvolvimento do crambe.
acredita-se que maiores produtividades possam ser
Entretanto, o diâmetro do caule, apesar de apresentar um
alcançadas a doses superiores a 125 g por vaso.
crescimento diretamente proporcional ao aumento das
doses de composto, apresentou uma redução na maior dose
(125g/vaso). 5 – Agradecimentos
Para analisar a produtividade, foram realizadas
CNPq, Capes, Finep, Fapemig, MCTIC, RBTB,
análises de regressão para quantificar os resultados
UFLA, G-Óleo e Olea.
referentes ao número de grãos de crambe por planta.
.
6 - Bibliografia
DE SOLOS, Classificação. Brasília: EMBRAPA produção
de informação. Rio de, 1999.
SANTOS, J. I.; ROGÉRIO, F.; MIGLIAVACCA, R. A.; et
al. Efeito da Adubação Potássica na Cultura do Crambe.
Biosci. J., Uberlândia, v. 28, n. 3, p. 346-350. 2012.
SANTOS, Ricardo Henrique Silva et al. Efeito residual da
adubação com composto orgânico sobre o crescimento e
produção de alface. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.
36, n. 11, p. 1395-1398, 2001.
FREDIANI, Fredy Ricardo; FERNANDES, Flavia
Carvalho Silva. Avaliação de adubação orgânica em
crambe. Cultivando o Saber, v. 5, p. 7-13, 2012.
1 38,0813
2 38,2147
3 37,3847
38,5462
4 38,4034
5 38,9512
6 40,2420
Observa-se que o teor de óleo médio foi de 38,55g.
4 – Conclusões
Existe baixa variabilidade entre as sementes de
acordo com a análise biométrica, de densidade das
sementes e peso de 100 sementes. Essa característica é
importante uma vez que propicia uma melhor germinação e
uniformidade da cultura, facilitando seu manejo e,
consequentemente, gerando maior teor e qualidade de óleo.
A determinação do teor de água e óleo das
sementes é de fundamental importância para a avaliação de
sua qualidade e armazenamento adequado. O teor de
umidade encontrado foi baixo, ao contrário do teor de óleo,
que foi bastante elevado. Por apresentar alto teor lipídico, o
cártamo pode ser uma alternativa viável como matéria
prima na produção de biodiesel. Mas vale ressaltar que
deverão ser feitas pesquisas que validam a caracterização
físico-química do óleo e seu potencial na geração de
biocombustível.
5 – Acknowledgments
CNPq, FAPEPI and UFPI.
6 - Bibliography
Figure 3. Relative water content (RWC) from cowpea
genotypes after 21 days of water stress. Blum, A. and Ebercon, A. Cell membrane stability as a
measure of drought and heat tolerance in wheat. Crop
Science, vol. 21, pp. 43-47, 1981.
Our findings reveal that the greater drought
Ehlers J.D., Hall A.E. Cowpea (Vigna unguiculata (L.)
tolerance of cowpea genotypes is attributed to maintenance
Walp.). Field Crops Research, 53, 187–204, 1997.
of biomass accumulation in shoot and roots, providing
Hall, D. O. Carbon flows in the biosphere: present and
important information of drought tolerance and future. Journal of the Geological Society,
susceptibility. Thus, the combined analysis of biomass data Alexandria, v.146, p. 175-181, 1989.
with physiological assays is an important tool for selecting Monteiro, J.G. et al. Growth and proline content in guandu
genotypes with greater ability to grow in environmental seedlings submitted to osmotic stress and exogenous
adverse conditions. putrescine. Brazilian Agricultural Research, v.49, n.1 p. 18-
25, 2014.
Sanginga N., Lyasse O., Singh B.B. Phosphorus use
efficiency and nitrogen balance of cowpea
breeding lines in a low P soil of the derived
MST (g/plant)
8,00
20 6,00
Number of Leaves
4,00
10 2,00
0,00
0
6 - Bibliografia
AGUIAR, C.; LOPES, B.; BARBOSA, M.; BALIEIRO, F.;
GOMES, M. Fitorremediação de solos contaminados por
petróleo. Revista Trópica – Ciências Agrarias e Biológicas,
v. 6, n. 1, p. 3-9. 2012.
APHA - American Public Health Association. Standard
methods for the examination of water and wastewater.
19.ed. Washington: American Public Health Association,
1995.
ASTM. D5369-93.Standard Practice for Extraction of Solid
Waste Samples for Chemical Analysis Using Soxhlet
Fig. 1 - Productividad de granos de soja en Extraction, USA, 2008.
función de los tratamientos EKPO, I. A.; AGBOR, R. B.; OKPAKO, E. C.; EKANEM,
E.B. Effect of crude oil polluted soil on germination and
En la tabla 1 se muestran los resultados obtenidos growth of soybean (Glycine max). Annals of Biological
del contenido de aceite y proteína en los granos de soya. Research. Scholars Research Library, v. 3, iss. 6, p. 3049 –
Fue observado el mismo comportamiento para todos los 3054. 2013
tratamientos en los dos tipos de suelo, sin presentar EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja
diferencias significativas entre ellos. Según datos promedio (Londrina, PR). Recomendações técnicas para a cultura da
de la Embrapa del contenido de aceite en granos de soya de soja no Paraná 1998/99. Londrina, 201p.
referencia BRS284 entre 20% y 24%, los resultados EMBRAPACNPSo. Documentos, 119). 1998.
obtenidos en el experimento se encuentran dentro de los EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja
valores esperados. Por tanto, la irrigación con agua de (Londrina, PR). Tecnologias de Produção de Soja -Região
producción no afectó ni alteró la producción de aceite en Central do Brasil 2012 e 2013. Londrina: Embrapa Soja,
los granos para los dos tipos de suelo. 261 p. 2011.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos.
Tabla 1 – Contenido de aceite y proteína en los Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2 ed. Rio de
granos de soja en función de los tratamientos Janeiro: Embrapa Solos, 2006
Contenido Contenido FIGUEREDO, K.S.L. Estudo da água produzida em
Tratamientos
Suelos de aceite de proteína diferentes zonas de produção de petróleo, utilizando a
(%)
(%) (%) hidroquímica e a análise estatística de parâmetros químicos.
0 25±0,82 38±0,37 Dissertação (Mestrado em Química)– Universidade Federal
25 24±0,36 39±0,32 do Rio Grande do Norte, fls.123, Natal 2010.
Arenoso 50 23±0,62 40±1,14 SANTANA, C.R.; PEREIRA, D. F.; SOUSA, S. C. N.;
CAVALCANTI, E. B.; SILVA, G. F. Evaluation of the
75 23±0,67 40±0,38
process of coagulation / Flocculation of produced water
100 23±0,97 40±1,07 using Moringa oleifera Lam. As natural coagulant.
0 24±0,80 36±0,52 Brazilian Journal of petroleum and gas. 2010.
25 24±0,20 38±0,71
Arcilloso 50 23±0,43 38±0,64
75 22±0,91 40±0,68
100 22±1,17 42±0,76
Renan Cantanti Marques (UEL, renan.cantanti@uel.br); Cintia dos Santos Alves (UEL, cintia.alves@uel.br); Daiane
Caroline Nunes Alves (UEL, daiane.bruzon@gmail.com); Helder Rodrigues da Silva (UEL, heldersrodrigues@gmail.com);
Carmen Luisa Barbosa Guedes (UEL, carmen@uel.br)
Juaci Vitória Malaquias (2); Nilton Tadeu Vilela Junqueira (2); Alexandre Nunes Cardoso (3); Bruno Galvêas Laviola (3).
(1)UPIS Faculdades Integradas; (2) Embrapa Cerrados; (3) Embrapa Agroenergia; (4) marcelo.fideles@embrapa.br.
4 – Conclusões
Para o processo de extração utilizado, os frutos
recém colhidos não são adequados para obtenção de
sementes inteiras. É necessário que os frutos fiquem
armazenados por pelo menos 21 dias a temperatura
ambiente ou sete dias, a 40ºC, para que as sementes se
soltem do endocarpo e sofram menos danos durante o
processo de extração utilizado.
5 – Agradecimentos
Embrapa e Finep
6 - Bibliografia
FARIA, G. Caracterização morfoanatômica da planta,
fruto, semente e plântula de macaúba [Acrocomia
aculeata (jacqlodd. exmartius)]. 2012. 54 p. Tese
(Mestrado em Produção Vegetal) - Universidade Federal de
Lavras, Lavras-MG.
MOTOIKE, S. Y.; LOPES, F. A.; OLIVEIRA, R. M. A.;
CARVALHO, M. Processo de germinação de e produção
de sementes pré-germinadas de palmeiras do gênero
Acrocomia. 2007. (Patente: Protocolo INPI 014070005335.
Depósito: 20/07/2007. Publicação: 10/03/2009).
RODRIGUES, K. L. T. Otimização multivariada dos
parâmetros do processo de produção de ésteres etílicos e
modelagem cinética da reação de esterificação via
catálise heterogênea utilizando óleo não comestível da
polpa de macaúba, resina macroporosa de troca iônica e
rota etílica. Tese (Doutorado em Engenharia Química)
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
162p., 2018.
Douglas Correa de Souza (UFLA, douglascorrea@ymail.com), Denílson Paulo da Rosa Mavaieie (UFLA,
dmavaieie@gmail.com), Juliana Pace Salimena (UFLA, julianapsalimena@gmail.com), João Barcellos Xavier (SENAR-
MG, bxjoao@yahoo.com.br), Luis Felipe Lima e Silva (UFLA, luisufla@hotmail.com), Luciane Viela Resende (UFLA,
luciane.vilela@dag.ufla.br)
Para a condução do experimento foram utilizados As espécies apresentam rendimento de óleo médio
sementes de Amaranthus spp. da Coleção de Germoplasma de 9,08 (± 0,03) %, valor próximo aos encontrados na
de Hortaliças Não Convencionais da Universidade Federal
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
712
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
literatura para o gênero, que varia entre 5,60 a 10,60 % CARVALHO, S. J. P.; LÓPEZ-OVEJERO, R. F.;
(Bressani e Amaranth, 1988). Segundo Spehar et al., (2003) CHRISTOFFOLETI, P. J. Crescimento e desenvolvimento
a qualidade desse óleo é superior ao encontrados em de cinco espécies de plantas daninhas do gênero
cereais. Amaranthus. Bragantia, 2008, 67, 317- 326.
As sementes Amaranthus spp. tem atraído a FERREIRA, D. F. SISVAR: a computer statistical analysis
atenção mundial devido às suas propriedades nutricionais e system. Ciência e Agrotecnologia, 2011, 35, 1039-1042.
funcionais (Krulj et al., 2016). Embora não seja FOX, C. B., Squalene emulsions for parenteral vaccine and
considerado uma típica semente oleaginosa, é rico em óleo drug delivery. Molecules, 2009, 14, 3286–3312.
cuja composição química apresenta esqualeno (He e Corke, HE, H. P.; CORKE, H. Oil and Squalene in Amaranthus
2003), um antioxidante natural utilizado como emoliente Grain and Leaf. J. Agric. Food Chem., 2003, 51,
em vacinas (Fox, 2009), além de possuir atividade
7913−7920.
antitumoral e cardioprotetora (Owen et al, 2000).
KRULJ, J.; BRLEK, T.; PEZO, L.; BRKLJACA, J.;
Na Tabela 2 são apresentadas as médias de cada
POPOVIC, Z.; SOLAROV, M. B. Extraction methods of
tratamento dos fatores avaliados, e fica evidente que na
Amaranthus sp grain oil isolation. J. Sci. Food Agric., 2016,
adubação convencional (15,48 %) houve acréscimo no
96, 3552-3558.
rendimento de óleo de 82,62% quando comparado à
MAPELI N. C.; VIEIRA, M. C.; HEREDIA, Z. N. A.;
adubação orgânico (2,69 %).
SIQUEIRA, J. M. Produção de biomassa e de óleo
essencial dos capítulos florais da camomila em função de
Tabela 2. Rendimento de óleo (%) entre as espécies de
nitrogênio e fósforo. Horticultura Brasileira, 2005, 23, 32-
Amaranthus spp. em diferentes manejos de adubação.
37.
Manejo de adubação MARTIROSYAN, D. M.; MIROCHNICHENKO, L. A.
Espécies Orgânico Convencional Médias KULAKOVA, E. .N.; POGOJEVA, A. V. ZOLOEDOV, V.
A. viridis 2,57 15,66 9,11 a Amaranth oil application for coronary heart disease and
A. hybridus 2,81 15,31 9,06 a hypertension. Lipids in Health and Disease, 2007, 1-6.
Médias 2,69 b 15,48 a OWEN, R. W.; MIER, W. GIACOSA, A.; HULL, W. E.;
Médias seguidas das mesmas letras minúsculas na linha e maiúscula na SPIEGELHALDER, B.; BARTSCH, H. Phenolic
coluna não diferem entre si, segundo o teste Tukey a 5% de probabilidade.
compounds and squalene in olive oils: The concentration
and antioxidant potential of total phenols, simple phenols,
A deficiência ou a toxidez de nutrientes pode
secoiridoids, lignans and squalene. Food Chem. Toxicol.,
interferir na quantidade de princípios ativos (Mapeli et al.,
2000, 38, 647–659.
2005). Assim um dos fatores que podem ter contribuído
SAMARTINI, C. Q. Conteúdo de DNA nuclear, número
para o manejo orgânico ter menor rendimento de óleo foi
cromossômico e compostos de interesse nutricional em
que, em adubos como esterco e compostos orgânicos,
Amaranthus spp. 2015. Dissertação de Mestrado,
ocorre decomposição lenta e os nutrientes são liberados em
Universidade Federal de Lavras.
menor quantidade para as plantas, visto que o solo da área
SILVA, L. F. L.; SOUZA, D. C.; RESENDE, L. V.;
experimental apresentava baixo teor de matéria orgânica
NASSUR, R. C. M. R.; SAMARTINI, C. Q.;
não suprindo a necessidade da cultura.
GONÇALVES, W. M. Nutritional Evaluation of Non-
Conventional Vegetables in Brazil. Anais da Academia
Brasileira de Ciências, 2018, 90, 1775-1787.
4 – Conclusões SPEHAR, C. R.; TEIXEIRA, D. L.; CABEZAS, W. A. R.
L.; ERASMO, E. A. L. Amaranto BRS Alegria –alternativa
Não houve diferença entre as espécies Amaranthus para diversificar os sistemas de produção. Pesquisa
viridis e Amaranthus hybridus para o rendimento de óleo. Agropecuária Brasileira, 2003, 39, 85-91.
No entanto o rendimento de óleo são maiores em sementes XAVIER, J. B.; SOUZA, D. C.; SOUZA, L. C. ;
conduzidas em adubação convencional, quando comparado GUERRA, T. S.; RESENDE, L. V.; PEREIRA, J.
à adubação orgânica. Nutritive potential of amaranth weed grains. African
Journal of Agricultural Research, 2018, 13, 1140-1147.
5 – Agradecimentos
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior [CAPES] pela concessão de bolsa de pós-
doutorado PNPD.
6 - Bibliografia
BRESSANI, R.; AMARANTH. The nutritive value and
potential uses of the grain and by-products. Food Nutr.
Bull,1988, 10, 49-59.
CARVALHO, S. J. P.; CHRISTOFFOLETI, P. J.
Estimativa da área foliar de cinco espécies do gênero
Amaranthus usando dimennsões lineares do limbo foliar.
Planta Daninha, 2007, 25, 317-324.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
713
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Douglas Correa de Souza (UFLA, douglascorrea@ymail.com), Luis Felipe Lima e Silva (UFLA, luisufla@hotmail.com),
Wilson Magela Gonçalves (UFLA, magela@dag.ufla.br), Wilson Roberto Maluf (UFLA, wrmaluf@dag.ufla.br), Luciane
Viela Resende (UFLA, luciane.vilela@dag.ufla.br)
Palavras Chave: Raphanus sativus L. var. oleifera Metzg., biomassa, fonte renovável.
partir da energia total produzida, contabilizada 35.537,14 GARAVAND, A. T.; ASAKEREH, A.; HAGHANI, K.
MJ ha-1, considerando-se os valores para o óleo e torta Energy elevation and economic analysis of canola
produzidos. production in Iran a case study: Mazandaran province.
International Journal of Environmental Sciences, 2010, 1,
Tabela 2. Energia gerada para a produção de biodiesel a 236-242.
partir de nabo forrageiro. KARMAKAR, A.; KARMAKAR, S.; MUKHERJEE, S.
Fase Agrícola Total MJ % Properties of various plants and animals feedstocks for
Tratos culturais da cultura 1.202,80 5,44 biodiesel production. Bioresour Technol. 2010, 101, 7201–
Mão de obra 6.643,95 30,03 7210.
Insumo 1.644,07 7,43 MAIA, J.; URQUIAGA, S.; JANTALIA, C. P.; SOARES,
Óleo diesel 1.575,07 7,12 L. H. B.; ALVES, B. J. R.; BODDEY, R. M.; MARCHÃO,
Total da fase agrícola 11.065,90 50,01 R.L.; VILELA, L. Balanço energético da produção de
Fase industrial 11.061,53 49,99 grãos, carne e biocombustíveis em sistemas especializados
Inputs totais 22.127,43 100 e mistos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 2013, 48,
Rendimento 35.537,14 - 1323- 1331.
Balanço energético 1,61 MELLO, R.D. Um modelo para análise energética de
agroecossistemas. Revista de Administração de Empresas,
Os resultados indicam a viabilidade econômica e 1989, 29, 45-61.
energética da produção de biocombustível a partir do nabo MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA. Resenha
forrageiro com os níveis de produtividade obtidos (1.200 kg Energética Brasileira. 2018, 31p. Disponível em:
de grãos por hectare). http://www.eletronuclear.gov.br/Imprensa-e-
Midias/Documents/Resenha%20Energ%C3%A9tica%2020
4 – Conclusões 18%20-MME.pdf Acesso em 03 de setembro de 2019.
PIMENTEL, D.; PATZEK, T. W. Ethanol Production
A cultura do nabo forrageiro apresenta viabilidade Using Corn, Switchgrass, and Wood; Biodiesel Production
para a produção de biodiesel. Using Soybean and Sunflower. Natural Resources
Research, 2005, 14, 65-76.
RAMOS, L. P.; SILVA, F. R.; MANGRICH, A. S.;
5 – Agradecimentos
CORDEIRO C. S. Tecnologias de Produção de Biodiesel.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Revista Virtual de Química, 2011, 22, 385-405.
Superior [CAPES] pela concessão de bolsa de pós SILVA, L. F. L.; GONÇALVES, W. M. ; MALUF, W.R.;
doutorado PNPD, à Fundação de Amparo à Pesquisa de RESENDE, L.V.; SARMIENTO, C.M.; LICURSI, V.;
Minas Gerais [FAPEMIG] pela concessão do investimento MORETTO, P. Energy balance of biodiesel production
monetário. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento from canola. Ciência Rural, 2017, 47, 1-5.
Científico e Tecnológico [CNPq], Ministério da Ciência, SILVA, L. F. L.; GONÇALVES, W. M.; MALUF, W. R.
Tecnologia, Inovação e Comunicação), ao Ministério da RESENDE, L. V. R.; SOUZA D. C. Balanço energético da
Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação [MCTIC] cultura nabo forrageiro visando à produção de biodiesel.
pelo financiamento do projeto. À Universidade Federal de Magistra, 2018, 29, 208-214.
Lavras [UFLA] pela tecnologia disponibilizada. À empresa SIQUEIRA, R.; GAMERO, C. A.; BOLLER, W. Balanço
Hortiagro Sementes S.A. pela infraestrutura de Energia na Implantação e Manejo de Plantas de
disponibilizada. Cobertura do Solo. Engenharia Agrícola, 1999, 19, 80-89.
VALLE, P.W.P.A. Produção de Biodiesel via
6 - Bibliografia Transesterificação do Óleo de Nabo Forrageiro (206 f).
Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais,
ATADASHI, I. M.; AROUA, M. K.; AZIZ, A. A. High Belo Horizonte, Brasil. 2009.
quality biodiesel and its diesel engine application: A
review. Renew Sustain Energy Rev. 2010, 14, 1999–2008.
BATCHELOR, S. E.; BOOTH, E. J.; WALKER, K. C.
Energy analysis of rape methyl ester (RME) production
from winter oilseed rape. Industrial Crops and Products,
1995, 4, 193-202.
DAMBISKI, L. Síntese de Biodiesel de Óleo de Nabo
Forrageiro Empregando Metanol Supercrítico. Dissertação
de Mestrado em Engenharia, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Curitiba, Brasil. 2007, 94 p.
DOMINGOS, A. K.; SAAD, E. B.; WILHELM, H. M.;
RAMOS, L.P. Optimization of the ethanolysis of Raphanus
sativus (L. Var.) crude oil applying the response surface
methodology. Bioresource Technology, 2008, 99 1837–
1845.
Palavras Chave: Bioenergia, Ecofisiologia vegetal, Jatropha curcas L., Tolerância à seca.
4 – Conclusões
O psicrômetro de termopar pode ser usado
eficazmente no monitoramento contínuo do status de água
de plantas de J. curcas L. desde que a cutícula seja removida.
Tal remoção foi mais eficiente usando o detergente não
iônico tween 20, permitindo a obtenção de leituras confiáveis
e estáveis do potencial hídrico foliar
5 – Agradecimentos
Imagem 1. UESC, CAPES, Embrapa Agroenergia
6 - Bibliografia
BOYER, J.S; KNIPLING, E.D. Isopiestic technique for leaf
water potentials with a thermocouple psychrometer. Proc. Natl.
Acad. Sci. USA, 1965. 54, pp. 1044–1051.
MARTINEZ, E. M.; CANCELA, J. J.; CUESTA, T.S.; NEIRA,
X.X. Use of psychrometers in field measurements of plant
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Agricultural Research. 2011. 9(1), 313 – 328.
M. J. SAVAGE, M. J.; CASS, A.; JAGER, J. M. de. Calibration
of Thermoeouple Hygrometers. Irrig Sci. 1981. 2:113-125
SCHAEFER, N. L.; TRICKETT, E.S.; CERESA, A.; BARRS,
Figura 1. Monitoramento contínuo do potencial hidrico (ψw) H. D. Continuous Monitoring of Plant Water Potential. Plant
pelo psicrômetro de termopar em plantas jovens de Pinhão- Physiol. 1986. 81, 45-49.
manso. a) folhas tratadas com detergente iônico; b) folhas OLIVEIRA, P. S. de.; SILVA, L. D. da.; SANTANA, T. A. de.;
tratadas com detergente não-iônico (Tween 20). LAVIOLA, B. G.; PAIVA, A. Q.; MIELKE, M. S.; GOMES, F.
P. Morphophysiological changes in young plants of Jatropha
curcas L. (Euphorbiaceae) subjected to water stress and
recovery. African Journal of Agricultural Research. 2016.
11(45), 4692-4703.
1 - Introdução
Óleos e gorduras comerciais foram empregadas.
Em um béquer, 1,2 g de catalisador gliceróxido de sódio
As cadeias dos hidrocarbonetos que compõem o
foram dissolvidos em 34 mL de metanol. Após a
diesel variam de 10 a 22 carbonos. A mistura complexa
solubilização do sólido, a mistura foi transferida para um
inclui parafinas, isoparafinas, naftenos e compostos
balão de fundo redondo com 30 g de óleo da matéria-prima
aromáticos. O biodiesel, por sua vez, é constituído por uma
escolhida (35,3 mmol) em temperatura ambiente. A mistura
mistura de ésteres graxos de cadeias lineares bastante menos
foi mantida com agitação magnética na temperatura de
complexa. Por esta razão, o biodiesel apresenta uma
ebulição do álcool (65 ºC) em aparelhagem de refluxo por 60
tendência à cristalização maior do que o diesel. A formação
min. Após o término da reação foi colocada em um funil de
de cristais e sólidos em suspensão no combustível podem
separação para remoção do glicerol. A fase superior foi
reduzir sua fluidez e danificar o motor. A tendência a
lavada com água quente (3 x 20 mL) e seca por aquecimento.
cristalizar é altamente influenciada pela composição do
As purezas foram determinadas por RMN de hidrogênio
biodiesel. Ligações duplas com configuração cis, como
(GUZATTO et al., 2011). Os pontos de fluidez e as
aquelas presentes no oleato, linoleato e linolenato, dificultam
viscosidades foram estimados pelas normas ASTM D97-12
a cristalização. O comprimento da cadeia é outro fator
e D445-06 respectivamente.
importante. Quanto mais curta, mais baixo é o ponto de fusão
(SIERRA-CANTOR; GUERRERO-FAJARDO, 2017).
Biodieseis derivados de gorduras são predominantemente 3 - Resultados e Discussão
saturados e costumam apresentar piores propriedades a frio.
Nos biodieseis derivados de óleos, ricos em ésteres graxos Os biodieseis apresentaram purezas superiores a
insaturados, o contrário se observa. Biodieseis derivados de 98 %. Os pontos de fluidez são apresentados na Figura 1.
gorduras de palmáceas, se, por um lado, são
majoritariamente saturados, por outro, apresentam cadeias
mais curtas, o que diminui a tendência à cristalização. A
Tabela 1 Apresenta os teores de cadeias curtas (14 carbonos
ou inferiores), monoinsaturadas e poli-insaturadas de
biodieseis derivados de óleos e gorduras (BRAUN et al.,
2017).
girassol
babaçu
canola
banha
milho
soja
A legislação brasileira faz uso do ponto de entupimento de and waste cooking oil. Fuel Process. Technol. 2011, 92,
filtro a frio (PEFF) como propriedade de especificação. O 2083–2088.
limite superior varia com região e época do ano. Nas regiões
mais frias, o limite máximo é de 14 oC no verão e 5 oC no Sierra-cantor, J. F.; Guerrero-fajardo, C. A. Methods for
inverno. O ponto de fluidez é sempre ligeiramente inferior improving the cold flow properties of biodiesel with high
ao de entupimento de filtro a frio. Sendo assim, os biodieseis saturated fatty acids content : a review. Renewable and
de algodão de banha certamente não atende à norma Sustainable Energy Rev. 2017, 72, 774–790.
brasileira para os meses de inverno na região sul.
A Figura 2 apresenta as estimativas das ASTM D97-12. Standard Test Method for Pour Point of
viscosidades a 40 oC. As viscosidades foram observadas na Petroleum Products. ASTM Int. 2012.
faixa de 4,5 a 5,5 cSt para todos os biodieseis, exceto para o D445-06, A. Standard Test Method for Kinematic Viscosity
de babaçu, acentuadamente menos viscoso, o que mostra o of Transparent and Opaque Liquids (and Calculation of
efeito do tamanho das cadeias. A legislação brasileira Dynamic Viscosity).
especifica a viscosidade no intervalo de 3 a 6 cSt.
4 – Conclusões
Biodieseis de óleos de canola, girassol, milho, soja,
algodão, banha suína e gordura de babaçu foram preparados
por transesterificação etílica na presença de gliceróxido de
sódio. Os pontos de fluidez foram determinados e mostraram
a influência do tamanho da cadeia e do teor de cadeias
insaturadas. Biodieseis de canola e babaçu foram os que
apresentaram menores pontos de fluidez. As viscosidades,
por outro lado, foram observadas em uma faixa mais estreita
para todos os biodieseis, exceto para o de babaçu. Biodieseis
de algodão e banha apresentam tendência de cristalização a
frio e devem ter uso restrito em regiões frias durante os
meses de inverno. Com relação à viscosidade, todos os
biodieseis atendem à especificação brasileira.
5 – Agradecimentos
FAPERGS
6 - Bibliografia
Braun, J. V.; dos Santos, V. O. B.; Fontoura, L. A. M.;
Pereira, E.; Napp, A.; Seferin, M.; Lima, J.; Ligabue, R.;
Vainstein, M. H.; GC-FID methodology validation for the
fatty esters content determination in biodiesel with
hexadecyl acetate as the internal standard. Quim. Nova 2017,
40, 1111-1116.
Os espectros de todas as amostras apresentam rendimento em PLOs, isso ocorre por efeito da temperatura
posições da banda, intensidade e números de onda bastante de degradação térmica das gorduras animais ser superior a
semelhantes. A banda observada na região de 1740 cm-1, diz temperatura de degradação térmica dos óleos vegetais
respeito a vibração do estiramento da ligação C=O que está (PINTO et al., 2015).
associada aos compostos carbonílicos presentes em
triglicerídeos (SOLOMONS, 2002). Observou-se bandas na 4 – Conclusões
região entre 1490 e 1450 cm-1 características de
deformações angulares de CH2 e CH3, além das bandas por Todas a matérias primas utilizadas tiveram bom
volta de 720 cm-1, referentes a torção da unidade CH2 rendimento nos experimentos feitos, sendo o do óleo de
(ZAHIR et al., 2014). fritura e do óleo de palma com valores próximos entre si e
De acordo com Moros et al (2009), as diferenças superiores ao sebo bovino, isso provavelmente deve-se ao
entre as posições das bandas entre as amostras devem-se as sebo bovino necessitar de temperaturas mais elevadas para
diferenças do grau e tipo de insaturação dos grupos acila e degradação térmica.
seu comprimento. Todas bandas observadas estão de acordo
com as pesquisas de Vlachos et al (2006), Solomons (2003), 5 – Agradecimentos
Moros et al (2009), Gullen & Uriarte (2012) e Silverstein,
Bassler e Morrill (2002). Ao CNPq, pela bolsa dos alunos de IC,
Após caracterização das matérias primas realizou- colaboradores no projeto, assim como a Capes pelo
se testes de craqueamento para avaliação dos parâmetros de financiamento da bolsa de mestrado e por fim a Unifesspa
processo e rendimento em escala de bancada dos produtos pelo apoio estrutural e ao desenvolvimento da pesquisa.
líquidos orgânicos-PLOs obtidos. Na Tabela 02 são
mostrados os parâmetros operacionais dos experimentos de 6 - Bibliografia
craqueamento térmicos catalíticos do óleo de fritura, sebo
bovino e óleo de palma. Todos com um percentual de 10 % BOBBIO, P.A; BOBBIO, F.O. Química do processamento
de catalisador Na2CO3. de alimentos. 3 ed. São Paulo: Varela, p. 33, 2007.
Tabela 02 - Parâmetros operacionais dos experimentos de DRUMM, F. C..; GERHARDT, A. E.; FERNANDES, G.
craqueamento térmico catalítico em escala de bancada. D.; CHAGAS, P.; SUCOLOTTI, M. S.; KEMERICH, P.D.
Óleo Óleo C. Poluição atmosférica proveniente da queima de
Sebo combustíveis derivados do petróleo em veículos
Parâmetros de processo de de
bovino automotores. Revista do Centro do Ciências Naturais e
fritra palma
Temperatura de trabalho (°C) 450,00 Exatas - UFSM, Santa Maria Revista Eletronica em Gestão,
Temperatura inicial de Educação e Tecnologia Ambiental – REGET. V. 18 n. 1
254,00 345,00 335,00 Abril 2014.
craqueamento (°C)
Tempo inicial de 35,00 Instituto Adolfo Lutz (São Paulo). Métodos físico-químicos
27,00 50,00 para análise de alimentos /coordenadores Odair Zenebon,
craqueamento (min)
Tempo total do processo (min) 41,00 67,00 80,00 Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea -- São Paulo:
Os resultados obtidos demonstram o potencial do Instituto Adolfo Lutz, 8 pg. 1020, 200.
catalisador, no que tange a diminuição da energia da reação. MOROS, J.; ROTH, M.; GARRIGUES, S.; GUARDIA, M.
No entanto, conforme pode ser observado na Figura 02, Preliminary studies about thermal degradation of edible oils
houve um aumento na quantidade de coque gerado. Isso through attenuated total reflectance mid-infrared
ocorre por que as moléculas de hidrocarbonetos mais densas spectrometry. Food Chemistry, v.114, pg.1529-1536, 2009.
não quebram, devido a diminuição da temperatura em que a OLIVEIRA, R. F. Craqueamento catalítico de óleo residual
reação ocorre, desta maneira há a polimerização das mesmas para a produção de biocombustível. Monografia Graduação
(OLIVEIRA, 2014). (Engenharia de Energia). Universidade de Brasília (UnB),
Brasília, 2014.
Figura 02 - Gráfico dos rendimentos dos experimentos de SANTOS, N. C.; BORTOLOTI, M. A.; PIACENTE, F. J.;
craqueamento catalítico do óleo de fritura, óleo de palma e SILVA, R. G. Análise das vantagens ecológicas de veículos
sebo bovino com o catalisador carbonato de sódio. automotivos com motores: flex e híbrido. Bioenergia em
revista: diálogos, ano 3, n. 1, p. 100-127, jan./jun. 2014.
SILVERSTEIN, R.M., BASSLER, G.C., MORRILL, T.C.,
Spectrometric Identification of Organic Compounds, 7th
Ed, Wiley, 2002.
SOLOMONS, T.W. Química Orgânica 2, 7ª ed. LTC. RJ.
2002.
VLACHOS, N.; SKOPELITIS, Y.; PSAROUDAKI, M.;
KONSTANTINIDOU, V.; CHATZILAZAROU, A.;
TEGOU, E. Aplications of Fourier transform-infrared
spectroscopy to edible oils. Analytica Chimica Acta, v.573,
pg. 459-465, 2006.
ZAHIR, E.; SAEED, R.; HAMEED, M. A.; YOUSUF, A.
Study of physicochemical properties of edible oil and
evaluation of frying oil quality by Fourier TransformInfrared
É possível observar que dentre as matérias primas (FT-IR) Spectroscopy. Arabian Journal of Chemistry, In
empregadas o sebo bovino é o que apresenta menor Press, 2014.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
723
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Obtenção de óleo de microalga Muriella decolor por extração sequencial com CO2
supercrítico e cossolvente
Estephanie Laura Nottar Escobar (UFPR, estephanie@ufpr.br), Diego Trevisan Melfi (UFPR, diegotrevisan@ufpr.br),
Débora M. Kochepka (UFPR, deborakochepka@yahoo.com.br), Roberto Derner (UFSC, roberto.derner@ufsc.br), Luiz
Pereira Ramos (UFPR, luiz.ramos@ufpr.br) e Marcos Lúcio Corazza (UFPR, corazza@ufpr.br)
2 - Material e Métodos
A biomassa úmida de M. decolor foi gentilmente
cedida pelo LCA (UFSC – Brasil), seca em estufa a 35 °C e Figura 1. Cinética de extração de M. decolor com scCO2.
fragmentada a partículas de granulometria média entre 0,71
As cinéticas de extração sequencial com adição de
mm e 2,00 mm. A avaliação da extração convencional foi
etanol estão apresentadas na Figura 2.
feita em Soxhlet com etanol em triplicata, durante 12 h.
O aparato experimental utilizado na extração do
óleo de microalga com scCO2 consistiu em um extrator
encamisado com capacidade de 62 mL, uma bomba seringa
de alta pressão e banhos termostáticos para controle de
temperatura. Para cada extração foi utilizado cerca de 20 g
de biomassa. A pressurização do equipamento foi feita pela
injeção de scCO2 e, nesse ponto, iniciava-se a extração
estática (sem retirada de extrato) por 90 min. Em seguida,
houve a extração dinâmica com vazão de 2,0±0,5 mL.min-1,
durante 140 min. O resíduo da extração com scCO2 foi então
submetido a três extrações sequenciais em que o etanol foi
utilizado como cossolvente. As condições experimentais
foram de 80 °C e 250 bar, enquanto que as razões mássicas
etanol:biomassa foram de 0,5:1, 1:1 e 2:1. A extração
estática durou 40 min e a extração dinâmica a 1,5 mL min-1
foi realizada até que não houvesse mais saída de cossolvente
ou extrato. Figura 2. Cinéticas de extração sequencial - scCO2+etanol
Os extratos obtidos por Soxhlet e por fluídos 1° extração EtOH 1:1, 2° EtOH 1:1, 3° EtOH 1:1
pressurizados foram secos em estufa até apresentar massa 1° EtOH 0,5:1, 2° EtOH 0,5:1, 3° EtOH 0,5:1
constante e o rendimento de recuperação de ésteres brutos 1° EtOH 2:1, 2° EtOH 2:1, 3° EtOH 2:1 (símbolos
(RREB), obtido como extrato heptânico, foi avaliado segundo vazados se referem à média da duplicata ± desvio padrão
metodologia de esterificação/transesterificação ácida (ETA) médio experimental).
proposta por D’Oca et al. (2011).
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724
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Palavras Chave: Óleo de gérmen de milho, fluído pressurizado, extração com propano
1 - Introdução
Tabela 1: Planejamento experimental 22 com triplicata no
O gérmen de milho é um coproduto das indústrias ponto central.
de moagem de milho rico em óleo. A extração desse óleo é Temperatura Pressão Densidadea
feita convencionalmente por prensagem ou extração com (°C) (bar) (kg/m3)
hexano como solvente (Rausch et al.,2018). Entretanto, a 20 (-1) 20 (-1) 503,31
aplicação de solventes pressurizados tem se mostrado 20 (-1) 100 (1) 521,29
bastante promissora na obtenção de altos rendimentos e 60 (1) 20 (-1) 428,05b
seletividade, além de reduzir custos com processos de 60 (1) 100 (1) 467,16
separação óleo/solvente, uma vez que essa separação ocorre 40 (0) 60 (0) 484,39
a
Dados de NIST standard Reference Database 69: NIST Chemistry
naturalmente apenas pela expansão do solvente. Seguindo WebBook.
essa abordagem de engenharia de processos, o propano tem b
líquido saturado.
sido estudado por apresentar alta afinidade química com A avaliação do efeito da granulometria sobre a
óleos e requerer baixas pressões de operação (Sekhon, extração foi realizada na condição do ponto central e indicou
Maness, & Jones, 2015), e pode ser usado como um modelo que as partículas maiores (2,21 mm) apresentaram taxas de
para aplicação industrial de GLP (gás liquefeito de petróleo), extração mais lentas, com rendimento de 7,02 % em 80 min
o qual é um solvente de menor custo. Portanto, para esse de processo. Já as partículas de granulometria média de 1,43
trabalho, foram avaliados os efeitos das condições de mm apresentaram resultados de rendimento de extração de
temperatura, pressão, distribuição granulométrica e tempo de 30,20% em óleo, para um mesmo período de extração de 80
confinamento (extração estática) na cinética e no rendimento min. Por fim, o rendimento médio das partículas de 0,95 mm
da extração do óleo de gérmen de milho com propano foi de 36,89 ± 1,2%, em 80 min de extração dinâmica. O
pressurizado. efeito do tempo de confinamento foi pouco pronunciado –
mantendo-se próximo ao desvio experimental, com
rendimentos de 35,31%, 36,89% e 37,30%, para 10, 30 e 90
2 - Material e Métodos min respectivamente. Desse modo, os fatores temperatura e
pressão foram avaliados com partículas de granulometria de
O gérmen de milho, advindo de uma planta de
0,95 mm e tempo de confinamento de 30 min.
processamento de amido com umidade de 6%, foi triturado e
Conforme mencionado anteriormente, o efeito das
separado em três diferentes granulometrias médias: 0,90
variáveis temperatura e pressão foi avaliado através de
mm, 1,43 mm e 2,21 mm. Em seguida foi feita extração
experimentos conforme planejamento experimental entre 20
Soxhlet para determinação do teor de óleo extraível em
e 60 °C e condições entre 20 e 100 bar. As cinéticas de
hexano, durante 6 h, em triplicata, seguindo a metodologia
extração obtidas nessas condições estão apresentadas na
recomendada pela AOAC (AOAC, 1999).
Figura 1.
O aparato experimental utilizado na extração com
Em todos os casos de temperatura e pressão as
propano pressurizado consistiu em um extrator encamisado
velocidades de extração e rendimentos finais foram
com capacidade de 80 mL, uma bomba seringa de alta
semelhantes. Tal resultado era esperado para um processo
pressão e banhos termostáticos para controle de temperatura.
extrativo de uma matriz com óleo facilmente disponível
Maiores detalhes acerca do equipamento podem ser
empregando líquido pressurizado, devido à baixa variação de
encontrados em Juchen et al. (2019). Em cada extração foi
densidade do solvente (Tabela 1) nas condições investigadas
utilizado cerca de 25 g de gérmen de milho. O equipamento
e à alta solubilidade dos óleos vegetais (mistura de
foi pressurizado com a injeção de propano e o confinamento
compostos apolares) em propano (solvente apolar).
(sem amostragem) ocorria durante 10, 30 ou 90 min. Em
As curvas das cinéticas de extração apresentaram
seguida, fazia-se a extração dinâmica com vazão de 2,0 ± 0,5
apenas duas fases de extração: etapa 1) taxa de extração
mL.min-1 pelo tempo de 80 min. As condições de
constante, com uma rápida transição para a etapa de taxa de
temperatura e pressão do planejamento 22 utilizado estão
extração decrescente (etapa 2), em que a transferência de
dispostas na Tabela 1.
massa é limitada pela etapa difusiva. A etapa 1 ocorreu nos
primeiros 15 min de extração dinâmica e o rendimento teve
3 - Resultados e Discussão relação aproximadamente linear com o tempo. Essa fase tem
Todos os rendimentos obtidos foram expressos em característica convectiva de extração do óleo que recobre a
base úmida (6% de umidade). O rendimento obtido pela superfície das partículas e está facilmente acessível pelo
extração Soxhlet com hexano foi de 42,60 ± 0,5%. solvente. Nessa fase, as maiores velocidades de extração
4 – Conclusões
A extração do óleo de gérmen de milho usando
propano pressurizado se mostrou uma alternativa
tecnicamente viável para a obtenção desse óleo, com
rendimento de 38,37%, equivalente a 90% do rendimento
obtido por extração convencional em Soxhlet com hexano.
Foram avaliados o rendimento global e as cinéticas de
extração. O efeito da granulometria média das partículas se
mostrou efeito significativo entre 2,21 mm e 1,43 mm,
porém, pouca diferença foi notada entre 1,43 mm e 0,95 mm.
Figura 1. Cinética de extração de óleo de gérmen de milho O efeito do tempo de confinamento não foi expressivo e
com propano pressurizado em diferentes condições de resultou em diferenças no rendimento semelhantes ao valor
temperatura e pressão. do erro experimental. Os efeitos de temperatura e pressão
sobre o rendimento de extração de óleo de gérmen de milho,
Na etapa 2, a qual se refere ao final da retirada de nas condições desse estudo, puderam ser discutidos, mas não
óleo por convecção e dominância dos fenômenos difusivos, apresentaram relevância estatística.
nota-se que a taxa de extração é decrescente devido à ação
conjunta dos mecanismos de convecção e difusão. Ainda, a
partir da observação das cinéticas de extração é possível
5 – Agradecimentos
notar que nos primeiros 25 min as extrações à 60 °C Os autores agradecem às agências de fomento
apresentavam os maiores rendimentos, e que a partir de então (CNPq - 406737 / 2013-4, 305393 / 2016-2 e 309506 / 2017-
o maior rendimento estava relacionado à condição de menor 4, COPEL e Fundação Araucária - 004/2019) pelo apoio
temperatura (20 °C). O propano a 60 °C e 20 bar se encontra financeiro e bolsas de estudo. Este trabalho também foi
em condição próxima à de líquido saturado, portanto há financiado em parte pela Coordenação de Aperfeiçoamento
formação de uma fase vapor no sistema (flasheamento do Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – código
propano), coincidentemente o rendimento dessa condição foi Financeiro 001.
o mais baixo entre os estudados.
De modo geral, a análise das cinéticas de extração
não deixa claro se há um ou mais fatores (temperatura e/ou
6 - Bibliografia
pressão), ou interação de fatores, preponderantes no AOAC, Official Methods of Analysis. Arlington:
rendimento final das extrações. Para fazer essa avaliação, foi Association of Official Analytical Chemists, 1999
realizada uma análise de variância (ANOVA) dos dados LEMMON, E. W.; MCLINDEN M. O.; FRIEND, D. G.,
utilizando um modelo estatístico com curvatura e interação "Thermophysical Properties of Fluid Systems" in NIST
cruzada na condição de equilíbrio do sistema. Como Chemistry WebBook, NIST Standard Reference Database
condição de equilíbrio foi considerado a fase em que a Number 69, Eds. P.J. Linstrom and W.G. Mallard, National
variação de extrato obtido era ≤ 1%. Isso ocorreu em geral Institute of Standards and Technology, Gaithersburg MD,
em tempos de extração em torno de 80 min de extração 20899, https://doi.org/10.18434/T4D303 (acesso em 03 de
dinâmica. Porém, nenhum dos fatores apresentou relevância setembro de 2019)
estatística para o processo de extração. Assim, entende-se JUCHEN, P. T.; ARAUJO, M. N.; HAMERSKI, F.;
que, nas condições estudadas, as variáveis temperatura e CORAZZA, M. L.; VOLL, F. A. P., Extraction of parboiled
pressão exerceram baixa influencia tanto na velocidade de rice bran oil with supercritical CO2 and ethanol as co-
extração quanto no rendimento mássico no final do processo. solvent: Kinetics and characterization. Industrial Crops and
O melhor rendimento global (38,37%) foi obtido na Products, 2019, 139, 111506.
condição de estudo mais branda, 20 °C e 20 bar. Esse evento RAUSCH, K. D., HUMMEL, D., JOHNSON, L. A., &
é positivo na medida que permite condições operacionais MAY, J. B. Wet Milling: The Basis for Corn Biorefineries.
favoráveis para extração de óleo de gérmen de milho com In S. O. Serna-Saldivar (Ed.), Corn: Chemistry and
propano pressurizado, representando maior segurança Technology, 2018, 3° ed., 501–535.
operacional e menores custos energéticos quando em SEKHON, J. K., MANESS, N. O., & JONES, C. L., Effect
comparação com outros sistemas extrativos a pressões e of preprocessing and compressed propane extraction on
temperaturas mais elevadas. Por fim, a Figura 2 apresenta quality of cilantro (Coriandrum sativum L.). Food
uma fotografia dos óleos obtidos via extração convencional Chemistry, 2015, 175, 322–328.
em Soxhlet com hexano e via propano pressurizado:
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04 a 07 de Novembro de 2019
727
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Estephanie Escobar (PPGEQ-UFPR, estephanie@ufpr.br), Ana Queren Paladonai Leandro Azevedo (PPGEQ-UFPR,
queren.paladonai@ufpr.br), Diego Melfi (PPGEQ-UFPR, diegotrevisan@ufpr.br), Marcos Lúcio Corazza (UFPR,
corazza@ufpr.br), Luiz Pereira Ramos (UFPR, luiz.ramos@ufpr.br), Alexandre Ferreira Santos (UFPR,
alexfsantos@ufpr.br)
dinâmica. Essa maior velocidade inicial que ocorre à mais extrações obtiveram rendimento máximo já nos primeiros 20
alta temperatura pode estar relacionada à maior solubilidade minutos de extração.
do óleo vegetal no cossolvente, que afeta o poder de extração
no período de confinamento.
De uma maneira geral, os maiores rendimentos
foram obtidos nas regiões de maior pressão. Para avaliar o
efeito das variáveis pressão e temperatura estatisticamente,
foi feita uma análise de variância (ANOVA), aplicando
modelo com curvatura e interação cruzada, entretanto
nenhum dos fatores, nem sua interação, resultou em efeito
estatisticamente significativo.
Uma extração com três etapas sequenciais de
CO2+acetato de etila, com razão mássica de 1:1, foi realizada
na condição do ponto central e levou a um rendimento
mássico global de 44%, conforme mostrado na Figura 3.
Esse valor é equivalente ao rendimento da extração
convencional por Soxhlet (43%).
4 – Conclusões
Os rendimentos das extrações com CO2+acetato de
etila ficaram próximos a 30% em 20 minutos de extração,
isso é equivalente a 70% do rendimento obtido por extração
convencional em Soxhlet com esse solvente.
O rendimento global da sequência de três extrações
com razão mássica 1:1 se iguala ao rendimento com extração
convencional em Soxhlet. A redução pela metade na
quantidade de cossolvente também foi avaliada, resultando
em um rendimento próximo a 80% do obtido nos
experimentos com iguais massas de gérmen de milho e
Figura 2. Extração com CO2+acetato de etila com razão cossolvente.
mássica de cossolvente:gérmen de milho de 0,5:1 e extrações A utilização de etanol se mostrou menos vantajosa,
sequenciais com razão mássica cossolvente:gérmen de milho atingindo, em 20 minutos, 23% de rendimento em óleo em
de 1:1 em cada etapa, todas a 60 °C e 150 bar. relação ao gérmen de milho – cerca de 55% do rendimento
obtido por extração em Soxhlet com esse solvente.
A cinética de extração utilizando razão mássica de
acetato de etila:gérmen de milho de 0,5:1 foi avaliada nas
condições do ponto central e está disponível na Figura 3, o 5 – Agradecimentos
rendimento total dessa extração foi de 22%, enquanto o Os autores agradecem às agências de fomento
rendimento da primeira etapa de extração com razão mássica (CNPq - 406737/2013-4, 305393/2016-2 e 309506/2017-4,
1:1 foi de 28%. Sob o ponto de vista de otimização da COPEL e Fundação Araucária - 004/2019) pelo apoio
extração, esses resultados apontam para possibilidades de financeiro e bolsas de estudo, bem como à Coordenação de
extração sequencial com razão mássica de cossolvente Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior – Brasil
variável ao longo do processo extrativo. Apesar de o (CAPES) – código Financeiro 001.
cossolvente ter a capacidade de ser reutilizado no processo,
a redução em seu consumo abaixa custos energéticos e de
separação do óleo obtido.
6 - Bibliografia
Finalmente, a comparação entre o uso de etanol e AOAC, Official Methods of Analysis. Arlington:
acetato de etila como cossolventes pode ser observado na Association of Official Analytical Chemists, 1999
Figura 4. A extração do óleo de gérmen de milho com JUCHEN, P. T.; ARAUJO, M. N.; HAMERSKI, F.;
CO2+etanol teve rendimento final de 23%, isso é equivalente CORAZZA, M. L.; VOLL, F. A. P., Extraction of parboiled
a 80% do total obtido com CO2+acetato de etila (28%) nas rice bran oil with supercritical CO2 and ethanol as co-
mesmas condições. As curvas são semelhantes e indicam solvent: Kinetics and characterization., Industrial Crops and
uma taxa de rendimento aproximadamente linear, Products, 2019, 139, 111506.
caracterizada pela transferência de massa convectiva do óleo RAUSCH, K. D., HUMMEL, D., JOHNSON, L. A., &
solubilizado no cossolvente, até próximo ao equilíbrio, que MAY, J. B., Wet Milling: The Basis for Corn Biorefineries.
foi considerado a partir do ponto em que a variação de In S. O. Serna-Saldivar (Ed.), Corn: Chemistry and
extrato obtido era ≤ 1%. Dessa maneira, pode-se dizer que as Technology, 2018, 3° ed., 501–535.
Luis Felipe Lima e Silva (UFLA, luisufla@hotmail.com), Douglas Correa de Souza (UFLA, douglascorrea@ymail.com),
Wilson Magela Gonçalves (UFLA, magela@dag.ufla.br), Wilson Roberto Maluf (UFLA, wrmaluf@dag.ufla.br), Luciane
Viela Resende (UFLA, luciane.vilela@dag.ufla.br).
Fase Industrial7 Consumo kcal Total kcal BATCHELOR, S. E.; BOOTH, E. J.; WALKER, K. C.
Extração 1 555000/ha 555000 Energy analysis of rape methyl ester (RME) production
Refino 1 581000/ha 581000 from winter oilseed rape. Industrial Crops and Products,
Transesterificação 1 1506000/ha 1506000
Total - - 2642000
1995, 4, 193-202.
Inputs totais - - 7146537 DAMBISKI, L. Síntese de Biodiesel de Óleo de Nabo
Rendimentos Forrageiro Empregando Metanol Supercrítico. Dissertação
Óleo 600 kg 8900 5340000 de Mestrado em Engenharia, Universidade Tecnológica
Torta 900 kg 5100 4590000 Federal do Paraná, Curitiba, Brasil. 2007, 94 p.
Energia produzida - - 9930000 FREITAS, S. M. D.; OLIVEIRA, M. D. M.; FREDO, C. E.
Balanço - - 1,39 Análise comparativa do balanço energético do milho em
Energético
diferentes sistemas de produção. Anais... XLIV Congresso
*Valores obtidos de acordo com os índices energéticos das da SOBER. Fortaleza, Ceará, 2006.
seguintes referências: 1SIQUEIRA et al., 1999, 2SOARES et al.,
GARAVAND, A. T.; ASAKEREH, A.; HAGHANI, K.
2007, 3MELLO, 1989, 4FREITAS et al., 2006, 5PIMENTEL &
Energy elevation and economic analysis of canola
PATZEK, 2005, 6GARAVAND et al., 2010, 7BATCHELOR et
production in Iran a case study: Mazandaran province.
al., 1995.
International Journal of Environmental Sciences, 2010, 1,
236-242.
A fase agrícola representou aproximadamente 63%
KARMAKAR, A.; KARMAKAR, S.; MUKHERJEE, S.
de toda a energia investida, sendo que os insumos
Properties of various plants and animals feedstocks for
corresponderam em maior parcela, aproximadamente 25%.
biodiesel production. Bioresour Technol. 2010, 101, 7201–
O nitrogênio sozinho representou 13,65% da energia
consumida. O restante da energia investida na etapa 7210.
agrícola foi resultante da mão de obra, combustível diesel e MAIA, J.; URQUIAGA, S.; JANTALIA, C. P.; SOARES,
operações mecanizadas, que representaram respectivamente L. H. B.; ALVES, B. J. R.; BODDEY, R. M. ;
22,97, 7,50 e 7,23% de toda a energia investida na MARCHÃO, R.L.; VILELA, L. Balanço energético da
produção. A etapa industrial representou aproximadamente produção de grãos, carne e biocombustíveis em sistemas
37% da energia total investida no processo produtivo do especializados e mistos. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
óleo a partir dessa cultura, considerando-se as operações de 2013, 48, 1323- 1331.
extração, transesterificação e refino do óleo. MELLO, R.D. Um modelo para análise energética de
Os resultados indicam que os principais gargalos agroecossistemas. Revista de Administração de Empresas,
produtivos observados se referiram à fase agrícola de 1989, 29, 45-61.
produção, e de que nesta fase, os insumos corresponderam PIMENTEL, D.; PATZEK, T. W. Ethanol Production
tanto aos maiores gastos energéticos quanto aos maiores Using Corn, Switchgrass, and Wood; Biodiesel Production
custos monetários. Com isso, deve-se investir no Using Soybean and Sunflower. Natural Resources
aperfeiçoamento das tecnologias empregadas e na Research, 2005, 14, 65-76.
familiarização dos agricultores com o cultivo da canola nas SILVA, L. F. L.; GONÇALVES, W. M.; MALUF, W. R.
mais diversas regiões brasileiras, bem como é clara a RESENDE, L. V. R.; SOUZA D. C. Balanço energético da
demanda por investimentos em programas de cultura nabo forrageiro visando à produção de biodiesel.
melhoramento genético, visando obter cultivares mais Magistra, 2018, 29, 208-214.
adaptadas às nossas regiões de plantio, para que assim se SIQUEIRA, R.; GAMERO, C. A.; BOLLER, W. Balanço
elevem os rendimentos médios obtidos, elevando o de Energia na Implantação e Manejo de Plantas de
potencial energético e econômico desta cultura no país. Cobertura do Solo. Engenharia Agrícola, 1999, 19, 80-89.
SOARES, L. H. D. B. et al. Balanço Energético de um
4 – Conclusões Sistema Integrado Lavoura-Pecuária no Cerrado.
Seropédica: Rio de Janeiro: EMBRAPA Agrobiologia
Os resultados indicam a viabilidade energética da 2007.
produção de biocombustível a partir da canola. TOMM, G. O. et al. Panorama atual e indicações para
aumento de eficiência da produção de canola no Brasil.
Passo Fundo: Ministério da Agricultura, Pecuária e
5 – Agradecimentos Abastecimento, 2009.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior [CAPES] e à Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) pela concessão do
investimento monetário. Ao CNPq/Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (MCT) pelo
financiamento do projeto. À Universidade Federal de
Lavras (UFLA) pela tecnologia disponibilizada. À empresa
Hortiagro Sementes S.A. pela infraestrutura
disponibilizada.
6 - Bibliografia
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
731
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
5 – Agradecimentos
Figura 2. Perfil de ácidos graxos presentes no óleo de Nim.
Ao laboratório de tecnologias verdes, CNPq.
O fato do Nim ser um óleo mais saturado é um
aspecto positivo que poderia minimizar o uso de aditivos
antioxidantes no biodiesel. Por outro lado, ele é mais
6 - Bibliografia
insaturado que o sebo bovino que apresenta um índice de ARANDA, D. G. Aranda; L. P. Rosa; L. B. Oliveira; A. O.
iodo de aprox. 50 gI2/100g, aspecto que positivo quando se Costa; C. A. P. Pimenteira; L. B. R. Mattos; R. M.
analisa ponto de congelamento. Henriques; J. R. Moreira in Geração de Energia a partir de
Produção e caracterização do Biodiesel Resíduos do Lixo e Óleos Vegetais: Fontes Renováveis de
O biodiesel foi produzido por transesterificação Energia no Brasil; Editora Interciência, Rio de Janeiro,
alcalina. Nesta etapa obteve-se um rendimento de 90% em 2003.
relação ao óleo pré-tratado, usado como matéria-prima. ASAE. American Society of Agricultural Engineers.
Na Figura 3 mostra-se o procedimento seguido na Vegetable Oil Fuels. In: International Conference on Plant
transesterificação do óleo pré-tratado de Nim. and Vegetable Oil as Fuels. Leslie Backers, editor.
Proceedings of the American Society of Agricultural
Engineers, ASAE Publication, St Joseph, MI, 1982.
BARNWAL, B.K.; SHARMA, M.P. Prospects of biodiesel
production from vegetable oils in India. Renewable &
Sustainable Energy Reviews, v.9, n.4, p.368-378, 2005.
HUMAN POPULATION. Disponível
em:<https://www.worldometer.info>. Acesso em: novembro
Figura 3. (A) Reação de transesterificação, (B) Produtos da 2018.
reação: (a)- biodiesel e (b)- glicerina bruta, (C) Lavagem do IEA-InternationalEnergy Agency. Disponível em:
biodiesel, (D) Secagem do biodiesel. <https://www.iea.org>. Acesso em: dezembro 2018.
5 – Agradecimentos
Ao Finep, ao CNPq, a Fapemig e a Capes.
1 - Introdução
A Syagrus flexuosa, popularmente conhecida como
Coco Babão, pertence à família da Arecaceae, isto é, das
palmeiras. Seu habitat consiste em regiões tropicais e
subtropicais, no Brasil, é encontrada no cerrado e em
campos arenosos. Esta palmeira compreende uma
oleaginosa perene e cespitosa, que carece de estudos
científicos relevantes sobre a composição oleaginosa do seu
fruto (MARTINS, 2012).
Os frutos do Coco Babão são distribuídos em
cachos na forma ovoides (Figura 1). Pode-se dividir o fruto
em epicarpo, mesocarpo, endocarpo e endosperma, sendo
este último o que apresenta maior produção de óleo. Dessa Figura 2. Fluxograma da metodologia utilizada.
forma, representa uma fonte oleaginosa para produção de
biocombustíveis (MAMEDE, 2008). Para caracterizar a gordura, realizou-se a
purificação com sulfato de magnésio para remoção de
resíduos de água e com terra de infusórios para remoção de
partículas dispersas. A caracterização da Gordura do Coco
Babão (GCB) foi realizada por análise das seguintes
propriedades físico-químicas e químicas: densidade,
viscosidade cinemática, índice de acidez e ponto de fusão.
Além da análise de espectroscopia de infravermelho por
transformada de Fourier (FTIR).
Em seguida, houve a produção de ésteres
metílicos de ácidos graxos (FAME) por reação de
Figura 1. Visão transversal do fruto da Syagrus flexuosa. transesterificação básica, sendo usado hidróxido de potássio
como catalisador (1% m/m) e metanol (1:40 m/v). A reação
O Brasil está entre os maiores produtores de foi realizada por 2 h com agitação vigorosa a 60 °C.
biodiesel do mundo, sendo a soja a matéria prima mais Finalizada a reação, a glicerina foi separada por decantação
utilizada para produção do biodiesel nacional. Assim, a e o biodiesel lavado para remoção do catalisador.
utilização do Coco Babão, como fonte oleaginosa, se mostra Somente com o biodiesel purificado foi possível
vantajosa, uma vez que configura uma fonte alternativa, de realizar a caracterização. Assim, foram determinadas as
uma planta perene e, diferentemente da soja, não compete propriedades de densidade, viscosidade cinemática e índice
com a indústria alimentícia (ALVIM; SALLET, 2001). de acidez, além da realização de análises de FTIR e
Portanto, o trabalho tem por objetivo produzir Ressonância Magnética Nuclear (RMN).
biodiesel com a gordura extraída do endosperma do fruto do
Coco Babão.
3 - Resultados e Discussão
2 - Material e Métodos A extração de material oleaginoso do fruto do
Coco Babão apresentou significativa produtividade, cerca de
A metodologia seguiu os seis passos descritos no 20 %, em relação a massa de endosperma extraído.
fluxograma, conforme a Figura 2. Inicialmente houve a Para determinar se o material extraído se classifica
coleta do coco babão no Campus Darcy Ribeiro da UnB como gordura ou óleo, foi realizada a análise no calorímetro
entre abril e setembro de 2018. diferencial de varredura. Com essa análise foi possível obter
Após a coleta, foi realizada a preparação das o ponto de fusão de 27,23 °C do material extraído. Dessa
amostras para extração e melhoria da granulometria do forma estabeleceu-se que seria classificada como gordura,
material e remoção da água da amostra. Essa etapa pois o ponto de fusão do material é superior a temperatura
compreendeu a separação, secagem e moagem do ambiente (25 °C).
endosperma do fruto. A Tabela 1 mostra os parâmetros físico-químicos
Com as amostras preparadas, prosseguiu-se com para GCB, determinados conforme as normas padrões da
a extração do material oleaginoso. O tipo de extração Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e
utilizado foi por via solvente, no caso o hexano, e com um Biocombustíveis (ANP). Pode-se verificar que o índice de
extrator do tipo soxhlet. Esse procedimento foi realizado acidez da GCB foi baixo, segundo Tabela 1, permitindo a
por 24 h à temperatura de 75 °C. produção de biodiesel por transesterificação, pois o baixo
valor do índice de acidez determina que não há quantidade ppm. Ou seja, houve conversão total dos triacilglicerigeos
significativa de ácidos graxos livres. em monoesteres. E pode ser visto ainda o pico característico
dos hidrogênios da metila dos ésteres em 3,67 ppm.
Tabela 1. Propriedades físico-químicas da gordura do
endosperma do Coco Babão.
Propriedades Gordura do
Normas
físico-químicas Coco Babão
Densidade 40 °C
0,8945 ASTM D445
(g cm-1)
Viscosidade cinemática
30,1 NBR 7148
40 °C (cSt)
Índice de acidez
3,81 AOCS CD 3d-63
(mg KOH/g óleo)
O valor baixo da densidade pode ser uma possível Figura 4. RMN 1H do BGCB.
indicação que as cadeias carbônicas dos ácidos graxos são
curtas, pois por ser classificado com gordura seria esperado
que a densidade fosse mais elevada. 4 – Conclusões
O Biodiesel da Gordura do Coco Babão (BGCB) A boa produtividade da extração do óleo do
foi produzido por transesterificação e o produto obtido da endosperma do fruto do Coco Babão, aliado a justificativa
reação foi analisado com a determinação das propriedades de ser uma fonte alternativa e proveniente de uma planta
físico-químicas (Tabela 2). Os parâmetros obtidos para o perene, fortalecem o potencial de produção do biodiesel a
BGCB estão de acordo com os intervalos especificados pela partir da GCB.
ANP. O biodiesel foi produzido por reação de
transesterificação, por ter apresentado baixo índice de
Propriedades Biodiesel
BGCB ácidos graxos livres. Os parâmetros físico-químicos
físico-químicas ANP
determinados para o BGCB apontaram conformidade com
Densidade 40 °C
0,8550 0,850 – 0,900 os valores estabelecidos pela ANP.
(g cm-1)
Viscosidade cinemática
3,1 3,00 – 6,00
40 °C (cSt) 5 – Agradecimentos
Índice de acidez
0,23 0 – 0,5
(mg KOH/g óleo) Unb, CNPq, Capes e FAPDF.
Pachira aquatica Aubl and Magonia pubescens A St-Hil as fatty acid source:
physical-chemical properties of crude oils, methyl-esters and bio-oils
Lincoln P. Oliveira (pinheiro.lincoln@hotmail.com, UnB), Mateus de A. Montenegro (mdamontenegro@gmail.com, UnB),
Francisco C. A. Lima (unb.tqb@gmail.com, UnB), Eid Cavalcante da Silva (eidsilva@gmail.com, UFAL), Mario R.
Meneghetti (mrmeneghetti@gmail.com, UFAL), Simoni M. P. Meneghetti (simoni.plentz@gmail.com, UFAL) e Paulo A. Z.
Suarez (psuarez@unb.br)
Table 2. Physical-chemical properties of the PA and MP oils The bio-oils from both PA and MP oils were not
and biodiesels. completely deoxygenated, but their physical-chemical
PA MP properties showed potential for their application. Further
Methylic Methylic Biodiesel Standard studies are needed to make these biofuels meet every
Analysis Oil Oil requirement of Brazilian legislation, possibly involving the
Biodiesel Biodiesel speca Methoda
Viscosity 44.6 hydrogenation of the bio-oils.
13.28 5.7 (40 5.7 (40 3.0 – 6.0 ASTM
2 -1 (40
(mm s ) (60 ºC) ºC) ºC) (40 ºC) D445
ºC)
AOCS
Table 2. Physical-chemical properties of bio-oils obtained
Acidity (mg 0.5 from PA and MP oils.
76.0 0.5 2.9 0.1 CD 3d-
KOH/ g oil) (max.)
63 PA MP
Density 0.850 – Munguba Tingui
0.915 0.872 0.893 0.872 NBR
-3 0.900
(g m ) (60 ºC) (25 ºC)b (20ºC) (25ºC)b 7148 Bio- Diesel Standard
(20 ºC) Analysis Oil Bio-oil Oil
oil speca Methoda
Heat of
Combustion ASTM 2 13.28 3.0
40.09 39.4 41.79 39.44 -
D240 Viscosity(mm 3.5 (40 2.0 – ASTM
-1
-1 (60 44.6 (40 ºC) (40
(MJ kg ) s ) ºC) 5.0 D445
ºC) ºC)
Oxidative 8.0
2.2 3.86 >30 h 5.23 Acidity (mg Take AOCS
Stability (h) (min.) 76.0 140.4 2.9 65.6
KOH/ g oil) note b Cd3d-63
a
Methods and specifications in accordance with specifications by the
Density at20 0.915 0.872 0.872 0.820
Brazilian National Petroleum Agency (ANP, 2014). NBR
b o -3 (60 (30 0.893(20ºC) (20 –
Due to its low melting point, the density had to be determined at 25 ºC to C (g m ) 7148
ºC) ºC) ºC) 0.880
guarantee the homogeneity of the sample.
Heat of
Combustion ASTM
40.09 39.24 41.79 37.95 -
PA and MP oils were also thermally pyrolyzed to -1 D240
(MJ kg )
produce a bio-oil. The bio-oils were analyzed by CG-MS.
Carbon residue ASTM
The profiles of both bio-oils were strongly different. Indeed, (%)
1.44 0.94 1.47 0.75 0.25
D189
whereas MP´s chromatogram presents the expected mixture
of hundreds of peaks with similar areas, as already observed Automatic
distillation
for different bio-oils obtained from other sources (Suarez et o
( C) ASTM
al., 2009; Santos et al., 2010), PA´s one presents few peaks -
10% 169.2 D86
239.8 310 –
with important areas. This different behavior of PA may be 50% 318.1
275
345
probably explained by its high content of palmitic acid (more 90% 384
- 360
than 60%), which is saturated and takes place in fewer side Cetane number - 50.29
ASTM
46
reactions. However, according to the GC-MS analysis, both D4737
a
Methods and specifications in accordance with regulations by the Brazilian
bio-oils are mostly composed of a mixture of hydrocarbons National Petroleum Agency (ANP, 2009).
and oxygenated compounds of diverse chain lengths, b
Although some properties are not specified by the Brazilian regulation, it
especially aliphatic olefins, paraffins and carboxylic acids. is required to analyze them and “take note” in the fuel analysis reports.
Although the strong differences in PA and MP bio-oils’
chemical compositions, determined by CG-MS, both bio-oils 5 – Acknowledgements
presents similar physical-chemical properties, as shown in
Table 2. RBTB, CNPq, CAPES, FAPDF and FAPEAL.
4 – Conclusions 6 - Bibliografia
Ultimately, the fruits from two different Brazilian Iha O.K., Alves F.C.S.C, Suarez P.A.Z., Silva C.R.P.,
tree species were investigated as potential triacylglyceride Meneghetti M.R., Meneghetti S.M.P., 2014. Ind. Crop
sources for biofuel production. The exploration of these two Prod. 52. 95-98.
species is an elegant alternative for producing oils, since Pinho. D. M. M.; Suarez. P. A. Z., 2017. Rev. Virtual
they already grow wild in Brazil, would privilege native Quim. 9 (1). 39-51.
vegetation over the use of an alien species, and would avoid Pousa G.P.A.G., Santos A.L.F., Suarez P.A.Z., 2007.
the already mentioned competition between food and fuel Energy Policy 35. 5393-5398.
supply. MP oil also have the peculiarity of high contents of Suarez P.A.Z., Meneghetti S.M.P., Ferreira V.F., 2006.
C20 to C24 fatty acids. Quím. Nova 29. 1157-1157.
The acid esterification step was mandatory, due to Suarez P.A.Z., Santos A.L.F., Rodrigues J.P., 2009. Quim.
the high acid contents of the crude vegetable oils, before the Nova 32. 768-775.
traditional base-catalyzed transesterification to avoid the Oliveira E. de. Suarez P.A.Z., Quirino R.L., Prado A. G. S.
formation of soaps and stable emulsions. The physical- 2006. Heats of combustion of biofuels obtained by pyrolysis
chemical properties of MP biodiesel meet the requirements and by transesterification and of biofuel/diesel blends.
for its use in diesel engines, however PA biodiesel doesn´t fit Thermochimica Acta. 450. 87-90.
most of the Brazilian specifications for diesel and would
have to be blended with other bio-fuels in order to be viable.
Palavras Chave: Diversificação de matérias primas para biodiesel, Brassica napus L., tropicalização da canola.
Tabela 1. Áreas de cultivos agrícolas de sequeiro do Brasil mais promissoras para o cultivo de canola, em 2017.
Critério: Critério: T Soja Área de cultivos anuais e perenes
Região/Estado alt. >600 m só alt. > 800 m Trigo Soja Milho + milho (baseado no Projeto MapBiomas)
6
Sul 1/3 soja+milho 1/3 soja+milho 600-800m >800 m 100-1.100 m
6
Rio G. do Sul 2.122.415 22.122.415 690.233 5.537.028 830.216 6.367.244 9.045.983
5
Santa Catarina 341.726 341.726 50.253 661.855 363.322 1.025.177 1.371.387
9
Paraná 2.668.970 2.668.970 930.517 5.207.681 2.799.228 8.006.909 6.059.905
1
Subtotal 5.133.110 5.133.110 1.671.003 11.406.564 3.992.766 15.399.330 16.477.275
Palavras Chave: Crambe abyssinica Hochst L., Helianthus annuus L., biodiesel, morfologia.
4 – Conclusões
Devido ao crescente interesse pela produção de
biodiesel a cultura do crambe antes destinada basicamente à
produção de forragem, atualmente apresenta-se como uma
cultura potencial no fornecimento de óleo vegetal, o que
alavanca os estudos em relação às inúmeras possibilidades
de interação no manejo da cultura.
O girassol é indicado para produção de biodiesel
pela excelente qualidade do óleo extraído de sua semente. É
considerado um cultivo rústico que se adapta facilmente às
condições edafoclimáticas pouco favoráveis, além disso, é
uma cultura econômica e que não requer manejo
especializado.
No presente trabalho observaram-se bons
resultados em relação ao teor de óleo de ambas as culturas,
podendo ser utilizadas como matéria prima na síntese do
biodiesel.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
745
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
2 - Material e Métodos
O trabalho foi realizado na Universidade Federal de Figura 2 – Gráfico de avaliação do número de folhas em
Lavras (UFLA), Lavras, Minas Gerais, em casa de função de diferentes doses de adubo orgânico 0g:
vegetação do Laboratório de Estudos em Plantas (y=0,1829x - 1,4727; R2=89,24%); 5g: (y=0,1727x -
Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel G-Óleo, situada 1,0181; R2= 87,68%); 25g: (y=0,1873x - 1,5; R2= 89,66%);
no Município de Lavras, Estado de Minas Gerais, Brasil, a 125g: (y=0,2215x - 2,6454; R2= 84,61%); no período de 21
uma altitude de 919 m, latitude 21° 14’ S e longitude 45° a 84 dias após a semeadura.
00” 00” W GWR (BRASIL, 1992) e de clima transitório
5 – Agradecimentos
FAPEMIG, RBTB, UFLA, CNPq, Capes, MCTIC,
Finep, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
Figura 3 – Gráfico de avaliação do diâmetro do caule em MAIA, V. Planta nativa do cerrado amplia fontes para
função de diferentes doses de adubo orgânico 0g produção de biodiesel. 2009. Disponível em
(y=0,0944x + 1,5976; R2=89,96%), 5g (y=0,0939x + <http://blogln.ning.com/profiles/blogs/planta-nativa-do-
1,7010; R2= 88,59%), 25g (y=0,1196x + 0,8050; R2= cerrado>. Acesso dia 25 de fevereiro de 2013.
90,67%) e 125g (y=0,1140x + 0,0605; R2= 91,15%) no GALVÃO, J, C, C; MIRANDA, G, V; SANTOS, I, C.
período de 21 a 84 dias após a semeadura. Adubação orgânica em milho. Revista Cultivar Grandes
O caule que apresento maior diâmetro foi aquele Culturas. Nº 76. Pelotas, 1999.
submetido ao adubo orgânico de 125g, quando comparado OMETTO, José Carlos. Bioclimatologia vegetal.
com as demais de dosagens diferentes. Agronômica Ceres, 1981.
DE SOLOS, Classificação. Brasília: EMBRAPA produção
de informação. Rio de, 1999.
BRASIL, M. A. Regras para análise de sementes. Brasília:
LANARV/SNAD/MA, 1992.
FAQUIN, Valdemar. Nutrição mineral de plantas. Lavras:
ESAL/FAEPE, 1994.
1 - Introdução
Figura 2: Sementes de Canola.
O Níger (Guizotia abyssinica) pertencente à
família Asteraceae, é uma planta oriunda da África, entre as
regiões da Etiópia e Malawi, tem grande aptidão para
produção de óleo de alta qualidade, pois, além do elevado
teor de óleo, apresenta excelente características no perfil de
ácidos graxos poli-insaturados, composto principalmente
pelo ácido linoleico. Em relação à precipitação
pluviométrica, é de média exigência e cresce em zonas
temperadas e tropicais. A utilização do óleo de Níger está
ligada à fonte de proteína na dieta humana, à indústria
química na produção de sabonetes, tintas lubrificantes e
biodiesel.
3 - Resultados e Discussão
Partindo das análises descritas anteriormente, foi
possível em primeira instancia analisar o peso médio de 100
sementes das culturas em questão. Quando observados o
peso da semente de Canola, obtemos um valor médio de
1,5431g, para o Níger obteve-se um peso médio de
0,4250g.
Fazendo a mesma comparação para os valores
obtidos do peso do hectolitro das sementes analisadas,
pode-se atingir um peso médio de 643,75g para a Canola e
585g para o Níger.
Quando colocamos em questão a biometria das
sementes foi possível coletar o valor de 4,4 mm para
comprimento e de 1,12mm para a dimensão de largura
quando nos tratamos da semente de Niger. Já para a Canola
foi possível coletar um valor médio de diâmetro
correspondente a 1,77485mm.
4 – Conclusões
Dessa forma, concluímos que a semente Canola
apresenta maior peso médio em relação ao Niger, também
observamos que o peso do Hectolitro da semente de Canola
se sobressaiu em relação a outra. Ainda sim, o diâmetro da
semente de de Canola apresenta a proporção de 1,77485mm,
já o da Niger apresenta comprimento de 4,4mm e 1,12mm
de dimensão.
5 – Agradecimentos
CNPq, Capes, Finep, Fapemig, MCTIC, RBTB,
UFLA, G- Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM
CIÊNCIA E TECNOLOGIA - IBICT. Programa nacional
de produção e uso do biodiesel. 2006. Disponível em: .
Acesso em: 12 set. 2011.
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA E
EXTENSÃO RURAL DE SANTA CATARINA –
EPAGRI. 2008. Época de semeadura. Disponível em: .
Acesso em: 14 out. 2011.
OMETTO, José Carlos. Bioclimatologia vegetal.
Agronômica Ceres, 1981.
Ramdan MF, Morsel JT. Proximate neutral lipid
composition of Niger (Guizotia abyssinica Cass.) seed.
Czech J Food Sci. 2002;20:98-104.
Ramdan MF, Morsel JT. Determination of the lip classes
and fatty acid profile of Niger (Guizoitia abyssinica Cass.)
seed oil. Phytochem Anal. 2003;14:366-70.
agência é de 15,0 mg de NaOH/g de óleo. As normas AMADOR GARCÍA, Olga Karina. Estudio bromatológico
estabelem limites apenas para as duas análises. O índice de de hojas de Moringa oleifera in vitro y ex vitro y análisis
refração aumenta conforme aumenta o número de ligações del efecto hipoglucemiante en ratas Wistar diabetizadas.
duplas e também com o aumento da massa molecular dos 2016.
ácidos graxos. Portanto, temos uma baixa nesse aspecto que MOYO, Busani et al. Nutritional characterization of
continua beneficiando o óleo de moringa. Já o índice de Moringa (Moringa oleifera Lam.) leaves. African Journal
saponificação é importante para avaliar a proporção de óleos of Biotechnology, v. 10, n. 60, p. 12925-12933, 2011.
compostos por ácidos graxos de baixo peso molecular. JAISWAL, Dolly et al. Role of Moringa oleifera in
Quanto menor o peso molecular do ácido graxo, maior será regulation of diabetes-induced oxidative stress. Asian
o índice de saponificação. De acordo com os dados obtidos, Pacific journal of tropical medicine, v. 6, n. 6, p. 426-432,
temos um valor significativamente favorável. 2013.
BELTRÁN-HEREDIA, J.; SÁNCHEZ-MARTÍN, J.
Removal of sodium lauryl sulphate by
4 – Conclusões coagulation/flocculation with Moringa oleifera seed
Os valores obtidos para os índices são bastante extract. Journal of Hazardous Materials, v. 164, n. 2-3, p.
satisfatórios, logo o óleo de Moringa Oleífera é uma ótima 713-719, 2009.
fonte de matéria prima pra produção de biodiesel e possui
grande potencial para demais pesquisas, na área medicinal
como regulador do pâncreas (JAISWAL, Dolly et al.2013),
floculante natural (Beltran, Sanchez, 2009),(Paterniani,
2009) e nurição animal e até mesmo humana (MOYO,
Busani et al., 2011).
5 – Agradecimentos
UFLA, FAPEMIG, FINEP, CNPq, CAPES,
INCTAA, RBTB, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA,
resolução RDC nº 482, de 23 de setembro de 1999, Disponível em:
www.anvisa.gov.br. Acesso em: 01 de setembro de 2019.
MORTON, Julia F. The horseradish tree, Moringa pterygosperma
(Moringaceae)—a boon to arid lands. Economic botany, v. 45, n. 3,
p. 318-333, 1991.
DUKE, J. A. The quest of tolerant germplasm. In: YOUNG, G.
(Ed.) Crop tolerance to subtropical land conditions. Madison.
American Society Agronomial Special Symposium, 1978, v.32,
p.1-16.
DUKE, J. A. Moringaceae: horseradish-tree, drumstick-tree,
sohnja, moringa, murunga-kai, mulungay. In: BENGE, M. D. (Ed.)
Moringa a multipurpose tree that purifies water. Boston,
Science and Technology for Environment and Natural Resources,
1987, p.19-28.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Técnicas do Instituto
Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análises de alimentos.
3 ed. São Paulo, 1985, v.1, 533p.
DALLA ROSA, K. R. Moringa oleifera: a perfect tree for home
gardens. Hawai: NFTA, Agroforestry Species Highlights, 1993,
v.1, 2p.
RANGEL, Maria S. Moringa Oleifera: um purificador natural de
água e complemento alimentar para o nordeste do Brasil. 2011.
BIOENERGIA, RURAL. Disponível em:< http://www.
ruralbioenergia. com. br/default. asp? tipo= 1&secao= moringa.
asp>. 2010. Acesso em 01 de setembro de 2019.
OLIVEIRA, Natalia Terezinha et al. Tratamento de água
com moringa oleífera como coagulante/floculante
natural. Revista Científica da Faculdade de Educação e
Meio Ambiente, v. 9, n. 1, p. 373-382, 2018.
PATERNIANI, José ES et al. Uso de sementes de Moringa
oleifera para tratamento de águas superficiais. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 2009.
O índice de iodo mede o grau de insaturação das MARINHO, Oziel Ribeiro et al. Determinação da atividade
cadeias de ácidos graxos. Os valores desse parâmetro dos antioxidante de óleos de plantas amazônicas utilizando
óleos vegetais concordam com os dados de composição imagens digitais. 2014.
química dos mesmos (Silva, 2005). O índice de iodo obtido MENDONÇA, Andreza P.; FERRAZ, Isolde Dorothea
nesse trabalho, encontra-se muito semelhante ao de óleo de Kossmann. Óleo de andiroba: processo tradicional da
Palma, comumente conhecido azeite de dendê, que extração, uso e aspectos sociais no estado do Amazonas,
compreendido na faixa de 50 a 60 gI2 / 100g (Brasil, 2005). Brasil. 2007.
Os óleos vegetais, em geral, possuem altos índices SILVA, Cleber Luis Maia da. Obtenção de Ésteres Etílicos a
de saponificação. Silva (2005) caracterizou os óleos de soja, partir da Transesterificação do Óleo de Andiroba com
de milho e de andiroba e obteve 177, 179, 193 mg KOH/g, Etanol. 2005. 78 f. Tese (Doutorado) - Curso de Química,
respectivamente. Portanto, valor experimental obtido neste Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
trabalho está em concordância.
A caracterização do óleo de andiroba no que
abrange índice de peróxido, massa específica e refração estão
em conformidade com a resolução da Anvisa para óleos e
gorduras.
4 – Conclusões
É evidente o potencial do óleo de andiroba para a
síntese de biodiesel. Porém os elevados índices de acidez e
ácidos graxos salientam a inviabilidade da produção de
biodiesel com o óleo na sua forma bruta. Dessa forma, faz-
se necessário um pré-tratamento de neutralização, além de
levar em conta testes de armazenamento. Os demais
resultados mostraram-se coerentes, visto que não há
divergências significativas em relação à literatura.
5 – Agradecimentos
FAPEMIG, FINEP, CNPq, CAPES, MCTIC,
RBTB, UFLA, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
AOCS. American Oil Chemists' Society. Official and
tentative methods of the American Oil Chemists' Society:
including additions and revisions. 6. ed. Champaign: AOCS,
2009
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Resolução RDC n. 270, de 22 de setembro de 2005. Aprova
o regulamento técnico para óleos vegetais, gorduras vegetais
e creme vegetal. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil. Brasília, DF, 2005.
DE MENEZES, Antônio José Elias Amorim. O histórico do
sistema extrativo e a extração de óleo de andiroba cultivado
no município de Tomé-Açu, estado do Pará. In: Embrapa
Amazônia Oriental-Artigo em anais de congresso
(ALICE). In: CONGRESSO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL,
43., 2005, Ribeirão Preto. Instituições, eficiência, gestão e
contratos no sistema agroindustrial: anais. Ribeirão Preto:
SOBER, 2005., 2005.
FERRAZ, I.D.K; Camargo, J.L.C.; Sampaio, P.T.B. 2002.
Sementes e Plântulas de andiroba (Carapa guianensis Aubl.
e Carapa procera D.C.): Aspectos botânicos, ecológicos e
tecnológicos. Acta Amazonica, 32(4): 647-661.
LORENZI., H. Árvores Brasileiras - Manual de
Identificação e Cultivo de plantas Arbóreas Nativas do
Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992.
4 – Conclusões
A partir dos dados supracitados, invalida-se a
comercialização do óleo de coco para fins nutricionais,
tornando uma alternativa para produção de biodiesel.
Contudo, alguns dados como o de ácidos graxos
livres invalidam a matéria prima para processo de produção
direto, criando a necessidade de pré-tratamentos para
redução de tais valores.
Uma justificativa para os altos valores apresentados
é de que após o processo de extração de extração mecânica,
o óleo sofreu uma mudança de fase na qual deixou de
apresentar aspecto líquido e se solidificou. Este é o principal
motivo pelo qual se obteve a alta porcentagem de ácidos
graxos livres e o alto índice de acidez, contudo ambos podem
ser reduzidos quando submetidos a pré-tratamentos
adequados antes de submetidos ao processo de produção do
biodiesel.
5 – Agradecimentos
CNPq, CAPES, FAPEMIG, FINEP, MCTIC,
RBTB, UFLA, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
[1] I. M. S. Correia, G. Araújo, J. B. A. Paulo, and E.
M. B. D. Sousa, "Avaliação das potencialidades e
características físico-químicas do óleo de Girassol
(Helianthus annuus L.) e Coco (Cocos nucifera L.)
produzidos no Nordeste brasileiro," Scientia Plena,
vol. 10, no. 3, 2014.
[2] J. M. S. FERREIRA, D. R. N. WAREICK, and L.
A. SIQUEIRA, "Cultura do coqueiro no Brasil. ,"
ed. Embrapa-SPI, Aracaju., 1994.
[3] L. A. JESUS JÚNIOR, A. C. TOMMASI,
OLIVEIRA JÚNIOR, A. M., S. L. RUSSO, and C.
R. MARTINS, "Análise da produção de coco no
Estado de Sergipe frente ao crescimento da cultura
no Nordeste e no Brasil.," ed. Anais do IV Simpósio
Internacional de Inovação tecnológica, Aracaju,
Sergipe, 2013.
[4] J. LOURENÇO, L. S. NETO, C. SILVA, D.
COÊLHO, and S. CARVALHO, "EXTRAÇÃO
MECÂNICA DE ÓLEO DO COCO (COCOS
NUCIFERA L.)," in CONGRESSO BRASILEIRO
DE ENGENHARIA QUÍMICA, XXI., ENCONTRO
BRASILEIRO SOBRE O ENSINO DE
ENGENHARIA QUÍMICA, XVI, 2016.
2 - Materiais e Métodos
O experimento foi desenvolvido no Laboratório de
Óleos, Gorduras e Biodiesel da Universidade Federal de
Lavras. Foram utilizados grãos de crambe fornecido pelo
Instituto do Mato Grosso. Figura 1: Balanço de massa para extração.
Cada amostra consistiu em três sub amostras de 5,0
kg de grãos prensados separadamente. As análises estatísticas Pesou o óleo bruto extraído de cada prensagem e fez-
foram realizadas com o auxílio do software SISVAR® se o teor baseado na massa introduzida na extratora.
(FERREIRA, 2000). Os resultados foram expressos com base Posteriormente, fez-se extração química para obtenção do teor
na matéria integral. apenas do óleo extraído de cada prensagem, sendo que o teor
A extração mecânica foi realizada em prensa de óleo da semente foi tomado como referência (testemunha).
contínua de extração radial tubular acionada por motoredutor Por fim, calculou-se a borra advinda da extração, a qual estava
de acionamento elétrico, com capacidade de processamento de presente no óleo bruto. Vale ressaltar que a soma entre teor de
até 120 kg.h-1 de matéria-prima. Realizou-se a limpeza da óleo e borra equivale ao teor de óleo bruto. Os dados estão
máquina após todas as prensagens, contabilizando-se o expostos na tabela 1, os quais foram submetidos ao teste
material resultante como resíduo de máquina. Tukey para averiguar diferenciação de dados ao nível de
O teor de lipídeos (extrato etéreo) nos grãos foi significância de 5%.
determinado pelo método Soxhlet, utilizando-se solvente
Tabela 1 - Teores de óleo bruto, óleo e borra obtidos após a prejudicando a qualidade final do produto em análise – o óleo
extração. -, a mesma possui uma significativa ineficiência do seu
sistema, podendo permanecer na torta um teor de óleo entre
Prensagem Óleo bruto (%) Óleo (%) Borra (%) 8% á 14% (Singh & Bargale, 2000).
Testemunha - 23,31 a1 -
4 – Conclusões
Baseado nos dados discutidos anteriormente é
evidente o potencial do óleo de coco-da-baía para síntese de
biodiesel, apresentando os parâmetros dentro das normas.
Visto que a baixa acidez do óleo torna possivel a reação de
transterificação via catálise básica, rota simples e mais
acessível, e mais utilizada na produção de biodiesel no
Brasil.
5 – Agradecimentos
UFLA, FAPEMIG, FINEP, CNPq, CAPES,
INCTAA,
RBTB, G-Óleo e Olea.
6 - Bibliografia
[1]. ARAÚJO, F. D. S.; CHAVES, M. H.; ARAÚJO, E. C.
E. Caracterização Do Óleo De Pinhão-Manso (Jatropha
curcas L.). IN: Congresso Internacional de Agroenergia e
Biocombustíveis - Energia de Resultados, Teresina, 2007.
Anais... Congresso Internacional de Agroenergia e
Biocombustíveis - Energia de Resultados, Teresina, 2007
[2]. ALMEIDA, A. P. Etanólise do óleo de coco: estudo
das variáveis de processo. Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Alagoas, como requisito final para
a obtenção do Título de Mestre em Engenharia
Química.2010.
[3]. Lertsathapornuk, V.; Ruangying, P.; Pairintra, R.; Kris
Lertsathapornuk, V.; Ruangying, P.; Pairintra, R.;
Krisnangkura, K.; Chindaruksa, S.; Proceedings of the 1st
International conference on sustainable energy and green
architecture, Bangkok, Thailand, 2003.
[4]. Ferrari, R. A.; Oliveira, V. da S.; Scabio, A.; Quím.
Nova 2005, 28, 19.
[5]. BALACHANDRAN, F. M.; ARUMUGHAN, C.;
MATHEW, A. G. Distribution of major chemical
constituents and fatty acids in different regions of coconut
endosperm. J. Am. Oil Chem. Soc., 62(11): 1583-6, 1985.
[6]. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Resolução RDC nº 482, de 23 de setembro de 1999. D.O.U.
- Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 13 de
outubro de 1999.
[7]MAZZANI, B. Plantas Oleaginosas. Barcelona: Ed.
Salvat. 1963, 380p.
[8]. GONZALEZ, W.A, 2008. Biodiesel e óleo vegetal in
natura. Brasília: Ministério de Minas e Energia, Gurupá –
Pará. Relatório de Visita Técnica.
[9]. MACHADO, G. C.; CHAVES, J. B. P.;
ANTONIASSI, R. Composição Em Ácidos Graxos E
Caracterização Física E Química De Óleos Hidrogenados
De Coco Babaçu. REVISTA CERES. 53(308):463-470,
2006
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do
Instituto Adolfo Lutz. V. 1. Métodos Química e Físicos para
análise de Alimentos. 3.Ed.. São Paulo: IMESP, 1985.
p.245-246.
4 – Conclusões
O deslintamento químico com ácido sulfúrico
concentrado gera efeitos positivos na qualidade de sementes
de algodão.
A dose de 70mL de ácido sulfúrico com o tempo de
revolvimento de 14 minutos resulta nos maiores resultados
de qualidade de sementes.
5 – Agradecimentos
CNPq, CAPES, FAPEMIG, LAS/UFLA, FINEP,
RBTB e COOPERCAT.
6 - Bibliografia
MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas
cultivadas. 2ª edição. Londrina: ABRATES, 2015. 659p.
FREIRE, E. C. Algodão no cerrado do Brasil. Brasília:
ABRAPA, 2015. 956p.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Regras para Análise de Sementes.
Brasília: MAPA, 2009. 399 p.
FERREIRA, D. F. SISVAR: sistema de análises de variância
para dados balanceados. Lavras: UFLA, 2000.
Douglas Pelegrini Vaz-Tostes (Doutorando Fitotecnia/UFLA, douglaspelegrini@hotmail.com), Heloisa Oliveira dos Santos
(DAG/UFLA, heloisa.osantos@ufla.br), Geovani Marques Laurindo (G-ÓLEO/UFLA, geovanni_marques@yahoo.com.br),
Marília Mendes dos Santos Guaraldo (Graduanda Agronomia/UFLA, mah_guaraldo@hotmail.com), Antônio Carlos Fraga
(DAG/UFLA, fraga@ufla.br), Pedro Castro Neto (DEG/UFLA, oleo@ufla.br),
2 - Material e Métodos
O experimento foi conduzido no Departamento de
Agricultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Foi utilizado o delineamento estatístico em blocos
ao acaso, com quatro repetições, em esquema fatorial 4x4,
envolvendo quatro espaçamentos entre linhas (0,76; 0,86; Figura 1 - Número total de capulhos de algodão, obtidos em
0,96 e 1,06 diferentes densidades de plantio, no ato da colheita. UFLA,
m) e quatro densidades de plantas (6, 8, 10 e 12 plantas por Lavras - MG
metro). As combinações forneceram as populações de
plantas apresentadas na Tabela 1. As parcelas foram O maior número de frutos formados ocorreu na
constituídas por quatro linhas de 5 m e a área útil foi formada densidade de 6 plantas por metro. Esse resultado mostra
pelas duas linhas centrais da cultura deltaopal. que à medida em que se aumentou a densidade, ocorreu
diminuição no número de frutos retidos nas plantas. Isso,
possivelmente, deve-se à maior competição entre as plantas
que compunham a parcela.
Para o espaçamento de 76 centímetros entre linha, a
Figura 2 mostra que o resultado apresentou uma menor
retenção dos frutos formados devido ao pouco espaço
4 – Conclusões
À medida que diminui o espaçamento, induz-se a
planta a maiores produções. Aumentando-se a densidade de
plantas por metro, proporciona uma redução na produção do
baixeiro e aumenta-se a produção no ponteiro.
As características tecnológicas de fibra, avaliadas
por este experimento, não sofreram influência significativa
ao variar o espaçamento e a densidade de plantio.
Com o aumento do tempo de revolvimento e aumento no tempo de 28 minutos também obteve resultados
da dose de ácido sulfúrico, houve maiores colorações da cor significantemente semelhantes a estes, ao contrário dos
preta (tabela 2). Ressalta-se que esta cor representa, com tempos inferiores. Já as doses de 40 mL e 50 mL, em todos
base na calibração do equipamento GroundEye®, a ausência os tempos, não atingiram o deslintamento esperado.
de línter nas sementes. Logo, maior valor de cor preta Tais informações são condizentes a análises visuais,
representa menor residual de línter após o processamento. como comprovado pela imagem apresentada na figura 1.
Sendo que na maior dosagem, 70 mL, todos os tempos
apresentaram bom deslintamento das sementes. Figura 1 - Sementes de algodão submetidas aos tratamentos.
As médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e pelas mesmas letras
maiúsculas nas linhas, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.
As médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e pelas mesmas letras
5 – Agradecimentos
maiúsculas nas linhas, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.
CNPq, CAPES, FAPEMIG, LAS/UFLA, FINEP,
RBTB e COOPERCAT.
E na tabela 4, com o aumento do tempo de
revolvimento e aumento da dose de ácido sulfúrico, houve
maiores valores do teor de matiz. Assim como na cor preta, 6 - Bibliografia
este teor representa, com base na calibração do equipamento
GroundEye®, a ausência de línter nas sementes. Logo, maior SAKO, Y.; McDONALD, M.B.; FUJIMURA, K.; EVANS,
valor de matiz representa menor residual de línter após o A.F.; BENNETT, M.A. 2001. A. system for automated seed
processamento. Sendo que na maior dosagem, 70 mL, todos vigour assessment. Seed Science and Technology 29: 625-
os tempos apresentaram bom deslintamento das sementes. 636 p.
As médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas nas colunas e pelas mesmas letras
maiúsculas nas linhas, não diferem entre si pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.
Palavras Chave: Elaeis guineensis Jacq., fator de depleção, consumo de água no solo, irrigação.
35.00 R² = 0.975
0.43
30.00
0.70 0 20 40 60 80 100
25.00
FATOR DE DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO (F)
20.00 0.60
DAP Estimativas dos contrastes
DIÂMETRO MÉDIO DE ESTIPE (m)
15.00 410
410 DAP 0,02NS 0.62
Palavras Chave: Elaeis guineensis Jacq., fator de depleção, consumo de água no solo, irrigação.
35.00 4.95
( ) BRS 2528: DMC = -0.006**F + 5.1175
30.00 4.9 R² = 0.9887
25.00 6.00
4.85
20.00
DAP Estimativas dos contrastes
4.8
15.00 5.00 410
410 DAP 0,03NS
DIÄMETRO MÉDIO DA COPA (m)
10.00 902
902 DAP 29,70* 4.75
5.00 4.00 1120
1120 DAP 51,19*
1267 8,32* 4.7
0.00
1267 DAP ( ) BRS 2501: DMC = -0.0026**F + 4.9153
20 3.00 40 60 80 SI 410 DAP 4.65 R² = 0.9524
TRATAMENTO 902 DAP
1120 DAP 4.6
2.00 1267 DAP 0 20 40 60 80 100
FATOR DE DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO (F)
1.00
0.00
*Significativo a 5% de probabilidade pelo teste t, conforme dendezeiro em função do fator de disponibilidade de água no
o contraste estabelecido. solo aos A) (■) 902 dias após plantio e (●) 1.127 dias após
plantio e aos B) 1120 dias após plantio nas cultivares (■)
Figura 1 – Diâmetro médio de copa (m) e estimativas dos BRS 2501 e (●) BRS 2528.
contrastes em quatro épocas de avaliação.
Em trabalho semelhante, o diâmetro médio de copa
Tabela 1 – Valores médios de diâmetro de copa (m) das aos 510 DAP foi de 2,53 m (Duarte, 2017), ao tempo em que
cultivares, BRS 2501 e BRS 2528, do dendezeiro em quatro as cultivares BRS C2501 e BRS C2528 sob quatro níveis de
épocas de avaliação, em Parnaíba, PI. disponibilidade total de água no solo (10, 20, 30 e 40%), aos
Dias após o plantio (DAP) 540 a 660 DAP, apresentaram diâmetro de projeção de copa
Cultivar semelhante e o sistema irrigado foi superior ao não irrigado
410 902 ** 1267 **
BRS 2501 2,52 B 4,16 A 5,05 A (Júnior, 2014).
BRS 2528 2,54 A 4,13 A 5,13 A
CV (%) 1,02 3,94 6,22
4 – Conclusões
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não
diferem estatisticamente entre si pelo teste F a 5% de O diâmetro médio de copa do dendezeiro responde
probabilidade. ** Dados transformados pelo Método da de forma decrescente e linear ao fator de disponibilidade de
Potência Ótima de Box-Cox com λ=2 água no solo, F.
A irrigação é essencial para o adequado
Tabela 2 –Diâmetro médio de copa (m) da palma de óleo nas desenvolvimento do diâmetro médio de copa do dendezeiro
cultivares BRS 2501 e BRS 2528 aos 1120 DAP. nas condições dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí, PI.
Fator de disponibilidade de água
Cultivar
20 40 60 80
BRS 2501 4,85 B 4,83 A 4,74 A 4,71 A 6 - Bibliografia
BRS 2528 5,01 A 4,88 A 4,74 A 4,66 A ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M.
CV (%) 2,76 Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não water requirements. Rome: FAO, 1998. 300p. (Irrigation and
diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott a Drainage Paper, 56).
5% de probabilidade. ** Dados transformados pelo Método BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI,
da Potência Ótima de Box-Cox com λ=2 E. C. Manual de irrigação. 8. ed. Viçosa: UFV, 2008.
Pelas equações de regressão, observa-se que, com o
aumento do fator de disponibilidade de água, ocorreu uma
625 p.
DUARTE, F.J.E. Determinação do consumo hídrico e
diminuição significativa (p<0,01) no diâmetro médio da
desenvolvimento inicial da palma de óleo (Elaeis guineensis
copa aos 902 DAP, 1.120 DAP e 1.267 DAP, cujos maiores
Jacq.) fertirrigada com vinhaça. Piracicaba, SP, 2017. 128 p.
diâmetros observados com F=0,20 foram de 4,13 m e 5,26 m
Tese (Doutorado) USP / Escola Superior de Agricultura
com 902 DAP e 1.127 DAP, respectivamente, e de 4,85 m
“Luiz de Queiroz”.
(BRS 2501) e 5,01 m (BRS 2528) com 1.120 DAP (Figura
R DEVELOPMENT CORE TEAM (2016). R: A language
2).
and environment for statistical computing. R Foundation for
5.4 Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-
0, URL http://www.R-project.org.
DIÄMETRO MÉDIO DA COPA (m)
Palavras Chave: Elaeis guineensis Jacq., fator de depleção, consumo de água no solo, irrigação.
30.00
25.00
20.00
4.50
10.00 3.50
410
410
902
DAP 0,04NS
1,99*
altura, geralmente, é lento até os três anos após a formação
902 DAP
5.00 3.00
1120
1120 DAP 24,92* da plântula (Berthaud et al., 2000; Corley; Tinker, 2003,
1267
1267 DAP 26,99*
citados por Borges, et al., 2016) e considerando-se que o
ALTURA (m)
0.00
20 2.50 40 60 80 SI 410 DAP
TRATAMENTO
2.00
902 DAP
1120 DAP
dendezeiro é uma palmeira perene que alcança até 15 m de
1.50 1267 DAP
altura e com vida útil de até 25 anos, aproximadamente
1.00
0.50
(Hernández Guzmán, 2014), a tendência do melhoramento
0.00
genético é disponibilizar híbridos de dendê com altura de
20 40 60 80 SI
TRATAMENTO plantas menores, cada vez mais.
*Significativo a 5% de probabilidade pelo teste t, conforme Em trabalhos de avaliação do crescimento inicial do
o contraste estabelecido. dendezeiro a os 510 dias após o transplante, constatou-se
uma altura média de plantas de 1,9 m (Duarte, 2017),
Figura 1 – Altura (m) e estimativas dos contrastes em quatro enquanto o desenvolvimento vegetativo de híbridos
épocas de avaliação. comerciais de dendê BRS 2528, BRS 3701 e BRS 2301 até
os 18 meses de idade a altura média desta palmeira foi de
Pela análise de variância, não se observou efeito 2,48 m (Marciel et al., 2011), aos 540 dias após o plantio no
significativo da interação (P>0,05) entre os fatores e as campo, em áreas de savana em Roraima.
cultivares, analisando-se apenas os efeitos simples.
As cultivares BRS 2501 e BRS 2528 diferiram 4 – Conclusões
estatisticamente entre si pelo teste F a 5% de probabilidade
em três momentos (Tabela 1), cuja altura média das plantas A altura de planta do dendezeiro responde de forma
apresentou diferença estatística aos 902 DAP, 1.120 DAP e decrescente e linear ao fator de disponibilidade de água no
1.267 DAP, sendo que a cultivar BRS 2528 foi superior à solo, F.
BRS 2501. A irrigação é essencial para o adequado
desenvolvimento da altura do dendezeiro nas condições dos
Tabela 1 – Valores médios da altura de planta (m) das Tabuleiros Litorâneos do Piauí, PI.
cultivares, BRS 2501 e BRS 2528, do dendezeiro em quatro
épocas de avaliação, em Parnaíba, PI.
Dias após o plantio (DAP)
6 - Bibliografia
Cultivar
410 902 1120 ** 1267 ** ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, M.
BRS 2501 1,21 A 2,78 B 3,40 B 3,66 B Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop
BRS 2528 1,22 A 2,91 A 3,59 A 3,77 A water requirements. Rome: FAO, 1998. 300p. (Irrigation and
CV (%) 2,30 2,49 3,10 5,24 Drainage Paper, 56).
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna não BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C.
diferem pelo teste F à 5% de probabilidade. Manual de irrigação. 8. ed. Viçosa: UFV, 2008. 625 p.
** Dados transformados pelo Método da Potência Ótima de BORGES, A.J.; COLLICCHIO, E.; CAMPOS, G.A. A
Box-Cox com λ=2 cultura da palma de óleo (Elaeis guineenses Jacq.) no Brasil
Pelas equações de regressão (Figura 2), observa-se e no mundo: aspectos agronômicos e tecnológicos - uma
que, com o aumento do fator de disponibilidade de água, revisão. Revista Liberato, Novo Hamburgo, v. 17, n. 27, p.
ocorreu uma diminuição significativa (P<0,01) na altura da 01-118, jan./jun. 2016.
planta (m) aos 902 DAP, 1.120 DAP e 1.267 DAP. As DUARTE, F.J.E. Determinação do consumo hídrico e
maiores alturas observadas foram de 2,94 m, 3,60 m e 3,92 desenvolvimento inicial da palma de óleo (Elaeis guineensis
m aos 902 DAP, 1.120 DAP e 1.127 DAP, respectivamente. Jacq.) fertirrigada com vinhaça. Piracicaba, SP, 2017. 128 p.
Tese (Doutorado) USP/Escola Superior de Agricultura “Luiz
4.1 de Queiroz”.
3.9 ( ) ALTURA = -0.0068**F + 4.0597 HERNÁNDEZ GUZMÁN, C.P. Teores referenciais de
R² = 0.981 nutrientes em folhas de dendê (Elaeis guineensis Jacq.) para
3.7
as condições da Amazônia. Viçosa, MG, 2014. p.58.
ALTURA (m)
Anne Caroline Defranceschi Oliveira (Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Autossustentável – NPDEAS,
annewcaroline@hotmail.com) *, José Viriato Coelho Vargas (NPDEAS, vargasjvcv@gmail.com) , Maria Luiza Fernandes
Rodrigues (UNIOESTE, mlmfernandes@hotmail.com), André Bellin Mariano (NPDEAS, andrebmariano@gmail.com).
Em todos os tratamentos propostos pode ser parâmetros de cultivo, possibilitando assim uma produção
observada a secreção de lipases. A estimativa dos efeitos e ainda mais expressiva de biomassa microalgal.
valores de p para cada variável podem ser observados na
Tabela 3.
5 – Agradecimentos
Tabela 3. Estimativa do efeito das variáveis para a CNPq e Capes.
produçao de biomassa de microalgas.
Variável Efeito Valor de p
6 - Bibliografia
Glucose 11,215 0,000104*
Nitrato de sódio -1,765 0,3736 AMARO, H.M., GUEDES, A.C.; MALCATA, F.X.
Fosfato de sódio 1,215 0,5363 Advances and perspectives in using microalgae to produce
*nível de confiança de 95% biodiesel. Applied Energy, v. 88, p. 3402–3410, 2011.
ANDERSEN, R.A. Algal culturing techniques. 1. ed.
Das três variáveis testadas, apenas para a variável California: Elsevier, 2005.
glucose foi observada significância estatística a um nível de AZMA, M.; MOHAMED, M.S.; MOHAMAD, R.;
confiança de p<0,05, apresentando efeito de 11,215, ou RAHIM, R.A.; ARIFF, A.B. Improvement of medium
seja, quando a concentração desta variável foi elevada do composition for heterotrophic ultivation of green
nível mínimo para o nível máximo houve um ganho de microalgae, Tetraselmis suecica, using response surface.
11,215 g.L-1 de biomassa.
Biochemical Engineering Journal, v. 53, p. 187-195,
As outras duas variáveis apresentaram
significância menor, porém a variável nitrato de sódio 2011.
apresentou efeito negativo (-1,765 g.L-1) o que resultou na DERNER, R.B.; OHSE, S.; VILLELA, M.; CARVALHO,
determinação de suas concentrações ideais para a melhor S.M.; FETTS, R. Microalgas: produtos e aplicações.
produção de biomassa, o que pode ser observado nos Ciência Rural, v. 36, p. 1959 - 1957, 2006.
gráficos de superfície de resposta na Figura 1. MACÍAS-SÁNCHEZ, M.D.; ROBLES-MEDINA, A.;
HITA-PEÑA, E.; JIMÉNEZ-CALLEJÓN, M.J.;
ESTÉBAN-CERDÁN, L.; GONZÁLEZ-MORENO, P.A.;
MOLINA-GRIMA, E. Biodiesel production from wet
microalgal biomass by direct transesterification. Fuel, v.
150, p. 14-20, 2015.
4 – Conclusões
Com os resultados obtidos é possivel concluir que
o cultivo heterotrófico representa uma alternativa
interessante ao cultivo autotrófico, pois mesmo
necessitando da adição de uma fonte orgânica de carbono a
produtividade de biomassa é bastante superior neste cultivo,
o que pode compensar o custo desta matéria prima.
O planejamento experimental é uma ferramenta de
extrema valia para otimização de processos onde muitas
variáveis têm de ser analisadas em conjunto. Neste
experimento apenas a variável nitrato de sódio foi
delimitada quanto a sua concentração ideial para fornecer a
melhor produçao de biomassa. Novos experimentos devem
ser realizados para obtenção das concentrações ideiais de
glucose e de fosfato de sódio, bem como de outros
estas frações de M. decolor se mostraram majoritariamente membrana (celulose) ou como substâncias de reserva (amido) e
compostos por ácidos graxos monoinsaturados (MUFAs), que esses podem representar uma oportunidade interessante para a
foram detectados em maior concentração nos extratos etanólico produção de açúcares fermentescíveis via hidrólise ácida ou
(46,30%) e hexânico (46,51%), seguidos por ácidos graxos enzimática. Já os altos teores proteicos e de lipídeos residuais,
saturados (SFAs), que corresponderam de 30 a 36% dos ésteres juntamente ao teor de carboidratos, credita esses resíduos a
presentes em cada um dos extratos (Figura 1). possíveis aplicações como componente de ração animal.
Tabela 1. Rendimentos brutos do extrato lipídico (RBEL) e de Figura 2. Composição centesimal da biomassa desengordurada
esterificação metílica (RBEM) dos extratos lipídicos de M. de M. decolor.
decolor, usando diferentes métodos e solventes de extração.
Método Solvente Rendimento (g/100 g) CEM
RBEL RBEM (%)
in situ ─ ─ 12,40 ± 0,13 ─
Soxhlet EtOH 28,58 ± 0,86 13,61 ± 0,76 47,62
Hexano 12,71 ± 0,22 10,45 ± 0,17 82,21
Hexano:EtOH 19,38 ± 0,78 13,82 ± 0,48 71,31
CHCl3:MeOH 25,37 ± 0,31 12,08 ± 0,37 47,61
B&D CHCl3:MeOH 18,10 ± 0,16 12,14 ± 0,10 67,07
Legenda: B&D, Bligh & Dyer (1959); CEM, conversão em ésteres metílicos.
Palavras Chave: Choricystis minor var. minor, extração lipídica, gases pressurizados.
30,5±1,9%, enquanto o hexano resultou em apenas extrato) se comparados aos extratos obtidos com etanol. A
10,6±0,7% de extrato. Entretanto, ao se avaliar o teor de Tabela 2 também demostra que ao se avaliar o rendimento
ésteres nos extratos, o hexano apresentou valores bem em ésteres em relação à biomassa de origem, as extrações
superiores ao uso de etanol (84,1 g/100 g e 33,5 g/100 g, com etanol foram mais eficientes apesar de serem menos
respectivamente. O mesmo foi observado por Baumgardt et seletivas.
al., 2016) e essa diferença se deve às polaridades distintas A Figura 1 reitera o fato de que o uso de etanol
dos dois solventes. O etanol, por ser um solvente mais como cossolvente foi capaz de extrair mais pigmentos que a
polar, extrai um gama maior dos compostos contidos nas extração realizada na presença de hexano. Portanto, esses
microalgas, sendo menos seletivo que o hexano para pigmentos também estão presentes nos extratos obtidos.
lipídeos neutros. Com base nesses dados, a eficiência
desses dois solventes foi avaliada como cossolvente em
processos de extração com gases pressurizados.
A Tabela 1 evidencia que, ao se comparar propano
e sc-CO2, o propano se mostrou bem mais eficiente,
apresentando um rendimento maior apesar do uso de menor
pressão se comparado ao sc-CO2.
6 - Bibliografia
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis. Anuário Estatístico, 2019.
SUAREZ, P.A.Z., SANTOS, A.L.F; RODRIGUES, J.P;
ALVES, M.B. Química Nova, 2009, 3, 768-775.
HALIM, R; DANQUAH, M.K; WEBLEY, P.A
Biotechnology Advances, 2012, 30, 709-732.
BAUMGARDT, F.L.J; ZANDONÁ FILHO, A.;
BRANDALIZE, M.V; COSTA, D.C; ANTONIOSI
FILHO, N.R; ABREU, P.C.O.V; CORAZZA, M.L;
RAMOS, L.P. The Journal of Supercritical Fluids, 2016,
108, 89-95.
DA CRUZ LIMA, A.A., SZCZERBOWSKI, D.,
ZANDONÁ FILHO, A., DERNER, R.B., CORAZZA,
M.L., RAMOS, L.P. Algal Research, 2018, 33, 28-35.
Ressalta-se que, para os modelos representarem de de secagem está diretamente associado a temperatura do ar e
forma adequada o fenômeno de secagem, é necessário que o que a redução do teor de água é mais rápida no início do
erro médio relativo (P) seja inferior a 10% (Mohapatra e Rao, processo da secagem.
2005). Dessa forma, todos os modelos estudados nesse Os parâmetros “k” e “n” do modelo Page foram
trabalho representam, satisfatoriamente, a cinética de significativos a 1% pelo teste “t” em todas as temperaturas
secagem. analisadas. Os valores desses parâmetros estão representados
Considerando os valores mais baixos de AIC e de nas Eqs. (7, 8, 9 e 10) para as temperaturas de 40, 60, 80 e
BIC para um dos critérios de seleção (Tabela 3), nota-se que 100 °C, respectivamente.
o modelo de Page apresentou os menores valores. RX = exp (-0,161556 t 1,058301) (7)
Juntamente com os critérios de ajustes analisados RX = exp (-0,325076 t 1,076186) (8)
anteriormente, este modelo foi o que melhor se ajustou aos RX = exp (-0,732860 t 1,136222) (9)
dados experimentais, sendo, portanto, selecionado para RX = exp (-1,163299 t 1,149194) (10)
representar as curvas de dessorção das sementes de canola. Observa-se que a magnitude da constante de
secagem (k), que representa o efeito das condições externas
Tabela 3. Valores de Critério de Informação de Akaike de secagem, aumentou com a elevação da temperatura do ar
(AIC) e Critério de Informação Bayesiano de Schwarz’s de secagem. A constante de secagem (k) pode ser utilizada
(BIC) calculados para a secagem das sementes de canola como uma aproximação para caracterizar o efeito da
(Brassica napus L.) temperatura e está relacionada à difusividade efetiva no
40 °C 60 °C processo de secagem no período decrescente e à difusão
Modelos
AIC BIC AIC BIC líquida que controla o processo (Madamba et al., 1996).
(2) -127,05 -123,64 -126,50 -124,01
(3) -150,12 -148,13 -127,30 -130,42
(5) -152,77 -149,89 -131,06 -133,56
4 – Conclusões
(6) -133,37 -131,10 -94,39 -92,72 O modelo de Page apresentou o melhor ajuste aos
(7) -150,61 -145,28 -127,12 -122,96 dados e foi selecionado para descrever a cinética de secagem
80 °C 100 °C de sementes de canola.
Modelos
AIC BIC AIC BIC
(2) -64,63 -63,18 -62,12 -60,58
(3) -44,60 -41,98 -52,40 -51,20
5 – Agradecimentos
(5) -67,85 -99,82 -65,77 -64,31 FAPEG, IF Goiano, CNPq, Capes e Finep
(6) -53,11 -52,14 -51,05 -50,08
(7) -62,98 -67,56 -62,30 -59,88
6 - Bibliografia
Vários critérios podem ser usados para ajustar BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
modelos matemáticos aos dados de secagem, sendo, AIC e o Abastecimento. Secretaria de Defesa Agropecuária. Regras
BIC um método adicional para reforçar e endossar a tomada para Análise de Sementes. Brasília: MAPA/ACS, 2009.
de decisões. p.399.
As curvas de secagem das sementes de canola CORRÊA, P. C.; RESENDE, O.; GARIN, A. S.; JAREN, C.;
estimadas pelo modelo Page estão apresentadas na Figura 1. OLIVEIRA, G. H. H. Mathematical models to describe the
volumetric shrinkage rate of red beans during drying.
Engenharia Agrícola 2011, 31, 716-726.
KRÜGER, C. A. M. B.; SILVA, J. A. G.; MEDEIROS, S. L.
P.; DALMAGO, G. A.; SARTORI, C. O.; SCHIAVO, J.
Arranjo de plantas na expressão dos componentes da
produtividade de grãos de canola. Pesquisa Agropecuária
Brasileira 2011, 46, 1448-1453.
LIN, L.; ALLEMEKINDERS, H.; DANSBY, A.;
CAMPBELL, L.; DURANCE-TOD, S.; BERGER, A.;
JONES, P. J. Evidence of health benefits of canola oil.
Nutrition reviews 2013, 71:370-385.
MOHAPATRA, D.; RAO, P. S. A thin layer drying model
of parboiled wheat. Journal of Food Engineering 2005, 66,
513-518.
Daniel Emanuel Cabral de Oliveira (IF Goiano – Campus Iporá, daniel.oliveira@ifgoiano.edu.br), Osvaldo Resende (IF
Goiano – Campus Rio Verde, osvresende@yahoo.com.br), Thaís Adriana Souza Smaniotto (UNEMAT - Campus Tangará
da Serra, thais.souza.smaniotto@gmail.com), Lílian Moreira Costa (IF Goiano – Campus Rio Verde, lmctpg@yahoo.com.br)
Palavras Chave: Gossypium hirsutum L. r., condutividade elétrica, massa específica aparente.
3 - Resultados e Discussão
A temperatura média durante o armazenamento foi
de 26,1 ºC sendo que a média máxima foi de 27,2 ºC,
registrada nos 150 dias de armazenamento e a média mínima
foi de 24,4 ºC, no início do armazenamento. Com relação a
umidade relativa, o valor médio registrado foi 66,9%, a
média máxima 72,6% aos 120 dias e mínima 58,6% aos 180
dias de armazenamento.
Verifica-se que o tratamento F iniciou o
armazenamento com o teor de água acima dos demais e os
Figura 1. Esquema da mesa densimétrica e os pontos de
tratamentos A, B e C iniciaram o armazenamento com os
coleta.
menores teores de água. Ao final do armazenamento não
houve diferença entre os tratamentos (Tabela 1).
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
785
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Tabela 1. Teor de água das sementes de algodão (Gossypium Tabela 3. Condutividade elétrica das sementes de algodão
hirsutum L. r.) em função das posições na saída da mesa (Gossypium hirsutum L. r.) em função das posições na mesa
densimétrica e do tempo de armazenamento. densimétrica e do tempo de armazenamento.
Época Época
Tratamento Tratamento
0 60 120 180 0 60 120 180
Controle 9,50 c 10,58 b 10,13 ab 9,72 a Controle 144,74 b 174,99 b 187,90 a 195,05 b
A 8,45 e 10,23 b 10,21 ab 9,87 a A 119,62 a 159,83 ab 167,81 a 171,21 a
B 8,69 de 10,12 b 10,24 ab 9,75 a B 139,21 ab 157,99 ab 169,59 a 173,88 ab
C 8,43 e 10,53 b 9,85 b 9,80 a C 146,42 b 156,45 ab 175,09 a 185,20 ab
D 9,05 cd 10,28 ab 10,10 ab 9,82 a D 152,91 b 147,76 a 171,84 a 179,63 ab
E 10,37 b 10,56 ab 10,22 ab 9,93 a E 157,01 c 169,81 b 182,87 a 188,90 ab
F 12,06 a 11,16 a 10,45 a 9,99 a F 178,82 c 208,32 c 223,44 b 235,01 c
As sementes de algodão estão sujeitas aos processos Este alto índice de condutividade elétrica no
de sorção, ou seja, o teor de água está sempre tendendo ao tratamento F continua no final do armazenamento,
equilíbrio em função da temperatura e da umidade relativa mostrando que este tratamento apresentou maior perda de
do ambiente de armazenamento. Mudanças na temperatura e vigor comparado aos demais, seguido pelo Controle, que se
umidade relativa do ar provocam constantes ajustes no teor diferiu apenas do tratamento A.
de água das sementes armazenadas em embalagens
permeáveis ao vapor de água (Carvalho e Nakagawa, 2000).
Nota-se que no início e nos 60 dias armazenamento, 4 – Conclusões
os tratamentos: Controle, A, B, C, D apresentam os maiores O descarte das sementes da parte mais baixa
valores de massa específica aparente (Tabela 2), ou seja, (Tratamento F) da mesa densimétrica durante o repasse
superiores aos demais (E e F). O tratamento E apresenta-se contribui para a melhoria da qualidade fisiológica dos lotes
superior ao F. de sementes de algodão.
5 – Agradecimentos
CNPq, UFRGS, Agittec-UFSM
6 - Bibliografia
ARO, E.-M. From first generation biofuels to advanced solar
biofuels. Ambio, 2016, 45, 24–31.
Figura 3. Clusters de patentes em biodiesel relacionada a CHISTI, Y. Constraints to commercialization of algal fuels.
biologia sintética Journal of Biotechnology, 2013, 167(3), 201–214.
GOMES, J.; DEWES, H. Disciplinary dimensions and social
Na sequência, foram analisados os dez principais relevance in the scientific communications on biofuels.
códigos segundo a Classificação Internacional de Patentes Scientometrics, 2017, 110(3), 1173-1189.
(IPC) para biodiesel usando ferramentas de biologia sintética HARVEY, M; PILGRIM, S. The new competition for land:
(Figura 4). O código com maior número de patentes é Food, energy, and climate change. Food Policy, 2011, 36, p.
classificado como C12P-007/64, descrito como preparação S40-S51.
de compostos orgânicos contendo oxigênio do tipo gorduras; JULLESSON, D.; DAVID, F.; PFLEGER, B.; NIELSEN, J.
óleos graxos; ceras tipo éster; ácidos graxos superiores, i.e. Impact of synthetic biology and metabolic engineering on
tendo pelo menos sete átomos de carbono em cadeia industrial production of fine chemicals. Biotechnology
ininterrupta ligada à grupo carboxila; e óleos ou gorduras Advances, 2015, 33(7), 1395-1402.
oxidados. O segundo e terceiro códigos são classificados LEE, S. K.; CHOU, H.; HAM, T. S.; LEE, T. S.;
como C12N-001/21 e C12N-001/20, descritos como KEASLING, J. D. Metabolic engineering of microorganisms
bactérias e seus meios de cultura modificados pela for biofuels production: from bugs to synthetic biology to
introdução de material genético exógeno. O quarto código é fuels. Current Opinion in Biotechnology, 2008, 19(6), 556-
classificado como C12P-007/16, descrito como preparação 563.
de células híbridas por fusão de duas ou mais células (ex. MARKHAM, K. A.; ALPER, H. S. Synthetic biology
fusão de protoplastos) para introdução de material genético expands the industrial potential of Yarrowia
recombinante usando vetores e marcadores em células lipolytica. Trends in Biotechnology, 2018, 36(10), 1085-
vegetais. Verifica-se também tecnologias relacionadas a 1095.
preparação de compostos orgânicos contendo oxigênio MCCORMICK, K.; KAUTTO, N. The bioeconomy in
(C12P-007/18), algas unicelulares e seus meios de cultura Europe: An overview. Sustainability, 2013, 5(6), 2589-2608.
como novas plantas A01H 13/00 (C12N-001/12), preparação MENG, X.; YANG, J.; XU, X.; ZHANG, L.; NIE, Q.;
de compostos orgânicos contendo oxigênio como etanol XIAN, M. Biodiesel production from oleaginous
(C12P-007/06) e butanóis (C12P-007/16), além de microorganisms. Renewable Energy, 2009, 34(1), 1-5.
hidrocarbonetos (C12P-005/00) acíclicos (C12P-005/02). PERALTA-YAHYA, P P. ET AL. Microbial engineering for
Figura 4. Códigos IPC para patentes em biodiesel the production of advanced biofuels. Nature, 2012, 488, n.
relacionadas a biologia sintética 7411, p. 320.
SCOTT, S. A.; DAVEY, M. P.; DENNIS, J. S.; HORST, I.;
HOWE, C. J.; LEA-SMITH, D. J.; SMITH, A. G. Biodiesel
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TOMEI, J.; HELLIWELL, R. Food versus fuel? Going
beyond biofuels. Land Use Policy, 2016, 56, p. 320-326.
WANG, B.; WANG, J.; ZHANG, W.; MELDRUM, D. R.
Application of synthetic biology in cyanobacteria and
algae. Frontiers in Microbiology, 2012, 3, 344.
2 - Material e Métodos
A biomassa de Crambe abyssinica foi triturada e sua
granulometria foi padronizada em 20 mesh. O planejamento Figura 01. Gráfico de Pareto dos Efeitos Padronizados
experimental de Superfície de Resposta (DOE) foi realizado (α=0,05).
no software Minitab® versão 19.
4 – Conclusões
Com a regressão dos dados, obteve-se um modelo
matemático (Eq. 01) para o rendimento da extração de óleo Os resultados indicam que a investigação em escala
de Crambe. A análise de variância mostra que o modelo é bancada para otimização de processos de extração é uma
significativo através do teste de Fisher, sendo um modelo ferramenta eficiente para análise e tomada de decisão em
preditivo dentro das variáveis e níveis estudados. rotinas operacionais em plantas de tratamento de biomassa e
extração de óleo para produção de biodiesel.
%óleo = 12,78 + 1,099 R(v/m) - 0,0143 Tempo - 0,208 Para próximos passos, serão realizados a validação
Temp. - 0,0319 (v/m)*R(v/m) + ,00187 Eq. 01 da equação de regressão e caracterização das diferenças
R(v/m)*Tempo + 0,00862 R(v/m) *Temp. físico químicas dos óleos gerados pelos diferentes ensaios.
5 – Agradecimentos
Instituto SENAI de Inovação em Biomassa, INCT
MIDAS e Embrapii.
6 - Bibliografia
FEROLDI, M.; CREMONEZ, P.; FEIDEN, A.; ROSSI, E.
CEZAR N. W.; ANTONELLI, J. Cultivo do Crambe:
Potencial para produção de Biodiesel. Rev. Brasileira de
Energias Renováveis. 2013.
Figura 02. Gráficos de resíduos de % de óleo extraído. ONOREVOLI, B. Estudo do Crambe Abyssinica como fonte
de matéria primas oleagenosas: óleo vegetal, ésteres
A representação gráfica (pareto), os efeitos em metílicos e bio-óleo. Porto Alegre, UFRS, 2012.
ordem decrescente de seus valores absolutos é demostrada MYERS, R. H.; MONTGOMERY, D. C.; ANDERSON-
na Figura 01. A linha de referência no gráfico indica que os COOK, C. M. Response Surface Methodology: Process and
efeitos são significativos. Por padrão, o software Minitab® Product Optimization Using Designed Experiments. 3rd Ed.
o nível de significância é de 0,05 para linha de referência New York: Wiley, 2009.
(intervalo de confiança). SARTORI, M. A.; PEREZ. R.; JUNIOR, Análise de arranjos
Os modelos foram altamente significativos, sendo para extração de óleos vegetais e suprimento de usina de
possível construir as superfícies de resposta comparativas biodiesel. Rev. Econ. Sociol. Rural vol.47 no.2 Brasília
aos fatores relevantes e curvas de contornos para as relativas Apr./June 2009.
interações (Figura 03)
4 – Conclusões
As diferenças no número de ramos, síliquas e massa
seca de palha entre os espaçamentos de 17 cm e 51 cm entre
linha não interferiu significativamente no rendimento de
grãos em canola.
5 - Bibliografia
BANDEIRA, T. P.; CHAVARRIA, G.; TOMM, G. O.
Desempenho agronômico de canola em diferentes
espaçamentos entre linhas e densidades de plantas. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, 2013, 48, n.10, p.1332-1341.
Palavras Chave: Brassica napus L., rendimento óleo canola, rendimento grãos canola.
destruídas pelos pássaros (nota 4,0), quando comparado Tabela 3. Peso de mil sementes, estatura de planta, notas de
com o híbrido Hyola 433 (nota 1,7) embora estes dois dano de geada e de dano de pássaros e coeficientes de
híbridos não foram diferentes dos demais para esta variável. correlação do Ensaio Competição de Híbridos de Canola
A correlação significativa e negativa (- 0,80) da variável 2018. FAPA, Guarapuava, PR.
“notas de dano de geada” com o “rendimento de grãos de
Emergência Emergência Período Emergência Emergência
canola” indica a importância deste fenômeno na ao início ao final de à maturação à maturação
Genótipo
identificação de genótipos para cultivo nas regiões com floração floração floração fisiológica de colheita
(dias)
altitudes próximas ou acima de 1000 metros do Sul do HLHT B 4 61 a 137 a 76 b 166 a 182
Brasil. HYOLA 575 CL 32 c 108 bc 76 b 145 b 153
Ocorreram diferenças significativas entre os híbridos HYOLA 571 CL 32 c 111 b 79 b 141 bc 153
para todas as variáveis de ciclo dos genótipos (Tabela 3). HYOLA 433 42 b 109 bc 68 c 137 c 153
Estas diferenças entre genótipos indicam a importância da DIAMOND 20 d 106 c 86 a 113 d 132
realização de estudos de épocas de semeadura, com a Teste F 340,6** 273,1** 34,9** 328,3** -
finalidade de identificar a melhor época para cada híbrido. C.V. Experimento 1,1 1,2 2,6 1,3 -
Média Geral 37 114 77 141 155
O híbrido mais precoce foi o Diamond com 113 dias da Correlação com o rendimento de grãos de canola
emergência á maturação fisiológica. O mais tardio foi o r2 0,17 (-) 0,13 (-) 0,15 (-) 0,02 (+) 0,07
Pr F 0,54 0,65 0,59 0,94 0,81
híbrido HLHT B4 com 166 dias da emergência á maturação
fisiológica. Destaca-se que não ocorreram correlações † Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de
significativas entre as variáveis de ciclo e rendimento de Tukey ao nível de 5 % de probabilidade.
grãos de canola.
4 – Conclusões
Tabela 1. Rendimento médio de grãos, teor de óleo,
rendimento médio de óleo e coeficientes de correlação do Como não ocorreram diferenças significativas
Ensaio Competição de Híbridos de Canola 2018. FAPA, entre os híbridos com relação ao rendimento de grãos e de
Guarapuava, PR. óleo, a escolha do híbrido deve ser considerada levando em
Genótipo
Rendimento grãos Teor de óleo Rendimento óleo consideração o ciclo e a tolerância à geada. Desta forma o
(kg ha-1) (%) (kg ha-1) híbrido mais tardio HLHT B 4, embora produtivo, não seria
HLHT B 4 2131 n.s. 38,8 n.s. 843 n.s.
adequado para semeaduras de canola antes de milho de
HYOLA 571 CL 2009 36,2 728 verão para a região centro-sul do Estado do Paraná. Desta
HYOLA 433 1989 39,8 798 forma, híbridos tardios devem ser indicados para a sucessão
DIAMOND 1879 39,3 755 canola – soja. Os outros híbridos de ciclo precoce e médio
HYOLA 575 CL 1671 39,7 675 são indicados para anteceder a cultura do milho de verão
Teste F 0,8 n.s. 3,8 n.s. 0,7 n.s.
nesta região.
C.V. Experimento 25,7 3,4 17,3
Média Geral 1936 38,7 759 5 – Agradecimentos
Correlação com o rendimento de grãos de canola
r2 – (+) 0,33 (+) 0,98 Cooperativa Agrária Agroindustrial.
Pr F – 0,24 0,00
† Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de
Tukey ao nível de 5 % de probabilidade; ‡ n.s.=não significativo. 6 - Bibliografia
ALMEIDA, J.L.; TOMM, G.O. Comportamento de
Tabela 2. Peso de mil sementes, estatura de planta, notas de híbridos de canola em Guarapuava, Paraná, 2007.
dano de geada e de dano de pássaros e coeficientes de
Congresso Internacional de Bioenergia 3º. Anais. Curitiba,
correlação do Ensaio Competição de Híbridos de Canola
2008.
2018. FAPA, Guarapuava, PR.
4 – Conclusões
A conversão de TG obtida na reação de hidrólise do
óleo de soja sem catalisador foi em torno de 55%.
Realizando a reação sem catalisador e a uma temperatura
inferior (230 °C), a conversão diminuiu para em torno de
38%, evidenciando que a temperatura tem influência direta
sobre a reação. Utilizando a γ-Al2O3, foi obtida uma
conversão total de TG, em 120 min de reação, com um
rendimento em torno de 90% em AGL totais. Já nas reações
com os compostos a base de nióbio, a conversão e o
Figura 4. Rendimento em Ácidos Graxos Livres Totais
rendimento foram inferiores, sendo próximos aos obtidos na
(AGL).
reação sem catalisador. A presença de MG e DG no produto
tende a diminuir a seletividade para os ácidos graxos livres.
Utilizando a γ-Al2O3, foi obtida uma conversão total de
A melhor atividade apresentada pela γ-Al2O3 pode estar
TG, em 75 min de reação. O rendimento em MG+DG
associada à sua maior área específica, em relação aos
aumentou até 30 min de reação, diminuindo em seguida até
compostos de nióbio. De uma forma geral, os resultados
um valor quase mínimo. O rendimento em AGL duplicou
obtidos mostraram que a γ-Al2O3 apresenta boa atividade e
entre 30-45 min, chegando a um valor final de 94%. Os
estabilidade para a reação de hidrólise, podendo ser viável o
resultados das reações com os compostos de nióbio foram
seu uso como suporte em catalisadores metálicos para o
similares aos obtidos na reação sem catalisador, a 250 °C. O
processo de hidrólise-hidrogenação simultânea.
NbOPO4 mostrou pouca atividade para a reação. A
conversão obtida na reação com este composto foi devida à
hidrólise térmica. Já o Nb2O5 apresentou desempenho pouco 5 – Agradecimentos
superior ao obtido na reação homogênea. As reações
catalisadas pelos compostos à base de nióbio tendem a CAPES e FAPEMIG
prosseguir lentamente, com baixo rendimento em AGL. Para
a reação homogênea (sem catalisador), a conversão de TG é
lenta durante os instantes iniciais da reação (período de 6 - Bibliografia
indução), devido à baixa solubilidade da água na fase óleo. LASCARAY, L. Industrial fat splitting. Journal of the
Em baixas temperaturas e pressões, óleos e gorduras são American Oil Chemists' Society. 1952, 29, 362-366.
poucos solúveis em água. Contudo, a solubilidade da água PATIL, T. A.; BUTALA, D. N.; RAGHUNATHAN, T. S.;
no óleo aumenta com a temperatura e quando o óleo está SHANKAR, H. S. Thermal Hydrolysis of Vegetable-Oils
parcialmente hidrolisado (Lascaray, 1952). A utilização de and Fats 1. Reaction-Kinetics. Industrial and Engineering
um catalisador adequado pode aumentar a solubilidade da Chemistry Research 1988, 27, 727-735.
água no óleo, acelerando a reação, conforme mostra o RITTNER, H. Tecnologia das matérias graxas: derivados
resultado obtido com a γ-Al2O3. oleoquímicos. São Paulo: Livraria Triângulo Editora 2002,
Satyarthi et al. (2011) estudaram a hidrólise de diversos 3.
óleos, utilizando catalisadores sólidos de cianeto de metal SATYARTHI, J. K.; SRINIVAS, D.; RATNASAMY, P.
duplo (Fe-Zn), em um reator batelada. Utilizando o óleo de Hydrolysis of vegetable oils and fats to fatty acids over solid
soja, foi obtida uma alta conversão de TG, em 8 h de acid catalysts. Applied Catalysis A: General 2011, 391, 1-2,
reação, com rendimento em AGL em torno de 80%, a 190 427-435.
°C e pressão autógena. WANG, S, Z.; TATSUMI, I. Improvement of the
A seletividade dos produtos, no presente trabalho, é performance of fuel cells anodes with Sn3+ doped CeO2.
apresentada na Tabela 3. Acta Physico-Chimica Sinica 2003, 19, 9.
Análise de germinação
100
80
60 PN
40 PA
20 SD
0
L1 L2 L3 L4 L5
Figura 1. Gráfico representativo do percentual de plântulas
normais (PN), plântulas anormais (PA) e sementes duras (SD) entre
o Lote mais deteriorado (L1=96hs), os Lotes de deterioração
intermediária (L2=72hs, L3=48hs e L4=24hs) Lote menos
deteriorado (Lote 5=0hs).
sementes não apresentam sensibilidade aos eventuais danos embrião. No entanto, ao final da avaliação, essa vantagem
por embebição, os aspectos relacionados à utilização da pré- foi minimizada pela eventual quantidade de atributos
hidratação de sementes devem ser considerados, pois a internos das sementes com tamanho superior a 6.0 mm.
análise de sementes em laboratório é uma exigência
obrigatória para a comercialização de sementes. Tabela 3. Teste de germinação (G) (%), primeira contagem
(PC) (%), envelhecimento acelerado (EA) (%) e emergência
a campo (EC) (%) de sementes de soja de diferentes
Tabela 1. Teste de germinação (G) (%), primeira contagem tamanhos.
(PC) (%), envelhecimento acelerado (EA) (%) e emergência
Tamanho G PC EA EC
a campo (EC) (%) de sementes de soja submetidas a dois
métodos de pré-condicionamento.
5 95c 94a 92c 89b
Métodos G PC EA EC
5.5 96b 93ab 93b 90b
Papel 97a 93a 94a 91a
6 97ab 92bc 94ab 92a
Tela 96b 92b 93b 91a
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem 6.5 98a 92bc 95a 93a
entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
Houve efeito significativo dos períodos de pré- 7 98a 91c 95a 93a
condicionamento para a germinação e envelhecimento
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferenciam
acelerado, sendo os períodos de seis e oito horas superiores entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
ao período de quatro horas (Tabela 2). Esses resultados
indicam que o aumento do período de exposição ao pré-
condicionamento é favorável para a germinação e o vigor de 4 – Conclusões
sementes de soja. Resultados semelhantes foram
encontrados por Silva et al. (2011), que ao avaliarem A pré-hidratação de sementes de soja conduzida
métodos de pré-condicionamento em sementes de soja sobre papel umedecido durante 6 horas é eficiente para a
constataram que no período de seis horas de pré-embebição obtenção de resultados elevados de germinação e vigor de
em substrato úmido as sementes de soja apresentaram maior sementes de soja.
vigor e menores danos fisiológicos quando comparados as
sementes que foram pré-condicionadas por períodos 5 – Agradecimentos
menores.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Tabela 2. Teste de germinação (G) (%), primeira contagem Nível Superior (CAPES) pela concessão de bolsa de
(PC) (%), envelhecimento acelerado (EA) (%) e emergência mestrado ao primeiro autor.
a campo (EC) (%) de sementes de soja submetidas a
diferentes períodos de pré-condicionamento (h).
6 - Bibliografia
Período
G PC EA EC BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
(h)
Abastecimento. Regras para análise de sementes. Secretaria
4 96b 92a 93b 91a de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS, 2009. 399p.
International Service for the Acquisition of Agri-biotech
6 97a 92a 94a 91a Applications (ISAAA). 2018. Disponível em
<www.isaaa.org/> acessado em 28 Agosto 2019.
8 98a 93a 95a 92a MAGUIRE, J. D. Speed of germination-aid in selection and
evaluation for seedlig emergence and vigor. Crop Science, v.
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem 2, n. 1, p. 176-177, 1962.
entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. MARCOS FILHO, J. Teste de envelhecimento acelerado. In:
Houve efeito significativo dos diferentes tamanhos KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.; FRANÇA NETO,
de sementes de soja para os testes de germinação, primeira J.B. (Eds.). Vigor de sementes: conceitos e testes. Londrina-
contagem, envelhecimento acelerado e emergência a campo. PR: ABRATES, 1999. p.3-1 a 3-24.
Pelos resultados de germinação e de envelhecimento MELO, M. A. R.; SILVA, E. V.; VASCONCELOS, G. C.;
acelerado as peneiras 6.5 e 7 mm foram superiores às demais. VASCONCELOS, E. H.; SOUZA, A. G. Qualidade de
Resultados semelhantes foram encontrados na emergência a biodiesel de soja, mamona e blendas durante
campo, sendo que as peneiras 6, 6.5 e 7 mm foram superiores armazenamento. Revista Verde de Agroecologia e
e não diferiram entre si (Tabela 3). Desenvolvimento Sustentável, 2016.
Por outro lado, os resultados de primeira contagem MONSANTO. 2018. Disponível em <
foram inversos aos resultados dos demais testes. A primeira http://www.monsantoglobal.com > acessado em 28 Agosto
contagem avalia, indiretamente, a velocidade de germinação 2019.
de sementes, indicando que quanto menor o tamanho da SILVA, K.R.G.; VILLELA. F. A. Pré-hidratação e avaliação
semente maior é a superfície de contato com o substrato e do potencial fisiológico de sementes de soja. Revista
maior é a velocidade de entrada de água para o interior do Brasileira de Sementes, v. 33, n. 2 p. 331-345, 2011.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
800
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
4 – Conclusões
O espaçamento entre linhas e a população de
plantas não influenciam a germinação de sementes canola. O
Figura 1. A – Comprimento de parte aérea (CPA); B – espaçamento entre linhas de 0,6 m prejudica o vigor das
comprimento de raiz (CR) de plântulas de canola produzidas sementes determinado pela massa seca de plântulas.
sob diferentes espaçamentos e densidades de semeadura.
Letras minúsculas comparam diferentes populações de 5 – Agradecimentos
plantas em um mesmo espaçamento. Letras maiúsculas
comparam a mesma população de plantas em diferentes Universidade Federal da Grande Dourados pelo
espaçamentos pelo teste de Scott Knott ao nível de 5% de auxílio financeiro à primeira e à segunda autora.
probabilidade.
6 - Bibliografia
Para a massa seca de parte aérea (MSPA), verificou-
se que o menor espaçamento entre linhas (0,2 m) BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e
proporcionou o menor resultado na população de plantas de Abastecimento. Regras para análise de sementes. Ministério
40 plantas por m-2 (Figura 2A). Por outro lado, com as da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de
populações de plantas mais elevadas, os espaçamentos entre Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS, 2009.
linhas de 80 e 120 por m-2 apresentaram os menores BALBINOT JUNIOR, A. A.; PROCOPIO, S. D. O.;
resultados de MSPA (Figura 2A). COSTA, J. M.; KOSINSKI, C. L.; PANISON, F.; DEBIASI,
Para a massa seca de raiz (MSR) verificou-se que H.; FRANCHINI, J. C. Espaçamento reduzido e plantio
no espaçamento entre linhas de 0,4 m, a densidade de plantas cruzado associados a diferentes densidades de plantas em
de 120 plantas m-2 foi inferior às demais populações de soja. Embrapa Soja-Artigo em periódico indexado (ALICE),
plantas (Figura 2B). Por outro lado, o maior espaçamento 2015.
entre linhas (0,6 m) foi prejudicial para o vigor de sementes FOLONI, J. S. S.; CALONEGO, J. C.; CATUCHI, T. A.,
determinado pela MSR em todas as populações de plantas BELLEGGIA, N. A.; TIRITAN, C. S.; BARBOSA, A. D.
testadas (Figura 2B). Resultados semelhantes foram M. Cultivares de milho em diferentes populações de plantas
observados por Marinho et al. (2016) sobre o vigor das com espaçamento reduzido na safrinha. Revista Brasileira de
sementes de trigo associado a diferentes densidades de Milho e Sorgo, p. 312-325, 2015.
semeadura (150, 250, 350 e 450 sementes m-2) e concluiu MARINHO, J.; BAZZO, J. H. B.; SOUZA, D.; FOLONI, J.;
que as maiores densidades de semeadura reduziram a CARDOZO, C.; CESCO, V.; ZUCARELI, C. Vigor de
qualidade das sementes produzidas justificado pela maior sementes associado à densidade de semeadura na qualidade
competição entre as plantas. fisiológica de sementes de trigo. In: REUNIÃO DA
COMISSÃO BRASILEIRA DE PESQUISA DE TRIGO E
TRITICALE, 10., 2016, Londrina. Anais... Londrina:
Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale, 2016.,
2016.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
804
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
6 - Bibliografia
BRASIL. Regras para análise de sementes. Brasília:
Mapa/ACS, 2009.
CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência,
tecnologia e produção. Jaboticabal: FUNEP, 2012.
Figura 3. Porcentagem de Emergência de plântulas de GONÇALVES, W. M.; MALUF, W. R.; RESENDE, L. V.;
canola em função de doses de Nitrogênio. SARMIENTO, C. M.; LICURSI, V.; MORETTO, P. Energy
balance of biodiesel production from canola. Ciência Rural,
v. 47, n. 2, 2017.
MAGUIRE, J. D. Speed of germination-aid in selection and
evaluation for seedlig emergence and vigor. Crop Science, v.
2, n. 1, p. 176-177, 1962.
MENGEL, K.; KIRKBY, E. A. Principles of plant nutrition.
3. ed. Bern: International Potash Institute. p. 295-318, 1982.
Florianópolis, Santa Catarina
04 a 07 de Novembro de 2019
806
7° Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia e Inovação de Biodiesel
Camila Cristina Andrade Cardoso (UFBA, andrade.eng.amb@gmail.com), Luciano Matos Queiroz (UFBA,
lmqueiroz@ufba.com), Emerson Andrade Sales (UFBA, andradesales.emerson@gmail.com), Louisa Wessels Perelo
(University of Tubingen, louperelo@gmail.com).
Mediante o observado na Figura 1, os maiores Figura 4. Diagrama de Pareto para a resposta conteúdo
valores de biomassa seca foram encontrados nos ensaios 1 lipídico
(0,40g) e 7 (0,34g), enquanto que os menores foram No caso da variável dependente produção de
percebidos nos experimentos 5 (0,1574g) e 10 (0,1487g). biomassa (Figura 3), aferiu-se que dentre as seis variáveis,
apenas a concentração de sílica e o pH apresentaram efeito
estatisticamente significativo (p<0,10), conferindo efeitos
positivos sobre a resposta, o que significa que, ao permutar
os níveis do mínimo para o máximo, a produção de biomassa
seca aumenta.
Já com referência aos efeitos sobre a variável
dependente conteúdo lipídico (Figura 4) é possível inferir
que os fatores que se mostraram estatisticamente
significativos foram também a concentração de sílica e o pH,
tal qual na resposta biomassa seca. Contudo, de maneira
oposta à variável biomassa seca. Em referência ao conteúdo
lipídico, esses efeitos se mostraram negativos, ou seja, ao
Figura 2. Percentual de conteúdo lipídico (%) variar os níveis do máximo para o mínimo, o conteúdo
lipídico aumenta.
Em contrapartida, analisando a Figura 2, os valores Por fim, levando-se em consideração a média
máximos de conteúdo lipídico aconteceram nos ensaios 5 obtida nos pontos centrais (0,257±0,02g), verificou-se que
(6,48%) e 10 (6,19%) e os mínimos, nos testes 11 (1,17%) e foi possível aumentar a produção de biomassa em até 56%,
15 (0,6%). Nesse estudo ficou explícito o efeito contraposto e o teor lipídico em até 100%, em condições distintas.
das condições nos ensaios 5 e 10, uma vez que eles
expuseram os valores mínimos e máximos das respostas
biomassa seca e conteúdo lipídico, respectivamente. 4 – Conclusões
Karpagam et al. (2015) obtiveram resultados análogos
trabalhando com as espécies dulcícolas (Coelastrella sp. M- Concluiu-se que os fatores pertencentes às
60) e (Micratinium sp. M-13), uma vez que condições que condições de cultivo que apresentaram maior relevância
ocasionaram o aumento do conteúdo lipídico, estatística na produção de biomassa e conteúdo lipídico da
proporcionaram um decréscimo da biomassa. (Halamphora coffeaeformis) foram a concentração de Sílica
É possível verificar os efeitos que os fatores e o pH. Todavia, os efeitos exibidos foram contrários a
independentes apresentaram sobre as respostas observando a depender da resposta requerida.
Figura 3 e a Figura 4.
5 – Agradecimentos
Agradecemos a Capes e ao MCTI pelo apoio
financeiro ao grupo de pesquisa do LABEC e ao Laboratório
de Efluentes (EFLULAB), EPUFBA - Salvador, Bahia.
6 - Bibliografia
BLIGH, E. G.; DYER, W. J. Canadian Journal of
Biochemistry and Physiology. Canadian Journal of
Biochemistry and Physiology, v. 37, n. 8, p. 911–917, 1959.
KARPAGAM, R.; RAJ, K. J.; ASHOKKUMAR, B.;
VARALAKSHMI, P. Characterization and fatty acid
Figura 3. Diagrama de Pareto para a resposta biomassa profiling in two fresh water microalgae for biodiesel
seca production: Lipid enhancement methods and media
optimization using response surface methodology.
Bioresource Technology, v. 188, 2015.
20
canola a fontes e parcelamento de nitrogênio. Revista
90 Kg ha-1 S = 29.0370 + Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 19, n. 11,
10
0.0632x R² = 94% nov. 2015.
0 MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A.
0 30 60 90 120 Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e
aplicações. 2. ed. Piracicaba: POTAFOS, 1997.
Nitrogênio (kg ha-1) RATHKE, G. W.; CHRISTEN, O.; DIEPENBROCK, W.
Effects of nitrogen source and rate on productivity and
Figura 2. Teor de proteína nos grãos de canola produzidos quality of winter oilseed rape (Brassica napus L.) grown in
com diferentes doses de nitrogênio. Dourados-MS. different crop rotations. Field Crops Research, v.94, p.103-
113, 2005.
Para o teor de N foliar, ocorreu efeito significativo TOMM, G. O.; WIETHÖLTHER, S.; DALMAGO, G. A.;
na interação N x S. O modelo que melhor se ajustou foi o SANTOS, H. P. Tecnologia para produção de canola no Rio
linear. Na dose de 90 kg ha-1 de S e 120 kg ha-1 de N, havendo Grande do Sul. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2009. 88 p.
um acúmulo de 32,6 g kg-1 de N (Figura 3). Com as menores (Embrapa Trigo. Documentos, 92).
aplicações de nitrogênio observou-se um acúmulo de 29 g YASARI, E.; AZADGOLEH, M. A.; MOZAFARI, S.;
kg-1 de N. ALASHTI, M. R. Enhancement of growth and nutrient
uptake of rapeseed (Brassica napus L.) by applying mineral
nutrients and biofertilizers. Pakistan Journal of Biological
40
Teor de nitrogênio
30
20
90 Kg ha-1 S = 29,0369 +
10 0,0632x R² = 0,94
0
0 30 60 90 120
-1
Doses de nitrogênio (kg ha )
4 – Conclusões
O desempenho da cultura da canola é influenciado
positivamente pela interação de doses de nitrogênio e
enxofre. O melhor desempenho para altura de plantas foi
observado com 30 kg ha-1 de S e 120 kg ha-1 de N.
5 – Agradecimentos
À Universidade Federal da Grande Dourados e ao
PPGAGRO-UFGD pelo auxílio financeiro à primeira e à
segunda autora, respectivamente.
4 oC 24 c 0,43 b
10 oC 72 a 1,78 a
o
25 C 41 b 1,53 a
CV (%) 27,6 25,4
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem
entre si ao nível de 5 % de probabilidade pelo Teste de
Tukey.
4 – Conclusões
A luz não influencia na germinação de sementes de
cártamo. As sementes apresentam maior velocidade de
formação de plântulas na ausência de luz.
5 – Agradecimentos
A Universidade Federal da Grande Dourados pelo
auxílio financeiro ao primeiro e segundo autor.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) pela concessão de bolsa de
mestrado ao segundo autor.
2 - Material e Métodos
Estacas de dois acessos de Jatropha curcas L.
(NEF13 e NEF16) foram plantadas em vasos plásticos de
12 L contendo uma mistura de solo e areia (2:1) com 1
planta por vaso em 10 repetições, totalizando 20 plantas.
Todas as plantas foram regadas duas vezes ao dia (às
07h00min e às 18h00min), com 400 mL de água, a fim de
manter o solo em sua capacidade de campo. Além disso, o
solo foi fertilizado com solução nutritiva (Hoagland e
Arnon, 1950), ½ força, 50 mL a cada 15 dias, durante os
primeiros dois meses de plantio. As plantas foram
cultivadas na área experimental da Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES, Vitória, ES / Brasil; 20°16'S,
40°18'W) a pleno sol. Aos cinco meses, as plantas foram
transferidas para uma estufa agrícola não climatizada, com
variações de temperatura entre mínimas de 23°C e máximas
de até 50°C. Após 20 dias de aclimatação, um grupo de
cinco plantas de cada acesso foi designado como controle, Figura 1. Parâmetros da fluorescência da clorofila a de
permanecendo sob irrigação, enquanto outro grupo de cinco plantas de Jatropha curcas L., acessos NEF13 e NEF16,
submetidos à seca moderada e severa. Diferenças do Brasil, verificou que os acessos NEF013 e NEF16
significativas entre as médias foram determinadas por meio mostraram-se neutros quanto sua sensibilidade ao calor.
do teste Scott-Knott (p≤0,05). Letras iguais significam que Entretanto, os resultados aqui apresentados indicam que
não houve diferença significante entre os tratamentos. (n=5) ambos os acessos apresentam a capacidade de tolerar
estresses hídricos moderados, como pode ser observado
Este resultados associados a aumentos em DI0/RC (23%) e pela manutenção em PIABS. Por outro lado, NEF16 parece
ABS/RC (21%, dados não mostrados) em relação ao ser mais sensível a condições de seca mais severa,
controle, indicam uma redução do número de centros de resultando em menor índice desempenho do PSII e
reação ativos e no tamanho funcional das antenas sob parâmetros relacionados à fase termal do transporte de
estresse hídrico. Entretanto, o aumento de ϕRo observado elétrons fotossintético (δRo, φRo e etc..), que descrevem a
neste acesso sob seca moderada indica maior eficiência em capacidade de redução do aceptor final além de
um elétron de ser movido do intersistema para o aceptor Fotossistema I (Bussotti et al., 2020). Tais efeitos deletérios
final de elétrons do FSI, quando comparados a NEF16 comprometem eventos desde a captura de fótons até a
(Figura 2). redução dos aceptores finais da cadeia de transporte neste
acesso, tendo como possíveis consequências uma baixa
capacidade fotossintética e reduzido crescimento, com
impactos negativos na produção da cultura.
4 – Conclusões
Plantas de ambos os acessos apresentam
capacidade de tolerar secas moderadas, com manutenção do
desempenho em níveis semelhantes ao controle, sendo em
NEF13 associados a proteção térmica por dissipação e
eficiência da redução de aceptores finais de PSI.
Sob estresse hídrico severo, plantas NEF13 são
mais tolerantes ao estresse hídrico, uma vez que o
desempenho do FSII foi mantido em níveis iguais aos do
controle, com maior aproveitamento da energia, indicando
sua utilização para produção em áreas mais afetadas por
secas e possível sucesso em cenários futuros de mudanças
climáticas desfavoráveis.
5 – Agradecimentos
FAPES e IFES/Itapina.
Figura 2. Parâmetros da fluorescência da clorofila a de
6 - Bibliografia
plantas de Jatropha curcas L., acessos NEF13 e NEF16,
submetidos à seca moderada e severa. (n=5) BUSSOTTI, F.; GEROSA, G.; DIGRADO, A.;
POLLASTRINI, M. Selection of chlorophyll fluorescence
Embora os resultados indiquem uma proteção parameters as indicators of photosynthetic efficiency in
fotossintética por dissipação do excesso de luz em NEF13, large scale plant ecological studies. Ecological Indicators
a diminuição no número de centros de reação ativos pode 2020, 108, 105686.
ter levado a um aumento nos ciclos para a redução JEDMOWSKI, C.; BAYRAMOV S.; BRÜGGEMANN W.
completa do pool de plastoquinona (Paunov et al., 2018) Comparative analysis of drought stress effects on
visto que não foram observadas reduções significativas em photosynthesis of Eurasian and North African genotypes of
PIABS, indicando que NEF13 não parece ter sido wild barley. Photosynthetica 2014, 52, 564-573.
influenciado por este níveis de seca, ainda que aumentos SANTOS, T.A. Avaliação da tolerância de diferentes
significativos tenham sido observados em ϕRo. acessos de pinhão manso cultivados sob alta temperatura
Plantas de ambos os acessos foram limitados sob ambiental. 2016. 40 f. Dissertação (Mestrado em Biologia
seca severa. Contudo, em NEF16 reduções em N podem ter Vegetal). Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória,
contribuído para as significativas reduções em δRo, ϕRo e 2016. http://repositorio.ufes.br/handle/10/10030
PIABS que também foram traduzidas em reduções no STRASSER, A.; TSIMILLI-MICHAEL, M.;
desempenho total da cadeia de transporte de elétrons. SRIVASTAVA, A. Analysis of the fluorescence transient
Reduções em PIABS já foram observadas em In: Papageorgiou, G. C.; Govindjee (eds.), Chlorophyll
resposta a estresses resultados de seca (Jedmowski et al. fluorescence: A signature of photosynthesis. Advances in
2014), principalmente sob condições extremas de restrição Photosynthesis and Respiration Series. Springer: Dordrecht,
hídrica em que a fotossíntese também é influenciada por 2004, p. 321-362.
limitações não estomáticas, como redução no conteúdo e PAUNOV, M.; KOLEVA, L.; VASSILEV, A. Effects of
atividade da Rubisco e aumento de centros não reduzidos different metals on photosynthesis: cadmium and zinc
de QA (Stirbet et al, 2018). affect chlorophyll fluorescence in durum wheat.
Santos (2016) ao analisar nove acessos de International Journal of Molecular Sciences 2018, 19, 787.
Jatropha curcas L. a pleno sol no verão da região Sudeste
foliar (5.0%), comprimento radicular (5.6%) e diâmetro do refere à identificação das características que mais
colo (6.9%). Laviola et al. (2011) constataram que os contribuíram para a divergência genética.
parâmetros diâmetro do caule e altura da planta
contribuíram com 12 e 11%, respectivamente, para a
diversidade genética em genótipos de Jatropha curcas. 4 – Conclusões
Entretanto, Shen et al. (2010) estudando 38 genótipos Neste estudo, a área total radicular e altura foram
provenientes de diferentes regiões da China e Indonésia, as variáveis mais eficientes para explicar a dissimilaridade
também observaram que estes estão misturados entre os entre os genótipos, devendo ser priorizadas na escolha de
grupos do dendrograma gerado pelo método UPGMA, genótipos em futuros estudos com a espécie.
mesmo método que utilizamos em nossa pesquisa.