Apostila de Microbiologia Prática
Apostila de Microbiologia Prática
Apostila de Microbiologia Prática
- LOUIS PASTEUR
APOSTILA PRÁTICA
DE MICROBIOLOGIA
BÁSICA
03 Coloração de Gram
05 Coloração de Ziehl-Neelsen
07 Teste Novobiocina
08 Teste Bacitracina
09 10
Classificação por
Teste Optoquina
tipo de hemólise
12 14
Diferenciação das espécies Fluxograma para cocos
de Staphylococcus gram-positivos
16 Identificação de
enterobactérias 20 Meios de cultura e
inoculação
34 Técnicas de
Semeadura 37 Provas de
Identificação
45 Urocultura
3
Coloração de Gram
Primeiramente será necessário preparar um esfregaço em uma lâmina, com uma fina camada de
bactérias fixadas, provenientes do material a ser analisado.
2. Tocar a colônia bacteriana com uma alça e homogeneizar o material da alça na gota salina
colocada na lâmina;
3. Distender a suspensão bacteriana com movimentos elípticos até que esta forme um “filme”
tênue e homogêneo (esfregaço);
2. Distender a suspensão bacteriana com movimentos elípticos até que esta forme um “filme”
tênue e homogêneo;
Coloração
1. Cobrir o esfregaço com cristal violeta por 1 minuto.
Bactérias Gram-positivas serão coradas pelo cristal violeta, ficando com a coloração
azulada/roxa;
Bactérias Gram-negativas serão coradas pela fucsina, ficando com a coloração rosa.
Bacilos Gram-negativos
Cocos Gram-positivos
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Coloração de Ziehl-Neelsen (Coloração de BAAR)
PRINCÍPIO
AMOSTRA
Amostras do trato respiratório inferior, biópsias, tecidos, líquidos em geral, fezes e linfa de lóbulo
de orelha.
PROCEDIMENTO
1. Preparo do esfregaço
Amostras de escarro:
Biópsias e tecidos
Transferir a amostra para um gral estéril e macerar com auxílio de pistilo. Se necessário,
adicionar algumas gotas de solução fisiológica estéril.
Retirar com o auxílio de uma alça bacteriológica uma amostra do macerado e espalhar em
¾ da lâmina.
Deixar secar dentro da cabine de segurança e fixar no calor antes de corar.
Amostras de urina
Colocar uma gota de solução fisiológica em uma lâmina e emulsionar uma pequena
amostra de fezes sobre a gota.
Deixar secar dentro da cabine de segurança e fixar no calor antes de corar.
2. Coloração
1. Cobrir o esfregaço com fucsina de Ziehl;
2. Aquecer a parte inferior da lâmina com a chama do bico de Bunsen até observar a emissão
de vapores e deixar 5 minutos;
3. Lavar com água corrente;
4. Cobrir o esfregaço com álcool-ácido e deixar por 1 minuto;
5. Lavar com água corrente;
6. Cobrir o esfregaço com azul de metileno e deixar por 2 minutos;
7. Lavar com água corrente;
8. Deixar secar ao ar.
0 bacilos/campo Negativo
1 a 2 bacilos/300 campos Confeccionar nova lâmina*
1 a 9 bacilos/100 campos 1+
1 a 9 bacilos/10 campos 2+
1 a 9 bacilos/campo 3+
>9 bacilos/campo 4+
* Se o resultado persistir, pedir nova amostra para confirmar o resultado.
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Novobiocina
Interpretação
Bacitracina
Interpretação
Interpretação
Positivo (Sensível):
• Disco de 6 mm: halo de inibição de 14 mm ou mais.
• Disco de 10 mm: halo de inibição de 16 mm ou mais.
Negativo (Resistente):
• Disco de 6 mm: halo de inibição inferior à 14 mm ou ausência de halo.
• Disco de 10 mm: halo de inibição inferior à 16 mm ou ausência de halo.
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Não havendo hemólise, diz-se que o estreptococo é do tipo gama ou não hemolítico.
Ex.: Enterococcus faecalis
Classificação de Lancefield
S. epidermidis + - - Sensível
S. saprophyticus + - - Resistente
Positivo (+); Negativo (-)
Manitol
O S. aureus fermenta o meio manitol (tornando-o amarelo), enquanto que as outras duas
espécies não o fermentam.
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Diferenciação das principais categorias ou espécies de Streptococcus spp.
mais frequentemente envolvidas em infecções em seres humanos.
Staphylococcus spp.
CATALASE + Micrococcus spp.
Manitol
S. epidermidis
S. saprophyticus + - Micrococcus sp.
S. aureus
Bacitracina S
Coagulase
DNAse
S. aureus + - S. epidermidis
S. saprophyticus
Novobiocina
S. epidermidis S R S. saprophyticus
Streptococcus spp.
CATALASE - Enterococcus spp.
S Optoquina R S Bacitracina R
+ Bile Solub. - R STX R
S. pneumoniae S. pyogenes
Enterococcus spp.
S. bovis + Bile Esculina - CAMP
S. equinus
S. viridans
- +
NaCl 6,5%
S. bovis E. faecalis
S. equinus E. faecium
(não enterococos) E. durans
Fermentam glicose;
São citocromo oxidase negativos;
Reduzem nitrato em nitrito;
São anaeróbios facultativos.
ISOLAMENTO
O ágar MacConkey e o EMB são os mais utilizados para o isolamento das enterobactérias de
amostras clínicas, com exceção das fezes em que é utilizado uma combinação de meios
diferenciais, meios seletivos e um meio de enriquecimento.
MacConkey EMB
Inibidores de Gram positivos Cristal violeta, sais biliares Eosina azul de metileno
Substrato diferencial Lactose Lactose
Controla o crescimento do véu Cepas de E. coli desenvolvem
Vantagens
do Proteus sp. brilho metálico
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IDENTIFICAÇÃO
INOCULAÇÃO
Com o auxílio de uma agulha de platina, coletar a amostra da colônia a ser pesquisada e
inocular através de picada até o fundo do tubo, realizando estrias na superfície do meio de
Rugai.
Incubar em estufa a 36°C por 24 horas.
Lisina:
o Reação positiva: qualquer cor diferente do amarelo
o Reação negativa: cor amarela
Motilidade:
o Reação positiva: turvação do meio, qualquer crescimento além da picada
o Reação negativa: crescimento apenas na picada
Indol – Reação positiva: cor vermelha após adição de uma gota de reativo de
Kovacs no papel de filtro existente na parte interna da tampa. OBS.: Esta leitura
deve ser realizada após incubação.
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Esta tabela é válida somente para o meio de Rugai e este aspecto apresentado refere-se a
amostras de perfil bioquímico típico.
Neste meio, devido à grande diversidade de substratos, pode ocorrer interferência entre as
reações observadas. O microbiologista deve estar atento a este fato.
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Meio Mio (Meio Ornitina Indol Motilidade)
O meio MIO foi formulado por Ederer e Clark, e Oberhofer e Hajkowski para detecção de
motilidade, descarboxilação de indol e ornitina em um único tubo de cultura. A caseína enzimática
hidrolisada e a digestão péptica de tecido animal fornecem aminoácidos e outras substâncias
nitrogenadas.
Organismos fermentam a dextrose de maneira a formar ácido que causa a mudança de coloração
do indicador de pH bromocresol púrpura, de púrpura a amarelo.
A reação negativa da descarboxilase é indicada pela coloração amarela do meio ou amarelo com
uma banda púrpura próxima ao topo do meio.
Esta prova é, geralmente, utilizada para diferenciar os diferentes gêneros das Enterobactérias e
para distinguir esta família de outros bacilos Gram-negativos de origem intestinal. Esta
diferenciação é feita atendendo às diferenças na fermentação dos carboidratos presentes no
meio e à produção de sulfureto de hidrogénio (H2S).
O TSI é um meio sólido e apresenta uma base e uma inclinação. É constituído de glicose (0,1%),
lactose (1,0%) e sacarose (1,0%), peptonas, aminoácidos, incluindo sulfurados, tiossulfato de
sódio e citrato férrico amoniacal (indicador da produção de H 2S), com pH neutro e um indicador
de pH, o vermelho de fenol.
1. Com uma alça de platina ou swab, transferir 3 a 4 colônias com a mesma morfologia e
inoculá-las em 3 a 4 mL de solução fisiológica a 0,9% em um tubo de ensaio;
2. Agitar vigorosamente os tubos para ter uma suspensão (turvação) uniforme, pois em
repouso tende a precipitar;
Inoculação da placa
2. Comprimir o swab contra a parede interna do tubo para retirar o excesso do inóculo;
4. Deixar a placa semeada secar por 5 minutos à temperatura ambiente, para que o
inóculo seja completamente absorvido pelo ágar antes de aplicar os discos. (Não
ultrapassar 15 minutos entre a semeadura e a colocação dos discos).
2. Após colocar o disco, pressionar levemente com um auxílio da pinça sua superfície;
4. Uma vez colocado, não remover os discos do lugar, pois a difusão da droga é imediata.
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2. O diâmetro do halo de inibição é lido em milímetros (mm) com auxílio de uma régua ou
halômetro sobre o fundo da placa;
3. Colônias pequenas dentro dos halos devem ser verificadas se são clones resistentes ou
eventual contaminação, antes de serem liberadas como cepas resistentes a estes
antimicrobianos;
4. Considere os halos de inibição a partir do ponto, onde não foi observado o crescimento
bacteriano a olho nu.
Os halos de inibição para cada antimicrobiano testado devem ser interpretados como sensível,
intermediário ou resistente, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI) mais atual.
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Teste de Sensibilidade Antimicrobiana
Enterobactérias;
Pseudomonas spp.,
Acinetobacter spp.;
Staphylococcus spp.;
Enterococcus spp.;
Streptococcus pneumoniae;
Streptococcus do grupo viridans e beta-hemolítico;
Haemophilus influenzae;
Complexo Burkholderia cepacia;
Stenotrophomonas maltophilia;
Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis.
NaCl 6,5%
PRINCÍPIO
A tolerância ao NaCl a 6,5% é uma prova utilizada para verificar a
capacidade de alguns microrganismos crescerem em presença do sal.
O meio base utilizado é o BHI caldo, que é um meio nutritivo de uso geral,
empregado para o cultivo de muitas bactérias. Este meio normalmente contém
0,5 % de NaCl e aumenta-se a concentração para 6,5 %, tornando um meio
semi-seletivo para o desenvolvimento de alguns microrganismos.
UTILIDADE
Separa Enterococcus spp., que são NaCl 6,5 % positivo dos demais
Streptococcus spp., que são NaCl 6,5% negativos.
TÉCNICA
INTERPRETAÇÃO
CONTROLE
Positivo: Enterococcus faecalis ou Enterococcus faecium.
Negativo: Streptococcus do grupo viridans ou Streptococcus pneumoniae
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Técnicas de semeadura
Estria Reta: semear com agulha bacteriológica, fazendo uma linha reta, com cuidado
de não ferir o Agar, partindo da base para a extremidade do bizel (superfície inclinada
do meio).
Objetivo: obtenção de pequena massa de micro-organismos.
Estria simples: transferir uma alçada da cultura para meio sólido em placa e
estriar com a alça bacteriológica sobre o meio. A estria pode ser realizada em
movimento de zig-zag (estria sinuosa) ou como uma linha reta sobre o meio
(estria reta).
Objetivo: obtenção de colônias isoladas. É importante não cruzar as estrias (não tocar a alça na
estria anterior), para reduzir o inóculo a cada estria e obter as colônias isoladas. Pode-se,
alternativamente, flambar a alça entre as estrias e tocar a ponta da estria anterior, arrastando um
pequeno inóculo para a próxima estria.
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Difusão: uma alçada da colônia (Agar em placa) ou da cultura (de outro meio ou
líquido) é introduzida no meio líquido, com agitação da alça, para maior difusão dos
micro-organismos (da alça para o meio e homogeneização no meio). Pode-se inclinar
o tubo a 30° e esfregar o inóculo na parede do mesmo, quando o tubo retornar à
posição original o inóculo se difundirá no meio.
Objetivo: é um repique genérico para crescimento bacteriano em meio líquido.
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PROVAS DE IDENTIFICAÇÃO
Teste da solubilidade em bile
Detergentes fracos, como os sais biliares desoxicolato de sódio ou taurocolato de sódio têm a
capacidade de lisar seletivamente o S. pneumoniae. Estes sais ativam as enzimas autolíticas
(autolisinas) produzidas pelo pneumococo, acelerando a reação lítica natural da bactéria.
PROCEDIMENTO
Preparar uma suspensão bacteriana densa a partir da cultura recente, que não tenha
ultrapassado 18-24 horas de incubação;
Separar dois tubos de ensaio com transparência adequada para observar a presença de
suspensão bacteriana. Marcar um com “C” (tubo controle) e outro com “T” (tubo teste);
Adicionar solução de desoxicolato de sódio a 2% ao tubo “T” e solução salina a 0,85% ao
tubo “C”. Os volumes em cada tubo devem ser iguais, pequenos, mas suficientes para
fazer a leitura, por exemplo, 0,5 mL. Adicionar a cada tubo o mesmo volume, por exemplo,
0,5 mL da suspensão bacteriana;
Homogeneizar e fazer a leitura imediatamente, após 1h e até 2h de incubação a 35 ºC
(±2ºC).
INTERPRETAÇÃO
Se o tubo T apresentar turvação visivelmente menor que o controle ou estiver límpido, o teste é
positivo e identifica Streptococcus pneumoniae.
C T
Positivo
S. pneumoniae
Negativo
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Teste de CAMP
FINALIDADE
O serve para identificar de cepas de S. agalactiae (grupo B). Estas cepas produzem o fator CAMP
(Christie, Atkins e Munch-Petersen) que atua sinergicamente com a β-hemolisina produzida pelo
Staphylococcus aureus em ágar sangue.
TÉCNICA
Semear um inóculo de Staphylococcus aureus (ou cepa de S. aureus com duplo halo de
hemólise) de um ponto a outro da placa de ágar sangue;
Staphylococcus aureus
(produtor de β-hemolisina)
Ágar Sangue
INTERPRETAÇÃO
A formação de uma seta ou meia-lua convergindo para o S. aureus na intersecção do
crescimento das duas bactérias indica que o teste é positivo, e indicativo de S. agalactiae.
Se não houver formação de seta ou meia-lua, o teste é negativo e a cepa não pertence ao grupo
B de Lancefield.
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Teste de DNAse
O teste de DNAse é usado para detectar a degradação do DNA, contido no meio de cultura, por
bactérias que possuem uma enzima extracelular, a desoxirribonuclease, responsável pela reação.
O teste é útil para diferenciar Staphylococcus aureus de outros tipos bacterianos. Ao utilizar o
meio de Ágar DNAse, deve-se acrescentar uma quantidade de HCl para revelar a atividade
enzimática.
Uma zona transparente em volta da colônia indica reação positiva. Caso não haja atividade dessa
enzima o HCl reagirá com o ácido nucleico intacto, formando um precipitado em todo ágar.
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Prova da catalase
PRINCÍPIO
A catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio (H 2O2) em água e oxigênio.
UTILIDADE
Para Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus, Listeria, Corynebacterium, Micrococcus, Baci
llus, Moraxella catarrhalis.
INOCULAÇÃO
Colocar uma gota de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) 3% sobre uma lâmina em um
tubo;
Com auxílio de fio bacteriológico, agregar a colônia em estudo na gota de peróxido de
hidrogênio.
INTERPRETAÇÃO
PRINCÍPIO
Verificar a capacidade de microrganismos reagirem com o plasma e formarem um coágulo, uma
vez que a coagulase é uma proteína com atividade similar à protrombina, capaz de converter o
fibrinogênio em fibrina, que resulta na formação de um coágulo visível. Pode ser encontrada em
duas formas que possuem diferentes propriedades: coagulase conjugada e coagulase livre.
A coagulase livre (prova em tubo) é uma substância similar à trombina e está presente em
filtrados de cultivos. É secretada extracelularmente e reage com uma substância presente no
plasma denominado Fator de Reação com a Coagulase – CRF, para formar um complexo que,
por sua vez, reage com fibrinogênio, formando fibrina (coágulos). Quando uma suspensão em
plasma do microrganismo produtor de coagulase é preparada em tubo de ensaio, forma-se um
coágulo visível após o período de incubação.
UTILIDADE
Separar as espécies de Staphylococcus de importância clínica, S. aureus – coagulase positiva,
das demais espécies – coagulase negativa.
INOCULAÇÃO
Coagulase conjugada:
Traçar dois círculos com lápis de cera em uma lâmina de vidro;
Colocar duas gotas de água destilada ou solução fisiológica estéreis dentro de cada círculo;
Com auxílio de um fio bacteriológico agregar a colônia em estudo, homogeneizando
delicadamente em cada círculo;
Colocar uma gota de plasma para a prova de coagulase em um dos círculos;
No outro círculo, adicionar outra gota de água destilada ou solução fisiológica estéreis, como
controle;
Homogeneizar com palito de madeira;
Inclinar a lâmina delicadamente, para frente e para trás;
Observar presença de aglutinação.
Coagulase livre:
Com auxílio do fio bacteriológico, suspender colônias em estudo em caldo BHI e colocar em
estufa à 37ºC até que turve;
Se necessário, acertar a turbidez até 0,5 da escala de MacFarland;
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Em um tubo de ensaio estéril, colocar 0,5 ml de plasma reconstituído e 0,5 ml do caldo BHI
com crescimento bacteriano recém turvado;
Incubar em estufa à 35ºC 4 horas;
Verificar se há presença de coágulo;
Se não houver presença de coágulo, incubar o tubo em temperatura ambiente e repetir as
leituras com 18 e 24 horas de incubação.
INTERPRETAÇÃO
Coagulase conjugada:
+ Positiva: formação de precipitado branco e aglutinação dos microrganismos da suspensão,
após 15 segundos, no círculo que contém o plasma.
- Negativa: ausência de aglutinação no círculo que contém o plasma.
***A presença de precipitado ou aglutinação, torna a prova inespecífica, devendo ser repetida a
prova em tubo.
Coagulase livre:
+ Positiva: presença de qualquer grau de coágulo.
- Negativa: ausência de coágulo.
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Prova de Citocromo oxidase
A prova utiliza certos reativos corantes, que atuam como aceptores artificiais de elétrons,
substituindo o oxigênio. O reativo corante é incolor no estado reduzido, mas na presença de
citocromo oxidase e oxigênio atmosférico se oxida formando azul de indofenol.
PROCEDIMENTO
Técnica direta – adicionam-se diretamente na placa 2 gotas do reativo às colônias
bacterianas isoladas que cresceram na placa.
Técnica indireta (tiras de papel) – adicionam-se algumas gotas do reativo na tira de papel e
estende-se uma alça da colônia suspeita.
INTERPRETAÇÃO
As colônias bacterianas que possuem atividade de citocromo oxidase desenvolvem em 10
segundos uma cor azul escura no local da inoculação.
***Não usar alça de inoculação de aço inoxidável, pois os produtos de oxidação formados na
superfície ao flambá-la podem produzir reação falso-positiva.
E. coli Pseudomonas
CONTROLE
Positivo – Pseudomonas aeruginosa
Negativo – Escherichia coli
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Urocultura
Amostras de urina devem ser submetidas à cultura quando existe a suspeita de infecção do trato
urinário, para controle de tratamento, ou em pacientes assintomáticos com alto risco de infecção.
Os agentes etiológicos que mais frequentemente causam esse tipo de infecção são as
enterobactérias, como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus spp., Enterobacter spp., e
entre os cocos gram-positivos os mais frequentes são os estafilococos, destacando o
Staphylococcus saprophyticus e o Enterococcus spp.
A grande maioria das infecções urinárias é caracterizada pela presença de um número elevado
de leucócitos na urina (piúria), sendo importante verificar, juntamente com a cultura, a contagem
de leucócitos e a presença de microrganismos (bacteriúria).
A presença de piúria é uma resposta inflamatória e em algumas situações sua presença não está
relacionada com infecção urinaria. É importante ressaltar que há situações em que infecções
urinárias podem apresentar contagem normal de leucócitos ou somente um pouco elevada.
1. Coleta da amostra
- Urina de jato médio:
É a amostra mais comum submetida para cultura. Deve ser realizada higiene prévia da região
genital. Desprezar o primeiro jato de urina. Colher o jato médio em frasco estéril apropriado e o
restante da micção deve ser desprezado.
É a amostra obtida de crianças com auxílio de saco coletor. Fazer higiene prévia na região
genital e colocar o saco coletor de forma asséptica. Trocar o coletor a cada 45 minutos a 1 hora,
repetindo a higiene. É fundamental evitar contaminação fecal.
Essa amostra não é ideal para cultura. Nessa situação pinçar a cânula do coletor. Realizar
desinfecção da cânula com álcool a 70%. Com uma seringa e agulha estéreis puncionar a cânula
e retirar até 10mL de urina. Colocar em frasco estéril.
2. Procedimento
- Coloração de Gram:
Interpretação do resultado:
Para uma interpretação mais adequada da cultura de urina devemos levar em consideração não
só a contagem do microrganismo, mas também a presença ou ausência de leucócitos e se
possível a sintomatologia clínica.
Ágar CLED
Independente do tipo de coleta realizada, o resultado da cultura de urina deve sempre ser
quantitativo em unidades formadoras de colônias por mililitro de urina (UFC/mL).