For Real - Alexis Hall
For Real - Alexis Hall
For Real - Alexis Hall
Toby não sabe quem ele quer ser ou o que ele quer fazer. Mas ele
sabe, com toda a certeza da juventude, que ele quer Laurie. Ele quer que ele
fique de joelhos. Ele quer machucá-lo, ele quer fazê-lo implorar, ele quer
fazê-lo se apaixonar. O problema é que, enquanto Laurie vai entregar seu
corpo, ele não entregará seu coração. Porque Toby é muito jovem, muito
intenso, muito fácil de ferir. E o que eles têm - não importa o quão certo
seja - não pode durar.
—John Donne
Capítulo 1
Laurie
Mas tudo o que eu disse era verdade. Foi um dia muito longo. E eu
sempre odiei esse negócio de código de vestimenta. Era quase como se a
cena tivesse uma lógica de conto de fadas: um indigente vestido para o baile
era uma princesa. Um lobo em uma touca de dormir, uma vovó. Um idiota
em um par de calças de couro, um dom.
KM
comunicar minhas inclinações sexuais usando um chapéu bobo, eu estava
sendo desnecessariamente rude.
— D-a-l-z...
— Esqueça.
Virei-me para fugir, quando a porta dos sanitários neutros atrás dela
se abriu, e os dois - por falta de um termo melhor - amigos que insistiram
para que eu saísse à noite entraram no corredor. Sam parecia estar vestido
como um pirata steampunk1. Grace usava um espartilho com estampa de
arco-íris e calcinhas extremamente cheias de babados. Eles não tinham
nenhum problema em comunicar suas inclinações sexuais usando chapéus
ridículos.
1 E, assim como o Vintage, Art Déco e o Retrô, a cultura Steampunk também é uma reflexão com uma
KM
— Ele está com a gente, ele está com a gente! Laurie, volte.
Eu voltei.
Além disso, com a internet sendo o que era, você poderia fazer sexo
degradante com pessoas que você não gostaria de ter entregues diretamente
à sua porta. Infelizmente, Grace e Sam não concordaram. Eles insistiram
que eu precisava sair mais. Na verdade, conhecer pessoas. Como se isso
fosse acontecer em um clube de BDSM.
Mas lá estava eu. Não tanto por mim mesmo, mas na esperança de
que faria meus amigos calarem a boca.
KM
Grace foi tentar nos trazer bebidas, então eu fiquei com Sam
conforme as regras. Eles tinham um acrônimo bonitinho para ele na carta,
mas essencialmente estávamos destinados a policiar uns aos outros.
Garantir que ninguém se machucasse. Ou melhor, que ninguém se
machucasse de uma forma que eles não tivessem consentido
explicitamente. Tudo muito sensato. Tudo muito legal.
ser legal. Ser agradável não era preponderante para mim. Não poderia me
fazer gritar ou implorar ou gozar ou me sentir inteiro.
KM
— E eu que pensei que você deveria ser um masoquista.— Ela
colocou um braço em volta de mim e me puxou brevemente para o lado
dela. Eu odiava sentir o quão bom era ser abraçado.
Ele estava com o novo... menino, amante, sub. Que já não era mais
novo.
KM
KM
segredos menos divulgados do sexo em grupo era com que frequência isso
se convertia em uma questão de logística.
Nós nunca fomos públicos, Robert e eu. O que tínhamos tido, o que
tínhamos feito, tinha sido muito particular e muito precioso. Nós não
teríamos exibido isso diante do mundo mais do que teríamos deixado
alguém nos ver na cama em uma manhã de domingo, onde ele me traria
torradas, chá e o The Times, e preguiçosamente me chuparia. Era uma coisa
somente nossa.
KM
Era este outro homem que sofria por ele e implorava e chorava e
carregava as marcas e os beijos de Robert em sua pele. Os segredos que
costumavam ser meus.
KM
— Eu sinto que estou preso em uma farsa reversa. Toda vez que ele
roça as unhas nas costas de outra pessoa, eu sinto isso.
KM
— Você é extremamente quente quando está de sacanagem —
ronronou Sam, acariciando o interior da minha coxa, que, mesmo através
das minhas calças, me fez estremecer. O que ele sabia que aconteceria. Ele
continuou com uma voz muito diferente: — Mesmo que você esteja
mentindo descaradamente.
— Como ele sabe sobre esse lugar? —Sam soou cinquenta por cento
chocado, cinquenta por cento admirado. — Na sua idade eu ainda estava
enviando roupas de volta para casa, então minha mãe faria isso, não
entrando em festas sexuais excêntricas.
KM
— Mas nós poderíamos conseguir um canil para ele. Dar a ele seu
próprio Converse para mastigar. E... e um iPod para ouvir o Panic! At the
Disco2.
— O que você vai fazer? —A voz de Sam se suavizou. — Ele vai ficar
KM
bem, honestamente. Eles são muito cuidadosos com quem eles deixam
entrar. Pense no problema que tivemos para trazer este idiota rabugento
para dentro. E ele provavelmente tem um rosto enganoso. Ele poderia
realmente ter uns quarenta e dois ou algo assim. Uh... cara, aonde você vai?
KM
Ele não era particularmente atraente. Ele era ligeiramente sem
forma, indefinido, todo ângulos e irregularidades, acne salpicando a linha
de sua mandíbula.
Eu deveria ter deixado ele ir. Mas eu não fiz. — Essa é a sua primeira
KM
vez?
Não ria. Isso não era algo pelo qual eu tinha que lutar contra muitas
vezes. Mas ele era um pouco arrogante em seu desafio. Um pouco arrogante
e um pouco absurdo. — Eu acho que eu provavelmente mereci isso.
KM
impressionante. Não bonito e nem deslumbrante. Mas as pessoas olhariam
para ele.
E agora ele sorriu para mim. Com todos os dentes. A forma que
apenas as pessoas que não eram autoconscientes sabiam sorrir.
KM
muito rapidamente agora, sua honestidade, seu próprio desafio — não é
certo, nem suficiente, ou algo assim. Basicamente, não é o que eu quero.
Não é nem um pouco parecido com o que eu quero.
Ele ergueu sua cabeça. Deus, seus olhos. Daqui a alguns anos... em
poucos anos, não gostava de pensar no que alguém com olhos assim
poderia fazer comigo. Ou me levar a fazer.
— O que eu não quero— ele disse, — ...é alguém como eu. Tipo, qual
KM
Então eu esperei. Eu esperei por ele. Como eu não tinha feito por
ninguém em anos.
KM
Senti como se ele tivesse puxado o universo inteiro debaixo dos
meus pés, me soltando e caindo em uma aterradora queda livre. Então eu
tentei fazer pouco disso. — Alguém muito velho para você?
— Alguém que sabe quem ele é, e age como se ele fosse dono de toda
a porra do mundo.
sou um Dom.
KM
— É como —continuou ele, atormentado, —...se você não tivesse
permissão para ser um Dom até atingir quarenta, ter seis metros de altura e
possuir seu próprio calabouço de escravidão sob medida. Mas eu
provavelmente não vou ficar mais alto, e quarenta está muito longe, então o
que diabos eu devo fazer agora?
— De quê?
KM
Ele torceu as duas mãos em seu cabelo até que ele era todo arestas e
ângulos, dedos, pulsos e cotovelos. — Eu penso sobre isso o tempo todo do
caralho. Quando eu me masturbo à noite. Mas estou tão entediado com a
fantasia. Eu quero algo real. Eu preciso disso. Eu preciso saber como
realmente se sente.
KM
Eu não sabia por que fiz isso.
Talvez porque ele era bonito, tão sincero, tão vulnerável e ao mesmo
tempo tão destemido.
Alguns Doms, talvez até a maioria dos Doms, poderiam querer que
eu baixasse a cabeça, mas eu ainda não tinha certeza de para quem estava
fazendo isso, e queria - eu queria - olhar para ele.
KM
E em meio a esse silêncio, meu menino apenas engasgou. Parecia a
boca dele no meu pau. Seus olhos estavam arregalados, tão nebulosos
quanto vitrais no dia mais brilhante imaginável. Ele oscilou um pouco e
colocou uma mão contra a parede para se equilibrar.
minha cabeça para trás para segurar seu olhar. Minha altura não contava
nada agora. Aqui, a seus pés.
Ele correu um dedo pela linha exposta da minha garganta. Como ele
sabia fazer isso? Eu fiz um som para ele, áspero, baixo e indefeso. Então ele
me segurou com a palma da mão quente contra o meu pescoço, e era tudo o
que eu podia fazer para não empurrar para frente na segurança e na ameaça
daquele toque simples e instintivo.
O que eu fiz?
KM
Mas ele apenas sorriu, e pressionou um pouco mais forte, não o
suficiente para impedir a minha respiração, mas o suficiente para que eu
sentisse cada inalação. Como se fosse sua escolha entregá-las para mim. A
corrida do meu pulso encheu minha cabeça como o bater de mil asas.
KM
Capítulo2
Toby
Não sei onde encontrei coragem para fazer isso. Mas eu acho que é
por causa de como ele está olhando para mim enquanto ele permanece
ajoelhado lá.
KM
Eu não sou gracioso e nunca vou ser. Mamãe diz que isso é algo que
cresce junto com você, mas ela está dizendo isso há dez anos. É um pouco
ruim quando você olha no espelho e percebe que não vai mais crescer,
crescer ou estacionar daquele jeito mesmo. Isso é isso. E uma coisa na qual
você está preso.
luxúria e inveja, sobre querer gozar sobre alguém e querer ser ele ao mesmo
tempo. Ou o contrário.
KM
está de perfil, ele parece realmente estranho, todo linhas e ângulos, cheios
de segredos trancados.
E tem uma estranha distância nele. Ele não é frio - não exatamente -
mas há essa sensação de quase selvageria, como quando você está
assistindo um documentário sobre a natureza e você vê um tigre e pensa,
Deus, ele é lindo e Deus ele poderia arrancar totalmente meu rosto ao
mesmo tempo. Não é algo que você possa colocar seu dedo, como altura
(embora ele seja mais alto do que eu) ou força (embora ele seja mais forte
do que eu), mas há algo lá. Esse poder. Como se a aparência comum fosse
apenas uma máscara que ele usa.
KM
KM
Eu realmente não deveria ter usado meus jeans apertados. Porque agora ele
estava me estrangulando.
palavra para isso - subdar 3 soa uma porcaria -, mas às vezes ele fica
apitando com tanta força, geralmente pelo tipo de pessoa que você não acha
que funciona dessa maneira. Exceto que sim, e eu geralmente sou muito
covarde para fazer qualquer coisa sobre isso.
3 Acho que aqui ele está querendo dizer que tem um radar para subs.
KM
— Não trouxe um.
A próxima coisa que eu sei é que ele está despejando seu casaco de lã
de caxemira e seda nos meus ombros. Para um casaco tão grande, ele não
pesa praticamente nada, e ele caminha ao longo do chão atrás de mim como
se eu fosse um imperador baixinho e bundão. Eu quero dizer a ele que eu
não preciso disso, mas eu não sei como fazer isso sem soar como uma
criança petulante. E eu realmente, realmente, não quero que ele pense isso
sobre mim. Pelo menos, não até ele se ajoelhar para mim novamente. É
bobo, mas antes que ele fizesse isso eu apenas fantasiava com ele, e eu
realmente não me importava com o que ele pensava.
KM
Eu não tinha ideia que seria assim. Que ter alguém de joelhos para
você te tornaria tão vulnerável.
KM
Uau, é muito difícil acreditar que ele já sorriu para mim. Ajoelhou-se
por mim. Olhou-me do jeito que ele fez.
Ela acha que eu vou ficar na casa de um amigo. Exceto que eu não
tenho mais amigos, porque eles estão todos na universidade, crescendo
como pessoas.
KM
Certo?
KM
O táxi chegou, e nós entramos e nos sentamos lá em silêncio porque
eu não consigo pensar em uma única merda para dizer. Ele está olhando
pela janela com o rosto virado, então tudo o que estou conseguindo é essa
bagunça brilhante de sombra e luz sobre o perfil dele. Faz-me sentir a
milhas de distância. Como se eu não o conhecesse.
Merda.
KM
Eu não conheço nada sobre design de interiores, mas eu posso dizer
que é super legal. Limpo e creme, e durante o dia eu acho que deveria
entrar muita luz daquelas grandes janelas arqueadas. Eu me pergunto se é
onde ele se sentava no verão, todo elegante e dourado como um leão
fingindo ser manso.
Mas nós não estamos nem falando, apenas estamos a uma distância
educada um do outro no meio desta linda sala, e eu não tenho
absolutamente nenhuma ideia do que ele está pensando.
— Nós podemos fazer isso onde você quiser.— Ele soa tão perfeitamente
sereno. Como se isso fosse perfeitamente normal. Talvez seja. Para ele. —
Só não no meu quarto ou no quarto trancado no último andar.
KM
Argh.
interruptores, então, a luz artificial é suave, não dura. Mágico, quando ele
cai de joelhos novamente. E desta vez é para mim, só para mim, e é ainda
melhor do que antes.
Puta merda, esse era eu? Era eu. Merda, eu fui longe demais. Eu
sempre vou longe demais.
KM
claramente me adiantando um pouco nisso, mas eu quero tanto que eu não
me importo.
Então ele está de pé novamente. E ele está fazendo isso. Ele está
realmente fazendo isso. Ele está tirando a roupa. Suas mãos não estão bem
firmes, e isso me faz sentir bem, tão bem pra caralho.
E uau, seu corpo. Ele não é um coelho de academia, mas isso sempre
parece artificial para mim, que eu quero sempre dizer, pare de tentar tanto.
Coma um bolinho. Mas ele é forte e magro sem ser intimidadoramente
rasgado, e a luz pega o cabelo em seu peito e estômago e antebraços, então
ele meio que brilha um pouco. Eu amo isso, e eu sei que estou olhando para
KM
ele, mas qual seria o ponto de pedir para ele tirar a roupa se eu não olhasse?
Ah, e ele está duro também, só com isso, e eu também amo isso.
KM
Porque funcionou no clube, eu tento: — Eu quero que você olhe para
mim.
Tudo o que eu digo, uma escolha que ele faz, um passo que ele dá.
É assim que eu sei que é real para ele. E isso torna real para mim.
KM
Uau.
Estava escuro demais no clube, mas ele tem isso... Como você chama
isso... olhos heterocromáticos. Eles estão cinza de inverno todo o caminho
até a borda interna de suas íris e então, bam, há este anel de ouro.
Eu não.
Eu meio que pesco meu pau, que está totalmente pronto para ir, e
tento não me sentir tão bobo, parado ali segurando-o.
KM
Então eu lembro de algo. — Não deveríamos ter uma palavra de
segurança?
Talvez esta não seja a coisa certa a dizer, porque, finalmente, ele
responde: — Eu estou ajoelhado aos seus pés enquanto você se masturba.
Se eu não gostar, posso me levantar e ir embora.
Bem. Eu acho que ele tem um ponto. Mas eu meio que gostaria que
ele não tivesse dito isso. E meu pau não está muito interessado nisso,
porque na verdade ele encolhe um pouco, como se estivesse tentando se
enfiar no prepúcio, onde ninguém pode se sentir estranho.
Foi assim que me lembrei que o que mais me pareceu real foi
quando eu estava conversando com ele. Foi isso que o deixou de joelhos, na
verdade. Tudo o que eu disse. Ou alguma parte disso, porque eu falei muito.
KM
coisa... tipo uma luz, não é bem um sorriso, mas como se fosse sua própria
rendição.
Oh foda-se. Agora ele provavelmente acha que sou psicótico. Mas ele
KM
não recua, ou se levanta, e o que quer que estou vendo refletido em seus
olhos não é uma expressão de choque. Eu estava prestes a deixar escapar
que eu realmente não iria fazer isso, mas de repente eu sei que eu não tenho
que dizer isso. Não para ele. Então, ao invés disso, eu apenas continuo com
a conversa suja.
KM
Eu estou incrivelmente duro novamente. Do tipo, você quer uma
foto assim, duro.
E ele... bem... Uau... Meu pau é apenas, sabe, meu pau. Está bem.
Faz o serviço. É bom quando eu o esfrego contra as coisas. Mas eu poderia
ficar obcecado pelo dele. É realmente... bonito, robusto e esticado, carente e
agressivo ao mesmo tempo, e embainhado em pele reluzente, com essas
gotas de umidade coroando a ponta, como minúsculas opalas perfeitas. Eu
acho que elas teriam sabor de calor e sal, lágrimas e ele. Se eu tivesse uma
mão ao redor da base, ele ficaria todo exposto, todos os lugares sensíveis,
KM
KM
Ou faz, mas de um jeito bom. Isso faz sentido? Como se me iluminasse por
dentro.
irregular e rouco. E, por baixo, há o eco dele, e isso é tão quente, nossos
corpos não se tocam, mas nossas respirações se enroscavam juntas. Não é
nada, é apenas ar, mas parece tão visceral, e tão lá, como se nossas bocas
estivessem fodendo.
— Eu vou lembrar-me disso por toda a vida. Vai estar em mim para
sempre. —Deus. Minha mão aperta e o mesmo acontece com o prazer,
KM
torcendo como um saca-rolhas dentro de mim... quase, quase, quase. —
Porra.
Porque faz isso muito mais do que físico. Mais do que simplesmente
o ato de se ajoelhar. E de repente eu sei que o que eu senti no clube estava
certo: ele é cru neste desejo e na exatidão dele. Nós somos iguais.
KM
comigo mesmo pela pornografia de tudo isso, se eu não estivesse tão fora da
minha cabeça, fodidamente delirante e nesse tipo de estágio estranho de
pré-constrangimento. Onde você ainda está flutuando, perdido no incrível
momento de tempo, debilitado com os ohhhhhhfoooodaasimmm, mas você
está começando a ter aquela vaga sensação de que vai ficar estranho e
estranho quando você piscar as estrelas fora de seus olhos, e você está todo
pegajoso, mole e gotejante, e de pé sobre um estranho nu e ajoelhado que
você basicamente cobriu de porra.
eu fosse começar uma lista para isso, ele estaria no topo. E tudo que posso
fazer é ficar ali atordoado, feliz e grato e, ao mesmo tempo, total e
completamente torcido. Eu provavelmente estaria chorando se eu não
tivesse espirrado, literalmente, todos os meus fluidos corporais por todo
lugar.
Muito devagar, ele leva a mão ao rosto. Corre um dedo pela bagunça
que fiz.
KM
A maneira como ele parece quando ele está fazendo isso... Porra...
Eu não posso... E eu juro por Deus, meu pau quase volta dos mortos.
— Acabamos aqui.
KM
Isso é o que ele diz para mim. “Acabamos aqui”. E nós realmente
estamos terminados. Porque é tudo o que é preciso para me transformar de
novo em uma abóbora. Não um Dom, nem um rei, nem nada de especial.
Apenas algum garoto sem noção que de alguma forma teve sorte. — Sim...
mas... gostaria... que...
Ele ainda está pelado, nu, mas ele sai... ele porra sai. Sai dali com
toda a dignidade que eu nunca tive. Deixando-me sozinho em sua bela sala
de estar, com o pau mole na mão, olhando para o local onde ele estava
ajoelhado.
KM
Capítulo 3
Laurie
Graças a Deus. Graças a Deus. Ele poderia ter saqueado o lugar por
tudo que eu me importava, contanto que ele fosse embora.
KM
seus pés, possivelmente, e implorar para ele me tocar, me machucar, me
usar, fazer o que ele quisesse. Deixar-me ser completamente desfeito por
um menino que mal tinha colocado um dedo em mim.
Não admira que eu tenha fugido. O que poderia haver entre aquela
criatura feroz e frágil e eu? Eu já tinha sido tão sincero ou tão
impotentemente jovem, tanta pele e necessidade crua e ardente? Que me
queimou também, com seu estranho poder.
KM
Depois de tudo o que fiz ou não fiz, não merecia pensar nele e pelo
menos, para isso eu tinha muita autodisciplina. Pelo menos, depois de tudo.
E então me peguei imaginando aquela figura pequena e esbelta
desaparecendo no escuro.
Ele ficaria bem. Não havia absolutamente nenhuma razão para ele
não ficar.
Mas ele ficaria bem. E mesmo que ele não ficasse, eu não teria como
saber. Nós éramos estranhos.
KM
da família: essa relíquia, esse talismã que Robert esquecera de levar com
ele.
Então subi para o quarto do último andar. (Isso é muito Barba Azul
de você) Ficou por um tempo no centro do seu vazio, esperando que isso
significasse algo, e ouvindo a chuva. Eu perdi toda a noção do tempo. E
finalmente chorei. Porque a verdade era que o quarto já não significava
mais nada. Era simplesmente um espaço entre quatro paredes e eu estava
sozinho e solitário. Cansado e triste e doente de saudades. E eu tinha
tratado alguém mal, sem nenhuma razão além de egoísmo e medo, que
KM
KM
— Eu não queria levar o seu maldito táxi como uma prostituta, ok? —
Seus olhos furiosos encontraram os meus. — Mas não há metrô a essa hora,
e os ônibus são uma merda, e então começou a chover, e meu telefone ficou
sem bateria, então não consegui mais usar o Google Maps, então tive que
voltar.
— Tabernacle Street.
— Você não tinha intenção de quê? Sério? O que você não quis dizer?
Eu não tinha resposta para ele. Ele estava certo. — Eu sinto muito.
KM
convencê-lo da minha sinceridade. Ele não tinha motivos para acreditar em
mim, nenhum motivo para se importar. Eu não lhe dei nada. — Claro. Você
quer esperar lá dentro?
Ele enfiou as mãos nos bolsos e olhou para mim. — Sim. Certo.
KM
Eu pisquei para ele, impotente, nem mesmo pensando em me
afastar. — Ooo qquê?
— Eu...
O que eu poderia contar a ele? Que senti tanta falta de algo que
talvez nunca tivesse tido. E que as coisas que ele queria eram as que eu
queria, e também não consegui encontrá-las. Horrorizado, senti meus olhos
ficando úmidos com lágrimas frescas.
KM
— Eu te odiei— ele murmurou.
— Eu sinto muito.
— Eu sinto muito.
— Bom. Quero dizer não... bom de Bom. Mas eu meio que precisava
saber que isso tinha sido importante para você também.
KM
— Por quê? —Ele me deu um olhar soturno. — O que você vai fazer?
Tirar-me delas?
KM
Eu me senti gratificado, tão ridiculamente gratificado, ao ouvi-lo rir.
Ele pairou perto da escada quando abri a porta que escondia minha
máquina de lavar e mexia no painel de programação. — Uh, este é um
espaço muito legal. —Ele parecia dolorosamente incerto.
— Obrigado.
Eu assenti.
4 Calma gente é apenas um fogão. Quem lê, na hora parece um disco voador, kkkk
KM
— Deus. Desculpa. Não.
— F-foda, está frio. —Ele fez uma corrida para o AGA, uma coxa
magra e levemente musculosa brevemente exposta na junção de sua roupa
KM
improvisada.
— Você pode parar de olhar? Eu sei que não é muito para escrever,
mas é com o que tenho que trabalhar, ok?
KM
— Desculpe. —O que mais eu poderia dizer? Você é lindo. Por favor
deixe-me... por favor... quando ele estava seminu e preso na casa de algum
estranho? — Eu acho que o ciclo da máquina é de cerca de uma hora. Você
gostaria de alguma coisa? Uma bebida quente? Outra toalha? Algumas
roupas. — Bom Deus, por que eu não pensei nisso antes? — Eu vou te
emprestar algumas roupas.
Ele se mexeu. — Você não precisa. Quer dizer, eu sei que você se
sente culpado e merda, mas isso é demais. Você poderia simplesmente ir
para a cama ou qualquer outra coisa, e eu vou pegar minhas coisas quando
estiverem prontas e chamar aquele táxi.
— Por quê? Você acha que eu vou levar seu AGA se você me deixar
sozinho?
KM
Ele me fez sorrir, e parecia tão estranho, parado ali na minha
cozinha, conversando com um garoto zangado em uma toalha e querendo
sorrir. — Se você conseguir roubá-lo, você merece tê-lo.
Ele se aconchegou mais perto, ainda tremendo. Teria sido tão fácil
dobrá-lo em meus braços e aquecê-lo com meu corpo, mas também
totalmente impossível. Errado mesmo. E eu não podia evitar o
encolhimento interno do que quer que fosse - minha própria hipocrisia,
talvez - que fazia ser aceitável estar nu e ajoelhado a seus pés, enquanto um
simples gesto de conforto não era. A verdade era que naquela situação era
fácil negar a intimidade (embora, ao fugir dele, eu não tivesse conseguido
fazê-lo). E impossível negar ou fugir disso num gesto de conforto como
KM
este.
KM
— Cara.
— Qual é o problema?
KM
Em vez de me perder imaginando o modo como sua pele
escorregadia de água ondularia sob minhas mãos, lancei lhe um olhar
penetrante. — Sim, você quis dizer isso.
— Bem, eu não estou mais te motivando. —Eu, por outro lado, soava
como um professor exasperado. — Então entre logo neste maldito banho.
KM
— Você tem Winnie-the-Pooh5?
KM
Oh Deus. O que eu estava pensando?
Senti algum tipo de armadilha, mas não tinha ideia qual forma ela
KM
Houve uma breve pausa. Ele passou um dedo pela espuma, fazendo
círculos. — Eu faria você ler outra coisa.
KM
Eu apoiei um braço sobre a borda da banheira e escondi meu rosto
na dobra do meu cotovelo. Eu não podia suportar que ele me visse naquele
momento, apunhalado carinhosamente até os ossos pela lâmina de sua voz.
— ‘De dia, a tua voz passará por ele. Nos seus sonhos ele te sentirá e
doerá; Tu deves acender a noite e subjugá-lo. Dormindo e acordado’.
O som que eu fiz, embora abafado, ecoou nos azulejos até parecer
infinitamente alto, infinitamente indefeso. Eu não tinha ideia do que ele
estava recitando, mas as palavras cravaram em mim como espinhos.
KM
—Nós não vamos ser amigos.
Ele piscou para mim através de uma franja escura como carvão de
cílios cheios de água, e eu me senti como um idiota. — Por favor.— Seus
olhos ficaram muito grandes. — Por favor, posso te chamar de Laurie? Eu
gosto mais disso.
KM
que tive um assim. Quero dizer... — ele se inclinou para a posição sentada,
desta vez mudando o suficiente das bolhas para que eu tivesse alguns
vislumbres dele embaixo delas, a sombra de sua pélvis, a curva de sua
panturrilha, a crista de suas costelas — eu me lavo e merda. Nós temos um
chuveiro no loft.
— Sim. —Ele levantou um braço para fora da água e olhou para ele.
—Olha, eu estou ficando todo enrugado.
KM
Para meu horror, ele ficou vermelho e se enrolou em uma bola
apertada no fundo da banheira. — Deus. Não, eu sou apenas... Eu sou
apenas tímido, ok? Jesus.
— Eu prometo.
Ele fez outro dos seus barulhos alegremente descarados. — Isso é tão
bom.
KM
— Você é virgem?
Eu abri meus olhos. Mais assustado do que tudo. Por que diabos eu
perguntei isso? E tão sem rodeios. Era absolutamente o oposto de mim.
Ele ficou rígido em meus braços e puxou a toalha para longe, girando
para me encarar. — Eu disse que eu era tímido, não sexualmente atrofiado.
— Jesus, cara, eu não sou virgem. A primeira vez que fiz sexo eu
tinha catorze anos.
KM
— Não é o que você pensa. Foi meu melhor amigo na escola. Nós
dissemos que nos revezaríamos, então deixei que ele me fizesse, mas depois
ele se descontrolou e nunca mais falou comigo. —Ele deu de ombros. — Mas
eu tenho transado desde então. Um monte de vezes, na verdade.
KM
— Então, o que há para ser tímido?
Ele estava vermelho novamente. — Estou bem. Não como você. Não
é como se eu devesse procurar.
— Eu não sei... Mais alto, mais forte, mais musculoso. Menos acne.
KM
Minhas mãos cobriram as dele, e a força de seu aperto, quase
imperceptivelmente a princípio, começou a relaxar. Eu vi, senti, senti a
tensão deixar seu corpo.
— Igualmente eficaz.
KM
Ele não respondeu.
— Elas não são feias, Toby.— Corri meus dedos muito suavemente
sobre uma erupção de manchas logo acima de seu mamilo. — Elas estão
apenas lá.
— Bem, então será apenas você e os outros oitenta por cento do país.
KM
KM
— Você está... Tudo certo?
E porque era o que eu queria fazer antes, e talvez o que eu deveria ter
feito, eu deslizei a mão em torno de sua perna e deixei minha cabeça
descansar por um momento contra seu joelho. Eu fechei meus olhos. Seus
dedos se movendo levemente pelo meu cabelo, e tudo estava quieto e escuro
e silencioso. E bom, ...muito bom.
Foi uma longa jornada de volta aos meus pés e de repente eu estava
exausto. Eu puxei a toalha para cima e a coloquei em volta de seus ombros.
— Você gostaria que eu te chamasse o táxi?
— Eu não quero você vagando por conta própria nas primeiras horas
da manhã.
KM
Cerca de cento e setenta homicídios eram cometidos em Londres por
ano, em média. Cerca de setenta mil crimes de agressão. Aproximadamente
quatro mil incidentes de crimes com armas de fogo, aproximadamente doze
mil incidentes de crime com facas. — Eu sei, mas eu preferia que você
pegasse um táxi. Ou...— A palavra saiu antes que eu pudesse pará-la.
— Ou?
Ah, mas perder para ele era seu próprio prazer culpado. — Se você
ficar comigo, nada vai acontecer.
KM
Eu esperava (esperava mesmo?) que ele pudesse protestar, mas ele
apenas balançou a cabeça, e tão ansiosamente que eu me perguntei se eu
tinha dobrado para um adversário com um punhado de nada. A ideia me
incomodou menos do que talvez deveria ter feito. — Tudo bem. Deste jeito.
Eu apaguei a luz para que eu não tivesse que observar as formas que
o corpo dele fazia embaixo das cobertas enquanto ele se contorcia em uma
posição confortável, então eu tirei meu roupão e subi com cuidado ao lado
dele.
KM
— Noite, Laurie.
Deus. Quando ele estava cansado, sua voz tinha aquela mesma borda
rouca de quando estava excitado. Já fazia um bom tempo desde que eu
tinha compartilhado minha cama com alguém. Eu esqueci o que era ter essa
consciência de outro corpo. Eu quase pensei que podia ouvir o piscar de
seus cílios. Sentir seu coração batendo.
KM
Um pulso suave de desejo passou por mim, não por sexo ou dor ou
humilhação ou qualquer outro tipo de liberação, mas por isso, essa
proximidade silenciosa. Alguém para segurar no escuro.
Ele deve ter sentido isso. O jeito que eu me movi contra ele, o jeito
que minha respiração ficou presa. Eu esperei, impotente e meio com medo,
por sua resposta, por ele se virar e me cobrir, me beijar e me levar. Eu não
teria resistido. Eu o teria recebido com toda a sua sinceridade e obstinação
e seu ardor juvenil por coisas proibidas. Mas ele não mentiu quando me
prometeu misericórdia. Seus dedos torceram de volta para escovar minha
mão, e ele colocou seu corpo na curva do meu, me dando este lugar.
KM
KM
Capítulo 4
Toby
Laurie
KM
posso acreditar em todas as coisas que ele me deu em uma única noite:
poder e submissão e bondade. E agora isso também. A paz dele.
Muito, muito levemente, eu toco seus cílios. O canto dos lábios dele.
Ele não se agita. E estou um pouco preocupado, é isso que os perseguidores
fazem.
Eu sei que não somos amantes, namorados ou amigos, e sei que ele
vai acordar e chamar um táxi para me tirar de sua vida. Espero que ele não
KM
se arrependa de mim - essa criança estúpida que ele levou para casa uma
noite - mas vou lembrar-me dele para sempre.
Não tenho certeza se sou a mesma pessoa que entrou nesse clube
idiota. A única coisa que eu estava certo era sobre ele. Eu meio que gostaria
de tê-lo conhecido mais tarde. Quando eu fosse mais velho e mais legal e
sofisticado. No entanto isso acontece. Eu não posso realmente imaginar
isso corretamente. O melhor que posso pensar é em nós dois usando
smoking. E nós estamos nesse tipo de... bar, eu acho, que é todo carvalho,
mel e luz de velas, e eu sou todo, O que você tiver de melhor, por favor, ao
barman. E Laurie parece exatamente o mesmo, mas eu estou um pouco
KM
nebuloso, e meu cérebro quer me substituir por Daniel Craig6, e que tipo de
fantasia é essa, onde eu sou tocado - na minha própria cabeça - por outra
pessoa?
Eu não tenho ideia de que horas são. Tarde, eu acho, por causa da
luz, que é nítida e brilhante, como às vezes acontece após uma chuva
severa. E é um quarto tão lindo e ridículo para se acordar, um conto de
KM
KM
Eu não tenho certeza sobre os detalhes técnicos, mas eu acho que
você poderia colocar alguém em posições bem interessantes. E por
“alguém” quero dizer Laurie. Pernas para cima e espalhadas, braços acima
da cabeça. Exposto, vulnerável e um pouco degradado. E tão quente. E eu
sei exatamente como ele ficaria: carrancudo, desesperado, envergonhado e
excitado. E meu. Assim como eu seria dele por me deixar fazer isso com ele.
KM
É meio estranho estar vagando pela casa dele com minha maçaneta7
batendo na brisa, então me envolvi na toalha de ontem e vou até a cozinha.
Minhas roupas ficaram um pouco fofas na secadora, mas elas estão
basicamente bem, e eu as puxo. E então eu me vejo fazendo toda essa
merda estranha.
Eu ando por aí e abro todas as cortinas para ele. Pego o The Times
no capacho. Não há correio porque é domingo. Então eu me encontro de
volta em sua cozinha, olhando para a geladeira. Está bem abastecida, na
verdade, deste jeito um pouco anônimo Eu recebo os alimentos entregues.
discretamente para que ele não tenha que acordar e surtar por ter me
levado para casa e me deixado ficar.
Não há muito neste mundo que eu saiba com certeza e seja infalível,
mas o café da manhã eu posso fazer. Acho que devo ter habilidades naturais
nessa direção, mas meio ano no Greasy Joe’s me transformou em um
samurai de bacon e ovos.
KM
Eu sei, certo? É o tipo de merda que os pais sonham para seus filhos.
A pequena Tabitha vai ser médica. Rory vai concorrer ao governo. Crispin
está desparasitando órfãos na Somália. E Toby, bem, Toby não é tão ruim
com uma frigideira.
KM
Chegou a tal ponto que todos os frequentadores do Joe's dizem: Você
sabe como eu gosto deles, Toby, e a verdade é que sim. Estou literalmente
andando com vinte variações diferentes de ovos mexidos na minha cabeça.
Um pouco decadente para alguém que deveria ser um advogado, mas os
pedintes não podem escolher. E cozinheiro de ovos é muito melhor que
mendigo, não é?
Mas o problema é que eu não sei como Laurie gostaria deles. E isso é
um problema porque eu quero fazer para ele os melhores ovos mexidos que
ele já teve ou até imaginou ser possível. Ele é tradicional ou americano?
Com bastante queijo ou pouco? Temperado antes ou depois? Cremoso ou
amanteigado?
KM
KM
ovos dentro. É um pouco estranho não tê-los em um fogão onde eu possa
ficar de olho neles, e eu estou nervoso que tudo possa dar errado. Mas
então eu me contento. Eu sei que são apenas ovos mexidos, não um cordon
bleu, mas há algo que parece certo em mim sobre cozinhar. É calmo e
focado ao mesmo tempo. E você consegue algo real no final disso, algo que
pode fazer alguém feliz.
servir uma pilha de porcaria. Mas não, tudo bem. Está bom. Cremoso, mas
não muito cremoso, fofo e indulgente. Veja, esta é a outra coisa por que eu
gosto de cozinhar: você sempre sabe quando acertou.
KM
Eu me inclino para sacudir o ombro dele, e parece uma maneira
ridiculamente íntima de tocar alguém quando eles estão meio
desamparados e inconsciente disso enquanto você está acordado. Laurie?
— Hey. —Eu sorrio para ele porque sou um idiota. — Eu fiz o café da
KM
manhã.
— Sim, você fez, mas tudo bem. Venha, sente-se. Há chá também.
KM
Eu o quero todo nu, o tempo todo.
Ele estava lindo ontem, ajoelhado, polido e meio que uma fantasia. E
ele ainda é lindo esta manhã, amarrotado, cansado e real.
— E você?
KM
Por alguma razão, minha estupidez o faz sorrir. Deus, eu vou ficar
sentado fazendo ele me ama, ele não me ama com uma margarida em
pouco tempo, mas ele tem um sorriso tão bom. Faz o ouro em seus olhos
brilhar. — Nós vamos compartilhar— ele me diz.
E eles são ótimos ovos, a propósito. Eu posso dizer que ele gostou
deles.
KM
— Em nenhum lugar —é o que eu digo a ele. Mas então sua cabeça se
inclina inquisitivamente, e eu posso ver que ele não vai me deixar escapar
disso. — Eu meio que cozinhei para mim mesmo quando era criança.
— Por quê?— Agora ele soa afiado. — Sua mãe também não acredita
em comida?
— Desculpe-me?
Nada.
É por isso que não gosto de falar sobre essas coisas. As pessoas
sempre entendem a ideia errada. Não é o Super Macarrão que te atrapalha,
é passar a vida toda em segundo. Tipo, não me entenda mal, minha mãe me
ama. Ela me ama mais do que ama qualquer outra pessoa no mundo. Eu
nunca duvidei disso por um momento. Mas há outra coisa: a chama da
inspiração, ou o que quer que seja.
— Você é bem vindo. —Eu meio que me contorço por dentro com o
prazer. Eu gosto tanto quando as pessoas gostam da minha comida, e isso
me deixa envergonhado e auto-consciente. Porque é pateticamente carente,
quando você chega a isso. Como querer ser o primeiro.
torrada. Ele tem boas mãos. Porque, francamente, ele tem tudo de bom.
Elas são fortes e contundentes e muito, muito firmes. Exceto, às vezes,
quando elas não são realmente. E isso é uma emoção selvagem por si só.
Eu sei tão pouco sobre esse homem, mas sei que ele desenrola as
mãos primeiro.
KM
Eu olho para ele, a ponta do dedo preso entre os meus dentes e
amortecido pelos meus lábios, e arregalo meus olhos tão grandes quanto
eles podem ir.
— Por favor, pare com isso. —Há algo mais em sua voz desta vez.
E estou muito confuso. Por favor, pare com isso, de alguma forma
pressiona o botão continue em seu cérebro. E, sinceramente, não é real. Eu
sei quais são as regras e quando aceitar um não como resposta.
Eu quero que ele diga isso para mim e diga isso com significado,
sabendo que de outra forma eu não poderia parar. Eu quero que ele diga
isso pelo prazer, e eu quero que ele diga isso pela dor. E eu quero o poder de
poder negá-lo. Só porque eu posso. Só porque o sofrimento dele me deixa
quente.
KM
Ela provavelmente ainda nem notou. Espere. Isso parece ruim. Ela
notaria. Ela definitivamente iria. É apenas seu sensor de pânico materno
que é mantido na configuração mais baixa.
— Não.
— Eu não preciso.
Uau. Fale sobre reprimir. Eu suspiro. — Bem, não tem que ser
travessuras pervertidas de parede a parede. Poderíamos... — foda-se e fale
logo ou vá passear. Qualquer coisa.
KM
— Toby. —Uau, eu odeio quando ele é gentil. — Não podemos fazer
nenhuma dessas coisas.
Eu realmente não quero soar petulante, mas sei que vou de qualquer
maneira. — Por que não?
agora.
Eu quase sigo com, e você diz isso como se fosse uma coisa boa, mas
pelo amor de Deus, não é engraçado. Tenho dezenove anos e não sou
criança. Eu sei o que eu quero e ele também quer, então por que de repente
não está tudo bem? — Sua principal objeção é uma percepção vaga do
estigma social? Não gosta de não me querer ou não quer me foder?
— Não seria certo. —Ele puxa o edredom até o queixo, como se ele
estivesse tentando se esconder embaixo dele. É meio fofo, ou seria se ele
não estivesse tentando se esconder de mim e de um monte de coisas
KM
verdadeiras. E é quando eu o pego um leve tremor nas mãos dele. Foda-se
sim.
Ele olha para mim, com olhos chuvosos e selvagens. Perdido, assim
como eu. Então ele balança a cabeça porque não é um mentiroso. Eu sabia
disso desde o começo.
Eu acho que ele está tentando descobrir porque ele está quieto por
muito tempo. Eu quero suavizar as linhas de expressão do rosto dele. Então
ele diz: — Em cinco, dez anos, quando você estiver mais perto da minha
idade, você vai olhar para trás e pensar, O que diabos eu estava fazendo?
— Qualquer que seja a idade em que estou, vou olhar para trás e
pensar: 'Foda-se, sim'.
KM
— Não, você não vai. Algum dia, você será eu e, em seguida, você não
vai pensar: Uau, que homem mais intrigante. Você vai pensar: “Deus, que
filho da puta triste e solitário, dormindo com adolescentes”.
complicado. Você não pode apenas se ver como... Eu não sei, um cara
equivalente a um papa-anjo gay ou algo assim?
— Toby...
KM
Ele sorri seu estranho e tímido sorriso para mim.
— Então, vamos lá. —Eu não coloco minhas cartas na mesa tanto
quanto jogo o baralho inteiro pela janela. — Diga-me que você não me quer.
Isso o faz corar de novo, e eu vejo que ele desliza todo o caminho até
sua garganta nua. Isso me faz corajoso, do jeito que só ele pode. Eu rastejo
totalmente para a cama e o monto. Não é exatamente algo que eu já
pratiquei. Na minha cabeça, tudo é gracioso e natural e eu meio que me
balanço como um caubói na sela. Mas, basicamente, eu meio que brinco e
depois pulo, mas, ei, isso faz o trabalho. E apesar de lastimar a presença da
minha roupa e do edredom, posso sentir a forma dele por baixo.
KM
Ele solta isso... Não é bem um suspiro, mais esse tipo de respiração
descontrolada, que me diz o quanto ele está lutando.
Eu estou ajoelhado sobre ele, então ele tem que inclinar a cabeça
para trás para olhar para mim. Seus olhos têm aquele olhar faminto e
tempestuoso. — O que?
— A abordagem retórica.
KM
Ele tenta rir e sai todo trêmulo. — Eu não acho que as pessoas
geralmente entregam sua virtude ao poder do argumento racional.
Ele fica meio que silencioso, mas seu corpo é todo barulho embaixo
de mim. Trovejante.
KM
Eu sorrio para ele. — Essa é a minha favorita. “Esta pulga é você e
eu, e este é nosso leito conjugal e templo do casamento”. Assim não é mais
quente do que “olhos como sóis, lábios como cerejas”?
Eu agarrou seus ombros e olho para seu rosto, que está todo corado
e selvagem. E, puta merda, tem algum tipo de coisa... Eu não sei... É tão
KM
fodidamente precioso para mim que ele poderia estar tão perdido no
momento e ainda se lembrar de algo tão trivial.
E eu amo isso.
E isso é algo que eu posso ter. Algo que eu posso realmente ter.
KM
Minha espinha se ergue impotente da cama, me transformando em um
maldito croquete, e eu faço o tipo de barulho que ninguém deveria fazer
tendo apenas seu mamilo lambido.
tempo todo. Mas o sexo em si... Bem, isso é meio que meh, não é? Não
horrível, ou qualquer coisa, mas nada como realmente bater uma boa
punheta dura.
KM
Provavelmente porque você não saiba.
Mas, porra, eu quero ser tocado do jeito que Laurie me toca. Como
se ele soubesse onde reside todo o meu prazer, mesmo que não seja o caso,
mas ele arrasta isso para fora, me fazendo gritar.
E eu derramo outro som estúpido. Sob suas mãos, minha pele é tão
leve e apertada que eu quase imagino que sou transparente. Eu sou de vidro
para ele, todo o caminho até meu coração vermelho-sangue.
Então suas mãos estão na minha cintura. Eu levanto para ele e ele
me tira da minha calça jeans. Não é exatamente um movimento de primeira
classe - eu sou como uma girafa, todo joelhos protuberantes e pernas
compridas - mas eu me esqueço disso no segundo em que ele desce em
cima de mim, nu. Tão quente e forte e ainda um pouco áspero. Não de uma
forma agressiva, mas algo assim, o que me faz acreditar que sou forte
KM
também, como se meu corpo fosse projetado para isso. Para tomar o seu.
Abarcando todo o seu poder para o meu prazer.
Eu amo o quão sólido e pesado ele é contra mim. O jeito que suas
costas se movem sob minhas mãos. Seu pênis preso contra o meu, o que é
meio estranho e íntimo ao mesmo tempo. Juro por Deus que posso sentir o
sangue nele, batendo forte sob a pele, como se fosse um pequeno pulso. E, o
topo de sua virilha, onde o cabelo é mais fino, espirais individuais me
pressionam como se ele estivesse me deixando uma mensagem com nosso
próprio e privado grafite.
KM
KM
— Jesus, Laurie. — Eu torço meus dedos em seu cabelo. É
chocantemente macio, especialmente na nuca. E ele olha diretamente nos
meus olhos. Ele está ostentando aquele rubor desesperado que faz meu
estômago revirar. — Você parece fodidamente... Eu realmente não sei o que
quero dizer. Não há uma palavra grande o suficiente para o quanto eu o
quero e pelo jeito que isso me faz sentir.
— Vire-se.— Sua voz foi tão baixa que ele realmente meio que rosna
para mim. Que é a coisa mais quente de todas.
Embora eu nem sei porque ele disse isso, porque ele não me dá
KM
chance de fazer isso. Ele apenas me vira. Tão rápido que estou sem fôlego. E
olhando meio impotente para o pé da cama... Olha, estou um pouco coberto
aqui, ok? Sempre que eu fiz sexo antes, geralmente tem sido na casa de
alguém, em uma cama de solteiro, muito, muito calmamente. Não que eu
tenha sentido muita vontade de derrubar o lugar com gritos. Mas, sim, acho
que nunca me ocorreu não deitar com a cabeça na cabeceira da cama na
posição designada para ocupar a cama.
Mas aqui estou eu agora, com um cara que quer me foder tanto que
estou meio que na diagonal e encarando o caminho totalmente ao
contrário, e ele não se importa.
Sim, tudo bem, é uma coisa pequena. É patético. Mas isso significa
algo para mim. Há algo de romântico nessa ideia que ele tem e está
KM
compartilhando comigo. Que de alguma forma eu me tornei essa versão
louca e indutora de desejo.
fosse esquecê-lo.
hnnnnnnnn, exceto que minha respiração está toda tremida, então é mais
como hn-nuh-nuh-nuhhhhhh, como se eu fosse um cortador de grama que
não queria ligar. E eu tento impedi-lo, mas não consigo. Eu não posso.
Quem diria?
— Perdão?
KM
Arrrgh. Isso não está ajudando. Eu aperto o trilho. Doze vezes um é
doze. Doze vezes dois é vinte e quatro. Doze vezes três é... Ele se esfrega na
lateral do meu pescoço, esfregando-me com a aspereza de sua mandíbula
não barbeada. Eu não tenho a mínima ideia de quanto são três dúzias.
Sua sensualidade explode minha mente mais uma vez. Eu não posso
acreditar que ele está... Na verdade, implorando para eu deixá-lo me fazer
sentir incrível. A vida simplesmente não fica melhor que isso.
E tem mais. Eu posso dizer que ele está tremendo. Tão duro.
KM
— Você não tem ideia— ele sussurra, —...o que você faz comigo.
Porque agora é um dedo dentro de mim. Ele não machuca nem nada
– ele é muito gentil com o estiramento - mas é isso.
Mas acho que achei que poderia ser diferente com ele.
Meu pau passou de sessenta para zero no que parece ser menos de
um segundo, embora provavelmente não fosse.
KM
Vai ficar tudo bem quando ele estiver dentro. Eu vou ter o tipo de
proximidade que isso proporciona, e a plenitude, e aquela profunda
escuridão dentro do prazer que se constrói e se constrói, mas nunca vai a
lugar algum. Eu gosto disso. Eu realmente gosto disso. E depois eu vou me
tocar e sonhar com os lábios dele e os dedos dele no meu corpo. Na
verdade, mesmo que isso seja um fracasso, ainda é provavelmente o melhor
sexo que eu já tive. E apenas a ideia disso é suficiente: eu e ele. Laurie me
fodendo, seu corpo no meu corpo, os sons que ele fará quando ele gozar.
Sim.
KM
Ele foi muito diligente lá atrás em sua forma não-muito sedutora e
conseguiu preparar o caminho para seguir em frente.
Eu tento não ficar triste com isso. É apenas que... começara de forma
tão promissora. Eu deveria ter deixado ele me lamber até o orgasmo.
nunca. Não é mais um consolo distante, mas um que está bem na minha
frente - bem, tecnicamente, atrás de mim, eu acho - e, de repente, não
importa como estou deitado, porque não é mais ridículo. É incrível.
Eu tento empurrar para trás, para tentar chegar mais perto dessa
promessa do que quer que seja que ele está oferecendo, porque tenho
certeza... Eu tenho cem por cento de certeza... há algo esperando por mim,
aquela revelação que estava fora de alcance antes. Mas ele aperta as mãos
nos meus quadris (espero que elas deixem hematomas sobre eles) e não
deixa eu me mexer. Me faz esperar lá assim, com meu corpo enrolado ao
redor dele, e a antecipação de todo esse prazer pendente para bater no ar.
Quando não aguento mais, ele sai de novo, volta a empurrar, mas de
um jeito diferente que me ilumina como uma merda de fogo de artifício.
KM
Eu acho que eu realmente grito.
A última coisa coerente no meu cérebro é: Ah, então era isso que eu
estava procurando.
Estou fazendo uma barulheira tão sangrenta que mal percebo ele
chamando meu nome.
Eu digo... tudo.
Sim. Deus. Porra. Aí. Isto. Mais duro. Mais profundo. Sim. Sim.
Ohhhhhhh sim.
KM
A certa altura, Deus, nem sei como, mas algo acontece com o prazer.
Ele se encaixa como um universo, e então está em toda parte como estrelas
cadentes, e eu sou apenas tomado por isso. Por ele.
centímetros até eu ficar de cara no colchão com ele ainda enterrado dentro
de mim, que está apenas à beira de se tornar insuportável, exceto que eu
não quero perdê-lo ou um único último segundo desse prazer. Embora o
que eu esteja sentindo agora seja grande demais para ser chamado de
prazer.
— Unghh— eu digo.
KM
Bem. Ish. Ele realmente parece tão destruído quanto eu. Minhas
bolas fazem esse tipo estranho de espasmo - como se estivessem checando
os bolsos por qualquer outra coisa que possam espremer através de meu
pau - e surgem vazias.
Seu Toby.
Eu não sei como ele consegue - a mesma mágica que faz com que ele
seja incrível no sexo, eu acho - mas ele se retira de mim com cuidado e sem
muita confusão. Eu ouço o barulho de um preservativo saindo, e então ele
cai de costas ao meu lado.
KM
— Obrigado.— Ele gentilmente afasta algumas mechas de cabelo
embebido em suor do meu caminho, e eu estremeço. E então eu acho que
estou inconsciente.
tudo bem.
Eu não sei porque, considerando que não faz muito tempo, minha
bunda estava muito alta, mas eu sou meio desajeitado agora. Não é o tipo
de coisa que as pessoas costumam fazer por você - te abraçar enquanto você
dorme depois de te foder no esquecimento. Mas é tão legal da parte dele
que me deixa triste.
KM
Eu quero porra cuidar dele também.
Puta que pariu. Eu poderia ser mais idiota? Eu mal posso viver
minha própria vida com competência. Que diabos eu poderia contribuir
para a dele?
fazer isso muito legal e casual. Exceto, claro que não posso. Meu discurso
dominante (sem trocadilhos) parece ser carente de merda.
Mas eu não acho que sou carente, não de verdade. É que eu nunca
cheguei tão perto de conseguir algo que eu queria antes. Não que ele seja
uma coisa.
— Toby. —Oh, eu amo sua voz grave. Isso me faz querer quebrá-lo
como um mexilhão. — Você está tentando me fazer te foder de novo?
KM
A primeira vez que me vi no espelho de corpo inteiro, meio que
enlouqueci um pouco. Quero dizer, depois de ter lidado com a pontada de
decepção por não termos pensado em foder na frente dele. Mas, meu Deus,
meu cabelo parece um ouriço eletrocutado, e há uma erupção de barba por
todo o meu rosto, e meus olhos estão completamente dilatados como se eu
estivesse seriamente drogado. E nem me faça começar a lembrar da
bagunça em meu pescoço e nos hematomas em forma de dedo em meus
quadris.
Melhor.
Sexo.
KM
Sempre.
KM
Nós descemos as escadas juntos. No corredor, ele toca minha
bochecha levemente. — Você vai ficar bem, não vai?
— Sim.
Seus olhos meio que se afastam dos meus. — Desculpa. Este é... um
hábito educado, suponho.
sentir formigamento. Agora eu paro e penso sobre isso, pode ser bem
pervertido. De um jeito meio inglês. — Obrigado por quê?
KM
cambaleia como um lutador de boxe bêbado que não sabe quando ficar
quieto.
O beijo que ele está prestes a me dar, eu preciso que seja de alguém
que não está prestes a me expulsar de sua casa e nunca mais me ver de
novo.
KM
Então eu me afasto.
Eu não sei o que dizer. Então eu abro minha boca e — Uh, bem,
byeee.
Em meio ao byeee.
KM
Capítulo 5
Laurie
Eu não sabia dizer se era uma espécie de ironia que minha vida não
tivesse sido uma, mas duas vezes dividida. Antes e depois de Robert. E
KM
KM
Além disso, eu estava ocupado. O trabalho tinha suas próprias
demandas e a busca de um futuro era um negócio demorado. Eu não
conseguia lembrar conscientemente de ter desistido do amor. Nunca foi tão
dramático. Eu frequentava Munches 9 e clubes. Eu entrei em sites. Eu
mantive conversas. Eu aprendi as piadas. Eu dei o meu corpo para Doms
em couro para fazer o que quisessem dentro de limites cuidadosamente
negociados. E era apenas uma liberação. Se nada mais, apena uma
liberação, e foi o suficiente.
KM
casa em segurança. O que era verdade, se você ignorasse a parte em que eu
o joguei fora da minha casa no meio da noite, então o deixei entrar de novo,
e depois transei com ele até a inconsciência.
Deus. Toby.
KM
consciente da crescente probabilidade estatística de que no próximo
acontecesse. O anonimato e o desamparo físico não pareciam uma
combinação fortuita, mas mesmo essa excitação doentia era uma escassa
consolação para os inevitáveis rituais de poder e impotência, tão abstratos e
arbitrários quanto dançar para chover ou apaziguar deuses inexistentes.
KM
Ele me fazer um strip. Chamá-lo de mestre. Mostrar-me a ele de
formas que antes me deixariam cru.
Ele me fez chupar seu pau por algum tempo, com a camisinha
embainhada, é claro, então tinha gosto de látex e produtos químicos e mais
nada. Enquanto ele fodia minha garganta, ele puxou meu cabelo, e o gesto
pareceu familiar. Eu me perguntei se era dele que eu estava me lembrando,
ou simplesmente alguém como ele.
KM
Toby também tinha enrolado os dedos no meu cabelo, as pernas
magras e ossudas enganchadas nos meus quadris. Me puxando para perto,
tão perto.
Toby
KM
Eu obedeci sem pensar, porque não me custou nada. Tecnicamente,
eu estava ajoelhado para ele também, mas isso também não importava.
Nenhum de nós estava realmente aqui.
Meu lapso não foi intencional, mas foi uma desculpa para me punir.
— Você gosta disso, garoto?
KM
Ele, eu e isso. Ele não fez nada de errado, mas tudo estava errado. Eu estava
errado. Eu tinha estado por anos.
— Sim.
— Sim, o que?
acorrentou a uma cruz de St. Andrew, porque era sempre uma cruz de St.
Andrews. Inclinei-me em seu abraço, desfrutando pelo menos da
combinação peculiar de apoio e vulnerabilidade que oferecia.
E então ele me açoitou. Ele era bom nisso. Ele me aqueceu, o que era
mais do que eu merecia, com algo leve e flexível, até que fiquei ruborizado e
sensível, suspenso ali na borda mais suave da dor.
Tocar.
KM
Se ele apenas me tocasse. Por desejo, para dominar, ou pelo desejo
de domínio, ou algo, algo. Algo que fizesse isso mais do que ação e reação,
roteiro e performance. Ou talvez eu estivesse errado. Talvez isso fosse
exatamente o que ele queria.
Ele trocou para um trançado, e, oh, isso realmente doeu. Ele havia
me deixado sensível para receber sua agudeza, seu arranhão, mordidas e
ferroadas, e o cheiro do meu próprio suor.
KM
Ele sabia quando parar antes que fosse demais. Em como deixar a
dor me possuir, mas não me quebrar. E quando eu me tornei totalmente
uma criatura irracional e trêmula, ele me fodeu, uma mão no meu ombro, a
outra no meu quadril. Quando o seu ritmo se tornou irregular, ele chegou
em volta, torceu meus mamilos até que eu gritei e ele gozou.
KM
volta de mim, me forçando através da dor e da exaustão, a solidão e a
tristeza, até que eu estava duro para ele.
Quando saímos da sala de jogos, ele se virou para mim. — Você quer
fazer isso de novo? Quero dizer, mais de uma vez por ano?
Algo sobre a maneira como ele disse isso me fez parar e olhar para
ele. Ele provavelmente era um punhado de anos mais velho do que eu,
lindo, com a aparência típica de um inglês, com o queixo quadrado. Era
KM
fácil imaginá-lo em uma sala de reuniões e, se a casa dele fosse alguma
indicação, provavelmente não muito longe da verdade.
Mas... Maldito seja ele. Ele havia me arruinado em uma única noite.
KM
— Não, mas poderia ser. —Seu olhar era firme no meu. Não havia
como negar, o homem tinha alguma coisa, talvez uma presença, agora que
eu estava prestando atenção nele. — E estou disposto a fazer isso ser da
minha conta.
— Bem, então nós discutiríamos isso. —Ele fez parecer óbvio, como
se você pudesse conseguir o que queria simplesmente através de uma
conversa. Ele provavelmente tinha uma lista de verificação que poderíamos
KM
passar juntos. Mas como eu poderia explicar que o que eu queria era não ter
uma conversa sobre o que eu queria? — Eu esperaria empurrar seus limites
embora.
— Eu não...-
— D, eu sei que você estava com Robert, e eu sei que vocês estavam
juntos há muito tempo, e eu acho que o que você realmente quer é algo que
KM
se foi.
— Você nunca mais poderá ter isso— ele continuou. —Mas você pode
ter outra coisa. Se você se permitir isso.
— Você?
— Sim.
— Eu...
KM
— Não responda. Pense nisso primeiro.
— Então você vem até mim, e nós vamos falar sobre isso. E então
você vai ficar de joelhos, e você vai me deixar te dar o que você precisa.
Porque eu não acho que cheguei nem perto dos seus limites, não é mesmo?
inadequadamente, a se encontrar.
Algo deve ter aparecido no meu rosto, porque ele deu um tapinha no
meu ombro. — Está tudo bem. A confiança é conquistada e você ficou muito
tempo sem um mestre.
Ele passou por mim para abrir a porta. Então pausou. — Eu toco sax
alto11.
— Uh?
KM
Ele sorriu inesperadamente. — Eu só queria te lembrar que eu posso
ser um Dom, mas eu sou uma pessoa também.
Puxei meu casaco, prendi-o para que ninguém pudesse ver que eu
estava vestido como um idiota completo, e corri noite adentro. Eu poderia
ter chamado um táxi, mas mesmo estando cansado e com meu corpo
doendo, senti vontade de andar.
Teria sido mais fácil se ele não tivesse, até certo ponto, razão sobre
mim. Eu obedecia. Eu não me submetia. Mas como eu poderia fazer isso
KM
para sombras, farsas e estranhos? Ele havia entendido melhor do que a
maioria e ainda achava que eu precisava de uma mão firme, o mestre certo,
disciplina.
Deus. Talvez ele estivesse certo. Talvez tenha sido tudo o que foi
deixado para eu ter.
Livre.
KM
Quando cheguei em casa, encontrei o cartão de visita do Mestre
Alguma coisa no bolso e joguei-o fora. Eu tentei não pensar sobre o que ele
me disse. Por um tempo, eu até parei de procurar estranhos para me
machucar e me esquecer, e ser esquecido por sua vez.
Foi uma noite que não foi facilmente deixada para trás.
KM
Ele tinha. Seu coração na minha mão, seu torso aberto como um
teste de Rorschach12.
Sangue.
vendados, e então mordaça. Isso deixaria alguém tirar minha visão. Tomar
minha voz. Deixei a ideia me possuir lentamente até que sim, senti algo.
Um tremor de incerteza. Medo, desenrolando-se em algo completamente
diferente.
teste projetivo, ou mais recentemente de método de autoexpressão. O teste é realizado com o objetivo de
descobrir a personalidade de um sujeito a partir das interpretações de tal acerca de dez imagens com
padrões abstratos
KM
O que eu estava fazendo?
KM
Por um momento, fiquei alarmado. E então descrente: era Toby
desenrolando-se, ficando de pé, as mãos enfiadas nos bolsos de um
moletom com capuz grande demais. E então eu estava frenético com uma
alegria que eu não tinha absolutamente nenhum direito ou desejo de sentir.
Eu queria correr até ele, arrastá-lo para os meus braços, virar o rosto
KM
para a luz - ver a forma de sua boca, a cor dos olhos, o queixo pontudo.
Porque naquele momento de reconhecimento, tudo que eu conseguia
pensar era como verdadeiramente e profundamente eu sentia falta dele. E
enquanto eu nunca esperei vê-lo novamente, uma parte desconhecida de
mim, apesar de tudo, lamentou, esperou e esperou.
— Procurando por você. —Essa era a sua voz duh. Ele se mexeu um
pouco, as mãos cavando mais fundo, o corpo magro ficando tenso e
esticado.
— Sim mas...
— O que você fez? —Sua voz quebrou. — Você foi perfeito. Você não
entende? Fodidamente perfeito. E você me deu coisas que eu estava
querendo e sonhando durante toda a minha vida. E também o melhor sexo
que eu já tive. E agora eu devo apenas... devo apenas... o que? Me contentar
KM
com menos do que isso? Fingir que nada mudou quando você mudou tudo?
Seu corpo estava tão frio contra o meu. — Há quanto tempo você
esteve esperando?
KM
— Desde que saí do trabalho. Então seis ou algo assim.
— Eu não sei. Parece que toda vez que eu entro em sua casa, você
está me jogando para fora.
KM
Suspirei. — O que eu deveria fazer? Amarrar você na minha cama e
ficar com você?
Mas Toby não se distraiu facilmente. — Espere? Por que você não fez
isso. Não significou nada para você?
KM
— Claro que sim, mas você tem dezenove anos e eu não, e não achei
que fosse apropriado.
Toby ficou ali por um longo tempo, com os olhos fixos nos meus.
KM
vendo enquanto olhava para mim. Se eu parecia tão velho e cansado e
perdido para ele como eu me sentia comigo mesmo.
— Por quê?
Agora foi a minha vez de fazer uma pausa. Não era muito longe, mas
parecia mais longe, e era apenas um pouco como um jogo de poder, algo
que eu sempre evitava estritamente em qualquer lugar além do quarto. Mas
KM
Toby não parecia estar jogando comigo. Ele parecia pequeno e feroz e
terrivelmente sério. Qual era a diferença, realmente, entre ele entrar e eu ir
até ele? Talvez não fosse sobre poder. Talvez fosse simplesmente sobre
escolhas e honestidade.
Meu segundo passo nos uniu. Ele colocou as mãos nos meus ombros
e pulou em meus braços. Eu o peguei por puro instinto, minhas mãos quase
entrando no lugar certo para apoiá-lo enquanto ele trancava as pernas em
volta da minha cintura e se agarrava a mim como um macaco
excessivamente amigável.
KM
Eu nem sequer pensei nisso. Eu o beijei. Apenas meus lábios
fechados contra os dele, que estavam ásperos, rachados e salgados de suas
lágrimas. Perfeito, assim como ele disse. Ele apertou tudo ao meu redor,
seu pênis subindo quase imediatamente para pressionar contra o meu
estômago. Sua boca se abriu em um gemido muito suave e terno. E ele ficou
perto o suficiente para que eu sentisse a forma de suas palavras antes que
ele sussurrasse. — Eu vou fazer você tão feliz.
qualquer maneira porque parecia a coisa romântica para fazer e algo sobre
Toby me fez querer ser romântico.
KM
enquanto eu olhava para a seda azul entre os dedos, me segurando como
uma corrente.
Eu olhei para ele, sem fôlego e excitado. Por que ele estava me
dizendo isso?
KM
Eu deslizei minha mão sobre seu pulso, mantendo-a ali me
segurando. — É Sr... e eu não quero que você seja nada além de você.
KM
olheiras que eu sabia que estavam ali, logo abaixo dos meus olhos. — E você
também estava infeliz. Eu posso dizer.
— Você sabe, voltei para aquele clube procurando por você. Duas
vezes. Na segunda vez me barraram, então esperei na calçada. Você não
apareceu.
— Não, eu estava...
— Eu sei.
KM
Ele piscou, parecendo jovem de repente e confuso. — Assim... nós
somos... como... namorados? Eu nunca tive um namorado antes. Não um
de verdade.
— Sim.
— E você?
— Bem, você não se saiu muito bem nos últimos dois meses. Eu mal
te conheço e posso ver que você está um naufrágio só.
KM
— Tudo certo. Tudo certo. Vamos apenas fazer isso...— de alguma
forma ele conseguiu obter aspas aéreas sarcásticas em torno da palavra
“isso” sem o uso de suas mãos
— E eu tenho que ver você pelo menos uma vez por semana.
KM
Eu abri minha boca para protestar e então percebi que teria sido
ridículo. A ideia de ver Toby toda semana era... delicioso. Os problemas
viriam quando ele conhecesse outra pessoa, perdesse o interesse, ou sua
vida o levasse para outro lugar, mas eu poderia lidar com isso quando isso
acontecesse. E, nesse meio tempo, eu poderia simplesmente...
simplesmente apreciá-lo, um presente totalmente inesperado do universo.
KM
Eu merecia um pouco de felicidade. Um pouco de paz.
— Tudo bem.
KM
éramos competentes. Eu esqueci o quão prazeroso poderia ser, esse
coquetel particular de luxúria e incerteza, e quão libertador e inebriante.
Calor reuniu entre nós, entre nossas bocas e nos lugares onde nossos
corpos se encontravam, onde minhas mãos o tocavam. Nossas respirações
se tornaram irregulares. E quando eu o arrastei para mais perto para poder
dirigir meu pau preso entre suas coxas, ele arqueou em mim, gemendo e
frenético. Era enlouquecedor e maravilhoso em medidas quase iguais, essas
colisões ásperas de bocas, paus e nós mesmos.
cima dele, pegando sua mão sobressalente e prendendo-a contra uma das
almofadas. Seus dedos se enrolaram nos meus e ainda nos beijamos e nos
contorcemos e nos abraçamos.
Por fim, Toby afastou sua boca da minha. — Ei. Gostaria... Ei....
— Tudo bem. — Ele pegou meu rosto e me puxou para outro beijo, os
dentes raspando meu lábio inferior, fazendo-me gemer novamente. — É
apenas... Eu ainda estou meio irritado com você.
— Obrigado.
KM
Ele sorriu, ainda um pouco desajeitado. Atravessei a sala e fechei as
cortinas, e no caminho de volta, ele gesticulou para mim.
— Oh sim?
Eu balancei a cabeça.
— Como quando?
— Ah, meu Deus, sério? Isso é tão gostoso Que tipo de príncipe eu
era?
KM
— Isso é totalmente o tipo de príncipe que eu seria. —Ele soou
bastante tomado com a ideia. — Você se importaria?
— Sim, mas eu arquivei para mais tarde. Você deve ter cuidado com
o que deseja.
KM
ligeiramente trêmulas e fiz o que ele ordenou. Eu já havia me despido para
Toby antes, mas desta vez foi diferente. Talvez porque eu não pudesse mais
alegar que era anônimo, ou que eu estava simplesmente satisfazendo-o. Eu
queria isso e eu tinha escolhido. Ele.
Quando eu estava nu, tentando não tremer, apesar de não estar com
frio, Toby tirou os sapatos e as meias e ficou de pé. Eu meio que esperava
uma inspeção de algum tipo - provavelmente era o que qualquer outra
pessoa teria feito - mas ele apenas passou as mãos no meu peito e
murmurou: — Porra, você é gostoso. —E de alguma forma, isso me esfolou
tão completamente que foi quase um alívio quando ele acrescentou: —
Agora, de joelhos.
KM
Eu desci agradecido.
Eu deixei minhas roupas em uma pilha por perto, algo que apenas
um garoto de dezenove anos provavelmente teria me deixado escapar. Eu
me inclinei para pegar minha gravata e...
KM
— Uh, cara, eu disse que você poderia usar suas mãos?
Ele colocou minha gravata por cima do ombro e ficou parado por um
momento, virando o meu cinto entre os dedos, deslizando a ponta pela
fivela e torcendo-a de um lado para o outro. — Certo. — Ele franziu a testa.
—Okay.
Ele não parecia estar falando comigo, mas ele me deu sua paciência,
então eu dei a ele a minha. Na verdade, eu teria ficado contente em esperar
a seus pés o tempo que quisesse. Até mesmo a fricção do tapete estava se
desvanecendo na experiência - o prazer de agradar e a ponta afiada da
antecipação.
KM
— Certo— ele disse, mais decididamente desta vez. Então ele deu
um passo atrás de mim, ainda segurando meu cinto, e se agachou.
Sua boca roçou o canto da minha. — Bem aqui. Posso ter suas mãos?
KM
Eu não tinha ideia do que ele conseguiu fazer com o meu cinto, mas
o deslizamento legal de couro envolveu um pulso, depois o outro. Ele puxou
para algum lugar, e as duas voltas se apertaram, me algemando, me
prendendo. Eu puxei uma respiração curta e afiada que parecia não trazer
ar para os meus pulmões.
KM
Não. Não. Não. Mas tudo que eu pronunciei foi um gemido ofegante
e cheio de luxúria. E quando Toby alcançou ao redor para arrastar a mão
até o meu comprimento, gotejando, o que eu disse foi: — Oh sim.
Então ele passou a gravata nos meus olhos e eu perdi tudo em seda e
escuridão. — T-Toby... Eu... Eu não quero...
KM
submetendo. — Eu não... —Eu estou... com medo. Mas eu não pude dizer
isso. Caso ele parasse.
— Eu sei— ele disse novamente. — Mas eu quero isso, então você vai
me deixar.
— Eu sinto muito.
KM
— Não sinta. Me excita mais quando você resiste, mas eu não tenho
certeza se vai segurar. Eu obtive um F em meu GCSE em Design & Tech.
— Sim. —Claro, eu não podia vê-lo, mas virei meu rosto para onde eu
achava que ele poderia estar. — Estou à sua mercê.
KM
Mostre-me.
KM
Seus dedos se enrolaram suavemente no meu cabelo e meu coração se
encheu de gratidão. E, de repente, eu não estava indefeso ou com medo. Ou
melhor, eu estava, mas dentro de tudo isso, encapsulado na minha
escuridão particular, me senti infinitamente terno, quente e seguro. Eu
senti como se fosse dele.
Eu poderia ter acariciado meu caminho para seu pênis. Era o que eu
pretendia e provavelmente o que ele esperava, mas o impulso do momento
me levou para baixo, não para cima. Era desajeitado sem as minhas mãos e
era perigosamente como cair, mas parecia tão tolo agarrar-se à graça
quanto era se agarrar ao orgulho, e eu confiava que ele me pegaria se
precisasse.
KM
— Santa foda.
KM
risada contra os dedos dos pés, consumido pela alegria repentina de
simplesmente estar onde eu estava.
KM
cheio de cabelo acima, e depois o mais suave de todos, bem no topo de suas
coxas, onde a curva de sua bunda começava.
E percebi que não precisava dos meus olhos para saber que ele era
bonito. Ou, pelos ruídos que ele estava fazendo, saber que eu estava
agradando a ele.
Eu arrastei minha língua até a costura entre suas coxas, e ele pulou.
— Jesus. Isso parece obsceno. Faça isso novamente.
— Toby?
KM
Eu empurrei minha língua na dobra de sua bunda, e o som que ele
fez desta vez definitivamente não foi um grito. Ele se contorceu impotente
contra mim, seu corpo praticamente implorando por mais, e por um
momento terrível, eu pensei que ia me desgraçar e gozar.
— Você não precisa fazer nada comigo que não quer— eu disse a ele.
centímetro, a linha relutante de carne no centro de sua bunda, até que ele
estava inclinado para frente e arqueando os quadris para me permitir ir
mais fundo.
KM
De repente, não havia nada além de seu silêncio e sua quietude.
Então ele estremeceu incontrolavelmente, proferiu o mais suave e mais
quebrado grito que eu já ouvi, e... e... Eu não tinha certeza do que aconteceu
em seguida, mas ele estava mole, suado e quase nu no meu colo, seus
braços em volta de mim e seu rosto pressionado no meu ombro.
cair. Ele empurrou a gravata para longe dos meus olhos, e eu me encolhi,
cego pela súbita claridade. — Por favor. Eu não posso.
— Está tudo bem. —A voz de Toby estava rouca de seus gritos, mas
tão gentil, tão gentil. — Você pode.
KM
Mas eu fiz isso. Eu me contive, embora parecesse morrer. Porque ele
disse que eu podia, e - logo em seguida - eu acreditei nele, e era tudo que eu
precisava. E ele me segurou enquanto eu engasgava e soluçava e não
gozava.
—Laurie?
— Sim?
— Uh, você realmente gosta desses livros ali? Eles são valiosos?
KM
— Não é engraçado. Você tem um lenço ou algo assim?
Foi banal.
Foi íntimo.
KM
— Eu senti sua falta.— Ele rolou e se enrolou em uma pequena bola
apertada. — Segure-me como você fez da última vez.
— E mal-humorado.
— Veja anterior.
KM
Ele ficou quieto por um longo tempo. Então tão suavemente que eu
mal consegui escutar: — Estou com medo.
Eu não tinha certeza se deveria tocá-lo, se era isso que ele queria,
mas eu passei meus dedos pela sua espinha e ele relaxou, só um pouco. —
Por causa do que fizemos?
KM
Mais uma vez, sua honestidade kamikaze me deixou indefeso, e eu
me vi deixando escapar: — Eu realmente gosto de você também— como se
fôssemos crianças trocando juras no recreio.
Eu não tinha certeza de que ele me ouviu, porque ele não respondeu.
Ele apenas se aninhou em mim, ruídos suaves de prazer saindo de seus
lábios. Contentamento rastejou através de mim em troca. Eu estava
cansado e não exatamente excitado, mas ele me deixou com uma
consciência silenciosa - dele, do meu corpo, das necessidades que ele havia
satisfeito e das que ele deixara para pulsar, queimar e construir dentro de
mim.
KM
KM
certo ponto, eu estava feliz que ele as tivesse, como a alternativa teria sido a
sociopatia - eu também estava levemente exasperado. Escavar o umbigo
atrás de fiapos me parecia um passatempo fútil e exclusivamente
adolescente. Eu não queria que ele se sentisse culpado pelo que fez comigo,
mas também não queria analisá-lo particularmente. — Você sabe que isso
não é verdade.
— Então, o que fizemos esta noite... o que eu fiz pra você... isso está
realmente, honestamente, completamente bem?
13 Coronation Street é uma opera britânica criada por Tony Warren, exibida originalmente pela ITV
desde 9 de dezembro de 1960.
KM
Ele ficou quieto por um tempo, seus dedos traçando padrões ociosos
em um dos meus braços, fazendo o sangue dançar sob a minha pele. — Eu
não sei como eu viveria comigo mesmo se eu realmente te machucasse.
Oh sim, Toby, sim. —Eu apertei meus braços sobre ele. — Há risco inerente
à maioria das coisas que valem a pena.
KM
Eu deveria ter dito a ele que não o conhecia. Que isso era
simplesmente compatibilidade sexual. Mas em vez disso: — Eu tive muito
tempo para pensar sobre essas coisas e, acredite em mim, há muitas
maneiras de pensar, mas a maneira como você falou comigo no clube? Você
não me deu muita escolha.
KM
Sua perna me cutucou provocativamente até que a resistência
desmoronou, e comecei a me mover com ele, desejando misturar-me
docemente com o desespero. — Qualquer coisa. Eu farei qualquer coisa.— E
então, eu quis dizer isso.
— Deus... Toby...
KM
— Isso correspondeu às suas expectativas?
— Ou você vai.
— Para quê?
KM
muito mais do que você se ajoelhar no chão enquanto eu me masturbo. Tem
certeza absoluta de que não precisamos de uma palavra de segurança?
Estava ficando cada vez mais difícil para mim pensar, quanto mais
continuar com ele enquanto ele saltava de tópico para tópico, do controle
instintivo para a incerteza confessada. — Sim eu tenho certeza.
Se isso fizer você se sentir seguro, então, é claro, podemos ter uma palavra
de segurança.
KM
— E eu sinto o mesmo por você. O fato de você pensar que eu não
estou... fodidamente me insulta Laurie.
KM
inclinações o levassem para outro lugar. — Você pode, mas eu confio em
você, Toby.
Foi em grande parte um acidente, mas o clima mais leve veio como
um alívio. Meu coração cauteloso e meu senso de autopreservação só
podiam tolerar tantas verdades e confissões. — Sim. “torta de merengue de
limão” para desacelerar, “torta de banana” para parar. Eu não estou
particularmente interessado em limões, embora eu possa tolerá-los, mas eu
realmente odeio bananas.
KM
— Ha-ha, não isso. Você está preso com isso. Como você não... se
importa... o tempo todo?
Deus. Ele realmente não tinha ideia. — Seria o meu prazer e o meu
privilégio levá-lo a isso sempre que quiser da maneira que você quiser. —
Eu estava indo para um humor seco. Não durou. — Isso vai me deixar
louco.... mas Deus... sim por favor. Tome o seu prazer de mim.
KM
Eu tremi, tenso e ligeiramente vulnerável.
KM
Ele desmoronou ao meu lado, deixando-me ofegante e cheio com o
gosto dele. Então ele rolou em sua bola habitual e se aconchegou
firmemente, aninhando-se contra o meu pau dolorosamente desesperado.
Ele disse algo que soou como ngh, aconchegado, se possível, ainda
mais perto, e mais uma vez, nós dormimos.
KM
encontrar um tubo de lubrificante e um preservativo. Quando eu estava
pronto, eu o cobri com meu corpo e deslizei um dedo liso nele.
e um pouco de mim.
KM
controle, minha respiração caindo dura e irregular contra sua pele. Eu o
preparei, mas seu gemido tinha uma ponta de dor, e através da névoa de
desespero, eu me encolhi para ele e para mim mesmo. Eu hesitei, no fundo
de seu corpo, me forçando a ser mais cuidadoso, mas depois ele jogou a
cabeça para trás e arqueou o corpo, oferecendo-se a mim.
esticando seu corpo em uma linha de calor e urgência, e peguei ele, duro e
rápido e frenético, segurando ele lá contra mim, debaixo de mim, para que
eu pudesse aguentar, todo o prazer, alívio e pura alegria extraordinária.
Não é uma recompensa pela submissão, humildade e negação da noite
anterior, mas uma parte dela, uma extensão. Um culminar.
Seu pênis estava quente e úmido, esticado entre nossos corpos, e ele
gozou com um grito irregular no momento em que meus dedos
KM
desajeitadamente o escovaram lá. Eu o peguei, minhas respostas perdidas
nas dele, e as dele perdidas nas minhas, junto com todos os limites de dar e
receber, dominação e submissão, conquista e rendição. Deixando apenas
nós e isso, nossos corpos trancados em êxtase.
KM
Ele saiu pouco depois. Eu não pensei em pedir a ele para ficar, mas
tudo estava quieto sem ele. Andei pela casa em meu roupão, num estranho
momento, perdido e quase em paz.
Pensei em pôr em dia a minha leitura, mas Toby havia deixado sua
marca ali também, embora acidentalmente - não sobre meus periódicos,
graças a Deus - mas em um splash selvagem sobre The Acceptance World,
Books Do Furnish a Room e Temporary Kings. Não deveria, mas isso me
fez sorrir.
Eu nem sabia por que Robert os havia deixado. Eles foram seus
livros favoritos o tempo todo que estivemos juntos. Eu mesmo não tinha
KM
Eu os levei para a cozinha para limpar. Toby até lavara a louça, sem
deixar vestígios de si mesmo, exceto em mim e em alguns livros antigos. Eu
juntei todo o conjunto de doze volumes e levei-os para uma instituição de
caridade, voltando de uma tarde cinzenta para uma casa que parecia estar
cheia de novos espaços à espera de Toby preenchê-los.
KM
Capítulo 6
Toby
Eu pensei em dizer algo para o Joe, mas estou com medo que isso
seja um tiro pela culatra. Atualmente estou fazendo tudo, o que é difícil,
mas ainda é muito melhor do que outra pessoa fazendo toda a comida e eu
KM
Eu sou apenas...
Eu não sei. Eu não sei o que devo ser. Ou como eu posso descobrir.
E, em breve será Páscoa, então terei que ver todos os meus amigos
da escola novamente. Eu digo todos como se houvesse muitos, mas há
alguns, e eles estão totalmente diferentes agora, totalmente alterados.
Como se a vida estivesse realmente acontecendo para eles e levando-os a
lugares, enquanto eu ainda estou aqui, ainda na mesma. Talvez até mesmo
retrocedendo, porque todos farão a universidade e terão carreiras, e eu
serei... Eu serei o que? Um lavador de pratos.
KM
Eu costumava estar exatamente onde eles estão. Exceto que não era
o que eu pensava que seria.
semana dura para sempre, mas tem essa base agora. Essa recompensa
esperando por mim faz tudo valer a pena. Claro, os regulares do café se
irritam porque sou muito estridente e idiota. Mas eu não me importo
porque isso significa que eu posso sair da janela de servir e falar sobre o
meu namorado.
Meu namorado.
KM
uma coisa nossa e, segundo, alguns dos regulares são bem idosos e isso
pode literalmente matá-los.)
Eu sei que Laurie me deu toda essa besteira sobre como ele não era
meu namorado, mas do jeito que eu vejo: nós fizemos sexo várias vezes,
falamos sobre merda, ele parece gostar de mim por alguma razão estranha
Eu cozinhei para ele, fiquei na casa dele e tenho um convite para voltar lá.
Se anda, fala e grita como um namorado, é um namorado, certo? E não é
como se ele fosse descobrir como eu o chamo para um grupo de East
Enders.
respirando no meu pescoço sobre como eu sou inútil, o café está tranquilo,
e eu estou adiantando as coisas para o dia seguinte. Isso me dá tempo para
sonhar acordado, o que provavelmente explica O Grande Bolo de Cenoura
Que Não Era De Cenoura, mas sinceramente eu realmente gosto de assar.
É um alívio saber que sou bom em alguma coisa. Eu não tenho nenhuma
lembrança do tipo “lar e casa”. Eu acho que eu deveria ter sido ensinado
amorosamente por uma pessoa idosa apaixonada, mas eu apenas peguei
isso do jeito que foi, e essas são boas memórias também. Também há Mary
Berry, que é como a melhor pessoa de todas. Quer dizer, eu não a conheço
pessoalmente nem nada, mas ela está na TV o tempo todo, então é como eu.
KM
Eu tenho que fazer coisas simples, caso contrário, há tumultos.
Tentei mille-feuille14 uma vez, e eles saíram muito bem, assim como eles
deveriam, mas todo mundo estava tipo, “ Que porra é essa merda
francesa?” Então, são cupcakes e esponja de Victoria e bolo de cenoura e
bolo de café. E a ocasional torta de merengue de limão. Mas prometi a mim
mesmo que o próximo dele seria para Laurie. Oh homem, os pensamentos
que tenho. Nojento e delicioso e provavelmente não em conformidade com
os padrões de higiene alimentar. Eu sei que eu deveria estar convertendo
ele para o Team LMP15, mas Deus, eu adoraria lamber o creme de limão de
sua pele enquanto ele treme e engasga e luta e tenta não gozar.
KM
E, bem, ele está morrendo. Ele tem câncer. Mas ele tem noventa e
quatro. Então, se você for contrair câncer, achamos que esse é
provavelmente o melhor momento para obtê-lo. E eu sei que
provavelmente soa um pouco estranho estar levando um monte de
cupcakes totalmente-ruins-para-saúde-das-pessoas em um hospício cheio
de frágeis e doentes terminais, mas isso é meio que o ponto. O pior já
aconteceu. Eles podem muito bem ter o que quiserem. Há toda essa coisa lá
sobre morrer como... como... uma pessoa, com dignidade e amor e, sabe,
cupcakes.
E eles totalmente conseguiram um. Não o seu tipo habitual, mas eles
se certificaram de que eles tivessem esse para ele no dia seguinte.
E esse foi o momento em que eu sabia que tudo ficaria bem. Quero
dizer, não, não vai ficar bem. Meu avô vai morrer, e isso vai ser muito,
muito triste. E quando ele for embora, ficarei um pouco mais sozinho no
mundo. Mas tudo vai ficar bem para ele. Porque as coisas horríveis, os
KM
testes, os tratamentos, os hospitais, as palavras longas e a falta de
informação, os médicos muito ocupados e as pessoas que não se lembram
do nome dele... vão acabar.
E tudo o que resta para ele fazer é viver. Até ele parar.
Ele está frágil nos dias de hoje, realmente frágil. Mas ele parece bem.
Triste e com dor às vezes, mas tudo bem. Eles garantem que a maioria de
seus dias sejam bons dias. E eu acho que a mente dele não está tão bem
assim... Eu não sei. Como se ele ainda estivesse lá, ele ainda é meu avô, mas
acho que ele está perdendo um pouco a noção do tempo. Coisas recentes o
KM
Isso significa que as últimas coisas que ele lembra sobre mim não
serão as formas como eu falhei com ele.
Eu vou contar a ele sobre o meu namorado. Eu sei que ele vai
lembrar disso.
Ele foi a primeira pessoa para quem saí. Não a primeira pessoa que
soube que eu era gay - acho que minha mãe sabia o tempo todo -, mas a
primeira pessoa para quem a notícia importava. Eu estava meio que
acidentalmente na escola, depois dos negócios com meu melhor amigo, e
algumas das crianças foram uma merda comigo sobre isso e algumas delas
não foram e algumas delas foram ruins para mim por razões totalmente
KM
diferentes, porque, vamos encarar, a escola é um tipo de gerador de merda
institucionalizado. Como o Experimento da Prisão de Stanford.
assim. Quero dizer, eles ainda são, mas há pelo menos uma certa
compreensão social que isso supostamente é algo ruim. Como se alguém
sendo aleatoriamente homofóbico para mim, eles pelo menos pareceriam
envergonhados e depois me dariam um discurso sobre como eles não são
realmente homofóbicas e suas Razões. Mas minha bisavó realmente
costumava chamar de negros, uma palavra que você nunca diria se você é
branco. Ela não achava que fosse racista. Ela apenas pensou que era o como
as pessoas negras eram chamadas. Sim. Estranho.
Provavelmente é uma coisa boa que ela está morta. Estou brincando.
Bem, ela está morta. Mas eu era bem jovem na época, então não foi grande
coisa. Quero dizer, para mim. Provavelmente foi para ela. E para o vovô.
Mas como eles não pareciam gostar muito um do outro, quem sabe?
Relacionamentos adultos são um completo mistério para mim. Quer dizer,
KM
eu não sei em que ponto você vai de estar apaixonado e chateado para não
falar realmente sobre qualquer coisa e estar um pouco irritado um com o
outro o tempo todo. Mas em nenhum momento lembrando que estar com
eles é uma espécie de opção. Embora na verdade eu tenha muito pouco
exemplo disso na família. A família Finch não consegue manter os homens.
É nossa maldição ou algo assim. E eu fodidamente espero que eu não caia
nessa - ou quem sabe eu não conto porque sou gay - porque agora eu tenho
um homem e eu quero muito ficar com ele.
Mas, de qualquer maneira, uma vez que minha bisavó morreu, vovô
começou a dançar novamente.
KM
KM
E meu coração era como o thudump-thudump-thudump. Ao ritmo
de ohfoda-ohfoda-ohfoda.
para St. Anthony. Está fora ao norte de Londres, tão fora do meu caminho,
mas sério, ele é meu avô, quem está contando? Eu vou vê-lo praticamente
todos os dias. Isso é outra grande coisa sobre o hospício. Não é como um
hospital, onde eles te odeiam por aparecer e atrapalhar, e só deixam você
entrar por uns dois minutos e dezesseis segundos quando Mercúrio está em
retrocesso. Você é sempre bem-vindo no hospício. É tão cheio de pessoas
juntas. Você pode até ficar por lá mesmo se quiser, precisar, ou se estiver
com medo.
Está escuro quando chego ao hospital, mas tudo bem porque há luz
por dentro. E eu posso ouvir música tocando, pessoas falando. Todo mundo
sabe meu nome. Não apenas a equipe, mas os voluntários e as famílias. Eu
meio que sinto falta de algumas pessoas que costumavam vir aqui, o que é
estranho, eu acho, mas você se conecta rapidamente. E você não fala
quando você pega um ou outro chorando.
Logo eu dei quase todos os meus bolos, e levo o resto para o avô
porque ele está em seu quarto.
KM
Tudo bem.
KM
fazer bordado porque eu era muito maricas para fazer trabalhos em
madeira.
Olhando para trás, acho que eles podem se foder. Quero dizer, eu
não diria isso para eles. Eles eram talvez seis. Mas se eu tiver um filho meu
e talvez um dia eu queira - espero que sim - eu não vou criá-lo assim.
Acreditando que a forma de seu mundo é a única forma que o mundo tem
que ser. Bem, eu acho que o pobre coitado não vai ter muita escolha. Afinal,
KM
Mas o avô ainda tem todas essas fotos. Há toda uma série de nós em
Primrose Hill, uma para cada estação, figuras com lenços e chapéus de sol.
E tem o primeiro poema que eu escrevi. É carinhosamente ilustrado à mão
e recortado com uma tesoura especial que faz bordas enrugadas e é
chamado de “Sapos”. É assim:
Sapos
KM
sucedida que eu já fiz. Quero dizer, sim, é uma porcaria, mas eu tinha o
que? Cinco? Acho que fui o único que entendeu que um poema era um tipo
diferente de escrita. Por muito tempo, eu realmente pensei que seria poeta
quando crescesse. Da mesma maneira que mamãe é uma artista.
minha própria merda antes que alguém tivesse que sentar e me dizer.
Deus, maneira de fazer tudo sobre mim. Mas isso não significa nada
para ninguém, exceto ele. E se isso não significa nada, não é nada. Que
significa... eu também não sou.
Ele me diz que vai me dizer o que ele pensa. Eu não acho que ele
tenha energia para comer um agora.
Tudo bem.
Eu pergunto se ele quer alguma coisa, mas ele não quer. Eu pego
para ele um pouco de água fresca de qualquer maneira. Porque você sempre
precisa de água, certo?
KM
Nós falamos um pouco sobre algumas das pessoas que conhecemos
aqui. Você não os chama de amigos. Eles são outra coisa, mais ou menos
isso.
É muito estranho o jeito que você pode ter tudo no mundo para dizer
e foder tudo. E eu posso ver que ele está começando a cair novamente.
— Vovô?
Ele pisca para mim um pouco. Ele está tudo em seus olhos agora. É
onde ele mora. Não em seu corpo mais, que é apenas pele seca. — Toby?
KM
tive que implorar e lamentar pelo privilégio. Mas totalmente valeu a pena.
— Ele é... muito legal. Inteligente e engraçado e gentil e bonito.
Foi meu jogo favorito quando eu era criança. Passávamos por essas
casas de bolo de açúcar a caminho do parque, e eu puxava sua mão e dizia:
— Quem você acha que mora lá?— E ele dizia: — Um marinheiro que
conheceu uma sereia que deu a ele uma pérola do tamanho de um melão. E
então nós avançávamos um pouco mais, e ele apontava para uma delas e
dizia: — Mas quem mora lá, Toby? — e eu dizia:— O príncipe de um reino
preso em um mármore.
KM
— Mas como é a dança dele? — Pergunta o vovô.
Eu acho que ele quer dizer mais, mas ele não consegue pronunciar as
palavras. Eu dou-lhe um pouco de água. E eu sei o que ele provavelmente
vai me dizer de qualquer maneira. A verdade é que meu avô é um homem
muito tendencioso. Ele acha que eu sou uma pessoa maravilhosa, talentosa
e maravilhosa, apesar de todas as evidências disponíveis em contrário. Mas
isso é o que é o amor, eu acho. Um estado perpétuo de parcialidade e semi-
insanidade. E eu acho que ele está meio que se preocupando que, sem ele,
eu não tenha ninguém para se sentir assim sobre mim.
— Hã?
Eu ri. É um bom dia quando você está sendo chamado de idiota pelo
seu avô.
Mas também é ruim quando percebo que Laurie nunca vai conhecer
KM
meu avô.
Porque meu avô vai morrer e Laurie não é meu namorado. Eu posso
dizer a ele para ficar de joelhos para mim, eu posso dizer a ele para me
foder, mas eu não posso trazê-lo aqui. Eu não posso apresentá-lo à pessoa
que mais amo no mundo. E eu não posso esperar que ele esteja lá quando
eu perder essa pessoa para sempre.
KM
poesia para ele. Só assim ele teria algumas palavras para levar com ele e
minha voz para lhe fazer companhia no escuro.
Eu sei que só estive com ele duas vezes. Que eu mal conheço o cara.
KM
Eu vejo Laurie no domingo desta semana porque tive que trabalhar
no fim de semana, mas no momento em que entro pela porta dele, ele me
prende contra a parede, e acabamos fodendo no corredor.
É tão bom, o jeito que ele me toca, como se ele estivesse esperando
por mim a semana toda, e tudo vai derramando de mim, como estou feliz
em vê-lo, o quanto eu senti sua falta, e o quanto eu o quero, junto com cerca
de oitenta galões de sêmen. O que significa que minhas roupas acabam na
lavadora, e eu na banheira, ele comigo desta vez, e flutuo vagarosamente na
água e sob suas mãos. É só quando estou à sua porta às cinco e meia da
KM
manhã seguinte, porque ele precisa ir trabalhar, que percebo que o tempo
passou. E Laurie também, de volta ao resto de sua vida. Deixando-me
dolorido, feliz e vazio tudo ao mesmo tempo.
KM
vislumbres sobre isso. A noite em que nos conhecemos. A noite em que ele
me jogou através da porta dele. Às vezes depois do sexo, quando ele me
deixa segurá-lo. Basicamente o suficiente para me fazer querer morar lá, do
outro lado dessa linha dele.
Exceto que eu não sei como chegar lá. E tenho medo de empurrar de
novo, com medo de perder o que tenho.
fazê-lo se sentir tão seguro, tão perfeito, tão carinhoso que nunca mais vai
querer voltar. Então ele verá que isso é real.
Então, uma semana ou mais depois, eu espero até depois, quando ele
está quieto, relaxado e de olhos suaves, e pergunto: — Laurie, você está
fazendo isso com mais alguém?
KM
Ele ri.
KM
toda a ideia. Eu odeio quando ele faz isso. Quando ele finge que as coisas
que importam para mim - as coisas que ele me dá - são pequenas.
— Então, uh...— Porra, como você diz essas coisas? —...Um... se nós
somos tipo exclusivos, isso significa que nós... podemos dispensar os
preservativos?
De alguma forma, imaginei que uma conversa sobre isso poderia ser
romântica. Mais dessa voz rouca dizendo alguma coisa do tipo, eu confio
em você, Toby, o mesmo que ele tinha usado quando eu fiquei com medo
de tê-lo machucado. Eu tentei combinar com o tom dele. — Uh, legal.
KM
Espelho.
KM
Indicadores
Preservativos.
Oh, Meu Deus, agora eu nunca mais quero fazer sexo novamente.
Mortificado, eu murmuro: — Sim.
KM
Ok, eu não estou mais chateado. Agora estou apenas preocupado. —
Laurie. —Eu deslizo a mão sobre a curva de seu ombro. — Não devemos ser
cuidadosos?
Ele se vira de costas e está rindo. Mas é uma risada legal. Não é o
tipo que me faz sentir bobo. — Venha cá, seu menino ridículo e
maravilhoso.
imaginária.
Ele solta esse som exasperado. — Você sabe o que eu quero dizer.
KM
— Eu faço, mas eu gosto de ouvir você dizer essas coisas.
Não é... não é como eu espero que seja. Mesmo que tenhamos
transado seis maneiras de domingo nas últimas semanas, de repente estou
meio tímido novamente. Como eu não estive desde a primeira vez,
inclinado e de cabeça para baixo nesta mesma cama.
KM
Mas, Oh Deus. Oh Deus.
KM
que somos. Laurie e eu. Juntos. Tocado e tocante. Tão profundo quanto
duas pessoas podem ir.
KM
Ele é perfeito assim: todo esforço, sombras e brilho de suor.
Respiração áspera e autocontrole agonizante. Um garanhão selvagem de
um homem que se doma por mim. E é quando eu gozo, jatos espasmódicos
quentes em todo o meu peito e estômago, como se meu pau estivesse
surpreso.
Não porque não foi bom, mas porque tudo é muito bom. E eu não
quero que isso pare. Eu não quero perder esse calor e essa plenitude e essa
proximidade.
Ele se inclina sobre mim e, por um momento, acho que ele também
gozou, mas a boca dele está em mim. Eu sinto o calor vibrante de sua
respiração contra o meu peito e, em seguida, os movimentos suaves de sua
língua enquanto ele lambe tudo o que eu derramei. Estou tão sensível agora
que é quase esquisito, mas eu gosto disso. E especialmente quando tenho
seu pênis ainda duro dentro de mim enquanto ele faz isso. Sabendo que ele
está desesperado por mim.
Eu penso em brincar com ele. Fingindo que não vou deixá-lo gozar,
para fazê-lo implorar. Nós dois sairíamos totalmente disso.
KM
Não há jogos agora.
Ele faz esse som encantador incoerente e se apoia nos cotovelos. Seu
rosto está pressionado contra o meu pescoço quando ele começa a se mover
novamente. Eu sei que isso é para mim também, o quão cuidadoso ele é
com seu próprio prazer quando eu já estou gasto. Eu envolvo meus braços
ao redor dele e o seguro o mais forte que posso. Eu também faço isso com
as minhas pernas - ele gosta disso - mas estou muito desequilibrado para
poder movê-las.
KM
Eu realmente não sei porque eu faço o que faço em seguida.
Não é algo que eu tenha planejado. Mas quando estou com Laurie e
o Laurie, quando estou além da linha dele, tenho essa coragem que não
tenho em outros momentos.
KM
— Oh Toby — diz ele. — Toby.
KM
Que é quando eu descubro isso. Eu quero ser bom o suficiente para
mais do que sexo. Eu amo ser seu amigo, eu amo tudo o que fazemos, mas
eu gostaria que ele pudesse ver algo mais em mim.
Mas como ele pode? Eu tenho dezenove. Eu não tenho talentos, nem
futuro, nem perspectivas, nem ideias. E ele é um homem maravilhoso,
educado e poderoso. Com um trabalho de prestígio e uma casa de contos de
fadas e, provavelmente, relacionamentos reais contra os quais eu sempre
ficarei aquém.
Sem Laurie, minha vida é apenas Greasy Joe para sempre. E agora
que eu encontrei o que eu estive procurando por toda a minha vida - agora
que eu sei como é realmente ter um homem de joelhos por mim - como
diabos eu devo voltar a me preocupar com crianças da minha idade?
KM
Quem diabos sou para obter tudo sob regras inúteis? Para ficar todo
irritado com o sexo mais quente que eu provavelmente vou ter. O avô diria
que eu estava cortando meu nariz para ofender alguém e ele estaria certo.
Foda-se a escola, foda-se meu futuro. Talvez este seja o meu talento:
Saber isso sobre Laurie como eu sei sobre mim mesmo. Saber como
descascá-lo e pegar o que ele precisa que eu tome. Sexo, submissão, dor.
Ele meio que recua um pouco, mas eu sei que não é de mim nem da
ideia que ele está se esquivando. É porque ele também quer. E então ele
concorda. — Tudo bem.
Eu sei que isso não deveria ser um grande negócio. Laurie deixou
bem claro que, quando se trata de seu corpo, nada é grande coisa. Eu posso
fazer o que eu gosto. E não é sobre poder, porque eu amo como ele me fode,
eu realmente amo. É incrível, obviamente, mas também como se eu
KM
Mas há um problema. E isso é... Bem. Não sou muito bom nisso. Eu
tenho feito isso, um par de vezes. E eu sei que isso parece uma coisa maluca
de se dizer quando tenho aspirações de amarrar pessoas e machucá-las,
mas foder alguém certo é como ter essa enorme responsabilidade. E é difícil
ser responsável quando, no momento em que você entra, seu pênis se
parece com oyeahmany, e se atira como um mendigo no banquete ou
qualquer outra coisa. Embora, para ser honesto, antes de Laurie, acima ou
KM
abaixo, a maioria dos meus encontros sexuais tendessem a incluir uma
série de desculpas “Oh não, tudo bem”, e embora isso seja muito educado e
importante, não é... bem... sexy, é? Eu acho que só a experiência para saber
o que você quer e como conseguir.
E enquanto ele está fazendo isso, eu vejo o que ele me trouxe. Cordas
algemas e correntes. E um rolo do que parece ser fita adesiva, o que me
KM
assusta por um momento, até eu perceber que não é pegajoso. Eu pego um
rolo de corda, que é quando eu lembro que não sei nada sobre tudo isso. Ela
tem uma textura levemente sedosa que fica bem entre meus dedos. Mas eu
fui expulso dos Escoteiros por fumar maconha atrás do centro comunitário,
e basicamente a única coisa que eu amarro regularmente são meus sapatos.
E mesmo assim eu os ligo dentro e fora quando posso.
KM
Eu me afasto e começo a brincar com o resto das coisas na cama. Eu
acho que eu deveria ter pensado sobre o lado perverso das coisas um pouco
melhor. Eu olho por cima do meu ombro, para ver se estou fodendo tudo,
mas Laurie se ajoelhou para mim. Eu não tinha pensado em lhe pedir isso
até então, mas ajuda. Sua paciência. O seu entendimento. Sua aceitação. Eu
ainda estou segurando uma algema de pulso, mas eu gosto muito dele por
fazer isso, eu desço ao lado dele e o beijo. Eu o beijo até que não possamos
nos beijar o suficiente.
— Suba na cama.
Ele sabe como eu fico quente por ele dessa forma. Todo estirado para
mim. Fazendo seus músculos se alinharem como soldados. Desenha seu
corpo com todos os vales e relevos. Mostra o quão forte ele é. Sua
disposição em ficar impotente.
Para mim.
Isso é uma coisa que ele pode fazer. Ele pode se tornar um presente.
KM
É o que me faz sentir humilde.
Tanto para fingir que eu era sofisticado o suficiente para isso. Mas
eu não dou a mínima. A preocupação vem depois. Isto é agora. E agora, eu
sou o rei do mundo. Bem, rei do seu mundo de qualquer maneira.
Respiração pesada por toda parte. Pênis muito duro. Mas minhas
mãos estão firmes com as fivelas, então estou secretamente um pouco
orgulhoso. E quando termino, empurro o joelho dele e uso um desses
grampos de ponta dupla para conectar a braçadeira do tornozelo à
braçadeira da coxa. Ele faz um barulho assustado no segundo estalo, como
se ele apenas agora ele tivesse percebido o que estou fazendo. Não é
realmente muito restritivo - heh, ainda - mas o calcanhar de seu pé é
atraído para a parte de trás de sua coxa, e ele não pode endireitar sua
perna. Quando faço o mesmo do outro lado, ele enrola o joelho
protetoramente sobre o corpo. Não posso dizer que o culpo, e é por isso que
o deixei sair impune. Enquanto ele puder.
KM
Eu não sei de onde vem, mas de repente estou com pressa... Eu não
sei como chamar isso. Empolgação, eu acho. Mas é assim... meio... afiada e
meio escura. E percebo que é isso: sou um sádico portador de cartas. E tudo
bem.
Quero dizer, obviamente, eu sei que não sou a única pessoa que esteve na
vida de Laurie, mas eles são um lembrete muito forte de que ele está aqui
por outra pessoa. Eu penso sobre isso, e acontece que eu não sou ciumento.
Bem, na verdade não. Está se tornando meu novo mantra: eu estou aqui
agora. É isso que importa. E os ilhoses são bons pensamentos.
— Toby... Eu não...
Mas ele não faz. Ele apenas balança e esconde o rosto, porque ele
não pode esconder mais nada de mim assim. Eu me inclino e corro minha
língua todo o seu pênis brilhante e duro, e ele abafa um som tão
gloriosamente carente que é praticamente um soluço.
Muito, muito devagar ele faz. Há esse rubor escuro varrendo suas
maçãs do rosto. E é como se ele não soubesse se ele me odeia ou me quer.
Talvez ambos.
— Não o quê?
Eu não acho que ele sabe o que. Eu arrasto meus polegares ao longo
dos vincos abertos onde suas pernas encontram sua virilha, e seus quadris
KM
arqueiam compulsivamente em meu toque, fazendo as correntes apertarem
e soltarem um pouco em suas amarras.
— Sim mas... —Sua voz é tão suave, tão irregular, que eu não sei
como estou ouvindo ele. — Isto é... somente.... é difícil de suportar.
KM
Por um longo momento, ele apenas olha para mim, tão corado e
zangado e frenético e envergonhado, e então sua cabeça cai de volta contra
os travesseiros, seu corpo não está muito relaxado, mas se rende, só um
pouquinho, se abrindo para mim.
No momento em que eu estou indo para o sul de novo, acho que ele
se esqueceu de se sentir incomodado pelas restrições, ou porque é
importante que ele esteja indefeso e não desamparado e completamente
vulnerável a mim. Há apenas meus lábios e meus dedos e o jeito que eu
estou fazendo ele se sentir. O que, eu me lisonjeio, é bom pra caralho.
semana. Eu acho que é um pouco brega, mas o que mais eu posso fazer?
Uma mordida de amor perto de seu coração, outra em seu quadril, uma
terceira em sua coxa. Ele geme muito docemente quando eu as faço, os
olhos tremulando enquanto ele assiste.
KM
Porque, oh Deus, oh foda-se, o jeito que eu tenho ele amarrado, sua
bunda é este vale desprotegido, com um pequeno nó apertado de escuridão
aninhado em seu coração, quase me implorando para pressionar por dentro
e reivindicá-lo.
— Tudo bem.
Eu patino meus dedos sobre sua bunda para fazer o ponto, e ele
meio que entra em erupção em um arrepio de corpo inteiro. — Até você me
foder com seu pau.
— O que?
KM
Eu o assustei novamente. Acontece que eu gosto de fazer isso. — Eu
te disse que eu tinha um uso para suas mãos. Toque-se.
E ai meu Deus, seu rosto. Eu podia assistir seu rosto para sempre. O
cintilar de seus cílios. E às vezes ele aperta os olhos com tanta força, é quase
como se estivesse com dor. Mas sua boca, sua boca tem essa suavidade, e
faz os sons mais suaves.
Mas isso vem do nada, como um espirro incrível. Luz branca no meu
cérebro. Bam, um maldito orgasmo, de alguma forma, se arrastou através
do meu maldito dedo.
KM
Uau. Há tudo em meu nome naquele momento. Esperança, medo e
necessidade, e algumas coisas que provavelmente estou imaginando me
fazem sentir tão caloroso por dentro. De uma forma que me faz querer dar-
lhe tudo de volta.
Eu acho que ele está tão perto de perdido que ele está meio alheio.
Eu não tenho certeza do que devo fazer se ele não obedecer, ou se eu julguei
mal e ele goze antes de eu dizer que ele pode. Mas eu não o julguei mal. Ele
dá um profundo gemido e arranca a mão, colando-a no corrimão da cama.
E de repente eu estou tão orgulhoso dele e tão cheio de necessidade porque
eu quero machucá-lo e agradá-lo, fazê-lo sofrer e fazê-lo feliz, e tudo que eu
posso pensar é no maldito milagre, pois agora, com ele, essas coisas não são
um tipo de contradição.
KM
É também quando sei que estou inegavelmente impossivelmente
apaixonado. Com este homem eu sei e não sei de nada.
E eu não posso mais fingir que isso vai ser apenas sexo para mim.
Ele me deixa ir desta vez, e meu pau cutuca contra o dele quando eu
chego em cima dele para pegar as coisas. Eu aprecio a intimidade
KM
desajeitada disso, quando volto à posição. — Você pode se tocar novamente,
agora.
KM
Estou totalmente fascinado. Observando-o ficar selvagem.
Desavergonhado.
E eu juro por Deus, essa é a coisa mais gostosa que eu já vi. A mesma
alegria escura e afiada se desenrola dentro de mim como uma coisa
monstruosa e malvada, e está praticamente ronronando.
— Uau, você realmente me quer, hein? —Eu soo quase tão sem
fôlego quanto ele. Tanto para jogar legal. Mas comparado a ele, sou a porra
da Rainha da Neve.
Ele é tão bonito e meu monstrinho está tão satisfeito com ele que
tenho que recompensá-lo. Eu enfio dois dedos dentro e obtenho este
gemido profundo, maravilhoso, um pouco quebrado dele. Eu na verdade
KM
não tenho ideia do que estou fazendo. Eu sei que eu deveria estar meio
ansioso para conseguir a pontuação mais alta, mas talvez seja um bom
trabalho, eu não tenho certeza, porque ele está meio maluco como está,
fodendo-se contra a minha mão, cada respiração dele é um pequeno
gemido frenético.
— Pare.
KM
Eu sorrio para ele, tão cheio de amor. — Por favor, o que?— Há uma
espécie de brilho molhado em seus olhos. Jesus, ele está chorando? Tudo
bem? — O que você quer?
— Toque-se.
Ele está meio destruído antes mesmo de tocar seu pênis. Seu corpo
inteiro se apertou e se manteve aberto e trêmulo. O som que ele faz está
mais perto da dor do que do prazer, e é lindo, assim como ele é. A verdade é
que eu amo a maneira como ele sofre. Isso me faz sentir ridiculamente bem,
como se eu estivesse me transformando em caramelo de dentro para fora.
KM
respiração pega com esse pequeno gemido mortificado. Merda. Posso ter
ido longe demais. — Vagabunda no... bom sentido. Para mim.
— Sim. Deus. Sim.— Agora ele soa quase irritado, como se ele
tivesse atingido um novo nível de desespero.
Estou muito feliz por não ter de usar camisinha. É mais uma coisa
errada. Eu tentei colocar um ao contrário uma vez. Ele rolou a metade do
caminho, então eu pensei que estava tudo bem, e então tudo ficou estranho
e começou a apertar meu pau como uma armadilha de ursos de látex. E eu
não sabia o que fazer, porque uma vez que você colocou um preservativo
KM
errado, é difícil continuar vendendo a ideia de que o sexo com você será
fabuloso.
Talvez eu devesse ter colocado um dedo extra ali. Isso é o que você
deveria fazer, certo? Um, dois, três e pau. Não me lembro como Laurie me
preparava. Quando chegamos a esse ponto, sempre estava tão delirante que
provavelmente não notaria se ele tivesse usado um pepino.
— Toby.
Ele não está implorando agora, não realmente. Mas há algo em sua
voz - confiança, talvez, e todo esse calor, junto com essa ponta afiada de
necessidade - e isso me dá tudo o que preciso para parar de hesitar e
lembrar que realmente quero seriamente ele.
KM
Então eu agarrou meu pau, me alinho, e faço isso, e acho que ele
também é bom nisso, porque vai muito melhor do que estou acostumado.
Eu não erro, ou escorrego, ou tenho que me desculpar e nenhuma
negociação tensa sobre relaxar, então eu não vou ficar por aqui como um
convidado de festa que apareceu na casa errada.
Não é nada como nas outras vezes em que tentei fazer isso. Não é
KM
KM
o tipo mais estranho e ternário de intimidade, todos esses lugares suaves e
secretos, todos pressionados juntos.
Foda-se sim.
KM
E, uau, eu sinto tudo. Eu sinto ele gozar. A construção e o
lançamento, o jeito que ele leva, tudo que eu fiz para ele.
Depois eu meio que caio sobre ele, ainda dentro, e fico ali, gasto e
KM
KM
cem por cento pateta, mas eu não me importo. Naquele momento, o mundo
todo é suave e tudo está bem. — Você é a primeira pessoa que eu tenho... —
Eu não sei como terminar essa frase. Mas isso não importa.
Laurie me dá esse lindo sorriso. — Estou feliz que tenha sido eu.
E eu preciso... Eu preciso que ele saiba que não posso mais fingir. Eu
não posso jogar este jogo. Eu nunca joguei. Tudo o que eu tenho e sou é
dele.
KM
Mas eu não estou pronto para desistir ainda. Eu empurro contra ele
até que ele rola de costas, e eu o monto, não tentando ligá-lo ou qualquer
coisa, mas para tentar obter essa proximidade novamente. Eu me inclino e
beijo seu peito, e ele tem um gosto incrível de sexo.
KM
— Porque eu amei isso. — Eu meio que bato minhas mãos em cima
dele. Possessivo pra caralho. — Foi fantástico. Eu adoro quando você está
assim. Eu amo ter você à minha mercê. Eu amo o que você me deixa fazer
com você. Eu adoro ver você desmoronar. E eu amo v...
Shush.
A sério? Shush?
Eu não sei. Eu só não sei. Eu não sei o que diabos eu deveria estar
fazendo agora.
E eu me pergunto como ele pode estar tão perto de mim e tão longe
no mesmo maldito momento.
KM
KM
Capítulo 7
Laurie
Eu simplesmente não podia dar a ele o que ele achava que queria de
mim. Eu não podia fingir que tínhamos algum tipo de futuro. Ele precisava
KM
de alguém da sua idade, ou próximo a ele, para compartilhar sua vida
enquanto se desenrolava diante dele, como Robert havia compartilhado
comigo.
Eu puxei o edredom para cima, rolei para o espaço vazio que Toby
tinha deixado para trás, e então virei de costas novamente. Mas ele deixou
mais do que meramente sua ausência: dores nos meus músculos, marcas no
meu corpo - minha pele estava cheia da memória dele.
KM
Eu poderia ter ficado na cama, me colocando nas doces e dolorosas
ambiguidades do querer e da vergonha, mas eu sabia por longa experiência
que havia apenas uma única resposta para a perda do controle da minha
vida, que era me jogar à mercê de meus amigos. Eu não podia imaginar que
eles seriam particularmente simpáticos, mas eu não merecia simpatia. Eu
precisava de bom senso e minha perspectiva de volta.
KM
os livros. Era um bom princípio, mas eu não tinha percebido como seria
realmente sentir o meu ex entre as pessoas que tinham sido parte da vida
que compartilhamos.
KM
— Sim, sim, muito engraçado— eu murmurei. — Desculpe, já faz um
tempo.
— Agora que você mencionou, acho que sim. Qual é o nome dele
mesmo?
— Lawson? Laughlin?
KM
— Laurie, eu posso dizer. Você conseguiu isso...— ele me moldou
com as mãos — ...brilho. Este brilho muito lindo, como um belo garanhão
montado com força. E ocasionalmente levando-o a se molhar.
Grace sufocou um som que poderia ter sido uma risada, mas que se
tornou uma tosse quando eu olhei para ela. — Ele está apenas brincando
com você porque sabemos.
Você...sabe?
— O cara com quem você tem dormido nos últimos anos?— Disse
Grace, em sua voz de professora primária. — O cara que tem uma queda por
você por muito tempo?
KM
— Ele.... ele toca sax alto?— Ofereceu Angel.
— Espere, espere. Laurie, se você não está com Dom, com quem diabos você
está?
Sam me deu uma olhada. — Porque você está feliz, cara. Tipo, está
muito bem escondido. Mas eu conheço você. Eu posso dizer.
KM
Eu coloquei minha cabeça em minhas mãos e acenei a verdade.
— Quem?
KM
Sam sacudiu a cabeça. — Eu só... não pode... você e... ele... e... isso
faz meu cérebro babar.
— Bem, sim, companheiro, você meio que fez. Você não acabou por
tropeçar, cair e aterrissar em uma garoto de dezenove anos.
— Como o quê?
KM
— E não é estranho?
KM
— Não quando estou com ele. — Eu olhei para as minhas mãos, que
estavam tremendo um pouco, então eu as atei cuidadosamente. — Eu quero
dar-lhe tudo, e as coisas que eu não posso dar, eu quero que ele tome.
Ele é meu príncipe. Feroz e frágil e terno e cruel. Mas, claro, eu não
pude dizer isso em voz alta.
Sam levantou as mãos. — Eu não tenho nada a dizer. Isso foi lindo.
— Oh cale a boca.
KM
— Bem — ela disse lentamente, — por que não deveria? — Não era o
que eu esperava. E eu devo ter parecido assustado porque ela deu de
ombros e continuou: — Quero dizer, não é como se essas coisas tivessem
alguma coisa a ver com a idade de qualquer maneira. É sobre... Eu não sei,
todas essas interseções muito complicadas: natureza, preferência, escolha,
atração, química. Eu acho que ele é muito sortudo, na verdade.
— Eu sou?— Eu perguntei.
KM
Por alguma razão, isso a fez rir. — Que graça. Você está mal. Eu
realmente quis dizer que ele é o sortudo. O garoto encontrando você. Eu
gostaria de ter sido tão boa naquela época.
O meu foi com Robert. Eu beijei algumas garotas antes dele, mas eu
sabia que elas não eram nada além de mentiras, então eu nunca as contei. A
KM
KM
Birmingham. No caminho de casa, ele parou e disse que eu era tão quente
que eu poderia ser uma modelo do Page 3.
contrabandeei para casa e li. Tudo pelo que eu estava esperando. Todo esse
calor se acumulando em todos esses lugares.
KM
fazendo esses sons embaixo de mim, choramingando e gemendo, tão
desesperado, desamparado e perfeito. Parecia que estávamos nos beijando
por horas. E, pela primeira vez na minha vida, senti que tudo estava
completamente e absolutamente certo.
KM
— Tudo bem. —Sam se jogou no silêncio. — Ethan Kelly. 3º ano.
Atrás da árvore acácia no pátio da escola.
— Ela fez?
— Não. Acho que fui enganado. Ou... — ele sorriu — talvez eu sempre
tenha gostado de garotas me dizendo o que fazer. Sua vez, Laurie.
Sam olhou para mim. — Você vê, você deve confiar em seus amigos.
Estamos cuidando dos seus interesses de beijo.
KM
— Não é assim tão simples com o Toby.
Eu disse a mim mesmo que era um alívio estar falando sobre isso,
em vez de mantê-lo como um segredo sujo. — Bem, porque ele tem
dezenove anos, e eu não, e ele continua... —Foi um pouco estranho admitir
em voz alta algo que eu tinha decididamente ignorado por semanas. — Ele
continua dizendo que me ama.
basicamente só fazemos sexo. —Eu tenho certeza disso. — Bem. Sexo e café
da manhã, minha nova parte favorita do dia.
— Você quer dizer— perguntou Grace — que você só quer fazer sexo
com ele?
— Um.— Ela piscou. — Isso faz cem por cento de sentido zero.
— Bem, o que é?
KM
— Claro que eu me importo. Isso não está em questão. Mas nós não
estamos em um relacionamento, não podemos estar em um
relacionamento, e eu não quero encorajá-lo nessa... Eu não sei... ilusão.
Tanto para isso. Meus amigos não eram meus aliados. Foi
provavelmente por isso que eles eram meus amigos.
gentil, muito mais doce, e muito melhor para estar do que ele jamais se dá
crédito? —Ela abandonou seu absurdo mimo. — Sabe, eu acho que estou
bem.
Ela se afastou para que ela pudesse olhar para mim, sua expressão
estranhamente solene. — Porque nós deixamos você ficar muito perdido.
KM
Eu ponderei a conversa no meu caminho para casa. Foi um dia
agradável, brilhante e à beira da primavera, e de repente eu percebi que
tinha visto Toby nu em todos os sentidos, mas nunca o vi à luz do dia.
Tentei imaginar como seria estar com ele agora, caminhando juntos, de
mãos dadas, voltando de meus amigos ou indo para algum lugar juntos. Um
casal.
de Robert uma vez, mas parecia uma palavra - e um conceito - que eu havia
deixado para trás há muito tempo. Certamente era melhor admitir que
Toby e eu estávamos simplesmente tendo uma aventura. Uma que, mais
cedo ou mais tarde, pareceria imprudente para nós dois e chegaríamos a
um fim rápido e inevitável.
Mas não era minha responsabilidade ver as coisas com mais clareza?
Para fazer a coisa certa?
KM
A semana foi movimentada no hospital - como se não fosse sempre
assim – o que significava que eu não tinha tempo para me debruçar sobre o
problema. Embora às vezes, em momentos roubados enquanto eu bebia
meu café, caminhava para casa, tomava banho, acordava de manhã, ia
dormir à noite, eu fazia isso. Em vez dos rostos e corpos e feridas do dia, eu
pensava em Toby. Seus grandes olhos escuros, seu rosto afiado. O jeito que
ele me beijava, não segurando nada de volta. As vezes que ele soltou “eu te
KM
KM
Mesmo que alguma parte terrível de mim gostasse de ouvir as
palavras.
irrelevante. E tudo o que restou foi uma vaga intenção de talvez falar sobre
isso na próxima semana e a felicidade mais pura e tola.
Por um ou dois segundos, seu rosto estava voltado para o meu, como
se esse momento tivesse se tornado tão instintivo e necessário para ele
KM
quanto era para mim, mas então ele se afastou, abaixando-se sob o braço
para que meus lábios roçassem desajeitadamente sua bochecha em vez.
Ah
Deveria ter sido um alívio, de certo modo, que ele tivesse chegado à
conclusão que eu continuava adiando, mas tudo que eu sentia era pavor. Eu
balancei a cabeça e o levei para a sala de estar.
KM
solitária - que queria implorar. Agora não. Um pouco mais. Por favor, não
me deixe ainda. — Eu sei.
Ele enfiou as mãos nos bolsos de seu capuz. — Okay. Certo. Bom.
Mas ele parecia infeliz. Tão miserável quanto eu. O mínimo que eu
lhe devia era facilitar isso.
Sua cabeça subiu e seus olhos estavam tão azuis que doía olhar para
KM
Eu olhei para ele, me segurando por nada, mas o mais leve dos
toques e o roçar de sua respiração, cativo, como eu tinha sido o tempo todo.
— Eu estou aqui també — eu sussurrei.
Eu queria ser mais gentil, mas para minha surpresa, ele me soltou e
riu. — Bem. Okay. Melhor que da última vez. Vai servir por agora.
KM
Por agora? Oh Deus. Eu deveria estar gerenciando suas expectativas,
mas eu não sabia mais como fazer isso ou eu não queria.
Ele descansou a testa contra a minha. Tão perto ele era um borrão de
olhos azuis e um sorriso. —É sua própria culpa por não quere ouvir da
primeira vez. Você construiu uma dívida de amor. Como uma dívida de
sono. Você tem que pagar.
Isto é penas sexo foi a resposta que pairou na ponta da minha língua,
mas teria sido uma mentira e eu estava cansado de mentir. Para ele e para
mim mesmo. Com Toby não era apenas alguma coisa, por mais que eu
KM
— Então confie em mim. Não apenas com o seu corpo. —Sua mão
pousou no meu peito, errando meu coração como o habitual, porque ele era
ao mesmo tempo sentimental e irremediavelmente impreciso, e por alguma
razão inexplicável isso... me moveu.
KM
— Tudo.
Ficamos ali por muito tempo, sem fazer nada, exceto abraçados, o
corpo de Toby enrolado no meu, completamente quieto, quase como se ele
estivesse dormindo. Mas ele estava bem acordado e eu senti seus olhos em
mim, nunca me perdendo. Eu meio que me perguntei o que ele estava
pensando. O que ele fez desse homem que ele acabara de conhecer.
KM
Mais tarde, muito mais tarde, estávamos com fome, então peguei a
coleção de menus para viagem que Robert e eu há muito tempo começamos
a colecionar e joguei tudo no colo de Toby, onde eles brilhavam como um
arco-íris de néon.
Uma vez. Eu balancei a cabeça. — Por que nós não... por que não
encontramos um?
KM
O sorriso que ele me deu. Deus. Tão brilhante quanto um cata-vento
contra a minha pele, e eu me abri a ele, talvez não de bom grado, mas sem
hesitação, e deixei-o acender cada nervo que possuía.
Ele pegou alguns dos menus. — Como você se sente sobre um jogo
de palavras com wok? Você, na verdade...— ele sacou os dedos como
armas... as wok?
Ele riu. — Sim, mas há uma forte concorrência aqui. Wok this way?
Wok ’n’ Roll. Wok around the clock. Este é chamado de Wok 22, eu nem sei
o que é um trocadilho. É apenas uma referência realmente aleatória. Hino
para Woks condenados.
— Schindler's Wok?
16 On Sunshine – à luz do sol, com o trocadilho poderia querer dizer: acordando à luz do sol.
KM
No final, nós decidimos por The Tasty House porque Toby disse que
ele era suscetível a publicidade realmente descarada. Ele acariciou meu
cabelo e me contou uma história sobre estar perdido em Brighton depois de
uma noitada, desesperado por sustento, e terminando em um restaurante
chamado FOOD simplesmente por causa do nome. Ele divagou com
facilidade, meio hipnotizando-me com sua voz e seus dedos até que eu
estivesse impotente e tão completamente dele quanto eu já estive.
— Laurie?
— Mmm?
KM
Ele puxou alegremente meu cabelo. — Quero dizer... parece... você
diz coisas mas você não é voluntário. Você não me conta coisas. Eu
realmente não sei muito sobre você.
Eu abri minha boca para protestar, mas depois percebi que ele
estava certo. Meus amigos me conheciam há anos e, para os estranhos que
eu conhecia, contava apenas minhas preferências, meus limites duros e
suaves, minha palavra de segurança. De alguma forma, eu perdi o hábito de
falar da maneira que ele queria dizer. De me compartilhar assim. Foi um
pensamento bastante assustador. E solitário também.
você.
KM
— Sua cor favorita?
— Azul.
— Baunilha.
— Essa é a sua resposta para tudo.— Havia uma ponta de riso em sua
voz.
KM
— Apenas para sexo e trabalho.
— Existe alguma coisa que você gosta sem tornar isso realmente
complicado?
meu redor.
— Veja, isso é exatamente o que quero dizer. Você está bem em falar
comigo sobre sorvete, mas não o que você faz todos os dias?
— Como explicar?
Era assim que sempre começava: tentando acender a luz antes que a
KM
Seus olhos seguraram os meus, ainda sem vacilar. — Isso soa como
uma grande responsabilidade. Eu enlouqueço quando tenho que fazer o
pedido semanal de ovos para o café. Isso te assusta?
KM
— Não, isso... isso me emociona. —Fechei os olhos por um momento,
escondendo minhas próprias verdades e sua reação a elas. — É uma coisa
profundamente poderosa impedir que alguém morra de maneira tão direta
e individual. A maioria dos medicamentos é uma negociação extensa, mas a
medicina pré-hospitalar... é a mais fina linha imaginável entre a vida e a
morte. É onde eu posso fazer algo que importa.
Eu não podia pegar o que não era meu por direito, não importa o quanto eu
quisesse. — Mas você vê— eu disse suavemente, — é só depois que eu
lembro. Só depois que me lembro de suas vidas. Não apenas corpos e
estatísticas e probabilidades e triagem.
KM
o mesmo, beijos que tinham o seu próprio jeito e forma. Eu esqueci que
poderia ser assim, mas cada um a cada vez, se era rápido ou lento, áspero
ou doce, me lembrava Toby.
Por fim, nos separamos, mas ele ficou perto, nós dois ainda no chão -
o que deveria ter sido ridículo. Por que eu me importo? Quem estava aqui
para nos julgar, exceto eu?
fosse assim. Fazia muito tempo desde que eu falei sobre isso. Eu não achei
que precisava. Com Robert, isso foi aceito, como parte de mim e, portanto,
parte de nós, como tudo mais, tão imutável e irrelevante quanto a cor dos
meus olhos, minha incapacidade de rolar minha língua ou minha
preferência por sofrer e por me submeter.
— Hum. Sim?
KM
— Especialmente se é estranho.
— Você não gosta... do que você gosta... por causa desse... tipo, de
coisas, não é?
— Sim, isso é um não. —Eu deslizei uma mão sob a bainha de sua
camiseta e nas costas, querendo a simplicidade de sua pele sob a minha
palma. Ele estremeceu um pouco, sua espinha se deslocando contra mim
enquanto ele se desenrolava sob o meu toque. Eu o acariciei, sorri, sentindo
me leve. Contente. — É aqui que você me assegura que não tem nenhum
trauma para se vingar da minha carne não particularmente relutante.
KM
E, quando uma mistura potente de antecipação, ternura, desejo e
medo me inundou de calor, acreditei nele.
— Graças a Deus.
KM
ninguém. Eu não acho que eu gostaria, mas há uma parte de mim que se
agita... para... fazer algo que eu odiava tanto por você.
— Sim, eu sei.— Ele sorriu. — É por isso que eu preciso fazer valer a
pena.
— Além disso, não tenho certeza se comida para viagem barata era o
que a internet tinha em mente para esse tipo de jogos de domínio. Não é
exatamente uma ideia de alguém sexy, é?
Ele fez um ruído gutural meio engasgado, que saiu algo como ngh.
Eu dei a ele meu sorriso também, deixado lá contra sua pele, em sua
mão, como um segredo. Então deixei-o ir e encostei-me no sofá, tentando
ignorar nossas ereções agora presentes e correspondentes. — Ponto
comprovado?
— Não tenho certeza de que isso tenha muito a ver com a comida.
KM
para frente e aceitei. Quando seus dedos deslizaram pelos meus lábios, eu
reconheci a charada e os peguei como se fossem seu pênis, chupando e
lambendo até que ele estava gemendo descaradamente.
apenas Toby, quente com seus ossos afiados e se contorcendo, sua camiseta
subindo e seu jeans no meio do caminho enquanto se esfregava contra a
minha coxa e ocasionalmente meu pau. Seu cabelo estava todo em seus
olhos e seus beijos eram desleixados, e o cheiro de suor e excitação
mesclava-se desajeitadamente com o cheiro da comida ali presente. O
denim irritava minha pele, e minha camisa parcialmente desabotoada
estava muito apertada sob meus ombros, mas ainda assim, eu gozei antes
dele, quase sem perceber que eu estava caindo, o prazer chegando de algum
lugar profundo, meio esquecido dentro de mim.
KM
guardanapos, eu olhei para o meu teto, um pouco atordoado, imaginando
como e por que a esfregação seca de repente voltara à minha vida.
KM
— Sério?— Ele empurrou-se em um cotovelo. — Oh meu Deus, eu
estava... como na escola.
KM
vida, e eu tinha que aprender confiar nele cuidando de si mesmo, como
confiava nele comigo mesmo.
— Às vezes.
KM
entusiasmado, ligeiramente amoroso. — E você totalmente me surpreende
às vezes.
— O que?
vezes. Tipo, pegue meu bisavô. Ele esteve na guerra, certo? Ele não acha
que ele era corajoso porque era exatamente o que ele tinha que fazer, sabe?
— Costumavam?
— Sim, ele não está bem. Sentimos falta no ano passado. Tive que
assistir na televisão. Nós não somos religiosos nem nada, mas sempre
costumávamos ir a um serviço com seus companheiros do Exército. E eu
ficava todo tipo de... apertado por dentro... quando os via, porque sempre
havia um ou dois a menos do que no ano anterior, se arrastando e
KM
mancando e na igreja, todos frágeis e semelhantes... homens totalmente
valentes, você sabe.
campo minado, sabe. Esse garoto de East London cujo nome ninguém vai
lembrar além de mim.
— Sim?
Ele piscou, os cílios úmidos raspando meu pescoço. — Cara, por que
você está perguntando? Vamos lá.
KM
Eu o despi, deitei-o e cobri-o com o meu corpo, e ele levantou os
joelhos e envolveu as pernas em volta de mim. — Eu não acho que vou fazer
nada incrível.
— Eu te disse que não havia nada aqui. Uma vez, foi um espaço que
usamos. Agora é só um quarto que eu não uso.
— Cara, nós não temos que fazer isso. Eu estava apenas interessado,
mas não se isso vai deixar você irritado.
Deus. Eu podia ouvir a dor em sua voz. — Não. Não, está tudo bem.
Desculpa. Aqui. —Cruzei para o baú e o abri, revelando... tudo. No topo as
algemas que eu lhe dei quando ele pediu para me amarrar e eu... deixei-o.
Até mesmo pensar sobre o que ele fez para mim naquela noite me encheu
de medo, humilhação e felicidade.
— É simples. Quero dizer, ele era meu amigo, mas ele era meu
amante e meu parceiro, o homem com quem eu teria escolhido viver minha
vida.
KM
— Você não acha que está se tornando... você sabe... patético.
Eu poderia ter fingido que não sabia o que ele queria dizer, mas eu
entendi, e ele estava certo. Ele merecia mais. — Não é ele que eu não
consegui superar. Quer dizer, eu o amava e o amor não desaparece quando
KM
KM
Eu nunca gostei de pensar em submissão como necessidade, porque
isso despojava o livre arbítrio e reduzia a uma compulsão pela impotência
tudo o que eu desejava, queria e que me deixava feliz. O que eu necessitava
era o poder de escolha em compartilhar essas coisas, não simplesmente tê-
las satisfeitas. Quanto tempo desde que eu havia pensado sobre isso? E
mais ainda desde que eu tive que articular isso para outra pessoa. Mas
normalmente eu não falava sobre isso e as pessoas não perguntavam.
Exceto que hoje eu cheguei tão perto quanto eu poderia para falar
sobre isso, e Toby perguntou.
parece que eu tive que desistir de algo para outra pessoa. Mesmo que seja
algo que algumas pessoas considerem, eu não sei, sem importância no
grande esquema do amor e do desejo.
KM
Ele se virou e ficou de frente para mim, e como parecia um pouco
estranho estar de perfil para ele, também me virei. Talvez este tenha sido o
seu plano o tempo todo, porque ele deslizou a mão livre para a parte de trás
do meu pescoço e me puxou para perto, seu olhar concentrado no meu. — É
assim que você me vê? Uma concessão?
Engoli.
Sim. E não.
E talvez. E não.
Não. Mas talvez essa fosse apenas a resposta que eu queria dar a ele,
KM
KM
invés de me fazer lutar por cada pedaço de você como se você fosse a porra
do Somme18.
Seu polegar varreu para trás e para frente sobre o meu pulso. Eu não
percebi que eu era sensível ali, mas meu pulso acelerou com o toque dele. —
Então não tão perfeito, então.
em seu peito, errando seu coração como de costume, — eles são os mesmos,
sabe. Eles são apenas razões pelas quais eu estou em você.
18
A Batalha do Somme, também conhecida como Ofensiva do Somme, foi travada entre julho a
novembro de 1916, sendo considerada uma das maiores batalhas da Primeira Guerra Mundial.Tratou-se
de uma ofensiva anglo-francesa, com o objetivo de romper as linhas de defesa alemãs, ao longo de 12
milhas (19 km), estacionadas na região do Rio Somme (França). As baixas foram elevadíssimas para
ambos os lados, sobretudo para o Reino Unido, ainda mais pelo fato de o objetivo não ter sido atingido
KM
— Tudo bem— eu disse.
Depois, ele sorriu para mim. — Ei, já que estamos aqui, posso dar
KM
Eu não conseguia pensar em uma razão para dizer não, então nós a
descemos e eu soltei Toby. Eu olhei pela janela para o céu cinzento da
manhã enquanto ele remexia, tentando não prestar muita atenção nos
tinidos e pancadas.
— Laurie?
— Sim querido?
— Você vai voltar? Eu não tenho a menor ideia do são todas essas
coisas.
Toby riu - era uma risadinha, não havia outra maneira de descrevê-
la - e sorri para ele, impotente e feliz por tê-lo inspirado e quão natural,
quão fácil, era estar com ele agora que eu não estava constantemente na
minha forma de proteja-se contra qualquer demonstração de afeto.
Mesmo se parte de mim ainda recusasse e chamasse isso de tolice.
KM
— É apenas um tipo de anel peniano, Toby.
— O quê, agora?
KM
— Gostaria disso. Eu realmente gosto disso. — Deus. Ele estava um
pouco vermelho quando colocou as Portas do Inferno de volta, o que me
encheu com o mais terrível desejo de beijá-lo, agradá-lo, machucá-lo.
— É um gancho anal.
Eu estendi a mão, tirei a maldita coisa dele e joguei fora. — Você não
vai.
KM
— Uau.— Ele franziu a testa, seu rosto puxando para uma sequência
de linhas apertadas e feridas.
— Isso não deveria soar negativo. A coisa é, não é o que você faz que
importa, é... —Eu parei por um momento, esperando para me fazer
entender... o que significa.
Oh. Oh Deus.
Eu não acho que fiz nada ou disse nada, mas deve ter havido algum
traço do que eu senti refletido no meu rosto ou revelado pelo meu corpo,
porque de repente Toby estava no meu colo, em meus braços, me beijando.
KM
E eu quis dizer isso. Eu quis dizer isso tão profundamente quanto eu
já quis dizer alguma coisa.
— Então você tem os instintos certos, porque este é uma boa escolha
para você. —Isso baniu um pouco de seu mau humor, seus lábios se
inclinando em um pequeno sorriso. Eu me aproximei. — Você não é...
KM
particularmente alto, então eu acho que vai ser um pouco difícil encontrar
floggers que funcionem para você.
— Um cara curto?
— Demais?
KM
Então ele estava se contorcendo e rindo, e eu também estava rindo,
mergulhando neste momento como tinta fresca em meio a muitas
lembranças velhas e rachadas.
KM
cautelosa. — Então, como isso funcionaria? Eu... Eu estou meio
pateticamente com medo de me machucar.
— Ao me bater?
— Eu prometo.
KM
Quando ele estava duro, ofegante e tremendo por razões bem
diferentes, eu o virei para encarar a parede e ele se apoiou em suas mãos.
Ele fez um ruído ligeiramente infeliz, quase um gemido, e apertou os
ombros, seu entusiasmo visivelmente denunciando. Cobri-o com meu
corpo, acariciando-o, amando-o com minhas mãos e minha boca, até que a
posição pareceu natural e ele estava quente e flexível sob meus toques.
KM
um flogger na minha mão, e precisando de - de todas as coisas -
tranquilidade. — Este... Você poderia... Está tudo bem, não é?
— Sim. Totalmente. Tudo bem. — Ele puxou seus ombros para trás,
abrindo seu corpo para mim. — Eu confio em você. De todas as maneiras.
— Prometo.
sua palavra - ele não se mexeu. Então me afastei, firmei minhas mãos e
comecei. Foi uma provocação, uma sedução, outro ato de adoração, desta
vez com trinta pedaços de pele de cervo, macios, caindo contra a parte
superior de suas costas.
KM
Seu prazer se instalou dentro de mim, tão quente quanto o uísque, e
baniu a última das minhas incertezas. Eu estava completamente fora de
prática, mas isso era tão suave - simplesmente o peso do flogger e a
orientação do meu pulso - eu provavelmente poderia ter mantido isso
durante o tempo que ele quisesse. Como foi, demorou apenas cerca de
quinze minutos até que o meu Toby estivesse corado e flexível e gemendo
suavemente a cada queda do flogger.
KM
Ele pegou meu pulso com os dedos trêmulos e desajeitados e
arrastou minha mão para seu pênis, que estava tão quente quanto suas
costas e se esforçando em direção a sua barriga, com a ponta úmida. Eu o
envolvi em meu punho, e ele gozou contra a parede alguns segundos depois,
seu rosto afundado em meu pescoço, sua boca pintando sim e Laurie e eu te
amo, eu te amo, contra a minha pele.
fazer isso com você. — Ele se sentou, ainda nu e respingado de sêmen, seu
cabelo brilhante com a transpiração e apontando para cima no estilo de
ouriço no topo de sua cabeça. — Ensine-me como.
KM
Houve um longo silêncio. Até mesmo o flogger estava.
KM
— Eu sinto muito, Toby. Mas a verdade é que a torção não é
diferente de qualquer outra coisa. Se você quer ser bom nisso, você pratica.
— Cara, você não tem ideia de quanto tempo eu levei para fazer um
soufflé que não implodiu. —Ele deu um grande sorriso para mim. — Eu
tenho totalmente isso. Quero dizer, a menos que você queira o flogger de
volta?
Foi quando ele fez isso de novo. E de novo. Até que seus dedos
deixaram um rastro, uma queimação fria que se reunia e se aprofundava a
cada nova jornada.
KM
— Por favor. —Eu nem sabia o que estava pedindo. Certamente não
era pra ele parar.
Ele se inclinou e lambeu o fogo fresco sobre os lugares que ele havia
deixado crus. — Algo para lembrar de mim.
Deve ter sido essa promessa de dor, me deixando tonto. — Você está
em mim mais profundo do que a minha pele.
KM
— Apenas um jantar.
KM
— Isso deve ser algum jantar. Posso ver? —Passei-lhe o pedaço de
cartão, que era de bom gosto creme, afiado em ouro e gravado com o brasão
da faculdade. — Hum, isso é real?
— Sim mas...
instintiva.
— Vai ser chato Toby, ou, — ele olhou -...Eu tenho vergonha de você,
Toby?
Ele colocou as mãos nos quadris, como uma peixeira muito pequena,
mas muito determinada. — Isso não ajuda. Eu não quero você
envergonhado com ninguém. Eu só... — Ele suspirou, a raiva
desaparecendo de sua voz, deixando-a cheia de ternura e uma espécie de
KM
desejo. — Eu só quero que você seja tão feliz por estar comigo quanto eu
sou com você.
— Mesmo?
KM
Ele riu e me beijou. — Não precisa parecer tão assustado. Eu não vou
te envergonhar.
— Em Oxford?
Eu balancei a cabeça.
— Como um fim-de-semana?
KM
— Bom Deus, você cheira como meu pai.— Eu cheirei com cautela, e
madeira e citrus agrediram minhas narinas. — Por que você está usando
Old Spice?
Ele arrastou os pés. — Eu não sei... Bem... Eu pensei que seria legal
ter um cheiro marcante ou algo assim?
— Oh.
KM
— A química da pele e do corpo de todo mundo reage de maneira
diferente. Você só precisa tentar algumas coisas antes de encontrar uma
que seja a certa. — Eu sorri no que eu esperava que fosse uma maneira
encorajadora. — É uma boa ideia, no entanto.
— Mesmo?
— Sim?
KM
Não, Toby, outra pessoa. — Sim. Nós dois. Juntos. Você e eu.
Ele me deu um sorriso que eu nunca tinha visto antes. Foi tão tímido
que quase partiu meu coração. — Você faria isso comigo? Você não se
importaria?
— Não, não mesmo. Vai ser divertido. — Por alguma razão, a nudez
de sua alegria me deixou um pouco desajeitado. — Além disso, é
principalmente egoísmo da minha parte porque eu realmente não suporto o
Old Spice.
KM
— Hum, Toby... camisa...
Ele voltou para pegá-la, rindo, e então correu para o andar de cima
misteriosamente para pegar “alguma coisa”, mas finalmente nós vestimos
nossos casacos, pegamos nossas malas, e estávamos prontos para ir. Nós
pegamos um táxi para Paddington porque eu não estava com vontade de
lutar com o metrô, e apesar dos melhores esforços, embora um pouco
tímidos para pagar as coisas, eu consegui dois ingressos de primeira classe
para Oxford. O que era possivelmente excessivo para uma hora de viagem e
fez com que os olhos de Toby se tornassem muito amplos, mas uma das
vantagens de ter um emprego bem remunerado e muito pouco tempo livre
era que certos luxos menores - como viajar em conforto moderado - se
KM
tornavam incidentais.
Ele sorriu para mim sobre a nossa mesa decadente. — Mesmo assim,
ainda estou animado.
KM
— Eles provavelmente lhe trarão uma xícara de chá de cortesia daqui
a pouco.
KM
bochecha. Mas, por enquanto, ele era apenas Toby, meu Toby - olhos azuis
e acne desaparecendo, seu sorriso generoso, seu nariz levemente
arrebitado.
KM
Eu olhei para o inspetor de bilhetes, sem palavras, sem conseguir
pensar. Toby se acalmou, mas não se afastou. Calor acumulou entre minhas
pernas, calor e a promessa - ou a ameaça - de seu toque.
— Ai sim. Claro.
Minhas mãos tremiam tanto que Toby teve que me ajudar com
minha carteira. Ele ofereceu os ingressos com um sorriso doce e sem
esforço. A inspetora sorriu quando colocou os pequenos canhotos de papel
em seu clicker, deu um soco e os devolveu.
KM
— E você, senhor?
KM
— Estou muito bem.
Assim que ela se foi, Toby sorriu. Contorceu os dedos dos pés. E eu
soltei uma respiração longa e lenta que poderia muito bem ter sido um
grito.
KM
Ele pegou seu chá de cortesia e biscoitos que tirou de uma cesta,
procurando infinitamente - perversamente - entre biscoitos de chocolate e
passas e farinha de aveia. Como se eu não fosse seu cativo, atrelado ao seu
toque mais leve.
KM
Ele me fez impotente, desesperado, pervertido. Seu joguete de
sofrimento.
Eu amei.
— É isso?
KM
bagunça da Botley Road, a Said Business School com suas ambições de
arenito.
KM
sabe-onde (Praga, Veneza, Paris) com um garoto de dezenove anos que eu
conhecia há apenas alguns meses.
Eu sorri. — Vida.
— Obrigado.
KM
— Eu também te amo, Toby, é meio tradicional. Seria bom.
tirado a sua alma só para mim. E meu coração ficou tão grande e pesado e
mole que eu pensei que poderia literalmente explodir se eu não dissesse
que te amava. Você nunca se sentiu assim nem um pouco?
— Eu... Eu não sei. —Era uma resposta covarde. E nem sequer era
verdade.
— Ok.
Deus. Essa era sua voz esmagada. — Quero dizer, sim, mais ou
menos. Um pouco. Quer dizer, eu não colocaria assim. Mas isso não é amor.
É apenas felicidade e... e o momento.
KM
Empurrei-o e seu rostinho sorridente para Debenhams19, e subimos
a escada rolante até a seção de cosméticos. Os perfumes e colônias estavam
dispostos em corredores longos e bem iluminados, separados por estilistas.
para ele.
KM
Ele estendeu a mão e apontou para um local sem perfume na parte
de trás do pulso. Passamos pelo já familiar ritual de borrifar, agitar, esperar
e cheirar.
KM
— Ou o Givenchy?
amostra da próxima garrafa no meu próprio pulso. Era muito doce para
mim, floral, mas não feminina, as notas de topo aprofundadas por uma
sugestão daquelas notas de fundo amadeiradas que ele amava tanto, dando
equilíbrio e apenas um toque de machismo. — Toby. Este.
Eu pulverizei um pouco no pescoço dele, para ter certeza que ele não
era alérgico. Isso lhe convinha perfeitamente - doce, escuro e apimentado.
KM
Olhei sorrateiramente ao nosso redor e roubei um beijo rápido e
desajeitado.
— Eu vou pagar.
KM
— Você pode me recompensar mais tarde. —Oh Deus. — Quero dizer,
não de uma maneira prostituta.
Ele chegou muito perto, seu quadril batendo contra mim. — Então,
eu sou como o seu garoto?
KM
— Você está pirando, não está? —Ele perguntou.
Fácil para ele dizer. — Ela está certa, você sabe. Tenho idade
suficiente para ser seu pai.
— Então?
Ele me cortou. — Ok, você sabe o que eu acho que é uma porra-
apropriado? Pessoas que não se amam. Pessoas que se machucam. Pessoas
que ficam juntas por medo, hábito ou apatia. Estamos apaixonados, como
isso está errado?
KM
— As disparidades entre nós. É um abuso de poder.... Ow. —Ele me
chutou bruscamente no tornozelo. — Para o que foi isso?
aproveitado, estaria com você? Você acha que eu não posso ver a diferença?
Você acha que eu não sei como é o amor?
Larguei tudo, exceto a colônia, e isso só porque fiquei com medo que
ela quebrasse. Mas minha bolsa, meu terno, a jaqueta que eu tinha no braço
porque estava quente em Debenhams - tudo caiu no chão. Então eu arrastei
Toby para a confusão, envolvi-o com força e o beijei com tudo.
KM
Quando finalmente devolvi sua boca, ele continuou sem perder o
ritmo. —... a segunda coisa mais romântica que já aconteceu comigo.— E
então ele sorriu com aquele seu pequeno sorriso, aquele secreto, aquele
com toda a sua dor nele.
KM
A Universidade, quando finalmente chegamos, soprou a minúscula
mente de Toby. Suas palavras exatas. — É como... uma porra de mansão na
rua. Como se isso fosse normal.
20
KM
Toby tinha se apressado atrás de mim, e agora ele olhava entre nós
com evidente fascinação. — Você o conhece?
Dr. Leigh? Ele nunca me chamou assim, mesmo quando esse era o
meu título correto. Sempre “Senhor” e sempre neste tom de exasperação
KM
KM
— Eu estou apenas brincando. Sheila está indo muito bem. — Ele
virou uma página. — Ah, sim, você está no Novo Edifício, terceiro andar.
Toby tinha as duas mãos em punho sobre a boca, mas risos altos e
agudos escapavam de qualquer maneira.
Bob virou-se para a vasta grade atrás dele e com grande cerimônia
tirou uma chave do gancho. Ele virou a etiqueta, sujeitando-a a um nível de
escrutínio provavelmente não testemunhado na Terra desde que Moisés
pôs as mãos em algum tipo de tablet. E finalmente ele a colocou no balcão.
— Sim?
KM
Eu cerrei meus dentes. — O que?
— Sempre vai haver uma parte de mim que chama Oxford de casa.—
Atravessamos o pátio, passamos pela capela e entramos na escuridão
adocicada dos claustros, nossos passos ecoando juntos nas lajes. — É onde
algumas das coisas mais importantes da minha vida aconteceram comigo.
Eu cresci aqui. Aprendi quem eu estava aqui. Foi onde eu me apaixonei pela
primeira vez. Fiz sexo. Fiquei bêbado. Tomei drogas. Fiquei acordado a
noite toda conversando com pessoas que me entendiam.
— Oxford?
KM
Meu coração apertou dolorosamente. A verdade é que eu não sabia
como ter uma conversa assim com Toby. Eu estive vivo por muito mais
tempo, então eu deveria ter algumas respostas para ele, mas eu não tinha. E
independentemente do que havia sido dito em Radcliffe Square, tentar
oferecer... o que? orientação?... Sentia-se perigosamente perto de um pai.
— Essas coisas não são sobre onde você está,— eu disse, tão
gentilmente quanto pude. — Elas vão acontecer naturalmente porque você
tem dezenove anos e toda a sua vida está esperando por você.
KM
— Este lugar. — Toby balançou a cabeça novamente. — Porra da
porra.
— Hmmm?
— Toda essa grama que você não tem permissão para andar. Não faz
você querer sair... correndo por tudo isso?
KM
Ele se afastou de mim e correu em direção à grama em câmera lenta
exagerada, cantarolando “Chariots of Fire”.
— La-la-la-la-laaaaah-la. La-la-la-laaah!
KM
Havia uma escrivaninha grande em frente à janela, e Toby estava
quase totalmente esticado sobre ela, riscado de dourado e laranja e rosa e
roxo na luz mais ousada e mais brilhante de Oxford.
pensativamente.
— Eu quero você sobre esta mesa. —Ele deslizou para o lado para
abrir espaço e sorriu convidativo.
KM
para ele procurando, oh, quem sabe o quê? Reafirmação. Aprovação.
Apenas seus olhos sobre mim.
Ele mal me tocou, quase não pediu nada de mim, mas de repente eu
estava estremecendo, meu pau doendo. Esqueci-me de como me importar
com qualquer coisa, exceto Toby e o que quer que ele quisesse que eu desse
ou tomasse.
Ouvi o fôlego dele pegar, e então suas mãos deslizaram por baixo de
mim, mexendo no meu cinto e nos botões da minha calça, puxando-os para
baixo com minhas boxers.
Deus. Oh Deus.
KM
— O que?
— Porra, sim. — Toby disse, todo rouco e sem fôlego. — Foda meus
dedos.
KM
E o fiz, dirigindo-me não tão lentamente em seus dedos, enquanto os
prados e claustros de Magdalen brilhavam rosa e bronze sob os últimos
raios do sol poente.
KM
— Você não precisa.
— OK.
Ele colocou seus lábios contra o meu ombro e mordeu - não duro,
apenas o suficiente para sentir a pressão contundente de seus dentes e o
calor de sua boca através da minha camisa. Eu gritei ao ser reivindicado
assim. E então ele deslizou seus dedos de volta para dentro de mim, e
apertou ainda mais seus dentes e me reivindicou novamente.
KM
Foi certamente uma barganha do diabo, mas, oh, ele fez isso doce.
Ele não me provocou, mas ele puxou para fora, forçando prazer sobre o
prazer, trabalhando-me com as mãos, a boca e palavras que me acalmavam
e me inflamavam de uma só vez.
Estendi a mão para ele, mas ele pegou minha mão e levou-a até a
mesa. Inclinou-se sobre mim, corado e sorridente, cabelos úmidos, os olhos
embaçados pelo desejo. — Isso foi só para você.
KM
de Oxford, de lua gorda e sem estrelas, o céu noturno brilhando com as
silhuetas dos pináculos.
KM
Eu terminei de secar meu cabelo e comecei a abrir o zíper do meu
terno.
— Não, você não precisa. — Alívio. — Mas você meio que estaria se
esquivando de um acordo.
renegar agora, e ele poderia me punir mais tarde. Isso seria justo? E então
eu não precisaria... Então ele não faria... — E se eu fizer?
KM
pudesse... Eu não sabia... Mas então ele apontou a cabeça para a janela. —
Sobre a mesa novamente.
Havia mil maneiras pelas quais isso poderia ter ido, todas elas mais
ou menos aniquiladoras. Ele poderia ter me feito implorar, ele poderia ter
me obrigado a abraçá-lo. Mas, em vez disso, ele veio atrás de mim e beijou
KM
ao longo de minha espinha, toques suaves que me fizeram tremer e sentir
quase como se fosse chorar novamente.
KM
— Eu poderia ter...— ele engasgou com a respiração entrecortada —
...subestimado isso.
Deve ter sido onde ele guardara o controle remoto, porque a porra
do plugue começou a vibrar. Eu ainda estava um pouco sensível, então
estava à beira da dor... mas oh deus... a borda boa, me lançando em um
estado intenso e formigante de consciência pelo corpo inteiro. Isso fez
KM
minha pele dançar. Minha cabeça caiu para trás e eu gemi, me rendendo à
sensação, à vontade e ao capricho de Toby.
Ele colocou uma mão entre as pernas. — Seu filho da puta. Porra,
você é gostoso.
KM
pubescentes histéricos, mas ainda assim, parecia tão bom. Tão
ridiculamente bom.
redor dos meus ombros. — Que porra você acha que estou fazendo?
KM
Foi íntimo. Os dedos de Toby na minha garganta, sua respiração na
minha bochecha, como o momento de um beijo.
KM
Capítulo 8
Toby
Ele olha para nós por um momento, totalmente sem atentar para o
fato que ele está ali sentado praticamente nu. — Oh. Laurie, este é seu mais
um. Eu não sabia que a pederastia era um vício seu.
KM
Meu Toby? Eu posso viver com isso.
odeio meu nome. Mas agora eu estou realmente contente por minha mãe
ser maluca, então quando ele diz, Ah, como a cidade, ou talvez, Ah, como o
uísque, eu posso ser todo convencido e dizer, na verdade não.
Ele está me olhando de novo, que é quando percebo que ele está
usando óculos e roupas íntimas. Eu não sei se isso faz com que seja pior ou
melhor. E, finalmente, o que ele diz é: —Aqui e ali, entre os gatos, me
deparo com um excelente intelecto superior, como se faz entre os seres
humanos, e quando conheci Tobermory há uma semana vi imediatamente
que eu estava em contato com o “além-do-gato” de inteligência
extraordinária.
Que tipo tira o vento das minhas velas porque significa que ele
consegue. Obtém um pequeno pedaço de mim. Um cara que eu não tenho
certeza se eu confiaria para abrir uma lata de feijão. Mas isso é quando ele
KM
sorri para mim, e é como se ele estivesse totalmente feliz e, estranhamente,
eu me sinto bem de novo.
Eu realmente não noto até que eu tenha feito isso, mas eu fui e enfiei
a mão na de Laurie, como um idiota. Eu estou totalmente esperando que ele
se afaste, mas ele não faz isso. Apenas fecha os dedos firmemente em volta
de mim como se ele nunca estivesse me deixando ir. É apenas o universo
dele que eu realmente quero fazer parte, e acho que ele está me dizendo que
está tudo bem. Ele não vai me deixar flutuando no cosmos do encanto
aleatório de outra pessoa.
Jasper se inclina para frente. Ele é muito bonito. Não quente como
Laurie é quente, mas se ele passasse por mim na rua, minha cabeça giraria
KM
totalmente. A verdade é que eu amo Laurie por inteiro, e não posso
imaginar querer olhar para ninguém mais do que eu quero olhar para ele,
mas ele não é um virador de cabeça. Ele é um imã para mim, mas acho que
se eu não fosse eu, não daria a ele uma segunda olhada. Não que ele seja
feioso ou algo assim, mas Jasper é... algo mais.
Ele é mais jovem também, mas eu não sou bom em adivinhar essas
coisas, então eu não sei quanto. Uma espécie de rosa inglesa de homem,
todo de porcelana e rosa suave, olhos castanho-esverdeados e cabelo
castanho brilhante, como algo saído de um retrato antigo. Eu tenho uma
leve ideia da altura dele, mas ele não é musculoso. Ele é apenas pele, osso e
elegância. E agora eu estou observando a cena, vejo marcas de unhas,
KM
Claro que eu digo sim. Porque ele fez isso parecer tão especial, como
se esse fosse um segredo que compartilhamos. E Laurie dá a minha mão
outro aperto, como se ele estivesse me dizendo que ainda está bem. E
porque confio em Laurie, relaxo um pouco. Talvez seja seguro ficar um
pouco encantado com esse cara bêbado, nu... sedutoramente vulnerável.
KM
— Oh, qual é o ponto?
— Eu estava vestido mais cedo,— Jasper oferece. — Não pode ter ido
longe.
KM
Laurie me solta, dá um passo para trás e algo range sob o pé dele. Ele
se afasta e há alguns pedaços de porcelana azul espalhados pelo tapete.
KM
Jasper olha diretamente para mim. — De certa forma.— Eu não sei
se são seus óculos ou a luz ou o fato dele estar chateado ou o que, mas seus
olhos são muito vívidos, ouro no verde e cinza no marrom, todas essas
cores juntas.
— Ele se foi.
21 Na verdade ele esta se referindo à palavra cunt, que pode ser traduzida como boceta.
KM
Estou tão zangado com ele que digo sem pensar: — Sim, eu vi a da
minha mãe.
mas se eu me esforçar muito, posso ver que é meio que... bonito lá embaixo,
meio fantástico como um labirinto, em todas essas cores ricas... Arrrgh,
não, minha mãe, nâonãonãonãonão.
É por isso que gosto muito de Laurie - ele não tem absolutamente
nenhuma cultura. E ele vem em meu socorro, mesmo sem saber que eu
preciso resgatar, jogando o resto das roupas de Jasper para ele e insistindo
que ele se vista, na mesma voz que ele usa para mim quando eu estou sendo
travesso.
Ele está bêbado como ninguém que eu já vi antes. Como se você não
soubesse que ele estava bêbado... exceto que ele está, se isso faz sentido.
Bêbado desse jeito profundo, frio e vazio.
Assim que ele está semidressado, ele afunda na cadeira como se não
houvesse um único osso em seu corpo.
KM
Laurie balança uma gravata branca para mim. — Melhor você do que
eu.
KM
— É melhor você me deixar, —ele fala arrastadamente. — Se isso é o
melhor que você pode fazer, estaremos aqui a noite toda.
— Toby, o que diabos você está fazendo? — Isso é Laurie. Ele parece
seriamente irritado. — Saia de cima dele.
que eu tenho no bolso do meu paletó porque eu estou irritado com Laurie e
com seu pequeno Que diabos você está fazendo? rotina e... também porque
quero que ele saiba que só existe ele, só ele para mim, e é a única maneira
que tenho para contar a ele.
KM
E foda-se. Não fique bravo, Toby. Não.
Quando eu decido ter piedade dele, ele olha para mim muito
brevemente, todo suave e beijável e arrependido e meu.
Bom.
— O que ele fez desta vez? —Exige Laurie. Nenhuma simpatia em seu
tom.
— O quê?
KM
— Sim, mas... —Jasper se move para frente e se enrola lentamente
sobre si mesmo como uma flor murchando. — Mas é brilhante, —ele
termina com essa voz de total desespero. — É tão... inteligente e envolvente
e perspicaz e... original. Tão malditamente original. O bastardo. Eu o
odeio... —Então, muito suavemente,—...eu o admiro.
— Você está apaixonado por ele,— rosna Laurie. — E você tem sido
desde que ele levou o primeiro lugar em algum de seus prêmios.
— Oh, pelo amor de Deus. —Laurie agarra o braço dele e o puxa para
cima. Jasper balança desta forma esbelta por um momento, e então ele está
KM
KM
Eu olho em volta para a carnificina. — Então vocês tiveram uma
briga feia?
devagar.
Jasper faz esse som que eu acho que é uma risada que ele está
tentando fingir que é uma tosse. — Tobermory tem os ingredientes de um
acadêmico.
KM
— É muito melhor conhecer um acadêmico, — ele diz, — ...e então
você experimenta todas as vantagens da academia - como champanhe
grátis - sem nenhuma das desvantagens. Como ser um acadêmico.
feliz, não é?
É uma merda boa, seja lá o que eles estão servindo. Doce e seco e
meio amanteigado, macio e cheio de tantas bolhas minúsculas que eu estou
meio amarrado a elas. Elas passam por minha língua e eu quero
desesperadamente beijar Laurie assim, com nossas bocas cheias de luz.
KM
Ele abaixa a cabeça como se estivesse beijando minha bochecha, mas
na verdade está sussurrando: — Comporte-se— maldição, todo instável em
meu ouvido.
KM
— Tudo bem, pode rir. E me chame de Sherry, tudo bem?— Ele está
olhando para mim como se estivesse esperando algo.
— Mesmo?
Ele meio que fala em pontos de exclamação, e ele é... ele é uma das
pessoas mais douradas que eu já conheci. Eu acho que ele é louco de tantas
KM
formas, mas também é meio que isso... Você sabe, a camada brilhante e
transparente que você coloca sobre o esmalte para impedir que ele seja
lascado ou esfregado. Ele é assim, mas acabou. E tem essa generosidade
para ele que é assustador porque é como se ele realmente acreditasse que
você é a melhor pessoa de todas, e ele está muito empolgado por estar com
você. Só que isso significa que você sente que vai decepcioná-lo a qualquer
momento, porque você não é a melhor pessoa de todas. Você é só você.
KM
Estou chateado que ele sabe, mesmo que seja minha culpa, ele sabe,
mas, ao mesmo tempo, estou um pouco aliviado porque fui resgatado.
KM
Eu não tenho certeza se quero ouvir Grace sendo cantada na galeria -
minha cabeça pode explodir de pura estranheza - mas eu amo que ele diga
isso tão casualmente. É óbvio que vou voltar.
Jasper está nos servindo água. Eu tenho pelo menos três copos
KM
KM
Eu cutuco Laurie. — Cara, ouça isso: sopa de abóbora assada com
sementes de abóbora tostadas e creme de leite.
— Hum, sim?
— De comida?
KM
Do outro lado, Sherry engasga com a boca cheia, e eu meio que torço
por Jasper porque isso prova que o cara não é completamente invencível.
KM
sobre as espumas em geral. Às vezes eles acabam parecendo que você
cuspiu por todo o prato. Não é bom.
— E agora você sabe, —Sherry sorriu para nós,— por que Jasper tem
uma página de fãs no Facebook.
— Eles o adoram. Eles twittam sobre o que ele está usando e o que
ele diz. Ele tem sua própria hashtag.
KM
Por um momento, acho que ele está zoando, mas depois percebo que
ele não está. Ele gosta de Jasper. Ele simplesmente gosta dele, dessa
maneira completamente descomplicada. E fico um pouco triste por eles,
porque parece que tudo deveria ser simples.
KM
Quando eu olho para cima, Jasper parece estar aleatoriamente
torturando O Cara Assustado, reclamando de maneira horrivelmente
eloquente sobre os alunos que não fazem nada de útil para a sociedade, a
humanidade ou a universidade, até que Cara Assustado parecia querer se
afogar em sua sopa.
— Uh, o que você faz, Jasper? —Eu pergunto enquanto eles estão
tirando as tigelas, só para afastar seu foco do carinha.
Minha mãe promove festas; Eu sei como lidar com conversas assim.
Eu me volto para o Cara Assustado. — E você?
— Desculpe, o quê?
KM
— Como... Câncer?
KM
Estou profundamente mergulhado em meu lombo de veado com
bacon, repolho, castanhas e o purê de manteiga quando repentinamente
percebo que Sherry está falando comigo. Mas o que ele realmente quer
saber é sobre minha mãe e o que ela está fazendo no momento, então eu
falo sobre a nova exposição no arco ferroviário. É meio difícil falar sobre
isso porque é chamado de símbolo... Quero dizer, o título da exposição é um
símbolo... porque isso não é confuso nem nada.
estranhos.
Merrdaaa.
KM
— M-Marius?
Laurie se vira com tanta força que quase põe o cotovelo na manteiga.
— Que diabos?
KM
— E você não pensou em fazer um teste de DNA?— Eu não gosto da
maneira cuidadosa como Laurie diz isso.
Depois fui para meu vovô. Chorei meus olhos para fora. Olhando
KM
KM
perfeita de uma obra de arte está faltando em um elemento: sua presença
no tempo e no espaço, sua existência única no lugar onde deve ser.'
Laurie não está dizendo nada. Eu tento pegar seu olho, e quando eu
faço, ele murmura, quem é você? Para mim.
KM
Ele sorri tão bem que me sinto um pouco de um otário por estalar. —
Eu só pensei que você poderia ter um interesse.
— À noite, vejo meu avô e espero o final de semana rolar para que eu
possa estar com Laurie. —E agora todo mundo parece desapontado. Bem,
todos, exceto Laurie. Eu suspiro. — Eu costumava querer ser um poeta, ok?
KM
Ele torna fácil esquecer que há um mundo inteiro além dele. —
Todos os tipos, realmente.
Laurie engasga.
KM
KM
Jasper ri, mas é tão gentil que estou meio chocado. —'Toujours gai,
Archy, toujours gai.'22
Posso dizer que Laurie está tenso, mas não sei por quê.
KM
KM
Espero que ele esteja irritado porque ele não vai poder beber
conhaque e segurar minha mão, mas não tenho certeza. Eu não acho que fiz
nada para envergonhá-lo.
porque eu mostro o meu lugar como se fosse incrível. Tem um cara que já
se sentou ao meu lado, e ele parece feliz em estar ao meu lado. Ele aperta
minha mão enquanto me sento e diz que seu nome é Harrison Whitwell.
KM
que ele quer falar comigo - ou, pelo menos, ele dá uma boa impressão disso.
Ele é muito legal, não muito intenso, e parece interessado em mim. Ele faz
muitas perguntas e conta muitas histórias que me fazem rir. Ele cuida de
mim quando os decantadores se aproximam e derramam pequenos copos
de vinho branco doce e vinho vermelho-rubi. Lembro-me do que Laurie me
disse. Eu lembro de parar e eu passo para a esquerda.
inventou isso.
KM
Então a mão dele fica e continuamos conversando, e os decantadores
dão voltas, e a coisa toda é meio hipnótica. Nós falamos sobre tudo e eu
meio que jogo com ele. Ele é mais velho que Laurie, e não é como se eu
tivesse um fetiche inapropriado por idade ou algo assim - o que Laurie não
é, ele é apenas Laurie - mas há muito sobre ele que eu gosto. Confiança e
calor e interesse em mim.
— Oh meu Deus, de verdade? —Eu acho que saiu mais alto do que eu
KM
Bem. Nunca deixe alguém dizer que Toby Finch não estava disposto
a tentar. — Uh, talvez, mas eu não sei como.
KM
Eu recebo um pequeno aplauso por minha bravura, o que é legal.
Exceto de Laurie que não parece feliz em tudo. Seus olhos são tão
frios e tempestuosos que ele não parece mais o meu Laurie - parece que ele
estava como quando eu o vi pela primeira vez, distante e selvagem e
totalmente fora do meu alcance.
diz que eu deveria ligar para ele se algum dia eu me encontrar em Chicago
ou se eu quiser dar alguma chance à lei. Ele me diz que acha que eu seria
um bom advogado, o que é legal, mas não, não.
KM
Eu acho que... Estou quase com medo dele. E esse é um sentimento
estranho. Além disso, ele está seriamente irritado com a nicotina. — Você
quer dizer, o rapé?
— Eu só peguei um pouco.
Minha boca fica meio aberta. Não consigo decidir se estou zangado
ou magoado. Bem, eu estou os dois. Mas não consigo decidir qual é maior.
— Jesus, Laurie. Isso não é legal.
— Eu não estava...
KM
Exceto. Espere. Não, meu Deus.
— O que há de errado com você é que você gosta de mim e não gosta
da ideia de mais alguém me ter.
Seu toque é gentil quando ele empurra o cabelo para fora dos meus
olhos. — Você é encantador. Não é de admirar que todos te desejem.
Talvez seja confuso, mas estou tão orgulhoso agora que meu coração
está girando no topo de algum pináculo em algum lugar. Eu acho que ele
está exagerando nessa loucura de ciúmes e não saber como lidar com isso, e
KM
obviamente eu realmente não quero aborrecê-lo, mas eu gosto do quanto
ele me quer. Quando ele não pode negar, como agora.
Ele concorda.
Ele hesita. Mais do que ele já fez, mesmo quando eu implorei por
algo que ele não quer.
KM
— Você gostou? — Há uma nota diferente em sua voz agora,
brincadeira e um toque de ameaça que eu acho incrivelmente sexy.
KM
Minhas mãos deslizam na pedra fria. Laurie se inclina sobre mim,
seus dentes raspando a parte de trás do meu pescoço, e eu faço um som
gutural e estremecido.
minha calça sai solto com um estalo, e elas são afastadas - plink plink plink
- e depois, em um puxão implacável, estou nu em uma instituição
internacionalmente renomada de ensino superior.
KM
Ele geme de novo, e então eu o ouço cuspir, o que é tão fora de lugar
aqui, tão obsceno e excitante. Também aterrorizante, porque Laurie tem
um tamanho considerável e eu sou uma espécie de viciado em lubrificação.
E eu definitivamente não acho que eu seja um sodomita de alto nível
suficiente para ele entrar na saliva e no vento. Sua mão pousa entre minhas
omoplatas, me segurando para baixo, e ele arrasta seu pênis escorregadio
sobre a dobra da minha bunda, o que - considerando que seu pênis esteve
no meu traseiro - não deveria ser tão chocante quanto é. Mas eu acho que
minha bunda está meio vulnerável no momento, e eu sufoco um pequeno
gemido, sabendo o quão duro e quente ele está para mim, querendo essa
urgência e essa exposição, essa pequena vantagem estranha entre ameaça e
KM
desejo.
Então ele enfia o joelho entre as minhas pernas e seu pau entre as
minhas coxas. E puta merda, isso não deveria parecer nada, mas
acontece.... Realmente acontece. Há apenas algo realmente básico sobre
isso, essa conjunção de virar-se com o que ele tem, e isso deixa meu
estômago todo frágil e minhas pernas tremendo. A pele das minhas coxas
está molhada e macia ao redor do seu pênis, como se fosse minha boca ou
algo assim, como se ele não estivesse do lado de fora, e eu aperto em torno
dele, apertado o suficiente para fazer seus dedos se curvarem. Ele
empurra...contra... para dentro de mim, e seu membro esfrega a parte de
baixo das minhas bolas, não totalmente suavemente, mas faz pequenos
arrepios ricochetearem pelo meu corpo todo.
KM
Deslizando o braço em volta de mim, ele me afasta da parede e
alcança meu pau. Eu acho que tive um dia muito intenso - provocando
Laurie no trem, tocando-o até deixa-lo como uma confusão suplicante
sobre a mesa, sabendo que há um plug dentro dele porque eu coloquei lá, e
agora isso - e eu sinceramente não sou muito bom em contenção no melhor
dos tempos. Eu me senti um pouco orgulhoso, na verdade, com o quão bem
eu me controlei, mas no momento em que ele me toca eu meio que perco a
cabeça um pouco. Ele coloca a outra mão na minha boca bem a tempo de
pegar meu grito.
Porra. A mão dele. Seu pau. Seu corpo e a pedra ao nosso redor. Sua
respiração quente. O ar frio. Os claustros.
KM
Sua mão aperta minha boca porque eu não consigo nem respirar em
silêncio. Estou fazendo esses barulhinhos rabugentos e barulhentos
enquanto ele me masturba e fode entre as minhas pernas, e tudo está suado
e pegajoso e um pouco estranho, mas é o que o torna perfeito. Parece cru e
escuro e um pouco feio, e eu gozo, mordendo sua mão e soluçando porque é
tão bom, tão bom pra caralho.
KM
Há essa pausa. Minúscula, mas infinita. Tipo de olho-da-
tempestade. Meu cérebro finalmente encontra oxigênio livre suficiente para
fazer um pensamento acontecer. Estou prestes a dizer a ele que sou dele, ou
ele é meu, ou algo assim, quando ele sussurra: — Diga-me que você me
ama.
Laurie tem que usar seu lenço de bolso para me limpar e limpar os
respingos na pedra, e quando ele se abaixa, estremece.
KM
— Oh Deus. Sim. Desculpa.
— Certo.
KM
Eu olho para ele ansiosamente. — Você está bem, certo? Eu não fiz
nada de mal?
— Eu não te machuquei?
KM
— Eu o joguei fora, querido. Eu não estou andando com ele no meu
bolso.
— Você me pegou.
ainda melhor.
— Há muito que eu não sei sobre você, não é Toby?— Sua voz e a
forma como ele diz isso é baixa, íntima só para mim.
KM
É estranho, porque eu estou meio desesperado para que ele esteja
interessado em mim, e agora que ele está, eu não estou pronto. Eu tenho
muito a perder agora. Ele me deu muito a perder.
Hoje foi... melhor que tudo. Estar com ele. Sendo parte do seu
mundo, a sua vida. Ser alguém que ele queria o suficiente, valorizado o
suficiente para suscitar-lhe ciúmes.
Mas o que acontece quando ele perceber que não tem nada para ficar
com ciúmes? E se a verdade sobre mim - sobre minha pequena vida -
mudar tudo de novo? Quando finalmente estamos perto de onde eu quero
KM
que estejamos.
— Como você pode ser qualquer outra coisa, seu garoto estúpido? —
Ele parece um pouco irritado, mas algo mais também. Algo sobre o qual
não tenho ideia. Ele para de andar e me balança. — Você vê, a coisa é...
Deus. Ele parece tão sério. E temo que ele comece a exigir respostas -
por que você não está na universidade? Como você fodeu tudo tão mal? Eu
estou realmente namorando um cara que cozinha ovos por um salário
mínimo? Como alguém tão cotidiano quanto você pode ser o garoto desse
KM
famoso gênio iconoclasta? - que entro em pânico e explodo num passo
rápido.
Eu ofereço minha mão, mas ele apenas olha para ela como se fosse
um peixe morto e então realmente se afasta dela. — Oh... Eu não posso. Eu
não sei dançar.
KM
Eu danço um passo lento-rápido-rápido-lento todo meu caminho em
volta do... como é chamado... quadrilátero nos braços de um parceiro
imaginário. Desde que ele está me observando, eu jogo em um par de
passos de rumba, me exibindo, e eventualmente, uma volta natural e
persegui progressivamente meu caminho de volta para ele. Estou um pouco
sem fôlego, mas este é um grande espaço. — E você se chama de cavalheiro.
Eu tento a coisa da mão de novo, e desta vez Laurie aceita. Ele está
KM
realmente hesitante e a palma da mão está um pouco suada. Ele está com
medo? Oh meu Deus. Tão adorável. Colocá-lo na posição certa é como
tentar mover o Homem de Lata sem uma lata de óleo, mas eu o levo até lá.
Ele não vai ganhar nenhuma competição, mas poderia ser pior. Com isso
quero dizer que posso hipoteticamente aceitar que poderia haver uma
forma menos confortável, menos graciosa para alguém olhar. Embora eu
não consiga imaginar isso.
KM
Então eu o acalmo como faço quando estamos transando, como
quando eu o amarro, e ele fica quieto. Eu digo a ele que tudo vai ficar bem.
Eu digo a ele que ele é lindo. Porque para mim ele é, e sempre vai ser
quando ele está fazendo algo que ele não quer fazer totalmente.
Mas eu não mudaria isso por nada no mundo. Não quando eu recebo
tudo isso.
perfeitamente plano, e ele fica na ponta dos meus pés, tipo, muito.
KM
Eventualmente ele cai, e chegamos a uma parada ofegante, ofegante
e carinhosa.
KM
Agora eu sei o que devemos dançar. — Querido, quando você sorriu
para mim, ouvi uma melodia. . '
Outra voz se junta à minha. Uma voz melhor, um tenor sem muito
KM
KM
Capítulo 9
Laurie
tinha confundido o dia, e então percebi que ele não estava vindo. Eu disse a
mim mesmo que era inteiramente seu direito, que era inevitável, que
provavelmente era o melhor. Mas eu estava frenético.
Mas ele disse que me amava. Você não diz isso para alguém, e
então... Oh Deus. De novo não. De novo não.
Fazia apenas algumas horas, mas de repente minha casa estava cheia
de quartos vazios, e eu não sabia o que fazer comigo mesmo. Eu não
suportava estar lá, mas não me atrevi a sair no caso de Toby aparecer. Eu
me mantive atento à campainha. Ele iria cair sobre o limiar e em meus
braços, como sempre, e haveria alguma história, algum engano, algum mal-
entendido, e nós riríamos, e eu me sentiria zangado e tolo ao mesmo tempo,
KM
mas eu o perdoaria. Eu o perdoaria porque estava desesperado para me
sentir com raiva e tolo.
E ainda tolo, por ter deixado isso acontecer. Por ter sabido o tempo
todo que isso aconteceria, ou algo parecido, e ainda assim me despi
totalmente para ele. Não era nem mesmo masoquismo. Era uma
incapacidade básica para aprender.
compulsivamente pela dica, a sugestão que certamente tinha que ter estado
lá, do que estava por vir. O momento em que tudo deu errado, e eu não
percebi. Mas eu não consegui encontrar nada. Nós estivemos muito felizes.
Não estávamos? Vagando de mãos dadas pelas ruas douradas. Se as pessoas
estavam inclinadas a olhar com desconfiança para nós, eu não estava
inclinado a me importar. Será que Toby estava?
Foi quando eu tive que admitir que nunca pedi o número dele.
KM
Quinze minutos de pesquisas dedicadas mais tarde, nós
estabelecemos de maneira abrangente que Toby não estava na internet,
exceto por referências fugazes ocasionais ligadas à sua mãe ou à vida
escolar.
Ela encolheu os ombros. — Que tal, 'Você está bem?' Algo pode ter
acontecido.
KM
KM
— Eu sei. O mundo faz mais sentido para mim quando estou
trabalhando ou...
— Em seus joelhos.
KM
— Então? Sua tia horrível uma vez me chamou de antinatural em um
jantar de família. Ele também me deixou neste momento, quando ele riu.
— Robert?
KM
Na noite de sexta-feira - doze dias desde que eu o vi pela última vez,
não que eu estivesse contando, exceto que eu estava - cheguei em casa e o
encontrei em um terno preto, sentado na minha porta. E assim, toda a
raiva, todo o medo, toda a miséria apagada, deixando-me perfeitamente
frio. Seguramente indiferente.
— Eu não achei que algum dia fosse te ver de novo. —Eu estava
realmente satisfeito, sombriamente satisfeito, por soar tão calmo.
— Por quê? Porque eu não apareci uma vez? Não é muito exagerado?
KM
Oh foda-se. O pior de tudo foi que minha reação imediata foi um
breve surto de ressentimento, como se ele tivesse de alguma forma
planejado toda a situação para me fazer reagir à sua ausência e então
apresentar minhas reações - minha aflição, meu aborrecimento, minha
sensação de traição - inválida. Era como se ele tivesse deliberadamente
decidido me fazer parecer tolo. O que ele não tinha, é claro que ele não
tinha. Era simplesmente que sua dor não havia deixado espaço para mim, e
ele nem pensara em me avisar.
KM
mandíbula, sua testa, as bordas superiores de suas bochechas como estrelas
vermelhas e brancas. — Você não entende, Laurie? Eu queria que você
estivesse comigo, mas aqui estou como de costume, sentado à sua porta,
esperando pelo canto da sua vida da qual eu posso fazer parte.
Meu corpo todo ficou frio. Meu pior medo, atirado em mim por uma
criança de luto: chegando em alguma cena de terrível destruição para
encontrar, não um problema a ser resolvido, mas o corpo de alguém que eu
amava. — Toby, nem brinque...
KM
minha, não dele. Toda essa semana se agitando porque eu não tinha o
número dele, e nunca pensei que ele não tivesse o meu. — Oh Deus. Eu...
— Se você disser que sente muito, eu vou gritar.— Ele olhou para
mim, seus olhos marejados e brilhantes com lágrimas não derramadas. —
Meu avô está morto, Laurie. A pessoa que mais amo no mundo inteiro. E
passei seu funeral pensando em você. Quão fodido é isso?
— Por que o que?— Sentia-se errado agora estar pairando sobre ele,
então eu me agachei na frente dele, e liguei minhas mãos juntas.
— Por que eu sempre tenho que pedir tudo? Por que você nunca
apenas... me dá... ou oferece?
Mais uma vez, aquele olhar frio e brilhante. — Porque você nunca me
deu uma razão para acreditar.
Eu não tinha ideia de como responder. Tudo o que ele disse era
verdade: eu não tinha sido justo. E desculpar-me era tão inadequado a
ponto de ser insultuoso.
KM
brevemente parecia possível que pudéssemos estar apaixonados. Onde
parecia a coisa mais fácil e simples do mundo.
— O que?
— Eu sei que deveria ter feito isso há algumas semanas, mas há algo
que preciso lhe perguntar e algo que preciso lhe dar.
—Cara, eu não quero sua pena por meu vovô estar morto.
— Sabe, — ele disse suavemente, — parece que você quer ser meu
namorado.
KM
Eu respirei fundo. — Seu número de telefone?
— Não quero você sentado mais na minha porta, ok? Venha sempre
que quiser, esteja eu aqui ou não.
— A sério?
Eu balancei a cabeça. — Mais uma vez, é algo que eu deveria ter feito
semanas atrás.
KM
os outros pedaços da vida de Toby. — Então, o que eu ganho quando o
próximo membro da minha família morrer?
— Isso não é engraçado. — Não era, mas assim era como as coisas
terríveis podem ser às vezes. Toby inclinou-se e beijou-me castamente, um
pouco tristemente. — Obrigado.
— Sim.
chá e torradas com manteiga, porque era a única coisa que eu conseguia
pensar em fazer por ele.
KM
poderia ter sido mais fácil se eles tivessem, porque então teriam me dado
uma razão para não gostar deles.
O mais irônico, o mais cruel, era que Robert deveria ter sido perfeito
- atraente, bem educado, ambicioso, charmoso -, mas pelo fato de ele ser
um homem. Todas as armadilhas da civilização, de boa vida e elegibilidade,
não significavam nada. Pois ele não teria filhos. E, enquanto estávamos
juntos, ele não poderia ter se casado comigo.
— Você sabe o que é uma merda? —Ele colocou o prato para baixo -
ele quase não comeu nada. Mas ele manteve o chá, embalando a xícara com
muita força, a pele das mãos manchando-se de rosa e branco.
— Conte-me?
— Ninguém gostava do meu avô, exceto eu. Ele era uma pessoa
horrível.
KM
Eu não tinha certeza do que fazer com isso, mas talvez tenha sido
mais fácil para ele pensar em lembranças ruins em vez de boas. — Isso não
parece se encaixar no que você me disse.
— Não, ele foi legal comigo. Mas a filha dele, que é minha avó, o
odeia - quero dizer, o odiava - porque ele era muito rigoroso com ela
quando ela estava crescendo. Ele costumava bater nela e outras coisas. Não
era para ser abusivo ou qualquer coisa. Foi apenas o jeito que ele foi criado.
KM
Alívio rolou através de mim, e então me senti como um hipócrita. Eu
fui rápido o suficiente para reagir à possibilidade de outras pessoas ferirem
Toby significativamente, menos quando era eu.
Ele olhou fixamente para o chá. — Minha avó se casou muito jovem
apenas para ficar longe dele, e ela não o deixou muito próximo da minha
mãe quando ela nasceu. Mas quando ela engravidou - minha mãe, quero
dizer - e eles a expulsaram, de repente ele estava lá, apoiando-a, cuidando
de mim. Ele tinha um desses... Portador de bebê coisas que você prende ao
seu peito. Costumava me carregar para todos os lugares como um
macaquinho.
KM
Eu estendi a mão e tirei seus dedos do copo. Ele não resistiu quando
eu o afastei, apenas segurou minha mão. — Pessoas mudam. Não há nada
de estranho ou errado nisso.
— Eu acho. Ele teve que fazer uma operação, você sabe, acho que nos
anos sessenta ou setenta. Ele foi ferido em Dunquerque e estilhaços
entraram em seu coração, então este médico veio todo o caminho da
América para tirá-lo. Demorou nove horas ou algo assim, e ele tinha uma
enorme cicatriz na frente e nas costas. Todo mundo achava que ia morrer.
Minha mãe acha que isso o mudou.
— Isso importa?
Por um momento ou dois, ele não disse nada. Então ele deu de
ombros. — Eu acho que não. Não mais, de qualquer maneira.
KM
Era mais difícil do que eu imaginaria possível vê-lo assim, tão
incerto e tão triste, mas ele ainda era meu menino, meu Toby, ainda tão
cheio de luz. Eu poderia imaginá-lo em algum cemitério, um pequeno
resquício de escuridão sob um céu cinza. E eu deveria ter estado ao lado
dele. Ele não deveria ter que chorar sozinho. Eu me odiava por isso. — O
fato de ele tratar mal as outras pessoas não muda o fato de que ele amava
você.
Minha voz deve ter me traído porque sua mão livre se enrolou no
meu cabelo e puxou um pouco, como se ele quisesse que eu olhasse para
ele. — Laurie, você está chorando?
tempo. Eu gostaria de poder fazer isso melhor, mas eu sei que não posso. —
Eu respirei fundo, asperamente e marejado. — E eu sinto muito por chorar
como um idiota, porque eu não tenho a mínima ideia do porquê estou
fazendo isso.
KM
Assim fiz, só por um tempo enquanto o segurava, e Toby contou-me
histórias do seu avô - um homem que travou uma guerra, cometeu erros
terríveis e aprendeu tão tarde na vida a amar.
KM
Ele se encolheu quando eu coloquei a mão em seu ombro nu. — Não
conseguiu dormir?
— Oh querido.
— Está funcionando?
— Qual é o problema?
KM
— Bem, eu preciso de minhas mãos para amarrar os nós, mas eu
preciso de algo para amarrar os nós ao redor como, por exemplo, minhas
mãos.
— Eu nunca vi isso.
KM
Eu não sabia o que dizer a ele. Por um tempo, nos sentamos juntos
sem falar, a cabeça de Toby se curvou sobre minhas mãos capturadas, Fred
e Ginger brigando ao fundo.
Eu estava preocupado com Toby. De luto por sua dor. Mas de uma
maneira estranha, satisfeito. Ele estava comigo agora e eu estava tentando...
KM
fazer melhor e ser melhor. Eu ia estar lá para ele em todos os sentidos que
eu não tinha estado antes. Mantê-lo seguro e feliz.
— Algo para fazer? Eu não sei. Achei que isso poderia impressioná-
lo.
Não era algo que eu esperava ou queria ouvir. Eu não queria falar
sobre Robert com Toby, não porque eu estava tentando manter qualquer
coisa dele, mas porque eu já perdi muito do meu presente com o meu
KM
passado. — Era uma das coisas que ele gostava, sim. Mas eu estou com você
agora. Nós temos nossas próprias coisas.
KM
em meu avô, mas tudo em que consigo pensar é em mim. Estou uma
bagunça.
Toby piscou a umidade de seus cílios. — Pelo menos me diga por que
você terminou com ele, para eu ter certeza de não fazer isso.
KM
— Por favor— eu disse, percebendo que estava cansado além do
limite, — podemos voltar para a cama?
KM
— Sim, mas você geralmente está me empurrando para fora de casa
porque você tem que ir trabalhar.
KM
— Por que não?
— Logo após o funeral de seu avô? —Eu fiz uma careta para o teto.
— Desculpa.
Mas essa não foi a coisa certa também. — Agora você soa como
minha mãe.
— Como sugerir que você tire algum tempo para lidar com a perda
de seu avô é estar mijando em sua vida?
Ele rolou para longe de mim de lado, seu corpo se curvando como
uma vírgula. Uma vírgula que não me queria tocando-o. — Você foi
desprezível — disse ele, em voz baixa.
KM
— Se é o que você quer fazer, então...— Eu alisei meus dedos
levemente sobre sua pele macia —...foda-se eles.
— Hah. Fácil para você dizer. Aposto que ninguém acha que você
jogou fora sua vida.
Mais uma vez, fui obrigado a lembrar a mim mesmo que não era
apropriado perder a paciência perante o sofrimento. — Mas...
— Cara, tipo, sério. Qual parte do “não quero falar sobre isso” você
está interpretando como irrelevante?
KM
— Haverá outras oportunidades. —Eu beijei o topo de seus ombros,
onde a pele era áspera e doce sob meus lábios.
— Porque isso não é de todo clichê.— Sua voz vacilou enquanto ele
falava, o que me fez pensar que ele estava mais propenso a tentar segurar as
lágrimas do que me rejeitar.
— Sim.
Ele parecia estar pensando sobre isso. — Eu.... Quero fazer uma torta
de merengue de limão.
KM
Isso parecia mais com ele. — Como quiser.
— E... e... Ok, eu realmente não consigo pensar em mais nada agora.
— Tenho certeza de que outras coisas vão acontecer para nós. Meu
menino ridículo e lindo.— Eu teria encontrado uma maneira de dar a lua a
ele, se ele quisesse.
Eu não tinha certeza se poderia topar com sexo sujo e uma torta de
merengue de limão. Eu estava prestes a dizer, quando percebi que havia
KM
— Por favor.
KM
Naquela tarde, fomos fazer compras juntos. Assim que as entregas
nos supermercados foram uma opção, Robert e eu nos inscrevemos e nunca
mais voltamos atrás. Nossas vidas, nosso tempo, pareciam muito melhores
gastas em outro lugar. Mas isso era agradável da maneira mais peculiar e eu
segui atrás de Toby, empurrando o carrinho, e não parecia um desperdício
do meu sábado.
KM
— Eu deixo você sozinho para isso? —Eu perguntei, uma vez que nós
descompactamos e as superfícies de trabalho da minha cozinha estavam
cobertas de compras.
KM
baixinho – “Zing! Went the Strings of My Heart” - e parecia um pouco
mais como ele mesmo.
Por fim, ele estava estendendo sua massa e a usando para forrar uma
assadeira de torta que eu nem sabia que tinha. — Okay. —Ele colocou tudo
na geladeira. — Agora eu só preciso pegar algumas coisas lá de cima.
— Para a torta?
de limão e sexo sujo, eu não achei que você os quisesse ao mesmo tempo.
KM
Eu não sabia como esperar por ele. Nos meus joelhos? No chão duro.
Isso ajudaria? Um pedaço de fantasia. Mas ele não disse...
mas havia um absurdo tipo de satisfação em saber que ele me achava digno
de olhar, que ele gostava de mim nu e em seu prazer por isso.
KM
Ele olhou para o meu pau endurecido e traidor. — Sim, realmente.
— Espalhe-se.
— Eu sei. —Alegre era como ele soava quando ele patinou as unhas
até o interior das minhas pernas, enquanto eu tremia impotente por estar
tão indefeso e tentei segurar a posição, meu pau e os músculos adutores já
doendo suavemente. — OK. Assim... —Ele me aliviou brevemente de suas
atenções e remexeu novamente em sua pilha de cordas e algemas e Deus
sabe o que mais. Ele estendeu as mãos para mim, os Portões do Inferno em
uma, o gancho anal na outra e sorriu novamente. — Escolha.
KM
— Legal. Ele os jogou de volta na pilha.
Mas eu não queria. Eu queria que ele me tivesse, tivesse tudo, meu
prazer, minha dor, meu orgulho e minha vergonha. Eu queria colocar tudo
a seus pés até que ficássemos ambos livres, até que eu fosse dele e ele fosse
meu, e tudo o mais fossem apenas farrapos.
Eu não queria fazer isso, mas queria que ele me fizesse. Eu precisava
dele, precisava da mão dele - firme e inevitável - para controlar minha
queda. Ele foi tão gentil que eu quase chorei com mortificação e uma
espécie de desejo terrível. Eu podia sentir as cicatrizes e espirais na mesa
KM
debaixo da minha bochecha. Toby era apenas uma névoa de calor atrás de
mim, em pé no triângulo que ele fez do meu corpo enquanto ele se
desvencilhava e me abria.
toque queimou através de mim como a luz do sol mais brilhante. Meu grito
repentino ecoou nos azulejos da cozinha, muito alto, muito áspero,
desesperadamente revelador. Ele se debruçou sobre minhas costas e beijou
seu caminho para o arco suplicante da minha espinha. Meus dedos se
apertaram um contra o outro, mas não havia nada para eu segurar. Havia
apenas Toby, sua boca na minha pele e tudo o que ele me fazia sentir. A
verdade era que o prazer me assustava mais que a dor. Exigia uma rendição
mais profunda.
KM
— e então a maldita coisa estava dentro de mim, meu corpo lutando ao
redor disso como uma ostra com uma pérola.
E como era seguro estar naquele lugar com Toby, que de alguma
forma via os espaços entre todas as minhas linhas borradas muito mais
claramente do que eu.
perdido em minha pele, que eu meio que senti o calor delas, a pitada de sal
dentro de cada esfera. Minha boca se abriu e um som saiu, vacilante e sem
forma, uma confusão de miséria, necessidade, excitação e submissão.
Sim.
Por favor.
Isto.
KM
suspiro, meu pulso tremulando com medo. Robert muitas vezes me
colocara numa escravidão mais exigente, mas apesar de toda a sua crueza -
talvez por causa de sua crueza, a mistura grosseira de exposição e
penetração - isso me despojou, me esfolou e me deixou em carne viva. Meu
pau esticou para cima obscenamente entre minhas coxas abertas, pré-
sêmen escorrendo pelas laterais e pingando na mesa.
me abraçou - contanto que eu não lutasse, contanto que eu não fizesse nada
além de deixá-lo enfiar a língua profundamente em minha boca, e me levar,
levar tudo de mim.
Ele tinha sabor do chá que ele havia bebido mais cedo. E de mim. E
foi tão lindo, aquele beijo cruel e faminto.
KM
os punhos e o gancho, e o choque daqueles adornos duros sacudiu através
de mim, um grito pegando na parte de trás da minha garganta.
Ele olhou para cima, sorrindo, a umidade brilhando nos lábios que
me beijaram e me machucaram, e chegaram abaixo do nível da mesa, onde
eu não podia ver facilmente. Quando ele trouxe as mãos de volta, ele estava
segurando um conjunto de grampos de trevo conectados por uma corrente
de aço. Eles brilharam entre os dedos, prometendo dor.
KM
— Aí. —Toby recuou. Me inspecionou, seu assunto, seu reino. Ele
estava corado e um pouco suado também, tão ofegante quanto eu, a crista
de sua ereção delineada contra seu jeans. — Porra. Uau.
Eu fiz isso com ele. Fiz com que ele ficasse quente e duro e com olhos
nebulosos. E naquele momento, qualquer dor, toda indignidade valeu a
pena. Não. Parte disso. Indissociavelmente dele. Inseparável, indistinguível
do prazer e da alegria.
para terminar.
Não havia nada além de amor nele quando ele me disse: — Você
sofre por mim.
KM
Deus. Eu sofri. Eu sofri.
KM
ele, perdido, seduzido, implorando por seu toque, deixando o prazer me
preencher como a dor.
KM
indefeso. Suas mãos, que agora percebi, me seguravam por toda parte,
apertando minhas pernas. Outro tremor sacudiu através dele, e então ele se
dobrou contra a mesa, gemendo e me arranhando.
— Obrigado — foi tudo que eu poderia pensar em dizer. Mas não foi
apenas um jogo de dominância. Eu quis dizer isso. Obrigado pela dor.
Obrigado por deixar isso significar muito para você. Obrigado por acreditar
que sou bonito. Obrigado por me fazer sentir tão poderoso. Obrigado por
me amar. Obrigado. Obrigado.
— Obrigado.
KM
exatamente o que você precisava antes mesmo de reconhecer que você
precisava disso.
— Preciso?
KM
— Oh Deus.
KM
— Muito bonito. —Ele deslizou para o chão.
— Vou lavar minhas mãos com muito cuidado. —Ele levou o copo de
volta para a pia, e esfregou-se bem antes de tirar sua massa de torta do
forno.
Mais uma vez, ele falou comigo sobre o que estava fazendo, mas eu
estava muito longe, muito profundo, muito alto, para poder manter grande
parte do significado. Havia apenas o ritmo de sua voz lavando sobre mim,
mantendo-me perto. Seu recheio de limão era da cor da luz do sol enquanto
KM
ele derramava em sua crosta de pastelaria dourada. E o que quer que fosse
esse merengue, a fabricação dele era um negócio vigoroso. Os finos
músculos do braço de Toby se esticavam e flexionavam.
Ele assentiu. — Sim. É legal. —Então ele passou um dedo pela borda
da tigela, juntando um pouco da coalhada amarela brilhante. — Quer
provar?
Eu pensei que ele estava brincando, mas o terror era real o suficiente
e estonteantemente doce. — Eu sinto muito. Por favor, não faça isso.
— Sim.
KM
— É bom, não é? —Ele parecia convencido, mas ele merecia.
— Mais?
KM
quando ele torceu o pulso no caminho até os meus lábios e jogou limão em
meus mamilos já sensíveis demais.
Eu gritei.
Porra, estava queimando. E eu estava tão duro que meu pau doía
também.
Eu não sabia mais o que estava pedindo, mas Toby parecia saber a
resposta de qualquer maneira. Ele ficou na ponta dos pés para me beijar. —
Sim. Eu prometo.
KM
Ele enfiou a mão na tigela de geada e girou um pouco na minha coxa.
Parecia nuvens, aquecidas pela boca enquanto ele as perseguia, pegando as
partículas pegajosas com sua língua ágil. Ele continuou me acariciando
muito tempo depois que todo o glacê se foi, beijando e mordiscando seu
caminho em direção a minha virilha. Embora estudiosamente ignorando
meu pau.
KM
Eu empurrei em seu toque. — Eu amo isso.
Então ele deslizou seus lábios sobre mim e meu “sim, oh sim” foi tão
sincero quanto absolutamente frenético.
Ele nunca fez isso comigo antes. Ele admitiu uma vez, um pouco
desajeitadamente, ele não achava que ele era muito bom nisso, então eu
disse a ele que ele não tinha que fazer nada que ele não queria fazer, e nós
nunca conversamos sobre isso novamente. Eu gostava de chupá-lo, de
joelhos, com as mãos atadas no meu cabelo. Preguiçosamente de manhã,
KM
KM
Toby se enrolou em volta de mim, seu aperto firme, um agarre tão perfeito
com minha pele deslizando suavemente contra a aspereza de sua palma. E
quando eu pensei que ele não poderia me dar mais, ele respirou instável e
tomou o suficiente do meu pau para encontrar sua própria mão. Selando-
me em calor aveludado molhado.
Eu só voltei a mim quando ouvi Toby tossir. Ele olhou para cima do
meu pau, sêmen e saliva escorrendo pelo queixo.
KM
— Oh, cara. —Ele deitou-se, descansando a cabeça no meu ombro. A
mesa não era confortável de se deitar, mas agora era tão perfeita quanto a
torta de Toby. — Eu falho mesmo na merda que eu deveria ser bom. Eu
obtive um D no meu GCSE de literatura inglesa. Eu era como o animal de
estimação do professor. A’ s o ano todo. Ainda assim terminei com um D.
— Não.
KM
KM
Foi um absurdo. Tínhamos acabado de fazer sexo, dor e torta de
merengue de limão, e meu impulso de teste padronizado ainda ganhava
vida. — Não parece que ele gosta deles.
— Mas, —eu protestei, — tudo está muito bem, mas não responde à
pergunta. Que era sobre zoológicos.
KM
Eu escovei meu polegar sobre a curva mal-humorada de sua boca. —
Você não é uma merda, Toby. Mas se alguém colocar um arco na sua frente,
a maneira mais rápida de passar é pelo meio.
— Uau, você está do lado deles. Você deveria estar do meu lado.
Deus. Talvez eu estivesse ficando velho demais para isso. Tudo doía,
por dentro e por fora, e eu era uma bagunça de marcas e sêmen e coalhada
de limão. Eu devo ter lutado contra as algemas um pouco, porque enquanto
elas não me machucaram seriamente, elas me deixaram com um par de
pulseiras vermelhas. Eu acariciei meu polegar sobre o meu pulso e sorri. Eu
estava cansado e naufragado, incapaz de sequer responder a minha própria
porta da frente, e eu estava muito, muito feliz.
calças, fiquei bastante feliz por Toby não estar por perto para ver essa
particular indignidade.
— Sim?
Grace lançou um olhar para Toby. — Não pense que ser fofo vai me
impedir de ficar zangada com ele.
Suspirei. — Olha, me desculpe, por não ter ligado. Vocês vão ficar?
KM
— Porque você tinha fodido, —explicou Grace. — Ele estava em um
mau estado.
— Bem, eu estou feliz de não ter que me preocupar mais com você,
porque, francamente...— Grace fez um gesto ilustrativo para si mesma —
...Tenho coisas melhores para fazer com o meu tempo.
KM
Sam assentiu. — Sim, agora que se preocupar com Laurie está fora
da agenda, você tem espaço para um novo hobby. Você deve... Qual é o
nome que você tem para aquela coisa em que você pula para cima e para
baixo e bate um no outro com paus?
— Sexo?
— Jardinagem?
— Bem, eu não ia assistir When Harry Met Sally com você enquanto
chorava em uma banheira de Haagen-Dazs, ou qualquer coisa assim. Eu ia
te levar a uma festa hoje à noite e tentar te convencer a fazer sexo.
23 A dança de Morris é uma forma de dança folclórica inglesa geralmente acompanhada de música.
KM
Eu dei a Toby um apertão agradecido, mas ele claramente tinha
outras ideias. — Ooh, festa. Eu gosto de festas.
Quando voltei, Toby tinha feito chá e sua torta de merengue de limão
estava no meio da mesa de centro.
— Nós fomos assegurados, — disse Grace — que você fez sexo nas
proximidades dessa torta, envolvendo apenas os componentes da torta, e
não a própria torta. Então, consentimos em comê-la, embora
aparentemente tenhamos que esperar um pouco até esfriar.
KM
E, como aconteceu, a torta de merengue de limão de Toby estava
incrivelmente boa. Foodgasmic era a palavra de Grace. Embora eu tenha
gostado mais de comer dos dedos de Toby.
— O quê, você quer dizer como festas sexuais? — Cara. Eu pensei que
isso iria calá-lo, mas então ele continuou: — Se formos, temos que gostar...
fazer qualquer coisa?
A ideia disso virou meu estômago. Não era que eu tivesse objeções
ao princípio - depois de Robert, eu compartilhei e fui compartilhado por
vontade própria – era justo... Toby era meu e eu era dele, e eu nunca mais
queria ter que escolher entre sexo e intimidade novamente. —
Absolutamente não.
KM
— Então...— Toby fez seus olhos muito grandes e olhou para mim
implorando —...podemos ir?
Eu poderia ter dado a ele vinte, mas também podia ver que minha
KM
— Toby... Eu não posso... Eu não quero que você... Olha, você tem
que prometer que não vai... dar-me a qualquer pessoa.
KM
Sua boca caiu aberta. — Você não é uma caixa de balas After Eight.
— Eu sei, mas eu sou seu... você sabe... —Eu nem queria dizer isso.
Eu odiava essas palavras. Sub. Dom. Amantes, nós éramos amantes. — As
expectativas podem ser diferentes.
A noite toda?
KM
Nós escolhemos o nosso caminho através dos corpos em movimento
até encontrarmos um espaço mais calmo. A mão de Toby estava enfiada na
minha.
KM
Ele cantarolou no fundo da garganta, pressionando no meu toque,
penso que em busca de conforto tanto quanto em prazer. — Você os
conhece?
KM
Toby, para seu crédito, lançou um olhar ansioso para mim. Eu não
achei que ele estava tão confortável ignorando meu rostinho torturado
como Grace estava. Mas então, ele não me conhecia há tanto tempo.
— Nós... nós não falamos sobre isso. —Toby ficou muito vermelho -
eu não sabia dizer se ele estava envergonhado ou lisonjeado ou alguma
combinação de ambos. — Eu... não tenho certeza...
Ele deu a ela um dos seus sorrisos mais tortos, e eu tentei o meu
melhor para não ser terrivelmente ciumento. Talvez eu devesse fodê-lo ou
deixá-lo me foder na frente de todos. Provar que ele era meu. E, oh Deus,
qual de nós tinha dezenove anos? Eu não conseguia pensar em uma razão
KM
menos saudável para fazer sexo em público. Grace estava certa. Eu tive uma
atitude de baixa qualidade.
Eu não queria ficar, mas queria agradar Toby. E agora, ele parecia
animado por estar aqui, embora sua crescente amizade com Grace fosse
provavelmente perigosa para mim. Não porque eu tivesse qualquer causa
real de ciúme, mas porque ela tendia a ser... inspiradora.
KM
O estranho estava balbuciando extasiado, implorando a Alice para
tirar isso, não o tirar, deixá-lo gozar, por favor, por favor, por favor.
Robert nunca tinha feito isso comigo. Ele gostava de controle, mas
Toby gostava de estar sob minha pele. Ele queria estar dentro de mim, no
meu corpo e na minha mente. No meu coração. Tão similar em alguns
aspectos, tão completamente diferente em outros, os dois homens que eu
amei.
outro e nos mudamos para outra sala. Nós estávamos no porão, que nosso
anfitrião tinha transformado em uma série de pequenas masmorras. Eu
poderia ter sussurrado algo para Toby sobre a pura falta de imaginação em
exibição aqui embaixo, mas eu não queria ser o importuno nessa pequena
peça de teatro que Grace havia alegado que eu era. Além disso, Toby ainda
estava falando entusiasticamente sobre o que acabamos de ver,
bombardeando Grace e Sam com perguntas. Eles estavam andando um
pouco à minha frente, então eu não conseguia ouvir muito do que eles
estavam dizendo sobre os ruídos habituais - couro contra a pele, o barulho
das correntes, o ocasional suspiro ou o choro quebrado.
KM
Sem sequer uma premonição de infortúnio para me proteger, virei-
me para ver o que ele via: um homem alto e de ombros largos, brilhando de
suor, empunhando dois floggers contra as costas profundamente
avermelhadas com tal habilidade que ele parecia não colocar nenhum
esforço, as caudas voavam e caíam naquele ritmo selvagem que tinha sido
seu presente para mim.
Eu tive que esperar ele desatrelar seu amante. Tive que esperar que
eles se beijassem, trocassem sussurros de amor, tocassem um ao outro
como gentileza e intimidade. Eu tive que esperar que eles andassem e se
juntassem a nós.
KM
Em algum momento, nos tornaríamos uma multidão. Desde que ele
começou a se apresentar em cenas abertas, Robert sempre atraía uma
multidão. Foi fácil o suficiente para entender o porquê. Ele era tão bom no
que fazia e a química entre ele e... Noah, o nome do homem era Noah... era
inegável. Eles eram lindos juntos.
Ele sempre dizia isso. Eu não achei que ele quisesse me torturar, mas
parecia improvável que o homem que possuía tudo o que eu já tive um dia,
KM
KM
Uma onda de algo - surpresa, curiosidade, diversão - contornou os
pervertidos reunidos. Toby e eu não éramos nada como Robert e Noah. Nós
éramos incompatíveis, implausíveis, absurdos. Meus gostos eram bem
conhecidos, assim como minha disponibilidade, minha preferência por
encontros casuais. Pelo amor de Toby, eu desejei que não houvesse essa
familiaridade. Eu gostaria de não ter essa história. Isso me fez sentir
decadente e bem usado, uma troca pobre por toda a sua paixão e
sinceridade.
Eu estava com medo que eu refletisse mal sobre ele. Eu estava com
medo de fazê-lo rir.
KM
Robert deu seu sorriso fácil. Tudo era fácil para Robert. — Você
deveria tentar isto em Laurie. Ele ama isso.
KM
Eu olhei para Robert, mudo e suplicante. Por favor. Não. Apenas
não. O pior de tudo foi que eu não achei que ele estivesse tentando ser
cruel. Ele estava tão distante de mim, tão alheio a nós, que nada disso
importava para ele.
Isso virou o riso geral. A maioria dos dom aqui nunca teria sonhado
em admitir algo assim. E havia o pequeno Toby, que ou sabia demais ou
muito pouco para se envergonhar de sua falibilidade, sua incerteza, sua
humanidade bonita e imperfeita.
KM
— Eles não estão juntos há muito tempo.— Eu pensei que era Grace
falando.
KM
— Eu posso te dar algumas dicas, se você quiser.
— Olha. —Eu ouvi o ansioso vacilar em sua voz. — Isso é... uh...
muito legal e tudo mais, mas depende de Laurie.
Ele não poderia ter dito nada pior se ele tivesse tentado ativamente.
Eu tinha que fazer algo. Eu não me importava com o que essas pessoas
pensavam sobre mim, mas eu me importava com o que pensavam dele. Ou
melhor, eu odiava que ele mostrasse a eles quem ele era - sua coragem, sua
vulnerabilidade - e eles pensariam menos dele por isso, cegos para o poder
KM
nele, sua ternura, a reviravolta de sua crueldade, tudo o que fazia dele digno
da mais verdadeira submissão que eu poderia dar.
Nos dispensar.
KM
— Esse é mais pesado do que aquele a qual estou acostumado, ele
murmurou.
— Ou, —uma voz diferente, ele só poderia usar algo mais adequado à
sua altura e construção. Dom-o-Dom aliviou para fora da multidão. Ele
estava vestido de couro, como de costume, segurando um flogger de cabo
curto, e eu desejei a Deus que ele não estivesse aqui para ver isso. Mas
talvez eu tenha merecido isso. Eu não o tinha tratado bem, afinal de contas.
KM
Dom riu. — Sim, o nome dele era Sven. Receio que seja tudo o que
tenho comigo com um cabo mais curto, e é carregado para que o equilíbrio
seja adequado a você. É um pouco mais suave do que o de pele de touro,
mas ainda tem uma pancada decente.
KM
— Certo. Obrigado. —Toby ajustou seu aperto e jogou um par de
oitos.
Então ele cruzou a masmorra para onde eu estava esperando por ele,
subiu na ponta dos pés e me beijou. — Você está bem?
KM
Ele olhou para mim em dúvida. — Você tem certeza? Nós não temos
que fazer isso. Eu não me importo com o que eles pensam. Eu só me
importo com você.
—Eu me importo.
— Okay. Hum... — Ele olhou para mim, para a cruz. Eu não tinha
certeza de como suportaria se ele me acorrentasse a ele na frente de Robert
e Dom e todas essas pessoas que já tinham feito muito pior para mim. Mas
eu faria. Eu encontraria um jeito. Para ele. — Você pode apenas segurar ou
algo assim? Como quando você fez comigo?
KM
Eu mal conseguia respirar. Então eu balancei a cabeça novamente,
me virei e simplesmente segurei. Eu tentei me abrir, receptiva, como Noah
tinha sido, mas meus músculos estavam torcidos em nós, apertados com
relutância dolorosa, e eu não podia.
Toby deve ter percebido que algo não estava certo, porque ele passou
a palma da mão sobre meus ombros e minhas costas.
KM
Capítulo 10
Toby
Acho que talvez Laurie tenha uma coisa não reconhecida pelos olhos
azuis.
KM
Eu estive praticando com o chicote que Laurie me deu e sonhando
acordado sobre como será quando eu o acertar com ele, os sons que ele vai
fazer, e o quanto isso vai me decepcionar totalmente. Mas eu tenho certeza
que nenhum desses devaneios - e têm sido muitos - incluíam uma plateia e
o ex de Laurie me contando tudo sobre o que Laurie gosta.
Porque foda-se, eu sei o que Laurie gosta também, e não fui eu quem
fugiu como um covarde porque eu estraguei tudo. Eu quero dizer a ele: você
não pode mais dizer essa merda. Mas ele é alto e quente e invencível e
realmente incrível com esses dois floggers, então eu não tenho as bolas.
Mas se eu não fizer isso - e eu tenho que fazer isso sem foder -
ninguém vai acreditar que sou o cara certo para ele. Eles vão sentir pena
dele. Ou como ele disse para mim todas aquelas semanas atrás: como se ele
estivesse me favorecendo. Eu acho que ele odiaria isso. Ele é orgulhoso, é
Laurie.
KM
E a maneira como ele desiste disso para mim - a maneira como ele
me deixa tirar isso dele - é particular. Em público, é por minha conta. Eu
tenho que cuidar dele.
O bom é que tenho certeza que não vou estragar tudo. O flogger que
estou segurando é mais pesado do que o que eu estou acostumado, mas não
é nem de longe tão ruim quanto o que Robert me deu, e eu meio que gosto
disso. É emocionante e humilhante ao mesmo tempo e, acima de tudo,
profundamente sensual. A alça encaixa muito bem na minha mão, e o
padrão da chevron é reconfortante sob o meu polegar, como os vincos na
palma da mão de alguém. Quando passo meus dedos pela cauda - deve
haver cerca de quarenta delas - posso sentir os grãos no couro, pequenos
KM
Exceto que... isso não é como deveria ser. Isso não é para outras
pessoas, é para nós. E acho que Laurie está tremendo. Não como ele
KM
geralmente faz, mas dessa maneira frenética, como se ele estivesse
tentando se controlar, mas ele não consegue.
Eu vou até ele. Eu acho que todo mundo acha que eu perdi minha
coragem, mas eu não me importo. Eu coloco minha mão entre os ombros
dele, e ele empurra como se eu tivesse enfiado um monte de agulhas nele.
Ele está úmido com suor frio.
Todo mundo ainda está meio que encarando. Qual parte do “show
acabou” eles não entendem?
KM
E isso chega até ele. Ele solta e vira-se. Ele não parece o meu Laurie.
Ele está tremendo todo agora, olhos como um cavalo selvagem.
Jesus. Estou feliz por não ter batido nele. Mas de uma maneira
estranha, eu também sei que não cheguei perto. Mas eu acho que Laurie
não sabia... Porra, eu estraguei tudo. Eu estava apenas confuso e tentando
fazer a coisa certa. E foda-se.
KM
Depois de um tempo, ele empurra o cabelo para fora do meu rosto,
com o qual ele está meio obcecado por algum motivo, mas é como eu sei
que ele está ficando bem. E, Deus, estou tão aliviado por isso. Então ele me
dá um sorrisinho tímido e diz: — Torta de Banoffee.
É preciso nós dois para colocar isso no pobre Laurie. Ele tenta
ajudar, mas seus dedos são basicamente incompetentes.
KM
Isso é claramente algum tipo de piada interna ou algo assim, mas O
Bom Homem do Flogger - Dom, eu acho - parece emocionado. Eu acho que
ele provavelmente é muito gostoso, mas ele não é meu tipo e isso mal se
registra. Total falta do ping, e estou começando a aceitar que sou tudo
sobre o ping.
Eu falo para ele – Espero que você também encontre— mas não
tenho certeza se ele me ouviu.
Nós ainda não estamos falando muito, mas não é um tipo ruim de
silêncio. Não é Laurie mantendo-se distante de mim. Ainda é cedo, mas
depois que Laurie toma um pouco de água, de qualquer maneira, vamos
KM
KM
— Você não fez.
Ele soa como se ele realmente quisesse dizer isso, mas não tenho
certeza se mereço isso. — Eu quase fiz. Eu não sabia o que fazer e me meti
confuso.
Estou um pouco chateado ao saber que isso ainda é uma coisa que
acontece em seus trinta anos. — Mas e se eu fosse... Quero dizer, você teria
deixado...
KM
KM
É assim que nós deixamos isso. Tudo equitativo e maduro e merda.
Exceto que nós dois sabemos que é tudo porra culpa minha. Eu fui o
único que empurrou para ir para a festa em primeiro lugar. Se eu tivesse
escutado Laurie, e o que ele queria, em vez de estar perdido em minha
própria cabeça confusa, eu nunca teria chegado tão perto de machucá-lo.
KM
A lua cresce e o sol nasce e meu avô me ama e tudo ficará bem. E
agora apenas alguns deles são verdadeiros. E graças a Deus Laurie está
dormindo, então ele não pode ver essas lágrimas patéticas que eu estou
chorando no escuro por mim mesmo.
Ele queria me confortar, é claro, mas eu não sei como ser consolado
por ele.
Esse homem que eu conheço tanto e tão pouco que tudo meio que
borra na minha cabeça - esses detalhes minúsculos como ele gosta de seus
ovos ou o som que ele faz quando ele goza, e essa coisa enorme como
pensar nele andando pelo Subterrâneo sobre os trilhos do metro em direção
KM
a uma bomba e todo esse relacionamento que ele tinha quando eu mal
tinha nascido.
KM
À noite, Laurie me leva para fora neste encontro. Este encontro real
de filho da puta. O que acaba sendo algo que eu quero tanto que eu nem
ouso admitir que eu quero isso. E pela primeira vez, eu nem preciso pedir
por isso.
Ele me leva para este lugar em Mayfair. Tem uma estrela Michelin.
Não tenho ideia de como ele conseguiu uma reserva com um prazo tão
curto, mas ele apenas me lança um olhar misterioso e diz que conhece
pessoas. Eu não sei se ele está sentindo nostalgia por Oxford, ou se é o
KM
único lugar em que ele poderia entrar, ou se ele acha que eu vou gostar, mas
é muito... Marron. Pisos de madeira e painéis de carvalho brilhando sob
essa enorme claraboia. As mesas estão todas bem juntas, mas logo estamos
sentados em uma, e ninguém fez nenhum comentário sobre eu estar
parecendo um locutor ou Laurie parecendo meu pai.
namorado - eu acho que estamos meio que flertando pelas bordas agora.
Tenho certeza de que é o mais longe que chegaremos, mas é meio óbvio
para nós dois, que ambos estamos obtendo nossa própria emoção com isso.
Eu gosto de escolher para ele, e ele gosta de ter alguém escolhendo para ele.
KM
desfaleci, e Laurie se curvou com o guardanapo sobre o colo e sibilou para
eu parar de fazer sexo com a comida.
Isso me deixa sóbrio, não por causa do que ele diz, mas porque eu
não deveria ter permissão para ser tão feliz agora. Não com meu avô morto
e segunda-feira vindo para mim como um trem em um túnel.
E eu não sei como devo lidar com isso. Eu estou meio tonto, mas em
meu cérebro, o tempo todo. Como se eu fosse cair. Eu não quero voltar ao
trabalho. Eu quero ficar com Laurie. Eu quero que ele me leve para Paris.
Eu quero que ele me abrace até que meu mundo pare de girar e eu seja forte
o suficiente para ficar sozinho novamente.
KM
Que é tão completamente patético.
24
Bouillabaisse é um prato típico da culinária da França, comum na
região do Mediterrâneo, que consiste de uma sopa ou guisado preparado à base de peixes brancos
sortidos, filetes de peixe, vegetais e ervas aromáticas. Trata-se, na verdade, de dois pratos: uma sopa, em
que se serve o caldo sobre fatias duras de pão; e um prato de peixe e vegetais.
KM
Nós terminamos com sorvete de mel e favo de mel amassado, o que é
um pouco duvidoso, porque estou convencido de que vai ser muito doce.
Mas não é. De alguma forma, é sutil. Eu acho que é o tipo de merda que te
dá uma estrela Michelin.
Porque uma vez que você tenha pensado algo assim, ou dito, tudo
que você fez é se dar algo para fracassar.
Nós não fazemos sexo naquela noite. É a primeira vez. Mas eu estou
muito feliz e triste e com medo de amanhã, e como a cereja do bolo disso,
estou com medo de não fazer sexo e Laurie se importar, mas ele não parece.
Ele apenas me segura enquanto eu me sinto muito, muito pequeno.
Demasiado pequeno para tudo.
Tudo porque meu fim de semana com Laurie acabou, e eu tenho que
voltar para o Greasy Joe e a vida que eu acidentalmente fiz para mim
mesmo e que eu não sei como viver e não sei como mudar.
KM
Eu gostaria de poder ficar no círculo dos braços de Laurie, onde tudo
está bem.
É assim mesmo.
Não... isto... essa merda de bolha de sabão com um homem que vai
acordar uma manhã e ver como eu sou uma porcaria.
KM
E ele está acordado desde a ligação. Greasy Joe fala alto, mesmo
sobre as ondas de ar, então eu não sei quanto disso Laurie pegou antes de
sair da cama e do quarto. Nenhuma eu espero. Eu odiaria se ele ouvisse.
— Esqueci o trabalho.
— Aquele era seu gerente? Ele costuma falar com você assim?
você está bem o suficiente? —Ele hesita um pequeno segundo antes de dizer
bem. Como se houvesse outras palavras que ele teve que descartar
primeiro. Forte o suficiente, talvez. Ou capaz. — Você teve tão pouco tempo.
Eu puxo meu capuz com tanta força que quase me bato na cara e
desço as escadas para encontrar meus sapatos. Na verdade, estou quase
feliz por ficar longe dele. Eu não quero falar sobre isso, e quanto mais ele é
legal comigo, mais eu quero chorar.
Então não.
KM
Quando eu finalmente chego ao Greasy Joe, suado e atrasado, é uma
carnificina total. Eu não sei quem esteve na cozinha enquanto eu estava
fora, mas está... não está uma lixeira, mas não está certo. Não tem sido
cuidado e tudo está meio desordenado, enfiado em qualquer lugar, e sei que
isso me faz soar como uma aberração, mas a organização e a sistemática são
importantes em uma cozinha. Era como se alguém estivesse usando minhas
calças e as colocou de trás para frente. Que porra é essa com a encomenda?
Há muito bacon e ovos e não tomates e os cogumelos parecem estranhos e
argh, argh, argh.
legal, mas ela fuma muita maconha e você pode dizer. Há clientes, e alguns
deles têm comida, mas ninguém parece feliz, e há um grupo de turistas
americanos em pé na porta rindo de uma maneira ruim sobre como o
serviço ruim deve fazer parte da autêntica experiência britânica.
KM
Minhas mãos estão tremendo tanto que nem posso amarrar meu
avental direito, e eu estou ali parado na cozinha como um alce atordoado
quando Joe invade e me diz que sou uma merda sem valor que estou
fodendo seu café. Ele continua, ficando cada vez mais alto, como se não
bastasse que todos os clientes pudessem ouvi-lo, ele quer ter certeza de que
a rua possa ouvi-lo. Laurie lá em sua cama em Kensington provavelmente
pode ouvi-lo. Todo o mundo do caralho.
— Qual?
Eu aponto. — Isto!
KM
Eu passo rapidamente por eles, esse marinheiro naufragado
procurando por uma mensagem em uma garrafa. — O que vem primeiro.
Quais mesas?
— Quais americanos?
KM
— Qual é a seis?
KM
Eu digo a mim mesmo: uma coisa de cada vez.
KM
eles são ovos. E enquanto eu os estou tirando da chapa em uma torrente de
gordura e carvão, eu começo a chorar, e então eu estou chorando meu
coração sobre o café da manhã de outra pessoa enquanto Stevie - um dos
nossos clientes regulares - enfia a cabeça para dentro, e é tudo como — Eu
posso ver que você está lutando com isso, filho, e me diz que ele vai voltar
amanhã.
Eu sei que ele está tentando ser legal. Eu sei que ele está tentando
ajudar.
Estou tão perdido e preso neste ciclo de soluços que não ouço
passos, nem sequer sei que há alguém comigo até que Laurie me puxa para
KM
seus braços, sussurrando meu nome, chamando-me de querido e
gentilmente tirando o cabelo dos meus olhos pegajosos.
Mas não, ele está realmente aqui. Laurie está aqui, no Greasy Joe,
comigo. E isso é tão incrivelmente bom, que eu esqueço a bagunça que eu
sou. Então estou pateticamente feliz em vê-lo, o que eu demonstro
principalmente cobrindo sua camisa com ranho e baba.
Isso não faz eu me sentir exatamente brilhante, mas desde que ele
me encontrou encolhido atrás de um recipiente de Hellman’s, não é como
se eu pudesse dizer, estou bem. Eu esfrego meu rosto, já que basicamente
abandonei toda a esperança de orgulho e dignidade. — Eu não sei o que há
de errado comigo. Tudo está uma bagunça.
KM
Casa. Isso soa bem legal. O mesmo acontece com a coisa do ‘cuidar
de mim’.
Laurie não diz nada por um momento. Então ele diz: — Tudo bem. —
KM
E não tenho ideia do que isso significa nesse contexto. Ele se inclina e me
beija levemente.
KM
Há uma pequenina pausa. E então Laurie, fala de uma forma mais
seca: — Eles caíram de cima do balcão de pedidos.
KM
As próximas encomendas chegam rapidamente, Laurie as chama
para mim enquanto ele me envia as anotações, mas tudo bem, eu tenho
isso. A verdade é que, com Laurie, sinto que posso fazer qualquer coisa.
Eu... não sei o que eu fiz... pegue isto. Como posso ser o que ele
quer? Especialmente agora que eu basicamente fiquei histérico atrás de um
pote de maionese. Bem, perto de um contêiner de maionese, mas isso não
melhora exatamente.
KM
Ele é médico - não, consultor. Ele foi para Oxford. E agora ele está
até os cotovelos em pratos sujos e Liquid Fairy. Tudo por minha causa.
— Sim mas... —Eu puxo seu cotovelo, tentando pará-lo. — Você não
deveria estar fazendo essa merda. Você é como... bom demais para isso.
— Toby, você acha que eu cheguei aos trinta e sete anos sem nunca
KM
que vai acontecer quando ele perceber que isso não é um típico Leve Seu
Namorado mais Velho Para o Dia de Trabalho. Que esta é a minha vida.
Sério. E é para isso realmente que ele fica de joelhos e entrega seu corpo.
KM
É isso que está acontecendo com Laurie e eu?
Mas ele parece bem e não fugiu gritando, mesmo sob a ameaça de
violência física real. Ele apenas sorri através do... Eu acho... um reforço
bastante bem-intencionado sobre ele ser um ladrão de berço. Eu estou com
medo, porque eu lembro como ele ficou chateado quando a mulher pensou
que ele era meu pai naquela época. Eu realmente não preciso dar mais
razões para ele correr.
KM
Na explosão de risadas que se segue, Laurie coloca o braço em volta
dos meus ombros. — Toby, querido, por favor, pare de me ajudar.
— Não, não isso.— Ele gesticula em torno do café. — Isto. Por quê
você está aqui? Por que você não está na universidade? Ou catering
universitário? Qualquer coisa seria melhor que isso.
— É importante para mim.— Eu não quero olhar para ele, mas sei
que ele está olhando para mim. O calor constante em seus olhos.
KM
— Você não me deixa manter nada de você, e está tudo bem. Eu não
quero mais. Mas você nem quer responder a uma maldita pergunta para
mim.
Há algo em sua voz, sob a raiva. Mas não consigo deixar minha
cabeça quieta o suficiente para descobrir o que está acontecendo. Eu não
KM
sinto... qualquer coisa. Eu só quero que ele tire suas mãos de mim e pare de
me perguntar coisas. Eu olho fixamente para a parede por cima do ombro
dele.
— Por que você não olha para mim? O que você tem?
Ele se inclina como se fosse me beijar, mas eu recuo, então ele não
KM
me beija. Dobra os braços em vez disso, talvez para que ele não fique
tentado a me alcançar, mas isso faz com que ele pareça distante e
inatacável. — Isso é o que você está fazendo, mas não é quem você é. Você é
um jovem inteligente e talentoso com muito potencial ...
Ele se afasta.
E agora eu queria que ele não tivesse. Estou tão fodido agora que
nem sei se quero que meu namorado me abrace.
KM
— Isso não é justo,— diz ele nesta voz muito calma. Mas eu
totalmente cheguei a ele. Eu posso dizer pela forma de sua boca, o rubor em
suas bochechas. — Eu não estou tentando ser algum... incorporar... a figura
de um pai aqui, e eu não acho que é o que você quer também.
Não é, mas ele tirou o que eu queria, que era o que tínhamos quando
ele não sabia sobre essas coisas e eu poderia ser quem ele achava que eu
era.
Ele suspira. Ele não está com raiva, ele está desapontado. Sim. Sim.
Eles não estão sempre? — Toby, eu só quero que você fale comigo. Por
favor.
KM
— Eu quero uma explicação. —Ele sabe o quão ruim isso soa, porque
o flush se aprofunda. —Quero dizer, quero entender.
Meu coração é esse caroço em brasa. Eu acho que vou ficar doente.
— Como você sabe o que é bom o suficiente para mim?
KM
Mas tudo que eu já ouvi sobre mim é o que ele acabou de dizer.
Tobermory é inteligente, mas não se aplica. Tobermory tem potencial,
mas não faz jus a isso. Tobermory precisa de foco. Tobermory precisa de
disciplina. Tobermory precisa decidir o que quer e trabalhar para isso. Eu
coloco minhas mãos nos bolsos do meu capuz para esconder o fato de que
elas estão tremendo.
Eu meio que explodo. — Isso significa que eu não gostei disso. O que
você não entende? Dois meses depois, percebi que não dava a mínima para
a lei, não gostava de estudá-la e certamente não queria ser advogado. Então
eu larguei e aqui estou, trabalhando no único lugar que me aceitaria.
Laurie não diz nada. Isso me deixa quase feliz desta maneira horrível
e desagradável, como se eu estivesse dizendo Eu te avisei a mim mesmo. E
KM
Ele tem que continuar voltando para isso? Quero dizer... sim...
talvez...? — Eu não sei. —O tom de minha voz bate o aço inoxidável. — Eu
simplesmente não sei, ok? Eu nunca soube. Minha vida inteira é apenas eu
fingindo - não muito bem - que tenho uma pista do que estou fazendo. Mas
isso não é verdade. Eu simplesmente não sei. Eu não tenho... como... um
KM
sonho ou um objetivo, e eu não sei como conseguir um, ou o que há de
errado comigo que eu não sei.
A mão de Laurie alcança o espaço entre nós, mas não sinto vontade
de tocá-lo. — Não há nada de errado com você. Você tem dezenove anos.
Faz todo o sentido que você não tenha certeza do que fazer com sua vida
ainda.
— Quando ela tinha a minha idade, minha mãe já era famosa. Ela já
tinha tido duas exposições de grande sucesso. Duas.
KM
Ele está tentando ser gentil e compreensivo e toda essa porcaria, mas
basicamente o que ele está vendo agora é um adolescente perdido e confuso
que precisa de sua ajuda e orientação.
E, sim, ok, estou perdido e confuso, mas sou seu namorado, não seu
projeto. Eu não quero ser resgatado. Eu quero ele de joelhos. Nos meus
braços. No meu corpo. Eu quero ele rindo e chorando e machucado e feliz e
sussurrando seus segredos para mim no escuro como se eu fosse digno
deles.
Mas eu não posso ser. Porque não sou. Como diabos eu devo ser seu
KM
E eu acreditava nele.
A.
KM
Cada.
Vez.
— Eu não quero a porra da sua ajuda, e eu não quero falar sobre isso.
—Oh Deus. Eu estou gritando. Gritando e chorando e feio e totalmente cru.
—Você não entende. Eu sabia que você não conseguiria entender.
KM
KM
— Porque você já está me deixando desde o momento em que te
conheci. E agora você sabe que as coisas boas sobre mim são coisas que
você inventou. E as coisas reais são... —Eu gesticulei para a cozinha, uma
pilha de caixas de ovos no canto, os bolos cuidadosamente enrolados, —
...isto.
— Toby, o que você está fazendo? —Há uma borda em sua voz agora.
Medo, talvez. E de alguma maneira distorcida e miserável, é bom ouvir isso.
— Eu não estou deixando você. Eu não quero te deixar. Por que você está
agindo assim?
A chave finalmente fica livre do anel, e eu jogo para ele. Sua mão
sobe e a chave bate na palma da mão, atinge o chão com um clinck
inexpressivo. Algo que eu queria tanto pra caralho - nada além de um clinck
inexpressivo.
KM
parece o que é. O que eu sou. Pequeno e quebrado. — E estou cansado de
esperar que você termine comigo. Eu termino com você.
A próxima coisa que sei é que estou correndo para a porta corta-
fogo, como se o prédio estivesse realmente em chamas. Eu simplesmente
não posso estar aqui agora. Eu não sei para onde ir ou o que fazer, mas não
posso estar aqui.
— Toby. Não. —Laurie pega meu braço quando eu passo por ele, mas
eu puxo forte o suficiente para que ele tenha que me machucar para me
manter, então ele não faz.
Ele para.
KM
Capítulo 11
Meu primeiro instinto foi correr atrás dele, mas ele... me disse para
KM
ficar longe dele. Que ele estava feito comigo. E eu não tinha certeza se
poderia suportar vê-lo recuar de mim novamente, seus olhos cheios de algo
muito parecido com medo, muito parecido com ódio.
Eu discuti com Robert. Todos os casais discutem. Era algo que você
aprendia com o tempo a fazer sem destruir tudo. Como navegar pela raiva e
dor do outro. Mas eu de alguma forma esqueci o quanto... quão abrasador
poderia ser, e quão facilmente a vulnerabilidade ao amor se tornava
vulnerabilidade para ferir. Toby atacou-me como uma criatura ferida, não
apenas sem nenhum cuidado com meus sentimentos, mas deliberadamente
atacando onde ele sabia que causaria o maior dano, e isso surgiu do nada
quando eu só queria ajudá-lo. Eu tentei reunir auto-justiça e ressentimento,
mas eu estava muito preocupado com ele e com muito medo de mim
mesmo.
KM
O que eu fiz? Eu tinha perdido ele?
Caso ele recuperasse a razão, mais cedo ou mais tarde, decidi ficar
um pouco naquela cozinha reluzente e desconhecida. Quando ficou claro
KM
que ele não voltaria, eu liguei para ele. Foi direto para a secretária
eletrônica: — Esse não é Toby. Estou muito ocupado, ou vice-versa.
KM
que eu tentasse racionalizá-las, meu coração se tornara um histérico
gritante que não escutava a razão.
Eu mandei uma mensagem para ele. Tudo que escrevi foi Toby, por
favor.
esperando.
Deus. Deus.
KM
tínhamos nossos próprios momentos dramáticos? Incertezas que
esmagavam o coração?
O que eu estava pensando? Não era que ele fosse imaturo – ele
simplesmente era jovem. Suas experiências e expectativas de vida foram
moldadas de vez em quando para as minhas, mas isso não significava que
elas eram inferiores ou mal orientadas. Eu já havia reconhecido isso antes?
Eu tinha dito a ele? Ou apenas o questionei e dei-lhe sermões?
Eu apenas... pensei que eu teria mais tempo para me provar para ele.
Para mostrar que ele era amado e estimado e valorizado. Mas então eu
pensei isso com Robert também. Esperando me curar, mudar, seguir em
frente, nos encontrar novamente, e ele já havia me deixado.
KM
KM
E foi aí que ele me contou sobre o seu D.
Outra coisa que eu tinha lidado mal, assumindo que não era
importante. Não é de admirar que ele não quisesse falar comigo sobre nada
disso. Você deveria estar do meu lado, ele dissera então. E eu não fiquei. Eu
realmente não tinha escutado ou tentado o suficiente para entender. O que
significava que eu tinha tratado suas escolhas como se fossem erros, e seus
medos como se eles não fossem nada.
Tentei telefonar para ele mais uma vez, mortificada ao pensar que
meu nome provavelmente estava em dois dígitos na lista de chamadas
KM
perdidas. Mas eu não sabia mais o que fazer. E se ele não viesse hoje à
noite? E se ele não viesse amanhã? E se ele nunca mais atendesse minhas
chamadas de novo?
KM
Eu coloquei minha cabeça em minhas mãos, me odiando, com medo
de que fosse tarde demais. Era verdade que ele sempre tinha voltado para
mim antes, mas talvez desta vez ele não viesse. E eu não sabia como ir até
ele. Isso quase me fez rir, lembrando o quão enorme tinha sido o pedido do
número do telefone dele. Mas não foi nada, uma série de números que não
me conectavam a Toby mais do que um clarão disparado para o céu.
KM
KM
quero, mas a maneira como se sente. Como nós nos encaixamos e eu sou
dele e o quão certo isso é, e o sentimento que ele desperta em mim de que
eu posso fazer qualquer coisa.
Mas agora eu não sei para onde estou indo ou o que estou fazendo, e
nada está certo, então vou para casa.
Mamãe está lá com Marius. Quando nos mudamos para cá, não
conseguimos descobrir como conseguir um sofá para o loft, então temos
essas almofadas de dispersão de seda que me deixam louco, e ele está
esparramado sobre elas, parecendo lindo e fantástico, como algo árabe das
Mil e uma Noites. E mamãe está, bem, apenas como minha mãe.
KM
Eu digo a ela porque... Por que não? Eu estou muito infeliz para
fingir mais. — Terminei com meu namorado.
KM
— Sim. —Por que diabos ela não pode... me dar um abraço ou algo
assim? Mas não é o que ela faz. O vovô faz... fez essas coisas. Mamãe é
quem grita com os professores sobre o Estágio 4 estar intelectualmente
moribundo. Ela é aquela que explode em reuniões de PTA quando ela
decide que a escola está inconscientemente reforçando paradigmas
homofóbicos. Meio constrangedor, exceto que o constrangimento
simplesmente não acontece para ela. Minha mãe em ação é como nada que
qualquer pessoa normal possa se preparar para: imagine o papel de Toni
Collette em um Britflick, interpretado por Eva Green. Essa é minha mãe.
Eu não quero ter essa conversa com um estranho que pode ou não
ter fodido minha mãe... mas isso é tudo que tenho agora.
— Hum, depende de como você conta. Três meses desde que ele me
expulsou de sua casa. Três dias desde que ele me deu a chave da porta.
Ótimo, agora mamãe percebe coisas? — Sim, bem. Não vou mais
fazer isso, vou?
KM
— Eu não sei. —Ela gesticula como se para abranger meu aspecto
geral. — Como você chama isso?
E finalmente Marius diz: — Sinto muito. Eu entendo que ele foi seu
primeiro namorado?
Eu concordo.
Ele se senta e está olhando para mim, então eu meio que tenho que
KM
olhar para ele de volta. Ele tem essa sexualidade aberta e sem esforço para
ele - ou talvez sejam apenas seus sapatos pontudos - que dificultam
imaginá-lo com o bibliotecário taciturno. Mas então eu lembro que o cara
tinha uma intensidade para ele também, apenas voltado para dentro, ao
invés de para fora. Eles teriam feito um casal assustadoramente quente.
Aqueles tipos que ardem lentamente um para o outro.
— Edwin? —Seus olhos - que são meio doces, como o uísque à luz de
velas – se escondem atrás daqueles cílios longos e escuros. — Como você...
Quero dizer... Como ele estava?
KM
Para minha surpresa, isso o faz rir, embora não de uma maneira
feliz. — Não, eu não suponho que você fez. —Sua boca se curva em um meio
sorriso torto, a sombra de uma covinha chamejando em sua bochecha. —
Você deveria tomar cuidado com o primeiro amor, Toby. É muito poderoso
e muito perigoso.
Porra. Eu não quero estar aqui. Mas eu não tenho mais nenhum
lugar para estar. Nada nesta cidade inteira pertence a mim.
KM
Então eu vou para o último lugar que eu lembro de me sentir bem. O
último lugar que eu sabia que era amado. O último lugar que se parecia com
uma casa para mim.
Mas isso não pareceu como uma resposta. Nem parecia uma solução.
Se não aqui, se não eu, aonde Toby iria? Para o lugar de um amigo,
talvez? Se assim fosse, eu não tinha como encontrá-lo. Mas ele estava
vulnerável e chateado, e ele queria ir a algum lugar que ele se sentisse
seguro. Pelo que ele disse, eu não tinha certeza se ele tinha muitos amigos
KM
próximos no momento. Casa, então? Para a mãe dele? Isso parecia mais
provável.
Mas foda-se. Eu queria Toby e queria que ele soubesse o quanto. Ele
sentou na minha porta o suficiente. Agora era a minha vez. Minha vez de
lutar por ele. Para mostrar que ele podia se apoiar nisso. Depende de mim.
Para mostrar a ele que ele era amado.
Eu tinha certeza que ele me contara onde sua mãe morava. Não
especificamente, mas houve muitas menções passageiras para eu resolver
isso. Se eu pudesse apenas me lembrar.
Desconecte-se. Pense.
Rua do Tabernáculo?
Quase chorei de novo, mas desta vez foi puro alívio. Liguei meu
computador e liguei o Google Maps, olhando as imagens de satélite até
conseguir localizar o que eu achava que provavelmente seria o lugar.
KM
Eu chamei um táxi. Fixei uma nota para ele na minha porta da frente
apenas no caso. Toby, meu querido, eu fui procurar você em uma cidade
com oito milhões de habitantes. Se você está lendo isso, por favor me ligue.
Eu sinto muito.
O que significava que essa voz rouca de East London pertencia à mãe
de Toby. Porra. — Hum, eu sou o namorado dele.
Foi uma longa subida, mas subi de dois em dois degraus e cheguei
quente e dolorido à cobertura em questão de minutos. A porta estava
entreaberta, mas eu bati de qualquer maneira, não querendo invadir a casa
da mãe de Toby quando ela estava em casa sozinha.
— Está aberta.
KM
— Desculpe. —Eu entrei e...- — Oh Deus, você está nua.— Exceto por
uma mancha de tinta sobre um dos seios.
Eu não pude evitar procurar por Toby na rosto dela, mas não
consegui encontrá-lo. Ela era alta e de pernas compridas, até mesmo
esbelta, enquanto ele era baixo, inquieto e sem graça. Ela compartilhou sua
coloração, pálida e com cabelos escuros, exceto que seus olhos eram negros
e os dele azul, e seu cabelo era mais escuro também, caindo quase até a
cintura em ondas soltas de cor e cinza. Na verdade, ela era linda em todos
os aspectos que Toby não era, sua confiança descuidada implacável de
alguma forma.
— Sim, ele disse. —Ela caminhou através do loft para a cozinha logo
na esquina, arrastou uma caixa de leite para fora do refrigerador e bebeu
direto do recipiente. — Ele não disse, no entanto, que você é mais velho que
eu.
Ela deixou cair a caixa vazia na pia. Toby odiaria isso. — Eu tive
Toby quando tinha quinze anos. Quem sou eu para julgar suas escolhas?
KM
nenhum eu estava fazendo isso com meu próprio filho. Falando nisso, para
onde ele foi, se ele não está com você?
— Bem, nem você, então pare de julgar. —Ela voltou para a tela em
que estava trabalhando, que ocupava a maior parte de uma parede, e olhou
para ela, a cabeça ligeiramente inclinada para o lado - outra coisa que me
lembrou de Toby.
Ela olhou por cima do ombro. — Eu não sei dizer se você é doce ou
pegajoso.
KM
O pior de tudo era, nem eu poderia. — Foi a primeira vez que
discutimos desse jeito.
— Sim?
— Shh...
KM
Eu coloquei minha mão sobre a minha boca antes que um “sinto
muito” instintivo pudesse escapar.
KM
reconheci do Swing Time, um cartaz de concerto de Rufus Wainwright - 5
noites de veludo, glamour e culpa no Royal Opera House, e um verso do Dr.
Seuss: — Hoje você é Você, isso é mais verdadeiro que verdadeiro. Não há
ninguém vivo que seja mais Você do que você. — E finalmente o que acabou
sendo um detalhe de São Sebastião de Averoldi Polyptych de Ticiano - algo
que eu só sabia porque estava escrito na parte inferior da impressão.
Mostrava um St. Sebastian particularmente musculoso e levemente
selvagem lutando com as flechas que o perfuravam.
Pensei que talvez pudesse chorar agora, mas temia que isso pudesse
perturbar sua mãe, por isso me aninhei com seu texugo e esperei que ele me
encontrasse.
KM
Eu acabo no quarto do vovô antes que eu lembre que não é mais o
quarto dele.
KM
Eu tento meu caminho até a cadeira que eu costumava sentar quando o avô
estava tendo um ótimo dia. E com ele morrendo durante o inverno, nós
nunca tivemos muito sol aqui, mas era leve e ele gostava de poder olhar
para o jardim. Não há muito para ver lá, para ser honesto. Solo escuro e
pedaços de verde. E agora mesmo, absolutamente nada.
— O que você está fazendo aqui?— É uma pergunta justa e ela não
fala isso com indelicadeza.
KM
Concordo com a cabeça e a sigo até a cozinha do pessoal, e ela faz o
tipo de chá que você não deveria gostar, cheio de leite e açúcar. Exceto que
eu gosto disso. E até mesmo segurar a caneca parece bom, minhas mãos
voltando lentamente para a vida no calor. Então nos sentamos nessa
pequena mesa frágil, e pelo que parecem eras, não fazemos nada. Apenas
bebemos nosso chá no silêncio.
— Deve sentir-se estranho— diz ela. — Não vir aqui todos os dias.
seus bolos?
Há uma parte de mim que quer ser assim, bem. Exceto que essa
parte é um idiota. Então eu apenas aceno. E então as palavras começam a
sair de mim. — Eu sinto, eu realmente sinto. Ele... ele não era apenas meu
avô, sabe? Ele era quase gentil... como um pai, exceto eu não sei como seria,
então mais... meu amigo. Que é totalmente patético, mas... é o que é e...
Eu... Eu não sei o que fazer. —Respiro. Eu deveria tentar isso.
KM
Ela pega minha caneca vazia e leva para a pia. Olha por cima do
ombro e me diz: — Vai ficar mais fácil.
— O que irá?
— Viver, Toby.
— Bem. —Eu pego a borda de seu sorriso quando ela se vira para a
lavagem. — Você tem uma vida inteira para descobrir isso.
— Eu acho.
KM
Ela empurra o cabelo dos meus olhos. — Não leve a mal, Toby, mas
eu não quero ver você aqui novamente.
KM
Eu apenas bocejo. Parece errado, vazio e assustador, mas ela está
certa, claro. Não há nada para mim aqui.
Sapos.
KM
Sempre esteve.
KM
Mamãe não está quando eu volto, mas ela definitivamente está
trabalhando. Você pode dizer pela bagunça ao redor - a tinta e as garrafas
vazias. A tela semi-acabada de... na verdade, não vou olhar muito de perto.
Eu penso em arrumar, mas a vontade de cair de cara no meu travesseiro é
muito grande.
cabeça no beiral.
Há papéis por toda parte. E estou tão exausto que demora um pouco
até me atingir.
Esperando.
Por mim?
Eu olho para ele. Apenas atordoado. — Oo... que... você está fazendo
aqui?
KM
Laurie rola da minha cama e fica em pé com cuidado. Meu canto do
loft não é muito acolhedor para um cavalheiro daquele tamanho. Ele
parecia cansado. Preocupado. Lindo. — Você sabe o que eu estou fazendo
aqui.
— Hum... —Eu não estou pronto para começar a esperar de novo por
nada. — Eu posso precisar que você me diga.
Ele enfia a mão no bolso e tira a chave que joguei nele ontem. Pega
minha mão e dobra meus dedos em volta dela. — Eu acho que você deixou
cair isso.
— Eu fiz?
KM
— Sim.
Eu tenho que olhar para cima para encontrar seus olhos. Seu olhar é
tão firme, tão certo que eu quase começo a chorar. Não sei por que estar à
beira de - talvez - conseguir tudo que eu sempre quis seja ruim, mas meu
estômago está tão borbulhante que tenho medo de estar doente.
KM
— Você não é um perdedor, Toby. Você está apenas perdido. E tudo
bem estar perdido.
Eu tento rir, mas sai trêmulo e estranho. — Não parece bem. Parece
horrível.
Ele estende sua mão para mim, e a fecha sobre a minha onde eu
ainda estou segurando sua chave. — Então, estaremos perdidos juntos e
vamos descobrir isso juntos. O que quer que isso signifique. O que for
preciso eu estou com você e estarei contigo por quanto tempo você quiser.
Deus. Depois de tudo, ele ainda não entende. Essa merda não é o
que eu quero de jeito nenhum. Eu não quero ser o projeto dele. Eu não
KM
quero que ele cuide de mim. Eu quero que cuidemos um do outro. — Bem,
isso, err.. pode ser muito caridoso de sua parte, mas...
— Eu não terminei.
KM
Mãos atrás das costas como a primeira vez.
— Não é?
KM
— Não. —Ele olha para mim, cansado também, mas ele nunca
pareceu tão bonito para mim do que neste momento, forte e aberto e sem
medo como quando ele rende seu corpo. — É amor.
KM
Quando ele chegou - tão pálido e frágil na fina luz da manhã -, não
houve tempo para nada além de reação. Mas agora que eu era capaz de
pensar, eu estava começando a me perguntar se tudo o que eu fizera era de
alguma forma... sensato. Se era demais. Se era o que ele queria. Se ele
entenderia. Ou se tudo o que eu fiz - correndo por Londres, esperando em
seu quarto, me jogando nele assim – era estar bancando o bobo.
— Eu quero você. Quem você é, não é determinado pelo que você faz
ou não faz.
Ele riu, mas quando ele falou, sua voz era firme, sua expressão
totalmente séria. — Por me escolher.
— Mas, Toby?
— Você tem que falar comigo. Você tem que confiar em mim.
KM
— Não é essa a minha linha?
dele achar que eu era tão idiota. Mas então eu passei os últimos três meses
encontrando qualquer desculpa para afastá-lo e mantê-lo à distância, então
talvez eu o merecesse. E era algo que eu só podia curar com o tempo, com
devoção, com amor irrestrito. Por enquanto, beijei a ponta úmida do nariz
dele. — Isso é porque você é um idiota.
Ele fez uma careta, mas seus olhos o traíram. Havia diversão e
esperança. E depois de um momento, ele me empurrou de costas, subiu em
cima e me beijou com tanta força que ele moeu meus lábios contra os meus
dentes. Mas eu não me importei. A dor era linda, bem vinda, porque veio de
Toby. E nos beijamos por muito tempo, profundamente e muito
intimamente em sua cama de infância.
KM
Depois ele enfiou a cabeça no meu ombro novamente. — Hum...
Laurie?
— Sim?
— Você sabe essas coisas que você estava dizendo sobre estar tudo
bem em estar perdido? — Ele inclinou o rosto para o meu, seus olhos tão
largos e azuis quanto o céu além de sua janela. — Você quis dizer isso? Você
realmente vai me ajudar a descobrir essa merda?
— Eu prometo.
Por alguma razão, isso o fez sorrir. — Até mesmo sobre essas
porcarias?
— Você o quê?
— Claro que não, mas sinta-se livre para fazê-lo novamente. Sempre
que você quiser.
KM
Ele enfiou a mão na minha. — OK. Mas não posso imaginar querer
que você durma no sofá.
KM
— O que você trouxe para casa?— Eu perguntei em seu lugar.
Nós nos sentamos no chão juntos para que Toby pudesse recolher
tudo o que havia caído e colocá-lo cuidadosamente de volta na caixa. Às
vezes ele fazia uma pausa sobre uma coisa ou outra para explicar para mim,
deixando-me segurar, por um momento, esses pedaços preciosos de sua
vida que ele compartilhara com outra pessoa que ele amava.
KM
KM
Capítulo 12
Toby
última vez que eu não estive lá, mas eu chego no meio de uma tarde calma e
tudo está bem tranquilo. Eu posso até sentir o cheiro de assados vindo da
cozinha. Não pode ser Hairy, porque ele está no café, com o pé em uma das
cadeiras, então provavelmente é o Luigi.
KM
— Hum. —Minha voz atingiu um timbre geralmente registrado
apenas por cães. Eu tossi. — Posso ter uma palavra?
Lá.
Ele vem atrás de mim e eu acho que ele vai me dar um soco no rosto
ou algo assim, mas ele apenas bate no meu ombro - quase deslocando-o. —
Tire sua merda de licença, filho. Você sempre terá um emprego aqui.
KM
Ele ri essa risada louca de Tim Curry. — Não force a sua sorte.
Eu ainda não consigo acreditar como isso foi fácil. Quão simples.
KM
Quando eu volto para Laurie, eu lhe conto toda a história. Eu não
minto, mas talvez eu tenha incrementado um pouco me pintando mais
ousado e um pouco menos estridente. Eu posso dizer que ele está orgulhoso
de mim. Inferno, eu estou orgulhoso de mim. Quando acabo de falar, ele cai
de joelhos e me dá um boquete comemorativo. E eu não me sinto apenas
como um príncipe. Eu me sinto como um rei do caralho.
KM
Nós temos outra discussão. Ele fica cansado de ver minhas calças no
chão, então ele me dá uma gaveta - uma porra de gaveta, como se isso fosse
o suficiente. Eu não o faço dormir no sofá, e no dia seguinte ele me oferece
um quarto.
Como um quarto inteiro. Em sua casa. Só para mim. Ele diz que eu
posso fazer o que quiser com isso. Montar o meu próprio espaço. Eu tomo o
quarto do Barba Azul, claro. A luz lá em cima é linda e Laurie é a meu
agora.
A minha realidade.
Ele me diz que ser médico também não era seu sonho. Como seus
pais o pressionaram muito para viver um certo tipo de vida e ser um certo
tipo de homem, o que é uma coisa estranha de aprender sobre ele, já que eu
tenho um tipo de problema oposto. É um daqueles momentos em que
percebo que as diferenças entre as pessoas são sempre menores do que você
imagina. Embora eu sinceramente tenha esperado que chegue um ponto em
sua vida quando você para de se preocupar com o que seus pais pensam.
KM
— Então, você vê,— diz ele, — minha carreira era apenas algo para
trabalhar no sentido de agradar meus pais. E agora é algo que eu sou bom e
me ajuda a ser... útil.
Quando ele coloca isso da maneira mais direta, não parece ser uma
maneira tão terrível de se viver. Nós não podemos ser todos a minha mãe,
afinal.
Minha mãe nunca se importou com o que eu fiz - para ela existe arte,
e há todo o resto. Nenhuma diferença entre um advogado ou um lavabo
público.
KM
Eu nunca tive alguém para fazer isso comigo antes. Eu sempre tentei
descobrir o que as outras pessoas estavam fazendo e esperando que
ninguém percebesse que eu estava apenas imitando.
KM
Eu pesquiso um pouco na internet, e acontece que se você está
disposto a começar de baixo, a rotatividade de pessoal nas cozinhas é tão
ridiculamente alta que alguém provavelmente o contraria se você perguntar
bem a eles. É uma ideia aterrorizante, mas Laurie acha que eu sou
brilhante. Nós fazemos esta lista de todos os lugares que eu mais gosto em
uma distância razoável de deslocamento, e então eu engarrafo isso por um
tempo.
restaurante da lista. Eles não têm nenhuma vaga, mas eles não me tratam
como se eu fosse louco por perguntar, então eu não morro de desespero
imediatamente. Isso também não acontece no segundo restaurante, ou no
quinto, mas eu sou redirecionado para o chef do décimo primeiro (é o lugar
que Laurie me levou há uma semana), e ela me faz um monte de perguntas
sobre quem eu sou, e o que eu quero, quanta experiência eu tenho e quando
posso começar. Eu meio que balbucio, mas parece que ela realmente gosta
da resposta “A qualquer hora” para a última pergunta, e ela acaba me
pedindo para vir no dia seguinte para uma conversa - e de repente, eu tenho
um emprego.
KM
que tenho potencial. Ou talvez ela esteja apenas dizendo isso, então eu lavo
pratos e varro o chão e descasco batatas, mas quem se importa?
Laurie está tão feliz por mim, ele quer me levar para jantar
novamente. Mas eu só digo a ele para me levar para a cama.
Uma vez que estamos nus - algo que realizamos em cerca de dois
segundos com um puxão de mão desesperado - eu o empurro para baixo e o
monto.
Eu deixo ele ir, e nós nos sentamos na cama, e eu estou meio tenso e
nervoso e animado neste primeiro beijo, como o de um conto de fadas, e
Laurie está um pouco corado também, então estamos meio que tímidos de
repente. Então eu digo: — Hum, então...— ao mesmo tempo ele diz: —
Como você...— então paramos e falamos — Não, depois de você... e então
nós dois começamos a falar simultaneamente novamente, e eu digo: — Qual
KM
— Eu preciso?
26
KM
Então eu o acho... Eu não sei... Eu acho que deve ser crina de
cavalo27. É muito bonito - essa queda branca e loira brilhante que parece
sedosa e áspera contra meus dedos. A alça é de madeira lisa, tão brilhante e
se encaixa na minha mão, aquecendo contra a palma da minha mão, como
se estivesse dizendo, devo ficar aqui. É tão leve, mas quando eu balanço,
foda-se, esses fios embalam um soco.
Eu também bato em minha própria coxa várias vezes. Não é tão duro
quanto posso, mas menos da metade do que posso conseguir e isso está me
fazendo uivar e de olhos lacrimejantes. É pesado e afiado ao mesmo tempo.
Eu acho que é o que eles chamam de “picada”.
27
KM
No quarto, Laurie está esperando pacientemente, esparramado nas
cobertas, todo forte, leonino e aberto ao que estava por vir. Ele se levanta
assim que eu entro, seus olhos se demorando em meus acessórios
pervertidos.
e segurar o quadro?
Eu sou um idiota.
KM
— Então... — Eu tento manter minha voz exatamente igual a da
primeira vez. — Eu pensei que você poderia talvez ajoelhar-se no fundo da
cama e segurar o quadro.
Eu não posso ver seu rosto, mas de alguma forma eu sei que ele está
tentando não sorrir. Algo a ver com o leve estremecimento dos ombros
dele, eu acho. E eu também estou sorrindo, mesmo que ele não consiga ver
isso também.
Então eu deixo ele ir, e isso é um tipo de poder também, por todas as
maneiras - e coisas – que eu posso fazer ele querer. É como o amor, esse
poder - surpreendente, sem fim, quente. Isso me deixa tonto e suave por
dentro. (Não fora, obviamente. Do lado de fora, isso tem exatamente o
efeito oposto.)
KM
O pênis primeiro, então eu volto para a cômoda. Eu não sei se isso é
normal, mas Laurie mantém suas gravatas lá, todas junto com suas meias.
Eu pensei que você deveria ter um rack especial ou algo assim, mas as
gravatas de Laurie são uma porcaria de qualquer maneira. Elas são
principalmente azul e cinza e deformáveis; gravatas que dizem, eu só estou
usando isso porque é exigido pelo meu trabalho ou qualquer outra coisa, e
dada a escolha eu prefiro ficar nu aos pés do meu namorado. Err, bem,
talvez não o último. Eu estou procurando a que ele estava vestindo na noite
em que eu me forcei a voltar para sua vida e ele... com a língua dele. Deus,
até mesmo pensar nisso me deixa todo quente e envergonhado e
fodidamente excitado.
KM
KM
Exceto que com Laurie, eu nem preciso me analisar. Ele entende e
tudo fica bem.
e daquilo. Como quando seu corpo está esticado sobre mim ou debaixo de
mim e os modos de tocar um ao outro são... infinitos. Isto é o mesmo,
exceto que eu tenho um flogger para ser minhas mãos e meus dentes. Eu
mantenho meu pulso solto e giro a coisa algumas vezes, apenas me
certificando de mim mesmo. E então eu... Eu... faço. Eu bati nele. Eu acertei
uma pessoa. Eu bati... gentilmente em Laurie, porque estamos nos
aquecendo, mas eu ainda estou batendo nele repetidas vezes com esses
movimentos axilares que afundam as caudas em suas costas enquanto
caem.
KM
conectados. A melhor coisa, porém, é quando as caudas chegam... o
impacto percorre todo o caminho do seu corpo ao meu, passando pelo
couro, depois pelo cabo, pelo meu braço e até o meu coração. Estávamos
tão... conectados.
Eu mudo para a forma de um oito. Mesmo com uma mão, eu não sou
tão bom quanto Robert, mas ainda há um ritmo aqui - dois ataques firmes,
um à esquerda, outro à direita - e no momento em que a primeira aterrissa
com esse beijo glorioso, Laurie sufoca esse som de pura, saudade irregular.
E foda-se, eu simplesmente amo seus ruídos. Eu acho que é porque ele é
um homem quieto, na verdade. Não de uma forma óbvia como não falando
KM
muito, ou falando baixinho, mas a maneira como ele é. Todos esses lugares
ainda em sua alma que ele sacode para mim.
até que o rubor se aprofundou, brilhando sob uma pátina de suor. Eu estou
suando também, e minha respiração está um pouco difícil. É em parte
excitante e em parte é... exigente, da mesma forma que o sexo é exigente:
esforço físico contundente confundido com prazer e intimidade e a
proximidade de estar contra e dentro de alguém, de compartilhar alguma
coisa.
KM
meus ataques, mas ele não tenta se afastar deles. Apenas me dá alguns sons
nus - um pouco chocados, um pouco magoados, um pouco felizes - e pega o
próximo. E o próximo.
Sua respiração está afiada com gemidos quando eu paro e troco para
a coisa de crina de cavalo. Sua leveza é uma espécie de surpresa, enquanto
eu balanço todo o meu braço em um círculo acima da minha cabeça,
impedindo que as pontas se enrolem na alça. E então eu jogo as pontas
contra suas costas com toda a minha força e qualquer coisa que a gravidade
possa me dar.
E... Laurie... Deus... Ele meio que grita, não exatamente de dor,
apenas de surpresa, eu acho, de uma nova sensação, e enquanto ele está
perdido naquele momento, eu cubro a parte superior de suas costas e
ombros com todos esses pequenos movimentos, observando os pontos de
impacto e desaparecendo como um rastro de cometas contra um céu
vermelho. Laurie está se movendo agora, não de um jeito que me jogue
fora, mas meio que para mim e para meus golpes, então somos um, nossa
respiração áspera e se misturando com o sussurro áspero da crina de cavalo
na pele e o ocasional gemido frenético de Laurie.
KM
Estou ofegante e suado e meu coração está trovejando e eu não
tenho certeza se vou gozar ou rir ou chorar ou... ou... que.
Eu viro meu corpo para o lado, ajeito as caudas e jogo o flogger para
ele com tudo que tenho, enviando-as para ele como punhados de agulhas.
Ele se sacode e grita, soando tão poderoso e impotente ao mesmo tempo,
esse homem acorrentado que está sentindo dor por mim, que não tem
medo de ser fraco para mim ou de ter vergonha de ter medo. O homem
mais corajoso, mais forte e mais bonito que já conheci.
quentes e feridos que eu deixei em seu corpo, e ele grita, ‘Oh Deus, sim,
Toby, me toque, por favor’, tão desesperadamente que só ouço realmente
porque é o que estou pensando também. E eu o beijo e o mordo e o rasgo
com minhas unhas, e estou meio que realmente chorando, mas é bom
chorar de alguma forma, e faz Laurie assobiar quando eu derramo minhas
lágrimas salgadas em toda sua pele desgastada. Mas ele ainda está
inclinado para mim, ainda arqueando ao meu toque, ainda respondendo a
mim com um emaranhado de rosnados e soluços com “por favor” e “sim” e
“Toby”.
KM
assim, porque eu sempre estive, mas há um monte de pedaços de mim que
se encaixam de uma maneira que não estavam antes.
apenas cai, se rende, cego e desamparado, sua parte superior das costas é
um testemunho ardente de todo o meu amor e selvageria.
— Não se mova.
KM
Ele se move um pouco contra a cama, empurrando seus quadris para
cima, então eu pego um vislumbre de suas bolas firmemente traçadas, a
sombra de seu pênis ansioso. — Por favor? —Ele implora, um pouco
hesitante.
minhas costas.
KM
realmente poderia dominá-lo, seu corpo açoitado e ferido forçado a
subjugar-se ao meu.
sua pele estão cantando para mim, pedindo-me para usá-lo, e levá-lo, e nos
unir assim novamente. Quanto menos cuidado eu pareço mostrar, mais
Laurie responde, se retorcendo debaixo de mim, gritando com uma paixão
impotente por cada investida dura que eu lhe dou.
KM
Eu quero ficar assim para sempre, mas é demais para mim: o prazer
e o poder e Laurie sendo Laurie - tão absolutamente lindo quando ele está
todo desfeito, sem controle ou orgulho, despido de volta para nada além
disso. Porque além da vergonha, do medo e da vulnerabilidade, só há coisas
verdadeiras: sexo, amor e nós.
Porque tudo o que estou pensando neste momento é que ele... é meu.
um grito rouco e selvagem, apenas com meus dentes, meu toque e meu pau.
KM
como se eu ainda o tivesse acorrentado, seu corpo arfando um pouco com
as consequências de tudo que acabamos de fazer. Estendendo a mão,
empurro a gravata para fora do seu caminho e ele emerge, piscando e com
os olhos úmidos.
— Oh Toby — é a primeira coisa que ele diz, com a voz ainda rouca
de todo o barulho que ele está fazendo. — Você está chorando.
Eu meio que esqueci de ter feito isso e esfreguei meu rosto com o
cotovelo, me sentindo um idiota. Porque quem chora quando está
flagelando outra pessoa?
dele. Estou prestes a protestar que estou bem, eu não preciso dele para
cuidar de mim, mas no momento em que seus braços me envolvem, é como
se eu estivesse tentando entrar em sua pele.
— Foi só... muito bom— é a melhor explicação que posso dar a ele.
KM
O resto de nossa espécie de férias, nós realmente não fazemos nada,
exceto ficar juntos, mas tudo bem. Nós falamos um pouco sobre viajar para
algum lugar, mas no final não vamos. Há muito tempo para isso, e tudo que
quero é estar com Laurie em um lugar que chamamos de lar.
Acontece que ele está me levando para o Chelsea Physic Garden, que
não era um dos lugares do vovô, embora talvez devesse ser porque descobri
que é o jardim botânico mais antigo de Londres, fundado há muito tempo
atrás para boticários em treinamento.
KM
Laurie diz que é chamado de um dia de neve.
Eu realmente estou.
Eu sorrio para ele. Estou tão orgulhoso que eu posso fazer isso Que
eu posso fazer um homem como Laurence Dalziel feliz. — Eu pretendo fazer
isso por um longo tempo.
Eu acho que é meio errado dizer isso porque ele franze a testa. —
Toby, eu não tenho... expectativas.
KM
— Oh cara, não comece essa porcaria novamente. Não no meio do
nosso dia totalmente romântico, no qual eu até já chorei.
Ele colore um pouco e ri, mas a sombra ainda está em seus olhos. —
Eu apenas quero dizer... Toby, você tem dezenove anos, tenho trinta e sete
anos. Nós nos encaixamos agora, mas pode chegar o tempo quando isso não
acontecerá mais. Quando tiver trinta anos, estarei com quase cinquenta. —
Estou prestes a interrompê-lo com um desdenhoso ‘E daí?’ Porque,
sinceramente, não quero amar ninguém a não ser Laurie, mas ele continua
antes que eu tenha uma chance. — Nossas percepções de tempo e distância
não são consistentes. Às vezes a lacuna entre nós parece nada, às vezes
parece enorme. Pode chegar o dia em que não saberemos como superá-las.
KM
— Eu suponho, mas...
— Tudo bem. —Ele se levanta do chão, com toda a graça e poder que
ele não hesita em colocar aos meus pés.
KM
A Receita da Torta de Merengue de Limão de Toby
Rendimento: 12 porções
INGREDIENTES
Massa:
KM
RECHEIO DE LIMÃO
KM
1 xícara de açúcar granulado
1 ½ xícaras de água
4 gemas grandes
polegada
MERENGUE
4 claras de ovos
MODO DE FAZER:
KM
2. Certifique-se de que seu namorado tenha um processador de
alimentos ou um batedor elétrico. A sério.
6. Retire a folha e asse por mais 5-10 minutos ou até que a massa
fique dourada. Reserve enquanto você faz o recheio. Abaixe a temperatura
do forno para 160 ° C (325 ° Fahrenheit).
Elisabeth Lane of Cooking Up Romance. Visite seu site para mais temas de
romances com receitas deliciosas.
KM