EZEQUIEL

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EZEQUIEL

Quando foi proposto que pregássemos em Ezequiel em nossa


igreja, eu fiquei resistente à ideia de meus amigos, que gostariam
muito de pregar.

Meus primeiros medos foram

1) o livro é longo;

2) é teologicamente complicado;

3) é repetitivo;

4) tem um momento histórico definido;

5) tem parábolas e alegorias de uma interpretação que exige mais


pesquisa;

6) por fim, nas minhas pesquisas não encontrei material de pastores


que fizeram a empreitada de expor o livro em uma Lectio Continua.

Reticente e resistente, fui convencido pela empolgação dos meus


amigos. Tive a responsabilidade de pregar a mensagem
panorâmica do livro.

Devemos pregar Ezequiel porque ele desmancha as ilusões do


povo

O povo de Israel acha que sua segurança está baseada em uma


crença errada que beirava a superstição: “Nós, como povo de Deus,
com o Templo que simboliza a presença de Deus, na Terra que
Deus prometeu, temos ‘o corpo fechado’. Nada nos atingirá, pois
essas são as nossas garantias e Jerusalém é inviolável. Nada nos
afetará, nem mesmo nosso pecado, obstinação e idolatria”.

Mas o livro de Ezequiel mostra que Deus quer um relacionamento


vivo e obediente à Sua Aliança. O povo estava iludido, mas o
profeta tenta abrir os olhos deste povo.

Devemos pregar Ezequiel porque ele promove o conhecimento


de Deus

Uma das repetições de é Ezequiel é “saberão que eu sou o


Senhor”, que ocorre cerca de 60 vezes. O livro ensina que as
palavras, ações e juízos de Deus farão que Ele seja conhecido pelo
seu povo e pelas nações. Podemos associar que a esperança
escatológica é que a terra se encherá da Glória e do Conhecimento
de Deus como as águas cobrem o mar (Is 11.9; Hc 2.14).
Certamente, ao expor o livro de Ezequiel, as ovelhas a quem
ministramos conhecerão mais e melhor de Deus.

Devemos pregar Ezequiel porque é um livro de Exaltação

Exalta a Glória de Deus

A expressão “glória de Deus” é repetida 10 vezes em 9 versos. Ela


simboliza a presença “visível” de Deus. No início ela é vista no
chamado de Ezequiel. A Glória de Deus é grandiosa, assustadora e
bela. Depois ela progride e se movimenta saindo do templo e da
cidade. Depois disso, os babilônios invadem Jerusalém. A sua
ausência é uma punição, e expõe a miséria de Israel. Mas a Glória
de Deus retorna e restaura o povo de Deus, e cria a beleza da
cidade futura. O término do livro aponta para a centralidade da
presença e da pessoa Deus (48.35). Tudo isso que Deus faz deixa
bem claro o zelo pelo Seu nome (20.44).

Exalta a Santidade de Deus

O livro apresenta como uma exposição pública e visceral o pecado


de Israel (seu povo, sua liderança e os responsáveis pela religião).
A idolatria é colocada como uma infidelidade conjugal, que talvez
seja das mais doloridas traições. O povo se rebaixa ao pior nível
moral por meio da imitação dos hábitos sexuais dos povos a sua
volta. Deus condena o pecado do povo. Deus é santo. Ele tem
repulsa pela vida imoral do povo e dos povos à volta de Israel. Ele é
puro, e não compactua com a impureza do povo. Deus não rebaixa
o padrão. Seu amor leal e sua misericórdia não o impedem de
condenar com energia o pecado do povo. Deus deseja que seu
povo viva em sua presença em santidade. Por isso, Deus pune
severamente o pecado do povo pecador.

Exalta a Soberania de Deus

Deus é chamado de Iavé Adonai, o Eu Sou Senhor. Deus não é


ferido em sua soberania pelos descaminhos do seu povo. Deus não
perde o seu lugar no trono. Pelo contrário, Ele evidencia sua
autoridade quando permite que os povos sejam instrumentos da
justiça de Deus, punindo o Israel pecador. Deus tem o controle da
história. Ele não é refém de seu povo. A soberania de Deus é
demonstrada quando Deus julga Israel (caps. 1 a 24), julga as
Nações (caps. 25 a 32) e restaura Israel (caps. 33 a 48). Deus fala
a sua Palavra e a cumprirá (i.e. 12.25).

Exalta o Evangelho de Cristo


Cristo é visto na promessa messiânica do Seu reino soberano e
eterno sobre toda humanidade e história. No meio do caos moral e
espiritual, o livro de Ezequiel proclama que Deus enviará o seu
ungido, que governará sobre eles com retidão e santidade. O
renovo da linhagem de Judá e Davi será governador para todo
sempre, com um povo totalmente vivo e transformado. A esperança
do Evangelho é proclamada. Deus restaurará o povo (caps. 36-37),
e a sua Nova Aliança, eterna, será implantada.

Devemos pregar Ezequiel pois o profeta é um paradigma de


fidelidade incondicional

Deus

O chamado sobrenatural do profeta faz com que ele, como um dos


que sofre no exílio a punição de Deus, seja a Ele totalmente
comprometido com o seu chamado. O profeta é submisso
totalmente a Deus. Um dos exemplos mais profundos é quando
Deus pede para que a ilustração seja dada através da morte de sua
esposa, a delícia dos olhos do profeta. Ezequiel perde sua esposa
demonstrando plena submissão ao seu chamado.

Mensagem

O profeta é comprometido com a mensagem que Deus lhe dá. O


profeta faz as ilustrações que Deus lhe pede. Ele prega as visões e
profecias que Deus lhe dá sem temer pela sua vida. Sem se
importar a quão difícil ou dura é a mensagem, Ezequiel fala com o
seu povo o que Deus lhe ordena.

O Povo
O profeta é comprometido com o povo. Mas genuinamente
comprometido. Pois ele fala ao povo o que este precisa, e não o
que o povo quer. O povo precisa de advertência e alerta. Mas o
povo queria afago. Durante aquela época, ele até encontra uns
falsos mestres e profetas que falam para agradar o povo.

Mas Ezequiel se mantém firme no compromisso de ser fiel à


mensagem. Por isso, ele é um exemplo para nós (1Co 4.1,2)

Descrição Panorâmica

Um dos pontos altos do livro é a apresentação de Deus como um


insistente comunicador. Apresentamos aqui um resumo. =

1. Deus DESCREVE a situação do povo.


2. Deus DENUNCIA o pecado.
3. Deus DECLARA seu juízo.
4. Deus DISTINGUE os culpados.
5. Deus DETERMINA a pena.
6. Deus DESPERTA esperança no povo.
O livro é um espetáculo do ponto de vista literário. Nele podemos
ver que o profeta é um poeta. O profeta apresenta parábolas, sinais,
visões apocalípticas, repetições, frases-chave, temas que permeiam
todo o livro e uma estrutura bem definida.

Conselho

Um conselho: A pregação expositiva de Ezequiel deve ser feita,


mas, considerando a complexidade do livro, sugerimos que ela seja
feita intercalada e com pausas, pensando na melhor nutrição da
igreja. Sem essas pausas, o ambiente tende a ficar pesado, e a
igreja seria prejudicada pela falta de abordagem de outros temas
em que necessita de instrução bíblica.

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