Atividade Avaliativa

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

ATIVIDADE AVALIATIVA

ALUNA: Sandra Terezinha de Oliveira Zanardi

CURSO – Pós Graduação: Educação infantil e séries iniciais.

DISCIPLINA: Ensino nas Séries Iniciais

TEMA: O aluno do Ensino Fundamental nos anos iniciais e o comportamento


do profissional da educação na atualidade.

No decorrer dos anos o conceito de infância foi se modificando, sendo


marcado por grandes transformações até chegar ao que hoje compreendemos
como infância e como ser criança.

Analisamos que até a Idade Moderna, a criança foi considerada um


adulto em miniatura, ou seja, desde muito cedo as crianças viviam em meio
aos adultos, inclusive por não existir ainda as instituições próprias para elas,
aliás, esse não era o foco da sociedade naquele momento. Vale salientar, que
neste momento da história, os termos infância e criança estavam estritamente
relacionados.

Com o advento da Idade Moderna, muitas coisas mudaram, surgindo


assim a grande transformação, talvez a mais benéfica, no contingente
educacional, em que a criança passa a ser vista e tratada como criança.

A modernidade foi discutida sob a ótica da disciplina, no entanto, foi


nessa perspectiva que surgiram as diversas formas de instituições, inclusive a
própria Escola, que foi avaliada, naquele momento, como o meio pelo qual as
vidas das pessoas seriam mudadas, ou seja, colocou-se na Instituição Escola,
e, por reflexo, em seus profissionais, o dever de transformar a sociedade, a
partir das crianças, em um ambiente mais justo e que prezasse pela igualdade
entre seu povo.
Na atualidade, também chamada de Pós-Modernidade, percebeu-se que
não existe uma única forma de infância, razão pela qual, muitos autores, a
classificam como infâncias.

O conceito infâncias, se deve ao fato de que esse período da vida é


muito particular em cada sujeito, de forma que nem todos possuem as mesmas
experiências, ou seja, nem todas as crianças possuem ou viveram esta fase da
mesma maneira, com direitos e deveres sendo preservados e cumpridos. Cabe
alertar ainda, que a infância também tem íntima relação com a sociedade e
cultura em que se vive, o que a torna ainda mais particular.

Nesse sentido, observa-se a decadência da chamada Infância Moderna,


dando lugar, a uma ideia, talvez deturpada de o que é ser criança, adultizando
os pequenos em detrimento de uma sociedade ultra-moderna.

Observamos pela mídia, a inversão na relação entre pais e filhos,


colocando na criança o ser superior, aquele que domina as tecnologias e que
possivelmente dita as regras em casa. Como bem assinalou Neil Postman, em
sua obra “O desaparecimento da Infância” (2012), esse livre acesso que as
crianças têm a qualquer tipo de informação, na mesma velocidade, ou até
maior que os adultos, acaba excluindo o limite entre estas fases da vida.

Todas essas transformações tecnológicas e culturais, que afetaram a


criança em sua fase de infância, acabam se agravando dentro da Instituição
Escolar, seja no aspecto propriamente comportamental, na relação com
colegas, ou ainda na relação entre professor-aluno, tendo grande impacto no
processo de ensino-aprendizagem. Em outras palavras, o que se quer afirmar,
é que o aluno do Ensino Fundamental de hoje é aquela criança que domina as
tecnologias em casa, e que essa acessibilidade descontrolada torna o
aprendizado dentro da escola entediante e em contrapartida um óbice ao
trabalho do professor.

A Escola Pública no Brasil, não é dotada de tecnologias, muito embora


se pregue o contrário, quem conhece o chão de sala de aula, sabe da
precariedade e deve reconhecer o esforço dos professores, que fazem muito,
com o pouco que lhe é disponibilizado. Ou seja, o que se quer analisar, é que
muitos estudantes, possuem em suas casas, muito mais aparatos tecnológicos,
do que aqueles encontrados na Escola e isso, por vezes, gera decepção no
aluno, acarretando em desinteresse para os estudos.

Frisa-se muito que o professor precisa estar munido de práticas


diversificadas a fim de mitigar esse desinteresse, na intenção de motivar o
aluno a aprender, assim como, observa a autora Célia Barros (2002), quando
afirma a necessidade da utilização de recursos variados por parte do professor,
com metodologias diversificadas e multiplicidade de estímulos, como forma de
motivar ou manter os alunos interessados. O que se esquece, é que as Escolas
Públicas muitas vezes não dispões dessa diversidade de recursos, recaindo,
então, sobre o professor a culpa pelas falhas nesse processo de ensino-
aprendizagem, da falta de motivação do aluno, e das expectativas que se tinha
sobre a Escola.

Para tanto, é preciso que o professor adira a um método de ensino que estimule
crianças a sentir prazer ao estudar, que execute seu trabalho com seriedade,
responsabilidade, e respeito às características psicológicas destas crianças, para que
as mesmas se sintam valorizadas e seguras, frente às atividades realizadas em sala de
aula.1
É necessário se atentar para as transformações tecnológicas, e nessa
perspectiva, equipar a Escola com recursos tecnológicos e instrumentos
educacionais, bem como capacitar professores para o uso destas tecnologias,
a fim de que o objetivo maior, que é a transmissão do conhecimento e o
constante aprendizado do aluno sejam alcançados.

Nesse aspecto, é importante analisar que o professor hoje, possui um


papel de mediador do conhecimento, ou seja, inclusive na Sala de Aula, a
criança passou a ter o papel principal, diante disso, o objetivo do professor é
ensiná-lo a ser independente, pensar por si, praticar a criatividade e torná-lo
capaz. Porém, mesmo com esse papel de coadjuvante do professor, toda a
responsabilidade por motivar o aluno ainda é dele, ou seja, cabe a Ele
satisfazer as expectativas do aluno, e torná-lo sedento por conhecimento.

Mediante o depoimento de alunos e na faixa etária de oito e dez anos constatamos que
seus professores, a exemplo de muitos outros, não têm a menor preocupação em
aplicar metodologias diversas, que possam transformar suas aulas em algo mais
significativo.2

1
SOARES, D.A.; AZEVEDO, E.; PINTO, E.S.; ANDRADE, J.L.P.S. Motivação nas séries iniciais do ensino
fundamental: Quando a aprendizagem ganha sentido. (PDF)
2
SOARES, D.A.; AZEVEDO, E.; PINTO, E.S.; ANDRADE, J.L.P.S. Motivação nas séries iniciais do ensino
fundamental: Quando a aprendizagem ganha sentido. (PDF)
Em uma análise superficial da educação nos dias de hoje, o que se
percebe é que o aluno se tornou o consumidor que tem sempre razão e a
Escola a empresa que precisa satisfazer o egocentrismo desse aluno, o que se
busca então, não é a aprendizagem em si, mas um resultado positivo, que é
traduzido pela nota, independentemente se o educando atingiu os objetivos
mínimos do conteúdo.

É obvio que os professores devem estar atentos para a multiplicidade de


sujeitos dentro da mesma sala de aula, que os profissionais da educação
devem estar capacitados para a função, garantindo que os alunos tenham
acesso ao conhecimento científico, mas não devem ser indicados como únicos
culpados pelo déficit da aprendizagem escolar.

Nesse sentido, a responsabilidade por essa desordem que permeia a


educação é de toda a comunidade escolar, da sociedade como um todo, pois
permitiram essa transformação da educação, que nem de longe pode ser
chamada de evolução, tornando a Escola apenas um campo onde se busca
números e não se disciplina para o conhecimento.

Conclui-se então, que essa precarização da educação também está


atrelada as mudanças por parte dos estudantes, haja vista, em um passado
não muito distante a nota era consequência do aprendizado do aluno, hoje é
relacionada a incapacidade do professor. Ou seja, quando o professor é “bom”
os alunos atingem boas notas, e o resultado disso é um IDEB de sucesso.
Traduzindo então o imediatismo da sociedade pós-moderna, que se preocupa
com o hoje, sem refletir sobre os problemas que isso causa no amanhã.

REFERÊNCIAS
1. BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos de psicologia do
desenvolvimento. 12.ed. São Paulo: Ática, 2002.

2. POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Tradução de Suzana


Menescal de Alencar Carvalho e José Laurenio de Melo. Rio de Janeiro:
Graphia, 2012.
3. SOARES, D.A.; AZEVEDO, E.; PINTO, E.S.; ANDRADE, J.L.P.S. Motivação
nas séries iniciais do ensino fundamental: Quando a aprendizagem ganha
sentido. (PDF)

Você também pode gostar