Questões Sobre Trovadorismo, Humanismo e Classicismo

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QUESTÕES SOBRE TROVADORISMO, HUMANISMO E CLASSICISMO

Questão 1
Sobre as características do trovadorismo é incorreto afirmar:
a) o trovadorismo é uma escola literária medieval que surgiu na França.
b) a principal manifestação literária do trovadorismo são as cantigas.
c) a poesia palaciana pertence ao movimento literário do trovadorismo.
d) o trovadorismo e o humanismo são movimentos literários medievais.
e) os cancioneiros são coletâneas de cantigas de diversos autores.
Ver Resposta
Alternativa correta: c) a poesia palaciana pertence ao movimento literário do trovadorismo.
A poesia palaciana, produzida nos palácios medievais e destinada aos nobres, foi desenvolvida no
movimento posterior chamado de humanismo.
Alguns temas explorados estavam relacionados com a própria vida na corte, como os costumes
dos nobres.
Questão 3
I. As poesias palacianas eram produzidas para serem declamadas, enquanto as cantigas
trovadorescas para serem cantadas.
II. As cantigas satíricas trovadorescas são subdividas em dois tipos: cantigas de escárnio e
cantigas de maldizer.
III. O trovadorismo é uma escola literária de transição que marcou o fim da Idade Média.
a) I
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) I, II e III
Ver Resposta
Alternativa correta: b) I e II
O trovadorismo foi uma escola literária que surgiu na Idade Média no século XI e teve seu declínio
no século XIV. Depois dele, surge o humanismo, um movimento literário de transição entre a
Idade Média e a Idade Moderna.

Questão 6
(Mackenzie) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das cantigas de amor.
a) O ambiente é rural ou familiar.
b) O trovador assume o eu-lírico masculino: é o homem quem fala.
c) Têm origem provençal.
d) Expressam a 'coita' amorosa do trovador, por amar uma dama inacessível.
e) A mulher é um ser superior, normalmente pertencente a uma categoria social mais elevada que
a do trovador.
Ver Resposta
Alternativa correta: a) O ambiente é rural ou familiar.
Com exceção da alternativa a) em todas as alternativas existem características das cantigas de
amor. Estas, ao contrário das cantigas de amigo, que se passam em ambientes cotidianos como a
zona rural, têm como cenário os palácios.

Questão 8
(UFMG) Interpretando historicamente a relação de vassalagem entre homem amante/mulher
amada, ou mulher amante/homem amado, pode-se afirmar que:
a) o Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
b) o Trovadorismo corresponde ao movimento humanista.
c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo.
d) o Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser provençais.
e) tanto o Trovadorismo como Humanismo são expressões da decadência medieval.
Ver Resposta
Alternativa correta: c) o Trovadorismo corresponde ao Feudalismo.
O Trovadorismo surgiu no período do Feudalismo, que é marcado pela submissão do vassalo ao
suserano.

Questão 9
(Espcex-Aman) É correto afirmar sobre o Trovadorismo que
a) os poemas são produzidos para ser encenados.
b) as cantigas de escárnio e maldizer têm temáticas amorosas.
c) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino.
d) as cantigas de amigo têm estrutura poética complicada.
e) as cantigas de amor são de origem nitidamente popular.
Ver Resposta
Alternativa correta: c) nas cantigas de amigo, o eu lírico é sempre feminino.
Enquanto nas cantigas de amor o eu lírico é masculino, nas cantigas de amigo, o eu lírico é
feminino. Sendo que em ambas o tema é amor, o eu lírico é a principal características que
diferencia ambas.

Questão 10
(ESPM) O amor cortês foi um gênero praticado desde os trovadores medievais europeus. Nele a
devoção masculina por uma figura feminina inacessível foi uma atitude constante. A opção cujos
versos confirmam o exposto é:
a) Eras na vida a pomba predileta (...) Eras o idílio de um amor sublime. Eras a glória, - a
inspiração, - a pátria, O porvir de teu pai! (Fagundes Varela)
b) Carnais, sejam carnais tantos desejos, Carnais sejam carnais tantos anseios, Palpitações e
frêmitos e enleios Das harpas da emoção tantos arpejos... (Cruz e Sousa)
c) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem
por mim nenhuma lágrima Em pálpebra demente. (Álvares de Azevedo)
d) Em teu louvor, Senhora, estes meus versos E a minha Alma aos teus pés para cantar-te, E os
meus olhos mortais, em dor imersos, Para seguir-lhe o vulto em toda a parte. (Alphonsus de
Guimaraens)
e) Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer amar e malamar, amar,
desamar, amar? (Manuel Bandeira)
Ver Resposta
Alternativa correta: d) Em teu louvor, Senhora, estes meus versos E a minha Alma aos teus pés
para cantar-te, E os meus olhos mortais, em dor imersos, Para seguir-lhe o vulto em toda a parte.
(Alphonsus de Guimaraens)
Os versos acima caracterizam-se pela servidão, idealização da mulher e pelo sofrimento amoroso,
que são características das cantigas de amor do Trovadorismo.

Questão 12
(UEG)
Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.
Ó formosura sem falha
que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
vendo-vos só um instante.
De vossa grande beleza
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
só me vem mal e tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
no ano, o espaço de um dia.
Rei D. Dinis
CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.
Quem te viu, quem te vê
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer
[...]
Chico Buarque
A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda
expressam a seguinte característica trovadoresca:
a) a vassalagem do trovador diante da mulher amada que se encontra distante.
b) a idealização da mulher como símbolo de um amor profundo e universal.
c) a personificação do samba como um ser que busca a plenitude amorosa.
d) a possibilidade de realização afetiva do trovador em razão de estar próximo da pessoa amada.
Ver Resposta
Alternativa correta: a) a vassalagem do trovador diante da mulher amada que se encontra
distante.
Nas cantigas de amor, a vassalagem consiste na servidão amorosa.
Na cantiga de D. Dinis, o eu lírico chama a amada, de quem está diante, de "senhora",
característica própria das cantigas de amor:
"Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis"
Na canção de Chico Buarque, a vassalagem à amada que está distante, se manifesta de outra
forma:
"Quem te viu, quem te vê
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala".

QUESTÃO 1
(Mackenzie - 2005)
Assinale a afirmativa correta com relação ao Trovadorismo.
Texto I
Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá cedo!
Martim Codax
Obs.: verrá = virá levado = agitado.
Texto II
1. Me sinto com a cara no chão, mas a verdade precisa ser dita ao
2. menos uma vez: aos 52 anos eu ignorava a admirável forma lírica da
3. canção paralelística (...).
4. O “Cantar de amor” foi fruto de meses de leitura dos cancioneiros.
5. Li tanto e tão seguidamente aquelas deliciosas cantigas, que fiquei
6. com a cabeça cheia de “velidas” e “mha senhor” e “nula ren”;
7. sonhava com as ondas do mar de Vigo e com romarias a San Servando.
8. O único jeito de me livrar da obsessão era fazer uma cantiga.
Manuel Bandeira
a) Um dos temas mais explorados por esse estilo de época é a exaltação do amor sensual entre
nobres e mulheres camponesas.
b) Desenvolveu-se especialmente no século XV e refletiu a transição da cultura teocêntrica para a
cultura antropocêntrica.
c) Devido ao grande prestígio que teve durante toda a Idade Média, foi recuperado pelos poetas
da Renascença, época em que alcançou níveis estéticos insuperáveis.
d) Valorizou recursos formais que tiveram não apenas a função de produzir efeito musical, como
também a função de facilitar a memorização, já que as composições eram transmitidas oralmente.
e) Tanto no plano temático como no plano expressivo, esse estilo de época absorveu a influência
dos padrões estéticos greco-romanos

Alternativa “d”. A poesia trovadoresca é indissociável da música e sua transmissão era sobretudo


oral, embora houvesse também registro escrito das cantigas.

1) Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso  em relação as cantigas trovadorescas:
a) (   )No Trovadorismo podemos reconhecer dois tipos de cantigas: as cantigas líricas e as
satíricas.  
b) (   ) As cantigas líricas se subdividem em cantigas de amor e cantigas de amigo.
c) (   ) As cantigas satíricas se subdividem em cantigas de escárnio e de maldizer.
d) (   ) Nas cantigas de amor , o trovador sempre declara seu amor por uma dama da corte
( chamada de “senhor”, isto é, senhora).Trata-a de modo respeitoso em com cortesia.
e) (   )A principal característica das cantigas de amigo é o sentimento feminino que exprimem,
apesar de terem sido escritas por homens.
f) (   ) As cantigas de escárnio eram diretas que exploravam palavras e construções ambíguas ,
expressões irônicas sem revelar o nome da pessoa satirizada.
g) (   )As cantigas de maldizer eram sátiras indiretas, com citação nominal da pessoa ironizada.

08. (CESUPA) Leia o texto para responder à questão


Amor
Poema mais ou menos de amor
Eu queria, senhora,
Ser o seu armário
E guardar seus tesouros
Como um corsário.
Que coisa louca:
Ser seu guarda-roupa!
Alguma coisa sólida,
Circunspecta e pesada
Nessa sua vida tão estabanada.
Um amigo da lei
(De que madeira não sei).
Um sentinela no seu leito
- com todo o respeito
Ah, ter gavetinhas
Para suas argolinhas
Ter um vão
Para o seu camisolão
E sentir o seu cheiro,
Senhora,
O dia inteiro.
Veríssimo, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
(Adaptado)
Veríssimo, escritor contemporâneo, incorpora no seu poema Amor características comuns às
cantigas de amor medieval, uma vez que o eu lírico
A. Fingindo-se de peça de toucador, pretende descobrir os segredos de sua dama, de forma
a poder conquistá-la.
B. Transformado em guarda-roupa, presta serviço à amada, protegendo-a de malfeitores,
para tê-la só para si.
C. Transmutado em armário, deseja servir sua senhora de forma a estar mais próximo a ela,
ser o seu sentinela.
D. Semelhante ao trovador, presta vassalagem a sua senhor, amando-a e sendo
correspondido por ela.
GABARITO: C

18. (UEMA)
O Texto II mostra um diálogo entre o Diabo e a segunda personagem, o Onzeneiro, quando chega
à Barca do Inferno.
Leia-o para responder à questão proposta.
Texto II
ONZENEIRO: Para onde caminhais?
DIABO: Oh! Que má-hora venhais,
Onzeneiro meu parente!
[...]
DIABO: Ora mui muito me espanto
Não vos livrar o dinheiro.
ONZENEIRO: Nem tão só para o barqueiro
Não me deixaram nem tanto.
[...]
E para onde é a viagem?
DIABO: Para onde tu hás-de ir;
Estamos para partir,
Não cures de mais linguagem.
[...]
VICENTE, Gil. Auto da Barca do Inferno. São Paulo: FTD, 1997.
O Diabo ouve o pretexto do Onzeneiro, mas não se deixa levar pelos artifícios da eloquência do
passageiro. Essa atitude do Diabo pode ser comprovada no verso
A. “Não cures de mais linguagem.”
B. “Oh! Que má-hora venhais,”
C. “Onzeneiro meu parente!”
D. “Não vos livrar o dinheiro.”
E. “Para onde tu hás-de ir;”
GABARITO: A

19. (FAMEMA) Leia o texto para responder a questão


Vem um Sapateiro com seu avental e carregado de formas, chega ao batel1 infernal, e diz:
Hou da barca!
Diabo – Quem vem aí?
Santo sapateiro honrado, como vens tão carregado?
Sapateiro – Mandaram-me vir assi...
Mas para onde é a viagem?
Diabo – Para a terra dos danados.
Sapateiro – E os que morrem confessados onde têm sua passagem?
Diabo – Não cures de mais linguagem! que esta é tua barca, esta!
Sapateiro – Renegaria eu da festa e da barca e da barcagem!
Como poderá isso ser, confessado e comungado?
Diabo – Tu morreste excomungado, não no quiseste dizer.
Esperavas de viver; calaste dez mil enganos, tu roubaste bem trinta anos o povo com teu mister.
Embarca, pobre de ti, que há já muito que te espero!
Sapateiro – Pois digo-te que não quero! Diabo – Que te pese, hás de ir, si, si!
(Gil Vicente. Auto da Barca do Inferno. Adaptado.)
1batel: pequena embarcação.
O texto transcrito de Gil Vicente assume caráter
A. Moralizante, uma vez que traz explícita crítica aos costumes do personagem.
B. Educativo, pois o personagem reconhece seu erro e, ao final, é perdoado.
C. Humorístico, com intenção de entreter mais do que condenar comportamentos.
D. Doutrinário, considerando a devoção do personagem à religião quando em vida.
E. Edificante, já que o comportamento do personagem se torna exemplo a seguir.
GABARITO: A

02. Caracteriza o teatro de Gil Vicente:


a) a revolta contra o cristianismo.
b) a obra escrita em prosa.
c) a elaboração requintada dos cenários e quadros.
d) a preocupação com o homem e a religião.
e) a busca dos conceitos universais.
 Gabarito dos Exercícios de Literatura
Letra D

Exercício 2: (URCA 2016/1)


São características do Humanismo, EXCETO:
A)  Momento em que o antropocentrismo ocupa o lugar do teocentrismo.

B)  É o período entre a Idade Média e o Renascimento.

C)  Tem em Fernão Lopes o grande cronista.

D)  Predomina o teocentrismo.

E)  Cancioneiro Geral é uma coletânea desta época.

Questão 2
(UFSCar-2003) A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de
Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.
Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto)
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
C’um saber só de experiências feito,
Tais palavras tirou do experto peito:
“Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
Dura inquietação d’alma e da vida
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios!
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana.”
Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como O Velho do Restelo. Nela, o
velho
a) abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à procura de uma vida
melhor.
b) critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de
fama.
c) emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os mares até chegar às Índias.
d) destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa.
e) adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama
em outras terras. 
GABARITO: B
Questão 7
(Mackenzie) O tom pessimista apresentado por Camões no epílogo de "Os Lusíadas" aparece em
outro momento do poema. Isso acontece no episódio:
a) do Gigante Adamastor.
b) do Velho do Restelo.
c) de Inês de Castro.
d) dos Doze de Inglaterra.
e) do Concílio dos Deuses.
Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
Não no dá a pátria, não, que está metida
No gosto da cobiça e na rudeza
Duma austera, apagada e vil tristeza.
E não sei por que influxo de Destino
Não tem um ledo orgulho e geral gosto,
Que os ânimos levanta de contino
A ter para trabalhos ledo o rosto.
Por isso vós, ó Rei, que por divino
Conselho estais no régio sólio posto,
Olhai que sois (e vede as outras gentes)
Senhor só de vassalos excelentes.
Olhai que ledos vão, por várias vias,
Quais rompentes leões e bravos touros,
Dando os corpos a fomes e vigias,
A ferro, a fogo, a setas e pelouros,
A quentes regiões, a plagas frias,
A golpes de Idolatras e de Mouros,
A perigos incógnitos do mundo,
A naufrágios, a peixes, ao profundo.
CAMÕES, Luís. Os lusíadas. Belém: Universidade da Amazônia,
[s.d.]. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/ua000178.pdf>. Acesso em: 18 set. 2020.

Alternativa correta: b) do Velho do Restelo.


Na obra Os Lusíadas, Camões narra a viagem de Vasco da Gama e os feitos realizados pelos
personagens. A epopeia é formada de 5 partes (proposição, invocação, dedicatória, narração e
epílogo) e 10 cantos.
No epílogo (Canto X e estrofes 145 a 156), o poeta aborda sobre as injustiças do reino de
Portugal. Aliado a esse tom de lamentação e pessimismo temos o Canto IV (estrofes 95 a 104).
A personagem conhecida como “velho do restelo” surge no momento de despedida da armada na
praia de Belém, contestando as aventuras relacionadas com as descobertas, de modo a
denunciar as ações daqueles que estavam envolvidos no projeto de expansão.

10. (UNICAMP)
Transforma-se o amador na coisa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois com ele tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio de Janeiro: Ediouro / São Paulo: Publifolha,
1997, p. 85.)
Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões é a retomada renascentista de ideias do
filósofo grego Platão. Considerando o soneto citado, pode-se dizer que o chamado
“neoplatonismo” camoniano
A. É afirmado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a união entre amador e pessoa
amada resulta em uma alma única e perfeita.
B. É confirmado nos dois últimos tercetos, uma vez que a beleza e a pureza reúnem-se
finalmente na matéria simples que deseja.
C. É negado nos dois primeiros quartetos, uma vez que a consequência da união entre
amador e coisa amada é a ausência de desejo.
D. É contrariado nos dois últimos tercetos, uma vez que a pureza e a beleza mantêm-se em
harmonia na sua condição de ideia.
GABARITO: A
Questão 3 – (ENEM 2010)
Texto I
XLI
Ouvia:
Que não podia odiar
E nem temer
Porque tu eras eu.
E como seria
Odiar a mim mesma
E a mim mesma temer.
HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento).
Texto II
Transforma-se o amador na cousa amada
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Camões. Sonetos. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br. Acesso em: 03 set. 2010
(fragmento).
Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, a temática comum é:
a) o “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se realiza por meio de uma espécie de fusão
de dois seres em um só
b) a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico
de que odeia a si mesmo
c) o “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando- se, porém, nos versos de Camões, certa
resistência do ser amado
d) a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem no imaginário,
sem a realização concreta
e) o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o ódio
e o amor
GABARITO: A

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