Amortização de Empréstimos
Amortização de Empréstimos
Amortização de Empréstimos
Um empréstimo é uma operação financeira através da qual um individuo (o mutuário ou sujeito ativo)
cede a outro (o mutuante ou sujeito passivo) uma dada quantia C0, por um dado período de tempo t,
obrigando-se o segundo a devolver ao primeiro essa quantia, de uma só vez ou em montantes
fracionados, acrescida dos juros calculados à taxa convencionada entre as partes.
Seja qual for o processo de amortização do empréstimo, i.e., o modo como o empréstimo é liquidado, deve-se
observar-se o denominado Principio fundamental da amortização de empréstimos, que estabelece que à
data do contrato, o valor atual das obrigações do mutuante equivale ao valor atual das obrigações do
mutuário.
O empréstimo poderá ser amortizado através de diversos sistemas mas que se distinguem principalmente em
dois fatores: o modo de reembolso do capital e o modo de pagamento dos juros.
0 1 2 n Períodos (tempo)
O juro total a pagar, no momento do contrato, será o valor atual do juro composto que seria produzido durante a
vigência do contrato, ou seja,
n
J = C [(1 + i ) − 1]
n
k 0 Montante do juro composto produzido durante a vigência do contrato.
k =1
n
[ ]
J 0 = J k (1 + i ) == C0 (1 + i ) − 1 (1 + i )
k =1
−n n −n
[
⇔ J 0 = C0 1 − (1 + i )
−n
]
Montante do juro composto produzido durante a vigência do contrato atualizado, a pagar na data do contrato.
Assim, o valor líquido resultante do financiamento (VLf), após a dedução do juro composto cobrado
antecipadamente ou “à cabeça”, corresponde ao diferencial entre o capital mutuado C0 e o juro a pagar à data do
contrato J0, logo,
VL f = C0 (1 + i )
−n
Exemplo 1: Devido a necessidades de tesouraria a empresa ALFA necessita de dispor no imediato 16.000€. Quanto
deverá ser o montante de capital mutuado, sabendo que o banco que vai conceder o empréstimo cobra juros “à
cabeça” a uma taxa de 7,5% e que o capital será liquidado na integra daqui a um ano?
= C0 (1 + i )
−n
Sabe-se que a empresa precisa de 16.000€, agora, pelo que VLf = 16.000€.. Assim, atendendo à fórmula VL f
16000
16000 = C0 (1 + 0.075) ⇔ C0 =
−1
⇔ C0 = 17200 €
(1 + 0.075)−1
O capital mutuado deveria ser de 17.200€, necessariamente maior que os 16.000€ obtidos, após retirados os juros “à
cabeça”.
89
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamento dos juros postecipados e reembolso único do capital no fim do prazo –
Sistema Americano:
Graficamente podemos representar esta situação do seguinte modo:
No fim do prazo devolve o capital
O Mutuário recebe o montante do − Jn inicial e os respectivos juros.
C0 empréstimo, no dia do contrato. − Rn = − C0
0 1 2 n Períodos (tempo)
Nesta modalidade de amortização, não há qualquer amortização do capital e/ou juros até ao final do empréstimo,
efectuando-se um pagamento único, no final da operação, de capital e juros. Deste modo, no fim do contrato, o
mutuante terá que pagar:
[ ]
n
A = Rn + J n = C0 + J k == C0 + C0 (1 + i ) − 1 == C0 (1 + i )
n n
k =1
A = C n = C0 (1 + i )
n
Montante da amortização a efectuar no fim do contrato, composta
pelo capital mutuado e pelo juro composto produzido durante a
vigência do contrato .
Exemplo 1: Uma empresa contraiu hoje um empréstimo no montante de 50.000€ destinado à aquisição de um novo
equipamento fabril. A amortização do financiamento será única, de capital e juros, daqui a 4 anos, tendo-se
acordado a taxa de 6% a.a. em regime de capitalização composta. Calcule o montante da amortização a pagar
daqui a 4 anos à instituição bancária que concedeu o financiamento?
O montante da amortização a pagar pela empresa daqui a 4 anos à instituição bancária que concedeu o
financiamento é de 63.125,85€.
90
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamento dos juros postecipados e reembolso único do capital no fim do prazo – (Cont.)
Sistema Americano:
Como frequentemente os montantes de capital mutuado é relativamente elevado implicando no fim o contrato
somas ainda mais elevadas, é frequente constituir-se paralelamente ao empréstimo um fundo de amortização.
Este fundo de amortização será um fundo de poupança constituído pelo mutuário de um dado empréstimo, com o
objectivo de vir a acumular, no futuro, o montante suficiente para colmatar os encargos decorrentes desse
empréstimo. Este fundo não tem carácter obrigatório e exclusivo para reembolso do empréstimo pelo que não há
garantia efetiva de que, no fim do prazo do contrato do empréstimo, o valor acumulado no fundo de amortização
contenha o montante necessário para fazer face aos encargos do empréstimo. Isto porque os fundos colocados
nesta “conta” podem ter sido desviados para outras necessidades da empresa ou individuo entretanto.
Neste contexto é útil a construção de um quadro do fundo de amortização, que permitirá conhecer a cada
momento o montante acumulado no fundo.
Neste contexto é útil a construção de um quadro do fundo de amortização, que permitirá conhecer a cada
momento o montante acumulado no fundo.
Valor acumulado - Cn
Prazo (tempo) Entregas (1) Juros (2) Taxa de juro
(3=1+2)
1 T - C1=T i
2 T J2=T.i C2=C1+T+J2=2xT+J2 i
3 T J3=C2.i C3=C2+T+J3 i
. . . . .
. . . . .
. . . . .
n T Jn=Cn-1.i Cn=Cn-1+T+Jn i
91
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamento dos juros postecipados e reembolso único do capital no fim do prazo – (Cont.)
Sistema Americano:
No quadro do fundo de amortização, o montante entregue periodicamente (T) é constante ao longo do tempo, pelo
que se assemelha a uma renda de termos constantes. No fim do prazo do empréstimo, espera-se que o valor
acumulado no fundo de amortização iguale o valor a pagar à instituição financeira que concedeu o financiamento.
Assim, Sabendo de antemão o montante a pagar (de capital e juros) à instituição bancária, pode-se determinar o
montante a entregar periodicamente para o fundo de amortização, tendo em conta a seguinte relação:
C (1 + i )
n
C
C n = T .s n ⇔ T = n ⇔ T = 0
i sn sn
i i
Exemplo 1: Considere-se os dados do exemplo anterior. O mutuário, para fazer face ao encargos do empréstimo,
constituiu um fundo de amortização durante 4 anos, para o qual efectuará entregas constantes no fim de cada ano
e que capitalizarão à taxa de juro de 4%. Calcule o montante da entrega e construa o quadro do fundo de
amortização.
Em resultado do exemplo anterior, constatamos que o mutuário teria que pagar à instituição bancária 63125,85€, pelo que
Cn 63125 .85 63125 .85
C n = 63125 .85 € Atendendo a T = Então, T = ⇔T =
⇔ ⇔ T = 14865 .04 €
sn s4 4 .246464
i i = 4%
Onde, Rn representa a parcela da amortização/reembolso do capital mutuado em cada período; Jn – o juro devido no
período; Pn – Prestação paga por período que resulta da parcela de amortização de capital e de juros.
Esta modalidade pode apresentar as seguintes variações:
a) considera-se a prestação constante, também conhecido por sistema francês;
b) Considera-se a amortização do capital constante.
De seguida apresenta-se como elaborar o quadro de serviço de dívida para cada uma destas modalidades do
sistema francês, considerando que a primeira prestação se vence no período imediatamente seguinte ao da data
do controlo.
Como cada parcela é composta pela amortização do capital e pelo juro, então:
Para calcular a primeira parcela de reembolso A1, teremos que ter em atenção que
R p = R1 (1 + i )
p −1
(valor de uma amortização / parcela de reembolso em função da primeira amortização)
n
C0 = R p (o montante do capital mutuado iguala o somatório de todas as amortizações / parcelas
p =1 de reembolso durante o período do empréstimo)
C0
Assim, R1 = Montante da 1.ª amortização/parcela de reembolso de capital.
sn
i
Nota: nesta modalidade de amortização de empréstimos, o juro por período também pode ser calculado por
Nota:
diferença entre o montante da prestação periódica constante e o montante no período da amortização do capital,
então:
J p = P − Rp
94
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: (Cont.)
Modalidade de amortização pelo sistema francês com prestações constantes
Em cada momento, pode-se saber o capital em dívida (i.e., o montante de capital que ainda falta reembolsar),
também conhecido por débito residual:
C p = C 0 − R1 .s p ou C p = P .a n − p
i i
Taxa de juro: i
Capital em Dívida Prestação Capital em Dívida
Períodos
no início do período Juro Reembolso do Capital no fim do período
C0
C0 J 1 = C0 .i R1 = C1 = C0 − R1
1 sn
i
2 C1 = C0 − R1 J 2 = C1 .i R2 = P − J 2 = R1 (1 + i ) C2 = C1 − R2
3 C 2 = C1 − R2 J 3 = C 2 .i R3 = P − J 3 = R1 (1 + i )
2
C3 = C 2 − R3
….. …… …….. ………. ……….
n C n −1 = C n − 2 − Rn −1 J n = C n −1 .i Rn = P − J n = R1 (1 + i )
n −1
C n = C n−1 − Rn
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Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: (Cont.)
Modalidade de amortização pelo sistema francês com prestações constantes
Exemplo 1: Um empréstimo no montante de 500.000€ vai ser liquidado nos próximos 3 anos através de prestações
semestrais constantes (semestralidades) de capital e juros. A taxa acordada foi a taxa nominal anual de 12%.
a) Determine o montante de cada prestação semestral (semestralidade).
b) Construa o quadro do serviço da dívida.
a) Como o empréstimo vai ser amortizado em prestações semestrais de capital e juros, para calcular estes últimos temos que
utilizar a taxa de juro efetiva semestral. Dado que a taxa acordada é uma taxa nominal, então vamos recorrer ao principio
da proporcionalidade para calcular a taxa efetiva semestral:
i( k ) i( 2 ) 12%
i( k ) = k .ik ⇔ ik = Ou seja, i2 = ⇔ i2 = ⇔ i2 = 6% a.s.
k 2 2
C0 500000 500000
Assim, atendendo a que P= Então, P= ⇔P= ⇔ P = 101681.31€
an a6 4.91732433
i i = 6%
M M M M M M
n Cn−1 = Cn− 2 − R J n = Cn−1 ⋅ i R Pn = J n + R Cn = Cn −1 − R
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Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: (Cont.)
Modalidade de amortização de prestações variáveis, com amortização de capital
constante
Exemplo 1: Um empréstimo no montante de 600.000€ vai ser liquidado nos próximos 3 anos através de prestações
semestrais variáveis, sendo a amortização do capital constante. A taxa acordada foi a taxa nominal anual de 12%.
a) Determine o montante da amortização de capital em cada semestre.
b) Construa o quadro do serviço da dívida.
a) Como o empréstimo vai ser amortizado em prestações semestrais de capital e juros, para calcular estes últimos temos que
utilizar a taxa de juro efetiva semestral. Dado que a taxa acordada é uma taxa nominal, então vamos recorrer ao principio
da proporcionalidade para calcular a taxa efetiva semestral:
i( k ) i( 2 ) 12%
i( k ) = k .ik ⇔ ik = Ou seja, i2 = ⇔ i2 = ⇔ i2 = 6% a.s.
k 2 2
C0 600000
Assim, atendendo a que R= Então, R = = 100000€
n 6
C0 − J 1 = P × an ⇔ C0 = P ×
i d
C0
Assim, o montante da 1.ª amortização/parcela de reembolso de capital é dado por R1 =
sn
i
C p = R1 . ⇔ C p = R1 .s n − p
i i
99
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros – outras modalidades particulares:
(Cont.)
Modalidade de amortização com prestações constantes - sistema alemão
d
i
Taxa de juro: i Taxa de desconto equivalente: d =
1+ i
0 J 1 = C0 ⋅ d C0
J 2 = C1 ⋅ d C0
1 C0 R1 =
sn C1 = C0 − R1
i
2 C1 = C0 − R1 J 3 = C2 ⋅ d R2 = P − J 3 C2 = C1 − R2
3 C2 = C1 − R2 J 4 = C3 ⋅ d R3 = P − J 4 C3 = C2 − R3
n-1 Cn − 2 = Cn −3 − Rn − 2 J n = Cn −1 ⋅ d Rn −1 = P − J n Cn −1 = Cn − 2 − Rn −1
n Cn −1 = Cn − 2 − Rn −1 Rn = P Cn = Cn−1 − Rn
100
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros – outras modalidades particulares:
(Cont.)
Modalidade de amortização com prestações constantes - sistema alemão
Exemplo 1: Um empréstimo no montante de 200.000€ vai ser liquidado nos próximos 4 anos através do sistema de
amortização alemão, sendo praticada a taxa de juro anual de 6%.
a) Determine o montante de cada uma das prestações (anualidades).
b) Determine o montante dos juros correspondentes à 1.ª prestação.
c) Construa o quadro do serviço da dívida.
a) Como se trata do sistema alemão e sendo conhecida a taxa de juro, temos que calcular a taxa de desconto através da
fórmula: i 0.06
d= Assim, d = = 5,66%
1+ i 1 + 0.06
C0
Tendo em conta que a prestação (constante) se calcula aplicando a fórmula: P=
1 − (1 − d )
n
d
200000 200000
Então, a prestação a pagar é no montante de: P = 4 ⇔ P = ⇔ P = 54450.91€
1 − (1 − 0.0566 ) 3.673032918
0.0566
b) O montante dos juros correspondentes à 1.ª prestação, pode-se calcular por diferença entre o montante da prestação
(calculada na alínea anterior) e o montante da 1.ª parcela de amortização de capital, a qual se calcula através da fórmula:
C0 200000 200000
R1 = Assim, R1 = = ≅ 45718.30€
sn s4 4.374616
i i = 6%
Deste modo, sabendo que a 1.ª prestação inclui a 1.ª parcela de amortização de capital e o juro referente ao 2.º
ano, então o juro correspondente à 1.ª prestação é no montante de:
Prestação: 54.450,91€
0 11.320 200.000
4 54451,22 -- 54451,22 --
De acordo com a lei de sucessão de dois termos consecutivos, a relação existente entre duas prestações
consecutivas, resulta em
Pp − Pp +1 = R ⋅ ( p ⋅ i − 1)
Do mesmo modo, a relação entre a prestação de um dado período e a primeira prestação, resulta em :
p (1 + p )
Pp = C p −1 ⋅ i + p ⋅ R Do mesmo modo, Pp +1 = p ⋅ R + P1 − R ⋅ i ⋅
2
p (1 + p )
C p −1 = C 0 − R ⋅
2
103
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros – outras modalidades particulares: (Cont.)
2
C1 = C0 − R1 J 2 = C1 ⋅ i R2 = 2 ⋅ R C2 = C1 − R2
C2 = C1 − R2 J 3 = C2 ⋅ i R3 = 3 ⋅ R C3 = C2 − R3
3
N Cn −1 = Cn − 2 − Rn −1 J n = Cn−1 ⋅ i Rn = n ⋅ R Cn = Cn−1 − Rn
104
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: (Cont.)
Assim, as prestações a pagar a partir do período k, durante n períodos, são semelhantes a uma renda normal,
inteira, temporária, diferida de k períodos, pelo que
C0
C 0 = P ⋅ a n ⋅ (1 + i )
−k
Assim, P=
a n ⋅ (1 + i )
−k
i
i
A primeira parcela de reembolso, que designaremos por A1′ , calcula-se do seguinte modo
C (1 + i )
k
sn
i
Do mesmo modo, para calcular a parcela de amortização em qualquer período p, utiliza-se a fórmula:
− ( n − p +1 )
R ′p = P ⋅ (1 + i )
Deste modo, o capital em dívida no fim do período k+p, pode-se calcular através da fórmula:
C k + p = P ⋅ an− p
i
105
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: (Cont.)
Taxa de juro: i
Capital em Dívida Prestação Capital em Dívida
Períodos
no início do período Juro Amortização do Capital no fim do período
1 C0 -- -- C1 = C0 ⋅ (1 + i )
C1 = C0 ⋅ (1 + i ) C 2 = C0 ⋅ (1 + i )
2
2 -- --
…. …. …. …. ….
C k = C0 ⋅ (1 + i )
k
Ck −1 = C0 ⋅ (1 + i )
k −1
k
J 1 = C0 ⋅ (1 + i ) ⋅ i C0 (1 + i )
k k
C k = C0 ⋅ (1 + i ) Ck +1 = C0 (1 + i ) − R1′
k k
k+1 R1′ =
= P − R1′ sn
i
C k +1 = C0 (1 + i ) − R1′
k
k+2 J 2 = Ck +1 .i R2′ = P − J 2 = R1′ ⋅ (1 + i ) Ck + 2 = Ck +1 − R2′
….. …… …….. ………. ……….
Assim, as prestações a pagar a partir do período k, durante n períodos, são semelhantes a uma renda normal,
inteira, temporária, pelo que
C0
C0 = P ⋅ an Assim, P=
i an
i
sn
i
Do mesmo modo, para calcular a parcela de amortização em qualquer período p, utiliza-se a fórmula:
− ( n − p +1 )
R p = P ⋅ (1 + i )
Deste modo, o capital em dívida no fim do período k+p, pode-se calcular através da fórmula:
C k + p = P ⋅ an− p
i
107
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: (Cont.)
Taxa de juro: i
Capital em Dívida Prestação Capital em Dívida
Períodos
no início do período Juro Amortização do Capital no fim do período
1 C0 J 1 = C0 ⋅ i -- C1 = C0
2 C1 = C0 J 2 = C0 ⋅ i -- C 2 = C0
…. …. …. …. ….
k C k −1 = C0 J k = C0 ⋅ i -- C k = C0
C0
C k = C0 ⋅ (1 + i ) C k +1 = C0 − A1
k
k+1 J k +1 = C 0 ⋅ i R1 =
sn
i
k+2 C k +1 = C0 − R1 J k + 2 = Ck +1 .i R2 = P − J k + 2 = R1 ⋅ (1 + i ) Ck + 2 = Ck +1 − R2
….. …… …….. ………. ……….
k+n Ck + n−1 = Ck + n − 2 − Rk + n −1 J k + n = Ck + n −1 .i Rk + n = P − J k + n = R1 ⋅ (1 + i )
n −1
Ck + n = Ck + n −1 − Rn
108
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: (Cont.)
Exemplos de aplicação
Exemplo 1: Um empréstimo no montante de 100.000€ vai ser liquidado nos próximos 4 anos, sendo a taxa de juro
acordada de 12% a.a Construa o quadro de serviço de dívida (ou quadro de amortização) considerando que: .
a) O empréstimo vai ser amortizado pelo sistema francês.
b) O empréstimo vai ser amortizado pelo sistema alemão.
c) O empréstimo vai ser amortizado através de parcelas de amortização constantes de capital.
d) O empréstimo vai ser amortizado por prestações constantes com amortização de capital em progressão
aritmética.
e) O empréstimo vai ser amortizado por prestações constantes com diferimento de um ano (em três prestações).
f) O empréstimo vai ser amortizado por prestações constantes com carência de um ano (em três prestações).
C0
a) Quadro de serviço de dívida – sistema francês Atendendo a que P=
an
Valor nominal do empréstimo: 100.000€ Então,
i
Prestação: 32923.44€
100000
Taxa de juro: i=12% a.a. (em Euros) P= ⇔
a4
i =12%
Capital em Dívida Prestação Capital em Dívida
Semestres
no início do período Juro Reembolso do Capital no fim do período
No sistema alemão como os juros são pagos antecipadamente, temos que encontrar a taxa de desconto equivalente à
taxa de juro: i 0.12
d= ⇔d= ≅ 10.71%
1+ i 1 + 0.12
C0 100000
Atendendo a que P= Então, P= ⇔ P = 29394.01€
1 − (1 − d )
n
1 − (1 − 0.1071)
4
d 0.1071
C0
o montante da 1.ª parcela de amortização de capital, calcula-se através da fórmula: R1 = ⇔
sn
i
100000 100000
R1 = = = 20923.44€
s4 4.779328
i =12%
Quadro de serviço de dívida – sistema alemão
Valor nominal do empréstimo: 100.000€
Prestação: 29394.01€
Taxa de juro: i=12% a.a. d=10,71% (em Euros)
Capital em Dívida Prestação Capital em Dívida
Semestres
no início do período Juro Reembolso do Capital no fim do período
0 10710 100000
1 100000 8470.57 20923.44 79076.56
2 79076.56 5959.76 23434.25 55642.31
3 55642.31 3147.65 26246.36 29395.95
4 29395.95 0 29395.95 0
110
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: Exemplos de aplicação (Cont.)
Exemplo 1: (Cont.)
c) Amortização através de prestações variáveis com parcelas de amortização de capital constantes.
100000
C0
Assim, atendendo a que R= Então, R=
= 25000€
n 4
Quadro de serviço de dívida – com parcelas de amortização de capital constantes
Valor nominal do empréstimo: 100.000€
Taxa de juro: i=12% a.a. (em Euros)
Capital em Dívida Prestação Capital em Dívida
Semestres
no início do período Juro Reembolso do Capital no fim do período
0 100000
1 100000 12000 25000 75000
2 75000 9000 25000 50000
3 50000 6000 25000 25000
4 25000 3000 25000 0
1.º - Cálculo do montante da 1.ª parcela de amortização/reembolso de capital, e consequentemente a razão da p.a.,
2 ⋅ C0 2 × 100000
R= Então, R= = 10000€
n ⋅ (1 + n ) 4 × (1 + 4 )
111
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: Exemplos de aplicação (Cont.)
Exemplo 1: (Cont.)
0 100000
1 100000 12000 10000 90000
2 90000 10800 20000 70000
3 70000 8400 30000 40000
4 40000 4800 40000 0
C0 Então, P =
100000 100000
= 46631.09€
P= −1 =
a ⋅ (1 + 0.12) 2.40183125 × 1.12 −1
an ⋅ (1 + i )
−k
3
i =12%
i
2.º - Cálculo do montante dos juros incluídos na primeira prestação: J 1 = 100000 × (1 + 0.12 ) × 0.12 = 13440€
3.º - Cálculo do montante da amortização de capital incluída na primeira prestação: R1 = 46631.09 − 13440 = 33191.09€
112
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: Exemplos de aplicação (Cont.)
Exemplo 1: (Cont.)
0 100000
1 112000
2 112000 13440 33191.09 78808.91
3 78808.91 9457.07 37174.02 41634.89
4 41634.89 4996.19 36638.07 0
C0 P=
100000 100000
= 41634.90€
P= Então,
a3
1 =
⋅ (1 + 0.12 ) 2.40183125
an i =12%
i
2.º - Cálculo do montante dos juros incluídos na primeira prestação: J 1 = 100000 × 0.12 = 12000€
3.º - Cálculo do montante da amortização de capital incluída na primeira prestação: R1 = 41634.90 − 12000 = 29634.90€
113
Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: Exemplos de aplicação (Cont.)
Exemplo 1: (Cont.)
0 100000
1 12000 100000
2 100000 12000 29634.90 70365.10
3 70365.10 8443.81 33191.09 37444.01
4 37444.01 4493.28 37444.01 0
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Capítulo V – Amortização de Empréstimos
….Com pagamentos escalonados de capital e juros: Exemplos de aplicação (Cont.)
Exemplo 2: Um empréstimo deve ser amortizado em quatro anos, mediante uma renda de quatro anuidades constantes postecipadas.
Sabendo que as 1ª e 2ª quotas de capital são, respectivamente, 4309,42 € e 4740,36€, calculados supondo taxa invariável de juro,
construa o quadro de amortização previsional.
Os dados deste problema são os seguintes: R1 = 4309.42€ R2 = 4740.36€
O sistema de amortização é o sistema francês com n = 4
Para podermos construir o quadro do serviço de dívida precisamos determinar o montante do empréstimo em causa C0 , e a
taxa de juro praticada i
Com os dados disponíveis, e tendo em conta as seguintes relações no sistema de amortização francês,
R p +1 = R p (1 + i ) R2 = R1 (1 + i ) 4740.36 = 4309.42 × (1 + i )
Sabe-se que
C Logo, C ⇔ C ⇔
R1 = 0 R1 = 0 4309.42 = 0
sn s4 s4
i i i
Como já determinamos a taxa de juro acordada, podemos substituir o seu valor na 2.ª equação do sistema, logo
Exemplo 2: (Cont.)
Como já determinamos o montante do empréstimo em causa (= 20000€) e a taxa de juro praticada (i=10%), já podemos
construir o quadro do serviço de dívida
A prestação a pagar em cada ano – anuidade – como se sabe é composta pelo reembolso do capital mais o juro do período,
assim,
P = R1 + J 1 = R1 + C0 ⋅ i = 4309 .42 + 20000 × 0.1 = 6309.42€
Prestação P = 6309.42
Taxa de juro i ≅ 10% a.a.
Capital em dívida no Capital em dívida no
Anos juros Reembolso capital Anuidade
inicio do período fim do período
0 20.000