Curso Hipnose Natural - Francisco Di Biase
Curso Hipnose Natural - Francisco Di Biase
Curso Hipnose Natural - Francisco Di Biase
Pela primeira vez na história humana temos condições científicas para entender a
natureza da consciência e sua relação com as práticas de educação, saúde e
espiritualidade.
A consciência não é um problema científico qualquer, mas uma questão que nos
interessa muito de perto, pois é por meio de nossa consciência que nos situamos no
mundo. A compreensão de sua natureza pode nos conduzir a uma nova concepção de
nós mesmos e de nosso lugar no universo.
O Código Cósmico
- Cosmosfera
- Biosfera
- Noosfera
- Conscienciosfera
No entanto, nos mesmos anos 90, filósofos da mente como David Chalmers,
clamaram que o “substrato neural” da consciência, não é a mesma coisa que a
consciência em si e que devemos estar alertas para o que ele denomina hard problem
(o problema difícil) e easy problem (o problema fácil). O “easy problem” - que não é
tão fácil assim como pensam os filósofos - refere-se ao que compreendemos sobre o
funcionamento do cérebro e a experiência consciente, através da aplicação da
moderna neurociência e da tecnologia de neuro-imagem. O “hard problem” seria a
experiência interior, nossa e dos outros, que se experiencia ao olharmos, por exemplo,
uma rosa vermelha, ou seja, a qualidade da nossa experiência consciente, também
conhecida como qualia. A rosa vermelha que admiramos e cheiramos não é a mesma
coisa que o substrato neural dessa experiência. A “vermelhitude” da rosa não são os
comprimentos de onda que correspondem à cor vermelha, que nossos modernos
computadores estão descrevendo!
Não-localidade
Neste sentido, diz Bohm em um diálogo com Ruppert Sheldrake que, tal como
na teoria dos Campos Mórficos de Sheldrake, “o potencial quântico está atuando como
um campo formativo sobre o movimento dos elétrons. Este campo formativo não
pode existir em três dimensões e tem que ter conexões não-locais ou sutis. Então,
haveria uma totalidade em relação ao sistema ,de tal forma que o campo formativo
não poderia ser atribuído àquela partícula somente; ele só pode ser atribuído ao todo
e, alguma coisa que esteja acontecendo a partículas muito distantes, pode afetar o
campo formativo de outras partículas. Poderia, então, haver uma transformação “não-
local” do campo formativo de um certo grupo para um outro grupo. Portanto, quando
tentamos compreender o que a Mecânica Quântica tem a dizer sobre um tal
modelo,você encontra uma muito forte analogia com o campo formativo”.
“ Sim, pode ser mesmo uma homologia; pode ser um modo diferente de dizer a
mesma coisa! ”
“As ondas de matéria, conforme sugerido originalmente por De Broglie, são a causa
formativa. O potencial quântico é o campo formativo que derivamos das ondas
generalizadas de De Broglie”.
Vemos, portanto, nas próprias palavras de seus criadores, que existe uma
analogia praticamente perfeita entre a Teoria Quântico-Holográfica da Totalidade e da
Ordem Implícita, de David Bohm e a Teoria da Ressonância Mórfica e dos Campos
Morfogenéticos, de Ruppert Sheldrake.
Sistemas Holográficos
O relevante aqui para nós é que, nos sistemas holográficos, cada parte do
sistema contém a informação do todo, ou seja, a informação completa sobre o objeto.
Se quebrarmos a placa em pedaços, cada parte refletirá a imagem tridimensional do
objeto no espaço, demonstrando que o todo está nas partes, assim como cada parte
está no todo. Esta propriedade fundamental dos sistemas holográficos foi descrita por
Dennis Gabor, que ganhou o Prêmio Nobel pela criação matemática do holograma.
Tal como no piano a harmonia, a música que ouvimos não está localizada no
piano, mas no campo ressonante que o circunda; as memórias de um indivíduo não
estão localizadas somente no cérebro, mas também no campo de informação
holográfica que o envolve, se interconectando instantaneamente de modo não-local
ao campo holográfico universal. Os conceitos orientais de arquivos akáshicos e
consciência cósmica das tradições espirituais orientais são uma bela metáfora deste
processo universal!
Matéria e Mente
E mais adiante:
O universo holográfico
Bohm afirma que “na ordem implícita tudo está introjetado em tudo. Todo o
universo está em princípio introjetado em cada parte, ativamente, por meio do
holomovimento. O processo de introjeção não é meramente superficial ou passivo e
cada parte está, num sentido fundamental, internamente relacionada em suas
atividades básicas ao todo e a todas as outras partes.
Metáforas alquímicas como “tudo o que está em cima é igual a tudo o que está
embaixo” e concepções como “o todo no tudo e o tudo no todo” , de Hermes
Trimegistus, descritas no Cabaillon, assim como o simbolismo das afirmações judaico-
cristãs do tipo “O pai está dentro de nós” e “Assim na terra como no céu” , são
exemplos de que essa concepção holográfica está enraizada nos arquétipos da
consciência humana desde os mais antigos pensamentos registrados.
No distante castelo celeste do grande deus Indra existe uma maravilhosa rede de jóias
preciosas, dispostas de tal modo que se extendem infinitamente em todas as direções.
Cada jóia é um “olho” brilhante da rede e, como a rede é infinita em todas as
dimensões, as jóias são em número infinito. Suspensas como estrelas brilhantes de
primeira magnitude, são uma visão maravilhosa para os olhos. Se olharmos de perto
uma das jóias veremos, em sua superfície, o reflexo de todas as outras jóias e, cada
uma das jóias refletida nela, está refletindo também todas as outras jóias, num infinito
processo de reflexão.
Em sua Monadologia, Leibnitz afirma que cada mônada, tal como um pequeno
espelho, reflete sua própria imagem do universo.
Pribram afirma que, além de cada organismo refletir o universo, é possível que
o universo esteja refletindo cada organismo que o observa. Tal como na extrojeção e
na introjeção das ordens Implícita e Explícita da teoria de Bohm.
Fritz Popp demonstrou que o corpo humano emite fótons de luz (por ele
denominados biofótons) e que esses biofótons são capazes de ser transmitidos através
dos tecidos humanos por meio de um processo denominado superradiância, no qual
não ocorre nenhuma perda de energia ou informação.
Por meio desse processamento quântico, cada neurônio poderia fazer login e
ao mesmo tempo falar com outros neurônios simultaneamente, de modo não-local
(entanglement), criando uma coerência global das ondas por todo o cérebro, gerando
o processo de superradiância. Os fótons poderiam, assim, ser transmitidos ao longo
dos micro-túbulos como se fossem transparentes, por um processo físico conhecido
como transparência auto-induzida, comunicando-se com todos os outros fótons do
nosso corpo de modo instantâneo e não-local. Isso geraria uma cooperação coletiva
das partículas subatômicas nos micro-túbulos, que seria distribuída por todo o sistema
nervoso e, provavelmente, por todas as células do nosso corpo.
Kauffman, em seu mais recente livro Reinventing the Sacred, 2008, relata que
as pesquisas com moléculas envolvidas no processo de fotossíntese demonstraram
que a molécula de clorofila, que captura o fóton, e a proteína antena, que a mantém,
suportam um estado de coerência quântica por um tempo muito longo. Parece que a
proteína antena suprime a decoerência, reinduzindo coerência em partes decoerentes
da molécula de clorofila. Kauffman afirma que “desde que a super elevada eficiência
na transferência de energia luminosa para energia química é crítica para a vida, esses
resultados sugerem muito fortemente que a seleção natural atuou sobre a proteína
antena para melhorar sua habilidade de sustentar o estado de coerência quântica”.
Este tipo de comprovação, que vem sendo replicada em diversos centros
internacionais, termina finalmente com as críticas infundadas de alguns físicos
quânticos sobre a impossibilidade de fenômenos quânticos ocorrerem em sistemas
biológicos, devido à decoerência quântica e às altas temperaturas do tecido que
estariam em jogo!
Esses processos quânticos, distribuídos por todo o organismo, nos permitem
conceber uma teoria unificada da mente e da matéria, tal como a totalidade cósmica
indivisível de David Bohm e conceber o universo, o corpo e a consciência como uma
vasta e dinâmica rede holoinformacional inteligente de troca de informações, energia
e matéria.
O cérebro, que é parte desta realidade manifesta, gera sua própria realidade
espectral a partir de campos quântico-holográficos, que se formam nos padrões de
interferência de ondas nas interseções das flutuações, nas finas fibras
telesinaptodendriticas, descritas por Pribram. Pribram denomina esta realidade
espectral de “domínio pré-espaço-temporal de realidade potencial, porque na
realidade experienciada de cada momento navegamos no espaço-tempo” e, mais
adiante, mostra que “um modo de interpretar o diagrama de Fourier é olhar a matéria
como sendo uma “ex-formação”, uma forma de fluxo externalizada ( extrusa, palpável,
concentrada). Por contraste, o pensamento e sua comunicação (mentalização) são a
conseqüência de uma forma “internalizada” (negentrópica) de fluxo, sua “in-
formação”.
Este campo quântico-holográfico universal pode ser compreendido como uma rede
cósmica inteligente?
“O bem consiste em preservar a vida, em lhe dar suporte, em procurar levá-la ao seu
mais alto valor. O mal consiste em destruir a vida, em ferí-la ou destruí-la em plena
florescência”.
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