LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.738-2019-Compilac?o Da LOMPSC
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.738-2019-Compilac?o Da LOMPSC
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.738-2019-Compilac?o Da LOMPSC
738
DE 23/1/2019
Procedência: Mesa
Natureza: PLC/0035.7/2017
DOE: 20.941 de 24/01/2019
Fonte: ALESC/GCAN.
Consolida as Leis que instituem a Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de Santa
Catarina.
Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembleia Legislativa decreta e eu
sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 1º Esta Lei Complementar tem por objetivo consolidar as Leis que instituem a Lei
Orgânica do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, nos termos da Lei
Complementar nº 589, de 18 de janeiro de 2013.
Parágrafo único. A presente consolidação não importa a geração de novos direitos, mas, tão
somente, a manutenção integral de todos os direitos plenamente adquiridos nos termos das
Leis consolidadas referidas no art. 2º desta Lei Complementar.
Art. 2º Ficam consolidadas, nos termos desta Lei, a Lei Complementar nº 197, de 13 de julho
de 2000; Lei Complementar nº 277, de 27 de dezembro de 2004; Lei Complementar nº 298,
de 4 de outubro de 2005; Lei Complementar nº 359, de 8 de maio de 2006; arts. 8º; 9º; 10;
11; 12 e 13 da Lei Complementar nº 368, de 14 de dezembro de 2006; Lei Complementar nº
424, de 1º de dezembro de 2008; Lei Complementar nº 434, de 7 de janeiro de 2009; Lei
Complementar nº 448, de 13 de julho de 2009; Lei Complementar nº 461, de 22 de outubro
de 2009; Lei nº 15.694, de 21 de dezembro de 2011; Lei Complementar nº 573, de 5 de julho
de 2012; Lei Complementar nº 594, de 9 de abril de 2013; Lei nº 16.520, de 22 de dezembro
de 2014; Lei Complementar nº 647, de 24 de junho de 2015; arts. 1º, 2º, 3º e 5º da Lei
Complementar nº 665, de 16 de dezembro de 2015; arts. 10 e 11 da Lei Complementar nº
683, de 16 de dezembro de 2016; e, Lei Complementar nº 693, de 3 de abril de 2017.
LIVRO I
DA AUTONOMIA, DA ORGANIZAÇÃO E
DAS ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E DA AUTONOMIA
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 3º O Ministério Público é Instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
CAPÍTULO II
DA AUTONOMIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
VII– prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de
opção, remoção, promoção e demais formas de provimento derivado;
§ 6º O controle interno a que se refere o § 5º deste artigo deve ser realizado por auditores,
ocupantes de cargos de provimento efetivo e integrantes do quadro de servidores do
Ministério Público.
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CAPÍTULO I
DA ESTRUTURA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
SEÇÃO I
DOS ÓRGÃOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
I – da Administração Superior;
II – da Administração;
III– de Execução; e
IV– Auxiliares.
SEÇÃO II
DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
I – a Procuradoria-Geral de Justiça;
SEÇÃO III
DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO
I – as Procuradorias de Justiça; e
II – as Promotorias de Justiça.
SEÇÃO IV
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
I – o Procurador-Geral de Justiça;
V – as Coordenadorias de Recursos; e
VI – os Promotores de Justiça.
SEÇÃO V
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
VI – os Estagiários; e
CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
SEÇÃO I
DA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA
SUBSEÇÃO I
DA ESCOLHA, NOMEAÇÃO E POSSE
DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA
Art. 10. O Procurador-Geral de Justiça deve ser nomeado pelo Chefe do Poder Executivo,
dentre os membros do Ministério Público com mais de 10 (dez) anos de carreira integrantes
de lista tríplice elaborada na forma desta Lei Complementar, para mandato de 2 (dois) anos,
permitida uma recondução, observado o mesmo procedimento.
§ 10. A Comissão Eleitoral requisitará pessoal e todos os materiais necessários para o bom
andamento das eleições.
§ 11. Findas a votação e apuração, que deve ser imediata e incumbirá à Comissão Eleitoral,
após decidir sobre eventuais reclamações ou protestos, ainda que apresentados oralmente,
remeter ata circunstanciada dos seus trabalhos ao Colégio de Procuradores de Justiça, a
quem compete julgar, em 2 (dois) dias, os recursos interpostos nas 24 (vinte e quatro) horas
seguintes ao encerramento dos trabalhos, homologando, logo após, o resultado da eleição.
§ 13. Serão incluídos na lista tríplice, em ordem decrescente, os nomes dos 3 (três)
candidatos mais votados. Em caso de empate, deve ser incluído o nome do candidato mais
antigo na carreira.
§ 14. Caso o Chefe do Poder Executivo não nomeie o Procurador-Geral de Justiça nos 15
(quinze) dias que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, será havido,
automaticamente, por investido no cargo o membro do Ministério Público mais votado, para
exercício do mandato, resolvendo-se eventual empate em favor do mais antigo na carreira.
§ 16. Não podendo comparecer à sessão solene do Colégio de Procuradores de Justiça, por
motivo justificado, o nomeado poderá ter prorrogada a data da sua posse por até 90
(noventa) dias.
§ 17. Na hipótese prevista no § 16 deste artigo, o mandato deve ser iniciado pelo Procurador
de Justiça mais antigo no grau, que exercerá o cargo até a efetiva posse do Procurador-
Geral de Justiça.
SUBSEÇÃO II
DA SUBSTITUIÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA
SUBSEÇÃO III
DA DESTITUIÇÃO DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA
Art. 14. A destituição do Procurador-Geral de Justiça, que somente poderá ocorrer por
iniciativa do Colégio de Procuradores de Justiça, terá cabimento em caso de abuso de
poder, conduta incompatível ou grave omissão nos deveres do cargo.
§ 4º O processo deve ser presidido pelo Procurador de Justiça mais antigo no grau.
SUBSEÇÃO IV
DAS ATRIBUIÇÕES DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA
COMO CHEFE DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 19. São atribuições do Procurador-Geral de Justiça, como Chefe do Ministério Público:
IX– expedir recomendações, sem caráter normativo, aos órgãos do Ministério Público, para
o desempenho de suas funções;
d) oferecer denúncia ou propor ação civil pública nas hipóteses de não confirmação de
arquivamento de inquérito policial ou civil, bem como de quaisquer peças de informação;
g) por ato excepcional e fundamentado, exercer funções processuais afeitas a outro membro
da Instituição, após prévia autorização do Conselho Superior do Ministério Público;
c) prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de
promoção, remoção, opção e demais formas de provimento derivado, e, ainda, dar posse e
exercício aos membros e servidores do Ministério Público;
f) praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal ativo e inativo da carreira e
dos serviços auxiliares, organizados em quadros próprios, bem como homologar o processo
de promoção dos servidores;
j) fixar e atribuir gratificação a servidores de outros órgãos públicos que prestem serviços ao
Ministério Público, bem como determinar o valor das bolsas de estudo instituídas por
convênio;
k) fixar o valor da bolsa mensal a ser pago aos estagiários do Ministério Público;
m) fixar o valor das diárias dos membros do Ministério Público e dos seus servidores,
disciplinando, por ato próprio, a forma do seu pagamento e prestação de contas;
n) deferir a averbação de tempo de serviço anterior, público ou particular, nos termos da lei,
aos membros, funcionários ou servidores do Ministério Público;
o) conceder férias, licenças, adicional por tempo de serviço e salário-família aos membros,
funcionários e servidores do Ministério Público, bem como deferir-lhes outras vantagens
asseguradas por lei;
f) exercer atos próprios de gestão dos fundos e recursos próprios, não originários do
Tesouro Estadual;
g) autorizar adiantamento;
a) expedir normas para a aplicação das multas de acordo com a legislação vigente;
b) autorizar:
3. a locação de imóveis;
4. homologar a adjudicação;
d) decidir sobre a utilização de prédios do Estado destinado ao Ministério Público, bem como
autorizar, fundamentadamente, a alteração de destinação das salas, gabinetes e locais de
trabalho do Ministério Público em qualquer edifício, ouvido o membro do Ministério Público
interessado;
c) expedir atos e instruções para a boa execução das Constituições Federal e Estadual, das
leis e regulamentos no âmbito do Ministério Público;
e) praticar todo e qualquer ato e exercer quaisquer das atribuições ou competências dos
órgãos, funcionários ou servidores subordinados;
§ 1º Feitas as designações referidas no inciso XII, alínea “h”, deste artigo, o Procurador-
Geral de Justiça encaminhará as respectivas portarias à autoridade competente da Justiça
Eleitoral para os fins de pagamento a que alude o inciso VI do art. 50 da Lei federal nº 8.625,
de 12 de fevereiro de 1993.
SEÇÃO II
DO COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA
§ 2º Caberá ao Órgão Especial o exercício das atribuições previstas no art. 21, exceto as de
seus incisos II, III, V, VI, XI, XIV, XV, XVII e XVIII, além de outras que lhe forem delegadas
ou atribuídas por lei, observado o disposto nos arts. 22 e 23 desta Lei Complementar,
competindo-lhe, também, elaborar o seu Regimento Interno.
§ 3º A eleição de que trata o §1º deste artigo deve ser realizada em Sessão do Colégio de
Procuradores de Justiça, no mês que anteceder ao término dos mandatos dos membros do
Órgão Especial, considerando-se eleitos os 11 (onze) Procuradores de Justiça mais
votados.
§ 4º No caso de empate na votação para a eleição dos membros do Órgão Especial, deve
ser considerado eleito o mais antigo no grau.
XII– deliberar, por maioria absoluta de seus membros, sobre proposta do Procurador-Geral
de Justiça, que exclua, inclua ou modifique as atribuições das Promotorias de Justiça ou dos
cargos dos Promotores de Justiça que as integram, bem como as atribuições dos órgãos
especiais referidos no § 3º do art. 47 desta Lei Complementar;
XV– fixar critérios objetivos para a distribuição equitativa dos processos entre os
Procuradores de Justiça que integram as Procuradorias de Justiça, observadas as regras de
proporcionalidade, especialmente a alternância em função da natureza, volume e espécie
dos feitos, desde que não sejam elas definidas consensualmente pelos Procuradores de
Justiça;
XIX– desempenhar outras atribuições que lhe forem conferidas por lei.
Art. 22. As decisões do Colégio de Procuradores de Justiça serão tomadas por maioria
simples de votos, presente a maioria absoluta de seus membros, cabendo ao Presidente
também o voto de desempate, ressalvadas as exceções previstas nesta Lei Complementar e
na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público.
Parágrafo único. As decisões do Colégio de Procuradores de Justiça serão motivadas e
publicadas por extrato, salvo nas hipóteses legais de sigilo ou por deliberação da maioria de
seus integrantes, resguardado o direito do interessado em postular certidão de sua íntegra.
Art. 23. Além das reuniões ordinárias, conforme estabelecido pelo Regimento Interno, o
Colégio de Procuradores de Justiça poderá reunir-se extraordinariamente por convocação
de seu Presidente ou de um terço de seus membros.
SEÇÃO III
DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 25. A eleição a que se refere o art. 24 desta Lei Complementar deve ser realizada na
primeira quinzena do mês de agosto dos anos pares, podendo o eleitor votar em cada um
dos elegíveis até o número de cargos postos em eleição, de acordo com as instruções
baixadas pelo Colégio de Procuradores de Justiça, observadas as seguintes normas:
II – apuração pública, logo após o encerramento da votação, realizada por comissão eleitoral
designada pelo Colégio de Procuradores de Justiça, sob a presidência do mais antigo;
III– proclamação imediata dos eleitos, após solução de eventuais incidentes pela comissão,
devendo ser lavrada ata pelo mais moderno;
IV– do pleito caberá impugnação, mediante recurso, com efeito suspensivo, ao Colégio de
Procuradores de Justiça, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contado da publicação do
resultado no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público;
VI – havendo recurso, este será decidido pelo Colégio de Procuradores de Justiça no prazo
de 2 (dois) dias.
Art. 26. Somente poderão concorrer às eleições referidas no art. 25 desta Lei Complementar
os Procuradores de Justiça que se inscreverem como candidatos ao cargo, mediante
requerimento dirigido ao Presidente do Colégio de Procuradores de Justiça, durante a
primeira quinzena do mês de julho do ano da eleição.
Art. 27. Os Procuradores de Justiça que se seguirem aos eleitos serão considerados seus
suplentes.
Art. 28. Em caso de empate, deve ser considerado eleito o mais antigo no grau.
Art. 29. Os membros eleitos do Conselho Superior do Ministério Público tomarão posse e
entrarão em exercício em sessão solene do Colégio de Procuradores de Justiça, a ser
realizada no primeiro dia útil do mês de setembro do ano da eleição.
Art. 31. São inelegíveis para o Conselho Superior do Ministério Público os Procuradores de
Justiça que estiverem afastados da carreira até 120 (cento e vinte) dias antes da data do
pleito e os que tenham exercido, ainda que por substituição, as funções de Procurador-Geral
de Justiça ou de Corregedor-Geral do Ministério Público até 90 (noventa) dias antes da data
do pleito.
Art. 32. O Conselho Superior do Ministério Público reunir-se-á por convocação do Presidente
ou por proposta da maioria de seus membros.
§ 1º As reuniões serão públicas, salvo nos casos de sigilo legal, delas lavrando-se ata
circunstanciada, na forma regimental.
Parágrafo único. A perda do mandato deve ser declarada pelo Conselho Superior, por
provocação de qualquer de seus membros, cabendo da decisão recurso com efeito
suspensivo ao Colégio de Procuradores de Justiça, no prazo de 5 (cinco) dias, contado da
sua publicação. O recurso deve ser decidido no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 34. A Secretaria do Conselho Superior do Ministério Público, caso não disponha de
modo diverso o seu Regimento Interno, deve ser exercida pelo Secretário-Geral do
Ministério Público, cabendo-lhe, dentre outras atribuições que lhe forem conferidas, lavrar as
atas das reuniões e promover as medidas administrativas que visem assegurar o pleno
funcionamento do órgão.
VII – convocar membro do Ministério Público para prestar esclarecimentos quando não
atender aos deveres funcionais;
XIII– elaborar, mediante voto plurinominal, as listas sêxtuplas a que se referem os arts. 94,
caput, e 104, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal;
XIX– indicar o nome do mais antigo membro do Ministério Público para remoção ou
promoção por antiguidade;
§ 1º Das decisões referentes aos incisos II, III, IV e XII, caberá recurso ao Colégio de
Procuradores de Justiça, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da publicação.
SEÇÃO IV
DA CORREGEDORIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 37. O Corregedor-Geral do Ministério Público deve ser eleito, por voto obrigatório e
secreto, pelo Colégio de Procuradores de Justiça, para mandato de 2 (dois) anos, permitida
uma recondução, observado o mesmo procedimento.
§ 1º São permitidas reconduções alternadas ao cargo de Corregedor-Geral do Ministério
Público, desde que observado sempre o procedimento de escolha previsto nesta Lei
Complementar.
§ 6º O Corregedor-Geral do Ministério Público poderá ser destituído pelo voto de dois terços
dos membros do Colégio de Procuradores de Justiça, em caso de abuso de poder, conduta
incompatível ou grave omissão dos deveres do cargo, por representação do Procurador-
Geral de Justiça ou da maioria dos seus integrantes, assegurada ampla defesa, observando-
se, quanto ao procedimento, no que couber, o disposto nos arts. 14 e 15 desta Lei
Complementar e no Regimento Interno do Colégio de Procuradores de Justiça.
Art. 40. O Corregedor-Geral do Ministério Público deve ser assessorado por Promotores de
Justiça da mais elevada entrância por ele indicados e designados a seu pedido pelo
Procurador-Geral de Justiça.
XIII– realizar inspeções nas Procuradorias de Justiça, quando autorizado nos termos desta
Lei Complementar, remetendo relatório reservado ao Colégio de Procuradores de Justiça;
XVII– requisitar das Secretarias dos Tribunais de Justiça, dos diversos cartórios ou de
qualquer repartição judiciária, cópias de peças referentes a feitos judiciais, certidões ou
informações;
§ 1º Dos assentamentos dos membros do Ministério Público, de que trata o inciso IV deste
artigo, deverão constar obrigatoriamente:
CAPÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
SEÇÃO I
DAS PROCURADORIAS DE JUSTIÇA
Art. 43. As Procuradorias de Justiça são órgãos de Administração do Ministério Público, com
cargos de Procurador de Justiça e serviços auxiliares necessários ao desempenho das suas
funções.
Art. 44. As Procuradorias de Justiça serão instituídas por ato do Colégio de Procuradores de
Justiça, mediante proposta do Procurador-Geral de Justiça, em que deverá constar:
I – fixação de tese jurídica, sem caráter vinculativo, inclusive para interposição de recursos
aos Tribunais Superiores, encaminhando-as ao Procurador-Geral de Justiça para
conhecimento e publicidade;
II – propor ao Procurador-Geral de Justiça a escala de férias individuais de seus integrantes;
IV– definir critérios para a presença de Procurador de Justiça nas sessões de julgamento
dos processos; e
Art. 45. Os serviços auxiliares das Procuradorias de Justiça serão instituídos e organizados
por ato do Procurador-Geral de Justiça.
SEÇÃO II
DAS PROMOTORIAS DE JUSTIÇA
Art. 46. As Promotorias de Justiça são órgãos de Administração do Ministério Público, com
um ou mais cargos de Promotor de Justiça e serviços auxiliares necessários ao
desempenho das funções que lhes forem cometidas na forma desta Lei Complementar.
Art. 47. As Promotorias de Justiça, que poderão ser judiciais e extrajudiciais, especializadas,
gerais ou cumulativas, serão organizadas por ato do Procurador-Geral de Justiça.
Art. 48. Cada Promotoria de Justiça deverá manter os livros, pastas e arquivos obrigatórios,
bem como o registro e controle permanente dos seus procedimentos e expedientes, findos
ou em andamento.
CAPÍTULO IV
DOS ÓRGÃOS AUXILIARES
SEÇÃO I
DA SECRETARIA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 52. Ao Secretário-Geral do Ministério Público compete, além das delegações que lhe
forem feitas pelo Procurador-Geral de Justiça:
III– autorizar adiantamento de despesa dentro dos limites impostos pelas dotações
orçamentárias, bem como firmar contratos, quando for o caso;
XIV– visar extratos para publicação no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público;
XV– zelar pelo cumprimento dos prazos fixados para o desenvolvimento dos trabalhos; e
SEÇÃO II
DOS CENTROS DE APOIO OPERACIONAL
Parágrafo único. Poderão ser designados membros do Ministério Público para prestar
serviços junto aos Centros de Apoio Operacional, vedada a designação dos que não tenham
vitaliciedade ou de Promotores de Justiça Substitutos.
III– estabelecer intercâmbio permanente com entidades ou órgãos públicos ou privados que
atuem em áreas afins, para obtenção de elementos técnicos especializados necessários ao
desempenho de suas funções;
VI – remeter informações técnico-jurídicas, sem caráter vinculativo, aos órgãos ligados à sua
atividade;
c) realização de convênios;
XII– exercer outras funções compatíveis com suas finalidades, definidas em ato do
Procurador-Geral de Justiça, vedado o exercício de qualquer atividade de órgão de
execução, bem como a expedição de atos normativos a estes dirigidos.
SEÇÃO III
DA COMISSÃO DE CONCURSO
SEÇÃO IV
DO CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 58. Para atingir seus objetivos, o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional
poderá relacionar-se, celebrar convênios e colaborar, pelos meios adequados, com outros
órgãos do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, com a Associação Catarinense
do Ministério Público, com os demais Ministérios Públicos, com os institutos educacionais,
com as universidades ou com outras instituições e entidades públicas ou privadas nacionais
ou estrangeiras.
SUBSEÇÃO II
DA ORGANIZAÇÃO E ATRIBUIÇÕES GERAIS
I – Conselho; e
II – Diretoria.
I – Presidente;
II – Vice-Presidente;
III– Secretário; e
IV – Conselheiros.
III– por 1 (um) membro do Colégio de Procuradores de Justiça eleito por seus pares; e
IV– por 2 (dois) membros do Ministério Público de Primeira Instância escolhidos pelo
Conselho Superior do Ministério Público.
Parágrafo único. A Presidência do Conselho será exercida pelo Procurador-Geral de Justiça
e a Vice-Presidência pelo Corregedor-Geral do Ministério Público.
III– fixar o valor de inscrição ou mensalidade a ser recolhida pelos interessados nas
atividades referidas no art. 57 desta Lei Complementar, à vista da estimativa de gastos a
serem reembolsados;
VI – aprovar convênios;
VIII– deliberar sobre a aplicação dos recursos do Fundo Especial referido no § 2º do art. 57
desta Lei Complementar;
SEÇÃO V
DOS ÓRGÃOS DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO
§ 5º A proibição a que alude o § 3º deste artigo não alcança o servidor ocupante de cargo de
provimento efetivo do quadro do Ministério Público, observada a compatibilidade do grau de
escolaridade do cargo de origem, caso em que a vedação ficará restrita à nomeação ou
designação para servir junto ao membro determinante da incompatibilidade.
SEÇÃO VI
DOS ESTAGIÁRIOS
SubSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL
SUBSEÇÃO II
DO ESTÁGIO
Art. 66. O número de estagiários será fixado por ato do Procurador-Geral de Justiça,
observados os limites legais, que deverá submeter a proposta à deliberação prévia do
Colégio de Procuradores de Justiça.
Art. 67. O estágio não confere vínculo empregatício com o Estado, sendo vedado estender
aos estagiários direitos ou vantagens asseguradas aos servidores públicos.
SUBSEÇÃO III
DA SELEÇÃO, DA DESIGNAÇÃO E DA POSSE
Art. 68. Os estagiários serão selecionados pela Procuradoria-Geral de Justiça por meio de
processo público de credenciamento, de caráter eliminatório, a ser definido em ato do
Procurador-Geral de Justiça.
III– válido por 6 (seis) meses, contados da data da publicação de sua homologação no
Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público, e prorrogável por igual período.
Art. 70. O ingresso em estágio no Ministério Público dar-se-á por meio de termo de
compromisso, devendo o candidato, para fins de investidura, no mínimo:
II – apresentar:
SUBSEÇÃO IV
DA DISPENSA
III– automaticamente:
c) caso deixar de comparecer para o desempenho de suas atividades por 8 (oito) dias
consecutivos ou 15 (quinze) intercalados, durante o ano civil;
IV– quando violar os deveres contidos no art. 77 ou incidir nas vedações de que cuidam o
art. 78 desta Lei Complementar.
SUBSEÇÃO V
DAS ATRIBUIÇÕES DOS ESTAGIÁRIOS
Art. 72. Incumbe ao estagiário, no exercício de suas funções:
III– o estudo das matérias que lhe sejam confiadas, propondo a adoção dos procedimentos
consequentes;
Parágrafo único. São atribuições específicas dos estagiários dos cursos de graduação em
Direito e de pós-graduação, respeitado o grau de complexidade inerente à formação
acadêmica de cada qual:
III– o estudo das matérias que lhe seja confiado, propondo a adoção dos procedimentos
consequentes, inclusive minutando peças para análise do órgão de execução respectivo;
IV– o atendimento ao público, nos limites da orientação que venha a receber; e
SUBSEÇÃO VI
DOS DIREITOS, DEVERES E VEDAÇÕES
Art. 75. O estagiário receberá bolsa mensal, cujo valor será fixado por ato do Procurador-
Geral de Justiça.
II – a período de recesso anual remunerado de 30 (trinta) dias, que coincidirá com o recesso
das atividades do Ministério Público, devendo eventual saldo ser gozado, preferencialmente,
durante o recesso escolar;
III– à licença, sem remuneração, por tempo que não prejudique o desenvolvimento e as
finalidades do estágio, com a anuência da chefia imediata e nos termos estabelecidos em
ato do Procurador-Geral de Justiça;
b) por 1 (um) dia, para alistamento militar ou seleção para o serviço militar;
e) sem limites de dias, por motivo de doença que impossibilite o exercício de suas funções
ou apresente risco de contágio.
II – cumprir o horário que lhe for fixado, registrando a frequência na forma estabelecida pela
Instituição;
IV– manter sigilo sobre fatos relevantes de que tiver conhecimento no exercício de suas
funções;
VIII– outros que se mostrarem essenciais ao bom e regular exercício das funções auxiliares,
fixados em ato do Procurador-Geral de Justiça.
VIII– exercer cargo, emprego ou função pública nos Poderes Judiciário e Legislativo ou na
Administração Pública direta ou indireta de quaisquer dos entes federativos.
SUBSEÇÃO VII
DAS TRANSFERÊNCIAS
Art. 79. Atendida a conveniência do serviço e com a anuência das respectivas chefias, será
possível a transferência de estagiário de um para outro órgão do Ministério Público:
II – de ofício, desde que respeitada a localidade para a qual tenha sido credenciado.
SUBSEÇÃO VIII
DA AVALIAÇÃO DO ESTAGIÁRIO
SEÇÃO VII
DA OUVIDORIA
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL
SUBSEÇÃO II
DO OUVIDOR
Art. 84. O Ouvidor, ocupante de cargo do mais elevado grau da carreira, será nomeado pelo
Procurador-Geral de Justiça, dentre integrantes de lista tríplice elaborada pelo Colégio de
Procuradores de Justiça, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma recondução,
observado igual procedimento.
§ 1º Durante o exercício do mandato, o Ouvidor ficará impedido de exercer outros cargos ou
funções no Ministério Público, salvo as inerentes ao cargo de Procurador de Justiça, e
somente poderá concorrer a cargo eletivo, no âmbito da Instituição, caso se afaste do
exercício da Ouvidoria com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da data da
eleição.
§ 2º O Ouvidor será substituído, nas suas faltas, impedimentos, férias e licenças, por
Procurador de Justiça por ele indicado e designado pelo Procurador-Geral de Justiça, após
aprovação do Colégio de Procuradores de Justiça.
Art. 85. O Ouvidor poderá ser destituído do cargo em caso de abuso de poder, conduta
incompatível e grave omissão nos deveres do cargo, observando-se o procedimento relativo
à destituição do Corregedor-Geral do Ministério Público.
SUBSEÇÃO III
DAS COMPETÊNCIAS
SUBSEÇÃO IV
DA COMUNICAÇÃO
III– por via telefônica, hipótese em que o conteúdo da conversação será gravado e reduzido
a termo, mediante autorização dos interlocutores; e
IV– por via eletrônica, por mensagem eletrônica ou na página oficial do Ministério Público na
Internet.
TÍTULO III
DAS ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CAPÍTULO I
DOS PLANOS E PROGRAMAS DE ATUAÇÃO INSTITUCIONAL
Art. 88. A atuação do Ministério Público deve levar em conta os objetivos e diretrizes
institucionais estabelecidos a cada 2 (dois) anos no Plano Geral de Atuação, destinados a
viabilizar a consecução de metas prioritárias nas diversas áreas de suas atribuições legais.
Art. 89. O Plano Geral de Atuação será estabelecido pelo Procurador-Geral de Justiça, com
a participação dos Centros de Apoio Operacional, Coordenadoria de Recursos,
Procuradorias e Promotorias de Justiça, ouvido o Conselho Consultivo de Políticas e
Prioridades Institucionais.
CAPÍTULO II
DAS FUNÇÕES INSTITUCIONAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
SEÇÃO I
DAS FUNÇÕES INSTITUCIONAIS
Art. 90. São funções institucionais do Ministério Público, nos termos da legislação aplicável:
VII– exercer a defesa dos direitos assegurados nas Constituições Federal e Estadual,
sempre que se cuidar de garantir-lhes o respeito:
VIII– exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisionais e dos que abriguem idosos,
crianças, adolescentes, incapazes ou pessoas portadoras de deficiência;
X – manifestar-se nos processos em que sua participação seja obrigatória por lei e, ainda,
quando entender cabível a intervenção em razão de interesse público, para assegurar o
exercício de suas funções institucionais, não importando a fase ou o grau de jurisdição em
que se encontrem os processos;
XI – interpor recursos;
XII– promover, além da ação civil pública, outras ações necessárias ao exercício de suas
funções institucionais, em defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis, interesses individuais homogêneos, especialmente
quanto à ordem econômica, à ordem social, ao patrimônio cultural, à probidade
administrativa e ao meio ambiente;
XIII– promover outras ações necessárias ao exercício de suas funções institucionais, nelas
incluído o mandado de injunção, sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
cidadania, quando difusos ou coletivos os interesses a serem protegidos;
XIV– exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua
finalidade, sendo-lhe vedadas a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades
públicas;
XVI– realizar audiências públicas sobre temas afetos a sua área de atuação, visando dirimir,
prevenir conflitos e buscar soluções, envolvendo a sociedade civil e os setores interessados;
XVII– exercer o controle externo da atividade policial, civil ou militar, podendo, entre outras
medidas administrativas e judiciais:
§ 2º A prisão de qualquer pessoa, por parte de autoridade policial estadual, deverá ser
comunicada imediatamente ao membro do Ministério Público que tenha atribuição para
apreciá-la, com indicação do lugar onde se encontra o preso e cópia dos documentos
comprobatórios da legalidade da prisão.
II – tomar as medidas previstas nas alíneas do inciso I deste artigo, quando se tratar de
procedimentos administrativos preparatórios do inquérito civil;
VII– dar publicidade dos procedimentos administrativos não disciplinares que instaurar e das
medidas que adotar;
IX– ter acesso incondicional a qualquer banco de dados de caráter público ou relativo a
serviço de relevância pública;
XI – representar:
§ 2º O membro do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e
documentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais de sigilo.
SEÇÃO II
DO INQUÉRITO CIVIL
Art. 93. A representação para instauração de inquérito civil que independe de formalidades
especiais será dirigida ao órgão do Ministério Público competente e deverá conter, sempre
que possível:
Art. 94. O inquérito civil, quando instaurado, instruirá a petição inicial da ação civil pública.
Art. 96. Depois de homologada pelo Conselho Superior do Ministério Público a promoção de
arquivamento do inquérito civil, do procedimento administrativo preparatório ou das peças de
informação, o órgão do Ministério Público somente poderá proceder a novas investigações
se tiver notícia de outras provas.
Art. 97. O órgão do Ministério Público, nos inquéritos civis ou nos procedimentos
administrativos preparatórios que tenha instaurado, e desde que o fato esteja devidamente
esclarecido, poderá formalizar, mediante termo nos autos, compromisso do responsável
quanto ao cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, ou das obrigações necessárias
à integral reparação do dano, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.
Art. 98. O inquérito civil instaurado para apurar violação de direito assegurado nas
Constituições Federal e Estadual ou irregularidade nos serviços de relevância pública
poderá ser instruído por meio de depoimentos colhidos em audiência pública.
§ 2º Se houver mais de uma causa bastante para a intervenção do Ministério Público, por
ele oficiará o órgão incumbido do zelo do interesse público mais abrangente.
Parágrafo único. O conflito deverá ser suscitado sempre que colidentes os interesses
patrocinados pelos diversos órgãos do Ministério Público, estabelecidos ou não em uma
mesma comarca.
CAPÍTULO III
DAS FUNÇÕES DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO
SEÇÃO I
DO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA
Art. 101. Além de outras previstas em normas constitucionais ou legais, são atribuições
processuais do Procurador-Geral de Justiça:
I – propor ação nos casos de infrações penais comuns e de crimes de responsabilidade, nas
hipóteses de competência originária do Tribunal de Justiça;
IV– impetrar, além de mandado de segurança, qualquer outro procedimento judicial para a
defesa dos direitos e interesses do Ministério Público;
VII– propor representação para fins de intervenção do Estado nos Municípios, para
assegurar a observância dos princípios indicados na Constituição do Estado, bem como
para prover a execução de lei, de ordem ou decisão judicial;
VIII– propor, nas hipóteses previstas em lei, ações rescisórias de julgados nos casos em que
a decisão rescindenda tiver sido proferida em processo de competência originária dos
Tribunais;
IX– propor, perante o Tribunal de Justiça, ação civil destinada à decretação da perda do
cargo e de cassação de aposentadoria ou de disponibilidade de membro vitalício do
Ministério Público, nas hipóteses previstas nesta Lei Complementar;
X – exercer as atribuições do Ministério Público nos processos referidos neste artigo e seus
incidentes, bem como nos casos previstos nos incisos I, V, VI, VII e VIII, quando a ação tiver
sido proposta por terceiros;
SEÇÃO II
DO COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA
Art. 102. Compete ao Colégio de Procuradores de Justiça rever, pelo voto da maioria
absoluta dos seus integrantes, decisão de arquivamento de inquérito policial ou peças de
informação determinada pelo Procurador-Geral de Justiça, nos casos de sua atribuição
originária:
§ 1º Ao recurso de que cuida este artigo aplica-se o disposto no § 2º do art. 93 desta Lei
Complementar.
SEÇÃO III
Art. 103. Ao Conselho Superior do Ministério Público cabe rever o arquivamento de inquérito
civil ou de peças de informação, na forma da lei e de seu Regimento Interno.
SEÇÃO IV
DOS PROCURADORES DE JUSTIÇA
Art. 104. Aos Procuradores de Justiça cabe exercer as atribuições de Ministério Público
junto ao Tribunal de Justiça, inclusive a de interpor recursos aos Tribunais Superiores,
desde que não privativas do Procurador-Geral de Justiça.
§ 2º O prazo para devolução dos autos com manifestação de Procurador de Justiça não
poderá, salvo situações especiais, exceder 30 (trinta) dias.
§ 3º Verificada a necessidade de medidas judiciais ou extrajudiciais de atribuição do
Ministério Público, os Procuradores de Justiça deverão providenciar para que sejam
encaminhadas as peças necessárias ao órgão de execução competente.
SEÇÃO V
DAS COORDENADORIAS DE RECURSOS
Parágrafo único. Podem ser designados membros do Ministério Público para prestar
serviços nas Coordenadorias de Recursos, vedada à designação dos que não tenham
vitaliciedade ou de Promotores de Justiça Substitutos.
I – interpor recursos judiciais, inclusive aos Tribunais Superiores, sem prejuízo da atribuição
concorrente de outros órgãos do Ministério Público;
III – pugnar pela defesa das teses jurídicas de interesse do Ministério Público sempre que
debatidas em recursos interpostos por seus órgãos ou pelas partes;
SEÇÃO VI
DOS PROMOTORES DE JUSTIÇA
Art. 107. Cabe aos Promotores de Justiça exercerem as atribuições de Ministério Público
junto aos órgãos jurisdicionais de primeira instância, competindo-lhes, ainda:
III– propor ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo municipal, em face da
Constituição Estadual, e ação de inconstitucionalidade por omissão, em face de preceito da
Constituição Estadual, no âmbito dos Municípios de sua atuação;
LIVRO II
DO ESTATUTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
TÍTULO I
DA CARREIRA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
I – Procurador de Justiça;
Art. 110. Os cargos da classe inicial serão providos por nomeação, em caráter vitalício,
mediante concurso público.
Art. 111. A vitaliciedade somente será alcançada após 2 (dois) anos de efetivo exercício, nos
termos desta Lei Complementar.
Art. 112. Não haverá provimento em cargo inicial da carreira do Ministério Público durante os
90 (noventa) dias anteriores à eleição para o cargo de Procurador-Geral de Justiça.
CAPÍTULO III
DO CONCURSO DE INGRESSO
Art. 113. O ingresso nos cargos iniciais da carreira dependerá da aprovação prévia em
concurso público de provas e títulos, organizado e realizado pela Procuradoria-Geral de
Justiça.
I – ser brasileiro;
VI – ter boa conduta social e não registrar antecedentes criminais incompatíveis com o
exercício da função.
Art. 114. O concurso será realizado nos termos de regulamento expedido pelo Conselho
Superior do Ministério Público.
§ 1º O edital de abertura do concurso fixará para as inscrições prazo não inferior a 30 (trinta)
dias, contado de sua publicação no Diário da Justiça do Estado, e deverá conter as
condições para inscrição, os requisitos para o provimento do cargo, as matérias sobre as
quais versarão as provas, bem como, se for o caso, os títulos que o candidato poderá
apresentar e os respectivos critérios de valoração.
§ 2º O edital será, ainda, publicado por 2 (duas) vezes, por extrato, em jornal diário de ampla
circulação no Estado.
Art. 116. O Procurador-Geral de Justiça marcará prazo para que os aprovados, obedecida à
classificação, formalizem a escolha da vaga dentre as que lhes forem colocadas à
disposição.
§ 1º O candidato aprovado que, por qualquer motivo, não manifestar sua preferência nessa
ocasião, perderá o direito de escolha, cabendo ao Procurador-Geral de Justiça indicar o
cargo para o qual deverá ser nomeado.
CAPÍTULO IV
DA POSSE E DO EXERCÍCIO
Art. 117. A posse será dada pelo Procurador-Geral de Justiça, em sessão solene do Colégio
de Procuradores de Justiça, mediante assinatura de termo de compromisso de
desempenhar com retidão os deveres do cargo e de cumprir a Constituição e as leis.
Art. 119. O tempo de serviço no grau inicial da carreira será computado desde a data da
posse.
Parágrafo único. Para os empossados na mesma data será obedecida, para efeito de
antiguidade, a ordem de classificação no concurso.
CAPÍTULO V
DO VITALICIAMENTO
Art. 120. Nos 2 (dois) primeiros anos de exercício do cargo, contados a partir da
comunicação a que alude o parágrafo único do art. 118 desta Lei Complementar, o membro
do Ministério Público terá seu trabalho e sua conduta avaliados pelos Órgãos de
Administração Superior do Ministério Público para fins de vitaliciamento.
§ 1º A avaliação de que trata este artigo será feita levando-se em conta o disposto no art.
127 desta Lei Complementar.
§ 1º Durante a instrução e antes das provas de defesa, poderão ser produzidas também
provas eventualmente requeridas pelo Corregedor-Geral do Ministério Público ou pelo autor
da impugnação.
§ 2º Encerrada a instrução, o interessado terá vista dos autos para alegações finais pelo
prazo de 10 (dez) dias.
§ 7º O autor da impugnação prevista pelo § 2º do art. 121 desta Lei Complementar também
poderá interpor recurso ao Colégio de Procuradores de Justiça da decisão favorável ao
vitaliciamento, no prazo previsto pelo § 4º deste artigo.
Art. 123. O Conselho Superior do Ministério Público terá o prazo máximo de 60 (sessenta)
dias para decidir sobre o não vitaliciamento e o Colégio de Procuradores de Justiça 30
(trinta) dias para decidir eventual recurso.
Art. 124. Eventual promoção no curso do estágio probatório não importa em confirmação
antecipada na carreira.
CAPÍTULO VI
DAS FORMAS DE PROVIMENTO DERIVADO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 125. São formas de provimento derivado dos cargos do Ministério Público:
I – promoção;
II – remoção;
III– opção;
IV– reintegração;
V – reversão; e
VI – aproveitamento.
SEÇÃO II
DA PROMOÇÃO
Art. 126. A promoção será sempre voluntária e acontecerá, alternadamente, por antiguidade
e merecimento, do cargo da investidura inicial à entrância inicial, desta para as outras
entrâncias e da mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça.
Art. 127. O merecimento será apurado pela atuação do membro do Ministério Público em
toda a carreira e para sua aferição o Conselho Superior do Ministério Público levará em
conta:
IV– a eficiência no desempenho de suas funções, verificada por meio das referências dos
Procuradores de Justiça em sua inspeção permanente, dos elogios insertos em julgados dos
Tribunais, da publicação de trabalhos forenses de sua autoria e das observações feitas em
correições e visitas de inspeção;
VII– o aprimoramento de sua cultura jurídica, por meio da publicação de livros, teses,
estudos, artigos e obtenção de prêmios relacionados com sua atividade funcional;
SEÇÃO III
DA REMOÇÃO
Art. 129. A remoção far-se-á sempre para cargo de igual entrância e poderá ser voluntária,
compulsória ou por permuta.
Parágrafo único. Quando removido para outra comarca, o membro do Ministério Público terá
direito a 15 (quinze) dias de trânsito, prorrogável por igual período, em caso de justificada
necessidade.
Art. 131. A remoção compulsória somente poderá ser efetuada com fundamento no
interesse público e será processada mediante representação do Procurador-Geral de Justiça
ou do Corregedor-Geral do Ministério Público ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 1º Apresentada a representação referida neste artigo, o Conselho Superior do Ministério
Público ouvirá, no prazo de 10 (dez) dias, o Promotor interessado, que poderá apresentar
defesa prévia e requerer provas nos 5 (cinco) dias seguintes, pessoalmente ou por
procurador.
§ 2º Durante a instrução e antes das provas de defesa, poderão ser produzidas também
provas eventualmente requeridas pelo Procurador-Geral de Justiça ou pelo Corregedor-
Geral do Ministério Público.
§ 3º Encerrada a instrução, o interessado terá vista dos autos para alegações finais pelo
prazo de 5 (cinco) dias.
§ 9º Aplica-se à remoção compulsória o disposto no parágrafo único do art. 130 desta Lei
Complementar.
Art. 132. A remoção por permuta entre membros do Ministério Público dependerá de pedido
escrito e conjunto, formulado por ambos os pretendentes, e importará no impedimento de
promoção, por antiguidade ou merecimento, pelo prazo de 1 (um) ano e de remoção
voluntária pelo prazo de 2 (dois) anos.
§ 1º A remoção por permuta será livremente apreciada pelo Conselho Superior do Ministério
Público, tendo em conta o interesse público, e não poderá ser deferida quando um dos
pretendentes:
II – tiver tempo bastante para a aposentadoria voluntária, conforme verificado nos seus
assentamentos;
III– tiver completado 69 (sessenta e nove) anos de idade;
IV– tiver sido removido por permuta, no período de 2 (dois) anos anteriores à apreciação do
pedido;
V – não contar, na data do pedido, com o interstício mínimo para remoção, nos termos do
art. 147 desta Lei Complementar; e
VI – estiver afastado das suas funções no órgão de execução de que é titular, em qualquer
das hipóteses do art. 207 desta Lei Complementar.
§ 2º A remoção por permuta não confere direito à ajuda de custo e somente poderá ser
renovada após o decurso de 2 (dois) anos da permuta anterior, implicando na retomada do
exercício funcional no prazo improrrogável de 5 (cinco) dias, quando se tratar de
movimentação para outra comarca.
SEÇÃO IV
DA REINTEGRAÇÃO
§ 2º Extinto o cargo e não existindo, na entrância, vaga a ser ocupada pelo reintegrado, será
ele posto em disponibilidade remunerada enquanto não aproveitado nos termos desta Lei
Complementar.
I – não estar o interessado aposentado há mais de 3 (três) anos e contar, à data do pedido,
com até 55 (cinquenta e cinco) anos de idade;
II – estar apto física e mentalmente para o exercício das funções, conforme comprovado por
meio de laudo da Junta Médica Oficial do Estado, realizado por requisição do Ministério
Público; e
Art. 135. A reversão será ainda concedida quando insubsistentes os motivos determinantes
da aposentadoria de membro do Ministério Público.
§ 1º Será contado como tempo de serviço, para todos os efeitos legais, o período entre a
aposentadoria e a reversão, se aquela tiver sido causada por erro administrativo para o qual
não haja concorrido o aposentado.
SEÇÃO VI
DO APROVEITAMENTO
CAPÍTULO VII
DO CONCURSO DE PROMOÇÃO E REMOÇÃO
Art. 139. Aberta a vaga sujeita a concurso de promoção ou remoção, o Conselho Superior
do Ministério Público fará publicar, no prazo de 20 (vinte) dias, edital no Diário Oficial
Eletrônico do Ministério Público para inscrição dos candidatos.
Parágrafo único. Para cada vaga destinada ao preenchimento por promoção ou remoção
expedir-se-á, se da mesma entrância, edital distinto, sucessivamente, o qual conterá a
indicação do cargo correspondente e do critério de provimento.
Parágrafo único. Formalizada a inscrição, o candidato poderá desistir desde que o faça no
dia útil seguinte ao encerramento do prazo para as inscrições.
Art. 142. Não podem concorrer à promoção e remoção por merecimento os Promotores de
Justiça afastados da carreira nas hipóteses previstas nos incisos VIII e IX do art. 207 desta
Lei Complementar e os que tenham sofrido pena disciplinar ou remoção compulsória,
respectivamente no período de 1 (um) ano ou 2 (dois) anos anteriores à elaboração da lista.
Parágrafo único. O tempo de afastamento por disponibilidade decorrente do art. 151 desta
Lei Complementar não será computado para efeito de promoção ou remoção.
Art. 143. Encerrado o prazo de inscrição, o Conselho Superior do Ministério Público reunir-
se-á para decidir sobre a movimentação na carreira, devendo estar preenchida a vaga em,
no máximo, 60 (sessenta) dias do encerramento daquele prazo.
Art. 144. No concurso de promoção por merecimento, a lista, se assim viabilizar o número
de inscritos, será formada com os nomes dos 3 (três) candidatos mais votados, desde que
obtida maioria dos votos, procedendo-se, para alcançá-la, a tantas votações quantas
necessárias, observados pela ordem os seguintes critérios:
I – exame dos nomes dos candidatos que tenham completado 2 (dois) anos de exercício na
respectiva entrância e estejam relacionados na primeira quinta parte da lista de antiguidade,
observado o número de cargos providos, e, em havendo 3 (três) ou mais candidatos que
preencham ambos os requisitos, não serão examinados os nomes dos demais inscritos;
II – exame dos nomes dos candidatos que preencham um dos requisitos referidos no inciso I
deste artigo; e
Art. 145. É obrigatória a promoção do Promotor de Justiça que figure por 3 (três) vezes
consecutivas ou 5 (cinco) alternadas em lista de merecimento.
Parágrafo único. Não sendo caso de promoção obrigatória, a escolha recairá no membro do
Ministério Público mais votado, observada a ordem dos escrutínios, conforme a classificação
de candidatos estabelecida no art. 144 desta Lei Complementar, prevalecendo, em caso de
empate, a antiguidade na entrância, salvo se preferir o Conselho Superior do Ministério
Público delegar a competência ao Procurador-Geral de Justiça.
§ 3º Aplica-se à remoção o disposto no parágrafo único do art. 145 desta Lei Complementar.
CAPÍTULO VIII
DA OPÇÃO
Art. 148. É facultado ao Promotor de Justiça optar pela ocupação de vaga ocorrida na
comarca em que se encontre lotado.
§ 2º A opção será apreciada pelo Conselho Superior do Ministério Público e, havendo mais
de 1 (um) requerente, será deferida ao mais antigo na entrância.
Art. 149. O membro do Ministério Público terá garantida a sua permanência na comarca cuja
entrância for elevada e, quando promovido, nela será efetivado desde que formalize a opção
no prazo de 5 (cinco) dias.
CAPÍTULO IX
DA DISPONIBILIDADE
Art. 151. O membro vitalício do Ministério Público também poderá por interesse público, ser
posto em disponibilidade por deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, dentre
outras, nas seguintes hipóteses:
I – escassa ou insuficiente capacidade de trabalho; e
CAPÍTULO X
DA PERDA DO CARGO E DA CASSAÇÃO DA APOSENTADORIA
OU DA DISPONIBILIDADE
Art. 153. O membro vitalício do Ministério Público somente perderá o cargo ou terá cassada
a aposentadoria ou disponibilidade por sentença judicial transitada em julgado, proferida em
ação civil própria nos seguintes casos:
I – prática de crime incompatível com o exercício do cargo, após decisão judicial transitada
em julgado;
Parágrafo único. Por motivo de interesse público, o Conselho Superior do Ministério Público
poderá determinar, pelo voto de dois terços de seus integrantes, o afastamento cautelar do
membro do Ministério Público, antes ou durante o curso da ação, sem prejuízo de seus
vencimentos.
Art. 155. O membro não vitalício do Ministério Público estará sujeito às penas de demissão,
cassação da aposentadoria ou da disponibilidade, impostas em processo administrativo, no
qual lhe será assegurada ampla defesa, nos mesmos casos previstos no art. 153 desta Lei
Complementar, sem prejuízo do não vitaliciamento, quando for o caso.
CAPÍTULO XI
DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 156. A apuração do tempo de serviço no grau, na carreira, no serviço público estadual e
no serviço em geral será feita em dias.
Parágrafo único. O número de dias será convertido em anos e meses, considerando o ano
como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias e o mês como de 30 (trinta) dias.
Art. 157. Além do que dispõe o § 4º do art. 207 desta Lei Complementar, são considerados
como de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, exceto para vitaliciamento, os dias
em que o membro do Ministério Público estiver afastado de suas funções em razão de:
II – férias;
CAPÍTULO XII
DA EXONERAÇÃO E DA APOSENTADORIA
Art. 159. A exoneração será concedida ao membro do Ministério Público desde que não
esteja sujeito a processo administrativo ou judicial.
Art. 160. O membro do Ministério Público será aposentado, com proventos integrais, nas
hipóteses previstas na Constituição Federal.
III– a perícia será feita por médico ou junta médica oficial, se necessário na residência do
examinando ou no estabelecimento hospitalar em que estiver internado;
V – comprovada a invalidez para o exercício do cargo por meio de laudo de junta médica
oficial, o membro do Ministério Público será aposentado compulsoriamente;
VII– o processo deverá ser concluído no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável quando as
circunstâncias o exigirem.
TÍTULO II
DAS SUBSTITUIÇÕES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, o interessado, sob pena de responsabilidade, fará
imediata comunicação à Secretaria-Geral do Ministério Público.
CAPÍTULO II
DA SUBSTITUIÇÃO POR CONVOCAÇÃO
Art. 162. O Promotor de Justiça da mais elevada entrância poderá ser convocado à
substituição, em caso de licença de Procurador de Justiça ou do afastamento de suas
funções junto à Procuradoria de Justiça.
I – a pedido;
§ 2º A consulta terá validade para as convocações necessárias nos 3 (três) meses seguintes
à abertura do Edital.
§ 3º Quando o período de licença, gozo de férias ou afastamento for inferior a 30 (trinta)
dias, o Procurador-Geral de Justiça poderá convocar integrantes da lista imediatamente
anterior, que serão previamente consultados sobre a sua concordância.
Art. 164. Ao Promotor de Justiça convocado não serão redistribuídos processos quando já
iniciado ou findo o prazo para manifestação.
TÍTULO III
DOS DEVERES, PROIBIÇÕES, IMPEDIMENTOS, DIREITOS, GARANTIAS E
PRERROGATIVAS ESPECÍFICAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CAPÍTULO I
DOS DEVERES, PROIBIÇÕES E IMPEDIMENTOS
Art. 165. São deveres funcionais dos membros do Ministério Público, além de outros
previstos na Constituição e na lei:
II – zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas e pela dignidade de suas funções;
III– zelar pelo respeito aos membros do Ministério Público, aos magistrados e advogados;
V – desempenhar com zelo e presteza as suas funções, praticando os atos que lhe
competir;
IX– não exceder, sem justo motivo, os prazos processuais previstos em lei;
XIII– participar das audiências e demais atos judiciais quando obrigatória ou conveniente a
sua presença, salvo nos casos em que tenha de comparecer a diligências indispensáveis ao
exercício de sua função;
XIV– reservar, no mínimo, 2 (duas) horas diárias do expediente normal para atendimento ao
público e aos interessados, sem prejuízo do atendimento, a qualquer momento, nos casos
urgentes;
XX– comparecer às reuniões dos órgãos colegiados da Instituição aos quais pertencer, bem
como às reuniões dos órgãos de execução que componha, salvo quando justo motivo o
impedir de fazê-lo; e
XXI– exercer o direito de voto, desde que obrigatório, nas eleições previstas nesta Lei
Complementar, salvo motivo de força maior justificado perante o Conselho Superior do
Ministério Público.
II – exercer a advocacia;
Parágrafo único. Não constituem acumulação, para os efeitos do inciso IV deste artigo, as
atividades exercidas em organismos estatais afetos à área de atuação do Ministério Público,
em Centro de Estudos e Aperfeiçoamento do Ministério Público, em entidades de
representação de classe e o exercício de cargo ou função de confiança na Administração
Superior e junto aos órgãos de Administração ou Auxiliares do Ministério Público.
Art. 167. Os membros do Ministério Público estão impedidos de atuar junto a juiz ou escrivão
que seja seu ascendente ou descendente, cônjuge, sogro ou genro, irmão, cunhado durante
o cunhadio, tio ou sobrinho.
Art. 168. O membro do Ministério Público, dando-se por suspeito ou impedido, deverá
comunicar motivadamente o fato ao Procurador-Geral de Justiça.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS
SEÇÃO I
DOS VENCIMENTOS OU SUBSÍDIOS
Art. 169. A política remuneratória dos membros do Ministério Público será estabelecida em
lei de iniciativa do Procurador-Geral de Justiça.
Art. 171. O subsídio dos Promotores de Justiça de entrância especial corresponderá a 95%
(noventa e cinco por cento) do subsídio do Procurador de Justiça, sendo aos demais níveis,
inclusive aos Promotores de Justiça Substitutos, fixados com a diferença de 5% (cinco por
cento) de uma para outra entrância, igualmente reajustados na mesma proporção e época.
Art. 172. O membro do Ministério Público, convocado ou designado para substituição, terá
direito à diferença de vencimento ou subsídio entre seu cargo e aquele para o qual tenha
sido designado ou convocado.
SEÇÃO II
DAS VANTAGENS E INDENIZAÇÕES
Art. 173. Os membros do Ministério Público farão jus, ainda, às seguintes vantagens e
indenizações:
II – ajuda de custo;
III– diárias;
VIII– verba de representação pelo exercício de cargos de direção ou de confiança junto aos
órgãos da Administração Superior;
XI – auxílio-funeral;
XIII– gratificação pelo exercício de funções como membro eleito do Conselho Superior do
Ministério Público;
XIV– auxílio-alimentação;
XV– auxílio-moradia, nas comarcas em que não haja residência oficial condigna para o
membro do Ministério Público;
XVI– auxílio-transporte;
XXIII– outras vantagens previstas em lei, inclusive as concedidas aos servidores públicos
em geral.
§ 1º Aplicam-se aos membros do Ministério Público os direitos sociais previstos no art. 7º,
incisos VIII, XVII, XVIII e XIX, da Constituição Federal.
§ 6º A vantagem prevista no inciso XVI deste artigo, de natureza indenizatória, não poderá
exceder a 10% (dez por cento) do subsídio, conforme critérios estabelecidos em ato do
Procurador-Geral de Justiça.
§ 3º O décimo terceiro salário será pago até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada
ano.
Art. 175. Ressalvado o disposto no § 3º deste artigo, o membro do Ministério Público que,
em virtude de promoção ou remoção, passar a ter exercício em nova sede, ali passando a
residir em caráter permanente, terá direito, a título de ajuda de custo, ao valor
correspondente a um mês de remuneração, para indenizar as despesas de instalação.
II – quando findar a designação prevista no inciso I, que tenha perdurado por mais de 6
(seis) meses.
§ 3º Sem que tenha decorrido 1 (um) ano da data da última remoção, a promoção do
membro do Ministério Público no curso deste prazo não gera direito à percepção de ajuda
de custo.
§ 4º A indenização de transporte prevista no inciso XVIII do art. 173 desta Lei Complementar
compreenderá as despesas de mudança do membro do Ministério Público, em razão da
transferência de residência prevista neste artigo, e será paga mediante requerimento
devidamente comprovado.
Art. 176. O membro do Ministério Público, quando em serviço fora da sede de exercício,
para atender às despesas de locomoção, alimentação e pousada, terá direito à percepção
de diárias, conforme condições e valores fixados por ato do Procurador-Geral de Justiça, as
quais serão pagas por adiantamento ou na folha de pagamento seguinte ao mês em que
realizou a atividade.
Art. 177. O membro do Ministério Público, pelo exercício cumulativo de cargos ou funções
de execução (art. 173, VII), perceberá uma gratificação correspondente a 15% (quinze por
cento), incidente sobre o subsídio, salvo no caso de designação para atuar perante as
Turmas de Recursos, hipótese em que o valor será fixado por ato do Procurador-Geral de
Justiça, respeitado aquele limite.
Art. 180. A hora-aula será devida ao membro do Ministério Público que for designado para
proferir aula no Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional ou em entidades com este
conveniadas.
Parágrafo único. O valor da hora-aula será fixado por ato do Procurador-Geral de Justiça.
Art. 182. Ao cônjuge sobrevivente e, em sua falta, aos herdeiros ou dependentes de membro
do Ministério Público, ainda que aposentado ou em disponibilidade, será pago auxílio-funeral
em importância igual a 1 (um) mês de vencimento, subsídio ou proventos percebidos pelo
falecido.
Art. 183. À família do membro do Ministério Público que falecer no serviço ativo será devido,
no prazo de 1 (um) ano, contado do óbito, o transporte do mobiliário para a localidade em
que pretenda fixar residência no Estado de Santa Catarina.
SEÇÃO III
DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA
E DA PENSÃO POR MORTE
Parágrafo único. Os proventos dos membros do Ministério Público aposentados serão pagos
na mesma data em que o forem os vencimentos ou subsídios dos membros em atividade,
figurando em folha de pagamento elaborada pelo Ministério Público.
Art. 185. A pensão por morte, igual à totalidade dos vencimentos, subsídios ou proventos
percebidos pelos membros em atividade ou inatividade do Ministério Público, será
reajustada na mesma data e proporção daqueles.
Art. 186. Para os fins deste Capítulo, equiparam-se os companheiros aos cônjuges, nos
termos da lei.
SEÇÃO IV
DAS FÉRIAS
Art. 187. Os membros do Ministério Público terão direito a 60 (sessenta) dias de férias
anuais, coletivas ou individuais.
Parágrafo único. As férias coletivas dos membros do Ministério Público serão gozadas nas
mesmas épocas das férias coletivas dos magistrados.
Art. 189. Não gozarão férias coletivas, mas terão direito, anualmente, a 60 (sessenta) dias
de férias individuais, os Promotores de Justiça Substitutos.
Parágrafo único. As férias que, por necessidade de serviço ou qualquer outro motivo justo
devidamente comprovado, tiverem seu gozo indeferido ou suspenso, serão gozadas no mês
subsequente ao do indeferimento ou da suspensão ou anotadas para gozo oportuno, a
requerimento do interessado.
V – em caráter especial;
Art. 195. A licença para tratamento de saúde por prazo superior a 30 (trinta) dias, bem como
as prorrogações que importem em licença por período ininterrupto, também superior a 30
(trinta) dias, dependem de inspeção pela junta médica oficial.
§ 2º Findo o prazo da licença, o licenciado será submetido à inspeção médica oficial, que
concluirá pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
Art. 197. O membro do Ministério Público que, após 2 (dois) anos contínuos de licença para
tratamento de saúde, não for considerado apto para retornar ao serviço, conforme perícia
médica oficial, será aposentado compulsoriamente por invalidez.
Art. 198. A licença por motivo de doença em pessoa da família, assim considerando-se os
relacionados no inciso VII do art. 194 desta Lei Complementar, será precedida de exame por
médico ou junta médica oficial, somente sendo deferida se a assistência direta do membro
do Ministério Público for indispensável e não puder ser dada simultaneamente com o
exercício do cargo.
Parágrafo único. A licença a que se refere este artigo será concedida até 90 (noventa) dias,
podendo ser prorrogada por igual prazo.
I – poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por
prescrição médica;
III– no caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a mãe será submetida a
exame médico e, se julgada apta, reassumirá as suas funções; e
IV– em caso de aborto atestado por médico oficial, a licença dar-se-á por 30 (trinta) dias, a
partir da sua ocorrência.
Art. 201. Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o membro do Ministério Público
fará jus a 3 (três) meses de licença-prêmio.
Art. 202. Pela adoção ou obtenção de guarda judicial de criança de até 5 (cinco) anos de
idade, o prazo da licença do adotante ou detentor da guarda será de 30 (trinta) dias,
contados da data do evento, podendo ser prorrogado por igual período, em caso de
comprovada necessidade.
Art. 203. Ressalvado o disposto no inciso V do art. 194 desta Lei Complementar, o membro
do Ministério Público licenciado perceberá vencimentos ou subsídios integrais.
Art. 204. O membro do Ministério Público que entrar em gozo de licença fará a comunicação
de que trata o art. 191 desta Lei Complementar.
Art. 206. O membro do Ministério Público licenciado não pode exercer qualquer de suas
funções.
§ 1º Ressalvadas as hipóteses previstas nos incisos V e VIII do art. 194 desta Lei
Complementar e outras exceções previstas em lei, o membro do Ministério Público
licenciado também não poderá exercer qualquer outra função pública ou particular.
SEÇÃO VI
DOS AFASTAMENTOS
Art. 207. O membro do Ministério Público pode se afastar do exercício de suas funções para:
VIII– exercer outro cargo, emprego ou função, de nível equivalente ou superior, observado o
art. 29, § 3º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal;
IX– exercer cargo eletivo nos casos previstos em lei ou a eles concorrer, observados os
prazos de desincompatibilização previstos na lei eleitoral.
I –vitaliciamento;
II – remoção ou promoção por merecimento, nos casos dos incisos VIII e IX deste artigo; e
§ 5º Durante o estágio probatório só será permitido afastamento nos casos dos incisos III e
IV deste artigo.
Art. 208. Os afastamentos previstos nos incisos I e II do art. 207 desta Lei Complementar
observarão as seguintes normas:
CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS
Art. 209. Os membros do Ministério Público sujeitam-se a regime jurídico especial, gozam de
independência no exercício de suas funções e têm as seguintes garantias:
I – vitaliciedade, após 2 (dois) anos de efetivo exercício, não podendo perder o cargo senão
por sentença judicial transitada em julgado;
Art. 210. Os membros do Ministério Público, ainda que afastados das funções, nas infrações
penais comuns e de responsabilidade, serão processados e julgados originariamente pelo
Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, ressalvada exceção de ordem
constitucional.
Art. 211. Quando, no curso de investigação, houver indício de prática de infração penal por
parte de membro do Ministério Público, a autoridade policial civil ou militar remeterá
imediatamente os respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar
prosseguimento à apuração do fato.
Art. 213. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras
asseguradas pela Constituição e pelas leis:
III– ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável,
caso em que a autoridade, sob pena de responsabilidade, fará de imediato a comunicação e
a apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça;
IV– ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar ou à sala de Estado Maior, por ordem e à
disposição do Tribunal competente, quando sujeito à prisão antes do julgamento final, e à
dependência separada no estabelecimento em que houver de ser cumprida a pena;
a) nas salas de sessões de Tribunais, mesmo além das dependências que lhes sejam
especialmente reservadas; e
b) nas dependências que lhes estiverem destinadas nos edifícios de Fóruns e Tribunais
perante os quais servirem, e também nas salas de audiência, secretarias, cartórios,
tabelionatos, ofícios de justiça, inclusive dos registros públicos, nas delegacias de polícia e
estabelecimentos de internação coletiva;
X – ter vista dos autos após distribuição às Turmas ou Câmaras, intervir nas sessões de
julgamento, para sustentação oral ou para esclarecer matéria de fato ou que julgue
relevante;
XI – receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, por meio dos
autos com vista;
XIV– ter acesso ao indiciado preso a qualquer momento, mesmo quando decretada a sua
incomunicabilidade e, bem assim, a adolescente internado ou em cumprimento de qualquer
medida socioeducativa;
XV– ter acesso livre a qualquer recinto público ou privado, ressalvada a garantia
constitucional de inviolabilidade de domicílio;
XVII– obter, sem despesa, a realização de buscas e fornecimento de certidões dos cartórios
ou de quaisquer outras repartições públicas; e
XVIII– não ser indiciado em inquérito policial, observado o disposto no art. 211 desta Lei
Complementar.
TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DA FISCALIZAÇÃO DA ATIVIDADE FUNCIONAL E DA CONDUTA DOS
MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 214. Sem prejuízo do disposto no art. 41, inciso X, desta Lei Complementar, a atividade
funcional dos Promotores de Justiça está sujeita à:
I – fiscalização permanente;
II – inspeção ou vistoria;
Art. 217. A correição ordinária deve ser efetuada pessoalmente pelo Corregedor-Geral do
Ministério Público, para verificar a regularidade do serviço, a eficiência e a pontualidade dos
membros do Ministério Público no exercício de suas funções, o cumprimento das obrigações
legais e das determinações da Procuradoria-Geral de Justiça e da Corregedoria-Geral do
Ministério Público, bem como sua participação em atividades comunitárias, prevenindo ou
dirimindo conflitos, participando de reuniões, palestras, audiências públicas e vistoriais, e
sua contribuição para a consecução dos objetivos definidos pela Administração Superior do
Ministério Público.
Art. 218. A correição extraordinária deve ser realizada pessoalmente pelo Corregedor-Geral
do Ministério Público, de ofício, por recomendação do Procurador-Geral de Justiça, do
Colégio de Procuradores de Justiça ou do Conselho Superior do Ministério Público, para a
imediata apuração de:
Art. 219. A partir das correições realizadas, o Corregedor-Geral do Ministério Público deve
elaborar relatório circunstanciado, mencionando os fatos observados, as providências
adotadas, ainda, e propondo as de caráter disciplinar ou administrativo que excedam suas
atribuições, bem como informar sobre os aspectos moral, intelectual e funcional dos
Promotores de Justiça.
Art. 220. Com base nas observações feitas nas correições, o Corregedor-Geral do Ministério
Público, ouvidos o Procurador-Geral de Justiça e o Conselho Superior do Ministério Público,
poderá baixar instruções aos Promotores de Justiça.
Art. 221. Sempre que em correição ou vistoria verificar a violação dos deveres impostos aos
membros do Ministério Público, o Corregedor-Geral do Ministério Público deve tomar notas
reservadas do que coligir no exame de autos, livros, papéis e das informações que obtiver,
determinando a instauração do procedimento disciplinar adequado.
Art. 222. A atividade funcional dos Procuradores de Justiça será fiscalizada por meio de
inspeção nas Procuradorias de Justiça.
Art. 224. A inspeção dirá respeito somente à regularidade administrativa dos serviços de
distribuição e devolução de processos, da qual o Corregedor-Geral do Ministério Público
deve elaborar relatório, remetendo-o ao Colégio de Procuradores de Justiça.
CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES E DAS PENALIDADES
IV– lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio público ou de bens confiados à sua
guarda;
I – advertência;
II – censura;
VI – demissão.
Art. 227. Compete ao Procurador-Geral de Justiça aplicar as sanções previstas nos incisos I
e II do art. 226 desta Lei Complementar, quando o infrator for Procurador de Justiça e, em
qualquer caso, as previstas nos seus incisos III, IV, V e VI.
Art. 230. A pena de suspensão, de 45 (quarenta e cinco) a 90 (noventa) dias, será aplicada
em caso de inobservância das vedações previstas no art. 166 desta Lei Complementar, com
exceção do exercício da advocacia, em face do disposto no inciso II de seu art. 153 desta
Lei Complementar.
Art. 231. Enquanto perdurar, a suspensão acarretará a perda dos direitos e vantagens
decorrentes do exercício do cargo, não podendo ter início durante as férias ou licenças do
infrator.
Art. 233. A pena de demissão será aplicada ao membro não vitalício do Ministério Público,
nos casos previstos no art. 153 desta Lei Complementar.
I – em 2 (dois) anos das faltas puníveis com as penas de advertência, censura e suspensão;
e
§ 1º A falta também definida como crime prescreverá juntamente com a ação penal.
Art. 237. Somente ao infrator poderá ser fornecida certidão relativa à imposição das penas
de advertência e de censura, salvo se for fundamentadamente requerida para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
Art. 238. Pelo exercício irregular da função pública, o membro do Ministério Público
responde penal, civil e administrativamente, observado, neste caso, o que dispõe a
Constituição Federal.
CAPÍTULO III
DO PROCESSO DISCIPLINAR
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 239. A apuração das infrações disciplinares deve ser feita mediante:
I – processo administrativo sumário, quando cabíveis as penas de advertência, censura e
suspensão inferior a 45 (quarenta e cinco) dias; e
I – de ofício; e
Art. 241. Ressalvada a hipótese do parágrafo único do art. 233 desta Lei Complementar,
durante a sindicância ou o processo administrativo, o Procurador-Geral de Justiça, por
solicitação do Corregedor-Geral do Ministério Público e ouvido o Conselho Superior do
Ministério Público, pode afastar o sindicado ou o indiciado do exercício do cargo, sem
prejuízo de seus vencimentos ou subsídios e vantagens.
Art. 242. No processo administrativo fica assegurada aos membros do Ministério Público
ampla defesa, na forma desta Lei Complementar, exercida pelo próprio indiciado, por
procurador ou defensor, os quais serão intimados dos atos e termos do procedimento
pessoalmente ou, havendo motivo justificado, por publicação no Diário Oficial Eletrônico do
Ministério Público.
SEÇÃO II
DA SINDICÂNCIA
Art. 246. A sindicância, ressalvada a hipótese do § 1º do art. 240 desta Lei Complementar,
deve ser processada na Corregedoria-Geral do Ministério Público e terá como sindicante o
Corregedor-Geral do Ministério Público.
§ 4º A sindicância terá caráter reservado e deve estar concluída dentro de 30 (trinta) dias, a
contar da instalação dos trabalhos, prorrogáveis por igual prazo, mediante despacho
fundamentado do sindicante.
Art. 247. Colhidos os elementos necessários à comprovação do fato e da autoria, deve ser
imediatamente ouvido o sindicado.
Art. 248. Cumprido o disposto no art. 247 desta Lei Complementar, o sindicante, em 10 (dez)
dias, deve elaborar relatório, em que deve proceder ao exame e os elementos da
sindicância e concluir pela instauração de processo administrativo ou pelo seu
arquivamento.
SEÇÃO III
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO SUMÁRIO
Art. 249. O processo administrativo sumário, para aplicação das sanções disciplinares
indicadas no art. 226, incisos I, II e III, desta Lei Complementar, é instaurado e conduzido
pelo Corregedor-Geral do Ministério Público, observado, quando se tratar de Procurador de
Justiça, o disposto no § 1º do seu art. 240.
Art. 250. A portaria de instauração deve conter a qualificação do indiciado, a exposição dos
fatos imputados e a previsão legal sancionadora, e será instruída com a sindicância, se
houver, ou com os elementos de provas existentes.
§ 4º Se o indiciado não for encontrado ou furtar-se à citação, será citado por aviso publicado
no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público, no prazo de 3 (três) dias.
§ 9º O indiciado, depois de citado, não poderá, sob pena de prosseguir o processo à sua
revelia, deixar de comparecer, sem justo motivo, aos atos processuais para os quais tenha
sido regularmente intimado.
§ 10. A todo tempo, o indiciado revel pode assumir a sua defesa, caso em que o defensor
que lhe houver sido nomeado ficará dispensado de oficiar no processo.
§ 12. Para o fim previsto no § 11 deste artigo, o Procurador-Geral de Justiça será intimado
pessoalmente da data designada para a prática dos atos processuais.
Art. 252. Se a autoridade processante verificar que a presença do indiciado pode influir no
ânimo do denunciante ou da testemunha, de modo que prejudique a tomada do depoimento,
solicitará a sua retirada, prosseguindo na inquirição com a presença de seu procurador ou
de defensor nomeado para o ato, devendo, neste caso, constar do termo a ocorrência e os
motivos que a determinaram.
Art. 253. A instrução deve ser concluída no mesmo dia, e, não sendo possível, será
designada audiência em continuação, saindo intimados todos os interessados.
Art. 254. Concluída a instrução, o indiciado terá 10 (dez) dias para apresentar alegações
finais por escrito.
Art. 255. Esgotado o prazo de que trata o art. 254 desta Lei Complementar, o Corregedor-
Geral do Ministério Público terá prazo de 15 (quinze) dias para proferir decisão ou, na
hipótese do § 2º do art. 240 desta Lei Complementar, elaborar relatório conclusivo,
encaminhando os autos ao Procurador-Geral de Justiça.
Art. 256. O processo deve ser concluído em 90 (noventa) dias, prorrogáveis por mais 30
(trinta) dias.
SEÇÃO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ORDINÁRIO
Art. 258. O processo administrativo ordinário para a apuração de infrações punidas com as
penas de suspensão de 45 (quarenta e cinco) a 90 (noventa) dias, de cassação da
disponibilidade ou da aposentadoria, e demissão, deve ser instaurado e presidido pelo
Corregedor-Geral do Ministério Público, observado, quando se tratar de Procurador de
Justiça, o disposto no § 1º do art. 240 desta Lei Complementar.
§ 1º Se o indiciado não for encontrado ou furtar-se à citação, será citado por aviso publicado
no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 3º O indiciado, depois de citado, não pode, sob pena de prosseguir o processo à sua
revelia, deixar de comparecer, sem justo motivo, aos atos processuais para os quais tenha
sido regularmente intimado.
§ 4º A todo tempo, o indiciado revel pode assumir a sua defesa, caso em que o defensor
que lhe houver sido nomeado ficará dispensado de oficiar no processo.
Art. 261. O indiciado será interrogado sobre os fatos constantes da portaria, lavrando-se o
respectivo termo.
Art. 262. O indiciado terá o prazo de 5 (cinco) dias, contado do interrogatório, para
apresentar defesa prévia, oferecer e especificar provas, podendo arrolar até 8 (oito)
testemunhas.
Parágrafo único. No prazo da defesa prévia, os autos poderão ser retirados mediante carga.
Art. 263. Findo o prazo para defesa prévia, o Corregedor-Geral do Ministério Público deve
designar data para audiência de instrução, podendo indeferir fundamentadamente as provas
desnecessárias, impertinentes ou que tiverem intuito protelatório.
Art. 264. O indiciado e seu procurador ou defensor devem ser intimados pessoalmente de
todos os atos e termos do processo, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito)
horas, quando não o forem em audiência.
Art. 266. Encerrada a produção de provas, será concedido o prazo de 3 (três) dias para
requerimento de diligências.
Art. 267. Concluídas as diligências, o indiciado terá vista dos autos pelo prazo de 10 (dez)
dias para oferecer alegações finais por escrito.
Art. 268. Esgotado o prazo de que trata o art. 267 desta Lei Complementar, o Corregedor-
Geral do Ministério Público, em 15 (quinze) dias, deve elaborar relatório, opinando
fundamentadamente sobre a absolvição ou punição, e remeterá os autos ao Procurador-
Geral de Justiça, que proferirá decisão no prazo de 20 (vinte) dias.
Art. 269. O indiciado, em qualquer caso, será intimado da decisão na forma prevista no art.
257 desta Lei Complementar.
Art. 270. O processo administrativo ordinário deve estar concluído dentro de 120 (cento e
vinte) dias, prorrogáveis por mais 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. Os atos e termos, para os quais não forem fixados prazos, serão realizados
dentro daqueles que o Corregedor-Geral do Ministério Público determinar.
SEÇÃO V
DOS RECURSOS
Art. 271. Das decisões condenatórias proferidas pelo Procurador-Geral de Justiça ou pelo
Corregedor-Geral do Ministério Público caberá recurso, com efeito suspensivo, ao Colégio
de Procuradores de Justiça, que não pode agravar a punição.
Art. 272. O recurso deve ser interposto pelo indiciado, seu procurador ou defensor, ou pelo
Corregedor-Geral, no prazo de 10 (dez) dias, contado da intimação da decisão, por petição
dirigida ao Presidente do Colégio de Procuradores de Justiça, que deve conter, desde logo,
as razões do recorrente.
SEÇÃO VI
DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 274. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de processo disciplinar de que tenha
resultado imposição de pena, sempre que forem alegados fatos ou circunstâncias ainda não
apreciados ou vícios insanáveis do procedimento, que possam justificar, respectivamente,
nova decisão ou anulação.
Art. 275. A instauração do processo revisional pode ser requerida pelo próprio interessado
ou, se falecido ou interdito, por seu curador, cônjuge, companheiro, ascendente,
descendente ou irmão.
Art. 276. O pedido de revisão deve ser dirigido ao Colégio de Procuradores de Justiça por
petição instruída com as provas que o requerente possuir ou com indicação daquelas que
pretenda produzir.
LIVRO III
DOS FUNDOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO
TÍTULO I
DO FUNDO ESPECIAL DO CENTRO DE ESTUDOS
E APERFEIÇOAMENTO FUNCIONAL
TÍTULO II
DO FUNDO PARA RECONSTITUIÇÃO
DE BENS LESADOS (FRBL)
Art. 280. O Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), previsto no art. 13 da Lei
federal nº 7.347, de 24 de julho de 1985, é instituído no Estado de Santa Catarina.
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS DO FUNDO
Art. 281. O FRBL destina-se a ressarcir a coletividade por danos causados ao meio
ambiente, ao consumidor, à economia popular, a bens e direitos de valor artístico, histórico,
estético, turístico e paisagístico, à ordem urbanística, à ordem econômica, ao patrimônio
público ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
CAPÍTULO II
DAS RECEITAS
CAPÍTULO III
DA ARRECADAÇÃO E REPARTIÇÃO DAS RECEITAS
Art. 283. As receitas do Fundo devem ser centralizadas em conta única denominada
“Ministério Público de Santa Catarina - Fundo para Reconstituição de Bens Lesados
(FRBL)”.
§ 2º Os recursos devem ser recolhidos ao Fundo por meio de guia própria, a ser emitida por
meio do sítio eletrônico oficial do MPSC, de forma a identificar a sua origem, ou por
intermédio de cooperação técnica com outro órgão estatal.
Art. 284. Os recursos arrecadados pelo FRBL, nos termos do art. 282 desta Lei
Complementar, devem ser destinados:
III– às Secretarias de Estado e aos órgãos estaduais ligados à proteção e defesa dos
direitos difusos e coletivos de que trata o art. 281 desta Lei Complementar, inclusive àqueles
responsáveis pela elaboração de perícias destinadas à proteção desses mesmos direitos,
sempre mediante a apresentação de projetos à apreciação e aprovação do Conselho Gestor
do FRBL.
§ 3º Os recursos previstos nos incisos II e III deste artigo devem ser repassados por
descentralização de crédito, nos termos da Lei nº 12.931, de 13 de fevereiro de 2004, após
a aprovação dos respectivos projetos ou perícias pelo Conselho Gestor do FRBL.
CAPÍTULO IV
DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS
Parágrafo único. Podem pleitear recursos do Fundo, para fins de execução de projetos
voltados à tutela e preservação dos bens, interesses e valores mencionados no art.
281desta Lei Complementar, os órgãos da Administração Direta ou Indireta do Estado e dos
Municípios, assim como as organizações não governamentais sem fins lucrativos
regularmente constituídas e em funcionamento há mais de 2 (dois) anos, cujas finalidades
institucionais e atuação, comprovadamente, estiverem harmonizadas com as finalidades do
Fundo.
CAPÍTULO V
DO CONSELHO GESTOR
Art. 286. O Fundo deve ser gerido por um Conselho Gestor, com sede na Capital do Estado,
com a seguinte composição:
IX– 4 (quatro) representantes de entidades civis que atendam aos pressupostos do inciso V
da Lei federal nº 7.347, de 1985.
§ 3º As entidades referidas no inciso IX deste artigo devem ser escolhidas pelo Presidente
do Conselho dentre aquelas previamente cadastradas junto à Secretaria Executiva e se
revezarão a cada 2 (dois) anos de exercício.
§ 4º Havendo mais de 4 (quatro) entidades cadastradas, a escolha deve ser feita mediante
sorteio público pelo Presidente do Conselho.
§ 6º Os representantes das entidades civis referidas no inciso IX deste artigo devem ter
mandato de 2 (dois) anos, permitida uma única recondução.
§ 7º É vedada a remuneração, a qualquer título, pela participação no Conselho Gestor,
sendo esta considerada como serviço público relevante.
I – zelar pela boa e regular aplicação dos recursos do FRBL, velando para a consecução
dos fins previstos no art. 281desta Lei Complementar;
II – examinar e decidir acerca dos pedidos de recursos para execução de projetos, nos
moldes previstos neste Título;
IV– estimular, por intermédio dos órgãos da Administração Pública do Estado e dos
Municípios e de entidades civis interessadas, a promoção de eventos educativos ou
científicos cuja temática tenha pertinência com as finalidades do Fundo;
VII– firmar convênios e termos de cooperação com órgãos oficiais do Estado quando
necessários, inclusive visando à realização de fiscalizações e perícias nas áreas de
abrangência do FRBL;
CAPÍTULO VI
DA CONTABILIDADE E DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
Art. 288. O FRBL tem escrituração contábil própria, atendidas as legislações federal e
estadual pertinentes e as normas emanadas pelo Tribunal de Contas do Estado e pela
Secretaria de Estado da Fazenda.
Art. 289. Os recursos destinados à execução de projetos devem atender, para efeito de
liberação, a critérios objetivos e a compromisso prévio e expresso de prestação de contas,
consoantes as regras usuais de auditoria e contabilidade pública, os quais devem ser
previstos em regulamento próprio, a ser aprovado pelo Conselho Gestor.
LIVRO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 290. É criada, no âmbito do Ministério Público, uma Casa Militar, vinculada ao Gabinete
do Procurador-Geral de Justiça, cuja chefia será exercida por um Coronel da Polícia Militar
do Estado.
Parágrafo único. Para o desenvolvimento de tarefas que lhe competem e, em especial, para
o serviço de segurança das instalações físicas do edifício-sede do Ministério Público, a Casa
Militar contará com efetivo necessário de oficiais e praças, conforme vier a ser definido junto
ao Comando-Geral da Corporação.
Art. 291. É instituído o Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público do Estado de Santa
Catarina, como instrumento oficial de publicação, divulgação e comunicação dos seus atos
processuais e administrativos.
Parágrafo único. O Diário Oficial Eletrônico de que trata esta Lei Complementar substitui a
versão impressa das publicações oficiais e será veiculado, sem custos, no site do Ministério
Público do Estado de Santa Catarina, na rede mundial de computadores - Internet.
Art. 292. A publicação deve atender aos requisitos de autenticidade, integridade, validade
jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP- Brasil).
Art. 293. Os procedimentos de implementação do Diário Oficial Eletrônico de que trata esta
Lei Complementar serão regulamentados por ato do Procurador-Geral de Justiça, que deve
considerar:
Art. 295. Eventuais despesas decorrentes da aplicação desta Lei Complementar correrão à
conta das dotações próprias consignadas no orçamento do Ministério Público.
Art. 296. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
XXXI – arts. 1º; 2º; 3º; 4º e 5º da Lei Complementar nº 665, de 16 de dezembro de 2015;
Governador do Estado