Festas Judaicas
Festas Judaicas
Festas Judaicas
AS FESTAS JUDAICAS
LITURGIA
BRASÍLIA/DF
2019
AS FESTAS JUDAICAS
1. Shabbat
2. As festas da peregrinação
Embora essas duas festas tenham origens distintas, foram unidas no decorrer da
história em uma só festa, algo conveniente a ser feito levando em consideração o fato
de que ambas aconteciam na época da primeira lua cheia da primavera (ADAM, 2019,
p.6).
A festa da Pascoa faz memória a tradição das tribos nômades de oferecer um
animal macho, novo, do rebanho, para o sacrifício e passar o seu sangue nas tendas,
para afastar a influência de espíritos malignos, e por fim deveriam comer sua carne
assada em fogo aberto. A festa dos ázimos tem uma origem ao costume agrário de
consagrar os primeiros feixes de cevada à divindade, e de passar sete dias comendo
pão sem fermento, até se obter um “fermento novo” da farinha da nova colheita. Com
base no relato da saída do Egito, os ritos das duas festas foram unidos em um único
evento cultual, tornando-se sinal visível da libertação do povo da escravidão do Egito.
Portanto, essas duas festas foram associadas em uma única festa que deveria ser
celebrada todos os anos (ADAM, 2019, p.6).
Com o passar do tempo e principalmente depois do exílio essa refeição pascal
ritualizou-se em partes distintas, pela ordem (seder) dos quatro cálices. Segundo o
tratado Pesahim da Mishmá, tinham a seguinte forma, com a qual Jesus celebrou a
última Ceia pascal com seus discípulos.
2.2 Shavuot
Essa festa ocorre sete semanas depois da festa dos pães ázimos, é a festa de
ação de graças pela colheita do trigo. Depois, ficou conhecida também como
Pentecostes por ser o quinquagésimo dia, na antiguidade o primeiro e o último dia
eram contados como sendo um único dia. A festa das semanas era uma festa alegre,
com caráter de ação de graças, após um período de duro trabalho de colheita e era
celebrada no templo com diversos sacrifícios. Posteriormente, foi celebrada como
recordação da aliança no Sinais e da entrega do Decálogo a Moisés, na mesma
celebração, foi entendida como festa de comemoração da história da salvação de
Israel (ADAM, 2019, p.7).
Com base no calendário mais antigo de Israel, o primeiro dia de Tishri, ou dia
da lua nova do primeiro mês do outono, era celebrado como Festa do Ano Novo. As
referências a essa festa estão em Lv 23,23-25 e Nm 29, 1-6, em escritos de época
tardia. “No sétimo mês, o primeiro dia do mês será para vós um dia de repouso,
comemoração anunciada ao som da trombeta, uma santa assembleia. Não fareis
nenhum trabalho servil, e oferecerei ao Senhor sacrifícios consumidos pelo fogo” (Lv
23,23-25) (ADAM, 2019, p.9).
É celebrado na primeira lua de outono, embora seja um dos dias festivos mais
recentes do judaísmo anterior a Cristo, foi se tornando cada vez mais importante no
decorrer do tempo. Era tido como um dia de rigoroso descanso, de abstinência
penitencial e de reunião para a celebração do culto divino. Com base em Lv 16,
entendemos as peculiaridade da descrição do seu ritual sacrifical. O sumo sacerdote
podia, nesse dia, entrar no Santo dos Santos que estava por detrás da cortina. Em
seguida, ele oferecia um novilho em sacrifício pelos pecados da sua casa, e depois,
aspergia o sangue animal a cobertura da arca da aliança. Posteriormente, oferecia um
sacrifício de incenso ao Deus Altíssimo. Imolava um dos dois bodes escolhidos como
sacrifício de expiação pelo povo. O Sangue do animal era derramado atrás e na frente
da cortina. Em seguida, purificava-se o santuário, a tenda da reunião e o altar com o
sangue do novilho e do bode imolado. Depois, o sacerdote descarregava de forma
simbólica os pecados do povo sobre o segundo bode, o “bode para Azael”, através da
imposição das mãos, e levava-os para o deserto (ADAM, 2019, p.9).
Com a destruição do templo no ano 70 d.C, cessou-se o culto sacrifical, porém
o Yom Kipur continuou no calendário das festas judaicas como um dia de muita
importância. O período entre os dias 1º e o 10º de Tishri eram tidos como dias de
penitência. O dia da reconciliação era celebrado com jejuns rigorosos, longas leituras,
orações prolongadas e confissões dos pecados repetidas vezes (ADAM, 2019, p.9).
2.6 A festa da Dedicação do Templo (Hanukká)
Com base nos relatos do Livro dos Macabeus (Mc 4,59), no qual Judas e seu
exército, animados pelas vitórias contra seus inimigos, construíram novos altares dos
holocaustos com novos sacrifícios durante oito dias. Judas estabeleceu que houvesse a
celebração a dedicação do altar durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês
de Casleu (ADAM, 2019, p.10).
Depois disso, os judeus celebram essa festa com grande alegria. Um dos ritos
mais importante, é o de carregar diversos bastões ornamentados de ramagens, ao som
de cantos de louvor e a ação de graças, e o de ascender lâmpadas em todas as casas. A
cada semana de celebração ascende-se mais uma lâmpada. Para isso utliza-se o
candelabro de sete braços, conhecido como Hanukká. Encontramos em 1Mc 4,50 a
referência a origem do rito da luz, porém a tradiçãi judaica relaciona-o a um milagre
que aconteceu durante a purificação do templo por Judas Macabeu(ADAM, 2019,
p.10).
Essa festa sempre acontece no dia 25 de Casleu, na época do advento e é
celebrada com grande júbilo como festa das luzes, é compreendida também como
Natal judaico (ADAM, 2019, p.10).
A origem dessa festa está associada a uma libertação extraordinária dos judeus
da diáspora persa. As referências a esse acontecimento estão no livro de Ester. O
adversário dos judeus, Amã, decidiu pela sorte (purim, plural do acádico pur = sorte),
o dia em que ele destruiria por completo o povo judeu. O nome da festa surgiu desse
fato. Um judeu chamado Mardoqueu, com grande influência na corte real, determinou
que todos os judeus do império persa deveriam celebra os dias 14 e 15 do mês de
Adar como dias de festa e regozijo, precedidos por um dia de jejum, o dia 13 de Adar.
Em Es 9,19;10,3k, vemos que essa festa era celebrada com muita alegria e
descontração. Essa foi festa foi assumindo o caráter de carnaval. Nos dias de festa, o
livro de Ester era lido publicamente e paralelamente eram lançadas maldições dos
presente contra Amã e os ímpios (ADAM, 2019, p.11).
Tirando as leituras e as esmolas, que davam um caráter religioso, era uma festa
puramente profana que se celebrava com diversões e refeições festivas.
Posteriormente, essa festa transformou-se em carnaval dos judeus (ADAM, 2019,
p.11).
Essa ocasião é conhecida como o dia de luto nacional dos judeus. A referência
para a sua datação é a do nono dia do mês de Ab, geralmente entre julho e agosto. Os
judeus recordam quatro catástrofes nacionais, celebradas com luto na data referida: a)
a destruição do primeiro templo em 586 a.C; b) destruição do segundo Templo em 70
d.C; c) esmagamento da revolta dos judeus contra Roma em 135 d.C; d) expulsão dos
judeus da Espanha em 1492. Além disso, faz-se memória a todas as catástrofes que o
povo judaico experimentou durante a sua história. É um dia de um jejum muito
rigoroso. O luto é expresso na liturgia com a leitura do livro das lamentações de
Jeremias na sinagoga(ADAM, 2019, p.11).
4. Bar Mitzvah
Bar mitzvah, também pode ser escrita como bar mitzva ou mitzwa (hebraico:
“filho do mandamento”).É uma festa de passagem muito significativa para o povo
judeu, na qual acontece a transação do garoto à vida adulta, aos 13 anos. Ao passar
dessa idade, o garoto assume suas responsabilidade civis e religiosas. É o aniversário
de caráter mais significativo para os homens1.
Em preparação para esse evento, os garotos estudam a língua hebraica e a Torá.
Durante a celebração, ele realiza a sua primeira leitura pública da Torá, geralmente na
1
BAR MITZVAH. <https://www.britannica.com/topic/Bar-Mitzvah>. Acessado e:
14/02/2020.
sinagoga. O trecho a ser lido é uma das 54 porções semanais do Torá, chamadas de
Parashat2.
O garoto que se apresenta nessa festa, é considerado como responsável pela
realização de todos os mandamento e, lhe é concedida a oportunidade de usar
filactérios (símbolos religiosos usados na testa e no braço esquerdo) durante as
orações da manhã da semana e pode ser considerado adulto sempre que forem
necessários 10 homens adultos para formar um quorum (minyan) para orações
públicas3.
Esse celebração pode acontecer em qualquer dia,após o 13º aniversário, mas
geralmente ocorre no sábado. A liturgia do dia, portanto, permite que o menino leia o
texto semanal dos Profetas, chamado Haftarah. Isso às vezes é seguido por um
discurso exortativo. Após a cerimônia religiosa, geralmente ocorre um momento
festivo com um jantar social ou banquete em família no mesmo dia ou no dia
seguinte4.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2
O QUE É UM BAR MIRTZVAH. <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-um-
bar-mitzvah/>. Acessado em: 14/02/2020.
3
BAR MITZVAH. <https://www.britannica.com/topic/Bar-Mitzvah>. Acessado e:
14/02/2020.
4
Idem.
ADAM, Adolf. O ano Litúrgico: sua história e seu significado segundo a renovação
litúrgica. São Paulo: Edições Loyola, 2019.