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Comunicação Não Violenta

O documento descreve os princípios e processos da comunicação não-violenta (CNV). O texto explica que a CNV foi desenvolvida por Marshall Rosenberg para estabelecer conexões empáticas através da observação dos sentimentos e necessidades de cada parte. O documento fornece exemplos práticos de como aplicar os quatro passos da CNV: observação, sentimento, necessidade e pedido.
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Comunicação Não Violenta

O documento descreve os princípios e processos da comunicação não-violenta (CNV). O texto explica que a CNV foi desenvolvida por Marshall Rosenberg para estabelecer conexões empáticas através da observação dos sentimentos e necessidades de cada parte. O documento fornece exemplos práticos de como aplicar os quatro passos da CNV: observação, sentimento, necessidade e pedido.
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Se tem uma habilidade que é essencial para qualquer momento da vida é a 

comunicação não-
violenta. Não importa o lugar que você esteja ou lugar que você veio, você vai precisar dela. A
boa notícia é que a comunicação não-violenta é uma habilidade que pode ser aprendida por
qualquer pessoa.

Mas, afinal, o que é essa tal de comunicação não-violenta? A comunicação não-violenta ou a sua


abreviação CNV pode ser entendida como um processo que estabelece uma conexão consciente
através da empatia e compaixão entre os interlocutores. Vejamos um pouco mais sobre isso
neste conteúdo.

Como surgiu a Comunicação-Não Violenta (CNV)?


O norte-americano Marshall Rosenberg (1934-2015), psicólogo e autor da abordagem CNV,
desenvolveu a habilidade da Comunicação Não-Violenta inspirado nas ações de grandes
líderes como Martin Luther King Jr e Gandhi, ou seja, observando a utilização da resistência
não-violenta como prática de transformação daquelas realidades violentas.

A sua preocupação com a postura defensiva e as reações por meio da violência começaram
ainda na sua infância, em 1943, quando presenciou experiências negativas na escola por ser
judeu e pelo contexto social da época com os conflitos raciais nos Estados Unidos.

Já na década de 1960, Marshall dedicou a carreira acadêmica ao estudo do comportamento


humano violento em diversos contextos sociais. O objetivo dele com isso era o de construir uma
cultura da paz e um mundo mais justo. Desde então, a CNV vem contribuindo e sendo
utilizada nas organizações não-governamentais, mediação de conflitos, justiça restaurativa,
escolas, empresas, etc. Hoje, a CNV está presente em mais de 65 países, colaborando para o
desenvolvimento e fortalecimento da consciência humana.
Entendendo a Comunicação Não-Violenta (CNV)
A Comunicação Não-Violenta (CNV) representa habilidades de comunicação verbal (escrita
ou falada) e não verbal (gestos, expressões faciais ou corporais, imagens ou códigos) que
buscam criar compaixão e empatia para fortalecer  as conexões humanas. Ela ajuda a
identificar em nosso comportamento do dia a dia aquele sentimento e necessidade que não
foram atendidos em uma determinada situação.

Quando utilizamos a habilidade fazemos uma reformulação ao falar e ouvir o outro. Em vez de
responder inconscientemente e imediatamente, ouvimos com atenção e pensamos no sentido
e desejo manifestado por trás daquela ação humana. Dessa forma, conseguimos
nos expressar de forma clara, empática, honesta e respeitosa.

O exercício da Comunicação Não-Violenta permite ao interlocutor enxergar o mundo a partir da


perspectiva da outra pessoa e entender possíveis razões para suas atitudes.

É importante esclarecer que a essência da CNV está na consciência de quatro processos


– observação, sentimento, necessidade e pedido – e não nas palavras que são trocadas
diretamente no diálogo pelos interlocutores.

Como funciona o ciclo da Comunicação Não-Violenta (CNV)?

Imagem do ciclo da CNV retirada do slide 16 da Aula 2 de CNV do programa Embaixadores


Politize! 2021.

Ao usar o ciclo da CNV é preciso seguir os quatro passos:

1. Observação (Ouvir)

O primeiro processo da CNV é a observação. Aqui deve ser levado em conta o contexto em que a
situação está acontecendo.  A CNV busca a consciência do indivíduo de separar a observação da
avaliação. Aumentando a possibilidade de que o outro ouça a mensagem que realmente deseja
ser transmitida.

2. Sentimento (Indagar)

O segundo processo da CNV é o sentimento, o maior desafio é ter consciência da emoção que é
transmitida naquele momento. É preciso se permitir olhar de forma clara e assertiva todos nossos
sentimentos. Trocar o que eu acho por como eu me sinto realmente.

3. Necessidade (compreender)

A necessidade está ligada ao sentimento, por trás de todo sentimento existe uma necessidade e
por trás de toda necessidade existe um sentimento. Quando alguém expressa suas necessidades
com consciência, as chances delas serem atendidas aumentam. 

4. Pedido (argumentar)

Após manifestar o que estamos observando, é preciso fazer o pedido. É essencial expressar o
que estamos pedindo de forma clara, positiva, consciente, assim garantindo que a mensagem
enviada é a mesma recebida.
Dessa forma, se você não tiver certeza que seu pedido foi atendido, reformule o pedido para
saber se foi compreendido. Se ainda tem dúvida, peça ao receptor da mensagem para repetir o
que entendeu.

Quando outra pessoa não atende o pedido, a pessoa pode perceber a mensagem como uma
exigência. Portanto, o pedido deve ser objetivo e bem definido com base na empatia.

O que não é a comunicação não-violenta


1. Fazendo Comparação

A comparação cria os julgamentos moralizadores. Quando comparamos alguém estamos criando


estereótipos e generalizações superficiais que acabam distorcendo a realidade e gerando
sentimentos negativos.

2. Julgamentos moralizadores x juízo de valor

É comum as pessoas associarem o termo julgamentos moralizadores e juízo de valor. O juízo de


valor é um conjunto particular de valores determinado pela experiência ou vivência da pessoa, ou
seja, que fazemos sobre as qualidades que admiramos na vida. Já os julgamentos moralizadores
fazemos sobre comportamentos que não estão de acordo com o correto, com critérios
fundamentados no medo, raiva e necessidade.

A maior parte das pessoas cresceram usando uma comunicação moralizadora influenciadas por
visões do rótulo e fazendo comparações. Por exemplo: a necessidade de utilizar termos para
controlar o ambiente desejável, decidir o que é errado, imperfeito, incorreto. Quanto mais as
pessoas utilizam julgamentos moralizadores, mais estão ensinando comportamentos que
bloqueiam sentimentos de necessidades, de pedidos e compreensão.

3. Negação da responsabilidade

Estimular a consciência sobre nossos sentimentos e necessidades é um processo fundamental


quando utilizamos a CNV. Cria-se, assim, um senso de responsabilidade daquilo que você recebe
ou transmite. Focando em nossos próprios sentimentos e necessidades, conseguimos identificar
quais deles precisamos dar uma atenção maior.

A lista de necessidades e sentimentos

Construir o vocabulário de palavras de emoções é muito importante para se conectar consigo


mesmo.

Você pode ver a seguir a lista de vocabulários de atendimento e não atendimento de acordo com
a comunicação verbal dos sentimentos. Ajudando a identificar de forma clara as emoções que
você está sentindo.

Quando as necessidades estão atendidas

 Calmo
 Relaxado
 Conectado
 Descansado
 Renovado
 Contente
 Feliz
 Alegre
 Animado
 Esperançoso
 Inspirado
 Energizado
 Alerta
 Disposto
 Grato
 Empoderado
 Motivado
 Concentrado
 Curioso
 Interessado
 Bem-humorado
 Amoroso
 Centrado
 Seguro
 Aliviado
 Otimista
 Satisfeito
 Pleno

Quando as necessidades não estão atendidas

 Com Raiva
 Furioso
 Aborrecido
 Exausto
 Estafado
 Deprimido
 Triste
 Sozinho
 Desencorajado
 Desanimado
 Desesperançoso
 Irritado
 Receoso
 Desconfortável
 Chateado
 Agitado
 Frustrado
 Desconcentrado
 Surpreso
 Tenso
 Com medo
 Preocupado
 Pessimista
 Cansado
 Fragilizado
 Envergonhado
 Confuso
 Ansioso

Essa lista foi retirada, compilada e revisada pelo Instituto CNV Brasil, das listas de distintos
autores da CNV, incluindo Marshall Rosenberg.
Exemplos para prática da comunicação não-violenta (CNV)

Primeiro, observe o que está acontecendo no contexto que você está inserido sem fazer
julgamentos; procure identificar atitudes ou gestos que te agradem ou não naquela situação.

Segundo, tente compreender o sentimento que você está tendo, se é de alegria, tristeza, raiva,
mágoa, etc.

Terceiro, identifique a necessidade por trás daquele sentimento.

Por fim, expresse de forma clara o seu pedido.

Exemplo 1

Imagine uma conversa entre um casal.

“Nas últimas 2 vezes em que conversamos sobre não deixar a toalha em cima da cama, vi que
você se alterou e me pareceu um pouco irritado (observação) e isto me deixa chateada
(sentimento), porque estou me sentido cansada (necessidade), ficaria feliz se você estendesse  a
toalha no varal, se possível ao sol (pedido).”

Exemplo 2

Uma mãe em conversa com o filho pequeno.

“Enzo, quando eu vejo seus brinquedos espalhados pela casa (observação), fico furiosa com
essa situação (sentimento), porque preciso de espaço organizado para andar (necessidade).
Você poderia guardar seus brinquedos depois de brincar, isso ajudaria a evitar
acidentes (pedido).”

Exemplo 3

Uma conversa em família.

“Sempre que falamos sobre política no almoço de domingo, vejo que você se altera e me parece
bravo (observação). Isso me deixa receoso e triste (sentimento), porque eu acredito que
poderíamos conversar sobre política trazendo os nossos pontos de vistas, mesmo que eles sejam
contrários (necessidade). Gostaria de entender seu posicionamento e que você me escutasse
(pedido).

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