Tomas de Aquino 24 05
Tomas de Aquino 24 05
Tomas de Aquino 24 05
24 de maio
de 2022
notas
preliminares
ii. “ Assim é frequente encontrarmos nas discussões de Tomás sobre os vícios - para além
da aparente estruturação escolástica – expressões de um forte empirismo como:
“Contingit autem ut in pluribus” (o que realmente acontece na maioria dos casos).
(LAUAND, Introdução, p.65)
iii. “O De malo [...] parecem ser questões disputadas em Roma durante o ano letivo
1266-7, ou segundo outros críticos contemporâneos, em Paris, no ano letivo 1269-
70. Boa parte desse tratado é dedicada aos pecados capitais e se articula com a
discussão dos mesmos na segunda parte da Summa theologica (escrito não antes
do De Malo)” (LAUAND, Introdução, p.71)
iv. “S.Tomás começa – De malo, 8, 1 – por discutir as razões pelas quais se define o
conceito de vício capital e conclui que isto se dá pela articulação objetiva de
finalidades: o pecado capital, pecado “capitão”, impõe uma cadeia de motivações.
Assim, por exemplo, à avareza estão subordinadas a fraude e o engano. A análise
dessa ordo de fins estabelece sete linhas fundamentais de causalidade: os sete
vícios capitais” (LAUAND, Introdução, p.71)
“S. Tomás ensina que recebem este nome
[vício capital] por derivar-se de caput” [..]o “Toda uma experiência milenar sobre o
vício é uma restrição à autêntica liberdade e homem traduz-se em Tomás em sete
um condicionamento para agir mal” (LAUAND, vícios capitais, que arrastam atrás de
Introdução, p.67)
si ‘filhas’, exércitos, totalizando cerca
de cinquenta outros vícios...” (LAUAND,
Introdução, p.66)
[detalhe de Os Sete
pecados capitais (H.
Bosch).Disponível
em
https://es.wikipedia.
org/wiki/Mesa_de_lo
s_pecados_capitale
s]
Filhas da inveja: murmuração, detração,
ódio, exultação pela adversidade,
aflição pela prosperidade.
“a acídia é o
tédio ou tristeza
em relação aos
bens interiores
e aos bens do
espírito” (LAUAND.
Acídia, p.93.)
“E como os homens
fazem muitas coisas por
causa do prazer – para
obtê-lo ou movidos pelo
impulso do prazer –
assim também fazem
muitas coisas por causa
da tristeza: para evitá-la
ou arrastados pelo peso
da tristeza” (LAUAND, J. As
filhas da acídia, p.94)
“Se atentarmos à
realidade, diremos
que a ira é um
movimento do apetite
sensitivo e esse
movimento pode ser
regulado pela razão,
põe-se à serviço dela
para sua pronta
execução. E como a
condição da natureza
humana exige que o
apetite sensitivo seja
movido pela razão, é
necessário afirmar,
com os peripatéticos,
que algumas iras são
boas e virtuosas”
(LAUAND, A ira, p.98) [detalhe de Os Sete pecados capitais (H. Bosch).Disponível
em
https://es.wikipedia.org/wiki/Mesa_de_los_pecados_capitales]
Filhas da ira: rixa, perturbação da mente, insultos, clamor,
indignação e blasfêmia
“A palavra avareza
está ligada a uma
desordenada ambição
de dinheiro [avarus
aeris]...Mas,
por extensão, avareza
é tomada também
como desordenada
cobiça de quaisquer
bens” (LAUAND, A avareza,
p.100)
*A riqueza e a pobreza.
Sermões do Boca de ouro [H. Bosch (1450-1516). A
São morte do avarento.1494.
João Crisóstomo. São Paulo: National Gallery of Art.
Paz e Terra, 2022 Washington] :,
A gula ( De Malo, questão 14, art. 1)
“Entre todas as
paixões, a coisa
mais difícil de
ordenar é o prazer
segundo a razão
e principalmente
os prazeres
naturais que são
“companheiros da
nossa vida”[...] “a
gula é a falta de
[detalhe de Os Sete pecados capitais (H. Bosch).Disponível moderação no
em
https://es.wikipedia.org/wiki/Mesa_de_los_pecados_capitales]
comer e no beber”
(LAUAND, A gula, p.104)
filhas da gula: imundície, embotamento da inteligência, alegria néscia,
loquacidade desvairada, expansividade debochada
[..[] há uma
desordem nos
atos da
vontade, que
ficam como
que à deriva
pelo
adormeciment
o de seu
piloto, a
razão”
(LAUAND. As filhas
da gula, 105)
[Pieter Breugel
(1526-1569)
Gula1558].
A luxúria (De Malo,
questão 15,artigo 4)
Filhas da
luxúria:
cegueira da
mente,
irreflexão,
inconstânci
a,
precipitaçã
o, amor de
si, ódio a
Deus,
apego ao
mundo,
desespero
em relação
ao mundo
futuro
Para terminar, um caso e
uma canção (In taberna summus) -
medievais.
“O senhor de Maimundo ordenou-lhe, certa noite, que fosse fechar a porta.
Maimundo – que oprimido pela preguiça, nem podia se levantar –
respondeu que a porta já estava fechada.
Ao alvorecer, disse-lhe o senhor:
- Maimundo, vai abrir a porta.
- Como eu sabia que o senhor havia de querê-la aberta hoje, nem cheguei
a fechá-la ontem.
O senhor, percebendo que, por preguiça, não a tinha fechado, disse-lhe:
- Levanta-e e faz o que tens de fazer, pois é dia e o sol já está a pino.
- Se o sol já está a pino, então dá-me de comer – respondeu Maimundo.
- Servo mau, nem amanheceu e já queres comer?
- Bom, se não amanheceu, então deixa-me continuar dormindo”
DE BONI, Luis Alberto. Estudos sobre Tomás de Aquino. Pelotas: UFPEL, 2018.
(Dissertatio Filosofia). Disponível em https://wp.ufpel.edu.br/nepfil/59-2/
LAUAND, L.J. Cultura e Educação na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
TOMÁS DE AQUINO. Os sete pecados capitais. Tradução de Luiz Jean Lauand. São
Paulo: Martins Fontes, 2001, p.63-113
TORREL, Jean-Pierre. Iniciação a Santo Tomás de Aquino. Sua pessoa e obra. São
Paulo: Loyola,1999
SANTO TOMÁS DE AQUINO. Sobre o Mal. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005, Tomo 1.
sílvia contaldo