Poemas de Amor

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O amor é o sentimento mais comum entre as pessoas.

Por ser um tema atemporal e


inexplicável e, sobretudo, por passar por todos, não poderia ser esquecido pelos
poetas, que têm nesse tema um dos maiores motes para as suas composições.

Confira essas verdadeiras obras-primas da Literatura que o Toda Matéria selecionou


para você.

1. Amor é fogo que arde sem se ver, de Luís de Camões


Luís de Camões
Camões, o maior escritor do Classicismo
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor"

Nesse poema, Luís Vaz de Camões (1524-1580), poeta português que dispensa
apresentações trabalha o tempo todo com antíteses, o que alcança a grande
expressividade do poema:

“é ferida que dói, e não se sente;


[...]
é um andar solitário entre a gente;”

É mediante esse recurso estilístico que o autor busca explicar o inexplicável: Como
é possível alguém sofrer por amor e mesmo assim querer amar?

Assim, termina um dos mais conhecidos poema de amor de todos os tempos:

“Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor”

Veja também: Luís de Camões


2. Meu destino, de Cora Coralina
Cra Coralina
Cora Coralina, uma das escritoras brasileiras mais importantes
Nas palmas de tuas mãos
leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas,
interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes –
íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos
Passavas com o fardo da vida…
Corri ao teu encontro.
Sorri. Falamos.
Esse dia foi marcado
com a pedra branca
da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos
juntos pela vida…"

Nesse poema, Cora Coralina (1889-1985), uma das maiores poetisas brasileiras,
relata um encontro proporcionado pelo destino, inevitável, tal como o amor que dele
surgiu.

Conhecida como “escritora das coisas simples”, o seu poema trata do amor de forma
descomplicada:

“Corri ao teu encontro.


Sorri. Falamos.
[...]
E, desde então, caminhamos
juntos pela vida…”

Veja também: Cora Coralina


3. As sem-razões do amor, de Carlos Drummond de Andrade
Drummond
Drummond, um dos maiores autores da literatura brasileira
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,


é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo


bastante ou de mais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,


e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor."

Nesse poema, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), o maior poeta brasileiro do


século XX, propõe uma explicação do amor através da repetição do verso “Eu te amo
porque te amo.”

Com isso, o poeta quer expressar que o amor é mesmo assim, sincero, sem explicação,
não poderia ser de outra forma.

E porque há tantas razões inexplicáveis para amar, Drummond brinca com o título do
poema, em que as palavras “sem” e “cem” são homófonas (mesma pronúncia e grafias
diferentes).
Com “sem razões” o poeta expressa que não é possível explicar o amor, enquanto que
com “cem razões”, o poeta leva o leitor a imaginar que encontrará no poema uma
lista de motivos que o levem a se entregar ao amor.

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