10043-Texto Do Artigo-30053-1-10-20210901

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RESUMO

O objetivo do estudo foi avaliar a qualidade dos lan-


Saúde e Ambiente ches enviados nas lancheiras de pré-escolares de
V.8 • N.3 • 2021 - Fluxo Contínuo
uma escola, considerando a classificação do Guia
ISSN Digital: 2316-3798 Alimentar para a População Brasileira. Foi realizado
ISSN Impresso: 2316-3313
estudo transversal desenvolvido com 200 crianças
DOI: 10.17564/2316-3798.2021v8n3p305-320
de 2 a 6 anos de uma escola privada. Foram obser-
vados e registrados três dias não consecutivos dos
alimentos trazidos de casa pelos alunos e, poste-
riormente, os alimentos foram divididos em quatro
PERFIL DOS LANCHES DE PRÉ- grupos: alimentos in natura (IN) ou Minimamente
Processados (MP), Ingredientes Culinários (IC),
ESCOLARES SEGUNDO O GRAU DE Alimentos Processados (AP) e Alimentos Ultrapro-
PROCESSAMENTO INDUSTRIAL cessados (UP). Os dados foram analisados descri-
tivamente e foi aplicado teste de U de Mann-Whi-
PROFILE OF PRESCHOOLERS SNACKS ACCORDING TO THE tney. Observou-se que 100% das crianças levaram
DEGREE OF INDUSTRIAL PROCESSING alimentos ultraprocessados em algum dia avalia-
do, sendo que em 85,5% a frequência foi nos três
dias observados. Apenas 39% levaram alimentos
PERFIL DE MERIENDA PREESCOLARES SEGÚN EL GRADO DE
in natura ou minimamente processados. A media-
ELABORACIÓN INDUSTRIAL na de alimentos IN/MP foi de 13g, enquanto a de
alimentos UP foi de 200g. Em relação à quantidade
de energia e nutrientes, em média, as lancheiras
avaliadas apresentaram 341 Kcal (836 Kcal valor
máximo) e 236 mg de sódio (máximo 683 mg). Os
resultados mostram que a qualidade dos lanches
contraria as recomendações da literatura, quando
a presença de ultraprocessados nas lancheiras se
mostra expressivamente maior do que a presença
Jamille Caroso Andrade1 de alimentos in natura ou minimamente proces-
Silvia Maria Voci2 sados. Isso implica em prejuízos para a saúde das
Elis Rejane Araujo Santana3
Camilla Valeriano Oliveira Melo4
crianças, além de danos ao meio ambiente e cultu-
Danielle Goes da Silva5 ra, sendo importante a implementação de ações de
educação alimentar e nutricional na escola e com
os pais, além de regulação mais efetiva da publici-
dade de alimentos voltados a este público.
Palavras-chave
Saúde e Ambiente
Lanche. Crianças. Pré-Escolares. Alimentação.

ABSTRACT

The aim of study was to evaluate the quality of snacks sent in preschool lunchboxes at a school,
considering the Food Guide classification for Brazilian Population. This is a cross-sectional study
developed with 200 children aged 2 to 6 from a private school. Three non-consecutive days of food
brought from the house by the students were observed and recorded, and the food was divided into
four groups: in natura (IN) or Minimally Processed (MP), Culinary Ingredients (CI), Processed Foods
(PF) and Ultraprocessed Food (UP). Data were analyzed descriptively and Mann-Whitney U test was
performed. It was observed that 100% of the children took ultraprocessed foods on some evaluated
day, and in 85.5% the frequency was in the three days observed. Only 39% took food in natura or
minimally processed. The median IN / MP food was 13 g, while the food UP was 200 g. In relation to
the amount of energy and nutrients, on average the snacks evaluated presented 341 Kcal (836 Kcal
maximum value) and 236 mg sodium (maximum 683 mg). The results show that the quality of snacks
contradicts the recommendations of the literature, when the presence of ultra-processed foods in
the lunchboxes is significantly higher than the presence of fresh or minimally processed foods. This
involves damage to children’s health, in addition to damage to the environment and culture, and it is
important to implement food and nutrition education actions at school and with parents, in addition
to more effective regulation of food advertising aimed at this audience.

KEYWORDS

Snack. Children. Preschoolers. Feeding.

RESUMEN

El objetivo del estudio fue evaluar la calidad de las meriendas enviadas en loncheras preescolares
en una escuela, considerando la clasificación considerando la clasificación de la Guía alimentaria
para la población brasileña. Se realizó un estudio transversal con 200 niños de 2 a 6 años de un co-
legio privado. Se observaron tres días no consecutivos de comida traída por los estudiantes de casa y
posteriormente dividida en cuatro grupos: Alimentos Natura (IN) Mínimamente Procesados (MP), In-
gredientes Culinarios (IC), Alimentos Procesados (AP) y alimentos ultraprocesados (UP). Los datos se

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Saúde e Ambiente
analizaron de forma descriptiva y se realizaron la prueba de Mann-Whitney. Se observó que el 100%
de los niños ingirió alimentos ultraprocesados en algún día evaluado, y en el 85,5% la frecuencia fue
en los tres días observados. Solo el 39% tomó alimentos frescos o mínimamente procesados. La me-
diana de los alimentos IN / MP fue de 13 g, mientras que la mediana de los alimentos UP fue de 200 g.
En cuanto a la cantidad de energía y nutrientes, en promedio, las loncheras evaluadas mostraron 341
Kcal (valor máximo de 836 Kcal) y 236 mg de sodio (máximo 683 mg). Los resultados muestran que la
calidad de las meriendas va en contra de las recomendaciones de la literatura, cuando la presencia de
alimentos ultraprocesados en las loncheras es significativamente mayor que la presencia de alimen-
tos frescos o mínimamente procesados. Esto conlleva daños a la salud de los niños, además de daños
al medio ambiente y la cultura, y es importante implementar acciones de educación alimentaria y
nutricional en la escuela y con los padres, además de una regulación más efectiva de la publicidad de
alimentos dirigida a este público.

PALABRAS CLAVE

Merienda. Niños. Niños en edad preescolar. Alimentación.

1 INTRODUÇÃO

Segundo a literatura, os alimentos ultraprocessados possuem participação, cada vez maior, na


alimentação das crianças em substituição aos alimentos in natura ou minimamente processados.
Dentre os motivos que levam à procura pelo alimento ultraprocessado, estão a sua praticidade, dispo-
nibilidade (fácil acesso), hiperpalatabilidade e exposição das crianças à publicidade desses alimentos
(CORNWELL et al., 2017; SILVA et al., 2019; COSTA et al., 2021). Os alimentos ultraprocessados em
geral contêm altas quantidades de açúcar, gordura, sódio e aditivos, que em excesso podem ocasio-
nar aumento de peso e contribuir com o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (SPAR-
RENBERGER et al., 2015; BATALHA et al., 2017; COSTA et al., 2021).
Estudos evidenciam o consumo alimentar precoce de ultraprocessados pelas crianças, expondo-
-as cada vez mais cedo a um risco de dependência alimentar destes alimentos, pois o alto consumo
de ultraprocessados pode gerar um vício alimentar decorrente do prazer ofertado pelas substâncias
contidas nestes alimentos, gerando padrões de comportamento descontrolados (CORNWELL et al.,
2017; FILGUEIRAS et al., 2019). Além disso, o consumo demasiado dos ultraprocessados gera inter-
ferência negativa cultural, ambiental e social, uma vez que o ato de comer é uma ação que envolve
não só o alimento, mas toda uma cadeia produtiva e seus significados que são permeados por trocas
simbólicas acompanhadas pela evolução da sociedade (CONSTANTINO et al., 2016).
A literatura aponta que a substituição de preparações culinárias por alimentos prontos (ultrapro-
cessados) levam ao enfraquecimento da cultura alimentar. A transmissão de habilidades culinárias tem

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Saúde e Ambiente perdido força, limitando a diversidade culinária (MONTEIRO et al., 2010; BRASIL, 2014; FERREIRA et al.,
2019). O Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014) orienta escolhas alimentares que
levem em consideração a cultura local, respeitando e preservando a identidade e cultura alimentar da
população, uma vez que a alimentação é um componente importante da cultura de uma sociedade. O
guia também reforça a importância da comensalidade como uma ferramenta para incentivar o consumo
de alimentos saudáveis e minimizar o consumo dos alimentos ultraprocessados.
É importante, sendo o ambiente escolar um local onde há comensalidade, levar em consideração não
só o alimento presente na lancheira isoladamente, mas todos os fatores envolvidos no momento do lanche
das crianças. Sob este ponto de vista, a escola como ambiente educador, representa um espaço apropriado
para a promoção da saúde com intervenções de educação alimentar e nutricional, resgatando processos
artesanais da comida, contribuindo com a formação das crianças, e atuando como disseminadora do co-
nhecimento para a sociedade como um todo (CONSTANTINO et al., 2016; SANTOS, 2017).
Neste sentido, Cronwell e colaboradores (2017) reforçam a importância de estudos que realizem
análises, considerando a extensão e a finalidade do processamento dos alimentos e sua influência
na qualidade da alimentação infantil. Diante do contexto apresentado, este estudo teve o objetivo
de avaliar o perfil dos lanches enviados nas lancheiras de pré-escolares em uma Escola privada de
Aracaju/SE, considerando o grau de processamento industrial de acordo com a classificação do Guia
Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014).

2 MÉTODOS
2.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo transversal, do tipo observacional com técnicas de investigação quantita-


tiva conduzido com crianças pré-escolares, matriculadas na educação infantil de uma Escola privada
do município de Aracaju/SE. Os alunos estavam divididos em04 séries, de acordo com a faixa etária:
1º período (crianças de 2 anos a 2 anos e 11 meses); 2º período (crianças de 3 anos a 3 anos e 11
meses); 3º período (crianças de 4 anos a 4 anos e 11 meses) e 4º período (crianças de 5 a 6 anos). O
estudo foi realizado nos meses de março e abril em 2017 e à época do estudo havia 375 vagas que
estavam ocupadas em sua totalidade, mas somente participaram da pesquisa as crianças cujos pais/
responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), resultando uma amos-
tra final de 200 crianças entre 2 e 6 anos de idade.

2.2 COLETA E CONSOLIDAÇÃO DO BANCO DE DADOS

Para a coleta de dados, foi utilizado formulário próprio já preenchido com identificação do aluno,
data de nascimento, sexo e série escolar. No formulário foram coletadas a data da coleta, a descrição
minuciosa do lanche observado na lancheira (incluindo a marca, quando fosse o caso) e a quantidade

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Saúde e Ambiente
do lanche. Houve treinamento prévio da equipe envolvida na coleta, a qual preencheu registro de três
dias não consecutivos dos lanches trazidos de casa pelos alunos. As lancheiras foram cuidadosamente
observadas antes do horário do lanche dos alunos, na presença da professora responsável pela turma.
Posteriormente, os formulários foram analisados e padronizados em relação às quantidades, mar-
cas e tipo de alimento. Todos os itens alimentares foram digitados em planilha Excel e tiveram sua
composição nutricional calculada para energia, macronutrientes, fibra, sódio, cálcio, ferro, vitamina
C e zinco, de acordo com a Tabela de Composição de Alimentos (TACO, 2011). Foram calculadas as
médias dos três dias de avaliação.

2.3 ANÁLISE DE DADOS

Para avaliação qualitativa dos dados, os alimentos foram divididos segundo a classificação do
Guia Alimentar para a População Brasileira: grupo 1: alimentos in natura (IN) ou alimentos Minima-
mente Processados (MP); grupo 2: Ingredientes Culinários (IC); grupo 3: Alimentos Processados (AP)
e grupo 4: alimentos Ultraprocessados (UP). Os ingredientes culinários considerados nas lancheiras
foram a manteiga (de pães e biscoitos) e o açúcar contido no suco in natura, que foi calculado confor-
me receitas padronizadas de sucos consultadas no livro de Pinheiro e colaboradores (2008).
Foram realizadas análises de frequência absoluta e relativa para a presença de alimentos in natu-
ra ou minimamente processados, ingredientes culinários, alimentos processados e alimentos ultra-
processados nas lancheiras.
Para os dados quantitativos foram utilizadas medidas de tendência central. Como as variáveis
quantitativas não apresentaram distribuição normal no teste de Kolmogorov-Smirnov aplicou-se o
teste U de Mann-Whitney para verificar diferenças entre os valores em gramas, energia e nutrientes
de acordo com o período em que o aluno estava matriculado (1º e 2º períodos vs 3º e 4º períodos). Os
alunos foram agrupados para a análise dessa forma devido à proximidade da faixa etária. Adotou-se
nível de significância de 5%.
Para o cálculo das necessidades energéticas dos alunos, foram utilizadas as equações da Estima-
ted Energy Requirement (EER) do Institute of Medicine (IOM, 2011):

Para crianças de 12 a 35 meses:


EER = (89 x P – 100) + 20
P: Peso em quilos

Para crianças de 3 a 8 anos de idade:


Sexo Masculino
EER= 88,5 – (61,9 x I) + AF x (26,7 x P + 903 x A) + 20

Sexo Feminino
EER= 135,3 – (30,8 x I) + AF x (10,0 x P + 934 x A) + 20
I: Idade em anos; AF: Coeficiente de Atividade Física; P: Peso em quilos; A: Altura em metros

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Saúde e Ambiente As estimativas foram calculadas, utilizando-se as médias de peso e altura de todos os alunos (da-
dos já existentes no banco de dados da instituição, coletados no mesmo mês do presente estudo, mar-
ço, e utilizados especificamente para calcular as necessidades energéticas dos alunos) e considerou-
-se o nível de atividade física sedentário para todos os alunos, atribuindo-se o valor de Coeficiente
de Atividade Física igual a 1,0 para ambos os sexos de acordo com Institute of Medicine (IOM, 2011).
Com relação ao percentual de recomendação calórica dos lanches, foi utilizada a recomendação
da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em 2018, cujo valor é correspondente a 15% da EER dos
alunos, representando o percentual de contribuição do lanche na sua necessidade energética diária.
Esta pesquisa foi submetida sob CAAE nº 75457417.4.0000.5546 e aprovada pelo Comitê de Ética
da Universidade Federal de Sergipe (UFS) com parecer nº 2.383.122.

3 RESULTADOS

Duzentos alunos da Educação Infantil com idade entre 2 e 6 anos tiveram suas lancheiras ava-
liadas durante três dias de coleta de dados sendo que destes, 56% eram do sexo feminino; 58,5%
estudavam no turno da manhã; 38,5% e 26,5% eram do 2º e 3º períodos respectivamente, conforme
dados apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Descrição da amostra dos alunos da educação infantil de uma escola privada em Aracaju,
SE, Brasil, 2017

Variável n %

Turno

Manhã 117 58,5


Tarde 83 41,5
Série
1º período 35 17,5
2º período 77 38,5
3º período 53 26,5
4º período 35 17,5
Sexo
Masculino 88 44,0
Feminino 112 56,0
Fonte: Dados da Pesquisa.

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Saúde e Ambiente
Foram analisados 1.553 itens alimentares encontrados nas lancheiras dos pré-escolares. A Tabela
2 apresenta os grupos alimentares encontrados nas lancheiras e a frequência de alimentos ultrapro-
cessados durante os três dias de observação.

Tabela 2 – Distribuição dos pré-escolares de uma escola privada segundo a presença do grupo ali-
mentar nas lancheiras em ao menos um dos dias avaliados. Aracaju, SE, Brasil, 2017 (Continua)

Presença em ao menos um dia avaliado


Grupo alimentar
n %

in natura/Minimamente processado

Sim 78 39,0

Não 122 61,0

Ingredientes culinários

Sim 81 40,5

Não 119 59,5

Alimentos processados

Sim 62 31,0

Não 138 69,0

Alimentos ultraprocessados

Sim 200 100,0

Não - -

Frequência de ultraprocessados

Um dia avaliado 6 3,0

Dois dias avaliados 23 11,5

Três dias avaliados 171 85,5


Fonte: Dados da Pesquisa.

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Saúde e Ambiente Foi possível observar que todas as crianças levaram na lancheira alimentos ultraprocessados
em pelo menos um dia de avaliação e apenas 39,0% levaram alimentos in natura ou minimamen-
te processados. Também foi observado que 85,5% dos alunos levaram alimentos ultraprocessa-
dos nos três dias observados.
Calcularam-se os valores (média dos três dias avaliados) para cada estudante, para os grupos de
alimentos, energia e nutrientes, de acordo com a série em que estavam matriculados: 1º e 2º período
(GRUPO 1) e 3º e 4º período (GRUPO 2). O valor mediano em gramas de alimentos IN/MP foi de 20 g
para o grupo 1 e 5 g para o grupo 2, evidenciando uma redução na oferta de alimentos do grupo IN/MP
à medida que as crianças são mais velhas. Já a mediana de alimentos UP foi de 161,2 g no grupo 1 e 227
g no grupo 2, demonstrando aumento da oferta de alimentos UP à medida que as crianças são maiores.
Em relação à quantidade de energia, as lancheiras avaliadas apresentaram mediana de 317,9
Kcal por dia no grupo 1 e 317,3 kcal por dia no grupo 2, ambos ultrapassando o recomendado
pela literatura para o lanche na faixa etária pré-escolar. Quanto aos nutrientes, ambos os grupos
apresentaram valores acima do recomendado para carboidrato, sódio e proteína. Já nutrientes im-
portantes no desenvolvimento infantil saudável como fibra e cálcio apresentaram valores abaixo
do recomendado em ambos os grupos. No grupo 2 ainda é possível observar que ferro e zinco estão
abaixo do recomendado (Tabela 3).

Tabela 3 – Valores em gramas, calorias e nutrientes de alimentos IN/MP, IC, AP e UP presentes nas
lancheiras, de acordo com a série, de pré-escolares de uma escola privada em Aracaju, SE, Brasil, 2017

IN/MP: In Natura / Minimamente Processados; IC: Ingredientes Culinários; PROC: Alimentos Proces-
sados; UP: Alimentos Ultraprocessados
* Foram considerados 15% dos valores da DRI (Dietary Reference Intake) e da EER (Estimated Energy
Requirement) para o lanche.
** ND – Não Determinado
Fonte: Dados da Pesquisa..

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Saúde e Ambiente
A Figura 1 apresenta os dez alimentos encontrados com maior frequência nas lancheiras dos alunos.

Figura 1 – Frequência dos dez alimentos mais encontrados nas lancheiras dos alunos da Educação
Infantil em uma Escola privada de Aracaju, SE, Brasil, 2017

Nota: as porcentagens apresentadas na figura foram calculadas sobre o total de 1.553 itens alimen-
tares avaliados.
Fonte: Dados da Pesquisa.

Pode ser observado que dentre os dez alimentos mais frequentes nas lancheiras, oito são do grupo
de alimentos ultraprocessados, inclusive o primeiro lugar que foi o suco de caixinha ultraprocessado. O
açúcar de mesa que ficou em segundo lugar, está no grupo dos ingredientes culinários, que nas lanchei-
ras foi contabilizado quando havia presença do suco de frutas, que foi padronizado como adoçado com
açúcar de mesa. Em nono lugar ficou o suco da fruta de maracujá, único alimento do grupo in natura no
ranking. Importante destacar que todos os sucos foram considerados adoçados, por entendimento dos
pesquisadores que o hábito de adoçar suco faz parte do hábito da população em geral.
A Tabela 4 apresenta os três alimentos mais frequentes nas lancheiras dos pré-escolares, de acor-
do com os grupos alimentares.

Tabela 4 – Frequência dos alimentos, conforme a classificação dos grupos alimentares, presentes
nas lancheiras dos pré-escolares de uma escola privada em Aracaju, SE, Brasil, 2017
Grupo alimentar Alimentos Frequência (%)
Suco de maracujá 2,8
IN/MP Suco de acerola 2,1
Banana prata 1,9
Açúcar de mesa 9,3
IC
Manteiga 0,6

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Saúde e Ambiente Grupo alimentar Alimentos Frequência (%)

Bolo de chocolate 1,3


AP Queijo mussarela 0,7
Biscoito de padaria 0,6
Suco industrializado 12,3
UP Biscoito tipo cream cracker 8,3
Biscoito recheado de chocolate 6,6
IN/MP: In Natura / Minimamente Processados; IC: Ingredientes Culinários; PROC: Alimentos Proces-
sados; UP: Alimentos Ultraprocessados.
Nota: as porcentagens dessa tabela foram calculadas sobre o total de 1.553 itens alimentares avaliados.
Fonte: Dados da Pesquisa.

De acordo com a Tabela 4, verifica-se que o suco ultraprocessado, primeiro lugar do grupo de UP,
aparece quatro vezes mais na lancheira do que o primeiro lugar do grupo IN/MP, o suco de maracujá.
O segundo lugar do grupo UP, o biscoito tipo cream cracker tem frequência quatro vezes maior na
lancheira do que o suco de acerola, segundo lugar do grupo IN/MP. O biscoito recheado de chocolate,
terceiro lugar do grupo UP aparece quase quatro vezes mais na lancheira do que o terceiro lugar do
grupo IN/MP, a banana prata.

4 DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo apontam alta prevalência de alimentos ultraprocessados em detri-


mento dos alimentos in natura na lancheira das crianças. Vários estudos apontam diversos fatores
que podem ter relação com esse resultado, são eles o baixo custo dos alimentos ultraprocessados,
sua maior praticidade e palatabilidade, a alta disponibilidade no mercado, a falta de tempo, os maus
hábitos alimentares e a falta de informação dos pais acerca dos malefícios ocasionados pelos alimen-
tos ultraprocessados, como também a publicidade abusiva direcionada principalmente às crianças
(MAIA et al., 2017; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2019; ANDRETTA et al., 2021).
Pesquisa realizada por Maia e colaboradores (2017) analisou a publicidade televisiva de alimentos
de acordo com as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, em que os alimen-
tos ultraprocessados apareceram oito vezes mais (60,7%) nos anúncios quando comparados a ali-
mentos in natura ou minimamente processados (7,0%). Os autores referiram que dentre os anúncios
não foi encontrado nenhum alimento do grupo de frutas e hortaliças. Refrigerantes e sucos artificiais
foram os alimentos ultraprocessados que apareceram com maior frequência nos anúncios, seguidos
por sorvetes, chocolates e outros doces.

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Corroboramos com os dados apresentados no estudo de Maia e colaboradores (2017) de que os
alimentos que apresentaram maior frequência de publicidade também apareceram com maior frequ-
ência nas lancheiras dos alunos no presente estudo: os alimentos ultraprocessados. O suco artificial,
que apresentou maior frequência de propagandas no estudo de Maia e colaboradores (2017), foi o
alimento ultraprocessado que obteve maior frequência nas lancheiras das crianças. A publicidade
destes alimentos direcionada a crianças, assim como a associação do produto a personagens infantis
ou mesmo a mensagem propagada pela mídia de que os sucos artificiais são saudáveis, podem impul-
sionar a compra desses alimentos pelos pais.
No presente estudo, encontramos baixa oferta de alimentos in natura ou minimamente proces-
sados e preparações culinárias nas lancheiras das crianças. Este achado pode atestar prejuízo à
saúde das crianças a médio e longo prazo, uma vez que esse grupo alimentar possui importantes
nutrientes como fibras, vitaminas e minerais que são essenciais para o desenvolvimento e cres-
cimento saudável das crianças, fortalecendo sua imunidade, especialmente na faixa etária pré-
-escolar. O consumo adequado desse grupo alimentar está associado a baixos níveis de gordura
corporal, menor risco de desenvolvimento de obesidade e melhora na saúde cardiovascular das
crianças (RILEY et al., 2018; GERRITSEN et al., 2019).
De acordo com os dados apresentados na tabela 3, percebe-se que à medida que a criança fica
mais velha, a oferta de alimentos IN/MP diminui concomitantemente ao aumento da oferta dos ali-
mentos UP, apontando valores medianos maiores para nutrientes como carboidratos e sódio, que es-
tão em excesso nos alimentos ultraprocessados. Já os nutrientes geralmente presentes nos alimentos
IN/MP como fibras, cálcio, zinco e ferro, apresentaram declínio em seus valores medianos à medida
que as crianças são maiores (3º e 4º períodos). Este resultado traz importante reflexão quanto à for-
mação dos hábitos alimentares que estão sendo construídos na infância, sendo emergencial a busca
por soluções que revertam esse quadro.
Nesse sentido, a escola possui importante papel no incentivo ao consumo de alimentos in natura
ou minimamente processados por meio da inclusão de atividades de educação alimentar e nutricional
com as crianças que se estendam também às famílias. Quando bons hábitos alimentares são adquiri-
dos desde cedo, as crianças se tornam mais propensas a adquirir um padrão alimentar saudável para
toda a vida (GERRITSEN et al., 2019).
Ao considerar que no presente estudo todos os alunos levaram alimentos ultraprocessados em
suas lancheiras e que a amostra era composta por crianças de 2 a 6 anos de idade, percebe-se que
a oferta de alimentos ultraprocessados é incentivada precocemente na população estudada. Estudo
realizado em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, com 545 crianças menores de 2 anos, mostrou que
74,3% das crianças consumiam algum alimento ultraprocessado (LOPES et al., 2020).
Outro estudo realizado por Longo-Silva e colaboradores (2017) em Maceió, Alagoas investigou a idade
da introdução de alimentos ultraprocessados na alimentação de pré-escolares e encontraram que cerca
de 75% dos pré-escolares iniciaram o consumo de ultraprocessados aos 6 meses de idade. Tinareli e Le-
mos (2019) avaliaram a qualidade nutricional das lancheiras de pré-escolares entre 4 e 6 anos em uma
escola particular do município de Birigui, São Paulo, e encontraram alta predominância de alimentos ul-
traprocessados nas lancheiras e baixa frequência de alimentos in natura ou minimamente processados.

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Saúde e Ambiente As crianças precocemente têm sido expostas a uma alimentação inadequada desde o início da
alimentação complementar, cabe ressaltar como fatores responsáveis o comportamento alimentar e
conduta dos pais, por vezes reforçados pela desinformação. Segundo Silva e colaboradores (2016),
uma alimentação não responsiva por parte de pais e/ou responsáveis condiciona uma prática de ali-
mentação complementar inadequada. Fazem parte de uma alimentação responsiva atos como enco-
rajar a criança a comer; não forçar em caso de recusa por parte da criança e, ao invés disso, apresen-
tar o mesmo alimento de diferentes formas; minimizar distrações durante a alimentação.
Os resultados trazidos pelo presente estudo apontam aumento da oferta de alimentos ultrapro-
cessados e diminuição da oferta de alimentos in natura ou minimamente processados à medida que
as crianças crescem. Este resultado contraria a orientação principal do Guia Alimentar para a Popu-
lação Brasileira (BRASIL, 2014, p. 47), que é: “prefira sempre alimentos in natura ou minimamente
processados e preparações culinárias a alimentos ultraprocessados”. Segundo o Guia, o consumo de
ultraprocessados tende a diminuir o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados.
Além disso, ele traz que o excesso de ultraprocessados acarreta prejuízos à cultura, à vida social,
ao meio ambiente e à saúde, pois estes alimentos possuem alto teor de açúcar, gordura, sal e aditivos
que podem ocasionar em longo prazo doenças como câncer, diabetes, deficiências nutricionais e
doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS, 2015), tem sido
observado que o alto consumo de alimentos ultraprocessados está correlacionado com dislipidemia
em crianças, levando ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, da síndrome metabólica em
adolescentes e obesidade em adultos no Brasil.
Com relação ao excesso de sódio encontrado nos alimentos presentes nas lancheiras, observa-
-se que ele é proveniente do grupo de ultraprocessados (Tabela 3), reconhecidamente fonte deste
nutriente. É importante estar vigilante quanto à quantidade de sódio ofertada na alimentação das
crianças, pois segundo Vitolo e colaboradores (2013), o alto consumo de sódio pode desencadear
fator de risco para hipertensão arterial ainda em idade pré-escolar.
Assim, é importante o trabalho de educação alimentar e nutricional com as famílias das crianças,
pois padrões de comportamento alimentar na criança podem surgir devido à influência de fatores
como a alimentação e estilo de vida dos próprios pais. Importante também é a adoção de medidas
mais efetivas para a regulação da publicidade dos alimentos ultraprocessados, uma vez que eles es-
tão presentes nos ambientes para crianças, influenciando como meio de inclusão para interação so-
cial da criança, seja na Escola ou em outros ambientes (SILVA et al., 2016; MARANHÃO et al., 2018).
Como limitação do presente estudo, foi possível investigar apenas a qualidade dos alimentos ofer-
tados no lanche da criança e não na alimentação de um dia inteiro, fato que limita as interpretações
apenas para uma refeição. Outra limitação para a discussão de tais resultados foi o fato de neste estu-
do não se ter pesquisado os motivos para a seleção dos alimentos enviados pelos pais para consumo
na escola, tornando-se uma recomendação relevante para os próximos trabalhos.
Sugere-se que futuras pesquisas sejam realizadas nesse sentido a fim de melhorar o enten-
dimento acerca deste assunto e estender essa análise aos pais e à Escola, para compreender os
fatores que determinam a escolha dos alimentos e como tais atores podem desempenhar atitudes
que minimizem os danos à saúde dos menores.

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5 CONCLUSÃO

Saúde e Ambiente
Pode-se concluir que a qualidade, considerada pelo grau de processamento industrial, dos lan-
ches trazidos pelos alunos participantes desta pesquisa não está de acordo com o que preconizam as
recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, quando os resultados mostram que os
alimentos ultraprocessados estão massivamente presentes nos lanches das crianças avaliadas, em
detrimento da presença de alimentos in natura ou minimamente processados.
Notamos, considerando o exposto por esse trabalho e a literatura, a substituição das preparações
caseiras pelos alimentos ultraprocessados. Alertamos para a precocidade da iniciação dos alimentos
ultraprocessados nos hábitos alimentares das crianças, uma vez que seu excesso está relacionado a
problemas como aumento de peso, diabetes, hipertensão, além de impactos negativos relacionados
a questões culturais, sociais e ambientais. Este estudo reforça a importância da implementação de
ações de educação alimentar e nutricional na escola e, principalmente, com os pais/responsáveis
pelos alunos, além de intervenções mais efetivas quanto à regulação da publicidade de alimentos,
especialmente os voltados a este público.

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Recebido em: 30 de Junho de 2021
Avaliado em: 29 de Julho de 2021
Aceito em: 29 de Julho de 2021

A autenticidade desse
artigo pode ser conferida
no site https://periodicos.
set.edu.br

1 Mestre em Ciências da Nutrição; Nutricionista, Serviço


Social do Comércio, SESC/SE.
E-mail: jamillecaroso@gmail.com

2 Doutora em Nutrição em Saúde Pública; Nutricionista;


Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição,
Universidade Federal de Sergipe – UFS.
E-mail: smvoci@uol.com.br

3 Nutricionista; Mestranda em Ciências da Nutrição, Progra-


ma de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição, Univer-
sidade Federal de Sergipe – UFS; Programa Nacional de
Alimentação Escolar – PNAE/SE.
E-mail: elisrejane06@gmail.com
Este artigo é licenciado na modalidade acesso
4 Nutricionista, Serviço Social do Comércio, SESC/SE. abertosob a Atribuição-CompartilhaIgual CC BY-SA
E-mail: camilla_valeriano@hotmail.com

5 Doutora em Nutrição; Nutricionista; Programa de Pós-


-Graduação em Ciências da Nutrição, Universidade Federal
de Sergipe – UFS; Professora do Departamento de Nutrição
da Universidade Federal de Sergipe – UFS.
E-mail: danygoes@yahoo.com

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