Tratado Revisto CEDEAO
Tratado Revisto CEDEAO
Tratado Revisto CEDEAO
DA AFRICA OCIDENTAL
(CEDEAO)
TRATADO REVISTO
PREÂMBULO
Nós, Chefes de Estado e de Governo dos Estados Membros da Comunidade Econômica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO):
TENDO EM CONSCIÊNCIA a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos e a Declaração de
Princípios Políticos da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental adoptada pela 14ª
Sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo a 06 de Julho de 1991 em Abuja;
CONVENCIDOS que a integração dos Estados Membros numa Comunidade regional viável pode
requerer a colocação em comum parcialmente e deforma progressiva das suas soberanias nacionais em
proveito da Comunidade no quadro de uma vontade política colectiva;
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OBSERVANDO que as formas actuais de cooperação econômica bilateral e multilateral na região
permitem esperar uma cooperação mais extensiva;
TENDO IGUALMENTE EM MENTE o Plano de Acção Final de Lagos de Abril de 1980 que prevê a
criação no horizonte do ano de 2000 uma Comunidade Econômica Africana baseada nas comunidades
econômicas regionais existentes e futuras.
TENDO EM CONTA o tratado que institui a Comunidade Econômica Africana assinado em Abuja a
03 de junho de 1991;
CONSCIENTES do que é que o Tratado procura responder, a saber, d’entre outros objectivos a
necessidade de s’adaptar às mudanças que se operam na cena internacional permitindo um melhor
aproveitamento;
DECIDIMOS: rever o Tratado de 28 de Maio de 1975 sobre a criação da Comunidade Econômica dos
Estados da África Ocidental e CONVIR em conseqüência das disposições que seguem:
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CAPITULO PRIMEIRO
DEFINIÇÕES
ARTIGO 1
“Tribunal Arbitral”, o Tribunal arbitral da Comunidade criado nos termos do Artigo 16 do presente
Tratado;
“Conferência” a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade criada pelo Artigo 7
do presente Tratado;
“Conselho Econômico Social”, o Conselho Econômico e Social criado pelo Artigo 14 do presente
Tratado;
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“Estado Membro” ou “Estados Membros”, um Estado Membro ou Estados Membros da Comunidade
tais como definido (s) no Artigo 2 parágrafo 2;
“Barreiras não tarifárias”, entraves às trocas comerciais constituídos por obstáculos que não sejam
obstáculos tarifários;
“Protocolo”, instrumento de aplicação do Tratado com a mesma força jurídica que este último;
“Região”, zona geográfica correspondente à África Ocidental de acordo com a resolução CM/RES.464
(XXVI) do Conselho dos Ministros da OUA;
CAPITULO II
CRIAÇÃO, COMPOSIÇÃO, METAS, OBJECTIVOS, PRINCIPIOS
FUNDAMENTAIS DA COMUNIDADE.
ARTIGO 2
CRIAÇÃO E COMPOSIÇÃO
2. Os membros da Comunidade, aqui denominados “os Estados Membros” são os Estados que
ratificaram o presente Tratado.
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ARTIGO 3
METAS E OBJECTIVOS
1. A comunidade visa à promoção da cooperação e integração na perspectiva de uma União
econômica da África do Oeste com vista a elevar o nível de vida dos seus povos, de manter e
elevar a estabilidade econômica, de reforçar as relações entre os Estados Membros e de
contribuir ao progresso e ao desenvolvimento do continente africano.
(i) liberalização de trocas pela eliminação entre os Estados Membros, dos direitos
alfandegários à importação e à exportação de mercadorias e a abolição entre os
Estados Membros, das barreiras não tarifárias com vista à criação de uma zona de
livre troca ao nível da Comunidade;
(ii) estabelecimento de uma tarifa exterior comum e de uma política comercial comum
em relação aos países terceiros;
(iii) supressão entre os Estados Membros dos obstáculos à livre circulação das pessoas,
dos bens, dos serviços e dos capitais assim como aos direitos de residência e de
estabelecimento;
e) a criação de uma União econômica pela adopção de políticas comuns nos domínios da
economia, das finanças, dos assuntos sociais e culturais e a criação de uma União Monetária;
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i) a harmonização do códigos nacionais de investimentos que desemboque na adopção de um
código comunitário único de investimentos;
ARTIGO 4
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS
AS ALTAS PARTES CONTRACTANTES, no seguimento dos objectivos enunciados no Artigo 3 do
presente Tratado afirmam e declaram solenemente a sua adesão aos seguintes princípios fundamentais:
(e) manutenção da paz, da segurança e da estabilidade regionais para a promoção e o reforço das
relações de boa vizinhança;
(f) regularização pacífica dos diferendos entre os Estados Membros, cooperação activa entre os
países vizinhos e promoção de um ambiente pacífico como pré condição ao desenvolvimento
econômico;
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(g) respeito, promoção e protecção dos direitos do homem e dos povos de acordo com as disposições
da Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos;
(j) promoção e consolidação de um sistema democrático de governação em cada Estado Membro tal
como previsto pela Declaração de Princípios Políticos adoptada em 06 de Julho de 1991 em
Abuja.
(k) Repartição justa e eqüitativa dos custos e das vantagens da cooperação e da integração
econômicas.
ARTIGO 5
ENGAJAMENTO GERAL
1. Os Estados Membros engajam-se na criação de condições favoráveis à realização dos objectivos
da Comunidade; em particular a tomar todas as medidas necessárias para harmonizar as suas
estratégias e políticas e a se abster de empreender qualquer acção susceptível de comprometer
essa realização.
2. Cada Estado Membro se engaja a tomar todas as medidas apropriadas, de acordo com os seus
procedimentos constitucionais, para assegurar a promulgação e a difusão dos textos legislativos e
regulamentares necessários à aplicação das disposições do presente Tratado.
3. Cada Estado Membro se engaja em honrar as suas obrigações nos termos do presente Tratado e a
respeitar as decisões e os regulamentos da Comunidade.
CAPITULO III
INSTITUIÇÕES DA COMUNIDADE:
CRIAÇÃO, COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO.
ARTIGO 6
INSTITUIÇÕES
1. As instituições da Comunidade são as seguintes:
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(c) O Parlamento da Comunidade;
(i) Todas as outras instituições que podem ser criadas pela Conferência.
2. As Instituições da Comunidade exercem as suas funções e agem no limite dos poderes que lhes
são conferidos pelo presente Tratado e pelos respeitantes Protocolos.
ARTIGO 7
CONFERENCIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO
CRIAÇÃO, COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO.
1. É criada a Conferência dos Chefes de Estado e de Governos dos Estados Membros que é a
Instituição Suprema da Comunidade e que é composta pelos Chefes de Estado ou de Governo
dos Estados Membros.
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(e) delegar, caso necessário, ao Conselho o poder de tomada de decisões mencionadas no
artigo 0 do presente Tratado;
(f) caso necessário, solicitar a intervenção do Tribunal de Justiça da Comunidade quando ela
constata que um Estado Membro não honrou as suas obrigações ou que uma Instituição
da Comunidade agiu fora dos limites da sua competência ou excedeu os poderes que lhe
são conferidos pelas disposições do presente Tratado, por uma decisão as Conferência ou
por um regulamento do Conselho;
(h) exercer qualquer outro poder que lhe confere o presente Tratado.
ARTIGO 8
SESSÕES
1. A Conferência reúne em sessão ordinária pelo menos uma (1) vez por ano. Ela pode ser
convocada em sessão extraordinária a convite do seu Presidente ou a pedido de um Estado
Membro, sob reserva de aprovação deste pedido por maioria simples dos Estados Membros.
2. A presidência da Conferência é assegurada cada ano por um Estado Membro eleito pela
Conferência.
ARTIGO 9
DECISÕES
1. Os actos da Conferência são denominados decisões.
5. O Secretariado Executivo é obrigado a proceder à publicação das decisões trinta (30) dias depois
da data das suas assinaturas pelo Presidente da Conferência.
6. Essas decisões são executórias de pleno direito sessenta (60) dias depois da data da sua
publicação no Jornal Oficial da Comunidade.
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7. Cada Estado Membro publica as mesmas decisões no seu Jornal Oficial nos prazos previstos pelo
parágrafo 5.
ARTIGO 10
CONSELHO DOS MINISTROS
CRIAÇÃO, COMPOSIÇÃO E FUNÇÕES.
1. É criado um Conselho de Ministros da Comunidade.
2. O Conselho é formado pelo Ministro encarregue dos Assuntos da CEDEAO e de qualquer outro
Ministro de cada um dos Estados Membros.
(a) formula recomendações à intenção da Conferência sobre qualquer acção que vise a
realização dos objectivos da Comunidade;
(i) preenche qualquer outra função que lhe é confiada nos termos do presente Tratado e
exerce qualquer poder que lhe delega a Conferência.
ARTIGO 11
REUNIÕES
1. O conselho reúne pelo menos duas vezes por ano em sessão ordinária. Uma das suas sessões
precede imediatamente a sessão ordinária da Conferência. Pode ser convocado em sessão
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extraordinário por iniciativa do seu Presidente ou a pedido de um Estado Membro, sob reserva de
aprovação deste pedido por maioria simples dos Estados Membros.
ARTIGO 12
REGULAMENTOS
1. Os actos do Conselho são denominados regulamentos.
4. Esses regulamentos entram em vigor e são publicados nas mesmas condições e prazos
estipulados nos parágrafos 5,6, e 7 do Artigo 9 do presente Tratado.
ARTIGO 13
O PARLAMENTO DA COMUNIDADE
1. É criado um Parlamento da Comunidade.
ARTIGO 14
O CONSELHO ECONOMICO SOCIAL
1. É criado um Conselho Econômico Social. Esse Conselho tem um papel consultivo e é composto
de representantes de diferentes categorias de actividades econômicas e sociais.
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ARTIGO 15
O TRIBUNAL DE JUSTIÇA
CRIAÇÃO E COMPETENCIA
1. É criado um Tribunal de Justiça da Comunidade.
3. No exercício das suas funções, o Tribunal de Justiça é independente dos Estados Membros e das
Instituições da Comunidade.
4. Os decretos /resoluções do Tribunal de Justiça possuem força obrigatória em relação aos Estados
Membros, às Instituições da Comunidade, e das pessoas físicas e morais
ARTIGO 16
TRIBUNAL ARBITRAL
CRIAÇÃO E FUNÇÕES
1. É criado o Tribunal Arbitral da Comunidade.
ARTIGO 17
OSECRETARIADO EXECUTIVO
CRIAÇÃO E COMPOSIÇÃO
1. É criado um Secretariado Executivo da Comunidade.
ARTIGO 18
NOMEAÇÃO
1. O Secretário Executivo é nomeado pela Conferência por um período de quatro (4) anos
renovável uma única vez por um período de quatro (4) anos. Ele só pode ser demitido das suas
funções pela Conferência, sob sua própria iniciativa ou sob recomendação do Conselho de
Ministros.
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2. Um comitê de selecção e de avaliação do rendimento /performance dos funcionários estatutários
procede à uma avaliação entre os cidadão oriundos dos Estados Membros aos quais são
atribuídos os postos estatutários e propõe, por ordem de preferência, três candidatos à
Conferência para uma selecção definitiva.
3. O Secretário Executivo deve ser uma pessoa íntegra de competência comprovada, com uma
visão global dos problemas políticos e econômicos e de integração regional.
4. (a) Os Secretários Executivos Adjuntos e os outros funcionários estatutários são nomeados pelo
Conselho de Ministros sob proposta do Comitê ministerial de selecção e de avaliação no termo
de uma avaliação entre os três (3) candidatos apresentados pelos Estados Membros respectivos
aos quais os postos são atribuídos. Eles são nomeados por um período de quatro (4) anos
renovável uma única vez por um período de quatro (4) anos.
(b) As vacaturas de postos são publicadas em todos os Estados Membros aos quais são atribuídos
os postos estatutários.
ARTIGO 19
ATRIBUIÇÕES
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(e) apresentação de um relatório sobre as actividades da Comunidade em todas as reuniões
da Conferência e do Conselho;
ARTIGO 20
RELAÇÃO ENTRE O PESOAL DA COMUNIDADE
E OS ESTADOS MEMBROS
1. No cumprimento das suas funções, o Secretário Executivo, os Secretários Executivos Adjuntos e
os outros membros do Pessoal da Comunidade devem inteira lealdade à Comunidade e só à ela
prestam contas. Nesse sentido, eles não solicitam nem aceitam instruções de nenhum Governo
nem de nenhuma autoridade nacional ou internacional exterior à Comunidade. Eles se abstêm de
toda conduta e actividade incompatíveis com o seu estatuto de funcionário internacional.
ARTIGO 21
FUNDO DE COOPERAÇÃO, DE COMPENSAÇÃO E DE
DESENVOLVIMENTO.
ESTATUTO E ATRIBUIÇÕES
1. É criado um Fundo de Cooperação, de Compensação e de Desenvolvimento da Comunidade.
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ARTIGO 22
AS COMISSÕES TECNICAS
CRIAÇÃO E COMPOSIÇÃO
1. São criadas as seguintes Comissões Técnicas:
ARTIGO 23
ATRIBUIÇÕES
No seu domínio de competência, cada Comissão tem por mandato:
(a) preparar projectos e programas comunitários, e submetê-los para aprovação do Conselho por
intermediário do Secretário Executivo, seja por iniciativa própria, ou à pedido do Conselho ou do
Secretário Executivo;
(c) seguir e facilitar a aplicação das disposições do presente Tratado e dos Protocolos referentes ao
seu domínio de competência;
(d) preencher todas as tarefas que lhe seja eventualmente confiada em aplicação das disposições do
presente Tratado.
ARTIGO 24
REUNIÕES
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Sob reserva das directivas que podem ser dadas pelo Conselho, cada Comissão reúne-se tantas vezes
quantas necessárias. Ela estabelece o seu Regulamento Interno o qual submete ao Conselho para
aprovação.
CAPÍTULO IV
COOPERAÇÃO EM MATERIA DE ALIMENTAÇÃO
E DE GARICULTURA
ARTIGO 25
DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA E SEGURANÇA ALIMENTAR
1. Os Estados Membros acordam em cooperar com vista a desenvolver a agricultura, a silvicultura,
a pecuária e a pesca, com a finalidade de assegurar:
(c) a valorização das produções agrícolas pela transformação local de produtos de origem
vegetal e animal; e
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(f) harmonização das políticas de segurança alimentar colocando uma atenção particular:
(h) adopção de uma política comum nomeadamente nos domínios da pesquisa, da formação, da
produção, da conservação, da transformação e da comercialização dos produtos da
agricultura, da silvicultura, da pecuária e da pesca.
CAPITULO V
COOPERAÇÃO EM MATERIA DE INDUSTRIA,
DA CIENCIA E TECNOLOGIA, E DA ENERGIA.
ARTIGO 26
INDUSTRIA
1. Os Estados Membros acordam em harmonizar as suas políticas de industrialização com vista à
promoção do desenvolvimento industrial e da integração das suas economias.
3. Com a finalidade de criar uma base sólida para a industrialização e de promover a autonomia
colectiva, os Estados Membros engajam-se à:
(a) assegurar de um lado o desenvolvimento das industrias essenciais para a autonomia colectiva
e de outra parte a modernização dos sectores econômicos prioritários nomeadamente:
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(iv) industrias mecânicas;
(v) industrias eléctricas, eletrônicas e informáticas;
(vi) industrias farmacêuticas, químicas e petroquímicas;
(vii) industrias florestais;
(viii) industrias energéticas;
(ix) industrias têxteis e de cabedal;
(x) industrias de transporte e das comunicações;
(xi) industrias bio-tecnológicas;
(xii) industrias turísticas e culturais.
(d) promover as indústrias intermediarias com ligações importantes com a economia, visando
o crescimento das componentes locais de rendimento industrial no seio da Comunidade;
(e) elaborar planos directores regionais para a criação de industrias cujos custos de realização
e volume de produção ultrapassam as capacidades nacionais de financiamento e de
absorção exclusivamente interna;
(k) promover uma especialização industrial tendo em conta as riquezas em recursos naturais
que visa aumentar a complementaridade entre as economias dos Estados Membros e
alargar a base das trocas intra-comunitárias;
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ARTIGO 27
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
1. Os Estados Membros acordam em:
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h) harmonizar os sistemas educativos com vista a uma melhor adaptação dos programas de
ensino e de formação científicas e técnicas às necessidades de desenvolvimento específicos
ao ambiente Oeste Africana.
ARTIGO 28
ENERGIA
1. Os Estados Membros acordam em coordenar e harmonizar as suas políticas e programas nos
domínios da energia.
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CAPITULO VI
COOPERAÇÃO EM MATERIA DE AMBIENTE
E DE RECURSOS NATURAIS
ARTIGO 29
AMBIENTE
2. Para isso, eles adoptam nos planos nacional e regional, políticas, estratégias e programas e criam
instituições apropriadas para proteger e sanear o meio ambiente, lutar contra a erosão, a
desflorestação, a desertificação, os perigos dos acrídeos e outras calamidades.
ARTIGO 30
LIXOS TÓXICOS E NOCIVOS
1. Os Estados Membros engajam-se individualmente e colectivamente a tomar todas as
medidas necessárias para proibir a importação, o trânsito, o armazenamento, e o
enterramento de lixos tóxicos e nocivos nos seus territórios respectivos.
2. Alem disso, eles engajam-se a adoptar todas as medidas necessárias com vista à
criação de um sistema regional de vigilância para impedir a importação, o trânsito, o
armazenamento e o enterramento de lixos tóxicos e nocivos na região.
ARTIGO 31
RECURSOS NATUTRAIS
1. Os Estados Membros concordam em harmonizar e coordenar as suas políticas e programas no
domínio dos recursos naturais.
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c) trocas de informações sobre a prospecção, o estabelecimento de mapas, a produção e a
transformação dos recursos minerais assim como a prospecção, exploração e distribuição dos
recursos em água;
CAPITULO VII
COOPERAÇÃO NOS DOMÍNIOS DOS TRANSPORTES, DAS
COMUNICAÇÕES E DO TURISMO.
ARTIGO 32
TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES
1. Com vista em assegurar a integração harmoniosa das suas infra-estruturas físicas e encorajar e facilitar
os movimentos das pessoas, de bens e de serviços no seio da Comunidade, os Estados Membros engajam-
se a:
a) elaborar uma política comum em matéria dos transportes e das comunicações assim como no
domínio das leis e regulamentos sobre o assunto;
b) desenvolver no seio da Comunidade uma vasta rede de estradas praticáveis em todas as estações
do ano dando prioridade às estradas inter-Estados;
c) elaborar planos que visem o melhoramento e o assegurar a integração das redes ferroviárias e
rodoviárias da Região;
d) elaborar programas com vista ao melhoramento dos serviços de cabotagem e das vias navegáveis
inter-Estados assim como a harmonização das políticas em matéria de transporte e de vias
marítimas;
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e) coordenar os seus pontos de vista nas negociações internacionais em matéria de transportes
marítimos;
f) encorajar a cooperação no que se refere aos programas de vôos, o aluguer de aviões, a concessão
e a exploração em comum da quinta liberdade às companhias aéreas da região;
g) promover o desenvolvimento dos serviços regionais de transportes aéreos e encorajar a fusão das
companhias aéreas nacionais com a finalidade de reforçar a sua eficácia e a sua rentabilidade;
h) facilitar a valorização dos recursos humanos graças à harmonização e à coordenação das suas
políticas e programas nacionais de formação no domínio dos transportes em geral e no domínio
dos transportes aéreos em particular;
i) trabalhar para a normalização dos equipamentos utilizados ao nível dos transportes e das
comunicações e pela implementação de infra-estruturas comuns de produção, de manutenção e
de reparação.
ARTIGO 33
CORREIOS E TELECOMUNICAÇÕES
1. No domínio dos serviços postais, os Estados Membros engajam-se a:
a) promover uma colaboração mais estreita entre as suas respectivas administrações postais;
b) assegurar no seio da comunidade serviços postais eficazes, mais rápidos e mais freqüentes;
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ARTIGO 34
TURISMO
1. Com a finalidade de assegurar um desenvolvimento harmonioso e viável do turismo no seio da
Comunidade, os Estados Membros engajam-se a:
(i) promoção do turismo intra-comunitário facilitando a circulação dos viajantes e dos turistas;
(ii) adopção de medidas destinadas a encorajar a criação, nos Estados Membros, de associações
profissionais do turismo e da hotelaria;
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CAPÍTULO VIII
COOPERAÇÃO NO DOMÍNIO DO COMÉRCIO, DAS ALFANDEGAS, DA
FISCALIDADE, DAS ESTATÍSTICAS, DA MOEDA E DOS
PAGAMENTOS.
ARTIGO 35
LIBERALIZAÇÃO DAS TROCAS COMERCIAIS
A partir do 1º de Janeiro de 1990 tal como previsto pelo Artigo 54 do presente Tratado,
estabelece-se progressivamente durante um período de dez (10) anos, uma União aduaneira entre
os Estados Membros. No seio dessa união, os direitos alfandegários e as outras taxas de efeito
equivalente recaindo sobre as importações de produtos originários da Comunidade são
eliminados. As restrições quantitativas ou similares e as interdições de natureza contingencial
assim como os obstáculos administrativos ao comércio entre os Estados Membros são
igualmente eliminados.
Além disso, é instaurada e regularmente actualizada uma tarifa exterior comum referente a todos
os produtos importados pelos Estados Membros provenientes de países terceiros.
ARTIGO 36
DIREITOS ALFANDEGÁRIOS
1. À excepção dos direitos e taxas previstos no artigo 39, os Estados Membros reduzem e
finalmente eliminam os direitos e as outras taxas de efeito equivalente cobradas à
importação de produtos admitidos sob benefício do regime tarifário da Comunidade
previsto no artigo 38 do presente Tratado. Esses direitos e outras taxas são aqui
denominados “direitos à importação”.
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os Estados Membros. O Conselho apresenta os resultados desta análise à Conferência
para tomada de decisão.
ARTIGO 37
TARIFA EXTERIOR COMUM
1. Os Estados Membros concordam no estabelecimento progressivo de uma tarifa exterior comum o
que refere a todos os produtos importados pelos Estados Membros, provenientes de países terceiros,
de acordo com o calendário proposto pela Comissão Comércio, Alfândegas, Fiscalidade, Estatísticas,
Moedas e Pagamentos.
2. Os Estados membros engajam-se à suprimir, de acordo com um programa e ser recomendado pela
Comissão Comércio, Alfândegas, Fiscalidade, Estatísticas, Moedas e Pagamentos, as diferencias que
existem entre as suas tarifas aduaneiras exteriores.
ARTIGO 38
REGIME TARIFARIO DA COMUNIDADE
1. De acordo com as disposições do presente Tratado, são admitidos, sob benefício do regime
tarifário da Comunidade, as mercadorias que são expedidas do território de um Estado Membro
para o território de um outro Estado Membro importador e que sejam originárias da
Comunidade.
2. As regras que regulamentam os produtos originários da Comunidade são as que figuram nos
Protocolos e nas Decisões adoptadas pela Comunidade sobre a matéria.
ARTIGO 39
DESEQUILÍBRIO DO COMÉRCIO
1. De acordo com as disposições do presente artigo, o comércio encontra-se em desequilíbrio
quando:
(i) por causa da redução ou da supressão dos direitos e taxas sobre esse produto;
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(ii) porque os direitos e as taxas impostas pelo Estado Membro exportador sobre as
importações das matérias primas utilizadas para o fabrico do produto em referência são
mais baixos do que os direitos e taxas correspondentes impostos pelo Estado membro
importador;
b) este aumento de importações causam ou podem causar grave prejuízo ao fabrico deste
produto ao Estado Membro importador
ARTIGO 40
DIREITOS FISCAIS DE ENTRADA E IMPOSIÇÃO INTERIOR
1. Os Estados Membros engajam-se em não aplicar directamente ou indirectamente, às mercadorias
importadas por qualquer Estado Membro, cargas fiscais superiores às que são aplicadas nas
mercadorias nacionais similares ou de cobrar essas tarifas fiscais como forma de assegurar uma
protecção efectiva dos produtos locais.
2. Os Estados membros eliminam o mais tardar quatro (4) anos depois do início do esquema de
liberalização das trocas mencionadas no artigo 54 do presente Tratado todos os direitos e taxas
internas em vigor que são destinados à proteger os produtos nacionais. Caso um Estado Membro
esteja na impossibilidade de se conformar com as disposições do presente artigo por razões que
se prendem com obrigações de acordo pré-estabelecido com um outro Estado, esse Estado
Membro notifica essas razões ao Conselho e engaja-se em não prorrogar nem renovar esse
acordo após expiração.
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ARTIGO 41
RESTRIÇÕES QUANTITATIVAS SOBRE OS PRODUTOS
ORIGINÁRIOS DA COMUNIDADE
1. À excepção das disposições que podem ser previstas ou autorizadas pelo presente Tratado, cada
Estado Membro engaja-se a suavizar progressivamente e a eliminar totalmente num prazo
máximo de quatro (4) anos, depois do início do esquema mencionado no artigo 54, todas as
restrições ou interdições de natureza constringente quantitativa e assimilada que se aplicam à
importação nesse Estado, de mercadorias provenientes de outros Estados Membros e não impor
mais tarde quaisquer outras restrições ou interdições.
2. A Conferência pode a qualquer momento, sob recomendação do Conselho, decidir que quaisquer
restrições ou interdições de natureza constringente, quantitativa e assimilada serão suavizadas
mais rapidamente ou suprimidas mais cedo do que previsto no parágrafo 1 do presente artigo.
3. Um Estado Membro pode, após notificação aos Estados Membros e ao secretariado Executivo da
sua intenção de assim agir, introduzir, manter ou aplicar restrições ou interdições referentes à:
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ARTIGO 42
“DUMPING”
1. Os Estados Membros engajam-se a impedir a pratica do “dumping” de mercadorias
no seio da Comunidade.
ARTIGO 43
TRATAMENTO DE NACAO MAIS FAVORIZADA
1. Os Estados Membros acordam, no quadro das trocas comerciais mutuas, o
tratamento da Nação mais favorita. Em nenhum caso as concessões tarifarias
consentidas a um Pais terceiro por um Estado Membro podem ser mais favoráveis
do que as que são praticadas em virtude do presente Tratado.
ARTIGO 44
LEGISLACAO INTERNA
Os Estados Membros engajam-se em não adoptar textos legislativos e regulamentares que
impliquem uma discriminação directa ou indirecta em relação aos produtos idênticos ou similares
aos dos outros Estados Membros.
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ARTIGO 45
REEXPORTACAO DE MERCADORIAS E
FACILIDADES DE TRANSITO
1. Quando os direitos alfandegários forem impostos e cobrados às mercadorias importadas de um
Pais terceiro por um Estado Membro, a reexportação dessas mercadorias para um outro Estado
Membro, esta regulamentada pelas disposições do Protocolo relativo à reexportações de
mercadorias no seio da Comunidade.
4. Quando as mercadorias são importadas num Estado Membro com proveniência de um Pais
terceiro, qualquer outro Estado Membro é livre de regulamentar a transferência sobre o seu
território dessas mercadorias seja através de um regime de licença, por um controle das
importações ou através de qualquer outro meio.
ARTIGO 46
REGULAMENTACAO E COOPERACAO ADUANEIRAS
Os Estados Membros, sob parecer da Comissão Comercio, Alfândegas, Estatísticas, Fiscalidade,
Moeda e Pagamentos e de acordo com as disposições da Convenção de Assistência Mutua
Administrativa em matéria Alfandegária, tomam todas as disposições úteis com vista à harmonizar
os seus regulamentos e formalidades alfandegárias para assegurar a aplicação efectiva das
disposições do presente capitulo e para facilitar a circulação de bens e de serviços que atravessam as
suas fronteiras.
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ARTIGO 47
REEMBOLSO DE DIREITOS ADUANEIROS
“DRAWBACKS”
1. A admissão em sob beneficio do regime tarifário da Comunidade de mercadorias sujeitos a um
pedido de reembolso de direitos aduaneiros ou que beneficiaram de um tal reembolso aquando da
sua exportação do Estado no qual foram submetidos à ultima etapa de produção, será objecto de um
protocolo anexo.
ARTIGO 48
COMPENSACAO POR PERDAS DE RECEITAS
1. Mediante relatório do Secretario Executivo e sob recomendação da Comissão Comercio,
Alfândegas, Estatísticas, Fiscalidade, Moeda e Pagamentos, o Conselho decide sobre as
compensações a acordar a um Estado membro que teve perda de receitas na importação
ocasionada pela aplicação do presente capitulo.
2. Alem as compensações a serem pagas aos Estados membros que tiveram perdas de receitas em
razão da aplicação do presente capitulo, o Conselho recomenda medidas visando a promoção das
capacidades de produção e de exportação desses Países com a finalidade de melhor tirar
vantagem da liberalização das trocas.
3. A forma de avaliação das perdas de receitas assim como os procedimentos de compensação são
tais como fixados no protocolo relativo à avaliação de perdas de receitas.
ARTIGO 49
CLAUSULAS DE SALVAGUARDA E EXCEPCAO
1. Em casos de perturbações serias na economia de um Estado membro ocasionadas pela aplicação
dos dispositivos do presente capitulo, o Estado membro em questão pode depois de ter informado
o Secretario Executivo e os Estados Membros, adoptar medidas apropriadas de salvaguarda
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enquanto espera pela decisão do Conselho
2. Essas medidas só podem vigorar por um período máximo de um (1) ano. Elas só podem continuar
para alem desse prazo sob decisão do Conselho
3. Enquanto essas medidas estiverem em vigor, o Conselho examina a forma da sua aplicação.
ARTIGO 50
PROMOCAO DAS TROCAS COMERCIAIS
1. Os Estados Membros engajam-se a empreender através dos seus sectores públicos e privados a
promoção das trocas comerciais a partir de acções tais como:
b) participar periodicamente nas feiras comerciais sectoriais, nas feiras comerciais regionais
assim como em outras acções similares.
ARTIGO 51
MOEDAS, FINANCAS E PAGAMENTOS.
Com vista à promoção da integração monetária e financeira, de favorecer as trocas intra
comunitárias dos bens e serviços e assegurar a realização do objectivo visado pela Comunidade a
saber a criação de uma União Monetária, os Estados Membros engajam-se a:
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b) harmonizar as suas políticas nos domínios monetário, financeiro e de pagamentos;
ARTIGO 52
COMITE DOS BANCOS CENTRAIS DA AFRICA OCIDENTAL
1. É criado um Comitê dos Bancos Centrais da África Ocidental, composto dos Governadores dos
Bancos Centrais dos Estados Membros. Este Comitê, de acordo com as disposições do presente
Tratado, estabelece o seu regulamento interno.
ARTIGO 53
MOVIMENTO DE CAPITAIS E COMITE DAS QUESTÕES
RELATIVAS AOS CAPITAIS
1. Com a finalidade de assegurar o livre movimento de capitais entre os Estados Membros, de
acordo com os objectivos do presente Tratado, é criado um Comitê das Questões Relativas aos
Capitais que integra um representante de cada um dos estados membros. O Comitê estabelece o
seu regulamento interior de acordo com as disposições do presente Tratado.
3. No cumprimento das tarefas que lhe são consignadas, o Comitê das Questões Relativas aos
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Capitais:
c) estabelece um mecanismo que permita uma larga difusão nos Estados Membros das
cotações em bolsa de cada Estado Membro;
CAPITULO IX
CRIACAO E REALIZACAO DE UMA UNIAO
ECONOMICA E MONETARIA
ARTIGO 54
CRIACAO DE UMA UNIAO ECONOMICA
1. Os Estados Membros engajam-se a realizar uma União Económica num prazo máximo de
quinze (15) anos a partir do arranque do esquema de liberalização das trocas adoptado pela
Conferencia nos termos de sua decisão A/DEC. 1/5/83 de 30 de maio de 1983 e cujo
lançamento teve lugar no dia 01 de Janeiro de 1990.
35
ARTIGO 55
REALIZACAO DE UMA UNIAO ECONOMICA E MONETARIA
1. Os Estados Membros engajam-se a estabelecer num prazo de cinco (5) anos depois da
criação da União Aduaneira, uma União Económica e Monetária através de:
(ii) a supressão total de todos os obstáculos à livre circulação das pessoas, dos bens, dos
capitais e dos serviços assim que ao direito à residência e ao estabelecimento;
(iii) a harmonização das políticas monetárias, financeiras e fiscais, a criação de uma União
Monetária da África Ocidental, o estabelecimento de um Banco Central Regional Único
e a criação de uma moeda única para a África Ocidental.
CAPITULO X
COOPERACAO NOS DOMINIOS DOS ASSUNTOS POLITICOS,
JUDICIARIOS E JURIDICOS, DA SEGURANÇA REGIONAL E DA
IMIGRAÇÃO.
ARTIGO 56
ASSUNTOS POLITICOS
1. Com vista à realização dos objectivos da integração da Comunidade, os Estados Membros
engajam-se a cooperar no domínio dos assuntos políticos nomeadamente tomando as
medidas apropriadas para a aplicação efectiva das disposições do presente Tratado.
36
ARTIGO 57
COOPERAÇÃO JUDICIARIA E JURIDICA
1. Os Estados Membros engajam-se a promover a cooperação judiciária com vista à harmonizar
os sistemas judiciários e jurídicos.
ARTIGO 58
SEGURANÇA REGIONAL
1. Os Estados Membros engajam-se a tudo fazer para a preservação e o reforço das relações
propícias de manutenção da paz, da estabilidade e da segurança na Região.
2. Para isso, os Estados Membros engajam-se em cooperar com a Comunidade com vista a criar
e reforçar os mecanismos apropriados para assegurar a prevenção e a resolução
atempadamente de conflitos inter e intra-Estados colocando acento particular na necessidade
de:
3. As outras disposições que regem a cooperação política, a paz e a estabilidade regionais são
definidas nos protocolos sobre as mesmas matérias.
ARTIGO 59
IMIGRAÇÃO
1. Os cidadãos da Comunidade teem o direito de entrada, de residência e de estabelecimento e
os Estados Membros engajam-se a reconhecer esses direitos aos cidadãos da Comunidade
nos seus respectivos territórios, de acordo com as disposições dos protocolos sobres essas
matérias.
37
2. Os Estados Membros engajam-se a tomar todas as medidas apropriadas com vista a assegurar
aos cidadãos da Comunidade um pleno gozo dos direitos mencionados no parágrafo 1 do
presente artigo.
CAPITULO XI
COOPERAÇÃO NOS DOMINIOS DOS RECURSOS HUMANOS, DA
INFORMAÇÃO, DOS ASSUNTOS SOCIAIS E CULTURAIS.
ARTIGO 60
RECURSOS HUMANOS
1. Os Estados membros engajam-se a cooperar com vista a assegurar a valorização efectiva dos
seus recursos humanos.
ARTIGO 61
ASSUNTOS SOCIAIS
1. Os Estados Membros engajam-se a cooperar com vista à mobilização das diferentes camadas
sociais da população, da sua integração e da sua participação efectiva no quadro do
desenvolvimento social da Região.
38
b) harmonizar as suas legislações do trabalho e os seus regimes de segurança;
e) promover e desenvolver a pratica dos desportos, com vista à aproximação dos jovens
da Região e assegurar o seu desenvolvimento equilibrado;
ARTIGO 62
ASSUNTOS CULTURAIS
1. Os Estados Membros engajam-se a promover os objectivos do ACORDO CULTURAL
QUADRO da Comunidade.
a) favorecer a promoção, por todos os meios e sob todas as formas, de trocas culturais;
ARTIGO 63
MULHERES E DESENVOLVIMENTO
1. Os Estados membros engajam-se a elaborar, harmonizar, coordenar e definir políticas e
mecanismos apropriados para melhorar as condições económicas, sociais e culturais das
mulheres.
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a) encorajar entre eles o dialogo sobre os projectos e programas que beneficiam do
apoio da Comunidade e que visam a integração das mulheres no processo de
desenvolvimento;
ARTIGO 64
POPULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
1. Os Estados membros engajam-se a adoptar individualmente e colectivamente políticas e
mecanismos nacionais em matéria de população e a tomar as medidas necessárias com vista á
estabelecer o equilíbrio entre a variável demográfica e o desenvolvimento socioeconômico.
ARTIGO 65
INFORMAÇÃO
RADIODIFUSÃO E TELEVISÃO
Os Estados Membros engajam-se à:
a) coordenar os seus esforços e pôr em comum os seus recursos para promover intercâmbio
de programas de radio e de televisão aos níveis bilaterais e regional;
40
c) utilizar os seus sistemas de radio e de televisão para promover a realização de objectivos
da Comunidade.
ARTIGO 66
INFORMAÇÃO
1. Com a finalidade de associar de forma estreita os cidadãos da Comunidade ao processo de
integração regional, os Estados Membros acordam em cooperar no domínio da informação.
a) assegurar que no seu seio e entre eles haja liberdade de acesso dos profissionais da
comunicação às fontes de informação;
CAPITULO XII
COOPERAÇÃO NOS OUTROS DOMINIOS
ARTIGO 67
HARMONIZAÇÃO DAS PLITICAS NOS OUTROS DOMINIOS
Sob reserva das disposições do presente Tratado, os Estados Membros engajam-se a se concertarem
através das instituições comunitárias competentes a fim de assegurar a harmonização e a
coordenação das suas políticas respectivas em todos os outros domínios que não são especificamente
cobertos pelo presente Tratado, com vista ao bom funcionamento e do desenvolvimento efectivo da
Comunidade assim como a implementação das disposições do presente Tratado.
41
CAPITULO XIII
ARTIGO 68
ESTADOS MEMBROS INSULARES E SEM LITORAL
1. Os Estados Membros, tendo em conta as dificuldades econômicas e sociais que poderão
encontrar certos Estados membros e particularmente os Estados Membros insulares e sem
litoral, convêm em acordar, caso necessário, à esses Estados um tratamento especial no que
se refere à aplicação de certas disposições do presente Tratado e de os fornecer qualquer
outra assistência necessária.
CAPITULO XIV
DISPOSIÇÕES FINANCEIRAS
ARTIGO 69
ORÇAMENTO DA COMUNIDADE
1. È estabelecido um orçamento da Comunidade e caso necessário um orçamento para uma
instituição determinada da Comunidade.
2. Todas as receitas e despesas da Comunidade e das suas instituições são aprovadas para cada
exercício orçamental pelo Conselho ou por outros órgãos competentes e imputadas ao
orçamento da Comunidade ou das Instituições concernentes.
3. Para cada exercício orçamental, um projecto de orçamento é proposto pelo Secretário
Executivo ou pelo responsável da Instituição concernente. O projecto de orçamento é
aprovado pelo Conselho ou por qualquer outros órgão competente, sob recomendação da
Comissão de Administração e das Finanças.
ARTIGO 70
ORÇAMENTOS ORDINÁRIOS DA COMUNIDADE
1. Os orçamentos ordinários da Comunidade e das Instituições são alimentados por um
levantamento antecipado comunitário e de qualquer outra fonte que possa ser determinada
pelo Conselho.
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2. Enquanto se espera a entrada em vigor do levantamento antecipado comunitário, os
orçamentos da Comunidade e das suas Instituições são alimentados pelas contribuições anuais
dos Estados Membros.
ARTIGO 71
ORÇAMENTOS ESPECIAIS DA COMUNIDADE
Os orçamentos especiais são estabelecidos, caso necessário, para resolver as despesas extra-
orçamentais da Comunidade. A Conferência, sob recomendação do conselho, determina as
modalidades de financiamento desses orçamentos especiais da Comunidade.
ARTIGO 72
LEVANTAMENTO COMUNITÁRIO
1. È instituído um levantamento comunitário destinado a gerar os recursos necessários ao
financiamento das actividades da Comunidade.
ARTIGO 73
CONTRIBUIÇÃO DOS ESTADOS MEMBROS
1. A forma de cálculo das contribuições dos Estados membros e as moedas de pagamento dessas
contribuições são determinadas pelo Conselho.
43
ARTIGO 74
REGULAMENTO FINANCEIRO
O Regulamento Financeiro e o Manual de Procedimentos de Contabilidade das instituições da
Comunidade regem a aplicação das disposições do presente capítulo.
ARTIGO 75
COMISSÁRIOS DE CONTAS
1. Os Comissários de Contas de Comunidade são nomeados por um período de dois anos renováveis
duas vezes somente para dois outros períodos de dois anos. Eles só podem ser destituídos das suas
funções pela Conferência sob recomendação do Conselho.
2. Sob reserva das disposições do parágrafo precedente, o Conselho estabelece as regras que regem o
procedimento de selecção e determina as responsabilidades dos Comissários de Contas.
CAPITULO XV
DIFERENDOS
ARTIGO 76
RESOLUÇÃO DE DIFERENDOS
1. Sem prejuízo das disposições do presente Tratado e dos seus protocolos, qualquer diferendo sobre
a sua interpretação ou sua aplicação é resolvido de forma amigável através de um acordo entre as
partes.
2. Caso contrário, o diferendo é levado por uma das partes, por qualquer Estado Membro ou pela
Conferência, ao Tribunal de Justiça da Comunidade cuja decisão é executória e sem recurso.
44
CAPITULO XVI
SANÇÕES
ARTIGO 77
SANÇÕES APLICÁVEIS EM CASO DE NÃO
RESPEITO DAS OBRIGAÇÕES
1. Sem prejuízo das disposições do presente Tratado e dos seus protocolos, quando um Estado
Membro não honra as suas obrigações vis-à-vis da Comunidade, a Conferência pode adoptar sanções
à esse Estado Membro.
(i) a suspensão de concessão de qualquer novo empréstimo ou nova assistência pela Comunidade;
CAPÍTULO XVII
RELAÇÕES ENTRE A COMUNIDADE E
A COMUIDADE ECONOMICA AFRICANA
ARTIGO 78
A COMUNIDADE E A COMUNIDADE ECONOMICA AFRICANA
A integração da Região constitui uma componente essencial de integração do continente africano.
Para isso, os Estados Membros engajam-se a facilitar a harmonização e a coordenação das políticas e
dos programas da Comunidade com os da Comunidade Econômica Africana.
45
CAPITULO XVIII
RELAÇÕES ENTRE A COMUNIDADE E AS
OUTRAS COMUNIDADES ECONOMICAS REGIONAIS
ARTIGO 79
A COMUNIDADE E AS OUTRAS
COMUNIDADES ECONOMICAS REGIONAIS
1. Com vista à realização dos objectivos de integração regional, a Comunidade pode concluir
acordos de cooperação com outras Comunidades regionais.
CAPÍTULO XIX
RELAÇÕES ENTRE O SECRETÁRIO EXECUTIVO E AS
INSTITUIÇÕES ESPECIALIZADAS DA COMUNIDADE
ARTIGO 80
O SECRETARIADO EXECUTIVO E AS
INSTITUIÇÕES ESPECIALIZADAS
1. a Comunidade determina as políticas e as estratégias globais de integração à adoptar e define os
objectivos e os programas de integração de todas as Instituições da Comunidade.
ARTIGO 81
RELAÇÕES ENTRE A COMUNIDADE E AS ORGANIZAÇÕES NÃO-
GOVERNAMENTAIS REGIONAIS
1. A Comunidade, no quadro da mobilização dos recursos humanos e materiais da Região visando a
integração econômica, coopera com as Organizações Não-Governamentais e Organizações de
Voluntários para o Desenvolvimento com o objectivo de encorajar a participação das populações
regionais no processo de integração econômica e de mobilizar os seus apoios técnico, material e
financeiro.
46
ARTIGO 82
RELAÇÕES ENTRE A COMUNIDADE E AS ORGANIZAÇÕES E
ASSOCIAÇÕES SOCIO-ECONOMICAS REGIONAIS.
1. A Comunidade, no quadro da mobilização dos diferentes actores da via econômica e social com
vista à integração regional, coopera com as Organizações e Associações socioeconômicas
nomeadamente as dos produtores, dos transportadores, dos trabalhadores, dos empregadores, dos
jovens, das mulheres, dos artesões e outras organizações e associações profissionais com o objectivo
de assegurar a sua participação no processo de integração da Região.
CAPÍTULO XX
RELAÇÕES ENTRE A COMUNIDADE E OS PAÍSES TERCEIROS, &
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS.
ARTIGO 83
ACORDOS DE COOPERAÇÃO
1. A Comunidade pode concluir acordos de cooperação com países terceiros.
47
CAPÍTULO XXI
RELAÇÃO DOS ESTADOS MEMBROS COM ESTADOS TERCEIROS,
ORGANIZAÇÕES REGIONAIS E INTERNACIONAIS.
ARTIGO 84
ACORDOS CONCLUIDOS PELOS ESTADOS MEMBROS
1. Os Estados Membros podem concluir acordos de caracter econômico, técnico ou cultural com um
ou vários Estados Membros, com Estados Terceiros, organizações regionais ou qualquer outra
organização internacional à condição que esses acordos não sejam incompatíveis com as disposições
do presente Tratado. À pedido do Secretário Executivo, esses Estados enviam cópias dos referidos
acordos econômicos para informação posterior ao Conselho.
2. Quando os acordos concluídos antes da entrada em vigor do presente Tratado entre os Estados
Membros ou entre os Estados membros e Países Terceiros, organizações regionais ou qualquer outra
organização internacional são incompatíveis com as disposições do presente Tratado, o ou os
Estados Membros em causa tomarão todas as medidas necessárias para eliminar as
incompatibilidades constatadas. Caso necessário, os Estados Membros oferecerão assistência para
esse fim, e adoptarão uma atitude comum.
ARTIGO 85
NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
1. Com vista à promoção e salvaguarda dos interesses da Região, os Estados Membros engajam-se a
formular e a adoptar posições comuns no seio da Comunidade sobre as questões relativas às
negociações internacionais com partes terceiras.
2. Para isso, a Comunidade prepara Estudos e Relatórios que permitam aos Estados Membros de
melhor harmonizar as suas posições sobre tais questões.
CAPÍTULO XXII
DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS
ARTIGO 86
SEDE DA COMUNIDADE
A sede da Comunidade fica na capital da República Federal da Nigéria.
48
ARTIGO 87
LINGUAS OFICIAIS E LINGUAS DE TRABALHO
1. As línguas oficiais da Comunidade são todas as línguas oeste-africanas declaradas oficiais pela
Conferência, assim como o francês, o inglês e o português.
ARTIGO 88
ESTATUTO, PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES.
1. A Comunidade possui uma personalidade jurídica internacional.
a) a capacidade jurídica necessária ao exercício das suas funções previstas pelo presente Tratado;
4. Os privilégios e imunidades que são reconhecidos e acordados pelos Estados membros aos
funcionários da Comunidade, às suas instituições e às suas respectivas sedes, são as previstas na
convenção geral sobre os privilégios e imunidades da Comunidade e nos acordos de sede.
ARTIGO 89
ENTRADA EM VIGOR, RATIFICAÇÃO.
O presente Tratado e os protocolos que são parte integrante do mesmo, entrarão respectivamente em
vigor a partir da sua ratificação por pelo menos nove (9) Estados signatários de acordo com as regras
constitucionais de cada Estado signatário.
ARTIGO 90
EMENDAS E REVISÕES
1. Qualquer Estado Membro pode submeter propostas com vista à emenda ou revisão do presente
Tratado.
2. Todas as propostas são submetidas ao Secretário Executivo que os comunica aos Estados
Membros, trinta (30) dias o mais tardar após sua recepção. A Conferência examinará as propostas de
emenda ou de revisão dentro de um prazo máximo de três meses acordado aos Estados Membros.
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3. As emendas ou revisões são adoptadas pela Conferência de acordo com as disposições do Artigo 9
do presente Tratado e submetido a todos os Estados Membros para ratificação de acordo com os seus
procedimentos constitucionais respectivos. Entrarão em vigor de acordo com as disposições do
artigo 9 do presente Tratado.
ARTIGO 91
RETIRADA
1. Qualquer Estado membro que deseje retirar-se da Comunidade notifica por escrito, num prazo
de um (1) ano a sua decisão ao Secretário Executivo o qual por sua vez informa aos Estados
Membros. Expirado esse prazo, sem que a sua notificação seja retirada, esse Estado cessa de ser
membro da Comunidade.
2. Durante o período de um (1) ano mencionado no parágrafo precedente, esse Estado Membro
continua conformando-se com as disposições do presente Tratado e continua ligado às obrigações
que o incumbem em virtude do presente Tratado.
ARTIGO 92
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E CLÁUSULAS DE SALVAGUARDA
1. A partir da entrada em vigor do presente Tratado revisto, de acordo com as disposições do artigo
89, as disposições da Convenção das Nações Unidas de Viena sobre os Direitos dos Tratados
Internacionais adoptada a 23 de Maio de 1969 aplicam-se `a definição dos direitos e obrigações
dos Estados Membros nos termos do Tratado da CEDEAO de 1975 e do presente Tratado revisto.
2. O Tratado de 1975 da CEDEAO cessa de estar em vigor quando o Secretariado Executivo terá
recebido de todos os Estados Membros os instrumentos de ratificação do presente Tratado revisto.
O Secretariado Executivo informa sobre isso por escrito aos Estados Membros.
ARTIGO 93
AUTORIDADE DEPOSITARIA
O presente Tratado revisto e todos os instrumentos de ratificação serão depositados junto ao
Secretario Executivo que remetera copias certificadas e conformes do presente Tratado a todos os
Estados Membros, notificando-os as datas de submissão dos instrumentos de ratificação e de adesão,
e registara o presente Tratado junto da Organização da Unidade Africana, da Organização das
Nações Unidas e junto a todas as organizações que o Conselho determine.
50
EM FE DO QUAL, NOS, CHEFES E ESTADO E DE GOVERNO DA COMUNIDADE
ECONOMICA DOS ESTADOS DA AFRICA OCIDENTAL, ASSINAMOS O PRESENTE
TRATADO.
51