Brochura ZG 22
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EXTENSÃO DE NIASSA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE BIOLOGIA
Lichinga
2020
A Biologia é uma ciência ampla e complexa que envolve múltiplas linhas de pesquisa, tão
numerosas que vão das aplicações médicas ao comportamento de organismos unicelulares. Embora
os conhecimentos biológicos, como ciência pura, pareçam desconexos, quando aplicados ou
combinados com outras ciências fornecem subsídios para o desenvolvimento destas.
Os conhecimentos das ciências biológicas, apesar de amplos, possuem aplicações muito restritasao
mundo académico. Como resultado disto, boa parte do conhecimento biológico é conhecida devido
a sua aplicação em outras ciências, medicina principalmente. Somente recentemente, com as
questões ecológicas levantadas e com o advento da genética moderna é que a biologia como ciência
pura ganhou destaque na sociedade não só com suas aplicações na área da saúde, mas como uma
das ciências naturais.
Neste momento, a importância desta ciência cresce continuamente e seu impacto directo sobre a
opinião e sobre sua vivência também, todavia, sua compreensão por parte desta mesma sociedade
permanece precária. Historicamente, fora do meio académico, a biologia é uma ciência para o
estudo dos seres vivos, suas peculiaridades, estrutura, funcionamento e principalmente, ecologia.
Esta visão restrita não contribui com a formação e informação acerca das matérias tratadas nas
ciências biológicas criando um quadro de insuficiência educacional.
Ao biólogo, cabe a responsabilidade de pesquisar e proteger o ambiente e a vida, informar e
conscientizar devidamente a sociedade, garantindo que o conhecimento seja repassado e
compreendido de geração em geração.
A Biologia contribui para um entendimento da origem, persistência , o declínio das espécies; não
só, fornece explicação para fenómenos da natureza como: exame do DNA, bebes proveta, efeito
estufa, clonagem de seres vivos e mais.
A importância da biologia para sociedade humana é que a biologia enquanto ciência traz avanços
directos para a sociedade. Nesse sentido, dentre os benefícios que a biologia fornece pode - se citar:
curas de doenças e enfermidades, estudos de seres vivos, interações com o meio ambiente, estudo
de espécies em extinção, e etc.
Dessa forma, pode - se afirmar que a sociedade é dependente da biologia, uma vez que por meio da
biologia pode -se avançar em vários sentidos para que os seres humanos tivessem a oportunidade
de descobrir novas maneiras de tratar doenças, o que garante sua eficácia.
A Biologia influencia diretamente a vida pessoal e a social dos indivíduos, pois está presente em
grande parte das acções do ser humano. É uma ciência de grande importância, e o entendimento de
suas divisões torna-se cada vez mais necessário. Logo, através destes conhecimentos pode-se intervir
em questões ambientais, sociais, históricas e biológicas conectadas com a saúde do corpo e da mente.
Esse entendimento é feito a partir do Método Científico, processo que se tem base para alcançar
respostas e aplicar os conhecimentos obtidos usando a observação, a investigação, a problematização,
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1.3.1Composição Química
Nos corpos inanimados ela é simples (apenas substâncias inorgânicas que são moléculas pequenas
e relativamente simples), já nos seres vivos, ela é mais complexa, pois além de apresentar
substâncias inorgânicas, os seres vivos apresentam, também, substâncias orgânicas (complexas e
variadas formadas por longas cadeias, onde o carbono é o elemento principal). Então nos seres
vivos têm:
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Em geral :
65,4% hidrogénio; 25,6% oxigénio; 7,5% carbono; 1,25% nitrogénio; 0,24% fósforo; 0,06%
enxofre; 0,001% outros (sódio, magnésio, cloro, potássio, cálcio, manganês, ferro, cobre e iodo).
1.3.2Organização Celular
Todos os seres vivos são constituídos por célula (s). Essas apresentam constituição e organização
diversificadas, como se observa a seguir:
Considerando-se o número de células:
a) Unicelular – organismo constituído por uma única célula. Exemplos: bactérias,
cianobactérias,
protozoários, algumas algas e alguns fungos.
b) Pluricelular – organismo constituído por várias células.
Exemplos: algumas algas, alguns fungos, todos os vegetais (considerando-se que as
classificações actuais colocam todas as algas eucariontes no Reino Protista) e todos os animais.
1.3.3 Metabolismo
Conjunto das reacções químicas que ocorrem no organismo. Pode ser de dois tipos básicos:
a) Catabolismo – reacções que provocam a quebra de substâncias.
Exemplos: respiração aeróbica, fermentação, digestão etc.
b) Anabolismo – reacções que provocam a síntese (produção) de substâncias.
Exemplos: fotossíntese, quimiossíntese, etc.
Homeostase - conjunto de fenómenos que garantem o equilíbrio do organismo.
Exemplo: o suor controlando a temperatura.
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1.3.4 Nutrição
Os seres vivos estão em constante actividade e isso os obriga a um consumo permanente de energia.
Para que isso aconteça, os seres vivos realizam a nutrição e a respiração.
Quanto à forma de nutrição os organismos podem ser autotróficos ou heterotróficos.
Os autotróficos utilizam a matéria inorgânica para sintetizar matéria orgânica, como os vegetais. Os
heterotróficos capturam a matéria orgânica existente no ambiente, como os animais.
1.3.5 Respiração
Quanto à forma de respiração podem ser anaeróbicos ou aeróbicos.
Os anaeróbicos produzem energia na ausência de oxigénio molecular (O2).
Os aeróbicos utilizam o oxigénio molecular para obter energia.
1.3.6 Reprodução
Trata-se do processo pelo qual os seres vivos produzem descendentes para perpetuar a espécie.
Pode ser:
a) Sexuada: ocorre com a presença de gâmeta ou havendo troca de material genético.
Aspectos positivos – aumenta a variabilidade genética;
Aspectos negativos – a produção de clones por esse processo pode ser desastrosa para a
adaptação das espécies às modificações do ambiente.
1.3.8 Evolução
É a capacidade que os seres vivos apresentam para sofrer transformações que lhes Possibilitem
adaptar-se as modificações do ambiente. São necessários vários fenómenos para que ela aconteça,
porém destacam-se dois:
a) Mutação – trata-se de modificação no material genético, na sequência de bases nitrogenadas.
b) Selecção Natural – é o papel que a natureza desempenha seleccionando os organismos mais
aptos em detrimento dos menos aptos.
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1.3.9 Crescimento
Pode ocorrer nos corpos inanimados (rochas, cristais etc.) por deposição de novas moléculas (―de
fora para dentro‖), já nos seres vivos ocorre por intuscepção (por fenómenos que ocorrem dentro do
corpo do indivíduo – ―de dentro para fora‖), através de dois processos:
a) Aumento do volume celular(Hipertrofia) – ocorre nos unicelulares e nos pluricelulares.
b) Aumento do número de células(Hiperplasia) – ocorre somente nos pluricelulares
1.3.10 Genética
Pode se dizer que ser vivo é aquele que possui ácido nucléico (DNA ou RNA), de facto essa é
uma das características encontradas em todos os seres vivos e exclusivamente neles.
1.3.11Adaptação
A Terra apresenta ambientes com condições diferentes e muitas vezes inadequados à vida, como
os desertos e montanhas muito altas. Cada região do planeta apresenta seres vivos diferentes,
adaptados às condições ambientais.
Considerando a etimologia da palavra Zoologia (do idioma Grego: zoon, animal e logos, estudo),
este ramo da Biologia é um vasto domínio que pode englobar todos os aspectos da biologia animal,
inclusive relações entre animais e ambiente.
Pode-se definir Zoologia como " um ramo da Biologia que engloba todos os aspectos da biologia
animal, inclusive relações entre animais e ambiente". Com esta definição, tão ampla, estuda se
não apenas morfologia, sistemática e ecologia, mas também o funcionamento dos animais,
constituintes químicos dos tecidos, formação e desenvolvimento, propriedades e funções celulares.
A zoologia experimental, por exemplo, inclui as subdivisões relativas às alterações experimentais
dos padrões dos animais como genética, morfologia experimental e embriologia.
Mas, tentativas tem sido feitas para revelar as principais características da biodiversidade, enquanto
conceito, e surgem então as três divisões mais citadas na actualidade: diversidade genética,
diversidade taxionómica ou de espécies e diversidade de ecossistema.
O estudo da biodiversidade equivale, portanto, ao estudo da história da vida Assim, nos inventários
da biodiversidade deve-se buscar padrões que se repetem, entender os processos que geraram
diversas espécies e adaptações através a história evolutiva.
O estudo dos animais permite conhecer a estrutura e o funcionamento dos mesmos, buscando
entender suas relações evolutivas. Grande parte do que hoje sabemos sobre os seres humanos
conseguiu-se estudando outros animais.
Compreender as relações entre animais, destes com as plantas e com o ambiente para possibilitar a
detecção do equilíbrio e de perturbações naturais ou provocadas pela cegueira humana.
Buscar soluções para problemas relacionados à saúde dos humanos e de outros animais
pesquisando parasitas, vectores de doenças, inclusive as que causam destruição de frutos e cereais.
As aplicações industriais e científicas dos resultados dos estudos zoológicos são múltiplas e
abrangem uma ampla gama de produtos e substâncias, desde corantes e tintas (obtidos de
cochonilhas, gastrópodes e outros) até gorduras, espermacete, peles etc.
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3.CITOLOGIA
Até ao início do séc. XVII o conhecimento dos seres vivos limitava-se, fundamentalmente, a
organismos macroscópicos. O primeiro microscópio foi desenvolvido por Anton van
Leeuwenhoek. Era considerado um microscópio simples, pois era composto apenas por uma lente. A
partir da invenção de Leeuwenhoek, em 1665 o cientista inglês Robert Hooke conseguiu observar
pedaços de cortiça em um microscópio chamado de microscópio composto, por ter duas lentes em
sua estrutura.
Ao observar a cortiça, Hooke viu pequenas cavidades e lhes deu o nome de ―células‖, palavra
que, em latim, significa cella = lugar fechado, pequeno cômodo. O que de facto Hooke viu era
apenas o envoltório da célula, pois a cortiça é um tecido de células mortas que serve para proteger o
caule das árvores.
Em 1833, o botânico escocês Robert Brown observou que o espaço de vários tipos de células era
preenchido com um material de aspecto gelatinoso, e que em seu interior havia uma pequena
estrutura a qual chamou de núcleo.
A descoberta da célula só foi possível quando o avanço técnico permitiu o aperfeiçoamento das
lentes e a construção do microscópio óptico Composto (MOC).Em 1590 Hans e Zacharias Jenssen
montaram o primeiro microscopio composto.
Em 1838, o botânico alemão Matthias Schleiden chegou à conclusão de que a célula era a unidade
viva que compunha todas as plantas. Em 1839, o zoólogo alemão Theodor Schwann concluiu que
todos os seres vivos, tanto plantas quanto animais, eram formados por células. Anos mais tarde essa
hipótese ficou conhecida como teoria celular
O surgimento da microscopia começa com a fabricação das primeiras lentes ópticas, através do
polimento do vidro, pelo italiano Salvino d´Amato, em 1285. A ideia de combinar lentes para
aumentar o tamanho dos objectos menores data de 1590 e deve-se a Zacharias Janssen, sendo, o
primeiro microscópio por ele desenvolvido capaz de uma ampliação de cerca de 30x. A capacidade
de ampliação foi evoluindo em consequência do aperfeiçoamento das lentes.
No séc. XVII, Antonie Van Leeuwenhoek (físico holandês) desenvolveu o microscópio simples capaz
de ampliações de até 200x e medindo apenas 6,7 centímetros, com o qual o cientista fez a primeira
observação de bactérias, às quais na altura deu o nome de protozoários. Durante o séc. XVIII o
microscópio tornou-se um objecto em moda, sendo fabricado por artífices com o propósito de servir
como peça de decoração e satisfação da curiosidade dos ricos da época. Ainda neste século, o
microscópio passa a fazer parte do processo de ensino das classes nobres e ricas da sociedade.
A técnica histológica visa a preparação dos tecidos destinados ao estudado à microscopia de luz.
O exame ao microscópio é feito geralmente por luz transmitida, o que significa que a luz deve
atravessar o objecto a ser examinado. Assim, é necessária a obtenção de fragmentos dos tecidos
que serão colectados em lâminas muito finas e transparentes.
Citologia e histologia não estudam somente a estrutura da célula e dos tecidos, mas também as
relações entre a estrutura e a função, e, portanto, se integram com a fisiologia, com a física e
com a química.
Os tecidos ao serem processados para estudo ao microscópio devem ser preparados de modo a
preservar sua estrutura original ao máximo possível. Entretanto, isso não é possível e todos os
preparados apresentam artefactos, que são alterações produzidas nas células pelas técnicas
utilizadas.
Pode se resumir os passos das técnicas histológicas com a seguinte sequência: fixação dos
tecidos, desidratação, inclusão, microtomia (corte em fatias finas), coloração e montagem
de lâminas. Essas etapas serão descritas adiante.
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4.3.1FIXAÇÃO
Uma boa preparação histológica se inicia com o uso correcto das técnicas de obtenção do
material. Os cuidados devem ser observados já no sacrifício dos animais de laboratório para o
estudo histológico de seus tecidos. Tratando se de animais de laboratório o sacrifício pode ser
obtido através de técnicas como, traumatismo brusco, intoxicação (overdose de anestésico) e
perfusão/imersão.
Objectivos da fixação
A fixação paralisa o metabolismo celular e preserva as estruturas do tecido para os tratamentos
posteriores. A fixação evita a autólise celular, impede a proliferação de microrganismos, leva ao
endurecimento do tecido para que resista aos tratamentos posteriores. O fixador deve causar o
mínimo de dano ao tecido e produzir o mínimo de artefactos.
4.3.2Inclusão e Desidratação
Desidratação
Objectiva a retirada de água da peça, já que as substâncias inclusoras são insolúveis em água.
Esta etapa é feita com a utilização de álcoois graduados em tempos adequados ao fixador e ao
material.
A inclusão pode ser feita utilizando a parafina (mais comumente usada) e as resinas plásticas,
como o glicol metacrilato.
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1.2.2. Microtomia
Esta etapa consiste, basicamente, em utilizar um micrótomo para obter cortes; sucessivos,
delgados e uniformes, a partir dos blocos de parafina com as peças incluídas. Este aparelho é
formado por uma lâmina (fixa ou descartável) de aço, afiada, e um braço ao qual se prende o
,bloco e que se desloca verticalmente.
Objectivo da coloração
Os cortes de tecidos apresentam-se incolores após a microtomia. A coloração visa contrastar as
estruturas teciduais. A acção da maioria dos corantes se baseia na interacção entre os radicais
ácidos ou básicos dos elementos químicos dos mesmos com os dos tecidos. No entanto existem
outros tipos de corantes, como será descrito adiante.
Tudo começa nos átomos, minúsculas porções da matéria. Átomos reunidos formam moléculas.
Diferentes moléculas são formadas graças ao tipo de átomo presente na ligação e do tipo e número
de ligações. Diferentes tipos de átomos se unem para formar, por exemplo, moléculas de
hemoglobina.
Várias moléculas reunidas formam organelos, como os ribossomas, mitocôndrias, , retículo
endoplasmático liso, retículo endoplasmático rugoso, lisossomos, centríolos etc, estes encontram se
inseridos na célula.
Várias células formam tecidos. As hemácias, junto com outros tipos celulares como os leucócitos,
formam o tecido sanguíneo.
Vários tipos de tecidos reunidos formam órgãos. Por exemplo, os tecidos sanguíneo e muscular
(entre vários outros) formam o coração, órgão vital.
Órgãos reunidos formam sistemas. No caso do sistema circulatório, o principal órgão é o coração,
associado a veias, artérias, vasos e válvulas.
O conjunto de sistemas (excretor, respiratório, circulatório etc) acaba por caracterizar o organismo.
Vários organismos formam uma população, e o conjunto de várias populações distintas caracteriza
uma comunidade.
O conjunto de várias comunidades formam os ecossistemas e o conjunto de todos os ecossistemas
do planeta, forma a biosfera.
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TECIDO EPITELIAL
Os animais, como as plantas, são seres multicelulares, o que significa serem formados por muitas
células. Não são simplesmente colônias ou agregados de células semelhantes, mas são compostos
por diferentes tipos de células, cada uma com tamanho, estrutura e função características. Ser
multicelular significa apresentar diferenças no tamanho e diversidade na forma. Os tamanhos
diferentes dos organismos são devidos às diferenças no número de células e não na célula
individualmente.
As células de um rato e de um elefante tem dimensões correspondentes; o elefante é maior porque
seus genes foram programados para produzir um número maior de células. Nos organismos
formados por muitas células, pode haver uma divisão de trabalho, com cada tipo de célula
realizando funções específicas. Quando as células se especializam, os organismos podem se tornar
altamente eficientes para realizarem uma grande variedade de atividades. Assim, na maioria dos
animais as células são organizadas em tecidos.
Tecido: Consiste de células semelhantes associadas intimamente, adaptadas para funções
específicas. Os tecidos são constituídos por células, substâncias intercelulares e líquido intercidual.
Os epitélios constituem um grupo distinto de tecidos que recobrem toda a superfície corporal,
cavidades e tubos, funcionando como interface entre os compartimentos biológicos.
Origem
Origina-se dos 3 folhetos embrionários.
Ectoderme: epitélios de revestimento externos (epiderme, boca, fossas nasais, orifício rectal). Endoderme:
epitélio de revestimento do tubo digestivo, da árvore respiratória, do fígado e do pâncreas. Mesoderme:
endotélio (vasos sanguíneos e linfáticos) e mesotélio (revestimento de serosas).
CARACTERÍSTICAS
O Tecido epitelial apresenta as seguintes características:
Ausência de vascularização e de espaços entre as células;
O epitélio não é penetrado por vasos sanguíneos. A nutrição depende, portanto, da difusão de oxigênio e de
metabólitos a partir dos tecidos subjacentes.
Ausência de substância intercelular:
O contato entre as células é feito através do glicocálix. O glicocálix consiste de proteínas e fosfolipídio
conjugados com pequenos polissacarídeos, formando um revestimento celular externo. Aparentemente tem
função de adesão entre as células, podendo simplesmente promover a proteção mecânica e química para a
membrana plasmática.
Presença da Membrana Basal
Todos os epitélios são mantidos por uma membrana basal de espessura variável. Estas separam os epitélios
dos tecidos conjuntivos subjacentes. As membranas basais consistem de uma condensação da substância
fundamental glicoprotéica reforçada por fibras reticulares, que formam um tecido contínuo com as fibras
colágenas do tecido conjuntivo
Polaridade celular:
A distribuição de organelas nas células obedece a uma polaridade. O pólo basal corresponde à região que
"olha" para a lâmina basal e o pólo apical é a região que está oposta à lâmina basal.
Grande capacidade de renovação das células;
Pela atividade mitótica contínua das células, isto porque o tecido epitelial é constantemente esfoliado; apesar de
as células epiteliais apresentarem intensa adesão mútua. Esta adesão é em parte devida ao glicocálix e
reforçada por estruturas especiais.
Rede de inervação: sensitiva intra-epitelial, formada por terminações nervosas livres.
Ocorre a justaposição das células devido a pequena quantidade ou mesmo ausência da matriz
extracelular
A nutrição das células se faz por difusão a partir dos capilares existentes em outro tecido, o conjuntivo,
adjacente ao epitélio a ele ligado. O arranjo das células epiteliais pode ser comparado ao de ladrilhos ou
tijolos bem encaixados.
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Classificação
I- SIMPLES, com uma só camada de células iguais (ovário, intestino); Encontrado revestindo
superfícies envolvidas no transporte passivo de gases e líquidos como a superfície pulmonar
(pleura), os capilares sanguíneos (endotélio), o coração (pericárdio) e as vísceras (peritôneo).
Tradicionalmente conhecido como mesotélio, quando reveste as vísceras
III- PSEUDOESTRATIFICADO, com uma única camada de células que tocam a lâmina basal
mas que possuem núcleos em alturas diferentes (traquéia).
RESUMO
Critério Designação Características
Simples Uma única camada de células
Estratificado Várias camadas de células
Número de camadas
de células Várias camadas de núcleos mas todas as
Pseudoestratificado
células contactam com a lâmina basal
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Os tecidos epiteliais glandulares são organizações de células originadas do tecido epitelial, com a
função principal de produzir substâncias (secreções). Tais substâncias, depois de sintetizadas, são
eliminadas para o meio extracelular. Classificam-se em endócrinas (quando o produto da secreção
é liberado no sangue) e exócrinas (quando o produto da secreção é liberado para a superfície
interna ou externa do corpo).
Origem: proliferação de células epiteliais de revestimento que invadem o tecido conjuntivo adjacente,
sofrendo diferenciação celular.
Características:
As células caliciformes são glândulas exócrinas unicelulares que são encontradas entremeadas ao
longo de epitélios simples cilíndricos e de epitélios pseudoestratificados cilíndricos. Essas células
caliciformes são cilíndricas modificadas, que sintetizam e secretam muco. Localizam-se,
geralmente, entre as outras células do epitélio, principalmente, no revestimento do tracto
respiratório e digestório.
EXÓCRINAS: apresentam a porção secretora associada a ductos que lançam suas secreções para
fora do corpo (como as glândulas sudoríparas, lacrimais, mamárias e sebáceas) ou para o interior
de cavidades do corpo (como as glândulas salivares);
Glândulas simples: Possuem apenas um ducto secretor não ramificado. Ex: glândulas de
Lieberkühn, encontradas no duodeno, no jejuno, no íleo e no intestino grosso; glândulas
sudoríparas, encontradas na pele.
Glândulas tubuloalveolares : São glândulas que possuem os dois tipos de unidades secretoras,
tubulares e alveolares. Ex.: glândula mamária e glândula submandibular.
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Glândulas mucosas: Produzem uma secreção viscosa e escorregadia, que não se cora pelo HE. Ex:
glândula sublingual, que é mista, predominantemente mucosa.
Glândulas serosas :Produzem uma secreção aquosa e límpida que se cora em vermelho pelo HE.
Ex.: ácinos serosos do pâncreas, glândula parótida e glândula submandibular (esta última, mista, de
células acinares predominantemente serosas).
Glândulas mistas: Secretam os dois tipos de secreção mencionados acima, pois possuem os dois
tipos de ácinos (mucoso e seroso) ou porque possuem um terceiro tipo, que contém componente
mucoso e componente seroso (capacete de Gianuzzi). Ex.: fígado, glândula submandibular (com
preomínio de ácinos serosos) e glândula sublingual (com predomínio de ácinos mucosos).
Glândulas apócrinas : as células perdem parte de seu protoplasma junto com o produto de
secreção, tendo de se recompor antes de produzir as secreções novamente. Exemplo: glândulas
mamárias , glândulas sudoríparas de algumas partes do corpo.
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Glândulas endócrinas: não apresentam ductos associados à porção secretora. As secreções são
denominadas harmónios e lançadas directamente nos vasos sanguíneos e linfáticos. Exemplos,
hipófise, glândulas da tiróide, glândulas paratireóides e glândulas adrenais;
Glândulas cordonais: células secretoras formam cordões ao redor dos capilares. Não há
armazenamento de secreção. Ex.: paratireóide, hipófise, ilhotas de Langerhans do pâncreas.
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- Células que secretam proteínas: células típicas, geralmente poliédricas, piramidais, com o
núcleo esférico situado no meio da célula e dividindo nitidamente o citoplasma em uma porção
supranuclear e outra basal infranuclear. Na zona apical encontra-se uma zona de Golgi, muito
desenvolvida, e citoplasma praticamente cheio dos grânulos de secreção. Ex: Cé1ula caliciforme
do epitélio intestinal .
- Cé1ulas que secretam substâncias vasoativas: Podem ter caráter polipeptídico e ação
hormonal, sendo transportados pelo sangue para atuar sobre células distantes. Podem também ter
ação sobre células próximas sem penetrar nos vasos sanguíneos. Estas células podem estar
presentes no trato gastrintestinal e no cérebro. No cérebro além de secretarem hormônios
secretam também aminas biogênicas (adrenalina, serotonina, dopamina).