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UNIPIAGET: Disciplina – Fundamentos de Enfermagem I - 2022/2023

Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 do Conselho de Ministros, em 06 de


Julho de 2001

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DE ENFERMAGEM

SEBENTA
ANO 2022/2023

DISCIPLINA

FUNDAMENTOS
DE ENFERMAGEM I
DOCENTES:

Adão Chimuanji (Regente)


Idalina Amaro (Convidada)
Carlos Sebastião (Convidado)
Boace Boaventura (Convidado);
Pedro Magalhães (Convidado);
Stanislau Félix (Convidado).

Viana, 2022-2023

Docentes: 2

Adão Chimuanji & Carlos Sebastião

Boace Boaventura & Pedro Magalhães


UNIPIAGET: Disciplina – Fundamentos de Enfermagem I - 2022/2023

I - A Enfermagem como profissão


1.1 Situação actual da Enfermagem em Angola – tendências.

Introdução
A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da
colectividade. Actua na promoção, protecção, recuperação da saúde e reabilitação das
pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais (Código de Ética e Deontologia
Profissional).

A Enfermagem é uma profissão reconhecida mundialmente e legitimada pelas


pessoas como sendo uma prática de cuidado, na preservação da vida. É uma profissão
que actua em várias dimensões, no cuidado, na gestão, na pesquisa e na educação
(Reibnitz, 2006).

Trabalho profissional, diz respeito a trabalhos especializados e reconhecidos


socialmente como necessários para a realização de determinadas actividades (Denize,
2009).
Profissão" designa a qualificação de um grupo de trabalhadores especializados na
realização de determinadas actividades, os quais dominam os conhecimentos que
fundamentam a sua realização.

Segundo Machado (1995), as características de uma profissão são:

a) Domínio de um conjunto de conhecimentos teóricos adquiridos por um longo


processo de formação;
b) Oferecimento de serviços especializados ao público;
c) Ser desenvolvida por indivíduos com vocação e regidos por um código de ética;
d) A existência de regras para controle do exercício profissional elaborada pelo
grupo através de entidades que os representem na sociedade;
e) Desenvolvimento da actividade em tempo integral, sobrevivendo desta
remuneração;
f) Gozar de autonomia profissional.

Docentes: 3

Adão Chimuanji & Carlos Sebastião

Boace Boaventura & Pedro Magalhães


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A Enfermagem é uma profissão de saúde reconhecida desde a segunda metade do


século XIX, quando Florence Nightingale acrescenta atributos a um campo de
atividades de cuidado à saúde desenvolvidas, milenarmente, por indivíduos ou grupos
com diferentes qualificações e em diferentes cenários. Com Florence, o cuidado ganha
especificidade no conjunto da divisão do trabalho social, é reconhecido como um campo
de atividades especializadas e necessárias/úteis para a sociedade e que, para o seu
exercício, requer uma formação especial e a produção de conhecimentos que
fundamentem o agir profissional.
A legalização da profissão de enfermagem em diversos países e o grande
contingente numérico destes profissionais também demonstram o reconhecimento
social da profissão.
A enfermagem é a profissão que está presente em todas as instituições
assistenciais, sendo que na rede hospitalar está presente nas 24 horas de todos os 365
dias do ano. Estes dados, por si só, já demonstram que a qualidade das acções de
enfermagem interfere, diretamente, na qualidade da assistência em saúde.
Considerando-se os atributos de profissão, pode-se afirmar que a Enfermagem é
uma profissão desenvolvida por um grupo de trabalhadores qualificados e
especializados para a realização de actividades socialmente necessárias.

As cinco categorias do cuidado de enfermagem baseiam-se em:


1 - Cuidado como essência humana;
2 - Como imperativo moral;
3 - Como um efeito;
4 - Como relação interpessoal;
5 - Como uma intervenção terapêutica.

Ninguém vive sem cuidado, ninguém é curado sem cuidado e ninguém é atendido
em um serviço de saúde de pequena, média ou alta complexidade sem que a
enfermagem tenha directa ou indiretamente influência no resultado da assistência
recebida (Pires, 2006 e Leininger, 1992).

Docentes: 4

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A Enfermagem enquanto disciplina do âmbito da ciência tem a responsabilidade


de contribuir, permanentemente, com a produção de conhecimentos capazes de sustentar
ações de cuidado culturalmente congruentes, tecnicamente competentes, moralmente
aceitáveis e que contribuam para preservação da vida em sua plenitude nas diversas
situações do processo de viver humano.

Em 12 de Maio Comemora-se o Dia Internacional do Enfermeiro, data instituída


em homenagem a Florence Nightingale, um marco da enfermagem no mundo e que
nasceu nesse dia, em 1820.

A enfermeira britânica, de ascendência italiana, destacou-se durante a Guerra da


Crimeia (1854) ao transformar o modo de funcionamento do hospital militar do exército
inglês na Turquia, e ao introduzir mudanças na prestação de cuidados de saúde.

Florence Nightingale melhorou as condições sanitárias e de higiene e a qualidade


de vida dos soldados e, em apenas dois anos, com uma equipa de enfermeiras,
conseguiu reduzir significativamente a taxa de mortalidade do hospital, provando a
importância da profissão.

Durante os combates da Guerra da Crimeia, os soldados fizeram de Florence o seu


anjo da guarda pois, de lanterna na mão, percorria as enfermarias dos batalhões e
acampamentos, atendendo os doentes.

Ao retornar em 1856, adoentada de tifo, Florence recebe um prémio em dinheiro


do governo inglês, em reconhecimento ao seu trabalho.

Com este dinheiro, fundou, em 1859, em Londres, a primeira Escola de


Enfermagem, no Hospital Saint Thomas, e que passou a servir de modelo para as
demais escolas que vieram depois.

A enfermagem é uma profissão que surgiu empiricamente e se desenvolveu,


através dos séculos, em estreita relação com a história da civilização, mas que nem
sempre acompanhou o desenvolvimento no campo científico.

Docentes: 5

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Desde os tempos do Velho Testamento, a profissão de enfermeiro já era


reconhecida por aqueles que cuidavam e protegiam pessoas doentes, em especial idosos
e deficientes, pois nessa época, tais atitudes garantiam ao homem a manutenção da sua
sobrevivência.

Nessa época e durante muitos séculos, a enfermagem estava associada ao trabalho


feminino, caracterizado pela prática de cuidar de grupos nómadas primitivos.

Com o passar dos tempos, as práticas de saúde evoluíram e, entre os séculos V e


VIII, a Enfermagem surge como uma prática leiga, desenvolvida por religiosos como se
fosse mais um sacerdócio.

Sendo assim, tornou-se uma prática indigna e sem atractivos para as mulheres da
época, pois consideravam o trabalho como um serviço doméstico, o que atestava queda
dos padrões morais que sustentavam, até então, o trabalho da enfermagem.

Mesmo com essa crise da profissão, a evolução do trabalho associado ao


reconhecimento da prática, em meados do século XVI, a Enfermagem começou a ser
vista como uma actividade profissional institucionalizada e, no século XIX, vista como
Enfermagem moderna na Inglaterra.

A partir daí, foram catalogados definições e padrões para a profissão e a ANA


(American Nurses Association) define a Enfermagem como "uma ciência e uma arte,
levando em consideração que o objectivo principal do trabalho é o de cuidar dos
problemas reais de saúde, por meio de acções interdependentes com suporte técnico-
científico, bem como reconhecer o papel significativo do enfermeiro de educar para
saúde, ter habilidades em prever doenças e o cuidado individual e único do paciente".

A palavra “Enfermeiro” se compõe de duas palavras do latim: “nutrix”, que


significa Mãe, e do verbo “nutrire”, que tem como significados criar e nutrir.

Essas duas palavras, adaptadas ao inglês do século XIX, acabaram se


transformando na palavra NURSE que, traduzida para o português, significa
Enfermeiro.
Docentes: 6

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Há uma relação recíproca entre a profissão de enfermagem e a sociedade; os


enfermeiros proporcionam o atendimento contínuo a todos os seres humanos,
independentemente da sua doença ou posição social, e a sociedade espera da profissão
que seus membros hajam de modo responsável e de acordo com um código de Ética
Profissional que contêm os direitos, os deveres e as incompatibilidades do exercício da
profissão.

O enfermeiro deve ter em conta que as suas intervenções são realizadas com a
preocupação da defesa da liberdade e da igualdade da pessoa humana e do
enfermeiro.

Um dos principais objectivos da enfermagem é promover a saúde visando o


alcance da melhor qualidade de vida da população.

Esta perspectiva coloca o paciente/utente no centro da atenção da profissão,


preservando a integridade física e auto-estima da pessoa. Esta relação deve desenvolver-
se através de atitudes de respeito, honestidade, lealdade, coragem e de verdadeira
consciência perante o paciente.

1.2. Situação actual da Enfermagem em Angola-tendências


Em angola a classe de Enfermagem é regida pela Ordem do Enfermeiros de
Angola (ORDENFA), constituída em assembleia de Enfermeiros realizada em Luanda,
aos 28 de de novembro de 2002.

A ORDENFA e seus conselhos provinciais constituem uma organização


profissional de inscrição obrigatória para os profissionais de enfermagem ao nível de:
Licenciados; Técnicos e Auxiliares.

São objectivos, finalidade e atribuições da ORDENFA: Disciplinar, fiscalizar e


regular o exercício da enfermagem no país, em prol das populações, da profissão e da
classe.

O exercício da profissão da enfermagem em angola está pautado no CÓDIGO DE


ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL, aprovado pelo decreto presidencial nº
179/10 de 18 de Agosto.

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1.3. Formação de Profissionais de Enfermagem no País

A história da formação da enfermagem a nível do ensino superior começou em


Luanda, no Instituto Superior de Enfermagem (ISE), criado a luz do decreto
presidencial nº 5/90 em 1990. Actualmente denominado Instituto Superior de Ciências
da Saúde (ISCISA), da Universidade Agostinho Neto, que lançou os primeiros
Bacharéis e Licenciados em Enfermagem nos anos 2001 e 2005 respectivamente.

A par do ISCISA-UAN ao nível da formação da enfermagem no ensino público


pode-se destacar as Universidades Regionais: José Eduardo dos Santos das seguintes
províncias: Bié, Moxico e Huambo; Huila, Cunene e Cuando Cubango; Uíge, Cuanza
Norte; Benguela; Cuanza Sul e fruto do protocolo de cooperação entre os governos
angolano; cubano; português e outros.

E ao nível do ensino privado no que concerne a graduação de profissionais em


Enfermagem, destacam-se as seguintes escolas: Universidade Jean Piaget; Universidade
Privada de Angola; Unibelas; Ísia e outras.

No quadro do plano, de formação de profissionais da saúde de nível médio, foi


estabelecida a criação de cinco escolas profissionalizantes com carácter regional. Em
Luanda, Lubango e Bié.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Reibnitz KS, Prado ML. Inovação e educação em Enfermagem. Ed. Cidade Futura:
Florianópolis, SC. 2006.

ANGOP: DIA Internacional do Enfermeiro. Disponível em:


http://www.portalangop.co.ao/angola/pt_pt/noticias/saude/2010/4/19/Comemora-
quarta-feira-Dia-Internacional-Enfermeiro,b58c3574-00b1-471b-b550-
697af232c625.html, 2010. Acessado em 8/03/2015.

Pires, Denise. A enfermagem enquanto disciplina, profissão e trabalho. Rev. bras.


enferm., Brasília, v. 62, n. 5, Oct. 2009. Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672009000500015&lng=en&nrm=iso>. access on 08 Março de 2015.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672009000500015.

Pires D, Kruse H, Silva E. A enfermagem e a produção do conhecimento. J


Assoc Bras Enferm 2006; 14-5. [ Links ]

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II – COMPETÊNCIAS E ACTIVIDADES DO ENFERMEIRO


2.1 A enfermagem ao longo da história
Enfermagem moderna surge com a finalidade de organizar de forma hierárquica o
espaço hospitalar. A Escola de Enfermagem organizada e coordenada por Florence
Nightingale (preparava as jovens para cuidar dos doentes).

2.2. Florence Nightingale

Ela nasceu em Florença a 12 de maio de 1820, filha de Pais ingleses, ricos e sua
cultura estava acima do comum entre as moças de seu tempo. Desde a infância, cuidava
de crianças e animais doentes, aos 24 anos quis praticar em hospitais seus cuidados, mas
sua mãe não permitiu, pois, as condições dos hospitais ingleses eram lamentáveis.
Aos 30 anos conseguiu autorização para fazer estágio em uma instituição de
diaconisas para serviços dos pobres doentes. Depois fez estágio com irmãs de caridade
na França e publicava estudos comparativos, tendo o desejo de fundar uma escola de
Enfermagem em novas bases.
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Em 1854 partiu para a Guerra da Crimeia com 38 voluntárias, entre religiosas e


leigas e encontrou um imenso hospital com 4.000 feridos. Florence organizou a
lavandaria e a cozinha, ofereceu livros e proporcionou distração aos convalescentes.
À noite percorria as enfermarias com sua lâmpada, e para os feridos era como um
raio de esperança. Até o fim da guerra as enfermeiras já eram um total de 120, e todas
sob o comando de Florence.
Neste período Florence tinha um precário estado de saúde e mesmo assim
permaneceu na guerra.
O governo e o povo premiaram com 40 mil libras, pois sabiam de seu desejo de
fundar uma escola de enfermagem, que foi estabelecida no Hospital São Tomás em 9
de Julho de 1860.
As ambições de Florence ao fundar esta escola eram de reformar a Enfermagem
em sua pátria e no mundo inteiro por meio de novas e inúmeras escolas.
Florence morreu aos 90 anos, e sua reforma foi acompanhando os últimos
progressos da ciência e as novas exigências da Medicina.

2.3. Enfermagem Moderna

O avanço da Medicina vem favorecer a reorganização dos hospitais. É na


reorganização da Instituição Hospitalar e no posicionamento do médico como principal
responsável por esta reordenação, que vamos encontrar as raízes do processo de
disciplina e seus reflexos na Enfermagem, ao ressurgir da fase sombria em que esteve
submersa até então.
2.4. Primeiras escolas de enfermagem

Apesar das dificuldades que as pioneiras da Enfermagem tiveram que enfrentar,


devido à incompreensão dos valores necessários ao desempenho da profissão, as escolas
se espalharam pelo mundo, a partir da Inglaterra.
Nos Estados Unidos a primeira Escola foi criada em 1873. Em 1877 as primeiras
enfermeiras diplomadas começam a prestar serviços aos domicílios em New York.
As escolas deveriam funcionar de acordo com a filosofia da escola Florence
Nightingale, baseada em quatro ideias-chave:

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1. O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão importante quanto


qualquer outra forma de ensino e ser mantido pelo dinheiro público.
2. As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita associação com os
hospitais, mas manter sua independência financeira e administrativa.
3. Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino no lugar de
pessoas não envolvidas em Enfermagem.
4. As estudantes deveriam, durante o período de treinamento, ter residência à
disposição, que lhes oferecesse ambiente confortável e agradável, próximo ao
hospital.
2.5. Situação actual da enfermagem em Angola
A formação superior em enfermagem é recente em Angola, nesta década de 1990,
deu-se início a formação de bacharéis em enfermagem para alunos do país e
provenientes de países Africanos de expressão portuguesa (Moçambique, Cabo-Verde,
São-Tomé, Guiné Bissau), não tendo terminado esta formação devido aos conflitos
armados e consequente destruição total das instalações do ISE.

Em 1999, além do bacharelado, a licenciatura em enfermagem começou a ser


ofertada no país através de três instituições, sendo a única pública, o Instituto Superior
de Enfermagem (ISE) e duas privadas o Instituto Piaget de Angola, hoje
UNIPIAGET, e o Instituto Superior Privado de Angola (ISPRA), hoje UPRA.

A partir de 2005, foram surgindo mais Universidades e Institutos Superiores


privados e públicas estando expandida a formação superior em todo o país.
Em 2002, no dia 28 de Novembro, foi criado o Conselho Geral de Enfermagem
(COGENFA), uma organização profissional de filiação de carácter obrigatório e
entidade autônoma de classe de enfermagem, dotada de personalidade jurídica,
autônoma administrativa e financeira, com objetivos de disciplinar, fiscalizar e regular
o exercício da enfermagem no país, em prol das populações, da profissão e da classe e
de exercer o controlo dos profissionais nas atividades de enfermagem em todo o país.

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2.6. Ordem dos enfermeiros de Angola (ORDENFA)

Em 2010 foi aprovado o Estatuto da Ordem dos Enfermeiros de Angola


(ORDENFA), como organização de autorregulação profissional através do Decreto
Presidencial n°179/10 de 18 de Agosto, o qual também instituiu o Estatuto Orgânico da
Ordem dos Enfermeiros de Angola.

A Ordem dos Enfermeiros é uma organização profissional de inscrição obrigatória


e exclusiva para Licenciados, Bacharéis, Técnicos Médios e Auxiliares em
Enfermagem, dotada de personalidade jurídica e autonomia administrativa e financeira.
Entretanto, para efeitos do diploma e ainda para o exercício profissional.

2.7. Carreira de enfermagem

Em 2010 também foi aprovado o Regimento da Carreira de Enfermagem da


Ordem dos Enfermeiros de Angola (ORDENFA), que estabelece as categorias
profissionais dentro da carreira de Enfermagem através do Decreto Presidencial
n°187/18 de 18 de Agosto. Este Regimento veio a melhorar a questão da progressão na
carreira fixando anteriormente 6 existentes para quatro actualmente em vigor, sendo:

• Enfermeiro;
• Bacharel;
• Técnico de enfermagem;
• Auxiliar de Enfermagem.

2.7.1. Perfil do Enfermeiro

O Enfermeiro deverá ter o ensino superior concluído Ciências de enfermagem


com ênfase em gerir instituições e programas de saúde, instituições e programas de
ensino no âmbito nacional e nas áreas de abrangência, bem como prestar assistência
diferenciada e realizar investigação científica nessas áreas.

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2.7.2. Competências do Enfermeiro

O Enfermeiro deverá ser capaz de desenvolver as competências do bacharel em


enfermagem, bem como as demais:
2.7.3. Gestão de Instituições de Saúde:
• Participar nas definições das Políticas Nacionais de Saúde;
• Gerir serviços de saúde, coordenando a assistência na instituição de actuação;
• Gerir o processo de trabalho em saúde com princípios éticos, com resolubilidade
tanto a nível individual como coletivo, em todos os âmbitos de actuação
profissional;
• Gerir a assistência de enfermagem a pacientes que necessitem de cuidados
diferenciados;
• Gerir os recursos humanos das instituições de saúde, no âmbito do
dimensionamento, recrutamento, seleção, enquadramento e distribuição de
pessoal, educação continuada, avaliação de desempenho, liderança, supervisão e
carreira;
• Compor e trabalhar com a equipe de saúde, delegando aos profissionais a
responsabilidade e autoridade de coordenação do trabalho e a supervisão.
• Identificar os determinantes da qualidade de vida no trabalho de saúde e suas
implicações na saúde dos trabalhadores;
• Planejar, implementar e participar dos programas de formação e qualificação
continuada dos trabalhadores de enfermagem e de saúde;
• Gerir os recursos físicos, materiais e financeiros necessários ao desenvolvimento
da assistência de saúde;
• Gerir o sistema de informação, com noções básicas de Marketing, necessário ao
desenvolvimento da assistência de saúde;
• Promover a articulação Intersectorial na comunidade entre a instituição e as
organizações sociais e de massa e outros serviços sociais e de saúde de forma a
obter condições favoráveis para a prestação da assistência de saúde;
• Favorecer e colaborar nas atividades de integração docente-assistenciais
desenvolvidas.

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2.7.4. Gestão de Programas de Saúde

• Participar nas definições de políticas de programas de saúde no âmbito nacional;


• Gerir os programas de saúde assegurando os recursos humanos, físicos,
materiais e financeiros indispensáveis para o seu desenvolvimento;
• Identificar progressivamente as características gerais da área geográfica
abrangida pelo programa;
• Promover e estimular a participação comunitária em todas as fases de
desenvolvimento do programa.
2.7.5.Gestão de Escolas e Programas de Ensino em Enfermagem

• Participar nas definições das políticas educacionais de enfermagem no âmbito


nacional, dos PALOP e da SADC;

• Gerir os programas de ensino assegurando os recursos humanos, físicos,


materiais e financeiros indispensáveis para o seu desenvolvimento;

• Participar na elaboração e/ou revisão dos currículos dos cursos de enfermagem


do País de acordo com as necessidades de saúde da população e das normas do
Ministério da Saúde e da Educação;

• Coordenar o desenvolvimento dos programas de ensino;


• Elaborar com a equipe de docentes e técnicos administrativos os planos de
actividades pedagógicas e administrativas;
• Participar no processo de selecção e acompanhamento dos estudantes;
• Promover a avaliação sistemática da instituição e do programa de ensino e de
seus resultados.
2.7.6. Desenvolvimento de Investigações Científicas em Saúde

• Identificar fontes, buscar e produzir conhecimentos para desenvolvimento da


prática profissional e de saúde;
• Elaborar, participar e aplicar pesquisas e/ou outras formas de produção de
conhecimento que objectivem a qualificação da prática profissional e de saúde.

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2.8. Competências do Bacharel em Enfermagem

1) Compreender tanto a nível individual como colectivo em todos os âmbitos de


actuação, a política de saúde no contexto das políticas sociais, reconhecendo os
perfis epidemiológicos das populações;

2) Reconhecer e actuar nos diferentes cenários da prática profissional;

3) Identificar as necessidades individuais e coletivas de saúde da população, seus


condicionantes e determinantes, considerando os pressupostos dos modelos
clínico e epidemiológico;

4) Gerir o serviço de enfermagem coordenando a assistência de enfermagem no


local de actuação;

5) Gerir o processo de trabalho em enfermagem com princípios éticos, e


resolubilidade profissional;

6) Planejar, implementar, supervisionar e avaliar programas de educação e


promoção à saúde, considerando a especificação dos diferentes grupos sociais e
dos distintos processos de vida, saúde, trabalho e adoecimento, no âmbito local;

7) Intervir no processo de saúde/doença responsabilizando-se pela qualidade da


assistência/cuidado de enfermagem ao ser humano nos seus diferentes níveis de
atenção à saúde, na perspectiva da integridade da assistência;

8) Prestar cuidados de enfermagem compatíveis com as diferentes necessidades


apresentadas pelo indivíduo, pela família e pelos diferentes grupos da
comunidade;

9) Participar no planeamento e avaliação dos programas de assistência à saúde da


instituição de actuação;

10) Integrar as acções de enfermagem às acções multiprofissionais;

11) Ter os códigos éticos, políticos e normativos da profissão como eixo da sua
prática;
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12) Assegurar o seu autodesenvolvimento técnico-científico buscando os meios de


uma educação continuada;

13) Participar em associação de classe, organizações sociais e de massa;

14) Participar e aplicar pesquisas e /ou outras formas de produção de conhecimento


que objectivem a qualificação da prática profissional.

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III - INSTRUMENTOS BASICOS DE ENFERMAGEM

Definição:

Instrumentos Básicos de Enfermagem: são recursos empregues para se alcançar


um objectivo ou conseguir um resultado.

Na enfermagem esta palavra associada ao termo básico refere-se ao conjunto de


conhecimentos e habilidades fundamentais para o exercício das actividades
profissionais.

Instrumentos básicos
• Observação
• Comunicação terapêutica
• Técnicas de Comunicação
• Entrevista
• Relação de ajuda
• Trabalho de equipa
• Registos de enfermagem
• Destreza manual
Observação

É um dos instrumentos básicos considerado como o primeiro passo para execução


de todos os cuidados de enfermagem. Observar è a acção de observar, isto è, olhar com
atenção para examinar com minucìa, implica a utilização da percepção visual, mas
também de todos os outros orgãos dos sentidos (olfacto, audição, paladar e tato).

Pode ser assistemática (ou não estruturada) e sistemática (estruturada ou planeada).

Docentes: 18

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3.1. COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA

A comunicação terapêutica é um instrumento básico do cuidado em enfermagem.


Ela está presente em todas as acções realizadas com o paciente, seja para orientar,
informar, apoiar, confortar ou atender suas necessidades básicas. Como instrumento, a
comunicação é umas das ferramentas que o enfermeiro utiliza para desenvolver e
aperfeiçoar o saber profissional.

O papel do enfermeiro não se os restringe a executar técnicas ou procedimentos e


sim propor uma acção de cuidados abrangente, que implica, entre outros aspectos,
desenvolver a habilidade de comunicação. Deste modo, o uso da comunicação como
instrumento básico do enfermeiro é um meio utilizado para atender as necessidades do
paciente.

O relacionamento terapêutico depende do comportamento e atitudes de cada


profissional.

A comunicação estabelecida com o enfermeiro e paciente compreende-se em seu


todo e sua visão do mundo, isto é, seu modo de pensar, sentir e agir. Só assim
poderemos identificar os problemas por ele sentidos com base no significado que ele
atribui aos fatos que lhe ocorrem e tentar ajudá-lo a manter ou a recuperar sua saúde.

3.2. ENTREVISTA DE ENFERMAGEM

Conceito de Entrevista de Enfermagem: A entrevista de enfermagem é uma


interacção verbal que promove uma maior intimidade entre o enfermeiro e o utente…

A entrevista de enfermagem é uma interacção verbal que promove uma maior


intimidade entre o enfermeiro e o utente. Aquando da realização de uma entrevista, o
enfermeiro deve respeitar a hora das refeições, os momentos de fadiga, repouso e
sofrimento do utente. Deve também ter em conta a intimidade e o conforto do utente
bem como manifestar atitudes de aceitação, escuta, respeito e empatia.

Docentes: 19

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A entrevista de enfermagem é composta por fases:

1. Numa primeira fase existe a preparação do material, segue-se a introdução


(momento em que começa a entrevista),
2. O enfermeiro apresenta-se, explica as suas funções e o que pretende com o
encontro,
3. A fase seguinte é o desenvolvimento onde ocorre uma sucessão de perguntas e
respostas entre o enfermeiro e o utente,
4. Por fim dá-se a conclusão da entrevista, onde o enfermeiro finaliza a entrevista e
agradece ao utente a sua colaboração.

Com a entrevista pretende-se obter uma história ou anamnese de enfermagem para


conhecer ou descobrir as necessidades do utente e as suas manifestações de
dependência, que as suas necessidades comprometidas podem gerar. Ela visa
estabelecer uma relação de ajuda com o utente e/ou família no sentido de o ou os
ajudar a enfrentar um problema ou transmitir informações necessárias para o
desenvolvimento da situação. Também pretende envolver o utente e a família,
participando activamente no processo de cuidados.

Existem 3 tipos de entrevista: Não estruturada ou não dirigida;


Semiestruturada e Estruturada.

A entrevista não estruturada ou não dirigida é um tipo de entrevista que tem


como objectivo respostas abertas. Neste tipo de entrevista é permitido ao utente a
abordagem de vários assuntos sendo muitas vezes ele que “controla” o propósito e o
assunto que quer levar a cabo. Os utentes têm oportunidade de falarem sobre o que
quiserem.

Já a entrevista semiestruturada tem por base alguns objectivos flexíveis que se


pretende atingir com determinado utente, alguns fios condutores do desenvolvimento do
diálogo, sem no entanto exigir respostas fechadas. O entrevistador formula questões.
Por fim, a entrevista estruturada implica objectivos claros e precisos a alcançar
durante a mesma.

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O enfermeiro para além de estabelecer os objectivos para a entrevista, controla-a,


por meio de questões fechadas que têm em vista um número específico de dados.

3.3. REGISTO DE ENFERMAGEM

Registar é oriundo do latim (Regestu/registrum), isto é, enumerar certos factos


por escrito, transcrever.

Os registos são um conjunto de informação escrita que permite a comunicação de


factos essenciais relativos ao doente, estes devem ser elaborados de forma sistemática,
organizada e segundo uma ordem cronológica, permitindo conhecer o estado actual do
doente.

Devem ser elaborados de acordo com regras e critérios de forma a torná-los o


mais objectivos possível e permitir a prestação de cuidados de qualidade ao doente de
forma individualizada e contínua.

Os registos são fundamentais para o trabalho em equipa multidisciplinar, sendo os


objectivos permitir a comunicação entre a equipa, permitir a individualização dos
cuidados, facilitar o planeamento e continuidade dos cuidados através da identificação
das necessidades do doente.

Mas quando pensamos em registos de enfermagem a primeira ideia que surge são
os registos do que foi realizado no decorrer do turno, os chamados registos de
evolução, mas não existe só este tipo de registos também existem os registos de
admissão e os de alta/transferência.

Os registos de admissão são realizados aquando da entrada do doente no serviço,


e o primeiro contacto deve ser feiro pelo enfermeiro responsável que deve proceder à
integração, acolhimento do doente, preenchimento da colheita de dados e identificação
das necessidades. Os registos de evolução consistem em anotações de toda a
informação referente a cada turno ou a cada contacto – são os registos de evolução ou
notas de enfermagem e são extremamente importantes para assegurar a continuidade
dos cuidados.

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Por outro lado, é considerado que, notas de enfermagem são diferentes de


registos de enfermagem. As primeiras são relativas à informação de cada turno: as
intervenções realizadas e a reavaliação do problema do doente, são informações úteis
para o enfermeiro do turno seguinte saber. Os registos de enfermagem referem-se
apenas a reacções à terapêutica prescrita e a resposta do doente aos objectivos da
intervenção específica de acordo com o plano de cuidados de enfermagem.

No que respeita aos registos de alta/transferência, são elaborados para dar


continuidade aos cuidados após a saída do serviço, devendo conter informações úteis
sobre os problemas de enfermagem, quais os ensinos e orientações a dar ao doente e/ou
família e as medidas a tomar para a reabilitação e reintegração social do doente.

OBS: Os registos devem ter como características serem claros, precisos e


exactos, legíveis, sem abreviatura, escritos por ordem cronológica e assinados, devem
incluir as acções interdependentes e autónomas, assim como o estado do doente no
final do turno.

Desta forma, os registos de enfermagem contribuem para o planeamento,


aplicação e avaliação de cuidados prestados, traduzindo na equipa de enfermagem um
sentimento de responsabilidade, autonomia, contribuindo para a segurança, qualidade e
satisfação de todos os envolvidos na prestação de cuidados, sendo o doente a pessoa
principal.

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IV - Procedimentos De Avaliação Inicial Do Utente

Rede de Processos – Cuidados de Saúde

Direcção do serviço

Entrada Saída

1.Admissão

2.Cuidados
3.Alta

Necessidades Bens
ACTIVIDADES QUE AGREGAM VALOR
Requisitos Serviços

RECURSO MÉTODO
S S
Pessoas Normas

Equipamentos Critérios

Materiais Procedimentos

Económicos Protocolos

Fonte: Joint Commission International

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4.1. Avaliação Inicial do Doente

A avaliação inicial dos doentes integra três processos:

1. Recolha de informações e dados sobre a condição física, psicológica e social do


doente, e sobre o seu historial de saúde.

2. Análise dos dados e informações, incluindo os resultados de testes laboratoriais


e de imagiologia diagnóstica, para identificar as necessidades de cuidados do
doente.

3. Desenvolvimento de um plano de cuidados para fazer face às necessidades de


prestação de cuidados de saúde identificadas no doente.

As avaliações dos doentes são adequadas para considerar a condição de saúde do


doente, a sua idade, suas necessidades de prestação de cuidados, e as suas solicitações
ou preferências.

Estes processos são implementados de uma forma mais eficaz quando os diversos
profissionais de saúde responsável pelo doente trabalham em conjunto.

As características da actividade do enfermeiro determinam a necessidade de sua


permanência constante junto ao paciente, tornando-o, dessa forma uma figura chave no
"processo terapêutico" (visto aqui como o conjunto de actividades da equipe
multidisciplinar interligadas com o objetivo de procurar restaurar o equilíbrio do
paciente no ciclo saúde-doença).

Colecta de Dados

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4.2. Sinais Vitais

A atenção especial aos sinais vitais foi defendida desde a antiguidade por
Hipócrates como um dos mais importantes dados do exame físico.

Sinais, com origem etimológica no vocábulo signum, é aquilo que, seja por
convenção ou por natureza, consegue substituir outro objecto ou representá-lo. Os sinais
também são sinais ou indícios de algo. Vital, por sua vez, é um adjectivo proveniente
de vitālis e que se refere àquilo que está relacionado com a vida, àquilo que transcende
aquilo que tem muita energia.

Conceito:

São medidas que fornecem dados fisiológicos indicando as condições de saúde da


pessoa. Os sinais vitais incluem a verificação da temperatura, pulso, respiração, dor e
pressão arterial. Têm como como objectivo auxiliar na coleta de dados e avaliação das
condições de saúde da pessoa, bem como instrumentalizar na tomada de decisão sobre
intervenções específicas.

São os sinais das funções orgânicas básicas, sinais clínicos de vida, que refletem o
equilíbrio ou o desequilíbrio resultante das interações entre os sistemas do organismo e
uma determinada doença (Mozachi & Souza, 2000).

4.2.1. Orientações Quanto à verificação dos Sinais Vitais

Os sinais vitais fazem parte do HISTÓRICO DE ENFERMAGEM.

✓ O Enfermeiro deve saber ver, compreender, interpretar e comunicar os valores.


Equipamento adequado (manguito de obeso, criança,...)
✓ Conhecer faixa normal dos sinais vitais e conhecer história clínica.
✓ Minimizar factores ambientais.
✓ Abordar com calma e cuidadosamente e demonstrar habilidade.
✓ Informar ao paciente.

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4.2.2. Sinais Vitais Principais

1. Pulso /Frequência Cardíaca;


2. Pressão arterial;
3. Temperatura;
4. Respiração / Frequência Respiratória;
5. Dor.

1 - Pulso /Frequência Cardíaca (Definições)

Após cada batimento cardíaco, o sangue é ejectado do ventrículo esquerdo para a artéria
aorta. A pressão e o volume resultam em oscilações em toda extensão da parede arterial.

4.2.3. Factores de Alterações

Vários são os factores que provocam a alteração no pulso:

✓ Emoções;
✓ Exercícios físicos;
✓ Alimentação;
✓ Drogas;

4.2.4. Semiotécnica

✓ Frequentemente é utilizado a artéria radial;


✓ Utiliza-se os dados indicadores e médio;
✓ Apalpar delicadamente sobre a artéria selecionada;
✓ Realizar a contagem mentalmente da frequência cardíaca;
✓ Durante 60 segundos;

4.2.5. Pulso para aferição

Pulso carotídeo; Pulso radial; Pulso braquial; Pulso poplíteo; Pulso pedioso; Pulso
femural.

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Características semiológicas

Ao examinar uma pulsação devemos analisar:

✓ Estado da parede arterial;


✓ Frequência;
✓ Ritmo;
✓ Amplitude;
✓ Comparação;

Frequência

É necessário contar sempre o número de pulsações durante um minuto,


comparando com os batimentos cardíacos.

Normal 60 a 100 bpm

Taquicardia: Aumento da frequência do pulso acima de 100 batimentos por minuto.

Bradicardia: Diminuição da frequência de pulso, abaixo de 60 bpm.

Ritmo

É dado pela sequência das pulsações. Quando ocorre uma contração ineficiente do
coração, que falha em transmitir a onda de pulso para o local periférico, cria um déficit
de pulso.

Se elas ocorrerem a intervalos iguais o ritmo é regular;


Se os intervalos são variáveis, ora mais longos, ora mais curtos, o ritmo é
irregular;

Amplitude

É avaliada pela sensação captada em cada pulsação e está relacionada com o


enchimento da artéria durante a sístole e seu esvaziamento durante a diástole.

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4.3. Intensidade com que o sangue bate nas paredes das artérias
Classificação

✓ Pulso amplo/magnus;
✓ Mediano;
✓ Pequeno ou parvus;
✓ Forte e cheio;
✓ Fraco e fino -Filiforme.

O pulso é tomado onde uma artéria possa ser comprimida levemente contra um
osso, com as pontas de dois ou três dedos.

O examinador poderá sentir seu próprio pulso digital. NB: Nunca com o polegar

4.3.1. Valores Normais

✓ Adulto =60 a 100 bpm;

✓ Criança =80 a 120 bpm;

✓ Bebês =100 a 160 bpm.

4.3.2. Locais de Avaliação

Paciente Consciente
Paciente Inconsciente

Paciente Consciente: Artérias Radiais, ao nível dos punhos.

Vítima Inconsciente: Pulso Carotídeo (Adultos e Crianças só acima de1 ano)

Palpar a cartilagem tiroide e deslizar os dedos lateralmente até sentir o pulso.

Vítima Inconsciente: Pulso Femoral, os pulsos nessas artérias persistirão, mesmo


quando há hipotensão e hipoperfusão periférica.

Paciente Pediátrico (abaixo de 1 ano) – Pulso Braquial

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Comparação Lado Homólogo

Averiguar-se a igualdade ou desigualdade dos pulsos radiais palpando


simultaneamente as duas arterias radiais.
A desigualdade favorece a afecções de aorta.

Procedimento/técnica:

✓ Lavar as mãos;
✓ Aquecer as mãos antes de tocar no cliente;
✓ Apalpar suavemente a artéria escolhida com dedos indicador e médio;
✓ Sentir as pulsações através da polpa digital;
✓ Contar mentalmente por um minuto;
✓ Utilizar de um relógio de pulso para controlar 1 minuto;
✓ Registar em ficha controle;
✓ Rubricar, carimbar;
✓ Esfigmomanometria/ Pressão arterial

Pressão Arterial

✓ Está relacionada com o trabalho do coração em relação a árvore vascular arterial;


✓ O coração bombeia o sangue para os demais órgãos do corpo por meio de
artérias.
✓ Quando o sangue é bombeado, ele é"empurrado" contra a parede dos vasos
sanguíneos.
✓ Esta tensão gerada na parede das artérias é denominada PRESSÃO ARTERIAL.
✓ Para que o sangue possa circular pelo corpo é necessário que uma bomba (o
coração), dê força (pressão) para empurrar este sangue por dentro das artérias.

O Que é Pressão Arterial?

O coração bombeia o sangue na sístole para o restante do corpo.


As artérias, que recebem o sangue vindo do coração, exercem certa resistência.

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A relação entre o volume de sangue ejectado (volume sistólico) e a resistência


periférica constitui a Pressão Arterial.

Resumo

Quando o coração se contrai para bombear o sangue para o resto do corpo é


chamada de PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA ou MÁXIMA.

A pressão do sangue nos vasos quando o coração se encontra na fase de


relaxamento ou “Período de Repouso “chamada PRESSÃO DIASTÓLICA ou
MÍNIMA.

Por que controlar a pressão arterial?

Os estudos epidemiológicos mostram que a hipertensão arterial está associada a


complicações cardiovasculares, como o acidente vascular cerebral (derrame cerebral),
infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal crônica e insuficiência arterial periférica.

Que a pressão (força) exercida pelo seu coração para empurrar o sangue pelas
artérias é igual a 120 milímetros de mercúrio (mmHg).

E que a pressão (resistência) que suas artérias estão oferecendo a passagem do


sangue é de 80 mmHg.

Uma pressão de 120 por 80 (120x80) significa:

Medição da Pressão Arterial (Método Palpatório)

Permite obter um valor aproximado da Pressão Arterial Sistólica, diminuindo a


probabilidade de erros no método auscultatório.

Manguito / Braçadeira; Bomba; Válvula; tubo de borracha, Manômetro

O Erro mais comum está na largura inadequada do manguito!

ERROS Pressão excessiva do diafragma sobre a artéria.

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Observador

Inflação excessiva;
Deflação muito rápida;
Mãos e equipamentos excessivamente frios.

Individuo/ Ambiente

Posição sentada:

Decúbito lat. Esq. para bito lat. Esq para gestantes.

Palma da mão para cima

Cotovelo ligeiramente fletido

Posição em pé:

Calmo;
Temperatura agradável;
Ausências de ruídos

1. Explicar o procedimento ao paciente;

2. Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo;

3. Evitar bexiga cheia;

4. Não praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes;

5. Não ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumar 30 minutos antes.

6. Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e


relaxado.

7. Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito.

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8. Posicionar o braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4ºespaço


intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente
fletido.

1. Medir a circunferência do braço do paciente.

2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço.

3. Colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital, cerca de 2 a 3 cm.

4. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial.

5. Estimar o nível da PAS (palpar o pulso radial e inflar o manguito atéseu


desaparecimento, desinflar rapidamente e aguardar 1 minuto antes da medida).

6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do estetoscópio sem


compressão excessiva.

7. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mm Hg o nível estimado da pressão


sistólica.

8. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mm Hg/s).

9. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mm Hg o nível estimado da pressão


sistólica.

10. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mm Hg/s). Procedimento de


Mediada PA

11. Determinar a PS na ausculta do primeiro som, que é um som fraco seguido de


batidas regulares, e, após aumentar ligeiramente a velocidade de deflação.

12. Determinar a PD no desaparecimento do som

13. Auscultar cerca de 20 a 30 mm Hg abaixo do último som para confirmar seu


desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa.

14. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PS no abafamento dos


sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/diastólica/zero.
Docentes: 32

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15. Esperar 1 a 2 minutos antes de novas medidas.

16. Informar os valores de PA obtidos ao paciente.

17. Anotar os valores e o membro.

18. Determinar a PS na ausculta do primeiro som, que é um som fraco seguido de


batidas regulares, e, após aumentar ligeiramente a velocidade de deflação.

19. Determinar a PD no desaparecimento do som

20. Auscultar cerca de 20 a 30 mm Hg abaixo do último som para confirmar seu


desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa.

21. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PS no abafamento dos


sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/diastólica/zero.

22. Esperar 1 a 2 minutos antes de novas medidas.

23. Informar os valores de PA obtidos ao paciente.

24. Anotar os valores e o membro.

Situações Especiais de Medida da PA

Crianças

A medida da PA em crianças é recomendada em toda avaliação clínica,


empregando-se manguito com bolsa de borracha de tamanho adequado à circunferência
do braço.

Idosos

Na medida da PA do idoso, existem três aspectos importantes: (1) -maior


frequência de hiato auscultatório, (2) -pseudo-hipertensão (3)-hipertensão do avental
branco.

Docentes: 33

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Gestantes

Recomenda-se que a medida seja feita na posição sentada.

Variações Fisiológicas

✓ Idade- em crianças é nitidamente mais baixo do que em adultos;

✓ Sexo- na mulher é pouco mais baixa do que no homem, porém na prática


adoptam-se os mesmos valores;

✓ Raça - a diferença em grupos étnicos muito distintos talvez se deva à condições


culturais e de alimentação;

✓ Sono- durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de 10% tanto na sistólica
como na diastólica;

✓ Emoções- há uma elevação principalmente da sistólica;

✓ Exercício físico-provoca intensa elevação da PA, devido ao aumento do débito


cardíaco, existindo curvas normais da elevação da PA durante o esforço físico.
(testes ergométricos).

✓ Alimentação- após as refeições, há discreta elevação, porém sem significado


prático.

✓ Mudança de posição- a resposta normal quando uma pessoa fica em pé ou sai da


posição de decúbito, inclui uma queda da PA sistólica de até15 mmHge uma
leve queda ou aumento da diastólica de 5 a 10 mmHg.

✓ Pode ocorrer hipotensão postural (ortostática), que se acompanha de tontura ou


síncope;

✓ As três causas mais comuns da hipotensão ortostáticasão: depleção do volume


intra-vascular, mecanismos vaso-constrictores inadequados e efeito autônomo
insuficiente sobre a constrição vascular.
Docentes: 34

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Pressão Diferencial

Pressão Arterial Convergente: PS E PD = estão próximas (ICC, Derrame


Pleural) 200/190mmHG

Pressão Arterial Divergente: PS E PD = estão afastadas (insuf. Aortica,


arteriosclerose) 110/40 mmHg

Observações

Na dúvida, ou sendo necessário repetir a verificação, esvaziar completamente o


manguito antes de fazer novamente a medida;

Além de anotar os valores da sistólica e diastólica é recomendado anotar a


posição do paciente e o braço em que foi realizado a medida.

Temperatura Corporal

Temperatura corporal é o equilíbrio entre a produção e a perda de calor do


organismo, mediado pelo centro termorregulador.

Pode ser verificada na região: axilar, inguinal, bucal ou retal.

Os seres humanos são homeotérmicos, seu organismo é capaz de regular sua


temperatura corporal.

A Perda de calor pode ser por:

✓ Radiação: a transferência do calor de uma superfície para a superfície de outro


sem o contato real, o sangue flui dos órgãos centrais levando calor para pele e
vasos sanguíneos.

✓ Condução: a transferência do calor por contato direto –o uso de bolsa de gelo.


Convecção: a é a transferência do calor para longe do corpo por movimentação
do ar –ventilador

Docentes: 35

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✓ Evaporação: a transferência da energia do calor quando o líquido é transformado


em gás, diariamente perde de 600 a 900ml pela pele e pulmões – perda
insensível.

Conjunto de sinais e sintomas que determinam a Febre

1ºfase- tremores, calafrios e sente-se fria.

2ºfase- temperatura maior, sem calafrios, a pessoa sente quente e seca.

3ºfase- inicia-se as respostas de perda de calor, a pele fica quente e ruborizada


(vasodilatação).

Aumento da FC é uma resposta fisiológica do corpo pelo gasto metabólico dos


tecidos. Aumentou FC = Suspeitar de Febre!

Sinais e sintomas

Tontura, confusão, delírio, sede, náuseas, cimbras, distúrbios visuais, pele


quente e seca. Temperatura superior a 40,5º produz lesão em células e órgãos.

Valores da temperatura

• Temperatura axilar: 35,5 a 37°C, com média de 36 a 36,5°C;

• Temperatura bucal: 36 a 37,4°C;

• Temperatura retal: 36 a 37,5°C, isto é, 0,5°C maior que a axilar.

• Constituição física do termómetro: Corpo; Coluna de Mercúrio; Bulbo.

Fatores que alteram a temperatura corporal

Actividades físicas; factores emocionais; distúrbios da glândula tireóide;


alimentação ambiente; vestuário; efeito da ovulação sobre a temperatura; medicamentos
e doenças.

Docentes: 36

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Locais de mensuração

A temperatura corporal normal pode variar de 36,5°C (graus Celsius) a 37,2°C.

Axilar (podem apresentar 0,3 a 0,6°C mais baixas oral ou retal);

Oral (podem ser medida pela boca usando o termômetro vidro, termômetro
digital)

Retal (tendem ser 0.6 °C mais altas do que oral)

Central (realizada com sensor, no conduto auditivo, variável em 0,6 )

Tipos de termômetros

Termómetro de mercúrio e termómetro digital

Terminologias

✓ Febre: elevação da temperatura corporal acima de 37,8ºC devido ao crescimento


da actividade metabólica diante de uma anormalidade, que vai desde infecções
até doenças inflamatórias e auto-imunes (37,8º a 38,9ºC).

✓ Pirexia: aumento da temperatura corporal acima dos níveis normais para o


individuo (39º a 40ºC).

✓ Hipertermia: elevação da temperatura do corpo ou de uma parte do corpo acima


do valor normal (Maior que 40ºC).

✓ Hipotermia: redução da temperatura do corpo ou de uma parte do corpo abaixo


do valor normal (Menor que 35ºC).

✓ Normotérmico/Apirexia: temperatura normal(36,5-37,0ºC)

Mensuração

Material: bolas de algodão; álcool 70%; termômetro digital, coluna de mercúrio, sensor

Docentes: 37

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Procedimento/técnica:

✓ Lavar as mãos;

✓ Explicar o procedimento para cliente/paciente;

✓ Limpar o termômetro com auxílio do algodão com álcool 70%;

✓ Colocar o termômetro na região selecionada;

✓ Deixar e retirar após 3 a 5 minutos em média;

✓ Realizar a leitura;

✓ Balançar atéque a coluna de mercúrio desça a de 35ºC

✓ Anotar em ficha de controle do cliente;

✓ Rubricar, carimbar

Contraindicações

Não utilizar do método oral em crianças, clientes agitados;

Em caso de uso retal manter um termômetro somente para essa via e


preferencialmente uso exclusivo do cliente;

Efeito da ovulação X Temperatura:

Hormônio folículo estimulante (FSH) Hormônio Luteinizante ( LH)

Estrogênio e Progesterona

Aumento da temperatura basal corpórea

1 grau.

Docentes: 38

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Respiração / Frequência Respiratória

Respiração

Envolve sistema cardiovascular;

Ocorrem trocas gasosas entre o organismo e o meio;

Respiração= celular;

Ventilação= entrada e saída;

Respiração

É a entrada de oxigênio na Inspiração e eliminação de dióxido de carbono pela


Expiração.

Finalidade: Troca gasosa entre o sangue e o ar dos pulmões.

Avaliação da respiração

Frequência: movimentos respiratórios por minuto.

Caráter–superficial e profundo.

Ritmo–regular ou irregular.

Comprometimento respiratório

Cianose; Inquietação; Dispneia; Sons respiratórios anormais

Frequência varia com a idade

✓ Bebê: 30 – 60 movimentos respiratórios por minuto, (mrpm/irpm).

✓ Criança:20 –30 movimentos respiratórios por minuto.

✓ Adulto:12 –20 movimentos respiratórios por minuto.

Alterações dos padrões respiratórios

Docentes: 39

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Apnéia–parada respiratória.

Bradipnéia–respiração lenta.

Taquipnéia–respiração rápida.

Dispnéia–respiração difícil, que exige esforço aumentado e uso de músculos acessórios


Ortopnéia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição NORMOP

Aferição da Frequência Respiratória

Material: relógio com ponteiro de segundos; papel e caneta para anotações.

Técnica

Lavar as mãos no início;

Orientar o paciente quanto ao exame;

Não deixar o paciente perceber que estão sendo contados os movimentos;

Contagem pelo período de 1 minuto;

Lavar as mãos no término;

Anotar no prontuário.

http://www.google.com/url?

Docentes: 40

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Exame Físico

Introdução

Potter (2002, p.03) afirma que para ajudar uma pessoa a manter, aumentar e
recuperar o nível de saúde, o enfermeiro deve ser capaz de estabelecer os julgamentos
clínicos adequados: Evolução do quadro; Prescrição de cuidados; Identificação de
problemas

Avaliação geral

O exame deve ser Céfalo-caudal; „ Sempre inspecionar, palpar, percutir e


auscultar, com exceção do abdome;

Verificar simetria de ambos os lados do corpo;

Proceder a educação e orientação ao autocuidado;

Usar abreviaturas e termos técnicos nas orientações;

Considerar fatores que enfureciam nos sinais vitais.

Posições

Sentada; Supina e Em pé

Dependerá de como e quando é realizado o exame. Alguns clientes podem


sentar-se outros estão restritos ao leito.

Técnica e preparo

O ambiente deve ser tranquilo;

Assegurar a privacidade do cliente;

Lavar as mãos antes e depois;

Preparo psicológico;

Docentes: 41

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Ajudar o cliente a subir e descer da mesa de exame;

Aquecer estetoscópio.

Preparo do cliente

Explicar a finalidade do exame; „ Ao examinar cada sistema orgânico, explicar


com maior detalhe;

Deixar o cliente relaxado e manter o contacto visual;

Nunca forçar o cliente a continuar;

Adaptar a velocidade do exame de acordo com a tolerância física e emocional do


cliente;

Acompanhar as expressões faciais do cliente;

Ao examinar a genitália (caso o cliente permita), manter uma terceira pessoa de


preferência do mesmo sexo do cliente.

Material

Balança;

Estetoscópio;

Esfigmomanómetro;

Lupa;

Espátula;

Termómetro;

Fita métrica;

Lanterna;

Luvas (em caso de precaução de contacto).

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OBS: esses são os principais instrumentos.

Inspeção

A inspecção consiste no processo de observação. Um exame visual das partes do


corpo; deve-se perceber os sinais precoces de anormalidades;

A prática leva o enfermeiro a perceber as variações de uma pessoa para a outra.

Palpação

A palpação envolve o uso do sentido do tacto: avalia-se resistência, elasticidade,


aspereza, textura e mobilidade. As pontas dos dedos são utilizadas para avaliar, textura,
forma, tamanho e consistência. O dorso da mão avalia a temperatura. „ A palma da mão
é sensível a vibração.

Modalidades de palpação

Leve;

Profunda;

Bimanual.

Percussão

Para Potter (2002): percussão é bater no corpo com as pontas dos dedos para
demarcar (...) muita prática é necessária para se tornar competente na percussão. „ São
cinco os sons básicos da percussão:

Timpânico: como um tambor (víscera vazia);

Ressonância: oco (pulmão normal) „ Hiper-ressonante: pulmão enfisematoso;

Maciço: sólido (víscera cheia, ou fígado); „ Som claro: músculo.

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Ausculta

É a audição dos sons produzidos pelo corpo. A maioria deles é audível com o
estetoscópio.

Dicas: Prestar atenção no som, assim como em suas características;

O sino do estetoscópio deve ser utilizado para auscultar sons mais graves (sons
cardíacos anormais).

Usar o diafragma para sons cardíacos, intestinais e pulmonares normais. „


Caracterizando o som: sopro, borbulhante, ruído hidroaéreo. A duração é curta, média
ou longa?

Os sons são hiperativos ou hipoativos?

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V - A ENFERMAGEM COMO CIÊNCIA

A iniciação científica permite que o aluno tenha noções teóricas e metodológicas


de pesquisa, busca incentivar-lhe o espírito questionador, amplia seus conhecimentos
sobre os assuntos pesquisados, enriquece a sua formação escolar e fornece-lhe o alicerce
para a continuidade em programas de pós-graduação, principalmente se a opção feita for
a carreira acadêmica (Pereira et al, 1999 citado por Giacchero, 2006).

A Enfermagem é considerada uma ciência e arte, que se fundamenta num corpo


de conhecimentos e práticas, abrangendo desde o estado de saúde ao estado de doença,
baseando-se em atitudes pessoais, profissionais, científicas, éticas e políticas do cuidar
de seres humanos.

Actualmente, o profissional da Enfermagem aprofunda-se em aspectos


científicos, tecnológicos e humanísticos, tendo como centro de suas atividades, o
"cuidar do ser humano".

O Enfermeiro é um profissional qualificado para o exercício de Enfermagem,


está capacitado a actuar, com senso de responsabilidade social e compromisso com a
cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano".

Entendendo ciência como conhecimento e arte como habilidade (pela origem


latina das duas palavras), ciência e arte permitem aliar competência técnica com
dignidade, compaixão, ética e individualização dos cuidados.

Metodologia científica em enfermagem:

A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é uma metodologia


científica de que o profissional Enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos
técnico-científicos e humanos na assistência aos pacientes;

O método científico que deve ser utilizado para a SAE é denominado Processo
de Enfermagem que compreende etapas como Investigação, Diagnóstico de
Enfermagem, Planejamento, Implementação e Avaliação;

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Uma Teoria de Enfermagem é implementada na prática por meio desse método


científico;

Realizar um diagnóstico prévio das características da unidade, das demandas de


pacientes e profissionais e dos papéis desempenhados pelo corpo de enfermagem deve
ser a primeira etapa para a escolha da teoria;

Para que a SAE realmente ocorra, torna-se necessária a comunhão entre os


conceitos do marco teórico e a conduta dos profissionais de enfermagem;

A Investigação (anamnese e exame físico) pode ser realizada em cinco passos:


coleta, validação, agrupamento dos dados, identificação de padrões, comunicação e
registro de dados (Zulin, 2013).

A enfermagem também é considerada uma ciência, pois desde os seus primórdios


existe a busca constante de conhecimento, visando à promoção da saúde. Através de
processos que foram sistematicamente elaborados, é possível atingir um objetivo. Assim
como no método científico, existem processos e etapas para alcançar o objetivo, buscando
conhecimento e bases para fundamentar o projeto de pesquisa.

Este trabalho apresenta a importância do método científico para a enfermagem, onde


o conhecimento é fundamental para nortear as ações do enfermeiro, seja na realização de
um procedimento ou na tomada de decisões.
https://cienciasdeenfermagem.wordpress.com/metodologia-da-pesquisa-cientifica/

Processo de enfermagem

Processo de Enfermagem: é um método que direcciona e organiza de forma


sistematizada o trabalho do enfermeiro. Ele é considerado o instrumento e a
metodologia da profissão, ajudando desta forma o enfermeiro a tomar decisões, predizer
e avaliar o cuidado, satisfazendo as necessidades das pessoas de forma global e eficaz.
(Iyer; Taptich & Bernocchi-Losey, 1993).

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Para Nóbrega (1995), o processo de enfermagem pode ainda ser definido como
uma actividade intelectual pré-meditada, por meio da qual a prática de enfermagem é
dirigida dentro de uma ordem e um método sistemático.

O Processo de Enfermagem para Alfaro-LeFevre

✓ É um método sistemático de prestação de cuidados humanizados que enfoca a


obtenção de resultados desejados de uma maneira rentável.
✓ É sistemático por consistir de 05 (cinco) passos: Investigação, Diagnóstico,
Planejamento, Implementação e Avaliação.
✓ É humanizado por basear-se na crença de que à medida que planejamos e
proporcionamos cuidados, devemos considerar exclusivamente os interesses,
idéias, e os desejos do consumidor (cliente, família, comunidade).
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABkdAAL/processo-enfermagem
O Processo de Enfermagem indica um trabalho profissional específico e pressupõe
uma série de acções dinâmicas e inter-relacionadas para sua realização, ou seja, indica a
adoção de um determinado método ou modo de fazer (Sistematização da Assistência de
Enfermagem), fundamentado em um sistema de valores e crenças morais e no
conhecimento técnico-científico da área.

Sob ponto de vista tecnológico e do conhecimento define-se o Processo de


Enfermagem como:
1) um instrumento tecnológico de que lançamos mão para favorecer o cuidado, para
organizar as condições necessárias à realização do cuidado e para documentar a prática
profissional;
2) um modelo metodológico que nos possibilita identificar, compreender, descrever,
explicar e/ou predizer as necessidades humanas de indivíduos, famílias e coletividades,
em face de eventos do ciclo vital ou de problemas de saúde, reais ou potenciais, e
determinar que aspectos dessas necessidades exigem uma intervenção profissional de
enfermagem.
A implementação do Processo de Enfermagem demanda habilidades e
capacidades cognitivas, psicomotoras e afetivas, que ajudam a determinar o fenômeno
observado e o seu significado; os julgamentos que são feitos e os critérios para sua
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realização; e as acções principais e alternativas que o fenômeno demanda, para que se


alcance um determinado resultado.
Esses aspectos dizem respeito aos elementos da prática profissional
considerados, por natureza, inseparavelmente ligados ao Processo de Enfermagem: o
que os agentes da Enfermagem fazem (ações e intervenções de enfermagem), tendo
como base o julgamento sobre necessidades humanas específicas (diagnóstico de
enfermagem), para alcançar resultados pelos quais se é legalmente responsável
(resultados de enfermagem).
Os elementos inerentes à prática profissional (diagnósticos, intervenções e
resultados de enfermagem) favoreceram o desenvolvimento, em curso, de sistemas de
classificação de conceitos que fazem parte da linguagem profissional da área,
instrumentos tecnológicos a serem utilizados:
No processo e no produto do raciocínio e julgamento clínico acerca das
necessidades humanas de indivíduos, famílias e coletividades, diante de eventos do
ciclo vital ou de problemas de saúde, reais ou potenciais;
No processo e no produto do raciocínio e julgamento terapêutico acerca das
necessidades de cuidado da clientela (indivíduos, famílias e coletividades) e dos
resultados que são sensíveis à intervenção de enfermagem;
Na documentação da prática profissional.
Na Enfermagem, as raízes plantadas por Florence Nightingale têm permitido, até
os dias actuais, que se avance no conhecimento sobre o processo de cuidar, considerado
a essência do saber e do fazer de seus agentes. O significado atribuído ao Processo de
Enfermagem e o modo como ele é aplicado à prática profissional são dinâmicos,
modificando-se ao longo do tempo e de acordo com os diferentes cenários da prática
assistencial.
A expressão Processo de Enfermagem ainda não era utilizada na segunda metade
do século XIX, muito embora, à época, Florence já enfatizasse a necessidade de ensinar
as enfermeiras a observar e a fazer julgamentos sobre as observações feitas7. Sua
introdução formal na linguagem profissional ocorreu nos anos 50 do século XX, sob
influência do método de solução de problemas, cujas raízes eram o método científico de
observação, mensuração e análise de dados.

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Observa-se, nesse momento histórico, a ênfase no ensino do método de solução


de problemas nas escolas de enfermagem, durante o que se destacava a importância da
coleta sistemática e análise de dados, realizadas com rigor metodológico.

Classificação internacional para a prática de enfermagem

A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) vem se


consolidando mundialmente como uma tendência para a padronização da comunicação
e da troca de informações entre os enfermeiros, visando à representação da prática de
enfermagem nos Sistemas de Informação em Saúde (CUBAS; SILVA E ROSSO,
2010).

Os sistemas de classificação da prática de enfermagem surgiram nos anos de


1950, quando modelos conceituais de enfermagem passaram a ser desenvolvidos, numa
tentativa de identificar os conceitos próprios da profissão. Mais tarde, na década de
1970, surge o Processo de Enfermagem como um modelo operacional para a assistência
favorecendo o desenvolvimento de conceitos e sistemas de classificação (NÓBREGA,
2003 citado por Cubas; Silva e Rosso, 2010).

Os sistemas de classificação existentes à época contribuíram para proporcionar


autonomia ao enfermeiro no julgamento sobre os cuidados prestados, aprimoraram a
construção e utilização do corpo próprio de conhecimento da Enfermagem e
estimularam os estudos relacionados à qualidade do cuidado prestado.

Em 1989, foi apresentada ao Conselho Internacional de Enfermagem (CIE),


durante as actividades do Congresso Quadrienal realizado em Seul, Coréia, a
necessidade de desenvolvimento de um sistema classificatório internacional. Como
resposta, o CIE iniciou, em 1991, o projeto da Classificação Internacional para a Prática
de Enfermagem–CIPE classificação (Nóbrega, 2005 citado por Cubas; Silva E Rosso,
2010).

As associações membros do CIE, com objetivo de identificar, em âmbito


mundial, os sistemas de classificação utilizados na Enfermagem, constataram a

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existência de sistemas na Austrália, Bélgica, Dinamarca, Suécia e Estados Unidos, entre


outros, confirmando a presença de diferentes classificações descritoras da prática de
enfermagem, evidenciando a importância do desenvolvimento de um sistema
classificatório unificado capaz de representar esta prática em âmbito mundial (IDEM).

Em 1994, enfermeiros de 10 países das Américas e da África participaram, a


convite do CIE, de uma reunião, em Tlaxcala, no México, com a finalidade de estudar
propostas para inclusão de termos ancoradores da prática de enfermagem, no âmbito
extra-hospitalar, bem como sua inserção nas ações primárias em saúde, de forma a
contemplar a área da saúde coletiva (Silva, 1997 citado por Cubas; Silva e Rosso,
2010).

As definições dos sete eixos, segundo o CIE são: (15-16):

Foco: a área de atenção que é relevante para a Enfermagem.

Julgamento: opinião clínica ou determinação relacionada ao foco da prática de


enfermagem.

Cliente: sujeito ao qual o diagnóstico se refere e que é o recipiente de uma


intervenção.

Ação: um processo intencional aplicado a um cliente.

Meios: uma maneira ou um método de desempenhar uma intervenção de


enfermagem.

Localização: orientação anatômica e espacial de um diagnóstico ou


intervenções.

Tempo: o momento, período, instante, intervalo ou duração de uma ocorrência”

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Estrutura multiaxial, eixos da Classificação dos Fenômenos de


Enfermagem

Para compor um Diagnóstico de Enfermagem, entendido como “o nome dado


pelo enfermeiro a uma decisão sobre um fenômeno que é o foco da intervenção de
enfermagem são utilizados termos presentes nos eixos da Classificação dos Fenômenos
de Enfermagem.

Para compor as Intervenções de Enfermagem, compreendidas como “acções


realizadas em resposta a um Diagnóstico de Enfermagem com o intuito de produzir um
Resultado de Enfermagem são utilizados termos presentes nos eixos da Classificação
das Ações de Enfermagem.

A composição do Resultado de Enfermagem, definido como “a medida ou o


estado de um Diagnóstico de Enfermagem, num determinado período, após a
intervenção de enfermagem, faz uso dos mesmos termos formadores do Diagnóstico de
Enfermagem. Salienta-se que a finalidade da Classificação dos Resultados de
Enfermagem da CIPE é fornecer uma forma de descrição de resultados relacionada aos
diagnósticos de enfermagem. Assim, um Resultado de Enfermagem se origina de
Intervenções relativas a um Diagnóstico de Enfermagem, gerando sempre um novo
diagnóstico (CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM, 2003).

Docentes: 51

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BIBLIOGRAFIA

Giacchero KG, Miasso AI. A produção científica na graduação em enfermagem (1997 a


2004): análise crítica. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2006;8(3):431-40. Available from:
http://www.fen.ufg.br/revista/revista8_3/v8n3a14.htm

Processo de Enfermagem: da Teoria à Prática Assistencial e de Pesquisa: Escola


Anna Nery Rev. Enferm 2009 jan-mar; 13 (1): 188-193

Nóbrega MML, Garcia TR, Araruna JF, Nunes WCAN, Dias GKG, Beserra PJF.
Mapeamento de termos atribuídos aos fenômenos de enfermagem nos registros dos
componentes da equipe de enfermagem. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2003 [cited 2010
mar 15];5(2):33-44. Available from:
http://www.fen.ufg.br/revista/revista5_2/pdf/mapa.pdf.

Nóbrega MML, Garcia TR. Perspectivas de incorporação da Classificação Internacional


para a Prática de Enfermagem (CIPE®) no Brasil. Rev Bras Enferm. 2005;58(2):227-
30.

Docentes: 52

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VI – ADMISSÃO, TRANSFERENCIA E ALTA

A admissão Trata-se da internação do cliente em uma unidade hospitalar. É o


acto de admitir pacientes para ocupar um leito hospitalar por um período igual ou
superior a 24 horas. (Todos os óbitos ocorridos no hospital devem ser considerados
como internação hospitalar, mesmo se ocorrer com menos de 24 horas).

Consequências de um internamento:

Interrupção do ritmo e das actividades quotidianas, desequilíbrio orçamentário e


financeiro, afastamento do meio social, necessidade de adaptação no ambiente
hospitalar, perda da privacidade e individualidade, insegurança, medo, sensação de
abandono.

Recepção do paciente: Recepção do paciente: Cortesia, segurança, transmitir


confiança, informar sobre normas e rotinas. Apresentar equipe e unidade, objetos de uso
pessoal, controlar sinais vitais, peso e altura. Iniciar procedimentos terapêuticos,
registos, horários de visitas, orientações gerais.

Admissão de enfermagem: Horário e motivo da internação, diagnóstico médico,


meio de locomoção, estado geral Sinais e sintomas, hábitos (alimentação, eliminação,
sono e repouso), uso de medicamentos, alergias, uso de próteses, sinais vitais.

Transferência do paciente é a remoção do cliente de uma clínica para outra, do


mesmo hospital ou para hospital diferente. A saída do cliente não é necessariamente o
fim do tratamento, mas a transferência da responsabilidade da sua continuidade para o
cliente, família ou outra unidade hospitalar.

IMPORTANTE: encaminhar o paciente transportando-o mediante suas


condições físicas, levando junto os pertences e o relatório baseado no prontuário.

Alta do paciente Saída do cliente da unidade hospitalar. A alta do paciente, em


decorrência a implicações legais, deve ser dada por escrito e assinada pelo médico

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Tipos de Alta

a) Alta hospitalar por melhora: aquela dada pelo médico porque houve melhora
do estado geral do paciente, sendo que este apresenta condições de deixar o
hospital.

b) Alta a pedido: aquela em que o médico concede a pedido do paciente ou


responsável, mesmo sem estar devidamente tratado. O paciente ou responsável
por ela assina o termo de responsabilidade.

c) Alta condicional ou licença médica é aquela concedida ao paciente em


ocasiões especiais, com a condição de retornar na data estabelecida (Dia das
Mães, pais, natal, entre outros). Também deve ser assinado o termo de
responsabilidade.

Papel da Enfermagem Avisar o paciente após alta registada em prontuário pelo


médico orientar o paciente e familiares sobre cuidados precisos pós alta (repouso, dieta,
medicamentos, retorno) Preencher pedido de alta (de acordo regras da instituição)
Providenciar medicamentos (conforme regulamento da instituição) Reunir pertences do
paciente e providenciar suas roupas auxilia-lo no que for necessário.

As anotações devem conter: - hora de saída - tipo de alta - condições do paciente -


presença ou não de acompanhante - orientações dadas - meio de transporte
(ambulâncias, carro próprio) Preparar prontuário e entregá-lo conforme rotina da
instituição

Transferência. É realizada da mesma forma que a alta. Deve-se avisar os diversos


serviços, conforme rotina. A unidade para onde o paciente está sendo transferido deverá
ser comunicada com antecedência, a fim de que esteja preparada para recebê-lo O
prontuário deve estar completo e ser entregue na outra unidade. O paciente será
transportado de acordo as normas da instituição e seu estado geral.

Docentes: 54

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Tipos de Transferência

Transferência Interna: Mudança de um paciente de uma unidade de internação


para outra dentro do mesmo hospital

Transferência Externa: Mudança de um paciente de um hospital para outro.

Óbito

Conjunto de cuidados prestados ao cliente após seu falecimento (morte)

Preparo do Corpo Pós-Morte

É o preparo feito no corpo após constatação do óbito, cujo objetivo é de manter


o corpo livre de odores, evitando extravasamento (emissão) de secreções, vestir o corpo
e posicionar de forma anatômica, antes da rigidez.

Materiais Utilizados:

2 rolos de ataduras de crepe; algodão de gaze não estéril; esparadrapo; luvas de


procedimentos; 1 pinça cheron e avental de manga longa.

Reunir o material explicar o procedimento á família manter privacidade do local


e corpo colocar o avental e calçar luvas de procedimento retirar travesseiros, deixando o
corpo em decubito dorsal retirar sondas, cateteres, ocluindo os orificios com gaze
higienizar o corpo S/N tamponar ouvidos, nariz, orofaringe, região anal e vaginal e
garrotear região peniana com gaze vestir o corpo imobilizar mandibula, pés, mãos,
usando ataduras.

Colocar o corpo sobre a maca, sem colchão, cobri-lo com lençol desprezar luvas
e avental higienizar as mãos transportar o corpo ao necrotério (casa mortuária) anotar no
prontuário (processo) o procedimento realizado.

OBS: Se o paciente fizer uso de próteses coloca-la imediatamente após o óbito.


Manter pálpebras fechadas, com a fita adesiva. O corpo não deverá ser tamponado
quando houver restrição religiosa (judaíca) ou se houver necessidade de necrópsia

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Importante... Registo do óbito, avisar a família (serviço social ou médico).


Recolher os pertences e entregá-los a família. Providenciar limpeza terminal e colocar
ordem no quarto.

"A Enfermagem é: Todo o bem que pudermos fazer, toda a ternura que
pudermos dar a um ser humano; Que o façamos agora, neste momento, porque não
passaremos duas vezes pelo mesmo caminho"

BIBLIOGRAFIA

CARLA GOMES. Admissão do Paciente na Unidade Hospitalar. Disponível em


http://slideplayer.com.br/slide/283687/. Acessado em 22/03/2015.

Docentes: 56

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Procedimentos na admissão do paciente

1. Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas;


2. Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo o conforto
possível;
3. Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;
4. Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias; horários das
refeições; modo de usar a campainha; nome do médico e da enfermeira chefe;
5. Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso; horário de
visita;
6. Os pertences do paciente devem ser entregues à família no ato da admissão, se não
for possível, colocá-los em um saco e grampear, identificando com um impresso próprio
e encaminhar para a sala de pertences;
7. Preparar o paciente em relação aos exames a que será submetido, a fim de obter sua
cooperação;
8. Fornecer roupa do hospital, se a rotina da enfermeira não permitir o uso da própria
roupa;
9. Fazer o prontuário do paciente;
10. Verificar temperatura, pressão arterial, pulso e respiração, proceder ao exame físico;
11. Anotar no relatório de enfermagem a admissão;
12. Anotar no Relatório Geral a admissão e o censo diário.

Docentes: 57

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