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APOSTILA IEBT 2-3ºA - Até Disjuntores - 05-11-2021

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO – IEBT

As instalações elétricas interligam os mais diversos equipamentos destinados à


geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, medição, entre
outros. As instalações elétricas de baixa tensão interligam, entre outros,
eletrodomésticos, lâmpadas e máquinas que possuímos em nossas residências, no
trabalho e em diversos outros locais.

As IEBTs no Brasil são regidas pela norma ABNT NBR-5410/2004, que em seu
tópico 1.1 já diz a que veio:

“Esta norma estabelece as condições a que devem satisfazer as instalações


elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o
funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens”.

Mas afinal, o que é uma IEBT?


A ABNT NBR-5410/2004 também dá suas diretrizes quanto a isso – ela diz:

“Instalações elétricas de edificações, qualquer que seja seu uso (residencial,


comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.), incluindo
as pré-fabricadas”.

E diz mais:
“Incluindo também as áreas externas, reboques de acampamento, os
acampamentos em si, marinas e demais instalações semelhantes – também instalações
temporárias como obras, feiras etc”.

Mas vejam:
A NBR-5410 faz algumas restrições quanto à sua “cobertura” ou, em outras
palavras, ao que se consideram IEBTs:

Então vejamos:
“Esta norma somente se aplica aos circuitos elétricos alimentados por tensão
nominal igual ou inferior a 1.000 V em corrente alternada, com frequências inferiores a
400 Hz, ou a 1.500 V em corrente contínua”.

E dá outros detalhes:
A norma também cita alguns tipos de instalações que NÃO devem ser consideradas
IEBTs, são elas:

● Instalações de tração elétrica;


● Instalações elétricas de veículos automotores;
● Instalações elétricas de embarcações e aeronaves;
● Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas;
● Instalações de iluminação pública;
● Redes públicas de distribuição de energia elétrica;
● Instalações de proteção contra quedas diretas de raios.
● Instalações em minas;
● Instalações de cercas eletrificadas.

Como já observamos, a norma ABNT NBR-5410/2004 é a principal norma que


regula as Instalações Elétricas de Baixa Tensão - IEBT’s, porém existem outras normas
complementares diversas que implementam soluções para os casos omissos.
Ao mesmo tempo, as IEBT’s também devem seguir as normativas das
concessionárias/distribuidoras de Energia Elétrica, que por sua vez são elaboradas em
observação às instruções da Agência Reguladora Nacional (ANEEL - Agência Nacional
de Energia Elétrica) e obedecendo aos seus Procedimentos Reguladores da
Distribuição, e mantendo ainda a consonância com a norma ABNT NBR-5410/2004.
Além disso, o trabalho com Eletricidade, de forma geral, deve ser executado
seguindo os preceitos da Norma Regulamentadora NR-10, publicada pelo extinto
Ministério do Trabalho, hoje Secretaria de Trabalho, do Ministério da Economia.
A NR 10 dispõe sobre as diretrizes básicas para a implementação de medidas de
controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e
serviços com eletricidade nas fases de geração, transmissão, distribuição e
consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação,
manutenção das instalações elétricas, e quaisquer trabalhos realizados nas suas
proximidades.
● Estabelece diretrizes básicas para implementação das medidas de
controle e sistemas preventivos ao risco elétrico.
● Cria o “prontuário das instalações elétricas” de forma a organizar
todos os documentos das instalações e registros.
● Estabelece o relatório técnico das inspeções de conformidade das
instalações elétricas.
● Obriga a introdução de conceitos de segurança no projeto das
instalações elétricas.
● Estende a regulamentação às atividades realizadas nas
proximidades de instalações elétricas.

Impactos da NR-10
Os principais normativos referentes às Instalações Elétricas de Baixa tensão
estão disponíveis, na íntegra, nos sites das instituições que as elaboram e publicam.
Alguns links foram disponibilizados no ambiente da sala de aula virtual (Classroom).

Os conteúdos seguintes serão sempre balizados pela norma ABNT NBR-5410, à


qual faremos referência sempre que necessário. Inicialmente, faremos uma breve
revisão sobre choques elétricos e as proteções citadas pela referida norma.

O que é choque elétrico?

Os choques elétricos ocorrem sempre que uma corrente elétrica percorre o


corpo humano. Dependendo da situação, um choque pode causar apenas um pequeno
formigamento, queimaduras, parada cárdio-respiratória, ou até mesmo levar a óbito.

A NBR-5410 prevê que as partes energizadas (vivas) sejam dotadas de algumas


proteções, no intuito de evitar choques elétricos, conforme se descreve a seguir:

3.2 Proteção contra choques elétricos

(Primeiro entenda o que é um elemento ou parte condutiva)


3.2.1 elemento condutivo ou parte condutiva: Elemento ou parte
constituída de material condutor, pertencente ou não à instalação, mas que não é
destinada normalmente a conduzir corrente elétrica.

3.2.2 proteção básica: Meio destinado a impedir contato com partes vivas
perigosas em condições normais. (Exemplos: isolação, barreira, invólucro, limitação da
tensão).

3.2.3 proteção supletiva: Meio destinado a suprir a proteção contra choques


elétricos quando massas ou partes condutivas acessíveis tornam-se acidentalmente
vivas. (Exemplos: equipotencialização, seccionamento automático da alimentação,
isolação suplementar, separação elétrica).

3.2.4 proteção adicional: Meio destinado a garantir a proteção contra choques


elétricos em situações de maior risco de perda ou anulação das medidas normalmente
aplicáveis, de dificuldade no atendimento pleno das condições de segurança associadas
a determinada medida de proteção e/ou, ainda, em situações ou locais em que os
perigos do choque elétrico são particularmente graves. (Exemplos: equipotencialização
suplementar e uso de DR de alta sensibilidade (30 mA).

3.2.5 dispositivo de proteção a corrente diferencial-residual (formas


abreviadas: dispositivo a corrente diferencial-residual, dispositivo diferencial,
dispositivo DR): Dispositivo de seccionamento mecânico ou associação de
dispositivos destinada a provocar a abertura de contatos quando a corrente
diferencial residual atinge um valor dado em condições especificadas.

NOTA: O termo “dispositivo” não deve ser entendido como significando um


produto particular, mas sim qualquer forma possível de se implementar a proteção
diferencial-residual. São exemplos de tais formas: o interruptor, disjuntor ou tomada
com proteção diferencial-residual incorporada, os blocos e módulos de proteção
diferencial-residual acopláveis a disjuntores, os relés e transformadores de corrente que
se podem associar a disjuntores, etc.

3.2.6 SELV (do inglês “separated extra-low voltage”): Sistema de extrabaixa


tensão que é eletricamente separado da terra, de outros sistemas e de tal modo que a
ocorrência de uma única falta não resulta em risco de choque elétrico.

3.2.7 PELV (do inglês “protected extra-low voltage”): Sistema de


extrabaixa tensão que não é eletricamente separado da terra mas que preenche, de
modo equivalente, todos os requisitos de um SELV.

Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Segundo a norma ABNT NBR-5410, A instalação elétrica deve ser concebida


e construída livre de qualquer influência mútua prejudicial entre instalações
elétricas e não elétricas. Os componentes da instalação elétrica devem ser dispostos de
modo a permitir espaço suficiente tanto para a instalação inicial quanto para a
substituição posterior de partes, bem como acessibilidade para fins de operação,
verificação, manutenção e reparos.
Definições importantes

Componentes da instalação

Componente (de uma instalação elétrica): Termo empregado para designar


itens da instalação que, dependendo do contexto, podem ser materiais, acessórios,
dispositivos, instrumentos, equipamentos (de geração, conversão, transformação,
transmissão, armazenamento, distribuição ou utilização de eletricidade), máquinas,
conjuntos ou mesmo segmentos ou partes da instalação (por exemplo, linhas elétricas).

Quadro de distribuição principal: Primeiro quadro de distribuição após a


entrada da linha elétrica na edificação. Naturalmente, o termo se aplica a todo quadro
de distribuição que seja o único de uma edificação.

Linha (elétrica) de sinal: Linha em que trafegam sinais eletrônicos, sejam eles
de telecomunicações, de intercâmbio de dados, de controle, de automação, etc.

Linha externa: Linha que entra ou sai de uma edificação, seja a linha de
energia, de sinal, uma tubulação de água, de gás ou de qualquer outra utilidade.

Ponto de entrega: Ponto de conexão do sistema elétrico da empresa


distribuidora de eletricidade com a instalação elétrica da(s) unidade(s) consumidora(s)
e que delimita as responsabilidades da distribuidora, definidas pela autoridade
reguladora.

Ponto de entrada (em uma edificação): Ponto em que uma linha externa
penetra na edificação.

Ponto de utilização: Ponto de uma linha elétrica destinado à conexão de


equipamento de utilização.

1 - Um ponto de utilização pode ser classificado, entre outros critérios, de


acordo com a tensão da linha elétrica, a natureza da carga prevista (ponto de luz,
ponto para aquecedor, ponto para aparelho de ar-condicionado, etc.) e o tipo de
conexão previsto (ponto de tomada, ponto de ligação direta).

2 - Uma linha elétrica pode ter um ou mais pontos de utilização.

3 - Um mesmo ponto de utilização pode alimentar um ou mais equipamentos de


utilização.

Ponto de tomada: Ponto de utilização em que a conexão do equipamento ou


equipamentos a serem alimentados é feita através de tomada de corrente.
1 - Um ponto de tomada pode conter uma ou mais tomadas de corrente

2 - Um ponto de tomada pode ser classificado, entre outros critérios, de acordo


com a tensão do circuito que o alimenta, o número de tomadas de corrente nele
previsto, o tipo de equipamento a ser alimentado (quando houver algum que tenha
sido especialmente previsto para utilização do ponto) e a corrente nominal da ou das
tomadas de corrente nele utilizadas.

Princípios fundamentais e determinação das características gerais

A norma ABNT NBR-5410 prescreve alguns princípios fundamentais básicos que


devem orientar as características gerais de uma instalação elétrica. Dessa forma, uma
instalação deve oferecer:
● Proteção contra choques elétricos.
● Proteção contra efeitos térmicos.
● Proteção contra sobrecorrentes.
● Previsão da circulação de correntes de falta.
● Proteção contra sobretensões.
● Serviços de segurança.
● Desligamento de emergência.
● Seccionamento.
● Independência da instalação elétrica.
● Acessibilidade dos componentes.
● Seleção adequada dos componentes.
● Prevenção de efeitos danosos ou indesejados.
● Instalação adequada dos componentes (verificação e qualificação
profissional).

Com relação aos componentes da instalação elétrica, prevê ainda que os


componentes devem ser conforme as normas técnicas aplicáveis e possuir
características compatíveis com as condições elétricas, operacionais e ambientais a que
forem submetidos. Se o componente selecionado não reunir, originalmente, essas
características, devem ser providas medidas compensatórias, capazes de
compatibilizá-las com as exigências da aplicação.

Ainda com relação aos componentes, a Norma recomenda que na seleção dos
componentes, devem ser levados em consideração os efeitos danosos ou indesejados
que o componente possa apresentar, em serviço normal (incluindo operações de
manobra), sobre outros componentes ou na rede de alimentação. Entre as
características e fenômenos suscetíveis de gerar perturbações ou comprometer o
desempenho satisfatório da instalação podem ser citados:

* o fator de potência;
* as correntes iniciais ou de energização;
* o desequilíbrio de fases;
* as harmônicas.

Determinação das características gerais da instalação elétrica.

Na concepção de uma instalação elétrica devem ser determinadas as seguintes


características:
a) utilização prevista e demanda (carga instalada [9.5.2] e não-simultaneidade);
b) esquema de distribuição (condutores vivos [mono-bi-tri] e aterramento);
c) alimentações disponíveis (Tensões, corrente de curto-circuito presumida etc);
d) necessidade de serviços de segurança e de fontes apropriadas (fonte extra);
e) exigências quanto à divisão da instalação (funcionalidade, segurança etc);
f) influências externas às quais a instalação for submetida (temp., altitude...);
g) riscos de incompatibilidade e de interferências (variações, correntes etc);
h) requisitos de manutenção (verificação, vida útil etc).

Previsão de cargas

Iluminação

● As cargas de iluminação devem ser determinadas como resultado da aplicação


da ABNT NBR 5413 (substituída pela Norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013);

● Para os aparelhos fixos de iluminação a descarga, a potência nominal a ser


considerada deve incluir a potência das lâmpadas, as perdas e o fator de
potência dos equipamentos auxiliares.

● Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo menos um ponto de


luz fixo no teto, comandado por interruptor.
● Admite-se que o ponto de luz fixo no teto seja substituído por ponto na parede
em espaços sob escada, depósitos, despensas, lavabos e varandas, desde que
de pequenas dimensões e onde a colocação do ponto no teto seja de difícil
execução ou não conveniente.

● Na determinação das cargas de iluminação, como alternativa à aplicação da


ABNT NBR 5413 (substituída pela Norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013),
PODE SER ADOTADO O SEGUINTE CRITÉRIO:
○ Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6 m2 , deve
ser prevista uma carga mínima de 100 VA;

○ Em cômodo ou dependências com área superior a 6 m2 , deve ser


prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6 m2,
acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 m2 inteiros.
NOTA: Os valores apurados correspondem à potência destinada a iluminação
para efeito de dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência
nominal das lâmpadas (ESTA NORMA ESTÁ EM REVISÃO E ESTÃO PREVISTAS
ALTERAÇÕES NESSES VALORES, UMA VEZ QUE A TECNOLOGIA DOS DISPOSITIVOS DE
ILUMINAÇÃO EVOLUIU BASTANTE, PRINCIPALMENTE COM A POPULARIZAÇÃO DAS
LÂMPADAS LED, QUE POSSUEM MAIOR EFICIÊNCIA E BAIXO CONSUMO DE ENERGIA).

Tomadas

● Em halls de serviço, salas de manutenção e salas de equipamentos, tais como


casas de máquinas, salas de bombas, barriletes e locais análogos, deve ser
previsto no mínimo um ponto de tomada de uso geral. Aos circuitos terminais
respectivos deve ser atribuída uma potência de no mínimo 1000 VA (1kVA);

● Quando um ponto de tomada for previsto para uso específico (EXCLUSIVO PARA
UM OU MAIS EQUIPAMENTOS), deve ser a ele atribuída uma potência igual à
potência nominal do equipamento a ser alimentado ou à soma das potências
nominais dos equipamentos a serem alimentados.

● Os pontos de tomada de uso específico devem ser localizados no máximo a 1,5


m do ponto previsto para a localização do equipamento a ser alimentado;

● Os pontos de tomada destinados a alimentar mais de um equipamento devem


ser providos com a quantidade adequada de tomadas DE CORRENTE.

● O número de pontos de tomada deve ser determinado em função da


destinação do local e dos equipamentos elétricos que podem ser aí utilizados,
observando-se no mínimo os seguintes critérios:
○ Em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada,
próximo ao lavatório (atendidas as restrições de 9.1 da NBR-5410);

○ Em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de


serviço, lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um
ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo que
acima da bancada da pia devem ser previstas no mínimo duas tomadas
de corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos;

○ Em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada;

NOTA: Admite-se que o ponto de tomada não seja instalado na própria varanda,
mas próximo ao seu acesso, quando a varanda, por razões construtivas, não comportar
o ponto de tomada, quando sua área for inferior a 2 m2 ou, ainda, quando sua
profundidade for inferior a 0,80 m.
○ Em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de
tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, devendo esses pontos
ser espaçados tão uniformemente quanto possível;

NOTA: Particularmente no caso de salas de estar, deve-se atentar para a


possibilidade de que um ponto de tomada venha a ser usado para alimentação de mais
de um equipamento, sendo recomendável equipá-lo, portanto, com a quantidade de
tomadas julgada adequada.

○ Em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação devem


ser previstos pelo menos:
■ um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for
igual ou inferior a 2,25 m2 . Admite-se que esse ponto seja
posicionado externamente ao cômodo ou dependência, a até
0,80 m no máximo de sua porta de acesso;

■ Um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for


superior a 2,25 m2 e igual ou inferior a 6 m2;

■ Um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro,


se a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m2 ,
devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente quanto
possível.

● Potências atribuíveis aos pontos de tomada:


○ A potência a ser atribuída a cada ponto de tomada é função dos
equipamentos que ele poderá vir a alimentar e não deve ser inferior aos
seguintes valores mínimos:
■ Em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de
serviço, lavanderias e locais análogos, no mínimo 600 VA por
ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA por ponto para os
excedentes, considerando-se cada um desses ambientes
separadamente.

Quando o total de tomadas no conjunto desses ambientes for superior a seis


pontos, admite-se que o critério de atribuição de potências seja de no mínimo 600 VA
por ponto de tomada, até dois pontos, e 100 VA por ponto para os excedentes, sempre
considerando cada um dos ambientes separadamente;

■ Nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por


ponto de tomada.

Divisão da Instalação (4.2.5)

A instalação deve ser dividida em tantos circuitos quantos necessários,


devendo cada circuito ser concebido de forma a poder ser seccionado sem risco de
realimentação inadvertida através de outro circuito. (4.2.5.1)

A divisão da instalação em circuitos deve ser de modo a atender, entre outras,


às seguintes exigências: (4.2.5.2)
a) segurança — por exemplo, evitando que a falha em um circuito prive de
alimentação toda uma área;
b) conservação de energia — por exemplo, possibilitando que cargas de
iluminação e/ou de climatização sejam acionadas na justa medida das necessidades;
c) funcionais — por exemplo, viabilizando a criação de diferentes ambientes,
como os necessários em auditórios, salas de reuniões, espaços de demonstração,
recintos de lazer, etc.;
d) de produção — por exemplo, minimizando as paralisações resultantes de
uma ocorrência;
e) de manutenção — por exemplo, facilitando ou possibilitando ações de
inspeção e de reparo.

Devem ser previstos circuitos distintos para partes da instalação que requeiram
controle específico, de tal forma que estes circuitos não sejam afetados pelas falhas de
outros (por exemplo, circuitos de supervisão predial). (4.2.5.3)

Na divisão da instalação devem ser consideradas também as necessidades


futuras. As ampliações previsíveis devem se refletir não só na potência de alimentação,
como tratado em 4.2.1, mas também na taxa de ocupação dos condutos e dos quadros
de distribuição. (4.2.5.4)
Os circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos equipamentos
de utilização que alimentam. Em particular, devem ser previstos circuitos terminais
distintos para pontos de iluminação e para pontos de tomada. (4.2.5.5)

NOTA Para locais de habitação, ver também 9.5.3.

As cargas devem ser distribuídas entre as fases, de modo a obter-se o maior


equilíbrio possível. (4.2.5.6)

Quando a instalação comportar mais de uma alimentação (rede pública,


geração local, etc.), a distribuição associada especificamente a cada uma delas deve
ser disposta separadamente e de forma claramente diferenciada das demais. Em
particular, não se admite que componentes vinculados especificamente a uma
determinada alimentação compartilhem, com elementos de outra alimentação,
quadros de distribuição e linhas, incluindo as caixas dessas linhas, salvo as seguintes
exceções: (4.2.5.7)
a) circuitos de sinalização e comando, no interior de quadros;
b) conjuntos de manobra especialmente projetados para efetuar o intercâmbio
das fontes de alimentação;
c) linhas abertas e nas quais os condutores de uma e de outra alimentação
sejam adequadamente identificados

Divisão da Instalação (9.5.3)

Todo ponto de utilização previsto para alimentar, de modo exclusivo ou


virtualmente dedicado, equipamento com corrente nominal superior a 10 A deve
constituir um circuito independente. (9.5.3.1)

Os pontos de tomada de cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,


lavanderias e locais análogos devem ser atendidos por circuitos exclusivamente
destinados à alimentação de tomadas desses locais. (9.5.3.2)

Em locais de habitação, admite-se, como exceção à regra geral de 4.2.5.5, que


pontos de tomada, exceto aqueles indicados em 9.5.3.2, e pontos de iluminação
possam ser alimentados por circuito comum, desde que as seguintes condições sejam
simultaneamente atendidas: (9.5.3.3)

a) a corrente de projeto (IB) do circuito comum (iluminação mais tomadas)


não deve ser superior a 16 A;
b) os pontos de iluminação não sejam alimentados, em sua totalidade, por um
só circuito, caso esse circuito seja comum (iluminação mais tomadas); e
c) os pontos de tomadas, já excluídos os indicados em 9.5.3.2, não sejam
alimentados, em sua totalidade, por um só circuito, caso esse circuito seja comum
(iluminação mais tomadas).

Proteção contra sobrecorrentes (9.5.4)

Todo circuito terminal deve ser protegido contra sobrecorrentes por dispositivo
que assegure o seccionamento simultâneo de todos os condutores de fase.

NOTA: Isso significa que o dispositivo de proteção deve ser multipolar, quando o
circuito for constituído de mais de uma fase. Dispositivos unipolares montados lado a
lado, apenas com suas alavancas de manobra acopladas, não são considerados
dispositivos multipolares.

Além disso, a potência dos circuitos deve respeitar certos limites práticos que
visam garantir que os mesmos mantenham-se dentro de certos limites de correntes:

A. Circuitos de iluminação: 1.270VA em 127V e 2.200VA em 220V.


B. Circuitos de Tomada de Uso Geral (TUG): 2.100VA em 127V e 4000VA
em 220V.
C. Circuitos de Tomadas de Uso Específico (TUE): Uma tomada para cada
circuito, em 127V ou 220V, atendendo às necessidades especificadas
pelo fabricante do equipamento a ser alimentado.

Simbologia Gráfica utilizada nos projetos de instalações elétricas


Representação dos circuitos
Instalação dos dispositivos
Ligação de Interruptor Paralelo (Three way)
Interruptor Intermediário (Four way)
Ligação de Tomadas
Dimensionamento da Instalação Elétrica - Condutores e Eletrodutos
Seção Mínima dos Condutores

A seção mínima dos condutores fase, em circuitos Corrente Alternada - CA, e dos
condutores vivos, em circuitos CC, não devem ser inferiores ao valores dados pela
tabela abaixo:

Seção mínima do Condutor Neutro

A norma NBR 5410:2004 determina, entre outros:


* O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito.
* O condutor neutro de um circuito monofásico deve ter a mesma seção do condutor
de fase.
* Em circuitos trifásicos com neutro, caso os condutores de fase sejam superiores a
25mm2, a seção do condutor neutro pode ser inferior à dos condutores de fase, porém
nunca inferior aos indicados na tabela abaixo, quando as três condições seguintes
forem atendidas simultaneamente:

a) O circuito for, presumivelmente, equilibrado em serviço normal;


b) A corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e múltiplos
superior a 15%; e
c) O condutor neutro for protegido contra sobrecorrentes.
Seção mínima do Condutor de proteção - PE (terra)
Assim como os demais condutores, o condutor de proteção deve ser
dimensionado conforme determina a Norma ABNT NBR-5410 (item 6.4.3.1.2). Esta
mesma norma permite que a seção do condutor de proteção seja determinada através
da sua “tabela 58”(item 6.4.3.1.3). E especifica ainda que, quando a aplicação da tabela
conduzir a seções não padronizadas, devem ser escolhidos condutores com a seção
padronizada mais próxima. A tabela 58 é válida apenas se o condutor de proteção for
constituído do mesmo metal que os condutores de fase. Quando este não for o caso,
ver IEC 60364-5-54.
Capacidade de Condução de Corrente Elétrica

Número de Condutores Carregados


Fator de Correção de Temperatura - FCT

Fator de Correção de Agrupamento - FCA


Queda de Tensão

Limites de queda de tensão definidos por norma:

A queda de tensão está diretamente relacionada com a resistência elétrica dos


condutores. A resistência dos condutores pode ser determinada pela expressão a
seguir:

Onde:

Para o cálculo da queda de tensão é necessário ainda conhecer a corrente do circuito,


dada pelas equações abaixo:
Em alguns casos, faz-se necessário realizar a correção da corrente de projeto do
circuito, considerando a temperatura à qual a linha elétrica está submetida (FCT) e a
presença de outros circuitos na mesma linha (FCA).

A queda de tensão pode ser definida, de forma simplificada, pela equação a seguir:

Enquanto a queda de tensão percentual pode ser dada por:


Método trecho a trecho

Nesses casos, deve-se realizar o cálculo utilizando o mesmo método descrito


anteriormente, porém, considerando a distância de cada trecho e a corrente que passa
nele (Ex.: no trecho D-E, considerar apenas a corrente da tomada de 100VA; no trecho
C-D, considerar a corrente que flui para as duas cargas de 100VA; no trecho B-C,
considerar a corrente que flui para as duas cargas de 100VA e também a corrente da
carga de 600VA; e assim sucessivamente. Ou seja, considerar a soma das
correntes/potências que passam em cada trecho).

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