Ortonimos Pessoa
Ortonimos Pessoa
Ortonimos Pessoa
(Falta uma citação de Séneca) Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
Ai que prazer E chama-me teu filho.
Não cumprir um dever, Eu sou um rei
Ter um livro para ler Que voluntariamente abandonei
E não o fazer! O meu trono de sonhos e cansaços.
Ler é maçada,
Estudar é nada. Minha espada, pesada a braços lassos,
O sol doira Em mãos viris e calmas entreguei;
Sem literatura. E meu ceptro e coroa, — eu os deixei
O rio corre, bem ou mal, Na antecâmara, feitos em pedaços.
Sem edição original.
E a brisa, essa, Minha cota de malha, tão inútil
De tão naturalmente matinal, Minhas esporas, de um tinir tão fútil,
Como tem tempo não tem pressa... Deixei-as pela fria escadaria.
Livros são papéis pintados com tinta. Despi a realeza, corpo e alma,
Estudar é uma coisa em que está indistinta E regressei à noite antiga e calma
A distinção entre nada e coisa nenhuma. Como a paisagem ao morrer do dia.
... E assim vedes, meu Irmão, que as verdades que vos foram dadas
no Grau de Neófito, e aquelas que vos foram dadas no Grau de
Não sei, ama, onde era
Adepto Menor, são, ainda que opostas, a mesma verdade.