DIEx Nº 300-ASSE1 - SSEF - SEF

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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Contadoria Geral-1841)

DIEx nº 300-ASSE1/SSEF/SEF
EB: 64689.020670/2019-51

Brasília, DF, 18 de dezembro de 2019.

Do Subsecretário de Economia e Finanças


Ao Sr Chefe da 4ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército
Assunto: Exercícios anteriores - 2º Sgt QE Andrade (Consulta)
Referência: DIEx nº 396-1ª SEÇÃO-4ª ICFEX, de 15 OUT 19

1. Expediente versando sobre adicional de habilitação.

2. Diante dos desdobramentos do assunto, convém resgatar os fatos que lhe são
pertinentes, de acordo com a documentação trazida a lume.

3. Trata-se de questão oriunda do Centro de Preparação de Oficiais da


Reserva/CM-BH (CPOR/4ª RM), atinente ao 2º Sgt QE PAULO SÉRGIO DE ANDRADE,
encaminhada a esta Secretaria de Economia e Finanças pelo DIEx nº 396-1ª SEÇÃO/4ª ICFEx,
15 de outubro de 2019.

4. Em linhas gerais, verifica-se, nos termos da Memória nº 011 – CPOR/CM-BH, de


7 de outubro de 2019, que o aludido militar solicitou a alteração do adicional de habilitação de
12% (doze por cento) para 16% (dezesseis por cento), referente ao curso de Técnico em
Enfermagem. Em decorrência, esse Comando consultou esta Secretaria de Economia e Finanças,
por intermédio da Memória nº 010-2018, de 24 de outubro de 2018, tendo como resposta o DIEx
nº 329-ASSE1/SSEF/SEF, de 13 de novembro de 2019, com o "Parecer favorável à percepção da
majoração do Adicional de Habilitação."

5. Em vista da solicitação, apurou-se que o militar apresentou o primeiro


requerimento solicitando a majoração do adicional de habilitação de 12% (doze por cento) para
20% (vinte por cento), em 11 de abril de 2018, tendo inicialmente indeferido o pedido, em seu
segundo requerimento, em 29 de junho de 2018, solicitou a majoração do adicional de
habilitação de 12% (doze por cento) para 16% (dezesseis por cento), sendo deferido.

6. Após o direito materializado, ou seja, a majoração do adicional de habilitação para


16% (dezesseis por cento), o militar, apresentou novo requerimento, solicitando exercícios
anteriores para o pagamento da diferença da majoração no período de 10 de abril de 2013 a 10

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de abril de 2018.

7. Consta dos documentos encaminhados a esta Secretaria que o curso não foi
pré-requisito obrigatório para o ingresso do militar na Força, apresentando o Diploma, através do
DIEx nº 15-SGTE-Cia C Sv, de 20 de junho de 2012, e que a validade e veracidade do título já
foi constatada e devidamente publicada no BI nº 107, de 9 de julho de 2013. A aplicabilidade do
conhecimento foi também reconhecida, considerando que o militar exerce a atividade de Técnico
em Enfermagem na escala de enfermeiro-de-dia no Posto Médico Guarnição de Belo
Horizonte-MG. Em vista disso, o Ordenador de Despesas no processo de sindicância entendeu
que o militar já aplica os conhecimentos auferidos no Curso de Técnico de Enfermagem em prol
da Instituição desde o ano de 2005.

8. Esse Comando, ainda, emitiu parecer favorável à concessão de pagamento de


valores retroativos pela via exercícios anteriores, à diferença de adicional de habilitação de 12%
(doze por cento) para 16% (dezesseis por cento), no período de 10 de abril de 2013 a 10 de abril
de 2018, tendo em vista, que o 2º Sgt QE PAULO SÉRGIO DE ANDRADE, vem exercendo
desde o ano de 2005, conhecimentos Técnicos de Enfermagem em prol da instituição.

9. Instada a se manifestar, essa Inspetoria, nos termos do DIEx nº 396-1ª SEÇÃO/4ª


ICFEx, 15 de outubro de 2019, apresentou concordância com o parecer da UG no tocante ao
período para pagamento de valores retroativos pela via exercícios anteriores em favor do militar
interessado, porém, encaminhou a esta Secretaria de Economia e Finanças para apreciação,
ratificação ou retificação.

10. O tema deve ser analisado de acordo com a legislação incidente:


a. O adicional de habilitação é a parcela remuneratória devida aos militares em face da
realização de cursos, conforme preveem os artigos 1º, II, b, e 3º, III, da Medida Provisória nº
2.215-10, de 31 AGO 01, bem como a Tabela III de seu Anexo II. Tal norma prevê que os
cursos de formação conferem a seus detentores o índice de 12% (doze por cento) sobre o soldo;
os cursos de especialização, 16% (dezesseis por cento); os de aperfeiçoamento, 20% (vinte por
cento); os de Altos Estudos Categoria II, 25% (vinte e cinco por cento); e os de Altos Estudos,
Categoria I, 30% (trinta por cento);
b. Regulamentando o tema, o art. 3º do Decreto nº 4.307, de 18 JUL 02, dispôs que os
cursos que dão direito ao adicional de habilitação serão estabelecidos pelo Ministro de Estado da
Defesa, ouvidos os Comandantes de Força, e que os Comandantes de Força estabelecerão, no
âmbito de suas respectivas Forças, os critérios de equivalência dos cursos;
c. Atualmente, os cursos que dão direito ao adicional de habilitação são aqueles
previstos na Portaria nº 976-SC/5, de 19 MAR 1992, do Estado-Maior das Forças Armadas
(EMFA). Já a equivalência é dada, no âmbito do Exército, pela Portaria nº 084-Cmt Ex, de
25 JAN 19. A Portaria nº 084-Cmt Ex, de 2019, em verdade, substituiu a Portaria nº 768-Cmt
Ex, de 5 JUL 17, que, nesse ponto em particular, continha disposições idênticas.No ponto que
interessa, tal portaria prevê a competência da SEF para dirimir eventuais omissões ou resolver
consultas a respeito da matéria versada;
d. Assim, de acordo com tal norma, a concessão do adicional de habilitação dá-se de
acordo com os incisos que constam de seu art. 2º, traduzindo-se em hipóteses objetivas. Já as
situações não contempladas nesses dispositivos, demandam análise da SEF, conforme se infere
do parágrafo único. Observe-se:
"Art. 2º Para o estabelecimento da equivalência abordada no artigo
anterior, os cursos, os estágios-gerais, as titulações, as habilitações e os concursos
devem atender a um ou mais dos seguintes requisitos fundamentais:
I - terem sido realizados por determinação do Comandante do Exército;

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II - terem sido realizados em decorrência dos planos anuais de cursos e
de estágios gerais elaborados pelo EME;
III - estarem relacionados como habilitação obrigatória ou desejável no
Quadro de Cargos Previstos dos cargos realmente exercidos pelo respectivo
militar; ou
IV - terem constado no edital de convocação dos militares temporários.
Parágrafo único. Os casos não previstos nos incisos anteriores serão
resolvidos conforme estabelecido no art. 10 desta Portaria.
(...)
Art. 10. Os casos não previstos na presente Portaria serão
encaminhados, por intermédio das respectivas Inspetorias de Contabilidade e
Finanças do Exército, à SEF, a quem compete dirimi-los, na forma da legislação
vigente."
e. Posteriormente à edição da aludida Portaria, a SEF emitiu orientações gerais acerca
dos parâmetros a serem observados nos casos não previstos, de que trata o parágrafo único do
dispositivo acima, daí resultando o DIEx nº 253-Asse1/SSEF/SEF, de 16 agosto de 2017. No
ponto que interessa este ODS assim se manifestou:
"2) Como se denota, existem quatro hipóteses de aferição objetiva que
traduzem o interesse do Exército para fins de concessão do adicional de
habilitação, chamados pela nova portaria de “requisitos fundamentais”,
constantes, pois, dos incisos I a IV do dispositivo acima transcrito. Uma última
hipótese, de natureza subjetiva, consta do parágrafo único, remetendo ao art. 10 do
diploma em tela, que trata justamente da remessa de situações não previstas à SEF,
por intermédio das ICFEx.
3) Significa dizer que se os cursos e estágios não advierem de ao menos
uma das hipóteses previstas nos incisos I a IV, a concessão ou a majoração do
adicional de habilitação dependerá do entendimento que a SEF tiver a respeito do
caso concreto com a eventual remessa de consulta a este ODS por intermédio das
ICFEx, caso não haja pronunciamento anterior em face de situação idêntica.
4) Diante desse contexto, há que se afirmar que a concessão da verba em
situações não previstas nos incisos I a IV do art. 2º da Portaria nº 768-Cmt Ex, de
2017, dependerá do cumprimento concomitante dos mesmos pressupostos utilizados
para autorizar o pagamento do direito em tela à luz da Portaria nº 181-Min Ex, de
1999, e da Portaria nº 190-Cmt Ex, de 16 MAR 15, isto é: (1) conclusão exitosa do
curso, (2) interesse da instituição e (3) aplicabilidade dos conhecimentos auferidos
no âmbito das atribuições do militar.
5) Em linhas gerais, a conclusão exitosa do curso será comprovada pela
apresentação de diploma, certificado ou documento equivalente à OM em que serve
o militar. Já o interesse do Exército pode ser verificado, em princípio, pela
existência de código respectivo junto aos catálogos de cursos e estágios aprovados
pelo Departamento-Geral do Pessoal; por fim, a aplicabilidade dos conhecimentos
auferidos dependerá, no mais das vezes, da instauração de sindicância que
demonstre a utilização do cabedal doutrinário, obtido no curso ou estágio, no
universo de incumbências do militar interessado.
6) Dessa forma, não apenas os “cursos realizados nas OM do Exército,
bem como aqueles realizados em cumprimento aos planos anuais de cursos e
estágios do EME” autorizarão o saque do adicional de habilitação, mas também os
cursos e estágios, civis ou militares, cujo interesse do Exército e aplicabilidade em
prol da Instituição restem demonstrados de modo cabal, em sindicância,
independentemente do estabelecimento de ensino ou da ocasião em que tenham sido
concluídos.”

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f. Percebe-se que os parâmetros delineados pela SEF para avaliar a concessão do
adicional de habilitação em casos não previstos de forma objetiva pela legislação não sofreram
alteração devido à sucessão de normas a respeito do tema. Vale dizer, quer sob a égide da
Portaria nº 084-Cmt Ex, de 25 JAN 19, quer sob a égide das normas que a antecederam –
Portaria nº 768-Cmt Ex, de 2017, Portaria nº 190-Cmt Ex, de 2015, e Portaria nº 181-Min Ex,
de 1999 –, a concessão da verba em tela em situações excepcionais dependerá do preenchimento
de três requisitos básicos: (1) conclusão exitosa do curso, (2) interesse da instituição e (3)
aplicabilidade dos conhecimentos auferidos no âmbito das atribuições do militar, que, no mais
das vezes, exige a apuração mediante sindicância;
g. Diante desse contexto, é possível afirmar que o entendimento desta Secretaria sobre
casos não previstos, no tocante ao adicional de habilitação, manteve-se inalterado desde
o advento da MP nº 2.215-10, de 2001, tendo as normas sucessivamente editadas nesse meio
tempo refletido com evolução dessas premissas, jamais as derrogando, mas sim as reforçando;
h. Analisando o caso concreto, nota-se que, de fato, não há amoldamento às hipóteses
objetivas previstas nos incisos do art. 2º da Portaria nº 768-Cmt Ex, de 2017, que foi substituída
pela 084-Cmt Ex, de 25 JAN 19. Todavia, de acordo com as premissas encartadas no DIEx nº
253-Asse1/SSEF/SEF, de 2017, a possibilidade de majoração da verba em tela deverá ser
avaliada conforme os preditos requisitos subjetivos;
i. Nota-se que os requisitos subjetivos já foram analisados por esta Secretaria,
conforme DIEx nº 329-ASSE1/SSEF/SEF, de 13 de novembro de 2019, com o "Parecer
favorável à percepção da majoração do Adicional de Habilitação"; e
j. Por fim, via de regra, o termo inicial para a implantação da majoração do adicional
de habilitação deve coincidir com a da data de apresentação do diploma, certificado ou
documento equivalente à OM, aliado, porém, à data de efetivo exercício da função. No caso em
tela, deve prevalecer a data em que o militar passou a aplicar os conhecimentos auferidos no
curso em prol da Administração Militar, desde que esta tenha efetivo conhecimento, este com a
apresentação do diploma do Curso de Técnico em Enfermagem, em 20 de junho de 2012. Além
disso, no que se refere a direitos retroativos, não se pode perder de vista que os direitos
financeiros e remuneratórios estão sujeitas ao prazo prescricional de cinco anos, contados da
data da entrada do requerimento.

11. Isso posto, esta Secretaria entende que o termo inicial para a implantação do
aludido percentual em princípio deveria ser a data do início do efetivo exercício da função que
possibilitou a aplicação do cabedal de conhecimentos auferidos nos referidos cursos em prol da
Administração Militar, ou seja, 20 de junho de 2012. Todavia, no caso em tela, deve ser
considerado também o prazo prescricional de cinco anos, retroativos a contar da data do
protocolo do requerimento do interessado (11 de abril de 2018), considerando-se prescritas as
quantias que vão além dos cinco anos.

12. Por fim, encaminho as presentes informações a essa Inspetoria, para conhecimento
e orientação à unidade gestora consulente.

Gen Div LAELIO SOARES DE ANDRADE


Subsecretário de Economia e Finanças

"CENTENÁRIO DA MISSÃO MILITAR FRANCESA NO BRASIL, 1919/1940: VETOR DE


PROFISSIONALIZAÇÃO EM NOSSO EXÉRCITO"

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