O OLHAR

CUIDADOSO
PARA A
LONGEVIDADE
MÓDULO III
TRILHAS DA
LONGEVIDADE
WADSON ARANTES
 inteligência
educacional
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Ficha Técnica
Gama, Wadson Arantes
Autor O olhar cuidadoso para a longevidade : módulo III
Wadson Arantes Gama [livro eletrônico] : trilhas da longevidade :
cada livro um encontro / Wadson Arantes Gama ;
Diretora Editorial [organização Amanda Karla Correa Rego...[et al.]]. --
Goiânia, GO : Inteligência Educacional, 2021. --
Millena Araújo
(O olhar cuidadoso para a longevidade ; 3)
PDF
Diretora Educacional
e de produção de conteúdo Outros organizadores: Pollyanna de Jesus da Silva,
Aline Souza Weslley Aires, Cibelly Fraga
Bibliografia.
Equipe de produção ISBN 978-65-88425-54-1
Amanda Karla Correa Rego
Cibelly Fraga 1. Atividades lúdicas 2. Envelhecimento
Pollyanna de Jesus da Silva 3. Envelhecimento - Aspectos sociais 4. Idosos -
Conduta de vida 5. Idosos - Cuidados 6. Longevidade
7. Qualidade de vida 8. Resiliência I. Rego, Amanda
Tutoria EAD
Karla Correa. II. Silva, Pollyanna de Jesus.
Edina Pedrozo III. Aires, Weslley. IV. Fraga, Cibelly. V. Título.
VI. Série.
Organizador
Weslley Aires
21-64730 CDD-305.26
Concepção de Arte Índices para catálogo sistemático:
e Diagramação
Luis Román Figueroa 1. Longevidade : Envelhecimento : Aspectos sociais :
Sociologia 305.26
Revisão de Texto
Maíra Santiago Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

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MÓDULO III O OLHAR CUIDADOSO PARA A LONGEVIDADE 2
Sumário
MÓDULO III
O Olhar Cuidadoso Para a Longevidade

1.0 Introdução....................................................................................4
1.1 Resiliência no processo da qualidade de vida da pessoa idosa.....5
1.2 O etarismo impede uma melhor qualidade de vida
para a pessoa idosa.......................................................................7
1.2.1 Atividades lúdicas que permitam à pessoa idosa
vivenciar emoções positivas no seu cotidiano..............................8
Referências bibliográficas.................................................................. 10

MÓDULO III O OLHAR CUIDADOSO PARA A LONGEVIDADE 3

 0 INTRODUÇÃO

A
coletânea Trilhas da
Longevidade traz a
necessidade de visibilizar e
promover a qualidade de vida para
os idosos, que passaram a questionar
como querem envelhecer, já que
grande parte dos pertencentes
a essa faixa etária já não pensam
como muitos de antigamente, que
não queriam ou eram obrigados a
não saírem de casa, que não tinham
mais projetos de vida, que viviam como “o processo de capacitação da
entristecidos. Atualmente é possível comunidade para atuar na melhoria
ter a visão por outro ângulo dessa da sua qualidade de vida e saúde,
fase da vida. incluindo uma maior participação
no controle deste processo”. O
No texto A idade de ser feliz, o documento assume que a saúde é o
poeta Mario Quintana diz: maior recurso para o desenvolvimento
social, econômico e pessoal, assim
“Existe somente uma idade para como uma importante dimensão da
a gente ser feliz, somente uma época qualidade de vida. (GAMA, 2014).
na vida de cada pessoa em que é
possível sonhar e fazer planos e ter É notável que o mundo tem
energia suficiente para realizá-los passado por um processo de transição
a despeito de todas as dificuldades sociodemográfica. O segmento social
e obstáculos. Uma só idade para que mais cresce mundialmente é o
a gente se encantar com a vida e de pessoas com mais de 60 anos. O
viver apaixonadamente e desfrutar envelhecimento global apresenta-
tudo com toda intensidade sem se como um grande desafio, já
medo nem culpa de sentir prazer. que pode influenciar, inclusive, no
[…] Essa idade tão fugaz na vida da desenvolvimento dos países, uma
gente chama-se PRESENTE e tem a vez que esse fenômeno pode trazer
duração do instante que passa”. modificações no âmbito econômico
e social. Ademais, o aumento da
A 1ª Conferência Internacional expectativa de vida traz consequências
sobre promoção da saúde, para a saúde pública. Por isso, tem se
aconteceu no Canadá, em 1986. pensado cada vez mais nas condições
Na conhecida Carta de Otawa, a em que essa população envelhece,
promoção da saúde é definida devido ao aumento do número de
MÓDULO III O OLHAR CUIDADOSO PARA A LONGEVIDADE 4
doenças recorrentes nesse público. fatores de vulnerabilidade para
Nesta perspectiva, pode ocorrer baixos escores na qualidade de vida
modificações na saúde e qualidade de idosos, enquanto atividade física
de vida da população com idade e apoio psicossocial contribuem de
mais avançada, fazendo se necessário forma direta nos diversos domínios
compreender os fatores de risco e da qualidade de vida.
de proteção que influenciam nesses
componentes. É importante vislumbrar que
a transição demográfica trouxe
Dado o crescente corpo de a necessidade emergente de se
evidências científicas, estudos criar programas de assistência à
internacionais evidenciaram Pessoa Idosa, a fim de proporcionar
correlação inversa entre qualidade um envelhecimento ativo e a
de vida e fragilidade, depressão, manutenção da qualidade de vida
institucionalização, atuando como dessa parcela da população.

1 RESILIÊNCIA NO PROCESSO DA
QUALIDADE DE VIDA DA PESSOA IDOSA
A palavra resiliência vem do latim: Resilire, que significa
“voltar atrás”. Está associada à capacidade que cada
pessoa tem de lidar com seus próprios problemas, de
sobreviver e superar momentos difíceis, diante de situações
adversas e não ceder à pressão, independentemente da
situação. Enfrentar as perdas decorrentes da velhice com
possibilidade de encarar a morte com serenidade exigirá,
da Pessoa Idosa, revisão de sua vida e aceitação de falhas do
passado. Assim, durante esse processo, conflitos anteriores
poderão ressurgir e o desespero diante da finitude da vida
possivelmente aparecerá.

Entretanto, se a Pessoa Idosa conquistar a sabedoria e o

envolvimento vital por meio do amadurecimento de forças
psicossociais, a integridade do ego poderá ser consolidada.
Para tanto, o ambiente psicossocial é de suma importância.
Dessa forma, há necessidade de reelaboração de aquisições
anteriores e maior investimento emocional nas relações com
pessoas e com o mundo no presente para que a “integridade
do ego” seja experimentada e a “sabedoria”, alcançada.

MÓDULO III O OLHAR CUIDADOSO PARA A LONGEVIDADE 5

 Um bom autoconceito, uma
autoimagem positiva e uma
alta autoestima são elementos
básicos para um envelhecimento
saudável.

O autoconceito é um
produto estrutural de atividade
reflexiva, que é sujeito a
mudanças quando o indivíduo
enfrenta novos papéis, situações
ou transições do curso normal da
vida. Tem um papel importante na organização dos dados das experiências
de vida, atuando na codificação e elaboração do conhecimento, ao atribuir
significado à informação proveniente do meio. É definido como a percepção
que cada indivíduo tem de si e está ligado ao bem-estar, o que no idoso tem
particular, pois, de certo modo, condiciona o processo de envelhecimento
saudável.

A autoimagem é entendida por Schilder (1981) como a representação

de nosso corpo formada em nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o corpo
se apresenta para nós mesmos. Já a autoestima, engloba a atitude e o
sentimento que o indivíduo tem em relação a si próprio. Ambos os aspectos
são de fundamental importância para o bem-estar no decorrer da vida, sendo
que Zani (1998) compreende que desenvolver uma autoimagem e uma
autoestima positivas significa alimentar a certeza de ser capaz de levar uma
vida realizada sem se preocupar com a imagem que deve ser apresentada à
sociedade. Também Mosquera (1976) afirma que a autoimagem está sempre
em mudança na proporção em que o indivíduo adquire experiências na vida
cotidiana, bem como na vida ocupacional e, se o indivíduo não se adaptar a
estas mudanças, haverá insatisfação permanente com a vida.

Para a formulação de políticas públicas é fundamental entender

primeiramente que se trata de um compromisso entre o povo e o Estado
com o objetivo de promover a igualdade, elaborar, executar e fiscalizar os
planos municipais, estaduais e federal.

As políticas públicas possuem um ciclo: nascem, crescem, maturam-se

e transformam-se. Elas ocorrem em cinco etapas:

1. Identificar a questão a ser resolvida a partir de um diagnóstico;

2. Formular um plano de ação;
3. Implantar a ação;
4. Elaborar indicadores sociais;
5. Avaliar os resultados alcançados.
MÓDULO III O OLHAR CUIDADOSO PARA A LONGEVIDADE 6
 2
O ETARISMO IMPEDE
UMA MELHOR
QUALIDADE DE VIDA
PARA A PESSOA IDOSA.

O utro aspecto que tem que

ser considerado é o etarismo
(discriminação etária, é o
ato de discriminação às idades)
contra a Pessoa Idosa. As pessoas
que têm atitudes positivas sobre
o envelhecimento vivem mais,
têm melhor função de memória e
se recuperam mais facilmente de
doenças. É fundamental garantir
que os estereótipos baseados na
idade sejam eliminados. Afinal, uma
transformação na maneira como
enxergamos as pessoas mais velhas
e suas capacidades parece não ser
somente uma questão de respeito e
ética, mas também de qualidade de
vida e saúde pública.
MÓDULO III O OLHAR CUIDADOSO PARA A LONGEVIDADE 7
 como uma forma transacional em
direção a algum conhecimento,
contribuindo para a elaboração
constante do pensamento individual
em permutações com o pensamento
1.2.1 - Atividades coletivo. Por isso, há necessidade de
intervenção nas atividades realizadas
lúdicas que com sujeitos nessa faixa etária,
bem como compreender as suas
permitam à pessoa contribuições para a continuidade
do seu desenvolvimento no que
idosa vivenciar tange a busca por uma qualidade
de vida.
emoções positivas
No livro O Velho é o Outro, da
no seu cotidiano. coleção Trilhas da Longevidade, há
várias atividades lúdicas que podem
ser utilizadas para a melhoria na
qualidade de vida da pessoa idosa.

A palavra lúdico vem do latim

ludus e significa brincar, mas
neste brincar estão incluídos
Dentre
destacar:
algumas podemos

os jogos, brinquedos, brincadeiras,

divertimentos e passatempos. É • Memórias - registros de tudo
possível encontrar em livros de que vivi - Estimulando nossas
histórias relatos que comprovam memórias;
que, em todas as épocas, os homens
tinham suas formas de brincar e se • Fala que te ouço e conta sua
divertir, ou seja, momentos lúdicos. história: uma autobiografia -
O lúdico é uma atividade que Vamos trabalhar a memória de
proporciona bem-estar e prazer longo prazo;
ao realizá-la, proporciona alegria e
descontração, principalmente por • Jogos para estimular a atenção,
ser uma atividade livre e espontânea, a concentração, a memória e as
permitindo, ao mesmo tempo, relações afetivas;
momentos de desenvolvimento,
conhecimento e aprendizagem. • Atividades físicas para
melhorar a autoestima.
O lúdico está distante
da concepção ingênua de Trago aqui uma experiência de
passatempo, brincadeira vulgar, mais de 20 anos na importância
diversão superficial, ela é uma do teatro para trabalhar a noção
ação inerente na criança, no de corpo, memória e relações
adolescente, no jovem, no adulto interpessoais. Enf rentamento real
e na Pessoa Idosa, aparece sempre da velhice através das artes cênicas.
MÓDULO III O OLHAR CUIDADOSO PARA A LONGEVIDADE 8
 Com suas trajetórias,
geralmente marcadas por lutas,
trabalhos, percalços e glórias,
as pessoas que vivem o período
da velhice, mesmo já tendo tido
diversas experiências, podem
continuar ativas, trilhando novos
caminhos, no qual é possível fazer
desde uma tatuagem a atividades
como dançar, se exercitar, namorar,
dentre outras. A coletânea Trilhas
da longevidade traz informações tenham espaço de decisão. O apoio
para que as pessoas de idade psicossocial é muito importante, pois
mais avançada possam reivindicar pode transformar olhares, ao abordar
seus direitos, para que suas questões sociais e emocionais, para
vozes sejam ouvidas e para que garantir cuidado e longevidade.

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 Referências Bibliográficas
FLORIANO, P.; RESENDE, S. Trilhas da longevidade:
conversas com a família. Goiânia: Inteligência Educacional,
2020.

_________________________. Trilhas da longevidade: cultura

de cuidados. Goiânia: Inteligência Educacional, 2020.

________________________. Trilhas da longevidade: o velho é o

outro! Goiânia: Inteligência Educacional, 2020.

GAMA, A. W.; LEAL, V. L. A. Subjetividade e saúde no processo

de envelhecer. Goiânia: Novas Edições Acadêmicas, 2015.

MOSQUERA, J. J. M. Autoimagem e autoestima: sentido

para a vida humana. Porto Alegre: Estudos Leopoldenses,
1976.

QUINTANA, M. A idade de ser Feliz. In: Eustáquio, G. Viva 50 por

Maria Celia e Virginia Pinheiro | Poesias de Mário Quintana,
[Internet]. Available from: https://sempreviva.wordpress.
com/2016/04/05/a-idade-de-ser-feliz-mario-quintana/

SCHILDER, P. A imagem do corpo: as energias construtivas

da psique. São Paulo: Martins Fontes, 1981.

ZANI, R. Beleza & autoestima. Rio de Janeiro: Revinter, 1998.

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