(JRM) - Reações Vinculares
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REAÇÕES VINCULARES
EXEMPLO 1
Calcular as reações do pórtico abaixo.
40 kN/m
80 kN E
30 kN/m
3m
B C D
10 kN/m 2m
60 kN.m 50 kN
F
20 kN/m 2m
4m
A
H
6m 2m 4m 4m 2m
Metodologia de análise
O engaste inclinado em A impede, além da rotação, todos os deslocamentos
lineares no plano. Para representar o impedimento às translações, pode-se utilizar
um par de reações ortogonais orientados de maneira arbitrária em relação aos eixos
horizontal e vertical, de forma similar ao discutido para o vínculo de segunda ordem
(rótula externa) inclinado em A no exemplo
anterior. Esse impedimento pode ser feito
através de uma única reação, cujo módulo e H QA
A
direção são desconhecidos; por duas reações A A
ortogonais independentes, horizontal e MA MA
vertical; por duas reações ortogonais
vA
independentes, na direção do eixo da barra NA
AB e perpendicular a essa direção; ou
qualquer outro par de reações ortogonais F2A
independentes. Em função da facilidade de A A
obtenção de braços de alavanca nas direções MA
MA FA
horizontal e vertical, uma solução simples é
utilizar um par de reações ortogonais F1A θA
independentes na horizontal e na vertical.
O apoio simples inclinado em H impede somente os deslocamentos lineares na
direção perpendicular à base do vínculo,correspondendo à direção da barra GH.
A rótula interna em D E E
aparece levemente D D
deslocada para a esquerda C C
do ponto D. Essa é uma
forma de representação
que significa que a rótula
está efetivamente no ponto G G
D, mas articula a barra CD
em relação ao conjunto
DEGH. A rótula D, deste
modo, adiciona ao
comportamento da
estrutura apenas um
movimento de corpo rígido
adicional. Posicionando, na representação esquemática da estrutura, a rótula
exatamente no ponto D de junção das barras CD, DE e DG, cada uma dessa barras
poderia girar em torno do ponto D de forma independente das outras duas,
adicionando dois movimentos de corpo rígido independentes.
A carga distribuída linear de formato triangular ao longo da barra BCD somente
poderá ser substituída por uma resultante única em equações de equilíbrio que
considerem a totalidade da barra. Equações de equilíbrio de momentos em relação à
rótula C que considerem as forças atuantes à esquerda da rótula, ou à direita, levam
em consideração apenas parte da carga triangular, e as resultantes empregadas são
apenas da parte considerada. A parcela de carga distribuída trapezoidal à esquerda
da rótula C pode ser decomposta geometricamente em uma carga retangular de taxa
constante 20 kN/m e uma triangular cuja taxa máxima vale 10 kN/m, cada uma delas
podendo ser substituída por uma resultante equivalente.
As reações vinculares consideradas e as resultantes de carregamentos distribuídos
estão indicadas abaixo:
2m E
80 kN
120 kN
40 kN 40 kN
10 kN VE 3m
60 kN.m
100 kN
B C D
2m
50 kN
1 m 1,33 m F
2m
1,33 m 80 kN
G
5m 2m
80 kN
4m
HA A
H
MA RH
6m 2m 4m 4m
VA 2m
As reações podem ser calculadas pelas seguintes equações de equilíbrio:
∑M =0 CDEFGH
C VE .10 − 40.1,33 + 50.2 − 120.6 − 80.6 − 80.6 = 0
∑M =0 DEFGH
D VE .6 + RH .0, 707.4 − RH .0, 707.8 − 120.2 + 50.2 − 80.2 − 80.6 = 0
∑F =0 x H A − RH .0, 707 + 50 − 80 = 0
∑F =0 y VA + RH .0, 707 + VE − 100 − 10 − 40 − 80 − 40 − 120 − 80 = 0
∑M = 0 ABC
C M A + H A .8 − VA .8 + 100.5 + 60 + 10.1,33 + 40.1 = 0
cuja solução é
VE=163,32kN; RH=70,69kN; HA=79,98kN; VA=256,7; MA=800,43 kNm
EXEMPLO 2
Calcular as reações da estrutura abaixo.
4m 4m 4m 4m 4m 4m
10 kN 10 kN 50 kN
H1 1 2 3 4 5
4m
6
9
7 8
3m
10
20 kN V9
40 kN 11
3m
30 kN
12 13
4m
14 H14
V14
Metodologia de análise
Barras retas ligadas entre si por rótulas formando um triângulo constituem um
módulo estável que não permite deslocamentos de corpo rígido que alterem o
ângulo formado pelas barras em cada nó. Estruturas formadas pela justaposição
desses triângulos formam igualmente corpos estáveis, comportando-se de maneira
equivalente a um corpo monolítico.
Por outro lado, barras retas ligadas entre si por rótulas formando quadriláteros,
pentágonos ou outras figuras geométricas comportam-se como mecanismos,
permitindo movimentos de corpo rígido que alteram a configuração da estrutura.
Assim, a estrutura acima 10 kN 10 kN 50 kN
H1
pode ser analisada de forma
equivalente a dois corpos
monolíticos conectados entre
si por uma rótula interna no A
nó 6. 6
∑M A
6 = 0 V9 .12 − H1.4 − 10.4 − 10.8 − 50.16 = 0
∑M AeB
14 = 0 V9 .16 − H1.14 − 10.8 − 10.12 − 50.20 − 20.7 − 30.4 + 40.4 = 0
5m z
4m
3m y x
4m
2m
20kN/m
3m
A 40 kN.m 30 kN/m
10kN/m F
B
E
15 kN
H C D
G
3m
4m
50 kN.m
Metodologia de análise
Inicialmente é feito o diagrama de corpo livre da estrutura, em que os vínculos
são substituídos pelas respectivas reações vinculares. Como a vinculação existente
é exclusivamente de apoios simples, que impedem somente os deslocamentos na
direção perpendicular à base do respectivo vínculo, as reações vinculares serão
compostas por 6 forças aplicadas nos pontos A, D, E e F. Além disso, na
representação do diagrama de corpo livre, as cargas distribuídas podem ser
substituídas por suas respectivas resultantes.
5m
z
4m
3m
y x
4m
2m
Ax 30.8=240 kN
A 3m
20.6=120 kN
1m 4m Fy
Az
F
10.3=30 kN 40 kN.m Fz
Ex
B 20.5/2=50 kN
E
C 15 kN
H D
G Dz 4m
2m G
50 kN.m
2,67m
1,5m
Para aplicação das equações de equilíbrio, é importante considerar que força,
braço de alavanca e momento correspondente são mutuamente ortogonais. Assim,
momentos na direção do eixo z podem ser gerados por forças na direção do eixo x
com braços de alavanca na direção do eixo y. O sentido do momento é dado pela
regra da mão direita, em que o polegar representa a direção e sentido do momento,
os dedos a direção e sentido da força e o dorso da mão o braço de alavanca. As 4
configurações possíveis para forças em x com braços de alavanca em y gerando
momento em z estão mostrados na figura abaixo.
z
Mz Mz
y x Fx
P P Fx
P
Fx
P
Fx dy
dy Mz Mz
dy
dy
Das configurações acima, pode-se perceber que forças numa dada direção
não podem gerar momentos na mesma direção, uma vez que a força, o braço de
alavanca e o momento devem ser mutuamente ortogonais.
Forças oblíquas em relação aos eixos coordenados ortogonais xyz podem ser
decompostas em componentes nas direções desses eixos, de modo que os
momentos resultantes podem ser obtidos utilizando uma das configurações acima.
Momentos em relação a eixos oblíquos podem ser obtidos em um dado ponto por
componentes na direção dos eixos coordenados, projetadas na direção do eixo
desejado.
Considerando que a estrutura em estudo está em equilíbrio estático, a soma de
forças em qualquer direção e de momentos em relação a qualquer eixo, passando
por qualquer ponto e em qualquer direção, devem ser nulas. As convenções de
sinais utilizadas nas equações de equilíbrio são arbitrárias. Serão consideradas
positivas forças atuando no sentido positivo dos eixos coordenados ortogonais xyz,
e momentos cujos vetores estejam igualmente no sentido positivo dos eixos
coordenados.
Considerando que a soma de momentos em relação a um eixo paralelo ao eixo
z que passa pelo ponto G (não pertencente à estrutura, na intersecção das retas
ABC e DEF) deva ser nula, concluí-se que a reação Ex é nula. Esse resultado é
obtido percebendo-se que todas as forças na direção ao eixo z não geram momento
em z, que não há nenhuma carga momento com componente na direção z e que as
reações Ax e Fy têm suas retas suportes concorrendo ao ponto G, de modo que os
braços de alavanca dessas reações são nulos. Assim, se a reação Ex for diferente
de zero, não há nenhuma outra força ou momento presentes que possam equilibrar
o momento gerado por ela na direção z em G. A única força atuante na estrutura na
direção y é a reação Fy, de modo que a mesma é
nula. Há somente duas únicas forças atuantes na
direção x, as reações Ax e Ex. Como Ex é nula, Ax ∑ M zG = 0 − Ex .3 = 0 Ex = 0
deve ser igualmente nula para preservar o
equilíbrio. Matematicamente, tais conclusões estão ∑ Fy = 0 Fy = 0
representadas nas equações de equilíbrio ao lado. ∑ Fx = 0 Ax + Ex = 0 Ax = 0
Todas as forças ativas e reativas não nulas aplicadas na estrutura estão na
direção do eixo z. Assim, essas forças geram somente momentos na direção x (com
braços de alavanca em y) e momentos na direção x (com braços de alavanca em y).
Considerando que, se a reta suporte de uma força concorre a um dado eixo, o
momento gerado por essa força em torno desse eixo é nulo (pois o braço de
alavanca é nulo), uma equação de equilíbrio interessante é considerar a soma de
momentos em torno de um eixo em que duas das três incógnitas (reações) restantes
concorram, preferencialmente um eixo paralelo a um dos eixos coordenados.
A resultante de
z 30.8=240 kN
120 kN na direção do
20.6=120 kN
eixo z gera um
momento positivo y x
reações Dz e Fz
geram momentos My=120.6
nulos, pois concorrem ao A
eixo. Todas as demais z
Az
forças verticais de
mesmo sentido e no y x
mesmo lado do eixo DEF B
geram momentos My F
9m E
C
positivos. D
∑M DEF
y = 0 − Az .9 + 120.6 + 30.5 − 40 + 50.2 − 15.4 = 0 D
15 kN
Az = 96, 67 kN 4m
G
12m P1 z
y x
10,67m
Ax
A P2
Az
F
10.3=30 kN
Mx =+50.10,67
B 20.5/2=50 kN
E
C
D
∑M F
x = 0 − Az .12 + 120.12 + 30.13,5 + 50.10, 67 − Dz .8 + 15.5 + 50 + 240.4 = 0
Dz = 281, 69kN
A última reação pode ser obtida considerando o equilíbrio de forças na direção
vertical.