Ano Letivo 20-21 Poesia Trovadoresca 10º Ano

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Notas de aula – alunos em isolamento profilático

A POESIA TROVADORESCA
VIDEO:
Poesia trovadoresca – introdução à poesia trovadoresca ( tomar notas)

Ideias- base deste video:

. trovadoresca - trovador; 1 milhão e pessoas; classes sociais ; baixo nível cultural da população: só
eram alfabetizados o clero, a nobreza e a alta burguesia; forte influência da religião – explicação da
realidade por forças ocultas, consequência da ignorância científica; a língua falada era o galaico-
português ( o português arcaico), falado na Idade Média entre os séculos XII eXV.

Géneros das cantigas: amigo, amor , escárnio e maldizer.

Cantigas de amor: conceito de amor cortês – sentimento convencional e platónico que consiste
fundamentalmente no culto da mulher; o trovador coloca acima de tudo a dignidade da sua “senhor”.

SÍNTESES do MANUAL

Síntese dos textos das páginas 62-63 ”Cantigas trovadorescas galego-portuguesas”:


Ideias principais:
- contextualização temporal e espacial das cantigas galego-portuguesas
-distinção entre as cantigas galego-portuguesas e as cantigas de matriz provençal
-os três géneros das cantigas e sua compilação
-referência às cantigas de natureza religiosa
+ esquema Manual

Com origem na arte dos trovadores provençais, nascidas no início do século XII, no sul de França,
as cantigas galego-portuguesas situam-se entre finais do século XII e meados do século XIV.
Contemporâneas da fundação das nacionalidades e da reconquista cristã, estas composições
constituem um dos patrimónios mais ricos da Idade Média peninsular, nomeadamente nos reinos de
Portugal, Galiza, Leão e Castela. Porém, a nossa poesia trovadoresca, da autoria de trovadores e
jograis, distingue-se da matriz provençal, com a criação de um género autóctone, a cantiga de amigo.
Reunidas em três cancioneiros – da Ajuda, da Biblioteca Nacional e da Biblioteca da Vaticana, dividem-
se em cantigas de amigo, de amor e de escárnio e maldizer. Da mesma época são as Cantigas de Santa
Maria, de Afonso X, de carácter religioso. 127p

Síntese do texto da página 64 ”Os autores”:


Ideias principais:
- O apoio das cortes régias à poesia trovadoresca
- Os reis trovadores
- Distinção entre trovadores e jograis.
Segundo Graça Videira Lopes, os autores das cantigas galego-portuguesas encontravam, nas
cortes régias do noroeste peninsular, o apoio favorável à sua arte. Além de mecenas, os grandes
senhores medievais, entre os quais se contavam D. Dinis e Afonso X de Castela, produziram alguns dos
mais belos poemas.
Ao lado / A par destes senhores, chamados trovadores, para quem a arte de trovar
representava um prazer, existiam os jograis, de origem popular, que encontravam nesta atividade um
modo de subsistência. 75p.

Síntese do texto das páginas 64 e 65 ”A música”:


Feita para ser cantada, a cantiga trovadoresca dependia inteiramente da memória e do ouvido
dos trovadores e dos jograis. Mais tarde, procedeu-se à escrita da música, para mais facilmente ser
visualizada e reproduzida. Por isso, restam-nos, enquanto fontes medievais, as cantigas de Martim
Codax no Pergaminho Vindel e as de D. Dinis, recuperadas, no Pergaminho Sharrer. O Cancioneiro da
Ajuda, embora incompleto, também apresenta pautas.

Síntese do texto da página 66 ” Universo das antigas de amigo”:


Enquanto género autóctone, a cantiga de amigo segue a tradição da canção em voz feminina,
remetendo para o universo do corpo erotizado da mulher. Enamorada, de corpo bem feito, canta, num
espaço natural,os seus sentimentos amorosos de alegria, de tristeza, de saudade, de raiva para com o
seu amado.
Produzidas por homens, as cantigas trovadorescas colocam em cena um universo feminino do qual
fazem parte as confidentes: a mãe, a irmã, as amigas, a natureza.

Síntese do texto da página 66 ” Paralelismo e refrão”


A cantiga de amigo apresenta uma estrutura estrófica e rítmica que a aproxima da música. Utilizando a
técnica do leixa-pren, a cantiga paralelística apresenta uma estrutura baseada na repetição de versos, que
obedece a um jogo de simetria. Cantada por dois coros, a cantiga paralelística pura compreende três pares de
estrofes, cuja rima alterna em i e a. O refrão acentua a musicalidade do poema e define o estado de alma da
moça ou o tema da cantiga.
…………………………………………..

Texto informativo:

UM PUNHADO DE TROVADORES
Ser trovador, lá pelo século XIII, era levar boa vida. Eu não sei se realizamos bem o que seria o
século XIII, (…) sem rádio, sem a vitamina B... O serviço militar, nem voluntário nem obrigatório,
confundia-se quase com a caça. Ia-se ao «fossado» e à «presúria» como quem ia ao monte. No monte
armava-se ao porco-bravo; no «fossado» caçava-se o mouro perro.
(…) Rica vidaessa, a de trovadores, segréis, jograis e «amigas» «ben talhadas»! Os trovadores
propriamente ditos, gente da boa roda, esses já tinham na sua condição social o divertimento e o vagar;
— a qualidade de trovador tornava-lhes o êxito mais fácil: não lhes mudava a pele. (…) Mas os mais
felizes de todos eram talvez os jograis, — bobos sem guizo, vagabundos autorizados, de citolão às
costas, cabacinha no bordão a caminho de Santiago ou S. Leutér, portadores do saco invisível de
cantigas que lhes rendia a mantença e as noites bem passadas. (…)
O trovador era quase sempre um homem de condição elevada, (…) O jogral era um clérigo de
costumes livres, e, em todo o caso, um indivíduo humilde que se tornava notável pela verve, por dons
de mímica e de estúrdia.(…). O trovador era, por assim dizer, o poeta sedentário, que compunha por
desenfado, e, se tinha costela de príncipe ou de grande senhor — como o rei D. Dinis, seu filho Afonso
Sanches, D. João de Aboim e D. João Soares Coelho, — distribuía temas de amor, de amigo e de
escárnio pelos poetas menores que lhe andavam à roda. (…) As duas classes poéticas e sociais, —
trovadores e jograis, — tão ligadas na vida e na arte trovadoresca, chocavam-se afinal nos costumes,
nas preferências, nos ciúmes literários e nos ciúmes de amor. ( texto adaptado).
Vitorino Nemésio, Ondas Médias / O Segredo de Ouro Preto e Outros Caminhos

………………………………………………………………

CANTIGAS DE AMIGO

P. 67 – “ Non chegou, madre, o meu amigo,”, D. Dinis

Sujeito poético – uma donzela

Interlocutora e confidente – a sua mãe.

Sentimentos dominantes: a desilusão amorosa e a ansiedade da donzela provocada pelo facto de o


namorado lhe ter mentido.

Formalmente ( estrutura externa da cantiga):

o paralelismo ( em cada para de dísticos, a estrofe par repete o conteúdo da estrofe ímpar, com ligeira
variação vocabular: amigo/ amado; saído / passado)

o leixa-pren /o refrão /a alternância de rima i /a

P. 68 – “Ai flores…”, D. Dinis

3. Esta cantiga de amigo pode ser dividida em duas partes.

3.1.Identifica-as, explicitando o assunto de cada uma delas.

R. A primeira parte é constituída pelas quatro primeiras estrofes, que correspondem à intervenção da
rapariga. Ela, ansiosa e insegura, interpela a natureza buscando notícias do seu “amigo”, já que ele
prometeu voltar e tarda em fazê-lo. A segunda parte é constituída pelas quatro últimas estrofes, que /
as quais correspondem à resposta da natureza.As flores do “verde pino”sossegam a donzela, dizendo-
lhe que o amigo está bem e regressará em breve, ainda antes do prazo combinado.

4. Foca, agora, a tua atenção nos dois interlocutores da cantiga.

4.1.Identifica-os e caracteriza-ospsicologicamente , fundamentando a tua resposta com elementos


textuais.

R. O primeiro interlocutor é a rapariga, que sente saudades do amigo que tarda. Esta demora provoca-
lhe ansiedade, insegurança, desilusão e revolta, por pensar que o “amado” lhe mentiu e lhe foi
desleal.

O segundo interlocutor é a natureza ( as “flores do verde pino”), a quem a rapariga confidencia a sua
dor. A natureza mostra-se / manifesta-se / apresenta-se tranquila, amiga e cúmplice da rapariga;
tentasossegá-la / apaziguá-la , dizendo-lhe que o amigo está bem de saúde e não lhe mentiu.

4.2.Mostra como a personificação e a apóstrofe se encontram ao serviço da caracterização do segundo


interlocutor.
A personificação está presente na humanização da natureza, contribuindo para acentuar o seu papel de
confidente.

A apóstrofe refere o destinatário interpelado pela donzela, as “flores do verde pino”, contribuindo para
a sugestão de um diálogo, sendo certo que a resposta das flores corresponde à voz interior da
donzela,àquilo que ela deseja ouvir.

5. Não obstante a resposta , a pergunta mantém-se no refrão. Explica de que forma essa permanência
é reveladora do estado emocional da rapariga.

O refrão (“ Ai Deus , e u é?”) expressa a dúvida, a insegurança e o estado de ansiedade da rapariga .


Não obstante ( apesar de) a resposta que lhe foi dada pela natureza, a inquietação da donzela
permanece.

6. Faz a análise da estrutura formal da cantiga.

Esta composição é uma cantiga paralelística perfeita:

– quatro pares de dísticos – em cada um dos pares repete-se na estrofe ímpar o conteúdo semântico
da estrofe par,com ligeira variação vocabular ( paralelismo)

- existência de um refrão;

- alternância e rima i/a;

- leixa-pren ( ainda que imperfeito)

p. 69 : Ondas do mar de Vigo – uma cantiga paralelística perfeita: Completar o esquema.

p. 65 “Ai ondas que eu vim ver” ouvir em escolavirtual ( Introdução à poesia trovadoresca)

Cantiga “Bailemos…” p. 77

A propósito :Henri Matisse , A Dança P. 77

Descrição do quadro:

- fundo azul a sugerir o céu e o ar livre.

- o verde representa e sugere a terra e sua fertilidade

- cinco figuras em tom de vermelho ( masculinas e femininas) dançam em roda sugerindo ritmo
frenético e grande vivacidade.

Interpretação

Comunhão / harmonia entre o homem e a natureza; celebração da alegria de viver

Cantiga “Bailemos…” p. 77

Aspetos simbólicos:
a. O espaço físico referido ( um espaço campestre – sob as avelaneiras em flor)enfatiza a época
primaveril, símbolo da fertilidade, propícia ao namoro. As avelaneiras simbolizam a feminilidade, a
beleza e a delicadeza.
A juventude, a fecundidade, a beleza e a jovialidade das donzelas enquadra-se na natureza
circundante cheia de beleza e pujança, as aveleiras em flor.
Verifica-se , pois, uma relação de complementaridade, ou de semelhança, entre as raparigas e a
natureza.

b.O baile , em termos gerais, pode ser entendido como a celebração da vida. O baile das
raparigas, perante os amigos, permite o contacto verbal e físico, associando-se assim, a um ritual de
fecundidade. O espaço do baile era o local privilegiado de encontro amoroso e testemunha um aspeto
da vida coletiva na Idade Média.

c. O número três: símbolo de perfeição e harmonia.


Nascimento – crescimento – morte
………………………………………

Assunto da cantiga : as ideias principais do texto ou a ação ( tratando-se de um texto


narrativo): a donzela, alegre e entusiasmada, incita as amigas a dançar e, consequentemente,
outras donzelas belas e apaixonadas dançarão como elas. Só devem dançar as raparigas que
estiverem apaixonadas e tiverem namorado.

Tema: a ideia central de um texto literário.


.O tema da cantiga: o amor.

Assunto: as ideias principais que estruturam o texto.

Questionário:
1.Analisa o estado de espírito do sujeito poético:

A rapariga mostra-se alegre, pois está na disposição de dançar e ainda incita as suas amigas à
dança: “Bailemos já nós todas três , ai amigas” ( vv. 1,6 e 14). Além da alegria, evidencia-se a segurança
e confiança da donzela na sua beleza e na certeza de que irá seduzir o seu amigo ( “e quem for velida
como nós velidas”, v. 3).

2.Quais são as condições apontadas pela donzela para participarem na dança?


As raparigas deverão ser belas (“e quem for velida como nós, velidas”, vv.3, 9 e 15) e estar
apaixonadas ( “se amigo amar”, v.4)

3. Realça o valor expressivo da comparação usada ao longo do poema.


R.A comparação ( “como nós…) incita ao encontro ,à dança e à celebração do amor por todas as
donzelas enamoradas.

Pergunta 3 (p. 78)

a. O sujeito poético incita as amigas à dança.


b. O apelo é linguisticamente marcado pelas formas do presente do conjuntivo ( “Bailemos”) com
valor exortativo. ( apelativo)
Pres. Conj: Que eu baile….Que nos bailemos.
c. As amigas /irmanas desempenham um papel de cúmplices na expressão do amor eda alegria
exteriorizada no baile.
d. O sujeito poético autoelogia-se realçando a sua beleza ( “como nós velidas…”)
e. O sujeito poético apresenta como condições para poder bailar consigo e com as amigas o ser
bela e o estar apaixonada ( “se amigo amar”, vv 4, 10 e 16).
f. Entre as “avelaneiras frolidas” e as raparigas estabelece--se uma relação de semelhança,pois
ambas se caracterizam pela beleza e remetem para a alegria e o vigor juvenis / primaveris – a
alegria da natureza primaveril é associada à alegria dos jovens, expressa pela dança e pelo
amor.
g. O espaço físico representado remete para um ambiente rural e primaveril, convidativo ao amor
e à exteriorização de sentimentos.
h. Nesta cantiga, o número três tem um valor simbólico representando a harmonia e a perfeição.

i.Também o baile tem um valor simbólico representando o amor/ a sedução amorosa / um ritual de
pujança e fecundidade.

Nota: A dança é celebração. A dança é linguagem. Linguagem para aquém da palavra: as danças
nupciais das aves demonstram isto: linguagem para além da palavra, porque quando as palavras
já não são suficientes, surge a dança.
i. Nesta cantiga, o motivo do baile surge associado ao tema do amor.

GRAMÁTICA P. 78 – Funções sintáticas


Vocativo: Amigas, bailai sob a avelaneiras!
Sujeito composto: As amigas e restantes raparigas bailam sob as avelaneiras.
Sujeito nulo indeterminado: Pede-se que baileis sob as avelaneiras .
Modificador do grupo verbal: Bailai sob as avelaneiras durante todo o dia!
Modificador apositivo do nome: Bailai sob as avelaneiras, floridas e formosas!
Modificador restritivo do nome: Bailai sob as floridas e formosas avelaneiras!

Pois nossas madres vam a S. Simon p. 77

TPC

Tema: o amor( metaforizadono baile).

Assunto: O sujeito poético convida as amigas a bailarem em San Simon de Vale de Prados, enquanto as
mães acendem velas e fazem promessas.Os “amigos” também lá irão para observar as donzelas.

Espaço medieval e ambiente representado: é descrito um contexto de romaria e peregrinação a San


Simon de Vale de Prados.

Motivações( intenções) das figuras humanas: as mães vão em peregrinação por devoção; as filhas vão
para bailar diante dos namorados; os “amigos” vão apreciar a beleza e a graciosidade das meninas.

Autocaracterização: beleza física ( “fremosas”, v. 9; “de bom parecer”,v.15) ; orgulho e exibição da


beleza física ( “fremosas en cós”, v. 9).

Valor simbólico do baile:convite ao amor( exposição das formas do corpo feminino), sedução .
Estrutura estrófica: três estrofes constituídas por uma quadra e um refrão de dois versos.

Estrutura rimática: rima interpolada eemparelhada ; emparelhada no refrão (abbaCC / deedCC /fggfCC)

Cantiga “Digades, filha, mia filha velida”, p. 82 – uma cantiga dialogada. Os interlocutores são a mãe -
uma figura de autoridade, mas protetora e atenta - e a filha, que mente por amor.

3.1.a. A mãe interpela a filha, perguntando-lhe porque se demorou ela na fonte.

b.A filha justifica-se respondendo que a sua demora se deveu ao facto de os veados terem turvado a
água.

c. A mãe reage, acusando a filha de mentira e demonstrando que conhece o verdadeiro motivo da
demora – o encontro com o amigo.

4 1. Valores simbólicos da água, da “fontana” ( fonte) e do “cervo” ( veado)

A água é um símbolo feminino, representando a mulher, geradora de vida.A fonteé , nas culturas
tradicionais, o lugar do encontro amoroso: a rapariga vai à fonte e aí ela encontra o amado que
procura.

Os “cervos” ( os veados)são um símbolo masculino. Representam a energia da força viril.Na cantiga,


representam o “amigo”.

Assim, a rapariga pode ser interpretada como a própria fonte de vida onde o “amigo” vem
beber.

Descrição formal: uma cantiga paralelística :cantiga constituída por três pares de dísticos, seguidos de
refrão; alternância de rima i/a.

5.1.Justifica a presença dos parênteses ( “Os amores hei”) no refrão das cinco primeiras estrofes e a
sua ausência no refrão da última estrofe.

R.Nos cinco dísticos iniciais, os parênteses podem ser interpretados como indicando um aparte ou a voz
interior da rapariga,que confessa a si mesma a verdade que se recusa a confessar à mãe: está
apaixonada, tem umnamorado. No último dístico, a ausência de parêntesis sugere que a informação é ,
finalmente, revelada à mãe.

Curtas-metragens

- O Outro Par  https://www.youtube.com/watch?v=vEb9WpSffk0h


-  Le Ballon Rouge / The Red Ballon  https://www.dailymotion.com/video/x23dfvy
- L'Altra Par https://www.youtube.com/watch?v=RX2mCLYMsKo
- The Brigde https://www.youtube.com/watch?v=y_zhlpjgJ8Y
- Senhor Indiferente  https://www.youtube.com/watch?v=iGy-RKMKfSA

Ideias sugeridas:
O outro par
Solidariedade/ partilha / humildade / compaixão (empatia) / gratidão
A Ponte
Egoísmo, individualismo ; respeito e colaboração.
Prepotência dos mais fortes sobre os mais fracos.
Preconceito
“Os homens não se medem aos palmos”
“A união faz a força”
O Senhor Indiferente

Corrigir o quadro dos verbos( ver verbos irregulares)

As cantigas de amor

- retoma os temas cantados pelos trovadores provençais: panegírico da «senhor», modelo de beleza e
virtude, defesa do amor espiritual e expressão dos efeitos contraditórios do amor.
- outras variantes: saudosismo, desespero provocado pelo afastamento da dona, despedida da amada,
timidez amorosa, comprazimento na paixão infeliz, revolta contra o poder fatal da «coita de amor»,
queixa pela indiferença da dona e aspiração a «morrer de amor», crítica ao formalismo do amor cortês.
- a originalidade das nossas cantigas revela-se ainda nas infrações ao código da «mesura»: alusões ao
rival, esperança no amor correspondido, o eu amaldiçoa o dia em que viu a dona e se apaixonou.
O drama psicológico que leva ao desvairamento («ensandecer ou morrer com pesar») exprime-se por
meio de processos retóricos: jogos semânticos, antíteses, perífrases («aren que mais amou»),
hipérboles, metáforas, anáforas e interrogações retóricas, paradoxos.

Vocabulário
Irrevogável - que não se pode anular
indelével – que não pode ser apagado
impreterível – que não se pode adiar
inolvidável – que não se pode esquecer
inefável - que não se pode exprimir por palavras; indizível
inalienável - que não se pode alienar ou transmitir a outra pessoa
inexaurível - que não se pode esgotar; inesgotável.
Inextricável – que não se pode desenredar, desemaranhar
Incomensurável -que não pode ser medido
Inefável - que não se pode exprimir por palavras…
Impreterível – que não se pode adiar
inolvidável – que não pode ser esquecido
Irrevogável - que não se pode anular
indelével – que não se pode apagar
inalienável - que não se pode transmitir ou ser retirado …

Substitui por um adjetivo as expressões a seguir sublinhadas:


1. Gás que provoca lágrimas
2. Loção para o cabelo
3. Marca que não se pode apagar
4. Medida que desagrada ao povo
5. Nuvens cor de chumbo
6. Produto que mata fungos
7. Saber aprendido nos livros
8. Situação que provoca o riso
9. Território constituído por ilhas
10. Uma ação que deu muitos frutos
11. Veneno que provoca a morte

AS CANTIGAS DE AMOR

A cantiga de amor
- retoma os temas cantados pelos trovadores provençais: panegírico da «senhor», modelo de beleza e
virtude, defesa do amor espiritual e expressão dos efeitos contraditórios do amor.
- outras variantes: saudosismo, desespero provocado pelo afastamento da dona, despedida da amada,
timidez amorosa, comprazimento na paixão infeliz, revolta contra o poder fatal da «coita de amor»,
queixa pela indiferença da dona e aspiração a «morrer de amor», crítica ao formalismo do amor cortês.
- a originalidade das nossas cantigas revela-se ainda nas infrações ao código da «mesura»: alusões ao
rival, esperança no amor correspondido, o eu amaldiçoa o dia em que viu a dona e se apaixonou.
O drama psicológico que leva ao desvairamento («ensandecer ou morrer com pesar») exprime-se por
meio de processos retóricos: jogos semânticos, antíteses, perífrases («aren que mais amou»),
hipérboles, metáforas, anáforas e interrogações retóricas, paradoxos.

Ler os textos da p. 88:

Texto 1: uma voz masculina, que canta a beleza e as qualidades supremas de uma senhora inatingível e
imaterial; a coita de amor face à sua indiferença ou face à sua incapacidade de lhe expressar o seu
amor.

Texto 2: elogio superlativo da dama; vassalagem amorosa; queixume pela coita d amor.

”Que soidade de mha senhor ei”p. 89

Pedir síntese com referência aos recursos estilísticos usados e sua expressividade, estrofe por estofe.
Primeira estrofe
A saudade é o sentimento que serve de pretexto para o lamento do sujeito poético.
Destaque de uma qualidade da mulher amada (elogio cortês): bem-falante.
Refrão (dístico final ou finda): súplica a Deus para que o deixe ver a mulher amada.
Segunda estrofe
Coita de amor: sentimento de infelicidade face a um amor não correspondido: loucura ou até morte,
caso não veja a sua senhor.
Ata-finda: o final de um verso liga-se diretamente ao seguinte.
Terceira estrofe
Comparação: utilizada para comparar a mulher amada a outras mulheres, fazendo dela um modelo de
perfeição.
Hipérbole: utilizada para exaltar os atributos da mulher e para expressar a intensidade do sofrimento
amoroso.
Ata-finda: o final de um verso liga-se diretamente ao seguinte
Quarta estrofe
Hipérbole: utilizada para exaltar os atributos da mulher e para expressar a intensidade do sofrimento
amoroso.
Coita de amor: sentimento de infelicidade face a um amor não correspondido.

TEMAS para reflexão ( 2º teste sumativo)

Ver as curtas-metragens e ler a s duas crónicas enviadas:

1.A minha solidão, a tua solidão, a nossa solidão.

2.“Sou doido com todo o direito a sê-lo.” escreve Álvaro de Campos.

As minhas diferenças, as tuas diferenças, as nossas diferenças.

3.A minha indiferença, a tua indiferença, a indiferença generalizada.

4. A incomunicabilidade humana no mundo atual.

5. Solidariedade e sustentabilidade do planeta.

10º J

TPC envido em 13 /11

Para segunda-feira, dia 16:

Tarefa 1 – Trazer o quadro dos verbos devidamente preenchido.

Tarefa 2 – Ler os textos da pag. 88 e registar no caderno diário os tópicos principais.

Para quarta-feira, dia 18:

Escolher uma curta metragem e redigir um pequeno comentário sobre a mesma( cerca de 100
palavras). Vou recolher alguns trabalhos. Envio os links:

- O Outro Par  https://www.youtube.com/watch?v=vEb9WpSffk0h


- The Brigde https://www.youtube.com/watch?v=y_zhlpjgJ8Y
- Senhor Indiferente  https://www.youtube.com/watch?v=iGy-RKMKfSA
Para daqui a uma semana, dia 23:

Tarefa única - Ler as três crónicas que envio e registar os tópicos principais. Estes tópicos serão a base
para uma troca de ideias nas aulas subsequentes.

Os alunos que estão a faltar, estando em condições de saúde que o permitam, tentem estar presentes
na aula de apoio de terça-feira, pois será essa a oportunidade de apresentarem os trabalhos, falarmos
do teste e pormos a matéria em dia.

CANTIGA DE AMOR “Quer’euen maneira de proençal”, D. Dinis (p. 94)

.Uma cantiga de amor: o sujeito poético é uma voz masculina ( o trovador), que faz o elogio ( o
panegírico) da sua “senhor”.

1. Refere o desejo manifestado pelo sujeito poético no primeiro verso.


R.O sujeito poético exprime o desejo de fazer “um cantar de amor”, segundo o modelo poético
dos “proençais”, em que vai “loar” a sua “senhor”, isto é, elogiar-lhe os atributos físicos e
psicológicos.

2.Traça o retrato da “senhor”, a partir das características físicas, morais e comportamentais


referidas no texto.

R.A “senhor” é um modelo de beleza e virtude, superior a todas as outras mulheres ( “que mais
que todas las do mundo val” ,v.7).Ela é plena de qualidades (“prez”, “mui gram valor”,
“comprida de bem”). A “senhor “ é bela (“fremosura” e”beldade”, ), bondosa e
leal( “bondade”, “sabedor de todo o bem”“desi é leal”), perfeita no convívio social ( “mui
comunal”,”falar mui bem e riir melhor”) e sensata (“bom sém”,v. 12).
3. Indica o recurso expressivo presente no último verso de cada uma das estrofes.
O recurso expressivo é a comparação hiperbólica que sintetiza e evidencia as qualidades da
“senhor”.

4.Analisa e classifica a cantiga ao nível da estrutura formal ( estrofe, métrica, rima).

R. Trata-se de uma cantiga de mestria( sem refrão),constituída por três estrofes de sete
versos decassilábicos: esquema rimático abbacca( rima emparelhada e interpolada).

CANTIGA DE AMOR Se eu podesse desamar, p.90

2.1. Indica a causa do lamento do sujeito poético e o desejo expresso pelo mesmo.

O sujeito poético lamenta não poder deixar de amar a “senhor” que o despreza e o trata com
indiferença. Ele gostaria de “desamar”, “enganar”, “desampar” a quem o “desamou”, o “enganou” e o
“desamparou”. Enfim, ele gostaria de fazer a sua “senhor” sofrer como ele sofre ( “se eu pudesse coita
dar , / a quem me sempre coita deu”,vv. 6-7).No fundo, o sujeito poético culpa o seu coração pela
situação infeliz em que se encontra ( “meu coraçom que me enganou”, verso 9).

3.Mostra que a relação entre o sujeito poético e a “senhor” é convencional e se rege pelo código do
amor cortês.

R. Verifica-se a vassalagem amorosa que se caracteriza pelo seguinte: submissão do sujeito poético
à sua “senhor”; distância respeitosa do trovador em relação à sua “senhor”, cuja identidade não é
revelada – o trovador refere-se à “senhor” usando uma perífrase: “a quem me sempre coita deu.”.
Além destas características, verifica-se a indiferença da “senhor”, que provoca a “coita de amor” no
sujeito poético.

4.2. Comenta a expressividade do mozdobre nesta cantiga.

(Mozdobre ou mordobre: artifício poético que consiste na repetição, na palavra final de um verso,
de uma variante verbal de uma palavra do verso precedente: “desamar” (v.1) / “desamou” ( v. 2).

O mordobre confere à cantiga um tom melancólico de acordo com o tema dominante que é a
“coita de amor”, tratado de uma forma quase obsessiva.

5.Esta cantiga é construída com base na oposição entre a realidade e o desejo.

5.1. Comprova-o fundamentando a tua resposta com base na análise dos tempos e dos modos verbais.

O sofrimento do sujeito poético ( a realidade) vem expresso em tempos do modo indicativo : “não
posso” ( presente) e o pretérito perfeito acompanhado de advérbios e que remete para um passado
que prolongou no tempo: “sempre desamou” e “nunca perguntou”. Já o desejo ( de vingança em
relação à “senhor”) vem expresso em formas do imperfeito do conjuntivo ( “podesse”, “ousasse”) e do
condicional ( “vingaria”, “ dormiria”) integrados em orações condicionais ( “se eu podesse…”).

Cantiga de amor “proençaes soem mui bem trobar”p. 92


O sujeito poético critica o amor cortês cantado pelos poetas provençais - uma poesia fingida e
artificial porque submetida às convenções poéticas, como trovar “no tempo da frol” ( v. 3) .
Contrariamente a estes,o sujeito poético afirma que a sua poesia é inspirada em sentimentos
verdadeiros, numa coita “sem par” e por isso é mais autêntica .

Perífrases: “no tempo da frol”( v. 3) ;”quando a frol sazão / á” ( vv. 10/11) ; “eno tempo que tem a
color /a frol consigo” ( vv. 14-15).

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Palavras com valor simbólico nas poesia trovadoresca.

O vento – o amigo

A alvura – a pureza da rapariga

Os atos de cortar os ramos e de secar as fontes – simbolizam o fim da relação amorosa.

Os presentes ( as “dõas”) oferecidos pelo amigo à rapariga simbolizam o compromisso amoroso.

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Ler o excerto de “D.Quixote” (p. 95)

Ler texto p. 103

Ver esquema p. 104-105 sobre Poesia trovadoresca.

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