História Do Carnaval No Brasil - BARBARA MELENDEZ
História Do Carnaval No Brasil - BARBARA MELENDEZ
História Do Carnaval No Brasil - BARBARA MELENDEZ
Isso pode explicar o fato de as famílias mais abastadas não comemorarem junto aos escravos,
ficando em suas casas. Porém, nesse espaço havia brincadeiras, e as jovens moças das
famílias de reputação ficavam nas janelas jogando águas nos transeuntes.
Por volta de meados do século XIX, no Rio de Janeiro, a prática do entrudo passou a ser
criminalizada, principalmente após uma campanha contra a manifestação popular veiculada
pela imprensa. Enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes
de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da
capital imperial, onde eram tocadas principalmente as polcas.
A elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das
Sumidades Carnavalescas, que passou a desfilar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era
reprimido, a alta sociedade imperial tentava tomar as ruas.
Desenho de Angelo Agostini (1843-1910) mostrando o carnaval no Rio de Janeiro, publicado na Revista Ilustrada,
em 1884.
As marchinhas de carnaval surgiram também no século XIX, cujo nome originário mais
conhecido é o de Chiquinha Gonzaga, bem como sua música O Abre-alas. O samba somente
surgiria por volta da década de 1910, com a música Pelo Telefone, de Donga e Mauro de
Almeida, tornando-se ao longo do tempo o legítimo representante musical do carnaval.
Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram na virada do século XIX para o XX, com o objetivo de
relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o Embaixada Africana e
os Pândegos da África. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife,
e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.
Ao longo do século XX, o carnaval popularizou-se ainda mais no Brasil e conheceu uma
diversidade de formas de realização, tanto entre a classe dominante como entre as classes
populares. Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da
elite carioca desfilando pela avenida Central, atual avenida Rio Branco. Tal prática durou até
por volta da década de 1930.
Em 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmar utilizarem um antigo
caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e amplificados
por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso. Mas o nome
somente seria utilizado um ano depois, quando Temistócles Aragão foi convidado pelos dois.
Um novo veículo foi utilizado, com a inscrição “Trio Elétrico” na lateral.
O trio elétrico conheceria transformação em 1979, quando Morais Moreira adicionou o batuque
dos afoxés à composição. Novo sucesso foi dado aos trios elétricos, que passaram a ser
adotados em várias partes do Brasil.
O carnaval, além de ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do
ramo turístico e do entretenimento. Milhões de turistas dirigem-se ao país na época de
realização dessa festa, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo dessa
mercadoria cultural.
TEXTO 7
Na terra do “Se”
Se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por
revolucionar antes a si próprio.
Se aqueles que vivem intoxicando sua família e seus amigos com reclamações
fechassem um pouco a boca e abrissem suas cabeças, reconhecendo que são
responsáveis por tudo o que lhes acontece.
Se as diferenças fossem aceitas naturalmente e só nos defendêssemos contra quem nos
faz mal.
Se todas as religiões fossem fiéis a seus preceitos, enaltecendo apenas o amor e a paz,
sem se envolver com as escolhas particulares de devotos.
Se a gente percebesse que tudo o que é feito em nome do amor (e isso não inclui o ciúme
e a posse) tem 100% de chance de gerar boas reações e resultados positivos.
Se as pessoas fossem seguras o suficiente para tolerar opiniões contrárias às suas sem
precisar agredir e despejar sua raiva.
Se fôssemos mais divertidos para nos vestir e mobiliar nossa casa, e menos reféns de
convencionalismo.
Se não tivéssemos tanto medo da solidão e não fizéssemos tanta besteira para evitá-la.
Se todos lessem bons livros.
Se as pessoas soubessem que quase sempre vale mais a pena gastar dinheiro com
coisas que não vão para dentro do armários, como viagens, filmes e festas para celebrar