Apostila Completa - Processos Construtivos
Apostila Completa - Processos Construtivos
Apostila Completa - Processos Construtivos
Basicamente, tudo que está ao nosso redor faz parte de um sistema. Sistemas
podem assegurar serviços, gerar segurança e garantir estabilidade, por
exemplo, e podem ser artificiais ou naturais.
// Tecnologia
Usar tábuas junto ao barro, em algumas das primeiras construções feitas pelos
seres humanos, era usar tecnologia. Elas permitiam que o modelo construtivo
tivesse maior estabilidade e possibilitou que as paredes da construção fossem
mais altas e trincassem menos.
Quando se fala em tecnologia, deve-se pensar em investimento, seja
intelectual ou financeiro. Então, sistema construtivo é definir qual tecnologia
será adotada para a construção. Escolhida a tecnologia, escolhem-se os
elementos (materiais) que serão empregados nessa construção.
ASSISTA
CONCRETO ARMADO
As vigas recebem cargas das paredes, das lajes, somadas ao seu próprio peso,
e as descarregam sobre os pilares. Os pilares lançam todas as cargas nas
fundações, que, por sua vez, distribuem todas essas cargas recebidas para o
solo.
ALVENARIA ESTRUTURAL
PAREDE DE CONCRETO
Esse sistema construtivo vem se destacando em obras residenciais, e vem
ganhando espaço em empreendimentos de larga escala, com alta repetitividade
de projetos. O processo construtivo é executado in loco. Sobre as fundações,
constrói-se uma parede totalmente de concreto, que assume função de pilar
viga ou viga pilar. Sobre essa parede de concreto, lança-se a laje, geralmente
de concreto armado. A estrutura se repete até que chegue na altura definida
em projeto.
MADEIRA
Sua capacidade de vencer grandes vãos permite maior liberdade para projetar.
Como seu peso específico é baixo, construir com madeira gera uma carga
menor e, consequentemente, fundações mais leves.
METAL
O sistema construtivo metálico, assim como os anteriores, é formado por
fundações, pilares, vigas e lajes. É muito comum em prédios comerciais, tanto
verticais quanto horizontais. Como esse sistema é muito utilizado em fábricas e
galpões, ele não é tão apreciado para fins residenciais. Pessoas com gostos
contemporâneos apreciam mais esse modelo.
1
Primeira forma de se construir
Com o barro úmido, faz-se a primeira camada da edificação e sobre ela
colocam-se tiras de bambu. A espessura é em torno de 15 cm. Essas camadas
se repetem até a altura do telhado. Geralmente, são estruturas baixas, em torno
de 1,9 m de altura. A estabilidade é garantida por meio dos bambus na
vertical, servindo de pilar, eles são amarrados com cipó. Nos cantos, usa-se
um bambu inteiro, roliço, também na vertical.
2
Segunda forma de se construir
Figura 8. Sistema construtivo não convencional em pau a pique. Fonte: Adobe Stock. Acesso em:
1/10/2020.
Faz-se uma caixa de madeira entrelaçada, que é fixada no chão e preenchida
com barro ou utilizando chapisco. Neste caso, é necessário ter uma tela, que
servirá de forma. Utiliza-se folha de bananeira ou de palmeira para formar
essa tela.
É importante se atentar que a segurança acontece devido ao emaranhado de
madeira combinado com a textura da argila e a boa amarração. Não é qualquer
argila que tem como propriedade a adesão; essa argila, geralmente, é pegajosa,
com grãos finos.
Enquanto nas estruturas de concreto o estribo tem a finalidade de suportar o
esforço transverso da estrutura, apoiar e manter a armadura longitudinal
durante o processo de betonagem, nesse modelo construtivo, o cipó é que
assumirá essa função. Quanto mais amarras tiver a estrutura, mais estável ela
ficará.
EXPLICANDO
Estribo é a armadura longitudinal do elemento, viga ou pilar.
BAMBU
A arte de construir com bambu é milenar. Na Ásia, em especial na China,
construir com bambu é tradição. Os chineses têm diversas pontes
espetaculares construídas com bambu, e o Taj Mahal, na Índia, tem sua cúpula
construída com bambu.
Figura 9. Sistema construtivo não convencional em bambu. Fonte: Adobe Stock. Acesso
em: 1/10/2020.
Além de ser considerado totalmente ecológico, a velocidade de reprodução do
bambu é alta e o aproveitamento é total. É um material de valor econômico
baixo, por isso é muito utilizado no continente africano, onde há muitas
regiões de condições economicamente desfavorecidos.
No mundo, são encontradas cerca de 1300 espécies de bambu, com cores
variadas e alturas que podem chegar a 40 metros. O bambu apresenta alta
resistência mecânica, o que lhe confere propriedade estrutural. Não há
concorrente no meio vegetal com características tão interessantes quanto o
bambu.
O sistema construtivo utilizando bambu segue como os demais; os pilares e
vigas são feitos com peças de diâmetro maior ou um feixe de bambus com
diâmetros menores. O piso pode ser esteira ou de bambu roliço, e toda
estrutura pode ser amarrada com cipó ou cordas, aparafusada ou com encaixe.
Antes de escolher esse sistema, é importante contratar um projetista
especialista no material e mão de obra qualificada para a execução. É
imprescindível saber onde há fornecedor. As vantagens desse sistema são a
sua sustentabilidade, a integração com o meio ambiente e o desempenho
termoacústico.
As desvantagens são a ausência de mão de obra especializada e a falta de
oferta do produto, dependendo da região onde será erguida a construção.
Apesar de ser bem resistente à umidade, o bambu requer manutenção e
conservação, além de tratamento prévio.
CONTAINER
O container utilizado para transportar mercadorias se transformou em
tendência inovadora de moradia. Muito utilizado como escritório em canteiro
de obras, é considerado uma excelente alternativa construtiva, pois permite
montagem e desmontagem rápida, permitindo reutilização.
O container é uma caixa de metal, desmontável e que vem sendo adaptado
para gostos mais modernos e práticos. Apesar da ideia ter ganhado
visibilidade nos anos 1990, na Inglaterra, o container já aparecia em
ambientes como restaurantes, desde 1850, quando algumas pessoas
construíam em vagões de trem, que têm a mesma estrutura. Os arquitetos, ao
verem os containers abandonados, tiveram a ideia de utilizá-los de forma mais
estilizada.
As vantagens em usar esse tipo de construção são: obra limpa e sustentável,
execução rápida, terraplanagem e fundação econômica, baixo custo e
durabilidade. As desvantagens em escolher essa construção são: transporte,
carregamento e descarregamento, falta de mão de obra especializada,
necessidade de tratamento térmico e acústico e dificuldade para conseguir
financiamento.
PRÉ-MOLDADOS DE CONCRETO
// Produtos estruturais
CONCRETO PROTENDIDO
Figura 14. Ponte estaiada com concreto protendido. Fonte: Adobe Stock. Acesso em:
1/10/2020.
PRÉ-MOLDADOS E PRÉ-FABRICADOS DE
MADEIRA
PRÉ-FABRICADOS DE METAL
O metal, assim como a madeira, é bem limitado quando o assunto é seu uso
como pré-fabricado. O produto tem preço atrativo quando é ofertado por
catálogo. A indústria define o padrão e o projetista apresenta um produto
praticamente pronto para o cliente, sem identidade. Para fechamentos,
revestimentos e acabamentos, sua utilidade é fantástica.
O prazo de entrega, canteiro de obra limpo e desperdício quase zero tornam
esse produto bastante interessante. Nos grandes centros, sua utilização está
bastante difundida, mas há muito o que evoluir.
A Figura 15 mostra a estrutura de casa pré-fabricada em metal. Os vãos de
portas e janelas são definidos pelo fabricante e não pelo projetista, que tem a
liberdade de definir, apenas, quantas aberturas quer no vão.
UNIDADE -2
Industrialização da construção civil
CURIOSIDADE
PRODUTOS PRÉ-FABRICADOS
// Pré-fabricados de concreto
Quando as vigas são de seção transversal I, podem vencer vãos que vão de 10
a 40 m. Quando são de seção transversal retangular, podem vencer vãos de até
15 m (ABDI, 2015; EL DEBS, 2017).
Figura 2. Tipos de vigas pré-fabricadas. Fonte: Allen; Iano, 2013, p. 615.
CONTEXTUALIZANDO
// Pré-fabricados de aço
Chapas finas: são chapas de aço com espessura entre 0,3 e 6,0
mm, largura-padrão entre 1,00 m e 1,50 m e comprimento variando
entre 2,0 e 6,0 m, para chapas laminadas a quente; e 2,0 e 3,0 m,
para chapas laminadas a frio. São divididas de acordo com o
processo de fabricação (ABDI, 2015; AMBROZEWICZ, 2012):
1. Chapa fina laminada a quente: obtidas pelo processo
de laminação a quente, têm espessura entre 1,2 e 6,0
mm e são utilizadas em perfis soldados e perfis
formados a frio;
2. Chapa fina laminada a frio: obtidas pelo processo de
laminação a frio, têm espessura entre 0,3 e 3,0 mm e
são utilizadas em perfis e esquadrias;
Chapas grossas: são produzidas pelo processo de laminação a
quente e têm espessura superior a 6,0 mm; largura-padrão entre 1,0
e 3,80 m; e comprimento variando entre 6,0 e 12,00 m. As
dimensões preferencias são 2,44 de largura e 12 m de
comprimento. São utilizadas em elementos estruturais, como
pilares e vigas, para pontes, edifícios etc.;
Perfis: têm seção transformação em formato de letras, como I, H,
U e Z. Podem ter a seguinte classificação:
1. Perfis soldados: obtidos pela soldagem de chapas
umas com as outras. Isso permite a esses perfis
grande versatilidade, pois as combinações de chapas
permitem formar diversas espessuras, larguras,
alturas e formas que levam à redução do seu peso
próprio, sendo este um dos fatores positivos para sua
larga utilização. Têm custo maior de fabricação em
relação aos perfis laminados disponíveis no mercado
brasileiro;
2. Perfis laminados: obtidos pelo processo de
laminação a quente em usinas siderúrgicas. Não é
necessário realizar soldas ou emendas. Os perfis
laminados disponíveis no mercado brasileiro têm
dimensões pequenas e apresentam características
geométricas que tornam sua utilização mais restrita na
construção, pois podem ter abas inclinadas, o que
dificulta a execução de ligações;
3. Perfis formados a frio: obtidos pela conformação de
chapas em temperatura ambiente, por meio de prensa
dobradeira ou perfiladeira;
Telhas: são utilizadas principalmente em coberturas e fechamentos
para obras industriais, comerciais, residenciais, aeroportos e
galpões. Têm desempenho e durabilidade maior que as telhas
comuns, além de serem mais leves;
// Pré-fabricados de madeira
• Resistência a choques;
• Material renovável.
São encontrados no mercado nas dimensões mais comuns de: 183 cm x 220
cm; 183 cm x 275 cm; e 183 cm x 440 cm, com espessuras entre 8 mm e 30
mm;
PRODUTOS PRÉ-INDUSTRIALIZADOS
A cada ano que passa, torna-se cada vez mais necessária a adoção de sistemas
construtivos industrializados, uma vez que se exige mais produtividade em
menor tempo na construção civil. A primeira grande mudança provocada
nessa realidade está atrelada às funcionalidades dos canteiros de obras, que
passaram a ter o caráter de grandes espaços de montagem dos produtos
industrializados.
CONTEXTUALIZANDO
// Drywall
CURIOSIDADE
Por fim, o sistema construtivo de ciclo fechado tem como base o toyotismo,
que permite variações no sistema de acordo com o desejo de seus
consumidores, assim como a produção de determinado produto apenas quando
houver demanda, sem a necessidade de utilização de estoques de produtos.
O Brasil foi um País na contramão dos países europeus, pois o contexto pós-
guerra nestes não ocorreu da mesma forma no País. Não havia, por exemplo, a
mesma necessidade de construções em larga escala. A construção do
Hipódromo da Gávea, em 1926, é considerada o grande marco da pré-
fabricação do País, pois, em seu andamento, a construção utilizou diversos
elementos pré-fabricados.
Sistemas tecnológicos
SISTEMA CAMUS
SISTEMA BOSSERT
De acordo com Vieira (2008), o sistema Bossert tem origem alemã e pode ser
considerado um sistema de pré-fabricação parcial ou misto.
UNIDADE -3
Gerenciamento e planejamento das
construções
Ainda hoje a indústria da construção civil é reconhecida por
empregar processos produtivos considerados artesanais,
principalmente quando comparada a outras indústrias. Isso ocorre
por ela ser influenciada pelas características das edificações que,
diferente das indústrias, têm o produto final considerado único,
posto que uma edificação dificilmente será igual a outra.
EXPLICANDO
Agilidade de decisões
–
Permite que se tenha uma visão geral da obra, fazendo com que
decisões gerenciais possam ser tomadas mais rapidamente, seja por
meio da mobilização e desmobilização de equipamentos, da
aceleração de serviços, do aumento de turnos, da alteração dos
métodos e dos processos construtivos, entre outros;
Padronização
–
Documentação e rastreabilidade
–
Gera um histórico da obra, que poderá ser utilizado na resolução de
problemas, de forma mais ágil;
Profissionalismo
–
Temporário - Uma construção tem duração finita com início e fim definidos; e
Produto único - Cada construção possui caráter único, por mais padronizados
que sejam os empreendimentos, não se trata de uma linha de montagem ou
fabricação em série.
possível, pois o que não for identificado não será incluso no cronograma
Quadro 1.pdf
62 KB
Além disso, uma forma menos usual pode ser os mapas mentais (Diagrama
2), que representam uma forma mais didática e atraente, sendo recomendados
principalmente para trabalhos em equipe e desenvolvimento inicial de ideias.
Mattos (2010, p.70) lista como benefícios da utilização da EAP aspectos
como:
CONTEXTUALIZANDO
Por sua vez, o Método do Caminho Crítico (CPM) foi desenvolvido pela
empresa norte-americana Dupont, que possuía o computador mais potente da
época e, por meio deste, matemáticos estudaram as correlações entre o tempo
e o custo de projetos de engenharia desenvolvidos na empresa. A partir disso,
foi definido que certas atividades poderiam ser aceleradas ou ocasionar
aumento de custos, essa cadeia principal de atividades é denominada de
caminho crítico (MATTOS, 2010). Assim, em um diagrama PERT/CPM são
utilizados os conceitos de (PINHEIRO, CRIVELARO, 2014):
Evento
–
Atividade
–
Atividade fantasma
–
Folga
–
Representa o caminho das atividades que vão do início ao fim da obra, que
apresentam folgas nulas. Isso significa que, nessas atividades, qualquer atraso
poderá causar problemas na obra.
// Planejar
A curva ABC pode atuar como uma ferramenta importante e eficiente para a
gestão dos insumos, atuando para identificar os insumos disponíveis e aqueles
que estão em falta, bem como norteando sua aquisição, para que não seja
desnecessária. Assim, além de evitar as perdas, esta ação pode acarretar na
redução do custo de obra, podendo evitar também um dos erros de
planejamento mais comuns na construção civil, que está relacionado com a
paralisação da obra por falta de materiais.
Retrabalho
Que prejudica a qualidade dos serviços executados, sendo necessária a
realização das atividades diversas vezes, podendo acarretar em atraso da obra
e a utilização de materiais além do previsto;
Matéria-prima
Pois a falta de padronização das matérias-primas utilizadas pode ocasionar a
perda de controle do estoque, além de resultar em desperdícios. Outro fator a
ser considerado está relacionado à aquisição de materiais, pois são necessários
mais fornecedores e o tempo de espera entre um material e outro pode ser
distinto;
Layout do canteiro de obras
Que deve facilitar a circulação dos materiais e trabalhadores, sem afetar a
produtividade das operações. Um canteiro de obras mal planejado tem a
tendência de aumentar as distâncias e tempos utilizados na realização das
atividades;
Segurança do trabalho
Pois a falta de aplicação das normas regulamentadoras de segurança no
trabalho pode resultar em acidentes com os profissionais envolvidos na obra.
Estes acidentes geralmente vêm acompanhados de afastamentos, sendo
necessário a contratação de outros trabalhadores, que necessitarão de
integração para conhecimento dos processos construtivos adotados.
Ainda segundo o SEBRAE (2015), uma das medidas para melhorar a
produtividade na construção civil é a utilização de tecnologias que podem
trazer vantagens, tais como: o aumento da agilidade nas construções, a
redução do tempo de construção, a padronização das atividades, a redução de
desperdícios de materiais e a redução de retrabalhos. No Quadro 4, podemos
ver as principais tecnologias que podem ser adotadas para melhorar a
produtividade na construção civil e o impacto destas nos principais fatores que
a influenciam.
INDICADORES DE PRODUTIVIDADE
Onde:
Hh = Homens-hora;
Qs = Quantidade de serviço realizado.
Quanto maior é o valor do RUP calculado, menor é a produtividade da equipe.
Como podemos ver na relação, o índice de homem-hora é diretamente
proporcional ao RUP. Desta forma, quanto maior este indicador, mais mão de
obra será necessária para a realização de determinado serviço. Desse modo, o
RUP pode ser apresentado como (SOUZA, 2017):
Onde:
Qmat= Quantidade de material;
Qserviço= Quantidade de serviço.
Além disso, pode ser também estabelecida uma função de consumo unitário
teórico () e do percentual de perdas de materiais (CUMteórico), de acordo com
a equação:
IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO
E X E C U T I V O - Elaborado
com base em todos os projetos
disponíveis, memoriais descritivos e acabamentos, possuindo 5%
de margem de erro.
EXPLICANDO
O CUB foi criado em 1964, pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), para sanar a necessidade de uma metodologia de
cálculos de custos unitários. Ele representa este valor por metro
quadrado de construção, de acordo com o tipo de obra (CARVALHO,
2019).
De acordo com Aldo D. Mattos (2006), um orçamento é determinado
somando-se os custos diretos, como a mão de obra, os materiais e os
equipamentos, aos custos indiretos, como as equipes de apoio e supervisão e
as despesas gerais de canteiro de obras, e adicionando, por fim, os impostos e
lucros. Se o orçamento for elaborado de forma paralela às fases do projeto, ele
pode transformar-se em uma ferramenta para a tomada de decisões quanto aos
projetos, podendo ser revistas as especificações de materiais.
Segundo Carvalho (2019), na área de gerenciamento de custos, são
apresentados processos para etapas de planejamento, monitoramento e
controle dos custos. Na etapa de planejamento de custos, é realizado
primeiro a estimativa de custos e, posteriormente, a orçamentação. Isso
significa dizer que, para projetos em fases iniciais e sem muito detalhamento,
é necessário que o custo seja estimado, sendo realizada a orçamentação à
medida em que o projeto evolui.
Na etapa de monitoramento e controle, ocorre o controle dos custos, sendo
necessário o monitoramento de (CARVALHO, 2009):
Temporalidade e aproximação;
Mudanças e imprevistos, que podem ocorrer nos processos construtivos; e
Orçamento como ferramenta de gerenciamento, para acompanhamento e
controle, podendo ser atualizado e revisado para a obtenção de melhores
resultados.
1
Fase 1
Análise de projetos, documentações e condições de contorno; 2
Fase 2
Identificação e listagem de todos os serviços;
Fase 3
Cálculo dos quantitativos em função das unidades de medição; 4
Fase 4
Cálculo dos custos unitários de cada serviço; 5
Fase 5
Cotação de preços, equipamentos e encargos sociais e complementares; e 6
Fase 6
Cálculo do BDI, preço de venda e elaboração de relatórios.
UNIDADE – 4
CITANDO
De acordo com Souza, comparando a construção civil com outras
indústrias, é possível afirmar que, ao longo de 1 ano de atividades, o
setor consome cerca de 100 a 200 mais materiais do que a indústria
automobilística. Dessa forma, qualquer ação que vise a maior
eficiência no uso de materiais de construção pode ter reflexos
relevantes quanto ao desenvolvimento sustentável.
TIPOS DE PERDAS
Uma obra, para que seja concretizada, demanda recursos físicos e financeiros
interligados, pois o uso com eficiência dos recursos físicos reduz a demanda
por recursos financeiros. Como recursos físicos, são entendidos os materiais
de construção, a mão de obra e os equipamentos utilizado e, quanto a esse
parâmetro, as perdas são classificadas de acordo com o Diagrama 1.
E N T U L H O - Gerado
na realização de diversos serviços e originado
de materiais distintos como, ao se quebrar um painel de fôrmas, as
partes inutilizáveis devem ser descartadas e novos materiais,
adquiridos;
I N C O R P O R A D A - Representam
as perdas menos perceptíveis a
olho nu, todavia, são frequentes nas edificações e incidem na
utilização de quantidades superiores de materiais do que o
recomendado, como ao concretar uma laje mais espessa que o
indicado no projeto estrutural ou executar revestimentos de
parede com espessura excessiva;
F U R T O S O U R O U B O S - Com
a falta de segurança patrimonial em
canteiros, podem haver roubos ou furtos de materiais por
terceiros, o que demanda a compra de material adicional.
Perdas segundo a sua origem
Num projeto, é importante entender as razões que representam a origem das
perdas, como ao quebrar um bloco para a confecção de uma alvenaria, em que
o profissional perde parte dele. Portanto, a perda não tem origem no referido
ato, mas na fase de projeto, na qual foram especificados componentes
incompatíveis com as dimensões da parede gerando a necessidade de cortes,
conforme Souza. Dessa forma, são consideradas algumas origens para as
perdas que podem ocorrer em diversas fases do projeto.
Em que:
Em que:
De maneira análoga ao IPM Glob (%), este indicador de perdas financeiras diz
respeito ao processo de produção como um todo, com medidas em unidades
monetárias relacionadas com a perdas físicas, pois são compostas pelas perdas
estritamente financeiras e as decorrentes de perdas físicas. O cálculo deste
indicador é possível por meio da fórmula:
Em que:
Além disso, o indicador de perdas de materiais global (IPM Glob) pode ser
divido em parcelas menores ao longo das etapas do processo de produção com
o intuito de aprimorar a identificação destas perdas ao utilizar partes menores.
Os indicadores parciais são úteis para localizar as fases da produção mais
propensas às ocorrências de perdas e, assim, propor soluções para resolvê-las,
apesar de, na teoria, ser mais indicado, a depender do tipo de produto
produzido, diversas fases e serviços, o que torna inviável a utilização de
muitos indicadores. Por isso, Souza recomenda que seja utilizado o indicador
global com o auxílio de indicadores parciais específicos.
Fatores quantitativos
Mensuram as características do produto relacionadas com as perdas
identificadas, apontam as formas de manifestação e indicam o seu valor
aproximado na obtenção da espessura de revestimentos de alvenaria, em que
as espessuras além do usual podem ser as causadoras das perdas de
argamassa;
CONTEXTUALIZANDO
Redução da variabilidade
–
A simplificação tem como intuito eliminar atividades que não agregam valor,
podendo ser alcançada com a redução de componentes e processos. Quanto
maior o número de atividades envolvidas, maior a necessidade de operações
de movimentação, inspeção e espera que, conforme visto, consomem os
recursos de forma desnecessária e em excesso;
Aumento na transparência
–
É importante que o projeto seja visto como um todo e não apenas de forma
segmentada, posto que o processo construtivo dividido em partes facilita a
ocorrência de perdas. Controlar todo o processo possibilita a identificação e
correção de possíveis desvios que podem resultar em atraso na entrega da
obra, assim, os diversos níveis de planejamentos devem ser integrados;
A redução das perdas nos processos produtivos deve ser contínua, uma vez
que o princípio da melhoria contínua também pode ser alcançado à medida
que os demais princípios citados são alcançados. A tomada de decisões frente
aos desvios detectados é um processo de melhoria contínua do processo
produtivo;
Benchmarking
–
Acompanhamento do desenvolvimento
do projeto
CURIOSIDADE
CURVA S PADRÃO
Em que:
%acum(n) = avanço acumulado até o período n, expresso em %;
n = número de ordem do período;
N = prazo;
t = mudança de concavidade da curva; representa o percentual do
prazo total no ponto máximo da curva de Gauss;
s = coeficiente de forma que depende do ritmo da obra.
Os parâmetros podem ser exemplificados no modelo de curva S padrão
presente no Diagrama 5.
CONTEXTUALIZANDO
Ainda de acordo com o autor, esses três itens podem apresentar variações em
função do custo e do prazo:
Variação de custo: representa a diferença entre o quanto o serviço
deveria ter custado e quanto realmente custou, dada pela subtração
entre o valor agregado e o custo real, de acordo com a fórmula:
// Instalações prediais
As instalações prediais são de grande importância para promover conforto e
higiene aos seus usuários, dentre as quais estão as instalações hidrossanitárias
e elétricas.
Instalações hidrossanitárias: dividem-se em instalações de água fria, água
quente, esgoto e pluviais. Os dispositivos mais comuns nestas instalações são
os registros de gaveta, torneiras, registros de pressão e válvulas de fluxo, entre
outros;
CURIOSIDADE
Segundo o livro Técnicas e práticas construtivas para edificação,
escrito por Salgado e publicado em 2018, as novas tecnologias em
tubulações têm ganhado espaço em relação ao PVC, sendo possível
citar alguns materiais:
• Polipropileno Copolímero Random – PPR: utilizado em
instalações de água fria. Por ser mais flexível, reduz o uso de
conexões;
• PVC mineralizado: são tubulações de PVC com paredes de maior
espessura em relação à tubulação de PVC comum. Tem as
propriedades de reduzir os barulhos nas instalações;
• Sistema PEX – ponto a ponto: são utilizadas espécies de
mangueiras para excluir as curvas e cotovelos, usado para água fria e
quente.
// Acabamentos
Nesta fase, são realizadas as atividades com finalidades estéticas para a obra e
também funcionais.
// Revestimento
Os revestimentos são elementos que têm a função de proteger as estruturas de
intempéries como ventos, chuvas, excesso de umidade que com o tempo
podem causar danos à obra.
P A R E D E S - Grande
parte dos revestimentos de parede são
realizados com a aplicação de argamassas, tipo mais tradicional,
sendo os mais recomendados para a proteção de paredes de
vedação de alvenaria interna ou externa. Um revestimento
argamassado é composto das camadas de chapisco, que é a
primeira camada aplicada diretamente nos blocos ou tijolos, com
espessura em torno de 5 a 7 mm e cuja principal função é
promover aderência para as demais camadas. A próxima camada é
o emboço que regulariza o revestimento, sendo mais espesso em
torno de 2 a 2,5 cm. Por sua vez, a camada reboco é a camada final,
apenas com o intuito de cuidar da estética do revestimento. Porém,
grande parte dos profissionais opta por utilizar apenas o chapisco
e emboço, tendo o reboco também a finalidade de cuidar da
estética do revestimento.
P I S O S - Nos
pisos, são mais utilizados os revestimentos cerâmicos,
em especial nas áreas molhadas como cozinhas, banheiros e áreas
de serviço. Nesta etapa, a destreza do profissional na aplicação dos
revestimentos é fundamental.
// Impermeabilização
O uso da água é fundamental na construção civil, pois ela é empregue no
preparo de concretos, argamassas, tintas e demais materiais, além de sua
utilização na limpeza dos ambientes. No entanto, ela pode se tornar um
problema, dado que muitos materiais utilizados se deterioram na presença de
umidade. Conforme Salgado, os problemas mais comuns são:
Vistoria final - É
uma atividade essencial, pois é a última checagem do
funcionamento dos componentes construtivos, além da detecção
de possíveis defeitos. Tudo o que apresentar problemas deve ser
corrigido, pois o cliente deve receber a obra em perfeitas
condições. São verificadas as cerâmicas, em especial se possuem
boa aderência com a argamassa colante e não estão ocas, se há
peças trincadas ou quebradas, dentre outros aspectos. É possível
citar também a verificação de manchas, no chão, nas paredes ou
no teto, se a cobertura está em boas condições, se portas e janelas
funcionam, além do teste de funcionamento da rede elétrica e
hidráulica. Tudo o que se possa imaginar dentro de uma obra deve
ser verificado antes, a fim de que não ocorram surpresas na hora
da entrega;
Limpeza final - A
limpeza final de uma obra não se restringe apenas à
edificação em si, mas também à área externa, envolvendo
atividades como a remoção do excesso de solo, remoção de
entulhos e regularização final do terreno;
Termo de entrega ou recebimento da obra - Após
realizar as atividades já
descritas e com o aceite do cliente, é recomendado elaborar um
termo em que o cliente confirma a obra como recebida e que pode
encerrar as obrigações contratuais entre ambas as partes, embora
não exima a construtora das responsabilidades técnicas em
relação aos serviços executados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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