Aulas de Teoria
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Nesta disciplina estuda-se a pessoa total, o todo integrado, coerente e único de cada
individuo.
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2º aula
“Contribuem para” – significa que os psicólogos procuram os fatores que são as causas
das tendências distintivas e duradouras das pessoas.
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A teoria da personalidade tem estudado:
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I. Estrutura da personalidade – unidades de analise
A. Traços de personalidade – é uma unidade de analise da personalidade –
geralmente refere-se a um estilo consistente de emoção ou comportamento que a
pessoa exibe ao longo de várias situações.
Por exemplo, alguém que consistentemente age de uma forma que chamamos
conscienciosa ou responsável, pode-se dizer que tem traço de conscienciosidade.
Os traços são dimensões continuas. As pessoas têm traços mais ou menos
acentuados. Sendo que a maioria das pessoas está algures no meio e algumas
pessoas podem estar nos extremos, mais ou menos.
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umas unidades tem níveis de importância superiores e controlam a função de
outras unidades em níveis inferiores.
Por exemplo, a teoria dos traços. Um conjunto de traços básicos organiza
tendências de personalidade de níveis inferiores.
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O contexto também pode estimular sistematicamente determinadas ações e funções
neuronais, conduzindo a que uns sistemas de funcionamento podem ser incrementados
por influência do meio, em detrimento de outros.
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Em outras partes do mundo, culturas coletivistas podem colocar uma ênfase
maior em contribuir para o grupo em vez de para si próprias (Nisbett et al., 2001).
Os valores culturais podem até influenciar a forma como as pessoas percecionam
o Self (a si próprias) na relação com os outros – mais ou menos independentes.
Assim, a cultura pode exercer uma influência que é subtil mais disseminada. A cultura em
que vivemos define as nossas necessidades e os meios de as satisfazermos.
O grupo social – seja de estatuto social alto ou baixo – determina o valor social
dos indivíduos, os papeis que desempenham, os deveres a que estão vinculados e
os privilégios de que usufruem.
Estes fatores influenciam a forma como os indivíduos se veem a si mesmos, como
veem aos indivíduos de outras classes sociais e também a forma como gastam o
seu dinheiro.
A investigação indica que o estatuto socioeconómico influencia o
desenvolvimento cognitivo e emocional das pessoas (Bradley & Corwyn, 2002).
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As práticas familiares podem tornar os membros semelhantes, mas também podem criar
diferenças entre membros na família (e.g., homens e mulheres, filho primogénito), com
mais ou menos privilégios e oportunidades.
Alguns consideram a experiência das crianças como membros do seu grupo de pares mais
importantes que as experiências familiares (Harris, 1995).
Temperamento vs personalidade
O narcisismo foi introduzido na psiquiatria no final do século XIX e foi adotado no campo
da psicanalise por Havelock Ellis (1898), para descrever uma forma de sexualidade
baseada no próprio corpo do individuo.
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Como é que se define a personalidade?
Através de características, traços que estão relacionados e são testáveis, mas difere muito
de qual teoria ou autor que consideramos.
3ºaula
Mudança da Personalidade
Para Freud, nós somos controlados por forças internas, impulsos inconscientes e emoções
que estão profundamente enraizadas nas nossas mentes.
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Para alguns teóricos, variações no comportamento são sinais de inconsistência da
personalidade.
Para outros pode ser um sinal de adaptação do comportamento às exigências das
situações sociais.
A nossa personalidade é moldada por eventos passados, presentes ou aspirações
para o futuro?
Os teóricos concordam que o comportamento apenas pode ser influenciado por
fatores que operam no presente, é um princípio básico da casualidade.
Mas as experiências do passado ou os pensamentos sobre o futuro, próximos ou
distantes, podem influenciar o presente.
As pessoas variam na medida em que se preocupam com o passado e com o
futuro.
Influencia do passado, presente, futuro
Os teóricos diferem na medida em que consideram mais os determinantes do
passado ou do futuro como influências do presente.
Os psicanalistas acreditam que as estruturas da personalidade são formadas
através de experiências na infância e que as dinâmicas estabelecidas persistem
ao longo da vida.
Os autores da teoria sociocognitiva sugerem que as pessoas têm maior
capacidade de explorar os sistemas social e psicológico, conferindo às pessoas a
capacidade de agência ao longo da vida (Bandura, 2006).
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4ºaula
Extroversão Baixa
2 Extroversão Alta Sociável
Reservado, sóbrio, não exuberante, à
activo, conversador, orientado para as
parte, orientado para as tarefas,
pessoas, optimista, gosta de se divertir.
retirado, quieto.
3 Abertura Alta
Abertura Baixa
Curioso, com interesses amplos, original,
Convencional, terra a terra, poucos
com imaginação, não tradicional.
interesses, não artístico, não analítico.
4 Amabilidade Alta
Amabilidade Baixa
Bom coração, natureza boa, confiável,
Cínico, rude, desconfiado, não
gosta de ajudar, desculpa com facilidade,
coopera, vingativo, implacável,
é facilmente enganável, franco.
irritável, manipulador.
5 Conscienciosidade Alta
Conscienciosidade Baixa
Organizado, confiável, trabalhador,
Sem objetivos, não confiável,
disciplinado, pontual, escrupuloso, limpo,
preguiçoso, descuidado, relaxado,
ambicioso, persistente.
negligente, pouco determinado,
hedonista.
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Neuroticismo - Mede o ajustamento versus o desajustamento emocional. Identifica os
indivíduos que são propensos à perturbação psicológica, ideias não realísticas, impulsos
de voracidade; e respostas de coping desadaptativas. Este traço está associado a
problemas.
Cotação NEO PI R
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Cotação NEO PI R – domínios e facetas da escala
(O) Abertura à experiência: procura ativa e valorização de experiências para seu próprio
proveito.
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AE6 Valores: disponibilidade para analisar os próprios valores e os de figuras de
autoridade
N – Neuroticíssimo
E – Extroversão
O – Abertura à experiência
A – Amabilidade
C- conscienciosidade
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Uma amabilidade extrema pode colocar a própria pessoa em segundo plano, porque esta
sempre preocupada com os outros e nem sempre as pessoas são sinceras, é uma pessoa
muito modesta, altruísta, mas perto de alguns traços pode sofrer um pouco por não se
adaptar.
5º aula
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Se dizemos que alguém é simpático, por exemplo, significa que a pessoa tende a ser
simpática ao longo do tempo e de situações. Que tende a ser pelo menos tão simpática
como a média das pessoas, se fosse menos que isso, não lhe chamaríamos simpática.
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Indivíduos com traços específicos diferem sistematicamente, em sistemas
neuronais e bioquímicos. Os teóricos dos traços diferem entre si nas explicações
dos traços, mas basearam-se muito em determinantes biológicos hereditários.
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As diferenças de personalidade dos indivíduos podem ser organizadas em cinco amplas
dimensões bipolares (McCrae & Costa, 2008).
0O modelo dos cinco fatores é uma teoria dos traços que se construiu a partir da análise
fatorial de milhares traços num número reduzido de traços, tal como a de Cattel (3
traços) e a de Eysenck (6 traços
O modelo dos 5 fatores superou as teorias anteriores em evidência empírica, com base
em 3 tipos de dados:
1. Termos de traços em linguagem natural;
2. Investigação transcultural sustentando a universalidade dos traços;
3. A relação entre os questionários de traços de personalidade e outros
questionários de variáveis psicológicas.
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A extroversão e a Amabilidade são ambas interpessoais, têm a ver com a forma como as
pessoas se relacionam umas com as outras e como agem em relação às outras.
Finalmente, a conscienciosidade é oposta à falta de direção e descreve o comportamento
relacionado com as tarefas, os objetivos e o controlo dos impulsos requerido socialmente.
Abertura à experiência descreve a amplitude, profundidade e complexidade da vida
mental e experiencial de um individuo.
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6º aula
Por outro lado, termos culturalmente específicos também deveriam existir, alguns traços
seriam importantes especificamente para certas culturas.
Os estudos indicam que os indivíduos variam em características individuais importantes
que não são expressas em termos de linguagem (como a necessidade de variedade nas
suas vidas e a tolerância à ambiguidade na tomada de decisões).
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Personalidade e o cérebro – Alguns psicólogos têm estudado e encontrado áreas do
cérebro maiores, associadas a traços de personalidade aumentados.
1. Este resultado pode significar que diferenças hereditárias no tamanho de áreas
especificas do cérebro resultam em determinadas disposições.
Ou
2. Também pode significar que disposições de personalidade podem causar o
aumento de algumas áreas do cérebro:
As pessoas que se envolvem em determinadas experiências repetidamente podem
ver as áreas do cérebro responsáveis por essas experiências aumentadas
(Draganski et al, 2004).
Será de esperar que os mesmos traços sejam encontrados em todos os países em muitas
línguas diferentes?
Algumas palavras não são traduzíveis diretamente e outras podem ter sentidos diferentes
(excited em inglês; excitado em português).
Os estudos mostram que existem semelhança nos traços entre línguas relacionadas
como o inglês, o alemão e o holandês, com exceção para o traço de abertura.
Revisões de literatura mostram que fatores semelhantes aos 5 grandes fatores podem ser
encontrados na maior parte das línguas (Benet-Martinez & Oishi, 2008; John, Naumann,
& Soto, 2008):
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Com base em resultados os autores da escala assumiram que os 5 grandes fatores
são universais.
Há exemplos, como na china, em que existem fatores que apenas fazem sentido naquela
cultura como o fator “tradição chinesa” (Cheung et al., 1996), parece referir-se aos
valores e atitudes considerados importantes na sociedade tradicional chinesa.
A importância dos traços e a forma como são expressados também pode variar de
cultura para cultura, bem como dentro da mesma cultura ao longo do tempo.
Porém, outros resultados sugerem que a cultura tem um papel importante em promover
a adaptação da personalidade a contextos específicos.
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Autorrelatos e Relatos por informantes
Outro ponte forte do NEO-PI-R é que existem versões para autorrelato e relato de
informantes:
Uma revisão de literatura mostra que relatos de informantes sobre a personalidade são
melhores preditores do desempenho do que o autorrelato (Oh, Wang & Mount, 2011).
O Neuroticismo (que envolve sentimentos de ansiedade), não são tão observáveis por
outros. São mais precisos quando medidos pelos próprios (Vazire, 2010)
Embora as pessoas desejem ver-se de uma forma positiva e o autorrelato possa ser mais
positivos do que o relato por informantes:
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7ºaula
McCrae e Costa (1999, 2008) propõem perspetiva mais ousada – os 5 GF são tidos como
estruturas psicológicas / neuronais que existem em todos os indivíduos e que podem
variar em grau.
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Assim, segundo estes autores, um traço como a amabilidade: não apenas descreve
diferenças individuais nas populações; também é a causa subjacente dos padrões
pensamentos, e sentimentos de cada pessoa.
1. Não explica como é que as estruturas de personalidade estão ligadas aos processos
psicológicos.
As setas “processos dinâmicos” não são descritas pela teoria (McCrae & Costa,
1999);
Não é explicado como poderiam atuar, mesmo em termos gerais.
Os mecanismo biológicos e psicológicos associados às estruturas de traços não
são especificados.
Os traços são considerados como tendências, mas não é explicado como estas
funcionam.
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3. A terceira questão é que todos os indivíduos possuem estruturas de
personalidade que correspondem a cada um dos 5 fatores, podendo os indivíduos
variar no nível de cada traço.
Os resultados ainda não demonstraram que todos os indivíduos possuem os 5
GF. Resultados populacionais e individuais envolvem análises diferentes, não
sendo conclusivos.
A única forma de apurar que os 5 fatores existem em cada individuo é analisar
os indivíduos separadamente – e descrever os seus processos individuais
(Borsbomm et al., 2003).
Poucos estudos reuniram dados ao nível dos processos individuais.
Apesar de ser um bom modelo descritivo, o modelo dos 5 GF falha em identificar os
processos e estruturas no funcionamento interno dos indivíduos que explicam as
suas experiências e comportamentos.
Os indivíduos extrovertidos aos 30, serão provavelmente extrovertidos aos 70, porém,
menos ativos e menos atraídos pela excitação (McCrae & Costa, 2008).
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Os adultos mais velhos pontuam significativamente menos em Neuroticismo,
extroversão e abertura e mais em amabilidade e conscienciosidade por
comparação a adolescentes (Costa & McCrae, 1994).
Os adolescentes mostram mais ansiedade e preocupação com a aceitação e
autoestima (> Neuro) gastam mais tempo ao telefone e em atividade sociais com
os seus amigos (<extro), são mais abertos a todo o tipo de experiências (< Abert),
mas também mais críticos e exigentes com os outros (< Amab) e menos
conscienciosos e responsáveis (<Consc).
Algumas diferenças entre idades podem refletir não apenas diferenças devido à idade,
mas devido a viver diferentes períodos históricos (e.g períodos de guerra ou crises
económicas).
Por exemplo, é possível que os adolescentes nos EUA hoje sejam menos
conscienciosos do que a geração dos seus pais.
8º aula
Os autores da teoria dos traços argumentam que as diferenças nos traços encontradas
ao longo da idade se devem a fatores maturacionais intrínsecos, tal como outros
sistemas biológicos (e.g., McCrae, 2002).
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Estudo com uma amostra de mulheres, que passaram pelas mudanças sociais ao
longo dos anos 60 a 90.
Estas mulheres mostraram pontuações mais elevadas em variáveis relacionadas
com a conscienciosidade e a amabilidade. Variáveis relacionadas com a
extroversão diminuíram.
Observou-se ainda um aumento do empowerment, assertividade, aceitação de si e
domínio sobre o meio, ao longo das décadas.
Alterações sociais como os novos papeis sociais femininos, movimentos em 60s e 70s,
podem estar na origem destas mudanças.
Embora os traços sejam bastante estáveis ao longo do tempo, podem mudar de uma
forma sistemática e significativa (Cramer, 2003).
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Características de temperamento precoce, como sociabilidade, nível de atividade e de
emocionalidade (Buss & Plomin, 1984), desenvolvem-se e amadurecem com a idade
em dimensões como a extroversão e o Neuroticismo.
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Embora a estrutura geral dos 5 traços permaneça bastante estável, existem evidencias
de mudanças ao nível dos sub-traços.
Estudos mostram que as práticas parentais, por exemplo, têm um impacto sobre o
desenvolvimento da personalidade na infância, tal como, as experiências de trabalho
na idade jovem adulta.
Neste momento, com os dados existentes podemos com alguma segurança dizer o
seguinte:
(3)
(5) Algumas das razoes para a estabilidade são genéticas e outras podem ser
contextuais, na medida em que alguns contextos podem ser estáveis e reforçar traços
específicos.
Por outro lado, algumas razoes para a mudança são alterações nas circunstâncias da
vida ou esforços ativos em direção à mudança como na psicoterapia.
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Embora a associação entre estes construtos tenda a ser estável e preditiva ao
longo do tempo, o BES das pessoas pode mudar, em virtude de mudanças nas
circunstâncias de vida e de mudanças na personalidade.
Os teóricos do modelo dos 5 grandes fatores acreditam que o seu modelo pode dar
informações sobre diagnostico clínico e tratamento.
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Por outro lado, conhecer os traços big five dos indivíduos pode ser útil para antecipar
o urso e planear os tratamentos psicológicos. Bem como escolher o melhor tipo de
terapia.
É uma teoria mais limitada para fornecer explicações sobre as dinâmicas causais da
psicopatologia. Descreve melhor do que explica.
Não apresenta métodos terapêuticos específicos para ajudar as pessoas para mudar as
suas características de personalidade desadaptativas.
A controvérsia da pessoa-contexto
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Essa inconsistência reflete a capacidade humana básica de discriminar e adaptar-
se a situações diferentes de acordo com as oportunidades, constrangimentos
regras e normas de cada situação.
A adaptação dos indivíduos pode resultar numa menor possibilidade em prever
comportamentos.
É mais difícil de medir. Tem que se ter em consideração várias situações e não se
espera que o individuo se comporte da mesma maneira em todas (e.g., é de
esperar que se observem menos evidencias de agressividade numa cerimonia
religiosa por comparação jogo de futebol).
9ºaula
A controvérsia da pessoa-contexto II
Os estudantes eram conscienciosos em alguns domínios (e.g. tirar boas notas nas
aulas) mas não em outros (e.g., quartos muito desarrumados).
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De quanto será essa variabilidade à volta da média?
Uma medida tradicional de extroversão é (e.g., “em que medida é uma pessoa
faladora?). Desta vez perguntaram: “durante a última hora, em que medida foi
“falador”?” (Fleeson, 2001).
Recolhendo esta informação durante vários dias obteve-se uma grande quantidade de
informação por pessoa, permitindo obter uma média, mas também variabilidade do
comportamento em situações diferentes.
A controvérsia da pessoa-contexto IV
Ainda, à medida que os indivíduos se adaptam aos diversos desafios do dia-a-dia, o seu
comportamento varia muito. Estas variações ainda não estão descritas nem explicadas
pelos teóricos dos traços.
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Uma vez que as pessoas tendem a ser estudadas em contextos limitados, pode parecer
que existe maior consistência do que na verdade existe.
Os métodos de analise fatorial usados para definir a taxonomia dos cinco grandes
fatores podem apresentar limitações;
Os teóricos da personalidade procuram teorias que sejam úteis para a atividade clínica
(Westen, Gabbard, & Ortigo, 2008). Ao contrário das outras teorias, a teoria dos
traços não fornece técnicas terapêuticas baseadas na sua teoria;
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Os teóricos das teorias da personalidade podem argumentar que a sua teoria apenas
tem o objetivo de identificar as diferenças individuais e a base biológica dessas
diferenças, não é uma teoria sobre a mudança da personalidade.
10ºaula
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Por exemplo, podemos ser tímidos com uns e não com outros; podemos estar
motivados em relação a algumas tarefas e não a outras.
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pensam sobre o mundo e usam linguagem (linguagem simbólica diferida);
pensam sobre as circunstâncias do presente, do passado e do futuro;
são capazes de refletir sobre si e sobre o seu pensamento – metacognição.
A TSC usa uma abordagem ideográfica e procura não apenas as semelhanças, mas o
que distingue os indivíduos.
Ainda, Bandura e Mischel procuraram aplicações práticas das suas teorias para
promover mudanças que beneficiam as pessoas.
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Características distintivas da Teoria Sociocognitiva
11ºaula
1. Competências e Habilidades
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Exemplo: alguns introvertidos podem sê-lo apenas por falta de competências de
extroversão. Outros podem ser conscienciosos porque aprenderam bem as
competências para corresponder às regras.
Saber declarativo – conhecimento sobre o qual somos capazes de falar por palavras
nossas (Cantor & Kihlstrom, 1987).
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As pessoas podem mudar e adquirir competências em áreas especificas das
suas vidas.
Estas ideias podem ser aplicadas diretamente à prática clínica.
A experiencia permite adquirir competências e a desenvolver quem somos.
2. Crenças e Expetativas II
Por causa das suas múltiplas capacidades cognitivas, os humanos fazem uma
variedade enorme de discriminações entre situações.
12ºaula
Podem agrupar situações escola versus vida social, em que numa a expetativa é
sistematicamente de descontração e na outra de ansiedade.
As pessoas criam associações e separam naturalmente as situações na sua vida de
diferentes formas.
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De acordo com a teoria sociocognitiva a essência da personalidade assenta nas
diferentes formas em que as pessoas percebem as situações, desenvolvem
expetativas acerca do futuro em cada circunstância e exibem padrões de
comportamentos distintos como o resultado das crenças e expetativas.
Perceção de autoeficácia (PAE) – refere-se à perceção das pessoas acerca das suas
próprias capacidades para a ação em situações futuras.
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(4) Organizam os seus pensamentos de uma forma mais analítica
Pelo contrário, pessoas que questionam as suas capacidades para realizar uma tarefa,
baixa a perceção de autoeficácia (PAE):
Perceção autoeficácia difere de autoestima (avaliação global que a pessoa faz do seu
valor pessoal).
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Exemplo: podemos acreditar que ter uma licenciatura em psicologia nos vai trazer
recompensas no futuro (financeiras, desenvolvimento pessoal), temos expetativas
de resultados elevadas.
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Investigadores conseguiram alterar/manipular experimentalmente a perceção de
autoeficácia, mesmo quando as competências das pessoas eram as mesmas.
Quantos exercícios é capaz de resolver num total de 10? Mais do que (7) (5) ou (3)
exercícios?
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Os grupos que tiveram perceção de autoeficácia mais elevadas persistiram mais
nas tarefas por comparação aos que tinham perceção de autoeficácia mais baixas.
Embora as diferenças de perceção de autoeficácia tenham sido influenciadas por
valores de ancoragem aleatórios.
Resultados mostram que a perceção subjetiva das pessoas acerca do seu desempenho
numa tarefa tem uma influência causal no seu comportamento e na persistência
13º Aula
O funcionamento humano geral é facilitado por uma perceção pessoal de controlo, tal
como a perceção de autoeficácia (Schwarzer, 1992).
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As variáveis de personalidade (autoestima e otimismo) também estiveram
associadas ao ajustamento após a interrupção voluntaria da gravidez. Contudo, o seu
efeito contribuiu principalmente para a sua perceção de autoeficácia.
A autoestima não é uma variável que possamos alterar dum momento para o outro,
podemos sim questioná-la e perceber de que forma podemos melhor a nossa
autoestima para que não se torne nociva para nós.
Objetivos
O terceiro tipo de estrutura de personalidade na teoria sociocognitiva são os objetivos.
Objetivo é uma representação mental da finalidade de uma ação ou ações.
A capacidade cognitiva das pessoas para contemplar o futuro, habilita-as a definir
objetivos específicos para ação e motivar o seu comportamento.
Os objetivos contribuem para a capacidade humana de autocontrolo - guiam-nos a
estabelecer prioridades e a selecionar situações;
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Capacidade de transcender as circunstâncias do presente e organizar o
comportamento em função de períodos de tempo futuros.
Os objetivos das pessoas estão organizados num sistema de objetivos.
Alguns objetivos são mais centrais ou importantes do que outros.
Objetivos em níveis mais elevados da hierarquia (ser aceite na universidade),
organizam objetivos de nível inferior (ter boas notas no 12ºano), que, por sua vez,
organizam níveis de objetivos inferiores (estudar para os exames).
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Outras podem estar mais preocupadas em não cometer erros ou envergonhar-
se perante os outros –
Com diferentes objetivos de aprendizagem e desempenho (Dweck & Leggett,
1988).
Padrões de avaliação
A quarta estrutura de personalidade na teoria sociocognitiva são os padrões de
avaliação – um padrão é um critério para julgar a virtude ou o valor de uma pessoa, de
uma coisa ou de um evento.
A teoria sociocognitiva estuda a forma como as pessoas adquirem critérios
para avaliar eventos e em como estas avaliações influenciam as suas emoções e
ações.
De importância particular na teoria sociocognitiva são os padrões de avaliação
relacionados com o próprio (padrões pessoais).
São fundamentais para a motivação e desempenho humanos.
As pessoas geralmente avaliam o comportamento em curso de acordo com padrões
pessoais internalizados.
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Imagine que está a escrever um trabalho para uma cadeira. Pensa acerca do
conteúdo do trabalho e pensa acerca da qualidade da escrita.
Tem em mente padrões (níveis) de avaliação que usa para julgar o valor do seu
próprio trabalho. Assim, vai alterando o trabalho de forma a ajustá-lo aos seus
padrões pessoais, até atingi-los.
14ºaula
Padrões de avaliação
Os padrões pessoais geralmente despoletam reações emocionais.
Reagimos com orgulho quando cumprimos os nossos critérios de desempenho e
ficamos insatisfeitos quando ficamos aquém – emoções designadas reações de
autoavaliação.
Constituem auto reforços (internos) e são importantes para manter comportamentos
durante longos períodos de tempo, particularmente na ausência de reforços externos.
Assim, através das respostas de autoavaliação como orgulho e culpa, somos capazes
de nos premiar se cumprimos os nossos padrões e de nos punir se os violamos.
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Para se poderem desvincular dos seus padrões morais, as pessoas muitas vezes, dizem
reforços de contexto – mas não apenas por reforços externos, como defendem os
comportamentalistas.
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como será o futuro; objetivos, o que nos propomos a realizar, padrões de avaliação,
de competências;
situações sociais;
de aprendizagem observacional;
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2. Exercer controlo sobre ou autorregular as ações e experiências emocionais.
comportamentos.
Bandura forneceu uma explicação alternativa, quando os erros são muito onerosos
(condução).
independentemente do reforço.
recompensas e punições.
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Estudo: macacos bebés observaram o medo de cobras nos seus pais.
O período de observação das reações emocionais dos pais foi muito breve.
Porem, uma vez ocorrido o condicionamento vicariante, o medo nas crias revelou-se
situações observadas.
Para alem disto, à medida que as crianças crescem, elas podem, ativamente,
Assim, através da (1) experiência direta; (2) da observação; (3) das recompensas e
autorregulação.
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Estes reforços produzidos pelos próprios são de particular importância para
02-06-2020
Freud considera a vida mental numa perspetiva biológica (Freud 1915/1970), uma vez
A teoria psicodinâmica tenta explicar o que acontece à energia mental, como flui,
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1. Existe uma quantidade de energia limitada, se muita energia é usada de uma
forma, menos energia esta disponível para outros fins (a energia usada em objetivos
2. A energia pode ser bloqueada num canal de expressão, mas não desaparece, é
corporais criam um estado de tensão. A pessoa procura reduzir essa tensão para
da libertação de energias.
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1. O nível consciente – inclui os pensamentos de que estamos consciente em qualquer
momento.
3. O nível inconsciente
não temos nem podemos vir a ter consciência, exceto sob circunstâncias especiais.
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Segundo, os pensamentos no inconsciente influenciam a experiência que decorre no
consciente.
04-06-2020
Cada estrutura representa um sistema mental distinto que desenvolve uma função
psicológica especifica.
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A função psicológica do Id na gestão das energias é simples: o Id procura o alívio da
interna.
livre de inibições.
Age como uma criança mimada, quer o que quer e quando quer.
O superego surge em contraste com o ID. A sua função envolve os aspetos morais e do
O superego contém ideais que tentamos perseguir e padrões éticos que nos
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O ego é a 3º estrutura psicanalítica – o ID procura o prazer, o superego procura a
metáfora “o homem no dorso de um cavalo (id), que fornece toda a energia, tenta
direcioná-lo, mas o animal, mais forte, pode decidir ir para onde quer”.
dinâmicas motivacionais.
Um impulso é uma fonte de energia que pode motivar ações especificas, dependendo
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O impulso de vida inclui impulsos relacionados com o sexo, desejo, etc.
libido.
O impulso de morte pode ser desviado da própria pessoa e dirigido aos outros
em atos de agressividade.
agressivo.
para a pessoa
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A ansiedade é uma função do ego que o alerta para o perigo, de modo a que
por exemplo, uma criança pode ser punida severamente por um comportamento
agressivo ou sexual.
castigo do superego.
É como se o id dissesse “eu quero”, o superego dissesse “que horror” e o ego dissesse
“tenho medo”.
ânus e no movimento das fezes pelo canal anal. A expulsão das fezes traz alívio da
tensão e prazer.
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Este representa o primeiro conflito entre o individuo e a sociedade.
A nova zona erógena conduz ao interesse aumentado nos genitais por parte do
O menino percebe que vai ser homem e quer o que os adultos do mesmo sexo têm.
A menina percebe que lhe falta o pénis e culpa a mãe (inveja do penis), o seu objeto
de amor original.
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A menina escolhe o pai como objeto de amor. As manifestações de vinculação à
mãe diminuem, o sentimento de querer estar perto substitui-se por querer ser igual,
competitividade.
Tal como no rapaz, o conflito neste período em alguns casos é acentuado pela
social aceite.
O conflito é resolvido mantendo o pai do sexo oposto como objeto de amor, mas
conquistando-o não por rivalidade com a figura parental do mesmo sexo mas por
Esta identificação da figura parental do mesmo sexo é crucial para a fase fálica e para o
desenvolvimento psicológico:
do complexo de édipo.
Estudos empíricos- usando relatos dos pais sobre as interações com os seus filhos, e
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Estes comportamentos diminuem por volta dos 5 ou 6 anos.
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