Matematica Financeira Apostila Resumo 01 Sergio Carvalhopd
Matematica Financeira Apostila Resumo 01 Sergio Carvalhopd
Matematica Financeira Apostila Resumo 01 Sergio Carvalhopd
Taxas incidirão sobre o dinheiro, fazendo com que este mude de valor com o correr do tempo.
Assim, é exatamente este o objeto da Matemática Financeira: descobrir como o dinheiro se
comporta ao longo do tempo.
Se você, por exemplo, tem R$ 1.000,00 (mil reais) aí na sua mão, e só vai precisar desse
dinheiro daqui a 3 meses, então você pode:
- colocar essa quantia escondida dentro do travesseiro, e deixar o tempo correr; ou
- ir ao banco, e depositar esse valor numa conta de "poupança", e aguardar o tempo
passar.
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O que é mais inteligente a ser feito? Aplicar o dinheiro no banco, é lógico. Se o fizer, haverá
uma taxa de juros agindo naqueles 3 meses, de sorte que o dinheiro não ficará parado.
E deixar o dinheiro dentro do travesseiro? Pode ser uma grande furada... O dinheiro ficará
parado. Só se movimentará se alguém descobrir o seu segredo... Aí ele vai sair do travesseiro
para dentro do bolso de algum esperto. E ainda assim, não aumentará um centavo que seja.
Conclusão: esconder o dinheiro dentro do travesseiro não é uma operação da Matemática
Financeira. (Aposto que você já sabia disso...)
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Existem operações de juros ocorrendo no regime simples, e existem operações de juros
ocorrendo no regime composto.
Você só poderá começar a resolver qualquer questão de juros quando estiver convicto a respeito
do regime em que ela está inserida.
Por que preciso me preocupar com isso, professor?
Por uma razão muito simples: os resultados de uma mesma operação de juros são diferentes,
caso você adote um regime ou outro.
Em palavras mais claras: o resultado final da operação de juros simples é diferente do resultado
final da operação de juros compostos. (Só há um caso excepcional em que esses dois resultados
são iguais, e o veremos oportunamente). Como só existe uma resposta certa na questão, você
não tem a liberdade de escolher qual dos regimes irá utilizar.
Ou seja, você está obrigado a adotar, na resolução do problema, o regime que a questão
determinar que seja usado.
Estas mesmíssimas palavras valem não apenas para operações de juros, mas para todos os tipos
de operação da matemática financeira (desconto, equivalência de capitais etc.)
Assim, guarde bem isto: a primeira preocupação nossa, antes de começar a resolver
qualquer questão de matemática financeira, será sempre a mesma: identificar o
regime em que ela ocorre, se é o simples ou se é o composto.
No próximo capítulo, você irá compreender melhor a diferença entre os dois regimes, por meio
de um exemplo ilustrativo que será apresentado.
Por enquanto, ficamos assim: só se pode resolver qualquer problema de Matemática Financeira,
seja de qual assunto for, quando houver convicção acerca do regime, simples ou composto.
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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que a Matemática Financeira tem uma “lei”, segundo a qual o dinheiro nunca fica parado;
2) Que existem dois regimes na Matemática Financeira, o simples e o composto, definidos
pela natureza da taxa que incide sobre a operação.
3) Que a definição do regime é passo anterior e imprescindível à resolução de qualquer
problema da Matemática Financeira.
4) Que o objeto desta disciplina é exatamente definir como os valores monetários se
comportam ao longo do tempo.
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Guarde bem estas informações iniciais, pois serão úteis ao longo deste Curso.
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Capítulo II: Juros Simples
Repare que nosso valor monetário conhecido, o Capital, é aquele que inicia, no dia de hoje, a
operação de juros. (Foi no dia de hoje que você se dirigiu ao banco para depositá-lo na conta de
poupança). Assim, teremos:
Ao final da operação, transcorrido o tempo (n) em que você deixou seu dinheiro aplicado,
chegará o dia do resgate. Ora, sabendo que o Montante (a ser resgatado) é um valor maior
que o Capital, a seta que o representará será também uma seta maior.
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Teremos:
O n
Ora, você já sabe perfeitamente que o elemento da mágica, aquele que faz com que o dinheiro
nunca fique parado, mas se movimente com o transcorrer do tempo, é exatamente a taxa (i).
Assim, por enquanto, já falamos de quatro elementos de uma operação de juros:
- Capital (C): é o valor a ser projetado para o futuro. É ele quem dá início à operação;
- Tempo (n): é a distância cronológica que separa a data em que o capital se encontra, e a data
para a qual ele será projetado. Em outras palavras, é o quanto vai durar a operação de juros;
- Montante (M): é o valor em quanto se transformou o Capital. Consiste no resultado final da
operação de juros; e
- Taxa (i): o elemento da mágica, que movimenta o dinheiro com o passar do tempo.
Mas, professor, o nome do assunto é Juros.
Onde é que os Juros entram nessa história?
Ora, os juros, também chamados de rendimentos, serão apenas a diferença entre o valor do
Montante (que será resgatado) e o valor do Capital (aplicado no início).
Voltando ao nosso exemplo, se você depositou um Capital de R$ 500 numa conta de poupança,
e após seis meses de aplicação você resgatou um Montante de R$ 600, então diremos que seus
rendimentos (ou juros) foram de R$ 100.
Veja no desenho:
J (Juros)
C
O n
Assim, apenas olhando para o desenho acima, seremos capazes de criar a primeira equação do
nosso Curso. Diremos que:
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Daremos ênfase a esta equação pelo fato de ela ser deveras importante para nós. Tanto é assim
que lhe atribuiremos um apelido, qual seja, Equação Curinga dos Juros.
Por que "equação curinga", professor?
Pelo seguinte motivo: esta equação é sempre verdadeira e é sempre aplicável, para toda e
qualquer operação de Juros, seja no regime simples, seja no composto.
Ou seja: haverá sempre a possibilidade de se utilizar esta equação em qualquer questão de
juros, independentemente do regime em que transcorra.
Perceba que a equação curinga envolve 3 elementos (juros, montante e capital), de sorte que
se dois deles forem conhecidos, então imediatamente descobriremos o terceiro desconhecido.
São, portanto, desdobramentos da equação curinga, os seguintes:
Obviamente que você não precisa decorar estas duas últimas equações. São meras novas formas
de apresentação da equação curinga dos juros.
Estes, são, portanto, os 5 elementos que estão presentes em qualquer operação de juros:
capital, tempo, montante, juros e taxa.
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Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 1o mês: R$ 1.100,00
#$$
No segundo mês, começaremos com R$ 1.100,00. A nossa taxa simples de 10%, agora, incidirá
sobre quem? Sobre o Capital (R$ 1.000,00) ou sobre o resultado da operação no período anterior
(R$ 1.100,00)?
Sobre quem, professor?
Aqui é que entra a natureza da taxa.
Grave isto:
A natureza da taxa simples é de tal forma que, a cada período da aplicação, incidirá
sempre sobre o valor do Capital inicial.
Seguindo em frente, no segundo mês, ocorrerá o seguinte:
Começo do 2o mês: R$ 1.100,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 2o mês: R$ 1.200,00
#$$
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Meses Início do Mês Juros (i=10%a.m.) Fim do mês
1o 1000 #$ 1000+100=1.100,00
. 1000 = 100
#$$
(Capital)
2o 1.100,00 #$ 1100+100=1.200,00
. 1000 = 100
#$$
3o 1.200,00 #$ 1200+100=1.300,00
. 1000 = 100
#$$
(Montante)
O que se observa de muito relevante nesta operação acima? Verificamos que os juros produzidos
em cada período é sempre um valor constante. Ou seja, neste nosso exemplo, em cada mês
tivemos juros de R$ 100,00.
E por que isso ocorreu?
Porque a taxa simples incide sempre sobre o mesmo valor, que é o Capital.
Muito bem! Passemos, pois, à segunda resolução, trabalhando agora com uma taxa de juros
compostos, ou seja, com uma taxa composta.
#$
. 1000 = 100,00
#$$
Este resultado (R$ 100,00) corresponde aos juros produzidos no primeiro mês, de forma que o
terminaremos com R$ 1.100,00.
Percebamos que até aqui nossa operação está exatamente igual à primeira solução (com taxa
simples).
Ou seja:
Começo do 1o mês: R$ 1.000,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 1o mês: R$ 1.100,00
#$$
No segundo mês, tomaremos a taxa de 10%, que agora é uma taxa composta, e a faremos
incidir sobre quem?
Sobre quem, professor?
Aí é que entra a natureza da taxa composta.
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Guarde bem isto:
A natureza da taxa composta é de tal forma que, a cada período da aplicação, incidirá
sempre sobre o resultado da operação no período anterior.
E no terceiro mês, faremos nossa taxa de 10% incidir sobre quem? Lembre-se de que estamos
com uma taxa composta.
Então incidirá sobre os R$ 1.210,00 que foi o resultado do período anterior. É isso?
Perfeitamente! Portanto, teremos:
Começo do 3o mês: R$ 1.210,00
Daí:
#$
. 1210 = 121,00 à Juros = 121,00 à Fim do 3o mês: R$ 1.331,00
#$$
Analisando as duas resoluções acima, vemos que em ambos os casos tínhamos os seguintes
dados: o Capital era o mesmo (R$ 1.000); o tempo da operação era o mesmo (3 meses); e a
taxa também era a mesma (10% ao mês).
Por que então os resultados finais (montantes) foram distintos?
A diferença se deu em função da natureza da taxa: na simples, ela incidia sempre sobre o capital;
na composta, sobre o resultado da operação no período anterior.
Agora uma pergunta para você: o que podemos observar de semelhante, em termos de
resultado, nas duas operações?
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Não consegui enxergar, professor...
A semelhança está no resultado do primeiro mês. Ambos foram iguais a R$ 1.100,00.
Daí, extraímos uma importante informação, que nos será muito útil no futuro: se estivermos
fazendo uma operação de juros que envolve um único período, tanto faz usarmos os juros
simples quanto os juros compostos, que o resultado será o mesmo.
Estes exemplos acima são apenas ilustrativos. Na verdade, não é assim que resolveremos
questões de juros simples nem de juros compostos. A intenção era apenas a de visualizar a
distinção entre a natureza de uma operação no regime simples e no regime composto.
Na sequência, vamos aprender de fato a resolver uma operação de juros simples.
J=C.i.n
Da equação curinga dos juros, aprendemos que: M = C + J.
Substituindo juros por C.i.n, teremos, então, que: M = C + (C.i.n)
Finalmente, colocando o capital (C) em evidência, teremos:
M = C.(1+i.n)
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Para fechar o pacote de fórmulas, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga
dos juros, na resolução de problemas de juros simples. Veja:
J=M–C
São, pois, estas três equações acima que compõem o nosso “arsenal” para resolver questões de
juros simples. Todavia, para podermos aplicá-las, teremos que observar o cumprimento de uma
exigência. Trata-se de algo extremamente importante na nossa disciplina.
Que exigência é essa, professor?
É a que chamaremos doravante de exigência universal da Matemática Financeira!
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Nada mais fácil.
5% está em notação percentual. Se quisermos esta mesma taxa na notação unitária, basta
dividir 5 por 100, e daí teremos: 0,05.
Ou seja:
Notação Percentual Notação Unitária
5% 0,05
7% é taxa expressa em termos percentuais. Passando para a notação unitária, basta dividir 7
por 100, e teremos 0,07.
15% está na notação percentual. Em notação unitária, basta dividir 15 por 100, e teremos 0,15.
Notação Percentual Notação Unitária
15% 0,15
A notação unitária recebe este nome justamente porque nela a taxa de 100% será representada
pela unidade. Veja:
Notação Percentual Notação Unitária
100% 1,00
Guarde isto:
Na hora de aplicar as fórmulas da Matemática Financeira, além de termos que cumprir a
exigência universal (taxa e tempo na mesma unidade), a taxa terá que ser expressa na notação
unitária.
Ou seja, se a taxa é de 5%, entrará na fórmula como 0,05. Se for 7%, como 0,07. Se for 15%,
como 0,15. E assim por diante.
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Ou seja, taxas proporcionais é o conceito que usaremos sempre (não há exceção nenhuma!)
que quisermos alterar a unidade de uma taxa de natureza simples.
Trata-se de uma das regras mais simples de todo o nosso Curso. Senão, vejamos.
Para aplicar o conceito de Taxas Proporcionais, faremos apenas uma multiplicação, ou uma
divisão, conforme o caso:
- Da unidade maior para a unidade menor, você divide.
- Da unidade menor para a unidade maior, você multiplica.
Basta lembrar de um bolo (unidade maior) e de uma fatia (unidade menor): divide-se o bolo
para se chegar a uma fatia; multiplica-se a fatia para se chegar ao bolo.
Divido por quanto? Multiplico por quanto?
Basta comparar as unidades envolvidas. Veja alguns exemplos:
1) Se tivermos uma taxa i=36%a.a. (ao ano) e o tempo de aplicação n=7 meses. O que faremos
neste caso? Se você decidir deixar tudo na unidade mês, então terá que alterar a unidade da
taxa, passando-a de uma taxa anual para uma taxa mensal.
E para alterar a taxa de juros simples, usamos sempre o conceito de Taxas Proporcionais.
Como será nosso raciocínio? De taxa ao ano para taxa ao mês; ano para mês; maior para o
menor; do maior para o menor, eu divido; um ano tem quantos meses? Doze. Então eu divido
por 12.
Só isso. E teremos: 36% ao ano = (36/12) = 3% ao mês
Daí, cumprimos a exigência universal, e passamos a trabalhar com: i=3%a.m. e n=7m.
2) Se tivermos uma taxa i=5% a.t. (a.t. = ao trimestre) e o tempo de aplicação n=2 anos. O
que poderíamos fazer?
Ora, se você decidisse trabalhar com a unidade anual, teria então que alterar a unidade da taxa
(de trimestral para anual).
Sigamos o raciocínio: de taxa ao trimestre para taxa ao ano; trimestre para ano; menor para o
maior; do menor para o maior, eu multiplico; um ano tem quantos trimestres? 4. Então eu
multiplico por 4.
E teremos: 5% ao trimestre = (5x4) = 20% ao ano.
E a exigência já está cumprida: i=20%a.a. e n=2a.
Vamos treinar?
Um capital de R$ 1000 é aplicado durante 7 meses, a uma taxa de juros simples de
24% ao ano. Qual o valor do Montante e qual o valor dos Juros obtidos nesta aplicação?
Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas proporcionais, que
24% ao ano é o mesmo que 2% ao mês. (24/12=2). Fazendo isso, cumprimos a exigência
universal, pois agora temos taxa mensal (2% a.m.) e tempo também na unidade mensal (7
meses).
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Mas a questão também quer saber o valor dos juros produzidos neste período. Assim, aplicando
a equação curinga dos juros, diremos que:
Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas proporcionais, que
12% ao ano é o mesmo que 1% ao mês. (12/12=1). Fazendo isso, cumprimos a exigência
universal, pois agora temos taxa mensal (1% a.m.) e tempo também na unidade mensal (15
meses).
Um capital de R$ 10.500,00 foi aplicado a juros simples. Sabendo que a taxa de juros
contratada foi de 42% ao ano, então, não tendo sido feito qualquer depósito ou
retirada, o montante de R$ 11.725,00 estará disponível a partir de quanto tempo da
data de aplicação?
Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas proporcionais, que
42% ao ano é o mesmo que 3,5% ao mês. (42/12=3,5).
A questão nos disse quanto vale o montante (R$ 11.725) e o capital (10.500).
#,,- ./0-$
à𝑛= 𝑥30 = = 100 dias
./0,- ./0,-
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Sol.: Já que o enunciado nada disse acerca do valor do capital, podemos, se quisermos, adotar
para ele o valor de 100 (cem). Daí, o montante será igual a 5/4 de 100. Ou seja: (5x100)/4 =
125.
Assim, pela equação curinga:
J=M-C à J=25.
Aplicando a fórmula de juros simples, teremos:
J=C.i.n à 25=100.i.20 à i=25/(2000)
Ocorre que estamos trabalhando com o tempo em meses, de sorte que o resultado desta conta
será uma taxa mensal. Se quisermos transformá-la agora mesmo para a unidade anual, pelo
conceito de taxas proporcionais, basta multiplicar por 12. Teremos:
i = 25 x 12 / 2000 à i = 0,15 à i = 15% ao ano (Resposta)
Sol.: Esta questão é o que podemos chamar de um clássico. Nosso trabalho será reconhecer a
operação de juros que está embutida neste enunciado. Há um bem (neste caso, um imóvel) cujo
valor de venda à vista é nosso conhecido (R$ 600.000,00).
Pois bem. Você vai comprar este apartamento, mas não vai pagar seu valor integral no dia da
compra. Em vez disso, vai dar apenas um pagamento de entrada. Neste caso, uma entrada de
22% do valor do bem. Fazendo esta conta, teremos:
Entrada = 0,22 x 600.000 = 132.000,00.
Assim, você compra o apartamento, mas ainda fica devendo a diferença entre o valor de venda
à vista e o valor da entrada que você pagou.
Ocorre, porém, que esta diferença (que é nossa conhecida) não será paga no dia da compra, e
sim numa data posterior. No caso aqui, 32 dias após.
Obviamente que, por conta deste prazo, a sua dívida vai aumentar. Lembre-se de que na
Matemática Financeira o dinheiro nunca fica parado. Não é só a nosso favor que o dinheiro se
movimenta. Infelizmente, também aumenta em nosso prejuízo, como neste caso.
Assim, creio que você já conseguiu enxergar onde está presente a operação de juros. Qual é o
valor conhecido hoje, e que aumentará com o decorrer do tempo? É a diferença entre o valor à
vista e o valor da entrada. Esta diferença será tratada como nosso Capital.
E o montante será aquele valor maior, que você terá que pagar na data posterior. O tempo da
operação é aquele que decorreu entre a compra o dia do pagamento que vai liquidá-la.
Veja:
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C=468.000,
O 32d
Se conhecemos o Capital e o Montante, então também conhecemos o valor dos Juros. Teremos:
J=M-C ∴ J=542880-468000 ∴ J=74.880,00
Assim, aplicando a fórmula dos juros simples, teremos que:
àJ=C.i.n à 74.880 = 468.000 . i . 32
Daí:
à i = (74880) / (468.000 x 32)
Repare que o resultado desta conta já será a nossa taxa procurada, só que expressa na notação
unitária. Se quisermos, já agora, transformá-la para a notação percentual, basta-nos multiplicar
o resultado desta conta por 100.
E teremos:
74880𝑥100 1
𝑖= =
468000𝑥32 2
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2.7. Juros Simples Exatos:
O capital de R$ 10.000,00 foi aplicado a juros simples exatos do dia 13 de junho ao dia
6 de novembro do mesmo ano. Calcule os juros obtidos, à taxa de 18% ao ano,
desprezando os centavos.
Sol.: A leitura deste enunciado não nos deixa nenhuma margem de dúvida: estamos diante de
uma questão de juros simples exatos. Algo novo para você aprender agora. A propósito, os
juros simples só serão exatos se esta informação vier presente - de forma expressa - no
enunciado.
Como regra, todos os meses do ano têm 30 dias na Matemática Financeira. E o ano inteiro,
portanto, 360 (30x12=360). A isto chamamos de juros comerciais ou ordinários. Porém, se a
questão falar expressamente em juros exatos, então passa a valer o nosso calendário
convencional, com o ano de 365 dias, ou 366, se bissexto. Uma característica muito própria das
questões de juros exatos é que o tempo de aplicação não é fornecido de bandeja para nós... O
elaborador prefere nos dizer o dia do início e o dia do final da aplicação, e quer que nós contemos
quantos dias durou.
Professor, eu não sou muito bom em saber quantos dias têm cada mês do ano... E se
eu me confundir na hora da prova?
Um truque que pode ser muito útil é o da mão fechada. Você conhece? É bem simples. Você irá
fechar a sua mão esquerda, e virá-la, deixando seu relógio voltado para você. E verá a sua mão
mais ou menos assim:
Quando fizer isso, você verá que na parte de cima da sua mão, entre os dedos, há uma
alternância de pontos mais altos e de pontos mais baixos, aos quais chamaremos,
respectivamente, de montanha e depressão. As montanhas correspondem aos meses de 31 dias.
As depressões, aos meses de 30 dias. (A exceção é fevereiro, que tem 28). Veja como fica esta
contagem:
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Quando termina julho, você volta a contar lá da esquerda, a partir de agosto. Assim, julho
termina com 31 dias, e agosto recomeça a contagem, também com 31 dias. Confira abaixo:
A questão disse que a operação começou no dia 13 de junho e terminou no dia 6 de novembro
do mesmo ano. Como é que eu conto o total de dias? Comece relacionando os meses, e pondo,
ao lado de cada um, o número de dias que ele possui, de acordo com o calendário convencional
(já que estamos trabalhando com juros exatos). Use o truque da mão fechada.
Teremos:
Junho 30 dias
Julho 31 dias
Agosto 31 dias
Setembro 30 dias
Outubro 31 dias
Novembro 30 dias
Agora vamos descobrir quantos dias, de cada um desses meses, foram efetivamente utilizados
em nossa operação. Colocaremos este valor ao lado do número de dias do mês completo. Ora,
se tomarmos os meses do miolo, que nem é mês do início e nem é mês do final, veremos que
foram integralmente utilizados. Concorda?
Teremos:
Junho 30 dias
Julho 31 dias 31 dias
Agosto 31 dias 31 dias
Setembro 30 dias 30 dias
Outubro 31 dias 31 dias
Novembro 30 dias
Só falta contar agora os dias usados no mês do início e no mês do término da operação. O mês
do final é facílimo. Basta ver em que dia a operação terminou: dia 6 de novembro. Então,
diremos que foram usados 6 dias deste mês. Ou seja, faremos um mero copiar-colar.
Já no tocante ao mês do início, faremos uma conta de subtração. O mês completo de junho
possui 30 dias, e a operação começou no dia 13. Assim, faremos: 30 - 13 = 17.
E diremos que foram usados 17 dias do mês de junho na operação. Somando tudo, teremos:
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Meses Mês Dias Como calculo?
completo usados
Junho 30 dias 17 dias Subtração
Julho 31 dias 31 dias
Meses do
Agosto 31 dias 31 dias
“miolo”, usados
Setembro 30 dias 30 dias integralmente.
Outubro 31 dias 31 dias
Novembro 30 dias 6 dias Copiar-colar
Total: 146 dias
Dica de cálculo: em questões de Juros Simples Exatos, é muito comum encontrar, nas contas,
as seguintes divisões: (73/365) e (146/365).
(73/365)=1/5
(146/365)=2/5.
100𝑥18𝑥𝟏𝟒𝟔 100𝑥18𝑥2
𝐽 = = = 20𝑥18𝑥2 = 720 (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎. )
𝟑𝟔𝟓 5
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Passemos a uma questão bastante interessante:
Sol.: Novamente aqui a questão vem nos falar em juros simples exatos. O assunto está,
portanto, identificado. Analisando os dados fornecidos pelo enunciado, vemos que o elaborador
não nos diz o valor do Capital. E na hora da pergunta, ele fala: calcule os juros como
porcentagem do capital.
Temos aqui um modelo de pergunta.
Guarde isto:
Sempre que uma questão pedir "calcule este elemento como porcentagem deste outro",
tomaremos "este outro" (o último elemento da pergunta) e lhe atribuiremos o valor 100.
Fazendo isso, os dados da nossa questão passam a ser os seguintes:
- Capital: C=100
- Taxa: i=24% ao ano
- Tempo: n=? (Ainda não sabemos. Teremos que contar os dias.)
Dia do início = 10/fevereiro; dia do final = 24/abril.
- J=? (como porcentagem do capital)
- Juros Simples Exatos.
Aqui, mais uma vez, o elaborador deixou para nós o trabalho de contar quantos dias durou esta
operação. Teremos:
Meses Mês Dias Como calculo?
completo usados
Fevereiro 28 dias 18 dias Subtração (28-10)
Março 31 dias 31 dias Mês do “miolo”
Abril 30 dias 24 dias Copiar-colar
Total: 73 dias
#$$ I $,,K I 𝟕𝟑
àJ=C.i.n à 𝐽=
𝟑𝟔𝟓
Daí, teremos:
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24𝑥𝟕𝟑 24
𝐽 = = = 4,8
𝟑𝟔𝟓 5
Trataremos agora de uma situação já vista, ainda que raramente, em questões de concurso:
uma operação de juros simples em que, em vez de um único capital, existem vários, e todos
iguais.
Suponhamos que o José resolveu aplicar todos os meses, na mesma data, uma quantia de R$
100,00 (cem reais), durante 9 meses. Daí a questão dirá que as aplicações estão sujeitas a uma
taxa de juros simples (digamos, de 2% ao mês) e perguntará qual o valor a ser resgatado na
data da última aplicação.
Ora, se quiséssemos, poderíamos fracionar esta questão em diversas operações de juros
simples, encontrando um montante para cada capital aplicado, somando os montantes
encontrados ao final, para chegar à resposta procurada.
Só que isso demandaria muito tempo e esforço, e desnecessariamente.
O melhor caminho, portanto, consiste em redesenhar a questão, alterando o desenho de vários
capitais iguais para apenas um capital equivalente, igual à soma de todos aqueles.
Se o José fez 9 aplicações iguais e periódicas de R$ 100,00, então o somatório destas parcelas
será de R$ 900,00.
Resta aprender agora em que data do desenho será posto este novo capital equivalente.
Onde, professor?
Na data central das parcelas iguais! Ou seja, basta localizar onde fica exatamente o meio dos
valores aplicados por José. Veja:
Ele aplicou 9 parcelas de R$ 100,00.
9 parcelas
Não é preciso nenhum esforço extraordinário para enxergar que o meio das parcelas de cem
reais recai sobre a quinta seta. Confira:
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Facilmente se vê que ficaram 4 parcelas de cada lado, de sorte que, indiscutivelmente, a data
central das parcelas iguais foi localizada.
E agora, professor?
Agora basta redesenhar a questão, colocando nesta data central que acabamos de encontrar
uma única seta, representando todos os capitais aplicados pelo José. O valor deste capital
equivalente você já sabe: será a soma de todas as parcelas iguais. Neste caso, R$ 900,00.
Teremos:
900
4 meses
Feito isto, este novo e único capital, que sozinho representa todas aquelas parcelas de cem reais,
será projetado para a data do montante que a questão indicar.
O que fizemos, simplesmente, foi transformar o desenho original para um novo, com mesmo
efeito matemático, capaz de simplificar bastante as nossas contas e nos fazer ganhar o ponto
na prova de forma mais rápida.
Guarde isto:
Sempre que a questão apresentar um número ímpar de parcelas iguais, como foi o caso acima,
a data central recairá sobre uma destas parcelas.
Porém, se ao contrário disto, tivermos um número par de parcelas, a data central estará sempre
entre duas delas. Vejamos:
Pedro aplicará 10 parcelas mensais e iguais, de R$ 500 reais cada uma. Considerando uma taxa
de juros simples de 2% ao mês, qual o valor a ser resgatado, em decorrência de todas estas
aplicações, na data da última parcela?
Neste caso, o desenho original será o seguinte:
500 500 500 500 500 500 500 500 500 500
10 parcelas
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Percebe-se, então, que, neste caso, a data central das parcelas iguais estará entre a quinta e a
sexta seta de R$ 500. Veja:
500 500 500 500 500 500 500 500 500 500
10 parcelas
À esquerda da seta vermelha temos 5 parcelas, assim como da mesma forma à sua direita.
Uma vez localizada a data central das parcelas iguais, esta nova e única seta – a que estamos
chamando de capital equivalente – receberá o valor da soma de todas as parcelas de R$ 500,
de forma a, sozinha, representá-las todas. Nosso capital equivalente será, neste caso, de R$
5.000,00 (cinco mil reais).
Teremos:
5.000
4,5 meses
Vamos treinar?
José fez nove aplicações mensais, iguais e sucessivas, no valor de R$ 100,00 (cem
reais) cada uma delas. Considerando uma taxa de juros simples de 2% ao mês, qual
será o valor a ser resgatado na data da última aplicação?
9 parcelas
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Ora, uma vez que estamos trabalhando no regime simples, e as aplicações (capitais) são de
mesmo valor e mesma periodicidade, já sabemos como construir um caminho de atalho:
redesenhando a questão, de vários capitais para um único capital equivalente.
Para isso, localizamos a data central (o meio) das parcelas iguais. Teremos:
Feito isto, reduziremos todos aqueles 9 capitais de R$ 100,00 para apenas um, equivalente, no
valor igual ao somatório de todos eles, e localizado na data central que acabamos de identificar
acima.
Teremos:
900
4 meses
Agora, para completar, basta acrescentar ao desenho uma nova seta correspondente ao resgate,
ou seja, ao montante que a questão está perguntado. Teremos:
Montante
900
4 meses
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Ficou fácil, não foi?
Aplicando a fórmula do montante simples, teremos:
à M=C.(1+i.n) à M=900.(1+0,02x4) à M=900x1,08 à M=972,00 à Resposta!
500 500 500 500 500 500 500 500 500 500
10 parcelas
Lembrando que a questão transcorre dentro do regime simples (juros simples) e que há vários
capitais de mesmo valor e mesma periodicidade, usaremos o caminho de atalho:
redesenharemos a questão, de vários capitais para apenas um equivalente.
Localizaremos a data central das parcelas iguais, recordando que, desta vez, ela estará entre
duas setas, haja vista que temos um número par de capitais. Teremos:
500 500 500 500 500 500 500 500 500 500
10 parcelas
4,5 meses
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Por último, acrescentaremos ao desenho uma nova seta correspondente ao resgate, ou seja, ao
montante que a questão está perguntado. Teremos:
5.000
9,5 meses
# QUE TAL UMA DA FCC?
(FCC/SEFIN–SÃO PAULO) Em 05 de janeiro de certo ano, uma pessoa tomou R$
10.000,00 emprestados por 10 meses, a juros simples, com taxa de 6% ao mês. Após
certo tempo, encontrou um outro credor que cobrava taxa de 4% ao mês. Tomou,
então, R$ 13.000,00 emprestados do segundo credor pelo resto do prazo e, no mesmo
dia, liquidou a dívida com o primeiro. Em 05 de novembro desse ano, ao liquidar a
segunda dívida, havia pago um total de R$ 5.560,00 de juros aos dois credores. O
prazo do segundo empréstimo foi
a) 4 meses.
b) 4 meses e meio.
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c) 5 meses.
d) 5 meses e meio.
e) 6 meses.
Sol.: Questão muito assemelhada à anterior. Temos também aqui duas operações sucessivas
de juros simples, sujeitas a diferentes taxas: 6% ao mês e 4% ao mês.
A diferença para a questão passada é que aqui os capitais são também distintos: R$ 10.000 e
R$ 13.000.
De resto, soluções idênticas.
Anotando os dados do enunciado, teremos:
à C1= 10.000,00 ; i1=6% a.m. ; n1=? ; J1=?
à C1= 13.000,00 ; i2=4% a.m. ; n2=? ; J2=?
à n1+ n2 = 10 meses
à J1 + J2 = 5.560,00
Sabendo como funcionam os juros simples, para a primeira operação, teremos:
à J 1= C 1 . i 1 . n 1
à J1= 10000 . 0,06 . n1 à J1= 600.n1
E para a segunda operação:
à J 2= C 2 . i 2 . n 2
à J2= 13000 . 0,04 . n2 à J2= 520.n2
Sabendo agora que a soma dos juros resulta em R$ 5.560, teremos:
à J1 + J2 = 5.560,00
à 600.n1 + 520.n2= 5.560
Se n1+ n2 = 10 meses, então diremos que n1 = 10 – n2
Substituindo este resultado na equação anterior, teremos:
à 600 . (10 – n2) + 520 . n2= 5.560
Daí:
à 6000 – 600.n2 + 520.n2 = 5560
Isolando n2, teremos:
à 80.n2 = 440
Finalmente, chegamos a:
à n2 = 440 / 80 à n2 = 5,5 meses (Resposta)
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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que operação de juros consiste em projetar um valor conhecido para uma data posterior;
2) Que o que define o regime dos juros é a natureza da taxa, e a taxa de juros simples
funciona de forma tal que, a cada novo período, volta a incidir sobre o valor do capital;
3) Que existe uma exigência que acompanha todos os assuntos da matemática financeira,
a chamada exigência universal: taxa e tempo têm que estar na mesma unidade;
4) Que as taxas de juros podem ser expressas de duas formas diferentes: a notação
percentual e a notação unitária;
5) Que o caminho da regra, na Matemática Financeira, é considerar que todos os meses do
ano têm 30 dias, e o ano inteiro, portanto, 360 dias. A isto chamamos de Juros Comerciais
ou Ordinários.
6) Que há outro conceito que se contrapõe ao de Juros Comerciais: são os Juros Exatos,
caminho da exceção, segundo o qual a contagem dos dias se fará de acordo com o
calendário convencional (truque da mão fechada);
7) Que podemos trabalhar operações de juros simples pelo método das fórmulas, conforme
ilustrado na tabela a seguir:
Fórmulas:
Equação Curinga:
J=M-C
Juros Simples:
J=C.i.n
Montante Simples:
M=C.(1+i.n)
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Capítulo III: Desconto Simples
3.1. Conceito:
O que é uma operação de Desconto? Você sabe?
É aquela em que você deve um valor maior, e paga um valor menor? É isso,
professor?
Mais ou menos. Esta aí é a ideia imediata a que nos remete a palavra desconto: você vai comprar
algum bem, e pede ao vendedor que lhe conceda um desconto, para reduzir o seu desembolso.
Aqui, porém, na Matemática Financeira, a noção de desconto está diretamente associada à ideia
de antecipação.
Antecipação de quê, professor?
Antecipação de tempo, que pode se dar tanto no pagamento de alguma obrigação, quanto no
resgate de algum título.
Não entendi, professor...
Vai entender! Veja:
1ª Situação) Você fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar o valor de R$
10.000,00 daqui a 6 meses.
O tempo foi passando, e faltando ainda 2 meses para o vencimento daquela obrigação, ou seja,
faltando ainda 2 meses para o dia em que você teria que pagar os R$ 10.000,00, você verifica
que seus negócios estão indo muito bem, e que você pode perfeitamente antecipar aquele
pagamento.
Ora, se sua obrigação era vencível apenas daqui a 2 meses, e você decide antecipar o pagamento
e pagá-la no dia de hoje, obviamente que você terá que levar alguma vantagem nisso.
Que vantagem é essa? Você vai ganhar um desconto, e vai pagar um valor menor que o que
era devido.
E ainda tem uma segunda situação, professor?
Tem sim. Vamos vê-la:
2ª Situação) Suponha que alguém, um amigo seu, passou-lhe um cheque pré-datado. E aí ele
lhe disse: "Olha, por favor, não apresente esse cheque antes dessa data, senão ele volta..."
O seu amigo, que lhe passou o cheque, disse que só vai ter dinheiro na conta lá na data futura.
Se você levar para trocar hoje no banco, o cheque não terá fundos...
Pois bem. O problema todo é que você está precisando daquele dinheiro do cheque hoje. Não
dá para esperar que chegue aquela data futura. O que você faz? Você vai tentar trocar o seu
cheque, em instituições financeiras que realizam esse tipo de transação.
Eu sei, professor, são as lojas de factoring, não é?
Sim. Lojas de factoring fazem isso. Bancos também fazem. Vamos chamar então de instituição
financeira, Ok?
Aí você entrou numa dessas lojas, no intuito de descontar o seu cheque pré-datado. Suponhamos
que o valor nominal do cheque - ou seja, o valor escrito na face do cheque - era de R$
10.000,00.
Minha pergunta é: você acha que vai sair com R$ 10.000,00 no bolso?
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Será que não, professor?
Não mesmo.
Mas o valor do cheque não é de R$ 10.000?
Sim. Mas estes R$ 10.000 é o quanto vale aquele cheque lá naquela data futura, para quando
está previsto o seu resgate.
Se você resolveu trocá-lo antes daquela data, ou seja, se você resolveu descontá-lo
antecipadamente, o valor que irá resgatar por ele será um valor menor.
Do contrário, qual seria a vantagem da loja de factoring (ou do banco) em receber um cheque
pré-datado hoje, pagando por ele a mesma quantia que ele só valerá daqui a alguns meses?
Para a instituição financeira que irá descontar o seu título antecipadamente, o interessante é
que você, que levou o título para ser descontado, saia da loja com o menor valor possível no
bolso. Está claro isso?
Quanto menos a loja de factoring lhe pagar por aquele cheque, melhor para ela. (E pior para
você...)
E o que é isto que a instituição financeira está fazendo? Uma operação de desconto.
Então você percebe que a operação de desconto pode ocorrer em nosso benefício, como também
desfavoravelmente a nós.
Na primeira situação, você antecipa o pagamento de uma obrigação, e vai pagar um valor menor.
Bom para você. Na segunda, você desconta antecipadamente um título, e vai receber por ele
um valor menor. Nem tão bom assim...
Enfim. O importante nisso tudo, é que aprendemos o que é uma operação de desconto.
Passemos agora a falar com detalhe de cada elemento desta operação.
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Mas ocorre que você resolveu pagar aquele valor (ou recebê-lo) antecipadamente. E em
decorrência desta antecipação, você irá pagar (ou receber) um valor necessariamente menor.
Este valor menor – em que se transformará aquele título – será pago (ou recebido) quando?
Não seria hoje, professor?
Exatamente! Ele será pago (ou recebido) hoje. Na data atual. Portanto, este valor menor – no
qual se transformou o valor nominal do título por conta da antecipação – será chamado por nós
de Valor Atual (A).
Assim, já somos capazes de criar o desenho básico de toda e qualquer operação de desconto!
Vejam:
N
O n
A operação de Desconto, a exemplo da operação de Juros, também apresenta dois lados: o lado
do Nominal (valor de face do título) e o lado do Atual (valor líquido que será pago/recebido pelo
título).
Obviamente que o Valor Atual é sempre menor que o Valor Nominal.
Suponhamos que o valor (nominal) do título que você teria que pagar daqui a 6 meses seja de
R$ 10.000,00. Mas você resolveu antecipar o pagamento daquela obrigação, e pagar por ela no
dia de hoje. Haverá um desconto, e imaginemos que você irá pagar apenas R$ 9.000,00 (valor
atual) em decorrência desta antecipação.
Minha pergunta é: onde é que entra o elemento desconto nessa história?
Ora, professor, o desconto deve ser a diferença entre o valor maior que era devido no
futuro, e o valor menor que eu pagarei no dia de hoje! É isso mesmo?
Exatamente isso!
Desconto é a diferença entre o Valor Nominal e o Valor Atual.
Vejamos no desenho:
D (Desconto)
A
O n
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Assim, surge a primeira equação de Desconto do nosso Curso. Nós a chamaremos de equação
curinga do Desconto, porquanto ela será sempre verdadeira, e sempre aplicável, em toda e
qualquer operação de desconto, independentemente do seu regime ou da sua modalidade.
Vejam:
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2ª) Qual é a modalidade desta operação de desconto? Por dentro, ou por fora?
Somente então, quando estas duas questões estiverem tratadas, é que poderemos começar a
resolver o problema.
Não há como acertar a questão de desconto, se você errar na identificação do regime ou da
modalidade da operação.
Diante de um enunciado que traga uma operação de desconto, existem quatro possibilidades:
- Desconto Simples Racional (por dentro);
- Desconto Simples Comercial (por fora);
- Desconto Composto Racional (por dentro);
- Desconto Composto Comercial (por fora).
Quatro diferentes caminhos, e quatro diferentes resultados.
Como só há uma resposta certa, você não pode errar na interpretação do enunciado.
Pois bem. Estamos, neste capítulo, estudando operações de Desconto Simples. Por enquanto, é
o regime simples que nos interessa.
Vamos conhecer agora, como é que se processam as operações de Desconto Simples por Dentro,
e de Desconto Simples por Fora.
M
Nos Juros Simples:
C
J=C.i.n
N
No Desconto Simples Por
Dentro (ou Racional):
A
D=A.i.n
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A outra fórmula do Desconto Simples Racional também é idêntica à que aparece nos Juros
Simples, para cálculo do Montante. Da mesma forma, só teremos que atentar para a
nomenclatura dos elementos correspondentes. Veja:
M
Nos Juros Simples:
C
M=C.(1+i.n)
N
No Desconto Simples Por
Dentro (ou Racional):
A
N=A.(1+i.n)
A rigor, não há nenhuma impropriedade em afirmar que as fórmulas dos Juros Simples e do
Desconto Simples Racional são idênticas! O que vai se observar é apenas a nomenclatura dos
elementos de uma operação ou da outra. Mas, em termos de cálculos, temos a perfeita
identidade.
E a exigência universal, professor? Continua valendo aqui no Desconto Simples?
Claro que sim! Para aplicar qualquer fórmula de Desconto, também é preciso observar se taxa
e tempo já estão na mesma unidade!
Professor, e se, dentro de uma questão de Desconto Simples, precisarmos alterar a
unidade da taxa, como faremos isso?
Ora, se o regime com que estamos trabalhando é o simples, então a unidade da taxa será
alterada por meio de um conceito já nosso conhecido: Taxas Proporcionais.
D=A.i.n
N = A.(1+i.n)
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E para fechar o pacote, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga do
desconto, na resolução de problemas de desconto simples por dentro. Veja:
D=N–A
Vamos treinar?
Um título com valor nominal de R$10.000,00 foi resgatado dois meses antes do seu
vencimento, sendo-lhe por isso concedido um desconto racional simples, à taxa de 5%
ao mês. Nesse caso, de quanto foi o valor pago pelo título?
Sol.: Facilmente identificamos que estamos diante de uma operação de desconto, haja vista ter
havido uma antecipação no resgate de um título. Veja aqui que estamos no “segundo caso”,
aquele em que você detém um título pré-datado na mão, mas está precisando do dinheiro no
dia de hoje. Então você vai querer resgatar este título antecipadamente.
O enunciado foi explícito ao informar que o regime desta operação de desconto é o simples e
que a modalidade é a de desconto por dentro, ou racional.
Assim, uma vez reconhecido o terreno, resta-nos verificar se a exigência universal já está
cumprida: temos taxa mensal (5% a.m.) e tempo de antecipação também em meses (2m).
Daí, não há mais muito o que fazer, senão aplicar a fórmula adequada à situação.
Teremos:
à N=A.(1+i.n) à 10000=A.(1+0,05x2) à 10.000 = A . 1,10 à A=10000/1,10
E: à A = 9.090,91 à Resposta!
Utilizando o desconto simples racional, de quanto será o valor que devo pagar por um
título com vencimento daqui a 5 meses, se o seu valor nominal for de R$ 30.000,00,
considerando uma taxa de 48% ao ano?
Sol.: O enunciado aqui também já revelou de forma expressa que a operação de desconto em
apreço ocorre no regime simples, e na modalidade de desconto racional. Estamos agora na
situação de quem deve uma obrigação futura e quer antecipar seu pagamento.
A exigência universal prescreve que taxa e tempo devem estar na mesma unidade. Aqui, temos
uma taxa anual (48% ao ano) e o tempo de antecipação em meses (5 meses).
Poderemos, portanto, se quisermos, trabalhar com taxa e tempo em termos anuais; ou colocá-
los ambos (taxa e tempo) em termos mensais; ou até mesmo em outra unidade.
Qual o melhor caminho, professor?
O melhor caminho é sempre aquele que nos parecer mais prático e mais rápido!
Deixando tudo em meses, por exemplo, como faríamos? Teríamos apenas que alterar a unidade
da taxa anual, transformando-a numa taxa ao mês. Estamos em qual regime? No Regime
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Simples. E qual o conceito que utilizaremos sempre que formos alterar a unidade da taxa no
Regime Simples? O conceito de Taxas Proporcionais.
Raciocinaremos assim: taxa ao ano para taxa ao mês; ano para mês; maior para menor; do
maior para o menor, nós dividimos. Quantos meses tem um ano? Doze. Logo, dividiremos por
12.
Teremos que: 48% ao ano = (48/12) = 4% ao mês
Com isso, cumprimos a exigência universal, e já estamos aptos a aplicar a fórmula conveniente
para o caso.
Teremos:
à N=A.(1+i.n) à 30.000=A.(1+0,04x5) à 30.000 = A . 1,20 à A=30.000/1,20
E: à A = 25.000,00 à Resposta!
Quanto irei pagar hoje por um título que vence daqui a três meses, se seu valor
nominal é de R$10.000,00, considerando uma taxa de juros simples de 5% ao mês?
Sol.: Essa questão tem algo essencial a ser aprendido. Comecemos buscando identificar o
assunto. Ora, o enunciado sugere que irei pagar um título de forma antecipada. Ou seja, o
vencimento do título era para uma data futura (daqui a três meses), e iremos pagá-lo hoje.
Então, não resta dúvida que estamos diante de uma questão de desconto.
Daí surgem aquelas duas perguntas preliminares: qual o regime da operação? E qual a sua
modalidade?
Quanto ao regime, vamos procurar no enunciado as palavras simples ou composto. Achamos a
palavra simples. Logo, trata-se de uma questão de Desconto Simples.
E quanto à modalidade? O enunciado nada falou expressamente que nos possibilitasse identificar
o tipo de desconto simples, se por dentro ou por fora. Ou seja, o enunciado silenciou acerca da
modalidade do desconto.
E agora, professor? Como faremos para descobrir a modalidade do desconto?
É muito simples! Vamos aprender?
A regra é muito fácil: quando a questão de Desconto nada disser acerca da modalidade (se por
dentro ou por fora), buscaremos o que é dito a respeito da taxa da operação.
Se a questão de desconto falar expressamente sobre uma taxa de juros, então estaremos
diante do Desconto Racional, ou seja, do Desconto por Dentro.
E por que isso, professor?
Porque, conforme já aprendemos, juros e desconto por dentro são operações irmãs. Lembra-se
disso?
Daí, repito, se o enunciado da questão de desconto (que for omissa quanto à modalidade) falar
de forma expressa em taxa de juros, então adotaremos o desconto por dentro.
Caso contrário, se o enunciado nada dispuser acerca da modalidade do Desconto, e também
não falar que a taxa da operação é uma taxa de juros, utilizaremos o Desconto por Fora.
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O desenho abaixo ilustra exatamente este nosso entendimento.
Guarde isto:
Quanto irei pagar hoje por um título que vence daqui a três meses, se seu valor
nominal é de R$10.000,00, considerando uma taxa de juros simples de 5% ao mês?
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Exatamente. Assim, o desconto que é feito no comércio, realizado pelas instituições financeiras,
é o desconto comercial, desconto por fora, no qual a taxa incidirá sobre o valor nominal.
Assim, se o valor de referência no desconto por fora é o valor nominal, teremos o seguinte:
D=N.i.n
Ora, da equação curinga do desconto, sabemos que D=N–A.
Daí, diremos que: N.i.n = N – A
Isolando o valor atual, teremos: A = N – N.i.n
E colocando valor nominal em evidência, teremos: A=N.(1–i.n)
Eis, portanto, a segunda equação do desconto simples por fora:
A = N.(1–i.n)
E para fechar o pacote, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga do
desconto:
DESCONTO SIMPLES COMERCIAL: EQUAÇÃO 3
D=N–A
De resto, é sempre bom lembrar que só se pode aplicar qualquer destas fórmulas após observar
se está cumprida a exigência universal da Matemática Financeira, qual seja, taxa e tempo na
mesma unidade.
Fiquei ainda com uma dúvida, professor!
Pode falar.
Numa questão de desconto, basta o enunciado dizer que a operação está sendo feita
por um banco ou por uma loja de factoring, e eu já saberei que se trata do desconto
comercial?
Ótima pergunta. A resposta é negativa: não basta a questão falar em banco ou em “instituição
financeira” para se reconhecer o desconto comercial. É preciso analisar todas as informações do
enunciado para chegar à conclusão correta, Ok?
Vamos treinar?
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Um título que vale R$100.000,00 foi resgatado um ano antes do seu vencimento.
Considerando o desconto comercial simples e uma taxa de 4% ao mês, de quanto será
o valor pago pelo título?
Sol.: O enunciado fala do resgate antecipado de um título. Estamos, portanto, diante de uma
operação de desconto, e a questão é explícita ao revelar o regime simples e a modalidade de
desconto comercial, ou por fora.
Resta-nos observar se está cumprida a exigência universal. Temos taxa mensal (4%a.m.) e
tempo de antecipação anual (1 ano).
Fica, então, a gosto do freguês escolher a unidade na qual irá trabalhar.
Se preferir a unidade mensal, basta dizer que 1 ano é igual a 12 meses. Só isso.
Daí, teremos:
à A = N.(1 – i.n) à A = 100.000 (1 – 0,04 x 12) à A = 100.000 x 0,52
E: à A=52.000,00 à Resposta!
De outra sorte, se a preferência fosse de trabalhar com a unidade anual, deixaríamos o tempo
de antecipação como sendo de 1 ano, e alteraríamos a unidade da taxa (de mensal para anual),
por meio do conceito de taxas proporcionais.
Teríamos que: 4% ao mês = (4 x 12) = 48% ao ano.
Assim, aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A = N.(1 – i.n) à A = 100.000 (1 – 0,48 x 1) à A = 100.000 x 0,52
E: à A=52.000,00 à Resposta!
Como vimos, o que realmente importa é cumprir a exigência universal.
A seguir, apresentarei três atalhos de desconto simples cujo conhecimento é muito conveniente
para ganhar tempo na hora da prova! Vamos a eles.
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Se você se deparar com uma questão assim, que pede a relação entre os valores do Desconto
Simples por Dentro e do Desconto Simples por Fora, mantendo-se para ambas as operações a
mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação, a resolução se fará de forma quase imediata,
aplicando-se a seguinte relação:
RELAÇÃO ENTRE OS DESCONTOS SIMPLES
Df = Dd.(1+i.n)
A exigência desta fórmula, já sabemos, é que taxa e tempo estejam na mesma unidade.
Trata-se da questão de resolução mais rápida de uma prova de matemática financeira, e já foi
cobrada reiteradamente em diversos concursos ao longo dos anos.
Vamos treinar?
Sol.: A questão aprensenta o valor do desconto por fora (Df=9810), o tempo de antecipação
(n=3m) e a taxa (3%a.m.).
Vemos que a exigência universal já está devidamente cumprida. Daí, o enunciado nos pede o
cálculo do desconto, se fosse simples e racional, ou seja, se – ao invés de desconto por fora –
fosse usado o desconto por dentro.
Aplicação imediata da fórmula do atalho. Teremos:
à Df=Dd.(1+i.n) à 810 = Dd.(1+0,03x3) à 810 = 1,09.Dd
E: à Dd = 810 / 1,09 à Dd= 9.000,00 à Resposta!
80
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Imagine que 100 seja o valor nominal de um título. E que 80 seja o valor atual.
O desenho é um só. Para este desenho, quanto é o valor do desconto?
O desconto é 20, professor!
Isso mesmo. Então a situação agora é a seguinte: para o mesmo valor de desconto (ou seja,
para o mesmo desenho), qual é a relação entre a taxa de desconto simples por dentro, e a taxa
de desconto simples por fora?
Responda o seguinte: para 100 virar 80, ele tem que ser reduzido em quantos por cento?
Em 20%, professor!
Perfeito. Mas para 80 virar 100, ele tem que crescer que percentual? Será que são os mesmos
20%?
Não, professor! Se 80 aumentar 20%, se transforma em 96, e não em 100...
Muito bem observado. As taxas que levam um valor a se tornar o outro são diferentes. É esta
relação entre as taxas que a questão vai querer saber.
Você percebe a diferença entre esta presente situação e a anterior?
Naquela, a taxa era a mesma, e a questão queria a relação entre os descontos. Aqui, o Desconto
é o mesmo, e a questão quer a relação entre as taxas.
Nesta caso, você resolverá o problema muitíssimo rapidamente, se utilizar a seguinte fórmula
de atalho. Veja:
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
− =𝒏
𝒊𝒇 𝒊𝒅
Ou seja, para encontrar a outra taxa, basta conhecer o valor de uma delas e o tempo de
antecipação. Obviamente que este atalho considera a compatíveis as unidades de taxa e tempo.
(É a velha e boa exigência universal da Matemática Financeira).
O que há mais para se saber sobre este atalho, professor?
Há o seguinte: já foi dito no início deste capítulo que há um tipo de desconto que é irmão dos
juros. Que tipo de desconto é irmão dos juros?
É o desconto por dentro, professor!
Isso mesmo. Assim, a taxa de desconto simples por dentro também pode ser tratada por taxa
efetiva de juros.
Daí, se uma questão de prova vier falando sobre desconto simples, fornecer a taxa de desconto
simples por fora (taxa de desconto comercial) e pedir o valor da taxa efetiva de juros (ou apenas
taxa efetiva), saberemos então que o que ele quer é a taxa de desconto por dentro.
Vamos treinar?
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Sol.: A questão nos fala sobre uma operação de desconto simples comercial, o desconto por
fora. Fornece-nos, como dados da questão, o tempo de antecipação (n=1,5 mês), a taxa (i=5%
a.m.), e mais uma valor de R$ 370.000.
Que valor é esse, professor?
Ora, se é dito que Pedro descontou um título e recebeu R$ 370.000, fica claro que estes R$
370.000 é o valor em que se transformou o valor nominal.
É o valor atual, professor!
Exatamente. Assim, com estas primeiras informações, somos capazes de descobrir o Valor
Nominal do título, que é esta a primeira pergunta da questão.
Aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A=N.(1-i.n) à 370.000 = N . (1 - 0,05 x 1,5) à 370.000 = 0,925 . N
Daí: à N = 370.000 / 0,925 à N=400.000,00 à Resposta!
N=400.000,00 é a primeira resposta que a questão nos pede. Mas não para por aí. Há outra
pergunta no fim do enunciado. A questão quer saber "o valor mais próximo da taxa efetiva".
Ora, estamos diante de uma operação de desconto por fora (comercial) e a questão pergunta
pelo valor da taxa efetiva. Fica claríssimo que ele quer, portanto, o valor da taxa de desconto
por dentro (id).
Aplicando a fórmula de atalho, teremos:
Daí:
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
= 𝟏𝟖, 𝟓 ∴ 𝒊𝒅 = ∴ 𝒊𝒅 = 𝟓, 𝟒
𝒊𝒅 𝟏𝟖, 𝟓
3.9. Terceiro Atalho do Desconto Simples: Relação Entre Descontos e Valor Nominal
Uma fórmula muito útil, usada também nas questões que envolvem os dois tipos de desconto,
por dentro e por fora, é dada a seguir:
(𝑫𝒇 𝒙 𝑫𝒅)
𝑵=
(𝑫𝒇 − 𝑫𝒅)
Ou seja, este atalho é aplicável em questões cujos enunciados fornecem os valores dos
descontos nas duas modalidades, por dentro e por fora, e é requerido o valor Nominal do título.
Vamos treinar?
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O desconto simples comercial de um título é de $ 860,00 , a uma taxa de 60% ao
ano. O valor do desconto simples racional do mesmo título é de $ 781,82 , mantendo-
se a taxa de juros e o tempo. Nessas condições, o valor nominal do título é de:
Sol.: O enunciado nos dá os valores dos descontos por dentro e por fora, e pede o valor nominal
do título. Isso se encaixa como uma luva neste terceiro atalho. Teremos:
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~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que operação de desconto consiste em projetar um valor conhecido para uma data
anterior;
2) Que a operação de desconto, a exemplo da de juros, também pode ocorrer no regime
simples ou no composto;
3) Que existem duas modalidades (dois tipos) de desconto em cada regime: o desconto
racional (por dentro) e o desconto comercial (por fora);
4) Que o tipo de desconto que é irmão dos juros é o desconto por dentro;
5) Que a equação curinga do desconto é sempre aplicável, seja qual for o regime ou a
modalidade de desconto adotados na resolução.
6) Que podemos trabalhar operações de desconto simples por dentro (racional) pelas
fórmulas ilustradas abaixo:
Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Racional:
D=A.i.n
Valor Nominal:
N=A.(1+i.n)
7) Que podemos trabalhar operações de desconto simples por fora (comercial) pelas
fórmulas ilustradas abaixo:
Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Comercial:
D=N.i.n
Valor Atual:
A=N.(1-i.n)
8) Fórmula de atalho que fornece a relação entre os valores dos dois tipos de desconto,
mantidas a mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação: Df=Dd(1+i.n)
9) Fórmula de atalho que fornece a relação entre as taxas de desconto simples por dentro
e por fora, mantido o mesmo valor do Desconto: (100/if)-(100/id)=n
10) Fórmula de atalho para cálculo do valor nominal, quando são conhecidos os valores dos
dois descontos simples (por dentro e por fora): N=(Df x Dd)/(Df – Dd)
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
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Capítulo IV: Equivalência Simples de Capitais
4.1. Conceito:
Ingressamos neste momento no assunto mais prático da Matemática Financeira.
Prático por quê, professor?
Porque é o tipo do assunto que se você souber resolver uma questão, saberá resolver todas,
pois são todas elas, sem exceção, resolvidas da mesma maneira, seguindo rigorosamente o
mesmo passo a passo.
Eu costumo chamar a Equivalência de Capitais de receita de bolo. Se você nunca fez um bolo na
vida, mas seguir os passos da receita, vai conseguir fazer o primeiro. Pode até não ficar assim
tão gostoso, mas com o treino e a prática, você irá se aperfeiçoando.
Aqui também é assim: com um pouco de dedicação, você vai conseguir resolver questões de
Equivalência numa velocidade impressionante, apenas seguindo os passos da receita que vai
aprender.
Antes, porém, você tem que saber como identificar que está diante de uma questão de
Equivalência de Capitais. E é facílimo. Veja:
Suponhamos que você fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar R$ 1.000
(mil reais) daqui a 30 dias, e mais R$ 2.000 (dois mil reais) daqui a 60 dias. Tudo bem? Esta é
sua forma de pagamento originalmente contratada.
O tempo foi passando, e quando chegamos à data 29 dias, véspera do pagamento daquela
primeira parcela, a de R$1.000, você verificou que estava completamente, como direi,
financeiramente desprovido.
Liso, professor!
Exatamente. Assim, você pegou o telefone e ligou para seu credor, dizendo: "Olha, eu estou
sem condições de honrar o nosso compromisso... Mas eu quero pagar! Só que quero pagar de
outro jeito! Eu quero substituir aquela forma original de pagamento por uma outra!
"Como é que você quer pagar?", perguntará o credor.
Ao que você lhe dirá: "Quero pagar por meio de duas parcelas iguais, nas datas 90 dias e 120
dias".
Está acompanhando até aqui? Havia uma forma original de pagamento (um compromisso
original) que será substituída por uma nova forma de pagar pela mesma compra que fora feita.
Ora, sempre que o enunciado apresentar duas formas diferentes de pagamento para a
mesma compra, uma nova que substituíra a primeira, estaremos diante do assunto Equivalência
de Capitais.
Por quê, professor?
Porque, já que está havendo uma mudança na forma original de pagamento, para que ninguém
saia perdendo com esta alteração, é preciso que a nova forma de pagamento seja equivalente
à primeira. Daí o nome “Equivalência”.
Em suma: identificar que estamos diante de uma questão de equivalência de capitais é algo
quase que imediato. Normalmente, as duas primeiras frases do enunciado já revelam o assunto.
A primeira delas, via de regra, apresenta como seria o contrato original (a forma original de
pagamento). A segunda frase começa a falar que a pessoa devedora (que também pode ser uma
empresa) está em situação financeira difícil, e que deseja substituir, alterar, modificar,
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renegociar, refinanciar (são todos verbos muito comuns neste tipo de questão) aquele contrato
original, por uma nova forma de pagamento.
Basta isso para que você tenha certeza absoluta que está diante da Equivalência de Capitais.
E agora, professor?
Agora, apresentarei a receita de bolo, o passo a passo de resolução, que se aplica, como já
disse, a todas as questões de equivalência.
4.2. Receita de Bolo da Equivalência de Capitais:
Vamos dividir nossos passos em preliminares e efetivos.
Serão ditos preliminares porque se prestam a preparar a resolução. Após seguir estes primeiros
passos, torna-se praticamente impossível errar alguma coisa depois.
Vamos a eles.
I) Passos Preliminares de Resolução:
1º Passo) Desenhar a questão.
Ora, desenhar a questão é nada mais que passar a linha do tempo, e sobre ela colocar as setas
de todos os valores monetários, conhecidos ou não, que a questão revelar, sobre as datas
respectivas.
Atente para o fato de que o desenho da questão precisa ser um reflexo fiel do que está dito no
enunciado. Se você não estiver atento e errar o desenho da questão, aí um abraço: sua questão
está prejudicada.
Assim, só há uma coisa a ser feita: ficar concentrado na hora da leitura. No caso do exemplo
que eu citei, nosso desenho será o seguinte:
2000,
X X
1000,
Reparem que as duas parcelas referentes à nova forma de pagamento foram chamadas de X,
pois ambas são iguais e são também desconhecidas.
Vamos em frente.
2º Passo) Identificar quais são as parcelas de 1ª obrigação e de 2ª obrigação!
O que significam 1ª e 2ª obrigação, professor?
O que eu chamo de 1ª obrigação são as parcelas da forma original de pagamento. Ou seja, são
aqueles valores que correspondem ao contrato original. Já as parcelas de 2ª Obrigação são as
que se referem à nova forma de pagamento, que irá substituir a primeira.
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Assim, em nosso desenho, faremos a anotação (I) para parcelas de 1ª obrigação e (II) para
parcelas de 2ª obrigação. Teremos:
2000,
X X
1000,
2000,
X X
1000,
0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
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Não entendi nada, professor...
Vai entender.
O que vou dizer agora é, possivelmente, a informação mais importante do assunto inteiro.
Guarde isto:
Toda questão de equivalência é resolvida por meio de operações de desconto!
Sendo assim, antes de começar a resolver a questão de equivalência, teremos que atentar para
as mesmíssimas duas preocupações que tínhamos quando íamos começar a resolver uma
questão de desconto, quais sejam: identificar o regime do desconto (simples ou composto), e
identificar a modalidade do desconto (por dentro ou por fora).
Questões de Equivalência Simples podem ser resolvidas tanto por meio de operações de
Desconto Simples por Dentro, quanto por meio de operações de Desconto Simples por Fora.
E não é você quem definirá isso: é o enunciado.
Suponhamos que, no nosso exemplo, o enunciado falou que usaremos o desconto simples
comercial.
Desconto comercial é por dentro ou por fora? Já vimos isso.
É por fora, professor!
Muito bem. Agora só falta o último passo preliminar.
Vamos a ele.
5º Passo) Localizar a data focal.
O que é data focal, professor?
Data focal é uma data de referência para a resolução da questão. É para ela que teremos que
transportar todas as parcelas do desenho.
E o faremos por meio de quê? Você já sabe.
Por meio de operações de desconto, não é, professor?
Sim! Sempre por desconto.
Você só vai entender bem o que é a data focal quando resolvermos este primeiro exemplo.
Neste momento, importa muitíssimo conhecer as duas próximas observações, acerca da data
focal:
Obs.1) Na equivalência simples de capitais, quem manda na data focal é a questão.
Ou seja, você não tem liberdade de escolha. Quem determina a localização da data focal (na
equivalência simples) é o próprio enunciado. Qualquer data focal que ele sugerir terá que ser
imediatamente aceita.
Obs.2) Se a questão de equivalência simples nada disser acerca da data focal, adotaremos,
obrigatoriamente, a data zero.
Trata-se de uma convenção e estamos obrigados a cumpri-la, quando for o caso.
Atente para o fato de que estas duas observações são fundamentais para que você consiga
acertar a questão.
Aqui na equivalência simples, se você erra a escolha da data focal, você chega à resposta errada.
Exatamente por isso não podemos deixar de lado estas duas observações.
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Suponhamos que nosso exemplo disse que temos que escolher, como data focal, a data 4 meses.
Assim, anotaremos esta informação no desenho, colocando, na data 4 meses, as iniciais DF (de
data focal).
Teremos:
2000,
X X
1000,
0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF
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Repito: não é você quem definirá isso, e sim a própria questão.
Neste presente exemplo, usaremos o desconto simples comercial, como previu o enunciado.
Vejamos novamente o desenho da questão, para fazermos isso com mais facilidade:
2000,
X X
1000,
0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF
Vamos começar levando para a data focal a primeira parcela do desenho, R$ 1000, que está
localizada na data 1 mês.
Teremos:
1000,
0 1m 4m
(I) DF
Veja que a data focal fica à direita da parcela 1000, de sorte que quando projetarmos estes 1000
para lá, ele se transformará numa quantia necessariamente maior que 1000.
Quanto? Não sabemos ainda. Por isso, chamaremos este valor sobre a data focal de E.
(Poderíamos chamá-lo do que quiséssemos..., mas resolvemos chamá-lo assim, Ok?).
Professor, como é que vou fazer uma operação de desconto, se vou projetar a
parcela R$ 1000 para uma data posterior?
Não importa que a data focal esteja no futuro! Você vai fazer, sim, uma operação de
desconto.
Como, professor?
Ora, basta que você trate este desenho como sendo de desconto.
Neste caso, o valor 1000 funcionará como valor atual, e o E funcionará como valor nominal.
E se a questão mandou adotar o desconto simples por fora, aplicaremos a fórmula já nossa
conhecida. Teremos:
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à A=N(1–i.n) à 1000=E.(1-0,10x3) à 1000 = 0,7.E à E=1000/0,7
à E=1.428,00
Este valor E ficará guardado para daqui a pouco!
Você deve ter reparado que a parcela 1000 avançou 3 meses até chegar à data focal. Exatamente
por isso o tempo n aí nas contas foi igual a 3.
Falta levar mais alguém para a data focal?
Sim, professor, ainda falta muito!
Quem levaremos agora? Na sequência do desenho, trabalharemos agora com a parcela R$ 2000.
E o que faremos com ele, professor?
Ora, seguindo a ordem do 1º passo efetivo de nossa receita de bolo, nós o transportaremos para
a data focal, por meio de uma operação de desconto.
Que tipo de desconto, professor?
Aquele que ficou previamente definido, lá no 4º passo preliminar. Neste caso, o desconto simples
por fora!
Teremos:
F
2000,
0 2m 4m
(I) DF
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Teremos:
X G
0 3m 4m
(II) DF
E agora, será que ainda falta levar mais alguma parcela do desenho para a data focal?
Olha, professor, o desenho da questão ainda traz a parcela X da data 4 meses... Mas
ela já está sobre a data focal, não é mesmo?
Sim! E já estando sobre a data focal, não precisaremos levá-la para lugar nenhum. Ou seja, ele,
o X da data 4 meses, já está onde queremos que esteja.
E sobre a data focal, quanto é que ele vale? Ora, vale ele próprio: X.
Assim, concluímos o primeiro passo efetivo, restando-nos agora apenas o arremate da questão.
Vamos aprender.
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência de capitais!
Como é esta equação, professor?
É a seguinte:
(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅
Traduzindo:
A soma das parcelas da 1ª obrigação, depois de levadas para a data focal, é igual à
soma das parcelas da 2ª obrigação, também depois de levadas para a data focal.
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No caso do X que estava na data 3 meses, ele transformou-se em 1,1X.
E no caso do X que já estava sobre a data focal, ele ficou sendo X mesmo, já que não teve que
ser transportado para parte alguma.
Finalmente, meus amigos, nossa equação de equivalência ficou a seguinte:
(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅 ∴ 𝟏𝟒𝟐𝟖 + 𝟐𝟓𝟎𝟎 = 𝟏, 𝟏𝑿 + 𝑿
E é assim que terminam todas as questões de equivalência: com uma equação e uma variável.
A variável é aquela que a questão está perguntando.
Isolando o X, teremos: à 2,1X = 3.928
Daí: à X=1.870 à Resposta!
Ou seja: tanto faz pagar 1000 na data 1 mês, e mais 2000 na data 2 meses, como pagar duas
parcelas de R$ 1870, nas datas 3 e 4 meses, considerando uma taxa de 10% ao mês e o desconto
simples comercial.
Professor, você gastou muitas páginas para resolver esse exemplo...
Claro. Eu estava lhe apresentando o assunto. Não podia fazer isso às pressas. Mas na hora da
prova, com bastante treino realizado em casa, mesmo uma resolução como esta acima não
demandará mais que alguns poucos minutos.
Para não seguir adiante sem uma rápida revisão, segue, adiante, toda a receita de bolo da
equivalência de capitais.
Passo a Passo da Equivalência de Capitais:
I) Passos Preliminares de Resolução:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto;
5º Passo) Localizar a data focal.
II) Passos Efetivos de Resolução:
1º Passo) Transportar todas as parcelas do desenho para a data focal;
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência.
Se você entendeu como foi feita a questão acima, meus parabéns: você já sabe resolver qualquer
questão de equivalência de capitais. Absolutamente qualquer uma.
Vamos treinar?
Um negociante tem duas dívidas a pagar, uma de $3.000,00 com um mês e meio de
prazo, e outra de $8.400,00 , pagável em 60 dias. O negociante quer substituir essas
duas dívidas por uma única, com 30 dias de prazo. Sabendo-se que a taxa de desconto
simples comercial é de 12% a.a. e usando a data focal zero, de quanto será o valor
dessa nova dívida?
Sol.: De início, devemos fazer o desenho da questão (1º passo preliminar), juntamente com a
identificação de quem é 1ª e 2ª obrigação (2º passo preliminar).
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Teremos:
X
8400,
3000,
Daí, a questão disse que a taxa é de 12% ao ano, e os prazos estão em meses (1,5m) e em dias
(30 dias e 60 dias). Passando todo mundo para a unidade mensal, teremos: i=1%a.m. e prazos
de 1m, 1,5m e 2m. Perceba que a alteração da unidade da taxa (de 12% ao ano para 1% ao
mês) se deu pelo conceito de taxas proporcionais, já que estamos trabalhando no regime
simples.
Nosso novo desenho será:
X
8400,
3000,
0 1m 1,5m 2m
(II) (I) (I)
Na sequência, vemos que o enunciado indicou que a questão será trabalhada por meio de
operações de desconto simples comercial, que é o desconto por fora.
E agora? Falta definir somente a localização da data focal. Nosso enunciado foi expresso:
"usando a data focal zero", foi o que ele disse na última linha. Nosso desenho completo, portanto,
é o seguinte:
X
8400,
3000,
0 1m 1,5m 2m
DF (II) (I) (I)
Agora, que todos os passos preliminares foram cumpridos, passemos aos passos efetivos.
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Comecemos levando para a data focal a parcela R$ 3000. Teremos:
3000,
E
0 1,5m
DF (I)
Usando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A=N.(1-i.n) à E=3000.(1 – 0,01 x 1,5) à E = 3000 . 0,985 à E=2.955,00
Levando a parcela R$ 8.400 para a data focal, teremos:
8400,
0 2m
DF (I)
Novamente aplicando o desconto simples por fora, nossas contas serão as seguintes:
à A=N.(1-i.n) à F=8400.(1 – 0,01 x 2) à E = 8400 . 0,98 à E=8.232,00
0 1m
DF (II)
(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅
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José deve a um banco a quantia de $190.000 a ser devolvida daqui a um mês. Como
está inteiramente desprovido de recursos, propõe a prorrogação da dívida por mais
três meses. Considerando-se a data focal zero e que a operação esteja sujeita a uma
taxa de desconto comercial simples de 72% a.a., de quanto será o valor do novo título?
Sol.: Este enunciado apresenta uma pequena casca de banana. E é justamente no desenho da
questão. Se o José tinha uma dívida para pagar daqui a 30 dias, e propõe prorrogá-la por mais
90 dias, para qual data irá o novo pagamento?
Na hora da prova, agindo precipitadamente, você poderia dizer que o novo pagamento iria para
a data 90 dias, o que seria um erro.
Prorrogar por mais 90 dias significa lançar o novo pagamento para a data 120 dias, já que
30+90=120.
De resto, nenhuma novidade. Vamos aos passos preliminares de resolução.
Desenhando a questão e definindo os valores de 1a e 2a obrigação, teremos:
X
190.000,
0 1m 4m
DF (I) (II)
190.000,
E
0 1m 4m
DF (I) (II)
Aplicando o desconto simples por fora, e fazendo as contas, teremos:
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à A=N.(1-i.n) à E=190000.(1 – 0,06 x 1) à E = 190000 . 0,94 à E=178.600,00
0 4m
DF (II)
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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que a equivalência de capitais se configura sempre em que estiverem presentes duas
formas de pagamento para um mesmo bem;
2) Que operações de equivalência de capitais, a exemplo das de juros e de desconto,
também podem ocorrer no regime simples ou no composto;
3) Que as operações de equivalência se resolvem todas seguindo um mesmo passo a passo,
a mesma receita de bolo;
4) Que esta receita consiste em passos preliminares e passos efetivos;
5) Que os passos preliminares de resolução são os seguintes:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto;
5º Passo) Localizar a data focal.
~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~∞~
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