Os três poemas tratam de temas como saudade, ausência, angústia e desespero. O primeiro poema descreve a presença misteriosa da vida através da saudade. O segundo fala sobre um futuro incerto que não pode ser evitado ou controlado. O terceiro poema expressa a escuridão e desespero dos tempos atuais.
Os três poemas tratam de temas como saudade, ausência, angústia e desespero. O primeiro poema descreve a presença misteriosa da vida através da saudade. O segundo fala sobre um futuro incerto que não pode ser evitado ou controlado. O terceiro poema expressa a escuridão e desespero dos tempos atuais.
Os três poemas tratam de temas como saudade, ausência, angústia e desespero. O primeiro poema descreve a presença misteriosa da vida através da saudade. O segundo fala sobre um futuro incerto que não pode ser evitado ou controlado. O terceiro poema expressa a escuridão e desespero dos tempos atuais.
Os três poemas tratam de temas como saudade, ausência, angústia e desespero. O primeiro poema descreve a presença misteriosa da vida através da saudade. O segundo fala sobre um futuro incerto que não pode ser evitado ou controlado. O terceiro poema expressa a escuridão e desespero dos tempos atuais.
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Presença - MARIO QUINTANA
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos… É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado, as folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo… Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela e respirar-te, azul e luminosa, no ar. É preciso a saudade para eu sentir como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida… Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato… E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te. “O que será (À flor da pele )” – Chico Buarque O que será que será Que andam suspirando pelas alcovas Que andam sussurrando em versos e trovas Que andam combinando no breu das tocas Que anda nas cabeças, anda nas bocas Que andam acendendo velas nos becos Que estão falando alto pelos botecos Que gritam nos mercados que com certeza Está na natureza Será que será 2
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá O que não tem tamanho O que será que será Que vive nas idéias desses amantes Que cantam os poetas mais delirantes Que juram os profetas embriagados Que está na romaria dos mutilados Que está na fantasia dos infelizes Está no dia-a-dia das meretrizes No plano dos bandidos dos desvalidos Em todos os sentidos, será que será O que não tem decência nem nunca terá O que não tem censura nem nunca terá O que não faz sentido O que será que será Que todos os avisos não vão evitar Porque todos os risos vão desafiar Porque todos os sinos irão repicar Porque todos os hinos irão consagrar E todos os meninos vão desembestar E todos os destinos irão se encontrar E mesmo o padre eterno que nunca foi lá Olhando aquele inferno vai abençoar O que não tem governo nem nunca terá O que não tem vergonha nem nunca terá O que não tem juízo 3
Este é o tempo - SOPHIA DE MELLO BREYNER
ANDRESEN Este é o tempo Da selva mais obscura Até o ar azul se tornou grades E a luz do sol se tornou impura Esta é a noite Densa de chacais Pesada de amargura Este é o tempo em que os homens renunciam.
AUSÊNCIA - SOPHIA DE MELLO BREYNER
ANDRESEN Num deserto sem água Numa noite sem lua Num país sem nome Ou numa terra nua Por maior que seja o desespero Nenhuma ausência é mais funda do que a tua. 4
ANGÚSTIA – FLORBELA ESPANCA
Tortura do pensar! Triste lamento! Quem nos dera calar a tua voz! Quem nos dera cá dentro, muito a sós, Estrangular a hidra num momento! E não se quer pensar! ... e o pensamento Sempre a morder-nos bem, dentro de nós ... Querer apagar no céu – ó sonho atroz! – O brilho duma estrela, com o vento! ... E não se apaga, não ... nada se apaga! Vem sempre rastejando como a vaga ... Vem sempre perguntando: “O que te resta? ...” Ah! não ser mais que o vago, o infinito! Ser pedaço de gelo, ser granito, Ser rugido de tigre na floresta!