Hugo Ramon Rivarola Garcete
Hugo Ramon Rivarola Garcete
Hugo Ramon Rivarola Garcete
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2 Objetivos Especificos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5 RESULTADOS ESPERADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9
1 Introdução
O Município São Miguel do Iguaçu está localizado no Estado do Paraná, foi fundado
em 28 de Novembro de 1961, principalmente por imigrantes europeus, na sua maioria
alemães e italianos que foram os responsáveis pelo desenvolvimento do município. Estes
colonizadores asseguraram a fonte de renda através da produção de erva-mate e do corte
de madeira (a madeira mais valiosa era o cedro, encontrado em abundância na região),
sendo estas as duas principais atividades econômicas da época. Sua população estimada
é de 26.570 habitantes (PMSMI, 2016).
Hoje as terras são férteis para a plantação de milho, soja e criação de animais. A
organização social e movimentos sociais acontece com participação de grupos religiosos,
clubes de mães, clubes da terceira idade, Pastoral da criança, grupos de catequese, pro-
gramas direcionados ao publico jovem (PROJOVEM). Contamos com um representante
do bairro no conselho municipal de saúde.
Com relação à saúde, existem vários serviços públicos de saúde - 13 UBS contam com
sua equipe básica de saúde. E ainda o CMEIS (Centro Municipal para crianças de 0-5
anos), Escolas de ensino fundamental, Programa de integração de jovem e adultos no
ensino Básico.
Contamos com o serviço social municipal e ainda com várias academias direcionadas
à adultos e idosos para a prática de atividades físicas, com apoio de educador físico.
Também existe um projeto do município denominado ”Saúde em movimento - Um ato de
amor a vida”, que acontece duas vezes ao mês.
As condições socioeconômicas da população na área urbana do município são mais
favoráveis. Percebe-se a presença de profissionais e pessoas com maior nível educacional e
econômico, porém na periferia do município percebe-se um maior índice de pessoas que são
presas por envolvimento com drogas e violência. No município temos áreas classificadas
como de risco devido a falta de saneamento básico e moradias localicadas ao lado de um
córrego que costuma transbordar quando chove.
Na área central do município a maioria das moradias são prédios e casas de tijolos. A
renda da familiar gira em torno de um salário mínimo, com exceção das pessoas que pos-
suem comércio. As famílias de baixa renda são inclusas em programas sociais. A maioria
da população da periferia tem o ensino fundamental incompleto.
Como relato pessoal posso descrever que ”sou o médico no posto de saúde São Jorge,
que foi criado há 35 anos, para atender a população trabalhadora que fica na área rural,
distante a 10 km do centro da cidade, e que atende também lugares distantes do centro da
cidade, como a Vila Rural e a Guanabara, distantes a 30 km da cidade. Essa população é
humilde e de baixa renda, e ainda inclui a atenção a etnia indígena dos Quilombolas, que
moram na vizinhança com o Parque Iguaçu. Uma fragilidade de acesso é a estrada, que é
10 Capítulo 1. Introdução
2 Objetivos
3 Revisão da Literatura
A transmissão da dengue
O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, foi introduzido na América do
Sul através de barcos (navios negreiros) provenientes da África, no período colonial, junto
com os escravos. A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus (existem
quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), que ocorre
principalmente em áreas tropicais e subtropicais do mundo. No Brasil, é uma das doenças
mais freqüentes, atingindo a população de todas as classes sociais em todos os Estados.
O agente etiológico é um vírus RNA do qual são conhecidos os sorotipos DENV 1, 2, 3 e
4. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos
chuvosos (BRASIL, 2009b).
Os mosquitos da dengue picam durante o dia e a noite, ao contrário do mosquito
comum, que pica durante a noite. O Aedes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximi-
dades de habitações (casas, apartamentos, Hotéis), em recipientes onde se acumula água
limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas etc.).
Mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras
brancas no corpo e nas pernas, ele costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas
últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à
sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem acontecem também
durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça
(PINHEIRO, 2013).
Modo de transmissão: A fêmea pica a pessoa infectada, mantém o vírus na saliva e o
retransmite.
A transmissão ocorre pelo ciclo:
homem - Aedes aegypti - homem.
Após a ingestão de sangue infectado pelo inseto fêmea, transcorre na fêmea um período
de incubação. Após esse período, o mosquito torna-se apto a transmitir o vírus e assim
permanece durante toda a vida. Não há transmissão pelo contato de um doente ou suas
secreções com uma pessoa sadia, nem fontes de água ou alimento (ORG, 2016).
O Período de incubação varia de 3 a 15 dias, mas tem como média de cinco a seis dias.
O ciclo do Aedes aegypti é composto por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. As
larvas se desenvolvem em água parada, limpa ou suja. Na fase do acasalamento, em que as
fêmeas precisam de sangue para garantir o desenvolvimento dos ovos, ocorre a transmissão
da doença (TORPEDO, 2016).
Um ovo do Aedes aegypti pode sobreviver por até 450 dias (aproximadamente 1 ano e
2 meses), mesmo que o local onde ele foi depositado fique seco. Se esse recipiente receber
água novamente, o ovo volta a ficar ativo, podendo se transformar em larva, posterior-
14 Capítulo 3. Revisão da Literatura
mente em pupa e atingir a fase adulta depois de, aproximadamente, dois ou três dias.
Quando não encontra recipientes apropriados (criadouros), a fêmea do Aedes aegypti,
em casos excepcionais, pode voar a grandes distâncias em busca de outros locais para
depositar seus ovos (BRASIL, 2007).
Tipos de dengue
• A Dengue Clássica ou comum apresenta: febre alta com início súbito. Forte dor
de cabeça. Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos. Perda
do paladar e apetite. Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, princi-
palmente no tórax e membros superiores. Náuseas e vômitos· Tonturas. Extremo
cansaço. Moleza e dor no corpo. Muitas dores nos ossos e articulações. Raramente
há complicações (BRASIL, 2013).
casos por 100.000 habitantes. Estes dados fizeram a equipe de saúde do estado ficar em
alerta.
São municípios da maior para a menor incidência: Itaúna do Sul, Paranapoema, Uraí,
Tamboara, Loanda, Jataizinho, Diamante do Norte, Amaporã, Guaíra, Santo Antônio
do Caiuá, Novo Itacolomi, Querência do Norte, Janiópolis, Marilena, Sertanópolis, Assaí,
Planaltina do Paraná, Presidente Castelo Branco, Paranacity, Alvorada do Sul, Marialva,
Sertaneja, Santa Mariana, São Carlos do Ivaí, Nova Londrina, Cambé, Mandaguari, Tu-
neiras do Oeste, Vera Cruz do Oeste, Marilândia do Sul, Rolândia, Ibiporã, Jaguapitã,
Nova Esperança, Porecatu, Alto Paraná, Santa Terezinha de Itaipu, Santo Antônio da
Platina, Londrina, Cambará, Cianorte, Sarandi, Palotina, Bandeirantes, Assis Chateau-
briand, Paiçandu, Marechal Cândido Rondon, Irati, Pato Branco, Arapongas, Apucarana,
Toledo, Maringá e Cascavel. Os municípios com maior número de casos notificados são
Londrina (1.178), Guaíra (266) e Cambé (261). Os municípios com maior número de casos
confirmados são: Itauna do Sul (52), Paranapoema (39) casos e Londrina (23).
A dengue no Brasil caracteriza-se por um cenário de transmissão endêmica/ epidêmica
em grande parte do País, determinada principalmente pela circulação simultânea de vários
sorotipos virais. Esse cenário de intensa transmissão tem contribuído para a mudança no
perfil da doença no País. Entre as principais mudanças na epidemiologia da doença no
Brasil, destaca-se a ocorrência cada vez maior de suas formas graves e de óbitos. Nos
últimos dez anos foram notificados 82.039 casos graves e 2.931 óbitos, o que representa
um aumento de 705% e 974%, respectivamente, se comparado com a década anterior.
Apesar de o aumento da gravidade dos casos, a forma de tratar e salvar vidas continua
com os mesmos princípios. Diagnóstico precoce e tratamento oportuno com a prescrição
de volumes adequados de líquidos para hidratar o paciente (BRASIL, 2013).
Quanto ao tratamento, os dados da anamnese e do exame físico servem para orientar as
medidas terapêuticas cabíveis e estadiar os casos. A dengue é uma doença dinâmica, que
permite a evolução do paciente de um estágio a outro, rapidamente. O manejo adequado
dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo mo-
nitoramento e reestadiamento dos casos e da pronta reposição hídrica. Com isso torna-se
necessária a revisão da história clínica, acompanhada do exame físico completo, a cada
reavaliação do paciente, com o devido registro em instrumentos pertinentes (prontuários,
ficha de atendimento e cartão de acompanhamento). Não há tratamento especifico para a
dengue, o que o torna eminentemente sintomático ou preventivo das possíveis complica-
ções. As medicações utilizadas são analgésicos e antitérmicos, que controlam os sintomas,
como a dor e a febre. As drogas antivirais, o interferon alfa e a gamaglobulina, testada
até o momento, não apresentaram resultados satisfatórios que subsidiem sua indicação
terapêutica. Até o momento, não há uma vacina eficaz contra a dengue (BRASIL, 2007).
Importância da atenção básica nos cuidados de vigilância e prevenção
Nos últimos anos, evidenciamos um aumento de casos de febre hemorrágica de den-
16 Capítulo 3. Revisão da Literatura
gue e o maior acometimento de crianças, exigindo que os serviços de saúde atuem mais
efetivamente para controle da doença e diminuição do número de óbitos. A Atenção Bá-
sica tem um papel fundamental desenvolvendo ações na promoção, prevenção e atenção
ao doente com dengue. Nesse sentido, as equipes devem desempenhar suas atribuições
relacionadas à educação em saúde e observação dos domicílios e espaços comunitários ori-
entando a comunidade para a identificação, remoção, destruição ou vedação de possíveis
criadouros(BRASIL, 2009a).
Esse trabalho deve estimular o morador ao autocuidado, ao cuidado do ambiente de
sua residência e de sua comunidade, no sentido de desenvolver o compromisso e o papel
de “ator” da realidade onde vive, conferindo assim, maior sustentabilidade ao combate à
dengue (BRASIL, 2009b). Muitos municípios utilizam o LIRAa (Levantamento Rápido
dos Índices de Infestação por Aedes aegypti), que tem por objetivo identificar índice de
infestação e criadouros mais importantes. Os resultados desse trabalho devem subsidiar
as ações das equipes (BRASIL, 2009b).
O nosso trabalho na atenção básica no combate ao mosquito e para a sua prevenção
consiste na educação e em evitar os locais que podem armazenar água limpa parada e
evitar as picadas do mosquito da dengue, por isso é recomendado e vistoriado:
• Se tiver plantas aquáticas, lave com água e sabão a parte de dentro do vaso, todas
as semanas;
• Guardar pneus em locais cobertos, longe da chuva. Faça furos na parte de baixo ou
entregue no serviço de limpeza;
• Jogar no lixo cascas de coco, latas de refrigerantes, copo plástico, garrafas, embala-
gens, etc;
• Ralos com pouco uso: colocar um plástico para vedá-lo e jogar água sanitária 2 vezes
por semana;
• Jogar diariamente borra de café no solo, jardins, hortas e dentro de flores, como o
copo d’água ou bromélias, porque este é um inseticida natural que mata a larva do
mosquito da dengue;
• Cascatas e lagos: tratar com cloro e manter as bordas devidamente limpas e esco-
vadas;
• Muros com cacos de vidro: colocar massa ou areia para evita que a água da chuva
se acumule;
• Usar calça comprida e sapato fechado, pois o mosquito da dengue tem o hábito de
picar os pés e as pernas;
• Colocar vasos de planta citronela próximo à porta de casa e das janelas, pois ela
repele o mosquito da dengue;
4 Metodologia
5 Resultados Esperados
A Dengue é uma infecção provocada pela picada do Mosquito Aedes Aegypti infectado.
Esta é uma doença endêmica nos países subtropicais já que o clima favorece a proliferação
do mosquito e o acúmulo de água parada e lixo não tratados corretamente são ótimos
berçário para as suas larvas. Pode-se acrecentar que é uma doença de difícil controle por
parte dos órgãos públicos.
Os diversos fatores que viabilizam a implementação desta proposta de intervenção, já
que representa um grave problema de saúde pública, é a alta incidência da doença (DEN-
GUE) na área da unidade de Saúde do Distrito de São Jorge, encontrando-se as maiores
complicações nos grupos com doenças crônicas preexistentes, causando preocupação nas
famílias.
Com o desenvolvimento deste projeto espera-se diminuir os focos do mosquito e infor-
mar a comunidade sobre os sintomas e tratamento da doença. Espera-se ainda diminuir
a incidência da dengue no município e suas complicações para a saúde das famílias da
nossa comunidade.
Espera-se que seja possível identificar os pontos fortes e fracos do conhecimento da
população que orientarão a programação das ações educativas sobre a dengue.
Além disso, diminuir as complicações da doença e os custos no tratamentos com me-
didas simples. O conhecimento adquirido pelas famílias facilitará o entendimento da po-
pulação sobre a Dengue, e trará um impacto positivo na saúde das famílias, com uma po-
pulação beneficiada diretamente pelas medidas preventivas resultantes do conhecimento
de hábitos de estilos de vida saudáveis.
Acreditamos que esta proposta de intervenção será possível, considerando a neces-
sidade de um pequeno recurso financeiro e é de grande potencial pelo introsamento e
dedicação da equipe de saúde.
23
Referências
BRASIL, M. da Saúde do. Vigilância em Saúde: Cadernos de atenção básica - n.° 21.
Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Citado 2 vezes nas páginas 14 e 15.