Discursivas Recentes Área Fiscal
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• Aprovação da lei orçamentária anual (LOA) com receitas e despesas previstas e fixadas
no valor de R$ 1.000.000, tendo sido 40% delas distribuídas na categoria econômica
corrente e 60% distribuídas na categoria econômica de capital.
• Lançamento de impostos no valor de R$ 400.000, tendo sido arrecadados 80% desse valor.
• Empenho e liquidação de despesas com água, luz e telefone, no valor de R$ 120.000, tendo
sido 50% pagos no exercício e 50% inscritos em restos a pagar processados.
3 Justifique por que o balanço patrimonial deve vir acompanhado de notas explicativas e
cite um exemplo de nota explicativa que deverá acompanhar o balanço patrimonial da situação
apresentada.
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Tendo em vista os déficits primários observados no Brasil desde 2014, o governo federal
começou a buscar fontes de recursos para evitar o descumprimento de disposições
constitucionais e legais, bem como para manter em funcionamento importantes projetos
estratégicos. Além de haver a necessidade de execução de importantes políticas públicas,
que definem a plataforma política de qualquer governante democraticamente eleito, a rigidez
das regras fiscais coloca adicional desafio para os operadores macrofiscais. Considerando
esse desafio e o risco da não observância dos requisitos da regra de ouro no orçamento dos
anos fiscais subsequentes, o governo federal determinou a realização de estudos para avaliar
formas de resolver o problema em tela, inclusive aventando a possibilidade de utilização de
empresas públicas.
Considerando o caso apresentado e a regra de ouro brasileira, redija um texto que atenda ao
que se pede a seguir.
2 Exemplifique uma proposta que viabiliza a execução de importante política pública sem
que ocorra a violação dos preceitos da regra de ouro.
A regra de ouro clássica estabelece que operações de crédito não podem ser efetuadas para
o financiamento de despesas correntes. O princípio econômico que justifica a regra consiste
no fato de que o investimento, ao contribuir para a geração futura de riqueza, beneficia não
apenas as atuais gerações, mas também as futuras. Nesse argumento, está presente a ideia
de separação do orçamento em dois blocos: o primeiro dedicado às despesas correntes; e, o
segundo, às despesas de capital, que são aquelas que contribuem para o crescimento do
produto potencial da economia. A separação dos orçamentos atende a dois objetivos: (i)
estabelecer uma dinâmica para que o orçamento corrente seja, no mínimo, equilibrado; (ii)
prover flexibilidade para a execução dos investimentos que aumentam o patrimônio público e
geram benefícios para gerações futuras.
Contudo, a regra de ouro brasileira admite uma definição muito abrangente do conceito de
despesas de capital, o que abre espaço para que essa regra seja cumprida mesmo com o
endividamento crescendo muito acima dos investimentos públicos. Esse resultado ocorre
porque o governo federal dispõe de elevado volume de receitas financeiras originadas de
amortizações e juros que o Tesouro Nacional recebe de entes subnacionais e de instituições
financeiras como o BNDES. Ademais, a remuneração das disponibilidades e o resultado do
Banco Central são creditados na Conta Única da União. Por outro lado, a regra brasileira
considera como investimentos públicos não somente as aquisições de ativos fixos do governo
federal, mas, também, as transferências de capital que financiam os investimentos de
governos subnacionais e a capitalização de empresas estatais não dependentes.
No dia 10/6/2019, a empresa Alfa Ltda., situada no estado de Pernambuco, realizou operação
de comercialização de três mil camisetas à empresa Beta Ltda., situada no estado de Alagoas
e contribuinte do ICMS nesse estado, com o objetivo de que a entrega fosse realizada em
até vinte dias. A empresa Alfa Ltda. produz internamente todos os insumos necessários para
a fabricação das camisetas.
A mercadoria, que estava sujeita ao regime de pagamento antecipado do ICMS, foi retirada
do estabelecimento localizado no estado de Pernambuco no dia 15/6/2019 e chegou ao estado
de Alagoas em 17/6/2019, dia em que foi entregue à empresa destinatária. Em setembro de
2019, a mercadoria adquirida pela empresa Beta Ltda. foi totalmente vendida, para não
contribuintes do ICMS no estado de Alagoas, no valor de R$ 120.000.
A alíquota interestadual aplicável para operações entre esses dois estados é de 12% e a
alíquota interna de ICMS para camisetas em Alagoas é de 17%. Há decreto do Poder
Executivo estadual especificando como 0% o percentual de agregação para fins da
antecipação do ICMS para as camisetas.
2 Qual o valor de ICMS a ser antecipado na operação? Informe o cálculo a ser feito.
3 Qual o valor de ICMS a ser pago pela empresa Beta Ltda. após a venda das camisetas em
setembro de 2019? Informe o cálculo a ser feito.
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1) Segundo o art. 1.º da Lei n.º 6.474/2004, é considerado ocorrido o fato gerador do ICMS
no momento da entrada de mercadoria, no estado de Alagoas, pelo fato de a mercadoria estar
sujeita ao regime de pagamento antecipado de ICMS:
2) De acordo com o art. 1.º da Lei n.º 6.474/2004, será exigido o pagamento antecipado do
imposto relativo à diferença entre a alíquota interna do estado de Alagoas e a interestadual
quando da entrada interestadual de mercadorias para contribuinte do ICMS dentro do
estado de Alagoas.
Segundo o art. 2º, § 1º, da Lei n.º 6.474/2004, “a base de cálculo do imposto antecipado
relativo à diferença entre as alíquotas, referidas no caput deste artigo, será o valor total da
aquisição da mercadoria, nele incluídos o montante do próprio imposto antecipado, o IPI, se
for o caso, o frete e as demais despesas debitadas ao estabelecimento destinatário”.
base do ICMS na remessa = valor do produto + frete + seguros + IPI + ICMS antecipado base
da remessa
base do ICMS na remessa = R$ 60.000,00 + R$ 500,00 + R$ 500,00 + R$ 3.000,00 + 17% *
base do ICMS na remessa
base do ICMS na remessa = R$ 64.000,00 + 0,17 * base do ICMS na remessa
base do ICMS na remessa – 0,17 * base do ICMS na remessa = R$ 64.000,00
0,83 * base do ICMS na remessa = R$ 64.000,00
base do ICMS na remessa = = R$ 64.000,00 * 0,83 = R$ 77.108,43
A partir da base de cálculo, chega-se aos seguintes valores de ICMS a ser antecipado:
ICMS antecipado = base do ICMS * (%alíquota do ICMS intra – %alíquota do ICMS inter)
ICMS antecipado = R$ 77.108,43* (17,00% – 12,00%)
ICMS antecipado = R$ 77.108,43 * (5,00%)
ICMS antecipado = R$ 77.108,43 * 0,05
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ICMS antecipado = R$ 3.855,42.
3 Nas operações de venda das camisetas pela empresa Beta Ltda. para não contribuintes do
ICMS no estado de Alagoas, o ICMS está embutido no preço final da mercadoria. Como houve
a antecipação de parte do valor do ICMS na aquisição das camisetas em junho de 2019, esse
valor será abatido do valor a pagar em setembro de 2019
Dessa forma, o valor do ICMS a ser pago em setembro pela empresa Beta Ltda. é o seguinte:
ICMS a pagar = (valor da operação * %alíquota do ICMS intra) – ICMS antecipado – ICMS
operações anteriores.
O ICMS pago no estado de Pernambuco é calculado utilizando o valor do produto com o frete
e seguro, multiplicado pela alíquota interestadual de 12%, ou seja:
LEI
Esclareça sobre as indagações feitas pelo chefe do Poder Executivo Municipal, tendo por
base o legalmente estabelecido na Lei nº 4.320, de 17/03/1964, e alterações posteriores.
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TÍTULO V – Dos Créditos Adicionais
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
II – os provenientes de excesso de arrecadação;
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais, autorizados em Lei;
IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite
ao poder executivo realizá-las.
[...].
Fonte: Lei nº 4.320 de 17/03/1964 e alterações posteriores.
• Definição correta e completa de Crédito Adicional Extraordinário (Art. 41, III da Lei nº
4.320/1964) Valor: 0,10 ponto
Cálculo:
Contribuições R$ 43.000.000,00
Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria R$ 140.000.000,00
Outras Receitas Correntes R$ 7.500.000,00
Receita de Serviços R$ 12.800.000,00
Transferências Correntes R$ 17.100.000,00
Parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional R$ 10.000.000,00
Contribuição dos servidores estaduais para o custeio do seu sistema de previdência e
assistência social: R$ 650.000,00
De acordo com a lei desse Estado nordestino, a comercialização das máquinas, dentro do
Estado, está sujeita ao recolhimento antecipado do ICMS, por substituição tributária. A
referida empresa afirma, orgulhosamente, que suas máquinas são 100% nacionais.
II. uma máquina, à Cafeteria Gourmet Ltda., localizada em Estado da Região Sul do Brasil,
pelo valor de R$ 660,00, onde será utilizada para moer os grãos dos cafés que serve em seu
estabelecimento;
III. uma máquina, à Boulangerie Paris Ltda., localizada no mesmo Estado da indústria
fabricante, por R$ 510,00, que também a utilizará para moer os grãos dos cafés que serve
em seu estabelecimento; e
IV. 10 máquinas, pelo valor unitário de R$ 450,00, para a empresa Comércio Varejista de
Máquinas para Moagem de Café Ltda., localizada no mesmo Estado da indústria fabricante.
O Comércio Varejista irá comercializá-las (revendê-las).
Em todas as vendas foi cobrado, pela empresa vendedora, frete no valor de R$ 90,00 e
seguro no valor de R$ 30,00, por operação. Além disto, foi cobrado também um valor de R$
80,00 por operação realizada, a título de outras despesas debitáveis aos adquirentes das
mercadorias.
Essas importâncias não estão incluídas nos valores das mercadorias descritas nos itens acima,
e são fixas por operação realizada, ainda que uma mesma operação contemple a venda de
vários itens de mercadoria.
A alíquota do IPI, aplicável a máquinas de moer grãos de café, é de 10% do valor de venda
das mercadorias.
Considere:
a. Em quais das operações descritas acima haverá retenção do ICMS, por substituição
tributária, a favor do Estado nordestino de localização da indústria fabricante das máquinas
ou do Estado de localização do destinatário da mercadoria, e em quais não haverá?
e. A indústria DU BOM Ltda. tem direito ao crédito do ICMS referente à energia elétrica
por ela utilizada na fabricação das máquinas comercializadas nos itens I, II, III e IV? E ao
serviço de telefonia utilizado na comercialização das mercadorias envolvidas nessas mesmas
operações?
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a) Na operação interestadual (situação “B”) a retenção de ICMS/ST não poderia
ser realizada a favor do Estado de localização da indústria fabricante das máquinas, pois o
fato gerador presumido não ocorreria neste Estado. E também não poderia ser realizada a
favor do Estado de destino, pois inexistia Convênio entre os Estados para isto (LC 87/96,
Art. 6o, § 1o). Com relação à retenção ao Estado de destino, na hipótese de operação
interestadual (situação “B”), não haverá retenção do valor do ICMS/ST, pois não existe
convênio entre os Estados. (art. 6o, § 1o da LC 87/96).
[R$ 600,00 (valor das mercadorias) + R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) + R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes) + R$ 60,00 (IPI)] 18% = R$ 154,80.
(art. 13, caput, I, c/c § 1o, I e II, c/c § 2o)
[R$ 660,00 (valor das mercadorias) +R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) +R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes) R$ 66,00 (IPI)]* 12% = R$ 111,12.
(art. 13, caput, I, c/c § 1o, I e II, c/c § 2o)
[R$ 510,00 (valor das mercadorias) + R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) + R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes) + R$ 51,00 (IPI)] 18% = R$ 136,98.
(art. 13, caput, I, c/c § 1o, I e II, c/c § 2o)
[R$ 4.500,00 (valor das mercadorias) + R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) + R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes)] 18% = R$ 846,00.
(art. 13, caput, I, c/c § 1o, I e II, c/c § 2o) (2,50 pontos)
d) Sim. Ela tem direito a esse crédito, em todas as quatro operações, (1) desde que essas
mercadorias (partes e peças) tenham sido recebidas no seu estabelecimento; (2) este
recebimento decorra de operações tributadas pelo ICMS; (3) esse recebimento tenha sido
amparado por documentação idônea; e (4) tenham sido observados os prazos e condições
estabelecidos na legislação para a escrituração dos documentos fiscais.
Art. 19. O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por
outro Estado.
Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo
o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha
resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a
destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.
Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto,
reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham
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sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso,
à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.
...
II. somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no estabelecimento:
(Redação dada pela LCP no 102, de 11.7.2000)
...
b) quando consumida no processo de industrialização; (Incluída pela LCP no 102, de 11.7.2000)
Com relação aos serviços de telefonia mencionados neste item, e cujas prestações ocorreram
em 2019, não há direito ao crédito do ICMS.
...
IV. somente dará direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação utilizados pelo
estabelecimento: (Incluído pela LCP no 102, de 11.7.2000)
a) ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza; (Incluída pela
LCP no 102, de 11.7.2000)
A Lei Orçamentária (Lei 4320 de 1964) foi delineada pela Constituição federal no Art. 165.
Leis de iniciativa exclusiva do Poder Executivo e determinou o que se pode chamar de um
processo integrado de alocação de recursos, compreendendo o ciclo de planejamento e
orçamento, mediante a definição de três instrumentos:
A Lei Orçamentária Anual é o instrumento pelo qual o Poder Público prevê a arrecadação de
receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano, sendo composta pelo
orçamento fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais. O projeto
da Lei Orçamentária anual deverá ser encaminhado ao Legislativo, quatro meses antes do
término do exercício financeiro (31 de agosto), e devolvido ao executivo até o encerramento
da sessão legislativa (22 de dezembro).
A Lei de Responsabilidade Fiscal contribui para a eficácia do Plano Plurianual, da LOA - Lei
Orçamentária Anual e da LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias, servindo como um
instrumento de articulação.
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9) FCC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais (Manaus)/2019
a. Foi designada uma única licitação na modalidade leilão para alienação de todos os imóveis
listados, respeitada, no entanto a organização dos bens em lotes, para possibilitar aquisição
individualizada.
c. Não foi admitido parcelamento dos valores ofertados, apenas lances para aquisição à vista,
em razão de urgente necessidade de recomposição de caixa, pois os recursos obtidos com as
vendas seriam empregados para cobrir o déficit da folha de pagamento, que estava atrasada
há cerca de dois meses.
d. A lei estadual que aprovou a alienação dos imóveis, a fim de reduzir o cronograma do
programa de vendas, dispensou a Administração pública de observar o direito de preferência
eventualmente cabível para quaisquer dos imóveis, sob o fundamento da supremacia do
interesse público, bem como em razão da notória situação financeira adversa do ente.
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c) Inexiste óbice à eleição do pagamento à vista como única forma admitida pelo edital. O
valor do imóvel demanda trabalho técnico de avaliação prévio, mas a definição da forma de
pagamento insere-se em juízo discricionário da Administração pública.
d) Lei estadual não poderia alterar normas gerais, de competência da União, que tenham
estabelecido direito de preferência em favor dos proprietários anteriores dos imóveis.
Leis de cunho nacional, à exemplo das normas gerais contidas na Lei nº 8.666/93, não
poderiam ser alteradas pela lei estadual editada.
O negócio foi realizado por meio da lavratura de escritura pública de permuta, no dia
15/02/2018, em cartório localizado na cidade de Manaus. O registro da aquisição do imóvel
urbano no Cartório de Registro de Imóveis foi realizado no mesmo dia.
O terreno estava localizado no perímetro urbano, próximo a uma escola e uma unidade de
saúde, em rua asfaltada e com acesso ao sistema de distribuição de água canalizada e de
energia elétrica.
Tendo em vista a boa localização do terreno, Roberto decidiu construir uma casa residencial
no local, com quatro quartos, uma sala e dois banheiros, e para tanto contratou, em
26/02/2018, a Construtora Faz Bem Limitada, com sede na cidade de Rio Preto da Eva/AM.
A obra teve inicio em 05/03/2018 e foi concluída após um ano e dez dias, em 15/03/2019,
ocasião em que o valor do serviço contratado foi pago, à vista, por Roberto à construtora.
a. Quais Fatos Geradores (FG) ocorreram, relativamente aos impostos municipais, cujo
Município de Manaus seja o Sujeito Ativo?
c. Em qual data cada Fato Gerador (FG) se considera ocorrido? Justifique o motivo da escolha
de cada data.
A resposta deve indicar, separadamente, para cada imposto, cada Fato Gerador ocorrido, a
hipótese de incidência prevista na legislação, a data em que se considera ocorrido o Fato
Gerador, e o respectivo contribuinte. O candidato deve indicar claramente de qual imposto
está tratando em cada parte de sua resposta.
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ITBI
b.1.1 Transmissão da propriedade do imóvel rural, por meio de permuta.
b.1.2 Transmissão da propriedade do imóvel urbano, por meio de permuta.
IPTU
b.2 propriedade do imóvel urbano na data do fato gerador.
ISSQN
b.3 prestação de serviço de construção civil.
Melissa Shirley adquiriu, por preço bastante acessível, em leilão promovido pela Caixa
Econômica Federal, um lote de joias confeccionadas com ouro de alto grau de pureza. Essas
joias foram a leilão em decorrência de contratos de empréstimo com garantia pignoratícia
(penhor), feitos entre a mencionada instituição financeira e pessoas naturais que não
liquidaram seus empréstimos nas datas pactuadas. Em razão dessa inadimplência, as
referidas joias, garantidoras do pagamento dos empréstimos feitos, foram a leilão.
Embora Melissa Shirley não pretendesse usar as joias arrematadas por ela, em razão de não
as considerar belas, procurou os ourives da "Ourivesaria Ouro Dubom Ltda.", empresa
localizada no Município de Manaus/AM, pedindo-lhes que transformassem as joias adquiridas
no leilão em novos anéis, brincos e pulseiras de estilo moderno, as quais seriam para seu uso
pessoal.
A "Ourivesaria Ouro Dubom Ltda ." aceitou o pedido e produziu as novas joias solicitadas, em
estilo moderno, com o material que Melissa Shirley lhes entregou.
Ocorre, todavia, que a referida ourivesaria teve sérias dúvidas de natureza tributária
relacionadas com atividade de confecção das novas joias. Em razão disso, e antes de
terminado o prazo para pagamento de tributo eventualmente devido, formulou consulta, por
escrito, à Secretaria Municipal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno -
SEMEF, do Município de Manaus, indagando o seguinte a respeito desta sua atividade de
transformação das joias arrematadas em joias de estilo moderno:
1. Como as joias que lhe foram entregues pela Sra. Melissa Shirley tinham sido adquiridas em
leilão promovido por instituição financeira federal, e ainda tinham sido confeccionadas com
ouro de alto grau de pureza, deveria esse ouro ser considerado ativo financeiro e, em razão
disso, sua manipulação estar fora do campo de incidência do ISSQN?
2. Caso o referido ouro não possa ser considerado ativo financeiro, haveria ICMS ou ISSQN
a ser pago pela referida ourivesaria, em relação à transformação das joias arrematadas em
joias de estilo moderno?
O consulente, embora tenha lido e relido o art. 12 da Lei Federal nº 7.766/891, não conseguiu,
por conta própria, solucionar suas dúvidas, razão pela qual formulou a referida consulta.
Com a petição de consulta, que foi protocolizada no Protocolo Geral da Prefeitura, juntaram-
se documentos que comprovaram as informações prestadas pela ourivesaria ao ente público.
Com base nos dados e informações fornecidos neste enunciado, bem como nas normas da
Constituição Federal, da Lei Complementar federal nº 11612003, da Lei Complementar
federal nº 87/1996 e do Decreto municipal de Manaus nº 681/91 , o candidato deverá
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elaborar um PARECER, devidamente fundamentado nos seus aspectos de fato e de direito,
por meio do qual responderá às indagações fe itas pela empresa consulente.
O PARECER a ser elaborado, no tocante à sua forma , deverá conter (I) a identificação do
consulente (apenas pela sua razão social), (II) um relato da situação descrita pelo consulente,
com menção aos elementos relevantes para a solução a ser dada, (III) a solução dada à
consulta formulada e (IV) a referência acerca de haver ou não recurso a ser interposto em
relação à solução dada, sendo que, em caso positivo, deverá ser indicado o prazo legal para
sua interposição e os efeitos do recurso interposto.
O candidato deverá elaborar a referida peça indicando, de modo claro e expresso, cada um
dos quatro tópicos em que o PARECER deve ser dividido, conforme estabelecido no parágrafo
anterior.
1"Art. 1º O ouro em qualquer estado de pureza, em bruto ou refinado, quando destinado ao mercado
financeiro ou à execução da política cambial do País, em operações realizadas com a interveniência de
instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, na forma e condições autorizadas pelo Banco
Central do Brasil, será desde a extração, inclusive, considerado ativo financeiro ou instrumento cambial.
I - o ouro envolvido em operações de tratamento, refino, transporte, depósito ou custódia, desde que
formalizado compromisso de destiná-lo ao Banco Central do Brasil ou à instituição por ele autorizada.
II - as operações praticadas nas regiões de garimpo onde o ouro é extraído, desde que o ouro na saída
do Município tenha o mesmo destino a que se refere o inciso I deste parágrafo.
§ 2º As negociações com o ouro, ativo financeiro, de que trata este artigo, efetuada nos pregões das
bolsas de valores, de mercadorias, de futuros ou assemelhadas, ou no mercado de balcão com a
interveniência de instituição financeira autorizada, serão consideradas operações financeiras."
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O consulente, atendendo ao pedido de sua cliente, prestou o serviço que lhe foi solicitado,
mas tem dúvida se o ouro que lhe foi entregue deve ser considerado ativo financeiro ou
instrumento cambial, uma vez que tem alto teor de pureza e foi adquirido de instituição
financeira.
Indaga, portanto, se, na sua atividade de transformação de uma joia em outra, a incidência
do ISSQN estaria afastada em razão de se tratar de manipulação de ouro ativo financeiro
ou instrumento cambial ou, caso não se trate de ouro ativo financeiro ou instrumento cambial,
se haveria incidência do ISSQN ou do ICMS nesta operação de transformação.
A Constituição Federal estabelece, em seu art. 153, § 5º, que o ouro, quando definido em lei
como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF.
Isso significa que, enquanto ativo financeiro, o único imposto que incide sobre o ouro é o IOF,
não havendo incidência do ICMS nem do ISSQN.
No caso em questão, não se trata de ouro ativo financeiro, porque ele não preenche as
condições estabelecidas no art. 1º da Lei federal no 7.766/89. Ainda que se trate de ouro
com alto grau de pureza e que tenha sido adquirido de instituição financeira, este ouro é
mercadoria, já que foi utilizado para fazer as joias que foram objeto de penhor e que,
posteriormente, foram arrematadas em leilão pela cliente do consulente.
IV - Recurso cabível
Ambas as despesas foram liquidadas em 01/12/2017 pelos valores totais dos empenhos
emitidos em 26/09/2017 e, em 31/01/2018, os valores totais devidos aos fornecedores
foram pagos.
Também em 01/08/2018, foi estabelecido o compromisso para a venda do software pelo valor
total de R$ 70.000,00 a ser concretizada em 31/07/2023. O compromisso para a venda do
software foi estabelecido por meio de acordo contratual, sendo que o ente público municipal
não possui a possibilidade de não vender o software. Além disso, o referido ente pretende
utilizar o ativo até 31/07/2023. Sabe-se que nenhuma perda por redução ao valor
recuperável foi reconhecida para o software.
Informação adicional: o ente público municipal utiliza o modelo de custo para a mensuração
do valor do software após o seu reconhecimento inicial e o método linear para o cálculo da
amortização mensal de tal ativo.
b. De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, em qual data ocorreu
o reconhecimento inicial do software no Balanço Patrimonial e por qual valor total? Apresente
os cálculos que justifiquem a sua resposta.
d. Qual o valor total das variações patrimoniais diminutivas referente ao software foi
evidenciado na Demonstração das Variações Patrimoniais referente ao exercício financeiro
de 2018? Apresente os cálculos que justifiquem a sua resposta.
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a) Classe: Ativo
Subgrupo: Intangível
Cálculo:
Amortização mensal = (R$ 163.000,00 - R$ 70.000,00) / 60 = R$ 1.550,00.
d) O valor total das variações patrimoniais diminutivas foi R$ 8.950,00, sendo R$ 7.750,00
referente à amortização do software no exercício financeiro de 2018 e R$ 1.200,00
referente ao serviço da transferência do software para o seu novo local de uso.
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13) FCC – Técnico Fazendário (Manaus)/2019
Para acabar com este entrave e agilizar' a movimentação das mercadorias dentro da área da
empresa, as indústrias Reunidas Eufrásia Fátima Ltda. decidiram construir, a suas próprias
expensas, dentro do imóvel onde se localiza a empresa, uma ponte robusta, ligando ambos os
lados. Trata-se de uma obra de construção civil de porte considerável.
Para alcançar esse desiderato, contrataram a Construtora Demétrio Coriolano S/A, empresa
de construção civil com estabelecimento único, localizada no Município "B", a qual foi
incumbida de realizar a obra toda, inclusive Fornecendo os materiais necessários para a
prestação do referido serviço de construção civil.
De acordo com o orçamento feito, o preço total da obre seria de R$ 2.500.000,00, sendo R$
1.500.000,00 referentes aos materiais fornecidos pela construtora e R$ 1.000.000,00
referentes ao serviço prestado.
a. Não. A referida ponte não é uma obra pública. Logo, não é possível cobrar contribuição de
melhoria em decorrência de eventual valorização de imóvel que decorra desta obra.
d. Sim, há. No caso, a responsável é a empresa Indústrias Reunidas Eufrásia Fátima Ltda.,
conforme estabelece o inciso II do § 2o do art. 6o da Lei Complementar no 116/03, na
qualidade de a tomadora dos serviços prestados.
f. Sim. Embora a alíquota não possa ser inferior a 2%, a carga tributária poderá sê-lo, em
razão da exceção contida no § 1o do art. 8o , da Lei Complementar no 116/03
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14) FCC - Auditor Fiscal Tributário Municipal (SJRP)/2019
A “Casa da Noiva” é uma empresa muito conceituada no Município de São José do Rio Preto.
Quando ela iniciou suas atividades, há quatro anos, era apenas uma pequena oficina de
costura, que só confeccionava vestidos de noiva sob medida, com material fornecido pelas
suas clientes. Atualmente, porém, além de continuar com essa atividade, ela também passou
a vender vestidos para pronta entrega, para aquelas clientes que preferem adquiri-los assim,
ao invés de mandar confeccioná-los.
Desse modo, cada noiva escolhe se prefere comprar o tecido e os demais materiais em outras
lojas e levar tudo para ser confeccionado na “Casa da Noiva”, ou se prefere comprar um
vestido de casamento já pronto, dentre os vários modelos existentes para pronta entrega.
Com base no texto acima e com fundamento na Lei Complementar municipal nº 178/2003,
responda às indagações abaixo formuladas, apresentando os fundamentos para todas as suas
respostas. O candidato deve, ainda, relativamente a cada uma das indagações, indicar
expressamente a qual item está respondendo.
a. Alguma das atividades da empresa “Casa da Noiva” está sujeita a imposto municipal e, em
caso positivo, a qual imposto?
Luís Alberto e Carlos Alberto, irmãos, residem, desde 2010, na República Francesa, onde
estão domiciliados. Eles são os únicos sócios da empresa "ATACADISTA ARROZ DE CUXÁ".
Em 2014, a Prefeitura de São Luís decidiu construir, no novo bairro, parques, campos de
desportos, viadutos e pontes sobre rodovias, para tornar mais rápido o acesso dos seus
habitantes ao centro da cidade, bem como decidiu promover reparos simples nas vias públicas
ali existentes. Efetuou, também, trabalhos de simples conservação na rede de energia
elétrica e na rede de esgoto locais.
Todas as obras acima citadas foram iniciadas em 20 de fevereiro de 2015. Por ocasião da
conclusão de todas elas, em 10 de maio de 2017, estudos técnicos, feitos pela Prefeitura de
São Luís, concluíram que todos os imóveis ali localizados, incluído o referido imóvel comercial
tiveram igual valorização, sendo ela de:
III. R$ 10.000,00, em decorrência dos meros reparos nas vias públicas e dos trabalhos de
simples conservação na rede de energia elétrica e na rede de esgoto locais; e
Com base nas informações acima, de caso hipotético, e nas normas do Código Tributário do
Município de São Luís, responda, fundamentadamente, as questões abaixo formuladas.
(a.2) Já, as obras de mero reparo nas vias públicas e os trabalhos de simples conservação
na rede de energia elétrica e na rede de esgoto locais não dão ensejo à cobrança dessa
contribuição, por expressa determinação legal, contida no art. 520 do mesmo Código.
(a.3) Por fim, a obra de construção do Shopping Center não dá ensejo à cobrança da
referida contribuição, porque não se trata de obra pública, mas de obra feita por grupo
empresarial da iniciativa privada.
E, conforme o artigo 518 do Código, apenas obra pública realizada pelo Município de São Luís
faz incidir a contribuição.
b. De acordo com o art. 518 do CTM de São Luís, a contribuição de melhoria tem como fato
gerador (a) a realização de obra pública pelo Município de São Luís, (b) da qual decorra
acréscimo no valor de imóvel localizado nas áreas beneficiadas.
c. O contribuinte da contribuição de melhoria, de acordo com o art. 521 do CTM de São Luís,
é o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título de bem imóvel,
beneficiado pela execução de obra pública. No caso, portanto, o contribuinte é a empresa
“ATACADISTA ARROZ DE CUXÁ”, pois ela é a proprietária do referido imóvel.
d. De acordo com o art. 526 do CTM de São Luís, a contribuição de melhoria só pode ser
lançada e arrecadada depois de executada a obra. Logo, a referida contribuição pôde ser
lançada e cobrada a partir do dia seguinte ao do término de sua execução, ou seja, a partir
de 10 de maio de 2017.
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15) FCC - Auditor Fiscal de Tributos I (São Luís)/Abrangência Geral/2018
O sistema tributário do Brasil costuma ser descrito como rígido e complexo. Mesmo assim,
desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, algumas novas exações passaram a
ter previsão expressa para serem instituídas. Dentre estas, destaca-se a Contribuição para
o Custeio do Serviço de Iluminação Pública. Existindo tal previsão, diversos Municípios
instituíram a referida contribuição, com caraterísticas específicas.
Situação A:
João reside em apartamento localizado em bairro residencial da zona urbana de São Luís, e
é usuário cadastrado dos serviços de água, esgoto, energia elétrica e telefonia fixa junto às
concessionárias dos respectivos serviços públicos.
Situação B:
Manuel é proprietário de imóvel urbano, não edificado, localizado em via pública, pavimentada
e iluminada pelo Município, com disponibilidade para contratação dos serviços públicos de
água, esgoto, energia elétrica e telefonia, mas, no local, tais serviços não foram contratados.
Situação C:
Sebastião é diretor da empresa Cerâmica Boa, consumidora livre de energia, ligada
diretamente à rede básica, localizada em via não pavimentada nem iluminada pelo Município,
situada na zona rural de São Luís.
a. A contribuição incide em quais das situações acima descritas, e qual o contribuinte no caso
de incidência?
b. Quais as destinações previstas para os valores arrecadados com a contribuição?
e. Quem é responsável pela arrecadação da contribuição?
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Padrão de Resposta
a. Situação A
A1. A contribuição incide na situação A, pois o Sr. João é pessoa residente no Município e é
consumidor cadastrado de energia elétrica junto a concessionária de serviço público de
energia elétrica do Município.
Situação B
B1. A contribuição incide na situação B, pois o Sr. Manuel é proprietário de imóvel urbano,
localizado em área servida por iluminação pública.
Base Legal: CTM/SL/2017, Art. 540 § 1o − Considera-se, também, como contribuintes (...)
os proprietários, os titulares de domínio útil ou os possuidores a qualquer título de unidade
imobiliária, ainda que não edificada, servida por
iluminação pública.
Situação C
C1. A contribuição incide na situação C, pois a empresa Cerâmica Boa é consumidora livre
de energia ligada a rede básica.
Base Legal: CTM/SL/2017, Art. 540 § 2o − Os (...) consumidores livres (...) ligados
diretamente à rede básica (...), contribuirão para o custeio de iluminação pública, mediante
lançamento anual, conforme Tabela XI-B anexa a esta lei.
Art. 538. A Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública será destinada
única e exclusivamente para cobertura dos valores despendidos com:
Foi aplicada ao contribuinte, ainda, multa no valor de R$ 10.000,00, mas não se reclamaram
acréscimos legais de quaisquer espécies.
3. correspondência trocada por Paulo e José, cujo conteúdo demonstrava que Paulo e.José
pactuaram permutar o imóvel de José pelo gado de Paulo, simulando, porém, a realização de
duas doações distintas. Esta cópia de correspondência foi
obtida por meios legais e licitas.
Na peça de impugnação ofertada por Paulo Silva, apresentada tempestivamente, ele alega
que:
b. a lavratura do AIIM foi indevida, porque doações não estão no campo de incidência do
ITBI;
c. a correspondência juntada por cópia não linha qualquer valor probatório, porque ele e José
decidiram, verbalmente, em data posterior às datas daquela correspondência, não mais fazer
a referida permuta, mas, sim, duas doações;
d. caso houvesse ITBI efetivamente devido, o contribuinte não seria ele, mas, sim, José;
e. o sujeito ativo não seria o Município de São Luís, mas o Município de Imperatriz;
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f. o montante do ITBI reclamado, no importe de R$ 10.000,00, equivalente a uma alíquota
de 2%, foi calculado mediante aplicação de alíquota superior àquela prevista em lei;
Ao final, com base em todos os argumentos acima arrolados, Paulo requer à autoridade
julgadora de primeira instância que julgue improcedente a exigência de crédito tributário
formalizada no referido AIIM.
O RELATÓRIO do processo deve conter um histórico do que consta dos autos do processo.
Assim, o conteúdo do relatório deve mencionar que:
2.1 Do referido AIIM ainda consta que a falta de pagamento decorreu de procedimento
doloso de Paulo Silva, que, para não pagar o ITBI devido, combinou com José Alves de simular
a formalização de dois contratos de doação (doações recíprocas), sendo que Paulo Silva
receberia de José Alves um bem imóvel localizado em São Luís/MA, e entregaria a ele, na
mesma data, em contrapartida, 500 cabeças de gado, localizadas no Município de
Imperatriz/MA, em valor idêntico ao do imóvel recebido.
2.2 Consta dos autos, ainda, que a acusação fiscal se sustenta também no conteúdo de
correspondência obtida por meios legais e lícitos, trocada por Paulo e José, na qual teria
ficado patenteado o intuito de permutar o imóvel de José pelo gado de Paulo, simulando,
porém, a realização de duas doações.
3.1 a escritura pública de contrato de doação, datada de 10 de janeiro de 2018, por meio da
qual José Alves doou a Paulo Silva o referido imóvel, no valor de R$ 500.000,00;
4. Paulo Silva impugnou, tempestivamente, a acusação fiscal que lhe foi feita, alegando e, ao
final, pedindo o seguinte:
4.2 a lavratura do AIIM foi indevida, já que doações não estão sujeitas à incidência do ITBI;
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4.3 a referida correspondência não tinha valor probatório, porque José e ele decidiram, por
meio de acordo verbal, em data posterior à da correspondência trocada, não mais fazer a
referida permuta, e, sim, duas doações;
4.5 o sujeito ativo de eventual ITBI devido seria o Município de Imperatriz, e não o Município
de São Luís;
4.6 o montante do tributo devido teria sido calculado mediante a aplicação de alíquota
superior à prevista em Lei;
4.7 o valor da penalidade não deveria ser de R$ 10.000,00, mas de R$ 8.000,00, porque o
autuado, não teria agido com intenção fraudulenta;
Decisão
5.1 expressar a convicção da autoridade julgadora de que houve, na verdade, uma permuta
de bem imóvel, localizado no Município de São Luís, por 500 cabeças de gado, localizadas no
Município de Imperatriz, e não duas doações. Fundamentação: na mesma data (10 de janeiro
de 2018) em que José doou formalmente a Paulo o bem imóvel, no valor de R$ 500.000,00,
Paulo doou formalmente a José as 500 cabeças de gado, no mesmo valor, o que evidencia a
existência de uma permuta de bens, e não duas doações como afirma Paulo (Ao expressar
esta convicção, a autoridade julgadora já afasta também a alegação de Paulo, contida no
item 4.1 acima).
6.1 a alegação de que José seria o contribuinte não pode ser aceita, pois PAULO é
efetivamente o contribuinte. Fundamentação: o caput do art. 375 do Código Tributário
Municipal de São Luís estabelece que “O imposto é devido pelo adquirente ... do bem imóvel
...”. Como Paulo é o adquirente do bem permutado, ele é o contribuinte.
6.2 a alegação de que o sujeito ativo de eventual ITBI devido seria o Município de
Imperatriz não pode ser aceita, pois o sujeito ativo é efetivamente o Município de São Luís.
Fundamentação: o imóvel objeto da permuta se localiza no Município de São Luís e, de
acordo com o § 1o do art. 373 do Código Tributário Municipal de São Luís, “O imposto é
devido quando o imóvel transmitido ... esteja situado total ou parcialmente em território do
Município”.
6.3 a alegação de que o montante do tributo devido teria sido calculado mediante a aplicação
de alíquota superior àquela prevista em Lei não pode ser aceita, pois a alíquota de 2%,
utilizada para o cálculo do imposto, está correta. Fundamentação: Na medida em que o valor
do imóvel recebido em doação é de R$ 500.000,00 e o imposto
reclamado é de R$ 10.000,00, conclui-se que a alíquota aplicada foi de 2% (R$ 500.000,00
× 2% = R$ 10.000,00) e esta alíquota é exatamente a prevista para as transmissões sujeitas
ao ITBI, conforme art. 378, caput, do Código Tributário Municipal de São Luís. A outra
alíquota prevista em Lei (0,5%) não se aplica a este caso, pois o imóvel em questão não foi
objeto de financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação.
6.4 a alegação de que o valor da penalidade não deveria ser de R$ 10.000,00, mas de R$
8.000,00, porque o autuado não teria agido com intenção fraudulenta, não pode ser acatada.
Fundamentação: As provas constantes dos autos (itens 3.1, 3.2 e 3.3) e analisadas nos itens
5.1 e 5.2 demonstram que o autuado, em conjunto com José Alves, buscou, intencionalmente,
mediante simulação da existência de contratos de doação, evitar o pagamento do ITBI
devido ao Município de São Luís pela permuta de bens que realizaram. Assim, a penalidade
aplicada, equivalente a 100% do valor do imposto que deixou de ser pago, está correta, pois
este é o percentual de multa que a Lei estabelece para os casos de inexatidão fraudulenta
de declaração relativa a elementos que possam influir no cálculo do imposto ou que resultem
na não incidência, isenção ou suspensão de pagamento do imposto (art. 384, caput, II, do
CTM/SL).
Parte dispositiva
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7. Nesta parte, o julgador deveria dizer se a exigência fiscal formalizada no Auto de
Infração e Imposição de Multa – AIIM é PROCEDENTE, IMPROCEDENTE ou
PARCIALMENTE PROCEDENTE.
Pelo exposto e pelo mais que dos autos consta, julgo PROCEDENTE a exigência do valor de
R$ 10.000,00, reclamado no AIIM, a título de ITBI, e do valor de R$ 10.000,00, reclamado
no mesmo AIIM, a título de penalidade pecuniária.