Discursivas Recentes Área Fiscal

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Públicos
Discursivas Recentes
Sumário
1) CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Finanças e Controle de Arrecadação da Fazenda
Estadual (SEFAZ AL)/2020 ................................................................................................... 3
Padrão de resposta: ............................................................................................................ 4
2) CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Finanças e Controle de Arrecadação da Fazenda
Estadual (SEFAZ AL)/2020 ................................................................................................... 6
Padrão de resposta ............................................................................................................. 7
3) CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ AL)/2020 8
Padrão de resposta: ............................................................................................................ 9
4) CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ AL)/2020
......................................................................................................................................................11
Padrão de resposta ........................................................................................................... 12
5) Instituto Consulplan - Auditor Fiscal Municipal (Pref Capanema)/2020 .............. 13
Padrão de resposta ........................................................................................................... 14
6) FCC - Auditor Fiscal (SEFAZ BA)/Administração, Finanças e Controle
Interno/2019 ........................................................................................................................... 16
Padrão de resposta ........................................................................................................... 18
7) FCC - Auditor Fiscal (SEFAZ BA)/Administração Tributária/2019 ...................... 19
Padrão de resposta ........................................................................................................... 21
8) IBADE - Auditor Fiscal (Pref Jaru)/2019 .................................................................. 24
Padrão de resposta .......................................................................................................... 25
9) FCC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais (Manaus)/2019 ................................. 26
Padrão de Resposta .......................................................................................................... 27
10) FCC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais (Manaus)/2019 ............................... 28
Padrão de resposta .......................................................................................................... 29
11) FCC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais (Manaus)/2019 ................................ 30
Padrão de respostas ........................................................................................................ 32
12) FCC – Técnico Fazendário (Manaus)/2019................................................................. 34
Padrão de respostas: ....................................................................................................... 36
13) FCC – Técnico Fazendário (Manaus)/2019................................................................. 37
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Padrão de respostas ........................................................................................................ 38
14) FCC - Auditor Fiscal Tributário Municipal (SJRP)/2019 ....................................... 39
Padrão de respostas ........................................................................................................ 40
15) FCC - Auditor Fiscal de Tributos I (São Luís)/Abrangência Geral/2018 .......... 42
Padrão de respostas ........................................................................................................ 44
16) FCC - Auditor Fiscal de Tributos I (São Luís)/Abrangência Geral/2018 .......... 45
Padrão de Resposta .......................................................................................................... 46
17) FCC - Auditor Fiscal de Tributos I (São Luís)/Abrangência Geral/2018 .......... 48
Padrão de Resposta .......................................................................................................... 50
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1) CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Finanças e Controle de Arrecadação da
Fazenda Estadual (SEFAZ AL)/2020

Os seguintes eventos contábeis foram registrados no primeiro exercício financeiro já


encerrado de determinada entidade governamental.

• Aprovação da lei orçamentária anual (LOA) com receitas e despesas previstas e fixadas
no valor de R$ 1.000.000, tendo sido 40% delas distribuídas na categoria econômica
corrente e 60% distribuídas na categoria econômica de capital.

• Lançamento de impostos no valor de R$ 400.000, tendo sido arrecadados 80% desse valor.

• Empenho, liquidação e pagamento de despesas de pessoal do exercício, no valor de R$


260.000.

• Recebimento em doação de veículo para uso nas atividades administrativas, no valor de R$


38.000.

• Empenho e liquidação de despesas com água, luz e telefone, no valor de R$ 120.000, tendo
sido 50% pagos no exercício e 50% inscritos em restos a pagar processados.

• Recebimento de depósitos restituíveis, no valor de R$ 10.000.

As demonstrações contábeis são a representação estruturada da situação patrimonial,


financeira e do desempenho de uma entidade e, no setor público, devem proporcionar
informação útil para subsidiar a tomada de decisão e a prestação de contas, bem como a
responsabilização (accountability) da entidade quanto aos recursos que lhe são confiados.
Considerando essa informação e a situação hipotética apresentada, redija um texto
atendendo ao que se pede a seguir.

1 Informe a finalidade do balanço orçamentário e o valor do resultado orçamentário


apurado no referido exercício, demonstrando como esse valor foi calculado.

2 Informe a finalidade da demonstração das variações patrimoniais e o valor do resultado


patrimonial apurado no exercício, demonstrando como esse valor foi calculado.

3 Justifique por que o balanço patrimonial deve vir acompanhado de notas explicativas e
cite um exemplo de nota explicativa que deverá acompanhar o balanço patrimonial da situação
apresentada.
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Padrão de resposta:

1 A Lei n.º 4.320/1964 prevê a elaboração do balanço orçamentário, dispondo que


nele deverão ser demonstradas as receitas e despesas previstas em confronto com as
realizadas. De acordo com a 8ª edição do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público
(MCASP), o balanço orçamentário demonstrará as receitas detalhadas por categoria
econômica e origem, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício,
a receita realizada e o saldo, que corresponde ao excesso ou à insuficiência de arrecadação.
Demonstrará, também, as despesas por categoria econômica e grupo de natureza da despesa,
discriminado a dotação inicial, a dotação atualizada para o exercício, as despesas
empenhadas, as despesas liquidadas, as despesas pagas e o saldo da dotação. Na situação em
apreço, o resultado orçamentário do exercício (ROE) apurado no balanço orçamentário foi
deficitário em R$ 60.000, uma vez que o ROE = receita realizada (–) despesa empenhada,
logo a receita realizada (80% × R$ 400.000 = R$ 320.000 receita arrecadada) menos a
despesa empenhada (R$ 260.000 de pessoal + R$ 120.000 de água/luz/telefone =
R$ 380.000) = déficit orçamentário de R$ 60.000. Os depósitos restituíveis são
extraorçamentários, portanto, não transitam no balanço orçamentário. O bem recebido em
doação também não tem natureza orçamentária.

2 A demonstração das variações patrimoniais (DVP) evidenciará as alterações


verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e
indicará o resultado patrimonial do exercício. O resultado patrimonial do exercício (RPE)
apurado na demonstração das variações patrimoniais foi superavitário em R$ 58.000, uma
vez que o RPE = VPA (R$ 400.000 de receita lançada + R$ 38.000 recebimento de veículo em
doação = R$ 438.000) menos VPD (R$ 260.000 despesa de pessoal efetiva + R$ 120.000 de
despesa de água/luz/telefone efetiva = R$ 380.000) = superávit patrimonial de R$ 58.000.
Os depósitos restituíveis não afetam o resultado patrimonial porque são passíveis de
devolução; o recurso é contabilizado no ativo, tendo um passivo como contrapartida, sem
transitar pelo resultado.

3 Notas explicativas são informações adicionais às apresentadas nos quadros das


demonstrações contábeis e são parte integrante das demonstrações contábeis, e seu
objetivo é facilitar a compreensão das demonstrações contábeis a seus diversos usuários. O
balanço patrimonial deverá ser acompanhado de notas explicativas em função da dimensão,
da natureza e da função dos valores envolvidos nos ativos e passivos. A entidade deve
divulgar, no balanço patrimonial ou nas notas explicativas, rubricas adicionais às contas
apresentadas (subclassificações), classificadas de forma adequada às operações da
entidade. Recomenda-se o detalhamento das seguintes contas: a) créditos a curto prazo e a
longo prazo; b) imobilizado; c) intangível; d) obrigações trabalhistas, previdenciárias e
assistenciais a curto prazo e a longo prazo; e) provisões a curto prazo e a longo prazo,
segregando-se as provisões para benefícios a empregados dos demais itens; f) componentes
do patrimônio líquido, segregando-se o capital integralizado, resultados acumulados e
quaisquer reservas; g) demais elementos patrimoniais, quando relevantes. Também é
recomendado que as políticas contábeis relevantes que tenham reflexos no patrimônio sejam
evidenciadas, como as políticas de depreciação, amortização e exaustão. São exemplos de
notas explicativas a serem apresentadas: (i) houve o recebimento de um veículo em doação
no valor de R$ 38.000 para uso nas atividades administrativas; (ii) não foram arrecadados
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20% dos créditos tributários lançados no período; (iii) ficaram pendentes de pagamento 50%
do valor das despesas com água, luz e telefone; (iv) foram recebidos R$ 10.000 a título de
depósitos restituíveis.
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2) CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Finanças e Controle de Arrecadação da
Fazenda Estadual (SEFAZ AL)/2020

Tendo em vista os déficits primários observados no Brasil desde 2014, o governo federal
começou a buscar fontes de recursos para evitar o descumprimento de disposições
constitucionais e legais, bem como para manter em funcionamento importantes projetos
estratégicos. Além de haver a necessidade de execução de importantes políticas públicas,
que definem a plataforma política de qualquer governante democraticamente eleito, a rigidez
das regras fiscais coloca adicional desafio para os operadores macrofiscais. Considerando
esse desafio e o risco da não observância dos requisitos da regra de ouro no orçamento dos
anos fiscais subsequentes, o governo federal determinou a realização de estudos para avaliar
formas de resolver o problema em tela, inclusive aventando a possibilidade de utilização de
empresas públicas.

Considerando o caso apresentado e a regra de ouro brasileira, redija um texto que atenda ao
que se pede a seguir.

1 Discorra sobre a questão do equilíbrio fiscal na ótica da obrigatoriedade de cumprimento


da regra de ouro.

2 Exemplifique uma proposta que viabiliza a execução de importante política pública sem
que ocorra a violação dos preceitos da regra de ouro.

3 Julgue a licitude e a conveniência da capitalização de empresa estatal não dependente


para a realização de política pública do governo federal.
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Padrão de resposta

A regra de ouro clássica estabelece que operações de crédito não podem ser efetuadas para
o financiamento de despesas correntes. O princípio econômico que justifica a regra consiste
no fato de que o investimento, ao contribuir para a geração futura de riqueza, beneficia não
apenas as atuais gerações, mas também as futuras. Nesse argumento, está presente a ideia
de separação do orçamento em dois blocos: o primeiro dedicado às despesas correntes; e, o
segundo, às despesas de capital, que são aquelas que contribuem para o crescimento do
produto potencial da economia. A separação dos orçamentos atende a dois objetivos: (i)
estabelecer uma dinâmica para que o orçamento corrente seja, no mínimo, equilibrado; (ii)
prover flexibilidade para a execução dos investimentos que aumentam o patrimônio público e
geram benefícios para gerações futuras.

Contudo, a regra de ouro brasileira admite uma definição muito abrangente do conceito de
despesas de capital, o que abre espaço para que essa regra seja cumprida mesmo com o
endividamento crescendo muito acima dos investimentos públicos. Esse resultado ocorre
porque o governo federal dispõe de elevado volume de receitas financeiras originadas de
amortizações e juros que o Tesouro Nacional recebe de entes subnacionais e de instituições
financeiras como o BNDES. Ademais, a remuneração das disponibilidades e o resultado do
Banco Central são creditados na Conta Única da União. Por outro lado, a regra brasileira
considera como investimentos públicos não somente as aquisições de ativos fixos do governo
federal, mas, também, as transferências de capital que financiam os investimentos de
governos subnacionais e a capitalização de empresas estatais não dependentes.

Particularmente, em relação às estatais não dependentes, e a título de exemplo, o governo


federal utilizou esse instrumento em 2018 e 2019 para capitalizar a estatal não dependente
Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), com o objetivo de assegurar a
construção de navios de guerra para a Marinha do Brasil. A operação atendeu,
simultaneamente, a Lei de Responsabilidade Fiscal e os preceitos da regra de ouro. A margem
orçamentária existente em relação à meta de resultado primário abriu espaço para a
capitalização da empresa e para a execução de política pública notadamente estatal por
intermédio de uma empresa pública. Com efeito, as empresas controladas não dependentes
não entram no orçamento geral da União (OGU). Assim, como as receitas e despesas das
controladas não dependentes não integram o orçamento público, não há como onerar o limite
de operações de crédito do governo federal com essas operações de capitalização. Trata-se
de um importante veículo à disposição do governo que, se bem usado, pode contribuir para a
execução de projetos estruturantes no contexto de rígidas regras fiscais e de forte
vinculação do orçamento da União.
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3) CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ
AL)/2020

No dia 10/6/2019, a empresa Alfa Ltda., situada no estado de Pernambuco, realizou operação
de comercialização de três mil camisetas à empresa Beta Ltda., situada no estado de Alagoas
e contribuinte do ICMS nesse estado, com o objetivo de que a entrega fosse realizada em
até vinte dias. A empresa Alfa Ltda. produz internamente todos os insumos necessários para
a fabricação das camisetas.

Na nota fiscal, constavam as seguintes informações:


• valor da mercadoria: R$ 60.000;
• valor do IPI: R$ 3.000;
• valor do frete: R$ 500;
• valor do seguro: R$ 500.

A mercadoria, que estava sujeita ao regime de pagamento antecipado do ICMS, foi retirada
do estabelecimento localizado no estado de Pernambuco no dia 15/6/2019 e chegou ao estado
de Alagoas em 17/6/2019, dia em que foi entregue à empresa destinatária. Em setembro de
2019, a mercadoria adquirida pela empresa Beta Ltda. foi totalmente vendida, para não
contribuintes do ICMS no estado de Alagoas, no valor de R$ 120.000.

A alíquota interestadual aplicável para operações entre esses dois estados é de 12% e a
alíquota interna de ICMS para camisetas em Alagoas é de 17%. Há decreto do Poder
Executivo estadual especificando como 0% o percentual de agregação para fins da
antecipação do ICMS para as camisetas.

Considerando essa situação hipotética, redija um texto, respondendo, de modo


fundamentado, aos seguintes questionamentos.

1 Em que momento se considera ocorrido o fato gerador do ICMS na operação entre as


citadas empresas?

2 Qual o valor de ICMS a ser antecipado na operação? Informe o cálculo a ser feito.

3 Qual o valor de ICMS a ser pago pela empresa Beta Ltda. após a venda das camisetas em
setembro de 2019? Informe o cálculo a ser feito.
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1) Segundo o art. 1.º da Lei n.º 6.474/2004, é considerado ocorrido o fato gerador do ICMS
no momento da entrada de mercadoria, no estado de Alagoas, pelo fato de a mercadoria estar
sujeita ao regime de pagamento antecipado de ICMS:

Art. 1º Na entrada interestadual de mercadorias, bens ou serviços destinada a contribuinte


do ICMS deste Estado, será exigido o pagamento antecipado do imposto relativo à diferença
entre a alíquota interna e a interestadual, nos termos desta Lei.

Portanto, considerando-se a situação hipotética, o fato gerador dessa operação ocorreu


no dia em que a carga com camisetas entrou no estado de Alagoas, ou seja, no dia
17/6/2019.

2) De acordo com o art. 1.º da Lei n.º 6.474/2004, será exigido o pagamento antecipado do
imposto relativo à diferença entre a alíquota interna do estado de Alagoas e a interestadual
quando da entrada interestadual de mercadorias para contribuinte do ICMS dentro do
estado de Alagoas.

Art. 1º Na entrada interestadual de mercadorias, bens ou serviços destinada a contribuinte


do ICMS deste Estado, será exigido o pagamento antecipado do imposto relativo à diferença
entre a alíquota interna e a interestadual, nos termos desta Lei. (Redação do caput dada pela
Lei n.º 7741 de 09/10/2015, efeitos a partir de 01/01/2016)

Segundo o art. 2º, § 1º, da Lei n.º 6.474/2004, “a base de cálculo do imposto antecipado
relativo à diferença entre as alíquotas, referidas no caput deste artigo, será o valor total da
aquisição da mercadoria, nele incluídos o montante do próprio imposto antecipado, o IPI, se
for o caso, o frete e as demais despesas debitadas ao estabelecimento destinatário”.

Considerando essa informação, a base de cálculo do valor do ICMS a ser antecipado é o


seguinte:

base do ICMS na remessa = valor do produto + frete + seguros + IPI + ICMS antecipado base
da remessa
base do ICMS na remessa = R$ 60.000,00 + R$ 500,00 + R$ 500,00 + R$ 3.000,00 + 17% *
base do ICMS na remessa
base do ICMS na remessa = R$ 64.000,00 + 0,17 * base do ICMS na remessa
base do ICMS na remessa – 0,17 * base do ICMS na remessa = R$ 64.000,00
0,83 * base do ICMS na remessa = R$ 64.000,00
base do ICMS na remessa = = R$ 64.000,00 * 0,83 = R$ 77.108,43

A partir da base de cálculo, chega-se aos seguintes valores de ICMS a ser antecipado:
ICMS antecipado = base do ICMS * (%alíquota do ICMS intra – %alíquota do ICMS inter)
ICMS antecipado = R$ 77.108,43* (17,00% – 12,00%)
ICMS antecipado = R$ 77.108,43 * (5,00%)
ICMS antecipado = R$ 77.108,43 * 0,05
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ICMS antecipado = R$ 3.855,42.

Dessa forma, na referida operação, deverá ser antecipado o pagamento de ICMS de


R$ 3.855,42

3 Nas operações de venda das camisetas pela empresa Beta Ltda. para não contribuintes do
ICMS no estado de Alagoas, o ICMS está embutido no preço final da mercadoria. Como houve
a antecipação de parte do valor do ICMS na aquisição das camisetas em junho de 2019, esse
valor será abatido do valor a pagar em setembro de 2019

O art. 34 da Lei n.º 5.900/1996 admite a compensação do imposto pago no estado de


Pernambuco pela empresa Alfa Ltda., para fins do cálculo do ICMS:

Art. 34 - O direito ao crédito, para efeito de compensação com o débito do imposto


reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham
sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e à escrituração
nos prazos e condições estabelecidos no Regulamento.

Dessa forma, o valor do ICMS a ser pago em setembro pela empresa Beta Ltda. é o seguinte:

ICMS a pagar = (valor da operação * %alíquota do ICMS intra) – ICMS antecipado – ICMS
operações anteriores.

O ICMS pago no estado de Pernambuco é calculado utilizando o valor do produto com o frete
e seguro, multiplicado pela alíquota interestadual de 12%, ou seja:

ICMS operações anteriores = (valor do produto + frete + seguros) * 12%


ICMS operações anteriores = (R$ 60.000,00 + R$ 500,00 + R$ 500,00) * 12%
ICMS operações anteriores = R$ 61.000,00 * 0,12
ICMS operações anteriores = R$ 61.000,00 * 0,12
ICMS operações anteriores = R$ 7.320,00.

Com essa informação, passamos a calcular o ICMS a pagar:


ICMS a pagar = (valor da operação * %alíquota do ICMS intra) – ICMS antecipado – ICMS
operações anteriores.

ICMS a pagar = R$ 120.000,00 * 17,00% – R$ 3.855,42– R$ 7.320,00.


ICMS a pagar = R$ 120.000,00 * 0,17 –R$ 3.855,42–R$ 7.320,00.
ICMS a pagar = R$ 20.400,00 –R$ 3.855,42 –R$ 7.320,00.
ICMS a pagar = R$ 9.224,58.
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4) CEBRASPE (CESPE) - Auditor de Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ
AL)/2020

Em 10/1/2019, a empresa Alfa Ltda., atuante no segmento de comércio de produtos


farmacêuticos na cidade de Maceió – AL, protocolou na SEFAZ/AL um pedido de
compensação do ICMS, alegando um crédito retroativo apurado pela não cumulatividade do
tributo. No entanto, as notas fiscais de entrada apresentadas pela empresa referiam-se a
mercadorias enquadradas no regime de substituição tributária, ou seja, com recolhimento
antecipado do imposto pelo fornecedor distribuidor das mercadorias. Apesar disso, o ICMS
havia sido novamente pago pela empresa Alfa quando da apuração do tributo sobre as notas
fiscais de saída. Seguindo o procedimento padrão da SEFAZ/AL, o auditor exigiu a
documentação comprobatória do crédito, a fim de identificá-lo pelo cotejamento do ICMS
devido nas operações submetidas à substituição tributária e o declarado no documento fiscal.
Após análise, a compensação foi indeferida, uma vez que apenas algumas mercadorias estavam
classificadas com o correto código especificador da substituição tributária (CEST).

Considerando a situação hipotética apresentada, redija um texto respondendo aos seguintes


questionamentos, de forma justificada, com base na legislação do estado de Alagoas.

1 A incorreta classificação das mercadorias pelo fornecedor gerou dano financeiro à


empresa Alfa?

2 O que aconteceria se o pedido da empresa Alfa tivesse sido deferido?


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A empresa Alfa Ltda. sofreu parcialmente dano financeiro, porquanto o ICMS apurado foi
pago sem a possibilidade de compensação de créditos, haja vista que é vedada a utilização de
crédito para compensar o imposto devido quando a mercadoria está em regime de
substituição tributária, conforme preveem os elementos da Lei Estadual n.º 5.900/1996, que
regulamenta o ICMS no estado de Alagoas: Art. 39. (...) 4.º Salvo nas hipóteses previstas na
regulamentação do imposto, é vedada a utilização de crédito para compensar o imposto
devido: I por substituição tributária. A empresa Alfa Ltda., estando no segmento de
comércio, tem muitos produtos sujeitos a substituição tributária, no entanto a identificação
deverá acontecer na nota fiscal emitida pelo fornecedor do produto, mediante o código
especificador da substituição tributária (CEST). A não identificação ou a identificação
generalizada a todos os produtos existentes na nota fiscal impossibilita a correta apuração
do ICMS, o que, em vários casos, ocasiona o aproveitamento indevido de créditos
inexistentes, o que aconteceria na situação caso o pedido da empresa fosse deferido
totalmente.
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5) Instituto Consulplan - Auditor Fiscal Municipal (Pref Capanema)/2020

Leia atentamente a legislação e a situação hipotética dispostas a seguir.

Lei nº 1.722, de 22 de novembro de 2019.


Estima a receita e fixa a despesa do Município de Capanema para o exercício financeiro
de 2020.

A Câmara Municipal de Capanema, Estado do Paraná, aprovou e eu, Prefeito do


Município de Capanema, sanciono a seguinte:

LEI

Art. 1º O Orçamento Geral do Município de Capanema, Estado do Paraná, para o


exercício financeiro de 2020, abrangendo os Fundos Municipais, estima a Receita e
fixa a Despesa em R$ 66.000.000,00 (sessenta e seis milhões de reais).
[...]

Art. 6º Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a abrir créditos adicionais


suplementares até o limite de 15% (quinze por cento) aos Orçamentos da
Administração Direta e Indireta e dos Fundos Municipais do total geral de cada um
dos orçamentos, servindo como recursos para tais suplementações, quaisquer das
formas definidas no §1º, do artigo 43, da Lei Federal nº 4.320/64, de 17 de março de
1964.
[...]

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o estado de


contaminação causado pelo Coronavírus (Sars-Cov-2) foi elevado para a categoria de
Pandemia (Pandemia de Covid-19). O município de Capanema (PR), assim como outros inúmeros
municípios brasileiros, preocupado com a situação e ciente de que poderiam ser necessários
recursos financeiros adicionais para a área de saúde, solicitou ao Auditor Fiscal do Munícipio
que esclarecesse sobre o que é Crédito Adicional, quais os tipos de créditos adicionais
existentes e qual deles seria aplicável em uma possível situação de calamidade pública.
Outrossim, esclarecesse, também, quais as origens de recursos para custear as despesas
inesperadas para enfretamento de tal situação.

Esclareça sobre as indagações feitas pelo chefe do Poder Executivo Municipal, tendo por
base o legalmente estabelecido na Lei nº 4.320, de 17/03/1964, e alterações posteriores.
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TÍTULO V – Dos Créditos Adicionais

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou


insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

I – suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;


II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica;
III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra,
comoção intestina ou calamidade pública.
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por
decreto executivo.

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de


recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.

§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;
II – os provenientes de excesso de arrecadação;
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais, autorizados em Lei;
IV – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite
ao poder executivo realizá-las.
[...].
Fonte: Lei nº 4.320 de 17/03/1964 e alterações posteriores.

TÁBUA DE CORREÇÃO – ASPECTOS MACROESTRUTURAIS – VALOR: 1,2 PONTO

• Definição correta e completa de Crédito Adicional (Art. 40 da Lei nº 4.320/1964) Valor:


0,20 ponto

• Definição correta e completa de Crédito Adicional Suplementar (Art. 41, I da Lei nº


4.320/1964) Valor: 0,10 ponto

• Definição correta e completa de Crédito Adicional Especial (Art. 41, II da Lei nº


4.320/1964) Valor: 0,10 ponto

• Definição correta e completa de Crédito Adicional Extraordinário (Art. 41, III da Lei nº
4.320/1964) Valor: 0,10 ponto

• Explicou que o Crédito Adicional Extraordinário é o tipo que atende a situações de


calamidades públicas (Art. 41, III da Lei nº 4.320/1964) Valor: 0,22 ponto

• Fonte de recursos: citou superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício


anterior (Art. 43, I da Lei nº 4.320/1964) Valor: 0,12 ponto
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• Fonte de recursos: citou recursos provenientes de excesso de arrecadação (Art. 43, II da
Lei nº 4.320/1964) Valor: 0,12 ponto

• Fonte de recursos: citou recursos resultantes de anulação parcial ou total de dotações


orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (Art. 43, III da Lei nº
4.320/1964) Valor: 0,12 ponto

• Fonte de recursos: citou os recursos o produto de operações de crédito autorizadas, em


forma que, juridicamente, possibilite ao poder executivo realizá-las (Art. 43, IV da Lei nº
4.320/1964) Valor: 0,12 ponto
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6) FCC - Auditor Fiscal (SEFAZ BA)/Administração, Finanças e Controle
Interno/2019

Considere as seguintes informações sobre receitas orçamentárias e despesas orçamentárias


de um determinado ente público estadual referentes ao exercício financeiro de 2018, valores
em reais:

Informações adicionais referentes ao exercício financeiro de 2018:

− Parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional: R$ 10.000.000,00


− Contribuição dos servidores estaduais para o custeio do seu sistema de Previdência e
Assistência Social: R$ 650.000,00
− Não houve receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do artigo 201
da Constituição Federal de 1988.
− Não houve valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar nº 87, de 13 de
setembro de 1996, e do fundo previsto pelo artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.

Com base nessas informações tomadas em conjunto, pede-se:


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a. Qual o valor da receita corrente líquida, apurada conforme a Lei Complementar nº
101/2000, referente ao exercício financeiro de 2018? Apresente os cálculos que justifiquem
a sua resposta.

b. Na tabela referente à Despesa Orçamentária, por qual classificação da despesa essas


foram apresentadas?

c. Houve abertura de créditos adicionais suplementares durante o exercício financeiro de


2018? Justifique a sua resposta.

d. Quais as quatro possíveis fontes de recurso de cobertura para a abertura de crédito


adicional suplementar de acordo com a Lei nº 4.320/1964?
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Padrão de resposta
a. O valor da receita corrente líquida, apurada conforme a Lei Complementar nº 101/2000,
referente ao exercício financeiro de 2018, é de R$ 209.750.000,00.

Cálculo:
Contribuições R$ 43.000.000,00
Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria R$ 140.000.000,00
Outras Receitas Correntes R$ 7.500.000,00
Receita de Serviços R$ 12.800.000,00
Transferências Correntes R$ 17.100.000,00
Parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional R$ 10.000.000,00
Contribuição dos servidores estaduais para o custeio do seu sistema de previdência e
assistência social: R$ 650.000,00

Receita corrente líquida R$ 209.750.000,00

b. As despesas orçamentárias foram apresentadas por Elemento de Despesa que


corresponde a uma Classificação da Despesa Orçamentária por Natureza.

c. Sim, pois as dotações atualizadas dos elementos de despesas 36 – Outros Serviços de


Terceiros – Pessoa Física e 61 – Aquisições de Imóveis são maiores do que as suas dotações
iniciais.

d. As possíveis fontes são:


O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior.
Os recursos provenientes de excesso de arrecadação.
Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais, autorizados em Lei.
O produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao
poder executivo realizá-las.
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7) FCC - Auditor Fiscal (SEFAZ BA)/Administração Tributária/2019

A indústria DU BOM Ltda., localizada em Estado da Região Nordeste do Brasil, fabrica


máquinas de moer grãos de café, que são tanto de uso doméstico, como de uso comercial.

De acordo com a lei desse Estado nordestino, a comercialização das máquinas, dentro do
Estado, está sujeita ao recolhimento antecipado do ICMS, por substituição tributária. A
referida empresa afirma, orgulhosamente, que suas máquinas são 100% nacionais.

Por razões de natureza econômica e política relacionadas à demanda excepcional dessas


máquinas, órgão público competente fixou seu preço final, máximo, a consumidor, em todo o
território nacional, como sendo de R$ 1.000,00.

No final de janeiro de 2019, a referida indústria efetuou a venda de:

I. uma máquina, a Jorge, consumidor final, domiciliado e residente no mesmo Estado da


indústria fabricante, pelo valor de R$ 600,00;

II. uma máquina, à Cafeteria Gourmet Ltda., localizada em Estado da Região Sul do Brasil,
pelo valor de R$ 660,00, onde será utilizada para moer os grãos dos cafés que serve em seu
estabelecimento;

III. uma máquina, à Boulangerie Paris Ltda., localizada no mesmo Estado da indústria
fabricante, por R$ 510,00, que também a utilizará para moer os grãos dos cafés que serve
em seu estabelecimento; e

IV. 10 máquinas, pelo valor unitário de R$ 450,00, para a empresa Comércio Varejista de
Máquinas para Moagem de Café Ltda., localizada no mesmo Estado da indústria fabricante.
O Comércio Varejista irá comercializá-las (revendê-las).

Em todas as vendas foi cobrado, pela empresa vendedora, frete no valor de R$ 90,00 e
seguro no valor de R$ 30,00, por operação. Além disto, foi cobrado também um valor de R$
80,00 por operação realizada, a título de outras despesas debitáveis aos adquirentes das
mercadorias.

Essas importâncias não estão incluídas nos valores das mercadorias descritas nos itens acima,
e são fixas por operação realizada, ainda que uma mesma operação contemple a venda de
vários itens de mercadoria.

A alíquota do IPI, aplicável a máquinas de moer grãos de café, é de 10% do valor de venda
das mercadorias.

Considere:

− todas as informações acima;


− que a alíquota interna do ICMS no referido Estado nordestino é de 18% enquanto que a
interestadual é de 12%; e
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− que não há acordo, específico ou não, entre os referidos Estados, para fins de aplicação
das regras atinentes à substituição tributária.

Responda às indagações abaixo, com base na Lei Complementar nº 87/1996, fornecendo os


fundamentos de fato e de direito para as respostas dadas. O candidato deve indicar, item a
item, a indagação a que está respondendo.

a. Em quais das operações descritas acima haverá retenção do ICMS, por substituição
tributária, a favor do Estado nordestino de localização da indústria fabricante das máquinas
ou do Estado de localização do destinatário da mercadoria, e em quais não haverá?

b. Qual o valor do ICMS próprio, se houver, devido ao Estado nordestino de localização da


indústria fabricante das máquinas, em cada operação?

c. Qual o valor do ICMS, devido por substituição tributária, ao Estado nordestino de


localização da indústria fabricante das máquinas, se houver, em cada operação?

d. A indústria DU BOM Ltda. tem direito ao crédito do ICMS referente às mercadorias


(partes e peças) por ela recebidas e utilizadas na fabricação das máquinas comercializadas
nos itens I, II, III e IV?

e. A indústria DU BOM Ltda. tem direito ao crédito do ICMS referente à energia elétrica
por ela utilizada na fabricação das máquinas comercializadas nos itens I, II, III e IV? E ao
serviço de telefonia utilizado na comercialização das mercadorias envolvidas nessas mesmas
operações?
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Padrão de resposta
a) Na operação interestadual (situação “B”) a retenção de ICMS/ST não poderia
ser realizada a favor do Estado de localização da indústria fabricante das máquinas, pois o
fato gerador presumido não ocorreria neste Estado. E também não poderia ser realizada a
favor do Estado de destino, pois inexistia Convênio entre os Estados para isto (LC 87/96,
Art. 6o, § 1o). Com relação à retenção ao Estado de destino, na hipótese de operação
interestadual (situação “B”), não haverá retenção do valor do ICMS/ST, pois não existe
convênio entre os Estados. (art. 6o, § 1o da LC 87/96).

b) Na primeira operação, o ICMS próprio devido é de R$ 154,80 →

[R$ 600,00 (valor das mercadorias) + R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) + R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes) + R$ 60,00 (IPI)]  18% = R$ 154,80.
(art. 13, caput, I, c/c § 1o, I e II, c/c § 2o)

§ 2o Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre


Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a
produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de
ambos os impostos. (2,50 pontos).

Na segunda operação, o ICMS próprio devido é de R$ 111,12 →

[R$ 660,00 (valor das mercadorias) +R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) +R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes) R$ 66,00 (IPI)]* 12% = R$ 111,12.
(art. 13, caput, I, c/c § 1o, I e II, c/c § 2o)

§ 2o Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre


Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a
produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos
os impostos. (2,50 pontos)

Na terceira operação, o ICMS próprio devido é de R$ 136,98 →

[R$ 510,00 (valor das mercadorias) + R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) + R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes) + R$ 51,00 (IPI)]  18% = R$ 136,98.
(art. 13, caput, I, c/c § 1o, I e II, c/c § 2o)

§ 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre


Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes
e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato
gerador de ambos os impostos. (2,50 pontos)
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Na quarta operação, o ICMS próprio devido é de R$ 846,00 →

[R$ 4.500,00 (valor das mercadorias) + R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) + R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes)]  18% = R$ 846,00.
(art. 13, caput, I, c/c § 1o, I e II, c/c § 2o) (2,50 pontos)

c) Só há ICMS devido, por substituição tributária, ao Estado nordestino, na situação “D”,


conforme respondido na primeira indagação. O valor do ICMS retido por substituição
tributária é de R$ 954,00, conforme demonstração abaixo.
Considerando, portanto, que, no caso, o Estado de destino desta mercadoria é o próprio
Estado nordestino, e considerando que a BASE DE CÁLCULO da substituição tributária é o
preço final máximo, a consumidor, fixado por órgão público competente, ou seja, R$
10.000,00 (10  R$ 1.000,00), conforme consta do enunciado, temos a seguinte situação:

1. ICMS INCIDENTE SOBRE A BASE DE CÁLCULO DA ST: R$ 1.800,00 (= R$ 10.000,00 


18%)

2. ICMS INCIDENTE SOBRE A OPERAÇÃO PRÓPRIA: R$ 846,00


{[R$ 4.500,00 (valor das mercadorias) + R$ 90,00 (frete) + R$ 30,00 (seguro) + R$ 80,00
(despesas debitáveis aos adquirentes)]  18%}

3. R$ 954,00 (= R$ 1.800,00 – R$ 846,00)

(Art. 8o, caput, II, c/c §§ 2o e 5o)

d) Sim. Ela tem direito a esse crédito, em todas as quatro operações, (1) desde que essas
mercadorias (partes e peças) tenham sido recebidas no seu estabelecimento; (2) este
recebimento decorra de operações tributadas pelo ICMS; (3) esse recebimento tenha sido
amparado por documentação idônea; e (4) tenham sido observados os prazos e condições
estabelecidos na legislação para a escrituração dos documentos fiscais.

Art. 19. O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por
outro Estado.

Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo
o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha
resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a
destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto,
reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham
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sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso,
à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.

e. Sim, no que tange à energia elétrica. A entrada de energia elétrica no estabelecimento,


quando consumida no processo de industrialização, dá direito a crédito do imposto,
observados os demais requisitos legais atinentes ao creditamento do imposto.

Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:

...
II. somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no estabelecimento:
(Redação dada pela LCP no 102, de 11.7.2000)

...
b) quando consumida no processo de industrialização; (Incluída pela LCP no 102, de 11.7.2000)
Com relação aos serviços de telefonia mencionados neste item, e cujas prestações ocorreram
em 2019, não há direito ao crédito do ICMS.

Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:

...
IV. somente dará direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação utilizados pelo
estabelecimento: (Incluído pela LCP no 102, de 11.7.2000)

a) ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza; (Incluída pela
LCP no 102, de 11.7.2000)

b) quando sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na


proporção desta sobre as saídas ou prestações totais; e (Incluída pela LCP no 102, de
11.7.2000)
c) a partir de 1o de janeiro de 2020 nas demais hipóteses. (Redação dada pela Lcp no 138,
de 2010)
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8) IBADE - Auditor Fiscal (Pref Jaru)/2019

A respeito da Lei nº 4.320 de 1964 (Lei Orçamentária):

Aponte a lei que delineou o modelo atual de ciclo de planejamento orçamentário da


Administração Pública, instituindo as três leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) , a quem
atribui a responsabilidade da iniciativa para proposição dessas leis e caracterize cada uma
dessas três leis.

De que forma é a contribuição da Lei de Responsabilidade Fiscal sobre a lei orçamentária?

Redija um texto discursivo, articulando esses pontos acima descritos, de forma


fundamentada, que atenda, necessariamente, ao que se pede.
Dhi Auditora
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Padrão de resposta

A Lei Orçamentária (Lei 4320 de 1964) foi delineada pela Constituição federal no Art. 165.
Leis de iniciativa exclusiva do Poder Executivo e determinou o que se pode chamar de um
processo integrado de alocação de recursos, compreendendo o ciclo de planejamento e
orçamento, mediante a definição de três instrumentos:

O Plano Plurianual é o instrumento de planejamento do Governo Federal que estabelece, de


forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de
duração continuada. A vigência do PPA é de quatro anos, iniciando-se no segundo exercício
financeiro do mandato do chefe do executivo e terminando no primeiro exercício financeiro
do mandato subsequente.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração


pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente,
orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação
tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
O prazo para encaminhamento da LDO ao Legislativo é de oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro (15 de abril) e a devolução ao Executivo deve ser
realizada até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (17 de julho).

A Lei Orçamentária Anual é o instrumento pelo qual o Poder Público prevê a arrecadação de
receitas e fixa a realização de despesas para o período de um ano, sendo composta pelo
orçamento fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais. O projeto
da Lei Orçamentária anual deverá ser encaminhado ao Legislativo, quatro meses antes do
término do exercício financeiro (31 de agosto), e devolvido ao executivo até o encerramento
da sessão legislativa (22 de dezembro).

A Lei de Responsabilidade Fiscal contribui para a eficácia do Plano Plurianual, da LOA - Lei
Orçamentária Anual e da LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias, servindo como um
instrumento de articulação.
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9) FCC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais (Manaus)/2019

A nova gestão da Administração pública de determinado estado da federação está


implementando os programas de governo divulgados no período eleitoral. As dificuldades
enfrentadas pelo estado em razão da significativa queda de arrecadação motivaram a
elaboração de um plano de desmobilização, incluindo alienação de ativos mobiliários e
imobiliários. No que se refere aos bens imóveis, a Administração pública elaborou uma lista
de ativos passíveis de alienação, oriundos de diversas formas de aquisição, como
desapropriação, adjudicação em execução fiscal e recebimento de doação. Analise
criticamente algumas das medidas tomadas pela Administração pública, indicando aquelas que
se mostram aderentes à legalidade e, se houver, outras dotadas de antijurídicidade,
fundamentando a resposta, em todos os casos.

a. Foi designada uma única licitação na modalidade leilão para alienação de todos os imóveis
listados, respeitada, no entanto a organização dos bens em lotes, para possibilitar aquisição
individualizada.

b. Foram juntados aos processos administrativos instaurados para a alienação, laudos de


avaliação e valores de referência defasados, fazendo-se constar do edital a informação de
que no dia da sessão pública de leilão seriam divulgados os preços devidamente atualizados,
atendendo ao critério de urgência da administração.

c. Não foi admitido parcelamento dos valores ofertados, apenas lances para aquisição à vista,
em razão de urgente necessidade de recomposição de caixa, pois os recursos obtidos com as
vendas seriam empregados para cobrir o déficit da folha de pagamento, que estava atrasada
há cerca de dois meses.

d. A lei estadual que aprovou a alienação dos imóveis, a fim de reduzir o cronograma do
programa de vendas, dispensou a Administração pública de observar o direito de preferência
eventualmente cabível para quaisquer dos imóveis, sob o fundamento da supremacia do
interesse público, bem como em razão da notória situação financeira adversa do ente.
Dhi Auditora
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Padrão de Resposta

a) Possível a alienação única, organizados os ativos em lotes para aquisição individual,


observando o princípio da ampla competição.
A regra geral para alienação de imóveis é a utilização da modalidade concorrência. A
utilização do leilão é cabível apenas para aqueles oriundos de dação em pagamento ou
procedimentos judiciais (cf. artigo 19, III, da Lei nº 8.666/93). Os imóveis adquiridos por
meio de recebimento de doação ou desapropriação não poderiam ser objeto de leilão para
alienação.

b) A alienação de bens imóveis da Administração pública demanda demonstração de interesse


público, autorização legislativa e avaliação prévia (cf. artigo 17, I, da Lei nº 8.666/93). Os
laudos de avaliação são o instrumento técnico que atesta valor de mercado dos imóveis, sendo,
portanto, imprescindíveis para a demonstração da adequação dos lances ou propostas, bem
como da lisura do negócio.

Não se mostra admissível, inclusive para observar a competição inerente ao procedimento de


licitação, que os valores de mercado sejam informados apenas no dia da sessão. Laudo de
avaliação atualizado é um dos requisitos do procedimento de licitação. Art. 17, I, da Lei nº
8.666/93.

c) Inexiste óbice à eleição do pagamento à vista como única forma admitida pelo edital. O
valor do imóvel demanda trabalho técnico de avaliação prévio, mas a definição da forma de
pagamento insere-se em juízo discricionário da Administração pública.

Há expressa vedação legal ao emprego da receita de capital oriunda de ativos imobiliários


para custear despesas correntes, à exceção de destinação legal aos regimes de previdência
social, geral e próprio dos servidores públicos (cf. artigo 44, LC 101/2000).

d) Lei estadual não poderia alterar normas gerais, de competência da União, que tenham
estabelecido direito de preferência em favor dos proprietários anteriores dos imóveis.

Leis de cunho nacional, à exemplo das normas gerais contidas na Lei nº 8.666/93, não
poderiam ser alteradas pela lei estadual editada.

O desrespeito ao direito de preferência garantido ao expropriado de imóvel para aquisição


do bem em caso de desvio de finalidade ensejaria direito de retrocessão. Lei estadual não
teria o condão de suprimir esse direito do proprietário do imóvel (expropriante original ou
seu sucessor) objeto de desapropriação.
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10) FCC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais (Manaus)/2019

Jair, domiciliado no Município de Manaquiri/AM e proprietário de terreno localizado no


centro de Manaus, efetuou a permuta do referido terreno com Roberto, domiciliado em
Manaus, que, em contrapartida, entregou a Jair uma chácara localizada na área rural de
Manaus. Ambos os imóveis tinham o mesmo valor.

O negócio foi realizado por meio da lavratura de escritura pública de permuta, no dia
15/02/2018, em cartório localizado na cidade de Manaus. O registro da aquisição do imóvel
urbano no Cartório de Registro de Imóveis foi realizado no mesmo dia.

O terreno estava localizado no perímetro urbano, próximo a uma escola e uma unidade de
saúde, em rua asfaltada e com acesso ao sistema de distribuição de água canalizada e de
energia elétrica.

Tendo em vista a boa localização do terreno, Roberto decidiu construir uma casa residencial
no local, com quatro quartos, uma sala e dois banheiros, e para tanto contratou, em
26/02/2018, a Construtora Faz Bem Limitada, com sede na cidade de Rio Preto da Eva/AM.

A obra teve inicio em 05/03/2018 e foi concluída após um ano e dez dias, em 15/03/2019,
ocasião em que o valor do serviço contratado foi pago, à vista, por Roberto à construtora.

Após obter os documentos referentes à conclusão da obra, junto a municipalidade, datados


de 19/03/2019, foi realizada a averbação da obra no Cartório de Registro de Imóveis em
26/03/2019.

Considerando os eventos descritos, o período de tempo compreendido entre 01/02/2018 e


01/05/2019, e com base nas Leis Municipais nº 1.697, de 1983, nº 459, de 1998, nº 1.628, de
2011, e nº 2.251, de 2017, de Manaus, que tratam de impostos municipais, responda,
justificando cada resposta:

a. Quais Fatos Geradores (FG) ocorreram, relativamente aos impostos municipais, cujo
Município de Manaus seja o Sujeito Ativo?

b. Qual hipótese de incidência prevista na legislação levou a ocorrência da incidência


tributária. Justifique.

c. Em qual data cada Fato Gerador (FG) se considera ocorrido? Justifique o motivo da escolha
de cada data.

d. Quem é o Contribuinte de cada Fato Gerador (FG) ocorrido? Justifique.

A resposta deve indicar, separadamente, para cada imposto, cada Fato Gerador ocorrido, a
hipótese de incidência prevista na legislação, a data em que se considera ocorrido o Fato
Gerador, e o respectivo contribuinte. O candidato deve indicar claramente de qual imposto
está tratando em cada parte de sua resposta.
Dhi Auditora
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Padrão de resposta

a. Ocorreram 04 fatos geradores cujo Sujeito Ativo é o Município de Manaus:

a.1 ITBI 2 fatos geradores.


a.2 IPTU 1 fato gerador.
a.3 ISSQN 1 fato gerador.

b. Hipóteses de incidência relativamente a cada imposto:

ITBI
b.1.1 Transmissão da propriedade do imóvel rural, por meio de permuta.
b.1.2 Transmissão da propriedade do imóvel urbano, por meio de permuta.

IPTU
b.2 propriedade do imóvel urbano na data do fato gerador.

ISSQN
b.3 prestação de serviço de construção civil.

c. Data da ocorrência do fato gerador:

c.1.1 ITBI 15/02/2018


c.1.2 ITBI 15/02/2018
c.2 IPTU 01/01/2019
c.3 ISSQN 15/03/2019

d. Os contribuintes são os seguintes:

d.1.1 ITBI devido pela transmissão do imóvel rural: Jair.


d.1.2 ITBI devido pela transmissão do imóvel urbano: Roberto.
d.2 IPTU: Roberto, proprietário do imóvel urbano em 01/01/2019.
d.3 ISSQN: "Construtora Faz Bem Ltda.", prestadora do Serviço.
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11) FCC - Auditor Fiscal de Tributos Municipais (Manaus)/2019

Melissa Shirley adquiriu, por preço bastante acessível, em leilão promovido pela Caixa
Econômica Federal, um lote de joias confeccionadas com ouro de alto grau de pureza. Essas
joias foram a leilão em decorrência de contratos de empréstimo com garantia pignoratícia
(penhor), feitos entre a mencionada instituição financeira e pessoas naturais que não
liquidaram seus empréstimos nas datas pactuadas. Em razão dessa inadimplência, as
referidas joias, garantidoras do pagamento dos empréstimos feitos, foram a leilão.

Embora Melissa Shirley não pretendesse usar as joias arrematadas por ela, em razão de não
as considerar belas, procurou os ourives da "Ourivesaria Ouro Dubom Ltda.", empresa
localizada no Município de Manaus/AM, pedindo-lhes que transformassem as joias adquiridas
no leilão em novos anéis, brincos e pulseiras de estilo moderno, as quais seriam para seu uso
pessoal.

A "Ourivesaria Ouro Dubom Ltda ." aceitou o pedido e produziu as novas joias solicitadas, em
estilo moderno, com o material que Melissa Shirley lhes entregou.

Ocorre, todavia, que a referida ourivesaria teve sérias dúvidas de natureza tributária
relacionadas com atividade de confecção das novas joias. Em razão disso, e antes de
terminado o prazo para pagamento de tributo eventualmente devido, formulou consulta, por
escrito, à Secretaria Municipal de Finanças, Tecnologia da Informação e Controle Interno -
SEMEF, do Município de Manaus, indagando o seguinte a respeito desta sua atividade de
transformação das joias arrematadas em joias de estilo moderno:

1. Como as joias que lhe foram entregues pela Sra. Melissa Shirley tinham sido adquiridas em
leilão promovido por instituição financeira federal, e ainda tinham sido confeccionadas com
ouro de alto grau de pureza, deveria esse ouro ser considerado ativo financeiro e, em razão
disso, sua manipulação estar fora do campo de incidência do ISSQN?

2. Caso o referido ouro não possa ser considerado ativo financeiro, haveria ICMS ou ISSQN
a ser pago pela referida ourivesaria, em relação à transformação das joias arrematadas em
joias de estilo moderno?

O consulente, embora tenha lido e relido o art. 12 da Lei Federal nº 7.766/891, não conseguiu,
por conta própria, solucionar suas dúvidas, razão pela qual formulou a referida consulta.

Com a petição de consulta, que foi protocolizada no Protocolo Geral da Prefeitura, juntaram-
se documentos que comprovaram as informações prestadas pela ourivesaria ao ente público.

A formulação da consulta atendeu a todos os requisitos estabelecidos pela legislação de


regência.

Com base nos dados e informações fornecidos neste enunciado, bem como nas normas da
Constituição Federal, da Lei Complementar federal nº 11612003, da Lei Complementar
federal nº 87/1996 e do Decreto municipal de Manaus nº 681/91 , o candidato deverá
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elaborar um PARECER, devidamente fundamentado nos seus aspectos de fato e de direito,
por meio do qual responderá às indagações fe itas pela empresa consulente.

O PARECER a ser elaborado, no tocante à sua forma , deverá conter (I) a identificação do
consulente (apenas pela sua razão social), (II) um relato da situação descrita pelo consulente,
com menção aos elementos relevantes para a solução a ser dada, (III) a solução dada à
consulta formulada e (IV) a referência acerca de haver ou não recurso a ser interposto em
relação à solução dada, sendo que, em caso positivo, deverá ser indicado o prazo legal para
sua interposição e os efeitos do recurso interposto.

O candidato deverá elaborar a referida peça indicando, de modo claro e expresso, cada um
dos quatro tópicos em que o PARECER deve ser dividido, conforme estabelecido no parágrafo
anterior.

No referido PARECER, não deve constar qualquer data ou assinatura.

1"Art. 1º O ouro em qualquer estado de pureza, em bruto ou refinado, quando destinado ao mercado
financeiro ou à execução da política cambial do País, em operações realizadas com a interveniência de
instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, na forma e condições autorizadas pelo Banco
Central do Brasil, será desde a extração, inclusive, considerado ativo financeiro ou instrumento cambial.

§ 1º Enquadra-se na definição deste artigo:

I - o ouro envolvido em operações de tratamento, refino, transporte, depósito ou custódia, desde que
formalizado compromisso de destiná-lo ao Banco Central do Brasil ou à instituição por ele autorizada.

II - as operações praticadas nas regiões de garimpo onde o ouro é extraído, desde que o ouro na saída
do Município tenha o mesmo destino a que se refere o inciso I deste parágrafo.

§ 2º As negociações com o ouro, ativo financeiro, de que trata este artigo, efetuada nos pregões das
bolsas de valores, de mercadorias, de futuros ou assemelhadas, ou no mercado de balcão com a
interveniência de instituição financeira autorizada, serão consideradas operações financeiras."
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Padrão de respostas

I - Consulente: "Ourivesaria Ouro Dubom Ltda."

II - Relato da situação descrita pelo consulente:

O consulente, que desenvolve atividade de ourivesaria, recebeu joias usadas, confeccionadas


com ouro de alto grau de pureza, para serem transformadas em novas joias, de estilo
moderno. As joias que lhe foram entregues para transformação foram adquiridas pela cliente
da consulente, em leilão promovido pela Caixa Econômica Federal.

O consulente, atendendo ao pedido de sua cliente, prestou o serviço que lhe foi solicitado,
mas tem dúvida se o ouro que lhe foi entregue deve ser considerado ativo financeiro ou
instrumento cambial, uma vez que tem alto teor de pureza e foi adquirido de instituição
financeira.

Indaga, portanto, se, na sua atividade de transformação de uma joia em outra, a incidência
do ISSQN estaria afastada em razão de se tratar de manipulação de ouro ativo financeiro
ou instrumento cambial ou, caso não se trate de ouro ativo financeiro ou instrumento cambial,
se haveria incidência do ISSQN ou do ICMS nesta operação de transformação.

Juntou-se a documentação necessária para comprovar os fatos narrados.

A formulação da consulta atendeu a todos os requisitos estabelecidos pela legislação.

III - Solução dada à consulta formulada

A Constituição Federal estabelece, em seu art. 153, § 5º, que o ouro, quando definido em lei
como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF.
Isso significa que, enquanto ativo financeiro, o único imposto que incide sobre o ouro é o IOF,
não havendo incidência do ICMS nem do ISSQN.

No caso em questão, não se trata de ouro ativo financeiro, porque ele não preenche as
condições estabelecidas no art. 1º da Lei federal no 7.766/89. Ainda que se trate de ouro
com alto grau de pureza e que tenha sido adquirido de instituição financeira, este ouro é
mercadoria, já que foi utilizado para fazer as joias que foram objeto de penhor e que,
posteriormente, foram arrematadas em leilão pela cliente do consulente.

Sendo negativa a resposta à primeira indagação, passamos à análise da segunda, observando


que, no caso, considerando-se que o consulente prestou serviço de ourivesaria,
transformando joias de ouro em novas joias de ouro, com material fornecido pela própria
tomadora do serviço (Sra. Melissa Shirley), tal prestação está sujeita unicamente à
incidência do ISSQN municipal, por expressa previsão do item 39.01 da Lista de Serviços
anexa à Lei Complementar federal nº 116/2003, motivo pelo qual, sobre esta mesma
prestação, não há incidência do ICMS, a teor do que estabelece o inciso do art. 2º da Lei
Complementar federal nº 87/1996.
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Quanto à eventual incidência do ICMS em outras situações que envolvam operações de
circulação da mercadoria "ouro", cabe ao consulente, se for do seu interesse, formular
consulta à Secretaria da Fazenda do Estado, e não a este órgão consultivo municipal.

IV - Recurso cabível

Em razão da solução dada à consulta formulada, cabe ao contribuinte, se o desejar,


apresentar recurso ao Departamento de Tributação, com efeito suspensivo, no prazo de 10
dias contados da data em que o consulente tomar ciência deste PARECER
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12) FCC – Técnico Fazendário (Manaus)/2019

Considere as informações abaixo referentes a um software adquirido para a utilização pelos


servidores de um ente público municipal para o desenvolvimento de suas atividades.

Em 26/09/2017, o ordenador de despesa do referido ente empenhou despesas, quais sejam:

− Empenho de despesa orçamentária no valor de R$ 160.000,00 referente à aquisição de um


software, não integrante de hardware, ou seja, que não necessita de um hardware específico
para funcionar, para o uso interno por tempo indefinido pelo referido ente e classificado,
consequentemente, como ativo de vida útil indefinida.

− Empenho de despesa orçamentária no valor de R$ 3.000,00 referente a serviços de


instalação e realização de testes para o funcionamento adequado do software.

Em 01/12/2017, o fornecedor disponibilizou o software para o uso do referido ente e o


serviço de instalação e realização de testes foram prestados. Nesta mesma data, o ativo foi
colocado em condições de uso e o ente público municipal iniciou a sua utilização.

Ambas as despesas foram liquidadas em 01/12/2017 pelos valores totais dos empenhos
emitidos em 26/09/2017 e, em 31/01/2018, os valores totais devidos aos fornecedores
foram pagos.

Em decorrência da reorganização das atividades executadas pelo ente público municipal, o


software precisou ser transferido para um novo local de uso, incorrendo no seguinte gasto
referente à transferência:

− Empenho e liquidação de despesa orçamentária, em 01/08/2018, no valor de R$ 1.200,00


com Outros Serviços de Terceiros − Pessoa Jurídica referente ao serviço da transferência
do software para o seu novo local de uso. O serviço foi prestado em 01/08/2018 e a despesa
foi paga, pelo valor total do empenho, em 15/01/2019.

Também em 01/08/2018, foi estabelecido o compromisso para a venda do software pelo valor
total de R$ 70.000,00 a ser concretizada em 31/07/2023. O compromisso para a venda do
software foi estabelecido por meio de acordo contratual, sendo que o ente público municipal
não possui a possibilidade de não vender o software. Além disso, o referido ente pretende
utilizar o ativo até 31/07/2023. Sabe-se que nenhuma perda por redução ao valor
recuperável foi reconhecida para o software.

Informação adicional: o ente público municipal utiliza o modelo de custo para a mensuração
do valor do software após o seu reconhecimento inicial e o método linear para o cálculo da
amortização mensal de tal ativo.

Com base nessas informações tomadas em conjunto, responda:

a. Em qual classe, grupo e subgrupo, respectivamente, do Plano de Contas Aplicado ao Setor


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Público, quanto à natureza de informação patrimonial, foi realizado o reconhecimento inicial
do software?

b. De acordo com o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, em qual data ocorreu
o reconhecimento inicial do software no Balanço Patrimonial e por qual valor total? Apresente
os cálculos que justifiquem a sua resposta.

c. Qual o valor da amortização acumulada do software foi evidenciado no Balanço Patrimonial


de 31/12/2018? Apresente os cálculos que justifiquem a sua resposta.

d. Qual o valor total das variações patrimoniais diminutivas referente ao software foi
evidenciado na Demonstração das Variações Patrimoniais referente ao exercício financeiro
de 2018? Apresente os cálculos que justifiquem a sua resposta.
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Padrão de respostas:

a) Classe: Ativo

Grupo: Ativo não Circulante

Subgrupo: Intangível

b) O reconhecimento inicial do software no Balanço Patrimonial ocorreu em 01/12/2017 pelo


valor total de R$ 163.000,00 (R$ 160.000,00 + R$ 3.000,00).

c) O valor da amortização acumulada do software evidenciado no Balanço Patrimonial de


31/12/2018 é de R$ 7.750,00.

Cálculo:
Amortização mensal = (R$ 163.000,00 - R$ 70.000,00) / 60 = R$ 1.550,00.

Amortização acumulada em 31/12/2018 = R$ 1.550,00 × 5 = R$ 7.750,00.

d) O valor total das variações patrimoniais diminutivas foi R$ 8.950,00, sendo R$ 7.750,00
referente à amortização do software no exercício financeiro de 2018 e R$ 1.200,00
referente ao serviço da transferência do software para o seu novo local de uso.
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13) FCC – Técnico Fazendário (Manaus)/2019

As indústrias Reunidas Eufrásia Fátima Ltda., empresa de tecelagem, está instalada em


imóvel que se localiza inteiramente na área rural do Município A, imóvel este que é cortado
por um riacho, que acaba por atrapalhar muito a movimentação das mercadorias de um lado
para outro lado da referida propriedade. Essa movimentação, durante muitos anos, teve de
ser feita por meio de uma ponte localizada fora da propriedade.

Para acabar com este entrave e agilizar' a movimentação das mercadorias dentro da área da
empresa, as indústrias Reunidas Eufrásia Fátima Ltda. decidiram construir, a suas próprias
expensas, dentro do imóvel onde se localiza a empresa, uma ponte robusta, ligando ambos os
lados. Trata-se de uma obra de construção civil de porte considerável.

Para alcançar esse desiderato, contrataram a Construtora Demétrio Coriolano S/A, empresa
de construção civil com estabelecimento único, localizada no Município "B", a qual foi
incumbida de realizar a obra toda, inclusive Fornecendo os materiais necessários para a
prestação do referido serviço de construção civil.

De acordo com o orçamento feito, o preço total da obre seria de R$ 2.500.000,00, sendo R$
1.500.000,00 referentes aos materiais fornecidos pela construtora e R$ 1.000.000,00
referentes ao serviço prestado.

Com base nessas informações, no Código Tributário Nacional e na Lei Complementar n.


116/2003, responda, apresentando fundamentos de fato e de direito, as seguintes perguntas:

a) Considerando que a referida ponte aumentará o valor do imóvel em que se localiza a


empresa indústrias Reunidas Eufrásia Fátima Ltda., e possível instituir e cobrar contribuição
de melhoria em decorrência da obra realizada?
b) Em qual munícipio o serviço é considerado prestado e a qual Município o ISSQN é
considerado devido?
c) Quem é o contribuinte do ISSQN devido?
d) Há responsável tributário pelo ISSQN devido? Em caso afirmativo, quem é ele?
e) Qual é o valor da base de cálculo do ISSQN?
f) A carga tributária do ISSQN poderá ser de apenas 1,5%?
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Padrão de respostas

a. Não. A referida ponte não é uma obra pública. Logo, não é possível cobrar contribuição de
melhoria em decorrência de eventual valorização de imóvel que decorra desta obra.

b. O serviço é considerado prestado e o ISSQN é considerado devido no Município “A”, que


é o Município em que a obra foi executada, conforme estabelece o inciso III do art. 3o da
Lei Complementar no 116/03.

c. O contribuinte do ISSQN devido é o prestador do serviço, no caso, a Construtora


Demétrio Coriolano S/A, conforme regra do art. 5º da Lei Complementar no 116/03.

d. Sim, há. No caso, a responsável é a empresa Indústrias Reunidas Eufrásia Fátima Ltda.,
conforme estabelece o inciso II do § 2o do art. 6o da Lei Complementar no 116/03, na
qualidade de a tomadora dos serviços prestados.

e. O valor da base de cálculo é de R$ 1.000.000,00, referente apenas aos serviços prestados,


pois o valor dos materiais é expressamente excluído da base de cálculo, conforme o que
estabelece o art. 7o 70, § 2o, I da Lei Complementar no 116/03.

f. Sim. Embora a alíquota não possa ser inferior a 2%, a carga tributária poderá sê-lo, em
razão da exceção contida no § 1o do art. 8o , da Lei Complementar no 116/03
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14) FCC - Auditor Fiscal Tributário Municipal (SJRP)/2019

A “Casa da Noiva” é uma empresa muito conceituada no Município de São José do Rio Preto.
Quando ela iniciou suas atividades, há quatro anos, era apenas uma pequena oficina de
costura, que só confeccionava vestidos de noiva sob medida, com material fornecido pelas
suas clientes. Atualmente, porém, além de continuar com essa atividade, ela também passou
a vender vestidos para pronta entrega, para aquelas clientes que preferem adquiri-los assim,
ao invés de mandar confeccioná-los.

Desse modo, cada noiva escolhe se prefere comprar o tecido e os demais materiais em outras
lojas e levar tudo para ser confeccionado na “Casa da Noiva”, ou se prefere comprar um
vestido de casamento já pronto, dentre os vários modelos existentes para pronta entrega.

Turíbio Manuel, Auditor Fiscal Tributário Municipal, ao fiscalizar a referida empresa,


constatou que ela atuava efetivamente nos dois ramos de atividade, vendendo vestidos de
noiva para pronta entrega e confeccionando vestidos de noiva sob medida, com tecido
fornecido pelas próprias noivas (alfaiataria e costura).

Ao examinar centenas de peças de tecido destinadas à confecção dos vestidos, e cotejando-


as com a documentação a elas relacionada, encontrou provas de sérias irregularidades
tributárias, pois peças de tecido fornecidas por sua clientela, para a confecção de vestidos
sob medida, estavam documentadas como se fossem destinadas à confecção de vestidos para
pronta entrega, e vice-versa.

Com base no texto acima e com fundamento na Lei Complementar municipal nº 178/2003,
responda às indagações abaixo formuladas, apresentando os fundamentos para todas as suas
respostas. O candidato deve, ainda, relativamente a cada uma das indagações, indicar
expressamente a qual item está respondendo.

a. Alguma das atividades da empresa “Casa da Noiva” está sujeita a imposto municipal e, em
caso positivo, a qual imposto?

b. Como Turíbio Manuel identificou a existência de irregularidades na empresa, ele poderá


apreender bens móveis, mercadorias, livros, documentos etc. A finalidade de uma apreensão
como essa é a de coagir o sujeito passivo a pagar o crédito tributário reclamado pela
municipalidade ou, se não o for, qual é a finalidade de tal apreensão?

c. Onde deve ser depositado o bem ou mercadoria apreendido?

d. De quem é o risco do perecimento natural ou perda de valor da coisa apreendida?

e. Até que momento pode ser feita a liberação da mercadoria apreendida?


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Padrão de respostas
a. Sim. A confecção dos vestidos com material fornecido pelas clientes está
sujeita ao ISSQN, conforme subitem 14.09.00 da “Tabela de Serviços, de
Alíquotas e do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - Anexa à Lei
complementar no 178/2003”: “14.09.00 Alfaiataria e costura, quando o material for
fornecido pelo usuário final, exceto aviamento.”

b.1 A finalidade da apreensão não é coagir o sujeito passivo pagar o crédito


tributário reclamado pela Municipalidade.
b.2 A finalidade dela é produzir prova material de infração estabelecida na
legislação tributária.

Fundamento legal na LC municipal no 178/2003:


Art. 65 Ficam sujeitos à apreensão os bens e mercadorias que constituam
prova material de infração à legislação tributária.
Art. 66 Podem ainda ser apreendidos livros, documentos, impressos,
papéis, programas e arquivos magnéticos com a finalidade de
comprovar infração à legislação tributária.

c. O bem apreendido deve ser depositado em


c.1 repartição pública
c.2 a juízo da autoridade que tenha feito a apreensão
c.3 em mãos do próprio detentor, se idôneo
c.4 de terceiro, se idôneo

Fundamento legal na LC municipal no 178/2003:


Art. 68 O bem apreendido deve ser depositado em repartição pública ou, a
juízo da autoridade que tenha feito a apreensão, em mãos do próprio de
tentor, ou de terceiro, se idôneos.

d. O risco do perecimento natural ou perda de valor da coisa apreendida é


d.1 do proprietário
d.2 ou do detentor no momento da apreensão
Fundamento legal na LC municipal no 178/2003:
Art. 69.
...
§ 4o O risco do perecimento natural ou perda de valor da coisa apreendida é do proprietário
ou do detentor no momento da apreensão.

e. A liberação da mercadoria apreendida pode ser promovida


e.1 até o momento da realização do leilão
e.2 ou da distribuição
e.3 desde que o interessado deposite importância equivalente à totalidade do débito

Fundamento legal na LC municipal no 178/2003:


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Art. 71 A liberação da mercadoria apreendida pode ser promovida até o
momento da realização do leilão ou da distribuição, desde que o interessado
deposite importância equivalente à totalidade do débito.
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14) FCC - Auditor Fiscal de Tributos I (São Luís)/Abrangência Geral/2018

Luís Alberto e Carlos Alberto, irmãos, residem, desde 2010, na República Francesa, onde
estão domiciliados. Eles são os únicos sócios da empresa "ATACADISTA ARROZ DE CUXÁ".

Esta empresa é proprietária de um imóvel comercial, localizado em um bairro novo de São


Luís, que fica fora da região central do Município, mas, ainda assim, situado na sua zona
urbana.

Em 2014, a Prefeitura de São Luís decidiu construir, no novo bairro, parques, campos de
desportos, viadutos e pontes sobre rodovias, para tornar mais rápido o acesso dos seus
habitantes ao centro da cidade, bem como decidiu promover reparos simples nas vias públicas
ali existentes. Efetuou, também, trabalhos de simples conservação na rede de energia
elétrica e na rede de esgoto locais.

O Grupo Econômico "Lençóis Maranhenses", empresa pertencente à iniciativa privada, na


mesma ocasião, percebendo o potencial do bairro, decidiu construir ali o elegante Shopping
Center "Sol Maranhense", que foi fator de importante valorização dos imóveis da região.

Todas as obras acima citadas foram iniciadas em 20 de fevereiro de 2015. Por ocasião da
conclusão de todas elas, em 10 de maio de 2017, estudos técnicos, feitos pela Prefeitura de
São Luís, concluíram que todos os imóveis ali localizados, incluído o referido imóvel comercial
tiveram igual valorização, sendo ela de:

I. R$ 20.000,00, em decorrência da construção de parques e campos de desportos;

II. R$ 70.000,00, em decorrência da construção de viadutos e pontes sobre rodovias;

III. R$ 10.000,00, em decorrência dos meros reparos nas vias públicas e dos trabalhos de
simples conservação na rede de energia elétrica e na rede de esgoto locais; e

IV. R$ 30.000,00, em decorrência da construção do Shopping Center "Sol Maranhense".

Com base nas informações acima, de caso hipotético, e nas normas do Código Tributário do
Município de São Luís, responda, fundamentadamente, as questões abaixo formuladas.

a. Quais das obras mencionadas no enunciado da questão dão ensejo à incidência de


contribuição de melhoria, e quais não dão?

b. Qual é o fato gerador da contribuição de melhoria?

c. Relativamente ao imóvel comercial expressamente mencionado no enunciado, caso possa


ser efetuada a cobrança de contribuição de melhoria em relação a ele, quem será o
contribuinte?
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d. A partir de que momento ou data a contribuição de melhoria pode ser lançada e
arrecadada?
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Padrão de respostas

a. (a.1) As obras de construção de parques e campos de desportos, bem como as de


construção de viadutos e pontes sobre rodovias dão ensejo à cobrança de contribuição de
melhoria, porque elas estão expressamente previstas no inciso II do art. 519 do CTM de São
Luís como sendo obras públicas e (a.2) porque elas acarretaram valorização dos imóveis da
região.

(a.2) Já, as obras de mero reparo nas vias públicas e os trabalhos de simples conservação
na rede de energia elétrica e na rede de esgoto locais não dão ensejo à cobrança dessa
contribuição, por expressa determinação legal, contida no art. 520 do mesmo Código.

(a.3) Por fim, a obra de construção do Shopping Center não dá ensejo à cobrança da
referida contribuição, porque não se trata de obra pública, mas de obra feita por grupo
empresarial da iniciativa privada.

E, conforme o artigo 518 do Código, apenas obra pública realizada pelo Município de São Luís
faz incidir a contribuição.

b. De acordo com o art. 518 do CTM de São Luís, a contribuição de melhoria tem como fato
gerador (a) a realização de obra pública pelo Município de São Luís, (b) da qual decorra
acréscimo no valor de imóvel localizado nas áreas beneficiadas.

c. O contribuinte da contribuição de melhoria, de acordo com o art. 521 do CTM de São Luís,
é o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título de bem imóvel,
beneficiado pela execução de obra pública. No caso, portanto, o contribuinte é a empresa
“ATACADISTA ARROZ DE CUXÁ”, pois ela é a proprietária do referido imóvel.

d. De acordo com o art. 526 do CTM de São Luís, a contribuição de melhoria só pode ser
lançada e arrecadada depois de executada a obra. Logo, a referida contribuição pôde ser
lançada e cobrada a partir do dia seguinte ao do término de sua execução, ou seja, a partir
de 10 de maio de 2017.
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15) FCC - Auditor Fiscal de Tributos I (São Luís)/Abrangência Geral/2018

O sistema tributário do Brasil costuma ser descrito como rígido e complexo. Mesmo assim,
desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, algumas novas exações passaram a
ter previsão expressa para serem instituídas. Dentre estas, destaca-se a Contribuição para
o Custeio do Serviço de Iluminação Pública. Existindo tal previsão, diversos Municípios
instituíram a referida contribuição, com caraterísticas específicas.

Considere as situações A, B e C, a seguir descritas, relativamente à Contribuição para o


Custeio do Serviço de Iluminação Pública, instituída no Município de São Luís.

Situação A:
João reside em apartamento localizado em bairro residencial da zona urbana de São Luís, e
é usuário cadastrado dos serviços de água, esgoto, energia elétrica e telefonia fixa junto às
concessionárias dos respectivos serviços públicos.

Situação B:
Manuel é proprietário de imóvel urbano, não edificado, localizado em via pública, pavimentada
e iluminada pelo Município, com disponibilidade para contratação dos serviços públicos de
água, esgoto, energia elétrica e telefonia, mas, no local, tais serviços não foram contratados.

Situação C:
Sebastião é diretor da empresa Cerâmica Boa, consumidora livre de energia, ligada
diretamente à rede básica, localizada em via não pavimentada nem iluminada pelo Município,
situada na zona rural de São Luís.

Responda, justificadamente, considerando as situações hipotéticas apresentadas, e, com


base no disposto no Código Tributário Municipal de São Luís, aprovado pela Lei n2 6.289, de
28/12/2017:

a. A contribuição incide em quais das situações acima descritas, e qual o contribuinte no caso
de incidência?
b. Quais as destinações previstas para os valores arrecadados com a contribuição?
e. Quem é responsável pela arrecadação da contribuição?
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Padrão de Resposta

a. Situação A
A1. A contribuição incide na situação A, pois o Sr. João é pessoa residente no Município e é
consumidor cadastrado de energia elétrica junto a concessionária de serviço público de
energia elétrica do Município.

A2. O contribuinte neste caso é o Sr. João.

Base Legal: CTM/SL/2017, Art. 540 – O contribuinte Contribuição para o Custeio do


Serviço de Iluminação Pública é toda pessoa física ou jurídica, que possua ligação de energia
elétrica residente ou estabelecida no território do Município de São Luís e cadastrada como
consumidora junto à concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica do
Município.

Situação B

B1. A contribuição incide na situação B, pois o Sr. Manuel é proprietário de imóvel urbano,
localizado em área servida por iluminação pública.

B2. O contribuinte é o Sr. Manuel.

Base Legal: CTM/SL/2017, Art. 540 § 1o − Considera-se, também, como contribuintes (...)
os proprietários, os titulares de domínio útil ou os possuidores a qualquer título de unidade
imobiliária, ainda que não edificada, servida por
iluminação pública.

Situação C

C1. A contribuição incide na situação C, pois a empresa Cerâmica Boa é consumidora livre
de energia ligada a rede básica.

C2. O contribuinte é a Cerâmica Boa.

Base Legal: CTM/SL/2017, Art. 540 § 2o − Os (...) consumidores livres (...) ligados
diretamente à rede básica (...), contribuirão para o custeio de iluminação pública, mediante
lançamento anual, conforme Tabela XI-B anexa a esta lei.

Art. 540. O contribuinte da Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública


é toda pessoa física ou jurídica, que possua ligação de energia elétrica residente ou
estabelecida no território do Município de São Luís e cadastrada como consumidora junto à
concessionária de serviço público de distribuição de energia elétrica do Município.

§ 1o Considera-se, também, como contribuintes os usuários do serviço público de energia


elétrica que mantenham ligação de energia cadastrada na concessionária de distribuição e os
proprietários, os titulares de domínio útil ou os possuidores a qualquer título de unidade
imobiliária, ainda que não edificada, servida por iluminação pública.
Dhi Auditora
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§ 2o Os consumidores eletro-intensivos, consumidores livres e os de consumo próprio
ligados diretamente à rede básica ou em sistemas de sub-transmissão de energia da
concessionária de distribuição ou rede própria, contribuirão para o custeio de iluminação
pública, mediante lançamento anual, conforme Tabela XI-B anexa a esta lei.

b. Os recursos arrecadados com a contribuição serão destinados, única e exclusivamente,


para:

I. o fornecimento de energia elétrica e encargos financeiros deles decorrentes;

II. a manutenção de toda a infraestrutura física;

III. a manutenção da estrutura técnica e administrativa destinada a propiciar a adequada


prestação do serviço de iluminação pública; e

IV. despesas de fiscalização e acompanhamento da prestação dos serviços de iluminação


pública e capacitação profissional.

Base Legal: CTM/SL/2017, Art. 538.

Art. 538. A Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública será destinada
única e exclusivamente para cobertura dos valores despendidos com:

I. o fornecimento de energia elétrica e encargos financeiros deles decorrentes;

II. a manutenção de toda a infraestrutura física;

III. a manutenção da estrutura técnica e administrativa destinada a propiciar a adequada


prestação do serviço de iluminação pública; e

IV. despesas de fiscalização e acompanhamento da prestação dos serviços de iluminação


pública e capacitação profissional.

c. O responsável pela arrecadação da contribuição no Município é a empresa concessionária


de fornecimento de energia elétrica no território do Município de São Luís.

Base Legal: CTM/SL/2017, Art. 545.

Art. 545. É responsável tributária pela arrecadação e repasse da CIP ao Município, a


empresa concessionária de fornecimento de energia elétrica no território do Município de
São Luís.
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16) FCC - Auditor Fiscal de Tributos I (São Luís)/Abrangência Geral/2018

Em março de 2018, a autoridade fiscal do Município de São.Luís/MA lavrou Auto de Infração


e Imposição de Multa - AIIM rr9- 123.456, com todos os requisitos legais, em nome de Paulo
Silva, na qualidade de contribuinte, acusando-o de ter deixado de pagar o ITBI, no valor de
R$ 10.000,00, por ter recebido bem imóvel em permuta, mas tentando, dolosamente, fazer
parecer que se tratava de recebimento em doação. O fisco apurou que a contrapartida de
Paulo foi a entrega de 500 cabeças de gado, em valor igual ao do imóvel recebido. Ambos os
bens permutados valiam R$ 500.000,00, na data da referida permuta.

Foi aplicada ao contribuinte, ainda, multa no valor de R$ 10.000,00, mas não se reclamaram
acréscimos legais de quaisquer espécies.

Para comprovar a acusação formulada, a autoridade fiscal juntou ao AIIM as seguintes


provas, por cópia:

1. escritura pública de contrato de doação, passada em cartório de São Luís, datada de 10


de janeiro de 2018, por meio da qual José Alves doou a Paulo Silva o imóvel localizado no
Município de São Luís;

2. contrato particular, devidamente registrado em Cartório de Títulos e Documentos do


Município de Imperatriz/MA, onde ele foi firmado, por meio do qual Paulo Silva doou a José
Alves, em 10 de janeiro de 2018, 500 cabeças de gado, no valor médio de R$ 1.000,00 cada
cabeça, gado este que se encontrava no Município de Imperatriz;

3. correspondência trocada por Paulo e José, cujo conteúdo demonstrava que Paulo e.José
pactuaram permutar o imóvel de José pelo gado de Paulo, simulando, porém, a realização de
duas doações distintas. Esta cópia de correspondência foi
obtida por meios legais e licitas.

Na peça de impugnação ofertada por Paulo Silva, apresentada tempestivamente, ele alega
que:

a. não houve a referida permuta e insiste que houve duas doações;

b. a lavratura do AIIM foi indevida, porque doações não estão no campo de incidência do
ITBI;

c. a correspondência juntada por cópia não linha qualquer valor probatório, porque ele e José
decidiram, verbalmente, em data posterior às datas daquela correspondência, não mais fazer
a referida permuta, mas, sim, duas doações;

d. caso houvesse ITBI efetivamente devido, o contribuinte não seria ele, mas, sim, José;

e. o sujeito ativo não seria o Município de São Luís, mas o Município de Imperatriz;
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f. o montante do ITBI reclamado, no importe de R$ 10.000,00, equivalente a uma alíquota
de 2%, foi calculado mediante aplicação de alíquota superior àquela prevista em lei;

g. o valor da penalidade não deveria ser de R$ 10.000,00, mas de R$ 8.000,00, consoante


art. 384, caput, inciso III do Código Tributário Municipal de São Luís, penalidade esta que
sanciona a falta de pagamento do imposto, quando não fique caracterizada a intenção
fraudulenta.

Ao final, com base em todos os argumentos acima arrolados, Paulo requer à autoridade
julgadora de primeira instância que julgue improcedente a exigência de crédito tributário
formalizada no referido AIIM.

Com base nas informações hipotéticas acima, o candidato, na qualidade de autoridade


julgadora, deverá elaborar uma decisão, de forma objetiva e sucinta, contendo,
separadamente e nesta ordem, o RELATÓRIO do que consta dos autos, a DECISÃO do
candidato sobre cada argumento apresentado pelas partes, incluída a análise de todos os
argumentos trazidos pela Fazenda Pública e pelo contribuinte, e a PARTE DISPOSITIVA,
julgando pela procedência, improcedência ou procedência parcial da exigência fiscal
formalizada no AIIM.

Dispensar a qualificação das pessoas naturais mencionadas no enunciado e desconsiderar a


possibilidade de apresentação de recurso de ofício.
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Padrão de Resposta
Relatório

O RELATÓRIO do processo deve conter um histórico do que consta dos autos do processo.
Assim, o conteúdo do relatório deve mencionar que:

1. Em março de 2018, o Fisco Municipal de São Luís/MA lavrou o Auto de Infração e


Imposição de Multa − AIIM no 123.456, em nome de Paulo Silva, na qualidade de contribuinte,
acusando-o de ter deixado de pagar o ITBI, em decorrência do recebimento de bem imóvel
a título de permuta. O referido AIIM reclama a importância de R$ 10.000,00 a título de
ITBI, mais
R$ 10.000,00, a título de multa, mas não reclama acréscimos legais de qualquer espécie.

2. Embasamento probatório da lavratura:

2.1 Do referido AIIM ainda consta que a falta de pagamento decorreu de procedimento
doloso de Paulo Silva, que, para não pagar o ITBI devido, combinou com José Alves de simular
a formalização de dois contratos de doação (doações recíprocas), sendo que Paulo Silva
receberia de José Alves um bem imóvel localizado em São Luís/MA, e entregaria a ele, na
mesma data, em contrapartida, 500 cabeças de gado, localizadas no Município de
Imperatriz/MA, em valor idêntico ao do imóvel recebido.

2.2 Consta dos autos, ainda, que a acusação fiscal se sustenta também no conteúdo de
correspondência obtida por meios legais e lícitos, trocada por Paulo e José, na qual teria
ficado patenteado o intuito de permutar o imóvel de José pelo gado de Paulo, simulando,
porém, a realização de duas doações.

3. O fisco juntou aos autos, por cópia, a título de prova:

3.1 a escritura pública de contrato de doação, datada de 10 de janeiro de 2018, por meio da
qual José Alves doou a Paulo Silva o referido imóvel, no valor de R$ 500.000,00;

3.2 contrato particular, devidamente registrado em Cartório de Títulos e Documentos, por


meio do qual Paulo Silva doou a José Alves, em 10 de janeiro de 2018, 500 cabeças de gado,
no valor de R$ 500.000,00;

3.3 cópia da correspondência acima referida e trocada entre ambos.

4. Paulo Silva impugnou, tempestivamente, a acusação fiscal que lhe foi feita, alegando e, ao
final, pedindo o seguinte:

4.1 não houve a referida permuta, mas, sim duas doações;

4.2 a lavratura do AIIM foi indevida, já que doações não estão sujeitas à incidência do ITBI;
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4.3 a referida correspondência não tinha valor probatório, porque José e ele decidiram, por
meio de acordo verbal, em data posterior à da correspondência trocada, não mais fazer a
referida permuta, e, sim, duas doações;

4.4 eventual contribuinte do ITBI seria José, e não ele;

4.5 o sujeito ativo de eventual ITBI devido seria o Município de Imperatriz, e não o Município
de São Luís;

4.6 o montante do tributo devido teria sido calculado mediante a aplicação de alíquota
superior à prevista em Lei;

4.7 o valor da penalidade não deveria ser de R$ 10.000,00, mas de R$ 8.000,00, porque o
autuado, não teria agido com intenção fraudulenta;

4.8 julgamento de improcedência da exigência de crédito tributário formalizada no referido


AIIM, com base nos argumentos deduzidos na defesa.

Decisão

A DECISÃO do processo deve expressar a convicção da autoridade julgadora a respeito da


acusação fiscal, embasada em uma análise fundamentada das provas produzidas pelas
partes.

Assim sendo, a DECISÃO deve:

5.1 expressar a convicção da autoridade julgadora de que houve, na verdade, uma permuta
de bem imóvel, localizado no Município de São Luís, por 500 cabeças de gado, localizadas no
Município de Imperatriz, e não duas doações. Fundamentação: na mesma data (10 de janeiro
de 2018) em que José doou formalmente a Paulo o bem imóvel, no valor de R$ 500.000,00,
Paulo doou formalmente a José as 500 cabeças de gado, no mesmo valor, o que evidencia a
existência de uma permuta de bens, e não duas doações como afirma Paulo (Ao expressar
esta convicção, a autoridade julgadora já afasta também a alegação de Paulo, contida no
item 4.1 acima).

5.2 expressar o reforço da convicção de que houve permuta, analisando a correspondência


trazida aos autos. Fundamentação: a correspondência trocada entre Paulo e José
demonstra, de maneira cabal, sua intenção de permutar os referidos bens, fazendo parecer,
porém, que se trataria de duas doações, e não de uma permuta. Além disso, contrariamente
ao que Paulo alegou em sua impugnação, esta correspondência também faz prova da
existência de permuta, pois ela foi obtida por meios legais e lícitos, e porque a alegação de
um posterior ajuste verbal entre Paulo e José, cancelando a realização da permuta e
pactuando duas doações, constitui mera alegação de Paulo, sem qualquer base probatória
(Ao expressar esta convicção, a autoridade julgadora já afasta também a alegação de Paulo,
contida no item 4.3 acima).
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5.3 apresentar conclusão no sentido de que as doações recíprocas realizadas, na mesma
data e no mesmo valor, materializam a permuta de bens. Fundamentação: permutas são
contratos onerosos, que sujeitam o bem permutado à incidência do ITBI, se esse bem for
bem imóvel. A afirmação de Paulo, segundo a qual as doações não estão sujeitas ao ITBI,
está correta, mas, no caso, as características das transmissões efetuadas (bem imóvel x
gado) levam à conclusão de que as alegadas doações serviram formalmente para materializar
o que, na verdade, foi uma permuta de bens. E permuta de bem imóvel está no campo de
incidência do ITBI (Ao apresentar esta conclusão, a autoridade julgadora já afasta também
a alegação de Paulo, contida no item 4.2 acima).

6.1 a alegação de que José seria o contribuinte não pode ser aceita, pois PAULO é
efetivamente o contribuinte. Fundamentação: o caput do art. 375 do Código Tributário
Municipal de São Luís estabelece que “O imposto é devido pelo adquirente ... do bem imóvel
...”. Como Paulo é o adquirente do bem permutado, ele é o contribuinte.

6.2 a alegação de que o sujeito ativo de eventual ITBI devido seria o Município de
Imperatriz não pode ser aceita, pois o sujeito ativo é efetivamente o Município de São Luís.
Fundamentação: o imóvel objeto da permuta se localiza no Município de São Luís e, de
acordo com o § 1o do art. 373 do Código Tributário Municipal de São Luís, “O imposto é
devido quando o imóvel transmitido ... esteja situado total ou parcialmente em território do
Município”.

6.3 a alegação de que o montante do tributo devido teria sido calculado mediante a aplicação
de alíquota superior àquela prevista em Lei não pode ser aceita, pois a alíquota de 2%,
utilizada para o cálculo do imposto, está correta. Fundamentação: Na medida em que o valor
do imóvel recebido em doação é de R$ 500.000,00 e o imposto
reclamado é de R$ 10.000,00, conclui-se que a alíquota aplicada foi de 2% (R$ 500.000,00
× 2% = R$ 10.000,00) e esta alíquota é exatamente a prevista para as transmissões sujeitas
ao ITBI, conforme art. 378, caput, do Código Tributário Municipal de São Luís. A outra
alíquota prevista em Lei (0,5%) não se aplica a este caso, pois o imóvel em questão não foi
objeto de financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação.

6.4 a alegação de que o valor da penalidade não deveria ser de R$ 10.000,00, mas de R$
8.000,00, porque o autuado não teria agido com intenção fraudulenta, não pode ser acatada.
Fundamentação: As provas constantes dos autos (itens 3.1, 3.2 e 3.3) e analisadas nos itens
5.1 e 5.2 demonstram que o autuado, em conjunto com José Alves, buscou, intencionalmente,
mediante simulação da existência de contratos de doação, evitar o pagamento do ITBI
devido ao Município de São Luís pela permuta de bens que realizaram. Assim, a penalidade
aplicada, equivalente a 100% do valor do imposto que deixou de ser pago, está correta, pois
este é o percentual de multa que a Lei estabelece para os casos de inexatidão fraudulenta
de declaração relativa a elementos que possam influir no cálculo do imposto ou que resultem
na não incidência, isenção ou suspensão de pagamento do imposto (art. 384, caput, II, do
CTM/SL).

Parte dispositiva
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7. Nesta parte, o julgador deveria dizer se a exigência fiscal formalizada no Auto de
Infração e Imposição de Multa – AIIM é PROCEDENTE, IMPROCEDENTE ou
PARCIALMENTE PROCEDENTE.

Espera-se uma parte dispositiva nos seguintes termos:

Pelo exposto e pelo mais que dos autos consta, julgo PROCEDENTE a exigência do valor de
R$ 10.000,00, reclamado no AIIM, a título de ITBI, e do valor de R$ 10.000,00, reclamado
no mesmo AIIM, a título de penalidade pecuniária.

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