Lcoolismo: Bstémio Oopsia
Lcoolismo: Bstémio Oopsia
Lcoolismo: Bstémio Oopsia
Alcoólicos
Anônimos
de
A bstémio a Z oopsia
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31. Alcoholics Anonymous World Services
Índice Inc. (A.A.W.S.). Ou, Serviços Mundiais
1. Abstémio/a de Alcoólicos Anônimos.
2. Abstinência 32. Alcoolismo
3. Abstinência em A.A. 32.1. Primeiros estudos sobre o
4. Abuso alcoolismo.
5. Adicção 32.2. Estudos modernos sobre o
6. Adicto alcoolismo.
7. Adictos Anônimos 32.3. Centro de Estudos do Álcool.
8. Agnosticismo 33.4. Comitê Nacional de Educação sobre
9. Agnóstico Alcoolismo.
10. Agnósticos em A.A. 32.5. A classificação do Alcoolismo
11. Akron (o berço de A.A.) segundo a Associação Psiquiátrica
12. Al-Anon Americana
13. Alateen 32.6. A classificação do Alcoolismo
14. Álcool segundo a Organização Mundial da
15. Alcoólatra Saúde.
16. Alcoólatras Anônimos ou Alcoólicos 33. Alcoolista, ou etilista
Anônimos? 34. Alegria
17. Alcoólatra ou alcoólico? 35. Alergia
18. Alcoólico/a 36. Alucinação
19. Alcoólico/a (em A.A.) 37. Alucinógeno
19.1. Alcoólico/a recuperado/a ou em 38. Alucinose
recuperação? (em A.A.) 39. Amizade
19.2. “Meu nome é... e sou alcoólico/a” 40. Amigos de A.A.
19.3. A carreira alcoólica de Bill W. 41. Amnésia
19.4. A carreira alcoólica do Dr. Bob. 42. Amor
20. Alcoólicos Anônimos: a Irmandade 43. Angústia
21. Alcoólicos Anônimos – A espiritualidade 44. Anonimato
e a religião 45. Anonimato em A.A.
22. Alcoólicos Anônimos e a Lei. 46. Ansiedade
23. Alcoólicos Anônimos e as orações 47. Antabuse
24. Alcoólicos Anônimos e a Medicina: 48. Apadrinhamento
Como os médicos veem A.A. 49. Apadrinhamento em A.A.
25. Alcoólicos Anônimos e os membros 50. Apagamento
empregados no campo do alcoolismo 51. Área
26. Alcoólicos Anônimos - O livro 52. Área em A.A.
26.1. Exemplares representativos da 52.1. Área na estrutura de A.A. no Brasil
evolução da publicação do Big 52.2. Classificação das Áreas
Book (EUA/Canadá): 53. Arrogância
27. Alcoólicos Anônimos - O nome. 54. Assembleia
28. Alcoólicos Anônimos no Brasil 55. Assembleia de Área (em A.A.)
29. Alcoólicos Anônimos no Mundo 56. Assertividade
30. A.A. Grapevine, Inc. 57. Ateísmo
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58. Ateu A.A. a atuar em nome da Irmandade
59. Atitude e suceder seus cofundadores
60. Autoconhecimento 89. Conferência de Serviços Gerais de A.A. no
61. Autocrítica Brasil
62. Autodestruição 90. Consciência
63. Autoestima 91. Consciência coletiva
64. Autonomia 92. Consciência Coletiva, ou, Consciência de
64.1. Autonomia em A.A. Grupo esclarecida (em A.A.)
65. Autossuficiência 93. Controvérsia
65.1. Autossuficiência em A.A. 94. Convenção
66. Bafômetro 95. Convenção em A.A.
67. Barbitúrico 95.1. Todas as Convenções Internacionais
68. Bebedor exagerado, ou bebedor-problema de A.A.
69. Beber problemático 95.2. A evolução das Convenções no
70. Bebidas alcoólicas Brasil
71. Bem-estar 96. Coragem
72. Bíblia (A) 97. Costume
73. Box 4-5-9 98. Costumes nos Grupos de A.A.
73.1. Notificação de Propriedade e 98.1. Fichas e lembranças de tempo de
autorização de reimpressão dos sobriedade em A.A. (origem)
artigos do Box 4-5-9 98.2. Fichas e lembranças de tempo de
74. Cartão Azul (Blue Card) sobriedade, no Brasil
75. Ceticismo 98.3. A oração da Serenidade (a origem)
76. Cirrose alcoólica 99. Craving (fissura)
77. Ciúme 100. Culpa
78. Co-dependente 101. Cura
79. Companheirismo 102. Cura da Beladona (a) (The Belladona
80. Companheirismo em A.A. Cure)
81. Companheiro/a 103. Curador
82. Companheiro/a em A.A. 104. Curador em A.A.
83. Comportamento humano 105. Curva de Jellinek
83.1. Comportamento perturbador nas 106. Custódio
reuniões de A.A. 107. Custódio em A.A.
84. Compulsão 108. Custódio emérito de A.A.
85. Comunidade 109. Delegado
86. Conceito 110. Delegado de Área (em A.A.)
87. Conferência 111. Dano
88. Conferência de Serviços Gerais (em A.A.) 112. Debate
88.1. Ata de Constituição da Conferência 113. Delírio
de Serviços Gerais de Alcoólicos 114. Delirium-tremens
Anônimos 115. Demência alcoólica
88.2. Resolução autorizando a 116. Dependência
Conferência de Serviços Gerais de 117. Dependência química
118. Dependência química e A.A.
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119. Depressão 153. Fundação
120. Despertar. 154. Fundação do Alcoólico (A.A.)
121. Despertar espiritual, em A.A. 155. Garantia
121.1. Diferença entre Despertar 156. Garantia (s) em A.A.
espiritual e Experiência espiritual 157. Glossário
121.2. Experiência espiritual de Bill W. 158. Graça
122. Deus 159. Gratidão
123. Distrito. 160. Grupo
124. Distrito (em A.A.) 161. Grupo de A.A.
125. Divindade 162. Grupo de Oxford
126. Doença 162.1. O inicio do Grupo de Oxford em
127. Doença alcoólica Akron
128. Dogma 162.2. A relação dos cofundadores de
129. Dogmatismo A.A. com o Grupo de Oxford
130. Dogmatista 162.3. A fundação de Alcoólicos
131. Doutrina Anônimos
132. Doze (as) “Promessas de A.A.” 162.4. A separação dos pioneiros de
133. Doze (As) Tradições de A.A. A.A. do Grupo de Oxford
133.1. As Doze Tradições de A.A. 163. Grupos Anônimos de Ajuda Mútua:
(forma Integral, ou forma longa) 163.1. Adictos Anônimos (1947-?)
133.2. As Doze Tradições de A.A. 163.2. Associação Antialcoólica do
(forma curta) Estado de São Paulo (1950)
134. Doze Conceitos para o Serviço Mundial 163.3. Al-Anon (1951)
(de A.A.) 163.3.1. Al-Anon no Brasil.
135. Doze (Os) Passos de A.A. 163.4. Narcóticos Anônimos (1953)
136. Droga 163.4.1. Narcóticos Anônimos
137. Ebriedade no Brasil
138. Egoísmo e egocentrismo 163.5. Alateen (1957)
139. Embriaguez 163.6. Jogadores Anônimos (1957)
140. Espiritual 163.7. Comedores Compulsivos
141. Espiritualidade Anônimos –CCA, (1960)
142. Espiritualidade em A.A. 163.8. Neuróticos Anônimos – N/A
143. Estigma (1964)
144. Estrutura 163.8.1. Neuróticos Anônimos
145. Estrutura social no Brasil
146. Estrutura de Alcoólicos Anônimos 163.9. Devedores Anônimos (1967)
146.1. Estrutura de Alcoólicos 163.10. Nar-Anon (1968)
Anônimos no Brasil 163.10.1. Nar-Anon no Brasil
147. Estupidez 163.11. Emocionais Anônimos (1971)
148. Ética 163.12. Dependentes de Amor e Sexo
149. Fé Anônimos (1976)
150. Felicidade 163.13. Fumantes Anônimos (1982)
151. Ferramenta(s) 163.14. Co-Dependentes Anônimos –
152. Ferramentas de recuperação em A.A. CoDA, (1982)
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163.14.1. CoDA no Brasil 182.2. A exclusão do Circulo e do
163.15. Mulheres Que Amam Demais Triângulo como símbolo oficial
Anônimas – MADA, (1985) de A.A.
163.15.1. MADA no Brasil 183. Lei
163.16. Centro de Valorização da Vida 184. Lei Hughes
– CVV (1962) 185. Lei Seca (a).
164. Grupos de A.A. de interesses especiais: 186. Lei Seca (a) no Brasil.
164.1. Mulheres em A.A. (1941) 187. Liderança
164.2. Negros em A.A. (1945) 188. Liderança em A.A.
164.3. Jovens em A.A. (1946) 189. Literatura
164.4. Médicos em A.A. (1946) 190. Literatura aprovada pela Conferência
164.5. Solitários-Internacionalistas (A.A.)
(1946) 191. Literatura de A.A. – A origem
164.6. Nativos Norte-Americanos em 191.1. Bill Wilson
A.A. (1953) 191.2. Richmond Walker
164.7. Homossexuais em A.A. (1967) 191.3. Ralph Pfau (Pe. John Doe)
164.8. Advogados em A.A (1975) 191.4. Edward (Ed) Webster
164.9. Pilotos de avião em A.A. (1975) 191.5. Barry Leach
164.10. Agnósticos em A.A. (1977) 192. Literatura de A.A. no Brasil
164.11. Idosos em A.A. (1978) 193. Livre-arbítrio
164.12. Outros Grupos e Reuniões 194. LSD
especiais 194.1. Bill W. e o LSD
165. Harmonia 195. Luto
166. Hepatite alcoólica 196. Meditação
167. Honestidade 197. Meditar
168. Honesto 198. Medo
169. Humanismo 199. Mensagem
170. Humildade 200. Mensagem em A.A.
171. Ianque 201. Mentor
172. Inconveniente 202. Minoria/s
173. Instinto 203. Minorias em A.A.
174. Inteligência 204. Modelo Minessota
175. Inventário moral 205. Moção
176. Ira 206. Moção em A.A.
177. Irmandade 207. Moral
178. Irmandade de Alcoólicos Anônimos 208. Morbidez
179. Junta de Custódios 209. Mórbido
180. Junta de Serviços Gerais de A.A. 210. Movimento social
(origem) 211. Movimentos Pro-temperança
181. Junta de Serviços Gerais de A.A. no 211.1. American Temperance Society –
Brasil – JUNAAB ATS (1826).
182. Legado 211.2. Sociedade de Temperança
182.1. Os Três Legados de A.A. Washington (1840)
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211.3. União Feminina pela 241. Poder superior (A.A.)
Temperança Cristã – WUCT 242. Política
(1873) 243. Pragmático
211.4. Anti-Saloon League (1893) 244. Pragmatismo
211.5. Movimento Emmanuel (1906) 245. Prazer
211.6. Jacoby Club (1909) 246. Prece
212. Mudança 247. Preconceito
213. Narcótico 248. Princípio
214. Narcóticos Anônimos (NA) 249. Princípio (O) da pobreza corporativa
215. Neurose (A.A.)
216. Neuróticos Anônimos (N/A) 250. Princípios
217. Niacina (vitamina B3) 251. Proceder
217.1. Bill W. e a niacina 252. Procedimento
218. Obsessão 253. Procedimento do Terceiro Legado
219. Ódio (A.A.)
220. Oportunidade 254. Procrastinação
221. Oração 255. Promessa
222. Orgulho 256. Propriedade intelectual
223. Otimismo 257. Propriedade intelectual de A.A. (Política
224. Outros Problemas além do álcool de)
225. Padrinho 258. Proselitismo
226. Painel 259. Psicologia
227. Painel em A.A. 260. Psicose
228. Paradoxo 261. Questão de ordem
229. Paraldeido 262. Questão de ordem em A.A.
230. Paranoia 263. Raiva
231. Paranoia alcoólica 264. Recaída
232. Passo(s) 265. Recuperação - 1
233. Patologia 266. Recuperação – 2
234. Paz 267. Recuperação em A.A.
235. Pecado 268. Religião
236. Pecados capitais (Os) 269. Religiosidade
236.1. A gula 270. Remissão espontânea
236.2. A avareza 271. Remorso
236.3. A luxúria 272. Responsabilidade
236.4. A ira 272.1. Termo de Responsabilidade
236.5. A inveja 273. Ressaca
236.6. A preguiça 274. Ressentimento
236.7. A vaidade ou orgulho 275. Reunião
237. Pelagra 276. Reunião em Grupo de A.A.
238. Perdão 277. Reunião aberta e reunião fechada (A.A.)
239. Pessimismo 278. Reunião de Serviço Mundial de A.A.
240. Pesquisa 2011 sobre os membros de 278.1. Participação do Brasil na RSM
A.A. (EUA/Canadá)
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278.2. Quarta Reunião de Serviço 295. Síndrome alcoólica fetal
Mundial 296. Síndrome de abstinência
279. Reunião de Serviço Mundial Regional 297. Síndrome de abstinência com delirium
279.1. REDELA (Reunião das 298. Síndrome de deficiência de tiamina
Américas) 299. Síndrome de dependência
279.2. Reunião de Serviço Europeia 300. Síndrome de Wernicke-Korsakoff
(ESM - European Service 301. Sobriedade
Meeting) 302. Sobriedade em A.A.
279.3. Reunião de Serviço Ásia- 303. Solidão
Oceania (AOSM-Ásia/Oceania 304. Sugestão
Service Meeting) 305. Temperança
279.4. Reunião de Serviço do Leste 306. Terapia
Europeu 307. Terapeuta
279.5. Reunião de Serviço Subsaariana 308. Terapeuta leigo, Conselheiro, ou,
(SSASM- Sub-Saharian África Consultor
Service Meeting) 309. Tiamina (vitamina B1)
279.6. Reunião de Serviço da África 310. Tolerância
Central e Ocidental 311. Tradição
280. Reunião Interárea 312. Tristeza
281. Reunião Interdistrital 313. Unicidade
282. Reunião Intersetorial 314. Unicidade de propósito em A.A.
283. Reuniões temáticas (origem) 315. Unicidade de propósito em NA
284. Sabedoria 316. Unidade
285. Saúde 316.1. Uma declaração de Unidade
286. Setor 317. Variedades da Experiência Religiosa
286.1. Setor (em A.A.) 318. Vicio
287. Serenidade 319. Virtude
288. Serviço 320. Virtudes humanas
289. Serviço em A.A. 321. Vivência - Revista Brasileira de A.A.
290. Simples 322. Zoopsia
291. Simplicidade Bibliografia e fontes de referência
292. Simplismo Apêndice – Outras palavras e
293. Simplista
expressões para inserção em futura
294. Síndrome
revisão
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“... Seguramente, ninguém inventou Alcoólicos Anônimos. A.A. é uma síntese de atitudes e
princípios oriundos da medicina e da religião. Nós, alcoólicos, simplesmente alinhamos essas
forças, adaptando-as aos nossos propósitos como Irmandade, de forma que funcione com
eficácia. A nossa contribuição foi restabelecer o elo perdido na cadeia da recuperação, a qual
agora é tão significativa e promissora para o futuro”.
Bill W. em “Três Palestras às Sociedades Médicas”, pág. 10/2/1 - Junaab, código 242).
Ao pontificar sobre a importância da criação dos Arquivos Históricos de A.A., Bill W. citou Carl A.
Sandburg (1878-1967): “Quando uma civilização ou uma sociedade entra em declínio - ou perece,
há sempre uma condição presente: seus membros esqueceram-se de onde vieram”.
http://www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/smg-17_archives.pdf
“... É inevitável que abordemos questões médicas, psiquiátricas, sociais e religiosas. Temos
consciência de que estes tópicos são, por sua própria natureza, controversos. Nada nos agradaria
mais do que escrever um livro que não contivesse material para discordâncias ou
argumentações...”.
“Alcoólicos Anônimos” (Livro Azul), página 49/4/1 - Junaab, código 102.
1. Abstémio/a => Do latim abstemiu: Que, ou aquele que se abstém do uso de bebidas alcoólicas.
2. Abstinência => Do latim abstinentia: Qualidade de quem se abstém – privação voluntária. A
abstenção do uso de bebidas alcoólicas, por questão de princípio ou por outras razões. Quem
pratica a abstinência de álcool é chamado de “abstêmio” ou “abstêmio total”. A expressão
“atualmente abstinente”, frequentemente empregada em inquéritos populacionais, geralmente
define uma pessoa que não ingeriu bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses; esta definição não
coincide necessariamente com a descrição que o próprio indivíduo faz de si como um abstêmio. O
termo “abstinência” não deve ser confundido com “síndrome de abstinência”.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
Ver: Síndrome de abstinência
3. Abstinência em A.A. => Ver: Sobriedade em A.A.
4. Abuso (de drogas, de álcool, de substâncias, de produtos químicos ou de substâncias
psicoativas).=> Na 3ª edição revista do Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação
Psiquiátrica Norte-Americana (DSM-III-R), “abuso de substância psicoativa” é definido como
“padrão desajustado de uso indicado pela continuação desse uso apesar do reconhecimento da
existência de um problema social, ocupacional, psicológico ou físico, persistente ou recorrente,
que é causado ou exacerbado pelo uso recorrente em situações nas quais ele é fisicamente
arriscado”.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
5. Adicção (1) => Do latim addictionem. Ato ou efeito de aderir. Adicção a droga ou a álcool
define o uso repetido de uma ou mais substâncias psicoativas, a tal ponto que o usuário
(designado como adicto) fica periódica ou permanentemente intoxicado, apresenta uma
compulsão para consumir a substância preferida (ou as substâncias preferidas), tem grande
dificuldade para interromper ou modificar voluntariamente o uso da substância e demonstra uma
determinação de obter substâncias psicoativas por quaisquer meios.
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Numa situação típica, a tolerância é proeminente e quando o uso da substância é interrompido
frequentemente ocorre uma síndrome de abstinência. A vida de um adicto pode ser dominada pela
substância a ponto de uma virtual exclusão de todas as demais atividades e responsabilidades. O
termo adicção também tem a conotação de que o uso de tal substância tem um efeito negativo
para a sociedade, além de para o indivíduo; quando aplicado ao uso do álcool, é equivalente a
alcoolismo.
Adicção é um termo antigo e de uso variado. É considerado por muitos como uma especialidade
especifica da medicina, um transtorno debilitante baseado nos efeitos farmacológicos da droga,
implacavelmente progressivos. De 1920 a 1960 houve tentativas para se diferenciar adicção de
“hábito”, uma forma menos grave de adaptação psicológica. Nos anos 1960 a Organização
Mundial da Saúde recomendou que ambos os termos fossem abandonados em favor de
dependência, que pode existir em vários graus de gravidade.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
N.T. (1): Este termo, adicção, em geral traduzido do inglês (addiction) ou do español (adicción) é
derivado do latim addictionem, que significa “propensão a, predisposição, inclinação
em direção de algo”, e não deve ser confundido com “adição” (soma, acréscimo). Por
sua origem, possui uma conotação etiológica de determinismo biológico: os adictos
são pessoas com uma predisposição natural ao consumo arriscado ou perigoso de
álcool ou de outras drogas. Essas pessoas possuiriam uma compulsão inata para
ingerir ou tomar a(s) substância(s) preferida(s) e uma grande determinação para obter
a substância de qualquer maneira.
6. Adicto => Do latim addictu. Afeiçoado, dedicado, apegado. Adjunto, adstrito, dependente. Na
medicina, quem não consegue abandonar um hábito nocivo, mormente de álcool e drogas, por
motivos fisiológicos ou psicológicos. Indivíduo adicto.
7. Adictos Anônimos => Ver: Grupos Anônimos de Ajuda Mútua=> Adictos Anônimos
8. Agnosticismo => Posição metodológica pela qual só se aceita como objetivamente verdadeira
uma proposição que tenha evidência lógica satisfatória.
Agnosticismo é a crença de que a existência de Deus é impossível de ser conhecida ou provada. A
palavra “agnóstico” significa essencialmente “sem conhecimento”. Agnosticismo é uma forma
mais intelectualmente honesta do ateísmo. O ateísmo afirma que Deus não existe – uma posição
que não pode ser provada. O agnosticismo argumenta que a existência de Deus não pode ser
provada ou deixar de ser provada – que é impossível saber se Deus existe. Neste conceito, o
agnosticismo está certo. A existência de Deus não pode ser provada ou deixar de ser provada
empiricamente.
O agnosticismo é essencialmente a falta de vontade de tomar uma decisão a favor ou contra a
existência de Deus. É a posição mais “em cima do muro” que existe. Teístas acreditam que Deus
existe. Ateus acreditam que Deus não existe. Agnósticos acreditam que nós não deveríamos
acreditar ou desacreditar na existência de Deus – porque é impossível conhecê-la.
http://www.gotquestions.org/Portugues/agnosticismo.html
Ver: Ateísmo.
Ver: Humanismo.
9. Agnóstico => Do grego ágnostos = ‘ignorado’ + ico. Pessoa ou doutrina que aceita ou representa
qualquer forma de agnosticismo.
10. Agnósticos em A.A. => Ver: Grupos de A.A. de interesse especial => Agnósticos em A.A.
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11. Akron (o berço de A.A.) => Cidade localizada no nordeste do Estado
norte-americano de Ohio; é a sede e maior cidade de um dos 88
condados desse Estado, o condado de Summit (cume, ponto mais alto, em
inglês), que recebe este nome devido à sua altitude. Foi fundada, como
aldeia, pelo general Simon Perkins (1771-1844), em 1825; em 1835
ascendeu a Vila e em 1865 a Cidade. Fica sobre o Rio Cuyahoga, nas
margens do Canal do lago Erie, em cujo percurso existem várias eclusas
que se destinavam à produção de eletricidade para as indústrias das
cidades próximas. Seu nome, Akron, deriva da palavra grega ákros e quer dizer cúpula; remete à
cidade de Akrópolis (a maior e mais alta). Está localizada a 955m de altitude, tem
aproximadamente 207 mil habitantes denominados akronitas ou akronites.
Akron começou seu desenvolvimento com a
indústria e transporte de carvão, porém devido às
suas características e pelos seus recursos hídricos
para a produção de eletricidade e demais usos, logo
se tornou o mais importante polo da indústria da
borracha, sendo a primeira a fabricação de
pneumáticos para a ainda incipiente indústria
automobilística e artefatos de borracha; chegando a
Saguão do Hotel Mayflower em Akron ser conhecida como capital mundial dessa indústria.
Em 1869, lá se instalou a 1ª fábrica da BF Goodrich. Em 1898, Frank
A. Seiberling (sogro de Henrietta Seiberling, a mulher que
providenciou o encontro entre Bill e o Dr. Bob no dia 12/05/1935),
fundou a Goodyear Tire (pneu) and Rubber (borracha) Company. Em
1900, Harvey Firestone instalou a Firestone Tire and Rubber Company
(cujo capelão, o Rev. Walter Tunks, atendeu ao telefonema em que Bill
pedia sua ajuda para poder-se encontrar com outro alcoólico no dia
11/05/1935, e entre os contatos indicados por ele, encontrava-se o
nome de Henrietta Seiberling). Em 1915 foi
fundada a General Tire.
Bill W. transpôs a distancia de pouco
Casa de Henrietta S.
mais de 700 km que separam a cidade de
Nova York de Akron, em função de negociações que envolviam o
controle acionário de uma empresa de ferramentas e equipamentos
direcionados a essa indústria, a National Rubber Machinery Company,
da qual Bill poderia tornar-se presidente do Conselho de Administração
e, cujo fracasso nessas negociações iria desencadear a série de
Casa do Dr. Bob acontecimentos que culminaram na criação de A.A.
Akron também foi o berço da indústria de caminhões e é um importante centro de pesquisas da
indústria aeronáutica e da tecnologia aeroespacial. A Goodyear associou-se à Companhia
Zeppelin, e passou a desenvolver aeronaves, fabricar balões para a Marinha americana e
dirigíveis (ainda hoje, são conhecidos os dirigíveis que contém sua propaganda). A BF Goodrich
desenvolveu e começou a fabricar trajes aeroespaciais para a NASA. Com a decadência da
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indústria da borracha, Akron diversificou suas atividades e atualmente, além de importante
centro cultural, acadêmico e financeiro, é um dos nove paraísos da alta tecnologia dos EUA.
Akron conta como fato histórico da mais alta relevância para a cidade,
ter ocorrido nela a fundação da Irmandade de Alcoólicos Anônimos em
10 de junho de 1935.
56 km ao seu norte encontra-se Cleveland, cidade às margens do lago
Erie (que junto com os lagos Michigan, Huron e Ontário forma a região
dos Grandes Lagos e, cuja linha medianeira configura a divisa dos EUA
com o Canadá). Em Cleveland formou-se, em 11de maio de 1939,
apadrinhado pelo Grupo de Akron, o terceiro Grupo de A.A. - o Local do 1º Grupo dos
primeiro com a denominação “de Alcoólicos Anônimos” – um mês pioneiros de A.A.
após este nome ser oficializado pela publicação do Big Book ou, Livro
Azul, em 10 de abril desse ano; foi o primeiro Grupo nessa cidade e também o primeiro a não
guardar relação com as diretrizes do Grupo de Oxford.
12. Al-Anon => Ver: Grupos Anônimos de ajuda mútua => Al-Anon
13. Alateen => Ver: Grupos Anônimos de ajuda mútua => Alateen
14. Álcool => através do español alcohol, vindo do árabe “al kohul” = o espírito.
“Al kohul” originalmente significava um pó muito fino de antimônio (um elemento metálico)
usado como maquiagem para os olhos pelas mulheres do Oriente Médio. Como era algo bem
delicado e sutil, os alquimistas árabes deram o nome “al kohul” a qualquer pó com essas
mesmas características que fossem obtidos através do processo de sublimação (transformação
direta de algo sólido em gasoso ou vice-versa) e, portanto, a todos os elementos obtidos via o
processo de destilação.
Quimicamente o álcool é um liquido incolor volátil, com cheiro e sabor
característicos. Qualquer bebida espirituosa.
O etanol (CH3 CH2OH), o mais comum dos alcoóis, também chamado
álcool etílico e, na linguagem popular simplesmente álcool, é uma
substância orgânica obtida da fermentação de açúcares, hidratação do
etileno ou redução a acetaldeído, encontrado em bebidas como cerveja,
vinho e aguardente, bem como na indústria de perfumaria.
Sua descoberta deve-se ao médico, alquimista e químico, filósofo e
estudioso persa Muhammad ibn Zakariya Razi (865-925), conhecido no Rasis
ocidente como Rhazes ou Rasis.
15. Alcoólatra => (alcohol [vindo do árabe al kohul = o espírito] + latra [do grego latreýo = ‘que
adora’, ‘que presta culto’] => pessoa que se entrega de forma exagerada à ingestão de bebidas
alcoólicas). Indivíduo viciado em bebida alcoólica; beberrão, ébrio. Substantivo de quem pratica
alcoolatria.
A palavra alcoólatra foi criada no século XIII pelo teólogo italiano e Doutor da Igreja Católica,
Tomás de Aquino (1225-1274), da Ordem dos Dominicanos, que catalogou 15 vícios capitais e
sete pecados capitais. Foi “patenteada” pelo Tribunal do Santo Ofício (mais tarde, a famigerada
e impiedosa Santa Inquisição) da Igreja Católica para indiciar as pessoas que se entregam ao
abuso de bebidas alcoólicas e, atentando contra as leis de Deus e a virtude da temperança,
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cometem pecado mortal punido com seu expurgo no inferno se não houver genuíno
arrependimento.
No embalo deste catálogo, o florentino Dante Alighieri, (1265-1321),
grande admirador de Aquino, escreveu uma das obras primas da literatura
universal, a Divina Comedia (Inferno, Purgatório e Paraíso), e nela deposita
os gulosos - tribo da qual fazem parte os alcoólatras, no 3º dos nove círculos
em que dividiu o Inferno, onde são flagelados por uma chuva putrefata e
vigiados por Cérbero, um cão de três cabeças com cobras enroladas pelo
corpo e apetite insaciável. Para a Igreja Católica, os alcoólatras deixam de
sê-lo toda vez que confessam seu pecado e, arrependidos, prometem não
voltar a beber (... eu te perdo-o em nome do Pai, do Filho e do Espírito Tomás de Aquino
Santo. Vá, e não voltes a pecar).
Ver: Pecado capital.
16. Alcoólatra ou alcoólico? => A denominação alcoólico, inexistente como substantivo à época,
foi adotada pelos primeiros seguidores do incipiente movimento que viria ser a Irmandade de
A.A. quando este ainda não tinha nome algum, por se considerarem portadores da doença do
alcoolismo à qual eles atribuíam três componentes: o físico, o mental e o espiritual, e, ainda
sentenciavam que, “qualquer definição que exclua um destes componentes é incompleta”. Esta
convenção não encontra respaldo nem na ciência da medicina, que considera o alcoolismo apenas
na sua condição patológica, física e/ou mental, nem nas religiões, particularmente as de
orientação cristã, para as quais a prática da alcoolatria continua a ser um vício ou um pecado e
não uma doença, embora estas instituições não a contestem nem a condenem ao se referirem a
A.A.
A palavra alcoólico é, portanto, uma singularidade da Irmandade de Alcoólicos Anônimos;
serviu para compor o título do primeiro livro que contem o texto básico e, através dele, dar o
nome à Irmandade e a denominação para seus membros – “todos os membros de Alcoólicos
Anônimos são alcoólicos”. Até a 10ª reimpressão da primeira edição do Big Book (teve 16
reimpressões), eram usadas no texto as palavras drunk (ard) – bêbado (s) ou alcoólatra (s), no
seu sentido literal, para se referir à condição dos alcoólicos “na ativa”. A partir da 11ª
reimpressão, em 1947, essas palavras foram substituídas pelos termos bebedor exagerado, ou
bebedor-problema.
N.T. (1): Em relação ao uso da palavra alcoólatra pelos membros de A.A. no Brasil, o A.A.W.S.
(Serviços Mundiais de A.A.), manifestou-se sabidamente em relação a esse assunto,
ao não permitir o uso da palavra alcoólatra sugerida pelos tradutores e manteve a
palavra alcoólico como substitutivo da palavra inglesa alcoholic na tradução feita no
Brasil em 1969 do Big Book para o Livro Azul..
Embora isso, no Brasil, muitos membros de A.A. ainda se declaram alcoólatras
seguindo a expressão divulgada pelos primeiros membros da Irmandade em São Paulo
provenientes da Associação Antialcoólica e do ARA (Ambulatório de Recuperação de
Alcoólatras), um serviço público da Prefeitura da Cidade de São Paulo, e mantida nas
publicações do CLAAB (o primeiro Órgão de Serviço de A.A. no Brasil, fundado em
29 de setembro de 1969), como os quadros desmontáveis dos Passos (12º Passo), das
Tradições (5ª Tradição), e das publicações da Revista Vivência durante vários anos, e
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demais publicações internas que não precisavam do aval do A.A.W.S contrário a essa
denominação.
Uma frase ainda ouvida, “Uma vez (1) Texto original, em
alcoólatra sempre alcoólatra”, inglês, do Big Book
contendo a adjetivo
equivale a sentenciar “Uma vez "alcoholics".
usuário sempre usuário”, “Uma (2)Tradução feita no
vez dependente sempre Brasil para o Livro Azul a
partir do texto original do
dependente”, “Uma vez depressivo Big Book: o adjetivo
sempre depressivo”, “Uma vez "alcoholics" virou
substantivo “alcoólatras”
gordo sempre gordo”, ”Uma vez (3)Texto corrigido e
compulsivo sempre compulsivo”, autorizado por A.A.W.S
para a publicação do
“Uma vez fumante sempre
Livro Azul no Brasil:
fumante” etc., mantendo o estigma Primeiro parágrafo do Prefácio à 1ª Edição do
que nos trouxe à Irmandade, e a Livro Azul (Pág. 11)
outras Irmandades paralelas que se inspiraram em A.A., e tornando sem sentido o
efeito seu programa de recuperação. (Ver abaixo: Alcoólatras Anônimos ou
Alcoólicos Anônimos?).
Por outro lado, existe sim, a expressão “uma vez alcoólico sempre alcoólico” tomada
do terapeuta leigo Richard Peabody, contemporâneo de Bill W., em seu livro sobre o
alcoolismo “O senso comum de beber”. (Ver: Movimentos Pró-Temperança =>
Movimento Emanuel)
17. Alcoólatras Anônimos ou Alcoólicos Anônimos? => A “Associação dos
Alcoólicos Anônimos” não deveria se chamar “Associação dos Alcoólatras
Anônimos”?
É natural perceber que “alcoólico” significa “relativo a álcool”. É só
tomarmos como exemplo as tão populares bebidas ditas alcoólicas, como
vinho, cerveja, cachaça, entre outras. O que poucos sabem é que esta
palavra, segundo os dicionários Aurélio e Houaiss, também inclui a acepção “aquele que é
viciado em bebidas alcoólicas”.
Talvez a grande diferença entre chamar alguém de “alcoólico” e de “alcoólatra” é que, quando
usamos a segunda expressão, estamos inconscientemente sendo mais rudes, alegando que a o
vício da pessoa já evoluiu para um estágio mais preocupante; segundo o Houaiss, “alcoólatra” é
“aquele que se entrega à doença do alcoolismo”.
Por isso, a escolha do nome da Associação que auxilia no tratamento de dependentes do álcool
não poderia ser mais acertada: falar de “alcoólico” ao invés de “alcoólatra” não somente é
menos ofensivo, como também enfatiza a chance de recuperação de seus membros.
http://www.scrittaonline.com.br/curiosidades/alcoolatra-x-alcoolico
18. Alcoólico/a =>Adjetivo. De álcool+ico. Que contém álcool, espirituoso. Que contém álcool:
bebida alcoólica. Concernente ao álcool. Que ou quem é viciado em bebidas alcoólicas;
alcoólatra.
19. Alcoólico/a (em A.A.) => “Toda pessoa vencida pelo álcool e cuja vida é, ou começa a se
tornar incontrolável”. Por extensão, membro de A.A.
19.1. Alcoólico/a recuperado/a ou em recuperação? (em A.A.) => Do Box 4-5-9, Abr. Mai. /
1993, (pág. 4-5) Título original: “¿Cual es la mejor forma de decir ‘Estoy sobrio hoy’?
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“Meu nome é Mark P. e sou alcoólico. No Livro Grande (nosso Livro Azul no Brasil), e
em outra literatura de A.A., vejo a palavra ‘recuperado’ porém, em algumas reuniões ouço
dizer que isso não existe, que o correto é dizer somente ‘em recuperação’. Digam-me por
favor, qual é a forma correta?”.
Na sua resposta a Mark, que mora em Persing, Indiana, e em todas as outras dirigidas aos
AAs, desde a Escócia até a África do Sul, os membros do pessoal do Escritório de
Serviços Gerais – ESG, fazem notar que os pioneiros de A.A. frequentemente utilizavam a
palavra “recuperado”, e outros termos também, como, “endireitado”, “libertado”,
“mantendo a sobriedade”, para citar alguns. Ao ver seu genro (Ernie G.), sofrer uma
recaída após outra, o Dr. Bob cortesmente comentou que nuca tinha “coalhado”.
Naqueles primeiros tempos, quando aqueles que alcançavam seis meses de sobriedade já
eram considerados veteranos, os membros estavam por demais ocupados tratando de se
aferrar à sua sobriedade e não se preocupavam muito com a forma adequada para
descrever esse estado feliz. Entretanto, na medida em que a Irmandade foi-se
desenvolvendo, muitos membros dizem que são alcoólicos “recuperados”, enquanto
outros preferem dizer que estão “em recuperação” querendo significar que se estão
mantendo sóbrios e “vivendo um dia de cada vez”.
Como Bill W. diz na página113/3/3, do Livro Azul ...“Não estamos curados do
alcoolismo. O que temos, na verdade, é um alívio diário, que depende da manutenção de
nosso estado espiritual...” . E na carta escrita em 1948 (Na opinião de Bill, pg. 16 –
Junaab, código 112), disse: “A maioria dos membros sente-se mais segura seguindo o
plano de 24 horas que com a resolução de não voltar a beber nunca mais. A maioria já
quebrou resoluções demais. Na realidade é uma questão de orientação pessoal: cada
membro tem o privilégio de interpretar o programa da maneira que melhor lhe
aprouver”.
Ao se comunicar com os profissionais do campo do alcoolismo e com outros alheios à
Irmandade, de maneira geral e para evitar confusões, o Escritório de Serviços Gerais
utiliza a palavra “recuperado”. Se assim não o fizesse, estas pessoas infalivelmente nos
iriam perguntar: “O que vocês quem dizer com a expressão ‘em recuperação’, se já faz
seis anos que José não toma um trago, porque continua se esforçando para alcançar a
sobriedade?”.
Entretanto, não há regras. Independentemente da forma com que apareça, como
substantivo, verbo, adjetivo ou gerúndio, o essencial da recuperação em A.A. unicamente
tem a ver como cada um leva a termo o nosso objetivo primordial – “mantermo-nos
sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançar a sobriedade”. Como diz um membro, meio
de brincadeira, “Pode-me chamar de ‘bêbado sóbrio’, ‘alcoólico em recuperação’, ou
simplesmente ‘seco’, apenas não me chame tarde para ir à reunião de A.A.; o demais é
espuma de batido”. <= Fim da transcrição.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_april-may93.pdf
Ver: Recuperação -1
Ver: Recuperação -2
N.T.: Ampliando a informação:
1) Extraído do sítio de pesquisas sobre A.A.
=> http://anonpress.org/faq
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Pergunta: De acordo com o Livro Azul, quando alguém poderá considerar que está
recuperado?
Resposta: Na Irmandade parece haver duas correntes de pensamento em relação a este
assunto e elas remontam até mesmo ao tempo em que o livro foi escrito; tornam-se
evidentes e aparentemente contraditórias no texto ao afirmar que há, sim, recuperação, mas
não cura.
Alguns são da opinião de que nunca haverá recuperação se for considerado o texto do
Livro Azul (4ª Edição), na página 113/3/3,... “Não estamos curados do alcoolismo. O que
temos, na verdade, é um alívio diário, que depende da manutenção de nosso estado
espiritual...”.
Enquanto isso, a palavra “recuperado/s” aparece no subtítulo do Livro Azul, cujo título
completo é, “Alcoólicos Anônimos – A história de como milhares de homens e mulheres
se recuperaram do alcoolismo”, e repetida, em seu significado literal, por volta de 50
vezes ao longo dos onze primeiros capítulos e apêndices .
Provenientes do pressuposto de que a recuperação é possível, seguem alguns tópicos que
poderão sinalizar sua efetivação:
a) O obvio, a partir do contexto, é quando se obtém a “libertação da obsessão por
beber”, página 13/3/4 do Livro Azul e/ou,
b) Quando se experimenta uma “radical mudança psíquica” segundo o Dr. Silkworth
em “A opinião do médico”, página 27/1/15 do Livro Azul, e/ou,
c) Quando se experimenta uma “experiência espiritual vital” como descrito por Karl
Jung na página 57/3/3, capítulo 2 – Há uma solução, e/ou,
d) Quando alguém experimenta o fenômeno psíquico conhecido como “as promessas do
Passo Nove”, na página 112/2/1, capitulo 6 – “Entrando em ação” do Livro Azul
e/ou,
e) Quando se experimenta uma “mudança de personalidade necessária para efetuar a
recuperação de alcoolismo...”, como descrito na página 210/1/3, Apêndice II – A
experiência espiritual do Livro Azul. Aqui, o Dr. Jung explica que uma “experiência
espiritual” é uma transformação súbita, que pode durar apenas alguns minutos ou
talvez algumas horas, enquanto um “despertar espiritual” é uma transformação
gradual que pode levar dias, semanas, meses ou até mais.
2) Extraído do “Manual do C.C.C.P”, pág. 148, ISBN 968-6327-49-5, México:
(Nas divulgações)... Sempre dizer “sou alcoólico recuperado”
Alguns membros da Irmandade preferem o termo “alcoólico em recuperação” no
lugar de “alcoólico recuperado”. Em A.A., a primeira expressão significa que
estamos sempre tentando melhorar. Entretanto, é duvidoso que as pessoas alheias à
Irmandade compreendam esta sutil distinção; assim, a segunda expressão é menos
confusa para o público em geral e não faz referência a um programa contínuo de
recuperação, como o nosso.
19.2. “Meu nome é... e sou alcoólico/a”: Bill W. cunhou uma frase que mais tarde se tornaria
um costume e quase protocolo para se apresentar diante de uma platéia de AAs ou ao ser
convidado a dar depoimento: “Meu nome é Bill W., e sou alcoólico” (1). Bill – cujo
nome completo era William Griffith Wilson, adquiriu este costume nas primeiras reuniões
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que freqüentou no Grupo de Oxford (ver Grupo de Oxford, abaixo), em Nova York, onde
seus membros sentavam em círculo, e ao se apresentar diziam: “Meu nome é... fulano de
tal”. Nelas, seu fundador, que tinha o dinástico nome Franklin Nathaniel Daniel
Buchman, costumava apresentar-se “Meu nome é Frank B.” ou “FB” ou “B”. O adjetivo
alcoólico refere-se ao fato de Bill fazer parte de um informal “esquadrão alcoólico”
formado naquele Grupo. Esta forma de apresentação, ainda pouco utilizada, ganhou corpo
em 1947 quando foi criada pela RCA uma peça publicitária em forma de documentário
para A.A. intitulada “Eu Sou Alcoólico”.
Não existe identificação formal em A.A. A apresentação e a forma de fazê-la, è uma
questão estritamente pessoal, e segue o padrão das apresentações sociais: basta dizer seu
nome ou sobrenome uma única vez ao entrar no local, ou ser chamado pela primeira vez.
O uso do adjetivo alcoólico/a é opcional, uma vez que ao se declarar membro da
Irmandade já está implícita essa condição: todos os membros de A.A. são alcoólicos. O
uso de abreviaturas de sobrenomes é recomendado sempre em publicações e divulgações
para o público externo.
Sugere-se apenas, que a forma de apresentação escolhida não crie situações
desconfortáveis, radicalismos ou mal-estar em relação aos outros membros, ao Grupo e à
proposta da Irmandade.
N.T.(1): À direita, cartaz do filme produzido para a
televisão dirigido por Daniel Petrie, My Name Is
Bill W. – no Brasil, “O Valor da Vida”. Com
100 minutos de execução, foi lançado pela rede
CBS em 30 de abril de 1989 no programa Hall da
Fama. O roteiro foi escrito por William G.
Borchert baseado na história verídica de Bill W, e
do Dr. Bob. Estrelado por James Woods no papel
de Bill W. – por cuja interpretação recebeu o
Prêmio Emmy daquele ano, JoBeth Williams no
papel de Lois e James Gardner interpretando o
Dr. Bob.
O livro pode ser adquirido na amazon.com, e o
filme baixado no sítio:
http://www.youtube.com/watch?v=leuVI9e_3b0
19.3. A carreira alcoólica de Bill W. acompanhou integralmente o período da Lei Seca desde
sua proposta até a sua revogação (ver abaixo: Lei Seca)
Na data da apresentação da proposta, em 08-09-1917, Bill W. estava com 21 para 22
anos de idade e era ainda um neófito nas artimanhas do álcool. Tinha começado a
carreira alcoólica quando foi promovido de cadete a segundo-tenente naquele mesmo
ano; até então ele nunca tinha bebido. Seu batismo alcoólico aconteceu no verão desse
ano, numa festa social promovida por Catherine Grinnel, de uma rica família de New
Redford. Ofereceram um “Bronx”, que é uma mistura de gim, vermute seco e doce e suco
de laranja. Bill surpreendeu-se aceitando a bebida. Tímido e com complexo de
inferioridade, seu embaraço era tanto que simplesmente teve que tomar aquele gole. Este
gole resultou no primeiro porre; descobriu o “elixir da vida” e, nas suas palavras, Bill foi
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um bebedor excessivo desde o início. Ele nunca atravessou nenhum estágio moderado ou
qualquer período de bebedor social. Sem a bebida, Bill sentia-se novamente inferior.
Em janeiro de 1918, os EUA estavam totalmente envolvidos na
Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e Bill poderia ser mandado
para a Europa a qualquer momento. Por este motivo decidiu se
casar com Lois Burnham (1891-1988), com quem estava
namorando havia três anos. O casal vai morar no apartamento
mobiliado que Bill havia alugado em New Bedford.
Um dos aspectos dessa nova vida social permaneceu desconhecido
para Lois até descobri-lo enquanto ainda estavam em New
Bedford. Bill se lembra de que, durante esse período, deve ter
saído do ar pelo menos uma vez a cada três festas. Certa noite
Lois, ficou chocada ao ouvir os companheiros de Bill no Exército
Bill W. na Academia
contar como o haviam arrastado para casa e posto na cama.
Militar
Mesmo assim ela não ficou perturbada a respeito disso, confiando
em que poderia persuadi-lo a voltar à sua antiga abstinência. “Eu tinha certeza de que
viver comigo seria de tamanha inspiração que ele não precisaria de álcool”.
Nas recordações desse período, Bill mencionou frequentemente seu medo de ir para a
guerra e a vergonha que sentia em relação a esse medo.
Num dia do mês de agosto embarcou no Lancashire, um
navio inglês de transporte de tropas, rumo à Inglaterra. Bill
foi enviado para a França, onde descobriu que o vinho
francês podia provocar os mesmos efeitos que a bebida de
New Bedford. Em fins de 1918, a guerra estava
esmorecendo, e a unidade de Artilharia de Bill foi
estacionada em uma cidadezinha montanhesa, longe da
frente de combate, até que o Armistício foi assinado
(11/11/1918). Seu batalhão continuou na França até a
primavera de 1919 e Bill estava apenas começando a gostar
do vinho francês quando finalmente foi embarcado de volta
para casa, para ser desmobilizado.
Em maio de 1919, ao dar baixa do Exército, Bill descobriu-
Bill W. e Lois Burnham se como um homem livre. Imensamente ambicioso em
relação a si próprio, cheio de grandes sonhos sobre o futuro e, não tendo planos para o
presente, como muitos outros veteranos da guerra, achou difícil se readaptar à vida civil.
Uma vez que não havia concluído nenhuma faculdade e não estava treinado para
nenhuma profissão, também teve dificuldade para encontrar emprego.
O pai de Lois, o Dr. Clark Burnham, com quem Lois e Bill estavam morando porque não
tinham condições de pagar aluguel, usou sua influencia para empregar Bill como auxiliar
no departamento de seguros na Ferrovia Central de Nova York, cujo encarregado era seu
cunhado Cy Jones. Bill considerou isso um rebaixamento para quem tinha sido um oficial,
e foi duro de aceitar ordens, especialmente vindas de um cunhado. Trabalhou lá alguns
meses e acabou sendo despedido.
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Seguiu-se um período de “fracassos e colapsos” na sua busca por outro emprego. Achou
um num dos cais centrais de Nova York como ajudante de carpinteiro que o obrigava a
acordar muito cedo. Ao se negar a filiar-se ao sindicato foi ameaçado e saiu do emprego.
Entrementes, a bebida ia aumentando.
Para dar um tempo a si mesmo e afastá-lo da bebida, Lois convenceu Bill a fazer uma
excursão com ela ao Maine passando por vários lugares – na verdade a primeira das
inúmeras fugas geográficas. Em seu diário, Lois afirma que estavam felizes e
despreocupados.
Depois que voltaram para o Brooklyn, Lois achou um emprego na Cruz Vermelha, como
terapeuta ocupacional no Hospital Naval do Brooklyn – curso que tinha feito enquanto
Bill esteve na Europa. Ao contrario de Bill, ela nunca teve problemas para manter o
emprego.
Bill também encontrou finalmente um emprego como investigador de fraudes e falcatruas
cometidas contra a United States Fidelity and Guaranty Company. Desistiu de tornar-se
engenheiro, e matriculou-se nos cursos noturnos da Escola de Direito do Brooklyn.
Embora a vida em comum dos Wilson já fosse atrapalhada pela bebida de Bill no inicio
da década de 1920, foi também uma época de crescimento. Bill continuou estudando
Direito durante mais três anos e cumpriu as exigências necessárias para a obtenção de
um diploma. Deveria aparecer para recebê-lo no ano seguinte, mas nunca apareceu.
O casal queria muito ter um filho e, durante o verão de 1922, Lois ficou grávida. Essa foi
a primeira das três gravidezes tubárias, ou ectópicas – em que o óvulo se desenvolve fora
da cavidade uterina, p. ex. na trompa de Falópio - que ela sofreria. Depois do segundo
insucesso foram obrigados a encarar o fato de que nunca teriam filhos naturais. Anos
mais tarde, quando a situação financeira melhorou, o casal solicitou a adoção de uma
criança. Depois de muita espera receberam a resposta de que uma criança adequada
ainda não tinha sido encontrada. Bill sempre teve a certeza –
confirmada por Lois depois de sua morte, de que não lhes
entregaram uma criança devido à sua bebida.
Na U. S. Fidelity & Guaranty Company, Bill estava mostrando
ser um investigador capaz. A grande expansão do mercado de
ações da década de 1920 estava apenas começando e as
pessoas já ganhavam fortunas nesse mercado. Bill sentiu-se
atraído por esse excitante mundo novo. Vivendo
modestamente, o casal tinha economizado 1000 dólares que
foram aplicados em algumas ações muito baratas que logo
apresentaram grande elevação, conforme as previsões de Bill
decorrentes de suas observações. Ele notou que, embora muitas pessoas ganhassem muito
dinheiro comprando e vendendo ações com base em informações escassas, outras
perdiam muito pela falta dessas informações. Com base nesse raciocínio, Bill tornou-se
um dos pioneiros em um novo ramo da economia: o analista de mercado – uma ideia
incomum à época, mas que hoje seria impensável comprar ações de uma empresa sem
contar com a orientação desse profissional.
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Essa atividade implicava na elaboração de relatórios baseados na investigação de
empresas e gerentes, viagens prolongadas, diárias de hotel, etc. Ele conseguiu interessar
o especulador Frank Shaw, marido da melhor amiga de Lois, que embora não o
patrocina-se mostrou interesse em ver os relatórios quando prontos.
Para Lois a ideia de viajar foi uma benção “Eu estava tão preocupada com a bebida de
Bill que queria afastá-lo de Nova York e de seus bares. Tinha certeza que durante um ano
ao ar livre eu seria capaz de corrigi-lo”. O casal tinha uma motocicleta Halley Davidson
equipada com sidecar. Lotaram a moto com todos os equipamentos de acampamento,
além de livros de consulta financeira e partiram.
Estamos em 1925. Bill fez seus relatórios, conheceram lugares, divertiram-se, e assim o
ano que o casal passou na estrada e, excetuando alguns raros episódios de bebida
pesada, resultou naquilo que Lois havia esperado ajudando a retardar o alcoolismo de
Bill. Num desses episódios Lois decidiu também ficar bêbada para “levantar um espelho
na frente dele e mostrar-lhe como uma pessoa ficava ridícula quando estava bêbada”. Bill
achou muito divertido, a ainda a encorajou a beber mais. Ela ficou tão ruim que mal
conseguiu levantar a cabeça.
Frank Shaw ficou impressionado com os relatórios e investiu pesado nas empresas
recomendadas. Bill recebeu sinal verde para observar outras empresas e indústrias e
autorização para sacar dinheiro contra preço em ascensão de algumas ações. Viajaram
agora para o sul em sua motocicleta.
Em junho de 1926, voltaram para o Brooklyn. Seus relatórios financeiros estavam
comprovando ser enormemente bem-sucedidos. Era o limiar daquilo que parecia ser um
dos períodos mais excitantes de sua vida. Segundo sua descrição: “Durante os anos
seguintes, a fortuna jogou dinheiro e aplausos no meu caminho. Eu havia conseguido.
Minhas avaliações e minhas ideias foram seguidas por muitos, ao som dos milhões em
papeis. A bebida estava assumindo um papel importante e estimulante em minha vida.
Falava-se alto nos bares onde se tocava jazz nos subúrbios da cidade. Todo mundo gastava
milhares e falava em milhões. Arrumei uma plêiade de amigos ocasionais”.
Bill estivera certo ao acreditar que suas investigações e relatórios dariam bons
resultados. Lois errou ao acreditar que um ano distante dos bares de Nova York faria com
que ele parasse de beber.
Apesar disso, os Wilson começaram a desfrutar de uma afluência nova e excitante. Como
tantos especuladores daqueles tempos fervilhantes, Bill era um investidor marginal.
Comprava lotes de ações pagando apenas uma parcela de seu preço real. Se o valor
subisse, seus lucros eram enormes. Se o valor caísse acentuadamente, seu capital exigível
virava fumaça e ainda seria intimado a compensar o déficit – isso era chamado de “cobrir
a margem”.
Em 1927, as viagens de moto haviam sido abandonadas em favor de um meio de
transporte mais condizente com seu novo padrão de vida mais elevado; o casal viajava de
avião ou de trem e tinha dinheiro para os hotéis e as diversões. Embora bebesse
pesadamente em algumas viagens, Bill foi capaz de concluir excelentes relatórios.
Nesse mesmo ano alugaram um dispendioso apartamento de três quartos no nº 38 da Rua
Levingston, numa área nobre do Brooklyn. Para satisfazer o desejo de grandeza de Bill,
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alugaram também o apartamento vizinho, derrubaram as paredes divisórias
transformando-os num só apartamento. Mas já havia sinais evidentes de que a doença
estava tomando conta dele. Lois, que o acompanhava em suas viagens, lembra que se
estava iniciando uma época de frustrações; ele começou a mentir e já era comum haver
desentendimentos. No fim desse ano, ele estava tão deprimido pelo seu próprio
comportamento que afirmou “agora estou a meio caminho do inferno, e indo rápido”. Ele
passou uma procuração a Lois referente a todos os direitos, titularidade e interesses
relativos às suas contas.
Por volta de 1928, Bill era um astro entre os associados de Wall Street. “Naqueles dias, é
claro, eu bebia por razões paranoicas. Bebia para sonhar sonhos de poder maiores ainda,
sonhos de dominação. O dinheiro nunca foi um símbolo de segurança para mim. Dinheiro
era o símbolo do prestígio e do poder”.
Entretanto, nesse mesmo ano cenas dolorosas começaram a acontecer no suntuoso
apartamento do casal. Noite após noite, Bill só chegava a casa pela madrugada, tão
bêbado que ou caia assim que atravessava a porta ou Lois tinha que ajudá-lo a se deitar.
Promessas foram sendo quebradas uma após a outra, inclusive aquelas escritas, junto
com as juras de amor a Lois, na Bíblia que o casal possuía.
A bebida de Bill havia começado a preocupar seus parceiros em Wall Street, apesar de
seu enorme sucesso em identificar situações lucrativas. Sempre agradável e afável quando
estava sóbrio, embaraçava seus colegas e tornava-se problemático e agressivo quando
bebia. Também não era mais bem recebido pelos amigos de Lois.
Depois de uma serie de jogadas inteligentes, armadas na bolsa durante a primavera e o
verão de 1929, Bill havia amealhado lucros suficientes para se tornar independente.
Rompeu com seu amigo e benfeitor Frank Shaw e passou a ser um lobo solitário de Wall
Street.
Teve pouco tempo para desfrutar a situação. No “crash” da bolsa que ocorreu em outubro
desse ano, a súbita queda dos preços empurrou-os ainda mais para baixo, devido às
vendas desesperadas a fim de evitar perdas adicionais ou obter dinheiro sonante para
“cobrir as margens” ou outros débitos. Bill tinha-se preparado para um abalo, e o que
sobreveio foi um furacão. Quando a primeira onda de vendas derrubou os preços no
abismo, o preço de suas ações da Penick & Ford caiu de 55 para 42 dólares. Com ajuda
de seus amigos, Bill comprou pesadamente na tentativa de conter a queda do preço. As
ações pararam de cair, subiram para 52 dólares e depois mergulharam para 32 em um
único dia, arruinando os amigos que haviam confiado nele – além de a si próprio. Bill
faliu.
Um amigo chamado Dick Johnson, ofereceu-lhe um emprego na empresa de corretagem
que possuía em Montreal. Bill e Lois mudaram-se para lá na época do Natal e alugaram
um apartamento decrépito. Em algumas semanas Bill estava de volta ao mercado
negociando novamente com as ações da Penick & Ford, que na primavera de 1930
retornaram ao preço de 55 dólares por ação. Bill sentiu-se como Napoleão voltando de
Elba. O casal encontrou logo melhores acomodações num prédio caro e sobranceiro.
Passou um período esplendido em Montreal, jogando golfe e jantando no Club House.
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Quando chegou o outono Johnson despediu Bill e seu Waterloo foi como sempre a
bebedeira.
De volta ao Brooklyn, o casal, novamente humilhado, foi hospedado pelos pais de Lois.
Embora estivesse em desgraça, os sogros o trataram com bondade e interesse. No dia de
Natal de 1930, depois de um tratamento penoso para combater um câncer ósseo, faleceu
sua sogra, Matilde Spelman. O comportamento de Bill nesse episódio revela o quanto a
bebida havia fugido ao seu controle: ele estava bêbado havia quatro dias, e continuou
bêbado durante os quatro dias seguintes ao falecimento da sogra.
Humilhado pelos seus fracassos e pela dependência do pai da mulher, Bill achou um
emprego de investigador com um salário de 100 dólares por semana, considerado uma
fortuna para muitas famílias naqueles dias de crise. Ele conservou o emprego por quase
um ano, mas foi demitido após um incidente provocado por ele em um bar.
Com essa demissão, a credibilidade de Bill em Wall Street desapareceu completamente.
Ele estava devendo 60 mil dólares (mais de um milhão e duzentos mil dólares em 2010), e
foi ‘colocado na geladeira’.
Bill entrou então numa fase de beber sem esperança. Lois arranjou um emprego na
Macy´s, recebendo 19 dólares por semana, mais uma pequena comissão sobre as vendas,
e foi com esse dinheiro que o casal passou a viver. Ocasionalmente conseguia desenvolver
alguma ideia sobre pequenos negócios em seguros e vendia-as por algumas centenas de
dólares, que se esvaiam pagando as contas dos bares clandestinos garantindo assim uma
linha de credito para quando ficasse de novo sem dinheiro. Tornou-se também um
bebedor solitário, parcialmente porque preferia assim, mas também porque nenhum dos
seus companheiros de Wall Street queria mais sua companhia.
Esta foi a vida de Bill em 1931 e no verão de 1932. Apesar de ter alguns sucessos
consideráveis nas poucas incursões que conseguiu perpetrar no mercado financeiro, os
fracassos que se seguiam por causa da bebida eram imensamente maiores.
Bill e Lois continuaram a morar no numero 182 da Rua Clinton, no apartamento que o
Dr. Burnham havia construído para sua mulher, no segundo andar. O médico que se
havia casado novamente em maio de 1933, mudou-se. Lois continuou a trabalhar na
Macy´s, onde ganhava, em 1933, 22,50 dólares por semana mais uma comissão de um por
cento sobre as vendas.
Este foi o pior período da vida do casal. Bill começou a roubar dinheiro da bolsa da
mulher para beber. Veio a vontade do suicídio. A loucura o rondava e apesar dos fortes
sedativos que recebia, as pessoas temiam pela sua sanidade, e ele também. Em fins de
1933 o casal estava perdendo as esperanças. Além de Lois e do sogro, Bill só tinha agora
mais duas pessoas ainda ao seu lado: sua irmã Dorothy e o marido dela, o Dr. Leonard V.
Strong, que, como sua mãe, era um médico osteopata.
Foi o Dr. Leonard que providenciou, e pagou, a primeira internação de Bill no Hospital
Charles B. Towns. O hospital foi fundado em 1901 e recebeu o nome de seu fundador,
Charles B. Towns (1862-1947) especialista em alcoolismo e toxicodependência; estava
localizado no Nº 239 da Central Park West, em Manhattan, Nova York. Towns tinha-se
associado ao Dr. Alexander Lambert, professor na Universidade Cornell Medical College
e, como médico do presidente Theodore Roosevelt informou várias pessoas no governo
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sobre o método de tratamento do alcoolismo desenvolvido pelos dois e conhecido pelo
nome Towns-Lambert ou ainda The Beladona Cure (ver Cura da beladona), ou a cura
pela beladona. O método tornou a instituição nacionalmente conhecida para a
reabilitação física e mental de alcoólicos durante os loucos anos de 1920.
O Dr. William D. Silkworth (1873 – 1951), diretor do Hospital
Towns e um dos poucos médicos dessa época a tratar com
seriedade o conceito do alcoolismo como doença apesar da Lei
Seca, explicou a Bill sua teoria a respeito da “alergia” e da
“obsessão” e que “o alcoolismo não é vício no sentido de defeito
grave ou costume censurável, como se entende a pratica da
alcoolatria, mas sim uma doença física e mental, progressiva e
incurável caracterizada, por uma ‘obsessão mental’ que leva seus
portadores a beber compulsivamente, e uma ‘alergia física’ que
pode levá-los à loucura ou à morte prematura”. Bill ouvia essas
explicações quase em transe. Pela primeira vez ouvia falar do
Towns Hospital
alcoolismo não como uma falta de força de vontade, não como um
defeito moral - vício ou pecado, mas como uma doença legitima. Juntou-se à teoria o
grande carinho que o Dr. Silkworth manifestava pelas pessoas, a sua maneira especial de
se interessar por elas. Seu alivio foi imenso.
Agora Bill estava certo de que tinha encontrado a resposta para seu problema de bebida.
Uma vez que ele entendia o que acontecia, porque sabia a partir de então que era um
alcoólico e que não podia tomar com segurança nenhum gole, Bill achava que havia
encontrado a solução. Lois, que o visitava todas as noites no hospital, também acreditava
que ele havia dominado o problema. Saiu do Towns como um novo homem, ou pelo menos
ele pensava assim.
Não se sabe ao certo quanto tempo Bill permaneceu sóbrio: ele achava que havia sido
entre dois e quatro meses, e Lois que tinha sido um mês, mais ou menos. De qualquer
maneira, a recaída aconteceu poucos dias antes ou depois, ou até no mesmo dia, 05-12-
1933, da revogação da Lei Seca.
Bill W. ainda passaria por mais três internações no mesmo hospital, a última no dia 11-
12-1934, a partir da qual entraria no caminha da sobriedade.
19.4. A carreira alcoólica do Dr. Bob. Tomando como parâmetro a
carreira alcoólica de Bill W., na data da apresentação da proposta,
em 08-09-1917, o Dr. Bob. contava 38 anos de idade e seu
currículo alcoólico já era respeitável o suficiente para credenciá-lo
a ser um membro bastante experiente de A.A. se à época existe-se.
Sua carreira alcoólica começou em 1898 aos 19 anos, após a
formatura em St. Johnsbury, sua cidade natal, em Vermont. Na festa
de formatura conheceu, e começou um longo namoro de 17 anos
com a estudante Anne Robinson Ripley (1881 – 1949).
Bob estudou por quatro anos no Colégio Dartmouth, em
Dr. Bob aos 31 anos
Dartmouth, Nova Hampshire. A escola tinha fama de provinciana,
ficava entre as montanhas e na cidade não se havia nada para fazer. Os alunos passavam
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os longos invernos bebendo cerveja e aguardente de cidra tanto quanto pudessem
suportar. Bob embarcou na vida universitária com gosto. Livre da supervisão
controladora dos pais viu nisso a oportunidade de obter e aproveitar experiências novas
sem a necessidade de ter que prestar contas.
A primeira descoberta de Bob relacionada com a vida
universitária foi exatamente a que esperava encontrar: Que a
bebida parecia ser a principal atividade extracurricular.
No começo ele bebia por prazer e sofria pouca ou nenhuma
consequência desfavorável. “Eu parecia estar pronto para
recomeçar na manhã seguinte melhor do que a maioria dos meus
companheiros bebedores que eram amaldiçoados (ou talvez
abençoados) com náuseas depois de um porre. Nunca tive uma dor
de cabeça em minha vida, o que me leva acreditar que eu fui um
alcoólico desde o princípio”.
Graduou-se em 1902 – “summa cum laude (com louvor), aos Anne R. Ripley
olhos dos beberrões”, em suas próprias palavras.
Agora que Bob possuía um diploma, sugeriu-se que começasse a ganhar a vida e traçasse
um futuro sólido e seguro para si próprio. Ele queria tornar-se médico como seu avô
materno. Por alguma razão sua mãe opunha-se fortemente a esse desejo. Assim, Bob
passou os três anos seguintes em Boston, Chicago e Montreal, em uma profissão de
negócios que foi curta, variada e malsucedida. Bob não estava interessado em negócios.
Todo final de semana tomava uma bebedeira.
O fracasso nos negócios levou-o a persuadir sua família para que o deixassem cursar
medicina, que era o que gostava. Assim, em 1905, aos 26 anos, ingressou na Universidade
de Michigan como estudante pré-médico.
Apesar das boas intenções e dos elevados propósitos de Bob, tudo pareceu ruir assim que
ele mais uma vez colocou os pés num campus universitário. “Tornei-me um dos líderes...
bebendo com muito mais veemência do que havia demonstrado anteriormente” Disse mais
tarde. Tudo correu bem por um tempo, depois os tremores começaram a aumentar. Isso
aconteceu muitas vezes, indo de mal a pior. Sua vida na escola se transformou em longas
bebedeiras, uma atrás da outra, e já não bebia por puro prazer. Tentou uma “cura
geográfica”. Arrumou as malas e partiu para o Sul, a fim de recuperar-se numa fazenda
de um amigo. Depois de um mês decidiu voltar e continuar os estudos. Porém, o corpo
docente não pensava do mesmo jeito: achavam que a Universidade de Michigan podia
sobreviver, ainda mais próspera, sem a presença de Robert Holbrook Smith. Depois de
longas discussões, com promessas e firmes declarações por um lado, ameaças e
advertências por outro, permitiram sua volta e que prestasse exames.
O fato de ter ido bem nos exames podia ser considerado um sinal de habilidade natural e
inteligência. Podia também ser considerado um sinal de determinação que alguns
alcoólicos possuem para trabalhar mais arduamente, por mais tempo e melhor que todos
os demais – durante certo período. Nos exames seguintes, houve mais discussões e foi
expulso, porém, deram-lhe seus créditos e com eles conseguiu uma transferência em 1907
para cursar o segundo ano na Universidade de Rush, perto de Chicago, Illinois.
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Continuaram as bebedeiras, cada vez mais prolongadas, acordando com tremores ainda
mais intensos. Nos exames finais, teve provas que deixou de fazer porque não conseguia
segurar o lápis. Mais repreensões, mais promessas e mais reclamações e uma proposta: o
reitor decidiu que se Bob desejasse se graduar deveria voltar mais dois trimestres,
permanecendo completamente sóbrio.
Ele foi capaz de cumprir essa solicitação e, como
resultado, conseguiu seu diploma de médico em 1910,
aos 31 anos. De fato, seus conhecimentos e sua
conduta foram considerados tão louváveis que ele foi
capaz de assegurar uma residência médica altamente
cobiçada no City Hospital em Akron, Ohio.
Os dois anos de residência foram livres de problemas
e o trabalho tomou o lugar do álcool. “Mantinham-
Hospital da Cidade de Akron
me tão ocupado que praticamente não deixava o
hospital. Como consequência não me podia envolver em nenhum problema”, disse.
Em 1912, ao completar os dois anos de residência medica, abriu um consultório no prédio
do Second National Bank, em Akron, onde permaneceria até a aposentadoria em 1948.
Talvez como resultado do horário irregular e do trabalho intenso de um novo clinico
geral, Dr. Bob teve um problema estomacal grave. “Logo descobri que alguns drinques
aliviavam a dor da minha gastrite, pelo menos por algumas horas”, disse ele. E assim, não
demorou a retornar aos velhos hábitos da bebida e, quase imediatamente, a pagar muito
caro fisicamente com a volta do verdadeiro horror e o sofrimento do alcoolismo. “eu
estava entre a cruz e a espada: se não bebe-se, meu estomago me torturava, e se bebe-se,
meus nervos faziam a mesma coisa”.
Quando as coisas ficavam muito ruins e era incapaz de trabalhar, submetia-se a um
tratamento numa das clínicas locais de desintoxicação. Isso aconteceu, no mínimo, uma
dúzia de vezes.
Após três anos dessa existência de pesadelo, o jovem médico acabou em um dos hospitais
locais, o qual, semelhante a outros lugares para tratamento de doentes nos arredores,
atendia pacientes com doenças socialmente inaceitáveis, tais como o alcoolismo, a
dependência das drogas e as doenças mentais. A equipe do hospital fez o melhor, mas ele
acabou persuadindo amigos bem intencionados a contrabandear uísque para dentro do
hospital. Quando o abastecimento falhava, roubava no próprio prédio, e bebia álcool
medicinal.
No inicio de 1914, o juiz Smith, seu pai, enviou um médico de St. Johnsbury com
instruções para levar o Dr. Bob para casa. Lá permaneceu na cama por dois meses antes
de ousar sair. Estava completamente desmoralizado. Passaram-se mais dois meses até
retornar a Akron e reassumir suas funções na clínica. Ele ficou tão apavorado com o
acontecido que não tocou em bebida alcoólica até que foi decretada a Lei Seca.
Ainda estava sóbrio no inicio do ano seguinte e, acreditando que ficaria daquela forma
para sempre e, que talvez Anne Ripley também acreditasse, foi a Chicago para casar-se
com ela depois de tê-la engabelado por longos 17 anos. A cerimônia aconteceu na casa
da mãe dela, Sra. Joseph Pierce Ripley, “às oito horas e trinta minutos” do dia 25 de
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Janeiro de 1915. Os três primeiros anos da vida de casados dos Smith foram ideais, livres
de qualquer infelicidade. O Dr. Bob continuava sóbrio, e qualquer dúvida remanescente
que Anne podia ter foi afastada. Era na época, como sempre o foi, um casal muito
devotado. A vida profissional do Dr. Bob seguia tranquila; estava adquirindo uma boa
reputação como médico, trabalho do qual gostava muito, e inspirava confiança aos
pacientes: “Exatamente como se espera que um médico seja”, disse Emma K. – próxima
dos Smith em seus anos finais. Fizeram muitas amizades, tornaram-se membros
respeitáveis da comunidade, e em 1918, tornaram-se pais de Smitty seu único filho.
Porém esse mesmo ano teve um impacto diferente na vida do Dr. Bob: em outubro foi
aprovada a Emenda 18ª ou Lei Seca que vigorou desde 16/01/1920, até 05/12/1933. A lei
proibia a fabricação, venda, transporte, importação e exportação de bebidas alcoólicas
contendo mais de 0,5º de álcool em todo território dos EUA.
Sua memória eufórica foi ativada e achou que alguns drinques naqueles momentos que
antecediam à entrada em vigor fariam pouca diferença, e que uma pequena provisão
enquanto ainda era legal logo acabaria, e a normalidade da temperança se estabeleceria
no país.
O Dr. Bob começou de forma moderada a jornada da proibição. E num tempo
relativamente curto, ficou fora de controle novamente, não de volta ao velho padrão, mas
o progresso de sua doença foi evidente.
A emenda 18ª favorecia os médicos ao permitir o uso do álcool etílico, em quantidades
quase ilimitadas, para “fins medicinais”. Muitas vezes, durante aqueles anos “secos”, Dr.
Bob escolhia um nome ao acaso na lista telefônica, e preenchia uma receita médica que
lhe dava direito a uma garrafinha de 100 cc de álcool medicinal.
Logo entrou em cena um novo personagem: o contrabandista de bebida alcoólica. A
qualidade não era seu forte. Mesmo assim, o contrabandista da família era mais
prestativo do que a loja de bebidas. Fazia entregas a qualquer hora do dia ou da noite,
domingos e feriados. Não aceitava cheques nem vendia fiado. O Dr. Bob logo
providenciou um.
Logo “desenvolvi duas fobias distintas: o medo de não dormir, e o medo de ficar sem
bebida. Se não ficasse sóbrio o bastante para ganhar dinheiro, ficaria sem bebida”, nas
suas próprias palavras.
Esta lógica irrefutável o conduziu a um pesadelo que durou 17 anos: ficar sóbrio para
ganhar dinheiro para poder beber e ficar bêbado para poder dormir. Depois tudo de novo
– e de novo!
Substituiu a bebida matinal, que era o que ele gostava, por grandes doses de sedativos, a
fim de acalmar as tremedeiras que o afligiam terrivelmente. Quando sucumbia ao desejo
de beber de manhã, acontecia um desastre maior. No primeiro caso, em poucas horas
encontrava-se incapacitado para trabalhar. No segundo caso, perdia a habilidade usual
de levar às escondidas para sua casa bebida alcoólica suficiente que o fizesse dormir.
Assim, adquiriu o que hoje é conhecido como dependência cruzada: álcool e fármacos.
Ainda assim, Dr. Bob conseguia se manter trabalhando como médico. “Eu tive bom senso
suficiente para nunca ir ao hospital se tivesse bebido e raramente recebi pacientes nesse
estado”, disse. De fato, sua carreira até progrediu durante esses anos. Depois de seu
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inicio como clinico geral, em 1929 começou a se especializar como proctologista e
cirurgião retal. Mas, à medida que os anos de bebedeira decorriam, o esforço para fazer
seu trabalho e manter uma fachada de normalidade se tornou estafante. Gradualmente a
fachada foi desmoronando.
Se Anne planejasse sair à tarde, ele conseguia um grande sortimento de bebidas e o
levava às escondidas para casa, escondendo-as no depósito de carvão, dentro do tanque
de lavar roupas, em cima das vigas do porão, e entre as telhas do celeiro. Utilizava
também arcas e baús e até a lata de lixo.
Costumava colocar bebidas em garrafas pequenas e enfiá-las no cano das meias. Seu
contrabandista escondia o álcool nos degraus atrás da casa.
Quando Anne tinha cerca de quarenta anos, e não poderia ter mais filhos, adotaram
Suzanne Windows (Sue) de cinco anos de idade, a mesma de Smitty, para não criá-lo
como filho único.
A bebida de Dr. Bob teve um efeito
inevitável na vida da família e também
em sua prática profissional. À medida
que as crianças cresciam, o alcoolismo
do pai tornava-se cada vez mais
perceptível, e os Smith foram sendo
excluídos pelos amigos. Não podiam
aceitar mais convites porque Dr. Bob
ficaria bêbado e causaria uma cena, e
Anne não se atrevia a convidar alguém Dr. Bob e os filhos: Sue e Smitty
para vir à sua casa pela mesma razão.
Em 1933 os tempos eram extremamente difíceis para todo mundo, mas piores para os
Smith: Dr. Bob quase não clinicava. Ele se escondia ou ficava em casa indisposto. Anne e
Lilly, a secretária do Dr. Bob, mentiam para os pacientes dele. Conseguiram uma
ampliação do prazo para pagar a hipoteca da casa. No inicio desse ano Dr. Bob e Anne
entraram em contato com o Grupo de Oxford e ela o persuadiu a frequentar as reuniões,
mas posteriormente ele mesmo se sentiu atraído pelos membros “por causa do aparente
equilíbrio, saúde e felicidade”. Seu entusiasmo esfriou de certa forma quando descobriu
que o programa tinha um aspecto espiritual. “Em nenhum momento senti que ali
houvesse uma resposta para meu problema com a bebida alcoólica”, disse. No entanto,
durante os dois anos e meio seguintes Dr. Bob frequentou regularmente as reuniões do
Grupo de Oxford, dedicou muito tempo ao estudo de sua filosofia, e embarcou em uma
busca espiritual destinada a durar pelo resto da vida.
Contudo, ficava bêbado. Foi nesse estado que assistiu à revogação da Lei Seca em 05-12-
1933, e assim passaria o ano de 1934 até o encontro com Bill W. no dia 12 de maio de
1935.
20. Alcoólicos Anônimos: a Irmandade => É uma Irmandade mundial de homens e mulheres que
compartilham suas experiencias, forças e esperanças, a fim de resolverem seu problema em
comum e ajudar outras pessoas a se recuperarem do alcoolismo.
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• O único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de
A.A. não há taxas nem mensalidades; somos autossuficientes, graças às nossas próprias
contribuições.
• A.A. não está ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum movimento politico, nenhuma
organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apoia nem
combate quaisquer causas.
• Nosso propósito primordial é o de mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a alcançar
a sobriedade.
Em dezembro de 1934, William Griffith Wilson - Bill W. (1895-1971) - corretor da Bolsa de
Valores de Nova York, teve um despertar espiritual durante sua
internação por alcoolismo no Towns Hospital de Manhattan – a
quarta em pouco mais de um ano. Ao sair do hospital retornou ao
Grupo de Oxford (ver: Grupo de Oxford), de Nova York, onde
havia ingressado no mês anterior depois de uma abordagem feita
por Ebby T. Thacher, antigo colega de escola e farras.
Sóbrio havia cinco meses, foi enviado pela corretora onde
trabalhava para negociar o
controle acionário de uma
pequena fábrica de
ferramentas, da qual poderia
Dr. Bob e Bill W.
se tornar seu presidente, na
cidade de Akron, Ohio. O negócio fracassou e de volta ao
Hotel Mayflower, onde se hospedava, teve vontade de
beber; porém, considerou que, se consegui-se falar com
outro alcoólico, poderia manter a sobriedade. Era um
Ilustração do Hotel Mayflower sábado 11 de maio de 1935.
No saguão do hotel havia um diretório de Igrejas;
colocou seu dedo num nome e telefonou para o Rev. Walter Tunks que lhe deu uma lista com
dez nomes de pessoas da comunidade com quem poderia fazer contato.
Somente na décima ligação teve sucesso: Norman Shephard dá o nº de
telefone de Henrietta Buckler Seiberling (1888 – 1979), que assim
descreve o telefonema: “Era Bill Wilson, e nunca
esquecerei o que ele me disse: ‘sou do Grupo de
Oxford, e sou um sabujo (cão de caça), da bebida
alcoólica que vive em Nova York’. ‘Venha já para
cá’ eu disse. Ele veio e ficou para o jantar. Pedi-
lhe que me acompanha-se até a igreja na manhã
Walter Tunks seguinte e lhe disse que contataria Bob. Foi o que
fiz”. E se propôs a marcar um encontro com o
médico cirurgião Robert Holbrook Smith (Dr. Bob) (1879-1950) –
Henrietta Seiberling
também membro do Grupo de Oxford de Akron havia dois anos e meio -
um beberrão cético, já beirando o desprestigio profissional.
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O encontro aconteceu no dia seguinte, domingo 12 de maio de 1935 - Dia das Mães - com a
condição imposta pelo Dr. Bob de não durar mais de quinze minutos. “Chegamos lá – na casa
de Henrietta- às 17h00, e eram 23h15 quando saímos”, contou depois o próprio Dr. Bob, que
compareceu acompanhado por sua mulher Anne.
Os dois ficaram a sós e Bill fala de sua experiência alcoólica, o sofrimento, as promessas, os
fracassos, da visita de Ebby e sua mensagem simples: um alcoólico falando com outro
alcoólico; porém, foi citando o Dr. William Duncan Silkworth ao identificar aquela condição
dos dois como uma doença caracterizada por uma obsessão mental seguida de uma alergia
física, que o Dr. Bob subitamente compreendeu o que lhe afligia; como médico, nunca tinha
pensado nessa possibilidade. Passadas mais de cinco horas de compartilhamento e reciprocidade
produziu-se a identificação necessária entre dois alcoólicos que falando de si próprios, um para o
outro, conseguem manter-se afastados da bebida, e desta constatação deriva toda a proposta de
A.A.
Bill ficou hospedado na casa dos Smith em Akron. Duas semanas após, o Dr. Bob foi participar
da Convenção Médica Americana em Atlantic City, Geórgia; bebeu o tempo todo e ao voltar
para casa teve um apagamento que durou mais de 24 horas e levou três dias para ficar sóbrio.
No dia 10 de junho de 1935 o Dr. Bob tinha agendada uma operação cirúrgica no City Hospital
de Akron onde trabalhava; Bill observou que não teria condições de segurar o bisturi devido à
tremedeira e ofereceu-lhe uma garrafa de cerveja. A operação foi bem sucedida e aquela cerveja
foi a última bebida alcoólica que o Dr. Bob tomou.
Embora tenha havido outras datas importantes na historia de A. A., devido a este fato, é de
acordo geral que Alcoólicos Anônimos começou lá, em Akron, no dia 10 de junho de 1935.
No dia seguinte, o Dr. Bob propôs a Bill trabalharem juntos ajudando outros alcoólicos. No dia
28 de junho abordaram Bill D. (1892-1954), advogado, internado por alcoolismo no Hospital
Municipal de Akron, pela sexta vez nos últimos quatro meses. Bill D. veio a ser o AA nº 3.
Nunca mais voltou a beber e continuou a ser um membro ativo de A.A. até sua morte em 1954.
O Anônimo Número 4 não demorou a aparecer. Foi no final de julho e seu nome era Ernie G.
(1916-1969), de apenas 30 anos e “jovem demais” aos olhos de seus padrinhos. Ernie
permaneceu sóbrio durante um ano e então deu uma derrapada que durou sete meses. Embora
tivesse problemas com a bebida pelo resto da vida, sua sobriedade inicial desempenhou um
papel importante naqueles tempos de pioneirismo. Em 1941 casou-se com Sue, a filha adotiva do
Dr. Bob e de Anne que se opuseram ao casamento, não pelo alcoolismo, mas pelas repetidas
recaídas. O casamento acabou em divórcio e Sue se casou posteriormente com seu primeiro
namorado, Ray Windows.
O 5º AA foi Phil S. que ficou sóbrio em fins de agosto, depois
de ficar internado durante oito dias no City Hospital; duas
semanas depois voltou a embriagar-se, foi preso e condenado
a 30 dias de cadeia; foi libertado por intermediação de Bill D.
após concordar em ficar sob vigilância do Dr. Bob.
Aos poucos se foram juntando outros alcoólicos, e começaram
a se reunir todas as quartas-feiras à noite na casa de T. Henry
O casal Williams
e Clarace Williams em Akron - onde também se reuniam os
membros do Grupo de Oxford, formando, assim, o Grupo Número Um de A.A.
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Quando Bill voltou a Nova York na segunda feira, 26 de agosto de 1935, depois de ajudar o Dr.
Bob, em Akron, a fundar o primeiro Grupo da Irmandade que viria a ser Alcoólicos Anônimos,
tinha duas preocupações imediatas. Sua necessidade de encontrar um nicho para ele mesmo nos
negócios era tão premente quanto a necessidade de fazer alguma coisa a respeito do alcoolismo.
Neste campo ele continuou a freqüentar o Grupo de Oxford e a fazer abordagens no Towns
Hospital ajudado pelo Dr. Silkworth. O primeiro sucesso veio com a adesão de Hank P. (1895-
1954), internado no hospital. Pouco tempo depois, no outono, foi a vez de Fitz M. (1897-1943),
no mesmo hospital. O terceiro, apadrinhado por Fitz foi Jackie Williams. Fitz enviou Jackie a
Washington para abordar seu amigo Jim B. (1898-1974), o agnóstico que após árduas
negociações com Bill e os pioneiros de A.A., iria contribuir com a
definição de “Deus como cada um O conceba”, e a prevalência do
livre arbítrio ao definir os Doze Passos como “não-dogmáticos”, mas
apenas “sugestões”, abrindo, assim, as portas da Irmandade a inúmeros
alcoólicos com objeção a qualquer tipo de crença, divindade ou
religião estabelecida; também se deve a ele o enunciado da Terceira
Tradição; é ele o personagem relatado no capítulo correspondente a
esta Tradição. Para dar início ao movimento, foi fundamental a
colaboração de três pessoas não-alcoólicas - a quem Bill também
considera fundadores da Irmandade: o Dr. Willian Duncan Silkworth Sam Shoemaker
(1873-1951), médico do Towns Hospital de Manhattan, que nos deu os conhecimentos básicos
sobre a natureza da nossa doença e os mistérios que nos mantém aprisionados; o Rev. Samuel
Moor Shoemaker (1893 - 1963), clérigo e reitor da Missão e da Igreja
Episcopal do Calvário, fundador e dirigente do Grupo de Oxford de Nova
York, que nos entregou as chaves que nos podem levar à libertação: os
preceitos que, embora antigos e universais, foram a base para a construção de
alguns dos Doze Passos Sugeridos de Alcoólicos Anônimos, o princípio da
recuperação em A.A. e o Prof. William James (1842 – 1910) , psicólogo e
filósofo, cujos estudos a respeito da natureza e da mente humana inspiraram
a filosofia do Programa de A. A., em particular os Passos Primeiro e
Segundo.
Também foi de grande importância a experiência acumulada por alguns dos
William James movimentos que precederam A.A., como o Grupo de Oxford, o
Movimento Washingtoniano, o Movimento Emmanuel e o Jacoby Club. Estes movimentos
foram imensamente populares. Particularmente os dois últimos, fundados em Boston,
Massachusetts, em 1906 e 1909, tiveram durante mais de trinta anos um sucesso impressionante
no tratamento do alcoolismo, baseando-se nos mesmos meios que mais tarde A.A. utilizaria: a
espiritualidade, a mudança do comportamento, e o compartilhamento de experiências através de
reuniões em grupo.
Em novembro de 1937, Bill viajou para Detroit e Cleveland para tentar uma vaga no mercado
financeiro. Não conseguiu nada, mas aproveitou a viagem para encontrar-se com o Dr. Bob em
Akron e avaliar os resultados do movimento: contabilizaram uns quarenta casos de sobriedade,
incluindo eles próprios – Bill três anos e Dr. Bob dois anos e meio.
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Entenderam que o resultado era animador e prenuncio de uma reação em cadeia e
“possivelmente um dia poderia atingir o mundo inteiro”. Deduziram que o programa de
recuperação, que tinha sido aperfeiçoado durante esse tempo funcionava, e se perguntaram:
“como pode essa experiência ser compartilhada e a mensagem difundida? Consideraram então,
que deveriam pôr no papel seus métodos; escrever um livro para servir como texto básico e
contar a historia e as experiências dos primeiros tempos da Irmandade e, sem distorções, levasse
aquela mensagem aos lugares onde não poderiam ir pessoalmente. Ao saber disso, os membros e
amigos aprovaram a idéia de se escrever o livro.
Muito entusiasmado, Bill tomou o trem de volta. A partir da idéia do livro começou a imaginar
novos empreendimentos, hospitais, missionários, trabalhadores profissionais bem remunerados,
etc. Sentiu que iriam precisar de dinheiro; de muito dinheiro. Neste ponto o Dr. Bob e os
membros de Akron discordavam: achavam que o dinheiro estragaria tudo. Porém, Bill achou que
aquele seria “um dos maiores desenvolvimentos de todos os tempos sob o
aspecto médico e espiritual. Certamente os ricos nos ajudarão. Como
poderiam deixar de fazê-lo?”. Deixaram.
Equipados com uma lista de prováveis ricos que poderiam ajudar teve
início a primeira - e última - cruzada de A.A. em busca de dinheiro. Quase
todos achavam uma causa nobre, mas preferiam contribuir com
instituições de renome como a Cruz Vermelha. Foi uma grande decepção.
Porém, através de seu cunhado, o Dr. Leonard V. Strong, Bill foi
apresentado ao responsável pela distribuição dos donativos de John
Dr. L. V. Strong
Davidson Rockefeller Jr. (1874 – 1960), Willard Richardson (“Tio
Dick”), que se interessou muito pelo projeto e propôs outro encontro com
o comparecimento de outras pessoas ligadas a Rockefeller.
Bill foi às nuvens. O encontro, em forma de jantar, aconteceu numa
noite de dezembro de 1937 e contou com a participação, além dos
representantes de Rockefeller, dos Drs. Silkworth e Bob, Bill e alguns
membros de Akron e Nova York. Depois da exposição dos motivos,
ouviram do Sr. Albert Scott, Presidente dos Curadores da Igreja Riverside:
“será que o dinheiro não destruiria isso? A partir daí seguiram-se os
mesmos questionamentos por parte da turma de Rockefeller que os
W. Richardson
membros de Akron faziam.
Em fevereiro de 1938, Frank Amos foi enviado a Akron por John D.
Rockefeller e fez um minucioso trabalho de investigação sobre o que
denominou “Pretenso Grupo Alcoólico de Akron, Ohio”. Ele investigou a
vida do Dr. Bob e destacou sua competência profissional, como era
querido e respeitado pela comunidade e a grande importância do trabalho
que estava realizando para a recuperação de alcoólicos.
No relatório diz que a renda do Dr. Bob era tão baixa que não conseguia
manter uma secretária no consultório e tinha dificuldades para saldar as
despesas básicas de casa. Fala da necessidade de ajudá-lo, ou teria de
J. D. Rockefeller Jr.
desistir da maioria dos trabalhos com os alcoólicos.
Sugere que Rockefeller, confidencialmente, arranja-se uma remuneração
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mensal para o Dr. Bob, por um período de pelo menos dois anos, até que a proposta do novo
movimento pudesse seguir sozinha e talvez se tornar financeiramente independente em todos os
sentidos. Lembrou que sua casa estava hipotecada e descreveu como seria utilizado o dinheiro:
“A secretária custaria cerca de mil e duzentos dólares por ano. E
também precisaria ter um bom carro – ele agora dirige um Oldsmobile
bastante antigo – que seja veloz e seguro. Precisa de melhores
instalações em seu consultório, não somente para seus pacientes
particulares, mas para melhor tratar esses ex-alcoólatras que vão até ele,
diariamente, em busca de inspiração e instrução. Ao todo, acho que uma
quantia de cinco mil dólares ao ano, durante dois anos, deve ajudá-lo.
Estou convencido de que essa tentativa daria certo”. No total, Frank
Amos sugeriu que Rockefeller doasse 50 mil dólares ao movimento
(750.000 em valores de 2008).
Frank Amos
Como resultado de tudo isso, depois de relatórios, considerações, e
recomendações levadas pelos seus representantes, Rockefeller expressou sua simpatia pela
causa, e mandou dizer que estava depositando cinco mil dólares na tesouraria da Igreja Riverside
como ajuda para a desesperada situação de Bill e do Dr. Bob “... isso dará a esses homens uma
assistência temporária, mas a Irmandade deveria logo tornar-se auto-suficiente. Se acharem
que realmente o movimento precisa de dinheiro, vocês podem ajudá-lo a conseguir, mas, por
favor, não me peçam mais”. O conceito mais perfeito para o que viria ser a Sétima Tradição.
Esse dinheiro foi usado para pagar hipoteca de três mil dólares do Dr. Bob, e do que sobrou
retiravam 30 dólares por mês cada um até o dinheiro acabar.
Mais tarde, em fevereiro de 1940, Rockefeller ofereceu um jantar no “Union Club” de Nova
York – onde se fez representar por seu filho Nelson, pois estava doente – para que muitos de
seus amigos pudessem conhecer a Irmandade. A publicidade resultante foi muito favorável.
Apesar deste contratempo, foi mantida a idéia de pedir contribuições para pagar os custos das
divulgações e manter um escritório de serviços. Para isso foi planejada uma fundação de
caridade isenta de impostos, e para realizar o trabalho legal foi recrutado o advogado John
Wood. À instituição foi dado o nome de Fundação do Alcoólico . Para cuidar da administração
e recolher doações e contribuições o Dr. Bob e Bill criaram em Nova York, 11 de agosto de
1938, um conselho, ou junta, de cinco Custódios formado três amigos influentes não alcoólicos:
Willard Richardson, Frank Amos e John Wood e por dois alcoólicos: o Dr. Bob e Bill R., um
membro de Nova York, que saiu depois de voltar a beber. O projeto do livro continuou em pé e
começou a ser escrito em maio. Para bancar o empreendimento, em fins de 1938 foi criada uma
editora - a Works Publishing, Inc. (em 1959 tornar-se-ia A.A. World Services, Inc. – A.A.W.S.)
que tinha como sócios Bill e Hank P. - o primeiro alcoólico a conseguir a abstinência no Grupo
de Nova York.
A sede era o escritório de uma firma de consultoria dirigida aos postos de gasolina que Hank
tinha em Newark, Nova Jersey, onde o único patrimônio era uma enorme escrivaninha e alguns
móveis estofados, e lá trabalhava a secretária Ruth Hock Crecelius (1911-1986), não alcoólica,
que viria a ser uma das maiores colaboradoras e secretária nacional de A.A. Foram colocados à
venda 600 certificados de ações ao preço de face de 25 dólares cada uma.
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Toda a manhã Bill se deslocava do Brooklyn até Newark para ditar a
Ruth os rascunhos dos capítulos do futuro livro.
Em abril de 1939, foi publicado o livro Alcoólicos Anônimos (Big
Book) – mesmo nome dado à Irmandade que durante quatro anos
cresceu lentamente como um movimento sem
nome nem estrutura – começou como “o
esquadrão alcoólico” do Grupo de Oxford – e
pretende explicar a outros alcoólicos exatamente
como A.A. efetua a recuperação de seus membros.
Ruth Hock C. Foram impressos 4730 exemplares, que ficaram
encalhados por algum tempo apesar de algumas críticas favoráveis,
inclusive do jornal New York Times. Até que o editor da revista Liberty,
Charles Fulton Oursler (1893-1952), jornalista e escritor e futuro amigo
de A.A., se interessou pelo assunto e encomendou um artigo a respeito da
Fulton Oursler
Irmandade a Morris Markey. O artigo foi publicado pela Liberty em
setembro com o título de “Os Alcoólicos e Deus”.
A reação foi imediata, e mais de 800 pedidos de ajuda chegaram ao escritório através da revista,
aos quais Ruth, a fiel e eficiente secretária do escritório, respondia com magníficas cartas
personalizadas. Centenas de copias do livro foram vendidas ao preço de 3,5 dólares cada um.
Pouco depois de ter saído o artigo da Liberty, o Plain Dealer de Cleveland também publicou
uma série de artigos sobre o movimento, e mais
livros foram vendidos. Nos próximos 16 anos
foram distribuídas 300.000 cópias em 16
reimpressões.
No dia 26 de abril de 1939, a calamidade
bateu à porta da casa em que Bill e Lois
moravam na Rua Clinton, 182, no Brooklin. Um
banco estava tomando posse dessa casa que tinha
pertencido aos pais de Lois e estava hipotecada.
O casal - que pagava um aluguel barato até que o
banco conseguisse comprador, precisou sair. Os
Casa de Bill e Lois no Brooklin amigos agruparam-se, e criaram um “Fundo
para a Restauração do Lar de Lois W.”.
Os Custódios começaram a pagar ao casal a quantia de 50 dólares ao mês. Eles foram morar
numa casa de campo emprestada em Nova Jersey e utilizavam um velho carro Lincoln também
emprestado.
A casa da Rua Clinton também servia como local de reunião do Grupo de Nova York além de
moradia para alguns membros. Com o despejo do casal Wilson todos tiveram que sair. Alugaram
um salão onde se reuniam semanalmente. À medida que o numero de membros crescia, as
reuniões semanais se tornaram insuficientes, o local ficou pequeno e não podia hospedar
ninguém. Pensou-se em algo familiar, talvez um clube. Idéia aceita encontraram o local
adequado na Rua Twenthy-Fourth (vigésima quarta), num prédio que tinha sido primeiro um
estábulo, e depois a sede do Clube dos Ilustradores - um grupo de artistas que o pintaram e
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arrumaram e ao ficar pequeno saíram. O térreo comportava uma reunião de tamanho regular, e o
andar superior um salão para recreação e dois dormitórios pequenos. Dois companheiros
garantiram o aluguel, que era de 75 dólares por mês, e outro se responsabilizou pelas contas de
luz, gás e telefone, outros 25 dólares. A partir do “The Old Club Twenty-Fourth”, (O Velho
Clube da Rua 24ª), muitos outros foram iniciados na Filadélfia, Minneapolis e Texas, alguns
muito elegantes, com hospedagem, outros apenas como sede.
No começo os clubes foram muito bem aceitos e quando começaram a criar problemas foi
decidido que deveriam seguir paralelamente e não poderiam ser administrados pelos grupos de
A.A.
Também, em 1939, formou-se o primeiro Grupo de A.A. dentro de uma instituição psiquiátrica:
no Hospital estadual Rockland, em Nova York.
Em 1941, o juiz Curtis Bok, um dos proprietários do semanário The Saturday Evening Post,
teve sua atenção atraída para a Irmandade através de seus amigos da Filadélfia - os doutores A.
Wiese Hammer e C. Dudley Saul, que tinham grande admiração pela
entidade, e designou o jornalista e escritor Jack Alexander (1903-
1975), para escrever um artigo a respeito da Irmandade.
Quando Jack chegou ao escritório da Rua Versey, foi feito a ele o
mais exaustivo relato de A.A. que qualquer escritor jamais recebera.
Primeiro encontrou-se com os Custódios e o pessoal de Nova York, e
daí foi acompanhado pelo país afora. Finalmente Jack disse que tinha
visto o suficiente e estava pronto para escrever.
O artigo com o título “Alcoólicos Anônimos” e o subtítulo
“Escravos libertos da bebida agora libertam outros”, com cerca de
Jack Alexander 7500 palavras e ilustrado com quatro fotografias sem identificação,
apareceu na publicação do dia 1º de março de 1941. A vasta investigação de Jack e sua grande
capacidade de compreensão e comunicação em relação à Irmandade fizeram com que o artigo
criasse um grande impacto. Através do correio e do telégrafo muitos pedidos de ajuda e
encomendas do livro “Alcoólicos
Anônimos”, chegavam à caixa postal 658.
Para responder a toda correspondência foi
pedida ajuda a todas as mulheres de A.A. e
às esposas dos AAs que soubessem escrever
a máquina.
A secretária Ruth e as voluntárias levaram
vários dias para responder o volume
crescente de correspondência que chegava a
até 50 cartas por dia. O auge do fluxo
passou, mas sentiu-se a necessidade de
contar com permanente ajuda paga.
“Alcoólicos Anônimos”. Saturday Evening Post
Compreendeu-se também que as crescentes
necessidades do escritório não poderiam mais ser atendidas com o que rendia a venda do livro.
Então, pela primeira vez foi pedido que os grupos contribuíssem para um fundo especial da
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Fundação, destinado “exclusivamente a cobrir as despesas do escritório de A.A., sendo que as
contribuições deveriam ser voluntárias”.
No fim de 1941, e em função do artigo do Post, o número de membros tinha saltado de dois mil
em 1940, para oito mil naquele ano. Motivada por essa incrível expansão, a publicidade nacional
voltou-se para a Irmandade, fazendo com que fosse mais procurada. Precisava ser estabelecida
uma cuidadosa norma de relações públicas para lidar com essa nova situação.
A principal atenção foi dada à classe médica e religiosa. Em nenhuma circunstância se deveria
entrar em competição com uma ou com outra. Assim, deu-se ênfase ao fato de que “A.A. é um
modo de vida” que não entra em conflito com nenhuma crença religiosa, ou qualquer
especialidade da medicina.
Deixou-se que os médicos soubessem o quanto precisávamos de hospitalização, e foram
sugeridas aos profissionais da saúde e às clínicas de desintoxicação as vantagens da cooperação.
Sempre a prática da medicina seria da competência dos médicos, e os assuntos religiosos dos
clérigos. Como alcoólicos leigos, A.A. seria apenas uma ligação.
Tiveram de serem definidas formas de cooperar com a imprensa, o radio, a televisão e o cinema;
com os empregadores; a educação, pesquisa e reabilitação; o quê dizer em hospitais, clínicas e
instituições correcionais; para que fins, e como o nome de A.A. deveria ser usado, e em que
situações os membros poderiam expor-se; como seriam custeados os Grupos, escritórios, órgãos
de serviço etc.
Para responder a essas questões foram codificadas, em 1946, as Doze Tradições de Alcoólicos
Anônimos, que a princípio haviam-se chamado os “Doze Pontos para Garantir Nosso Futuro” -
conjunto de princípios sugeridos para assegurar a sobrevivência e a expansão dos Grupos que
compõem A.A. Baseadas nas experiências dos próprios Grupos durante os primeiros anos
cruciais da Irmandade, elas se relacionam à condução dos assuntos internos dos Grupos, à
cooperação entre eles e ao seu relacionamento com a comunidade externa.
Em 1942, membros do Grupo de São Francisco, Califórnia, pela primeira vez, realizaram
reuniões dentro do presídio de San Quentin, a pedido de seu diretor Clinton T. Duffy.
Em julho de 1944, alguns AAs de Nova York começaram a publicar uma revista mensal que
recebeu o nome de Grapevine (lese greipvaim => videira), que logo alcançou a tiragem de
40.000 exemplares por mês, e tornou-se o reflexo do pensamento e da ação de A.A. em todo
mundo. Mais tarde muitos países-membros criariam suas próprias revistas (2).
N.T. (2): No Brasil foi lançado, em novembro de 1985, o número “Zero” da Revista Brasileira
de A.A., que depois se chamaria Revista Vivência (ver abaixo: Vivência).
Em novembro de 1949, a Associação Americana de Psiquiatria solicitou que A.A. apresentasse
uma tese a respeito de seu Programa. Foi bem acolhida e publicada no “American Journal of
Psychiatry”, dando seu reconhecimento e validando, assim, o
programa de A.A.
Em julho de 1950 foi convocada a Primeira Convenção
Internacional de A.A. em Cleveland e, a partir dela, vem sendo
realizadas Convenções a cada cinco anos nas maiores cidades
da América do Norte (EUA e Canadá), com um tema
específico. O objetivo da de Cleveland era acolher as
Tradições - que lá foram homologadas, e permitir que o Dr. Lápide para o Dr. Bob e Anne Smith
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Bob se despedisse. No seu curto discurso chamou especial atenção para se manter simples o
programa de A. A.
No dia 16 de novembro de 1950, o Dr. Bob morreu em Akron, Ohio, aos 71 anos de idade, em
decorrência de um câncer de cólon. Repousa ao lado de sua mulher Anne – morta em 1º de
junho de 1949, no cemitério Mount Peace, em Akron.
Em 1951, a Fundação do Alcoólico – cuja Junta de Custódios não tinha vínculo com a
Irmandade, apenas com o Dr. Bob e Bill – foi dissolvida, e em seu lugar
foi criada a Conferência de Serviços Gerais, onde todos os Grupos seriam
representados através de seus Delegados.
Ainda em 1951, a Associação Americana de Saúde Pública concedeu a
Alcoólicos Anônimos o Prêmio Lasker, em “reconhecimento formal do
êxito de A.A. no tratamento do alcoolismo como doença e na eliminação
de seu estigma social”.
Em junho de 1953, foi publicada a 1ª edição do livro “Os Doze Passos e
as Doze Tradições”.
Em outubro de 1954 a Junta de Custódios
vinculou-se à Irmandade formando junto com a
Conferência de Serviços Gerais, a Junta de Prêmio Lasker
Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.
Por ocasião do vigésimo aniversário, em julho de 1955, foi convocada
a Segunda Convenção Internacional de Saint Louis, Missouri, cidade
escolhida por Bill porque lá morava o padre jesuíta Edward Dowling
(1898-1960), seu conselheiro espiritual e grande amigo de A.A. e, em
Edward Dowling sua presença fazer uma declaração de gratidão a todas as pessoas não-
alcoólicas que ajudaram na construção da Irmandade: “A história de A.A. está repleta de nomes
de não-alcoólicos, profissionais e leigos, que se interessaram pelo Programa de Recuperação
de A.A. Milhões de nós devemos nossas vidas a essas pessoas, e nossa dívida de gratidão não
tem limites”.
O objetivo principal da Convenção foi a Declaração
da Maioridade da Irmandade. Perante mais de cinco
mil pessoas, Bill, falando em nome do Dr. Bob – já
falecido – e dos membros mais antigos, declarou a
Maioridade de A.A., e transferiu à Conferencia de
Serviços Gerais e aos Custódios a vigilância e a
proteção dos “Três Legados”. Também foi feita a
apresentação do emblema e do pavilhão de A.A.
como símbolos da Irmandade. No emblema, os Três
Legados estão representados por um triângulo 2ª Convenção Internacional, St. Louis, 1955.
A declaração de Maioridade
eqüilátero – os três lados e os três ângulos são
iguais, onde sua base representa a Recuperação – os Doze Passos – o lado esquerdo a Unidade –
as Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos, e o lado direito o Serviço – na descrição de Bill,
‘tudo aquilo que nos leva ao alcoólico que ainda sofre’ e seus princípios espirituais baseiam-se
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no 12º Passo e a 2ª, 4ª, 7ª, 8ª e 9ª Tradições. O triângulo está inscrito numa circunferência que
simboliza A. A. no mundo.
O pavilhão é uma bandeira na cor branca contendo no centro o emblema na cor azul.
O símbolo foi registrado na Câmara de Propriedade dos EUA em 1957,
quando passou a ser usado oficialmente como propriedade da Irmandade.
Tinha quatro formatos conforme sua destinação: 1) um triângulo eqüilátero
inscrito numa circunferência apenas delineado, destinado ao registro de
propriedade da literatura da A.A.; 2) igual ao anterior (1), mais dois “AA”
dentro do triangulo com fundo azul, representado no pavilhão; 3) igual ao
O emblema de A.A. anterior (2), mais os dizeres Conference General Service faceando
internamente a circunferência, era o carimbo da Conferência; 4) igual ao formato 2 mais os
dizeres Recuperação Unidade Serviço faceando externamente os lados do triangulo, para uso
nos Grupos.
Em janeiro de 1993, a propriedade do logotipo 1 foi questionada na Justiça americana, e
dentro do espírito do conceito que recomenda evitar ações judiciais sempre que possível, o
A.A.W.S. (Serviços Mundiais de A.A), suspendeu a partir de maio daquele ano, o uso do
logotipo como símbolo oficial de A.A. O quarto logotipo não teve seu conjunto questionado e os
Grupos podem usá-lo livremente. (Ver à frente: Legado => A exclusão do Circulo e do
Triângulo como símbolo oficial de A.A.) Mas no fim do comunicado aparece “... É claro, o
circulo e o triângulo sempre irá ter um significado especial no coração e na mente dos membros
de A.A., no sentido simbólico, como o tem a Oração de Serenidade e os lemas, que nunca
tiveram um caráter oficial”.
Em 1955 começou a tomar corpo a idéia de Bill W. a respeito de se criar
um Arquivo Histórico com a finalidade de “guardar os documentos
históricos que nos ajudem a examinar nossa experiência de recuperação
do dia a dia e também a experiência compartilhada do passado. Na
medida em que separamos os mitos dos fatos, asseguramos que a nossa
mensagem original de recuperação, unidade e serviço continue a ser a
mesma numa sociedade que se modifica, cresce e se expande e se renova
constantemente”. Bill W. delegou os cuidados dessa tarefa a Nell Wing
(1917-2007), não-alcoólica, que tinha sido contratada pelo Escritório em
1947, e era sua secretária desde 1950. Nell ocupou esse cargo até sua
Nell Wing
aposentadoria em 1983.
Em 1957, quando a Irmandade contava com mais de 200.000 (duzentos mil) membros em mais
de 70 países e territórios foi criada na Grã-Bretanha e Irlanda a primeira Junta de Serviços
Gerais de A.A. fora dos EUA e Canadá.
Em 1959, a Works Publishing, Inc., tornou-se A.A. World Services, Inc. – A.A.W.S. (Serviços
Mundiais de A.A.).
Inicialmente concebidos por Bill W. como doze procedimentos que serviriam como “Código
para o Escritório Central”, foram aprovados pela Conferência de Serviços Gerais em abril de
1962, como os “Doze Conceitos para Serviços Mundiais” - uma interpretação do autor sobre a
estrutura de serviços mundiais de A.A. Sua finalidade é demonstrar o “porquê” desta estrutura
para que as lições do passado não sejam esquecidas ou perdidas. Tem o mérito de ser um
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complemento para o Manual de Serviços de A.A. e para as Doze Tradições de A.A., descrevendo
conceitos até então não definidos por escrito, como os direitos de “decisão”, “participação”,
“petição”, além do princípio de “autoridade”. Estes Conceitos – exceto o 12º- poderão ser
alterados ou emendados, pelas Juntas de Serviços Gerais de cada pais membro – a JUNAAB já
usou desta prerrogativa.
Em Julho de 1965, por ocasião do 30º aniversário, foi convocada a 4ª Convenção Internacional
de Toronto, Canadá, cujo tema foi “O Termo de Responsabilidade”.
Em 1966, mudou a relação de Custódios alcoólicos e não-alcoólicos na Junta de Serviços
Gerais: eram 15 membros, sendo oito não-alcoólicos e 7 alcoólicos e passaram para 21
membros, 14 alcoólicos e 7 não-alcoólicos dando, assim, aos alcoólicos a atual maioria de dois
terços.
Em 1967 foi publicado o livro “O Estilo de Vida de A.A.”, que a partir de 1975 se chamaria
“Na Opinião de Bill”.
Em outubro de 1969, realizou-se em Nova York a Primeira Reunião de Serviços Mundiais, com
a participação dos delgados de 14 países.
Em Julho de 1970, por ocasião do 35º aniversário, foi convocada a 5ª Convenção Internacional
de Miami Beach, Florida, cujo tema foi “Uma Declaração de Unidade”, onde Bill fez sua
última aparição em público.
Em 21 de janeiro de 1971, realizou-se em Nova York a Segunda Reunião
de Serviços Mundiais.
Bill W. morreu no dia 24 de janeiro de 1971 – data do 53º aniversário de
seu casamento com Lois - horas depois de dar entrada no Instituto do
Coração de Miami, Florida, EUA , em decorrência de enfisema
pulmonar. Repousa no cemitério de East Dorset, Vermont, EUA.
Em 5 de outubro de 1988, morreu no Northern Westchester Hospital em
Mount Kisco, Nova York, Lois Wilson, aos 97 anos de idade. Ela foi Lápide de Bill W.
casada com Bill durante exatos 53 anos.
21. Alcoólicos Anônimos – A espiritualidade e a religião =>Do Box 4-5-9, Ago. Set.1989 (pág.4-5)
Título original: “El programa de A.A. no es religioso sino espiritual”
Inicio da transcrição => De vez em quando chegam cartas ao Escritório de Serviços Gerais –
ESG, pedindo esclarecimentos a respeito do enunciado onde diz que A.A. não esta afiliada a
nenhuma seita ou denominação religiosa. Se for assim, perguntam, “Por que aparece a palavra
‘Deus’ nos nossos Passos e Tradições? E, porque se encerram muitas reuniões rezando o Pai
Nosso ou a Oração da Serenidade?”.
Nosso cofundador Bill W. dizia clara e frequentemente que seria uma imprudência nos associar
a alguma religião em particular. Ele sustentava que a Irmandade tinha utilidade universal e está
baseada em princípios espirituais que podem ser aceitos por membros de qualquer religião.
No livro A.A. Atinge a Maioridade, Bill conta a história do monge budista que, depois de ler os
Passos, disse: “São excelentes! Mas, uma vez que nós os budistas não concebemos ‘Deus’ da
mesma forma que vocês o fazem, talvez fosse aceitável substituir a palavra ‘Deus’ por ‘o bem’”.
Bill não encontrou nenhum inconveniente nesta substituição: “É possível que para algumas
pessoas esta substituição possa ser associada a uma diluição da mensagem de A.A. Entretanto,
é preciso levar em conta que os Passos são apenas sugestões. Não se requer nenhuma crença
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neles, tal como estão escritos, para ser membro de A.A. Esta liberdade colocou a pertença a
A.A. à disposição de milhares de pessoas que nem sequer teriam tentado se houvéssemos
insistido numa rígida aceitação dos Passos tal como foram escritos”.
Ao responder ao membro que colocou em dúvida o costume de encerrar as reuniões rezando o
Pai Nosso, Bill W. escreveu: “O uso e aceitação desta oração estão tão generalizados que
objetar que são de origem cristão pode parecer um exagero”. Bill esclareceu que nos primeiros
tempos da Irmandade “não havia nenhuma literatura própria. De fato, nem sequer tínhamos um
nome”. Assim, os Grupos dependiam muito da leitura da Bíblia para sua inspiração e orientação.
É provável que as reuniões fossem encerradas com o Pai Nosso porque, disse Bill “não queriam
encarregar aos oradores o trabalho, molesto para muitos, de inventar suas próprias orações”.
Na atualidade continua a prática deste costume sempre que tenha a aprovação da consciência
esclarecida do Grupo que queira praticá-la. O mesmo acontece com a Oração da Serenidade.
Um membro escreveu ao ESG solicitando diretrizes respeito à formação de um Grupo especial
para cristãos. “Há reuniões especiais para mulheres, homossexuais, médicos, etc.”, disse, “por
que não ter uma para cristãos?”. A resposta do ESG: “Não existe nenhuma razão que impeça
continuar com seus planos. Entretanto, lhe pedimos que leve em conta que nenhuma reunião
especializada satisfaz os requisitos para ser um Grupo de A.A. a menos que esteja em
conformidade com os seguintes seis pontos definidos pela consciência de Grupo da Irmandade
nos EUA e Canadá:
1. Todos os membros são alcoólicos, e todos os alcoólicos têm o direito de se tornar membros;
2. Como Grupo deverá ser autossuficiente;
3. O objetivo primordial de um Grupo é ajudar alcoólicos a se recuperar através dos Doze
Passos;
4. Como Grupo não tem outra afiliação alheia a A.A.;
5. Como Grupo não opina sobre assuntos alheios à Irmandade, e,
6. Como Grupo, sua política de relações públicas deve se basear na atração e não na
promoção e os membros deverão manter seu anonimato diante da imprensa, a televisão, o
rádio e o cinema”.
Outro membro via com maus olhos o costume de “cantar hinos” nos encontros e outros eventos
de A.A., “considerando que provavelmente mais da metade dos membros de A.A. no mundo não
são cristãos. Tenho feito um sincero esforço para ‘deixá-lo nas mãos se Deus’ entretanto, meu
poder Superior (Deus) continua insistindo para que eu faça um esforço maior para alcançar
aqueles que fariam com que nossa Irmandade parecesse exclusiva”. O membro do ESG que
redigiu a resposta disse que “o Escritório de Serviços Gerais não é um corpo legislativo” e
sugeriu ao remetente que compartilhasse suas preocupações diretamente com os servidores que
compõem os comitês organizadores dos eventos de A.A. Destacou que em tais casos sempre é a
consciência de Grupo do comitê organizador quem decide. A.A. por si própria é absolutamente
não sectária.
O próprio Bill expressou a posição de A.A. com transparência e simplicidade dizendo: “o que
estamos operando é apenas uma escola de inocentes espirituais onde é possível encontrar a
graça suficiente para continuar vivendo da melhor maneira possível. A teologia de cada um é
um assunto totalmente pessoal e cabe a cada indivíduo fazer sua busca”. Em outra ocasião
disse, “A forma em que um alcoólico deva operar sua dependência de Deus não é assunto de
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A.A. Seja que o faça numa igreja, ou nesta ou naquela igreja, não é assunto de A.A.”. <= Fim
da transcrição.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_aug-sept89.pdf
22. Alcoólicos Anônimos e a Lei. Do Box 4-5-9, Outono 2010 (pág. 5)
Título original: “A.A. y la ley”
Inicio da transcrição => Alcoólicos Anônimos é um microcosmo da sociedade na qual existe.
Posto isso, os problemas do mundo exterior às vezes podem se apresentar dentro dos Grupos de
A.A. Não somos imunes às dificuldades que assediam o restante da humanidade, e quando
questões a respeito das leis e seu cumprimento atravessam nossas portas nem sempre existe uma
solução fácil.
De maneira geral, A.A. tem podido evitar grande parte dos problemas mais sensíveis,
principalmente por termos aderido aos princípios encarnados nas nossas Tradições, tais como o
anonimato, a autonomia, a atração em vez da promoção e a adesão ao nosso objetivo primordial,
ou seja, levar a mensagem ao alcoólico que ainda sofre. Entretanto, quando surgem problemas,
podem causar grandes distúrbios tanto dentro como fora de A.A.
Questões jurídicas, vistas pelos olhos de membros de A.A., podem às vezes ser especialmente
desconcertantes e, ao longo dos anos, alguns AAs e Grupos têm recorrido ao Escritório de
Serviços Gerais – ESG, em busca de ajuda para negociar circunstâncias complicadas que põem
Grupos e membros em situações problemáticas. Por exemplo, um membro ao fazer o Quinto
Passo revela detalhes de um crime não esclarecido. Um alcoólico fala em uma reunião a respeito
de problemas domésticos, talvez a respeito de abuso doméstico ou de menores. A policia
apresenta-se numa reunião para recolher um indivíduo que não está cumprindo as condições
estipuladas para a liberdade condicional.
Estes problemas não são fáceis de resolver e o ESG não pode oferecer uma resposta definitiva. É
possível que existam soluções fora da experiência de A.A. Perguntas que exigem respostas
jurídicas estão fora da competência de A.A. Como expresso na página 112 do livro Doze Passos
e Doze Tradições “... somos pessoas com problemas que encontramos uma saída...” Com
passados desesperados e futuros dificultosos, muitos membros atuais e possíveis tem tido
problemas com a lei; porém, A.A. não tem opinião a respeito de questões jurídicas; não tem
autoridade – jurídica ou qualquer outra, para controlar ou dirigir a conduta de membros e Grupos
de A.A.
Embora falemos livremente com espírito de confiança nas reuniões e com os padrinhos e
companheiros, todos os membros de A.A. estão sujeitos às mesmas leis que qualquer cidadão
não AA. Nossas comunicações não são confidenciais no sentido jurídico, nem gozamos de
nenhuma condição especial perante os estatutos locais, estaduais ou federais. Ser membro de
A.A. não significa imunidade perante a lei e participar de uma reunião de A.A. não equivale a
estar fora da jurisdição dos oficiais encarregados de fazer cumprir a lei. Como costumamos dizer
na Irmandade, os AAs, como indivíduos, somos “cidadãos do mundo” e não estamos acima da
lei.
Levar a nossa mensagem e cumprir com as nossas Tradições é essencialmente um assunto
interno – não podemos esperar que outras pessoas se orientem por elas como nós o fazemos.
Porém, Alcoólicos Anônimos, em si, não é um mundo isolado e independente.
Como já sabem aqueles que levam a mensagem às instituições de tratamento e correcionais, os
AAs que realizam esse tipo de serviço estão obrigados a cumprir com os regulamentos das
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instituições; de maneira parecida, as reuniões e Grupos de A.A. têm que pagar aluguel e cumprir
com as obrigações pautadas com os proprietários.
No referente a A.A. e questões jurídicas, é mais ou menos igual. Vivemos dentro da sociedade
que nos rodeia. Conforme nossa experiência coletiva, as formas com que temos enfrentado estas
situações podem ser tão variadas como o é nossa Irmandade; na maioria dos casos, a cautela e o
bom senso parecem ter sido os melhores conselheiros. <= Fim da transcrição.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_fall10.pdf
23. Alcoólicos Anônimos e as orações => Do Box 4-5-9, Edição de Natal 2002 (pág. 6-7)
Título original: “La espiritualidad de A.A. tiene cabida para todas las religiones, o ninguna”.
Inicio da transcrição => “Depois de ter lido grande quantidade de material informativo sobre
A.A. em seu sítio na Web (www.aa.org), me armei de suficiente coragem para assistir a minha
primeira reunião” escreveu um iniciante chamado Ben E., numa mensagem eletrônica dirigida
ao Escritório de Serviços Gerais – ESG, no passado mês de julho (em 2002). “Embora me tenha
mantido sem beber desde o dia 11 de junho, minhas primeiras 24 horas de abstinência, acredito
precisar da ajuda e do apoio de um Grupo de A.A. para me assegurar no processo de
sobriedade e evitar uma recaída. A pergunta que quero lhes fazer é a seguinte: como conciliar o
fato de que A.A. parece ter um forte componente espiritual com o fato de que eu sou ateu
convicto? Ofenderei outras pessoas na reunião se não rezo o Pai-Nosso? Seria um fator
perturbador o fato de um incrédulo ficar entre pessoas crentes em Deus?”
Um membro do pessoal do ESG lhe enviou a seguinte resposta: “Podemos lhe dizer, Ben, que
muitos membros de A.A. que foram e ainda são ateus ou agnósticos, têm podido manter-se longe
do primeiro gole, dia após dia, colocando em prática os princípios da Irmandade representados
pelos Doze Passos e as Doze Tradições. No que dizem respeito à fé, os AAs sóbrios caminham
por trilhas muito diferentes. A.A. não é um programa religioso. Dizemos em nosso Preâmbulo
que não estamos ligados a nenhuma seita ou religião, e que o único requisito para ser membro
de A.A. é o desejo de parar de beber”.
Disse ainda que, “em muitos Grupos dos EUA e Canadá é tradicional encerrar as reuniões
proferindo o Pai-Nosso ou a Oração da Serenidade, porém, cabe ao Grupo determinar fazê-las
ou não e como. É provável que, segundo alguns pioneiros, o costume de rezar o Pai-Nosso
tenha sido herdado do Grupo de Oxford, precursor de A.A.
Os Arquivos Históricos de A.A. guardam materiais explicando que naqueles primeiros tempos
em que não existia literatura própria e nem sequer a Irmandade tinha um nome, os Grupos
pioneiros recorriam a leituras na Bíblia para inspiração e orientação. Com o tempo essa
inclinação religiosa foi desaparecendo na medida em que ficava cada vez mais claro que o
programa de recuperação de A.A. – na medida em que a Irmandade ia produzindo sua
literatura, podia superar todas as barreiras, aí incluídas as barreiras étnicas, políticas, sexuais,
sociais ou religiosas.
Contudo, o Pai-Nosso continuou a ser proferido em muitas reuniões ao redor do mundo. É
razoável supor que esse costume de encerrar as reuniões com essa oração teve continuidade
porque, como Bill W. explicou mais tarde, ‘não queriam encarregar aos oradores e
coordenadores o trabalho, molesto para muitos, de criar suas próprias orações’. Está claro que
em toda a história de A.A. a profissão de qualquer oração tem sido um ato estritamente
voluntário. É procedimento adotado pela maioria dos Grupos, que o responsável pela
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coordenação, ao anunciar qualquer oração, peça aos presentes que o façam ‘se não tiverem
objeção e assim o desejarem’”.
Na carta que Ben recebeu, o membro do pessoal do ESG faz notar: “Bill W. se declarou durante
um tempo como sendo ateu ou agnóstico. Ele acreditava que esse assunto era uma questão de
grande significado para A.A. e por isso foi dedicado ao tema integralmente o Capítulo IV do
Livro Azul – Nós os Agnósticos. Também no folheto ‘Você pensa que é diferente?’, aparecem as
histórias de um agnóstico e de um ateu. A experiência coletiva de A.A. sugere que, para
alcançar a sobriedade e se manterem sóbrios, os alcoólicos precisam aceitar e depender de uma
entidade ou força espiritual que reconheçam como superior a si próprios. Alguns escolhem o
Grupo de A.A. como seu ‘Poder Superior’; outros ao ‘Deus conforme sua própria concepção’; e
outros dependem de conceitos muito diferentes. O mais importante é que os membros, de forma
individual, tenham completa liberdade para interpretar estes valores da maneira que melhor
lhes convir; ou para não pensar neles em absoluto. Quanto a rezar o Pai-Nosso, ou, hoje em
dia, a popular ‘Oração da Serenidade’ – ou participar de qualquer atividade do Grupo, a
decisão cabe unicamente à maioria ou à consciência coletiva do Grupo. A mais ninguém.
Portanto, Ben, você não tem que participar de nenhuma oração, e se alguém se sente ofendido
por isso, não é um problema seu, mas dele. E, enquanto a ser o ‘incrédulo’ do Grupo, isso
também é assunto exclusivamente seu. É de se esperar que encontre um padrinho compreensivo
que possa guiá-lo nos Passos e ajudá-lo a esclarecer suas dúvidas e acalme suas inquietações.
Se você comparecer regularmente às reuniões e se mostrar disposto a servir o Grupo, seus
novos companheiros, sem dúvida, irão lhe proporcionar uma acolhida muito positiva.
Também gostaria de lhe dizer que acredito que a totalidade é algo mais que a soma das partes.
Em muitíssimas reuniões de A.A. a sala parece repleta de fé e amor e carinho mútuo. Estas
coisas eu as sei de uma maneira diferente da costumeira maneira de saber; e, embora não possa
demonstrá-lo, eu sei que é realidade. Alguns companheiros, conhecidos meus ao dizer Deus não
se referem a um ser sobrenatural ou seguem o conceito judaico-cristão, porém, querem dizer
uma ‘direção boa e ordenada’ e esse conceito me ajudou a abandonar o círculo de debate a
respeito das crenças de outras pessoas”. <= Fim da transcrição.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_holiday02.pdf
24. Alcoólicos Anônimos e a Medicina: Como os médicos veem A.A. => Desde o apoio inicial do
Dr. Silkworth aos Alcoólicos Anônimos, médicos e associações médicas de todo o mundo nos
têm concedido sua aprovação. Apresentamos em seguida excertos de comentários feitos por
médicos presentes à conferência anual (1944) da Associação Médica do Estado de New York,
onde foi lida uma tese sobre A.A.:
Dr. Foster Kennedy, neurologista:
“Esta organização dos Alcoólicos Anônimos apela para duas das maiores reservas de força
conhecidas pelo homem a religião, e esse instinto de ligação com os semelhantes (...), o ‘instinto
gregário’. Creio que nossa classe deve tomar conhecimento e apreciar essa grande arma
terapêutica. Se assim não fizermos, seremos culpados de esterilidade emocional e condenados
por ter perdido a fé que move montanhas, sem a qual pouco a medicina pode fazer”.
Dr. G. Kirby Collier, psiquiatra:
“Senti que o AA é um grupo que vive independentemente e que obtém os melhores resultados
seguindo sua própria orientação, em consequência da filosofia que adota. Qualquer conduta
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terapêutica ou filosófica que demonstre um índice de recuperação de 50 a 60 por cento deve
merecer nossa consideração”.
Dr. Harry M. Tiebout, psiquiatra:
“Na qualidade de psiquiatra, meditei muito a respeito das relações de minha especialidade com
A.A., tendo chegado a conclusão de que nossa função específica pode muitas vezes consistir em
preparar o caminho para que o paciente aceite qualquer espécie de tratamento ou ajuda
externa. Para mim, agora, a tarefa que cabe ao psiquiatra é a de romper as resistências
internas do paciente, de forma que aquilo que está dentro dele se desenvolva como acontece
quando está sob a ação do programa de A.A.”
Falando pela rede de emissoras de NRC em 1946, sob os auspícios da Associação Médica
Americana, declarou o Dr. W. W. Bauer:
“Os Alcoólicos Anônimos não são missionários; nem uma associação antialcoólica. Eles sabem
que jamais devem beber. Ajudam outros que tenham problemas semelhantes. (...) Nesse
ambiente, o alcoólico muitas vezes vence sua excessiva concentração em si mesmo. Aprendendo
a depender de uma força superior e a ficar absorvido pelo trabalho com os outros alcoólicos,
ele permanece sóbrio, dia após dia. Os dias se transformam em semanas, as semanas em meses
e anos”.
Fazendo referência a seus contatos com o A.A., disse o Dr. John F. Stouffer, psiquiatra chefe
do Hospital Geral de Filadélfia:
“Os alcoólicos que recebemos aqui no Geral de Filadélfia são, na maioria, aqueles que não têm
recursos para um tratamento particular, sendo A.A. de longe o melhor que temos podido
oferecer-lhes. Mesmo entre os raros que aqui acabam vindo de novo, observamos uma profunda
modificação em suas personalidades. Mal se pode reconhecê-los”.
A Associação Americana de Psiquiatria solicitou, em 1949, que um dos antigos membros de
Alcoólicos Anônimos preparasse uma tese para ser lida em sua conferência daquele ano.
Foi atendida a solicitação, tendo a tese sido publicada pelo American Journal of Psychiatry, em
novembro de 1949.
http://www.aaonline.com.br/ver.php?id=136&secao=10
Ver: Alcoolismo => Organização Mundial da Saúde
25. Alcoólicos Anônimos e os membros empregados no campo do alcoolismo => Do Box 4-5-9,
Abr. Mai./1986 (pág. 10-11).
Título original: “Miembros de A.A. Empleados en el Campo del Alcoholismo”
Inicio da transcrição => Os membros de A.A. que trabalham no campo do alcoolismo enfrentam
problemas e por vezes são assediados por dilemas pouco comuns em outras profissões. É
possível que as práticas profissionais pareçam se contrapor à maneira de fazer e aos princípios de
A.A. Por exemplo, é possível que alguma instituição de tratamento envie às reuniões de A.A.
pacientes que, embora dependentes de substâncias químicas, não sejam alcoólicos. O
conselheiro, tendo consciência da unicidade de propósito de A.A. e sabendo que para se tornar
membro de A.A. o único requisito “é o desejo de parar de beber”, deve pedir que para ser
desincumbido desta função?
Ao assistir a reuniões de A.A., o conselheiro recuperado pode ser confrontado com outros
dilemas. Com alguma frequência é possível que seus companheiros de A.A. não vejam com bons
olhos os alcoólicos recuperados que fazem dinheiro “à custa dos demais alcoólicos” ou aqueles
que os demais membros consideram como “espertos em alcoolismo e em outros problemas da
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vida”. Ademais, o “Guia de A.A. para os Empregados no Campo do Alcoolismo”, indicam que
é preferível que os AAs que trabalham em uma instituição de tratamento não assistam às reuniões
que se celebram dentro da mesma nem façam parte de suas atividades.
Em uma esfera em que existem muitos casos de “esgotamento profissional” é conveniente que o
indivíduo não confunda seu programa pessoal com sua vida profissional. Jack C., diretor do
“Programa para Empregados Alcoólicos” de uma empresa, mantém a regra pessoal de não
ocupar encargo algum no Grupo enquanto está aconselhando profissionalmente os alcoólicos.
“Preciso as reuniões para recuperar forças. Durante o dia entrego minha energia aos demais;
assim, à noite, quando assisto às minhas reuniões me encontro como uma esponja, com a
necessidade de absorver tudo para repô-la”. Jack não se incomoda nem se reprime à hora de
compartilhar, mesmo que um cliente se encontre na mesma sala de reunião – a outros
conselheiros, entretanto, estas situações parecem-lhes difíceis.
Há uma quantidade de perguntas diferentes: Deve o AA recuperado revelar seu alcoolismo
quando aconselha seus pacientes? Se o faz, é sempre apenas para o benefício do próprio
paciente? Esta revelação altera sutilmente a natureza da relação terapêutica? Esta revelação
transforma a relação profissional numa relação de Décimo Segundo Passo? O conselheiro deve
considerar todas estas questões. É uma tarefa difícil para a qual se requer muita compreensão e
frequentemente muita paciência.
Jim A., membro do Comitê de Custódios de Instituições de Tratamento, também é conselheiro
profissional e acredita que as soluções para estes e outros problemas com os que nos deparamos
no campo do alcoolismo, podem depender da aceitação dos limites pessoais de cada um. “Um
conhecimento de si mesmo, de seu próprio trabalho, de Alcoólicos Anônimos e um
reconhecimento da própria capacidade para levar a bom termo a tarefa designada, podem
contribuir muito para aliviar os problemas da vida, o trabalho, a saúde e a recuperação
pessoais. O essencial e saber de qual deles se trata”. Acima de tudo, fazer a cada dia o Decimo
Passo, ajudará muitíssimo o conselheiro recuperado a manter seu equilíbrio. “Pode ser útil
assistir reuniões de A.A. onde os membros não conheçam sua ocupação ou não se importem”,
acrescenta Jim. “É um bom conselho manter diferenciadas, dentro do possível, as práticas
profissionais e seu programa pessoal.
Quando as exigências profissionais pareçam se contrapor aos princípios de A.A., discuta-os com
outros profissionais da matéria que tenham problemas parecidos. Faça-o no dia-a-dia”.
Também é conveniente se associar a organizações profissionais, tais como associações de
conselheiros, que são úteis não apenas para se manter atualizado nos assuntos relacionados com
o alcoolismo, mas também como válvulas de segurança, oferecendo a oportunidade de
compartilhar com outros.
Bernie L., membro de A.A. e diretor de um “Programa para Empregados Alcoólicos”, fundou,
faz alguns anos, um Grupo composto por AAs. Empregados no campo do alcoolismo. “No final
dos anos de 1970”, disse Bernie, “começamos a perceber que, devido às pressões da profissão,
os conselheiros começavam a cair como moscas. Precisavam alguém com quem poder falar; de
um fórum para os problemas que tinham em comum”. Os membros deste Grupo – pessoal dos
programas para empregados alcoólicos, trabalhadores nos programas dos Tribunais e da Família,
conselheiros e outros, celebram suas reuniões em jantares mensais onde se discutem assuntos
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como a tensão, o esgotamento profissional, a espiritualidade e os princípios de A.A. Duas vezes
por ano fazem um retiro para relaxar, compartilhar e realizar reuniões de A.A.
Muitos AAs sentem a necessidade de assistir a mais reuniões quando começam a trabalhar
profissionalmente no campo do alcoolismo; outros, ao contrário, assistem a menos reuniões. A
um membro de A.A., que atende em consultório particular, lhe parece que, embora não assista a
muitas reuniões como antigamente, tem maior necessidade de desenvolver a espiritualidade.
Jim conclui dizendo: “O objetivo de todo conselheiro é equilibrar as exigências profissionais e o
serviço A.A. Para alcançar este objetivo devemos dispor tanto dos meios que o programa nos
oferece como dos nossos recursos profissionais. Fazendo uso de alguns destes procedimentos
simples, o conselheiro pode evitar mais facilmente os perigos e dilema lhe permitindo assim,
‘estar ali quando qualquer um estender a mão pedindo ajuda’”.<= Fim da transcrição.
Para mais informação ver: “Guia de A.A. para os Empregados no Campo do Alcoolismo”, no
sítio: http://www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/smg-10_foraamembers.pdf
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_april-may86.pdf
26. Alcoólicos Anônimos - O livro => Em
novembro de 1937, Bill W. e o Dr. Bob
encontraram-se em Akron para avaliar os
resultados do movimento. Contabilizaram
uns quarenta casos de sobriedade,
incluindo eles próprios – Bill três anos e
Dr. Bob dois anos e meio.
Entenderam que o resultado era animador e
consideraram então que poderiam escrever
um livro para servir como texto básico e Da esquerda para a direita, sobrecapas das
Edições 1ª (1939), 2ª (1955), 3ª (1976) e 4ª (2001).
contar a historia e as experiências dos
primeiros tempos da Irmandade e, sem distorções, levasse aquela mensagem aos lugares onde
não poderiam ir pessoalmente. O livro começou a ser escrito em maio de 1938.
Em 1939 o livro estava pronto, mas sem título. A princípio foram cogitados mais de cem títulos,
entre eles “O Copo Vazio”, “O Caminho Seco”, “A Vida a Seco”, “Fronteiras Secas”, “Uma
Saída”, “O Céu”, “A chegada da Aurora”, etc.; por eliminação,
ficaram cinco: “Cem Homens”, abandonado devido às objeções de
Florence Rankin, a primeira mulher a acompanhar o movimento. O
segundo “The Way Out”, algo como, “O Caminho da Saída” é
descartado depois de se constatar que na Biblioteca do Congresso, em
Washington, existiam 25 livros com esse título e outros 12 intitulados
“A Saída”; ao quarto, num acesso de estrelismo Bill pretendeu chamá-
lo de “Movimento Bill W.” do qual desistiu ao ser lembrado que todos
eram seus autores, e até o pretencioso subtítulo propondo “Their
Pathway to a cure” ou algo como “Seu Caminho Para a Cura” para o
qual já tinha sido elaborada um protótipo de capa (à direita). A última
opção veio em decorrência da própria situação: depois de se separar do "Seu Caminho Para a
Grupo de Oxford, os membros do movimento, também sem nome, uns Cura"
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cem entre homens e mulheres sem qualquer referência, passaram a tratar a si próprios como “um
punhado de alcoólicos sem nome”. Derivou daí o título para o livro, “Alcoólicos Anônimos”, e o
nome da Irmandade.
A primeira parte contém a “Introdução”, “A Opinião Do Médico”, escrita pelo Dr. William
Duncan Silkworth, o texto básico e o programa de recuperação de A.A. descrito em onze
capítulos: o 1º Capítulo, “A História de Bill” e o 8º Capítulo, “Às Esposas” ambos escritos por
Joe Worth, o 10º Capítulo “Aos Empregadores”, escrito por Hank P. (que também formatou o
livro), o Capítulo 12º, “O Pesadelo do Dr. Bob”, escrito pelo próprio Dr. Robert Holbrook
Smith, (Dr. Bob), e os Capítulos 2º a 9º e o 11º escritos por Bill Wilson com a participação de
uma equipe de trabalho. A espinha dorsal do livro é o capítulo 5º - “Como Funciona” - que
contém os Doze Passos Sugeridos para a Recuperação.
A segunda parte conta as histórias pessoais dos seguintes seguidores do movimento:
Hank P. “O Incrédulo” - Fitz M., “Nosso Amigo do Sul” - Clarence S., "A Casa do Mestre
Cervejeiro” - Ernie G., “A Escorregada de Sete Meses” - Charlie S., “Uma viagem de trem” -
Bob O., “O Vendedor” – ‘Arch’ T., “O Homem que Dominou o Medo” - Dick S., “Ele
Precisava ser Mostrado” - Joe D., “O Bebedor Europeu” - Florence R., “Uma Vitória
Feminina” - Bill R. , “Um Homem de Negócios em Recuperação” - Harry B. , “Uma visão
diferente” - Jim S., "Viajante, Editor, Estudioso” - Walter B., "O Arrependido” - Marie Bray,
“A Esposa de um Alcoólico" - Tom e Maybell L., “Minha Esposa e Eu" – Bill H., “Sob a tutela
do Tribunal de Sucessões" - Wally G., “Demitido novamente" - Paul S., “A Verdade me
Libertou" - Harold S., “Sorria Comigo" - Harry Z., ”Foi por Pouco" - Norman H., “Um
Agnóstico Educado” - Ralph F., “Outra história Pródiga" - Myron W., “Percepção Tardia" -
Popsy M., “A Caminho" - Ray C., “O Artista Conceitual” - Lloyd T., “A Pedra Rolando".
=> A primeira edição: Para se certificar que o livro seria bem aceito pela opinião pública e não
entraria em conflito com a medicina e a religião, antes de sua impressão, foram feitas
quatrocentas copias mimeografadas e enviadas a profissionais das mais diversas áreas e leigos
interessados no problema do alcoolismo, com o pedido de devolvê-las acompanhadas de
comentários ou sugestões.
Entre as sugestões que vieram de profissionais e simpatizantes do movimento após a distribuição
das cópias mimeografadas do Big Book para comentários, uma delas foi particularmente
importante: ela veio do Dr. Howard, um conhecido psiquiatra de Montclair, Nova Jersey. Ele
salientou que o texto usava demais as palavras “você” e “deve”, e sugeriu que se substituíssem
por “nós” e “deveríamos”. Sua sugestão era remover todas as formas imperativas e de coação,
para que a Irmandade se estabelecesse na base de “nós deveríamos” em vez de “você deve”. O
texto todo foi revisado e adaptado a essa sugestão.
Conforme consta no Registro de Direitos Autorais em
Washington DC, EUA, a primeira edição do livro “Alcoholics
Anonymous” saiu em 10 de abril de 1939 e seu autor e
detentor dos direitos é “Wm. G. Wilson”, a editora, a “Work
Publishing Co.” e o endereço, “17 William St., Newark, New
Jersey”. O registro foi feito no dia 19 de abril de 1939 sob o
número 25687, e a taxa de registro foi de $2,00 (dois dólares).
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Foram impressos os primeiros 4.730 exemplares com a ordem para fazer a impressão com o
papel mais grosso e as letras em tamanho maior que o normal para dar um ar de autoridade
intelectual e justificar o preço (muito elevado naquela época), que foi de 3,5 dólares o exemplar.
Assim, a edição original tornou-se tão volumosa que imediatamente ficou conhecida como Big
Book (Livro Grande). O livro foi encadernado em uma capa de tecido vermelho escuro com as
simples palavras “Alcoholics Annonymous” impressas em cursivo dourado. A sobrecapa, com os
seus familiares vermelho, preto, amarelo e branco, foi desenhada por um artista de nossos
membros, Ray C., cuja história, contada nesse livro, chama-se “O Artista Conceitual”.
A primeira edição em abril de 1939, teve 16 reimpressões e foram distribuídas 300.000 cópias; a
segunda edição foi publicada em julho de 1955; a terceira edição, em 1976. A quarta edição saiu
em fevereiro de 2001.
26.1. Exemplares representativos da evolução da publicação do Big Book (EUA/Canadá):
O exemplar nº 1.000.000 foi presenteado pelo Dr. John L. Norris, Presidente da Junta
de Serviços Gerais, ao 37º presidente dos EUA, Richard Nixon (1913-1994), no dia
16 de abril de 1973.
O exemplar de nº 2.000.000 foi presenteado a Joseph A. Califano Jr. (n. 1931),
Secretário de Estado de Saúde, Educação e do Bem-estar nomeado pelo 39º presidente
dos EUA Jimmy Carter, em junho de 1979.
O exemplar de nº 5.000.000 foi presenteado a Ruth Hock Crecelius (1911-1986),
primeira secretária (não alcoólica) da Irmandade, por ocasião 50º aniversário de A.A.
e da 8ª Convenção Internacional de Montreal, Canadá, em julho de 1985.
O exemplar de nº 10.000.000 foi presenteado a Nellie (Nell) Elizabeth Wing (1917-
2007), secretária e primeira arquivista (não alcoólica) da Irmandade, por ocasião 55º
aniversário de A.A. e da 8ª Convenção Internacional de Seattle, Washington, em julho
de 1990.
O exemplar de nº 15.000.000 foi presenteado em 1996, a Ellie Norris, viúva do Dr.
John L. Norris (1903-1989). (não alcoólico) Custódio emérito, ex-presidente da Junta
de Serviços Gerais.
O exemplar de nº 20.000.000 foi presenteado a Al-Anon, por ocasião 65º aniversário
de A.A. e da 11ª Convenção Internacional de Minneapolis, Minnesota, em julho de
2000.
O exemplar de nº 25.000.000 foi apresentado a Jill Brown, diretora da prisão de San
Quentin, Califórnia, em julho de 2005, na Convenção Internacional de AA, em
Toronto, Canadá.
O exemplar de nº 30.000.000 foi presenteado à Associação Médica Americana -
AMA, representada pela sua antiga diretora Rebecca Patchin, M.D., por ocasião 75º
aniversário de A.A. e da 13ª Convenção Internacional de San Antonio, Texas, em
julho de 2010.
Entre os dias 25 de junho e 29 de setembro de 2012, a Biblioteca do Congresso dos
EUA realizou uma exposição em Washington, DC, mostrando os 88 livros que
“moldaram a Nação Americana e influenciaram na visão que o mundo tem da
América”. Entre esses livros encontra-se o livro “Alcoholics Annonymous” ou Big
Book. (1)
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N.T.(1): Veja o relato desta distinção em: “Alcoólicos Anônimos – o livro, um ícone
cultural” no Box 4-5-9, Outono (Set.) / 2012 (pág. 7-8)
Título original: “El Libro Grande de A.A.: un icono cultural”
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_fall12.pdf
27. Alcoólicos Anônimos - O nome. O nome Alcoólicos Anônimos foi criado em 1938 pelo
jornalista novayorquino Joe W., da revista New Yorker, para compor o título do livro que estava
sendo escrito – o Big Book ou Livro Azul, e que iria conter o texto básico da Irmandade e do qual
ele foi um dos redatores.
Enquanto os seguidores do movimento em Akron haviam-se acomodado facilmente no Grupo de
Oxford nessa cidade com a denominação “Esquadrão Alcoólico do Grupo de Oxford”, os de
Nova York não tiveram boa aceitação naquele Grupo e, convidados por Billy D. - assistente de
Sam Shoemaker, reitor da Igreja do Calvário onde o Grupo de Oxford se reunia - a aceitar seus
procedimentos ou sair, dele se desligaram em janeiro de 1938, quando passaram a se reunir,
primeiro na Cafeteria Stewart, nas proximidades da Igreja Episcopal do Calvário, 237 Park
Avenue South na Rua 21, no Parque Gramercy, Nova York, onde funcionava o Grupo de
Oxford, e depois na casa de Bill W., na Rua Clinton, 182, no Brooklin onde já vinham
acontecendo reuniões habitualmente desde os primeiros meses de 1935; os membros do
movimento nesta cidade, sem nome e sem qualquer referência, passaram a tratar a si próprios
como “um punhado de alcoólicos (pela condição assumida de portadores da doença do
alcoolismo) sem nome”, sugerindo, assim, alcoólicos anônimos.
A expressão foi ganhando corpo e o nome Alcoólicos Anônimos apareceu documentado pela
primeira vez numa carta escrita por Bill W., datada em 15 de Julho de 1938, dirigida ao
Custódio da Fundação do Alcoólico, Willard Richardson (Tio Dick). Em outra carta dirigida ao
Dr. Richards da Universidade Johns Hopkins, com data de 18 de julho, Bill W., volta a utilizar a
expressão “Alcoólicos Anônimos” ao se referir ao título do livro que está sendo escrito e como
nome para o movimento.
O nome aparece oficialmente consagrado com a publicação do livro em 10 de abril de 1939,
com esse título e a referência ao nome da Irmandade na sua Introdução “Nós de Alcoólicos
Anônimos, somos mais de cem homens e mulheres que nos recuperamos...”.
Um mês depois da publicação do livro, em 11 de maio de 1939, foi fundado em Cleveland o
terceiro Grupo do movimento e primeiro Grupo a adotar o nome Alcoólicos Anônimos, por
Clarence S., frequentador do “esquadrão alcoólico” do Grupo de Oxford de Akron (ver Grupo
de Oxford), que passou a se reunir na casa de Abby G.
Em 14 de maio de 1939, um domingo à tarde, realizou-se na casa de Hank P. e Kathleen em
Montclair, NJ, a primeira reunião o Grupo New Jersey de Alcoólicos Anônimos.
28. Alcoólicos Anônimos no Brasil => Em 1946 chegou ao Rio de Janeiro o publicitário americano
Herbert (“Herb”), L. (1904-1973), com um contrato por de três anos para trabalhar como
diretor artístico de uma multinacional do ramo de publicidade. Alcoólico, tinha ingressado num
Grupo de A.A. em Chicago (EUA) em 1943. Em 1945 casou-se com Elizabeth Lee Treadwell,
não alcoólica que se tornaria grande amiga de A.A. Antes de viajar para o Brasil esteve na
Fundação do Alcoólico em Nova York, para se informar se poderia encontrar algum membro de
A.A. por aqui. Deram-lhe o nome de Lynn Goodale, a quem Bob Valentine – um amigo de Bill
W., teria abordado numa passagem pelo Rio em 1945 e alcançado a sobriedade. Não
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encontrando Lynn, comunicou à Fundação, pediu outros nomes e colocou-se à disposição para
servir como contato no País.
Em julho de 1947, recebeu o endereço de um AA, e alguns libretos e folhetos em español. Numa
carta recebida em outubro, a Fundação “manifesta sua felicidade pelo início de um Grupo de
A.A. no Brasil”.
Não havendo registro do acontecido entre os meses de julho e outubro de 1947, a JUNAAB
considera como oficial, para efeito de datação, uma ata escrita no livro de registros do Grupo
“A.A. do Rio de Janeiro” onde consta: “Data – aniversário.
Na reunião de hoje deliberamos comemorar o 3º (terceiro) aniversário da fundação do Gr.
“A.A. do Rio de Janeiro” no dia 5 (cinco) próximo.
A referida data ficará, por tradição, como a data oficial da fundação do Grupo.
Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1950
“Fernando, secretário”.
Em função disto, o dia cinco de setembro de 1947, passou a ser a data oficial da fundação do
primeiro Grupo de A.A. no Brasil.
Sabe-se que o Grupo também se chamou “A.A.. Rio Nucleus” e os
primeiros membros reuniam-se nas casas de alguns deles. A partir de
1949, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), à Rua
Araújo Porto Alegre, 71, Castelo. Mais tarde se mudariam para a Rua
Santa Luzia.
No início de 1948, Herb conseguiu publicar o primeiro de uma serie
de artigos sobre o alcoolismo, primeiro no jornal “O Globo” e depois
no “Brazil Herald” em língua inglesa. Como resultado dessa
publicidade, um morador de Ingá em Niterói, Kenneth W., pediu ajuda
para assistir seu irmão arruinado pela bebida, o contabilista e consultor
de empresas Harold W. (1905-?), anglo-brasileiro, neto de ingleses,
nascido em Santa Teresa no Rio de Janeiro; na manhã do dia 13 de
março de 1948, Herb foi visitar Harold na casa de Kenneth onde morava de favor e lá o esperava
com a mão direita estendida e muito tremula, enquanto a mão esquerda segurava com força um
copo de cachaça.
Deste encontro saiu um acordo segundo o qual Harold tentaria parar de beber substituindo os
goles de cachaça que fosse tomando por água da bica até que o copo contivesse apenas água;
conseguindo isso, que traduzisse o panfleto de A.A., que lhe estava deixando, do inglês para o
português. Então, na próxima quarta feira à tarde, ir a novo encontro com Herb no salão de café
na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Na data marcada bebeu de manhã o que seria seu último gole, e à tarde cumpriu o prometido,
embora não tivesse traduzido o folheto inteiro. Harold foi um dos maiores divulgadores de A.A.
e o responsável direto pela primeira mensagem de A.A. em São Paulo em 1949. Em 1965,
morando na capital paulista foi padrinho e mentor de Donald M. cofundador do Gr. Sapiens, o
primeiro Grupo de A.A. em São Paulo.
Em 1949, o Grupo já contava com doze membros, a maioria brasileiros, também conhecidos
como Os Doze Desidratados. Pouco antes de Herb voltar em junho para os EUA, findado o
contrato de trabalho, chegou Eleanor, que havia ingressado na Irmandade nos EUA e era mulher
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de um Almirante da Marinha americana a serviço no Brasil e que seria de grande valia nas
traduções e na correspondência com o Escritório de Nova York, além de ter sido a primeira
mulher AA no Brasil.
O Grupo Reunia-se todas as segundas feiras numa pequena sala da Associação Cristã de Moços
(ACM).
Em 8 de dezembro de 1952, foram registrados os Estatutos da Irmandade no Brasil e a sigla
A.A. Foi fundado o Grupo Central do Brasil, que durante aquela década centralizou as
atividades de A.A. no País. Instituiu-se a sacola da Sétima Tradição.
Em 1956, havia de treze Grupos brasileiros registrados no catálogo mundial.
Em 1966, Donald M. Lazo, AA de São Paulo, entrou em contato com o GSO (Escritório de
Serviços Gerais em Nova York), oferecendo-se para traduzir o livro “Alcoholics Annonymous”
para o português; foi autorizado a traduzir 11 Capítulos sob algumas condições, entre elas:
1) Que fosse instalado no Brasil um Centro de Distribuição de Literatura (operacional)
2) Que quando fosse criado o Escritório de Serviços Gerais de A.A. no Brasil, o Centro de
Distribuição de Literatura passasse a se constituir parte integrante daquela organização de
serviços
3) Advertência expressa no livro de que os direitos autorais pertencem ao A.A.W.S. (A.A.
World Services, Inc. - Serviços Mundiais de A.A.), e proteção integral quanto ao citado
direito.
Em fins de 1968 existiam no Brasil cerca de 90 Grupos.
O livro Alcoólicos Anônimos ou, “Livro Azul”, como aqui passou a ser conhecido, foi
publicação em novembro de 1969
O atendimento às condições impostas para a concretização do empreendimento para a
publicação do “Livro Azul”, fez com que a Estrutura de Serviços no Brasil decola-se baseada em
três itens:
1) Fundação em 29 de setembro de 1969, em São Paulo, do Centro de Distribuição de
Literatura de A.A. para o Brasil – CLAAB, Sociedade Civil de natureza literária, cuja
primeira diretoria foi formada por Donald, Nascimento, César, Vasco Dias, Melinho,
Fernando P. e José Ferreira, consultor jurídico e contábil. Em 1970, sai Fernando P. e entram
Eloy, Cecília (do Rio) e Ana Maria – primeira servidora não alcoólica.
2) Fundação em 20 de junho de 1971, no Rio de Janeiro, do primeiro Escritório Nacional de
Serviços de A.A. – ENSAA
3) Realização do Primeiro Conclave Nacional em São Paulo, no carnaval de 1974, quando o
CLAAB passou a exercer as funções de Escritório de Serviços Gerais, após o ENSAA do Rio
de Janeiro encerrar suas atividades.
Estes acontecimentos serviram de ponto de partida para um extraordinário crescimento da
Irmandade; em 1975 existiam no Brasil mais de 500 Grupos.
Em 29 de fevereiro de 1976, durante o Terceiro Conclave Nacional, em São Paulo, reuniram-se
os membros do Conselho Diretor do CLAAB e 29 Delegados representando 16 estados, e
criaram a Junta Nacional de Alcoólicos Anônimos do Brasil – JUNAAB. O Estatuto dispunha
que seriam Órgãos da JUNAAB, uma Assembleia Geral, uma Diretoria e o CLAAB. Assim,
A.A. no Brasil credenciava-se a enviar dois representantes para a 4ª Reunião Mundial de
Serviços, em Nova York, em outubro desse ano.
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Nos dias 5 e 6 de abril de 1977, realizou-se em Recife (PE) a Primeira Conferência de Serviços
Gerais – CSG. Recomendou-se que o Conclave Nacional de A.A. – a partir do VI em 1980,
realizado em Porto Alegre, seria denominada Convenção Nacional de A.A., fosse realizado a
cada dois anos, e a Conferência de Serviços Gerais anualmente.
Na 5ª Conferência de Serviços Gerais realizada entre os dias 16 e 18 de março de 1981 na cidade
de São Paulo, foi oficializado, para uso no Brasil, o emblema e o pavilhão da Irmandade tal
como descritos pelos Serviços Mundiais de A.A. O emblema substitui o existente à época no
Brasil, criado pelo CLAAB, onde constava, além dos três legados oficiais de A.A. mundial, um
quarto legado – Responsabilidade – e eram representados por um quadrado circunscrito no
emblema original. Também nesta Conferência recomendou-se o desmembramento
Administrativo Financeiro e Físico do CLAAB/ESG, ficando o CLAAB apenas como
distribuidor de literatura de A.A. para o Brasil, enquanto o ESG assumiria de fato os Serviços
Gerais (Executivo) de A.A. em nível nacional.
Em 07 de novembro de 1981 foi inaugurada a nova sede do ESG, que se desmembrou do
CLAAB, constituindo Estatuto próprio, com registro no Terceiro Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas de São Paulo, sob nº 27.091, em 02/10/1981, com a denominação de "Os
Estatutos de Alcoólicos Anônimos do Brasil Escritório de Serviços Gerais S/C. AABESG", que
funcionou à Rua Itaipu, 31, Praça da Árvore, Vila Mirandópolis, São Paulo - SP.
Durante a 6ª Conferência de Serviços Gerais, realizada em Fortaleza em 1982, foi aprovado o
Estatuto da JUNAAB e nele constou, pela primeira vez, legalmente instituída, a Junta de
Custódios. No ano seguinte, 1983, na 7ª Conferência, realizada em São Paulo, foram eleitos
nossos primeiros Custódios, em número de nove, sendo três não alcoólicos e seis membros da
Irmandade, cuja posse se deu na 8ª Conferência, em Blumenau – SC, em 1984.
Nesta Conferência, a Junta deixa de ser Junta Nacional de Alcoólicos Anônimos do Brasil
(JUNAAB), para ser Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil. Por ser
difícil a pronúncia de JSGAAB, optou-se por mudar o nome e manter a sigla JUNAAB, mais
fácil de pronunciar e já conhecida de todos os membros.
Com a publicação e divulgação do Manual de Serviços, em 1983, algumas Áreas iniciaram a
implantação experimental da Estrutura de Serviços Gerais, resultando na participação e
aceitação dos RSG´s.
Em agosto de 1985, durante a 2ª Reunião de Serviços Nacionais da Junaab em Baependi, MG,
foi aprovado o projeto que resultaria na criação da Revista Brasileira de A.A., cujo número
“Zero” foi lançado em Campo Grande, MS, em novembro desse ano.
Devido a problemas técnicos e editoriais, a revista foi transferida para ser editada e publicada em
Brasília, sob nova direção, com o nome de Revista Vivência. Adquiriu um formato bem menor,
quase de bolso e foi instituída a assinatura anual.
Em 1986, na 10ª Conferência realizada em João Pessoa (PB), recomendou-se a sistemática das
contribuições proporcionais, 60-25-15, para os Órgãos de Serviço, assim distribuídas: 60% para
as Centrais Intergrupais – hoje ESLs, 25% para os Comitês de Área e 15% para a JUNAAB.
Em 1988 a Irmandade no Brasil assumiu compromissos de apadrinhamento de países africanos
como Angola, Moçambique, Guiné, Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe.
Em 1990, a Revista Vivência instalou-se em Fortaleza, e a partir de 1993 passou a ser editada
em São Paulo.
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Em 1995 foram reformulados os Estatutos da JUNAAB, e a edição da Revista Vivência - que até
então era uma empresa autônoma com diretoria própria, passou a ser responsabilidade do Comitê
de Publicações Periódicas – CPP, da JUNAAB.
A partir da Conferência de Serviços Gerais de 2007 a Junta de Serviços Gerais de AA do Brasil
resolveu se adequar à estrutura mundial de A.A. Nesse sentido resolveu que os nossos
Delegados à Reunião de Serviço Mundial seriam também Custódios Alcoólicos. Até então
nossos DRSM levavam as decisões da Junta de Custódios do AA do Brasil para a RSM, mas não
participavam dessa tomada de decisões.
No ano de 2008 ficou evidente que havia necessidade um adjunto de Tesoureiro Geral, um não
alcoólico que pudesse suprir as ausências do nosso titular e assim foi criado o encargo de
Custódio de Serviços Gerais não alcoólico, Tesoureiro Geral II.
Portanto a nossa atual Junta de Custódios é composta por 14 Custódios, sendo 04 não alcoólicos
(Dois Nacionais: Presidente e 1º Vice-Presidente e dois de Serviços Gerais: Tesoureiro Geral I
e Tesoureiro Geral II) e 10 alcoólicos, membros da Irmandade (Dois de Serviços Gerais:
Secretário/a (Diretor/a Geral do ESG) e Diretor/a Financeiro/a do ESG; Seis Regionais:
Custódios das Regiões: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste, Norte-I e Norte-II [Um 2º Vice-
Presidente e cinco Diretores da Junta]; Dois Nacionais: Delegados à Reunião de Serviço
Mundial e Diretores da Junta)
29. Alcoólicos Anônimos no Mundo => Segundo
o relatório da 63ª Conferência de Serviços
Gerais realizada em Nova York entre os dias
21 e 27 de abril de 2013, divulgado no Box 4-
5-9 do Verão 2013, com base em primeiro de
janeiro de 2013 - o cálculo estimado de
Grupos nos EUA era de 59.321; no Canadá,
5.093; Grupos em Instituições Correcionais
(EUA/Canadá), 1.499; Grupos fora dos EUA e
Canadá, 48.726; Total estimado de Grupos no
mundo todo, 114.642. O nº estimado de
membros era de 1.295.656 nos EUA; 93.071 no Canadá; membros em Instituições Correcionais
(EUA/Canadá), 36.828; membros fora dos EUA e Canadá, 705.902. Total estimado de membros
no mundo todo, 2.131.549. A.A. esta presente em aproximadamente 170 Países, incluindo 63
Escritórios de Serviços Gerais autônomos.
Ver relatório completo em:
http://www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/sp_box459_summer13.pdf
Obs.:
O Escritório de Serviços Gerais não faz registro dos membros. A informação aqui
prestada está baseada nas informações dadas pelos Grupos inscritos no ESG em seus
relatórios e não representa um cálculo exato de quem se considera membro de A.A.
30. A.A. Grapevine, Inc. (1) => É uma das duas corporações operacionais da Junta de Serviços
Gerais de A.A. (a outra é A.A.W.S.) na estrutura dos EUA/Canadá. Atualmente tem sete
diretores: dois Custódios de serviços gerais, dois Custódios regionais, um Custódio não
alcoólico e a diretora/ editora executiva, que também ocupa a função de presidente da
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corporação. A junta reúne-se trimestralmente para
considerar assuntos tais como a circulação, as finanças e
as operações editorias da Grapevine e “La Viña” – sua
equivalente em español.
Publica a revista internacional de Alcoólicos Anônimos
Grapevine (pronuncia-se greipvain) - algo como “A
Videira”, em formato impresso e de áudio junto com
coleções de artigos da revista Grapevine em forma de
livros, CDs e no seu sítio na Web. Divulga a experiência, força e esperança dos membros de
A.A., seus amigos e familiares levando sua mensagem a mais de 250.000 pessoas cada mês. A
circulação média mensal da revista impressa gira em torno de cem mil exemplares.
A Grapevine foi lançada por um grupo de seis voluntários em junho de 1944 como um boletim
para os AAs da área metropolitana de Nova York, mas Bill W. e a redação logo perceberam seu
potencial para unificar os Grupos largamente dispersos e informar o público a respeito do novo
programa. “Que seus raios de esperança e experiencia iluminem sempre a corrente de nossa
vida em A.A. e, também algum dia, todo canto escuro deste mundo alcoólico”, escreveu Bill W.
no primeiro número, que foi enviado a todos os Grupos dos EUA e Canadá e aos AAs membros
da forças armadas durante a Segunda Guerra Mundial. Um ano e meio mais tarde, Bill escreveu
aos Grupos perguntando-lhes se gostariam que a Grapevine fosse sua revista nacional. Queria
que fosse publicada uma revista que “reflita, com toda exatidão que fosse possivel a voz de toda
a Irmandade, e não as opiniões de nenhum indivíduo, grupo ou organização – nem sequer nosso
Escritório Central ou da Fundação do Alcoólico, embora, é claro, deva estar minimamente
vinculada à fundação do Alcoólico para assegurar sua continuidade e integridade básica”. Os
Grupos adotaram a revista imediatamente e em 1949 era chamada “A revista mensal
internacional de Alcoólicos Anônimos” e “Nossa reunião impressa”.
Entre 1944 e 1971, Bill W. publicou aproximadamente 150 artigos e editoriais na Grapevine,
incluindo duas séries de ensaios para apresentar as Tradições (2). Bill também se valeu da
Grapevine para apresentar à Irmandade a ideia da Conferência de Serviços Gerais e para colocar
a prova sua proposta de mudar a proporção da Custódios alcoólicos e não alcoólicos na Junta de
Serviços Gerais. Para Bill, a revista era o principal meio de comunicação com os Grupos; e em
anos posteriores, seus artigos na Grapevine serviram para explicar e esclarecer muitos dos
principios espirituais básicos de A.A.
Publicado pela primeira vez no número de junho de 1947, o Preâmbulo – baseado no prefâcio à
primeira edição do Livro Azul, foi escrito pelo primeiro chefe de redação da Grapevine, e vários
artigos publicados originalmente na Grapevine foram reproduzidos como histórias na segunda e
terceira edições do Livro Azul (nas edições para EUA/Canadá) e em outros livros e folhetos
aprovados pela Conferência.
Para conhecer a revista, veja =>http://www.aagrapevine.org/
N.T. (1): Embora não exista como entidade autônoma – é de responsabilidade do Comitê de
Publicações Periódicas da Junaab, seu equivalente no Brasil é a Revista Brasileira de
Alcoólicos Anônimos, Vivência – ver abaixo.
N.T. (2): Uma coletânea desses artigos escritos por Bill W. para a Grapevine está recolhida no
livro “A Linguagem do Coração” - Junaab, código 104.
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Uma segunda coletânea encontrasse no livro “Despertar Espiritual” – Junaab, código
121. A terceira coletânea, “Despertar Espiritual II” - (Spiritual Awakenings II), teve
sua tradução recomendada pela Conferência de Serviços Gerais de 2012 e está em
processo de tradução pelo Comitê de Literatura da Junaab.
31. Alcoholics Anonymous World Services Inc. (A.A.W.S.) => Ou, Serviços Mundiais de
Alcoólicos Anônimos (1). É uma das duas corporações operacionais da Junta de Serviços Gerais
de A.A. (a outra é A.A. Grapevine) na estrutura dos EUA/Canadá. Está constituída no Estado de
Nova York, USA, como uma sociedade sem fins lucrativos. Os Custódios da Junta de Serviços
Gerais de A.A. são seus membros e elegem os diretores, nove ao todo: dois Custódios de
serviços gerais, dois Custódios regionais, três diretores não Custódios, um membro do pessoal
assalariado, e o Diretor geral do Escritório de Serviços Gerais-ESG, que é o presidente da
corporação. A junta reúne-se dez vezes ao ano para considerar os pontos inscritos na pauta do
dia, tais como a preparação de orçamentos das operações de serviços e de publicações, fixar
preços das publicações novas ou revisadas, atividades de serviço do ESG, implementação das
recomendações da Conferência e da junta de Serviços Gerais, questões de propriedade literária e
permissão para reimprimir nossa literatura.
Os Comitês da Junta de A.A.W.S. : Dada a quantidade e complexidade dos assuntos que
A.A.W.S. têm que tratar, a junta realiza grande parte do seu trabalho através de quatro comitês
que se reúnem em sessão separada da plenária da junta e apresentam seus relatórios e
recomendações posteriormente à junta. Estes comitês são os seguintes:
Serviços: cuida das necessidades dos departamentos de serviço e se esforça para melhorar a
comunicação entre a junta de A.A.W.S. e a Irmandade. Este comitê é o responsável pela
supervisão do sítio na Web de A.A. do ESG.
Finanças e Administração: cuida dos salários e orçamentos, e a revisão de contas.
Publicações: cuida dos assuntos de edição, reimpressão e tradução da nossa literatura e demais
assuntos editoriais.
Nomeações: Nomeia os novos diretores de A.A.W.S., e Custódios de Serviços Gerais. Todos os
membros deste comitê são Custódios-diretores.
N.T. (1): Esta entidade não tem equivalente na estrutura de serviços de A.A. no Brasil. Todas
as funções a ela atribuídas são exercidas por Comitês específicos da Junaab.
32. Alcoolismo => Dipsomania (do grego dipsa, ‘sede’ + mania). O alcoolismo resulta do abuso de
bebidas alcóolicas, que podem ser bebidas fermentadas, como o vinho, a cerveja, a cidra, etc., ou
bebidas destiladas, como a aguardente, os licores, os aperitivos, etc.
No decorrer da digestão, o álcool não experimenta nenhuma transformação. Atravessa a mucosa
intestinal e passa, tal e qual, para o sangue da veia porta hepática. O excesso de álcool no sangue
provoca o alcoolismo que pode ser ocasional ou crónico.
A seguir à ingestão de uma bebida alcoólica, o sangue e, por conseguinte, quase todos os órgãos
são mais ou menos impregnados de álcool. Esta impregnação pode ser medida pela alcoolemia,
isto é, o número de gramas de álcool por litro de sangue.
Em jejum, a absorção do álcool é rápida e a alcoolemia atinge rapidamente um valor elevado.
Bebido com a refeição, o álcool mistura-se com os alimentos, sendo absorvido mais lentamente,
e a alcoolemia é mais baixa. Bebido em jejum (por exemplo, um aperitivo), o álcool é mais
nocivo do que quando acompanha uma refeição.
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Podemos distinguir duas formas de alcoolismo: o alcoolismo agudo ou embriaguez e o
alcoolismo crónico ou etilismo. Esta última forma é mais discreta, mas também mais vulgar. É a
forma mais perigosa de intoxicação alcoólica e uma das maiores causas de decadência física e
psíquica.
O alcoolismo agudo ou embriaguez é consequência do consumo ocasional de grande quantidade
de bebidas alcoólicas. A elevação rápida da taxa de álcool no sangue desencadeia alterações no
comportamento cuja importância varia conforme os indivíduos (uns têm um “vinho alegre”,
outros um “vinho triste”) e a taxa de alcoolemia atingida. As alterações observadas são sempre
devidas à ação direta do álcool nos diferentes centros do encéfalo. Quando a alcoolemia
ultrapassa os 3,4 g/l, ocorre o coma alcoólico, que pode terminar na morte.
O alcoolismo crónico, embora resulte de uma repetição muito frequente da embriaguez, está
presente na generalidade dos consumidores que bebem diariamente uma quantidade de álcool
superior àquela que o organismo pode tolerar. A natureza da bebida tem pouco significado, o
que conta é a quantidade de álcool ingerido e a duração da intoxicação.
Numerosos órgãos são atingidos pela ação do álcool: coração, vasos sanguíneos, pulmões, tubo
digestivo, glândulas endócrinas, sistema nervoso, etc. O fígado e o cérebro são os órgãos mais
sensíveis à intoxicação alcoólica e a sua alteração é causa de numerosas mortes, cujo número
permite avaliar o grau de alcoolismo de uma população.
O alcoolismo é uma verdadeira doença, caracterizada pela dependência do indivíduo
relativamente ao álcool. Começa por um consumo “normal” de álcool, mas, pouco a pouco, por
razões psicológicas ou sociais (condições de trabalho, “código de boas maneiras” a respeitar,
falta de vontade, facilidade em adquirir bebidas alcoólicas, etc.), o álcool torna-se uma
verdadeira droga. O bebedor torna-se “escravo” da bebida. Para manter um comportamento
normal tem necessidade de uma certa quantidade de álcool no sangue. A tolerância do seu
organismo aumenta, a sua necessidade cresce progressivamente e aparecem perturbações graves
no caso de uma paragem abrupta da bebida.
O álcool é o instrumento do alcoolismo, mas não a causa da doença. Isto porque o tratamento do
doente não consiste unicamente em deixar de beber e fazê-lo perder o gosto pelo álcool, mas
também em procurar as motivações profundas que estão na origem desse abuso de bebidas
alcoólicas. É impossível tratar um alcoólico se ele não quiser.
http://www.infopedia.pt/$alcoolismo,2
32.1. Primeiros estudos sobre o alcoolismo => Ainda no início e na
metade do século XIX alguns médicos, pesquisadores e estudiosos
passam a tecer considerações sobre as causas da embriaguez.
Em 1849, o médico e professor de Medicina sueco Magnus Huss
(1807-1890), foi o primeiro a classificar sistematicamente os
danos atribuídos à ingestão de álcool. O Dr. Huss cunhou o termo
alcoolismo usando-o para rotular o que ele considerou ser uma
doença crônica, recidiva (passível de reincidência ou recaída) e
para definir o que se chamava embriaguez habitual, como “um
impulso mórbido (doentio), periódico e irresistível que leva Dr. Magnus Huss
algumas pessoas a ingerir grandes porções de bebida alcoólica”.
A partir dessa definição, tanto na Europa como nos EUA, alguns médicos começaram a
fazer pesquisas em relação ao assunto e também alguns órgãos ligados à educação
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começaram a elaboração de projetos educativos. Porém, nos EUA, com o advento da
Emenda 18ª que proibiu a fabricação, venda, troca, transporte, importação, exportação,
distribuição, posse e consumo de bebida alcoólica (ver Lei Seca), em 1919, as pesquisas
para compreender o alcoolismo mergulharam na hibernação e os procedimentos
tradicionais contra os bêbados continuaram.
32.2. Estudos sobre o “moderno alcoolismo” => Somente na segunda metade da década de
1930 teve inicio um movimento a respeito do que hoje se entende por “moderno
alcoolismo” e que começou com a fundação de Alcoólicos Anônimos em 1935, e a criação
em 1937, do Conselho de Pesquisa sobre Problemas do Álcool – RCPA.
No outono de 1933, poucas semanas antes da promulgação da Emenda 21ª, que revogava
a Emenda 18ª (a Lei Seca) - por ocasião da sua primeira internação, Bill W., co-fundador
de Alcoólicos Anônimos, ouviu do Dr. William D. Silkworth (1873 – 1951), diretor do
Hospital Towns e um dos poucos médicos dessa época a tratar com seriedade o conceito
do alcoolismo como doença apesar da Lei Seca, que “o alcoolismo não é vício no sentido
de defeito grave ou costume censurável, como se entende a prática
da alcoolatria, mas sim uma doença física e mental, progressiva e
incurável caracterizada, por uma ‘obsessão mental’ que leva seus
portadores a beber compulsivamente, e uma ‘alergia física’ que
podem levá-los à loucura ou à morte prematura”.
Alcoólicos Anônimos foi o primeiro movimento social para o
tratamento do alcoolismo no século XX. Em maio de 1935, Bill
W., sóbrio havia apenas cinco meses, levou a definição de doença
oferecida pelo Dr. Silkworth, acrescida da condição espiritual - em
função dos conhecimentos adquiridos no Grupo de Oxford, ao Dr. Dr. Silkworth
Bob, com a qual este se identificou afirmando que “Nenhuma abordagem espiritual teria
funcionado”. O Dr. Bob conseguiu parar de beber, e os dois se juntaram para fundar
aquilo que viria a ser a Irmandade de Alcoólicos Anônimos, que não existiria na forma em
que a conhecemos, não fosse o conceito de doença. Embora a Irmandade seja leiga e nunca
se tenha proposto a usar seu programa como procedimento de cura da doença, método
educativo, ou crença religiosa mas, unicamente como forma de ajudar os alcoólicos que
sofrem. Assim, o estudo da patologia, a procura e pesquisa dos métodos e medicamentos
para o tratamento da doença, A.A. reputa unicamente à ciência da Medicina e seus
detentores, os médicos; a educação diz respeito unicamente aos Educadores e ao Estado, e
o trato de teologias e coisas da alma e do espírito, para aqueles que acreditam, cabe aos
teólogos, clérigos e religiosos.
O motivo e o objetivo da existência de A.A. está resumido no primeiro parágrafo da
Prefácio à Primeira Edição do Big Book, ou Livro Azul, publicado em abril de 1939:
“Nós, de Alcoólicos Anônimos, somos mais de cem homens e mulheres que nos
recuperamos de uma aparentemente irremediável condição mental e física. Demonstrar a
outros alcoólicos exatamente como nos recuperamos é o principal objetivo deste livro...
Muitos não compreenderão que o alcoólico é uma pessoa doente. E ademais, temos a
certeza de que a nossa maneira de viver é benéfica para todos”.
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Quase que imediatamente à criação do movimento de alcoólicos criado em junho de 1935
e que resultaria em A.A., reiniciaram-se as pesquisa a respeito da doença do alcoolismo
nos EUA, com a criação de algumas organizações importantes, sendo a primeira, em 1937,
o Conselho de Pesquisa sobre Problemas do Álcool - RCPA , uma organização filiada à
Sociedade Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).
Em maio de 1949, a convite do Dr. Kirby Collier (1879-1954), de Rochester, Nova
York, um dos primeiros a reconhecer a validade do programa de A.A. no campo da
psiquiatria, Bill W. participou de um simpósio sobre alcoolismo na reunião anual da
Associação Psiquiátrica Americana realizada em Montreal, Canadá. A aceitação de seu
discurso, “A Sociedade de Alcoólicos Anônimos”, sinalizou a aprovação e o
reconhecimento daquela comunidade do programa e da Irmandade.
Em 1950, a Associação Médica Americana aceitou as investigações e conclusões do
Centro de Estudos do Álcool da Universidade de Yale, líder dos movimentos a reconhecer
o alcoolismo como um grave problema de saúde pública e reconheceu formalmente o
alcoolismo como uma doença tratável.
Em 1951, a Irmandade de Alcoólicos Anônimos foi homenageada pela Associação
Americana de Saúde Pública concedendo-lhe o Prêmio Lasker, em “reconhecimento
formal do êxito de A.A. no tratamento do alcoolismo como doença e na eliminação de seu
estigma social”.
32.3. Centro de Estudos do Álcool => Em 1939, foi criado no
Laboratório de Fisiologia Aplicada e Biodinâmica, dirigido
pelo médico Dr. Howard Wilcox Haggard (1891-1959), na
Universidade de Yale, New Haven, Connecticut, o Centro
de Estudos do Álcool, liderado pelo Doutor em Ciências,
pesquisador e bioestatístico Elvin Morton Jellinek (1890-
1963); este foi o primeiro centro de investigação
interdisciplinar relacionado com os problemas decorrentes
do uso do álcool.
Em 1943, a demanda crescente por informações sobre o Marty Mann e E. M. Jellinek
alcoolismo levou este Centro a fundar a Escola de Verão de Estudos do Álcool, e que
veio a ser o primeiro programa educacional do País sobre o alcoolismo. Uma das primeiras
pessoas interessadas a freqüentar os módulos educativos desta Escola, já nesse ano, foi
Marty Mann (1904-1980), que havia ingressado em A.A. em 1939. Marty estava
convencida de que deveria trabalhar no campo da educação alcoólica, especialmente
àquela destinada às mulheres.
Em 1944, o Centro também iniciou o Plano de Clínicas de Yale, o primeiro ambulatório
para o tratamento do alcoolismo, seguido do Plano de Yale para Negócios e Indústria,
precursor dos programas de assistência aos alcoólicos empregados em empresas e que
funciona ainda nos dias de hoje.
As investigações de Jelinek contribuíram em muito para difundir os estudos sobre os
efeitos do álcool; ele criou o conceito de “doença do alcoolismo” que, por um breve
período foi conhecido como “doença de Jellinek”. A partir de suas investigações foi
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acelerado o movimento de pesquisa e a procura por tratamento para a doença e dos
problemas decorrentes do abuso do álcool.
32.4. Comitê Nacional de Educação sobre Alcoolismo => Em outubro de 1944, Jellinek
fundou, junto com Marty Mann (1), o Comitê Nacional de Educação sobre Alcoolismo –
CNEA, um esforço singular centrado na popularização do conceito de doença do
alcoolismo, que mais tarde viria se transformar em Conselho Nacional sobre Alcoolismo
– CNA, fundamentado em três premissas:
1. O alcoolismo é uma doença e seus portadores são doentes alcoólicos.
2. O alcoólico pode ser ajudado e vale a pena ajudar.
3. O alcoolismo é um problema de saúde pública e, portanto, uma responsabilidade
pública.
(N.T.: 1) Neste episódio da criação do CNEA, Marty Mann recebeu o apoio explícito dos
editores da então recém criada revista Grapevine, de Bill Wilson e do Dr. Bob
cujos nomes apareciam nos cabeçalhos dos papeis timbrados. Embora o CNEA
não estivesse ligado oficialmente à Irmandade de A.A., o apóio da revista, que
representava o pensamento de A.A., e dos cofundadores dava essa impressão.
Para confundir mais as coisas Marty proferia palestras quebrando seu
anonimato como membro de A.A. ao falar da nova organização. Os membros de
A.A. não gostaram desta intromissão em assuntos alheios à Irmandade e, em
menos de um ano, os cofundadores retiraram seus nomes e Marty prometeu que
deixaria de se identificar como AA em suas palestras referentes ao CNEA.
32.5. A classificação do Alcoolismo segundo a Associação Psiquiátrica Americana => Em
1952 a Associação Psiquiátrica Americana (APA), publica a primeira edição do DSM-I
(Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), ou, Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), que proporciona em linguagem comum,
critérios uniformes para a classificação dos transtornos mentais. É usado nos Estados
Unidos e em vários graus ao redor do mundo, por médicos, pesquisadores de drogas
psiquiátricas, agências de regulamentação, empresas farmacêuticas e de seguros de saúde,
assessores políticos, etc. Já, nesta edição, a primeira, o alcoolismo passou a ser tratado
como doença conforme a definição da Associação Médica Americana.
Veja: http://en.wikipedia.org/wiki/Diagnostic_and_Statistical_Manual_of_Mental_Disorders
32.6. A classificação do Alcoolismo segundo a Organização Mundial da Saúde => A questão
do impacto sobre a saúde provocado pelo abuso do álcool já vinha sendo objeto de
discussão pela Organização Mundial da Saúde (OMS), (agência subordinada à ONU
criada em 1948; sua sede é em Genebra, Suíça), desde o início dos anos 50, compondo um
processo longo de maturação (que até hoje ainda é objeto de contendas médico-
científicas). Consta que em 1953 a OMS, através do seu Expert Comittee on Alcohol, já
havia decidido que o álcool deveria ser incluído numa categoria própria, intermediária
entre as drogas provocadoras de dependência e aquelas apenas formadoras de hábito.
Em 1965, a OMS recebeu um estudo subscrito por doze cientistas de diferentes partes do
mundo, especializados em alcoolismo, para que a organização estudasse e avaliasse com o
rigor necessário, se o alcoolismo seria ou não doença. Concluídos os estudos e a avaliação,
em 01 de janeiro de 1967, a OMS definiu o alcoolismo como “uma doença crônica, com
aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de
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álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida
pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada”, e
foi incorporado ao Código Internacional das Doenças (CID-8), a partir da 8ª
Conferência Mundial de Saúde. No CID-8, os problemas relacionados ao uso de álcool
foram inseridos dentro de uma categoria mais ampla de transtornos de personalidade e de
neuroses que foram divididos em três categorias: dependência, episódios de beber
excessivo (abuso) e beber excessivo habitual.
Atualmente (2013), o alcoolismo consta no Capítulo V da 10ª revisão do Código
Internacional de Doenças - CID-10 Capítulo V, que se refere aos Transtornos mentais e
comportamentais devido ao uso de substancias psicoativas.
Os códigos atuais para os diagnósticos por uso do álcool são:
F10. 0 => Intoxicação aguda
F10. 1 => Uso nocivo
F10. 2 => Síndrome de dependência
F10. 3 => Estado de abstinência
F10. 4 => Estado de abstinência com delirium
F10. 5 => Transtorno psicótico
F10. 6 => Síndrome amnésica
F10. 7 => Transtorno psicótico residual e de início tardio
F10. 8 => Outros transtornos mentais e de comportamento
F10. 9 => Transtorno mental e de comportamento não-especificado
Para saber mais veja: http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f10_f19.htm
33. Alcoolista, ou etilista => De álcool+ista. Característica da pessoa que sofre pelo uso
compulsivo de álcool; que sofre de alcoolismo. Pessoa alcoólatra.
Nome dado pela Organização Mundial da Saúde e pelos órgãos de saúde do Brasil - a partir de
uma portaria de 1990, do Ministério da Saúde - para designar os dependentes de álcool em
tratamento de abstinência.
34. Alegria => É expressa por sorrisos, contentamento, em seguida pode ser verbalmente
agradecida. O tempo até passa mais rápido do que você imagina, o estímulo da alegria vem
através dos cinco sentidos que dão prazer, e logo a alegria. Alegria é um só termo que descreve
prazer por outras palavras, mais socialmente aceite. Segundo Alexei Lisounenko, alegria se
traduz em aceitação, ou seja, você aceitar quem de fato você é, assim possibilitando até mesmo
mudanças em sua vida. Ele frisa que esta aceitação está longe do conformismo, onde você aceita
sua vida de uma forma negativa, sem perspectiva de mudança. Alegria é dar alegria! De forma
alegre! Por ser contagiante, a alegria melhora a qualidade de vida do ser humano. A alegria pode
ser considerada um sentimento contrario a tristeza, uma vez que a pessoa fica mais sociável, se
sente mais confiante e determinada.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegria
Ver: Tristeza
35. Alergia => É uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao
organismo, ou seja, uma hipersensibilidade imunológica a um estímulo externo específico. Os
portadores de alergias são chamados de “atópicos” ou mais popularmente de “alérgicos”.
O organismo capaz de apresentar uma reação de hipersensibilidade diz-se estar sensibilizado. As
reações alérgicas, sendo reações imunológicas, são extremamente específicas, reagindo o
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organismo sensibilizado exclusivamente ao determinante antigênico usado como imunógeno ou
uma estrutura semelhante...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alergia
Veja este artigo de março/1937, do Dr. Silkworth:
http://www.barefootsworld.net/aasilkyloveddrunks.html
36. Alucinação => Alucinação é a percepção real de um objeto inexistente, ou
seja, são percepções sem um estímulo externo. Dizemos que a percepção é
real, tendo em vista a convicção inabalável que a pessoa manifesta em
relação ao objeto alucinado, portanto, será real para a pessoa que está
alucinando.
Sendo a percepção da Alucinação de origem interna, emancipada de todas variáveis que podem
acompanhar os estímulos ambientais (iluminação, acuidade sensorial, etc.), um objeto alucinado
muitas vezes é percebido mais nitidamente que os objetos reais de fato.
Tudo que pode ser percebido pode também ser alucinado e isso ocorre, imaginativamente, com
maior liberdade de associações de formas e objetos. Na Alucinação, por exemplo, um leão pode
aparecer de asas, ou um caracol que cavalga um ouriço. O indivíduo que alucina pode ter
percebido isoladamente cada umas das formas e, mentalmente, combinado umas com as outras.
As alucinações podem manifestar-se também através de qualquer um dos cinco sentidos, sendo
as mais frequentes as auditivas e visuais. O fenômeno alucinatório se diferencia da ilusão no que
tange à existência de estímulo externo já que na Alucinação não há estímulo e na ilusão o
estímulo é percebido de forma deformada, ou em uma simplificação a ilusão é um “engano” dos
sentidos.
O fenômeno alucinatório tem conotação muito mais mórbida que a ilusão, sendo normalmente
associado a estados psicóticos que ultrapassam a simplicidade de um engano dos sentidos. Na
Alucinação o envolvimento psíquico é muito mais contundente que nos estados necessários à
ilusão.
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=103
37. Alucinógeno => Uma substância que induz alterações do senso-
percepção, do pensamento e dos sentimentos parecidos aos das psicoses
funcionais, sem, no entanto, produzir as importantes alterações da
memória e da orientação características das síndromes orgânicas.
A maioria dos alucinógenos é ingerida. O uso característico é episódico,
sendo que o uso crônico e frequente é extremamente raro. Os efeitos manifestam-se de 20 a 30
minutos após a ingestão e consistem em dilatação pupilar, elevação da pressão arterial,
taquicardia, tremor, hiperreflexia e a fase psicodélica (que consiste em euforia ou alterações
variadas do humor, ilusões visuais e distorções perceptivas, borramento dos limites entre o eu
interior e o mundo exterior, e frequentemente uma sensação de fusão com o cosmos). São comuns
as flutuações rápidas entre a euforia e a disforia. Após umas 4 a 5 horas, esse quadro pode ser
substituído por ideias de auto referência, sentimentos de aumento da consciência do eu interior, e
uma sensação de controle mágico.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
38. Alucinose => Um transtorno que consiste em alucinações persistentes ou recorrentes, em geral
visuais ou auditivas, e que ocorrem com clareza de consciência, mas que o indivíduo afetado
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pode ou não reconhecer como irreais. Pode ocorrer uma elaboração delirante das alucinações,
mas os delírios não dominam o quadro clínico.
39. Amizade => Do latim amicus; amigo, que possivelmente se derivou de amore;
amar, ainda que se diga também que a palavra provém do grego. É uma relação
afetiva, a princípio, sem características romântico-sexuais, entre duas pessoas. Em
sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo
e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo. Neste aspecto, pode-se dizer que uma
relação entre pais e filhos, entre irmãos, demais familiares, cônjuges ou namorados, pode ser
também uma relação de amizade, embora não necessariamente.
A amizade pode ter como origem um instinto de sobrevivência da espécie, com a necessidade de
proteger e ser protegido por outros seres. Alguns amigos se denominam “melhores amigos”. Os
melhores amigos muitas vezes se conhecem mais que os próprios familiares e cônjuges,
funcionando como um confidente. Para atingir esse grau de amizade, muita confiança e
fidelidade são depositadas.
Muitas vezes os interesses dos amigos são parecidos e demonstram um senso de cooperação.
Mas também há pessoas que não necessariamente se interessam pelo mesmo tema, mas gostam
de partilhar momentos juntos, pela companhia e amizade do outro, mesmo que a atividade não
seja a de sua preferência.
A amizade é uma das mais comuns relações interpessoais que a maioria dos seres humanos tem
na vida. Em caso de perda da amizade, sugere-se a reconciliação e o perdão.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amizade
40. Amigos de A.A. => Perto de muitos AAs encontram-se mulheres, maridos, mães, pais, filhos e
filhas - aqueles que viveram a noite escura do alcoolismo, aqueles que esperaram com dedicação
e esperança uma manhã cheia de luz que estava para chegar.
Sua fé e fidelidade foram justificadas e hoje também se beneficiam da nossa sobriedade.
Nossa gratidão é algo que nenhum de nós pode dizer em palavras, mas esperamos que todas as
pessoas queridas que nos cercam compreenderão a dimensão do agradecimento que existe dentro
de nossos corações.
Aos nossos amigos da medicina, cujos conhecimentos, fé e ajuda sem limites foram investidos
na formação de nossa irmandade e em seu crescimento, nos mais de três quartos de século
transcorridos desde o início de nossa irmandade;
Aos amigos mensageiros de A.A., homens e mulheres da imprensa e de todos os meios de
comunicação que têm levado a mensagem de A.A. para os alcoólicos sofredores e suas famílias;
Somente Deus sabe quanta miséria e quantas mortes eles têm evitado, ao narrar a história de
A.A. para o mundo.
E aos amigos - homens e mulheres da Justiça - que encaminham muitos outros homens e
mulheres a nossa instituição o nosso muito obrigado.
http://aabr.com.br/ver.php?id=208&secao=20
41. Amnésia => Perda ou perturbação da memória (completa ou parcial, permanente ou temporária),
atribuível tanto a causas orgânicas como a psicológicas. A amnésia anterógrada é a perda da
memória de duração variável para eventos e vivências subsequentes a um incidente causal, após
a recuperação da consciência. A amnésia retrógada é a perda da memória de duração variável
para eventos e vivências que precederam um incidente causal.
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Ver: Síndrome de Wernicke – Korsakoff
Ver: Apagamento
42. Amor => Do latim amor. é o nível ou grau de responsabilidade, utilidade e prazer com que
lidamos com as coisas e pessoas que conhecemos.
O amor, para ocorrer, não importando os níveis: se social, afetivo, paternal ou maternal, fraternal
- que é o amor entre irmãos e companheiros - deve obrigatoriamente ser permitido. O que
significa ser amor permitido? Bem, de fato quase nunca se pensa sobre isso porque passa tão
despercebido que se atribui a um comportamento natural do ser humano ou de outros seres
vivos. Mas não, a permissão aqui referida toma-se por base um sentimento de reciprocidade
capaz de dar início e alargar as relações de afetividade entre duas ou mais pessoas ou seres que
estão em contato e que por ventura vêm a nutrir um sentimento de afeição ou amor entre si.
A permissão ocorre em um nível de aceitação natural, mental ou físico, no qual o ser dá abertura
ao outro sem que sejam necessárias quaisquer obrigações ou atitudes demeritórias ou confusas
de nenhuma das partes. A liberdade de amar, quando o sentimento preenche de alguma forma a
alma e o corpo e não somente por alguns minutos, dias ou meses, mas por muitos anos, quiçá
eternamente enquanto dure e mais nas lembranças e memórias.
Por que você me ama? Porque você permitiu. Essa frase remete ao mais simples mecanismo de
reciprocidade e lealdade, se um pergunta ao outro a razão de seu sentimento de amor em direção
a ele, a resposta só poderia ser essa. A razão do sentimento de amor em direção à outra pessoa
recaí na própria pessoa amada, que em seus gestos, palavras, pensamentos e ações conferiu
permissão a que a outra pessoa ou ser - podendo até ser um animal de estimação - o dedicasse
aquele sentimento de amor.
O amor pode ser entendido de diferentes formas, e tomado por certo conquanto é um sentimento,
dessa forma é abstrato, sem forma, sem cor, sem tamanho ou textura. Mas é por si só: O
sentimento em excelência; o que quer dizer que é o sentimento primário e inicial de todo e cada
ser humano, animal ou qualquer outro ser dotado de sentimentos e capacidade de raciocínio
natural.
Todos carecem de amor e querem reconhecer esse sentimento em si e nos outros, não
importando idade ou sexo. O amor é vital para nossas vidas como o ar, e é notoriamente
reconhecido que sem amor a criatura não sobrevive conquanto o amor equilibra e traz a paz de
espírito quando é necessário.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amor
43. Angústia => Chamamos de angústia a forte sensação psicológica, caracterizada por
“abafamento”, insegurança, falta de humor, ressentimento e dor. Na moderna psiquiatria é
considerada uma doença que pode produzir problemas psicossomáticos.
A angústia é também uma emoção que precede algo (um acontecimento, uma ocasião,
circunstância), também se pode chegar a angústia através de lembranças traumáticas que
dilaceraram ou fragmentaram o ego.
Angústia quando a integridade psíquica está ameaçada, também costuma haver angústia em
estados paranoicos onde a percepção é redobrada e em casos de ansiedade persecutória.
A angústia exerce função crucial na simbolização de perigos reais (situação, circunstância) e
imaginários (consequências temidas).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ang%C3%BAstia
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44. Anonimato => do grego anonymos, pelo latim anonymu. Estado de quem é anônimo. Sem
nome, sem denominação. Hábito ou sistema de escrever sem assinar.
45. Anonimato em A.A. => desde seus primeiros dias, A.A. tem assegurado o anonimato pessoal a
todos os que freqüentam suas reuniões. Como os fundadores e primeiros membros de A.A.
também eram alcoólicos em recuperação, eles sabiam por experiência própria o quanto a maioria
dos alcoólicos se sentia envergonhada quanto a seu modo de beber, e o
quanto receava expor-se ao público. O estigma social do alcoolismo era
enorme, e os primeiros membros de A.A. perceberam que uma rigorosa
garantia de confidencialidade era imperativa se quisessem ter sucesso na
tarefa de atrair e ajudar outros alcoólicos a alcançar a sobriedade.
Com o passar dos anos o anonimato provou ser uma das maiores
contribuições que A.A. oferece ao alcoólico que ainda sofre. Sem ele,
muitos nunca assistiriam à sua primeira reunião. Embora o estigma tenha, até certo ponto,
diminuído, a maioria dos recém-chegados ainda acha a admissão de seu alcoolismo tão dolorosa
que prefere fazê-lo num ambiente protegido. O anonimato é essencial para criar esse ambiente
de confiança e de compreensão.
Embora a privacidade seja muito importante para os novos membros, é notável como a maioria
deles fica ansiosa por compartilhar a boa nova de sua afiliação a A.A. com suas famílias. Tal
revelação, contudo, é sempre uma escolha pessoal: A.A. como um todo procura assegurar que
cada membro, individualmente, permaneça tão anônimo e protegido quanto o queira, desde que
se compreenda que o anonimato na imprensa, rádio, televisão e filmes é essencial para nossa
sobriedade e crescimento contínuos – tanto em nível pessoal como de grupos.
Tradicionalmente, os membros de A.A. sempre cuidaram de manter seu anonimato em nível
público: na imprensa, no rádio, na televisão, no cinema e, mais recentemente, na Internet.
Nos primeiros dias de A.A., quando a palavra “alcoólico” carregava um estigma maior do que
hoje, era fácil entender este receio de identificar-se publicamente. À medida que Alcoólicos
Anônimos foi crescendo, logo se tornaram evidentes os valores do anonimato.
Primeiro, sabemos, por experiência, que muitos bebedores-problema vacilariam em recorrer a
Alcoólicos Anônimos se acreditassem que seu problema seria assunto de discussão pública,
ainda que por descuido. Os novatos devem ter a possibilidade de buscar ajuda com total
segurança de que sua identidade não será revelada a ninguém fora da Irmandade.
Ademais, acreditamos que o conceito de anonimato pessoal tem também um significado próprio
para nós - que contribui para refrear os impulsos de reconhecimento pessoal e de poder, prestígio
e riqueza que provocaram tantas dificuldades em outras sociedades. Nossa eficácia relativa ao
trabalho com os alcoólicos poderia ver-se prejudicada em alto grau se buscássemos ou
aceitássemos o reconhecimento público.
Ainda que todo membro de A.A. tenha total liberdade para interpretar as Tradições de A.A.
como melhor lhe aprouver, não se reconhece a nenhum indivíduo a legitimidade de ser porta-voz
da Irmandade em nível local, nacional ou internacional. Cada membro fala unicamente por si
mesmo.
Alcoólicos Anônimos tem uma dívida de gratidão com todos os meios de comunicação pelo que
eles têm contribuído, ao longo dos anos, em reforçar a Tradição de Anonimato. O
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CTO/JUNAAB envia correspondência regularmente aos meios de comunicação para explicar-
lhes essa Tradição e pedir-lhes que cooperem para que ela seja cumprida.
Por diversas razões, um membro de A.A. pode “quebrar” seu anonimato deliberadamente
perante o público. Já que isso é um assunto de escolha e consciência pessoais, obviamente a
Irmandade como um todo não tem nenhum controle sobre tais desvios da Tradição. Não
obstante, fica bem claro que os membros que o fazem, não têm a aprovação da maioria
esmagadora de seus companheiros de Alcoólicos Anônimos.
Para saber mais veja os folhetos da Junaab:
Código 216 – “Entendendo o Anonimato”
Código 245 – “Guia de orientação de A.A. para a Internet”
46. Ansiedade => Ansiedade, ânsia ou nervosismo é uma característica biológica do ser humano,
que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais
desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido, medo
intenso, aperto no tórax, transpiração etc.
Esses dois aspectos, tanto a ansiedade quanto o medo, não surgem na vida da pessoa por uma
escolha. Acredita-se que vivências interpessoais e problemas na primeira infância possam ser
importantes causas desses sintomas. Além disso, existem causas biológicas como anormalidades
químicas no cérebro ou distúrbios hormonais. Ansiedade é um estado emocional que se adquire
como consequência de algum ato.
Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente com a vida atribulada atual. A
ansiedade acaba tornando-se constante na vida de muitas pessoas. Dependendo do grau ou da
frequência, pode se tornar patológica e acarretar muitos problemas posteriores, como o
transtorno da ansiedade. Portanto, nem sempre é patológica.
Ter ansiedade ou sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua autoestima,
ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga ser incapaz de realizá-las. Dessa forma, o
termo ansiedade está de certa forma ligado à palavra medo, sendo assim a pessoa passa a ter
medo de errar quando da realização de diferentes tarefas, sem mesmo chegar a tentar.
A Ansiedade em níveis muito altos, ou quando apresentada com a timidez ou depressão, impede
que a pessoa desenvolva seu potencial intelectual. O aprendizado é bloqueado e isso interfere
não só no aprendizado da educação tradicional, mas na inteligência social. O indivíduo fica sem
saber como se portar em ocasiões sociais ou no trabalho, o que pode levar a estagnação na
carreira.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ansiedade
47. Antabuse => (anti-abuso em inglês). Nome comercial de uma droga a base de enxofre (em latim
súlfur) cujo princípio ativo é o dissulfiran e é usada como inibidora do uso de bebidas alcoólicas
(no Brasil também é conhecida como “Tira-álcool”). A droga, em forma de pó, pode ser
adicionada à comida ou a líquidos não alcoólicos e provoca o acúmulo de acetaldeído, um
produto extremamente tóxico.
Seus efeitos, se ingerido álcool, são extrema vaso-dilatação e conseqüente queda de pressão
arterial, taquicardia e cefaléia, além de um gosto horrível de enxofre (sulfiran-like). O paciente
rejeita o álcool por associação aos efeitos relatados.
O tratamento deve contar com seu consentimento. Quando administrada às escondidas, sem o
conhecimento do/a usuário/a, o uso do álcool pode gerar reações exageradas, como insuficiência
respiratória, arritmias cardíacas, convulsões, o que pode levar a óbito.
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48. Apadrinhamento => Ato ou efeito de Apadrinhar => (De a + padrinho + ar). Ser padrinho.
Proteger, favorecer, defender. Patrocinar, sustentar. Pôr-se sob a proteção.
Ver: Padrinho
49. Apadrinhamento em A.A. (1) => Em Alcoólicos Anônimos, apadrinhamento é o processo em
que um alcoólico que já fez algum progresso no programa de recuperação, partilha essa
experiência de uma forma contínua e individual, com outro alcoólico que está tentando conseguir
ou manter a sobriedade através de A.A.
A responsabiliodade do apadrinhamento, embora não escrita e informal, é uma parte básica da
maneira de A.A. efetuar a recuperação do alcoolismo através dos Doze Passos.
Não há regras específicas, mas um bom padrinho, que provavelmente deveria contar com um ano
ou mais de sobriedade continuada, deve parecer feliz na sobriedade e convém que, dentro das
possibilidades do Grupo, homem apadrinhe homem e mulher amadrinhe mulher para evitar
envolvimentos emocionais, nem sempre saudáveis.
O apadrinhamento reforça a sobriedade do membro mais antigo. O ato de partilhar sua
sobriedade torna mais fácil para o veterano a vida sem álcool. Ajudando os outros constatamos
que ajudamos nós mesmos.
Não há qualquer classe ou casta superior de padrinhos em A.A. Qualquer membro pode ajudar o
novato a enfrentar a vida, sem recorrer ao álcool sob qualquer forma.
Tempo de sobriedade é um fator, mas não o único. Os padrinhos eficientes são aqueles homens e
mulheres que têm permanecido sóbrios por tempo suficientemente longo para compreender o
programa sugerido de recuperação delineado nos Doze Passos.
De igual importância é a capacidade de compreensão e paciência, disposição para devotar tempo
e atenção aos membros novos, e o exemplo pessoal como representante de A.A. em ação.
Veja também: http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_april-may03.pdf
N.T. (1): Alguns historiadores de A.A. registram que o primeiro trabalho escrito sobre
apadrinhamento teria sido o panfleto "Apadrinhamento em A.A. - Suas Obrigações
e Responsabilidades”. O panfleto foi escrito por Clarence H. Snyder em 1944 e
impresso pelo Comitê Central de do Grupo de A.A. de Cleveland.
O Dr. Laís Marques, ex-Presidente da Junaab, fez uma magnífica tradução deste
panfleto. Você pode encontra-la em:
http://existeumasolucao.com.br/sala-de-leitura/arquivos/apadrinhamento.pdf
Veja a versão original em: http://www.barefootsworld.net/aasponsorship1944.html
50. Apagamento => É uma amnésia anterógrada aguda (a perda da habilidade de criar novas
memórias e absorver novas informações), não associada com perda de consciência, resultante de
ingestão de álcool e de outras substâncias; um período de perda de memória durante o qual há
pouca ou nenhuma lembrança do que se passou. É, por vezes, chamado de “palimpsesto
alcoólico” quando ocorre no curso da ingestão crônica de álcool.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
51. Área => Do latim área, cf. eira. Medida de uma superfície. Superfície plana, delimitada.
Extensão de terreno. Campo de ação; esfera; domínio...
52. Área em A.A. => (na estrutura EUA/Canadá). As áreas foram formadas para facilitar a
representação dos grupos na Conferência de Serviços Gerais, a qual foi criada, ainda
experimentalmente, em 1951 para colocar a Irmandade de Alcoólicos Anônimos nas mãos de
seus membros e assegurar que “seja ouvida a voz de A.A. em sua plenitude”. Com a criação das
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áreas veio a criação do encargo de Delegado para representá-las. “Uma área pode ser constituída
por um estado ou província (1), ou parte de um estado ou província, ou por várias partes de
mais de um estado ou província, conforme seja necessário para servir a população de A.A. e
satisfazer suas necessidades”. As áreas são numeradas pela ordem alfabética de suas sedes (com
algumas exceções), começando pelos estados de EUA; por exemplo, Área 1 é Alabama e o
Noroeste da Flórida, Área 2 é Alaska; Área 3 é Arizona.
Em alguns estados ou províncias existe uma grande população de A.A. e por isso são divididos
em várias áreas; por exemplo, é o caso de Ontário, que inclui as Áreas 83, 84, 85 e 86. Desde a
primeira Conferência foram sendo criadas áreas adicionais nos estados e províncias, até um total
de 93.
http://www.aa.org/pdf/products/sp_bm-31.pdf
http:// www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/sp_box459_spring10.pdf
Ver também: Assembleia de Área; Conferência de Serviços Gerais; Painel em A.A.
N.T. 1: - O texto acima se refere à estrutura de A.A. nos EUA e Canadá, onde a divisão
territorial e constituída por Estados – EUA, e Províncias – Canadá.
52.1. Área na estrutura de A.A. no Brasil => Desde a realização da 1ª Conferência de
Serviços Gerais, em abril de 1977, na Cidade de Recife, PE, definiu-se a Área como “o
espaço geográfico dentro do qual se localiza um número adequado de comitês de
distrito, correspondendo a uma unidade federativa da União” (MS 1990), e era
identificada por seu próprio nome: Bahia, São Paulo, etc.
Eram eleitos dois Delegados, um a cada ano, com mandato de dois anos e definiam-se
Delegado de primeiro ano e Delegado de segundo ano.
As Áreas com grande número de Distritos poderiam descentralizar-se em espaços
geográficos menores, formando assim o Setor, que congrega um número mínimo de 3
(três) Distritos. A sede do Setor seria preferencialmente a do Escritório de Serviços
Locais (ESL) a que está vinculado.
A Conferência de Serviços Gerais de 2010 redefiniu o conceito de Área para adequá-lo
às necessidades atuais da maneira que segue:
“Uma Área é o espaço geográfico onde se
localiza um número adequado de Distritos -
adequado em termos de habilidade do
membro do Comitê de manter-se em contato
frequente com eles, para conhecer os seus
problemas e a forma de contribuir para o
seu crescimento e bem-estar.
Uma Área com grande número de Distritos
e/ou grande extensão territorial poderá
desmembrar-se em espaços geográficos
menores, formando Setores.
A formação do quantitativo e abrangência
geográfica dos Setores será definida de
acordo com a autonomia e necessidade de cada Área. Após um período experimental, de
no mínimo um ano, obtendo-se um resultado positivo no funcionamento, esses Setores
poderão se transformar em novas Áreas” (MS 2012).
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Ver: Capítulo III do Manual de Serviço de A.A. – Junaab, código 108
52.2. Classificação das Áreas => Através de sorteio, foram identificadas as Áreas então
existentes – as unidades federativas, com números a partir do número 1 (um) que, por
consenso, foi atribuído a Área do Estado do Rio de Janeiro. Desde então, a denominação
das Áreas ficou assim:
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55. Assembleia de Área (em A.A.) => Toda reunião de RSG’s de uma Área e o Comitê de Área é
uma Assembleia. A Assembleia de Área serve como o motor central da estrutura da Conferência
– a expressão democrática da voz da Irmandade. O Comitê de Área é o responsável pelas
Assembleias e o Coordenador do Comitê de Área é o encarregado pela sua coordenação.
Realiza-se uma Assembleia eleitoral a cada dois anos, pelo menos, para eleger o Delegado e os
servidores do Comitê. Costuma ser programada para o mês de outubro. De maneira geral tanto o
Delegado recém-eleito como os servidores entram em funções no primeiro dia de janeiro.
Podem ser realizadas Assembleias, eventos ou reuniões não eleitorais com a frequência que
convenha à Área. A reunião eleitoral sempre se chama “Assembleia”.
Ver: “Manual de Serviço de A.A.”, Capítulo III - Junaab, código 108.
56. Assertividade => É a habilidade social de fazer afirmação dos próprios direitos e expressar
pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao contexto,
de modo a não violar o direito das outras pessoas. A postura assertiva é uma virtude, pois se
mantém no justo meio-termo entre dois extremos inadequados, um por excesso (agressão), outro
por falta (submissão). Ser assertivo é dizer “sim” e “não” quando for preciso.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Assertividade
57. Ateísmo => Atitude ou doutrina que dispensa a idéia ou intuição da
divindade, tanto na teoria (não recorrendo à divindade para se
justificar ou fundamentar), como na prática (negando que a existência
divina tenha qualquer influência na conduta humana).
Ateísmo, num sentido amplo, é a rejeição ou ausência da crença na
existência de divindades e outros seres sobrenaturais. O ateísmo é
contrastado com o teísmo, que em sua forma mais geral é a crença de
que existe pelo menos uma divindade. Num sentido mais restrito, o
ateísmo é precisamente a posição de que não existem divindades.
O termo ateísmo, proveniente do grego clássico ἄθεος (trans.: atheos), que significa “sem
Deus”, foi aplicado com uma conotação negativa àqueles que se pensava rejeitarem os deuses
adorados pela maioria da sociedade. Com a difusão do pensamento livre, do ceticismo científico
e do consequente aumento do criticismo à religião, a aplicação do termo foi reduzida em seu
escopo. Os primeiros indivíduos a identificarem-se como “ateus” surgiram no século XVIII
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ate%C3%ADsmo
Ver: Agnosticismo
58. Ateu => Do grego átheos [a = ‘sem’ + theos = ‘deus’, ‘divindade’]. Aquele que não crê em
qualquer divindade.
Ver: Ateísmo
59. Atitude => Designa em psicologia a disposição ligada ao juízo de determinados objetos da
percepção ou da imaginação - ou seja, a tendência de uma pessoa de julgar tais objetos como
bons ou ruins, desejáveis ou indesejáveis. A atitude se diferencia da postura pelo maior grau de
concretude dos objetos a que se refere - assim, o limite entre esses dois construtos não é claro.
Como no caso das posturas, há grande dificuldade na busca de uma classificação abrangente de
todas as atitudes possíveis, pois os objetos a que uma atitude se pode referir são muito
heterogêneos e concretos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Atitude
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60. Autoconhecimento => Conhecimento de si mesmo, das próprias características, sentimentos,
inclinações etc.
O conhecimento de si distingue-se do conhecimento de outras coisas (as coisas exteriores ao
sujeito) por ser imediato, no sentido de não depender de evidências. Pode-se dizer que o
autoconhecimento é fruto da introspecção. O sujeito tem acesso privilegiado aos próprios
pensamentos, isto é, conhece os próprios pensamentos de uma maneira que os outros usualmente
não conhecem. Tal acesso privilegiado é a marca da autoridade da primeira pessoa, pois
usualmente o que o sujeito diz sinceramente que pensa deve ser considerado como o que ele
pensa, enquanto o que uma outra pessoa diz que o sujeito pensa usualmente não é um relato que
desfrute da mesma autoridade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoconhecimento
61. Autocrítica => É o processo de análise crítica de um indivíduo (ou, coletivamente, de uma
sociedade ou instituição) sobre seus próprios atos, considerando principalmente os erros que
eventualmente tenha cometido e suas perspectivas de correção e aprimoramento.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autocr%C3%ADtica
62. Autodestruição => Entende-se por autodestruição o comportamento ou comportamentos
negativos e destrutivos que um indivíduo tem para consigo mesmo.
Estes comportamentos podem fazer parte de um processo de evolução física marcado por
tendências suicidas, tentativas de suicídio ou de automutilação, ou pode fazer parte de
comportamentos que arrastam o sujeito para uma morte social, como sejam a perda de
autoestima, o isolamento e a solidão auto infligida, etc.
Há uma enorme recusa e negação face à sua existência no mundo; o sujeito não investe no
mundo, nos outros e, em última análise, em si mesmo. Estes comportamentos podem ser
reveladores de uma depressão culpabilizante.
Estes desejos de morte e o não investimento nos outros podem também levar o indivíduo a
cometer homicídios, que podem ser vistos como equivalentes suicidas.
Em termos psicanalíticos, as condutas de autodestruição podem revelar uma grande atividade e
até mesmo ao extravasar dos mecanismos de defesa do sujeito e uma demanda ambivalente de
compromisso entre a pulsão agressiva, a culpabilidade e uma necessidade de autopunição.
http://www.infopedia.pt/$autodestruicao
63. Autoestima => Em psicologia, autoestima inclui a avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si
mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau.
A autoestima envolve tanto crenças auto significantes (por exemplo, “Eu sou
competente/incompetente”, “Eu sou benquisto/malquisto”) e emoções auto significantes
associadas (por exemplo, triunfo/desespero, orgulho/vergonha). Também encontra expressão no
comportamento (por exemplo, assertividade/temeridade, confiança/cautela). Em acréscimo, a
autoestima pode ser construída como uma característica permanente de personalidade (traço de
autoestima) ou como uma condição psicológica temporária (estado de autoestima). Finalmente, a
autoestima pode ser específica de uma dimensão particular (por exemplo, “Acredito que sou um
bom escritor e estou muito orgulhoso disso”) ou de extensão global (por exemplo, “Acredito
que sou uma boa pessoa, e sinto-me orgulhoso quanto a mim no geral”).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Autoestima
64. Autonomia => Do grego antigo: αὐτονοµία autonomia de αὐτόνοµος autonomos de αὐτο- auto-
"de si mesmo" + νόµος nomos, “lei”, que quando combinados são entendidos como “aquele que
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estabelece suas próprias leis”, é um conceito encontrado na moral, na política, e na filosofia
bioética.
Dentro desses contextos, é a capacidade de um indivíduo racional (não necessariamente um
organismo vivo) de tomar uma decisão não forçada baseada nas informações disponíveis. Na
filosofia ligada a moral e a política, a autonomia, é usada como base para determinar a
responsabilidade moral da ação de alguém.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autonomia
64.1. Autonomia em A.A. => Quarta Tradição (forma longa):“Com respeito a seus próprios
assuntos, nenhum grupo de A.A. está sujeito a autoridade alguma além de sua própria
consciência. Quando, porém, seus planos interferirem no bem-estar de grupos vizinhos,
estes devem ser consultados. Nenhum grupo, comitê regional ou membro deve tomar qual-
quer atitude que possa afetar seriamente A.A. como um todo, sem consultar os custódios
da Junta de Serviços Gerais. Em tais questões, nosso bem-estar comum tem absoluta
primazia”.
Ver: “Quarta Tradição.”, pág. 95-96 no livro A Linguagem do Coração – Junaab, código 104.
65. Autossuficiência => Refere-se ao estado de não necessitar de qualquer ajuda, apoio ou interação
de outros, para sobreviver. É por isso um tipo de autonomia.
Numa escala maior, uma economia totalmente autossuficiente é chamada de autarquia.
O termo autossuficiência é habitualmente usado para certos tipos de vida sustentável, em que
nada é consumido para além daquilo que é produzido pelos indivíduos autossuficientes.
O termo também pode ser aplicado a formas limitadas de autossuficiência. Por exemplo,
produzir a sua própria comida ou ser economicamente independente de subsídios estatais.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autossufici%C3%AAncia
65.1. Autossuficiência em A.A. => Sétima Tradição (forma longa): “Os grupos de A.A. devem
ser inteiramente financiados pelas contribuições voluntárias de seus próprios membros.
Acreditamos que cada grupo deve atingir essa meta em pouco tempo; que qualquer
solicitação de fundos usando-se o nome de A.A. é altamente perigosa seja ela feita por
grupos, clubes, hospitais ou outras agências alheias; que a aceitação de grandes
donativos de qualquer fonte ou de contribuições que acarretem quaisquer obrigações não
é prudente. Vemos ainda com muita preocupação aquelas tesourarias de A.A. que
continuam a acumular dinheiro além da reserva prudente, sem um propósito específico. A
experiência tem nos demonstrado frequentemente, que nada pode destruir nosso
patrimônio espiritual com tanta certeza, como as discussões fúteis sobre propriedade,
dinheiro e autoridade”.
Ver: “A Tradição de Autossuficiência de A.A.”, pág. 412 no livro A Linguagem do Coração – Junaab, código 104.
66. Bafômetro => Nome vulgar dado no Brasil a um aparelho que mede o teor de álcool
(alcoolemia) no sangue através do sopro. Um bafômetro “caseiro” criado pela Universidade de
São Paulo - USP, pode ser improvisado por um tubo de polipropileno transparente de 4 mm de
diâmetro com 15cm de comprimento, no qual se introduz algodão impregnado de dicromato de
potássio (Cr2O7) que, em seu estado natural tem a cor alaranjada. A pessoa a ser testada, deve
soprar, até encher, uma bexiga de borracha e após conectar o tubo à bexiga para esvaziá-la. Se
houver mudança de cor, para verde, a pessoa está alcoolizada.
67. Barbitúrico => é o nome dado a um composto químico derivado do “ácido barbitúrico” ou,
ácido de Santa Bárbara. Foi descoberto por Adolf Von Baeyer em 1864.
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Os barbitúricos fazem parte de um grupo de depressores do sistema nervoso central quimica-
mente derivados do ácido barbitúrico, por exemplo, o amobarbital, o pentobarbital e o
secobarbital. São empregados como antiepilépticos, anestésicos, sedativos, hipnóticos e com
frequência, receitados no tratamento do alcoolismo. O uso agudo e crônico induz efeitos
similares aos do álcool.
Os barbitúricos têm uma pequena margem de segurança entre as dosagens terapêutica e tóxica e
com frequência são letais em superdose. Devido à sua maior margem de segurança, os benzodia-
zepínicos têm substituído amplamente os barbitúricos como sedativos/hipnóticos ou ansiolíticos.
A tolerância aos barbitúricos se desenvolve rapidamente e o risco de uso prejudicial ou de
dependência é alto. Os pacientes que usam estas drogas por períodos prolongados podem tornar-
se dependentes, mesmo quando a dose prescrita não é ultrapassada.
68. Bebedor exagerado, ou bebedor-problema => nome dado por A.A. a partir de 1947, pela
Organização Mundial da Saúde a partir de 1967 e pelos órgãos de saúde do Brasil - a partir de
uma portaria de 1990, do Ministério da Saúde - para designar as pessoas que têm problemas com
seu modo de beber. Até a 10ª reimpressão da primeira edição do Big Book (teve 16
reimpressões), eram usadas no texto as palavras drunk (ard) – bêbado (s) ou alcoólatra (s), para
se referir à condição dos alcoólicos “na ativa”. A partir da 11ª reimpressão, em 1947, essas
palavras foram substituídas pelos termos bebedor exagerado, ou bebedor-problema.
69. Beber problemático => Ato de beber que causa problemas, individuais ou coletivos, de saúde ou
sociais. Antigamente incluía o beber em resposta a problemas da vida. O termo tem sido usado
desde meados de 1960 num sentido mais geral, que evita um compromisso ou uma associação
com o conceito de doença alcoólica. Algumas vezes, o beber problemático é associado ao
conceito de alcoolismo, como um estágio precoce ou menos grave. Um bebedor problemático é
uma pessoa cuja forma de beber resultou em problemas de saúde ou sociais.
Algumas formulações que evitam o rótulo inerente ao termo incluem “problemas relacionados à
bebida” e “problemas com a bebida”. A expressão “beber problemático” tem sido usada por
alguns para designar o conceito relacionado do ato de beber que tem o potencial para causar
problemas (grosseiramente equivalente a uso perigoso de álcool), enquanto “problema da
bebida” é um termo que data da era da temperança e - como “a questão da bebida” - referia-se
às políticas de ação em relação ao álcool como um todo.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
70. Bebidas alcoólicas => Todas as civilizações conhecem
a produção de álcool. No Egito e na Babilônia foram
encontrados relatos de sua utilização, datados de 6000
anos atrás. Foram os árabes que incluíram a destilação,
aumentando assim a eficácia das bebidas, na Idade
Média. No entanto, existe uma grande diversidade de
atitudes diante das bebidas alcoólicas.
Se, para alguns, as bebidas alcoólicas fazem parte do
dia a dia e das principais comemorações - além de
constituírem importante fonte de renda e de impostos,
Egípcios na colheita de frutos para a
para outros, notadamente as civilizações que seguem a produção de bebida alcoólica.
religião islâmica, as bebidas alcoólicas são estritamente
proibidas.
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Os povos indígenas do Brasil produziam uma grande variedade de bebidas alcoólicas
fermentadas a partir frutos, tubérculos, raízes, folhas e sementes. São mais de 80 tipos.
A bebida alcoólica pode ser considerada como a droga mais vendida no planeta, e o alcoolismo,
dela decorrente, é um sério problema de saúde pública mundial.
Pesquisas recentes sobre os efeitos do álcool no cérebro de adolescentes mostram que essa
substância, consumida num padrão considerado nocivo, afeta as regiões responsáveis por
habilidades como memória, aprendizado, autocontrole e principalmente a capacidade motora.
...Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estudos apontam que o "consumo baixo ou
moderado de álcool" resulta em uma redução no risco de doenças coronárias. Porém, a OMS
adverte que "outros riscos para a saúde e o coração associados ao álcool não favorecem uma
recomendação geral de seu uso".
...Foi comprovado que o consumo não moderado de álcool está associado a um maior risco de
doença de Alzheimer e outras doenças senis, angina de peito, fraturas e osteoporose, diabetes,
úlcera duodenal, cálculo biliar, hepatite A, linfomas, pedras nos rins, síndrome metabólica,
câncer no pâncreas, doença de Parkinson, artrite reumática e gastrite. O consumo não moderado
também pode dificultar a memória e o aprendizado, e até piora a pontuação em testes de QI.
Porém, um estudo sobre vinhos publicado na American Journal of Clinical Nutrition descobriu
que vinhos sem álcool possuem os mesmos benefícios do vinho comum, e que o álcool pode
reduzir os benefícios. Acredita-se que sejam os flavonoides presentes no vinho da uva que
protegem contra doenças do coração e alguns tipos de câncer. Eles aceleram o sangue durante o
consumo de bebida. Porém, um estudo recente veio demonstrar que o consumo de álcool é
culpado por mais casos de câncer do que se julgaria.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bebida_alco%C3%B3lica
71. Bem-estar => Do inglês subjective wellbeing. Designa em psicologia a parte subjetiva da saúde
mental, em oposição a sua parte objetiva (ausência de transtorno mental). Esse aspecto subjetivo
da saúde mental se apresenta como um conjunto hierárquico de disposições.
Jens Asendorpf (2004) sugere a seguinte nomenclatura: Em um primeiro nível o bem-estar se
desdobra em uma componente cognitiva chamada de satisfação com a vida (do inglês life-
satisfaction) e uma componente afetiva chamada felicidade (aqui em sentido restrito,
psicológico, do inglês happiness). Assim uma pessoa pode pensar ou saber que está bem, mas
não se sentir bem. A componente afetiva se desdobra por sua vezem uma tendência da pessoa a
experimentar sensações positivas (afetividade positiva) e uma tendência a experimentar
sensações negativas (afetividade negativa). Essas duas disposições são independentes, de forma
que há pessoas tanto com uma afetividade geral baixa (ou seja, que raramente experimentam
tanto sensações positivas como negativas) quanto com uma afetividade geral alta (e assim
frequentemente experimentam sensações tanto positivas quanto negativas). Afetividade negativa
e positiva não se refere, no entanto, apenas à frequência de tais experiências, mas também à sua
intensidade - cada uma é composta assim de duas disposições distintas, que, no entanto possuem
grande correlação entre si. Uma alta afetividade positiva está em correlação com um alto nível
de extroversão enquanto um alto nível de afetividade negativa, em correlação com um alto nível
de neuroticismo. Importante é observar que as duas disposições apenas descritas não se referem
à experiência de sensações positivas ou negativas em uma determinada situação, mas a uma
tendência estável característica da pessoa que se mostra em diferentes situações.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bem-estar
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72. Bíblia => (do grego βίβλια, plural de βίβλιον, transl. bíblion, “rolo” ou “livro”). É o texto de
valor sagrado para o Cristianismo, em que a interpretação religiosa do motivo da existência do
homem na Terra sob a perspectiva judaica é narrada por humanos. É
considerada pela Igreja como divinamente inspirada, sendo que se trata
de um documento doutrinário originalmente compilado pela Igreja
Católica para orientação de suas doutrinas. Segundo a tradição, aceita
pela maioria dos cristãos, a Bíblia foi escrita por 40 autores, entre 1445
e 450 a.C. (livros do Antigo Testamento) e 45 e 90 d.C. (livros do
Novo Testamento), totalizando um período de quase 1600 anos. A maioria dos historiadores
acredita que a data dos primeiros escritos considerados sagrados é bem mais recente: por
exemplo, enquanto a tradição cristã coloca Moisés como o autor dos primeiros cinco livros da
Bíblia (Pentateuco), muitos estudiosos aceitam que foram compilados pela primeira vez apenas
após o exílio babilônico, a partir de outros textos datados entre o décimo e o quarto século antes
de Cristo. Muitos estudiosos também afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas oriundas
de diferentes regiões e nações.
Segundo uma interpretação literal do Gênesis (primeiro livro da Bíblia), o homem foi criado por
Deus a partir do pó, após os céus e a terra, há oito mil anos, e ganhou a vida após Deus soprar o
fôlego da vida em suas narinas.
É o livro mais vendido de todos os tempos com mais de seis bilhões de cópias em todo o mundo,
uma quantidade sete vezes maior que o número de cópias do 2º colocado da lista dos 21 livros
mais vendidos, “O Livro Vermelho” (uma coletânea de citações do líder comunista chinês Mao
Tsé-Tung [1893-1976]).
Divisão em Capítulos: A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de capítulos e
versículos. Para facilitar sua leitura e localização de “citações” o Prof. Stephen Langton (1150-
1228), no ano de 1227 d.C. a dividiu em capítulos.
Divisão em Versículos: Até o ano de 1551 d.C. não existia a divisão denominada versículo.
Neste ano o Sr. Robert Stephanus (1503-1559) chegou a conclusão da necessidade de uma
subdivisão e agrupou os texto em versículos.
Até a invenção da gráfica por Gutenberg, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois
eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso às Escrituras.
O povo de língua portuguesa só começou a ter acesso à Bíblia de uma forma mais econômica a
partir do ano de 1748 d.C., quando foi impressa a primeira Bíblia em português, uma tradução
feita a partir da “Vulgata Latina”.
É composta de 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, mais de 773.000 palavras e
aproximadamente 3.600.000 letras. Se gasta em média 50 horas (38 o Velho Testamento e 12 o
Novo Testamento) para lê-la ininterruptamente ou pode-se lê-la em um ano seguindo estas
orientações: 3,5 capítulos diariamente ou 23 por semana ou ainda, 100 por mês em média.
Encontra-se traduzida em mais de 1000 línguas e dialetos, o equivalente a 50% das línguas
faladas no mundo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia
http://www.vivos.com.br/36.htm
73. Box 4-5-9 (1) => do Box 4-5-9, Out. Nov. / 2002(pág. 1-2)
Título original: “Informa a tu grupo acerca del secreto mejor guardado de A.A. - Box 4-5-9”
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Início da transcrição =>... O boletim informativo Box 459 tem quase o mesmo tempo de
existência que o Escritório de Serviços Gerais. O primeiro número foi enviado no dia 11 de
novembro de 1940, datilografado em formato de carta em uma fola de papel mimeografado,
tamanho oito polegadas e meia por onze polegadas e no
cabeçalho estava escrito “Boletim de A.A.”. Foi criado para
satisfazer a necessidade de comunicação entre o que então se
chamava a Sede Central e os aproximadamente 150 Grupos
conhecidos, e sua declaração de propósito refletia claramente as
condições em que A.A. se encontrava naquela época; “Este
boletim foi criado para fomentar o intercambio de ideias com o
fim de estabelecer um sentimento mais intimo de amizade entre
os Grupos de A.A. da Costa Leste e Oeste e esperamos evitar a
secessão de nossas fileiras do Grupo de São Francisco que
ameaçou com chamar-se ‘Dipsômanos Incógnitos’ a menos que
tenham noticias nossas com mais frequência. Desde faz algum
tempo vem-se considerando a possibilidade de criar um boletim,
porém a ideia foi sendo postergada devido à falta de pessoal e de espaço no escritório. Ao
menos agora temos a equipe e esperamos poder fazer deste boletim uma publicação periódica”.
O boletim estava assinado por Ruth Hock, a secretária não alcoólica de Bill W., e finalizava com
um post-scriptum: “devido a que no momento não nos é possível fornecer copias suficientes
para distribuir a todos os membros de A.A. talvez seja aconselhável que leiam este boletim em
voz alta na reunião”.
Ao longo dos anos, Box 4-5-9 passou por uma série de mudanças e renovações. Em maio de
1956, recebeu o nome de A.A. Exchange Bulletin - Boletim de Intercambio de A.A., e seu
formato foi ampliado para um boletim de quatro páginas com cabeçalho, títulos e artigos. O
primeiro número com o novo nome descrevia seu propósito em termos vigentes até os dias de
hoje: “The Exchange Bulletin foi criado para satisfazer inúmeras petições para ter uma
publicação concisa e para todo o movimento onde apareçam noticias da Sede, informação
básica sobre A.A. em geral e comentários breves que expliquem a maneira com que os Grupos
de A.A. de todas as partes do mundo resolvem determinados problemas”. Eram conclamados os
RSG´s e secretários dos Grupos a “informar à Sede de como o Boletim podia ser cada vez mais
útil nos assuntos dos Grupos”, e avisava que “devido às óbvias limitações de espaço, somente
poderiam ser tratados assuntos de interesse geral”. As noticias da Conferência de Serviços
Gerais daquele ano incluíam a informação de que existiam 6.249 Grupos nos EUA e Canadá
totalizando 135.905 membros. Na página dois aparecia um destaque com um artigo titulado
“Zig-Zag”, que oferecia algumas ideias a respeito de uma determinada maneira de levar a
mensagem: “Um membro de A.A. de Porto Rico informa que enviou literatura a um homem em
Madrid a pedido de um padrinho a quem originalmente lhe havia pedido sua colaboração um
membro irlandês que conhecia o padrinho através de uma mulher membro de Boston,
Massachussets... Bom, o importante é que chegou lá”.
Beth K., membro do pessoal do ESG que se aposentou em 1983, lembrava que tinha que fazer à
mão a montagem do boletim no começo dos anos de 1960. “Publicar o boletim era um assunto
de azar, de último minuto. Tudo era feito no escritório, exceto a impressão. Todos estavam
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muito atarefados e parecia nunca haver tempo suficiente para fazer adequadamente o
trabalho”. Outra funcionária do ESG, a antiga arquivista não alcoólica Nell Wing, disse: “O
escritório ficava num prédio bastante lúgubre no número 415 da Avenida Lexington e se nos
pagava mais com amor do que com dinheiro. Em 1966, criei coragem e pedi um aumento.
Consegui, $5,00, e com isso a responsabilidade de publicar o boletim. Aquele aumento me
custou muitas dores de cabeça”.
Por sugestão de um membro, a partir da edição de natal de 1966, foi
mudado o nome do boletim para o número da caixa postal do ESG
que então era, e continua a ser, o 459, passando a se chamar Box 4-
5-9 (ilustração à direita). Agora uma publicação ilustrada de doze
páginas, com uma apresentação clara e moderna, o boletim é
enviado a mais de 52.000 Grupos do mundo todo e também a
milhares de indivíduos, esta disponível em inglês, francês e español.
Os dias de montagens apresadas feitas à mão, já são coisa do
passado. Atualmente, esse trabalho está nas mãos do Departamento
de Publicações do ESG: a chefia de redação planeja a colocação dos
artigos e das ilustrações, e a composição final e feita num equipamento de edição eletrônica de
última geração. A impressão e a remessa de aproximadamente 60.000 exemplares ficam a cargo
de uma empresa terceirizada. Desde seu começo, Box 4-5-9, tem refletido a situação da nossa
Irmandade, e na medida em que A.A. foi-se expandindo também foi sendo acompanhado pelo
conteúdo do boletim. Atualmente, nos artigos se incluem noticias relacionadas com o serviço de
A.A., particularmente no campo das instituições correcionais e de tratamento, de informação ao
público e de cooperação com a comunidade profissional.
Os artigos compartilham a experiência dos membros nos assuntos básicos – apadrinhamento, a
prática dos Passos e das Tradições, problemas dos Grupos base e soluções, e ampliam a nossa
experiência com as notícias da Irmandade nos EUA e Canadá e outros artigos a respeito dos
acontecimentos de A.A. no mundo todo. Há relatórios de Distritos e programas e projetos de
Área que ajudam a levar a mensagem ao alcoólico que sofre, informação sobre a estrutura de
serviço para os membros que se estão iniciando no serviço – e para os experientes também. Aos
leitores são dados a conhecer os novos Custódios não alcoólicos da Junta de Serviços Gerais e os
novos funcionários do ESG...
Em outras palavras, a próxima vez que você queira saber qualquer coisa a respeito de Alcoólicos
Anônimos procure nas páginas de Box 4-5-9. Se não encontra a resposta, escreva umas linhas
para a OSG: sua pergunta pode servir de inspiração para um futuro artigo. <= Fim da
transcrição.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_oct-nov02.pdf
N.T.(1): O equivalente no Brasil do boletim Box 4-5-9 é a publicação trimestral do Comitê de
Publicações Periódicas – CPP da Junaab, “Junaab Informa”, junto com “Bob Mural”.
73.1. Notificação de Propriedade e autorização de reimpressão dos artigos do Box 4-5-9 =>
© Alcoholics Anonymous World Services, Inc., 2013. Os artigos que aparecem no Box
4-5-9 podem ser reimpressos em publicações locais de A.A. (incluindo sítios de A.A na
Web), sempre que se reimprimam em sua totalidade e se inclua a seguinte declaração:
"Reimpresso do Box 4-5-9 (data do número, página) com permissão de A.A. World
Services, Inc.”.
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Para saber mais:
O Box 4-5-9 é uma publicação trimestral do Escritório de Serviços Gerais de Alcoólicos
Anônimos. 475 Riverside Drive, New York, N.Y. 10115 - ©2013 Alcoholics Anonymous
World Services, Inc.
Endereço postal: P.O. Box 459, Grand Central Station, New York, NY 10163
Endereço eletrônico do GSO (ESG): www.aa.org,
Ou, acessar diretamente=>http://www.aa.org/pages/es_ES/box-4-5-9-news-and-notes-
from-gso=> Escolha no canto superior direito o idioma => inglês, francês ou español.
Você terá acesso direto a todas as edições do boletim Box 4-5-9 publicadas desde o
exemplar de Maio 1956, em inglês; Janeiro 1962, em español; Julho de 1966, em francês.
74. Cartão Azul (Blue Card) => A Conferência de Serviços Gerais (A.A.) de 1987 (EUA/Canadá)
aprovou uma declaração de propósito e o ESG tornou disponível para os Grupos que quiserem
utilizá-lo, um cartaz que ficou conhecido como Blue Card ou, Cartão Azul, com o código F-17
(ao lado). Seu texto:
“Esta é uma reunião aberta de Alcoólicos Anônimos.
Estamos contentes por vocês terem vindo, especialmente os
recém-chegados. De acordo com nossa unicidade de
propósito e nossa Terceira Tradição que afirma que ‘Para ser
membro de Alcoólicos Anônimos, o único requisito é o
desejo de parar de beber’, pedimos a todos os participantes
que limitem os comentários a seus problemas com o álcool”.
“Esta é uma reunião fechada de Alcoólicos Anônimos. Em
conformidade com a singeleza de propósito de A.A., a
participação em reuniões fechadas está limitada às pessoas
que têm o desejo de parar de beber. Se você acha que tem têm
problemas com o álcool, você está convidado a participar
Blue Card - Cartão Azul
desta reunião. Pedimos que, ao discutir os nossos problemas,
nos limitemos unicamente aos que dizem respeito ao alcoolismo”.
http://home.capecod.net/~action-12steps/spur/bluecard.html
75. Ceticismo => Doutrina segundo a qual o espírito humano não pode atingir nenhuma
certeza a respeito da verdade, o que resulta em um procedimento intelectual de
dúvida permanente e na abdicação, por inata incapacidade, de uma compreensão
metafísica, religiosa ou absoluta do real.
Falta de crença em (alguém ou algo); descrença, incredulidade, dúvida.
Ver: Fé
76. Cirrose alcoólica => Uma forma grave de hepatopatia alcoólica caracterizada por necrose e
deformação permanente da arquitetura do fígado devido à formação de tecido fibroso e de
nódulos regenerativos. Esta é uma definição estritamente histológica; o diagnóstico, porém, com
frequência, é clínico.
A cirrose alcoólica acontece principalmente na faixa etária de 40 a 60 anos, depois de no mínimo
10 anos de uso arriscado de álcool. Os indivíduos apresentam sintomas e sinais de
descompensação hepática tais como ascite, edema de tornozelos, icterícia, hematomas,
hemorragia gastrintestinal procedentes de varizes esofágicas e confusão ou estupor devido à
encefalopatia hepática. Por ocasião do diagnóstico, em torno de 30% dos pacientes estão
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“compensados” e relatam queixas inespecíficas tais como dor abdominal, perturbações
intestinais, perda de peso e de massa muscular e fraqueza. O câncer de fígado é uma complicação
tardia da cirrose em aproximadamente 15% dos casos.
A cirrose alcoólica é algumas vezes designada de “cirrose portal” ou “cirrose de Laennec”,
embora nenhum destes termos implique necessariamente uma causa alcoólica.
Em certos países não tropicais nos quais o consumo de álcool é substancial, o uso do álcool é a
principal causa da cirrose. Devido à deficiência de registros de consumo de álcool, a soma global
de mortalidade por cirrose – mais que “cirrose com menção de alcoolismo” – é frequentemente
usada como indicador de problemas ligados ao álcool.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
77. Ciúme => É “a reação complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua
qualidade.”. Provoca o temor da perda e envolve sempre três ou mais pessoas, a pessoa que sente
ciúmes - sujeito ativo do ciúme -, a pessoa de quem se sente ciúmes - sujeito analítico do ciúme -
e a terceira ou terceiras pessoas que são o motivo dos ciúmes - o que faz criar tumulto.
Esse sentimento apresenta caráter instintivo e natural, sendo também marcado pelo medo, real
ou irreal, vergonha de se perder o amor da pessoa amada. O ciúme está relacionado com a falta
de confiança no outro e/ou em si próprio e, quando é exagerado, pode tornar-se patológico e
transformar-se em uma obsessão.
A explicação psicológica do ciúme pode ser uma persistência de mecanismos psicológicos
infantis, como o apego aos pais que aparece por volta do primeiro ano de vida ou como
consequência do Complexo de Édipo não resolvido; entre os quatro e seis anos de idade, a
criança se identifica com o progenitor do mesmo sexo e simultaneamente tem ciúmes dele pela
atração que ele exerce sobre o outro membro do casal; já na idade adulta, essas frustrações
podem reaparecer sob a forma de uma possessividade em relação ao parceiro, ou mesmo uma
paranoia.
Nesse tipo de paranoia, a pessoa está convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade
do parceiro e passa a procurar “evidências” da traição. Nas formas mais exacerbadas, o ciumento
passa a exigir do outro coisas que limitam a liberdade deste.
Algumas teorias consideram que os casos mais graves podem ser curados através da psicoterapia
que passa por um reforço da autoestima e da valorização da autoimagem. Porém várias teorias
criticam a visão psicanalítica tradicional (exemplo: esquizoanálise).
Outros casos mais leves podem ser tratados através da ajuda do parceiro, estabelecendo-se um
diálogo franco e aberto de encontro, com a reflexão sobre o que sentem um pelo outro e sobre
tudo o que possa levar a uma melhoria da relação, para que esse aspecto não se torne limitador e
perturbador.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%BAme
78. Co-dependente => Um parente, amigo próximo ou colega de uma pessoa alcoólico ou
dependente de droga cujas reações são definidas por este termo como tendendo a perpetuar a
dependência daquela pessoa e daí retardarem o processo de recuperação. No início dos anos
1970, os termos co-alcoólico e co-alcoolismo passaram a ser usados entre os que se tratavam de
alcoolismo nos EUA, para caracterizar parentes próximos de alcoolistas (inicialmente a esposa,
em especial). Com a mudança na terminologia de alcoolismo para dependência de álcool, os
temos co-dependente direto e co-dependência passaram a ser usados também para se referir aos
parentes dos dependentes de outras drogas. O uso do termo implica uma necessidade de
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tratamento ou ajuda, e há quem proponha classificar a co-dependência como um transtorno
psiquiátrico. O termo é também usado atualmente no sentido figurado para se referir à
comunidade ou sociedade que age como um facilitador da dependência de álcool ou droga.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
79. Companheirismo => de companheiro + ismo. Procedimento ou convívio cordial, afetuoso,
próprio de companheiro/a; camaradagem, coleguismo.
80. Companheirismo em A.A. => uma das qualidades, além de um ideal comum e de um propósito
comum que definem sua condição de Irmandade: “Existir o companheirismo e o sentido de
unidade, à medida que se descobre a alegria, a força e o compromisso de pertencer a uma
sociedade em seu conjunto. Pode-se encontrar onde o ideal é muito elevado e preciso, onde o
companheirismo é tão forte e profundo que se retribuem uns aos outros, sem esforço consciente,
compreendendo a necessidade não mencionada e reagindo a ela espontânea e imediatamente”.
Ver: Pág. 257/ 5-6 de “A.A. Atinge a Maioridade”, Junaab, código 101
81. Companheiro/a => Que acompanha. Aquele/a que acompanha. Camarada, colega.
Marido/mulher. Estrela visível, ou não, que forma com outra um sistema binário; estrela
companheira.
82. Companheiro/a em A.A.: Tratamento fraternal comunitário com o qual se identificam entre si os
membros de Alcoólicos Anônimos no Brasil.
83. Comportamento humano => O estudo do comportamento do ser humano, tem como objetivo
ajudar a entender as ações realizadas pelas pessoas em determinadas situações. Bem como os
motivos que condicionam tais ações, e todas as possíveis alterações que o meio e as relações
sociais, ao longo da vida, proporcionam a cada indivíduo.
Comportamento humano é a expressão da ação manifestada pelo resultado da interação de
diversos fatores internos e externos que vivemos, tais como: personalidade, cultura,
expectativas, papéis sociais e experiências. Depende do comportamento do ser humano pode vir
de dentro da própria casa, como: brigas dos Pais e familiares, isso pode afetar também o
comportamento do ser humano. Por isso, mudamos tanto com as pessoas que podem estar ao
nosso redor.
Comportamento humano é a ação do ser humano se relacionar ao mundo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento_humano
83.1. Comportamento perturbador nas reuniões de A.A. => Do Box 4-5-9, Outono 2010 (pág.
4-5).
Título original: “Los miembros perturbadores en las reuniones de A.A."
Início da transcrição => No capítulo do Livro Azul “Trabalhando com os outros”,
aparece uma lista de coisas que podem acontecer quando um AA toma a atitude de
“Ajudar a outros é a pedra fundamental da sua própria recuperação”. Ajudar um bêbado
pode supor inúmeras visitas a “delegacias, sanatórios, hospitais, presídios e manicômios.
Em outras ocasiões pode acontecer de ter que chamar a polícia ou uma ambulância.
Ocasionalmente, estas situações terão que ser enfrentadas”. Em resumo, ao assentar a
pedra fundamental da recuperação e ajudar a outros, um membro de A.A. poderá se ver
defrontado com alguma pessoa problemática seja membro também ou não. Nas reuniões
onde AAs encontram bêbados com os quais poderão trabalhar também se apresentam as
possibilidades descritas anteriormente quando se trate de ajudar essas pessoas e, algumas
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vezes, os membros mais ponderados terão que interferir para que a reunião possa
prosseguir com sucesso.
Embora os membros de A.A. se esforcem para adotar certas atitudes e condutas como a de
“Amor e tolerância é o nosso lema”, às vezes o comportamento de um indivíduo
perturbador é tão agressivo e ameaçador que resulte difícil ou impossível ao Grupo
alcançar seu objetivo primordial que é o de levar a mensagem. Além disso, a Primeira
Tradição lembra ao grupo que, “Cada membro de A.A. não é mais do que uma pequena
parte da totalidade. É preciso que A.A. sobreviva, caso contrário a maioria de nós irá
morrer. Por isso, nosso bem-estar comum deverá vir em primeiro lugar”.
A maneira como o Grupo resolve encarar esses membros perturbadores e ameaçadores
podem causar conflitos e controvérsia e devido a isso muitos membros e Grupos recorrem
à experiência compartilhada de outros que conseguiram superar situações semelhantes.
Com frequência, um Grupo, ou um membro, se põe em contato com o Escritório de
Serviços Gerais referindo a conduta perturbadora de alguém em alguma reunião de A.A. O
ESG, além de fazer com que se realizem as ações recomendadas pela Conferência e pela
Junta, também serve como depositário da experiência acumulada dos Grupos de A.A.
Alguns Grupos têm enviado sugestões a respeito de formas para enfrentar o
comportamento perturbador. Um Grupo recomenda que algum membro mais experiente se
dirija ao indivíduo de maneira informal e pessoalmente fale com ele no sentido de lhe
comunicar o problema e procurar sua solução. Os membros do Grupo lembram uns aos
outros que as Doze Tradições devem conduzir toda linha de comunicação e todos deverão
se esforçar sempre para antepor os princípios às personalidades e tratar todos com
paciência, tolerância, compaixão e amabilidade.
Outro Grupo contou como enfrentou essa questão com esse tipo de membro que, porém,
não aceitou responder às solicitações amáveis nem aceitou conversar pessoalmente com
nenhum membro designado pelo Grupo. O Grupo organizou uma reunião de serviço onde
a consciência coletiva foi consultada e os membros decidiram seguir este formato:
1) Cada membro poderia falar unicamente duas vezes a respeito de um determinado
tema.
2) Cada membro somente poderia falar dois minutos a cada vez.
Resultou muito útil ao Grupo definir o membro perturbador como:
1.1 Uma pessoa que interrompe o bom andamento de uma reunião de maneira a não
poder transmitir a mensagem de A.A.
2.1 Uma pessoa cuja conduta intimida ou assusta os participantes da reunião ao ponto de
não poder escutar a mensagem de A.A.
Quando tal situação seja produzida, esse membro será convidado a assistir uma reunião de
serviço convocada para esse fim. Com a presença do membro ou não, o Grupo considera o
problema. Se ele está assistindo se lhe explicam os procedimentos a serem adotados. É
possível que lhe seja pedido para não assistir às reuniões durante um tempo determinado.
Nesse caso, o Grupo não está expulsando o membro de Alcoólicos Anônimos mas apenas
lhe pede para que não assista às reuniões daquele Grupo. A Primeira Tradição de A.A.
assegura aos seus membros que, “Nenhum membro pode obrigar outro a fazer alguma
coisa; ninguém poderá ser punido nem expulso”. Entretanto, é de se esperar que o
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membro em questão veja a dificuldade como uma oportunidade de desenvolvimento e
continue a assistir suas reuniões em outros Grupos na região para manter a sobriedade. De
maneira geral, esta ação representa o último recurso depois de esgotadas todas as
tentativas de pedir ao indivíduo que mude sua conduta e seu comportamento.
Bill W., que sempre recalcou a importância de que os membros se tratem uns aos outros de
maneira tolerante, carinhosa e prestativa, escreveu numa carta em 1969: “Este
comportamento não pressupõe que não possamos excluir aqueles que perturbam as
reuniões ou interferem seriamente no bom funcionamento do Grupo. Temos que lhes dizer
que se calem ou que vaiam a outro lugar para voltar quando estejam em melhor condição
para participar”.
E, de fato, a Bill não lhe eram estranhos os alvoroços, as controvérsias e as perturbações
nas reuniões de A.A. Porém, confiava em que as dificuldades poderiam resultar em
desenvolvimento e progresso. No livro “A.A. atinge a maioridade”, diz, “Imagino que,
dentro de A.A., sempre vamos ter desacordos e discussões. A maior parte das vezes, estas
discussões irão tratar de qual a melhor maneira de fazer o maior bem para o maior
número de alcoólicos. Superar este tipo de problemas na escola da dura experiência de
A.A. é um exercício salutar”. <=Fim da transcrição
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_fall10.pdf
Veja também: http://anonpress.org/faq
N.T.: Embora A.A. e Narcóticos Anônimos sejam Irmandades independentes e,
respeitando a Sexta Tradição de cada uma delas, as duas adotam procedimentos
parecidos em relação a eventuais comportamentos perturbadores de seus
membros. NA disponibiliza um folheto informativo a esse respeito.
Se tiver interesse em conhecer, acesse:
http://www.na.org/admin/include/spaw2/uploads/pdf/ips/po/PO2204.pdf
84. Compulsão => É a tendência à repetição, impulso ou sensação de estar sendo levado,
irresistivelmente, a executar alguma ação irracional. Quando aplicado ao uso de substâncias
psicoativas, o termo se refere a uma necessidade poderosa de consumir a substância (ou
substâncias) em questão, necessidade esta atribuída mais a sentimentos internos do que a
influências externas. O usuário da substância pode identificar a necessidade como prejudicial ao
seu bem-estar e pode ter uma intenção consciente de se refrear. Esses sentimentos são menos
característicos da dependência do álcool e de drogas do que do transtorno obsessivo-
compulsivo.
85. Comunidade => Do latim communitate. Qualidade ou estado do que é comum; comunhão.
Qualquer grupo social cujos membros habitam uma região determinada, têm um mesmo governo
e estão irmanados por uma mesma herança cultural e histórica. Grupo de pessoas que
comungam uma mesma crença ou ideal. Agrupamento que se caracteriza por forte coesão
baseada no consenso espontâneo dos indivíduos.
Ver folheto da Junaab, código 224 “Alcoólicos Anônimos na sua Comunidade”.
86. Conceito => Do latim conseptus, do verbo concipere, que significa “conter completamente”,
“formar dentro de si”. É aquilo que a mente concebe ou entende: uma ideia ou noção,
representação geral e abstrata de uma realidade. Pode ser também definido como uma unidade
semântica, um símbolo mental ou uma “unidade de conhecimento”. Um conceito corresponde
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geralmente a uma representação numa linguagem ou simbologia. O termo é usado em muitas
áreas , na matemática, na filosofia, nas ciências cognitivas, na física, na informática.
Conceitos são universais ao se aplicarem igualmente a todas as coisas em sua extensão.
...Conceito é uma frase (juízo) que diz o que a coisa é ou como funciona. O conceito, enquanto
o-que-é é a expressão de um predicado comum a todas as coisas da mesma espécie. Chega-se a
esses predicados ou atributos comuns por meio da análise de diversas coisas da mesma espécie.
O homem é um ser racional. A racionalidade é o predicado comum a todos os homens. Numa
linguagem mais iluminista, o Conceito é “um juízo sintético a priori”. Sendo assim, conceito
não é a mesma coisa que definição. Outros autores usam a expressão “definição real” como
sinônimo de conceito.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conceito
Ver: Doze (Os) Conceitos para o Serviço Mundial
Ver: Preconceito
87. Conferência => Do latim conferentĭa, particípio presente neutro plural substantivado de
conferre, “conferir; reunir”. Ato de conferir; verificação. Confronto; confrontação. Reunião
oficial. Conversação entre duas ou mais pessoas sobre assuntos de interesse comum. Reunião de
altos dignatários de diferentes países sobre problemas de ordem internacional; congresso.
Discurso ou palestra sobre temas literários, artísticos, científicos, políticos ou religiosos. Junta
de médicos para estudo do diagnóstico e tratamento de uma doença grave.
88. Conferência de Serviços Gerais (em A.A.) => Por definição, a Conferência de Serviços Gerais
“é a depositária da consciência coletiva dos Grupos de A.A. e o órgão máximo e soberano de
deliberação da Irmandade de A.A.”.
A origem:
Para cuidar da administração do escritório e recolher doações e contribuições o Dr. Bob e Bill
criaram em Nova York, 11 de abril de 1938, um conselho, ou junta, de cinco Custódios formado
por três amigos com influência na sociedade não alcoólicos: Willard Richardson, Frank Amos e
John Wood, e por dois alcoólicos: o Dr. Bob e Bill R., um membro de Nova York, que saiu
depois de voltar a beber. A esta entidade foi dado o nome Fundação do Alcoólico. Mas aos
poucos esta junta foi assumindo outras funções, como a coordenação da comunicação entre os
serviços do escritório de serviços e o crescente número de Grupos. Assim, com a delegação dada
por Bill W. e pelo Dr. Bob, eles foram assumindo tantas responsabilidades e autoridade quanto
lhes foi possível. Junto com as responsabilidades foi aumentando o número de membros.
Entretanto, já em 1945 começou a ficar evidente que a responsabilidade e autoridade final pelo
serviço dos cofundadores nunca deveriam ser entregues totalmente a uma Junta de Custódios –
embora tivesse que ser dada aos Custódios grande parte da responsabilidade ativa e imediata;
mas a responsabilidade final compartilhada pelo Dr. Bob e Bill W., simplesmente não poderia
ser transferida a uma Junta autonomeada e relativamente desconhecida pela totalidade de A.A.
Então, onde se poderia abrigar a responsabilidade final pelo serviço mundial? E, o que iria
acontecer quando Bill W. e o Dr. Bob morressem?
Entre 1947 e 1948, Bill W. começou a pensar sobre o futuro de A.A., e aproximou-se do Dr.
Bob através de uma carta, apresentando-lhe as seguintes sugestões: 1) que fosse concedido aos
Grupos pleno controle sobre seus assuntos e 2) que os Grupos fossem vinculados aos Custódios
e ao escritório central, através daquilo que ele chamou de Conferência de Serviços Gerais.
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Bill achou que isso era vital, mas a maioria dos Custódios não queria tal mudança assim como
muitos veteranos de Akron, Cleveland, Chicago e Nova York. Eles se achavam no direito de
supervisionar os assuntos daqueles que haviam ingressado em A.A. depois deles. Entre os que
apoiavam e os contrários à mudança, encontrava-se o Dr. Bob que começou a sofrer pressões
para se decidir. Em principio ele não achava a mudança prudente.
Num sábado, dia 11 de novembro de 1950, Bill foi até Akron. Embora estivesse muito doente, o
Dr. Bob ainda se mantinha em pé e Bill começou a persuadi-lo quanto à necessidade de obter
seu consentimento em relação à Conferência. Depois de um longo tempo de espera Dr. Bob
disse: “Bill, tem que ser uma decisão dos AAs, não uma decisão nossa. Vamos convocar a
Conferência. Tudo certo da minha parte”.
Bill finalmente tinha o consentimento do parceiro que viria morrer exatamente cinco dias depois
desse último encontro entre os dois.
Na edição de dezembro daquele ano, sai publicado na Grapevine um artigo assinado por Bill e
autorizado pelo Dr. Bob em 11 de novembro, no qual os dois recomendam a criação de uma
Conferencia de Serviços Gerais de A.A.
A Junta de Custódios aceitou a criação da Conferência de forma experimental pelos próximos
quatro anos. Aceitou também a dissolução da Fundação do Alcoólico – expressão que sugeria
obras beneficentes, paternalismo, talvez grandes capitais, criando uma Junta provisória que em
1954 iria se transformar na Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.
Assim, em 25 de abril 1951, aconteceu a Primeira Conferencia de Serviços Gerais de A.A.
Coordenada pelo presidente da Fundação do Alcoólico desde 1944, Bernard Smith - não
alcoólico, único Custódio a apoiar a criação dessa Conferência desde o surgimento da ideia, foi
realizada no Hotel Commodore de Nova York; foi a primeira vez que a consciência coletiva dos
grupos contida na Segunda Tradição pode ser demonstrada em sua verdadeira amplitude.
Embora mais tarde a Conferência pudesse incluir o mundo inteiro, naquele momento pareceu
mais apropriado que os primeiros Delegados viessem unicamente dos EUA e Canadá. Cada
Estado (EUA) e Província (Canadá) seriam identificados com um número a partir de 1 (um) e
teriam um Delegado cada. Os Estados ou Províncias com grande população de AAs poderiam
ter mais Delegados. Para assegurar a continuidade da Conferência, os Delegados foram
divididos em Painéis. Um Painel ímpar – Painel Um, eleito para servir por dois anos, entraria em
exercício em 1951, o primeiro ano. Um Painel par – Painel Dois, tomaria posse do encargo em
1952. Dali para frente seria eleito um Painel enquanto outro se retiraria anualmente. Assim os
Delegados à Conferência fariam a rotatividade e ao mesmo tempo manteriam continuidade.
http://www.aa.org/pdf/products/sp_bm-31.pdf.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_april-may08.pdf
88.1. Ata de Constituição da Conferência de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos =>
Trata-se do documento legal oriundo da experiência histórica de A.A. nos EUA/Canadá,
redigido de acordo com as leis daqueles dois países. Para que se interprete e coloque em
prática o Conceito VII (ver: Doze Conceitos...), é necessário que cada país-membro
elabore sua própria “Carta constitutiva”, ou seu Manual de Serviço, que pode assimilar
modelos dos EUA e Canadá, mas não necessariamente copiar todos os que lá foram
adotados (1). Esta Ata foi aprovada na V Conferência realizada em conjunto com a II
Convenção Internacional por ocasião do Vigésimo Aniversário de A.A., em Saint Louis,
Missouri, em julho de 1955.
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A Ata contem doze artigos (2):
1-. Propósito
2-. Composição
3-. A Relação da Conferência com A.A.
4-. Relação da Conferência com a Junta de Serviços Gerais
5-. Assembleia de Área – Composição
6-. Assembleia de Área – Propósito
7-. Assembleia de Área – Método para eleger Membros de Comitê e Delegados
8-. Assembleia de Área – Mandatos dos encargos de Representante de Serviços
Gerais, Membros de Comitês e Delegados
9-. Reuniões da Conferência de Serviços Gerais
10-. A Junta de Serviços Gerais – Composição, jurisdição, responsabilidades
11-. A Conferência de Serviços Gerais – Procedimentos Gerais
12-. Garantias Gerais da Conferência
N.T. (1): Neste sentido, o texto do artigo 2 (dois) - que se refere à Composição, diz:
“A Conferência (EUA/Canadá) será composta pelos Delegados de Área,
Custódios da Junta de Serviços Gerais, Diretores dos Serviços Mundiais de
A.A., e A.A. Grapevine e pelos Membros do Quadro de Funcionários da
Grapevine e do Escritório de Serviços Gerais.
Outras seções da Conferência podem, às vezes, serem criadas no estrangeiro se
for necessário, por razões geográficas ou de idioma. A Seção dos EUA/Canadá
da Conferência de Serviços Gerais tornar-se-á, então, a Seção Sênior,
relacionada às outras seções por vínculos de consulta mútua e de intercâmbio
de Delegados.
Nenhuma seção da Conferência jamais será colocada em posição de autoridade
sobre a outra. Toda ação conjunta será tomada somente com base numa
votação de dois terços dos votos das ações agrupadas. Dentro de sus limites,
cada Conferência deve ser autônoma. Somente assuntos que afetem seriamente
as necessidades de A.A., a nível mundial, serão objeto de consideração
conjunta”.
N.T. (2): Você poderá ler o texto nas páginas 86 a 91 do Manual de Serviço de A.A.
(Edição 2012, Junaab, código 108). Também poderá ler a versão original de
1955 a partir da página S97, e a versão atual, após as sucessivas revisões, a
partir da página S104 do Manual de Serviço de A.A. (EUA/Canadá), Edição
2012-2013, no endereço:
http://www.aa.org/pdf/products/sp_bm-31.pdf.
88.2. Resolução autorizando a Conferência de Serviços Gerais de A.A. a atuar em nome da
Irmandade e suceder seus cofundadores => Esta Resolução foi apresentada por Bill W. e
aprovada na Convenção do 20º Aniversário de A.A. em 1955. Diz o que segue (1):
“Nós, os membros da Convenção do Vigésimo Aniversário de Alcoólicos Anônimos,
reunidos em Saint Louis, em julho do ano 1955, consideramos que a nossa Irmandade
alcançou sua maioridade e está capacitada para tomar posse completa e permanente dos
Três Legados do nosso patrimônio de Alcoólicos Anônimos – os Três Legados de
Recuperação, Unidade e Serviço.
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Acreditamos que a Conferência de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos, criada em
1951 por nossos cofundadores, Dr. Bob e Bill W. e autorizada pelos Custódios da
Fundação do Alcoólico, está agora capacitada para assumir por inteiro a proteção das
Doze Tradições de A.A. e para assumir em sua totalidade a direção e o controle do
serviço mundial da nossa Sociedade, tal como estipulado no ‘Manual de Serviço Mundial
do Terceiro Legado’ (2), recentemente revisado pelo nosso cofundador Bill W. e a Junta
de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos.
Também ouvimos e aceitamos a proposta de Bill W. que a Conferência de Serviços Gerais
deve-se converter em sucessora permanente dos fundadores de A.A. herdando deles todos
os deveres anteriores e responsabilidades especiais, evitando assim no futuro toda
possibilidade de comprometimento em prestigio individual ou autoridade pessoal, e
proporcionando à nossa sociedade os meios para funcionar de forma permanente.
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http://aabr.com.br/ver.php?id=206&secao=2
90. Consciência => Do latim concientia. At’ributo altamente desenvolvido na espécie humana e que
se define por uma oposição básica: é o atributo pelo qual o homem toma em relação ao mundo (e,
posteriormente, em relação aos chamados estados interiores, subjetivos) aquela distância em que
se cria a possibilidade de níveis mais altos de integração. Faculdade de estabelecer julgamentos
morais dos atos realizados: uma consciência reta; consciência torturada. Conhecimento imediato
da sua própria atividade psíquica. Conhecimento, noção, ideia. Cuidado com que se executa um
trabalho se cumpre um dever; senso de responsabilidade. Honradez, retidão, probidade.
91. Consciência coletiva => Conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros
de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado com vida própria.
Consciência Coletiva, de acordo com o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), é um
conjunto cultural de ideias morais e normativas, a crença em que o mundo social existe até certo
ponto à parte e externo à vida psicológica do indivíduo.
Toda a teoria sociológica de Durkheim pretende demonstrar que os fatos sociais têm existência
própria e independem daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Embora todos
possuam sua “consciência individual”, seu modo próprio de se comportar e interpretar a vida,
podem-se notar, no interior de qualquer grupo ou sociedade, formas padronizadas de conduta e
pensamento. Essa constatação está na base da que Durkheim chamou de consciência coletiva.
Segundo Durkheim “para que exista o fato social é preciso que pelo menos vários indivíduos
tenham misturado sua ações e que dessa combinação tenha surgido um produto novo”. Esse
produto novo, constituído por formas coletivas de agir e pensar, se manifesta como uma
realidade externa às pessoas. Ele é dotado de vida própria, não depende de um indivíduo ou
outro.
“Mas, dirão, um fenômeno só pode ser coletivo se for comum a todos os membros da sociedade
ou, pelo menos, à maior parte deles, portanto, se for geral. Certamente, mas, se ele é geral, é
porque é coletivo (isto é, mais ou menos obrigatório), o que é bem diferente de ser coletivo por
ser geral. Esse fenômeno é um estado do grupo, que se repete nos indivíduos porque se impõe a
eles. Ele está em cada parte porque está no todo, o que é diferente de estar no todo por estar
nas partes[...]”.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consci%C3%AAncia_coletiva
92. Consciência Coletiva, ou, Consciência de Grupo esclarecida (em A.A.) => É um estado ao qual
se chega por meio da participação de todos os membros que compõem um grupo, em especial nas
reuniões de serviço, no processo em que se busca o conhecimento de algum assunto ou problema
que esteja em estudo e se estende também às decisões que eventualmente irão ser tomadas. De
maneira geral tem-se entendido que a consciência de Grupo busca a unanimidade através do
esclarecimento espiritual e o apego aos nossos Passos Tradições e conceitos. Ao tratar assuntos
delicados, o Grupo trabalha lentamente – evitando apresentar moções (ver: Moção) formais até
que apareça uma definição clara do ponto de vista coletivo. Antepondo os princípios às
personalidades, o Grupo se previne contra as opiniões dominantes. Ouve-se a sua voz quando o
Grupo bem informado chega a uma decisão. O resultado dessa decisão está fundamentado em
algo mais que uma simples contagem de votos “sim” ou “não” – precisamente porque é a
manifestação espiritual da consciência do Grupo.
93. Controvérsia => Discussão ou debate regular acerca de assunto literário, artístico, científico, etc.
Contestação, polêmica.
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Uma controvérsia - do latim controversia, ou disputa é uma questão de opinião sobre a qual as
partes discordam ativamente, argumentam ou debatem. Controvérsias podem variar em
tamanho, indo desde disputas privadas entre dois indivíduos até desentendimentos em larga
escala entre sociedades.
Áreas perenes de controvérsia incluem religião, filosofia e política. Controvérsias em questões
teológicas têm sido particularmente inflamadas, dando origem à frase odium theologicum.
Questões controvertidas são tidas como potencialmente divisoras numa dada sociedade, porque
levam à tensão e má vontade. Algumas controvérsias são consideradas tabu para muitas pessoas,
a menos que a sociedade possa encontrar um terreno comum para compartilhar e discutir os
sentimentos de seu povo sobre determinado assunto controverso.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Controv%C3%A9rsia
94. Convenção => Do latim conventione. Ajuste, acordo ou determinação sobre um assunto, fato,
etc.; convênio, pacto. Aquilo que só tem sentido ou realidade mediante acordo recíproco ou
explicação prévia. Tudo aquilo que é tacitamente aceito, por uso geral consentimento, como
norma de proceder, de agir, no convívio social; costume; convenção social... Encontro, reunião
ou assembleia de indivíduos ou representantes de classe, de associações, etc., onde se delibera
sobre determinados assuntos; conferência; congresso...
95. Convenção em A.A. => Do Box 4-5-9, Ago. Set. / 1986 (pág. 12)
Título original: “¿Que es una Convención de A.A. para usted?”
Inicio da transcrição =>… As Convenções, tal como as conhecemos em A.A., são grandes
reuniões que se realizam com o objetivo de compartilhar num ambiente criado precisamente
com a intenção de gozar todos juntos da alegria de viver em sobriedade. Em mais de um sentido,
as Convenções são algo assim como uma festa gigantesca de aniversário, uma vez que outro
propósito que nos une na Convenção é o de agradecer nosso Poder superior por nos ter permitido
permanecer unidos, praticando a recuperação e nos prestando serviço mutuamente durante mais
um período.
Nas Convenções a ideia central é a convivência. Sendo A.A. uma Irmandade, nestes eventos
temos a oportunidade de conhecer um incrível número de companheiros que têm a mesma
doença e praticam o mesmo programa, ou de cumprimentar aos que já são nossos velhos
conhecidos, com quem compartilhamos Convenções ou atividades passadas. A amizade e o
amor ao estilo de A.A. se tornam comuns e mútuos com mais intensidade que nunca.
Desta maneira, as Convenções distinguem-se de outros eventos de A.A. em que, no seu
transcurso não são feitos acordos nem se tiram conclusões de espécie alguma. Nos trabalhos da
Convenção não se apresentam propostas para serem discutidas acaloradamente, mas trata-se
apenas de expor pontos de vista a respeito dos diferentes aspectos do nosso programa de vida
com o único intuito de compartilhar, sem a pretensão de impor alguma coisa. Assim, fica fácil
compreender porque as Convenções são os eventos favoritos da maioria dos AAs, ao extremo
de, como todos sabemos, a participação nelas sempre constitui a concentração mais numerosa de
AAs em qualquer país que A.A. esteja presente... <= Fim da transcrição.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_aug-sept86.pdf
95.1. Todas as Convenções Internacionais de A.A. => A Primeira Convenção Internacional de
A.A. celebrou a festa de aniversário de 15 anos da Irmandade. Aconteceu nos primeiros
dias de julho de 1950, em Cleveland, Ohio. Os milhares de participantes votaram para
aceitar das mãos dos fundadores o Legado de Unidade e as Doze Tradições que asseguram
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esta Unidade. Nela, o Dr. Bob pronunciou seu último discurso, aproximadamente quatro
meses antes de sua morte, em 16 de novembro de 1950. A partir dela, foram sendo
celebradas ininterruptamente a cada cinco anos, entre o final de junho e primeiros dias de
julho, alternando sua sede em cidades dos EUA e Canadá. As Convenções seguintes
foram:
1955 – St. Louis, Mississipi. Lema: “Nossa Gratidão: A história de A.A. está repleta de
nomes de não alcoólicos, profissionais e leigos, que se interessaram pelo
Programa de Recuperação de A.A. Milhões de nós devemos nossas vidas a essas
pessoas, e nossa dívida de gratidão não tem limites”.
1960 - Long Beach, Califórnia.
1965 - Toronto, Canadá. Lema: “Termo de Responsabilidade: ...Eu sou responsável;
quando qualquer um , seja onde for, estender a mão pedindo ajuda, quero que a
mão de A.A. esteja sempre ali. E por isso: Eu sou responsável.”
1970 – Miami, Florida. Lema: “Uma Declaração de Unidade: O futuro de A.A. depende
de ser colocado em primeiro lugar, o nosso bem-estar comum, a fim de manter a
nossa Irmandade Unida. Da unidade de A.A. dependem as nossas vidas e as vidas
daqueles que virão”.
1975 – Denver, Colorado. Lema: “Que Comece Por Mim”.
1980 - New Orleans, Louisiana. Lema: “A Alegria de Viver”
1985 – Montreal, Canadá. Lema: “Cinquenta Anos Com Gratidão”
1990 - Seattle, Washington. Lema: “55 Anos – Um Dia de Cada Vez”.
1995 - San Diego, Califórnia. Lema: “A.A. em Todos os Lugares, em Qualquer Lugar”.
2000 - Minneapolis, Minnesota. Lema: “Passe Adiante, Rumo ao Século XXI”.
2005 – Toronto, Canadá. Lema: “Eu Sou Responsável”.
2010 – San Antonio, Texas. Lema: “Uma Visão Para Você”.
Esta Convenção teve por volta de 53.000 participantes; quase 18 vezes mais que a
Primeira Convenção em Cleveland. Você pode ver imagens dela em:
http://www.youtube.com/watch?v=CkvpTvtxAJ8
As próximas convenções estão programadas para acontecer em Atlanta, Geórgia, em 2015
- cujo lema será: “80 Anos – Felizes Alegres e Livres”, e em Detroit, Michigan, em 2020.
95.2. A evolução das Convenções no Brasil:
1974 - I Convenção (I Conclave Nacional), São Paulo, SP.
Realização do Primeiro Conclave Nacional em São Paulo, no carnaval, entre os
dias 22 e 25 de fevereiro de 1974, quando o CLAAB passou a exercer as funções
de Escritório de Serviços Gerais, após o ENSAA do Rio de Janeiro encerrar suas
atividades. A diretoria do CLAAB passou a ser constituída pelos Delegados das 9
Áreas (Estados) que compareceram:
1. Santa Catarina - Álvaro K.
2. São Paulo - Arlindo B.
3. Rio de Janeiro - Dolores M.
4. Alagoas - Geraldo L.
5. Paraná - Chico R. (Sigolf R.)
6. Pernambuco - Luiz A.
7. Pará – Magalhães
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8. Ceará - Mário H.
9. Mato Grosso - Eloy T.
Do Conselho Fiscal do CLAAB fizeram parte dois Conselheiros não alcoólicos:
Dr. José Ferraz Salles (SP) e Reverendo José Ribola (SP).
Estavam presentes, além de diversos companheiros, Ana Maria T. e Sônia Lazo,
representantes de Al-Anon e o GSO de Nova York nos enviou, como assessora,
Mary Ellen Wesh.
NOTA: Os nove Delegados passaram a constituir o Conselho Nacional do CLAAB
(Centro de Distribuição de Literatura de AA Para o Brasil) ficando a
presidência desse Conselho com Chico R., de Curitiba-PR, tendo como
Secretário Álvaro K. de Florianópolis-SC. Esse Conselho, então elegeu a
Diretoria Executiva do CLAAB, tendo à frente Donald L. A grande
novidade foi a apresentação do primeiro padre membro de A.A. do
Brasil, o saudoso Pe. João. 28 companheiros assinaram a lista de
presença, dos quais 21 já faleceram (1). Dentre os 28 citados não se tem
notícias de nenhuma recaída.
N.T. (1): o transcritor não pode precisar a data deste relato.
1975 - II Convenção (II Conclave Nacional), São Paulo-SP.
Eleva-se de 9 para 15 o número de Delegados . Esses eventos serviram de ponto de
partida para o extraordinário crescimento da Irmandade; nesse ano existiam no
Brasil mais de 500 Grupos. Paralelamente à Convenção havia uma reunião de
Serviços, ou seja, uma reunião preparatória às futuras Conferências.
1976 - III Convenção (III Conclave Nacional), São Paulo-SP.
Em 29 de fevereiro de 1976, durante o Terceiro Conclave Nacional, em São Paulo,
reuniram-se os membros do Conselho Diretor do CLAAB e 29 Delegados
representando 16 estados, e criaram a Junta Nacional de Alcoólicos Anônimos do
Brasil – JUNAAB. O Estatuto dispunha que seriam Órgãos da JUNAAB, uma
Assembleia Geral, uma Diretoria e o CLAAB. Assim, A.A. no Brasil credenciava-
se a enviar dois Delegados para a 4ª Reunião Mundial de Serviços, em Nova York,
em outubro desse ano; foram eles, Donald M. (SP) e Joaquim Inácio (RS).
Também foi decidido que a I Conferência de Serviços Gerais seria realizada em
1977, em Recife-PE, juntamente com o IV Conclave de Carnaval.
1977 - IV Convenção (IV Conclave Nacional), Recife-PE.
Nos dias 5, 6 e 7 de abril de 1977, realizou-se em Recife (PE) a Primeira
Conferência de Serviços Gerais – CSG. Entre os dias 07 e 10 foi realizado na
mesma Cidade o Quarto Conclave Nacional de A.A.
Pela primeira vez foram apresentadas temáticas escritas com cópias distribuídas
aos companheiros. Foram palestrantes: Roy P. - Os Doze Passos, Eloy T. - As
Doze Tradições e Donald M. Lazo respondendo perguntas e tirando dúvidas.
Durante a Conferência, agora já com o seu corpo de Delegados em número de 40,
representando 20 Áreas, ficou decidido que o V Conclave teria lugar em Belo
Horizonte-MG, juntamente com a II Conferência de Serviços Gerais e, em virtude
do trânsito nas estradas na ocasião do Carnaval, foi a data transferida para a
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Semana Santa. A reprodução dos trabalhos apresentados foi feita por companheiros
de Cuiabá-MT, sem ônus para a Convenção.
1978 - V Convenção (V Conclave), Belo Horizonte-MG.
Contamos com a presença de Dr. Jack Norris, então presidente da Junta de Serviços
Gerais dos EUA/Canadá e sua esposa (ambos falecidos). Mato Grosso, em vésperas
de ser dividido, levou um Delegado do Norte (Eloy T.) e outro do Sul (Mário), sob
a mesma bandeira do Mato Grosso uno. Durante a Segunda Conferência de
Serviços Gerais, Eloy T., Delegado do MT, foi eleito como substituto de Donald
M. como Delegado à Reunião de Serviço Mundial (RSM). Decidiu-se mudar o
nome de Conclave para Convenção Nacional de A.A., e que as Convenções seriam
realizadas a cada dois anos, em anos pares, sendo a próxima, a Sexta, em 1980 em
Porto Alegre, e as Conferências seriam anuais - nos anos impares seriam realizadas
em São Paulo e nos anos pares na Cidade escolhida para a Convenção.
1980 - VI Convenção Porto Alegre-RS.
Foi uma ótima Convenção realizada no Plenário da Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Sul. Foi escolhido o Roy Pepperell para substituir o Joaquim Inácio à
RSM – Reunião de Serviço Mundial. Foi escolhida Fortaleza, Ceará como a sede
da VII Convenção.
1982 - VII Convenção, Fortaleza-CE.
Destacamos nessa Convenção, em primeiro lugar a presença de David Puerta da
Colômbia e George Ifrán do Uruguai, ambos Delegados à RSM por seus países,
como convidados. Destacamos mais, a presença pessoal do Sr. Prefeito Municipal
nas reuniões de abertura e encerramento da Convenção. A Convenção, outrossim,
editou dois livros a saber:
a) Serviço, O Coração de A. A., um Relatório dos Delegados à 6ª RSM.
b) Serviço - Responsabilidade de Todos, contendo todas as temáticas apresentadas
na Convenção.
Por outro lado, em face de grande divulgação e à colocação do evento na agenda do
Sr. Prefeito Municipal, a Convenção passou a ser, daí por diante a maior arma de
atração da Irmandade.
1984 - VIII Convenção, Blumenau-SC.
Grandes enchentes, com o extravasamento das águas do Rio Itajaí, ocorrido nas
vésperas do evento, impediu que a VIII Convenção tivesse o brilho esperado.
Todavia o número de companheiros presentes manteve-se em elevação.
1986 - IX Convenção, João Pessoa-PB.
A Convenção continua a atrair a presença de elevado número de companheiros e,
pela primeira vez tivemos Conferência, Convenção e temáticas todas concentradas
na monumental Praça da Cultura.
N.T.: O propósito de realizar as Convenções a cada dois anos preconizado na V
Convenção, em Belo Horizonte em 1978, foi respeitado até aqui. A
adaptação a outras circunstâncias foi ditando as datas seguintes. Já o
calendário da Conferência tem sido respeitado rigorosamente. No decorrer
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da Semana Santa deste ano (2013), estará acontecendo em Serra Negra,
SP, a 37ª Conferência de Serviços Gerais de A.A. no Brasil.
1987 - IX (a) (nona “a”) Convenção – Festa dos 40 Anos de A.A. no Brasil.
A descoberta de uma ata de um Grupo dos primeiros tempos que teve o nome de
Rio de Janeiro permitiu que se esclarecesse a data correta do início de AA no
Brasil. Nela estava registrado: “Nossa próxima Reunião (cinco de Setembro de
1950), coincidirá com o terceiro Aniversário da chegada de AA ao Brasil”. Isto
motivou a organização de uma comemoração no intervalo das Convenções de João
Pessoa (IX) e Curitiba (X). Foi organizada no Rio de Janeiro em um dia com
Reuniões diversas em Unidades da Marinha de Guerra (com prestimosa ajuda do
então Capitão de Mar e Guerra, Dr. Laís Marques da Silva que veio a ser nosso
Custódio não Alcoólico e 2º. Presidente de JUNAAB). A coleta de fundos foi feita
com a edição de um folheto: “Não me diga que não sou alcoólico”, originário de
Cleveland numa época em que se permitiam edição de folhetos fora do CLAAB.
Os fundos permitiram pagar a ocupação do Maracanãzinho para a Reunião de
Encerramento. Durante o evento foi lançada a 1ª. Edição do Manual de Serviços.
1988 - X Convenção, Curitiba-PR.
A Convenção atinge o seu clímax. Local favorável na Universidade Federal do
Paraná e a presença destacada da classe médica. Um marco muito importante na
divulgação de A.A.
1990 - XI Convenção, Belém-PA.
O Norte e o Nordeste brasileiros disseram presente à Convenção e diversas
caravanas partiram das regiões Sul e Sudeste, assegurando um sucesso de público,
atraído também pela curiosidade turística da região.
1992 - XII Convenção, Brasília-DF.
Situada a cidade no coração do país, torna-se o ponto mais equidistante de todo o
território facilitando a locomoção, também em razão de ônibus de carreira ancorar
naquela cidade vindos de todos os recantos da pátria.
1994 - XIII Convenção, Terezina-PI.
Nenhuma novidade anotada, salvo o grande interesse despertado, trazendo um
público de 3.000 companheiros, aproximadamente.
1997 - XIV Convenção, Rio de Janeiro-RJ (1).
Aproveitou-se para comemorar os 50 anos de AA no Brasil. Como sempre, a
cidade maravilhosa apresentou um trabalho de intensa
divulgação, com apoio da média e com a disponibilidade de
espaços adequados ao evento – o Maracanãzinho e o Rio
Centro. Conta-se que 15.000 pessoas estiveram presentes.
N.T. (1): Por ocasião deste evento a revista Veja, na sua
edição 1497 de 28 de maio de 1997, dedicou sua
capa ao tema do alcoolismo com o título “Da
cervejinha ao alcoolismo” e subtítulo “Um
mergulho no mundo da dependência”. Nas
paginas 62 a 76 uma brilhante reportagem, “A crua realidade do
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alcoolismo”, da excelente jornalista e documentarista nascida na
Croácia Dorrit Harrazim; fala com muita propriedade de Alcoólicos
Anônimos, dos 50 anos da Irmandade no Brasil e do evento
comemorativo que estava sendo celebrado no Rio de Janeiro, com tal
sensibilidade e conhecimento que não deixa absolutamente nada a dever
ao artigo que Jack Alexander escreveu a respeito de Alcoólicos
Anônimos na revista americana Saturday Evening Post publicado nos
EUA em março de 1941.
Você pode acessar a revista, ler e imprimir o artigo de capa no sítio:
http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx
Veja: “O artigo de Jack Alexander sobre Alcoólicos Anônimos” – Junaab, código 228
Também poderá ler o artigo de Jack Alexander em:
http://www.alcoolicosanonimos.org.br/component/content/article/45-front-page/158-aa-por-
jack-alexander.html
2000 - XV Convenção, Salvador-BA.
5º. Centenário do Descobrimento do Brasil. A Bahia estava em festa e o AA
aproveitou a oportunidade para incorporar-se às comemorações obtendo um
resultado enorme quer quanto a público, quer pela excelência das apresentações no
moderno Centro de Convenções de Salvador.
2003 - XVI Convenção, São Paulo-SP.
Aconteceu na Assembleia Legislativa e no Ginásio do Ibirapuera. 4.500 inscrições
foram vendidas estimando-se uma presença de mais ou menos 5.000 companheiros.
2007 - XVII Convenção, Manaus-AM.
Mesmo considerando a distância e a inexistência de transportes além do fluvial e
do aéreo (com alto custo). A Convenção foi realizada com sucesso com cerca de
4.000 presenças.
2012 - XVIII Convenção, Cuiabá-MT.
Foi realizada sob grande expectativa, pela curiosidade do Brasil sobre o decantado
progresso da região, líder absoluto na produção de soja e algodão, tendo os
números da produção agrícola do Estado ultrapassado o Estado de São Paulo. O
espaço físico invejável, com um Centro de Convenções moderno e acolhedor, a
atração da culinária local, faz da capital mato-grossense, um atrativo todo especial.
A presença no evento atingiu 6.000 participantes.
2016 - XIX Convenção será realizada em Maceió-AL.
Fontes usadas pelo transcritor para as Convenções no Brasil:
http://www.alcoolicosanonimos.org.br/convencao2012/index.php?option=com_conten
tview=article&id=109&Itemid=202
As Origens de Alcóolicos Anônimos no Brasil (1) de Luiz M., do Rio de Janeiro.
N.T.(1): Neste registro de memórias, Luz M. conta que “...em 30 de outubro de 1965, foi
realizada no Rio de Janeiro, RJ, a Primeira Convenção Nacional de A.A. com
a presença de companheiros de diversos Estados do norte, nordeste, centro-sul,
sul e, principalmente do Rio. Os eventos foram realizados na sede do Pen Club
e no Colégio Talmud Torah. Dito evento só pode ser realizado pelo apoio de
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diversos amigos de A.A., tais como: Dr. Francisco Laport, Embaixadores
Paschoal Carlos Magno, e Dr. Oswald de Moraes Andrade”.
96. Coragem => Do latim coraticum, do francês cor-ageé. É a habilidade de confrontar o temível
som de discórdia, a difícil vida, o amor, a certeza ou a intimidação. Uma pessoa corajosa é uma
pessoa que, mesmo com amor, faz o que tem a fazer. Pode ser dividida em física e moral.
O homem sem temeridade motiva-se a ir mais além. Enfrenta os desafios com confiança e não se
preocupa com o pior. O medo pode ser constante, mas o impulso o leva adiante. Coragem é a
confiança que o homem tem em momentos de temor ou situações difíceis, é o que o faz viver
lutando e enfrentando os problemas e as barreiras que colocam medo, é a força positiva para
combater momentos tenebrosos da vida...
Platão correlaciona coragem, razão e dor. A coragem é o uso da razão a despeito do prazer.
Coragem é ser coerente com seus princípios a despeito do prazer e da dor. Os animais (mesmo
os irracionais) demonstram coragem principalmente devido aos seus instintos primitivos e pela
necessidade de sobrevivência. Por exemplo, um inseto que sai de seu ninho sabe que pode
morrer, mas a necessidade de sobrevivência fala mais alto nele e assim surge a coragem.
Os seres humanos (diferentemente dos animais irracionais) têm uma psique muito influente em
suas atitudes, portanto seus medos e coragem variam muito de uns para os outros, dependendo
do ambiente na qual vivem (e no qual viveram quando mais jovens), da educação que
receberam, de suas crenças, de com quem eles convivem socialmente e etc.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coragem
Ver: Sabedoria
Ver: Serenidade
97. Costume => Do latim consuetudime. Uso, hábito, ou prática geralmente observada.
Procedimento, comportamento. Numa sociedade determinada, os comportamentos que são
prescritos, do ponto de vista moral. Atitude ou valor social consagrado pela tradição e que se
impõe aos indivíduos do grupo e se transmite através das gerações.
98. Costumes nos Grupos de A.A. => “Cada Grupo de A.A. é único, tal como uma impressão
digital...” (“O Grupo De A.A.”, pág. 12/3/1 - Junaab, código 205). A adoção de costumes
próprios, que caracterizam e singularizam os Grupos e suas atividades, é o exercício da
prerrogativa de autonomia garantida pela Quarta Tradição, desde que respeite as outras
Tradições e não interfira na autonomia de outros Grupos e nas disposições gerais da Irmandade.
Assim, a escolha do local e o nome do Grupo, a disposição da sala; a definição das reuniões,
seus dias e horários, seu tempo de duração, seu formato; a adoção ou não de orações, e a
maneira de fazê-lo; a disponibilidade de literatura e seu gênero, independendo de ser aprovada
ou não pela Conferência; a entrega ou não de fichas ou qualquer outra homenagem ou atividade
relativas ao tempo de abstinência de seus membros; a maneira de levar a mensagem de A.A. em
sua comunidade: a promoção de eventos relacionados com o convívio e confraternização de seus
membros; a promoção de eventos destinados a angariar fundos para o custeio do próprio Grupo,
etc. A execução destas ações é determinada unicamente pela consciência coletiva devidamente
esclarecida dos membros do Grupo, sempre após o assunto pertinente ser amplamente debatido e
examinado e tendo ouvido todos os pontos de vista antes que o Grupo vote, e de ninguém mais.
A seguir, dentre muitos outros, dois dos costumes mais generalizados nos Grupos de A.A. no
Brasil e em boa parte dos Grupos de A.A. ao redor do mundo:
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98.1. Fichas e lembranças de tempo de sobriedade em A.A. (origem) => O costume atual de
muitos Grupos celebrarem os aniversários de sobriedade de seus membros, uma prática
que não diz respeito ao programa de A.A. na sua essência (1) – mas também não se opõe,
remete aos primeiros tempos da Irmandade. Este costume começou
com iniciativas individuais e depois se estendeu às celebrações
comunitárias; os costumes variam muito conforme os Grupos e as
regiões.
A Irmã Inácia, a freira que ajudou o Dr. Bob nas internações de
alcoólicos no Hospital St. Thomas, em Akron, parece ter sido a
primeira a usar medalhas para incentivar alcoólicos a manterem a
sobriedade. Ela dava a cada alcoólico que recebia alta do hospital
uma medalha do Sagrado Coração (direita) e fazia-lhe prometer que
a devolve-se pessoalmente a ela antes de tomar o primeiro trago se decidisse voltar a
beber. Ela teria seguido o exemplo de um movimento pró-temperança - Padre Mateus,
criado na Irlanda (a irmã Inácia era imigrante irlandesa) por volta dos anos de 1840 que
teria iniciado esse procedimento.
Entre as primeiras evidências destas celebrações individuais,
aparece uma de Clarence S. cofundador do primeiro Grupo
propriamente dito de A.A. (o primeiro Grupo com o nome
Alcoólicos Anônimos) em Cleveland. Clarence ingressou no
Grupo de Akron, o primeiro Grupo de A.A., em 11 de fevereiro
de 1938. Ele fez um medalhão com uma moeda de um dólar de
prata onde fazia um furo passante a cada ano que conseguia
manter a sobriedade. Carregou esse medalhão em seu pescoço
até morrer em 22 de março de 1984. Nessa data, o medalhão
tinha 46 furos (à direita).
A pratica de usar fichas para celebrar o aniversário de sobriedade parece ter sido iniciada
em 1947 e é atribuída a um Grupo de Elmira, Nova York. Muito provavelmente este
costume foi herdado dos membros do Grupo de Oxford que assim comemoravam seus
aniversários de renascimento espiritual.
O Grupo de Portland, Maine, usa fichas de pôquer de nove cores: a
ficha branca é entregue no ingresso; se o membro não recai, após
trinta dias recebe uma ficha vermelha; a ficha azul para dois meses, a
preta para três meses, verde para quatro meses, azul transparente para
cinco meses, âmbar para seis, roxo transparente para nove meses e
uma ficha branca transparente por um ano de sobriedade continuada.
As fichas estão impressas com as letras AA em dourado. A cada ano
seguinte, o membro recebe um cartão de aniversário assinado pelos presentes.
Em Charlotte, Carolina do Norte, ao receber a ficha branca no final da reunião o
ingressante está admitindo diante de seus novos companheiros que aceita os preceitos de
A.A. e se dispõe a iniciar o caminho da sobriedade. Após três meses troca a ficha branca
por uma vermelha. Mais tarde uma ficha âmbar transparente indica que este membro tem
desfrutado seis meses de um novo modo de vida. Uma ficha verde-clara sinaliza que ele
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manteve a sobriedade durante nove meses e recebe uma ficha azul quando completa um
ano de sobriedade. Em alguns Grupos, os padrinhos presenteiam seus afilhados com uma
ficha de prata gravada quando completam cinco anos de pensamento claro e vida limpa.
Em Artesia, Novo México, alguns Grupos entregam esferas de mármore do tamanho de
bolinhas de gude. Outros Grupos alternam essas bolinhas com fichas coloridas ou
metálicas.
O Grupo Larchmont, de Larchmont, Nova York dá uma estatueta de um camelo feita em
bronze fundido montada numa base de mogno para celebrar os aniversários de um, cinco e
dez anos de sobriedade. A figura do camelo simboliza o propósito da maioria dos AAs, ou
seja, viver 24 horas sem bebida.
http://www.barefootsworld.net/aachips.html
N.T. (1): A Conferência de Serviços Gerais de 1992 – EUA/Canadá abrigou uma
discussão a respeito de produzir ou não produzir medalhas e, sobre a
responsabilidade de A.A.W.S. de proteger nossas marcas registradas e os
direitos de propriedade contra usos que pudessem sugerir afiliação com fontes
alheias.
O resultado foi uma Ação Recomendável da Conferência para que a Junta de
Serviços Gerais iniciasse um estudo a respeito da viabilidade de possíveis
métodos através dos quais se poderiam colocar as fichas de sobriedade a
disposição da Irmandade, seguido de um relatório a um Comitê ad hoc (para
esse fim) constituído por Delegados à Conferência de 1993, o qual informaria
todos os membros da Conferência no seguinte mês de março (nos EUA/Canadá,
as Conferências são realizadas no mês de abril).
Após longas considerações, o Comitê ad hoc apresentou seu relatório e
recomendações à Conferência de 1993. Depois de uma discussão, a
Conferência aprovou duas das cinco recomendações apresentadas:
1) O uso de fichas e medalhas de sobriedade é um assunto de autonomia local e
não algo sobre o que a Conferência deva consignar uma posição definitiva;
2) Não é apropriado que A.A.W.S ou a Grapevine produzam ou autorizem a
produção de fichas e medalhas de sobriedade...
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_aug-sept93.pdf (pág. 6-7)
98.2 Fichas e lembranças de tempo de sobriedade no Brasil => O texto a seguir foi extraído
do livro “Alcoolismo - Queda e Recuperação”, de Luiz M., membro de A. A. no Rio de
Janeiro, falecido em 1992, e recolhido no sítio:
http://www.aacarmosion.com/2011/12/historia-do-uso-das-fichas-no-aa.html
Inicio da transcrição => A história do uso das fichas no A.A. Brasileiro. Pelo menos
até o início da década de 1950, quando não havia sido publicado Os 12 Passos, que só
ocorreria em 1953, os AAs dos Estados Unidos adotavam, como programas de
abstinência, os slogans: “Se tem que tomar um trago, não o tome” (revista Seleções, dez.
1947), e “Só por hoje” (revista Seleções, fev. 1954). Não se falava em “evitar o
primeiro gole” ou em “programa de 24 horas”, sugestões que me parecem, levam muito
do reconhecido “jeitinho brasileiro”.
Não havia ainda, também, uma estrutura de apoio suficientemente organizada, pois o
primeiro escritório de serviços situado em Versey Street, Nova York, havia nascido em
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1940 muito mais como suporte à Editora que havia sido criada para o lançamento do
Livro Azul, que não dispunha de recursos humanos suficientes para atender,
particularmente, os poucos membros em vacilação, os quais, por outro lado, contavam
com poucos grupos e poucas reuniões em Nova York.
Certamente preocupados com esses aspectos imaginaram um sistema
que mantivesse viva na lembrança dos que se recuperavam e nasceu um
programa intitulado “Psicologia do níquel do telefone”, que consistia
em estimular os companheiros a conduzirem no bolso, número de
telefone de outro, junto com um níquel (N.T.: moeda fracionária de
dólar) para, nos momentos de vacilação, antes de voltarem a beber,
usarem. Deu certo. Foi substancial e muito animador o índice de
recuperações.
Essa campanha, através do boletim mundial, chegou ao conhecimento
de um A.A. brasileiro ainda engatinhando, apalpando no escuro, que
tudo fazia na base do “deve ser assim” porque o nosso saudoso
fundador Herbert L. D., quando para aqui veio, também quase nenhuma
experiência institucional possuía e, pois embora com muita disposição e boa vontade,
pouco podia ilustrar.
Mas surgiu logo um grave problema. Como adotar aqui essa campanha, com o
fechadíssimo conceito de anonimato de então, quando os poucos membros nem mesmo
davam os seus nomes? Como usar um “níquel do telefone” objeto, então muito raro,
tanto particular como publicamente? Era, na época, privilégio de muito poucos a posse
de um aparelho telefônico e Escritório de Serviço, nem pensar!. . .
Foi quando alguém lembrou que recentemente, o Governo Federal havia fechado todos
os cassinos e, portanto, nas lojas de material especializado deveria estar encalhado tudo
que usavam, inclusive fichas das mais variadas cores.
Era a solução. Nasceu assim, com o clássico “jeitinho brasileiro” um sucedâneo para o
“níquel do telefone”.
E essas fichas, nestes anos de A.A. no Brasil, estão nos bolsos de milhares de
companheiros, lembrando-lhes a última reunião que estiveram presentes, os depoimentos
que calaram fundo, os novos fatos na vida de cada um, o progresso, tanto material como
espiritual, conquistado.
Representam as fichas, de certa forma, uma “tradição” do A.A.
brasileiro que, ultimamente registra com alegria sua adoção por AAs,
dos outros Países, incluindo os companheiros dos EUA.
A sequência de cores parece ter sido aleatória, com base nos
estoques encontrados nas lojas, e são: 1° amarela, para o ingresso; 2º
Azul, trocada pela amarela aos 3 meses; 3º rosa, aos 6 meses; 4º
vermelha, aos 9 meses; 5º verde, com 1 ano; 6º verde-gravata, que
não é trocada, aos 2 anos; 7º branca-gravata; aos 5 anos, 8º amarela-
gravata, aos 10 anos; 9º azul-gravata, aos 15 anos; 10º rosa-gravata,
trocada aos 20 anos; 11º vermelha-gravata, aos 25 anos e,
atualmente, a última; 12º verde-gravata, clara de um lado e, verde clara circulada por
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losangos com todas as cores das fichas anteriores, aos 30 anos (2). A “troca”, até a ficha
de 2 anos era feita pela vontade, o desejo do companheiro de que a ficha que estava
devolvendo, que tanto lhe trouxe, que tanto de seu calor humano continha, fosse levar, ao
novo portador, tudo aquilo que conquistara. Havia muito sentimento de fraternidade,
nessas solenidades.
Por outro lado, no caso de uma infortunada recaída, devia o companheiro sigilosamente,
com o seu padrinho ou algum companheiro de sua absoluta confiança “quebrar” essa
sua ficha evitando o prosseguimento de seu círculo de imagem negativa.
Essa é a história das fichas no Brasil. Não tem qualquer procedência outras histórias,
especialmente a que diz que elas lembram as chapinhas guardadas por Bill e Bob, da
última cerveja que tomaram primeiro porque eles nunca beberam juntos, segundo porque,
se um alcoólico ativo não guarda coisas importantes não seria uma simples chapinha que
ia guardar. <= Fim da transcrição.
(N.T.: 2) Atualmente a Junaab disponibiliza fichas nos seguintes materiais e cores:
• Ficha plástica comum Amarela => Ingresso.
• Ficha plástica comum Azul => 3 meses
• Ficha plástica comum Rosa => 6 meses
• Ficha plástica comum Vermelha => 9 meses
• Ficha plástica comum Verde => Um ano
• Ficha luxo madrepérola Verde => Um e dois anos
• Ficha luxo madrepérola Marrom => Três anos
• Ficha luxo madrepérola Tomate => Quatro anos
• Ficha luxo madrepérola Branca => Cinco anos
• Ficha luxo madrepérola Amarelo-claro => Seis anos
• Ficha luxo madrepérola Azul-claro => Sete anos
• Ficha luxo madrepérola Amarelo-ouro => Oito anos
• Ficha luxo madrepérola Laranja => Nove anos
• Ficha luxo madrepérola Ouro-velho => 10 anos
• Ficha luxo madrepérola Azul => 15 anos
• Ficha luxo madrepérola Lilás => 20 anos
• Ficha luxo madrepérola Rosa-violeta => 25 anos
• Ficha luxo madrepérola dupla Azul e Branca => 30 anos
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finalmente, havia os que argumentavam que, naquele momento ou nos imediatos anos
seguintes, seria fácil brindar os poucos companheiros que estavam ou estariam
completando dez anos, mas, mais adiante, esse número de companheiros iria crescendo
e, os grupos, não tendo condições para adquirir essas fichas de ouro, criariam dentro de
A.A. duas castas: a dos que tinham fichas de ouro, e a dos que não podiam ter. De
qualquer forma, a ficha foi introduzida no A.A. e, atualmente, muitos são os
companheiros que completaram os seus dez anos e não receberam a ficha de ouro”.
(N.T.: 3) Maiores informações a respeito desta coletânea podem ser obtidas no Grupo
de origem de Luiz M., o Grupo Central do Brasil de A. A. Rua Prof.
Clementino Fraga Filho, nº 22 (Igreja de Santana - Reuniões 3ª e 6ª feiras).
Caixa Postal: 16.070 CEP: 20.221, Rio – RJ. A história foi redigitada por
Ricardo Gorobo - Gr. Paquetá.
Vale dizer que o ato da entrega de fichas, sua frequência e a forma de fazê-lo ou não, é
uma prerrogativa de cada Grupo em particular adotada conforme sua consciência
coletiva. Ainda assim, a aceitação ou recusa da ficha é de livre vontade de cada membro.
Muitos AAs celebram seus “aniversários” fazendo doações voluntárias e anônimas aos
Órgãos de Serviço conforme suas poses ou doando literatura a companheiros novos. Os
Grupos deverão sempre evitar fazer entrega de fichas e/ou homenagens em reuniões de
divulgação ou de Informação ao Público.
É consenso que as fichas celebram o tempo de sobriedade continuada – sem recaída, que
é, também, o tempo que conta para pleitear qualquer encargo na estrutura de A.A. Como
ninguém pode ser fiscalizado, este tempo baseia-se numa afirmação moral do membro.
O tempo de Irmandade é contado desde quando o membro manifestou seu desejo de nela
ingressar. Não existindo infração, penalização, punição nem expulsão não existe
reingresso na Irmandade, mas sim, retomada do tempo de sobriedade a partir de uma
eventual recaída.
98.3. A oração da Serenidade (a origem) => Do Box 4-5-9, Natal 2003 (pág. 3-4)
Título original: “La Oración de la Serenidad: Tanta substancia de A.A. en tan pocas
palabras”
Início da transcrição => Para os AAs de todos os lugares, a querida Oração da Serenidade
é um mantra para toda ocasião imaginável; uma brisa refrescante em um rosto
avermelhado pela ira, uma curta canção de gratidão por boas noticias, um guia consolador
diante das más noticia, - a segurança reconfortante de que o mundo vai-se desenvolvendo
como deve ser.
David R., de Oakland, Califórnia, diz: “Quando, num dia de calor escaldante, me
encontro na rodovia 101 no meio de um congestionamento quilométrico, com centenas de
caminhões parados devido a um acidente à frente, começo a recitar a Oração da
Serenidade para me proteger contra a fúria da estrada, e obtenho o efeito desejado”.
Karen M., de Richmond, Virgínia, diz que, “quando tenho que fazer alguma coisa que
ameaça com um ataque de nervos, como por exemplo, pedir ao meu chefe um aumento no
salário ou pedir desculpas por não ter feito bem alguma coisa, recito a Oração da
Serenidade várias vezes e isso me tranquiliza como se fosse uma arte de mágica”. John
D., de Chicago, diz que a oração “me ajuda tanto nos bons momentos quanto nos maus.
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Sempre aflora nos meus lábios de forma natural quando as coisas estão muito ruins, mas
também trato de lembrá-la para agradecer a Deus quando as coisas estão indo bem, como
no meu aniversário de A.A. ou nas raras ocasiões em que passo um fim de semana com a
minha mulher”.
Bill W., cofundador de A.A., disse: “Nunca tínhamos visto tanta substância em tão
poucas palavras”. No livro “Alcoólicos Anônimos atinge a maioridade”, Bill conta que
no começo de 1942, Ruth Hock, a primeira secretária nacional de A.A., não alcoólica,
mostrou a ele e a outros que se encontravam aglomerando o pequeno escritório de Nova
York um pequeno obituário que tinha aparecido no Herald Tribune de Nova York que
finalizava com estas palavras: “Deus, concede-nos a serenidade para aceitar as coisas
que não podemos mudar, a coragem para mudar as coisas que podemos e a sabedoria
para reconhecer a diferença”.
Alguém sugeriu que essas linhas fossem impressas em pequenos cartões de visita e incluí-
los na correspondência emitida pelo escritório e assim a Oração da Serenidade começou a
fazer parte integrante da vida de A.A. Desde então, foi traduzida para os muitos idiomas
falados pelos AAs no mundo todo e é proferida em voz alta nas reuniões e silenciosamente
nos corações. Durante mais de meio século a oração veio se entretecendo tão intimamente
na filosofia de A.A. que perece difícil aos membros lembrar
que não teve origem na experiência de A.A. Entretanto, a
pesar de anos de investigação por parte de historiadores e
inúmeras conjeturas por parte de amadores, a exata origem
da Oração da Serenidade continua a ser um mistério. O que
parece indiscutível é a reclamação de autoria feita pelo
teólogo Reinhold Niebuhr (1892-1971), que numa
entrevista disse haver escrito a oração como nota final de
um sermão a respeito do cristianismo prático. Mesmo assim,
Niebuhr admitiu alguma dúvida ao acrescentar
“supostamente, é possível que tenha estado muitos anos, Reinhold Niebuhr
inclusive séculos, aparecendo aqui e acolá, porém não acredito. Acredito sinceramente
que eu próprio a escrevi”.
Com sua permissão, durante a Segunda Guerra Mundial a Oração da Serenidade foi
impressa em cartões que foram distribuídos aos soldados americanos. Até então já tinha
sido impressa pelo Conselho Nacional de Igrejas assim como também por Alcoólicos
Anônimos.
Ao sugerir que a oração poderia ter aparecido aqui e acolá durante séculos, parece que
Niebuhr estava certo. De acordo com Bill W.: “Ninguém pode dizer com segurança quem
foi o primeiro a escrever a Oração da Serenidade. Alguns dizem que veio dos antigos
gregos; outros que saiu da pena de algum poeta inglês anônimo e outros que foi escrita
por um oficial da marinha americana”. Sua origem também foi atribuída a antigos textos
sânscritos e aos distintos filósofos Aristóteles, Santo Agostinho, Tomás de Aquino, e
Espinosa. Um companheiro de A.A. encontrou entre “Os seis erros do ser humano” do
escritor romano da antiguidade, Cícero, a seguinte frase: “A tendência a se preocupar com
coisas que não podem ser mudadas ou corrigidas”.
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De fato, ninguém encontrou o texto da oração entre os escritos destas supostas fontes
originais. O que certamente são muito antigos, como a citação de Cícero, são as questões
da aceitação, a coragem para mudar o que pode ser mudado e a disposição para se
desprender daquilo que está fora da nossa capacidade para ser mudado. Com certeza, a
busca da origem dessa oração tem sido como descascar uma cebola e às vezes é preciso
recomeçar de novo. Por exemplo, em julho de 1964, a Grapevine recebeu o recorte de um
artigo publicado no Herald Tribune de Paris onde o correspondente informava ter visto em
Koblenz, Alemanha, uma placa gravada com as seguintes palavras: “Deus, concede-me o
desprendimento para aceitar as coisas que não posso alterar; a coragem para alterar as
coisas que posso alterar; e a sabedoria para distinguir uma coisa da outra”.
Finalmente parecia haver aqui uma prova concreta com citação, autor e data da Oração da
Serenidade. Más não. Quinze anos mais tarde, em 1979, Peter T., de Berlim, disse a Beth
K., membro do pessoal do ESG à época, que na sua primeira forma, a oração teve origem
no filósofo romano Boécio (480-524), autor de “Os consolos da filosofia”.
Existem mais reclamações e, sem dúvida, irão continuar as descobertas nos anos
vindouros. Entretanto, uma ideia compartilhada por muitos é a de que, a Oração da
Serenidade, seja qual for sua origem, antiga ou moderna, parece ter surgido de uma
percepção humana fundamental e de uma sabedoria nascida do sofrimento.
Fora o Pai-Nosso e a oração de São Francisco, não há outras palavras e conceitos, ao
mesmo tempo práticos e espirituais, que tantos membros de A.A. levem gravados nas suas
mentes e em seus corações na sua viagem de sobriedade em direção a uma nova maneira
de viver (1).
Bill W. referiu-se a este fenômeno ao agradecer um amigo de A.A. que o presenteou com
uma placa onde estava escrita a oração: “Na criação de A.A., a Oração da Serenidade foi
um bloco de construção muito valioso, realmente uma pedra angular (2)”.
E falando em pedras angulares, mistérios e coincidências, um trecho da Rua 120 de
Manhattan, que ladeia o prédio onde se encontra o ESG, entre as ruas Riverside e
Broadway, é conhecido pelo nome Reinhold Niebuhr Place. <= Fim da transcrição.
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_holiday03.pdf
Ver: Alcoólicos Anônimos e as orações.
N.T. (1): O uso desta ou de qualquer oração em um Grupo de A.A. e a forma de fazê-la –
em pé ou sentados, antes e/ou depois da reunião - deverá ser aprovado pela
consciência coletiva, devidamente esclarecida, do Grupo interessado. Dos
Grupos que mantém este costume, alguns proferem a oração em pé, enquanto a
maioria considera mais coerente e condizente com o propósito único de A.A.,
manterem-se sentados, até por consideração àquelas pessoas que
eventualmente tenham objeção a respeito - para aqueles que acreditam, é o
espírito que deve se elevar e não necessariamente o corpo se levantar.
O anúncio de qualquer oração deverá sempre ser acompanhado do aviso verbal
de que sua profissão tem caráter estritamente voluntário e individual.
Em nenhuma circunstância deverão ser proferidas orações em reuniões
públicas informativas nem em divulgações externas ou eventos comemorativos
com a participação da comunidade. Não basta dizer que A.A. não está ligada a
nenhuma religião: também não deverá parecer.
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Embora a prática da oração esteja sugerida no programa – particularmente no
11º Passo, a Irmandade não tem orações próprias; orações específicas são
assunto pessoal e, portanto, alheio à Irmandade.
N.T. (2): Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra fundamental, a primeira
a ser assentada na esquina do edifício, formando um ângulo reto entre duas
paredes. Servia para definir a colocação das outras pedras e alinhar toda a
construção.
A pedra angular é o elemento essencial que dá existência àquilo que se chama
de fundamento da construção.
Também se denomina assim a cunha central dos arcos de pedra romanos e o
saimel (a pedra onde começa o arco em direção ao centro).
99. Craving (fissura) => É a necessidade imperiosa de uma substância psicoativa ou de seus efeitos
intoxicantes. Craving é um termo popular usado para o mecanismo que se supõe estar na base do
controle prejudicado: alguns acreditam que esse desejo aumente, pelo menos parcialmente,
como resultado de associações condicionadas que evocam respostas de abstinência
condicionada. O craving pode também ser induzida pela evocação de algum estado psicológico
semelhante à síndrome de abstinência do álcool ou drogas.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
100. Culpa => Culpa se refere à responsabilidade dada à pessoa por um
ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma
ou a outrem. O processo de identificação e atribuição de culpa pode
se dar no plano subjetivo, intersubjetivo e objetivo. No sentido
subjetivo, a culpa é um sentimento que se apresenta à consciência
quando o sujeito avalia seus atos de forma negativa, sentindo-se
responsável por falhas, erros e imperfeições. O processo pelo qual se
dá essa avaliação é estudado pela Ética e pela Psicologia (ver Culpa
(sentimento)).
No sentido objetivo, ou intersubjetivo, a culpa é um atributo que um grupo aplica a um
indivíduo, ao avaliar os seus atos, quando esses atos resultaram em prejuízo a outros ou a
todos. O processo pelo qual se atribui a culpa a um indivíduo é discutido pela Ética, pela
Sociologia e pelo Direito.
Em direito, assim como o dolo a culpa é um dos elementos da conduta humana que compõem
o fato típico. Caracteriza-se pela violação ou inobservância de uma regra, que produz dano aos
direitos de outros, por negligência, imprudência ou imperícia, ou seja, em razão da falta de
cuidado objetivo, sendo, portanto, um erro não-proposital.
Diferencia-se do dolo porque, neste, o agente tem a intenção de praticar o fato e produzir
determinado resultado: existe a má-fé. Na culpa, o agente não possui a intenção de prejudicar o
outro, ou produzir o resultado. Não há má-fé.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Culpa
O sentimento de culpa é o sofrimento obtido após reavaliação de um comportamento passado
tido como reprovável por si mesmo. A base deste sentimento, do ponto de vista psicanalítico, é
a frustração causada pela distância entre o que não fomos e a imagem criada pelo superego
daquilo que achamos que deveríamos ter sido.
114. Delirium-tremens => Forma de delírio agudo de que é acometido quem sofre de alcoolismo
crônico, quase sempre por ocasião do aumento ou da suspensão brusca da bebida, e
caracterizada por tremores, agitação, suores e alucinações terrificantes. É uma síndrome
orgânica cerebral aguda caracterizada por perturbações concomitantes da consciência, da
atenção, da percepção, da orientação, do pensamento, da memória, do comportamento
psicomotor, das emoções e do ciclo sono-vigília. A duração é variável, de poucas horas a
poucas semanas e a gravidade varia de leve até muito grave. A síndrome de abstinência
induzida pela retirada do álcool com delirium é conhecida como delirium tremens.
O início do delirium tremens ocorre usualmente 48 horas ou mais após a suspensão ou a
redução do consumo de álcool, mas pode apresentar-se até uma semana após este período.
Deve ser distinguido da alucinose alcoólica, que nem sempre é um fenômeno da abstinência.
Ver: Síndrome da Abstinência
115. Demência alcoólica => Um termo de uso variado; mais comumente designa um transtorno
crônico ou progressivo resultante de um beber arriscado, caracterizado pelo comprometimento
das múltiplas funções corticais superiores, incluindo memória, raciocínio, orientação,
compreensão, cálculo, capacidade de aprendizagem, linguagem e juízo crítico. A consciência
não se turva. As perturbações cognitivas são usualmente acompanhadas de deterioração do
controle emocional, do comportamento social ou da motivação. A existência da demência
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alcoólica como uma síndrome específica é posta em dúvida por alguns que atribuem a
demência a outras causas.
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/biblioteca/documentos/Publicacoes/327615.pdf
116. Dependência => Do latim dependentĭa, particípio presente neutro plural de dependēre,
“pender de”. Estado de dependente; sujeição; Subordinação. Falta de autonomia, maturidade e
independência. Necessidade física e/ou psicológica de determinada substância ou atividade...
117. Dependência química: Na atual convenção médica, a dependência química é definida como
uma doença paralela a outras doenças físicas. Têm base biológica, sinais e sintomas
característicos, um curso e resultados previsíveis e está isenta de causação “internacional”. A
ampla variedade de definições e concepções existentes de tratamento das dependências
químicas revela que não há uma caracterização única capaz de capturar ou explicar a
dependência química. Ela pode ser conceituada ainda como uma doença progressiva, incurável
e potencialmente fatal, como sendo uma doença multifacetada, atingindo o ser humano em
todas as suas áreas: física, psíquica e social.
É uma doença crônica que leva a pessoa a uma progressiva mudança de comportamento,
gerando uma adaptação a doença, a fim de proteger o consumo da droga.
Ainda na concepção da dependência química como doença, caracterizada como sendo crônica,
progressiva, incurável, mas tratável, apesar de problemas significativos para o dependente. É
uma doença de evolução própria, que pode levar à insanidade, prisão, morte ou ao tratamento.
Progressiva: enquanto houver uso.
Multifacetada: atinge o indivíduo em corpo, mente e espírito.
Doença Primária: é um sintoma e não uma consequência de problemas emocionais anteriores.
http://www.denarc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=39
118. Dependência química e A.A. => A Conferência de Serviços Gerais de A.A. de 1997 – EUA/
Canadá, aprovou uma revisão da definição da declaração da Unicidade de Propósito de A.A.,
contida na Quinta Tradição, que oferece uma possível solução para pessoas com outros
problemas e queiram se tornar membros de A.A.: “O alcoolismo e a drogadicção podem ser
classificados como 'abuso de substâncias químicas' ou como 'dependência de substâncias
químicas'. Por conseguinte, às vezes se permite, em A.A., tanto a introdução dos não
alcoólicos como a dos alcoólicos e lhes é feita a recomendação de que assistam às reuniões.
Qualquer pessoa pode assistir às reuniões abertas de A.A. Mas unicamente os que têm um
problema com a bebida podem assistir às reuniões fechadas ou tornarem-se membros de A.A.
As pessoas que têm outros problemas diferentes do alcoolismo podem se tornar membros de
A.A. somente se tem um problema com a bebida.”.
119. Depressão => É um transtorno psiquiátrico que afeta pessoas de todas as idades. Caracteriza-se
pela perda de prazer nas atividades diárias (anedonia), apatia, alterações cognitivas (diminuição
da capacidade de raciocinar adequadamente, de se concentrar ou/e de tomar decisões),
psicomotoras (lentidão, fadiga e sensação de fraqueza), alterações do sono (mais
frequentemente insônia, podendo ocorrer também hipersonolência), alterações do apetite (mais
comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite), redução do
interesse sexual, retraimento social, ideação suicida e prejuízo funcional significativo (como
faltar muito ao trabalho ou piorar o desempenho escolar).
O transtorno depressivo maior diferencia-se do humor “triste”, que afeta a maioria das pessoas
regulamente, por se tratar de uma condição duradoura (a maior parte do dia, quase todos os
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dias, pelo menos duas semanas), de maior intensidade ou mesmo por uma tristeza de qualidade
diferente da tristeza habitual, acompanhada de vários sintomas específicos e que trazem
prejuízo à vida da pessoa. Ou seja, depressão não é tristeza. É uma doença que precisa de
tratamento.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Depress%C3%A3o_nervosa
120. Despertar => Tirar do sono; espertar; acordar. Acordar em certo estado. Sair do estado de
torpor ou inércia; readquirir força ou atividade.
121. Despertar espiritual, em A.A. => No entender de William James (1842
– 1910), mentor filosófico de A.A., o despertar espiritual, ou
experiência espiritual, acontece quando se opera uma mudança na
personalidade de um indivíduo (não necessariamente alcoólico), quase
sempre baseada no sofrimento que se segue a uma grande perda e têm
três denominadores comuns. O primeiro é a admissão da derrota em
decorrência de alguma calamidade em áreas importantes da vida
pessoal. Outro denominador é o colapso: todas as pessoas chegam ao
desespero absoluto e sua mente entra em colapso. O terceiro tinha sido
um apelo dirigido a um poder superior. William James
Esse apelo por ajuda podia assumir muitas formas e nem mesmo ser vazado em termos
religiosos. Estes três denominadores deram origem ao Primeiro e Segundo Passos de A.A.
A experiência poderá ser repentina – como teria acontecido com Bill W., ou como parece
acontecer com a maioria das pessoas que experimenta essa mudança de forma lenta e gradativa
na medida em que se vai reeducando através de algum programa de reformulação espiritual –
p. ex. os Doze Passos – durante um período variável de tempo.
A pessoa regenerada gradativamente entende que se operou uma profunda alteração na sua
compreensão da vida e que é pouco provável que tal mudança pudesse ser conseguida por ela
sozinha.
121.1. Diferença entre Despertar espiritual e Experiência espiritual => Em A.A., os termos
“despertar espiritual” e “experiência espiritual” tornaram-se sinônimos. Na primeira
edição do Livro Azul, em 1939, usou “experiência espiritual” no Décimo Segundo
Passo; edições posteriores alteraram o termo para “despertar espiritual”. Na história de
Bill W., sua experiência espiritual é descrita na página 14 do capítulo 1 do Livro Azul
(Junaab, código 102). Uma explicação mais detalhada pode ser encontrada onde o Dr.
Jung cuidadosamente descreveu o conceito de Rowland H. na página 27 no capítulo 2 -
Há uma solução. Por causa da confusão a respeito do significado dos termos, na
segunda edição do Livro Azul, em 1955, foi acrescentado o Apêndice II que começa
assim (página 210, 4ª edição):
“Os termos ‘Experiência Espiritual’ e ‘Despertar Espiritual’ são usados muitas vezes
neste livro, demonstrando, através de uma leitura cuidadosa, que a mudança de
personalidade suficiente para efetuar a recuperação de alcoolismo manifesta-se de
muitas formas diferentes”. E explica que uma “experiência espiritual” é uma
transformação relativamente repentina, que pode durar apenas alguns minutos ou talvez
algumas horas, enquanto um “despertar espiritual” é uma transformação gradual que
pode levar dias, semanas, meses ou até mais; aquilo que William James descreveu
como uma experiência da “variedade educacional”. Em seus escritos, Bill W., explicou
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a diferença, observando que mesmo entre os membros de A.A. que realizam todos os
exercícios espirituais como descrito nos Doze Passos, “experiências espirituais” como
a sua são muito menos comuns do que o descrito como “despertar espiritual”.
121.2 Experiência espiritual de Bill W. => Embora nas três internações anteriores tivessem
existido alucinações como do tratamento com a beladona, foi na quarta internação que,
passadas as 50 horas do tratamento da beladona, isto é, do segundo para o terceiro dia,
que Bill W. teve uma experiência diferente. Nas suas palavras, a partir de uma profunda
depressão e chegando ao ponto de total esvaziamento, entrou num estado de rendição
completa e absoluta. Sem nenhuma fé ou esperança, ele gritou: “Farei qualquer coisa,
qualquer coisa que seja! Se é que Deus existe que Se revele”.
Então teve aquele “hot flash" ou estalo, que ele assim descreveu: “De repente o quarto
se encheu de uma forte luz. Pareceu-me com os olhos de minha mente, que eu estava
numa montanha e que soprava um vento, não de ar, mas de espírito. E então tive a
sensação de que era um homem livre. Lentamente o êxtase passou. Eu estava sentado
na cama, mas agora por instantes me encontrava em outro mundo, um mundo novo de
conscientização. Ao meu redor e dentro de mim, havia uma maravilhosa sensação de
presença e pensei comigo mesmo: ‘Então esse é o Deus dos pregadores”. (“A opinião
de Bill” leitura 2).
Pouco depois dessa “viagem ao topo da montanha”, Bill chamou o médico e
perguntou: “Estou ficando louco?”. De acordo com Dale Mitchell, biógrafo de Bill, o
Dr. Silkworth poderia ter advertido ao paciente que o tratamento com beladona que ele
estava recebendo "... era susceptível de causar imagens vibrantes, confusão mental e
produzir alucinações daquele tipo”. Isso é o que qualquer médico provavelmente teria
feito. Mas, não apenas como médico, mas também como um homem humilde que
acreditava que as coisas acontecem por uma razão e que os motivos de seu sucesso
muitas vezes são obscuros para nós, o Dr. Silkworth escolheu outro caminho - um
caminho pelo qual todos nós AAs devemos ser eternamente gratos a este “pequeno
doutor que amava os alcoólicos”. Ele disse a Bill que ele não estava ficando louco e
que “... seja o que for que tenha tido, é melhor se apoiar nisso; isso é muito melhor do
que você tinha há somente algumas horas atrás”.
Nas próximas horas foi visitado por Ebby T. que não entendeu absolutamente nada do
que tinha ocorrido, mas entregou a Bill um livro presenteado por Rowland Hazard, do
Grupo de Oxford, que oferecia esclarecimentos adicionais àquela experiência: “As
Variedades da Experiência Religiosa”, do filósofo e pai da psicologia americana e do
conceito do Pragmatismo, William James cujo pensamento viria fazer parte do
programa de A.A..
Mais tarde, ao ler o livro levado por Ebby, “As Variedades da experiência religiosa”,
Bill entendeu que lhe teria acontecido o que William James descrevia como “despertar
espiritual”, ou “experiência espiritual”, expressão esta, que viria fazer parte de seus
futuros depoimentos e palestras, e do vocabulário de grande parte dos membros de A.A.
Anos mais tarde, Bill Wilson afirmou que, se o Dr. Silkworth tivesse desencorajado sua
nova relação com o “mundo do espírito”, duvidava que fosse recuperar-se.
Harvey Firestone Sr. era membro da Igreja Episcopal São Paulo, de Akron, dirigida pelo
Reverendo Walter F. Tunks, que também era o capelão da Firestone. Impressionado
com a “milagrosa” recuperação de seu filho através de Sam Shoemaker, ele atribuiu o
fato ao Grupo de Oxford e convidou seu fundador, Frank Buchman, para uma serie de
comemorações no Hotel Mayflower de Akron e para instalar seu grupo na cidade.
Buchman compareceu com uma comitiva de 60 pessoas e lá permaneceram durante dez
dias fazendo reuniões e apresentando as propostas do grupo. Destas reuniões
N.T. (1): Embora por definição a AAESP possa ser considerada uma Irmandade de
ajuda mútua é, no entanto, uma associação diferente daquilo que possam ser
consideradas Irmandades ou Grupos Anônimos baseados nos Doze Passos
de A.A., mesmo que os tenha utilizado em sua origem.
A razão da sua citação neste trabalho está nas suas origens e na importância
que supôs para muitos alcoólicos que viriam se tornar membros de A.A. em
São Paulo, primeiro na Capital e depois no Estado, já que foi a primeira
associação formalmente criada para ajudar os alcoólicos paulistanos e
paulistas - e continua a fazê-lo obtendo excelentíssimos resultados. Sua
criação originou-se da mensagem de Alcoólicos Anônimos trazida por um
membro de A.A. do Rio de Janeiro. Veja (leia):
A primeira semente de A.A. foi trazida ao Estado de São Paulo
em 1949, quando chegou à capital, vindo do Rio de Janeiro, o
AA Harold W., a convite de algumas pessoas interessadas em
abrir um Grupo de A.A.
Estas pessoas chegaram a se reunir por uns tempos no
apartamento de um hotel na Vila Mariana, onde Harold se
hospedava, e inclusive divulgar a noticia da “chegada de A.A.
em São Paulo” através do jornal “Correio Paulistano”; mas
não teve continuidade devido ao retorno de Harold ao Rio.
Todavia, três companheiros remanescentes aproveitaram a
experiência e criaram o Programa de Reerguimento, que
baseado nos Doze Passos de A.A. deixados por Harold, serviu de base para a fundação,
em 01 de março 1950, da Associação Antialcoólica do Estado de São Paulo, AAESP.
Suas primeiras diretorias foram constituídas por pessoas que em sua maioria não
sofriam da doença alcoolismo; somente a partir de 1959, todos seus servidores
passaram a ser alcoólicos recuperados. Teve seu trabalho reconhecido, com os decretos
de utilidade pública estadual em 1952, e municipal e federal em 1956. (Ao lado detalhe
da publicação nº 1 da Associação Antialcoólica contendo a lei que a reconhecia,1667,
a promessa de “cura grátis”, o 1º endereço – R. Álvares Machado, 19, Caixa postal
4961, reuniões às sextas feiras às 20 horas, os Doze Passos [de A.A]. e a descrição do
“despertar espiritual”). Seus membros denominavam-se alcoólatras – substantivo
comum à época por não se entender ainda o alcoolismo como doença e para se
diferenciar dos predecessores “Alcoólicos” Anônimos. Mais tarde passaram a se reunir
nas dependências do Ambulatório Municipal de Recuperação de Alcoólatras (ARA)
dirigido pelo Dr. Ajax - médico especializado em alcoolismo, muito religioso e que
viria se tornar um dos primeiros diretores da Associação Antialcoólica, na Casa do
Pequeno Trabalhador, localizada na Avenida 23 de Maio debaixo do viaduto Pedroso,
Capital. As reuniões constavam de duas partes: numa os membros falavam de suas
experiências, e na outra recebiam orientação de profissionais.
NO BRASIL:
176. Ira => Intenso sentimento de ódio, de rancor, geralmente dirigido a uma
ou mais pessoas em razão de alguma ofensa, insulto etc., ou rancor
generalizado em função de alguma situação injuriante; fúria, cólera,
indignação.
Ira é um sentimento mental e emotivo de conflito com o mundo externo ou
consigo mesmo, que controlamos pouco e manejamos pior ainda,
deixando-nos fora de nossas ações. Essa explicação quer dizer que a ira é
uma emoção que surge em nossa mente devido a um acontecimento especial ocorrido, seja no
meio em que a pessoa está ou com ela mesma, diante de alguma situação qualquer. Ou seja, a
ira pode refletir-se tanto contra os outros quanto contra si próprio, dependendo de como se
desenha o ocorrido. Quando surge a ira, somos tomados pelas emoções de tal forma que
perdemos a racionalidade, deixando-nos fora de nosso juízo normal, podendo nos levar a
cometer erros da qual nos arrependeremos posteriormente.
Por ter componentes irracionais, a ira não deve ser confundida com o ódio, que pode atingir
seus objetivos destrutivos somente pela racionalidade. A ira é uma explosão forte de um
sentimento ruim, proveniente de uma contrariedade, de uma desilusão, de um acontecimento
Início da transcrição => Durante muito tempo, um triângulo inscrito em um círculo foi
reconhecido como o símbolo de Alcoólicos Anônimos. Entretanto, o círculo e o
triângulo também constam entre os mais antigos símbolos espirituais conhecidos pela
humanidade. Para os antigos egípcios o triângulo representava a inteligência criativa;
para os gregos, significava a sabedoria. Geralmente, representa a aspiração de alcançar
um entendimento mais elevado e uma maior compreensão do espiritual.
Na Convenção Internacional em 1955, durante a celebração do 20º aniversário de A.A.,
foi aceito o triângulo inscrito num círculo como o símbolo de Alcoólicos Anônimos.
“O circulo”, disse Bill W. aos AAs reunidos em St. Louis, “simboliza o mundo inteiro
de A.A., e o triângulo representa os Três Legados de A.A., - Recuperação, Unidade e
Serviço. Dentro do nosso maravilhoso mundo novo, encontramos a libertação de nossa
obsessão mortal”.
O símbolo foi registrado como marca oficial de A.A. em 1955, e foi livremente usado
por várias entidades de A.A., o qual funcionou bem durante um bom tempo. Entretanto,
por volta da metade dos anos 1980 começou a haver certa preocupação por parte dos
membros da Irmandade a respeito da utilização do círculo e do triângulo por
organizações alheias a A.A. Em conformidade com a Sexta Tradição que diz que A.A.
“... nunca deverá sancionar, financiar ou emprestar o nome de A.A. a qualquer
sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade...”, A.A. World Services –
Serviços Mundiais de A.A., começou, em 1986, a tomar algumas providencias para
prevenir a utilização do círculo e do triângulo por entidades alheias, incluindo
fabricantes de brindes, casas editoras e instituições de tratamento. Esta política de
desestímulo foi realizada com moderação e, tão somente depois que todas as tentativas
de persuasão e conciliação tinham fracassado, foi considerado empreender ações legais.
De fato, dos aproximadamente 170 usuários não autorizados que foram contatados,
apenas foram apresentadas demandas contra dois deles e o assunto foi resolvido logo no
início.
ainda que mais equipado para compreender a relação das palavras com as coisas; seu
raciocínio será mais sistemático para o insondável mistério que em vão tentou compreender”),
Página 215 de 304
The Grateful Dead e Pink Floyd e outros, fizeram esse papel; o Brasil contribuiu com a canção
“Sem Lenço Sem Documento”, entre outras.
194.1. Bill W e o LSD => Em 1954, Bill W. foi apresentado e, aproximou-se de dois
psiquiatras ingleses, os Drs. Humphry Osmond e Abram Hoffer, que trabalhavam
com alcoólicos e esquizofrênicos em um hospital psiquiátrico em Saskatoon, Canadá.
Eles conceberam a teoria de que utilizando o LSD e a mescalina - uma substancia
natural que produz efeitos semelhantes aos do LSD sintético, portadores de
esquizofrenia e alcoolismo crônico, poderiam apresentar algo muito semelhante ao
delirium tremens, já que um bom número de pessoas que havia parado de beber fizera-
o com base no fato de haver chegado ao estado de delirium tremens e não querer
repetir a experiência.
Bill entendeu que tudo que pudesse ajudar alcoólicos era bom e não deveria ser
descartado. Ele estava entusiasmado com o que outras pessoas estavam fazendo nessa
linha e se dispôs a experimentar a droga o que veio ocorrer na tarde do dia 29 de
agosto de 1956, na Califórnia, sob orientação de Gerald Heard. Sidney Cohen,
psiquiatra do Hospital dos Veteranos de Los Ângeles, assistiu à experiência. Bill ficou
entusiasmado e disse que tinha tido uma experiência completamente espiritual, tal
como havia sido sua experiência inicial no Towns Hospital em dezembro de 1934.
Depois disso convidou pessoas próximas a juntarem-se à
experiência, entre as que aceitaram, umas gostaram, como o
padre Ed Dowling, outras não, como Sam Shoemaker e, para
outras, como Lois, lhes foi indiferente. Houve ainda, as que não
aceitaram participar da experiência, tal como o Dr. Jack L.
Norris (1903-1989).
Quando a noticia das experiências de Bill chegou à Irmandade,
a maioria dos AAs reagiu com indignação e se opôs com
determinação às experiências com uma substancia que alterava
a mente e que estava em desacordo e era incoerente com os Dr. Jack L. Norris.
princípios espirituais que a Irmandade, e o próprio Bill, vinham propondo.
Em 1959, orientado pelo Dr. Jack L. Norris, Bill conseguiu se afastar das experiências
com o LSD.
Ver: Capitulo 23 do livro Levar Adiante, Junaab, código 118.
195. Luto => É um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela
morte de outro ser. Segundo John Bowlby (1907-1990), quanto maior o apego ao
objeto perdido (que pode ser uma pessoa, animal, fase da vida, status social...)
maior o sofrimento do luto. O luto tem diferentes formas de expressão em culturas
distintas.
Entende-se por luto não somente a reação vivenciada diante da morte ou perda de um ser
amado, mas também as manifestações ocorridas em outras perdas, como separações familiares,
de amigos, conjugais. Lembranças de valores emocionais, como mudanças de casa e de país,
remetem ao processo de luto. Frente à instalação destas perdas significativas, o luto é visto
como um processo mental que as designa.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luto
http:// http://gal-aa.org/
www.aa.org/lang/sp/sp_pdfs/sp_box459_spring10.pdf http://hindsfoot.org/Akr12.html
http://55th.icypaa.org/ http://hindsfoot.org/akr12.html
http://aabr.com.br/ver.php?id=206&secao=2 http://hindsfoot.org/archives.html
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html?hl=pt-BR&id=vY4gd-WWSQwC http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica
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http://compare.buscape.com.br/a-historia-natural-do- http://pt.wikipedia.org/wiki/Alegria
alcoolismo-revisitada-vaillant-george- http://pt.wikipedia.org/wiki/Alergia
8573072628.html#precos http://pt.wikipedia.org/wiki/Amizade
http://compare.buscape.com.br/o-sermao-da-montanha- http://pt.wikipedia.org/wiki/Ang%C3%BAstia
e-o-pai-nosso-emmet-fox-8577011585.html#precos http://pt.wikipedia.org/wiki/Ansiedade
http://da.aagrapevine.org/browsedate.php?dt=1971_3 http://pt.wikipedia.org/wiki/Assertividade
http://desdeakron.blogspot.com.br/p/la-literatura-de- http://pt.wikipedia.org/wiki/Atitude
aa.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoconhecimento
http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_B._Towns http://pt.wikipedia.org/wiki/Autocr%C3%ADtica
http://en.wikipedia.org/wiki/Diagnostic_and_Statistical http://pt.wikipedia.org/wiki/Autonomia
_Manual_of_Mental_Disorders http://pt.wikipedia.org/wiki/Autossufici%C3%AAncia
http://en.wikipedia.org/wiki/Harry_Tiebout http://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia
http://en.wikipedia.org/wiki/Sam_Shoemaker http://pt.wikipedia.org/wiki/Bebida_alco%C3%B3lica
http://es.wikipedia.org/wiki/Sociedad_Religiosa_de_los http://pt.wikipedia.org/wiki/Bem-estar
_Amigos http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%BAme
http://existeumasolucao.com.br/sala-de- http://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento_humano
leitura/arquivos/apadrinhamento.pdf http://pt.wikipedia.org/wiki/Conceito
http://existeumasolucao.com.br/sala-de- http://pt.wikipedia.org/wiki/Consci%C3%AAncia_colet
leitura/arquivos/experiencia-religiosa.pdf iva
http://existeumasolucao.com.br/sala-de- http://pt.wikipedia.org/wiki/Controv%C3%A9rsia
leitura/arquivos/guia-para-o-inventario-moral.pdf http://pt.wikipedia.org/wiki/Coragem
Inserir na letra C:
Colapso = > Estado semelhante ao choque... Diminuição súbita de eficiência, de poder. Derrocada,
desmoronamento, ruína.
Um colapso mental (também conhecido como colapso nervoso) é um termo não-médico usado para
descrever um súbito e agudo ataque de uma doença mental, como depressão ou ansiedade. Quando
utilizado em conversas normais, o termo pode assumir uma conotação pejorativa.
Casos específicos são geralmente descritos como “colapso” somente se o indivíduo apresenta
problemas em desempenhar as funções normais do dia-a-dia por causa da doença. A partir do ponto
em que a condição do indivíduo se torna avançada, é necessário e urgente procurar ajuda médica.
Da mesma forma que o termo “sanidade”, os termos “colapso mental” e “colapso nervoso” não têm
definição médica e não são utilizados num senso clínico. Entretanto, problemas médicos ou pessoais
capazes de disparar um colapso podem ser evitados com ajuda psicológica.
Um colapso mental não é a mesma coisa que um ataque de pânico, apesar de que colapsos mentais
podem apresentar um quadro de pânico.
As causas de um Colapso Mental/Nervoso (frequentemente também chamado Esgotamento Nervoso)
podem incluir:
• Mágoa crónica e não-resolvida;
• Desemprego;
• Problemas acadêmicos;
• Problemas no trabalho;
• Problemas financeiros;
• Vontade de se suicidar;
• Etc.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Colapso_mental
Página 289 de 304
No final do item Doze (as) Promessas, inserir:
Pesquisadores descobriram que uma companheira de Ohio que não gostava das promessas do Nono
Passo, descreveu “As Doze recompensas” para substitui-las. O sítio independente anonpres FAQ
consultado, respondeu “porque vale a pena, encontramos o seguinte”:
As Doze Recompensas:
1. Esperança em vez de desesperança.
2. Fé em vez de desesperança.
3. Coragem em vez de medo.
4. A paz de espírito ao invés de confusão.
5. Auto-respeito, em vez de autodesprezo.
6. A autoconfiança, em vez de desamparo.
7. O respeito dos outros, em vez de sua piedade e desprezo.
8. Uma consciência limpa ao invés de um sentimento de culpa.
9. Verdadeira amizade em vez de solidão.
10. Um padrão de vida limpa, em vez de uma existência sem propósito.
11. O amor e a compreensão de nossas famílias, em vez de suas dúvidas e medos.
12. A liberdade de uma vida feliz, em vez da escravidão do vício.
anonpresFAQ
Inserir na letra E:
Ego =>Ego (em alemão ich, "eu") designa na teoria psicanalítica uma
das três estruturas do modelo triádico do aparelho psíquico. O ego
desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de permitir que seus
impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo:
é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a
razão, o planejamento e a espera no comportamento humano. A
satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade
permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de
consequências negativas.
A principal função do Ego é buscar uma harmonização inicialmente
entre os desejos do Id e a realidade e, posteriormente, entre esses e as
exigências do superego.
O Ego não é completamente consciente, os mecanismos de defesa fazem parte de um nível
inconsciente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ego
Na letra F, após a palavra Fé, inserir o subtítulo:
William James e a opção pela fé: => Em um ensaio publicado em 1897, “A Vontade de Crer”,
William James (1842 – 1910), o mentor filosófico de A.A., escreve sobre a fé e o ceticismo: “O
cepticismo, portanto, não é o ato de evitar a opção; é a opção por um certo tipo específico de risco.
É melhor se arriscar à perda da verdade do que à chance de erro – esta é a posição exata daquele
que veta a fé. Ele está fazendo sua aposta tanto aquele que crê; está se defendendo contra a hipótese
religiosa, assim como o crente está defendendo a hipótese religiosa contra seu opositor. Pregar para
nós o cepticismo como sendo um dever até que “evidências suficientes” em favor da religião possam
ser encontradas é equivalente, portanto, a nos dizer, quando na presença da hipótese religiosa, que
Página 290 de 304
ceder a nosso receio de que ela esteja errada é mais sábio e melhor do que
ceder à nossa esperança de que ela possa ser verdadeira. Não é, então, o
intelecto contra todas as paixões; é apenas o intelecto com uma paixão
estabelecendo a sua lei. E o que, por acaso, garante a sabedoria suprema
dessa paixão? Engano por engano, que prova existe de que o engano pela
esperança é tão pior do que o engano pelo medo? Eu, pessoalmente, não
consigo ver nenhuma prova; simplesmente recuso obediência à ordem do
cientista de que eu imite seu tipo de opção, num caso em que minha própria
aposta é importante o suficiente para me dar o direito de escolher minha
própria forma de risco. Se a religião for verdadeira e as evidências em prol
dela ainda forem insuficientes, não desejo, pela aplicação de seu extintor de incêndio à minha
natureza (que me aprece, afinal de contas, ter algo a ver com toda essa questão), ser privado de
minha única chance na vida de ficar do lado vencedor – chance que depende, claro, de minha
disposição de correr o risco de agir como se minha necessidade passional de encarar o mundo
religiosamente pudesse ser profética e certa”.
James, William. A vontade de crer. Tradução Cecília Camargo Bartalotti. – São Paulo: Loyola, 2001, p. 43.
(Leituras Filosóficas).
Poderá ler este pequeno livreto (50 páginas) em:
http://leandromarshall.files.wordpress.com/2012/05/william-james-a-vontade-de-crer.pdf
Inserir na letra P:
Perfeição => A perfeição caracteriza um ser ideal que reúne todas as qualidades e não tem nenhum
defeito. Designa uma circunstância que não possa ser melhorada ainda mais e mais.
Historicamente o termo perpassa pelo conceito de entelecheia (enteles, completo, telos, fim, propósito
e echein, ter) cunhado por Aristóteles, sendo um trabalho ativo para a realização de um alvo,
intrínseca à mesma coisa. Mas é também esse alvo, esse estágio em que a organização alcançou todas
suas potencialidades, e consequentemente, alcançou a perfeição.
O conceito moderno de perfeição se origina do movimento idealista do século XVIII, e está
estreitamente ligado à noção de progresso... O perfeito é um 'completo', um manancial de ações
potenciais. Por outro lado, a perfeição é uma ideia, uma condição que não é alcançada, mas deve
necessariamente ser almejada - esta é a ética do homem.
Hoje em dia na linguagem profissional, perfeição pode ser definida não como não ter defeitos. Mas
sim como algo ou alguém que apresenta defeitos, mas que esses seus defeitos são ofuscados pelas
suas qualidades, fazendo com que eles se tornem invisíveis aos olhos das pessoas.
Já que é impossível chegar na perfeição profissional, porque para ser considerado perfeito sem haver
a possibilidade de melhoria no mercado de trabalho, deve conhecer todas as áreas e fazer um
trabalho perfeito.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Perfei%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinergia
No tópico 98.1 Fichas e lembranças de tempo de sobriedade em A.A. (origem) => substituir o
terceiro parágrafo por: O sistema entrega de fichas parece ter começado em
Indianápolis em 1942. A tradição é creditada a Doherty S., que originalmente trouxe
A.A. para Indianápolis. O próprio Doherty teria escrito uma carta a Bill W. lhe
Inserir na letra L:
Lema => Norma ou sentença, geralmente curta, que resume um ideal, objetivo etc.; emblema,
divisa.
Inserir após o item anterior:
Lemas em A.A. – algumas origens => A explicação do Escritório de Serviços Gerais – ESG, de
Nova York a respeito destes lemas ou slogans (alguns ainda os identificam como “Princípios de
ouro”), é a seguinte: “Nós não temos muita informação sobre as origens dos lemas e slogans
usados em A.A., mas podemos compartir algumas informações preliminares. Muitos desses
slogans, como acontece com outras práticas, em A.A., foram simplesmente repassados oralmente
de uns membros para outros; por isso é impossível saber quem começou a utilizá-los primeiro. É
possível que alguns dos slogans possa ter-se originado a partir de uma parte da linguagem
Movimento Grupo de Oxford (ver Grupo de Oxford), mas também pode ser que eles tenham sido
introduzidos por Bill W. o Dr.Bob e outros membros pioneiros.
Muitos membros perguntam com frequência a respeito das origens dos lemas e slogans, e
sempre foi difícil responder. Em dezembro de 1958, Ruth Hock (não alcoólica), que foi a
primeira secretário do A.A., respondeu a uma pergunta semelhante sobre os diferentes slogans.
Na sua resposta Ruth escreveu: ‘... Bill W. e eu trabalhamos juntos em janeiro de 1936, quando
ele tinha pouco mais de um ano de sobriedade e nesse tempo slogans como ‘Vá com calma’,
‘Viva e deixe viver’ e ‘Primeiro, as coisas primeiras’, faziam parte da conversação diária. Eles
também foram utilizados por Bill W. no projeto do primeiro Livro Azul; assim, provavelmente
só ele mesmo poderia dizer-lhe onde ele os apanhou ...
Até onde eu sei, todos os slogans acima foram introduzidos em A.A. pelo próprio Bill W. que os
teria trazido de Vermont, onde ele nasceu.
Alguns deles poderiam ter sido usados em reuniões do Grupo de Oxford, mas não posso falar
com certeza.’”.
Também, em algumas das reuniões desse movimento evangélico, era cantado o hino
“Amazing Grace” ou recitada sua letra que, para os pioneiros alcoólicos que
participavam daquelas reuniões, poderia ser associada à recente obtenção da
sobriedade.
A história:
"Amazing Grace" é um conhecido hino tradicional protestante com a letra
escrita pelo inglês John Newton. Quando “Amazing Grace” foi publicado pela
primeira vez no “Newton’s Olney Hymns” – em 1779, somente a letra fora
impressa sem partitura musical alguma. Acredita-se também que o texto era
recitado na época e não cantado.
Depois de um curto tempo na Marinha Real, John Newton iniciou sua carreira
como traficante de escravos. Certo dia, durante uma de suas viagens, o navio de
Newton foi fortemente afetado por uma tempestade. Momentos depois de ele
deixar o convés, o marinheiro que tomou o seu lugar foi jogado ao mar, por isso
ele próprio guiou a embarcação pela tempestade. Mais tarde ele comentou que
durante a tempestade ele sentiu que estavam tão frágeis e desamparados e
concluiu que somente a Graça de Deus poderia salvá-los naquele momento.
Incentivado por esse acontecimento e pelo que havia lido no livro, Imitação de
Cristo de Tomás de Kempis (1380-1471), ele resolveu abandonar o tráfico de
escravos e tornou-se cristão, o que o levou a compor a canção Amazing Grace
(em português: "”Maravilhosa Graça”).
A letra:
Maravilhosa Graça
Maravilhosa Graça, como é doce o som
Que salvou alguém como eu
Estava perdido mas agora me encontrei
Estava cego, mas agora vejo
Foi a Graça que ensinou meu coração a temer
E Graça, meus medos foram levados
Como é precioso que a graça tenha aparecido
Na hora em que acreditei
Com muitos perigos, sustos e medos
Nós viemos
Foi a Graça que nos levou a salvo para longe
E a Graça nos levou para casa
Quando estávamos aqui por muitos anos
Brilho forte como o do sol
Página 295 de 304
Não temos menos dias para cantar para o prazer de Deus
Como quando começamos
Como quando começamos
.John Newton, Olney Hymns (London: W. Oliver, 1779)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Amazing_Grace
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imita%C3%A7%C3%A3o_de_Cristo
Assista o vídeo => http://www.clarrissegill.com/videoclips/amazing_grace.php
(ou coloque para pesquisa “Amazing Grace” e escolha o interprete da sua preferência para ouvir este belíssimo
hino).
Esta frase também é usada num dos lados da medalha que
identifica os participantes do Movimento de Retiros “Matt
Talbot” – uma associação criada em 1941 por membros de
A.A. para a prática de retiros espirituais de alcoólicos
recuperados ou em recuperação. Embora a maioria dos
participantes sejam membros de A.A., não há nenhuma
ligação entre A.A. e os Retiros “Matt Talbot”. No entanto, os Retiros são
destinados a promover e melhorar a recuperação espiritual, tal como sugerido
pelo Programa dos Doze Passos de AA.
Veja: Movimento Matt Talbot
Não posso mudar o vento, mas posso ajustar as velas.
N.T.: “Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde
quer”. Confúcio (551 a.C.-479 a.C.)
http://kdfrases.com/frase/99111
Noventa reuniões em noventa dias.
N.T.: Ninguém pode afirmar com total segurança a respeito das raízes de “90 reuniões em
90 dias”. Nenhuma das pessoas que trabalham no Escritório de Serviços Gerais pode
dizer onde se originou esse conselho ouvido em algumas reuniões de A,A, No Livro
Azul ou no livro Doze Passos e Doze Tradições, não aparece nenhuma sugestão neste
sentido. Entretanto, nos anos 1950 apareceu na Grapevine a menção de 90 dias como
um ponto importante da sobriedade. Um artigo na edição de janeiro de 1959 - parte de
uma série a respeito de palestras nas reuniões de novos, tinha o título “A prova dos 90
dias”. Nesse artigo é sugerida a possibilidade de dizer ao iniciante: “Gostaria de lhe
propor que tome a decisão de se afastar da bebida por 24 horas por dia durante os
próximos três meses. E também assistir a muitas reuniões, todas as noites, se for
possível.. Sem dúvida, você pode dedicar 90 dias de sua vida a essa experiência.
Podem resultar os 90 dias mais úteis de toda sua vida. Pode determinar se é
alcoólico, e se o é, é bom sabê-lo”.
Para alguns membros da Irmandade, faz muito sentido sugerir aos iniciantes que
entrem plenamente no programa de A.A. nos primeiros meses. Os iniciantes que
seguem esta sugestão estão livres de decidir se vão ou não assistir a uma reunião. Vão
assistir e pronto.
Entretanto, outros acreditam que o conceito de “90 reuniões em 90 dias” vai contra o
enfoque de A.A. de um dia de cada vez e, sugerir aos iniciantes que façam planos para
daqui a três meses é pedir demais. Um membro de A.A. escreveu numa carta
publicada pela Grapevine em março de 1988: “Se me houvessem exigido fazer
Página 296 de 304
qualquer coisa durante um período superior a 24 horas, provavelmente teria ido
embora”.
Por outro lado, alguns membros de A.A. com vários anos de sobriedade dizem que
estão assistindo a “90 reuniões em 90 dias” para reforçar seu programa.
No geral, os membros e os Grupos têm boas intuições para encontrar o que lhes dá
resultado para manter a sobriedade. Obviamente, não há regras que determinem a
quantas reuniões alguém deva assistir. O essencial é o que funciona para o indivíduo.
Box 4-5-9, Abr. Mai./2007 (pág. 6) =>
http://www.aa.org/newsletters/es_ES/sp_box459_april-may07.pdf
Título original: “Los oscuros orígenes de ‘90 reuniones en 90 días’”
Preâmbulo de A.A. e sua origem => Alcoólicos Anônimos é uma Irmandade mundial de homens
e mulheres que compartilham suas experiencias, forças e esperanças, a fim de resolverem seu
problema em comum e ajudar outras pessoas a se recuperarem do alcoolismo.
• O único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de
A.A. não há taxas nem mensalidades; somos autossuficientes, graças às nossas próprias
contribuições.
• A.A. não está ligada a nenhuma seita ou religião, nenhum movimento politico, nenhuma
organização ou instituição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apoia nem
combate quaisquer causas.
• Nosso propósito primordial é o de mantermo-nos sóbrios e ajudar outros alcoólicos a
alcançar a sobriedade.
© The A.A. Grapevine, Inc. Impresso com permissão.
O preâmbulo apareceu pela primeira vez na Grapevine em junho de 1947, e foi escrito pelo
então editor da revista Tom Y. Sua intenção era informar o público sobre o que A.A. é e o que
Inserir na letra R:
Respeito => O respeito demonstra um sentimento positivo de
estima por uma pessoa ou para um a entidade (como uma nação,
uma religião, etc.) e também ações especificas e condutas
representativas daquela estima. Respeito também pode ser um
sentimento específico de consideração pelas qualidades reais do
respeitado. Pode também ser conduzido de acordo com uma moral
específica de respeito. Ser rude é considerado uma falta de respeito (desrespeito) enquanto que
ações que honram a alguém ou a alguma coisa são consideradas respeito. Morais especificas de
respeito são de importância fundamental para muitas culturas. Respeito por tradições e
autoridades legitimas são identificadas por Jonathan Haidt como um dos cinco valores morais
fundamentais compartilhados para um maior ou menor por sociedades diferentes e indivíduos
diferentes. Respeito não deve ser confundido com tolerância porque tolerância não diz
necessariamente nenhum sentimento positivo, e não é compatível com desprezo, o contrário de
respeito A palavra respeito vem do latim respicere que significa olhar para trás. Isso evoca a
ideia de julgar alguma coisa em relação ao que foi feito quando é valoroso ser reconhecido.
Além, a noção de respeito implica que pode ser aplicado para uma pessoa que fez algo certo, mas
também para qualquer coisa afirmada no passado como uma promessa, a lei, etc. Isto também é
porque na maioria dos idiomas, é dito que o respeito deve ser merecido.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Respeito
Inserir na letra S:
Saúde mental ou Sanidade mental => A saúde mental (ou sanidade mental) é um termo usado
para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional ou a ausência de uma
doença mental. Na perspectiva da psicologia positiva ou do holismo, a saúde mental pode incluir
a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os
esforços para atingir a resiliência psicológica.
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A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição “oficial” de saúde mental.
Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, e teorias relacionadas concorrentes afetam o modo
como a “saúde mental” é definida.
No Dicionário Aurélio encontram-se dois sentidos para a expressão “paradigma” que permite
aferir o modelo de saúde mental. A primeira diz: “Modelo, padrão” e a segunda, “Termo com o
qual Thomas Kuhn designou as realizações científicas (p. ex., a dinâmica de Newton ou a
química de Lavoisier) que geram modelos que, por período mais ou menos longo e de modo mais
ou menos explícito, orientam o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na
busca da solução para os problemas por elas suscitados”.
Desde o século XVIII, o “modelo ou padrão” de abordagem a respeito dos fenômenos mentais
que se diferenciam da vivência da maioria das pessoas foi o isolamento, a segregação, a exclusão,
quando não o emprego de meios próximos à tortura, como formas de impedir a expressão de
sentimentos e verdades de que essa maioria não quer se dar conta. Utilizando-se de um discurso
que se pretendia “científico”, a medicina organizou, valendo-se de seu modelo de “isolar para
conhecer e tratar”, espaços de exclusão que se mostraram, de meados do século XX para cá,
ineficazes como meio de tratamento e desumanos. De lá pra cá a psiquiatria evoluiu muito,
existem os tratamentos ambulatoriais que são comprovadamente eficazes para muitos distúrbios
como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, entre outros; nos quais é ministrado
medicamento e é acompanhado muitas vezes de psicoterapia. Casos sérios precisam de
acompanhamento mais amplo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_mental
Inserir na letra S:
Sinergia => ou sinergismo (do grego συνεργία, συν- (syn-) "união" ou "junção" e -εργία (-
ergía), "unidade de trabalho"), é definida como o efeito ativo e retroativo do trabalho ou esforço
coordenado de vários subsistemas na realização de uma tarefa complexa ou função.
Quando se tem a associação concomitante de vários dispositivos executores de determinadas
funções que contribuem para uma ação coordenada, ou seja o somatório de esforços em prol do
mesmo fim, tem-se sinergia. O efeito resultante da ação de vários agentes que atuam de forma
coordenada para um objetivo comum pode ter um valor superior ao valor do conjunto desses
agentes, se atuassem individualmente sem esse objetivo comum previamente estabelecido. O
mesmo que dizer que "o todo supera a soma das partes".
É a ação combinada de dois ou mais medicamentos que produzem um efeito biológico, cujo
resultado pode ser simplesmente a soma dos efeitos de cada composto ou um efeito total
superior a essa soma.
Sinergia, de forma geral, pode ser definida como uma combinação de dois elementos de forma
que o resultado dessa combinação seja maior do que a soma dos resultados que esses elementos
teriam separadamente.
Inserir no último parágrafo do item Ferramentas (As) de recuperação de A.A., página 136 – que
se refere a Anonimato, incluir o enunciado das Tradições 11ª e 12ª:
Décima Primeira Tradição -. Nossas relações com o público em geral devem caracterizar-se pelo
anonimato pessoal. Acreditamos que A.A. deve evitar a publicidade sensacionalista. Nossos nomes e
fotografias, como membros de A.A., não devem ser divulgados pelo rádio, filmados ou publicamente
impressos. Nossas relações públicas devem orientar-se pelo princípio da atração e não da promoção.
Nunca há necessidade de elogiarmos a nós mesmos. Achamos melhor deixar que nossos amigos nos
recomendem.
Décima Segunda Tradição -. Finalmente, nós de Alcoólicos Anônimos, acreditamos que o princípio
do anonimato tem uma enorme significação espiritual. Lembra-nos que devemos colocar os
princípios acima das personalidades; que devemos realmente conduzir-nos com genuína humildade.
Isso para que as nossas grandes bênçãos jamais nos corrompam, a fim de que vivamos para sempre
em grata contemplação d’Aquele que preside todos nós.
No item 279 - Reunião de Serviço Mundial Regional => A origem destas reuniões remonta ao ano
1978 quando o Comitê de Política, Admissões e Finanças da 5ª Reunião de Serviço Mundial =>
mudar esta última frase de, 5ª Reunião..., para 3ª Reunião...