TESE RODRIGO Corrigido
TESE RODRIGO Corrigido
TESE RODRIGO Corrigido
São Carlos
2017
012345167839
1
34
823189412
3
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H1I831
JKLM
AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,
POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS
DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Accuracy and stability performance increases has always been a demand in time and fre-
quency metrology, applications such as telecommunication systems and global positioning,
industrial calibration and scientific metrology, require a high performance instrument and
small dimensions. Due to this, the transportable compact frequency standard, the purpose
of this work, is a system that use cold atoms seeking compactness and robustness and
works with a temporal principle, in that, the different stages of the operation happen in
one place: inside the microwave cavity. This kind of operation allows us to implement
a more compact pattern in which different interactions occur in the same region of the
apparatus. In this sense, it is necessary to redefine all the instrumentation associated
with the experiment. This work presents an overview of the topology we are adopting for
the new system. It also shows details of its implementation in the context of dedicated
instrumentation systems. In addition, a study of the main compact frequency standards
under development or already on an industrial scale is carried out.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.1 Contextualização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.3 Princípio de funcionamento e operação de padrões de frêquencia
de microondas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.4 Principais sinais de entrada e saída envolvidos na arquitetura de um
padrão de frequência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
1.5 Características de desempenho de padrões de frequência atômicos . 35
1.6 Exatidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.7 Precisão ou estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
25
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
uma armadilha óptica, drivers de controle são os circuitos eletrônicos responsáveis pelo
controle da luz laser e do experimento, o sistema de alimentação é composto por banco de
baterias e fontes e circuitos de proteção.
1.2 Objetivo
frequência é injetado no oscilador local de modo a corrigi-lo. Isto feito, o sinal injetado
pelo oscilador local nos átomos será cada vez mais ressonante com a frequência entre os
níveis da transição relógio.
O hardware utilizado nos sistemas de controle de um relógio é baseado em interfaces
de comunicação, entradas e saídas analógicas e digitais, usadas para gerar sequências de
saída, formas de onda, e adquirir sinais do padrão atômico. Atualmente, ambos os sistemas
experimentais (chafariz e compacto) presentes no laboratório fazem uso de placas de
aquisição do tipo DAQ (Data Acquisition) da National Instruments que possuem interface
direta de programação com o ambiente Labview. O que facilita sobremaneira a tarefa de
manipulação dos dados e interface homem-máquina. Porém, é inviável em um sistema
transportável devido a necessidade de um computador de bancada.
Quando operado travado no pico da frequência de ressonância o sistema de controle
corrige o sinal do sintetizador de microondas em tempo real usando um algoritmo de
controle do tipo PI (Proporcional Integrativo), descrito em (BIZE, 2001), que calcula os
desvios da frequência do oscilador local (oscilador macroscópico) do pico da ressonância,
e gera o sinal de erro que faz a correção do sintetizador. Assim, garantindo um padrão
primário a 9192631770 Hz.
Para encontrar o pico da ressonância o programa de controle implementa uma
varredura em torno da frequência 9, 1926GHz com uma determinada faixa de largura
spectral e a um passo fixo e alta resolução estreito o suficiente para resolver a frequência
central das franjas de interferência do método de Ramsey.
A Figura 4 traz um esquema simplificado da malha de controle dos padrões de
1.4 Principais sinais de entrada e saída envolvidos na arquitetura de um padrão de frequência33
Figura 5: Exemplo de forma de onda digital usada para injetar os pulsos de microondas
durante a fase de interrogação
perturbação (CIPM, 1998). Condições estas que em caráter prático para a reprodução do
segundo são impraticáveis.
Por este motivo, o desempenho de padrões atômicos de frequência é caracterizado em
termos de sua exatidão e precisão, que são mensuradas seguindo as convenções praticadas
na área de metrologia de tempo e frequência.
1.6 Exatidão
Fonte: http://www.leapsecond.com/museum/osa8607/
Este capítulo aborda e discorre sobre a evolução alcançada na busca por padrões
de frequência compactos, de funcionamento simplificado e de alto desempenho. Utilizando
resfriamento atômico por meio de laser, o principal enfoque será dado aos padrões primários
de micro-ondas, porém também serão discutidos relógios secundários, relógios de célula e
comerciais.
até uso comercial e industrial de padrões de frequência. Diversos centros de pesquisa vêm,
desde meados do ano 2000, desenvolvendo tecnologias para obter relógios compactos de
átomos frios, que posteriormente, serão utilizadas em escala industrial (KOZLOVA, 2012).
Centros de pesquisa associados a empresas em diversos países como França, EUA e
Alemanhã vêm buscando compactar o volume do aparato tecnológico utilizado, reduzir
o consumo de energia, simplificar o princípio de funcionamento e aumentar a ordem de
grandeza de desempenho em relação a primeira geração de relógios compactos, composta
por MASER de hidrogênio e relógios de feixe térmico de Césio (V.Shah R. Stoner V.
Vuletic R. Lutwak, 2011). A área de tempo e frequência seguiu, neste sentido, para a
aplicação de átomos frios em padrões de tamanho reduzido, transportaveis e com boa
autonomia de funcionamento. Empregando diferentes abordagens tecnológicas e métodos
de manipulação da amostra atômica, visando principalmente aplicações em projetos de
missões espaciais e telecomunicações.
O projeto do relógio compacto Brasileiro faz uso deste tipo de abordagem, comprometendo-
se com compactação e desempenho, devido ao fato de utilizar resfriamento atômico por
laser, assim como os chafarizes, permitindo alcançar níveis consideráveis em termos de
exatidão e precisão (AMARAL et al., 2016). Discorreremos com aprofundamento maior
sobre o projeto nos próximos capítulos.
Nesse segmento ainda encontram-se padrões de frequência utilizando células de
vapor contendo amostras de átomos como gás, porém os graus de exatidão e precisão
obtidos com o relógio de célula de vapor distinguem-se dos relógios de átomos frios, devido
aos deslocamentos de frequência complicados de serem contornados (ESNAULT; DONLEY;
KITCHING, 2010) e (DONLEY et al., 2013).
Os desenvolvimentos obtidos na área guiaram projetos de padrões com bom de-
sempenho utilizando técnicas de CPT (Coherent Population Trapping) como o micro
relógio CSAC (Chip Scale Atomic Clock) (LUTWAK et al., 2003). MuClock, relógio
baseado em átomos frios de rubídio que já se encontra em escala insdustrial e sendo
comercializado (UQUANS, 2017). Visando aplicações de sincronização de equipamentos,
telecomunicações, redes de dispositivos móveis, receptores de sinais de satélite, aplicações
militares e navegações terrestres.
de Rabi reflete a linha ampliada resultante da interação dos átomos em uma única zona
(VANIER; AUDOIN, 1989).
Os desvios que causam incertezas podem ser separados em três grupos principais: os
intrínsecos às propriedades atômicas, as introduzidas na detecção do sinal de ressonância
e as introduzidas no travamento do gerador de microondas à linha de ressonância. E
costumam ser estudados com profundidade em avaliações e caracterizações mesmo em
relógios experimentais de mais alto desempenho (RIEHLE, 2004).
2.3 MASER
∆mF = 0 que pelas regras de seleção da mecânica quântica exigem que o campo magnético
DC e o campo magnético de microondas sejam paralelos.
Com esta configuração, a estabilidade relativa atingida ficou abaixo dos σ(y) =
2, 2×10−13 τ −1/2 em curto período. Chegando a σ(y) = 4×10−15 τ −1/2 em aproximadamente
5000 segundos (ESNAULT et al., 2010). Resultado apresentado pela Figura 18.
Os mais de quinze anos de pesquisa e experiência adquirida pelo grupo SYRTE
culminou no desenvolvimento de um produto de escala industrial, comercializado pela
2.4 Padrões de frequência compactos em desenvolvimento 53
empresa Muquans, baseado no relógio HORACE. Porém, utilizando átomos de rubídio com
mesmo princípio de funcionamento do relógio HORACE. Atingindo seu limite esperado
de precisão e estabilidade em torno de 10−15 ápos 5000 segundos. Consumindo 200 W de
potência e pesando 75 Kg com profundidade de 40 cm, largura de 51 cm e altura de 120
cm, respectivamente. A Figura 19 apresenta o produto comercial de alto valor agragado
obtido com o desenvolvimento do relogio HORACE e outras pesquisas com padrões de
frequência compactos (UQUANS, 2017).
comercializado pela empresa Frequency Eletronics que possui como características esta-
bilidade de 5 × 10−11 em um segundo, após 5 minutos para estabilizar em temperatura,
consumo de 32 W, 2,5 cm de altura, 8,8 cm de largura, 12,5 cm de profundidade, pesando
0,434 Kg.
Figura 21: Modelo de três níveis usado para analisar o fenômeno CPT
armadilha magneto óptica, contendo em torno de 106 átomos de Rb. Os átomos podem
ser reciclados com uma eficiência de recuperação de cerca de 80% no final da sequência
total do relógio. Após o resfriamento, os átomos são excitados por meio de um esquema
de duplo delta.
Os dois feixes bicromáticos são polarizados linearmente e enviados para a célula,
onde a amostra esta em livre expansão, configurados em direções opostas em um sistema
duplo delta que evita o efeito Doppler. O conjunto é primeiro bombeado para um estado de
superposição por meio de um pulso Ramsey de 400 microsegundos de duração. O sistema
é então deixado a evoluir livremente por um tempo (TR). Em seguida, o estado do sistema
é detectado com um feixe laser de prova sob a forma de um pulso de 50 µs de duração.
A Figura 22 apresenta um esquema da montagem do sistema em que é possível
notar os dois lasers bicromáticos contrapropagantes que bombeiam e interrogam a amostra
de átomos e o laser de resfriamento dos átomos. Os feixes de laser são verticais para
maximizar deslocamentos Doppler dependentes da velocidade de modo que as mudanças
possam ser avaliadas.
Para uma TR de 8 ms, observou-se uma largura de linha de franja central de 62,5
Hz. Deve-se notar, que os dois sistemas Λ possuem deslocamentos de campo magnético
de primeira ordem que são iguais, mas que tem sentidos opostos e são muito sensíveis
aos gradientes do campo magnético. Sua estabilidade de frequência, operada sem blinda-
2.4 Padrões de frequência compactos em desenvolvimento 57
gem magnética foi caracterizada por uma estabilidade de frequência de 4 × 10−11 τ −1/2
(ESNAULT et al., 2013). A Figura 23 apresenta a ressonância observada no experimento
a largura da franja é 62,5 Hz, como esperado para TR = 8 ms. A largura do envelope
Lorentziano medido foi de 15 kHz mostrando dependência da saturação óptica do pulso de
detcção.
Figura 23: Ressonância Raman apresentada pelo CPT com espectroscopia Ramsey
As dimensões gerais do CSAC são 35,306 x 40,64 x 11,43 mm, pesando 35 g. Ele é
alimentado a 3,3 VDC e normalmente consome <38 mA (125 mW). Sua estabilidade média
para 1 segundo obtida foi de σy = 8 × 10−11 (LUTWAK, 2011). Para tempos maiores que
10000 segundos sua estabilidade é degradada devido a desvios sistemáticos na pressão do
gás atômico e desvios de intensidade e frequência do laser. Apesar do baixo consumo e
pequeno tamanho, o CSAC não é considerado um padrão de frequência preciso justamente
por causa desse desvio de frequência, sua estabilidade em longos períodos fica limitada
em 3 × 10−11 /mês ápos um período de seis meses. A Figura 29 apresenta a curva de
estabilidade de desvio de Allan obtida com o CSAC.
Este nível de deriva faz CSAC inadequados para muitas aplicações, por exemplo,
para uso como relógios de referência primária para sincronização de telecomunicações, que
exigem precisão no nível de 1 × 10−11 em médios períodos. No CSAC, uma largura de
linha de transição estreita é conseguida através de longos períodos de interação luz-átomo
proporcionados por um gás compressor de alta pressão. Períodos de interação longos
também podem ser realizados por meio de átomos arrefecidos a laser, que apesar de
eliminar desvios devido a pressão na célula, reintroduzem desvios causados por efeito
Doppler (ESNAULT et al., 2013).
1998) e (SILVA, 2002). A avaliação detalhada, com o sistema otimizado, sobre sua precisão
e exatidão são estudados com profundidade por (BEBEACHIBULI, 2003) e (TELES et
al., 2002), assim como, o estudo dos efeitos físicos relacionados aos desvios.
O feixe atômico é gerado por um forno efusivo. Nele, os átomos emergem em dois
estados quânticos, F = 3 e F = 4, seu estado fundamental. Ao saírem do forno, os átomos
presentes no feixe são preparados opticamente por um feixe de laser, o bombeio óptico é
realizado utilizando a ressonância com a transição F = 4 para F’ = 4, que após alguns
ciclos de interação acabam por decair quase todos para o estado F = 3 devido a transição
cíclica, o feixe é ortogonal ao feixe atômico. Em suma, tem-se uma onda estacionária
perpendicular aos átomos. O feixe laser é retro refletido formando uma onda estacionária
a fim de evitar que os átomos sejam empurrados.
Figura 30: Ilustração esquemática do relógio de feixe efusivo com bombeamento óptico
desenvolvido no CEPOF
longo da cavidade, uma bobina gera o campo magnético estático, paralelo ao feixe atômico,
necessário para definir o eixo de quantização dos átomos. O campo eletromagnético no
interior da cavidade é perpendicular à direção de propagação atômica e paralela ao campo
magnético estático.
Os átomos, então, entram na cavidade no estado F = 3 e podem sair dela, após
as duas interações no estado F = 4. Cada uma das zonas de interação possuem 1 cm de
comprimento sendo separadas por uma região livre de microondas de 10 cm de comprimento.
Após a passagem dos átomos pela cavidade de microondas, eles são detectados
opticamente usando um segundo feixe de laser ressonante com a transição F = 4 para
F’ = 5. Um conjunto de lentes focaliza a fluorescência emitida pelos átomos sobre um
fotodetector e envia o sinal da fluorescência para o computador.
O sinal obtido é função da frequência do sinal do gerador de microonda conhecido
como franja de Ramsey. As franjas de Ramsey representam a probabilidade de transição
entre os estados F = 3 e F = 4 com seus respectivos subníveis.
Figura 31: Relógio atômico de feixe montado nas dependências da USP São Carlos
Conforme já foi mencionado, o grupo possui vínculo formal por meio do setor de
convênios da Universidade com o órgão de metrologia nacional INMETRO, visando o
desenvolvimento de trabalhos experimentais de tempo e frequência em suas instalações,
nesse sentido, o relógio de feixe efusivo foi transferido em 2013 de São Carlos para Xerém,
no Rio de Janeiro, e encontra-se em fase de adaptação e reconfiguração (AMARAL et al.,
2016).
Adiantando-se à formalidade, o grupo matém contato com pesquisadores do INME-
TRO e do Observatorio Nacional do Rio de Janeiro (mantenedor da hora legal brasileira)
para experimentos de comparação remota e realização de projetos em conjunto visando a já
em andamento contribuição braseira de comparação de sinais para o BIPM (JUNQUEIRA
et al., 2012).
Há alguns anos, o grupo de pesquisa iniciou a construção de um chafariz atômico
de átomos de césio, tendo em vista sua aplicação como padrão primário de frequência
para experimentos de física e o pionesrismo desta tecnologia desenvolvida no Brasil. Além
disso, espera-se contribuir, conjuntamente com outros Chafarizes Atômicos experimentais
espalhados pelo mundo, para a precisão da coordenada de Tempo Atômico Internacional
(TAI). Apresentou-se, também, como um excelente laboratório para medições de grande
precisão. Aliás, o contínuo desenvolvimento do limite de exatidão e estabilidade dos padrões
atômicos de frequência visa principalmente à realização de experimentos no âmbito da
física básica, já que excede em ordens de grandeza boa parte das necessidades tecnológicas
atuais (MAGALHÃES, 2004).
O chafariz Atômico Brasileiro funciona, atualmente, da seguinte forma: primeira-
2.5 Trabalhos e pesquisas desenvolvidos pelo CEPOF 67
mente os átomos são aprisionados na câmara vácuo com uso de uma armadilha magneto-
óptica (MOT), uma fase intermediária de melaço óptico permite atingir temperaturas
abaixo do limite Doppler de resfriamento. Os átomos são, então, lançados no vôo balístico
com outra técnica, denominada de melaço em movimento, e interrogados com dois pulsos
separados na dupla passagem pela cavidade de microondas (LETT et al., 1988).
A detecção por tempo de vôo é feita por feixes horizontais. O feixe superior é
travado na frequência relativa à transição dos estados F = 4 para F 0 = 5 e o feixe inferior
têm luz nessa transição e na transição de rebombeio F = 3 para F 0 = 4. Desta forma, o
feixe superior detecta a população no estado F = 4 e o inferior detectam todos os átomos,
ou seja, F = 3 e F = 4. Obtemos então, a probabilidade de transição normalizada pelo
numero total de átomos dada pela equação 2.1.
NF =4
PRamsey = (2.1)
NF =3 + NF =4
Figura 34: Torre do sistema de vácuo onde os átomos são lançados no chafariz
Figura 35: Chafariz de átomos frios: sistema óptico de rádio frequência e controle
franja foi de 5.1 cm. A varredura em torno da ressonância de 9 GHz foi feita com 0,25
Hz. Outras franjas e melhorias estão sendo feitas no sistema na busca pela melhoria da
estabilidade do sistema (RODRIGUEZ et al., 2016).
Atualmente o tempo de ciclo desse sistema sistema ainda é um pouco longo (por
volta de 2 s , mas deveria ser da ordem de 1 s), podendo vir a ser um limite para
a estabilidade, porém outros trabalhos estão sendo realizados focando nas melhorias
necessárias para melhorar o desempenho de estabilidade do chafariz. A estabilidade do
sistema foi medida, pode se observar conforme Figura 37, foi de σy = 5, 18 × 10−12 τ −1/2
(BEBEACHIBULI, 2007).
Além dos experimentos de feixe térmico e chafariz atômicos de frequência, o
grupo concentrou esforços no estudo e desenvolvimento de um padrão de frequência
atômico compacto de átomos frios, cujo "know-how"atingido guiou as diretrizes para o
desenvolvimento de um padrão de césio transportável utilizando a tecnologia de átomos
frios. Esse relógio será estudado com detalhes no decorer do texto.
No relógio compacto, em síntese, os átomos são preparados e iniciam uma expansão
livre no vácuo, são interrogados com a aplicação de dois pulsos do sinal de interrogação a
9192631770 Hz separados temporalmente, os pulsos são injetados durante 1 ms separados
2.5 Trabalhos e pesquisas desenvolvidos pelo CEPOF 73
por um intervalo de 8 ms, a fase toda dura 10 ms. Lembrando que, durante o processo de
interrogação os feixes permanecem bloqueados para evitar desvios de frequência causados
por luz espúria dentro da câmara. No relógio compacto o feixe utilizado para o aprisiona-
mento é desbloqueado por 40 ms, assim, os átomos que fizeram a transição são bombeados
opticamente para um estado F’ = 5 e quando decaem espontaneamente o sistema detecta
a fluorescência da emissão.
75
Com este aparato, é possível obter uma ressonância da transição relógio com uma
largura de linha de 39 Hz para um pulso de interrogação de 12 ms. A Figura 39 apresenta
a largura de linha obtida na ressonância, utilizando o método de interrogação de Rabi,
pois devido ao fato do uso da antena para aplicar os pulsos as franjas obtidas pelo método
de Ramsey apresentaram baixo contraste.
Figura 39: Ressonância atômica da transição relógio obtida no padrão de átomos frios em
expansão utilizando celula de vidro com metodo Rabi de interrogação
Figura 40: Franja obtida com o uso de método de Ramsey mostrando a simulação e a
ressonância atômica experimental da transição relógio
Figura 41: Desvio padrão de Allan para definição da precisão do padrão de átomos frios
em expansão livre quando travado em um relógio comercial HP5071A
Figura 43: Ressonância observada para transição relógio utilizando pulsos Ramsey de 1
ms separados por 8 ms.
que por meio de algoritmo dedicado, mantém o sinal de interrogação sempre no pico da
ressonância.
Figura 44: Pontos da varredura experimental ajustados sobre a franja simulada no pico
da ressonância com 47 Hz de largura à meia altura
Figura 45: Desvio padrão de Allan do sistema compacto quando a franja central está
travada ao sinal do MASER
Fonte:próprio autor
Figura 47: Fases do ciclo de operação do relógio compacto e seus principais sinais
CAPTURA PREPARAÇÃO INTERROGAÇÃO DETECÇÃO
DESVIO DE
FREQUÊNCIA
LASER DE
ARMADILHAMENTO
DESVIO DE
POTÊNCIA
LASER DE
ARMADILHAMENTO
LASER DE
REBOMBEIO
BOBINAS DE
APRISIONAMNETO
MICROONDAS
1200 18 1 8 1 40 50 TEMPO (MS)
Power Amplifier) e rebombeio, que não precisa de amplificação, estão em máxima potência,
sintonizados de acordo com o modo de aprisionamento utilizado, o laser de aprisionamento
é travado na frequência de transição de F = 4 para F’ = 5 e o de rebombeio de F = 3 para
F’ = 4, o laser de rebombeio é utilizado para recuperar os átomos de venham a decair
para o nível F = 3 colocando-os de volta ao ciclo em um estado F = 4.
Ambos os lasers são travados por um sistema de célula de absorção saturada, usada
como método de referência de frequência, observando-se o perfil Doppler da linha D2 do
átomo de Césio, também é acionado o campo eletromagnético proveniente das bobinas
de MOT configurando a armadilha magneto – óptica, em que os feixes da armadilha
se encontram dentro da câmara de vácuo em um ponto onde coincidem com o zero do
gradiente de campo magnético das bobinas de MOT.
Essa fase dura em torno de 1,2 s e, ao final, a nuvem atômica encontra-se em torno
de 140µK para o MOT chegando 10µK com o molasses. A Figura 48 traz o diagrama
de níveis de energia do Césio 133 e ajuda a elucidar a explanação sobre as frequências
utilizadas no processo de operação do relógio.
2- Fase de melaço ótico (MOLASSES): ao final da fase de aprisionamento adiciona-
3.2 Princípio de funcionamento e operação cíclica 85
se uma fase de melaço para resfriar ainda mais a nuvem de átomos, desligando as bobinas
de MOT e deslocando a frequência dos lasers linearmente de Γ para 2Γ abaixo da transição
atômica, o termo Γ refere-se a largura de linha natural da transição atômica do átomo de
Césio que é dada pelo inverso do tempo de vida no estado excitado, para o Césio, o tempo
de vida no estado excitado é τ = 39, 473ns.
Então, o termo Γ normalizado para Hertz fica 2πΓ
= 5, 215 MHz, como temperatura
dos átomos é proporcional à T = Ilaser
∆ν
, em que Ilaser é a potência de luz e ∆ν o valor
do desvio de frequência, atenua-se ligeiramente a intensidade dos feixes para manter os
átomos frios.
Essa fase dura em torno de 13 ms, este desvio é realizado utilizando um modulador
acústico óptico de 125 MHz configurado como dupla passagem. Portanto, a frequência do
laser de aprisionamento fica deslocada 246 MHz acima da frequência do crossover (uma
0
intersecção entre duas transições) entre as transições F = 4 para F = 5 e F = 4 para
0
F = 4.
Servindo como referência para absorção saturada do laser de aprisionamento, que
0
possui um deslocamento de 125,5 MHz acima da frequência atômica de F = 4 para F = 5.
A Figura 49 mostra o perfil de absorção saturada para o átomo de Césio em que podemos
ver as frequências utilizadas nos processos e os crossovers entre cada uma delas.
86 Capítulo 3 PADRÃO DE FREQUÊNCIA COMPACTO DE ÁTOMOS FRIOS
um sinal de 500 MHz obtido por meio da manipulação do sinal de referencia entregue por
esses osciladores. Este sistema nos fornece o sinal de referência atômica de saída do padrão
passivo.
4- Fase de detecção: ao final da interrogação os átomos interagem com o feixe de
detecção que faz com que os átomos emitam sua fluorescência. O sinal de fluorescência
dos átomos é captado por fotodetectores associados a um conjunto óptico que permite
focar a luz emitida pela nuvem no ponto central dos sensores, a transição usada para o
0
feixe de detecção é F = 4 para F = 5, a mesma frequência de aprisionamento.
O feixe utilizado para o aprisionamento é desbloqueado por 40 ms, assim, os átomos
0
que fizeram a transição são bombeados opticamente para um estado F = 5 e quando
decaem espontaneamente para o estado F = 3, o sinal entregue pelo fotodetector é lido
através de uma entrada analógica da placa de aquisição, com uma taxa fixa, e o software
de controle calcula a eficiência da transição por meio da integral do sinal obtido.
Portanto, tem-se um sinal de fluorescência, como apresentado pela Figura 50. Em
que a integral da área sob o gráfico é proporcional ao número de átomos que experimentaram
a transição, pois, antes da interrogação a amostra atômica foi preparada no estado F = 3.
Figura 50: Sinal de fluorescência típico, em que a integral da área é proporcional ao número
de átomos
A correção da cadeia de síntese de microondas ocorre com base nos dados adquiridos
do sinal de fluorescência. Primeiramente, realiza-se o ciclo obtendo o sinal de fluorescência,
com devido tratamento matemático de análise do sinal da resposta atômica. Calcula-se a
probabilidade de transição para cada ∆ν ajustado na síntese de microondas em torno da
ressonância do Césio.
O ciclo é repetido varias vezes, varrendo com um valor fixo de passo de frequência,
um intervalo definido próximo a frequência de ressonância. Sinal esse produzido pela síntese
88 Capítulo 3 PADRÃO DE FREQUÊNCIA COMPACTO DE ÁTOMOS FRIOS
Componentes
ópticos
Fibras
MOPA
célula de
Césio Laser
aprisionamento
laser
rebombeio
]
Fonte: próprio autor
torna-se necessário.
Para o preparação dos átomos, é utilizado outro laser de diodo do mesmo modelo,
denominado laser de rebombeio. Sua função é recolocar os átomos que decaem para o
estado F = 3, durante os ciclos de aprisionamento e resfriamento, de volta ao processo.
Devido ao fato de ser travado na transição F = 3 para F’ = 4.
Quando o laser é travado na transição F = 3 para F’ = 4, depois que os átomos
são excitados eles podem decair tanto para o estado F = 3 quanto F = 4. Se decaírem
para o F = 3 o processo de rebombeio se repete com a mesma possibilidade, ou seja, após
algumas interações do processo toda a parcela de átomos em F = 3 acaba por decair em F
= 4. Desse modo, realizando a transferência da amostra atômica para F = 4.
O césio 133 é um isótopo estável, logo, os níveis F = 3 e F= 4 do seu estado
fundamental (energia mínima) tem um tempo de vida muito longo com energia definida,
por isso considerado seus estados estáveis (YOUNG; FREEDMAN, 2009)].
No sistema de manipulação óptica dos átomos existe a necessidade de deslocar a
frequência do laser em relação à frequência de travamento para os estágios do ciclo de
operação, como o aprisionamento magneto-óptico e o resfriamento sub-Doppler (ALVES,
2012).
À vista disso, na absorção saturada, que trava a frequência do laser com relação a
uma das transições ou crossovers do seu sinal de perfil Doppler, e na saída do feixe que
vai para o experimento são empregados moduladores acustico-ópticos.
Os moduladores acústico-ópticos podem controlar intensidade, frequência, direção
angular de feixes laser, a luz do laser é separada em bandas moduladas através de fônons que
se propagam em um cristal. Com isso criam-se feixes com frequência que são decrementadas
ou incrementadas pela frequência que alimenta o modulador (KORPEL, 1996).
Um sinal de rádiofrequência alimenta o modulador que transfere este sinal para
uma cerâmica piezolétrica. Esta cerâmica vibra e cria uma onda acústica em um cristal
adjacente. Esta onda acústica por fim é neutralizada por um absorvedor mecânico no lado
oposto do cristal. Quando o feixe passa pelo dispositivo interage com os fônons criados, o
que cria alguns feixes difratados.
Dependendo da ordem de difração, o feixe de saída terá a sua frequência modulada
pelo sinal de rádiofrequência injetada no modulador. Por exemplo, a frequência do feixe
relativo à ordem de difração -1, será a frequência de entrada menos a frequência de
rádiofrequência, conforme pode ser observado na figura Figura 53.
Os moduladores conseguem operar apenas dentro de uma faixa limitada do espectro.
Cada dispositivo consegue operar com uma faixa definida de frequências de RF para a
modulação dos feixes. A faixa de frequência dos moduladores utilizada no experimento é
92 Capítulo 3 PADRÃO DE FREQUÊNCIA COMPACTO DE ÁTOMOS FRIOS
Frequência da transição
F= 4 para F' = 5
Desvio de
frequência.
245MHz(abs) -
125 (mesa) =
5MHz desvio entre
a freq. de saída e
a da trasição Frequência do laser
mestre na câmara de
aprisionamento
Frequências
de referência
da absorção
Frequência
saturada fixa
aperisionamento
variável
Frequência do
Crossover em que o
laser mestre é travado
Bobinas de
aprisionamento
Bobinas de
compensação
para gerar e aquisicionar sinais do padrão de frequência. No experimento, além dos sinais
digitais e analógicos, necessita de aquisição síncrona do sinal analógico proveniente dos
fotodetector, e todos eles são sincronizados por um mesmo sinal de clock.
Dessa forma, podemos denominar o bloco 1 do sistema como gerador de clock, o
bloco 2 como gerador de formas de onda digital, bloco 3 como gerador de formas de onda
analógica e bloco 4 como sistema de aquisição de dados.
A geração de clock faz uso do de uma saída de frequência (FREQ OUT), cujo sinal
deriva de um oscilador interno da placa de 80 MHz que é devidamente tratado no circuito
da placa, pois esse gerador é base de tempo interna e fornece um sinal de referência de
clock satisfatório para a aplicação. Além disso, sua saída pode ser programada via software,
assim como, seu duty cycle.
Após os átomos iniciarem uma livre expansão para a interação com o campo de
microondas, o controle passa a contar o tempo necessário para que os átomos interajam
com o campo de microondas. Há necessidade de disparar a aquisição analógica do sinal de
resposta no momento certo e gerar um vetor de dados que represente apenas o sinal de
fluorescência, no contrário, ficaria sendo adquiridos pontos que nada importam, e também
utilizariam desnecessariamente buffers e memória da placa.
Devido ao processo cíclico, é possível configurar o valor de atraso entre o inicio da
expansão e o disparo da aquisição de dados. O contador é disparado por um dos pinos da
saída digital que, à partir disso, inicia a contagem do tempo para o início da aquisição.
A forma de onda analógica, necessária para realizar o desvio de frequência do
modulador de 125 MHz, que faz o resfriamento da nuvem atômica, é gerada por uma
sub-rotina do programa principal, que, a partir do valor a ser colocado na saída,o tempo
que a saída deve permanecer em cada valor de tensão e o tempo de transição entre um valor
e outro, monta a forma de onda analógica a ser escrita na saída da placa atualizando o valor
de saída a cada ciclo de clock formando um vetor de dados que detém os valores de tensão
por tempo de onda analógica, os parâmetros são configurados pelo operador no painel
frontal do programa. A Figura 59 do painel frontal mostra a interface de configuração.
O vetor gerado contendo a forma de onda da tensão de saída é inserido no bloco
de escrita, configurando para trabalhar com saída analógica com múltiplos pontos de
amostragem, que estão contidos em um vetor de dados de uma dimensão. A saída analógica
é configurada para trabalhar com saída de sinal referente ao terra da placa RSE (Reference
Single Ended), com escala de tensão de +10 V até -10 V, com 16 bits de passo de
quantização, ou seja, resolução de 350 µV de acordo e taxa de atualização de 10kS/s em
quantidade finitas de amostras.
O sinal esta limitado a uma quantidade de amostras dada pelo vetor de pontos e
obedece a uma taxa de atualização determinada que possa ser configurada pelo usuário no
3.4 Sistema de instrumentação 99
o nível de sinal TTL que por sua vez atenua o sinal de RF aplicado nos moduladores
acusto-opticos.
A saída 5 é usada para habilitar a atualização das saídas analógicas e está conectada
a entrada da porta lógica AND externa que repassa o sinal de clock para atualização das
saídas no momento de serem feitos os desvios do modulador.
A saída 6 aciona o obturador mecânico para o feixe do laser de aprisionamento.
A saída 7 aciona o obturador mecânico para o feixe de rebombeio.
Conforme já mencionado, a porta da placa utilizada nesta função é o porto 0 que
possui 8 E/S, configurado para trabalhar com um canal por linha com taxa de atualização
de 10 kS/s e amostras finitas de clock, os dados gerados pela sub-rotina tiveram que ser
convertidas para forma de onda digital dada a configuração do bloco de escrita da placa,
para forma de onda digital de um canal com múltiplas amostras.
O sinal de resposta é adquirido por uma entrada analógica essa entrada esta
configurada para trabalhar com uma faixa de tensão de leitura de +10 V até – 10 V, no
modo RSE (referenciadas ao terra), taxa de amostragem finita e disparo de aquisição por
borda, em que o bloco de leitura está configurado para aquisicionar um vetor de dados
referentes ao fotodetector. A quantidade de pontos e a taxa de amostragem podem ser
configuradas pelo usuário no painel frontal.
Para interface com dispositivos externos como, por exemplo, os sintetizadores de
frequência Stanford DS 345 o computador de controle possui uma placa PCI – GPIB
apresentada na Figura 60.
Esta placa por meio de comunicação IEEE 488/ GPIB, permite interface direta com
Labview e comunica-se com diversos instrumentos, por meio de cabos com acoplamentos
formando uma rede especificada pelo padrão IEEE 488, em que cada dispositivo possui
seu endereço sendo controlado por software. Pode-se tanto enviar valores de configuração
dos equipamentos quanto receber dados (CARR, 2002).
Portanto, o programa de controle gerencia vários outros sistemas que permitem
que o relógio realize seu ciclo. Uma parte do programa está dedicada à geração e aquisição
de sinais, também é realizado o tratamento matemático do sinal de fluorescência adquirido
para que se possa calcular em tempo real a ressonância atômica.
Efetuando a varredura do sinal de interrogação proveniente da cadeia de microondas,
pode-se obter a franja de Ramsey que fornece os dados necessários para que o programa
possa operar no modo de travamento e escravizar a cadeia de microondas em torno da
frequência de ressonância.
Foi tomado o devido cuidado em forçar as etapas de execução do programa, por
meio das ligações realizadas nos blocos que formam o código fonte. O programa entra em
3.5 Síntese de micro-ondas 101
átomos com 9192631770 Hz, sinal este utilizado para interrogar a amostra periodicamente.
Com o sinal de resposta da interrogação analisado é possível corrigir o desvio da frequência
de saída da cadeia de micro-ondas em relação a transição atômica dos níveis hiperfinos
do Césio que define o segundo. A Figura 61 apresenta o esquema de laço de frequência
fechado utilizaod na cadeia.
A cadeia utilizada neste sistema gera o sinal de 9,2 GHz a partir de três osciladores
(5 MHz, 100 MHz e 10.7 MHz) travados em fase entre si e controlados por tensão.
O sinal do oscilador de 5 MHz é multiplicado por 2, gerando um sinal de 10MHz,
ao mesmo tempo em que outro sinal de 10 MHz é gerado pela divisão do sinal de 100 MHz
por 10. Um misturador gera um sinal de erro a partir desses dois sinais.
O sinal de erro é enviado ao oscilador de quartzo de 100MHz para a correção do
seu sinal. Após a correção, o oscilador de 100 MHz é multiplicado por 5, gerando um sinal
de 500 MHz.
Um gerador de função sintetizado Stanford modelo DS345 é travado em fase com o
sinal de 10.7 MHz. A frequência de saída da DDS (síntese direta digital) é 10701765 Hz e
corresponde à do oscilador de quartzo de 10.7 MHz. O sinal de 10701765 Hz é somado ao
de 500 MHz produzindo um sinal 510701765 Hz.
Esse sinal de 510701765 Hz é filtrado e amplificado antes de ser conduzido a um
Diodo recursor de passo (Step-Recovery-Diode – SRD), que produz um pente de bandas de
frequência. Em seguida, um filtro seleciona o 18º harmônico que corresponde a 9192631770
Hz (MULLER, 2010).
Uma vez que o gerador de função é usado na produção do sinal de 9,192631770 GHz,
é necessário que ele esteja sincronizado com um dos osciladores da cadeia. Este sincronismo
é frealizado através de um sinal de 40 MHz, produzido através da multiplicação do sinal
do oscilador de 5 MHz por 8.
Logo, o sinal de 5 MHz que sincroniza o oscilador de 100 MHz e o gerador de
função, é sincronizado por meio de um sinal de erro obtido no software de controle que é
calculado utilizando a eficiência do sinal de micro-ondas na transição entre os dois níveis
hiperfinos do estado fundamental do Césio. Trabalhando em malha fechada, esse sistema
caracteriza o funcionamento do padrão de frequência atômico.
3.5 Síntese de micro-ondas 103
Figura 61: Esquema da cadeia de síntese de micro-ondas para a interrogação dos átomos
10MHz 10MHz
X2 10
5 MHz F1- F2 100MHz
10,7MHz
X4 X5
40 MHz
F1+F2
DDS 510701765Hz
Sinal
de 10701765Hz
Ressonância F1- F2 SDR
Antena Filtro
Interrogação Saída
9192631770 Hz
Um relógio atômico é composto por vários componentes, dentre eles, vários são
equipamentos completos como, por exemplo: lasers, síntese de rádio frequência, sistema de
instrumentação. Além disso, existem lentes, osciladores controlados por tensão, obturadores
mecânicos de feixe entre outros; tornando o volume do subsistemas do aparato experimental
difícil de ser movido para fora do ambiente do laboratório. Portanto, para proporcionar
mobilidade a um padrão de frequência baseado em átomos frios é necessário, primeiro,
reduzir o volume de seus componentes e equipamentos.
Contudo, compactar todos os equipamentos e componentes envolvidos na montagem
e configuração de um relógio atômico é uma tarefa bastante específica que demanda de
projeto e execução de técnicas de engenharia e software que sejam capazes de maximizar
a independência de operação e robustez do sistema, que no sentido prático tornarão o
relógio menos suscetível a falhas e condições adversas do ambiente de medição, ou mesmo,
transporte do equipamento.
Nessa direção, pode–se utilizar diversas abordagens para o desenvolvimento de
um sistema de instrumentação eficaz para o relógio atômico, como placas de aquisição e
geração de sinais associados a um micromputador, sistemas distribuídos e independentes
providos de algum sinal de sincronização, sistemas baseados em instrumentos externos
vinculados por rede, são algumas das abordagens analisadas no estudo da literatura técnica
da área (ROY et al., 2015).
Tendo em vista a redução dos subsistemas, foi iniciado o projeto de seus componentes
principais como: sistemas de laser que procura compactar ao máximo o volume do sistema
de controle e optomecânico e aumentar sua robustez, também os testes de sistema de
vácuo de tamanho reduzido e síntese de frequência baseada em sistema embarcado.
No sistema de controle e instrumentação para o novo relógio, optou-se por uma
arquitetura de controle e monitoramento distribuída, devido a necessidade de que o sistema
opere com subsistemas que possuam funcionamento individual e sejam apenas configurados
e monitorados por uma interface de supervisão.
106Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
sincronizados em laço fechado de fase com o sinal de ressonância dos átomos. A Figura 63
apresenta um diagrama de blocos de como o sistema de clock é composto.
Para ser obtido na saída do circuito gerador de clock um sinal estável e de boa
qualidade, a fonte do sinal de frequência de entrada precisa ser confiável. Para isso foi
utilizado como fonte de sinal de entrada um oscilador à cristal de quartzo OCXO (Oscilador
à cristal com aquecimento controlado) de 100 MHz Wenzel modelo 501-16843.
Sua saída consiste de um sinal de tensão senoidal com nível de saída de +13
dBm em 50 Ω de impedância, em torno de 1,4 Vpp, estabilidade térmica de 2 × 10−7 em
referência a 25◦ C, aging de 1 × 10−16 por ano depois de 30 dias de operação contínua
(Wenzel Associates Inc, 2006).
O sinal de 100 MHz então é dividido em um Power splitter (divisor de potência)
de 1 para 10 saídas utilizando um PSC-10-1 em que sua saída é amplificada por meio de
amplificadores de sinal MAV 11. Fornecendo assim, 10 saídas de 100 MHz com + 10 dBm
de nível de potência.
Uma dessas saídas é derivada para a entrada de sinal de referência de uma síntese
direta digital (DDS) embarcada que fornece em sua saída um sinal de 12MHz que também é
dividido e amplificado e alimenta o clock de amostragem dos microcontroladores LCP1768.
Optou-se pela frequência de 12 MHz de clock para os LPC1768 devido as bibliotecas
do conjunto de funções disponibilizadas pela organização Mbed em seu compilador estarem
preparadas para essa frequência de clock. Com o sistema seu laço de frequência fechado
PLL (Phase Locked Loop) internamente multiplicando essa frequência e o processador
trabalhando com uma frequência de 96 MHz. De forma que o sinal de clock e consequen-
temente amostragem do processo de controle do ciclo atômico fica travado ao sinal de
ressonância.
Este sistema foi construído testado e avaliado, utilizamos o sistema como fonte de
clock para os microcontroladores dos outros módulos, fonte de referência para um DS385 e
para o projeto de DDS embarcada. A Figura 64 mostra a configuração do sistema montado
em sua caixa metálica preparada para inserção em rack de instrumentos.
Antes dos testes, realizamos a medida do ruído de fase adicionado pelo divisor e
amplificador ao sinal de 100 MHz entregue pelo oscilador, que permitiu encontrar a melhor
configuração para o layout do circuito impresso e maximar o nível de tensão na saída com
o menor nível de ruído possível.
A Figura 65 apresenta a montagem e configuração utilizada para efetuar a medida
do ruído de fase do sistema, em que foi necessário o teste de várias configurações devido ao
comportamento do sistema em relação ao ambiente de medição e componentes utilizados
como: cabos e conectores.
110Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
minimizando para próximo de zero a adição de ruído ao sinal de saída do oscilador. Tendo
como base está medida, formos trabalhando na configuração do nosso sistema até atingir
o mais próximo possível a curva de referência.
Otimizou-se as conexões elétricas, tipos de cabos, disposição de dispositivo na
placa e fontes de alimentação externa. Até que foi conseguido 10 saídas com +13dBm de
potência de sinal com 100 MHz e e curva de ruído o mais próxima possível da referência
como mostra o gráfico da Figura 66 em que a curva preta e vermelha mostram a medida
atingida e a referência, respectivamente.
-80
-100
dBrad
-120
-140
-160
0,01 0,1 1 10 100 1000 10000 100000
Frequência (Hz)
Por meio da Figura 66, pode-se notar também o ruído inerente da rede de alimen-
tação nos 60 Hz quando medido o circuito amplificado e, em comparação com o divisor
passivo, o sistema está trabalhando no menor nível de ruído possível conseguido com a
configuração atual. Planejamos a construção de outra placa de circuito que possa levar o
curva do ruído ainda mais próxima da referência, curva vermelha do gráfico.
apresenta um quadro comparativo dos recursos de hardware presentes em cada uma das
placas disponíveis no laboratório.
Figura 67: Quadro comparativo dos recursos de hardware presentes nas placas de compu-
tação embarcada disponíveis no laboratório
No quesito custo, excluindo a T20 IRIS, todas estão em uma faixa de custo próxima.
No quesito, interfaces de comunicação a BeagleBone Black e a VF61 Viola apresentam
maior disponibilidade de recursos e também maiores velocidades de processamento. A
Raspberry Pi mostra-se como a melhor opção de sistema no quesito memória.
Como podemos notar, todos os sistemas são bastante atrativos quando analisados
sobre a óptica da disponibilidade de recursos de hardware, porém possuem diferenças no
foco das aplicações. A Raspberry Pi tende a abranger aplicações educacionais, BeagleBone
Black foi projetada especialmente para fins de prototipagem de projetos e os sistemas
Toradex focam no uso comercial e industrial, inclusive limitando o acesso do usuário final
a certos níveis do sistema operacional (MOLLOY, 2015), (HENDERSON; PRAKASH,
2015), (TORADEX, 2015), (TORADEX, 2010), (TORADEX, 2015), (TORADEX, 2013).
Todos os sistemas apresentam características muito próximas, sendo a principal
delas a possibilidade de uso de diversos sistemas operacionais e em muitos casos baseados
em sistemas de software livre que permite maior autonomia no desenvolvimento do projeto.
Escolher um sistema para nossa aplicação foi uma tarefa que demandou análise
de nossos requisitos de projeto e requisitos de mercado como: continuidade e suporte,
disponibilidade de volume de fontes de informações técnicas sobre recursos de hardware e
software. Devido a esses fatores optou-se por utilizar a BeagleBone Black.
BeagleBone Black, como mencionado, é um mini computador de baixo custo
especialmente projetado para aplicações de eletrônica e computação embarcada, focado
em aplicações de prototipagem e desenvolvimento de projetos (SANTOS; PERESTRELO,
2015). A Figura 68 apresenta o hardware da BeagleBone Black.
114Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
presentes, será necessário compilar o arquivo para utilizar a comunicação CAN no Be-
agleBone Black, para configurar e habilitar o uso dos controladores da rede, conforme
recomenda a documentação.
Os arquivos de overlay são responsáveis pelo controlador, esses arquivos servem
como um driver para as funções multiplexadas do hardware, pois, os pinos de entrada e
saída da placa são multipropósito, que internamente são multiplexados, esse é o caso da
função CAN.
Para utilizar comunicação CAN no Linux, existe um pacote de suporte chamado
CAN-Utils, esse pacote permite o uso dos recursos do controlador CAN por meio de diversas
funções disponibilizadas no pacote e que podem ser utilizadas por terminal de comandos ou
através de programas específicos feitos em linguagem de programação (KLEINE-BUDDE,
2012).
Optamos por utilizar a linguagem Python para desenvolver nossos programas na
BeagleBone Black devido a disponibilidade de material de apoio e suporte ao uso do pacote
CAN-utils na linguagem. O suporte a comunicação CAN em Python é realizado por meio
do pacote python-can que na versão 3.0 ou superior é integrado no momento da instalação
(THORNE, 2017). Essa abordagem de uso das ferramentas de hardware e software permite
o desenvolvimento da aplicação de maneira padronizada facilitando a documentação e
atualização dos programas e funções.
O acesso ao sistema pode ser feito por comunicação SSH através de programas como
o Putty que simula um terminal, permitindo ao usuário realizar todo trabalho através dele,
ou também do Cloud9, uma IDE (Interface of Development Envirionment) compatível com
a Beaglebone Black. A conexão física com a rede CAN é realizada utilizando transceivers
CAN, necessário para adequação dos níveis elétricos da camada física do protocolo.
A alimentação da BeagleBone Black pode ser feita através da porta USB ou também
utilizando uma fonte externa. A alimentação USB tem a vantagem de também ser uma
das formas de comunicação do desenvolvedor ou usuário com a plataforma.
116Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
Figura 69: Troca de mensagens entre os canais CAN (CAN 0 e CAN 1) da BeagleBone
Black.
Desenvolvemos para fins de prototipagem uma placa ‘cape’, como são chamadas as
placas auxiliares que conectam-se aos terminais da BeagleBone Black, com uma função
especifica para retirar todos os fios e otimizar o espaço do circuito. Esta cape é uma placa
de circuito impresso, que contem todos os dispositivos necessários para o uso do CAN
bus: transceivers e conversores lógicos auxiliando no trabalho de testes e uso. O primeiro
protótipo desta placa é mostrando Figura 70.
Figura 70: BeagleBone Black montada em caixa padrão para rack com modulo CAN
desenvolvido
precisam ser interligadas por meio de uma rede de comunicação local. Esta rede de
comunicação deve ser robusta, simples (do ponto de vista de montagem) e confiável.
Existem diversos padrões de redes industriais ou de uso doméstico, porém no projeto
do relógio atômico transportável optamos por uma rede industrial: o padrão de rede CAN
bus (Controller Area network). A escolha deste padrão de comunicação industrial se deve
ao fato de que o protocolo proporciona uma redução do número de condutores utilizados
em sua montagem física, suporte a tempo real na comunicação, possibilidade do uso de
vários pontos de rede em comunicação multimestre (SOUSA, 2002).
A rede CAN surgiu originalmente como um protocolo proprietário, para uso em rede
de sistemas embutidos automotivos, criada pela empresa Bosch em 1985. Posteriormente,
em 1993 tornou-se um padrão internacional definido pela norma ISO 11898 e amplamente
utilizado pela indústria em geral (CORRIGAN, 2002).
A comunicação de dados por rede CAN é realizada por mensagens (frames) seriais
descritos por duas camadas do modelo OSI Open System Interconnection. Sendo elas, a
camada física que define os níveis de tensão, modelos de transmissão, conexões, velocidades
e etc. E a camada de enlace de dados que define tipo de mensagens, detecção de erros,
validação e controle de fluxo de mensagens (LUGLI; SANTOS, 2009).
O protocolo de rede CAN permite a comunicação multimestre, embora possa
também ser desenvolvida no sistema mestre escravo. Sendo de topologia livre, identifica
mensagens e não dispositivos (FREESCALE, 1998).
A norma ISO 11898 define sua camada física, que utiliza geralmente cabo de par
trançado e seus níveis lógicos são transmitidos de maneira diferencial, chamados de nível
recessivo e dominante, também define as taxas de transmissão de dados (LAWRENZ,
2013). A especificação CAN 2.0 A feita pela empresa Bosch define o tipo de mensagens de
dados para o padrão (BOSCH, 1998).
Tais características fazem com que este protocolo de comunicação seja ideal para
sistemas que necessitem de confiabilidade na transmissão das mensagens, uma vez que a
rede possui maneiras de detectar e gerenciar os erros de comunicação que possam surgir
durante a transmissão e recepção, garantindo assim que todas as mensagens sejam enviadas
(BOSCH, 1991).
A característica multimestre permite que todas as unidades tenham acesso ao
barramento e possam transmitir conteúdo segundo a arbitração do barramento, respeitando
a priorização das mensagens, garantindo assim que duas mensagens não sejam transmitidas
simultaneamente. Devido a sua estrutura, é uma rede de baixo custo de implementação e
também não exige que os dispositivos presentes possuam conexões diretas com as demais,
bastando apenas possuir um controlador CAN conectado ao barramento
Todos os controladores presentes em uma rede CAN devem ter um mesmo dicionário
4.4 Rede local de comunicação e interface 119
de mensagens implementado, sendo ele responsável pela camada de aplicação da rede. Cada
dispositivo presente na rede deve conter os identificadores de cada mensagem para que possa
processá-los da maneira requerida. Um controlador na rede pode enviar uma mensagem
e todos os outros dispositivos irão recebê-la. Porém, apenas àqueles cuja mensagem se
destina irão processá-la. Por meio do identificador das mensagens, é realizada a ordem
de prioridade de cada mensagem na rede, quanto menor o valor do identificador maior a
prioridade da mensagem (ZUBERI; SHIN, 1996).
A especificação CAN 2.0 A define que as mensagens são compostas por: um campo
de início da mensagem, arbitragem, controle, dados e checagem de erros (BOSCH, 1991).
O identificador de mensagem pode conter até onze bits e até oito bytes para o campo de
dados. A Figura 71 apresenta um esquema de como é configurada uma mensagem para o
protocolo CAN utilizando esta especificação.
• SOF - Start of Frame - Bit que marca o início da mensagem a ser transmitida;
• Identificador de 11 bits. O identificador estabelece a prioridade de transmissão
da mensagem, quanto menor o valor, maior sua prioridade;
• RTR - Remote Transmission Request - É o bit que sinaliza quando uma infor-
mação é requisitada de outro nó da rede;
• IDE - Identifier Extension - Bit que sinaliza se a mensagem é transmitida com o
identificador de 11 bits ou 29 bits (versão extendida);
• R0 - Bit de reserva, atualmente sem uso;
• DLC - Data Length Code - Armazena o número de bytes de dados que está sendo
transmitido;
• Data - Campo composto de até 8 bytes, que armazena o conteúdo da mensagem
a ser enviada ou recebida, os 8 bytes são também referenciados como frames;
• CRC - Cyclic Redundance Check - Campo de verificação de redundância cíclica,
contém os bits utilizados para implementação do código de detecção de erros. O código é
calculado de acordo com um polinômio específico definido para o CAN, introduzindo uma
redundância que permite ao receptor deduzir se houveram erros de transmissão;
120Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
Figura 73.
Figura 74: Experimento de validação para rede CAN nos microcontroladores LPC1768
O programa de envio segue uma lógica sequencial bastante simples. Ele lê os dados
do arquivo, os processa e os envia na rede. Por conveniência de projeto, é necessário
que os dados sejam enviados em pares (valor, tempo) com o identificador da mensagem
pré-definido no mesmo arquivo. Como exemplo uma mensagem de identificador 6016 e
conteúdo (255, 32354), 255 valor para saída de oito bits e 32354 tempo em milissegundos
em que permanecerá com o valor ativo.
Um dos problemas encontrados para enviar o conteúdo das mensagens CAN foi
formatar o valor a ser enviado, no caso os valores de tempo poderiam conter valores de
milisegundos que seriam maiores que os oito bits de cada dado limite de protocolo CAN.
Como já citado anteriormente, as mensagens são compostas por oito bytes de dados cada.
Assim, cada posição fica limitada a valores de 0 a 255 (ou 0 a FF, em hexadecimal).
Normalmente, seria enviado o par (valor, tempo) na mesma mensagem, cada um
ocupando um frame na mensagem. Como os valores de tempo são escritos em milissegundos,
é razoável esperar que eles facilmente ultrapassarão o valor de uma frame. Por isso, a solução
encontrada foi separar os algarismos de valor de saída e tempo, armazenando cada digito
em uma posição. Portanto, em uma mensagem que contém 8 frames, o primeiro contendo
o valor da porta lógica, e os demais os algarismos do valor de tempo em milisegundos.
Tal estratégia permitiu que valores de tempo, antes limitados à um máximo de 255 ms
pudessem ser enviados com até cem mil segundos.
Então, após o par ser processado e a mensagem formatada no modelo descrito,
ela é enviada na rede. O processo continua até que todo o conteúdo do arquivo seja
enviado. Como fruto dos diversos programas criados anteriormente, a versão final é capaz
de trabalhar com valores decimais, hexadecimais e binários, desde que escritos da maneira
correta a ser interpretada pela linguagem e pelo algoritmo de programa.
Na Figura 76, vemos os números decimais representados pela maneira decimal,
hexadecimais representados por ‘0x’ antes do valor e binários representados pelo prefixo
‘0b’. Tal ajuste permite uma maior liberdade do usuário ao gerar os arquivos de texto.
4.4 Rede local de comunicação e interface 125
criado em Python. A
A BeagleBone envia mensagens pela rede, que são recebidas pela Mbed e separadas
em dois vetores, um contendo o valor das saídas digitais e outro contendo os valores de
tempo. Os resultados são apresentados pela Figura 78.
Figura 78: Comunicação realizada entre BeagleBone Black e Mbed via rede CAN para
configuração de saídas digitais
Devido ao fato de se ter optado por uma abordagem de sistema distribuído visando
maximizar a independência dos subsistemas que compõem o padrão de frequência compacto
transportável de átomos frios, decorre à necessidade de processamento e controle local de
cada componente envolvido no processo de interogação dos atómos de Césio.
Atualmente, com a diminuição no custo de componentes eletrônicos, existem diversas
opções no mercado de processadores, microcontroladores e placas de desenvolvimento para
sistemas embutidos que disponibilizam diversos recursos.
Logo, uma tarefa importante para o desenvolvimento do projeto em sua fase inicial
é a escolha de um sistema de processamento e controle embarcado que atenda os requisitos
de projeto visando: custo benefício, arquitetura, disponibilidade de recursos de hardware e
software, velocidade de processamento e confiabilidade.
Nesse sentido, o mercado oferece várias opções de arquiteturas 8 bits, 16 bits, 32
bits, de diversos fabricantes com recursos e características bastante distintas. No quesito
4.5 Sistema de processamento e controle local 127
velocidade, a diferença entre uma arquitetura ARM (Advanced RISC Machine) de 32 bits
e as outras de 16 e 8 bits encontra-se entre dezenas de MHz (MIYADAIRA, 2012).
A relação de custo é bastante atrativa: segundo uma pesquisa no site brasileiro
de uma distribuidora de componentes eletrônicos realizada em 09/2015, um chip do
PIC18F4550 de 8 bits custava 37,49 reais, um MSP430 de 16 bits custava 28,56 reais, e
um LPC1768 de 32 bits custava 42,91 reais.
Uma das principais vantagens dos microcontroladores de arquitetura ARM, dispo-
nibilizados por diversos fabricantes que o utilizam sob licença de propriedade intelectual,
é a facilidade de trabalhar cálculos com 32 bits, suporte a sistemas operacionais e ter
tornado-se padrão industrial de mercado superando os recursos de seus concorrentes de
outras arquiteturas (PEREIRA, 2007).
Para a unidade de controle e processamento local, é fundamental a aplicação deste
tipo de tecnologia, devido a arquitetura escolhida para o sistema de instrumentação do
relógio, em que há sistemas de laser, microondas, geração e aquisição de sinais trabalhando
de maneira independente umas das outras e gerenciados por um computador de supervisão
interligado por uma rede local. Cada elemento do sistema funciona como uma unidade
inteligente que realiza sua função na operação do ciclo com independência do controle
global, uma vez que suas funções são apenas monitoradas.
Por exemplo, a unidade de geração de padrões digitais utiliza os dados de configu-
ração recebidos do host de supervisão, por meio da rede, uma única vez e os armazena
em memória. Portanto, o microcontrolador, tem por função, controlar a operação de cada
subsistema e fazer interface com o sistema de controle global. Dentre as várias opções,
optou-se pelos microcontroladores LPC1768, fabricados pela NXP, que são voltados para
aplicações embarcadas, com arquitetura ARM Cortex – M3, operação de CPU até 100
MHz, 512 kB de memória flash, 64 kB de memória de dados (RAM), 2 controladores de
barramento CAN, 8 canais de entrada analógica de 12 bits e um canal de saída analógica
de 10 bits (NXP, 2014).
Além disso, possuímos no laboratório o kit de desenvolvimento Mbed, que possui
como núcleo um microcontrolador LPC1768, desenvolvido principalmente para projetos de
prototipagem rápida voltados para aplicações que exploram o uso de interfaces de rede e
Internet das coisas (MBED.ORG, 2015).
Esse kit mostra-se como uma boa alternativa para prototipagem e programação
dos microcontroladores, pois oferece como plataforma de software uma SDK (software
development kit) open source online. Dispensando a instalação de compiladores, possuindo
bibliotecas em linguagem C para o core e periféricos disponíveis no LPC1768 e suporte
ao compartilhamento de códigos fonte para comunidade de desenvolvedores e usuários da
plataforma (PECHONERI et al., 2016).
128Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
O chip do microcontrolador LPC 1768 possui ao todo 100 terminais, porém o Mbed
disponibiliza 26 pinos digitais de entrada/saída (I/O) nos terminais de 5 a 30. Que podem
ser configurados tanto como entrada quanto como saída de sinal digital, ou seja, 0 ou
3,3V. Enquanto é possível utilizar os terminais como simples saídas ou entradas digitais,
praticamente todos possuem funções secundárias que estão conectadas aos periféricos do
microcontrolador.
4.6 Sistema gerador de padrões de saída digital 129
Duas versões de firmware foram implementadas, sendo uma delas utilizando comu-
nicação CAN para configurar os dados do sistema por meio de rede. Outra visando módulos
independentes para serem utilizados em experimentos diversos utilizando comunicação
serial RS232. Sendo assim, pode-se configurar e utilizar o módulo de maneira geral sem
necessariamente precisar de uma rede local.
De maneira geral, o programa embarcado no LPC1768 primeiramente realiza uma
série de definições e inicializações. Define as constantes de programa, define o dicionário
de mensagens da rede CAN, seleciona o modo de funcionamento dos periféricos do
microcontrolador que serão utilizados, inicializa as variáveis globais, monta os protótipos
das funções que serão chamadas no decorrer do programa.
A rotina principal inicialmente chama a função que carrega os valores nas variáveis
de tempo e padrão binário, a partir dos dados existentes no arquivo de texto, para que a
sequência temporal digital do ciclo atômico possa ser executada. Em seguida, habilita o
desvio de programa devido interrupção por hardware utilizando borda de subida no pino
14 do Mbed.
Essa interrupção é fundamental na estrutura do subsistema, pois ela dispara a
execução da sequência temporal, ou seja, ela recebe o estimulo elétrico externo e desvia o
programa para uma função que faz a chamada da execução do padrão temporal pertencente
do ciclo de interrogação dos átomos. Dessa forma, mantendo o sincronismo do sistema por
meio desse disparo de hardware.
Após, é selecionada a frequência de trabalho da rede CAN ou a velocidade com
a qual o dispositivo irá se comunicar na rede, esse parâmetro depende da configuração
da rede, porque todos os dispositivos presentes na rede devem necessariamente possuir
mesma velocidade de comunicação. Escreve as mensagens de recepção e transmissão dos
dados, em seguida, opera os métodos para o devido tratamento dos dados.
Entrando em laço e o funcionamento do módulo passa a ser comandado pelo
disparo de hardware que executa o tratamento e chamadas das funções que efetuam
a sequência temporal até que ocorra uma requisição de comunicação para uma nova
configuração do módulo. Nesse caso, o programa chama uma função que atualiza os dados
das variáveis e edita o arquivo de texto, mantendo o sistema atualizado sempre com a última
configuração que foi utilizada para o ciclo de interrogação atômica. A Figura 80 apresenta
uma representação geral da interação de programa embarcado e circuito desenvolvido para
este modulo do relógio.
4.6 Sistema gerador de padrões de saída digital 131
CAN
N S
Dispositivos
do relógio
N saídas
Digitais
Realimentação
de sincronismo
Figura 81: Placa de circuito do modulo de saídas digitais vista frontal e lateral
5 MHz 1 PPS
início
término
1 PPS
interrupção
12 MHz
obtida com o relógio atômico servindo de clock e fonte de interrupção para o LPC1768.
Pode-se observar que a estabilidade do atendimento de interrupções seguiu a estabilidade
proporcionada pelo relógio atômico. Isso deixa clara a natureza do desempenho do sistema.
4.7 Sistema de geração de formas de onda analógica para desvios de frequência 135
Com a medida, torna-se clara a estabilidade com a qual o LPC1768 pode acom-
panhar a interrupção da fonte. O LPC1768 acompanhou a estabilidade de interrupção
de acordo com sua fonte de clock porque o sinal de disparo foi o mesmo para ambas as
fontes do clock. Este resultado mostra que o hardware do microcontrolador torna-se mais
confiável no atendimento das interrupções de acordo com a estabilidade da fonte de clock
utilizada no sistema.
modo que o sistema de DAC (Digital to Analog Converter) embutido no hardware forme,
em sua saída, ondas baseadas em rampas crescentes, decrescentes e patamares de tensão.
As formas de onda analógica formadas na saída do sistema são utilizadas para
realizar desvios de intensidade e frequência de VCO’s (Voltage Controlled Oscilators)
utilizados no relógio, pois cada fase do ciclo de interrogação atômica utiliza pequenos
desvios para realizar a manipulação e resfriamento dos átomos, por meio de moduladores
acusto-óticos que são atuados com os sinais provenientes dos VCO’s.
O circuito interno do conversor digital para analógico do LPC1768 é um tanto
complexo, mas podemos entender, de um modo gera,l como um bloco que recebe como
entrada um conjunto de bits e entrega em sua saída uma tensão analógica proporcional ao
valor representado pelos bits em sua entrada. Sendo que a relação entre entrada e saída
está baseada na referência de tensão do conversor, que, no caso do LPC1768, utiliza 3,3 V
precisa, estável e conhecida em relação ao terra do circuito. Podemos relacionar a saída de
tensão analógica com a palavra binária da entrada pela expressão:
D
Vo= .V r
2n
Em que, Vr é o valor da referência de tensão, D é o valor da palavra de entrada
binária, n é o número de bits nessa palavra e Vo é a tensão de saída. A Figura 86 mostra
esta equação representada graficamente. Para cada valor digital de entrada, existe uma
saída analógica correspondente.
Figura 86: Características de entrada e saída de conversores de sinal digital para analógico
é chamado de resolução. O valor de saída máximo possível ocorre quando D = (2n − 1),
então o valor de Vr como saída nunca é alcançado. O intervalo do DAC é a diferença entre
seus valores de saída máxima e mínima.
O microcontrolador LPC1768 possui um conversor digital analógico de 10 bits
de arquitetura R-String bufferizado com taxa máxima de atualização de 1 MHz. Dessa
forma, existem 1024 posições em sua escala de tensão de 0 a 3,3V, resultando em uma
resolução de 3,22 mV (isso quer dizer que podemos percorrer toda a escala de tensão com
incrementos de 0,0032).
O compilador possui uma API (Aplication Programming Interface) que disponibiliza
funções para trabalharmos em alto nível de forma padronizada com sinais analógicos.
Podemos inicializar e nomear uma saída, usando write() ou writeu16 (), podendo definir a
tensão de saída com um número de ponto flutuante ou com um número hexadecimal.
Em hexadecimal, a função recebe o valor correspondente a saída, por exemplo,
3FF para 3,3V, quando utilizado o ponto flutuante temos a porcentagem da tensão de
referência com valores de 0 a 1, por exemplo, se quisermos 1,235 V na saída teremos
0,3742 no parâmetro da função write(). Isso corresponde a 37,42% da tensão de 3,3 V da
referência do DAC.
O programa do gerador de formas de onda analógica primeiramente define a funções
utilizadas pelos terminais de saída do microcontrolador, no caso do LPC1768, a saída do
DAC esta localizada no pino 18 do kit Mbed. Definimos como base de tempo para os
desvios analógicos 100 µs, na atual versão, definimos 3 níveis fixos de tensão, para forma a
onda analógica de saída.
Os parâmetros que serão processados pela rotina de construção de formas de onda
são armazenados em memória não volátil, logo, mesmo quando o dispositivo é desligado os
dados da ultima configuração são mantidos. Com isso, temos o carregamento das variáveis
em todo processo de reinicialização do dispositivo. Os parâmetros podem ser alterados por
rede CAN e fizemos uma versão para comunicação serial, quando é realizada a comunicação
o programa processa os dados e atualiza os valores do arquivo.
138Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
Figura 87: Parâmetros de forma de onda utilizados pelo sistema para gerar os desvios
Formas de onda estreita temporalmente também podem ser realizadas com o mínimo
de 100 µs para cada desvio devido a escolha da base de tempo. A Figura 89 apresenta
uma forma de onda com 500 mV, 600 mV, 60 mV respectivamente. Com permanecia de
20, 10 e 5 ms em cada respectível nível de tensão. Fazendo as transições em 5, 2 e 1 ms
entre cada um dos níveis.
temos os conectores SMA para entrada de clock, BNC para a saída analógica e o conector
para comunicação CAN. Figura 90 apresenta a vista lateral e frontal do sistema na caixa.
Figura 90: Caixa padrão rack do sistema de geração de formas de onda analógicas
Vi
D= × 2n
Vr
4.8 Sistema de aquisição de dados 141
não sinalizada.
Figura 91: Forma de onda analógica para aquisição
3,0
2,5
2,0
Volts
1,5
1,0
0,5
0,0
0 1000 2000
amostras
ajustes locais, por exemplo, ajuste grosso e fino no controle de temperatura. O computador
embutido no relógio ficará responsável pela interface homem e máquina (IHM). Essa
configuração tem vista a aplicações remotas do sistema laser de diodo que atingem
interesses não só do projeto do relógio atômico transportável.
O sistema de controle para os lasers de diodo são necessários para a sintonia e
travamento da frequência de interesse. No entanto, a frequência de um laser de diodo é
proporcional à temperatura do laser e à corrente de injeção. Se, um desses parâmetros
flutuar ,a frequência flutuará.
Outro fator importante é o controle de temperatura da caixa do laser,pois, o
comprimento da cavidade externa varia com a temperatura. Porém, nem todas as aplicações
necessitam desse controle, mas em aplicações mais sofisticadas como espectroscopia de
átomos e partículas, por exemplo, esse tipo de recurso é indispensável (MAGALHÃES,
2004).
para fornecer um sinal de atuação para a corrente e para o circuito de alta tensão que gera
a DDP para uma cerâmica piezelétrica (PZT) que sustenta o espelho de saída da cavidade
estendida.
Este tipo de controle é geralmente associado a métodos de travamento com absorção
saturada que permitem um bom ganho de resolução espectral. Inicialmente, nosso projeto
fica concentrado no projeto de controle de laser mais geral e informatizado.
O circuito de travamento tem a finalidade de tornar a frequência do laser mais
estável possível, utilizando como referência uma linha de transição atômica. Esse circuito
atua na corrente (resposta mais rápida) e no comprimento da cavidade estendida (resposta
mais lenta).
No estágio de entrada do circuito, temos um sinal de erro proveniente de um
amplificador lock-in, passando por um filtro passa-baixa passivo para minimizar a influência
da frequência de modulação do sinal (acima de 80 kHz). Após esse estágio, o sinal passa
por um integrador, que permite ligar e desligar o circuito de travamento.
O sinal de saída do integrador fornece a correção para corrente do laser de diodo.
Na saída, um circuito somador pode adicionar ao sinal modulação na corrente. O sinal de
correção de corrente é integrado novamente para gerar o sinal de correção da cerâmica
PZT, por fim sua saída é somada a um sinal de varredura de baixa frequência.
Para o circuito de travamento são necessários dois sinais digitais que virão do
microcontrolador, esses sinais serão enviados para as chaves digitais presentes no circuito.
Esses sinais são enviados quando for identificada que a frequência do laser é a mesma de
transição do átomo desejada. Essa identificação é feita por meio do foto detector que envia
níveis de tensão proporcional ao feixe de laser para o microcontrolador.
O amplificador de alta tensão foi desenvolvido com a finalidade de controlar o tubo
piezoelétrico, em que o espelho de realimentação óptica é afixado. O circuito funciona com
uma fonte de alta tensão ajustada em 400 V que alimenta um amplificador operacional de
alta tensão com ganho de 200.
Uma entrada de modulação é utilizada para fazer a varredura e correção da cavidade
e outra utilizada como um ajuste manual. Por fim, a saída do amplificador, com excursão
de 10 à 400 V, alimenta a cerâmica piezoelétrica.
Para a interface do circuito de alta tensão é utilizado uma saída digital do micro-
controlador que vai para o conversor digital analógico MCP 4921 de 12 bits, sua tensão de
alimentação e referência é proveniente do regulador de 4.1 volts. Portanto, a sua resolução
é de aproximadamente 1 mV.
A função do microcontrolador é proporcionar uma varredura no sinal em que será
enviado para a placa de alta tensão, o sinal irá varrer de 0 à 4.1 volts seguindo a resolução
4.9 Sistema de laser e driver de controle compacto 147
O laser compacto apresentou o mesmo patamar de ruído com relação ao laser co-
mercial. Desta análise, conclui-se que as características de ruídos estavam majoritariamente
associadas ao tipo de resistores utilizados nos circuitos de controle o que motivou o projeto
da terceira geração de driver de controle utilizando componentes de maior confiabilidade e
resistores de filme fino.
Pretendemos atingir ou superar, com alterações de ganho e uma avaliação mais
precisa da resposta em frequência dos sub-sistemas, o patamar menor de ruído do laser de
referência do laboratório. Pela Figura 96 observa-se que o laser compacto já tem o mesmo
patamar de ruído com relação ao laser comercial.
Figura 96: Espectros dos sinais de ruído dos lasers de diodo, utilizado para fazer a compa-
ração entre os sistemas
Fdds
F T W = round[248 ]
Fs
Por exemplo, para um sinal de referência com frequência de 1 GHz e um sinal de
saída com frequência de 19.44 MHz, observa-se que FTW é igual a 5.471.873.547.255 na
base decimal, ou 04FA05143BF7 na base hexadecimal. A configuração da frequência do
sinal de saída é extremamente simples, basta configurar o registrador FTW com a palavra
da frequência do sinal de saída e gerar um pulso de atualização no pino de update do
chip. O canal de comunicação do chip DDS é uma porta no padrão SPI utilizada para
configurar todos os registradores do AD9912.
A porta de controle serial do AD9912 é uma porta síncrona flexível que permite
uma inteface fácil com qualquer microcontrolador. Suporta transferência simples ou de
múltiplos bytes. A porta serial do AD9912 pode ser configurada para um simples pino I/O
bidirecional (somente SDIO) ou para dois pinos unidirecionais (SDIO e SDO). Note que
todas as operações da porta serial, como a atualização da palavra de frequência, dependem
da presença do sinal de referência (fs).
DESCRIÇÃO DOS PINOS DA PORTA DE CONTROLES SERIAL:
• SCLK (clock da comunicação serial) é o clock de deslocamento dos bits da serial,
esse pino é uma entrada. SCLK é usado para sincronizar a leitura e a escrita a ser efetuada
4.10 Sistema de geração de sinal senoidal (sintetizador) baseado em chip DDS AD9912 153
na DDS. A escrita dos bits são registrados na borda de subida do clock, e a leitura dos bits
são feitas na borda de descida do clock. Esse pino possui um resistor de pull-down interno.
• SDIO (entrada/saída de dados da serial) é um pino de uso geral duplo que pode
ser configurado para trabalhar como entrada ou saída. A configuração padrão da DDS é
configurar esse pino como sendo entrada e saída. Alternativamente, SDIO pode ser usada
como um pino unidirecional para escrita dos dados (Registrador 0x00, Bit0 = 1). Nesse
caso SDIO é configurado como entrada e SDO como saída.
• SDO (Saída de dados) é usado somente no modo unidirecional (Registrador
0x0000, Bit0 = 1) como uma saída alternativa para leitura de dados da DDS. Para
configurar o modo bidirecional (usando SDIO como entrada/saída) basta configurar o
padrão da DDS novamente (registrador 0x0000, Bit0 = 0).
• CSB (pino de seleção do chip) é um controle ativado em nível baixo que habilita
os ciclos de escrita e leitura. Quando CSB está em nível alto, SDO e SDIO permanecem
em estado de alta impedância. Esse pino possui um resistor de pull-up interno de 100K
ligado a 3.3V. Isso garante que não haja flutuação nesse pino.
• IO UPD (pino de atualização) este pino é utilizado para atualizar as configurações
do chip após as palavras de dados serem escritas no buffer da porta serial. Após a escrita
da palavra de configuração, é necessário gerar um pulso nesse pino para que as atualizações
tenham efeito.
Após os primeiros testes com o kit de desenvolvimento foi possível o desenvolvimento
de uma placa dedicada ao AD9912, essa placa possui apenas os periféricos necessários para
a aplicação em questão. Foram aproveitados os valores dos componentes e o esquemático
da placa de desenvolvimento para o projeto da placa dedicada ao AD9912, porém foi
necessário o desenvolvimento de um layout diferente.
Nessa placa estão presentes: o filtro passa baixas de saída, o conector de alimentação
do circuito, o conector de comunicação SPI, a entrada de referência e o conector de saída
de sinal. Esta placa é conectada de interface de controle, contendo o LPC1768.
Para realizar o controle e a interface entre o computador e o AD9912 foi utilizado o
LPC1768 conforme mencionado, a escolha desse dispositivo foi feita com base nos periféricos
necessários para o desenvolvimento do trabalho e topologia de hardware adotada na
arquitetura de instrumentação do projeto. Para a interface com o chip AD9912 é necessário
um canal de comunicação SPI, para a interface com o computador é necessário uma porta
de comunicação de rede CAN bus.
Para realizar os primeiros testes foi montado, em uma placa de protótipo, um
circuito com o LPC1768 para realizar a comunicação com o AD9912, através da porta
de comunicação SPI, e fazer algumas configurações na frequência do sinal de saída. Para
facilitar o desenvolvimento do projeto foi utilizada o kit Mbed.
154Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
Uma grande vantagem do sistema digital de geração de sinais é que este tipo de
sistema não depende de componentes passivos para realizar tal função e, sendo assim, o
sinal de saída não sofre drift de frequência com a variação de temperatura. As características
do sistema se mantêm as mesmas ao longo do tempo, pois os componentes digitais não
sofrem envelhecimento, um dos grandes problemas dos componentes passivos.
Conforme foi colocado na seção sobre a arquitetura de instrumentação e controle
para o relógio transportável, utilizaremos os sistemas DDS para corrigir a cadeia de
osciladores que produzem o sinal de ressonância de 9192631770 Hz e também para gerar o
sinal de referencia de clock para os LPC1768 utilizados para geração e aquisição de sinais
de analógicos e digitais do experimento que implementam o ciclo atômico.
Para isso utilizamos o sinal de 100 MHz que vem do distribuidor de clock para
alimentar a entrada de sinal de referência da DDS, que por sua vez irá, a partir disso,
produzir um sinal senoidal de 12 MHz para os microcontroladores que atuam diretamente
no ciclo atômico.
Lembrando, que o oscilador Wenzel de 100 MHz será parte inclusa dos osciladores
que compõem a cadeia de síntese de frequência para o sinal de ressonância, ou seja, teremos
um sistema totalmente fechado em laço de frequência em que todos os dispositivos que
atuam diretamente no ciclo atômico partilham de uma mesma fonte de referência clock
que está diretamente sendo corrigida pela própria ressonância dos átomos.
Pretende-se, com isso, obter um aumento da qualidade de sincronismo de nossos
subsistemas, uma vez que partilharam de um sinal com fase comum a todos os dispositivos.
156Capítulo 4 PADRÃO DE FREQUÊNCIA TRANSPORTÁVEL: instrumentação eletrônica
A Figura 101 apresenta a medida realizada com analizador de espectro tanto da fonte de
100 MHz quanto da saída de 12 MHz em que é possível observar sua pureza espectral.
Podemos ainda, sugerir ensaios de análise de fase para o sistema DDS, a fim avaliar suas
componentes de ruído em cada banda de emissão e validar sua aplicação na correção da
cadeia de osciladores.
Figura 101: Medida realizada com analizador de espectro tanto da fonte de 100 MHz
quanto da saída de 12 MHz
Após todos os testes serem feitos, a rotina desse software será integrada ao programa
principal de controle do relógio atômico, fazendo com que a malha de realimentação seja
fechada, ou seja, o programa principal, que está rodando no computador do relógio atômico,
4.11 Estrutura mecânica para acomodação e transporte do sistema 157
5 CONCLUSÃO
Existe uma notável demanda por maior precisão na medida de frequência o que
tem levado a área de metrologia científica de tempo e frequência a voltar sua atenção
para sistemas que possam prover sinal de referência de alto desempenho com um apa-
rato compacto e robusto para suprir a necessidade de sistemas de telecomunicações e
posicionamento global, calibração industrial e metrologia cientifica, principalmente.
Modernas tecnologias em óptica para resfriamento atômico são aplicadas em uma
nova geração de padrões de frequência que está sendo transferida para escala industrial. O
desenvolvimento de chafarizes e relógios ópticos tornou possível a avaliação de sinais de
tempo e frequência com elevada exatidão e precisão o que contribui para o desenvolvimento
de relógios compactos fornecendo sinal de referência e comparação de alta confiabilidade.
Equipes de pesquisa de instituições do mundo todo estão investindo no desenvol-
vimento de alguma tecnologia para obter relógios atômicos mais compactos, inclusive já
existem dispositivos sendo comercializados com foco principal na aplicação como instru-
mento embarcado em satélites. Dominar a tecnologia do desenvolvimento de padrões de
frequência é de fundamental importância para o interesse nacional, pois coloca o país
equiparado aos mais desenvolvidos e, em um futuro próximo, passar a contribuir para as
escalas de tempo com medidas realizadas com relógios atômicos experimentais.
De forma geral, um padrão atômico de frequência é um sistema capaz de extrair do
átomo uma referência baseada em suas transições de estado de energia. Existem diferentes
técnicas para interrogar os átomos e desenvolvimento de diversos experimentos, porém
a maioria visa a aumento ou melhora em desempenho, custo, robustez, mobilidade, de
seus sistemas. Isso faz com que sejam implementados, dentro dessa área, os mais variados
experimentos, tanto em espécies de átomos, como na forma de obter sua informação ou
sinal de referência.
Um estudo minucioso do padrão de frequência compacto foi realizado, e com isso,
foi possível atualizar seu sistema de aquisição de dados e realizar novos experimentos. Seu
desenvolvimento e o domínio dos detalhes de implementação serviram como guia para os
trabalhos desenvolvidos para obtermos um sistema transportável.
O foco principal deste trabalho foi estudar os principais relógios compactos e
métodos utilizados para interrogação dos átomos. Entender detalhadamente o processo
de interrogação atômica feito no padrão compacto de átomos frios do laboratório e a
partir disso, os requisitos de projeto para o sistema de instrumentação para um relógio
transportável.
Contudo, neste trabalho, com base nos requisitos, foi desenvolvido uma arquitetura
160 Capítulo 5 Conclusão
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