Analise Combinatoria
Analise Combinatoria
Analise Combinatoria
Exemplo 1
Considere três cidades A, B e C interligadas pelas rodovias R 1, R2, R3, R4 e R5. Determine de quantas
maneiras podemos ir da cidade A para cidade C passando pela cidade B.
1ª maneira: R1 → R3
2ª maneira: R1 → R4
3ª maneira: R1 → R5
4ª maneira: R2 → R3
5ª maneira: R2 → R4
6ª maneira: R2 → R5
Portanto, temos seis maneiras diferentes de ir da cidade A para cidade C passando pela cidade B. No
entanto, observe que o problema proposto é relativamente simples e que a análise realizada foi pouco
trabalhosa. Assim, a partir de agora, vamos estudar ferramentas mais sofisticadas que possibilitam
resolver problemas com bem menos trabalho.
P1 ·P2 · … · Pn
Dessa forma, o total é dado pelo produto das possibilidades de cada uma das etapas que constituem o
evento E. Observe que, para determinar-se o total de possibilidades de realização do evento E, é
necessário conhecer-se o total de possibilidades de cada uma das etapas.
Exemplo 2
Vamos refazer o exemplo 1 utilizando-nos do princípio fundamental da contagem.
Observe que o evento pode ser realizado em duas etapas, a primeira consiste em ir da cidade A para
cidade B, e a segunda, em ir da cidade B para cidade C. Para realizarmos a primeira etapa, temos duas
possibilidades (estradas R1 e R2), e, para realizarmos a segunda etapa, temos três possibilidades (R3,
R4 e R5).
2·3
Portanto, para ir da cidade A para cidade C passando pela cidade B, temos o total de seis possibilidades.
Exemplo 3
De quantas maneiras podem ser distribuídas as três medalhas olímpicas numa prova de mountain
bike com cinco competidores?
Organizar a distribuição das medalhas é um evento que pode ser realizado em três etapas. A primeira
etapa consiste em analisar-se o total de possibilidades de quem ficará com a medalha de ouro, ou
seja, cinco possibilidades.
A segunda etapa consiste em analisar-se as possibilidades de quem ficará com a medalha de prata, ou
seja, quatro, uma vez que o primeiro colocado não entra nessa escolha. A terceira etapa consiste em
analisar-se o total de possibilidades de quem ficará com a medalha de bronze, ou seja, três, uma vez
que os dois primeiros já foram escolhidos.
5·4·3
60 possibilidades
Fatorial
O fatorial é uma forma de decompor-se um número natural. Para calcular-se o fatorial de um número,
basta multiplicá-lo por todos os seus antecessores até o número 1. O fatorial é representado pelo sinal
de exclamação — “!”.
Para o cálculo, basta multiplicarmos o número que acompanha o fatorial por todos seus antecessores até
o número 1, assim:
2! = 2 ·1 = 2
b) 4! = 4 · 3 · 2 ·1 = 24
c) 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
d) 1! = 1
Considere um número natural n > 2. O fatorial de n é indicado por n! e é dado pela multiplicação de
n por todos seus antecessores inteiros positivos.
n! = n (n – 1) · (n – 2) · (n – 3) · … · 1
4! e 5!
5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1
4! = 4 · 3 · 2 ·1
5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1
5! = 5 · 4!
Exemplo 4
Observação: 0! = 1
Tipos de agrupamento
Alguns problemas de contagem são mais complexos e resolvidos com maior facilidade mediante novas
ferramentas. Essas ferramentas são chamadas de agrupamento, pois elas agrupam elementos de
diferentes maneiras, facilitando o processo de contagem. São esses agrupamentos: arranjo simples,
permutação, e combinação simples.
Arranjo simples
Considere um conjunto com n elementos distintos. Vamos chamar de arranjo de n os elementos tomados
p a p, qualquer sequência ordenada por p, e os elementos distintos escolhidos entre os n elementos.
Dessa forma, a quantidade de subconjuntos formados por p elementos será o arranjo de n elementos
tomados p a p. A fórmula que nos permite realizar o cálculo do número de arranjos é dada por:
Exemplo 5
Veja que n = 4 e p = 2, ambos foram substituídos na fórmula. Agora, devemos calcular o valor do arranjo
de cinco elementos tomados dois a dois.
A4,2 + A5,2
12 + 20
32
Exemplo 6
Quantos números naturais de quatro algarismos distintos podem ser formados usando-se os algarismos
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9?
Nesse problema podemos utilizar o arranjo simples, uma vez que 2435 ≠ 4235. Veremos que, em
alguns casos, a ordem dos elementos não os diferencia, e, dessa forma, não podemos utilizar o
arranjo.
Como queremos determinar o total de números que podem ser formados, observe que o total de
elementos é igual a oito, e queremos agrupá-los de quatro em quatro, portanto:
Permutação simples
Pn = n!
Exemplo 7
P7 = 7 · 6 · 5· 4 · 3 · 2 · 1
P7 = 5040
P3 = 3 · 2 · 1
P3 = 6
Exemplo 8
Entendemos como anagrama todas as possíveis transposições das letras da palavra, por exemplo,
“Lisarb” é um anagrama da palavra Brasil. Para determinarmos a quantidade de anagramas, devemos
calcular a permutação das letras da palavra, assim temos que:
P6 = 6!
P6 = 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1
P6 = 720
Combinação simples
Exemplo 9
Veja que o quadrilátero ABCD é igual ao quadrilátero CDBA nesse contexto, logo, devemos utilizar a
combinação e não arranjos. Temos o total de seis pontos e queremos combiná-los de quatro em quatro,
assim:
Portanto, podemos formar 15 quadriláteros distintos.
Em alguns casos, o espaço amostral E é escrito de maneira bem direta, como no lançamento de uma
moeda honesta, em que os possíveis resultados são cara ou coroa e são denotados da seguinte
maneira:
E = {cara, coroa}
Agora imagine a seguinte situação: um dado é lançado três vezes consecutivas e estamos interessados
em determinar o espaço amostral desse experimento. Veja que anotar todas as possibilidades já não é
uma tarefa tão simples, precisamos utilizar o princípio fundamental da contagem (PFC). O evento pode
ser realizado em três etapas, em cada uma delas temos seis possibilidades, uma vez que um dado
possui seis faces, assim:
1ª etapa → seis possibilidades
6·6·6
216
Veja que para o estudo da probabilidade é necessário ter-se um conhecimento básico de análise
combinatória, pois, sem determinarmos o espaço amostral de um experimento, é impossível
resolvermos a grande maioria dos exercícios de probabilidade. Para saber mais detalhes sobre esse
campo da matemática, leia o texto: Probabilidade.
A
analise combinatória está também associada com o estudo de binômios.
Exercícios resolvidos
Questão 1 – Determine a quantidade de anagramas da palavra castelo. Em seguida, determine a
quantidade de anagramas que começam com a letra c.
Resolução
P7 = 7!
P7 = 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1
P7 = 5040
A palavra possui 5040 anagramas. Agora, para determinarmos a quantidade de anagramas que
começam com a letra c, devemos fixar a letra e calcular o anagrama das demais, veja:
C __ __ __ __ __ __
Ao fixarmos a letra c, note que sobraram seis campos para calcularmos a permutação, assim:
P6 = 6!
P6 = 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1
P6 = 720
Portanto, temos 720 anagramas da palavra castelo que começam com a letra c.
Questão 2 – Em uma sala de aula, tem-se cinco homens e sete mulheres. Quantos grupos de três
homens e quatro mulheres podem ser formados?
Resolução
Primeiramente, veja que a ordem na qual escolhemos as pessoas não importa, por exemplo o grupo
formado por João, Marcos e José é o mesmo grupo formado por Marcos, João e José, portanto,
devemos utilizar a combinação para o cálculo.
Vamos calcular separadamente a quantidade de grupos que podem ser formados por homens e
mulheres, e, em seguida, vamos multiplicar esses resultados, pois cada grupo de homens pode misturar-
se com cada grupo de mulheres.
Homens
Total → 5
Quantidade no grupo → 3
Mulheres
Total → 7
Quantidade no grupo → 4
Portanto, o total de grupos que podem ser formados por três homens e quatro mulheres é de:
C5,3 · C7,4
10 · 35
350