0% acharam este documento útil (0 voto)
22 visualizações2 páginas

Capítulo

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1/ 2

1.3.

Criminologia e o Labelling Approach

A criminologia trata do estudo do fenômeno criminal e suas causas, o controle


social, bem como, do criminoso e como ressocializá-lo, entretanto, a delimitação de
seu campo de atuação apresenta uma variável quanto ao modelo de interpretação
quanto ao surgimento do fenômeno criminal.
Na teoria tradicional, o crime era então considerado ontologicamente, ou seja,
procura identificar as causas do crime e como é possível prevenir a sua ocorrência.
O delito é concebido como um fato real e histórico, natural, sua nocividade não
deriva apenas da mera contradição com a lei que ele significa, senão das exigências
da vida social, que é incompatível com certas agressões que põem em perigo suas
bases; seu estudo e compreensão são inseparáveis do exame do delinquente e de
sua realidade social; interessa ao positivismo a etiologia do crime, isto é, a
identificação das suas causas como fenômeno; a finalidade da lei penal não é
restabelecer a ordem jurídica, senão combater o fenômeno social do crime, defender
a sociedade; o positivismo concede prioridade ao estudo do delinquente, que está
acima do estudo do próprio fato, razão pela qual ganham particular significação os
estudos tipológicos e a própria concepção do criminoso como subtipo
humano,diferente dos demais cidadãos honestos, constituindo esta diversidade a
própria explicação da conduta delitiva. Em suma, o positivismo criminológico
verificava um homem-delinquente com uma patologia: o crime. O delinquente era um
doente social, em teorias baseadas nas características estéticas, biológicas e
psicológicas das pessoas (Césare Lombroso), diferenciando os criminosos daquelas
pessoas consideradas normais.
Enquanto a criminologia crítica, cuja base sofreu influências das ideias
conflituais marxista, rompe com a então sociologia liberal. Há uma mudança
significativa no paradigma dos estudos do fenômeno criminal. Partindo da idéia de
rotulação, o labelling approach, investiga o conflito social pela própria organização
social através de mecanismos estigmatizantes, seletivos e de dominação nos
processos de criminalização das classes subalternas. O conflito esta ligado ao plano
econômico da coletividade.
Para o labelling Approach, um fato só é considerado criminoso a partir do
momento em que adquire esse status através de norma criada para selecionar
determinados comportamentos como desviantes do interesse social. Numa segunda
acepção, a atribuição da “etiqueta” de criminoso dependerá intimamente com o
modo de atuação das instâncias que exercem o controle social (Polícia, MP, Juízes),
sempre conservando a estrutura vertical do poder dominante, agindo
preferencialmente (ou exclusivamente) nas classes marginalizadas. Uma vez que o
individuo é rotulado, este permanece neste papel social que lhe foi atribuído, a
prisão passará a cumprir uma função reprodutora e segregadora, desviando as
possibilidades de reinserção.
Inspirado em Marx – não necessariamente de forma ortodoxa –, tal
modelo criminológico opta por um método histórico-analítico de verificação do
fenômeno criminal, com perspectivas macrossociológicas (acumulação de
riqueza e sua relação com a criminalidade), ou mesmo microssociológicas
(incidência da rotulação nos indivíduos).

Você também pode gostar