Civil 02.12
Civil 02.12
Civil 02.12
02/12/2021
O patrocínio judiciário tem por fonte a procuração forense, que vem da palavra foro,
que significa tribunal. Assim, a fonte do mandato judiciário (patrocínio) e esta
procuração é onde a parte ou o seu representante constitui um patrono que vai pleitear
(representar) em seu nome. A forma desta procuração encontra-se no artigo 43º do
Código de Processo Civil e pode dizer respeito a escritura publica ou documento
particular. O mandato é conferido, deste modo, extraprocesualmente, isto é, fora do
processo, nada disto se passando na presença do tribunal.
Quando assim sucede e a procuração é outorgada fora do processo, esta tem de ser junta
ao processo de modo a que o juiz tenha conhecimento da mesma. Esta procuração pode
também ser outorgada por declaração verbal da parte no auto de qualquer diligencia que
se pratique no processo, este ultimo modo não é muito comum em processo civil pois
estas diligencias apenas tem lugar já numa fase muito adiantada do processo.
A procuração é conferida mas, no entanto, só é eficaz nos termos do artigo 44º n.4 do
Código de Processo Civil, se o próprio mandatário a aceitar, ou seja, isto significa que a
eficácia do mandato depende de aceitação.
O patrocínio judiciário pode ainda resultar de nomeação pela ordem dos advogados, e
tal surge em duas circunstancias, uma limitada, conforme ao artigo 51º do Código de
Processo Civil; uma situação mais frequente é o recurso ao apoio judiciário para
constituir um mandato. A fonte jurídica do patrocínio forense, neste caso, é a nomeação
pela ordem dos advogados.
O contrato de mandato está previsto, no seu turno geral, no artigo 1157º e seguintes do
Código Civil – o mandato é um contrato através do qual o mandatário se obriga perante
o mandante a praticar atos jurídicos por conta deste, por exemplo, quando pedimos a
alguém para ir comprar algo por nós. O mandato pode assumir duas espécies:
O conteúdo dos podere que o advogado adquire por força deste mandato está regulado
no artigo 44º/1 por remissão do artigo 45º/1 do Código de Processo Civil.
O mandato forense por via de regra, inclui apenas os chamados poderes forenses gerais,
que são os poderes para representar a parte em todos os atos do processo, mas a lei
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exclui destes os poderes que a lei qualifica como especiais, estes últimos estão
consagrados no artigo 45º/2 do Código de Processo Civil.
Nos poderes forenses gerais está também incluído o poder de substabelecimento, isto é,
o advogado da causa pode transmitir os poderes que recebeu do seu constituinte para
outro mandatário (advogado) de modo a que este o possa representar de igual forma.
O substabelecimento pode ser feito com reserva e sem reserva (artigo 44º/3 do Código
de Processo Civil):
A capacidade postulatoria das partes surge quando a lei não exige a presença obrigatória
de advogado. Mas quando é obrigatório a constituição de advogado? Artigo 40º/1 do
Código de Processo Civil.
Sempre que se interponha recurso, é obrigatório ter advogado, assim como em todas as
ações que se proponham em primeiro grau de decisão de tribunal superior (ações de
indeminização contra juízes no exercício das suas funções, por exemplo).
Posto isto, se é sempre possível recurso, é por sua vez sempre obrigatória a constituição
de um mandatário (advogado).
Por fim, no que refere à função psicológica, esta está relacionada com o refreio dos
ímpetos emocionais e apaixonados das partes, isto é, as partes vivem de forma intensa
as suas ações e os seus processos, pois é algo que lhes diz direta e emocionalmente
respeito, e por estas razões não são capazes de racionalizar os seus argumentos ou de
sustentar os mesmos, pois várias vezes não há forma de provar os factos alegados. Deste
modo, ao exigir a constituição obrigatória de advogado, o legislador pretende acalmar as
partes em relação aos seus processos, pois estas por vezes em fase de julgamento não
são capazes de cumprir regras e manter o respeito pelas partes, logo o papel do
advogado é introduzir um elemento racional que se opõe ao emocional das partes na
condução do processo.
ii. Se for o reu, o processo segue os seus termos sem haver advogado
constituídos, aproveitando-se os atos praticados pelo advogado constituídos
antes da revogação ou renuncia, o que significa que este não pode praticar
atos processuais no seguimento do processo.
Pode acontecer que a renuncia ao mandato tenha acontecido e que o reu esteja
impossível de notificar pessoalmente, nestes casos, o legislador acautela estas situações
no artigo 47º/4 do Código de Processo Civil e é nomeado um mandatário oficioso para
assegurar o patrocínio daquele reu.