Teorias de Evoluc3a7c3a3o - Lugar Turistico

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Teorias e Modelos de Evolução

dos Lugares Turísticos

Prof. Dr. Marcos Aurélio Tarlombani da Silveira


Transformações nos
lugares
turísticos ao longo do
tempo
O Modelo Irridex de Doxey

Analisando a importância das percepções e comportamentos das


populações locais (residentes) com relação ao turismo e aos turistas
(visitantes) Doxey (1975), desenvolveu o Modelo Irridex, buscando
identificar e explicar os efeitos cumulativos do desenvolvimento do
turismo sobre as relações sociais e a evolução da mudança nas
atitudes dos moradores com relação aos turistas.

Defendendo a idéia de que o desenvolvimento do turismo em uma


localidade influi no processo de relacionamento entre os seus
residentes e os turistas, Doxey (1975) explicita quatro fases
comportamentais da população vivenciadas em uma localidade
turística.
Índice de irritação - Doxey

Euforia Fase inicial do desenvolvimento turístico, na qual


↓ visitantes e investidores da atividade são bem vindos.
O turismo é visto como fonte de emprego e renda
pelos residentes.
Apatia Os visitantes são valorizados. O turismo é visto como uma
atividade de lucros. O contato entre visitantes e visitados é

mais formal. Existe o predomínio de interesses comerciais
no contato com turistas por parte dos residentes.

Aborrecimento A saturação é percebida pelos residentes que passam a


ter dúvidas sobre os benefícios do turismo.
↓ Os planejadores tentam controlar através do aumento da
infraestrutura ao invés de limitar o crescimento do turismo.

Antagonismo O nível de irritação é amplamente externado pelos


residentes, e o planejamento busca fazer ações corretivas,
contudo a promoção do lugar turístico é aumentada para
tentar compensar sua deterioração.
O Ciclo de Vida dos Lugares Turísticos é um modelo teórico
formulado por Butler (1980). Mostra como os lugares mudam com o
tempo, com base em sete etapas. É preciso saber o que é cada um
dos estágios para fazer a comparação à um exemplo real.

Rejuvenescimento A

Consolidação Estagnação C

Declínio
D

E
Desenvolvimento

Envolvimento

Exploração

Tempo
Modelo de Butler

Novo crescimento

Problemas!
Sucesso

Declínio
Crescimento

Descoberta

O Ciclo de Vida dos Lugares Turísticos


Exploração – o lugar é descoberto
1. O lugar recebe muito poucos turistas.
2. Alguém descobre o lugar e diz aos amigos como é bom.
3. Mais pessoas começam a frequentar o lugar.
4. Serviços: lojas, cafés, hotéis, etc. começam a abrir porque as pessoas
estão hospedadas lá em número suficiente para as pessoas (locais e de
fora) ganharem dinheiro.
5. Alguns locais mudam de atividade econômica.
Crescimento
1. Um número crescente de pessoas descobre o lugar.
2. O lugar começa a ser divulgado em jornais - televisão, revistas e guias
turísticos.
3. Aumenta o número de visitantes.
4. Abrem mais lojas, hotéis, restaurantes e cafés.
5. As estradas para o lugar ficam mais movimentadas.
Problemas !
1. O lugar torna-se tão visitado que muitas pessoas deixam de ir lá.
“Já não é o que era!” ou “Já tem gente demais!”
2. A população local queixa-se de que aos turistas é dada mais
importância do que a quem lá reside.
3. Algumas pessoas começam a procurar outros lugares.
4. Algumas das lojas e hotéis fecham as portas.
5. Mais pessoas afastam-se por ser um lugar massificado, e procuram
lugares mais “calmos” e “bonitos”.
a) Declínio

1. O lugar entra em decadência.


2. As lojas, restaurantes, etc., fecham.
3. Fora da época turística, alguns hotéis começam a ser usados
para alojar pessoas que não são turistas.
4. O lugar começa a ter uma má “reputação”.
5. Os turistas afastam-se.
b) Novo crescimento

1. Investimentos financeiros são feitos na área.


2. Alguns dos hotéis antigos são regenerados e atraem novas
lojas.
3. Cafés e restaurantes reabrem.
4. As pessoas começam a frequentar o lugar fora da estação
turística.
5. Volta-se a falar no lugar.
6. Criam-se empregos.
7. Muitos visitantes voltam a escolher o lugar para fazer férias.
8. Os jornais e revistas voltam a escrever sobre o lugar.
Estudo de caso do Reino Unido: Blackpool
Estágios:
• 1860 - beira-mar se torna moda para os emergentes/ricos, a medida que as ferrovias
tornam as estâncias costeiras acessíveis.

• 1890 - day tripers incluem trabalhadores de fábricas, que viajam em férias em trens de
excursão.

• 1920 - uma semana de férias nas fábricas aumenta estadia dos turistas/visitantes.

• 1950 - Aumentou feriados pagos com um boom econômico do pós-guerra.

• 1970 – Declínio devido principalmente a excursões de pacotes de turistas estrageiros.

• 1980 – Declínio: - declínio de Blackpool – Demanda anual cai de 7,4 para 3,9 milhões.

2004 - Rejuvenescimento de Blackpool


- Descobre-se nicho de mercado, por exemplo, Festival de ostras em Whitstable.
Sucesso
1. O lugar se torna bastante conhecido.
2. Pessoas procuram o lugar à procura de emprego.
3. Na época turística, há muitas pessoas e os hotéis estão lotados.
4. A população local está agora mais empregada em atividades turísticas do que nas
atividades tradicionais.
5. Problemas de tráfego agravam-se e os estacionamentos estão lotados durante todo
o dia.
O modelo Butler é uma generalização e, portanto, nem
todos os lugares seguirão esse processo.
No final da década de 1970, Jean-Marie Miossec (geógrafo argelino) também propôs uma
dinâmica da evolução do espaço turístico. Ele identifica quatro fases de uma região
turística como descrito na figura a seguir:

-Fase inicial (0 e 1): região ou lugar isolado, pouco ou nenhum desenvolvimento, turistas
com pouca informação sobre o destino, anfitriões que começam a desenvolver uma visão
do que o turismo pode trazer.

-Fase 2: instalação de resorts pioneiros que se expandem e levam ao desenvolvimento do


lugar.

-Fases 3 e 4: expansão e complexidade do espaço turístico com sistema hierárquico de


resorts e redes de transporte; mudanças nas atitudes locais dos anfitriões com aceitação
do turismo e controle de planejamento e gestão (ou rejeição) e um conhecimento por
parte dos turistas acerca do que a região pode oferecer em termos de especialidade do
espaço-cultural. (apud CALLIZO, 1991)
As principais alterações nos lugares turísticos
se devem aos seguintes fatores:

• ao número de turistas;
• ao tipo de turistas;
• à acessibilidade do lugar de destino;
• ao estágio do desenvolvimento do turismo;
• ao diferencial do desenvolvimento econômico entre as regiões de
emissão do turismo e as regiões de recepção;
• à diferença de normas culturais entre as regiões de emissão do
turismo e as regiões de recepção;
• à capacidade de carga do lugar, que afeta a densidade do número de
turistas;
• à quantidade de propriedades adquiridas por turistas;
• à quantidade de propriedades, serviços e instalações mantidas pela
população local;
• às políticas públicas adotadas em relação ao planejamento do
turismo;
• ao marketing do lugar de destino e as imagens criadas desse lugar;
• à força original das práticas culturais e tradições locais;
O caso do Brasil
 Diversas áreas do litoral brasileiro estão inseridas neste
ciclo de evolução sugerido por BUTLER (1980). Caso
fossem implementados programas de planejamento e
gestão integrada, poderiam ser minimizados os efeitos
desta tendência evolutiva, ou seja, atingir o declínio
segundo os diversos estágios de evolução que
experimentam os balneários, podendo ser recuperada,
pelo menos em grande parte, sua qualidade ambiental e
atratividade turística.

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