Treinamento Monkeypox CIEVS 11.08

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PLANO DE

CONTINGÊNCIA
MONKEYPOX

11/08/2022
“Uma emergência em saúde pública exige
ampla articulação e mobilização de
recursos para o desenvolvimento de ações
oportunas, no intuito de promover o
controle dos riscos e a redução dos danos
à saúde das pessoas e aos serviços em
saúde”. (MS 2022)
História da doença
• Primeira identificação do vírus (surto em macacos em
1958 cativeiro de pesquisa)

• Identificação do primeiro caso humano na República


1970 Democrática do Congo

• Surto na República Democrática do Congo com taxa de


1966 a 1997 ataque mais alta que o normal.

• Primeiro surto de Monkeypox fora da África ocorreu nos


2003 Estados Unidos.

• Surto na Nigéria com 200 casos confirmados e taxa de


2017 mortalidade 3%.

• Surto de viajantes da Nigéria para Israel e Reino Unido.


2018
• Surto nos Estados Unidos com 70 casos.
2021
• Surto, até 09/08/2022, em 93 países e 07 óbitos.
2022
Linha do tempo

Instituído o centro de
Primeiro caso Divulgação de
operações de
confirmado em país Comunicado de
emergência em saúde
não endêmico Risco sobre pública (COE
(Reino Unido) Monkeypox pelo MS Monkeypox) do ES

07/05/2022 19/05/2022 20/06/2022

16/05/2022 07/06/2022 14/07/2022


Divulgação de Primeiro caso de
relatório do Reino Primeiro caso de Monkeypox confirmado
Unido com aumento Monkeypox no estado do Espírito
do número de casos confirmado no Brasil. Santo.
no país
Epidemiologia

Em 10/08/2022 foram confirmados 32.614


casos em 93 países e 07 óbitos.

Confirmados 2.458 casos, 48 prováveis, 2.381


descartados, 3.251 permanecem suspeitos,
em 21 unidades federadas e 01óbito.

75 casos, sendo 07 (9,4%) confirmados, 22


(29,3%) descartados e 46 (61,3%) em
investigação.

Fonte: Centro de Operações de Emergências nacional de Monkeypox (COE)


ESTRUTURA DO PLANO DE CONTINGÊNCIA
▪ Introdução ▪ Procedimentos de coleta
▪ Objetivo ▪ Fluxo laboratorial
o Geral
o Específicos ▪ Notificação
▪ Níveis de Resposta ▪ Rastreamento de contatos
▪ Cenário Epidemiológico ▪ Monitoramento de contatos
▪ Definição de Caso ▪ Vigilância em Saúde
▪ Características gerais da doença o Epidemiológica

o Agente etiológico o Laboratorial

o Modo de transmissão e manifestações clínicas o Vigilância do óbito

o Grupo vulnerável o Imunização

o Tratamento o Saúde do trabalhador

o Imunização ▪ Assistência em Saúde


o Diagnóstico complementar
▪ Gestão
o Diagnóstico laboratorial
CIEVS ES
Centro de Informações Estratégicas de
Vigilância em Saúde

Coordenador
Gilton Luiz Almada

Grupo Técnico
Ana Paula Brioschi dos Santos
Grazyelle Fonseca Costa de Bôrtoli
Karla Spandl Ardisson

Contato
notifica.es@saude.es.gov.br
Fixo: (27) 36368202
Plantão 24h: (27) 998491613
NÍVEIS DE ATIVAÇÃO DO PLANO DE CONTINGÊNCIA

Nível 1 Nível 2 Nível 3


ameaça de relevância nacional com
o local não possui todos os recursos o risco é significativo, superando a impacto sobre diferentes esferas de gestão
necessários, requer orientação capacidade de resposta local, do SUS, exigindo uma ampla resposta
técnica, mobilização de recursos necessitando a de recursos adicionais e governamental. Este evento constitui uma
com possibilidade de envio de o apoio complementar da esfera federal situação de excepcional gravidade,
podendo culminar na Declaração de
equipe; com envio de equipe de resposta à Emergência em Saúde Pública de
Emergência em Saúde Pública; Importância Nacional - ESPIN.

Estamos em vigência do Nível III, uma vez que já existem casos confirmados
da doença no Brasil, com transmissão comunitária, e ainda não há no
território nacional disponibilidade de medidas de imunização e de
tratamento.
Definição de caso

🠶 CASO SUSPEITO: Indivíduo de qualquer idade que apresenta início súbito de lesão
em mucosas E/OU erupção cutânea aguda sugestiva* de Monkeypox, única ou
múltipla, em qualquer parte do corpo (incluindo região genital/perianal, oral)
E/OU proctite (por exemplo, dor anorretal, sangramento), E/OU edema peniano,
podendo estar associada a outros sinais e sintomas.

*lesões profundas e bem circunscritas, muitas vezes com umbilicação central; e


progressão da lesão através de estágios sequenciais específicos – máculas, pápulas,
vesículas, pústulas e crostas.

Cont...
🠶 CASO PROVÁVEL: Caso que atende à definição de caso suspeito, que apresenta um
OU mais dos seguintes critérios listados abaixo, com investigação laboratorial de
Monkeypox não realizada ou inconclusiva e cujo diagnóstico de Monkeypox não
pode ser descartado apenas pela confirmação clínico-laboratorial de outro
diagnóstico.
a) Exposição próxima e prolongada, sem proteção respiratória, OU contato físico direto,
incluindo contato sexual, com parcerias múltiplas e/ou desconhecidas nos 21 dias anteriores ao
início dos sinais e sintomas;
E/OU
b) Exposição próxima e prolongada, sem proteção respiratória, OU história de contato íntimo,
incluindo sexual, com caso provável ou confirmado de Monkeypox nos 21 dias anteriores ao
início dos sinais e sintomas;
E/OU
c) Contato com materiais contaminados, como roupas de cama e banho ou utensílios de uso
comum, pertencentes a um caso provável ou confirmado de Monkeypox nos 21 dias anteriores
ao início dos sinais e sintomas;
E/OU
d) Trabalhadores de saúde sem uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPI)
com história de contato com caso provável ou confirmado de Monkeypox nos 21 dias anteriores
ao início dos sinais e sintomas.

Cont...
Definição de caso

🠶 CASO CONFIRMADO: caso suspeito com resultado laboratorial


"Positivo/Detectável" para Monkeypoxvírus por diagnóstico molecular (PCR
em Tempo Real e/ou Sequenciamento).

🠶 CASO DESCARTADO: caso suspeito com resultado laboratorial


"Negativo/Não Detectável" para Monkeypoxvírus por diagnóstico
molecular (PCR em Tempo Real e/ou Sequenciamento).

Cont...
Algoritmo de classificação

Fonte: Rede Cievs Cont...


Algoritmo de classificação

Fonte: Rede Cievs


Grupos vulneráveis

ATENÇÃO À MULHER GESTANTE E PUÉRPERA


🠶 Monitoramento domiciliar em formas leves;

🠶 Limitações de estudos que embasam a transmissão vertical por meio da


infecção pelo vírus Monkeypox, bem como desfechos desfavoráveis para o
feto;

🠶 Em caso de lesões perineais o parto deverá ser cesariana;

🠶 Aleitamento materno: deve-se analisar caso a caso, levando em


consideração o estado físico geral da mãe e a gravidade da doença, o
que pode impactar na transmissão para a doença, devido ao contato
próximo prolongado.

Cont...
Grupos vulneráveis
BEBÊS E CRIANÇAS INFECTADAS
🠶 Recém-nascidos de mães com Monkeypox devem ser monitorados para
investigação de possível exposição, infecção congênita ou perinatal;

🠶 A definição de contato próximo também se aplica para mães e bebês;

🠶 Manter calendário vacinal;

🠶 As crianças não devem dormir no mesmo quarto ou cama ou bebe/comer


com os mesmos utensílios que um indivíduo com Monkeypox;

🠶 Estudos sugerem que crianças são mais propensas a desenvolver a forma


grave da doença.

Cont...
Grupos vulneráveis
POPULAÇÃO SEXUALMENTE ATIVA
🠶 Suspeitos de Monkeypox, com lesões, devem ser aconselhados a se abster
de sexo até que TODAS as lesões cutâneas tenham desaparecido e uma
nova camada de pele tenha se formado por baixo. Abstenção da
atividade sexual durante o período infeccioso visa diminuir o risco de
transmissão da doença.

🠶 O uso de preservativos é recomendado durante atividade sexual


(receptiva e insertiva oral/anal/vaginal) por 12 semanas após a
recuperação, no intuito de prevenção de uma possível transmissão da
doença.

Cont...
Grupos vulneráveis

IMUNOCOMPROMETIDOS
🠶 A presença de imunossupressão (como infecção por HIV, leucemia etc)
e outras doenças sistêmicas subjacentes, podem contribuir para
doença grave, sequelas clínicas e aumento do risco de mortalidade.

🠶 Pacientes imunocomprometidos devem ser hospitalizados para


monitoramento mais próximo e cuidados clínicos sob precauções de
isolamento apropriadas.
Notificação

Todo caso, que atender a definição do MS, deverá ser notificado,


em até 24h, no e-SUS/VS (esusvs.saude.es.gov.br), na ficha B04-
Monkeypox e ao Cievs/ES por e-mail (notifica.es@saude.es.gov.br).
Rastreamento de contatos
🠶 Identificação imediata de contatos de casos suspeitos de Monkeypox
🠶 A investigação da exposição deve abranger o período de 21 dias antes do
início de sintomas.
🠶 A partir de casos suspeitos, deve ser iniciada a entrevista para obter os
nomes e informações de contatos do número máximo de pessoas, bem
como identificar os locais visitados, enquanto o diagnóstico está em
andamento.
🠶 Em caso descartado, o rastreamento de contatos pode ser suspenso.
🠶 Os dados sobre os contatos:
• número de contatos no período relevante;
• Nomes completo dos contatos;
• Endereço/telefone/email;
• informações adicionais sobre contatos e redes sexuais, detalhes sobre
relacionamento com contatos, onde os contatos ocorreram, práticas
sexuais e uso de preservativos.
Cont...
Desafios para rastreamento
🠶 Os desafios para o rastreamento de contatos durante o surto de MPX em
andamento em países não endêmicos:
• Contatos não passíveis de serem identificados;
• Memória para estabelecimento de linha do tempo entre pessoas e
locais;
• Recusa de contato diretos e próximos;
• Oportunidade de início de rastreamento de contatos.
Monitoramento dos contatos
🠶 Os contatos devem ser monitorados por um período de 21 dias a partir do
último contato.
🠶 O monitoramento pode ser passivo, ativo ou direto, dependendo do recurso
disponível.
• Em monitoramento passivo: os contatos identificados recebem
informações sobre os sinais e sintomas a serem monitorados, atividades
permitidas e como entrar em contato com a vigilância local, se surgirem
sinais ou sintomas.
• O monitoramento ativo: quando a vigilância local é responsável por
verificar, pelo menos uma vez por dia, se uma pessoa, sob
monitoramento, apresenta sinais/sintomas auto relatados.
• O monitoramento direto: é uma variação do monitoramento ativo que
envolve pelo menos visita presencial diária ou que o paciente seja
examinado visualmente por meio de vídeo para averiguar a presença
de sinais de doença.

Cont...
Monitoramento dos contatos
🠶 Os sinais e sintomas de preocupação incluem dor de cabeça,
febre, calafrios, dor de garganta, fadiga, erupção cutânea e
linfadenopatia, dor anal e edema peniano.
🠶 Os contatos devem monitorar sua temperatura duas vezes ao dia.
🠶 Um contato que desenvolva sinais ou sintomas iniciais diferentes de
erupção cutânea deve ser isolado e observado de perto quanto a
sinais de erupção cutânea pelos próximos cinco dias.
🠶 Se nenhuma erupção se desenvolver, o contato pode retornar ao
monitoramento de temperatura pelo restante dos 21 dias.

Cont...
Monitoramento dos contatos
🠶 Caso o contato desenvolva lesões cutâneas, precisa ser isolado e avaliado
como caso provável, e uma amostra deve ser coletada para análise laboratorial
para testagem de MPX.
🠶 Durante o período de monitoramento de 21 dias, o contato deve praticar
regularmente a higiene das mãos e etiqueta respiratória.
🠶 Como uma medida de precaução, os contatos assintomáticos não devem doar
sangue, células, tecidos, órgãos, leite materno ou sêmen enquanto estão sob
vigilância dos sintomas.
🠶 Os contatos também devem tentar evitar o contato físico com crianças,
gestantes, indivíduos imunossuprimidos e animais, incluindo animais de
estimação.
🠶 Os contatos assintomáticos que monitoram adequadamente e regularmente seu
estado de saúde podem continuar as atividades diárias de rotina, como ir
trabalhar e frequentar a escola (ou seja, não é necessária quarentena).
Cont...

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