Sme - 3
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TEXTO
A velha Totonha de quando em vez batia no engenho. E era um acontecimento para a meninada. (…)
andava léguas e léguas a pé, de engenho a engenho, como uma edição viva das histórias de Mil e Uma
Noites (…) era uma grande artista para dramatizar. Tinha uma memória de prodígio. Recitava contos
inteiros em versos, intercalando pedaços de prosa, como notas explicativas. (…) Havia sempre rei e
rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor
local que ela punha nos seus descritivos. (…) Os rios e as florestas por onde andavam os seus
personagens se pareciam muito com o Paraíba e a Mata do Rolo. O
seu Barba-Azul era um senhor de engenho de Pernambuco.
1. A cor local que a personagem velha Totonha colocava em suas histórias é ilustrada, pelo
autor, na seguinte passagem:
TEXTO
A sombra do meio-dia
Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843, 3 de março de 2004. Ensaio p. 110.
TEXTO
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mario Quintana
a) A redação de um documento exige que a pessoa conheça uma fraseologia complexa e arcaizante.
b) Para alguns professores, o ensino da língua portuguesa será sempre melhor, se houver o domínio
das regras de sintaxe.
c) O ensino de Português tornou-se mais dinâmico depois que textos de autores modernos foram
introduzidos no currículo.
d) Não fora a coerção exercida pelos defensores do purismo linguístico, todos teremos liberdade de
expressão.
TEXTO
TENDA HOLÍSTICA
Consultas espirituais com búzios, tarôs, runas. Qualquer que seja seu problema, como:
desemprego, financeiro, amor. Seu problema resolvido em uma só consulta que te
orientará o caminho certo e do bem. Fazemos tratamentos de áureas danificadas. De
segunda à sábado das 8h às 20h. Ligue para o número: (...) e agende uma consulta.
8. Anúncios como esse geralmente são distribuídos, em forma de panfletos, por pessoas nas ruas da
cidade. No trecho “Qualquer que seja o seu problema, como: desemprego, financeiro, amor.”, não há
paralelismo sintático entre os vocábulos destacados. Para que haja paralelismo, o anúncio deveria ser
corrigido para
a )Modernismo
b )Parnasianismo
c) Romantismo
d ) Simbolismo
10. No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de
violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:
CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE
A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia,
esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação:
TEXTO
No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para
receber o salário.
Eis parte da cena:
Não se conformou; devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se
descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que
era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria?
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra
fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.
12. No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de
coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte
trecho:
13. Toda a gente dormia com a mulher do Jaqueira. Era só empurrar a porta. Se a mulher não abria
logo, Jaqueira ia abrir, bocejando e ameaçando: __Um dia eu mato o peste. Matou. Escondeu-se por
detrás de um pau e descarregou a lazarina em no coração de um freguês.
(São Bernardo, Graciliano Ramos)
TEXTO
No Brasil, a condição cidadã, embora dependa da leitura e da escrita, não se basta pela enunciação
do direito, nem pelo domínio desses instrumentos, o que, sem dúvida, viabiliza melhor participação
social. A condição cidadã depende, seguramente, da ruptura com o ciclo da pobreza, que penaliza um
largo contingente populacional.
Formação de leitores e construção da cidadania, memória e presença do PROLE. Rio de Janeiro: FBN,
2008.
14. Ao argumentar que a aquisição das habilidades de leitura e escrita não são suficientes para
garantir o exercício da cidadania, o autor
TEXTO
TEXTO
João Cabral de Melo Neto. Agrestes. Poesia. Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 1985
Entendendo o poema:
16. O assunto de um texto nem sempre equivale ao tema. O tema são as ideias mais profundas
de um texto. No poema lido, por exemplo, o assunto é a pontuação, mas o tema é outro. Observe
a que são associados os sinais de pontuação e responda: Qual é o tema do poema?
17. Todo o desenvolvimento do poema nasce da afirmação contida nos dois versos iniciais:
“Todo mundo aceita que ao homem / cabe pontuar a própria vida”. O que o eu lírico quer dizer com
esses versos?
TEXTO
TRANSPLANTE DE AMOR
18. O que do ponto de vista gramatical, permite que Martha Medeiros afirme que
paixonite é também uma inflamação? Explique.
TEXTO
Padre José Pedro sabia que o reformatório era assim. Falava contra meterem os meninos lá. Mas que
podia um pobre padre sem paróquia contra todos? Porque todos odeiam os meninos pobres, pensa
Pedro Bala.
Jorge Amado
Nesse trecho, um adjetivo é empregado duas vezes.
19. Transcreva-o e explique a diferença de sentidos que ele apresenta nas duas ocorrências.
TEXTO
O sertanejo é, antes de tudo, um forte. [...]
A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica
impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas.
É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímo-do, reflete no aspecto a fealdade típica dos
fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de
membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência
que lhe dá um caráter de humildade deprimente. [...]
Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida
operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente
exigindo-lhe o desencadear das energias adormidas. O homem transfigura-se. Empertiga-se,
estadeando novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto; e a cabeça firma-se-lhe, alta, sobre os
ombros possantes, aclarada pelo olhar desassombrado e forte [...].
Euclides da Cunha. Os sertões: campanha de Canudos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995, pp. 129-130.