Geografia Do Amapá Novo PDF
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CLIMA
SOLO
Possuem baixa concentração de compostos minerais que servem como nutrientes para a
vegetação, (solos distróficos). Existem poucas áreas de solos eutróficos (ricos em nutrientes).
Os latossolos vermelho amarelo ocupa 50% de seu território são arenosos e argilosos com
baixa fertilidade, além de alto grau de acidez. A retirada da vegetação aumenta a temperatura
do solo e a destruição do húmus, e as camadas mais profundas do solo casais minerais e ferro
sobem causando a laterização do solo, tronando impermeável.
VEGETAÇÃO
FLORESTA DE VÁRZEA
Ocupa área influenciada pelos rios,(4,8% do Estado),em terrenos recentes do canal do Norte
do Amazônas e áreas dos principais rios da região, são sujeitas a inundações periódicas por
ocasião do movimento das marés, Nesse ecossistema há uma exploração empresarial
predatória de madeiras e corte de açaizais, colocando em riscos esse ecossistema e a
sustentabilidade das populações ribeirinhas.
MATA DE IGAPÓ
Localizado ao longo da região costeira (2% do Estado) e, por estar ligado à influencia
hidrodinâmica do Amazonas, apresenta um comportamento particular em comparação com os
manguezais de outras regiões costeiras do país. Constitui-se berçário para espécies marinhas,
no Estado há a captura indiscriminada do caranguejo, na região do Sucuriju (município do
Amapá).Pelas limitações naturais que esse sistema apresenta nesta região, para efeito de uso
e ocupação, ainda não existem ocupações predatórias intensas sobre esse ecossistema.
CERRADO
O relevo amapaense é pouco acidentado, podendo ser dividido em duas grandes regiões: uma
interna, de relevo suavemente ondulado, com alturas médias de 100 a 200 m,mas que podem
atingir extremos de 500m, constituída por rochas cristalinas metamórficas e cobertas de
floresta densa, onde encontramos os planaltos cristalinos(porção oeste do Estado) com
grandes extensões de colinas e morros como: a Serra do Tumucumaque(540m),Serra
Lombarda,Serra Estrela,Serra Agaminuara ou Uruaitu,Serra do Naucouru,Serra do
Pancada,Serra do Navio,Serra do Iratapuru,Serra dos Mungubas,Serra do Acapuzal,etc.A outra
porção é formada por regiões costeiras de planície, que se estende até o Atlântico,ao leste e
até o Amazonas,ao sul,formada por terrenos baixos e alagadiços e por planícies aluviais nos
baixos e médios cursos dos rios.O relevo do Estado apresenta quatro unidades morfológicas
que podem ser subdivididos da seguinte forma:
HIDROGRAFIA
Os lagos mais importantes do Estado são: Lago Novo,Lago dos Bagres,Lago Floriano,Lago do
Vento,Lago Piratuba, Lago Novo,Lagos Duas Bocas,etc. A maioria dos lagos secam durante o
verão, os peixes e outros animais como: tracajás e jacarés,descem para os lagos mais fundos
ou para os rios mais próximos.Na época das chuvas, os lagos enchem e são navegáveis com
canoas.
Setor Primário:
Agropecuária:
● Agricultura: se dispersa pela planície litorânea e várzeas dos rios, um dos principais produtos
agrícolas é a mandioca, tendo também destaque as produções de arroz, feijão, milho e cana-de-açúcar.
Vale ressaltar que apesar dos baixos investimentos em tecnologia a produção vem aumentando nos
últimos anos; outro grave problema é a não regularização fundiária da maioria das terras cultivadas o
que impede financiamentos pelos órgãos competentes e ainda a precariedade do escoamento das
produções do interior para os grandes centros populacionais do estado o que vem dificultando o
desenvolvimento da agricultura do Amapá. Enquanto aos impactos ambientais podemos destacar a
utilização descontrolada de agrotóxicos o que pode esta contaminando os vegetais, o solo e os
recursos hídricos prejudicando os seres humanos e a fauna e flora locais.
● Silvicultura: destaques para o cultivo do pinho e do eucalipto em áreas de cerrado nos municípios
de Porto Grande e Tartarugalzinho, que vem provocando a perda da biodiversidade, a diminuição do
lençol freático, o processo de desertificação e o agravamento das questões fundiárias no Amapá.
●Pecuária: é praticada de forma extensiva em áreas de planícies flúvio-marinhas e nos campos de
várzeas, tendo como destaques a criações bubalinas dos municípios de Calçoene e Amapá e da Área
de Preservação Ambiental-APA do Curiaú em Macapá, ressaltando que a carne é comercializada nos
açougues locais e que atualmente a produção sofreu uma significativa queda, pois os órgãos oficiais
fecharam vários matadouros por falta de infraestrutura adequada para o abate dos animais, o que vem
agravando a incidência de carnes clandestinas no Amapá e consequentemente um sério problema de
saúde publica. Os impactos ambientais estão principalmente relacionados ao pisoteamento dos búfalos
que vem provocando a perda da biodiversidade e a salinização dos rios e lagos prejudicando a
economia e a vida social local.
●Madeira: destaque para as extrações em áreas de várzeas que abastecem as estancias locais e as
explorações de madeiras seletivas para atender o mercado externo. Entre as principais espécies
podemos destacar o cedro, a macacaúba e a andiroba. E a derrubada indiscriminada dessa vegetação
vem provocando profundas transformações na auna e flora locais.
●Açaí e Palmito: o crescimento da indústria palmiteira vem comprometendo uma das principais
fontes de suplemento alimentar do amapaense; o açaí; em decorrência da exploração predatória e
indiscriminada dos açaizeiros. A produção de açaí também vem sendo comprometida pela ação dos
atravessadores e pela procura nacional e até internacional, o que vem encarecendo o produto final nas
amassadeiras locais.
●Castanha do Brasil: também muito comercializada nos municípios amapaenses, sendo consumida in
natura, na culinária local e recentemente vem sendo aproveitada por algumas empresas de cosméticos
nacionais, com destaque para as comunidades do sul do Amapá no vale do rio Jarí.
●Pesca: é praticada de forma artesanal principalmente nos rios que “cortam” o estado (estuários) e nas
regiões costeiras, visa a auto-sustentação, além de abastecer o mercado local. Sobre a pesca costeira é
possível perceber o descumprimento da lei quando se refere á pesca “industrial”, pois a técnica do
arrastão é considerada predatória, em detrimento da técnica artesanal, e maioria dos barcos pesqueiros
é de outros estados, prejudicando não só o ecossistema local como a economia do Amapá.
●Caranguejo: a coleta merece destaque, pois é praticada principalmente nas áreas dos manguezais, é
feita de forma artesanal é por muito tempo de maneira indiscriminada e voltada para abastecer o
mercado local.
Setor Secundário:
●A indústria no estado é pouco diversificada e com baixo grau de nível tecnológico e está
concentrada nos setores de exploração mineral (Exs: MPBA = ouro, ECOMETALS = manganês e
MMX = ferro); na construção civil (prédios e condomínios) e na indústria de transformação
(AMCEL/CHAMFLORA = celulose e cavaco). A expansão da mesma está limitada pela falta de
infraestrura como: sistema portuário, aeroviário e rodoviário de qualidade, além da carência enérgica,
fato este que pode ser resolvido com a construção da hidrelétrica de Ferreira Gomes, a qual será
abordada adiante.
Setor Terciário:
● Atualmente o estado necessita de 200 MW/H para atender todos os 16 municípios, nossa produção
máxima hoje é de 240 MW/H, das quais aproximadamente 40% vêm da Hidrelétrica de Coaracy
Nunes - “Paredão” e 60% e viabilizado através das termoelétricas, as quais consomem 800 mil litros
de óleo diesel diariamente, provocando um profundo dano ambiental e dependência econômica dos
derivados de petróleo e encarecendo o custo da energia no estado.
● Hidrelétrica de Ferreira Gomes: localizada também no rio Araguarí, iniciou seu processo de
instalação em 2010, a empresa responsável pela implantação e operação e a Ferreira Gomes Energia
S.A, uma subsidiária do Grupo ALUPAR Investimentos S.A. O custo do empreendimento é de 1,32
bilhões de reais, a potencialidade prevista é de 252 MW/H, a data prevista para o inicio do
funcionamento é dezembro de 2015 e a concessão é de 35 anos.
→ Consequências Econômicas para o Amapá:
- Geração de 2.500 empregos diretos e 7.500 indiretos, incrementando a economia dos munícipios
afetados diretamente pelo empreendimento, os municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes.
- O Amapá receberá até 2015 uma extensão do linhão de Tucuruí, se conectando ao sistema
nacional de energia elétrica da ANEEL, assim o estado poderá exporta energia já que ficará com um
potencial superior a 500 MW/H.
- O estado poderá receber grandes empreendimentos nacionais como internacionais, além do
potencial energético a ser desenvolvido, soma-se a concretização da Rodovia Transguianense e o
projeto que tramita no Congresso Nacional onde o Amapá pode passar a ser uma Zona de
Processamento de Exportação - ZPE (área delimitada onde podem se instalar empresas nacionais ou
estrangeiras, voltadas para industrialização de bens os quais serão obrigatoriamente exportados).
♦ Contexto Histórico:
→ A nova Fronteira Agrícola no Amapá é encabeçada pela Sojicultura, a qual é uma consequência
do aumento da demanda por Alimentos Proteicos por parte dos Países Desenvolvidos no Mercado
Internacional, assim, como as vantagens para a plantação da cultura como a fácil adaptação em
diferentes áreas do Brasil e o apoio Governamental; vale ainda ressaltar nossa posição geográfica
estratégica, a concretização da Rodovia Transguianense e a transformação do Amapá em ZPE, fatos
que poderão dinamizar não só o cultivo da soja como também do arroz, do feijão, da melancia e do
milho em nosso estado.
♦ Questionamentos Socioambientais:
→ A “Modernização Conservadora”: está ocorrendo a Expansão dos Latifúndios e a Expropriação
dos Trabalhadores Rurais (conflitos fundiários e uma migração urbana desordenada)
→ Os Agrotóxicos: podem contaminar os solos, os recursos hídricos, os animais, os alimentos e as
pessoas
→ A Compactação e Impermeabilização do Solo: provocando o assoreamento de rios e igarapés
→ O Aparecimento de Novas Pragas ou o Aumento das já Existentes
→ Perda da Biodiversidade Local: o ecossistema escolhido para a implantação do agronegócio foi
o Cerrado
→ Suspeita-se que no Amapá grande parte dos cultivos do agronegócio estão ocorrendo
irregularmente em terras da União (possíveis grilagens) e que também vem ocorrendo um
beneficiamento prioritário para alguns grandes agricultores e políticos locais via financiamentos
bancários para seus empreendimentos, assim, cabe uma maior discussão com a sociedade amapaense
e atenção do Poder Público para que essas irregularidades possam ser sanadas e que todos possam ter
direitos iguais.
O Projeto ICOMI
♦ Contexto Histórico:
→ Em 2004 a ICOMI foi vendida pelo valor de um real, quem comprou foi a Mineração Alto
Tocantins a qual assumiu o compromisso de reativar a exploração do manganês em Serra do
Navio
→ Após a venda surge um impasse judicial entre Governo Estadual, União e a Prefeitura de
Serra do Navio a respeito de quem seria o dono das infraestruturas deixadas pela ICOMI
→ Em 2005 a Justiça Federal concede a Mineração Alto Tocantins o direito de retomar a
exploração do manganês
→ Em 2008 associação da Alto Tocantins com a ECOMETALS Ltda, formando a “joint venture”
Ecometals Manganês do Amapá Ltda
→ Em 2009 é assinado um Termo de Guarda Provisória concedendo ao Estado e ao município
de Serra do Navio o controle dos bens em questão
→ Em 2010 a União questiona o Termo de Guarda Provisória
→ Em 2011 litigio judicial entre ECOMETATLS e Alto Tocantins = aproximadamente 5 milhões
de toneladas de Manganês
O Projeto JARÍ:
♦ Contexto Histórico:
→ A apropriação do vale do Rio Jarí remonta ao período colonial quando Padres Capuchos
e Soldados da coroa portuguesa fundaram no que hoje é o município de Almerim (PA) um
Forte Primitivo; no final do século XIX fruto da exploração dos seus trabalhadores e de títulos
de terras duvidosos José Julio de Andrade constitui um dos maiores latifúndios da Amazônia
para a exploração da borracha natural e da castanha; em 1945 um conglomerado norte-
americano encabeçado por Daniel Ludwig apropria-se do mega-latifundio de José Julio e ainda
aumenta o império territorial no vale do Rio Jarí, é este senhor dos Estados Unidos da América
que se apropriou ilegalmente de grande parte da Amazônia que vai ser o mentor e o fundador
do projeto JARI
As Dualidades do Projeto Jarí :
No Amapá:
→ Plantações de Pinus(Laranjal do Jarí)
→As Reservas de Caulim (Morro do Felipe em Vitória do Jarí)
No Pará:
→ A fábrica-CADAM (Almerim)
→O Porto de Exportação (Almerim)
→Duas Company Towns: Monte Dourado e Munguba (Almerim)
CADAM
Monte Dourado
Munguba
Laranjal do Jarí
Vitória do Jarí
O Projeto JARÍ:
→ A campanha militar a “ameaça estrangeira” fez com que o Governo não regulariza-se
a situação fundiária do projeto
Obs: Assim pode-se perceber que as matérias-primas para o projeto saem do Amapá e são
beneficiadas e exportadas pelo Pará, os empregos e as infraestruturas que geram
desenvolvimento econômico e social também ficam do lado paraense; para o Amapá restou a
mão-de-obra excedente a qual não foi absorvida pelo projeto e se estabeleceu ao longo do Rio
Jarí do lado amapaense, constituindo um processo de favelização conhecidos como Beiradão e
Beiradinho, locais onde um “caos público” se instalou constantemente e vale ressaltar a
fumaça e o mal cheiro oriundo da CADAM e que vem para o lado amapaense.
♦ A Nacionalização:
→ Em 1982 o Governo dos Militares vai nacionalizar o Projeto Jarí, pois através do Banco
do Brasil (BB) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai
indenizar Daniel Ludwig com o valor de 80 milhões de dólares e vai cobrir as dividas da JACEL
no valor de 200 milhões de dólares; quem comprou o empreendimento foi o grupo CAEMI
liderado por Augusto Trajano de Azevedo Antunes
♦ Atualidades:
♦ Contextos Históricos:
→ AMCEL: a Amapá Celulose foi criada em 1976 pelo Grupo CAEMI, sua sede fica
localizada no município de Porto Grande, mas com equipamentos industriais em Santana e
mais de 400 mil hectares em terrenos nos municípios de Porto Grande e Tartarugalzinho, atua
nas silviculturas do Pinho e do Eucalipto voltados para a produção de celulose e cavaco
♦ As Irregularidades:
→ AMCEL:
● O “Fato Consumado”, a empresa iniciou o plantio sem ter os títulos de posse das
terras e sem a licenças dos órgãos oficiais
→ CHAMFLORA:
♦ Atualidades:
♦ Contextos Históricos:
♦ Objetivo:
→ Extração do Minério de OURO , cujo o produto final serão barras de ouro que
passaram por processo de purificação em refinarias de São Paula e Minas Gerais
O Projeto AMAPARÍ:
♦ Impactos Socioambientais:
O Projeto MMX:
♦ Atualidades :
→ Em 2008 a ANGLO AMÉRICAN comprou 70% da MMX Amapá e 51% da MMX Minas-
Rio, constituindo um novo empreendimento denominado de IRONX, o valor do negócio foi de
5,5 bilhões de dólares
♦ Contexto Histórico :
Obs: Percebeu-se que essa nova dinâmica foi utilizada por elites políticas locais e nacionais
como plataformas de campanhas nas primeiras eleições dos novos estados amazônicos, no
caso do Amapá podemos destacar a candidatura do Senador José Sarney
♦ Consequências Socioambientais:
→ O Incremento do Setor Terciário: com destaque para o comércio, com o dinamismo das
Importadoras
→ Caos nos Sistemas Públicos: ligações clandestinas de água e luz, aumento das
ocorrências policiais, insuficiência de médicos e leitos
♦ Atualidades:
♦ Contexto Histórico:
♦ A Rodovia:
→ Ligará Macapá(AP) pela BR-156 até o município de Oiapoque(AP) onde já foi construída a
ponte que nos liga a Guiana Francesa e ai a rodovia chega até a capital Caiena, de lá continua e
corta o Suriname passando por Paramaribo e prossegue até Georgetown na Guina e
finalmente retorna ao Brasil chegando até Boa Vista em Roraima
♦ Questionamentos :
→ Positivos:
→ Negativos:
O Projeto do AGRONEGÓCIO:
♦ Contexto Histórico:
♦ Questionamentos Socioambientais:
→ A “Modernização Conservadora”: está ocorrendo a Expansão dos Latifúndios e a
Expropriação dos Trabalhadores Rurais(conflitos fundiários e uma migração urbana
desordenada)
♦ Atualidades:
→ Suspeita-se que no Amapá grande parte dos cultivos do agronegócio estão ocorrendo
irregularmente em terras da União (possíveis grilagens) e que também vem ocorrendo um
beneficiamento prioritário para alguns grandes agricultores e políticos locais via
financiamentos bancários para seus empreendimentos, assim, cabe uma maior discussão com
a sociedade amapaense e atenção do Poder Público para que essas irregularidades possam ser
sanadas e que todos possam ter direitos iguais.