Seminário BitCoin
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1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Van Wijk (2013), enfatiza o papel do desenvolvimento macrofinanceiro global, capturado, por
exemplo, por índices de bolsa de valores, taxas de câmbio e medidas do preço do petróleo, na
determinação do preço do Bitcoin. Van Wijk encontra evidências de que, por exemplo, o índice
Dow Jones, a taxa de câmbio euro-dólar e o preço do petróleo têm um impacto significativo no
valor do BTC no longo prazo. Os desenvolvimentos macroeconômicos e financeiros favoráveis
podem estimular o uso do BTC no comércio e nas bolsas e, assim, fortalecer sua
demanda, o que pode ter um impacto positivo no preço do BTC.
Para Ulrich (2014), a cotação de um Bitcoin em relação a outras moedas, ou o seu preço, ainda
está sendo descoberto pelo mercado, e não se pode prever a sua evolução. O autor faz a
seguinte referência à questão da volatilidade:
dos especuladores —, e é por esse fator que, quanto maior o número de aderentes,
mais benéfico será para o avanço da moeda digital. Mas não interpretemos esse
argumento como um convite à especulação. Quanto mais indivíduos aderirem e
utilizarem a moeda, maior será sua liquidez. Quanto mais liquidez, menor tende a ser
a sua volatilidade e aceitação no mercado. No entanto, uma maior liquidez não
necessariamente significa um preço maior (ULRICH, 2014, p.71).
Atualmente, o Brasil ocupa o 8° lugar entre os países com maior volume de negociações
envolvendo bitcoins no mundo. (BITCOIN AVARAGE, 2018). As corretoras mais populares
no país são a FoxBit e a Mercado Bitcoin que, juntas, movimentaram cerca de 108.000 bitcoins
durante 2018 (PORTAL DO BITCOIN, 2018).
Devido à forma como o algoritmo da rede BTC funciona, onde, quanto mais bitcoins são
minerados, mais difícil fica minerá-los, esta atividade está praticamente restrita a grandes
empresas de mineração (KELLY, 2013).
Corretoras de bitcoins são plataformas onde é possível comprar e vender bitcoins, além de
trocá-lo por outras moedas virtuais, como Ethereum, Ripple, Litecoin, Aragon, entre outras.
Estas plataformas não realizam a venda direta de bitcoins, elas apenas facilitam o contato entre
as pessoas que querem comprar ou vender (FOXBIT, 2018).
Uma vez cadastrado, o usuário pode movimentar seus bitcoins para sua carteira online pessoal
dentro da plataforma. Caso queria comprar bitcoins dentro da plataforma, o usuário deposita o
valor desejado na conta da corretora e, após a dedução de taxas de serviço da corretora, o saldo
é depositado na conta daquele usuário (FOXBIT, 2018).
Após efetuada, a ordem de compra fica em um “livro de vendas” da plataforma, esperando que
alguém aceite esta oferta. Uma vez aceita, a operação de compra/venda é realizada (FOXBIT,
2018). Desta forma, o preço do bitcoin é definido pela lei da oferta e demanda (ULRICH,
2014).
Considerando o fato de que seu principal atrativo era a redução dos custos de transação, uma
das grandes dúvidas que se tem quanto ao bitcoin é o porquê de utilizá-lo, ao invés da moeda
corrente local. Segundo Ulrich (2014), “ajuda se pensarmos que o Bitcoin não é
necessariamente um substituto às moedas tradicionais, mas sim um novo sistema de
pagamentos”.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Finardi (2018) discorre que a volatilidade significa que é arriscado armazenar um ativo em
qualquer data, seu valor pode aumentar ou diminuir substancialmente. Quanto mais volátil um
ativo, mais os investidores vão querer limitar a sua exposição a ele, simplesmente deixando de
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diversos países, que em alguns casos chegam até mesmo a considerá-lo ilegal, como é o caso na
Bolívia e no Equador. No Brasil, ainda não foi promulgada nenhuma lei no sentido de
regulamentá-lo, embora também não seja proibido.
Pode-se afirmar que o bitcoin realiza a função de “meio de troca”, embora com muito menor
liquidez quando comparado com moedas correntes locais. Entre 2017-2018, foram realizadas,
em média, 275 mil operações envolvendo bitcoins por dia (BLOCKCHAIN, 2018). Segundo
Ulrich (2014), a primeira transação onde o bitcoin foi aceito como meio de troca que se tem
notícia aconteceu em maio de 2010, quando o programador Lazlo Hanyecz gastou cerca de dez
mil bitcoins em duas pizzas. De acordo com o site coinmap.org, há mais de 13 mil
estabelecimentos em todo o mundo que aceitam o bitcoin como meio de pagamento. O número
bruto pode ser pequeno quando comparado ao total de estabelecimentos existentes. Porém, é
importante destacar o crescimento no número de lojas que aceitam o bitcoin nos últimos anos
(Figura 1A,B).
Burniske & White (2017), relatam que empresas como TigerDirect, Dell, NewEgg e Overstock
aceitam o Bitcoin como uma forma de pagamento, mas os funcionários precisam ser treinados
para ajudar seus clientes. Isso certamente requer algum tempo e esforço. Para o autor, risco e
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volatilidade são dois elementos que representam uma grande desvantagem, pois há uma
quantidade limitada de moedas e a demanda por elas aumenta a cada dia. No entanto, a
volatilidade deverá diminuir com o passar do tempo, dado que muitas empresas, mídia e
shopping centers começaram a aceitar Bitcoin, seu preço começou por se estabilizar.
Uma das características mais preocupantes em relação à moeda digital, seria sua
volatilidade, ou seja, a facilidade com que as ações do mercado e as especulações do sistema
financeiro tem de alterar o valor real do ativo. Abaixo, observamos uma tabela que demonstra
as alterações de valor do Bitcoin desde 2013 até 2022:
4. REFERÊNCIAS
BURNISKE, C.; WHITE, A. Bitcoin: ringing the bell for a new asset class. Ark
Invest, 2017.
CHU, Jeffrey et al. GARCH modelling of cryptocurrencies. Journal of Risk and Financial
Management, v. 10, n. 4, p. 17, 2017.
KELLY, Meghan. Fool Me Once: Bitcoin Exchange Mt.Gox Falls after Third DDoS Attack
This Month, VentureBeat, 2013.
LUIZ, Edson. Do Escambo à inclusão financeira. Rio de Janeiro: Linotipo Digital, 2014.
ULRICH, Fernando. Bitcoin - A moeda na era digital. 1° Edição. São Paulo: Instituto LudWig
Von Mises Brasil, 2014.
VAN WIJK, D. O que pode ser esperado do BitCoin? Rotterdam: Erasmus Rotterdam
Universiteit, 2013.