Mulheres e Homens em Mocambique 2021 PDF
Mulheres e Homens em Mocambique 2021 PDF
Mulheres e Homens em Mocambique 2021 PDF
Mulheres e Homens em
Moçambique
2021
1 agosto,2022
Instituto Nacional de Estatística -Mulheres e Homens em Moçambique, 2021
Mulheres e Homens em Moçambique, 2021
©2022 Instituto Nacional de Estatística – Moçambique
Reprodução autorizada, excepto para fins comerciais, com indicação da fonte bibliográfica
PRESIDÊNCIA FICHA TÉCNICA
Eliza Mónica Ana Magaua
Presidente Título:
Mulheres e Homens em Moçambique, 2021
Editor:
Instituto Nacional de Estatística
Direcção de Estatísticas Demográficas, Vitais e Sociais
5º Andar
Av. 24 de Julho, n° 1989, Caixa Postal 493. Maputo
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Produção:
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Design e Grafismo:
Vicente Mazoio
Difusão:
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O Instituto Nacional de Estatística (INE) é a realização de recenseamentos, inquéritos estatísticos individuais, relativos a pessoas
órgão executivo central do Sistema Estatístico correntes e eventuais, a elaboração das contas singulares ou colectivas recolhidos para produção
Nacional (SEN) que tem por objectivo a nacionais e de indicadores económicos, sociais e de estatística, contra qualquer utilização não
notação, apuramento, coordenação e difusão demográficos, bem como a realização de estudos, estatística e divulgação não autorizada, visando
da informação estatística oficial do País. análises e investigação aplicada. salvaguardar a rivacidade dos cidadãos, preservar
AF - Agregados Familiares
EP – Ensino Primário
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (United Nations Educational, Scientific and
Cultural Organization)
A igualdade de género tem sido cada vez mais reconhecida como essencial ao processo de desen-
volvimento sustentável e à formulação de políticas e programas nacionais efectivos de desenvolvi-
mento. A demanda por estatísticas de género aumentou ao longo dos anos devido às convenções
internacionais e à incorporação da perspectiva de género na formulação de políticas públicas.
As estatísticas de género são definidas como estatísticas que reflectem adequadamente diferenças
e desigualdades na situação de mulheres e homens em todas as áreas da vida (Nações Unidas,
2006). Produzir estatísticas de género implica desagregar dados por sexo e outras características
para revelar essas diferenças ou desigualdades. A recolha, processamento, analise e disseminação
de dados sobre questões específicas que afectam mais indivíduos de um sexo, em comparação com
o de outro, ou ligadas às relações de género entre mulheres e homens. Os conceitos e definições
utilizados na recolha de dados devem ser desenvolvidos de forma a assegurar que a diversidade
de vários grupos de mulheres e homens e suas actividades e desafios específicos sejam captados.
A confusão entre “sexo” e “género” ainda persiste entre produtores e usuários de estatísticas. A
palavra "sexo" refere-se às diferenças biológicas entre mulheres e homens. As diferenças biológicas
são fixas e imutáveis e não variam entre culturas ou ao longo do tempo. "Género" refere-se às
diferenças socialmente construídas nos atributos e oportunidades associadas ao sexo feminino ou
masculino e às interações sociais e relacionamentos entre mulheres e homens. Género determina
o que é esperado, permitido e valorizado em uma mulher ou homem em um determinado contex-
to. Na maioria das sociedades, existem diferenças e desigualdades entre mulheres e homens em
termos de funções e responsabilidades atribuídas, actividades realizadas, acesso e controle sobre
recursos e oportunidades de tomada de decisão. Essas diferenças e desigualdades entre os sexos
são moldadas pela história das relações sociais e mudam ao longo do tempo e através das culturas.
A disseminação de estatísticas de género para um grande público é crucial para reduzir os es-
tereótipos de género e a deturpação dos papéis de mulheres e homens e sua contribuição para a
sociedade e promover um novo equilíbrio de género na distribuição de papéis dentro da família, no
local de trabalho e em posições de tomada de decisão.
A presente publicação agrega uma selecção de indicadores referentes à chefia dos agregados fa-
miliares, participação na força de trabalho, lugares de decisão, acesso à educação, saúde, recursos
económicos, tecnológicos e posse de bens duráveis.
Esta publicação foi produzida com base em dados dos censos, inquéritos e informação proveniente
de fontes administrativas.
30 066 30 832
27 910
20 632
Fonte: INE - I RGPH 1980; II RGPH 1997; III RGPH 2007; IV RGPH 2017 e Projecções Nacionais da População 2017-2050
Em Moçambique, cerca de 52% da população é do sexo feminino, o que é enfatizado pela razão de
sexo ou índice de masculinidade, que evidência o peso das mulheres na população moçambicana,
onde em média 100 mulheres estão para 93 homens.
Em todas províncias do País, as mulheres constituem a maior parte da população, com maior enfo-
que para as províncias de Inhambane e Gaza com a razão de sexo de 0,86 e 0,86, respectivamente,
(Quadro 1.2).
Quadro 1.2 População por sexo e razão de sexo segundo província. Moçambique
2021
Provincia Mulher Homem Total "Razão de sexo"
Total 15 946 457 14 885 787 30 832 244 0,93
Niassa 1 062 150 1 002 495 2 064 645 0,94
Cabo Delgado 1 334 331 1 262 685 2 597 016 0,95
Nampula 3 246 919 3 088 202 6 335 121 0,95
Zambézia 2 961 004 2 748 414 5 709 418 0,93
Tete 1 519 883 1 469 375 2 989 258 0,97
Manica 1 126 418 1 048 014 2 174 432 0,93
Sofala 1 298 570 1 229 872 2 528 442 0,95
Inhambane 831 134 716 772 1 547 906 0,86
Gaza 793 258 662 292 1 455 550 0,83
Maputo Província 1 193 163 1 109 728 2 302 891 0,93
Maputo Cidade 579 627 547 938 1 127 565 0,95
Fonte: INE – Projecções Provinciais da População 2017-2050
A população moçambicana é muito jovem, o que significa que a dependência demográfica nos
jovens (0-14 anos de idade) é mais acentuada atingindo 88,7% em comparação com a população
idosa (65 anos ou mais) com cerca de 6,6%. A razão de dependência demográfica é mais elevada
entre os homens, a considerar a percentagem de 100,4% em comparação com a das mulheres
(94,3%). No grupo de 65 ou mais anos, as mulheres dependem ligeiramente mais que os homens,
com 6,9% e 6,2%, respectivamente.
100,4
95,3 94,2
90,8 88,7
83,9
Mulher Homem
Gráfico 1.4 Distribuição percentual de agregados familiares por estado civil e sexo do
chefe. Moçambique 2020
76,8
35,9
33,5
21,7
15,8
7,1
2,9 1,8 2,9 1,6
Mulher Homem
Quadro 1.3 Distribuição percentual de agregados familiares por estado civil, segundo
área de residência e sexo do chefe. Moçambique 2020
3,3
2,6
2,2
1,8
1,7
1,4
1,2
1,0
0,9
86,6 88,0
85,4
23,4
14,6
12,0
PEA PNEA
A participação das mulheres e homens na força de trabalho pode ser influenciada pela condição de
saber ler e escrever em qualquer língua (idioma). Em Moçambique, mais da metade (55,1%) das
mulheres que compõem a força de trabalho, não sabem ler e escrever em qualquer língua (Gráfico
2.2). Esta percentagem é quase o dobro da percentagem dos homens na mesma situação (29,2%).
70,8
57,2
55,1
44,9
42,8
29,2
2.2 Emprego
2.2.1 Taxa de emprego
Um dos indicadores de emprego que é usado para análise de género é a taxa de emprego ou taxa
de ocupação que é a relação entre as pessoas de 15 anos ou mais de idade, que no período de
referência, se encontravam na situação de empregadas e o total de população em idade de tra-
balhar (15 anos ou mais).
De acordo com o Gráfico 2.3, a taxa de emprego em Moçambique é de 74,0%, sendo ligeiramente
mais elevada para os homens (75,5%) em relação as mulheres (72,8%). Esta diferença é mais
acentuada na área urbana com mais homens empregados, enquanto na área rural nota-se uma
ligeira vantagem para as mulheres.
Gráfico 2.3 Taxa de emprego na população de 15 anos ou mais por área de residência.
Moçambique 2020
74,0 75,5
72,8
62,5
57,7
53,4
Camponeses 80,0
57,1
Pequeno comerciante 8,8
7,0
Empregados domésticos 2,0
1,2
Técnicos não universitários 1,8
3,0
Patrões 1,7
1,7
Operários não agrícolas 1,4
12,8
Técnicos universitários 0,7
1,8
Pessoal de serviço 0,7
0,9
Administrativos 0,5
0,8
Operários agrícolas 0,3
0,7
Altos dirigentes 0,1
0,5
Artesão independente 0,1
0,5
Outras ocupações 1,9
11,8
Mulher Homem
Fonte: Calculado com base em dados do Inquérito ao Orçamento Familiar (IOF), 2019/20
A análise por sexo mostra que 82,1% das mulheres que trabalham, encontram-se neste ramo,
contra 64,4% dos homens. Nos restantes ramos de actividade, os homens apresentam maior per-
centagem que as mulheres, com a excepção do comércio e finanças (Gráfico 2.5).
Gráfico 2.5 Distribuição percentual da população de 15 anos ou mais por ramo de ac-
tividade. Moçambique 2020
Mulher Homem
Mulher Homem
Fonte: Calculado com base em dados do Inquérito ao Orçamento Familiar (IOF), 2019/20
A percentagem de mulheres que trabalha por conta própria na agricultura (86,1%) é mais elevada
que a dos homens (70,5%). Por outro lado, a percentagem de mulheres que trabalham por conta
própria fora da agricultura é apenas de 13,9% contra 29,5% dos homens (Gráfico 2.7).
86,1
70,5
29,5
13,9
Mulher Homem
49,4
46,1
38,0
32,7
18,0
10,6
1,7 2,9
0,3 0,3
Mulher Homem
40,4
37,0
34,2
32,9
31,3 31,0
27,9 28,4
25,5
31,3
26,4
17,7 17,4
12,8
10,8
Mulher Homem
Em muitos países menos desenvolvidas, as raparigas de famílias pobres têm menos probabilidade
de estar na escola do que os rapazes (UNESCO, 2010; UNESCO Institute for Statistics, 2011).
41,5
39,4
36,9 37,3
35,1
33,4
29,3
25,5
21,6
Fonte: INE - Calculado com base em dados do Inquérito sobre o Orçamento Familiar (IOF) 2019/20
Mais de 50% da população moçambicana não tem algum nível de escolaridade concluído. A per-
centagem da população que não tem algum nível de escolaridade concluído é elevada entre as
mulheres (55,6%) em comparação com os homens (48,3%). À medida que o nível de escolaridade
concluído aumenta, reduze também a percentagem da população por nível concluído, e a percent-
agem das mulheres ligeiramente inferior à dos homens, Gráfico 3.2.
55,6
52,4
49,4
Fonte: INE - Calculado com base em dados do Inquérito sobre o Orçamento Familiar (IOF) 2019/20
Os resultados mostram que a escolarização entre raparigas é maior no ensino primário e menor no
secundário, o mesmo observa-se em relação aos rapazes.
A taxa bruta de escolarização dos homens é ligeiramente superior que a das mulheres, tanto para
o nível primário, como para o secundário. No nível primário, as diferenças por sexo estão em torno
de 8 pontos percentuais, enquanto no secundário encontram-se abaixo de 3 pontos percentuais
(ver gráfico 3.3).
Gráfico 3.3 Taxa bruta de escolarização por nível de ensino frequentado. Moçambique
2020-2021
Fonte: Calculado com base em dados do Levantamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2020-2021
Quadro 3.1 Taxa bruta de escolarização por nível de ensino, segundo província.
Moçambique 2021
Primário Secundário
Província
Mulher Homem Total Mulher Homem Total
Niassa 82,0 89,4 85,6 23,4 28,5 26,0
Cabo Delgado 73,3 77,5 75,4 20,1 22,1 21,1
Nampula 84,5 90,8 87,6 23,8 27,5 25,6
Zambézia 125,9 142,4 134,1 19,2 24,9 22,1
Tete 100,3 102,9 101,6 34,3 41,8 38,0
Manica 116,8 126,7 121,7 27,2 34,8 31,1
Sofala 105,8 119,6 112,7 37,6 47,9 42,8
Inhambane 120,7 126,5 123,6 64,1 52,3 58,2
Gaza 123,3 127,7 125,5 63,5 47,7 55,6
Maputo Província 114,4 117,7 116,0 81,5 71,8 76,7
Maputo Cidade 113,9 117,0 115,4 119,5 104,7 112,1
Fonte: Calculado com base em dados do Levantamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2021
O ensino primário apresenta maior número de alunos matriculados na idade adequada para fre-
quentar o nível (91%) em comparação com o ensino secundário (25%). Em relação ao sexo, obser-
va-se pequenas diferenças de alunos matriculados no ensino primário embora com ligeira vantagem
para os homens (93%). No entanto, para no ensino secundário, observa-se ligeira vantagem para
mulheres. Ver gráfico 3.4.
Fonte: Calculado com base em dados do Levantamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2021
As taxas brutas de escolarização são superiores que a dos homens nas províncias da região sul,
tanto para o nível primário como para o secundário, em este ultimo inclui também as províncias de
Cabo Delgado e Nampula. A Província de Zambézia destaca-se por apresentar a taxa mais elevada
de homens no ensino primário. No ensino secundário, Maputo Cidade apresenta a taxa (81,8%)
mais elevada das mulheres, Quadro 3.2.
Quadro 3.2 Taxa líquida de escolarização por nível de ensino frequentado segundo
província. Moçambique 2021
Primário Secundário
Província
Mulher Homem Total Mulher Homem Total
Niassa 72,4 76,6 74,5 16,2 17,7 16,9
Cabo Delgado 60,6 62,2 61,4 12,3 11,6 11,9
Nampula 71,0 73,9 72,5 15,9 15,5 15,7
Zambézia 112,5 124,3 118,4 12,8 15,8 14,3
Tete 89,5 89,8 89,6 18,7 19,7 19,2
Manica 98,5 102,5 100,5 26,1 29,2 27,6
Sofala 92,0 101,1 96,5 25,3 29,0 27,2
Inhambane 102,1 101,9 102,0 48,3 38,3 43,3
Gaza 103,8 103,4 103,6 45,1 32,9 39,0
Maputo Província 100,1 99,2 99,6 62,1 51,9 57,1
Maputo Cidade 100,7 99,7 100,2 81,8 67,8 74,8
Fonte: Calculado com base em dados do Levantamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2021
O IPG de todos alunos matriculados no País situa-se em 0,93 no ensino primário, embora no
parâmetro de equilíbrio, este IPG indica uma disparidade ou desigualdade de género, a favor dos
homens, ou por outra, há maior número de homens matriculados em 2021 no ensino primário. No
ensino secundário a disparidade esta a favor das mulheres, mesmo que na posição de equilíbrio de
género (0,96).
Observa-se disparidade a favor dos homens em quase todas as províncias ilustradas no Gráfico 3.5,
para ambos níveis de ensino. As províncias da região sul, apresentam maior número de mulheres
matriculadas em relação ao número de homens, no nível secundário, com destaque para a província
de Gaza, com 33 mulheres para 1 homem matriculado.
Primário Secundário
Fonte: Calculado com base em dados do Levantamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2021
Em 2021, no Pais, estavam matriculados no ensino primário menos mulheres em relação aos
homens, correspondendo a um IPG de 0,95, no entanto para o nível secundário, registou-se mais
mulheres em idade de frequentar o nível, sendo um homem para 6 mulheres.
Com a excepção das províncias de Tete, Gaza e Inhambane, que apresentam paridade no nível
primário, observa-se disparidade em todas províncias e em ambos níveis de ensino. A Província
de Maputo e Maputo Cidade apresentam disparidade a favor das mulheres no nível primário. Em
relação ao nível secundário, as províncias de Cabo Delgado, Nampula e as províncias da região sul,
concentram maior número de mulheres matriculados em relação aos homens, Gráfico 3.6.
Primário Secundário
Fonte: Calculado com base em dados do Levantamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2021
Segundo o Gráfico 3.7, com a excepção do ensino secundário do segundo ciclo, as mulheres de-
sistem em menor número que os homens em todos níveis de ensino. Há maior concentração de
desistentes para ambos sexos no nível primário do segundo grau e no ensino secundário do pri-
meiro ciclo.
7,1
5,9 5,8
5,1
3,5
3,0
2,7
1,4
Mulher Homem
Fonte: Calculado com base em dados do Aproveitamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2022
Quadro 3.3 Taxa de desistência por nível de ensino segundo província. Moçambique 2021
Primário Secundário
Província EP1 EP2 ESG1 ESG2
Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem
Niassa 3,0 3,2 8,0 9,3 5,4 3,4 4,8 2,7
Cabo Delgado 2,2 3,3 4,4 5,8 0,7 -2,4 2,6 -1,3
Nampula 3,6 4,4 6,3 8,0 4,9 7,2 0,1 -3,9
Zambézia 3,5 3,6 9,2 9,0 6,5 5,3 -1,2 -3,2
Tete 2,9 3,2 9,5 10,1 10,2 11,2 7,0 -0,8
Manica 1,4 2,1 4,4 6,8 5,8 6,1 0,6 4,1
Sofala 4,1 4,6 7,4 7,8 1,1 4,0 0,9 -0,9
Inhambane 1,3 1,9 3,1 5,1 5,1 7,5 5,0 6,6
Gaza 1,3 2,3 3,5 5,8 4,9 6,6 3,0 5,6
Maputo 3,9 4,4 2,3 2,7 5,4 5,2 4,7 7,5
Cidade de Maputo 3,1 4,2 1,5 2,1 4,2 3,7 3,1 4,1
Fonte: Calculado com base em dados do Aproveitamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2022
3.6 Alfabetização
Considera-se taxa de alfabetização a relação entre pessoas de 15 anos e mais que sabem ler e es-
crever, em qualquer língua e a população do mesmo grupo etário, multiplicado por 100.
Para melhor trazer o impacto da situação de alfabetização no País, apresenta-se em este subcapítu-
lo, o inverso da alfabetização, concretamente o analfabetismo.
63,9
57,8
49,9 51,0
44,9
39,9
33,2
30,1
27,4
Observa-se no Gráfico 3.9, maior incidência do analfabetismo na área rural (52,3%). As mulheres
apresentam taxas elevadas tanto na área rural como na urbana, com 65,5% contra 37,1% dos
homens.
65,5
52,3
37,1
26,7
19,7
11,9
Urbana Rural
Os jovens apresentam taxas médias de analfabetismo ligeiramente baixas, sendo 29,8% total,
35,3% mulheres e 23,5% para homens. Observa-se ainda no Gráfico 3.10, que as mulheres jovens
são menos alfabetizadas, tanto na área urbana como rural, embora com menor diferença por sexo
na área urbana.
48,7
41,3
35,3
32,6
29,8
23,5
14,3
12,1
9,5
Quadro 3.4 Distribuição percentual de professores por sexo, segundo o nível de ensino
que leciona. Moçambique 2020-2021
2020 2021
Nivel de ensino
M H T N M H T N
Total 43,7 56,3 100 154 813 42,5 57,5 100,0 159 978
Ensino Primário
EP1 52,1 47,9 100,0 88 892 51,8 48,2 100,0 90 277
EP2 30,6 69,4 100,0 29 870 33,3 66,7 100,0 31 500
Ensino Secundário
ESG 24,9 75,1 100,0 17 090 26,1 73,9 100,0 17 774
ESG 19,4 80,6 100,0 7 656 19,1 80,9 100,0 8 026
Formação de Professores 28,7 71,3 100,0 261 29,0 71,0 100,0 971
Educação de Adultos 36,0 64,0 100,0 11 044 37,6 62,4 100,0 11 430
Fonte: Calculado com base em dados do Levantamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2020-2021
Segundo a Quadro 3.5, a participação das mulheres no ensino é baixa se comparada a dos homens,
com a excepção do ensino primário, em que as províncias da região sul e a Província de Manica
apresentam percentagem superior de professoras, todos os níveis tem mais professores do sexo
masculino, com maior expressão no ensino secundário.
Quadro 3.5 Distribuição percentual de professores por sexo e nível de ensino que leciona, segundo províncias.
Moçambique 2021
EP1 EP2 ESG1 ESG2
Províncias
M H T N M H T N M H T N M H T N
Niassa 48,2 51,8 100,0 5 329 31,5 68,5 100,0 2 169 27,7 72,3 100,0 1 260 15,5 84,5 100,0 547
Cabo Delgado 46,1 53,9 100,0 5 146 20,9 79,1 100,0 1 964 17,5 82,5 100,0 698 11,4 88,6 100,0 439
Nampula 46,4 53,6 100,0 15 336 29,5 70,5 100,0 5 047 21,2 78,8 100,0 2 729 16,2 83,8 100,0 1 161
Zambézia 46,2 53,8 100,0 21 617 33,8 66,2 100,0 6 225 18,8 81,2 100,0 1 975 16,0 84,0 100,0 1 042
Tete 53,7 46,3 100,0 8 443 33,9 66,1 100,0 2 515 30,4 69,6 100,0 1 429 15,2 84,8 100,0 617
Manica 46,5 53,5 100,0 7 915 26,8 73,2 100,0 2 399 19,6 80,4 100,0 1 525 16,1 83,9 100,0 660
Sofala 53,5 46,5 100,0 7 025 37,8 62,2 100,0 2 372 24,8 75,2 100,0 1 396 18,6 81,4 100,0 673
Inhambane 63,5 36,5 100,0 6 592 35,7 64,3 100,0 2 712 30,7 69,3 100,0 2 038 20,6 79,4 100,0 835
Gaza 63,9 36,1 100,0 5 747 38,2 61,8 100,0 2 018 27,0 73,0 100,0 1 628 22,7 77,3 100,0 656
Maputo 67,4 32,6 100,0 5 002 38,8 61,2 100,0 2 863 33,4 66,6 100,0 1 699 26,7 73,3 100,0 649
Cidade de Maputo 72,6 27,4 100,0 2 069 46,6 53,4 100,0 1 214 36,0 64,0 100,0 1 363 30,7 69,3 100,0 690
Fonte: Calculado com base em dados do Levantamento Escolar do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, 2021
Embora observa-se menor diferença entre a percentagem de mulheres e homens que procuraram
por serviços de saúde, há aqui a mencionar que as mulheres estão ligeiramente mais representadas
em todos os tipos de serviços com destaque para necessidade de saúde e acesso e satisfação com
os serviços de saúde.
Gráfico 4.1 Percentagem da população que procura os serviços de saúde por tipo de
serviço. Moçambique 2020
O Gráfico 4.2, mostra que maior parte das províncias apresentam mais médicos do sexo masculino,
somente as províncias de Maputo, Maputo Cidade e Gaza detêm maior número de médicas, se
comparado ao número de médicos.
Mulher Homem
Fonte: Ministério de Saúde – Calculado com base em dados dos Recursos Humanos, 2021
O País conta com 10 305 enfermeiros do subsistema público de saúde, destes 5 598 do sexo femini-
no e 4 707 do masculino. O Gráfico 4.3 mostra que somente as províncias de Niassa, Cabo Delgados
e Tete apresentam percentagem de enfermeiros do sexo masculino acima da percentagem dos
enfermeiros do sexo feminino. As províncias da região sul destacam-se por albergar maior número
de médicas, correspondendo à percentagens acima de 60% do total de cada província.
Mulher Homem
Fonte: Ministério de Saúde – Calculado com base em dados dos Recursos Humanos, 2021
Em Moçambique, há uma tendência crescente do número médio de anos que um recém-nascido es-
pera viver. As projecções de esperança de vida ao nascer mostram que de 2017 para 2021 o número
esperado de anos para um recém-nascido viver aumentou de 53,7 para 55,3 anos.
A esperança de vida ao nascer é maior entre as mulheres do que entre os homens. A tendência
mostra que em 2017 o número médio de anos que uma mulher esperaria viver era maior (56,5
anos) em comparação com o número de anos esperados para os homens (51,0 anos), e ao longo
dos anos a diferença tende a ser maior (Gráfico 4.4).
58,2
57,8
57,4
56,9
56,5
55,3
54,9
54,5
54,1
53,7
52,5
52,1
51,4 51,7
51,0
A taxa de mortalidade infantil é um indicador social representado pelo número de crianças que
morreram antes de completar um ano de vida a cada mil crianças nascidas vivas no período de um
ano. É um importante indicador da qualidade dos serviços de saúde, saneamento básico e educação
de uma cidade, país ou região.
Embora vários estudos mostrem maior natalidade de crianças do sexo masculino, estes apresentam
elevadas taxas de mortalidade infantil ao longo do tempo. O Gráfico 4.5 apresenta redução das
taxas de mortalidade para ambos sexos ano após ano para ambos sexos
Segundo o Quadro 5.1, em todos órgãos executivos de tomada de decisão, com excepção dos
secretários de estado, observa-se maior percentagem de homens em relação as mulheres. Esta
diferença é maior entre os presidentes dos municípios, presidentes das assembleias municipais,
chefes de posto administrativos e chefes de localidade. Em cargos de ministros, a disparidade é
reduzida, correspondendo uma percentagem de 40,5% para as mulheres. As mulheres participam
em todos os órgãos executivos de poder decisão, embora em números baixos comparativamente
com os homens.
Em relação aos órgãos legislativos, observa-se maior número de homens, embora o cargo máxi-
mo deste órgão seja representado por uma mulher. De um total de 250 deputados no parlamen-
to, 42,8% são mulheres e 57,2% homens. Os cargos de chefes das bancadas partidárias estão
preenchidos somente por homens.
O Quadro 5.3 apresenta a distribuição percentual dos funcionários na carreira diplomática por sexo.
75,3% de funcionários são do sexo masculino, tanto os funcionários na sede como em missão no
exterior, Os funcionários do sexo feminino constituem a minoria na carreira diplomática, com a
percentagem de 24,7%. Embora as mulheres sejam a minoria, elas são mais notáveis em funções
de conselheiras e secretariado.
Ministério do Género, Criança e Acção social (MGCAS) – Estatísticas anuais 2020. Moçambique,
2020
Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação – Estatísticas dos Recursos Humanos, 2020