Tcc-Mikaelly Fraga Celestino
Tcc-Mikaelly Fraga Celestino
Tcc-Mikaelly Fraga Celestino
Paripiranga
2021
MIKAELLY FRAGA CELESTINO
Paripiranga
2021
MIKAELLY FRAGA CELESTINO
BANCA EXAMINADORA
A abóbora é uma das hortaliças mais cultivadas na região Nordeste, principalmente por conta
das condições climáticas favoráveis para o seu desenvolvimento. Nessa região, a abóbora
supre as necessidades das famílias, fazendo parte da alimentação, bem como auxiliando na
alimentação de animais e na geração de lucros, com a comercialização de frutos excedentes.
Nota-se, todavia, que a produção e a comercialização da abóbora no Nordeste são pouco
especificadas, por exemplo, quanto aos métodos de plantio, características do fruto, irrigação
e entre outros parâmetros, ou seja, necessita de uma abordagem mais completa. Dessa
forma, o presente estudo tem por objetivo geral: tratar dos aspectos da produção e
comercialização da abóbora na região Nordeste, através de uma revisão bibliográfica e,
enquanto objetivos específicos: abordar sobre as características dos frutos colhidos no
plantio dessa região; principais pragas e doenças; as formas de comercialização e discorrer
acerca dos métodos de plantio. A pesquisa foi feita por meio de uma revisão bibliográfica,
aplicando as seguintes palavras-chave: "cultivo da abóbora", "comercialização da abóbora",
"Nordeste", "cultura da abóbora", "cultivo de cucurbitáceas", as quais foram aplicadas nas
bases de pesquisa Google Acadêmico, SciELO e ALICE, e quando analisados os resultados
e tratados dos critérios de exclusão e inclusão, restaram apenas 6 artigos para a leitura final.
Assim, foi constatado, que a abóbora é uma cultura muito difundida no Nordeste, possuindo
como principal espécie cultivada a moschata e tendo como objetivo de produção a
subsistência de famílias da região e comercialização de frutos excedentes. Dessa forma,
pode-se dizer que o presente estudo elucidou as principais características da produção e
comercialização da abóbora no Nordeste, bem como apresentou a importância do fruto para
a região.
Pumpkin is one of the most cultivated vegetables in the Northeast region, mainly due to the
favorable climatic conditions for its development. In this region, pumpkin supplies the family
need, being part of the diet, as well as helping to feed animals and generate profits, with the
sale of surplus fruit. It should be noted, however, that the production and pumpkin marketing
in the Northeast are poorly specified, for example, in terms of planting methods, fruit
characteristics, irrigation and other parameters, that is, it requires a more complete approach.
Thus, the present study has the general objective: to deal with the pumpkin production and
marketing aspects in the Northeast region, through a bibliographical review and, as specific
objectives: to address the characteristics of the harvested fruits in the planting of this region;
main pests and diseases; the commercialization ways and discuss about the planting
methods. The research was carried out through a literature review, applying the following
keywords: "pumpkin cultivation", "pumpkin marketing", "Northeast", "pumpkin culture",
"cucurbits cultivation", which were applied in Google Academic, SciELO and ALICE search
bases, and when the results and exclusion and inclusion criteria treatment were analyzed,
only 6 articles remained for the final reading. Thus, it was found that pumpkin is a widespread
crop in the Northeast, having as its main cultivated species the moschata and having as
production objective the families’ subsistence in the region and the Commercialization of
surplus fruits. Thus, it can be said that this study elucidated the main characteristics of the
pumpkin production and marketing in the Northeast, as well as presented the importance of
the fruit for the region.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................. 11
2 METODOLOGIA .................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
9
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
As abobreiras são plantas que têm ciclo anual e em relação à sua estrutura,
possuem caule herbáceo, tendo a possibilidade de ser rastejante ou cespitoso (figura
2); suas folhas são grandes, de cor verde com manchas prateadas; seus frutos têm
tamanhos e formatos variados, com polpa da cor amarela ou laranja (MACIEL, 2019).
Em relação à sua colheita, Maciel (2019) afirma que deve ser feita
manualmente, utilizando como instrumento tesoura ou faca afiada e higienizada, tendo
os cuidados necessários na hora do corte em relação ao tamanho do pedúnculo, de
margem entre 2 a 5 cm, não podendo ser removido por completo a fim de evitar
podridão. O momento da colheita deve ser influenciado pelo consumidor final,
dependendo da região onde será distribuída.
Por outro lado, a produção de abóbora também tem importância social, já que
gera empregos direta e indiretamente, pois demanda muita mão de obra, desde o
processo de plantio até sua comercialização em feiras livres (figura 3) (RAMOS et al.,
2012).
Constatou-se que a maior produção de abóbora do país provém da região Nordeste,
comportando cerca de 50,8% dos produtores que utilizam, preferivelmente, sementes
tradicionais no seu cultivo (RAMOS et al., 2012). O Nordeste comporta em torno de 24,1%
da produção nacional, os principais estados produtores da cultura são: Bahia,
Maranhão, Piauí e Pernambuco (SILVA, 2016).
LUMINOSIDADE
EXIGÊNCIAS
TEMPERATURA CLIMÁTICAS
NA CULTURA PRECIPTAÇÃO
DA ABÓBORA
UMIDADE
RELATIVA DO
AR
2.1.3 Irrigação
indispensáveis para sustentar o plantio, de modo que haja um fluxo contínuo de água
e nutrientes para a planta (SANTOS, 2011).
De acordo com Santos (2011) os dois principais métodos de irrigação utilizados
nessa região para o plantio de abóbora são o método de irrigação localizada e
irrigação por superfície (sulcos) (sendo comparados na tabela 2). No entanto, cumpre
salientar que não existe um método ideal, mas sim métodos que se adequam às
necessidades de cada produção. Para que isso seja avaliado, deve-se levar em
consideração o estudo do plantio, considerando as vantagens e as desvantagens de
cada método (REIS, 2015).
observância pode gerar entupimentos nos equipamentos, bem como, analisar quanto
de água está sendo disposto para a planta, a fim de evitar excessos.
2.1.4 Plantio
Para que o plantio ocorra de maneira correta, devem ser observados alguns
parâmetros, como a análise do solo e a adubação. Tratando primeiramente da análise
do solo, este não pode ser implementado em locais que tenham superfícies cobertas
por pedras, entulhos ou cascalhos, como também, ser isolado da convivência com
animais (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
20
Para a retirada das sementes deve-se utilizar água para separá-las e lavá-las;
a secagem deve ocorrer em locais com sombra e vento ao sol, de modo que estejam
dispostas em lonas ou jornais, devendo ser armazenadas quando estiverem
completamente secas; recomenda-se fazer a retirada de sementes defeituosas ou mal
formadas; em relação ao armazenamento, devem ser colocadas em embalagens que
não permitam a entrada de umidade; após embaladas precisam ser guardadas em um
local seco, com vento, sem umidade e com temperaturas mais amenas (RAMOS et
al., 2010).
Considera-se que a umidade relativa do ar e a temperatura são fatores
essenciais a serem observados no armazenamento de sementes, em relação à
qualidade fisiológica destas, no que diz respeito a seu vigor. Dessa maneira, a
umidade influencia na qualidade fisiológica das sementes, enquanto que a
temperatura na agilidade dos processos bioquímicos, influenciando na umidade do
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fruto que será produzido e em seu metabolismo (NETO et al., 2012). Em geral, as
sementes da abóbora têm 95% de germinação, dependendo dos fatores citados
anteriormente (AMARO et al., 2014).
Nesse tipo de produção o cultivo da abóbora pode ser feito de duas maneiras,
semeadura direto na região ou pelo por meio do transplantio de mudas, podendo ser
produzidas em estufas ou áreas cobertas, exigindo a entrada de luz para isso. As
mudas podem ser produzidas em bandejas de isopor, em copos plásticos ou de jornal.
O consumo hídrico deve ser realizado cerca de 2 a 3 vezes por dia (MARCELINO;
MARCELINO, 2012).
Amaro et al. (2014) aborda que quando desenvolvidas em copinhos, estima-se
que o tamanho dos copos deve ser em torno de 7 a 8 cm de diâmetro e 8 a 10 cm de
altura. Para que os copos sejam preparados deve-se colocar a combinação de terra,
esterco e adubo mineral. Para a preparação de mudas, em bandeja de plástico ou de
isopor, é aconselhada a utilização das de 72 células, contudo, também se torna viável
o plantio com a de 128 células (figura 9) na situação da área do viveiro ser menor e a
área do plantio for maior.
Essa doença pode ser favorecida por algumas condições, como: ocorrência de
chuvas finas, geada ou períodos nublados; por temperaturas baixas e amenas, em
torno de 12 a 20°C; presença de água na superfície da planta, sendo necessário
apenas o tempo de 4 horas de umidade para a superfície se tornar suscetível à
infecção e ao desenvolvimento da doença; pingos de água da chuva, ventos ou
irrigação (TOFOLI; DOMINGUES, 2017).
Já a murcha de fusarium, causada por Fusarium Oxysporum f. sp. Melois, tem
a possibilidade de gerar cerca de 75% de perdas, e sendo uma doença fúngica,
compromete as plantas em qualquer fase de desenvolvimento (FITOCON, 2018). Esta
se torna uma das doenças mais importantes destacadas nas hortaliças, visto que,
percebe-se sua elevada perda econômica quando a contaminação na área é alta
(DEMARTELAERE et al., 2021).
Em relação aos seus sintomas pode-se afirmar que, nas plântulas, pode ocorrer
o murchamento (figura 11), tendo a possibilidade ou não de haver tombamento; suas
folhas mudam para coloração amarela e secam; suas raízes e seu colo podem
necrosar. Nas plantas maiores pode ocorrer a perda de vigor, a paralisação de
crescimento, o murchamento e a seca, além da podridão na raiz (FITOCON, 2018).
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Dessa forma, a doença pode ser disseminada de um plantio para outro, mesmo
que em longa distância, principalmente em situações em que as sementes estejam
contaminadas ou com esporo atrelado à sua superfície. Ademais, pode favorecer tal
situação com a irrigação e pela ação do vento, de modo que tais práticas podem levar
consigo conídios de solos contaminados com o patógeno, através de plantas mortas
ou por apetrechos agrícolas contaminados (DEMARTELAERE et al., 2021).
Já a antracnose é uma patologia causada pela espécie de fungos
Colletotrichum, devendo apresentar sintomas de acordo com seu hospedeiro. Toda a
parte superior da abóbora pode ser afetada, no entanto, os sinais da doença se
revelam, principalmente, nos frutos, deixando-os inutilizáveis para o consumo ou
comercialização (REIS; SUASTE-DZUL, 2021).
O sintoma principal dessa patologia corresponde à aparição de deformações
escuras nos frutos (figura 12), que começam com tamanho pequeno, de cor marrom
escurecido, de forma circular e deprimidas, que quando evoluem, mudam de cor para
um acinzentado escuro e de disposição centralizada no fruto, combinados com
círculos concêntricos (GASPAROTTO; PEREIRA; BERNI, 2014).
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A sua dispersão pode acontecer por meio de pingos de água da chuva, por
prática de irrigação na área, através de insetos, materiais e equipamentos usados na
plantação e quando o agente causador se integra às sementes de áreas de cultivo
novas, que tem a possibilidade de se contaminar (REIS; SUASTE-DZUL, 2021).
Fatores como ocorrência de chuvas por um longo período, umidade relativa e
temperaturas elevadas podem tornar o ambiente mais favorável para o
desenvolvimento da doença (GASPAROTTO; PEREIRA; BERNI, 2014).
O oídio, causado por Podosphaera Xanthii, pode ser considerado como uma
patologia que acontece, principalmente, em decorrência das altas temperaturas, baixa
umidade na plantação, ou pelo cultivo de ambiente protegido (FREITAS et al., 2014).
Como também, por falta de chuvas na região ou por aplicação da irrigação por
aspersão (PEREIRA; PINHEIRO; CARVALHO, 2013).
Seus sintomas podem incluir manchas de coloração branca e de forma circular
na região adaxial da folha (figura 13), que aumentam de tamanho e se une,
provocando a redução da área responsável pela fotossíntese da planta e gerando a
diminuição no seu rendimento ou ainda no período de produção (FREITAS et al.,
2014).
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Quanto aos seus danos, conforme Carvalho (2017) tem-se: a raspagem das
folhas, com a sucção da seiva, desencadeando em manchas necrosadas na
superfície; folhas com aspecto queimado, com um brilho cor de prata, para no final
caírem, quando essas pragas atacam o cultivo de forma mais severa; nas flores,
interferem na capacidade reprodutiva da planta, ocasionando na sua infertilidade;
como também, realizam a transmissão de doenças, principalmente as viroses.
REALIZAÇÃO
USO DE
VISTORIA DE CONTROLE
SEMENTES
FREQUENTE E PREVENÇÃO
CERTIFICADAS
DE DOENÇAS
DESTRUIÇÃO PROMOVER
DE RESTOS ADUBAÇÃO
CULTURAIS BALANCEADA
REALIZAR
EVITAR
ROTAÇÃO
IRRIGAÇÃO EM
ENTRE
EXCESSO
CULTURAS
Figura 18: Principais medidas fitossanitárias para o plantio de abóbora.
Fonte: Criação da autora (produzida em 2021).
Ainda de acordo com Amaro et al. (2014) devem ser realizadas pulverizações,
de forma recorrente, quando apresentarem condições suscetíveis para o
desenvolvimento de doenças; evitar a circulação de pessoas ou de máquinas na área
do plantio, que podem transportar patógenos de uma área para outra; destruir restos
para impedir contaminação; fazer a rotação de cultura, evitando outras plantações da
mesma espécie.
Ademais, Amaro et al. (2014) afirmam que precisa-se fazer uma adubação de
maneira balanceada, por meio da verificação do solo; a utilização de mudas ao invés
de plantio direto, com o objetivo de prevenir patologias; evitar recurso hídrico em
excesso; uso de água de irrigação de boa qualidade; realizar o controle ou prevenção
de pragas; evitar danos às plantas nos processos de plantação; desenvolver barreiras
nas plantações antes do cultivo.
Trata Amaro et al. (2014) logo após o recolhimento dos frutos, estes devem ser
transportados e coletados da lavoura para o galpão, com auxílio de trator ou outro
meio de transporte específico, para posteriormente, serem selecionados, lavados e
separados por tamanho, sendo sua comercialização feita, geralmente, em sacos de
20 a 25 kg. Ademais, conforme aborda Neto et al. (2013) o risco de perdas na
produção após a colheita é alto, já que os danos físicos, a embalagem inadequada, o
transporte inadequado influenciam na qualidade do produto.
Após a colheita admite-se que os tempos que os frutos ficarão armazenados
interferem na sua qualidade, por consequência das reações enzimáticas, de oxidação
e microbiológicas. Caso sejam colhidos mais ou menos verdes, o tempo de pós-
colheita deverá ser maior, caso contrário, torna-se menor, já que ficam sujeitos às
injúrias mecânicas e ao acometimento de patógenos. O seu armazenamento torna-se
essencial para que ocorra o suprimento dos frutos, com melhor preço, quando houver
a escassez (LIRA, 2017).
O armazenamento pode ser estendido de dois a cinco meses, de modo que as
condições do ambiente devam se 60 a 80% de umidade e temperatura um pouco
maior que 12° C. A vida útil dos frutos pode ser postergada desde que o ambiente
contenha temperatura em torno de 20°C, sendo que 13°C é a temperatura ideal, com
umidade relativa acima de 95% (MARCELINO; MARCELINO, 2012).
Assim como afirma Burnay (2015) o armazenamento feito da maneira correta
torna-se importante para evitar perdas de frutos destinados à comercialização. Na
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figura abaixo nota-se um dano patológico ocasionado por fungos. Dessa maneira,
fatores internos, como a respiração e produção de sensibilidade ao etileno podem
influenciar no tempo de vida e qualidade das abóboras; como também, fatores
externos, a dizer: a forma como os frutos são manuseados, os danos ocasionados
pelo frio ou gelo, danos físicos ou patológicos ou até perda de água.
Figura 21: Dano patológico, infecção, ocasionado por fungono armazenamento de abóboras.
Fonte: Burnay (2015).
FEIRAS MERCADOS
SUPERMERC CIESTA
ADOS DIRETA
Em detrimento da venda dos frutos, pode-se afirmar que os frutos podem ser
vendidos, por varejo, inteiros, ou partidos em pedaços, já que possibilita aos
consumidores a possibilidade de escolha dos que contêm maior qualidade, com
observância na espessura da abóbora e na cor. Além dessas possibilidades também
são encontrados em supermercados e feiras os frutos cortados em pedaços, com a
finalidade de promover mais praticidade para o destinatário (figura 23) (AMARO et al.,
2014).
Figura 23: Comercialização de abóboras cortadas, higienizadas e embaladas para o consumo direto.
Fonte: Amaro et al. (2014).
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Moraes, Almeida e Galvão (2015) abordam que o Brasil tem 5.175 espaços de
produção agropecuária, sendo 2.454 localizados na região Nordeste (em torno de
47%), e 60.732 destes produzindo abóbora. Constatou-se que no ano de 2006 a
produção de abóbora superou 384.912 toneladas, em área de 88.150 ha. Quando
comparado com outras regiões, tem-se que o Nordeste é o segundo maior produtor
de abóbora, totalizando 52% da área total colhida.
Conforme Assis et al. (2012) o cultivo de abóbora do Nordeste compreende
24,1% da produção nacional. De maneira geral, a região possui diversas espécies de
cucurbitáceas, que foram geradas há muitos anos e plantadas até os dias atuais com
a forma de agricultura de sequeiro, em estabelecimentos agrícolas de pequeno porte,
gerando, assim, várias espécies tradicionais que são conhecidas nos dias de hoje.
Manos et al. (2017), ao destacarem os dados mais recentes do Censo
Agropecuário (2006), concluíram que embora o Nordeste possua 52% da área
plantada em todo o país, essa região apenas concentra 21,4% da produção,
representando, assim, uma produtividade relativamente média, quando comparada
com a da região sudeste e com a média nacional.
Primeiramente, tratando das espécies predominantes na região, Ferreira et al.
(2011), ao observarem plantios realizados no sul da Bahia, constataram que há a
predominância de plantações com espécies locais, que foram mantidas por muitos
anos e repassadas por vizinhos, amigos ou família, de geração para geração. Nesse
mesmo ínterim foi afirmado que a espécie de abóbora mais utilizada na região para o
plantio foi a moschata, em torno de 90% das propriedades analisadas; em detrimento
das variedades locais teve-se a predominância do jacarezinho, que contém
diferenciação quanto ao tamanho e formato dos frutos. Reafirmando o que Ferreira et
al. (2011) concluíram no estudo, quanto à predominância de espécies da região. Assis
et al. (2012) trataram também que, por meio de 50 questionários feitos nas feiras livres
e nas centrais de abastecimento, há relevância maior na incidência de cucubita
moschata, em torno de 67% dos estabelecimentos, sendo a maioria de suas
variedades as tradicionais, já que a maioria dos estabelecimentos cultivavam para o
próprio consumo e comercializavam apenas os frutos excedentes.
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Em relação às características dos frutos, foi averiguado, por meio dos estudos
coletados, que não existe uma grande variação de cor, tamanho, formato e entre
outras especificidades em relação às suas espécies, existindo apenas algumas
diferenciações principais (figura 24).
De acordo com Assis et al. (2012) a coloração dos frutos pode variar de acordo
com a espécie da abóbora, no entanto, por meio de sua pesquisa, observou-se que
se têm duas colorações mais recorrentes na sua casca: a bege, com 90% de
incidência nos locais consultados; e a verde com manchas, com 65% de ocorrência
nos estabelecimentos. Em relação à sua polpa, tanto Assis et al. (2012) quanto Santos
et al. (2012) e Ferreira et al. (2011) afirmaram que possui cor alaranjada.
Quanto à casca, acrescentaram Ferreira et al. (2011) que também pode ocorrer
listras largas. Em detrimento do tamanho e do formato dos frutos, os autores
apresentam que existe uma diversidade considerável, contudo, contém pequena
variação no estilo da casca e na coloração da polpa.
Existem quatro possibilidades de formato, em concordância com o que foi
coletado pelo seu estudo, a dizer: piriforme, cordifome, achatado e globular, sendo o
mais recorrente o cordifome. No trabalho, também é apresentado o peso médio dos
frutos, que possuem variação entre 4,7 kg e 6,5 kg (SANTOS et al., 2012).
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Por outro lado, outro objetivo a ser seguido por esse estudo é delimitar como
ocorre o plantio da abóbora nessas regiões (tabela 6). Partindo desse pressuposto,
Moraes, Almeida e Galvão (2015), a partir de pesquisas feitas, afirmaram que o cultivo
que é mais utilizado no Nordeste compreende ao associado, significando na
combinação do plantio com duas ou mais culturas de modo temporário. Ademais,
afirma que a irrigação é uma técnica pouco utilizada, contando com apenas 5% do
seu uso nos estabelecimentos consultados.
Assim como Manos et al. (2017) delimitaram em sua tabela, por meio dos
censos agropecuários mais atuais, pôde-se observar que os três estados que mais
consomem abóbora, seja por meio de venda ou produção para consumo próprio são:
Alagoas, Sergipe e Ceará. No entanto, quando comparado com os dados coletados
entre os anos de 2002 e 2008, percebe-se o aumento do consumo em estados como
Piauí, Bahia, Pernambuco e Maranhão, por exemplo.
Afirmaram Blanck et al. (2013) que a comercialização de abóboras se torna
algo complexo para o produtor, já que os frutos que não obedeçam às exigências
delimitadas pelo mercado devem ser descartados, gerando prejuízo. Uma das
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LIMA, Bruno Marcus Freire Vieira; MOREIRA, José Osmã Teles; ARAGÃO, Carlos
Alberto. Avaliação de extratos vegetais no controle de mosca-branca, Bemisia tabaci
biótipo B em abóbora. Revista ciência agronômica, v. 44, n. 3, p. 622-627, 2013.
RESENDE, Geraldo M.; BORGES, Rita Mércia E.; GONÇALVES, Nadja Pollyanna
S. Produtividade da cultura da abóbora em diferentes densidades de plantio no Vale
do São Francisco. Horticultura Brasileira, v. 31, n. 3, p. 504-508, 2013.