E Book Teoria Social e Protecao Social No Seculo Xxi
E Book Teoria Social e Protecao Social No Seculo Xxi
E Book Teoria Social e Protecao Social No Seculo Xxi
E PROTEÇÃO SOCIAL
NO SÉCULO XXI
Marinalva Conserva
Antonia Pirconell-Lucas
Organizadoras
TEORIA SOCIAL
E PROTEÇÃO SOCIAL
NO SÉCULO XXI
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Reitor Valdiney Veloso Gouveia
Vice-Reitora Liana Filgueira Albuquerque
Pró-Reitoria PRPG Guilherme Ataíde Dias
EDITORA UFPB
Direção Natanael Antônio dos Santos
Gestão de Administração Everton Silva do Nascimento
Gestão de Editoração Gregório Ataíde Pereira Vasconcelos
Gestão de Sistemas Ana Gabriella Carvalho
Editora filiada à:
Marinalva Conserva
Antonia Picornell-Lucas
Organizadoras
TEORIA SOCIAL
E PROTEÇÃO SOCIAL
NO SÉCULO XXI
Editora UFPB
João Pessoa
2022
Direitos autorais 2022 – Editora UFPB.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À EDITORA UFPB.
É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma
ou por qualquer meio.
A violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610/1998) é crime
estabelecido no artigo 184 do Código Penal.
O CONTEÚDO E A REVISÃO DE TEXTO/NORMALIZAÇÃO DESTA
PUBLICAÇÃO SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DO(S) AUTOR(ES).
Impresso no Brasil. Printed in Brazil.
Catalogação na fonte:
Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba
APRESENTAÇÃO.............................................................. 11
POSFÁCIO...................................................................... 360
Antonio López Peláez
APRESENTAÇÃO
É preciso que a leitura
seja um ato de amor.
Paulo Freire
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Marinalva Conserva
Antonia Picornell-Lucas
organizadoras
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SEÇÃO I
TEORIA SOCIAL
E SERVIÇO SOCIAL
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Capítulo 1
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C. T.: Nesta frase Marx não define a ideologia, mas dá sua vista da
troca arcaica, supondo que de saída os homens, quando chegaram
a trocar, igualizaram “instintivamente” as quantias de trabalho
contidas nos produtos trocados, mesmo que os trocadores não
tenham se dado conta disso. Tal “instintivismo” é problemático
e não contribui para aprofundar o conceito da ideologia.
W. A.: Em um dos seus textos, o senhor afirma que “De certo modo,
a ideologia é ‘falsa consciência’, mas nunca exclusivamente. É uma
espécie de maquiagem mental. Afinal, a ideologia nunca poderia
se tornar popular se não parecesse a muitos ser verdade”. O que
significa entender a ideologia dessa maneira?
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Teoria Social e Proteção Social no século XXI
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Referências
TÜRCKE, Christoph. Erregte Gesellschaft: Philosophie der
Sensation. Verlag C. H. Beck, München, 2010.
TÜRCKE, C. Filosofia do sonho. 1. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2010.
TÜRCKE, C. Sociedade Excitada: filosofia da sensação. São
Paulo: Editora UNICAMP, 2014.
TÜRCKE, C. Philosophie des Geldes. München: C. H. Beck,
2015.
TÜRCKE, C. Hiperativos! Abaixo a cultura do déficit de
atenção. São Paulo: Paz e Terra, 2016.
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24 |
Capítulo 2
O REGIME POLÍTICO
DA AUTOCRACIA BURGUESA
E AS “TEORIAS DO AUTORITARISMO”
Jaldes Meneses
Introdução
Para Florestan Fernandes, em suas análises clássicas sobre
o processo de revolução burguesa no Brasil, existe uma forte
associação racional entre o desenvolvimento capitalista depen-
dente e subdesenvolvido brasileiro e a configuração de regimes
políticos de natureza autocrática. O que se realizou na periferia,
ao contrário da visão preconizada pela vertente da revolução
democrático-burguesa de feição clássica,
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Referências
ALBRIGHT, Madeleine. Fascismo: um alerta. São Paulo: Crítica,
2018.
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo (antissemitismo,
imperialismo, totalitarismo). São Paulo: Companhia das
Letras, 1989.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. O colapso de uma aliança
de classes. São Paulo: Brasiliense, 1978.
CARDOSO, Fernando Henrique. Empresário industrial e
desenvolvimento econômico no Brasil. São Paulo: Difel
(2a ed.), 1972.
CARDOSO, Fernando Henrique. Autoritarismo e
democratização. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975.
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Capítulo 3
Introdução
A compreensão do Serviço Social com base nas relações
societárias demarca a gênese da profissão aos processos históricos,
políticos e sociais dos estágios capitalistas. Erigido em meio à
contradição pulsante da sociedade, o Serviço Social constrói as
próprias raízes na contemporaneidade a partir da negação e da
crítica à exploração capitalista, depreendidas tanto na dimensão
teórico-metodológica, quanto na prático-operativa.
Conquistar o reconhecimento enquanto profissão e área
do conhecimento foi tarefa árdua, historicamente abalizada por
várias vertentes teóricas de cariz conservador, como o positivis-
mo, fenomenologia e o existencialismo e com a aproximação à
vertente teórica crítica, fundamentada na tradição marxista,
afirmada como direção na atualidade do Serviço Social brasileiro.
Como área do saber, o Serviço Social tem contribuído
diretamente com as Ciências Sociais, mediante a produção do
conhecimento crítico e reflexivo sobre a realidade capitalista
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Considerações finais
Em artigo recente publicado por Netto (2016), a profissão
é provocada a pensar uma história nova do Serviço Social. Longe
de ser uma reflexão de superação daquilo que foi vivido e supe-
rado ao longo dos anos, o convite é refletir – com base no legado
histórico – a partir da realidade contemporânea, os desafios postos
ao Serviço Social, subscrito sob o bombardeio ultraneoliberal e
ultraneoconservador da atual fase do capitalismo.
Recuperar os lapsos temporais permite romper com ilações
pessimistas e, mais do que isso, possibilita a compreensão da re-
alidade reafirmando a disputa política ensejada pelo Projeto da
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Teoria Social e Proteção Social no século XXI
Referências
ALMEIDA, Bernadete de Lourdes Figueiredo. 40 anos do
Programa de Pós-graduação em Serviço Social da UFPB.
João Pessoa: UFPB/PPGSS, 2018.
CANTALICE, Luciana Batista de Oliveira. As Inflexões do Pós-
moderno na Produção do conhecimento em Serviço Social
(Tese) Rio de Janeiro: PPGSS/UERJ, 2013.
NETTO, José Paulo. Ditadura e Serviço Social: uma análise do
Serviço Social no Brasil pós-64. São Paulo: Cortez, 1991.
NETTO, José Paulo. O Serviço Social e a Tradição Marxista. In:
Revista Serviço Social & Sociedade. São Paulo: Cortez, Ano X -
nº 30, abril 1989. p. 89-102.
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Capítulo 4
Introdução
Na atualidade a produção de conhecimento em Serviço
Social informa-nos que esta área de conhecimento não pode con-
tinuar a aplicar os seus princípios fundamentais, nomeadamente
os Direitos Humanos e a Justiça Social, através da norma ou seja,
por um mero exercício de execução de uma ação determinada
superiormente (ex. ordem jurídica). O Serviço Social Hoje tem
de o fazer pelo desenvolvimento de competências reconhecidas
como capacidades individuais e coletivas na pessoa, no cidadão
que o torna capaz e lhe dá autonomia para esse exercício de
aplicação de direitos e justiça social o que designamos por pro-
moção da cidadania. O Serviço Social não deve desviar-se dos
seus princípios e fundamentos e que deve continuar a valorizar
a Prática como construção e aprofundamento do seu quadro
teórico de referência.
A sociedade contemporânea reconfigurada no paradigma
da Globalização Social e do Partenariado, ganha força o debate
de Kant no que concerne a que o Ser Humano é Superior a Qual-
quer Preço, emergindo neste debate a dialética entre “tudo tem
um preço” e “tudo tem uma dignidade”.
O Serviço Social no século XXI enfrenta grandes desafios
sociais enquanto área de conhecimento de mediação entre os
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Elaborar um plano
de intervenção
Avaliação
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Considerações finais
Na atualidade o Serviço Social, integra-se no movimento
societário de mudança e de transformação, orientado por uma
filosofia construtivista, centrada nas competências e capacidades
do cidadão, numa interação com o partenariado numa lógica de
ação coletiva baseada numa intervenção em Rede, tendo por
finalidade a co-construção de uma cidadania social promotora
do reconhecimento de todo o cidadão como sujeito de direitos e
essencialmente da sua Dignidade Humana (enfoque dos Direitos
Humanos). Um novo marco para a intervenção social baseado
no princípio da cooperação e da transversalidade dos saberes
e das respostas sociais. Na configuração ou reconfiguração de
uma nova intervenção profissional, integram-se duas dimensões
essenciais, a ética e a interdisciplinaridade. Uma intervenção
que inclui o Sujeito/Cidadão como parceiro ativo e participativo
na ação do profissional.
Os Serviços Sociais são a expressão das políticas públi-
cas ao nível técnico e organizativo, dirigidos de forma geral a
melhorar a qualidade de vida e prevenir ou eliminar a margi-
nalidade social de qualquer cidadão ou comunidade.
Cada vez mais as situações colocadas ao Serviço Social
ganham maior complexidade, tornando-se mais difícil a elabo-
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Helena Maria
Serviço social e ambiente: a
Belchior Campos
sustentabilidade ecológica das 2016
Costa Lourenço
comunidades socialmente vulneráveis
Rocha
Fernanda da
“Dialéticas na tríade - Envelhecimento,
Conceição Bento 2018
Políticas Sociais e Serviço Social.”
Daniel
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Sandra Raquel
Serviço Social e Ciência: Uma relação
Pereira de Aguiar 2020
em construção.
Ricardo Mendes
Referências
AUSTIN, E. James Parcerias – fundamentos e benefícios
para o terceiro setor. Peter F. Drucker Foundation. São
Paulo: Editora Futura, 2001.
BERNADETTE, Tillard; BERNARD, Vallerie; RURKA, Anna.
Intervention éducative contrainte: relations entre familles et
professionnels intervenant à domicile. Reveu internationale.
Enfances, Families, Générations. April, Enfances 24, 2015.
DOI: 10.7202/1038117
BERNARD, P. La cohésion sociale: critique dialectique d’un
quasi-concept , Lien social et Politiques, no 41, 47-59, 2000.
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Capítulo 5
EDUCAÇÃO POPULAR
E CONSCIÊNCIA CRÍTICA:
contribuições para a formação
profissional em Serviço Social
Aline Maria Batista Machado
Graziela Sheffer
Introdução
Quando se fala em formação profissional nas produções
científicas da área de Serviço Social, de tradição teórico-crítica,
compreende-se o Serviço Social como profissão inserida na di-
visão social e técnica do trabalho, que atua em variados espaços
sócios ocupacionais (Saúde, Educação, Previdência, Assistência
Social, Jurídico, Movimentos Sociais, entre outros), tendo como
objeto de intervenção as variadas expressões da “questão social”,
e cujas dimensões teórico-metodológico, ético-político e técnico-
-operativo, embora distintas, estão intrinsecamente articuladas
entre si. Ocorre que essas questões já estão bem demarcadas
no âmbito acadêmico, desde a implantação das Diretrizes Cur-
riculares do Curso de Serviço Social de 1996, sobretudo a partir
de debates de autoras como Ozanira Silva, Marilda Iamamoto,
Yolanda Guerra. Nessa direção, buscamos contribuir com algo
pouco aprofundado no campo acadêmico, mas já sinalizado pelo
Conselho Federal de Serviço Social e pelas mencionadas autoras,
a retomada do diálogo com a Educação Popular no campo da
formação profissional.
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Considerações finais
Superados os equívocos de interpretação da educação popu-
lar à época do método BH, podemos dizer que hoje a contribuição
que esse paradigma educativo pode dar a formação profissional
em Serviço Social passa, não só pela forma como a profissão pode
lidar com os usuários das políticas em que atuam, como também,
em processos de formação da consciência crítica dos referidos
usuários. Quando nos referimos a forma de lidar, queremos dizer
assistentes sociais mais críticos, dialógicos e democráticos quando
intervirem diretamente na classe trabalhadora e que possam con-
tribuir em sua organização social. Que respeitem e valorizem os
saberes populares daqueles sujeitos que encontram cotidianamente
em seus espaços sócio ocupacionais. Que não os culpabilizem por
suas condições socioeconômicas, como ainda hoje ocorre. Já para
os que atuam com formações, capacitações, oficinas e demais ações
socioeducativas, destacamos a relevância dessas ações para forma-
ção da consciência crítica. Silva (2013, p. 189), diz que “é preciso
pensar com cuidado o sentido que vem sendo denominado de socio-
educativo” e que não se pode “atribuir ao Serviço Social um papel
que ele, por si só, não pode viabilizar: a consciência das massas e
a emancipação humana” (IBIDEM). De fato, o próprio Paulo Freire
já esclarecia que no processo de conscientização o educador não
conscientiza o educando, mas estimula o processo de consciência
crítica, cabendo ao educando a tarefa final de, ao ser estimulado,
fazer a sua parte. Daí dizer que o processo de conscientização só
se concretiza na práxis. Por isso chamamos atenção para que na
formação profissional fique claro que o assistente social, por meio
Referências
BATISTONE, Maria Rosangela. “Aproximações à tradição
marxista no projeto da Escola de Serviço Social de Belo
Horizonte”. In: IAMAMOTO, Marilda e SANTOS, Claudia M.
dos. (Org). A história pelo avesso. A reconceituação na
América Latina e Interlocuções internacionais.
São Paulo: Cortez, 2021.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Cultura Popular. STRECK, D. R.;
REDIN, E.; ZITKOSKI, J. (Org.). Dicionário Paulo Freire. Belo
Horizonte: Autêntica, 2010.
CFESS – Conselho Federal de Serviço Social. Subsídios para
a atuação de assistentes sociais na Política de Educação.
Brasília, 2013. Disponível em: www.cfess.org.br/arquivos/
BROCHURACFESS_SUBSIDIOS-AS-EDUCACAO.pdf. Acesso em:
10/06/2020.
ERUNDINA, Luiza. Depoimento de Erundina sobre a
relação Serviço Social & Educação Popular. [Entrevista
concedida]. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=igad3kcbODc. Acesso em 02 de dezembro de 2020.
FALEIROS, Vicente de Paula. Metodologia e ideologia do
trabalho social. São Paulo Cortez. 2011
FREIRE, Paulo. Conscientização. São Paulo: Cortez.1997.
Capítulo 6
Introdução
Este capítulo objetiva trazer alguns subsídios para reflexão
acerca da instrumentalidade do Serviço Social, sua organicidade
com a imagem social e a autoimagem profissional, bem como a
necessidade de a articular à dimensão política assumida no atual
Projeto Ético-Político Profissional (PEPP).
Neste intento, conjumina trechos de trabalho dissertativo,
concluído em 2019, ao debate mais amplo que cerca a política
de saúde e a instrumentalidade, advindo de estudos realizados
a partir de 2016 no Programa de Pós-Graduação em Serviço
Social, em parceria com o Setor de Estudos e Pesquisas em Saúde
e Serviço Social, ambos integrados à Universidade Federal da
Paraíba.
O ponto de partida reside na compreensão de que o
trabalho e, por conseguinte, o significado e a direção sociais da
profissão são atravessados pela polarização das classes sociais
e constantemente tensionados pelo movimento histórico da
Considerações finais
Entende-se que ações voltadas ao fortalecimento da pro-
teção social são relevantes não apenas isoladamente à categoria
– posto que ratificam o atual PEPP –, mas culminam na necessá-
ria consolidação dos aparatos e instrumentos legal-formais que
conformam aquela.
Outrossim, ao fazê-lo, o assistente social perfaz uma
trajetória em direção à instrumentalidade pautada na racionalidade
emancipatória, enquanto mediação, envolta pela intervenção
consciente e crítico-analítica que desvela os condicionamentos
sócio históricos, em defesa dos direitos assegurados em lei e,
para tanto, urge da necessidade de compreensão dos aspectos
históricos, ético-políticos e teórico-metodológicos da profissão.
Ao assumir um novo projeto profissional, vinculado a uma
direção social e política crítica, em defesa da liberdade e em
favor da classe trabalhadora, a instrumentalidade que atravessa
o trabalho do Serviço Social conflui para que se assuma uma
autoimagem renovada, e para a construção de uma nova imagem
social para a profissão, mediante a formulação de estratégias
articuladas a outras categorias profissionais que se voltem à defesa
e efetivação do direito social à saúde, ratificando o projeto da RSB.
Apesar dos avanços obtidos, pesquisa aplicada em
2019, junto à amostra composta por profissionais da equipe
multiprofissional e assistentes sociais, tomados separadamente,
e que atuam em um hospital universitário em João Pessoa-PB,
revela que entre as equipes multiprofissionais há manutenção
de visões que ligam o Serviço Social ao “apoio”, “suporte”, à
“ajuda”, reforçando ações de caráter emergencial e imediatista,
definindo-o como um “elo entre os distintos sujeitos”.
Estes traços “tradicionais” conduzem a uma aparente
“ausência de especificidade” (GUERRA, 1995, p. 157), relegando
ao Serviço Social uma posição subordinada e complementar ao
trabalho coletivo, de “ajuda” e “suporte” (SILVA, 2019, p. 82).
Referências
BRAVO, M. I. de S; PELAEZ, E. J. Avanços das contrarreformas
na saúde no governo Temer. In: ENPESS, v. 16, n. 1, 2018,
Vitória-ES, Anais do XVI ENPESS. Vitória: UFES, 2018. p. 1-18.
BRAVO, M. I. de S. Políticas Públicas de saúde: impasses e
perspectivas à universalização do atendimento. Revista de
Políticas Públicas, São Luís, v. 20, n. 1, p. 221-231, 2016.
FLEURY, S. Reforma Sanitária Brasileira: dilemas entre o
instituinte e o instituído. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 14, n. 3, p. 743-752, 2009.
GUERRA, Y. A Instrumentalidade do Serviço Social. 10. ed.
São Paulo: Cortez, 2014.
GUERRA, Y. Sobre a possibilidade histórica do projeto ético-
político profissional: a apreciação crítica que se faz necessária.
In: FORTI, V.; GUERRA, Y. (Orgs.). Projeto Ético-Político do
Serviço Social: contribuições para a sua crítica. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2015, p. 39-70. (Coletânea Nova de Serviço Social).
GUERRA, Y. Nas pegadas dos 80 anos de história do Serviço
Social: o debate da instrumentalidade como marco. In: SILVA,
M. L. de O. e (org.). Serviço Social no Brasil: histórias de
resistências e de ruptura com o conservadorismo. São Paulo:
Cortez, 2016. p. 287-309.
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade:
trabalho e formação profissional. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1999.
Capa | Sumário
120 |
Capítulo 7
10 Algumas das principais obras nas quais Marx discute o Estado são: A crítica
da Filosofia do Direito de Hegel, A Questão Judaica, A lutas de classes na
França de 1848 a 1850, O Dezoito de Brumário de Luís Bonaparte, e A guerra
civil na França.
Considerações finais
Nesta breve introdução aqui apresentada acerca da his-
tória do conceito moderno de Estado, seguida pela exposição
de dois autores de peso no campo da crítica social, sem grandes
pretensões, julgamos relevante encerrar falando um pouco do
presente.
Neste sentido, podemos encontrar várias aberturas nas
obras de autores como Marx e Gramsci, desde que busquemos
também pontos de partida e não apenas pontos de chegada, afinal,
a história segue em seu ritmo irreparável, e não valida concessões
ao dogmatismo. Obviamente, não daremos conta de desenvol-
vê-los aqui, e por isto iremos apenas sinalizá-los, por exemplo:
precisamos nos questionar como fica a hegemonia que não nasce
Referências
BELL, Daniel. O fim da ideologia. Brasília: Editora
Universidade de Brasília, 1980.
BIANCHI, A; ALIAGA, L. Força e consenso como fundamentos
do Estado. Pareto e Gramsci. Revista Brasileira de Ciência
Política, n. 5. Brasília, jan-jul. 2011, p. 17-36.
BROWN, W. Undoing the demos: neoliberalism stealth’s
revolution. - First edition. New York: Zone Books, 2015.
BROWN, W. Nas ruínas do neoliberalismo: a ascensão da
política antidemocrática no ocidente. São Paulo: Editora
Filosófica Politeia, 2019.
DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a
sociedade neoliberal. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2016.
GRAMSCI, A. A política e o Estado Moderno. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1980.
GRAMSCI, A. Cadernos do Cárcere: Maquiavel. Notas sobre
o Estado e a política. vol. 3. – Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2014.
HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MARX, K. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo:
Boitempo, 2005.
MARX, K. A questão Judaica. São Paulo: Boitempo, 2010.
PORTELLI, H. Gramsci e o bloco histórico. Rio de Janeiro.
5 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
ROUSSEAU, J.-Jacques. Discurso sobre a origem e os
fundamentos da desigualdade entre os homens. Rio de
Janeiro: L&PM, 2008.
Capítulo 8
LA COBERTURA DE NECESIDADES
PRIVADAS DE LOS CIUDADANOS
POR LA INTERVENCIÓN PUBLICA:
la política social
como eje fundamental
Purificación Morgado Panadero
Introducción
El objetivo de este capítulo es realizar un estudio de como
diversas necesidades que tienen los ciudadanos que están inmer-
sos en un estado social son asumidas por ese estado “interven-
cionista” mediante la política social. Así, esas coberturas están
justificadas porque esas necesidades privadas de los individuos,
que no pueden ser asumidas por sí mismos, pasan a convertirse
en directrices obligatorias para los estados. Veremos aqui como
se produce el tránsito entre lo privado y lo público, y como se podrá
exigir que se acomentan las reformas necessárias que garanticen
la cobertura de esas peticiones privadas.
20 AA. VV: Lecciones sobre Estado social y Derechos sociales, Tirant lo Blanch,
2014.
A modo de conclusión
Queda patente en lo aquí expuesto que las políticas sociales
son un elemento fundamental de los Estados sociales, y del Esta-
do del Bienestar en la cobertura de las necesiades sociales de los
individuos. Esto permitirá que haya una sociedad más equitativa,
más justa y más igual.
Por ello, esas necesidades concretadas en los derechos so-
ciales que contemplan los ordenamientos jurídicos exigen actua-
ciones concretas de política social, lo que implica la necesidad de
un fuerte gasto social y la corresponsabilidad de los ciudadanos
en la financiación de esas políticas.
Para conseguir el equilibrio de la sociedad a través de esta
vía, los servicios sociales se convierten en una de las piezas fun-
damentales de las políticas de protección social.
Referencias
AA. VV. Política social y trabajo social, Alianza, 2009.
AA. VV. Lecciones sobre Estado social y Derechos sociales,
Tirant lo Blanch, Valencia, 2014.
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Capítulo 9
Introdução
A América Latina tem vivenciado há alguns anos o acir-
ramento da penalização dos chamados crimes de drogas, tendo
como resultado o aumento exponencial dos números de pessoas
presas. De acordo com o World Prison Population List, relatório
produzido pelo Institute for Criminal Policy Research, há no mun-
do cerca de 11 milhões de pessoas presas. O documento aponta,
ainda, que no período entre o ano 2000 até 2018, a população
prisional global sofreu um aumento de 24% (WALMSLEY, 2018).
O Brasil colabora com este número, na medida em que
possui a terceira maior população prisional do mundo, regis-
trando cerca de 760 mil pessoas aprisionadas, ficando atrás
apenas dos Estados Unidos (2.1 milhões) e da China (1.7 milhões)
(WALMSLEY, 2018).
Chama a atenção o fato de que, apesar de homens com-
porem a maior parte da população prisional, as taxas de encar-
ceramento entre as mulheres têm crescido exponencialmente.
De acordo com Giacomello (2020), a América Latina possui uma
das maiores taxas de população carcerária feminina do mun-
do, dado que se replica ao lançarmos o olhar para a população
O Cenário
O modelo político-econômico neoliberal que tem sido
amplamente concretizado nos países da América Latina implica
necessariamente em um enxugamento das políticas sociais. É
em nome de um Estado cada vez menos socialmente protetor
e mais economicamente fiel aos interesses de grandes conglo-
As mulheres
O lugar de vulnerabilidade ocupado pela mulher pobre e, na
sua grande maioria, negra, em uma sociedade capitalista, racista
e patriarcal, é marcado pela precariedade das condições de vida e
pela ausência de políticas públicas que garantam acesso à saúde,
educação, moradia e saneamento básico. Diante da necessidade
de sobreviver, estas mulheres são sobrecarregadas com as tarefas
domésticas e a responsabilidade em prover a família. São elas o
elo mais frágil da economia, afinal, se mulheres ganham menos
que os homens realizando as mesmas tarefas, especialmente as
mulheres pobres são submetidas às atividades informais em que
a renda obtida dificilmente chega a um salário mínimo (GIACO-
MELLO, 2020; WALMSLEY, 2018).
A baixa escolaridade, a dificuldade de conseguir empregos
formais e a condição de arrimo de família contribuem para a
inserção destas pessoas na dinâmica de possíveis crimes. Subme-
tidas à violência estrutural de uma sociedade que cada dia reduz
mais as políticas sociais, aprofunda as desigualdades e produz
exclusão, na América Latina, estas mulheres estão na mira das
políticas criminais, cada vez mais ampliadas em nossa realidade
(SAMARANACH, NELLA, 2017).
Elas são chefes de família e responsáveis pelos cuidados
com os filhos, via de regra não possuem relação com grandes
redes criminosas, nem tampouco ocupam lugares de chefia ou
destaque, o que reforça a tese de que o cometimento do crime
se dá principalmente em função da necessidade de subsistência
do lar e/ou por conta da história com companheiros que já estão
envolvidos com este mercado. De acordo com pesquisas recen-
tes, estas mulheres comercializavam pequenas quantidades
de drogas, faziam transporte ou consumo próprio, ocupando,
na maioria das vezes, lugares subalternos ou coadjuvantes
nesta realidade (FRAGA, SILVA, 2017; TANNUSS, SILVA JUNIOR,
GARCIA, 2020).
Conclusões
O encarceramento de mulheres, especialmente na
América Latina e no Brasil, atualiza-se como um processo
diretamente ligado ao fortalecimento do Estado neoliberal e sua
consequente precarização das políticas sociais. Tal cenário tem
acirrado sobremaneira as desigualdades sociais, produzindo
vulnerabilidades e violências que recaem com maior força sobre
certos grupos sociais, especialmente as mulheres.
A política criminal tem ocupado lugar de destaque nas
dinâmicas contemporâneas, atendendo de forma eficaz os in-
teresses capitalistas, em particular, no que tange à famigerada
Referências
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Capítulo 10
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL:
desafios à efetivação do direito
à convivencia familiar e comunitária
Maria do Socorro de Souza Vieira.
Karoline Silva David de Freitas
Ana Lúcia Batista Aurino
Introdução
O presente capítulo é resultante de um estudo de mes-
trado, realizado no âmbito do PPGSS/UFPB, tendo como base os
dados a pesquisa “Violação de Direitos e Vulnerabilidade Social
de Crianças, Adolescentes e Famílias no estado da Paraíba e as
Políticas de Enfrentamento”, desenvolvida entre 2017 e 2020,
pelo Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Crianças, Adolescen-
tes, Famílias e Proteção Social, do qual as autoras participam
como pesquisadoras. O estudo ora apresentado envolveu 31
instituições de acolhimento do Estado, tendo sido entrevista-
dos 27 assistentes sociais. Para coleta dos dados, foi utilizada
a técnica de entrevista, mediante aplicação de questionário
semiestruturado. A metodologia da pesquisa está embasada
numa perspectiva crítica, com abordagem quali-quantitativa,
com a sistematização, leitura e interpretação dos dados segundo
técnica de análise de conteúdo.
Considerações finais
O estudo apresentado destacou diversos pontos na forma
de avanços, fragilidades e desafios para a efetividade do direito
à convivência familiar e comunitária de crianças e adolescen-
tes nas instituições de acolhimento. A análise também trouxe à
tona a necessidade de mais investimentos sociais nas políticas
de proteção social, em especial, a Política de Assistência Social,
para que, de fato, todas as condições humanas sejam oferecidas
(i) às famílias cujos vínculos afetivos foram rompidos, (ii) aos
Referências
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econômicas e sociais no Brasil dos anos de 1990 e seu impacto
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sobre adoção; altera as Leis nos 8.069, de 13 de julho de 1990
- Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF: Senado
Federal, 2009.
Capítulo 11
Introdução
A sensação de insegurança e a violência urbana que atin-
gem, principalmente, as maiores cidades brasileiras – sensação
esta que não é apenas de caráter subjetivo, posto que, de fato, a
criminalidade é patente em todas as camadas da sociedade bra-
sileira, embora muito mais localizada nas periferias das grandes
cidades – provocam uma série de proposições imediatistas, com
vistas a solucionar este cenário de criminalidade. Verificam-se,
também, em boa parte dos países, sobretudo da América Latina,
medidas de destruição do Estado de bem-estar social e de sua rede
de proteção social. Nessas circunstâncias, não é de se estranhar
o fato de que as ações repressivas do Estado, incluindo aumento
do encarceramento de amplas parcelas da população, na maioria
das vezes dos jovens, cresçam exponencialmente. Portanto, as
ações relacionadas à construção de um Estado penal remetem
mais a insegurança social do que a criminal propriamente dita
(WACQUANT, 2012). Este capítulo expõe reflexões neste campo;
Considerações finais
O modelo penal do Estado, apresentado como solução para
os problemas da criminalidade, destrói as bases de uma socieda-
de democrática e evidencia o recorte de classe, criminalizando
os pobres, os imigrantes, os negros e setores minoritários da
sociedade. No caso brasileiro, a crescente onda de desregula-
mentação da economia e a destruição das conquistas adquiridas
com a promulgação da Constituição de 1988, que possibilitava a
concretização de um Estado Social brasileiro, parecem conduzir
ao fortalecimento do estado penal, a despeito de mudanças efe-
tivadas no corpus legislativo pós-Constituição de 1988.
Em contraponto ao avanço da legislação brasileira acerca
da garantia de direitos e o atendimento prestado a crianças e
adolescentes, o que se verifica, no dia a dia, é um contexto de
violação de direitos, aumento da violência e índices alarmantes
de criminalidade, situação da qual grande parte das crianças e
adolescentes estão expostos.
A tais questões, e à suposta brandura da legislação pro-
tecionista, alas conservadoras da sociedade e da grande mídia
atribuem as causas dos distúrbios sociais aos adolescentes, prin-
cipalmente aos que cometem ato infracional, em geral oriundos
das camadas mais pobres, do sexo masculino, negros ou pardos.
Advogam em defesa de um Estado Penal mais proativo em relação
à “marginalidade”, com leis mais duras, menos proteção social e
uso intensivo do aparelho repressivo do Estado; com mais puni-
ção e violência. (ASSIS, 2019). Atualmente, vivenciamos no Brasil
grandes tensões e retrocessos. O atual presidente, de ideologia
ultradireitista, utiliza como subterfúgio de combate ao crime o
uso da força extremada e até a defesa de grupos de extermínio.
Por ora tratamos da análise de uma face do fenômeno
socioeducativo, que deve se somar a outros estudos sobre a te-
mática, no sentido de subsidiar a luta por garantia de direitos.
Diante dos desafios encontrados é imprescindível a elaboração
Referências
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Pessoa, PB, 2019.
Capítulo 12
Introdução
As Políticas de Desenvolvimento Social e Combate à Fome
tiveram papel expressivo na melhoria das condições de vida e
bem-estar da população brasileira, especialmente dos segmentos
mais vulneráveis e de mais baixa renda entre 2004 e 2014. A
criação e expansão do Programa Bolsa Família, a diversifica-
ção e ampliação da cobertura dos serviços socioassistenciais,
a construção de cisternas no Semiárido e provimento de ali-
mentos a equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional,
a oferta de cursos de Qualificação Profissional, viabilizadas de
forma mais integrada e dirigida a essa parcela de brasileiros,
explicam boa parte dos avanços sociais constatados em dife-
rentes pesquisas e por pesquisadores de diversas instituições
nacionais e internacionais.
Se ainda há muito por investigar acerca do papel – es-
pecífico e integrado – dessas Políticas para o desenvolvimento
social no país também há ainda que se resgatar a contribuição
dos instrumentos inovadores de gestão, monitoramento e ava-
liação criados e aperfeiçoados no período para a efetividade
dos seus programas.
31 Este texto está baseado em outro mais extenso, publicado em uma coletânea
organizada por Maria Inês Nahas, a saber JANNUZZI (2015).
Considerações finais
O surgimento e consolidação das Políticas de Desenvolvi-
mento Social e Combate à Fome, a intersetorialidade com demais
Políticas Sociais e a complexificação da gestão dos programas
relacionados levaram à produção de indicadores mais sensíveis
e específicos, a partir de um número crescente de fontes de da-
dos. A SAGI procurou responder à demanda com a produção de
um conjunto amplo de indicadores sociais, inclusive explorando
a potencialidade do Cadastro Único como fonte de indicadores
municipais relativos à população de mais baixa renda (indicadores
Referências
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Capítulo 13
Considerações finais
Concluímos através de vivências no campo das políticas
públicas, a existência de uma tendência em que tanto estas quanto
os arranjos institucionais promovidos por elas sejam organizados
em torno de questões setoriais tradicionais, o que denominamos
de “isolacionismo setorial”. Com isso, permanece a dificuldade
para a construção de programas de natureza intersetorial que
dialoguem com as várias dinâmicas (existentes ou potenciais)
das economias territoriais.
A pesca artesanal desenvolvida no litoral paraibano apre-
senta características peculiares da cultura dos povos tradicionais,
sendo de pequena escala e de forma artesanal. A caracterização
da atividade pesqueira e dos pescadores indígenas mostram um
importante meio de subsistência para as aldeias.
Os pescadores potiguara aprenderam a arte de pescar por
meio do vínculo familiar com pais, avôs, irmãos, tios e primos,
e também com outros pescadores antigos e amigos das aldeias
vizinhas, em sua maioria ainda crianças, o que demostra a rea-
lidade dos pescadores que apresentam uma baixa escolaridade.
Entretanto, o conhecimento que esse povo adquiriu na prática é
um conhecimento extremamente válido e rico.
Referências
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FAVARETO, A. Paradigmas do desenvolvimento rural em
questão. São Paulo: FAPESP, 2007.
Capítulo 14
Introducción
El proceso para el reconocimiento y la ratificación, por
parte de los Estados, de los derechos humanos de la infancia y
la adolescencia, a nivel internacional, ha sido un camino largo.
Actualmente, se evidencia el desafío de avanzar en la era de la
implementación, que ha desvelado un desfase importante para
el logro de la igualdad de género y la salvaguarda de los derechos
de las niñas y las adolescentes, particularmente desventajadas,
con respecto al grupo social de la infancia y la adolescencia (PI-
NHEIRO y NACIONES UNIDAS, 2006; HODGKIN y NEWELL, 2002).
En el marco de los estándares jurídicos internacionales
para la tutela de los derechos humanos de la infancia y la ado-
lescencia y de los principios rectores de su piedra angular, la
Convención sobre los Derechos del Niño/a (UNCRC/CDN, 1989), el
fenómeno del matrimonio infantil temprano y forzoso ha sido
reconocido como una “práctica nociva” que afecta gravemente
a los derechos de las niñas y las adolescentes a la salud, desar-
rollo integral, participación y libres elecciones para su futuro.
América Latina y el Caribe, actualmente, es la única Re-
gión, en el mundo, en la que estas uniones no han disminuido,
Notas metodológicas
El capítulo se fundamenta en nuestros trabajos de investi-
gación y de campo etnográficos anteriores, en América Latina y
el Caribe (BINAZZI, 2019c; 2019a), al igual que en nuestra expe-
riencia profesional con organizaciones internacionales guberna-
mentales comprometidas con los derechos de infancia. Nuestra
participación en proyectos europeos de investigación académica
internacional ha profundizado en el tema de la igualdad de género
y la diversidad (BINAZZI, 2019b; 2016).
Cabe evidenciar el Proyecto Intercontinental IRSES M.
Curie, Europa-América Latina GenderCit (Gender and Citizenship,
2013-2017), co-financiado por la Comisión Europea, coordina-
do por la Universidad Pablo de Olavide, Sevilla, España, y su
Proyecto gemelo GOV.DIV. (Multilevel Governance of Cultural
Diversity, 2014-2018), liderado por la Universidad de Minho,
Portugal. En este marco, nuestra investigación en el terreno se
ha desarrollado en Centroamérica, en 2016 y 2017.
Nuestra postura se sitúa en la antropología reflexivo-inter-
pretativa contemporánea (OLIVIER DE SARDAN, 2008; MILLER,
2014; HERZFELD, 2001), cuya perspectiva teórica aborda las cul-
turas, como redes de significados, que tienen que interpretarse a
partir del pensamiento de las personas que forman parte de dichas
Conclusión
El matrimonio infantil es una práctica nociva para la vida
de las niñas-adolescentes, bajo todos los aspectos y para su de-
sarrollo integral, aunque se case con otro menor de edad, por el
impacto negativo que esta práctica nociva tiene sobre su salud,
educación, participación, y libres elecciones para su futuro. La
niña sigue siendo considerada, en distintos contextos del mundo,
al igual que en varios de América Latina y el Caribe, como “objeto
de tutela”, y los efectos nocivos del matrimonio temprano en los
distintos aspectos de su vida son descuidados.
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Capítulo 15
Introdução
O recorte temático deste capítulo se dá em decorrência
da dissertação de mestrado, intitulada “A TRANSFERÊNCIA DE
RENDA E O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA (PBF): percepções no
município de Bayeux-PB”, apresentada ao Programa de Pós-gra-
duação em Serviço Social, da Universidade Federal da Paraíba
(PPGSS/UFPB).
Faz-se mister abordar que no contexto brasileiro, espe-
cialmente sob a égide da década de 1990, o Brasil vivenciou uma
era de reformas estruturantes e buscou desvincular o Estado
dos compromissos sociais assumidos na Constituição de 1988.
Ademais, pretendeu-se um engajamento na nova ordem capita-
lista mundial, em busca de competir no mercado livre e adotar
políticas de corte neoliberal.
O Brasil passou a conduzir as políticas sociais para o âm-
bito da transferência de renda, tornando-se a principal linha de
intervenção do Estado na vida dos mais empobrecidos; portan-
to, a transferência de renda, além de beneficiar as famílias em
situação de pobreza, seria também uma estratégia para fortale-
cer a capacidade competitiva das empresas nacionais e elevar
O lócus da pesquisa
O município de Bayeux de acordo com o Censo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (2010), apresentava 99.716
pessoas, das quais 47.736 são do sexo masculino e 51.980 do sexo
feminino; destas, 98.793 residem na zona urbana e 923 residem
na área rural. É, portanto, uma cidade eminentemente urbana.
Devido ao crescimento urbano desse município, atividades
como a agricultura e a pecuária possuem pouca expressão em
Bayeux. A atividade pesqueira, que já foi uma das mais importan-
tes, decaiu devido “o desmatamento do mangue, o despejo de gases
industriais nos rios, a penetração cada vez maior de moradias no
terreno pantanoso e a pesca predatória” (OLIVEIRA, 2012).
A população economicamente ativa e inserida no mercado
formal de trabalho ainda de acordo com o IBGE (2010), ganha
em média 1.8 salários mínimos e, apenas,10,8% da população
encontra-se ocupada, enquanto 43,2% têm rendimento nominal
mensal de ½ salário mínimo. O Produto Interno Bruto (PIB) per
capita, por sua vez, é de R$ 11.829,33 se destacando no Estado da
Paraíba, pois entre os 223 municípios, Bayeux ocupa o 26º lugar
no ranking.
O recorte de renda é parte crucial para definir a parcela
da população que deve acessar os projetos, programas, serviços
e benefícios das Políticas Públicas. Frente a isso, o Índice de De-
senvolvimento Humano (IDH) apresentado pelo município é de
0.649, ou seja, ainda distante do ideal (IBGE, 2010).
A cidade de Bayeux possui 15 bairros: Alto da Boa Vista,
Baralho, Brasília, Centro, SESI, Imaculada, Jardim Aeroporto, Rio
do Meio, Mário Andreazza, Tambay, Comercial Norte, Manguinhos,
Jardim São Severino, Jardim São Vicente e São Bento.
Há a incidência de que a questão do território emerge
como impulsor do processo de desenvolvimento servindo como
referência para as diretrizes econômicas e seus reflexos nas
políticas sociais, voltadas prioritariamente, para a redução ime-
Quantidade
BRASIL de Famílias 13.828,609 13.841,302
Beneficiadas
Quantidade
de Famílias 514.017 514.663
ESTADO DA Beneficiadas
PARAÍBA
Quantidade
de Famílias 10.973 21.374.454,00
MUNICÍPIO Beneficiadas
DE BAYEUX
Tipos de benefícios
O quadro 2 apresenta os tipos e o quantitativo por benefício
familiar, entre 2011-2018, em Bayeux-PB, concedidos pelo PBF.
Vale dizer que, os dados correspondentes ao período referenciado,
obtidos através da SAGI/MDS (2018), foram sistematizados a partir
de 2011, considerando sua disponibilidade no sistema, à época.
Desta feita, identificam-se e sistematiza-se os tipos de benefícios,
como: de Superação da Pobreza, o Benefício Variável à gestante, o
Benefício Variável à nutriz, o Benefício Variável Jovem, o Benefício
Variável e o Benefício Básico.
ANOS
Benefício
do PBF de
Bayeux 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Cod. 01 – Violência
intrafamiliar (física 02 - - -
sexual ou psicológica)
Cod. 06 – Recusa da
criança em frequentar
02 01 01 -
a escola ou o serviço
de Convivência do PET
Cod. 20 – Gravidez
01 - - 01
infanto-juvenil
Cod. 22 – Doença da
01 01 03 01
Criança/adolescente
Considerações finais
Ao longo deste capítulo debruçado sobre o tema – “O PRO-
GRAMA BOLSA FAMÍLIA E AS CONDICIONALIDADES NA ASSIS-
TÊNCIA SOCIAL EM BAYEUX-PB”, constata-se que são muitas as
contradições identificadas sobre o papel que assumiu, entre 2017-
2018, o referido programa. Desse modo, o Bolsa Família, inicial-
mente, circunscreve-se em contextos socioeconômicos distintos,
que vão desde a ofensiva neoliberal ao discurso do chamado
“novo-desenvolvimentismo” e ao regresso do conservadorismo.
No movimento de construção de concepções sobre pobreza,
a legislação, as informações e os discursos oficiais convergem
no ponto essencial quando falam de pobreza: ausência ou de-
ficiência como seu principal componente, aspecto reiterado no
contexto geral das políticas e programas sociais. “Noção essa que
escamoteia a desigualdade e tem a função político-ideológica de
acomodar conflitos e o pobre no sistema vigente” (ARAUJO, 2009
apud SILVA & SILVA, 2016, p. 51).
O bem-estar de um indivíduo ou de sua família pode ser
provido por meio de diferentes fontes, entre elas, da ação do
Estado. No mundo de “certezas”, onde o seguro não é necessário
porque não há riscos, um sistema de proteção social teria um
papel pequeno a desempenhar. Todavia, tais suposições não
resistem nos mercados reais, onde imperam a incerteza e o
risco, a exemplo do que ocorre no mundo globalizado, em que
a proteção social se faz constantemente urgente.
No decorrer da pesquisa, destacam-se aspectos observados
que perpassam: a proteção social e a erradicação da pobreza;
o Bolsa Família como acesso direto à renda e ao consumo das
famílias beneficiárias, desde que cumpram as condicionalidades
estabelecidas pelo PBF. Dessa forma, em Bayeux-PB, o Progra-
ma revelou ser um importante instrumento no enfrentamento
das vulnerabilidades sociais, considerando que possibilitou no
município referenciado, uma porta “de saída” da marginalidade
Referências
BRASIL. Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004 - Cria o Bolsa
Família. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2004-2006/2004/lei/l10.836.htm2014>. Acesso em:
18 set. 2018.
BRASIL. Política Nacional de Assistência Social. Brasília:
MDS/PNAS, 2004.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome. Financiamento da Assistência Social no Brasil. Caderno
SUAS, ano 3, n. 3, Brasília: 2008.
Capítulo 16
Introdução
As projeções demográficas indicaram que a expectativa
de vida das pessoas e a redução da capacidade física e cogni-
tiva aumentam enquanto se limita a capacidade das famílias
de cuidarem destas. O envelhecimento da população aumenta
a demanda por cuidados com idoso e de estruturas legais para
regular os direitos e as atividades das instituições voltadas
para o idoso. Considerando que a desatenção a esses serviços
resultaria num incontornável prejuízo ao atendimento aos
idosos, particularmente para os portadores de limitações físi-
cas e cognitivas.
No Brasil, nas últimas décadas do século XX, o aumento dos
idosos demandou legislações relativas à efetivação dos direitos e
as instituições destinadas estes. Instituições que eram destinadas
apenas a miseráveis e abandonados, os velhos “asilos¨, marcados
por preconceitos historicamente constituídos, se transformaram
em “Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPs), pro-
posta da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. No
Relativo
Mais Mais
em relação Mais
Abs. Até 1/2 de ½ de 1
à pop. total de 2
a 1 a 2
(%)
Idosos na Que
Nome da Ocupação Gênero Acometidos
lista de Internos foram a
Instituição 2018-2021 F M por COVID
espera óbitos
Lar da
90 - 76 59 - 17 400 53 01 56
Providência
Aspan 65 - 27 20 - 07 60 14 14 06
Vila 67 - 62 27 - 35 354 21 06 06
Vicentina
Casa da
Divina 35 - 31 36 - 0 36 0 0 0
Misericórdia
Instituição
Espírita 43 - 36 22 - 14 22 0 0 0
Nosso Lar
Dados Primários
Conclusões
O aumenta do número de idosos na realidade atual, as
limitações financeiras e físicas dos familiares e novos arranjos
familiares, a chamada “crise global de insuficiência familiar¨ e
da situação das mulheres, além das moradias precárias, modi-
ficaram os cuidados na família, com filhos e idosos, ¨frágeis”.
Mudanças que chamaram o Estado para atuar nas acomodações
das pessoas, em particular idosas que demandam habitações
específicas. Os tratados internacionais e a Constituição da Repú-
blica do Brasil e outros dispositivos legais garantem aos idosos o
direito de morar com dignidade, em Instituições, com a família
ou em lar sozinho ou acompanhado.
A Política Nacional do Idoso e Estatuto do Idoso e os novos
dispositivos referentes, as Instituições de Longa Permanência
para Idosos (ILPIs) possibilitaram as operacionalizações de direi-
tos através de políticas concretizadas nos serviços de assistência
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº
94 de 31 de dezembro de 2007. Modifica a RDC nº 283, set
2005. Regulamento Técnico que define as normas de
funcionamento para as instituições de longa permanência
para idosos. Disponível em: http://ftp.saude.sp.gov.br/ftpsessp/
bibliote/informe_eletronico/ 2008/iels.jan.08/iels05/U_RS-ANVS-
RDC-94_311207.pdf. Acesso em: 12 jul. 2010.
BRASIL Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento
Técnico que define as normas de funcionamento para as
instituições de longa permanência para idosos. RDC nº
283, set 2005. Disponível em: http://websphere.anvisa.gov.
br/wps/wcm/connect/ ae5d4580430d5cc6a5ceb7536d6308db/
RDC+N%C2%BA+283-2005.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em:
12 jul 2010.
BRASIL. Características das Instituições de Longa
Permanência para Idosos. Região Nordeste. Coordenação
geral Ana Amélia Camarano, Brasília: IPEA, Presidência da
República. 2008.
BRASIL. Constituição. Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
BRASIL. Decreto n° 1.948/96. Regulamenta a Lei nº 8.842,
de 4 de janeiro de 1994. Diário Oficial da União 5 jan 1994.
Capa | Sumário
294 |
Capítulo 17
Introdução
O presente texto circunscreve-se em meio ao curso de uma
crise sanitária e humanitária sistêmica em escala mundial, demar-
cada pelo espraiamento do novo coronavírus (Covid-19) e busca
elucidar o debate a partir do modelo brasileiro de Seguridade
Social – sobretudo a partir do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) e do Sistema Único de Saúde (SUS) – e sua configuração no
estado da Paraíba, com foco no fortalecimento das inter-relações
da vigilância socioassistencial e em saúde.
O estudo em voga é resultante do Projeto – Plataforma
Covid-19/PB: relações entre saúde, território e proteção social em
tempos de crise sócio sanitária (Edital 03/Fapesq-PB/2020), e não
teria sido possível, senão pela qualidade da rede acadêmica de
pesquisadores, de diversas áreas do conhecimento, vinculados
à Programas de Pós-Graduação e grupos de pesquisa interinsti-
tucionais e de âmbito – regional e nacional. Cabe aqui registrar,
o Instituto Nacional de Estudos Espaciais – INPE(BR), através
do Laboratório de Investigações em Sistemas Socioambientais
– LiSS, coordenado pelo Dr. Antônio Miguel Monteiro Vieira,
Subdimensão: SEGURANÇA DE RENDA PELA Subdimensão: SERVIÇOS PÚBLICOS DE Subdimensão: PRESENÇA DE POVOS ORIGINÁRIOS
CONDIÇÃO DE ACESSO AO AUXÍLIO EMERGENCIAL PROTEÇÃO SOCIAL DO SUAS – BÁSICA E ESPECIAL RELAÇÃO COM O SISTEMA DO CADÚNICO
1. Taxa de beneficiários PBF (por hab.) 13. Taxa bruta da presença de serviços da PSB (por hab.) 17. Presença de Indígenas cadastrados no CadÚnico
2. Taxa de cadastrados no CadÚnico (por hab.) 14. Taxa bruta da presença de serviços da PSE (por hab.) 18. Presença de Quilombolas cadastrados no CadÚnico
3. Taxa de beneficiários EXTRACAD (por hab.) 19. Taxa de Indígenas declarados
Da construção do Índice
Ancorado na abordagem de AVEO (CEPAL, 1999) os
indicadores procuram evidenciar as desigualdades de a cesso
a ativos. Para tanto, os dados padronizados numa escala de que
compreende valores entre zero (0) e um (1), com a utilização da
técnica da normalização de mínimos e máximos:
X X min
X changed
X max X min
Considerações finais
Nessa primeira leitura, a matriz ora elaborada tem o
potencial gerador de muitas funcionalidades. À título de exemplo
citaríamos:
Referências
BRASIL. Decreto nº 10.316, de 7 de abril de 2020 que
regulamenta a Lei Nº 13.982 de 2 de abril de 2020. Brasília.
Diário Oficial da União. Disponível: https://www.in.gov.br/en/
web/dou/-/lei-n-13.982-de-2-de-abril-de-2020-250915958. Acesso
em: 13 out. 2020.
BRASIL. Decreto nº 10.412, de 30 de junho de 2020 que
prorroga o período de pagamento do auxílio emergencial de
que trata a Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020. Brasília. Diário
Oficial da União. Disponível: https://www.in.gov.br/en/web/
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del Proyecto URU/97/017 “Apoyo a la implementación
del Programa de Acción de la Cumbre Mundial sobre
Desarrollo Social”. Cepal Oficina De Montevideo Marco
Conceptual Sobre Activos, Vulnerabilidad Y Estructuras De
Oportunidades. Montevideo, 1999.
CONSERVA, M. (coord). Projeto Plataforma Covid-19: relações
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sócio sanitária. UFPB/NEPPS/PPGSS/FAPESQ-PB. João Pessoa,
Brasil (2020). A Plataforma Covid-19/Paraíba: Observatório de
indicadores sociais e de saúde para gestão do SUS e do SUAS.
Disponível em: http://www.cchla.ufpb.br/covid/
IBGE. Panorama nacional e internacional da produção
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Indicadores Sociais, 2018. Disponível em: https://biblioteca.
ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101562.pdf. Acesso em:
05 out. 2020.
SANTOS, J.V. SUS: elemento central para enfrentar a pandemia
de coronavírus. Entrevista especial com Reinaldo Guimarães.
Entrevista em 17 março 2020. Disponível em: http://www.
ihu.unisinos.br/159noticias/entrevistas/597139-sus-elemento-
central-para-enfrentar-a-pandemia-de-coronavirus-entrevista-
especial-com-reinaldo-guimaraes. Acesso em: 15/04/2020.
Capítulo 18
ASSISTÊNCIA SOCIAL
NO CONSÓRCIO NORDESTE:
dimensão técnica e política
da construção de conhecimento
e domínio da informação
Shirley de Lima Samico
Maria Luiza Amaral Rizzotti
Laura Peixoto Bamberg
Introdução
Este capítulo tem por finalidade apresentar uma expe-
riência inédita expressa pelo trabalho do grupo de Vigilância
Socioassistencial40 composto pelos 9 estados da região nordeste
brasileira. As ações empreendidas plasmam as dimensões téc-
nica e política na organização e socialização de informações.
Nessa linha, três aspectos são considerados fundamentais na
análise: (i) a essencialidade da vigilância socioassistencial para
o aprimoramento do SUAS (Sistema Único de Assistência Social),
na medida em que aprimora a gestão deste campo protetivo e,
por conseguinte, qualifica as suas ofertas de serviços e bene-
fícios; (ii) a necessária leitura da realidade social nordestina
desenhada pela crise sanitária da Covid-19. Uma crise social que
agravou a desigualdade marcada pelo modelo econômico e que
3,7%
5,5% 5,3% 3,1%
1,5%
2,3%
14.487.289
14.095.333
13.972.392
13.552.739
13.354.834
13.161.099
12.865.037
12.581.110
12.045.030
12.012.089
4,7%
-14,5%
-0,3%
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021(abr)
Fonte: Cecad/SENARC/MC
Elaboração: Grupo de Trabalho da Vigilância Socioassistencial do Nordeste
Considerações finais
A experiência posta aqui representa um trabalho contínuo
e de fôlego que articula a construção de conhecimento e seu uso
no aprimoramento da gestão do SUAS. Além disso, galga uma
dimensão política ao pautar a sociedade sobre temas fundantes
no campo da proteção social. A concepção que inspirou esse texto
reconhece que não há avanços no campo dos direitos protetivos
sem que sejam identificados os tensionamentos entre diferentes
projetos de estado e de desenvolvimento econômico e social, e
Referências
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BRASIL/MDS. NOB/SUAS – RH. Brasília: MDS, 2006.
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Governadores do Nordeste, de 21 de agosto de 2019. Disponível
em: <https://www.pi.gov.br/noticias/governadores-assinam-
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novos estudos sobre exclusão pobreza e classe social. 2. Ed.
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NAVARRO, V. Produção e Estado de bem-estar: o contexto
político das reformas. Revista Lua Nova, n. 28/29, p. 160-199,
1993.
PEREIRA, P. A. P. Política Social, temas e questões. São Paulo:
Cortez, 2008.
Capítulo 19
Introdução
A pandemia do novo coronavírus, desencadeada no final de
2019, vem dizimando vidas e causando perdas socioeconômicas
e culturais. Os primeiros casos de infecção surgiram na cidade
de Wuhan, na China, espalhando-se de forma exponencial por
mais de 114 países. Trata-se de desastre biológico que desen-
cadeou crises sanitária, econômica e social em escala mundial
(LIMA, 2020). Devido à sua rápida disseminação entre os países,
a Organização Mundial da Saúde emitiu, em janeiro de 2020,
Declaração de Emergência em Saúde Pública Internacional50,
e decretou, em março de 2020, a COVID-19 como pandemia51.
No Brasil, o primeiro caso de COVID-19 foi registrado em
fevereiro de 2020, propagando-se a doença de forma rápida, o
que levou à tomada de medidas emergenciais. O Ministério da
Considerações finais
Neste capítulo, buscamos chamar a atenção para a im-
portância do SUAS, no atendimento a pessoas e famílias, em
situações de emergência, com base nos efeitos da pandemia do
Referências
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Brasil e sua correlação com indicadores de vulnerabilidade.
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BRASIL. 2006a. Conselho Nacional de Assistência Social.
Resolução CNAS nº 212, de 19 de outubro de 2006. Propõe
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de benefícios eventuais no âmbito da política pública de
assistência social. Disponível em: Resolução CNAS nº 212 de
19/10/2006 – Federal – LegisWeb. Acesso em: 1 mai. 2020.
Capítulo 20
Referências
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POSFÁCIO
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Pamplona: Thomson Reuters Aranzadi. 2019.
Aldaiza Sposati
Professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-
SP), Mestre e Doutora em Serviço Social pela PUC-SP, Pós-doutora
pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Coorde-
na o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Seguridade e Assistência
Social – NEPSAS – da PUC-SP. Pesquisadora dos temas proteção
social, seguridade social, políticas sociais públicas, assistência
social e gestão social. Membro da direção da Rede Brasileira de
Renda Básica.
aldaiza@sposati.com.br
https://orcid.org/0000-0003-3999-1844
Alice Binazzi
Doctora en Ciencias Sociales, con mención internacional, línea de
investigación en Género e Igualdad, por la Universidad Pablo de
Olavíde (UPO), Sevilla, España. Maestría en Desarrollo Humano
Local, Cultura de Paz y Cooperación Internacional y Licenciatura
Magistral en Ciencias de la Educación, por la Universidad de Flo-
rencia, Italia. Antigua staff member del Centro Internacional de
Investigación UNICEF IRC – Agencia de Naciones Unidas. Ha vivido
en Latinoamérica y el Caribe, realizando etnografías en la Repúbli-
ca Dominicana y México, sobre la implementación de los derechos
de infancia y adolescencia. Investigadora, por la Universidad de
Florencia, en proyectos intercontinentales Europa-América Latina,
cofinanciados por la Comisión Europea. Experta Independiente del
Consejo Asesor de REDidi, Salamanca, España.
alicebinazzidaniel@yahoo.com
https://orcid.org/0000-0002-5949-3765
Christoph Türcke
Um dos principais representantes da Teoria Crítica na contempo-
raneidade, herdeiro da tradição inaugurada por Walter Benjamin,
Theodor Adorno e Max Horkheimer, que ficou conhecida como a
Escola de Frankfurt. Defendeu sua tese de doutorado em filosofia
sobre a crítica da ideologia, na Goethe Universität Frankfurt am Main.
Atualmente é professor emérito de filosofia na Escola de Belas Artes
de Leipzig (Hochschule für Grafik und Buchkunst – HGB/Leipzig).
ctuercke@hgb-leipzig.de
https://orcid.org/0000-0002-3161-5847
Dirce Koga
Professora e pesquisadora do Programa de Estudos Pós-graduados
em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
– PEPGSS/PUC-SP, coordenadora do Grupo de Pesquisa Cidades e
Territórios.
dirce.koga@gmail.com
https://orcid.org/0000-0001-6547-9866
Emanuel Silva
Professor Adjunto do Departamento de Serviço Social e do Programa
de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal da
Paraíba – PPGSS/UFPB. Vice-líder do Núcleo de Estudos e Pesquisas
em Políticas Sociais – NEPPS/UFPB. Coordenador do Curso de Gra-
duação em Servço Social da UFPB-PB (Brasil). Doutor e Pós-Doutor
em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
– PUC/SP; Assistente Social e Biólogo de formação. Professor-pesqui-
sador da Plataforma Covid-19/Paraíba: Observatório de indicadores
sociais e de saúde para gestão do SUS e SUAS, disponível no link
http://www.cchla.ufpb.br/covid/
emanuel.nepps.ufpb@gmail.com.
https://orcid.org/0000-0002-5787-6703
Graziela Sheffer
Professora Adjunta da Faculdade de Serviço Social da Universidade
Estadual do Rio de Janeiro-UERJ, Doutora em Política Social e
Serviço Social (UFRJ), Especialista em Saúde Mental Coletiva (ESP/
RS) e Pesquisadora do Centro de Estudos Octavio Ianni (UERJ);
Coordenadora do Grupo Estudos de Paulo Freire (UERJ).
graziela.uerj@gmail.com
https://orcid.org/0000-0003-1921-0879
Jaldes Meneses
Professor Titular do Departamento de História da UFPB e membro
permanente do PPGSS-UFPB. Doutor em Serviço Social (UFRJ) e
Mestre em Sociologia (UFPB). Leciona as disciplinas Teoria da História