TCC de Suellen
TCC de Suellen
TCC de Suellen
TERESINA - PI
2022
SUELLEN DEYSE FERREIRA LIMA
TERESINA - PI
2022
SUELLEN DEYSE FERREIRA LIMA
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________________
Profa. Dra. Ailma do Nascimento Silva
(Presidente)
__________________________________________________________________
Profa. Dra. Norma Suely Campos
(1º Examinador)
__________________________________________________________________
Profa. Mestranda Larissa Nascimento Oliveira
(2º Examinador)
AGRADECIMENTOS
Uma temática abordada por diversas pesquisas constata que o ensino da ortografia
se tem desenvolvido de forma mecanizada em sala de aula, o que favorece ao aluno
aprisionar-se em práticas consolidadas pelo livro didático ou pelas concepções do
docente anacrônicas. Essa prática, consequentemente, não oportuniza ao aluno a
reflexão sobre o Sistema Ortográfico e as suas respectivas regras. Nessa perspectiva,
como os insumos da Fonética e da Fonologia podem auxiliar no aprendizado da
ortografia da língua portuguesa? Os estudos fonéticos e fonológicos hão muitos
subsidia-nos com conhecimentos imprescindíveis, oportunizando-nos o
desenvolvimento de olhares diferenciados e reflexões teóricas que nos permitem
posicionar-nos intelectual e habilidosamente frente as mais diversas realidades de
usos linguísticos dos alunos dos mais diferentes anos escolares, sobretudo, em
particular objeto deste estudo, o ensino da ortografia. Dessa forma, nesta pesquisa
objetivamos discutir sobre a importância dos pressupostos fonéticos e fonológicos
imprescindíveis à compreensão e, consequentemente, à apropriação deste Sistema.
Para especificar este objetivo, buscamos refletir sobre o papel imprescindível da
fonologia para o ensino de língua materna; analisar as propostas do currículo nos anos
finais do Ensino Fundamental, destacando a abordagem dada ao tema Ortografia;
mapear as principais motivações/natureza dos erros ortográficos formulada por Zorzi
(1998). Para o desenvolvimento da pesquisa adotamos a natureza quanti-qualitativa,
descritiva e bibliográfica. Portanto, para fundamentar teoricamente esta pesquisa,
dialogamos com autores como Bisol (1996), Morais (1998, 2007), Seara, Callou e
Leite (2009), Lemle (2009), Nunes e Lazzaroto-Volcão (2011), Faraco (2012),
Nóbrega (2013), Miranda (2015), Silva (2017), dentre outros. O corpus de análise
desta pesquisa é constituído por trinta e oito (38) produções textuais de alunos do 6º
e 7º ano do ensino fundamental, retiradas do banco de dados dos Estudos
Interdisciplinares de Literatura (INTERLIT), instalado na Universidade Estadual do
Piauí (UESPI). Como resultados, constata-se que o ensino/aprendizagem do sistema
ainda é muito falho, pois conforme a análise, os erros mais recorrentes são
decorrentes do apoio na oralidade. Por fim, confirmamos que as vozes advindas de
bases teórico-metodológicas no âmbito da fonética e da fonologia são capazes de
estabelecer diálogos profícuos como o ensino da ortografia e apontar caminhos ainda
não explorados para melhor compreensão e mais rápida apropriação do sistema
ortográfico.
A theme addressed by several researches finds that the teaching of spelling has been
developed in a mechanized way in the classroom, which favors the student to be
imprisoned in practices consolidated by the textbook or by the anachronistic
conceptions of the teacher. This practice, consequently, does not give the student the
opportunity to reflect on the Orthographic System and its respective rules. From this
perspective, how can Phonetics and Phonology inputs help in learning Portuguese
orthography? There are many phonetic and phonological studies that subsidize us with
essential knowledge, providing us with the opportunity to develop different
perspectives and theoretical reflections that allow us to position ourselves intellectually
and skillfully in the face of the most diverse realities of linguistic uses of students of the
most different school years, above all, in particular object of this study, the teaching of
orthography. Thus, in this research we aim to discuss the importance of phonetic and
phonological assumptions essential for understanding and, consequently, for the
appropriation of this System. In order to specify this objective, we seek to reflect on the
essential role of phonology for teaching the mother tongue; to analyze the curriculum
proposals in the final years of Elementary School, highlighting the approach given to
the topic Spelling; to map the main motivations/nature of spelling errors formulated by
Zorzi (1998). For the development of the research, we adopted the quanti-qualitative,
descriptive, bibliographic nature. Therefore, to theoretically support this research, we
dialogue with authors such as Bisol (1996), Morais (1998, 2007), Seara, Callou and
Leite (2009), Lemle (2009), Nunes and Lazzaroto-Volcão (2011), Faraco (2012),
Nóbrega (2013), Miranda (2015), Silva (2017), among others. The corpus of analysis
of this research consists of thirty-eight (38) textual productions by students in the 6th
and 7th year of elementary school, taken from the Interdisciplinary Literature Studies
database (INTERLIT), installed at the State University of Piauí (UESPI). As a result, it
appears that the teaching/learning system is still very flawed, because according to the
analysis, the most recurrent errors are due to orality support. Finally, we confirm that
the voices coming from theoretical-methodological bases in the scope of phonetics and
phonology are capable of establishing fruitful dialogues such as teaching orthography
and pointing out paths not yet explored for a better understanding and faster
appropriation of the orthographic system.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
3.1 Uma breve discussão teórica sobre este peculiar objeto de ensino .................... 29
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 60
10
1 INTRODUÇÃO
de prestígio, por ser ensinada nas escolas e seguir uma norma-padrão, enquanto a
fala é adquirida naturalmente no meio social.
Tendo em vista os sons da fala como objeto de estudo, objetivamos nesse
capítulo discutir as teorias que abrangem a Fonética e a Fonologia do português
brasileiro. Embora estas subáreas difiram entre si, elas são linguisticamente
interdependentes, por isso é significativo investigá-las e distingui-las para alcançar o
objetivo principal deste estudo.
Na próxima seção, destacaremos o porquê da importância dessas subáreas
para a formação de professores de línguas, em particular, a língua portuguesa
brasileira. Em seguida faremos uma reflexão pedagógica acerca da Fonética e
Fonologia.
contribuir para a digestão dos alimentos, então a execução da fala é secundária. Isso
conduz ao investigador a ter-se a si mesmo como aparato contribuinte para a
investigação, pois já armazenamos saberes fonológicos.
Os quadros 1 e 2 apresentam as representações dos segmentos vocálicos e
consonantais que fazem parte da fonética articulatória, alguns segmentos podem ser
caracterizados como alofones no contexto de sua reprodução sonora em frases ou
palavras, dependendo das particularidades de cada dialeto em diferentes regiões do
Brasil.
i u
e o
média-alta
ẽ õ
média-baixa ɛ ə ɔ
ã
baixa
a
Fonte: Adaptado de Silva (2011, p. 32).
Lugar de articulação
Bilabial Labiodental Dental ou Alveopalatal Palatal Velar Glotal
Alveolar
desv voz desv voz desv voz desv voz desv voz desv voz desv voz
Oclusiva p b t d k kʷ g gʷ
Modo de articulação
Africada ʧ ʤ
Fricativa f v s z ʃ ʒ x ɣ h ɦ
Nasal m n ɲ ỹ
Tepe ɾ
Vibrante ř
Retroflexa ɹ
Lateral lɬw ʎ lʲ y
Fonte: Adaptado de Silva (2011, p. 25).
Sob o ponto de vista mais central da realidade humana, seria possível definir
o homem como um ser que fala, mas não como um ser que escreve, o que
traduz a convicção, hoje tão generalizada quanto trivial, de que a escrita é
derivada e a fala é primária. Não é necessária muita genialidade para
constatar que todos os povos, indistintamente, têm ou tiveram uma tradição
oral, mas relativamente poucos tiveram ou têm uma tradição escrita
(MARCUSCHI, 1997, p. 120).
De acordo com Rojo (2006) existem três grandes sistemas de escrita: o sistema
ideográfico ou logográfico, onde cada signo representa uma ideia ou objeto, este é
utilizado pelos chineses, astecas, egípcios, etc.; os sistemas silábicos, onde cada
22
signo representa uma sílaba, esse tipo de escrita evoluiu para a escrita alfabética em
povos como os hindus, fenícios, hebreus. O outro grande sistema é o mais utilizado
no mundo:
geralmente, depois de EN
enxame, enxada
j [ʒ] nos outros casos /ʒ/ flagelo, cajá
g antes de e e i: [i,e,ɛ]
k, qu, c [k] início de palavra, /k/ Kátia, quero,
antes de e e i: [i,e,ɛ] coisa
nos outros casos
r, rr [h, x, ɣ, ɦ] início de palavra, entre vogais, após /R̅/ rapaz, arroz,
consoante em sílaba diferente; Israel, genro
Marcuschi (2007, p. 57) revela que “não é correto analisar a fala sob a ótica da
escrita, justamente porque a escrita é uma padronização e uma regulamentação da
língua que não se verifica na fala”. Por consequência, o processo de aquisição da fala
e da escrita são extensos em diferença.
Tendo em vista o processo de aquisição da escrita e leitura, os professores
terão de trabalhar a consciência fonológica dos seus alunos. Esta ocorre no nível da
consciência da palavra, silábica e fonêmica, assim, as habilidades de consciência
fonêmica se dividem em cinco, conforme Seara, Nunes e Lazzaroto-Volcão (2015, p):
(1) apagamento de fonemas; (2) combinação de fonemas; (3) detecção de fonemas;
(4) segmentação de fonemas; (5) invariância de fonemas.
Assentados nesta reflexão, reiteramos o que destaca Miranda (2012):
O papel do componente fonológico não pode ser desprezado no processo de
aquisição da escrita, uma vez que a criança já possui um conhecimento sobre
a fonologia, podendo facilmente explorá-lo. Nesta perspectiva, é possível
considerar que, durante o processo de aquisição da escrita, surgem
condições propícias para que a criança “atualize” seus conhecimentos acerca
da fonologia da língua (MIRANDA, 2012, p. 129).
26
Cada um dos três sistemas tem suas propriedades singulares, das quais podem
divergirem ou não em termos de símbolos. O docente que internaliza a compreensão
das informações que estão nessa figura, terá uma ação pedagógica mais
fundamentada em torno do ensino da língua.
Faraco (2012) determina que “introduzir uma pronúncia artificial afasta o aluno
da estratégia correta”, sendo assim, utilizar esse modo de ensino parte do pressuposto
que só existe uma única pronúncia correta, da qual se baseia o sistema ortográfico.
Nem o professor, tampouco o aluno utiliza em sua fala esse tipo de pronúncia, então,
durante o processo de retextualização, o aluno irá utilizar a sua memória e o seu
entendimento sobre ortografia.
Esse entendimento se faz necessário porque no ensino de língua portuguesa
se aprende a competência linguística, mais particularmente, a escrita e a leitura.
Submeter-se às variadas formas de linguagem exigem uma aprendizagem
integralizada. Diante disso, os PCNs de língua Portuguesa ressaltam que:
Como vimos, a forma como se fala influencia na forma como se escreve, nesse
sentido, cabe ao docente organizar sua metodologia viabilizando um
ensino/aprendizagem reflexivo, propondo atividades que façam os alunos perceberem
a diferença entre fala e escrita.
No próximo capítulo, discorreremos sobre a Ortografia e o que os documentos
legais dizem ao seu respeito.
29
3.1 Uma breve discussão teórica sobre este peculiar objeto de ensino
Ensinar essas regras fará com que os alunos desenvolvam suas habilidades
de escrita, tornando discentes que saibam escrever diferentes tipos de textos, pois a
produção textual é uma produção escrita e espontânea das ideias dos alunos, e
quando a estruturação dessas ideias é competente à norma, a leitura e a interpretação
são satisfatórias.
Por fim, podemos agrupar também as irregularidades apresentadas por Morais
(2007) no quadro 8.
Quadro 8: Irregularidades ortográficas
Nesses casos não existe regras que ajude o aluno no momento da escrita, por
isso requer o uso da memorização. Desse modo, é válido propor que nas atividades
de memorização, o docente não deva atribuir ao ensino todas as palavras do
dicionário, ele deve fazer um levantamento das principais palavras com contexto
irregular, das quais os alunos mais usam nas produções textuais, e também deve
considerar o uso do dicionário como fonte segura e padrão.
Para minimizar os erros derivados do desconhecimento quanto à irregularidade
do sistema ortográfico, o docente deverá se apoiar também no estudo semântico e
morfofonêmico, para que o aluno compreenda que o sentido também é importante
para a grafia correta, assim como o estudo da estrutura, formação e classificação de
palavras. Assim, observe o exemplo: Vanessa comprou um par de calçados/Esse
assunto tem causado polêmica. No primeiro caso pode ocorrer erros por
generalizações de regras (observe a figura 4, p. 38) e pela possibilidade de
representação múltiplas, visto que a letra l em coda silábica passa a ser produzido
como vogal u em algumas regiões do Brasil, além disso o fonema /s/ tem muitas
possibilidades de representações gráficas, inclusive o ç o representa, por isso a
importância de fornecer atividades que refletem o uso dessas palavras nas frases e
orações.
33
Um dos objetivos da BNCC bem como dos PCNs é formar sujeitos críticos
capazes de questionar a realidade. E para que essa formação seja progressiva, é
necessário que o docente como mediador esteja qualificado em proporcionar a
participação crítica desses alunos em diferentes atividades. Corroboramos com
Madureira e Silva (2017) quando afirmam que “o processo de formação do professor
de Língua Portuguesa precisa se estruturar num plano da interdisciplinaridade, com
vistas a garantir que a docência se paute não em uma atividade mecânica, e sim
reflexiva, crítica e investigativa”. A maioria desses professores, de fato, não
reconhecem que não estão executando tal objetivo à risca, pois ainda utilizam
atividades mecanicistas que não levam os educandos à reflexão.
Os PCNs ratificam essa discussão postulando que há possibilidade de
desenvolver um trabalho que permita ao aluno descobrir o funcionamento do sistema
grafo-fonêmico da língua e as convenções ortográficas ao tratar o sistema ortográfico
como meio para uma reflexão a respeito da língua, e para que essa reflexão possa
acontecer, as estratégias pedagógicas devem se articular nos seguintes eixos:
Morais (1998) reitera que “ao contrário do que muitas pessoas pensam,
aprender ortografia não é só uma questão de memória”, ou seja, nem sempre o
método de decorar e fazer muitos exercícios fará os alunos acertarem a grafia correta
das palavras. Assim, segundo este autor, compreender não é o mesmo que decorar,
por isso os professores devem pensar em um novo tipo de ensino “um ensino que
trate a ortografia como objeto de reflexão” (MORAIS, 2001, p. 5).
Apoiar-se somente no material no livro didático (LP) também não assegura um
ensino de qualidade, logo que nem sempre o LP terá conteúdos suficientes para o
ensino de ortografia, desse modo, Pienta (2018) afirma:
Vale ressaltar que nenhum material didático, por si só, por melhor elaborado
que seja, pode garantir a qualidade e a efetividade do processo de ensino e
aprendizagem. Serão, sempre, mediadores do processo, com diversas
funções específicas que podem ser otimizadas pelo professor, a fim de
ampliar suas possibilidades de utilização. Todos estão em função do
processo de ensino e aprendizagem e devem interessar enquanto
possibilidade de se compreender melhor as relações entre os processos de
ensino, os suportes didáticos e as suas funções (PIENTA, 2018, p. 42).
4.2 Corpus
A ortografia não é uma questão de natureza científica. É certo que ela precisa
de uma teoria científica acerca de língua e seus usos, porém, ela se encaixa melhor
dentro de uma norma linguística estabelecida pela sociedade com convenções
determinada dentro do sistema.
37
Uma vez estabelecido o sistema ortográfico, junto a ele veio a noção de erro
causando um desafio à escola o seu processo de ensino-aprendizagem. As formas
ortográficas têm uma função básica de anular as variações linguísticas, e por serem
estas classificadas como um grande problema histórico dentro do sistema torna-se
muito mais complexo para quem está em processo de aquisição desta norma.
Entendemos que é basilar e ponto chave de partida no ensino a compreensão
dos seguintes pontos:
1) que a escrita da língua portuguesa é de natureza alfabética, portanto a priore
as letras representam as unidades sonoras das palavras na língua;
2) que as relações, predominantes em nosso sistema são as complexas;
3) que a apropriação do sistema ortográfico quer por criança ou adulto exige
conhecimentos bastante específicos sobre a natureza do sistema.
Assentados nessa compreensão, para a construção investigativa foram
desenvolvidas três etapas, a saber:
1ª Etapa: Leitura e compreensão da teoria sobre Fonética, Fonologia e
ortografia, que subsidiaram o nosso conhecimento sobre as motivações e a natureza
dos erros ortográficos;
2ª Etapa: Construção de um quadro em que se estabeleceu, didaticamente, a
relação GRAFEMA X FONE X FONEMA;
3ª Etapa: Fizemos um levantamento indireto de categorização de erros
ortográficos mais recorrentes em produções textuais espontâneas de alunos o 6º e 7º
ano do ensino fundamental, justificando teoricamente as suas motivações.
Os dados foram coletados no banco de dados dos Estudos Interdisciplinares
de Literatura (INTERLIT), instalado na Universidade Estadual do Piauí (UESPI). No
total foram analisados trinta e oito (38) textos com diferentes temáticas, apenas quinze
(15) foram contextualizados ao longo da análise e recortados em pequenos
fragmentos, para discussão a respeito das motivações dos erros cometidos, ao todo
foram vinte e cinco (25) recortes.
Os resultados nos permitiram fazer uma reflexão sobre a importância das lições
da ciência da linguagem, corporificada pelas suas teorias, sobretudo aqui destacamos
as fonológicas, cujo propósito foi subsidiar nossa compreensão dos diversos erros
ortográficos. Para que possamos construir uma proposta interventiva sobre o ensino
do sistema ortográfico que minimize as possíveis dificuldades ortográficas que os
alunos da Educação Básica apresentam.
38
1%
1%
O
7%
5% RM
18% 49% OL
GR
19% J/S
LP
CT
Se observarmos com atenção, o fonema /z/ foi escrito na terceira sílaba palavra
indesejada pela letra z, e depois foi reformulada com ss. Contudo, o fonema /z/ não é
representado em nenhuma palavra por ss. Sendo assim, seria “mais cabível” utilizar
a letra z.
De acordo com Faraco (2012), a letra s ocorre mais que z e x em coda silábica,
entretanto, o uso x é quase sempre regular quando precedido pela vogal e, como em
extra, exclusão, excelente. Conforme essa discussão, no fragmento do texto 23 da
figura 6, ocorre a troca de x por s.
1%
8%
15% Fonema /s/
Fonema /z/
Fonema /ʃ/
76%
Fonema /ʒ/
A redução do ditongo -ou por -o são frequentes na escrita dos alunos. Além
disso, o aluno se apoia na oralidade para escrever a palavra lasanha (lazaia), devido
ao contexto arbitrário do uso do fonema /z/ em posição intervocálica (s~z) e o
desconhecimento da regularidade do dígrafo nh.
Outros tipos de ocorrências do apoio na oralidade estão registrados no quadro
11, a seguir.
47
2%
4% 4% 4%
Escrita oralizada
13% Troca de e/i
51% Permuta
Troca de o/u
22% Síncope
Epêntese
Troca de l >lh
contralho>contrário ocorreu a troca de lh por r, visto que o aluno ainda não associou
o lugar de articulação do r (r-fraco) palavras.
Omissão de -r
Redução de ditongo -ai > -a,
3% 1% -ei >-e, -ou >o
Outros casos
3%
5% Desnasalização
11% 34%
Redução de gerúndio
18% Omissão de -s
Redução de proparoxítona
25%
Redução de ditongo -am >-o
Diante disso, nessa subseção os erros encontrados são razoáveis para o ano
do ensino fundamental que esses alunos se encontram.
Na figura 12, observa-se a hipossegmentação das palavras pelo menos
(pelomenos) e por isso (poriso).
46% 54%
Hipossegmentação
Hipersegmentação
Na figura 14, o aluno erra por falta de concordância verbal, já que ele está
relatando um acontecimento que já ocorreu.
Além desses, outros erros foram encontrados também, tais como: tavão>
estavam, gritarão>gritaram, dero>deram, desaparecerão> desapareceram.
Esse tipo de erro acontece na escrita porque na fala são pronunciados da
mesma maneira, pois as terminações em -am não são considerados dígrafos, mas
ditongos nasais /ãu/ assim como em -ão (observe o quadro, p. 23).
4%
7% troca de u por l
10%
31% troca m/n
troca de l por u
17%
troca de rr por r
31% troca de r por rr
troca de o por u
O texto 37 é um dos textos com mais erros ortográficos dos quais estão
distribuídos em todas as outras categorias. Podemos observar a troca das consoantes
nasais no fragmento da figura 26.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CALLOU, Dinah; LEITE, Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia. 11. ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. 17. ed. São Paulo: Ática, 2009.
MARCUSCHI, Luiz; DIONISIO, Angela Paiva (Orgs.). Fala e escrita. 1. ed., 1. reimp.
Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
MIRANDA, Ana Ruth Moresco. Um estudo sobre o erro ortográfico. In: Otília Lizete
Heining, Cátia de Azevedo Fronza (Org.). Diálogos entre linguística e educação.
Blumenau: EDIFURB, 2010, v. 1, p. 141-162.
MORAIS, Artur Gomes. A norma ortográfica do português: o que é? para que serve?
como está organizada? MORAIS, Artur Gomes de. MELO, Kátia Leal Reis de.
Ortografia na sala de aula. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007 p. 11-28
MORAIS, Artur Gomes. Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo: Editora Ática,
1998.
PIENTA, Ana Cristina Gipiela. Pesquisa e prática pedagógica. 2. ed. Curitiba: Fael,
2018.
SAUSSURE, Ferninand de. Curso de linguística geral. 27. ed. São Paulo: Cultrix,
2006 [1916].