II Grupo
II Grupo
II Grupo
Bento Bernardo
Chale Arcanjo
Hélder Amaral
Laila Paissone
José Fernando Jongoyongo
(Licenciatura em Direito)
Universidade Rovuma
Lichinga
2022
Bento Bernardo
Chale Arcanjo
Hélder Amaral
Laila Paissone
Universidade Rovuma
Lichinga
2022
Índice
Introdução..............................................................................................................................4
Objectivo geral.......................................................................................................................4
Objectivos específicos............................................................................................................4
Metodologia...........................................................................................................................4
1. Contextualização.............................................................................................................5
2. Classificação das Águas..................................................................................................6
3. Direito de águas..............................................................................................................7
4. Regime Jurídico sobre águas em Moçambique..............................................................7
4.1. O Direito material de águas de Moçambique..........................................................8
4.2. Constituição da República de Moçambique............................................................8
4.3. Lei de Águas............................................................................................................9
5. Regime geral de uso e aproveitamento da água............................................................10
5.1. A água para usos domésticos.................................................................................11
5.2. Água para a produção de alimento........................................................................12
5.3. Usos resultantes da lei...........................................................................................12
5.4. Usos resultantes de licença ou concessão..............................................................12
Conclusão.............................................................................................................................16
Bibliografia..........................................................................................................................17
4
Introdução
O presente trabalho de pesquisa visa objectivar acerca do regime jurídico do uso e
aproveitamento da água no ordenamento jurídico moçambicano. De antemão é mister dizer
questão da água (doce) tem sido apontada como um dos maiores desafios que o mundo
enfrenta actualmente. À água é um recurso renovável e esgotável, por isso tem sido objecto
de uma atenção especial a nível global considerando pelo número de conferências sobre o
meio ambiente face ao conjunto de problemas ambientais crescentes. De facto, a
importância vital da água como recurso necessário para a subsistência humana, e como
elemento necessário para o desenvolvimento socioeconómico das sociedades, é tal que
justifica-se, na maior plenitude, o ditado ‘sem água não há vida.
Quando falamos do regime jurídico buscamos trazer algum suporte legal acerca da
temática, neste caso do uso e aproveitamento da água no ordenamento jurídico
moçambicano. Para melhor percepção do trabalho vamos trazer alguns conceitos acerca do
tema, traremos igualmente o quadro institucional.
O ordenamento jurídico moçambicano é rico em normas de tutela de águas seja tanto por
meio de lei que regula os recursos hídricos como por normas ambientais, desta feita,
recorremos a lei de águas para dar o conceito de Contaminação.
Objectivo geral
Objectivos específicos
Metodologia
Para a concretização deste trabalho, o grupo recorreu ao método bibliográfico que permitiu
a consulta de algumas obras doutrinárias acerca da temática e também foi consultado a lei
das águas por ser o regime jurídico.
5
1. Contextualização
É facto consumado que a água é um recurso natural essencial a vida. É também, facto
consumado que na terra não existe vida sem água e nem substituto possível de suprir a
essência desse recurso natural. Apesar de a água ser um recurso renovável, as reservas de
águas doces não são infinitas, e se a escassez hídrica sempre existiu em muitas localidades.
À água é o recurso mais abundante da face da terra e cobre mais de 70% da superfície
terrestre. Mas 97% da água total existente se encontra nos oceanos e mares interiores ou
seja é água salgada48. À água doce soma apenas 2,7% do total e uma boa parte desta
limitada quantidade está congelada nas calotas polares e nas montanhas altas49. E a
percentagem de água doce utilizável é apenas de 0,3% do total de água existente50.
A água é um elemento essencial para a existência da vida na terra. Os seres vivos são
compostos maioritariamente de água, sendo os seres humanos compostos por entre 60 a 80
por cento de água. Por isso, uma pessoa pode viver cerca de um mês sem alimento, mas
não resistiria mais do que uma semana sem água. Para além de ser fundamental para
garantir a subsistência da vida na terra, a água é essencial para o desenvolvimento
económico e social, ao bem-estar e ao equilíbrio ambiental.
A água tem também um importante papel económico, como bem de alto valor económico,
para produção de energia e, acima de tudo, considerando que é o mais importante elemento
natural de que o homem se socorre para manter a sua vida, para satisfazer as suas
necessidades humanas básicas, seja para destiná-la a fins económicos (mormente a
agricultura, a indústria etc.), seja para fins de lazer ou outros que se podem apontar.
E porque a água é um bem de que todos necessitamos2, este acaba sendo um problema
global e comum da Humanidade. Com os actuais níveis de crescimento populacional e com
as cada vez maiores concentrações de pessoas nas cidades que implicam algumas vezes a
necessidade de importação da água, surge um cenário em que por um ou outro destes
motivos, ou ainda por uma combinação dos mesmos, aumenta o risco de fricção entre os
países que partilham os mesmos recursos de água, sendo por isso que se aventa, como
discutiremos adiante, a possibilidade de ocorrência de guerras no futuro.
Como é de imaginar, o cenário aqui colocado leva a que várias situações tenham que ser
enfrentadas, discutidas e ou solucionadas. Porque, se por um lado a água é preciosa, por
outro lado ela pode ser problemática. Por isso a necessidade de se estabelecer o seu regime
6
jurídico para colmatar os possíveis conflitos e com vista a salvaguardar o bem precioso e
com vista a satisfação do bem comum.
Primeiro porque pode gerar conflitos entre os cidadãos e as empresas. Segundo porque
sendo a água um bem que pelas suas características é reputado de bem fundamental e
consequentemente passível de invocação como direito fundamental, tal facto cria um dever
do Estado garantir a existência de água para todos. E terceiro porque o cumprimento deste
dever por parte do Estado legitima acções com vista à satisfação de tal direito. E em
quarto, e último, por a água ser um bem económico, a exigência e satisfação do direito à
água não é feita de forma linear, principalmente se tivermos em conta que a satisfação do
direito à água das populações por parte do Estado pode não depender somente da vontade
deste, porquanto a garantia da existência de água pode estar condicionada a um factor
natural: o facto de a existência de água em quantidades satisfatórias, internamente,
depender de cursos de água internacionais.
É neste desiderato que surge a grande discussão despoletada pelo regime jurídico do uso e
aproveitamento da água em Moçambique.
Estuários são as baías formadas pela junção do mar com os rios localizados nas
proximidades dos oceanos onde se misturam as águas fluviais e as marítimas e a foz dum
rio.
Mar territorial é uma faixa de águas costeiras que alcança 12 milhas marítimos (22
quilómetros) a partir do litoral de um Estado que é considerado parte do território soberano
daquele Estado (exceptuados os acordos com Estados vizinhos cujas costas ditem menos
de 24 milhas marítimas)2.
1
Sá, Sofia. (2011). Responsabilidade Ambiental - Operadores Públicos e Privados, vida económica –
editorial, SA, pag.379.
7
3. Direito de águas
O Direito de Águas pode ser conceituado como conjunto de princípios e normas jurídicas
que disciplinam o domínio, uso, aproveitamento, gestão, conservação e preservação das
águas existentes em bacias hidrográficas, para os mais diversos fins, e analisa a
descentralização e a participação dos Estados e da sociedade no uso e gestão dos Recursos
hídricos, a criação e implementação de planos de recursos hídricos, a outorga do direito de
uso e ou a cobrança pela utilização dos recursos hídricos, assim como a resolução de
conflitos decorrentes do uso e gestão da água, como bem individualmente considerado.
A referência ao Direito de Águas diz respeito aos recursos fluviais e lacustres apenas, quer
se trate das águas continentais, superficiais ou subterrâneas, que decorrem do ciclo
hidrológico. Portanto, de águas doces ou não marítimas, isto é, “as águas dos rios e rias,
lagos, lagoas e pântanos, canais e valas, águas pluviais e subterrâneas, fontes e nascentes.
Em suma, a referência ao Direito de Águas diz respeito aos recursos hídricos apenas, quer
se trate das águas continentais, superficiais ou subterrâneas, que decorrem do ciclo
hidrológico. Portanto, de águas doces.
A este respeito importa realçar que o regime jurídico sobre águas em Moçambique
comporta duas vertentes: uma vertente material e outra institucional.
Prevê o n°1 do art. 98 que “ os recursos naturais situados no solo e no subsolo, nas águas
interiores, no mar territorial, na plataforma continental e na zona económica exclusiva são
propriedade do Estado”. Devemos entender a prior o conceito de domínio público, que
consiste no poder que a administração pública exerce sobre certos bens, que a si pertencem
ou estão sujeita.
E ao criar o conceito de domínio público, quis o legislador submeter os bens a ele adstrito a
um regime especial de protecção com vista a garantir que os mesmos alcancem o fim de
utilidade pública a que se destinam, com recurso ao seu poder de autoridade. A
qualificação da água como parte do domínio público encerra a ideia de que a mesma se
destina ao uso público, cujo uso e aproveitamento é concedido de modo a garantir a sua
preservação e gestão em benefício do interesse nacional.
3
Aprovado pelo Decreto n.º 45/2006, de 30 de Novembro.
4
Aprovado pelo Decreto n.º 15/2004, de 15 de Julho.
5
Aprovado na 22ª Sessão do Conselho de Ministros de 21 de Agosto de 2007
9
Foi aprovada a Lei de Águas (Lei no 16/91 de 3 de Agosto), devido a importância dos
recursos hídricos em todos os sectores da vida tem originado um aumento cada vez maior
de necessidade da sua utilização e porque à água constitui uma necessidade biológica do
ser humano, visto que sem à água não sobrevivem o homem e todo e qualquer ser vivo
parte da natureza, ela é utilizada para diversos fins consoante as necessidades e as
quantidades que cada utente entender e estabelece mecanismos de distribuição ou
fornecimento, na medida das necessidades de cada um, sem prejuízo de outros.
Por via desta lei, encontra-se reconhecido o direito de uso das águas do domínio público
em regime de uso livre, autorizações de uso ou de concessões de aproveitamento.
O domínio público hídrico constitui um recurso unitário, de uso geral, mas uma boa
compreensão deste conceito passa por analisar, na plenitude, qual o sentido e alcance do
mesmo, sendo igualmente necessário escalpelizar cada um dos bens que fazem parte do
conceito de domínio hídrico. Para tal, há que recorrer a outros dispositivos legais.
A lei de águas trata do regime jurídico da utilização das águas nos artigos 21.° e seguintes.
Entretanto, as normas relativas ao uso das águas são igualmente aplicáveis ao uso e
aproveitamento dos leitos, isto é, aos terrenos do domínio hídrico, por força do n.° 3 do
artigo 3.°, que remete tal matéria ao regime de licenciamento e concessão da lei de águas.
Nos termos da lei de águas, são dois os regimes de utilização das águas existentes no nosso
ordenamento, nomeadamente, o aproveitamento das águas por via dos usos e
aproveitamentos comuns e ainda o aproveitamento das águas por via dos usos e
aproveitamentos privativos, sendo por esta razão classificadas as águas do domínio
público, quanto ao uso e aproveitamento, em águas de uso comum e águas de uso
privativo. Como abaixo descreveremos cada um.
10
O direito de uso da água a nível local ou nacional pode ser adquirido por via da lei nos
casos em que há propriedade sobre o recurso (ministerio legis), por via da apropriação (o
primeiro a usar tem prioridade no direito), ou ainda por via de autorizações administrativas
(autorizações, licenças e concessões).
As águas do domínio público conforme a lei das águas, quanto ao uso e aproveitamento,
comportam a seguinte classificação, águas de uso comum e águas de uso privativo7.
6
Por via de regra, as autorizações para usar a água são requeridas para fins industriais, agrícolas, de
pastorícia, etc, e enquadram-se no direito aos recursos naturais e no direito ao desenvolvimento.
7
artigo 21 da lei 16/91 de 03 de Agosto
11
A água para usos domésticos inclui água potável e para fins sanitários. É definida como
potável a água que é usada ou que seja disponibilizada para consumo humano, para fins de
abeberamento, preparação de alimentos, higiene pessoal e outros propósitos similares.
São usos comuns aqueles que visam satisfazer as necessidades domésticas, pessoais e
familiares do utente sem o emprego de sifão ou de meios mecanizados, incluindo o
abeberamento de gado e a rega em pequena escala. O uso e aproveitamento privativo das
águas podem ocorrer mediante a lei, licença e concessão.
São usos e aproveitamentos privativos resultantes da lei os que podem ser directamente
realizados pelos titulares do direito ao uso e aproveitamento da terra e ao usos e
aproveitamentos privativos resultantes de licença ou concessão terão acesso quaisquer
pessoas, quer singulares ou colectivos, publicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras
devidamente autorizadas a actuar no solo pátrio e desde que não ponham em causa o
equilíbrio ecológico e o meio ambiente.
Importa realçar que nos termos do artigo 22 da lei das águas, os usos comuns das águas são
gratuitos e livres, isto é, realizam-se sem a necessidade de prévio licenciamento ou
concessão. E realizam-se de acordo com o regime tradicional de aproveitamento e sem
alterar a qualidade da água e significativamente o seu caudal, não podendo ser desviadas
dos seus leitos nem alterar as suas margens.
São usos comuns os que visam, sem o emprego de sifão ou de meios mecanizados,
satisfazer as necessidades domésticas, pessoais e familiares do utente, incluindo o
abeberamento do gado e a rega em pequena escala. Tal como resulta da lei (vide artigo
22.°), os usos comuns das águas são gratuitos e livres, fazendo-se sem necessidade de
prévio licenciamento ou concessão, independentemente por isso de qualquer autorização
ou pagamento de taxa.
Entretanto, a lei restringe o uso comum estabelecendo como limite a realização do uso de
acordo com o regime tradicional de aproveitamento e sem alterar a qualidade da água e
significativamente o seu caudal, não permitindo a lei que as águas sejam desviadas dos
seus leitos nem alteradas as margens8.
8
Vide n.º 2 do artigo 22.° da Lei de Águas.
12
A lei confere para os titulares de uso e aproveitamento da terra, com vista a satisfação das
suas necessidades domesticas e das necessidades normais assim como previsíveis da
agricultura, para que possam usar independentemente de licenciamento e sem afectar os
usos comuns preexistentes quando tradicionalmente estabelecidos as aguas de depósitos,
ou seja, dos lagos, lagoas e pântanos existentes no respectivo talhão, as aguas das
nascentes que não transpuserem, correndo livremente, os limites do respectivo talhão, as
aguas subterrâneas não incluídas em zonas de protecção, desde que não perturbem o seu
regime, mas deteriorem a sua qualidade e as aguas pluviais.
Aos utentes dos talhões que circundam lagos, lagoas e pântanos é lhes assegurado o uso
das respectivas aguas nas condições estabelecidas no numero 1 do artigo 23 da lei das
aguas.
Assim, e tal como prevê o artigo 23.° da lei de águas, os titulares do direito ao uso e
aproveitamento da terra, para a satisfação das suas necessidades domésticas e das
necessidades normais e previsíveis da agricultura, podem usar, independentemente de
licenciamento e sem afectar os usos comuns preexistentes quando tradicionalmente
estabelecidos e os direitos de terceiros9:
9
Tal como se depreende, fica bem clara a intenção do legislador em atribuir primazia aos usos comuns
tradicionalmente existentes. Todavia, é necessário que tais usos sejam anteriores aos usos que decorram da
13
a) As águas dos depósitos, isto é, dos lagos lagoas e pântanos existentes no respectivo
talhão;
c) As águas subterrâneas não incluídas em zonas de protecção, desde que não perturbem o
seu regime, mas deteriorem a sua qualidade;
d) As águas pluviais.
Entretanto, a situação acima descrita sofrerá sempre excepções sempre que pelo volume e
importância das águas a usar seja necessário a atribuição de uma licença ou concessão,
devendo tal situação estar previamente estabelecida no cadastro de águas. De igual modo,
com a mesma excepção mutatis mutandis, os utentes de talhões que circundam lagos,
lagoas e pântanos podem usar as respectivas águas nas condições acima estabelecidas.
Tal como já referimos na nota acima, o legislador atribui prioridades aos usos comuns da
água prévia e tradicionalmente estabelecidos, desde que tais usos tenham sido anteriores
aos usos privativos decorrentes da lei. Entretanto, em caso de força maior, designadamente
secas, cheias ou outras calamidades naturais e enquanto as mesmas perdurarem, poderão as
autoridades administrativas impor que se faça, em benefício da população, o uso comum
das águas de uso privativo decorrentes da lei, devendo as autoridades administrativas, para
cada caso, definir as vias de acesso, o calendário de utilização e demais condições
aplicáveis, tendo sempre o utente do talhão o direito a uma indemnização pelos prejuízos
causados, nos termos da lei, tal como prevê o artigo 24.° da lei de águas.
lei, não sendo por isso possível alegar um uso comum que surja a posteriori em relação a direitos adquiridos
pré-existentes.
14
Entretanto, a lei de águas traz também a ideia de que a água é um recurso natural limitado,
cuja escassez a torna um bem económico, e ciente desta realidade, o legislador procurou
encontrar um meio-termo em caso de surgimento de possível conflito entre os vários tipos
de aproveitamentos privativos, estabelecendo que os conflitos decorrentes da falta de água
para satisfação de objectivos distintos serão resolvidos em função da rentabilidade
socioeconómica dos respectivos aproveitamentos11.
Deste modo, para além do que acima foi dito em relação à prioridade que deve ser
atribuída aos usos comuns e à preocupação de não colocar em causa o equilíbrio ecológico
e o meio ambiente, os pedidos de licenciamento ou de concessão só poderão ser
indeferidos quando se verificar alguma das circunstâncias previstas no n.° 1 do artigo 27.°
da lei de águas, nomeadamente:
Esses tipos de usos para a sua licença ou concessão necessitam primeiro de se fazer um
pedido que poderá ser indeferido quando não haver água disponível ou as necessidades a
satisfazer não se justificarem, quando a satisfação das necessidades comprometer a
protecção quantitativa e qualitativa da água, salvo se utilidade do aproveitamento, a
dimensão do seu impacto, a impossibilidade ou a inviabilidade económica de
10
Serra, Carlos Manuel e Cunha, Fernando. (2008) Manual de Direito do Ambiente, Centro de Formação
Jurídica e Judiciária, 2ª Edição, p. 111.
11
Vide n.° 3 do artigo 26.°
15
Este instrumento e os respectivos regulamentos neste domínio têm como base o princípio
do domínio público hídrico, a gestão da água com base nas bacias hidrográficas, princípio
do utilizador pagador e do poluidor pagador, regime de concessões de licenças para uso da
água e salvaguarda do equilíbrio ecológico e do meio ambiente.
O quadro legal acima citado, reconhece que a gestão de recursos hídricos é um assunto que
envolve transversalmente vários sectores, privilegia a coordenação intersectorial como
essencial na gestão integrada dos recursos hídricos naturais. Deste modo, a questão das
águas harmoniza-se com outras leis relacionadas, nomeadamente a legislação agrária,
ambiental, mineira, do mar, das pescas, da energia, relacionada com administração estatal e
outras relevantes.
16
Conclusão
Tendo chegado a esta etapa concluímos que a água é um bem que tem uma dimensão
cultural, moral e religiosa, e muitas vezes ela é tão importante no pensamento, actividades,
costumes e religiões que hoje em dia reconhece-se o direito humano à água para tais fins.
O ordenamento jurídico moçambicano é rico em normas de tutela de águas seja tanto por
meio de lei que regula os recursos hídricos como por normas ambientais, desta feita,
recorremos a lei de águas para dar o conceito de Contaminação.
Bibliografia
Legislação
Lei nº 16/91. (1991, 03 de Agosto). Aprova a Lei de Aguas. Boletim da República, I Série.
Decreto n.º 15/2004. (2004, 15 de Julho). Aprova o Regulamento dos Sistemas Prediais de
Distribuição e Drenagem de Águas Residuais. Boletim da República, I Série.
Doutrina
Espada, Gildo Manuel. Guerras ou Conflitos pela água a nível internacional: em busca de
uma clarificação terminológica, Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre
Serra, Carlos Manuel e Cunha, Fernando. (2008) Manual de Direito do Ambiente, Centro
de Formação Jurídica e Judiciária, Maputo - Moçambique. 2ª Edição.
Sirvinskas, Luís Paulo. (2013). Manual de Direito Ambiental, 11ªediçao, São Paulo, Brasil.
Editora Saraiva.