Tintas
Tintas
Tintas
Concentrados”
Junho 2017
AUTOR:
ORIENTAÇÃO:
Projeto / Estágio
EMPRESA ACOLHEDORA
Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Agradecimentos:
Chegou ao fim uma das diversas etapas que a vida me reservou.
À Engª Simone Morais, orientadora do meu projeto de estágio pelo Instituto Superior de
Engenharia do Porto, agradeço toda a sua disponibilidade em reunir comigo mesmo quando os
nossos horários não eram de todo compatíveis e todo o seu interesse e apoio na realização do
relatório.
Por último, contudo não menos importante quero agradecer ao meu namorado, pela
paciência incánsavel que teve comigo e por toda a força que me deu. À minha mãe, pois sem
dúvida alguma sem ela nada disto teria sido possivel, à minha irmã, avó e padrinho.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Sumário:
No âmbito da unidade curricular de Projeto/Estágio, integrado na Licenciatura em Engenha-
ria Química do Instituto Superior de Engenharia do Porto, realizou-se um estágio curricular du-
rante o período de 4 meses, com início a 21 de Fevereiro de 2017 e término a 16 de Junho do
mesmo ano, ao longo de 4 dias por semana e em horário normal de 8 horas diárias, no depar-
tamento de produção e controlo de qualidade na empresa Sintigraf, situada no concelho de
Gondomar.
Como objetivo, o projeto proposto visa a implementação de estratégias para otimizar a pro-
dução de tintas, vernizes e concentrados de modo a rentabilizar tempo e dessa forma diminuir
custos de produção.
Deste modo, foi necessário a recolha de dados na produção das tintas e dos vernizes, no-
meadamente o tempo a que as mesmas se encontravam na homogeneização. Para tal, reali-
zou-se um acompanhamento no fabrico das tintas, bem na produção de concentrados, de modo
a diminuir o tempo das suas fases de produção.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Índice Geral:
2.4- Solventes..................................................8
v
Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Glossário: ...................................................... 35
Bibliografia ..................................................... 38
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Índice de Figuras
Figura 1- Estrutura química da nitrocelulose. ............................................................................ 4
Figura 3- Esquema representativo das diferentes fases no fabrico de uma tinta. ..................... 9
Figura 16- Energia consumida fornecida através do painel do moinho LMZ 10. ..................... 26
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Índice de Tabelas
Tabela 1- Principais diferenças entre os pigmentos orgânicos e inorgânicos. .......................... 7
Tabela 7- Valores da relação entre a hélice usada e o carro utilizado, bem como as diferenças
entre as velocidades rotacionais implementadas e as adequadas, rpm. ................................. 31
Tabela 8- Valores dos tempos necessários a cada tipo de produto, da sua redução e da
velocidade rotacional do mexedor. .......................................................................................... 32
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Capítulo 1 – Introdução:
1.1 Enquadramento
O presente estágio curricular decorreu na empresa Sintigraf II – Tintas Gráficas, S.A , situada
na Rua Manariz em Fânzeres, tendo uma duração de 4 meses, com inicio no dia 21 Fevereiro
terminando a 16 Junho 2017, com horário compreendido entre as 8:30 e as 17:00h de terça a
sexta-feira.
A satisfação e a confiança dos consumidores são fatores decisivos para a afirmação das
empresas no mercado e, portanto, é necessário intervir, a fim de impedir ou minimizar reclama-
ções dos mesmos e garantir que o produto será entregue nas melhores condições.
Dessa forma o principal objetivo associado ao estágio é atuar de modo a reduzir tempos de
homogeneização a que as tintas são submetidas, e desse modo rentabilizar tempo, custos e
diminuir o tempo de entrega ao consumidor, bem como o acompanhamento dos concentrados
de modo a diminuir o seu tempo de produção.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Atualmente a Sintigraf conta com uma notável quota de mercado nas áreas de impressão de
filmes, papel, cápsulas, ultravioleta, cura ácida e serigrafia.
A empresa preocupa-se com questões ambientais, e são efetuados de forma periódica en-
saios de monitorização ambiental e biológica nas suas instalações. As embalagens não reutili-
záveis e resíduos que provêm da produção são recolhidos por empresas especializadas e li-
cenciadas para o seu tratamento.
Possui diversos produtos desde tintas, vernizes e diluentes que se destinam ao mercado de
impressão de embalagens, sendo apropriados para serem utilizados em vários processos no-
meadamente: Flexografia, Rotogravura, Serigrafia, UV.
As suas tintas são especialmente indicadas para aplicação em papel e cartão, polipropi-
leno, PVC, filmes celulósicos, poliamida, polietileno, poliéster, folha de alumínio, filmes
laminados, e destina-se a diversos mercados nomeadamente: Cápsulas PVC e alumínio, pai-
néis exteriores, etiquetas, sacos de produtos têxteis, embalagens de produtos alimenta-
res, sacos de papel entre outros. (1)
No 2º capítulo é feita uma breve referência ao que é uma tinta bem como a sua constituição.
Num segundo ponto é feito uma abordagem do tipo de resinas utilizadas pela Sintigraf.
Ainda no 2º capítulo é referenciado as etapas da produção de uma tinta, bem como a importân-
cia do controlo de qualidade.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
As tintas de impressão são misturas complexas de diversos compostos químicos, e têm como
principal objetivo transmitir informações e cores sobre os substratos de impressão. (2)
As tintas podem encontrar-se subdivididas em dois grandes grupos: Tintas em pasta e líqui-
das.
Tinta em pó- A sua aplicação sob uma determinada peça é realizada sob a forma de um
pó seco e fluidizado através de ar comprimido.
A principal diferença quando comparadas com as liquidas é o facto desta não requer um
meio solvente para manter os seus componentes numa suspensão em meio líquido. A pintura
a pó é aplicada electrostaticamente e curada sob ação do calor que a irá fluidificar e endurecer,
formando uma assim uma pele.
• Resinas;
• Pigmentos e corantes;
• Aditivos.
• Solventes;
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
2.2- Resinas:
As resinas, tratam-se da parte não volátil da tinta, cuja função é a aglomeração dos pigmentos.
Estas são responsáveis pela maior parte das características químicas e físicas das tintas, no-
meadamente: aderência, brilho, resistência ao calor, flexibilidade e dureza. É a partir da
sua dissolução nos solventes que se obtêm os vernizes, cuja finalidade é o transporte do co-
rante ou do pigmento, no estado líquido, na máquina de impressão desde o tinteiro até ao su-
porte a imprimir. (2)
• Nitrocelulose
• Acrílicas;
• Vinílicas;
A nitrocelulose é formada pela nitração da celulose com uma mistura de ácido nítrico e sul-
fúrico. A figura 1 demonstra a estrutura química da nitrocelulose. (3)
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
As principais características desta, como resina utilizada em tintas são: ampla solubilidade
em solventes orgânicos, compatibilidade com diferentes resinas e plastificantes, filmes transpa-
rentes e inodoros, facilidade de processamento, secagem rápida, fácil eliminação dos solventes
na aplicação, baixa retenção de solventes residuais, atóxica.
As resinas acrílicas são muito versáteis para revestimentos líquidos industriais. Estas forne-
cem uma elevada dureza, boa capacidade de resistência às intempéries, resistência à abrasão
e ao ataque químico, e são consideradas melhores que as alquídicas na retenção do brilho.
Um exemplo de combinação com este tipo de resina é com a adição da resina nitrocelulósica.
Sendo que a resina acrílica utilizada na combinação é termoplástica e são empregues para
melhorar a aderência, resistência a luz e produção de filmes claros.(4)
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Como desvantagens, temos o facto deste tipo de resinas apresentar uma baixa resistência
térmica, sendo que não é aconselhável aplicar a estruturas que fiquem sujeitas a temperaturas
superiores a 70°C, correndo o risco de poder ocorrer a degradação da resina e libertar acido
clorídrico. Quando expostas ao exterior apresentam tendência ao chalking.
Ainda nesta família podemos considerar as resinas de acetal, que resultam da reação entre
o poliacetato de vinilo com aldeídos, entre os quais temos o butiral polivinilico, que são aplicadas
no fabrico de tintas wash-primers. Estas têm como função promover a aderência de sistemas
de pintura sob superfícies de aço galvanizado e alumínio. (5)
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Os pigmentos podem ser classificados de uma maneira geral segundo a sua natureza em
dois grupos: orgânicos e inorgânicos. A Tabela 1 apresenta as suas principais diferenças.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Os corantes diferem dos pigmentos, pois estes são solúveis nos solventes que compõem
o verniz. Normalmente dão origem a tintas mais transparentes e mais brilhantes. (7)
2.4- Solventes
Os solventes permitem que a tinta se mantenha no estado líquido durante o processo de im-
pressão e depois desta deverão libertar-se da tinta o mais rápida e completamente possível,
para evitar que a impressão contenha odores residuais. Estes são classificados quanto à sua
fórmula por famílias químicas. As principais são:
• Água
• Ésteres: acetato de etilo, acetato de isopropílico, acetato n-propilo, acetato n-butilo, etc.
A escolha dos solventes envolve vários critérios cuja importância varia, de acordo com cada
trabalho.
2.5- Aditivos
Os aditivos, são componentes que se encontram em menor percentagem na formulação das
tintas, o que não implica que sejam de menor importância, dado que estes conferem caracte-
rísticas essenciais as tintas tais como: aderência, deslizamento, propriedades anti-blocking, mo-
lhagem do filme a imprimir, etc.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Controlo
Pesagem/ Pré- Acabamento Afinação Enchimento
Moagem de
Dosagem Dispersão
Qualidade
Moagem: A moagem é executada em moinhos, sendo no caso moinho de bolas. Este processo
tem como objetivo melhorar o grau de dispersão obtido.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Afinação: A afinação da cor pode ser realizada de forma manual ou automática, através do
sistema Colormix.
Uma mistura implica em agitação conjunta ou homogeneização, que pode resultar mais
grosseira. .A pré-dispersão envolve as seguintes fases, como representado na figura 4.
1. Umectação
2. Dispersão
3. Estabilização
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Umectação- Fase na qual todo ar e misturas que estão na superfície do pigmento são
deslocados e, substituídos pela solução de resinas. A resina molha as partículas do pigmento
e a interface sólida/gasosa (pigmento/ar) é transformada numa interface sólida/líquida (solução
de pigmento/resinas). Para realizar esta fase, a solução de resinas deve penetrar nos espaços
intersticiais do aglomerado. Na figura 4, encontra-se representado uma imagem que ilustra esta
mesma fase.(9)
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Para a realização desta fase torna-se necessário o uso de dispersores.Hoje em dia as ma-
quinas mais utilizadas são dispersores verticais acionados geralmente por um sistema hidráu-
lico que atua sob um eixo vertical na qual se encontra montado uma turbina-disco de aço den-
tada, de diversas formas e gira a altas velocidades ( 1000 a 5000 rpm), a figura 6 representa
um dispersor vertical usado.(7).
7.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
A ação dispersante do disco baseia-se nas forças de corte. Experiências têm demonstrado que
para uma velocidade periférica da lâmina ente 20-24m/s, ocorre uma dispersão satisfatória dos
pigmentos.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
A estabilização, ocorre após o término da fase de dispersão, esta deve ser estabilizada de
modo a evitar a formação de floculação não controlada, figura 9. Esta é realizado pela adoção
de medidas adequadas, de forma manter as partículas de pigmentos individuais com distâncias
apropriadas entre si, para não se poderem aglomerar. O processo descrito pode ser realizado
através de aditivos dispersantes cuja função é melhor a estabilização da dispersão de pigmen-
tos. Na figura 10, encontra-se representado a diferença na tonalidade da cor, se não ocorrer
uma estabilização, e consequentemente suceder a floculação.(9)
2.6.2- Moagem
A pré-dispersão é conduzida de forma a que o produto que vai ser posteriormente submetido a
moagem tenha uma viscosidade adequada à maquina onde irá ser processada.
Entre os mais variados tipos de máquinas para a moagem de pigmentos temos os moinhos de
bolas, sendo o utilizado na empresa o modelo LMZ 10, da marca Netzch, como representado
na figura 11.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Estes são constituídos por cilindros de aço com capacidade variável, na qual são lançadas
esferas com diâmetros variáveis, até atingirem cerca de metade da sua capacidade. São mon-
tados horizontalmente e giram com velocidade relativamente pequena á volta do seu eixo lon-
gitudinal.
Contudo o seu uso apresenta algumas limitações, nomeadamente o facto de ser necessária a
pré-dispersão antes do seu uso. A nível de produção é importante garantir as seguintes condi-
ções:(11)
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
𝟐𝝅∗𝒏∗𝒓
𝑽𝒑 = Equação 1
𝟔𝟎
Caso se usem moinhos de bolas para efetuar a moagem de concentrados brancos, a pré-dis-
persão e dispensável, neste caso a carga da matéria-prima é feita diretamente para os moinhos.
A exigência por parte dos consumidores dos produtos e a aplicação de normas de controlo e
inspeção conduziu ao desenvolvimento da noção de Controlo de Qualidade, sendo esta reali-
zada através do uso de ferramentas e metodologias que garantem não só a satisfação do con-
sumidor como também a conformidade das leis normativas (7).
No fabrico das tintas e de concentrados é recolhida uma amostra, que segue para o controlo
de qualidade, onde irão ser testados as suas características físicas e químicas. No caso dessas
características se enquadrarem nas características pré-definidas pelo laboratório, o produto
está pronto para ser armazenado no recipiente. Caso contrário torna-se necessário proceder a
acertos de modo a melhorar as suas características.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Os parâmetros a analisar dependem das funções a que as tintas se destinam, mas de forma
sintética realiza-se o controlo dos seguintes parâmetros:
• Moagem
• pH
• Espuma
• Viscosidade
• Cor
• Secagem
• Aderência
• Resistência a fricção e abrasão
• Resistência a água
• Opacidade/ Transparência
• Brilho e termocolagem.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
3.1.1- PDCA
O ciclo PDCA (Plan, Do, Act, Check), cujo esquema se encontra representado na figura 10, é
um modelo cíclico, dinâmico e bastante simples. Este ciclo permite estabelecer metas de me-
lhoria e assegurar a correta aplicação da filosofia de uma melhoria contínua, com finalidade de
reduzir custos e aumentar a produtividade. Para a execução do mesmo devem ser seguidas
quatro etapas, com ordem especificada, e que traduzem o significado de cada uma das letras
– PDCA. A primeira etapa fundamenta-se na identificação dos problemas, na análise das suas
causas e na implementação de um plano de ação – Plan. Finalizado o plano de ação é neces-
sário proceder-se à sua execução– Do. É imprescindível verificar e avaliar se os resultados
obtidos estão de acordo com os esperados de modo a perceber se a implementação do plano
de ação está a decorrer como o planeado – Check. Por fim, e mediante os resultados obtidos,
estabelece-se um padrão para os novos procedimentos para que os mesmos problemas não
voltem a surgir, para que assim ocorra uma melhoria na qualidade, eficiência e eficácia - Act.(13)
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Assim sendo foi efetuado um acompanhamento na produção dos concentrados, mais espe-
cificamente na fase de pré-dispersão e na moagem com o intuito de reduzir o tempo dos mes-
mos. Para tal foram feitas comparações com dados levantados anteriormente, de modo a prever
o tempo que determinado concentrado demora a ser produzido, e tentar com que este seja
inferior.
Na fase de pré-dispersão retiraram-se amostras ao longo do tempo, para que dessa forma
se pudesse estabelecer o tempo que é realmente necessário para esta fase. A amostra é envi-
ada para o controlo de qualidade, onde a irão comparar com um padrão. Nesta fase apenas se
analisa a envolvência dos pigmentos na resina, através da aplicação num suporte, normalmente
em PVC.
Na moagem foi feito o mesmo estudo, anotando parâmetros como: Rotação da bomba, cau-
dal do moinho, a temperatura, a pressão da bomba e a energia consumida. Foram retiradas
amostras durante um dado intervalo de tempo, de modo a conseguir estabelecer o tempo de
moagem necessário para determinado concentrado. Uma vez retirada a amostra, esta é envi-
ada para o controlo de qualidade, onde irão ser analisadas características como: a moagem,
reologia, brilho e a transparência.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Uma das tendências para uma boa moagem, é a residência do concentrado no moinho de
modo a uma maior diminuição das partículas. Contudo, constata-se que acima de um determi-
nado tempo, a qualidade do produto mantém-se constante com o tempo. Em consequência,
ocorre uma sobremoagem do concentrado, aumentando os gastos de produção devido a perdas
de componentes voláteis, entre outros.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
A avaliação deste parâmetro pode ser realizada utilizando um copo ford 4 ou um brookfield,
contudo apenas foi utilizado o copo ford 4, onde a leitura da viscosidade é realizada através da
medição do tempo de escoamento, cuja representação se encontra na figura 15, no entanto
este aparelho não mede a tensão nem a deformação diretamente.
A nível de reologia, podemos ainda ter concentrados que apresentam tixotropia, cuja visco-
sidade altera com a taxa de corte, ou seja a temperaturas ligeiramente mais elevadas apresenta
uma menor viscosidade do que a uma temperatura inferior (13).
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Insere-se num pequeno pedaço de PVC, uma ligeira quantidade do padrão de referência e
da amostra, no lado esquerdo e direito respetivamente, e seguidamente aplica-se com o auxílio
de um aplicador.
A moagem interfere nestes parâmetros, dado que quanto melhor for a moagem, maior o
numero de partículas e dessa forma ocorre uma maior reflexão e refração da luz, uma vez que
a capacidade de dispersar a luz tende a melhorar com a moagem.
Antes Depois
Quantidade (Kg) Pré-dispersão Moagem Pré-dispersão Moagem
Concentrado Ver-
melho Nitroceluló- 518,5 - 5:10h 40min 3:45h
sico
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Antes Depois
Quantidade (Kg) Pré-dispersão Moagem Pré-dispersão Moagem
Concentrado Amarelo
357,14Kg 4:30h 30min 4:00h
Vinílico -
Antes Depois
Quantidade (Kg) Pré-dispersão Moagem Pré-dispersão Moagem
Nestes dois concentrados, de igual forma não se possuía dados referentes a pré-dispersão.
A nível do tempo de moagem é possível constatar que ocorreu um decréscimo de 30 e 15 min
respetivamente.
Antes Depois
Quantidade (Kg) Pré-dispersão Moagem Pré-dispersão Moagem
Concentrado
4:20h 30min 3:40h
400 45
Negro Vinílico
Em todos os casos acima referenciados, ocorreu uma redução do tempo de moagem que
automaticamente sucedeu numa diminuição da energia consumida pelo moinho e numa dimi-
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
nuição no custo de produção. No entanto, não foi possível quantificar esse valor, pois não exis-
tiam dados anteriormente recolhidos sobre este parâmetro. Este parâmetro e fornecido pelo
moinho de bolas, como se afigura na figura 16.
Figura 16- Energia consumida fornecida através do painel do moinho LMZ 10.
Antes Depois
Quantidade (Kg) Pré-dispersão Moagem Pré-dispersão Moagem
Conc.Amarelo + Quad
3:30h - 6:00h
INK 416,7 -
Torna-se assim possível, por observação da tabela 5, constatar que os tempos de moagem não
são de uma forma geral constantes. Torna-se assim difícil a otimização dos mesmos, devido ás
discrepâncias associadas ao tempo de moagem.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
estudo mais pormenorizado da fase da pré-dispersão de modo a poder atuar sob a mesma. O
estudo visa um melhoramento desta fase, com o intuito de melhorar o processo de moagem.
Medição da densidade;
Surge assim a necessidade da alteração do processo da pré-dispersão, com vista numa me-
lhoria nos tempos de moagem. A justificação da implementação de alguns parâmetros encontra-
se abaixo descritas, sendo que parte deles encontram-se descritos no subcapítulo 2.6.1.
Na pasta de moagem, uma vez que se trata de um material muito concentrado em sólidos,
existe uma forte tendência de floculação após o término da agitação mecânica. Torna-se assim
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
essencial que no fim da pré-dispersão, a pasta seja alimentada de imediato ao moinho de bolas,
sem quaisquer interrupções no fabrico.
Para o efeito mede-se a densidade com o auxílio de um picnómetro com capacidade de 100mL.
Procedimento:
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Após um acompanhamento na fase de moagem e ainda um estudo sobre o moinho foi pos-
sível constatar problemas levantados por este. Na fase de moagem constatava-se uma elevada
perda de solventes por evaporação (resultado do sobreaquecimento no recipiente de moagem).
Apurou-se ainda que em certos concentrados, ocorreu o disparo da bomba, resultante de uma
má pré-dispersão, e ainda a elevação da temperatura de certos concentrados.
Como solução deste problema, temos a utilização de hélices com um diâmetro ligeiramente
superior, de modo a que a velocidade rotacional necessária seja inferior. A hipótese de sobre-
aquecimento do concentrado, com o uso de velocidades rotacionais inferiores, poderá diminuir
significativamente.
Para contornar este problema, torna-se fundamental agir sob o mesmo. Assim para uma dimi-
nuição da temperatura pode-se aumentar a pressão da água de refrigeração, de modo a que
esta passe por todo o moinho, ou ainda reduzir a temperatura da água de refrigeração, substi-
tuindo o líquido.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
3.6.1- Pré-Dispersão
Mediante as sugestões de melhoria anteriormente mencionadas, foi essencial atuar no pro-
cesso de pré-dispersão. Contudo tornou-se impossível o estudo de todos os parâmetros indi-
cados como melhoria, devido ao escasso tempo. Assim sendo, foram anotados dados relativos
ao diâmetro da hélice que era utilizada para o efeito, bem como de medidas dos diferentes
carros utilizados no fabrico do concentrado com maior produção na empresa. Todos os parâ-
metros anotados têm como intuito perceber se a hélice é a mais adequada para os diferentes
tipos de carros.
Outro dos parâmetros levantados, foi a velocidade de rotação da hélice, para que desse
modo se tornasse possível o cálculo da sua velocidade periférica, segundo a equação 1, sub-
capítulo 2.6.2. Sendo os parâmetros anotados os seguintes:
Concentrado: Amarelo
Produção: 500 Kg
Altura da hélice face ao fundo do recipiente: 0,1m
Altura do recipiente: 0,6m
Diâmetro da hélice: 0,4m
Altura da pasta: 0,36 m
Velocidade rotacional: 900rpm
Velocidade periférica: 19 m/s
Para uma velocidade periférica entre 20-24 m/s é necessário a utilização de velocidades
rotacionais entre 955-1146 rpm. No anexo A encontram-se os cálculos par as diferentes veloci-
dades.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Tabela 7-Valores da relação entre a hélice usada e o carro utilizado, bem como as diferenças entre as velocidades
rotacionais implementadas e as adequadas, rpm.
Velocidade Veloci-
Velocidade Diâmetro Velocidade
Diâmetro Rotacional dade Peri-
Quantidade Diâmetro Periférica da hélice rotacional
Hélice usada férica ade-
(Kg) Carro (m) Usada adequada adequada
usada (m) (rpm) quada
(m/s) (m) (rpm)
(m/s)
19 20-24
150-250 0,705
0,40 900 0,36 1061-1273
3.6.2- Moagem
A nível de moagem, foi anotado o diâmetro da hélice utilizada para o efeito, bem como a velo-
cidade rotacional que era implementada sob a mesma. A velocidade periférica foi calculada
através da equação 1, cujo cálculo se encontra presente no Anexo A.3.
Mediante o valor da velocidade periférica calculada, verifica-se que esta se encontra muito
abaixo da indicada pelo fabricante. Para a implementação de uma velocidade periférica de 10-
12 m/s, tal como a indicada, mantendo o diâmetro da hélice, tornar-se-ia necessário uma velo-
cidade rotacional de 1123-1350 rpm. Contudo, a implementação dessas velocidades rotacionais
poderá conduzir a um sobreaquecimento do concentrado e consequentemente perdas de ma-
térias voláteis, não se apresentando viável a nível económico.
Por efeito, torna-se necessário o uso de hélices com maiores dimensões. Dessa forma, a
velocidade rotacional necessária para uma velocidade periférica adequada torna-se inferior e a
hipótese de um sobreaquecimento diminui, podendo o tempo de moagem ser otimizado.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Optou-se por não realizar um acompanhamento nas tintas aquosas, devido ao tempo ser
escasso, e tornar-se-ia impossível a recolha de dados para ambos os tipos. Assim, num
período de cerca de 2meses, foi realizado um acompanhamento na produção, fazendo um
levantamento do tempo que determinado fabrico se encontrava na fase de homogeneização.
Foi realizado um acompanhamento de cerca de 328 fabricos, sendo que existiram 30 repe-
tições de fabrico.
Tabela 8-Valores dos tempos necessários a cada tipo de produto, da sua redução e da velocidade rotaci-
onal do mexedor.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Redução
Tempo homo-
do tempo Veloci-
Quantidade Tempo homogeneiza- geneização
Produto Pigmento(s) homoge- dade
(Kg) ção (antes) min (necessário)
neização (rpm)
min
(min)
Verniz 54 Mateante 11 6 5 1300
Mateante +
Laranja Met. 36 21 5 16 1300
Metalizado
Como se pode verificar pela observação da tabela 9, foi possível a otimização de 9 produtos
diferentes. Em relação aos 3 últimos fabricos, contata-se que não se encontram representados
tempos de dispersão relativos ao antes e depois. Tal facto justifica-se pela escassa produção
deste género de produtos, pelo que não foi possível dispor de termos comparativos. No entanto,
aquando do fabrico destes produtos, foram retiradas amostras com intervalos de homogenei-
zação muito diminutos, para que então se pudesse estabelecer o tempo necessário para esta
fase. No acompanhamento dos respetivos fabricos, foi anotado a velocidade de rotação do me-
xedor, dado que este interfere no tempo necessário para a homogeneização.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Glossário:
Veículo- Fase líquida das tintas.
Blocking: Aderência indesejável entre duas camadas adjacentes, das quais pelo menos uma
é envernizada ou impressa. Produz-se sob a influência de uma pressão (rebobinagem) com ou
sem ação de calor.
Cliché: Matriz gravada numa placa metálica destinada à impressão de imagens e textos
Corantes: Substâncias solúveis no meio em que são utilizadas e que lhe transmitem a cor.
Pigmento: Substância corada que, finamente dividida no veículo duma tinta, lhe confere a sua
cor.
Viscosidade: Estado de uma substância que, em razão do esfregamento interno das suas di-
ferentes camadas entre si, apresenta uma maior ou menor dificuldade de escoamento.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Capítulo 4- Conclusão:
O presente estágio curricular teve como principais objetivos a otimização da produção dos
concentrados tintas e vernizes. A nível da produção dos concentrados, após um acompanha-
mento em todo o processo, foi possível concluir que este não estava a ser realizado nas condi-
ções ótimas.
Para uma otimização na produção dos mesmos, é necessário levar em linha de conta uma
série de parâmetros, tais como as dimensões da hélice em relação ao carro, a viscosidade, a
velocidade periférica entre outros. A otimização desta fase, pode ter um grande impacto no
processo da moagem, já que esta se relaciona diretamente com a pré-dispersão.
A nível de moagem, foram realçados parâmetros que têm de ser estudados de modo a ser
possível observar o seu impacto no processo. Como parâmetros temos a velocidade periférica
do agitador no carro e o controlo na temperatura, sendo que poderão existir outros fatores tais
como o estado de conservação das esferas e a manutenção do equipamento.
Nesta fase conclui-se que a hélice utilizada para agitação não era a mais adequada para as
condições ótimas, tendo influência na velocidade periférica. Em suma, para a implementação
da velocidade periférica sugerida pelo fabricante do moinho, é necessário a substituição da
hélice por uma de maiores dimensões.
As sugestões de melhoria não foram implementadas até ao momento, pelo que não é pos-
sível constatar os seus impactos na melhoria do processo. Sendo este um projeto bastante
interessante de ser estudado e motivador.
Relativamente à produção de tintas e vernizes, conclui-se que somente alguns fabricos ne-
cessitavam de ser otimizados, nomeadamente os produtos que continham na sua formulação
partículas em pó ou aglomerados, dado que eram os que possuíam uma maior dificuldade de
homogeneização. As tentativas de estabelecer o tempo necessário para homogeneização não
foram possíveis em todos os fabricos, dado o escasso tempo e o facto de não ter dados anteri-
ormente levantados com base.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Bibliografia
[1]- Folheto da Empresa Sintigraf II- Tintas Gráficas S.A
[3]-http://www.kadion.com/pdf/Resinas/Manual%20Tecnico_Nitrocelulosa%20(Parte2).pdf(
consultado a 18 Março 2017)
[7]- Aureliano Veloso, Capítulo X, tintas e vernizes ( informação fornecida pela empresa)
[9]- https://ebooks.byk.com/pt/wetting-and-dispersing/o-processo-de-dispersao/
[11]- Paulo Manuel Rangel Salgado,2003, “Implementação de um sistema ERP na Cin”. Rela-
tório de Estágio Curricular. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Licenciatura
em Gestão e Engenharia Industrial de abril
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
[14]- Pedro Miguel Neves de Carvalho Alua , 2012 “Otimização da opacidade de tintas aquosas”
. Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Química. Universidade Técnica
de Lisboa.
[15]- Curso básico de dispersão e moagem – CIN. Dados fornecidos pela empresa.
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
2𝜋 ∗ 𝑛 ∗ 𝑟
𝑉𝑝 =
60
2𝜋 ∗ 0,2 ∗ 900
𝑉𝑝 =
60
𝑉𝑝 = 19 𝑚/𝑠
2𝜋 ∗ 0,2 ∗ 𝑛
20 =
60
𝑛 = 955 𝑟𝑝𝑚
2𝜋 ∗ 0,2 ∗ 𝑛
24 =
60
𝑛 = 1146 𝑟𝑝𝑚
2𝜋 ∗ 0,085 ∗ 410
𝑉𝑝 =
60
𝑉𝑝 = 4 𝑚/𝑠
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Tempo de homo-
Quantidade
Produto Vasilhame geneização Tipo de partícula
(Kg)
(min)
Prata 1 18 Balde Reutilizado 6
Metalizante
12 16
Balde Reutilizado 1 Vermelho
Vermelho 1 18
6
18 Balde Reutilizado 11
Branco Mate 40 2 Mateante
Barrica
54 (3*18) 3
9
Amarelo Barrica Amarelo
36 3
Transparente
5
18 13
Laranja Barrica Metalizante + Mateante
Metalizado 21
36
5
54 ( 3*18) Barrica 22
Mateante
Negro Mate 1 4
Balde 68 Mateante
18
Balde Reutilizado 15
Pasta Alumínio 10 Balde Reutilizado 13
Metalizante
7 6
Cera 306(17*18) Carro 35
Cera
8
Verniz Barrica 11 Mateante
54 ( 3*18)
5
4 14
Balde Reutilizado Rosa
Rosa
10 15
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Otimização da produção de tintas, vernizes e concentrados
Barrica 21 Mateante
Branco 90 (5*18)
20
Laranja 18 Balde Reutilizado 4 Metalizante + Mateante
Vermelhos + Mateante
Vermelho Mate 18 Balde Reutilizado 6
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