Materiais e Técnicas para Pavimentação Asfáltica
Materiais e Técnicas para Pavimentação Asfáltica
Materiais e Técnicas para Pavimentação Asfáltica
ASFÁLTICA
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 3
2 MATERIAIS DE BASE, SUB-BASE E REFORÇO DO SUBLEITO ........... 6
2.1 Solos ...................................................................................................... 7
2.1.1 Solos Residuais ................................................................................. 7
2.1.2 Solos Transportados ........................................................................ 10
2.1.2.1 Solos de Aluvião ........................................................................ 11
2.1.2.2 Solos Orgânicos ........................................................................ 11
2.1.2.3 Solos Coluviais .......................................................................... 12
2.1.2.4 Solos Eólicos ............................................................................. 13
2.1.3 Descrição dos Solos ........................................................................ 13
3 PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIS DE BASE,
SUB-BASE E REFORÇO DO SUBLEITO ................................................................. 16
3.1 Índice de Suporte Califórnia (California BearingRatio) ......................... 17
3.2 Módulo de Resiliência .......................................................................... 19
4 REVESTIMENTOS ASFÁLTICOS........................................................... 22
4.1 Misturas Usinadas ............................................................................... 23
4.1.1 Misturas a Quente ............................................................................ 24
4.1.2 Misturas a Frio ................................................................................. 26
4.2 Misturas in Situ em Usinas Móveis ...................................................... 26
4.2.1 Lama Asfáltica ................................................................................. 26
4.2.2 Micro Revestimento Asfáltico ........................................................... 27
4.3 Tratamentos Superficiais ..................................................................... 28
5 ESTRUTURAS TÍPICAS DE PAVIMENTOS ASFÁLTICOS .................... 29
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
1
NOSSA HISTÓRIA
2
INTRODUÇÃO
3
Figura 1 - Pavimento de concreto de cimento Portland - Estrutura de pavimento-tipo
Fonte: Bernucci, Motta, Ceratti e Soares, 2006.
Estruturas flexíveis
Em geral associados aos pavimentos asfálticos, são compostos por:
o Camada superficial asfáltica – Revestimento;
o Apoiada sobre camadas de base, de sub-base e de reforço do subleito,
constituídas por materiais granulares, solos ou misturasde solos.
Dependendo do volume de tráfego, da capacidade de suporte do subleito, da
rigidez e espessura das camadas, e condições ambientais, uma ou mais camadas
podem ser suprimidas.
4
A Figura 3 mostra uma estrutura-tipo de pavimento asfáltico e a Figura 4 a
execução.
Figura 3 - Pavimento asfáltico - Estrutura de pavimento-tipo
5
modo a proporcionar coesão e aumentar sua rigidez, podendo resistir a esforços de
tração. Embora possuam coesão, as camadas de solos finos apresentam baixa
resistência à tração, diferentemente dos materiais estabilizados quimicamente.
Nos pavimentos asfálticos, a razão da rigidez do revestimento em relação às
demais camadas granulares não é tão elevada como no caso do revestimento de
concreto de cimento Portland, fazendo com que as tensões sejam compartilhadas
entre as diversas camadas, proporcionalmente à rigidez (material e geometria). Neste
caso as cargas de superfície são distribuídas numa área mais restrita.
O pavimento deve ser dimensionado para o tráfego previsto no período de
projeto e para as condições climáticas a que estará sujeito. As diferentes camadas
devem resistir aos esforços solicitantes e transferi-los, por sua vez, às camadas
subjacentes.
As tensões e deformações as quais a estrutura está sujeita dependem
principalmente da espessura das camadas e da rigidez dos materiais. Se a estrutura
estiver bem projetada para as cargas que atuarão e bem construída, essas cargas
gerarão deslocamentos que não provocam ruptura ou deformação excessiva após
uma única passada de roda ou algumas poucas solicitações.
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Métodos de seleção: Etapa preliminar que consiste em averiguar os materiais
disponíveis quanto às características de natureza para serem empregados na
estrutura dos pavimentos
Métodos de caracterização de propriedades:As características de natureza
interferem nas propriedades geotécnicas no estado compactado.
Os materiais de pavimentação compactados devem apresentar-se resistentes, pouco
deformáveis e com permeabilidade compatível com sua função na estrutura.
Os materiais são basicamente constituídos por agregados, solos e,
eventualmente, aditivos como cimento, cal, emulsão asfáltica, entre outros.
o Solos
De acordo com DENIT (2006), define-se solo, geologicamente, como o material
resultante da decomposição das rochas pela ação de agentes de intemperismo.
No âmbito da engenharia rodoviária, considera-se solo todo tipo de material
orgânico ou inorgânico, inconsolidado ou parcialmente cimentado, encontrado na
superfície da terra.
Em outras palavras, considera-se como solo qualquer material que possa ser
escavado com pá, picareta, escavadeiras, etc., sem necessidade de explosivos.
Com base na origem dos seus constituintes, os solos podem ser divididos em
dois grandes grupos:
Solo residual: Se os produtos da rocha intemperizada permanecem ainda no
local em que se deu a transformação;
Solo transportado: Quando os produtos de alteração foram transportados por
um agente qualquer, para local diferente ao da transformação.
Solos Residuais
Todos os tipos de rocha formam solo residual. Sua composição depende do
tipo e da composição mineralógica da rocha original que lhe deu origem. Por exemplo:
A decomposição de basaltos forma um solo típico conhecido como terra-roxa,
de cor marrom-chocolate e composição argilo-arenosa;
A desintegração e a decomposição de arenitos ou quartzitos irão formar solos
arenosos constituídos de quartzo.
Rochas metamórficas do tipo filito (constituído de micas) irão formar um solo
de composição argilosa e bastante plástico.
7
O Quadro 1 apresenta alguns exemplos.
Quadro 1 - Decomposição de rochas
Não existe um contato ou limite direto e brusco entre o solo e a rocha que o
originou. A passagem entre eles é gradativa e permite a separação de pelo menos
duas faixas distintas, aquela logo abaixo do solo propriamente dito, que é chamada
de solo de alteração de rocha, e uma outra acima da rocha, chamada de rocha
alterada ou rocha decomposta (Figura 5).
8
Figura 5 - Perfil resultante da decomposição das rochas
9
Solos Transportados
10
Entre os solos transportados, destaca-se, de acordo com o agente
transportador, os seguintes tipos: de aluvião, orgânicos, coluviais eeólicos.
Solos de Aluvião
Solos Orgânicos
11
de uma laje de concreto apoiada em estacas para servir de infraestrutura ao
pavimento. Na Figura 7, é apresentado um exemplo de processo construtivo de
rodovia sobre solos orgânicos.
Solos Coluviais
12
Figura 8 - Depósitos de tálus
Solos Eólicos
13
Sob o ponto de vista de identificação, a textura, é uma das mais importantes
propriedades dos solos,mesmo que não seja suficiente para definir e caracterizar o
comportamento geral desses materiais.
No caso de solos de granulação fina, a presença da água entre os grãos, em
maior ou menor quantidade, confere ao solo um comportamento diverso sob ação de
cargas, enquanto os solos de granulação grossa praticamente não são afetados
presença de água.
Para fins de terminologia é, ainda, uma tradição a divisão dos solos, sob o ponto
de vista exclusivamente textural, em frações diversas, cujos limites convencionais
superiores e inferiores das dimensões variam conforme o critério e as necessidades
das organizações tecnológicas e normativas.
O DNIT adota a seguinte escala granulométrica, considerando as seguintes
frações de solo:
Pedregulho:É a fração do solo que passa na peneira de (3") e é retida na
peneira de 2,00 mm (nº 10);
Areia:É a fração do solo que passa na peneira de 2,00 mm (nº 10) e é retida
na peneira de 0,075 mm (nº 200);
Areia grossa:É a fração compreendida entre as peneiras de 2,0 mm (nº 10) e
0,42 mm (nº 40);
Areia fina:É a fração compreendida entre as peneiras de 0,42 mm (nº 40) e
0,075 mm (nº 200);
Silte:É a fração com tamanho de grãos entre a peneira de 0,075 mm (nº 200)
e 0,005 mm;
Argila:É a fração com tamanho de grãos abaixo de 0,005 mm (argila coloidal é
a fração com tamanho de grãos abaixo de 0,001 mm).
Na natureza, os solos se apresentam, quase sempre, compostos de mais de
uma das frações acima definidas. Uma dada fração, nesses casos, pode influir de
modo marcante no comportamento geral dos solos (principalmente os naturais). Deve-
se então levar em conta todas as propriedades, além da distribuição granulométrica.
Sob esse aspecto empregam-se as seguintes denominações:
Areias e Pedregulhos(solos de comportamento arenoso): São solos de
granulação grossa, com grãos de formas cúbicas ou arredondadas, constituídos
principalmente de quartzo (sílica pura). Seu comportamento geral pouco varia com a
quantidade de água que envolve os grãos. São solos praticamente desprovidos de
14
coesão: sua resistência à deformação depende fundamentalmente de entrosamento
e atrito entre os grãos e da pressão normal (à direção da força de deformação) que
atua sobre o solo.
Siltes: São solos intermediários, podendo tender para o comportamento
arenoso ou para o argiloso, dependendo da sua distribuição granulométrica, da forma
e da composição mineralógica de seus grãos. Assim, usar-se-ão as designações de
silte arenoso ou silte argiloso, conforme a tendência preferencial de comportamento.
Argilas (solos de comportamento argiloso): São solos de granulação fina,
com grãos de formas lamelares, alongadas e tubulares (de elevada superfície
específica*), cuja constituição principal é de minerais argílicos: caulinita, ilita e
montmorilonita, isto é, silicatos hidratados de alumínio e/ou ferro e magnésio, que
formam arcabouços cristalinos constituídos de unidades fundamentais. Devido à
finura, forma e composição mineralógica de seus grãos, o comportamento geral das
argilas varia sensivelmente com a quantidade de água que envolve tais grãos. Assim,
apresentam esses solos em determinada gama de umidade, características
marcantes de plasticidade, permitindo a mudança de forma (moldagem) sem variação
de volume, sob a ação de certo esforço. Sua coesão é função do teor de umidade:
quanto menos úmidas (mais secas), maior a coesão apresentada, podendo variar o
valor da coesão (do estado úmido ao seco), numa dada argila, entre limites bem
afastados.
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PROPRIEDADES FÍSICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIS DE BASE, SUB-
BASE E REFORÇO DO SUBLEITO
16
Elasticidade:É a propriedade que os solos apresentam de recuperar a forma
primitiva cessado o esforço deformante; não sendo os solos perfeitamente elásticos,
tal recuperação é parcial. Para cargas transientes ou de curta duração, como as do
tráfego, verifica-se a recuperação quase completa das deformações do subleito e do
pavimento, desde que aquele tenha sido compactado convenientemente e este,
dimensionado de modo a evitar deformações plásticas de monta. A repetição de
deformações elásticas excessivas nos pavimentos resulta em fissuramento dos
revestimentos betuminosos (ruptura por fadiga). As deformações elásticas dos
subleitos têm sido chamadas de resilientes, visto dependerem de fatores que não se
costumam associar ao comportamento de outros materiais de construção (aço,
concreto, etc). No caso dos solos, aqueles fatores incluem a estrutura e as proporções
das três fases (sólida, líquida e gasosa) logo após a compactação do subleito e
durante a vida útil do pavimento.
Contratilidade e expansibilidade:São propriedades características da fração
argila e, por isso, mais sensíveis nos solos argilosos. Contratilidade é a propriedade
dos solos terem seu volume reduzido por diminuição de umidade. Expansibilidade é a
propriedade de terem seu volume ampliado por aumento de umidade.
Resistência ao cisalhamento: A ruptura das massas de solo dá-se por
cisalhamento, isto é, por deformação distorcional.
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A resistência no ensaio ISC é uma resposta que combina indiretamente a
coesão com o ângulo de atrito do material. O ISC é expresso em porcentagem, sendo
definido como a relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de
um pistão num corpo-de-prova de solo ou material granular e a pressão necessária
para produzir a mesma penetração no material padrão referencial.
O ensaio ISC, cujo procedimento éregido no Brasil pela norma DNER-ME
049/94, consiste de forma sucinta nas seguintes etapas:
Moldagem do corpo-de-prova:Solo ou material passado na peneira ¾”,
compactado na massa específica e umidade de projeto, em um molde cilíndrico de
150mm de diâmetro e 125mm de altura, provido de um anel complementar de
extensão com 50mm de altura – Figura 9(a);
Imersão do corpo-de-prova:Imerge-se o cilindro com a amostra compactada
dentro, em um depósito cheio d’água, durante quatro dias. Durante todo o período de
imersão é empregada uma sobrecarga-padrão de 10lbs sobre o corpo-de-prova, que
corresponde a 2,5 polegadas de espessura de pavimento sobre o material. Fazem-se
leituras por meio de um extensômetro, a cada 24 horas, calculando-se a expansão
axial do material em relação à altura inicial do corpo-de-prova – Figura 9(b);
Penetração do corpo-de-prova: Feita através do puncionamento na face
superior da amostra por um pistão com aproximadamente 50mm de diâmetro, sob
uma velocidade de penetração de 1,25mm/min – Figura 9(c). Anotam-se, ou
registram-se no caso de equipamento automatizado, as pressões do pistão e os
deslocamentos correspondentes, de forma a possibilitar a plotagem de uma curva
pressão-penetração, na qual se definem os valores de pressão correspondentes a
2,54mm (P0,1”) e 5,08mm (P0,2”). Estas curvas de pressão-penetração devem possuir
um primeiro trecho praticamente retilíneo, característico de fase elástica, seguido de
um trecho curvo, característico de fase plástica. Inflexão no início da curva tem
significado de problemas técnicos de ensaio e essas curvas devem ser corrigidas –
sugere-se leitura das referências bibliográficas já mencionadas para esses detalhes
de ensaio.
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Figura 9 - Etapas do ensaio ISC
o Módulo de Resiliência
Devido à importância dos trincamentos e das rupturas por cargas repetidas, em
1938, o laboratório do Departamento de Transportes da Califórnia iniciou uma série
de medidas em campo dos deslocamentos verticais dos pavimentos causados pela
ação da passagem rápida de cargas de rodas. Essas medidas foram realizadas por
meio de aparelhos elétricos colocados dentro dos pavimentos. Esse tipo de
deslocamento vertical passou aser denominado de deflexão. A deflexão é um termo
aplicado para movimentos verticais transientes, quando o pavimento está sujeito à
19
carga de rodas. Cessada a ação da carga, a deflexão do pavimento é recuperada
rapidamente.
O material responde a uma dada solicitação com um deslocamento. Parcela
desse deslocamento é permanente, não-recuperável, e parcela é resiliente,
recuperável quando cessa a ação da solicitação.
Para a determinação do módulo de resiliência de materiais de pavimentação,
têm-se utilizado equipamentos de carga repetida em laboratório. A Figura 10 mostra
um exemplo de equipamento triaxial de cargas repetidas e um desenho esquemático
da montagem do corpo-de-prova dentro da célula tri axial. Na Figura 10(a) mostra-se
um esquema do equipamento e seus componentes principais conforme usado em
alguns laboratórios do país. A Figura 10(b) mostra um exemplo de equipamento de
resiliência.
O material a ser ensaiado é compactado nas condições de estado
representativas do projeto e obra, com altura de pelo menos duas vezes o diâmetro.
Tem-se empregado normalmente corpos-de-prova de 100mm de diâmetro e 200mm
de altura para solo,solo-cimento, misturas solo-agregado etc. e para algumas britas
graduadas simples ou tratadas com cimento ou ainda solo-brita-cimento, dependendo
do diâmetro máximo dos agregados, devem ser usados corpos-de-prova de 150mm
de diâmetro por 300mm de altura.
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Figura 10 - Esquema e exemplo de equipamento de ensaio triaxial de carga repetida
21
solicitantes σ1, aplicadas por célula de carga. A Figura 11(a) mostra de forma
esquemática as tensões aplicadas ao corpo-de-prova no carregamento. Uma
combinação variada de tensões é normalmente aplicada. A Figura 11(b) representa
os deslocamentos do corpo-de-prova durante ciclos de repetição de carga. Uma
parcela é deslocamento recuperável e a outra é acumulada ou permanente. É
desejável que os deslocamentos permanentes sejam de pequena magnitude. Os
deslocamentos são medidos por transdutores mecânicos eletromagnéticos ao longo
de uma determinada altura ou espessura (L) do corpo-de-prova.
Módulo de resiliência (MR) em MPa é o módulo elástico obtido em ensaio
triaxial de carga repetida cuja definição é dada pela expressão:
REVESTIMENTOS ASFÁLTICOS
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Segundo Callejas, Durante e Rosseti (2015), o material mais utilizado para
pavimentação do meio urbano no Brasil é o pavimento asfáltico, tipo de pavimento
que contribui para o aumento das temperaturas ambientais nos locais em que é
aplicado devido a suas características termo físicas.
Segundo Bernucci, Motta, Ceratti e Soares (2006), na maioria dos pavimentos
brasileiros usa-se como revestimento uma mistura de agregados minerais, de vários
tamanhos, podendo também variar quanto à fonte, com ligantes asfálticos que, de
forma adequadamente proporcionada e processada, garanta ao serviço executado os
requisitos de impermeabilidade, flexibilidade, estabilidade, durabilidade, resistência à
derrapagem, resistência à fadiga e ao trincamento térmico, de acordo com o clima e
o tráfego previstos para o local.
O material de revestimento pode ser fabricado em usina específica (misturas
usinadas), fixa ou móvel, ou preparado na própria pista (tratamentos superficiais). Os
revestimentos são também identificados quanto ao tipo de ligante: a quente com o uso
de CAP, ou a frio com o uso de EAP. As misturas usinadas podem ser separadas
quanto à distribuição granulométrica em: densas, abertas, contínuas e descontínuas.
o Misturas Usinadas
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Misturas a Quente
As misturas asfálticas a quente podem ser subdivididas pela graduação dos
agregados e fíler. São destacados três tipos mais usuais nas misturas a quente:
Graduação densa:Curva granulométrica contínua e bem-graduada de forma a
proporcionar um esqueleto mineral com poucos vazios visto que os agregados de
dimensões menores preenchem os vazios dos maiores.
Exemplo:Concreto asfáltico (CA) - O concreto asfáltico é uma mistura asfáltica muito
resistente em todos os aspectos, desde que adequadamente selecionados os
materiais e dosados convenientemente;
Graduação aberta:Curva granulométrica uniforme com agregados quase
exclusivamente de um mesmo tamanho, de forma a proporcionar um esqueleto
mineral com muitos vazios interconectados, com insuficiência de material fino (menor
que 0,075mm) para preencher os vazios entre as partículas maiores, com o objetivo
de tornar a mistura com elevado volume de vazios com ar e, portanto, drenante,
possibilitando a percolação de água no interior da mistura asfáltica.
Exemplo:Mistura asfáltica drenante, conhecida no Brasil por camada porosa de atrito
(CPA) - As misturas asfálticas abertas do tipo CPA – camada porosa de atrito –
mantêm uma grande porcentagem de vazios com ar não preenchidos graças às
pequenas quantidades de fíler, de agregado miúdo e de ligante asfáltico. Essas
misturas asfálticas a quente possuem normalmente entre 18 e 25% de vazios com ar.
Figura 12 - Exemplos de rodovias com camada porosa de atrito sob chuva
24
dimensões intermediárias, completados por certa quantidade de finos, de forma a ter
uma curva descontínua em certas peneiras, com o objetivo de tornar o esqueleto
mineral mais resistente à deformação permanente com o maior número de contatos
entre os agregados graúdos.
Exemplo:Matriz pétrea asfáltica (stonematrixasphalt – SMA) - O SMA é um
revestimento asfáltico, usinado a quente, concebido para maximizar o contato entre
os agregados graúdos, aumentando a interação grão/grão; a mistura se caracteriza
por conter uma elevada porcentagem de agregados graúdos e, devido a essa
particular graduação, forma-se um grande volume de vazios entre os agregados
graúdos.
Figura 13 - Exemplo do aspecto de uma camada de SMA executada em pista
25
Misturas a Frio
Os pré-misturados a frio (PMF) consistem em misturas usinadas de agregados
graúdos, miúdos e de enchimento, misturados com emulsão asfáltica de petróleo
(EAP) à temperatura ambiente.
O PMF pode ser usado como revestimento de ruas e estradas de baixo volume
de tráfego, ou ainda como camada intermediária (com CA superposto) e em
operações de conservação e manutenção, podendo ser:
Denso: Graduação contínua e bem-graduado, com baixo volume de vazios;
Aberto:Graduação aberta, com elevado volume de vazios.
Lama Asfáltica
As lamas asfálticas consistem basicamente de uma associação, em
consistência fluida, de agregados minerais, material de enchimento ou fíler, emulsão
asfáltica e água, uniformemente misturadas e espalhadas no local da obra, à
temperatura ambiente.
A lama asfáltica tem sua aplicação principal em manutenção de pavimentos,
especialmente nos revestimentos com desgaste superficial e pequeno grau de
trincamento, sendo nesse caso um elemento de impermeabilização e
rejuvenescimento da condição funcional do pavimento. Aplica-se especialmente em
ruas e vias secundárias. Eventualmente ainda é usada em granulometria mais grossa
para repor a condição de atrito superficial e resistência à aquaplanagem. Outro uso é
como capa selante aplicada sobre tratamentos superficiais envelhecidos.
No entanto, não corrige irregularidades acentuadas nem aumenta a capacidade
estrutural, embora a impermeabilização da superfície possa promover em algumas
situações a diminuição das deflexões devido ao impedimento ou redução de
penetração de água nas camadas subjacentes ao revestimento.
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A lama asfáltica é processada em usinas especiais móveis que têm um silo de
agregado e um de emulsão, em geral de ruptura lenta, um depósito de água e um de
fíler, que se misturam em proporções preestabelecidas imediatamente antes de serem
espalhadas através de barra de distribuição de fluxo contínuo e tanto quanto possível
homogêneo, em espessuras delgadas de 3 a 4mm, sem compactação posterior.
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o Tratamentos Superficiais
Os chamados tratamentos superficiais consistem em aplicação de ligantes
asfálticos e agregados sem mistura prévia, na pista, com posterior compactação que
promove o recobrimento parcial e a adesão entre agregados e ligantes.
As principais funções do tratamento superficial são:
Proporcionar uma camada de rolamento de pequena espessura, porém, de alta
resistência ao desgaste;
Impermeabilizar o pavimento e proteger a infraestrutura do pavimento;
Proporcionar um revestimento antiderrapante;
Proporcionar um revestimento de alta flexibilidade que possa acompanhar
deformações relativamente grandes da infraestrutura.
Devido à sua pequena espessura, o tratamento superficial não aumenta
substancialmente a resistência estrutural do pavimento e não corrige irregularidades
(longitudinais ou transversais) da pista caso seja aplicado em superfície com esses
defeitos.
Figura 15 - Etapas construtivas de um tratamento superficial simples pelo sistema
convencional
28
Fonte: Bernucci, Motta, Ceratti e Soares, 2006.
29
Figura 16 - Estruturas típicas de pavimentos asfálticos
30
Fonte: Bernucci, Motta, Ceratti e Soares, 2006.
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SAIBA MAIS!
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1. REFERÊNCIAS
BERNUCCI, Liedi B.; MOTTA, Laura M. G.; CERATTI, Jorge A. P.; SOARES, Jorge
B. Pavimentação asfáltica: Formação básica para engenheiros.PETROBRAS:
ABEDA, p. 157-203 / 337-372. Rio de Janeiro: 2006.
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